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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR SETOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

    CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO

    DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

    O DESENVOLVIMENTO DE COOPERATIVAS DE PRODUÇÃOCOLETIVA DE TRABALHADORES RURAIS NO CAPITALISMO:

    LIMITES E POSSIBILIDADES

    PEDRO IVAN CHRISTOFFOLI

    CURITIBA2000

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    PEDRO IVAN CHRISTOFFOLI

    O DESENVOLVIMENTO DE COOPERATIVAS DE PRODUÇÃO COLETIVA DE

    TRABALHADORES RURAIS NO CAPITALISMO: LIMITES E POSSIBILIDADES

    Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. Curso deMestrado em Administração. Centro de Pesquisae Pós-graduação em Administração, Setor deCiências Sociais Aplicadas. ni!ersidade"ederal do Paran#

    $rientador% Pro&. Dr. 'os( )enrique de "ariaCo-orientador% Pro&. Dr. Claus Magno *ermer

    CURITIBA2000

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    SUMÁRIO+ S A D / AD0$S " * 0AS i!+ S A D A1 +AS !

    0 S M$ !iiiA1S 0AC 2AP0 S 3 A45$ 6 3 0$D 45$ 7

    1. ASP C $S ) S 80 C$S% DA C$$P 0A45$ A$ C$$P 0A 9 SM$ 666.6 $0 * M D S 39$+9 M 3 $ ) S 80 C$ DAS :P 0 ;3C AS D P0$D 45$ C$+ 9A NÃO-CAPITALISTAS

    6.< A C$$P 0A45$ 3A P0$D 45$ $ M$9 M 3 $ D$S 0A1A+)AD$0 S 0 0A S S M00A - MS

    6.= C$$P 0A 9AS D P0$D 45$ C$+ 9A D 0A1A+)AD$0 S 0 0A S

    666>

    C$3C+ S5$ D$ CAPB +$

    ====7=7>

    @@

    4. D M$C0AC A 3 03A 3$S C$+ 9$S 6. "$0MAS D * S 5$ 6. $S M CA3 SM$S DA D M$C0AC A 3 03A 3AS C$$P 0A 9AS P S/ SADAS6.6E 0 S + AD$S D$S / S $3F0 $S 0 S M$S * 0A S6.66 P$+$* A P0 + M 3A0 S$10 $S 3 B9 S D D M$C0AC A 3 03A 3AS

    C$$P 0A 9AS D P0$D 45$ C$+ 9A6.6< C$3C+ S5$ D$ CAPB +$

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    >@<

    . $ 0*A3 ?A45$ D$ P0$C SS$ D 0A1A+)$6.6= D 9 S5$ GC3 CA D$ 0A1A+)$6.67 *0A D C$3 0$+ S$10 $ P0$C SS$ D 0A1A+)$6.6@ ) 0A0/ A6.6 C$3C+ S5$ D$ CAPB +$

    7

    @6676=6

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    !. 0 +A4H S D P0$P0 DAD AP0$P0 A45$ D$ 0A1A+)$ :C D 36.6> P0$P0 DAD P$SS D$S M $S D P0$D 45$6.6 0A1A+)$ ASSA+A0 AD$ 0A1A+)$ C$+ 9$ 35$ P CAM 3 ASSA+A0 AD$

    6.6 P0$D 9 DAD D$ 0A1A+)$ D S 0 1 45$ D$S 0 S + AD$S6.E

    ". * 0A 0 +A 9$ D " C ;3C A D$ 0A1A+)$ C$+ 9$ 35$ -CAP A+ S A6.

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    LISTA DE FI%URAS E &UADROS

    nJquadroK&igura

    nunciado p#g.

    /uadro 6.6 Comparação entre princLpios organi ati!os do Nibbut e da burocracia 6=

    quadro 6.< CaracterLsticas das organi açOes coleti!istas <

    quadro @.6 *rau de cooperação no trabalQo desempenQado pelos entre!istados =quadro @.< *raus de controle Rquantidade de in&luência que os trabalQadores

    detêm sobre qualquer decisãoquadro @.= Amplitude de questOes sobre as quais os trabalQadores e2ercem

    poder de decisão e controle 6EEquadro @.7 $pinião sobre a padroni ação e controle do processo de trabalQo 66=quadro .6 $pinião sobre capitalismo Equadro .< $pinião sobre socialismo Equadro .= 9isão dos entre!istados sobre o &uncionamento da sociedade em

    geral@

    "igura 6 Distribuição dos resultados do trabalQo em uma cooperati!a coleti!a <

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    LISTA DE TABELAS

    '( )* +*, * E'/' *) 5.abela =abela @.6 $pinião sobre o nUmero de associados capa es de &a er um bom

    trabalQo 6=Eabela >.6 !olução das entradas totais e saLdas monet#rias totais da Cooptar 6abela >.< !olução das dL!idas da Cooptar 6 >abela >.= Composição das dL!idas da Cooptar - em T do passi!o circulante

