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Conversando com Lucília Rodrigues Ribeiro Uma Senhora com 81 anos Hoje desloca-se acompanhada por pessoas amigas. É uma senhora culta, de gostos requintados. En- quanto gozou de saúde, caminhou muitos anos seguidos para a Obra do Ardina. O Ardina (OA): Durante quantos anos a senhora colaborou no Ardina? Lucília Rodrigues Ribeiro (LRR): Foram muitos anos, mas não me recordo quantos. (OA):A senhora fez parte, duran- te vários mandatos, do Conselho de Administração. Que outras funções desempen- hou? (LRR): Dirigi o curso de culinária e artes domésticas, destinado a ra- pazes da Obra do Ardina e a rapari- gas de outras instituições. Fazia as ementas das refeições, provava as iguarias depois de confeccionadas, assistia á preparação das mesas do refeitório e ao decurso das refeições. Vigiava a higiene dos aposentos de dormir dos rapazes e a lavandaria. (OA): Exercia, pois, funções de coordenação e de disciplina. A Obra do Ardina é uma grande família, com a colaboração de todos os seus membros. Oferece-lhe citar alguém que lhe mereceu maior consideração? (LRR): Exercíamos o trabalho es- pecífico com o director da institui- ção, o Dr. Alexandre Martins, com quem reuníamos periodicamente para tratarmos dos assuntos rela- cionados com o normal funciona- mento da instituição e acordarmos orientações a seguir na melhor re- solução de assuntos problemáticos que surgiam no dia a dia. É claro que numa casa com tantos funcionários e tantos rapazes surgem sempre pro- blemas, alguns de difícil resolução, mas com boa vontade, compreensão e por vezes alguma condescendên- cia seguia-se sempre em frente. (OA): Na Obra do Ardina luta-se, por vezes com grandes dificulda- des, para que nada falte às Crianças e aos Jovens. Cite,por favor acontecimentos que lhe deixaram maiores recordações. (LRR): Sim, Deus sabe quão algo difícil era preciso enfrentar… Mas falando de acontecimentos genéricos recordo com satisfação a oferta de um andar sito no Largo Mendonça e Costa em Lisboa. Sob a orientação da Dra. Manue- la Eanes foi oferecido por Embaixa- trizes de vários países que anual- mente faziam na FIL um evento com artigos oriundos dos seus paí- ses que vendiam ao público. No ano que a Obra do Ardina fez 50 anos de existência foi, então contemplada com as receitas que obtiveram. O andar recebido foi devidamen- te preparado e decorado, fundou- -se no mesmo um lar de residência para os jovens mais velhos da insti- tuição. Recordo também com saudade a aprendizagem dos jovens nas ofici- nas sob a orientação de mestres qualificados. Era um trabalho digno de menção realizado com energia e interesse por jovens da instituição muitos já andados por maus cami- nhos outros de famílias muito pobres. Ali se esforçavam na aprendizagem de uma profissão, tão importante na sua vida futura. A Obra do Ardina sofreu muitas nuances complicadas. Em 1986 deflagrou um incêndio posto na casa mãe da Rua Dr. Oliveira Ra- mos. Os jovens que estavam a jan- tar saíram todos ilesos pelas tra- seiras de outros prédios acompa- nhados pela Assistente Social Ana- bela que com eles jantava. Os jovens foram depois acolhi- dos no Centro de Observação e Ac- ção Social de Lisboa do Ministério da Justiça,hoje Centro Educativo da Bela Vista. Lá continuaram a sua for- mação profissional e formação esco- lar. (OA): Sabemos que ao receber “O Ardina” se interessa pela sua leitura. Como sente na actualidade a Obra do Ardina? (LRR): Pelo que leio e pelas visi- tas que tenho feito a instituição con- tinua dentro das possibilidades que vai tendo, registo que continua os seus trabalhos meritórios, mas com graves dificuldades económico-fi- nanceiras. (OA): Sra. D. Lucília Bem-Haja pela sua disponibilidade e por todas as atenções, nomeadamente por nunca ter deixado de contribuir com a sua ajuda solidária para a manutenção da instituição que tão necessária é. Fazemos votos para que conte muitos anos com saúde e alegria pelo bem-fazer. 4 JANEIROFEVEREIROMARÇO2012 CENTRAIS Uma amiga • Santer Campanha do Banco Alimentar Contra a Fome 764 toneladas Uma vez mais, fizemos parte dos muitos voluntários que aderiram à campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar Contra a Fome. Porque é cada vez mais premente a aju- da às pessoas que vivem com mais dificul- dades, temos a alegria de informar que ajudámos a recolher parte das 764 to- neladas de alimentos doadas na área da grande Lisboa e que posteriormente se- rão distribuídos por 73 mil pessoas atra- vés de 365 Instituições de Solidariedade So- cial. Ao Dr. Carlos Diogo, ao Sr.Vasconcelos, ao Paulo Emanuel, ao Rafael Silva e ao Ra- fael Furtado a nossa gratidão por terem mobilizado pessoas e veículo de forma a colaborarem nesta campanha. Rafael Furtado e Rafael Silva dois do milhares de voluntários da Campanha do Banco Alimentar …”Recordo também com saudade a aprendizagem dos jovens nas oficinas sob a orientação de mestres qualificados”… …”Sob a orientação da Dra. Manuela Eanes foi oferecido por Embaixatrizes de vários países que anualmente faziam na FIL um evento com artigos oriundos dos seus países que vendiam ao público”…

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grande Lisboa e que posteriormente se- rão distribuídos por 73 mil pessoas atra- vés de 365 Instituições de Solidariedade So- cial. Ao Dr.Carlos Diogo,ao Sr.Vasconcelos, ao Paulo Emanuel,ao Rafael Silva e ao Ra- fael Furtado a nossa gratidão por terem mobilizado pessoas e veículo de forma a colaborarem nesta campanha. …”Recordo também com saudade a aprendizagem dos jovens nas oficinas sob a orientação de mestres qualificados”… Uma amiga • Santer

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Conversando com Lucília Rodrigues RibeiroUma Senhora com 81 anos

Hoje desloca-se acompanhadapor pessoas amigas. É uma senhoraculta, de gostos requintados. En-quanto gozou de saúde, caminhoumuitos anos seguidos para a Obrado Ardina.

O Ardina (OA):Durante quantosanos a senhora colaborou noArdina?

Lucília Rodrigues Ribeiro (LRR):Foram muitos anos, mas não merecordo quantos.

(OA):A senhora fez parte,duran-te vários mandatos,do Conselho deAdministração.

Que outras funções desempen-hou?

(LRR): Dirigi o curso de culináriae artes domésticas, destinado a ra-pazes da Obra do Ardina e a rapari-gas de outras instituições. Fazia asementas das refeições, provava asiguarias depois de confeccionadas,assistia á preparação das mesas dorefeitório e ao decurso das refeições.

Vigiava a higiene dos aposentos dedormir dos rapazes e a lavandaria.

(OA): Exercia, pois, funções decoordenação e de disciplina.

A Obra do Ardina é uma grandefamília,com a colaboração de todosos seus membros.

Oferece-lhe citar alguém que lhemereceu maior consideração?

(LRR): Exercíamos o trabalho es-pecífico com o director da institui-ção, o Dr. Alexandre Martins, comquem reuníamos periodicamentepara tratarmos dos assuntos rela-cionados com o normal funciona-mento da instituição e acordarmosorientações a seguir na melhor re-solução de assuntos problemáticosque surgiam no dia a dia.É claro quenuma casa com tantos funcionáriose tantos rapazes surgem sempre pro-blemas, alguns de difícil resolução,mas com boa vontade,compreensãoe por vezes alguma condescendên-cia seguia-se sempre em frente.

(OA):Na Obra do Ardina luta-se,por vezes com grandes dificulda-des, para que nada falte às Criançase aos Jovens.

Cite,por favor acontecimentos quelhe deixaram maiores recordações.

(LRR): Sim, Deus sabe quão algodifícil era preciso enfrentar…

Mas falando de acontecimentosgenéricos recordo com satisfação aoferta de um andar sito no LargoMendonça e Costa em Lisboa.

Sob a orientação da Dra. Manue-la Eanes foi oferecido por Embaixa-trizes de vários países que anual-mente faziam na FIL um eventocom artigos oriundos dos seus paí-ses que vendiam ao público.

No ano que a Obra do Ardina fez50 anos de existência foi, entãocontemplada com as receitas queobtiveram.

O andar recebido foi devidamen-te preparado e decorado, fundou--se no mesmo um lar de residência

para os jovens mais velhos da insti-tuição.

Recordo também com saudade aaprendizagem dos jovens nas ofici-nas sob a orientação de mestresqualificados. Era um trabalho dignode menção realizado com energia einteresse por jovens da instituiçãomuitos já andados por maus cami-nhos outros de famílias muito pobres.Ali se esforçavam na aprendizagemde uma profissão, tão importantena sua vida futura.

A Obra do Ardina sofreu muitasnuances complicadas. Em 1986deflagrou um incêndio posto nacasa mãe da Rua Dr. Oliveira Ra-mos. Os jovens que estavam a jan-tar saíram todos ilesos pelas tra-seiras de outros prédios acompa-nhados pela Assistente Social Ana-bela que com eles jantava.

Os jovens foram depois acolhi-dos no Centro de Observação e Ac-ção Social de Lisboa do Ministério

da Justiça,hoje Centro Educativo daBela Vista.Lá continuaram a sua for-mação profissional e formação esco-lar.

(OA): Sabemos que ao receber“O Ardina” se interessa pela sualeitura.

Como sente na actualidade aObra do Ardina?

(LRR): Pelo que leio e pelas visi-tas que tenho feito a instituição con-tinua dentro das possibilidades quevai tendo, registo que continua osseus trabalhos meritórios,mas comgraves dificuldades económico-fi-nanceiras.

(OA): Sra. D. Lucília Bem-Hajapela sua disponibilidade e por todas asatenções,nomeadamente por nuncater deixado de contribuir com a suaajuda solidária para a manutençãoda instituição que tão necessária é.

Fazemos votos para que contemuitos anos com saúde e alegriapelo bem-fazer.

4 JANEIROFEVEREIROMARÇO2012 CENTRAIS

Uma amiga • Santer

Campanha do BancoAlimentar Contra a Fome764 toneladas

Uma vez mais, fizemos parte dos muitosvoluntários que aderiram à campanha derecolha de alimentos do Banco AlimentarContra a Fome.

Porque é cada vez mais premente a aju-da às pessoas que vivem com mais dificul-dades, temos a alegria de informar queajudámos a recolher parte das 764 to-neladas de alimentos doadas na área da

grande Lisboa e que posteriormente se-rão distribuídos por 73 mil pessoas atra-vés de 365 Instituições de Solidariedade So-cial.

Ao Dr. Carlos Diogo, ao Sr.Vasconcelos,ao Paulo Emanuel, ao Rafael Silva e ao Ra-fael Furtado a nossa gratidão por teremmobilizado pessoas e veículo de forma acolaborarem nesta campanha.

Rafael Furtado eRafael Silva doisdo milhares devoluntários daCampanha do

Banco Alimentar

…”Recordo também comsaudade a aprendizagem

dos jovens nas oficinassob a orientação

de mestres qualificados”…

…”Sob a orientação da Dra. Manuela Eanes foi oferecido

por Embaixatrizes de vários países que anualmente faziam na FIL um evento com artigos

oriundos dos seus países que vendiam ao público”…