    sobre o passi!o total 6abela >.7 n!estimentos reali ados pela Cooptar no perLodo 6abela >.@ !olução do &aturamento por &amLlia e por sócio na Cooptar 6 Eabela >. Cooptar. 0eceitas por ati!idades principais 6 <abela >.> !olução da distribuição de sobras monet#rias 6 =abela >. SubsLdios recebidos 6 7abela >. !olução das Qoras trabalQadas 6 @abela >.6E !olução da produção &Lsica da Cooptar 6abela >.66 SLntese sobre a e!olução econVmica da Cooptar 6 >abela >.6< "ração da mais-!aliaK!alor e2cedente passL!el de ser apropriada

    pelo coleti!o .6= "ração da mais-!aliaK!alor e2cedente que de!eria ser gerada e

    reser!ada para desembolso &uturo .67 0esultados &inanceiros lLquidos da Cooptar .6@ Demonstração do aWuste monet#rio reali ado entre perdas lLquidas

    operacionais e endi!idamentoKnL!el de subsLdios da Cooptar .6 0esumo e saldo da contabilidade de capital da Cooptar no ano

    6 >K .6> 0esumo e saldo da contabilidade de capital da Cooptar no ano

    6 K .6 0esumo e saldo da contabilidade de capital da Cooptar no ano

    6 .6 Composição org nica do capital da Cooptar .

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    abela >. !olução da produção &Lsica da Cooperunião .@7 "ração da mais-!aliaK!alor e2cedente passL!el de ser apropriada

    pela Copa!i .@@ "ração da mais-!aliaK!alor e2cedente que de!eria ser gerada e

    reser!ada para desembolso &uturo .@ 0esultados &inanceiros lLquidos da Copa!i .@> 0esumo e saldo da contabilidade de capital da Copa!i no ano

    6 >K .@ 0esumo e saldo da contabilidade de capital da Copa!i no ano

    6 K .@ 0esumo e saldo da contabilidade de capital da Copa!i no ano 6 . E Comparação da e&iciência produti!a na ati!idade leite

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    abela >. 6 ndicadores t(cnicos comparados da produção de leite -CooperuniãoKprodutores capitalistas abela .< $rdem de import ncia atribuLda X participação em ati!idades polLticas < >

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    RESUMO

    $ presente trabalQo constitui-se num estudo comparati!o de casos que procura analisar o processo de constituição e desen!ol!imento de cooperati!as de produção coleti!a detrabalQadores rurais !inculadas ao Mo!imento dos rabalQadores 0urais Sem erra RMS .$bWeti!ou-se identi&icar as contradiçOes que estabelecem limites e possibilidades dedesen!ol!imento de quatro cooperati!as situadas na 0egião Sul do 1rasil.

    $s dados &oram obtidos atra!(s de entre!istas semi-estruturadas e pela aplicação de 7question#rios, al(m da coleta de in&ormaçOes nos registros e documentos das cooperati!as. Aan#lise dos dados utili ou-se de procedimentos quantitati!os RestatLstica descriti!a e an#lise de

    correlação e qualitati!os Ran#lise de conteUdos e documental .A pesquisa constatou que as cooperati!as coleti!as apresentam um desen!ol!imento

    social signi&icati!o, tendo seus associados alcançado conquistas importantes como% melQoriadas condiçOes de moradia, saneamento b#sico, saUde, nL!el de escolari ação, incrementogradati!o na renda monet#ria, descanso anual Rem alguns casos remunerado , au2Llio-gestação, e au2Llio-doença. sses dados adquirem um signi&icado maior porque, no mesmo perLodo, pioraram as condiçOes de !ida no meio urbano e rural no 1rasil, para a ampla maioria

    da população. A pesquisa e!idenciou que a e!olução dos indicadores sociais se d# na medidaem que os coleti!os recebem &inanciamentos subsidiados do go!erno &ederal e in!estem emati!idades geradoras de renda e ocupação da &orça de trabalQo disponL!el nos coleti!os, o quedenota a import ncia dessa &orma de apoio a &im de assegurar o desen!ol!imento sócio-econVmico dos assentamentos da 0e&orma Agr#ria.

    A an#lise dos dados empLricos e!idenciou ainda que as cooperati!as de produçãocoleti!a utili am-se de mecanismos democr#ticos de gestão, os quais asseguram ampla

    participação dos associados na de&inição das normas de &uncionamento, das metas dedesempenQo e das suas polLticas internas, con&igurando a &orma de gestão adotada comoautogestão ao nível da unidade de produção.

    A an#lise econVmica mostrou, no entanto, que essas organi açOes en&rentam s(riasde&iciências em termos de% capacidade de geração de receitas, apro!eitamento e&iciente da&orça de trabalQo disponL!el, remuneração dos &atores de produção, e geração de e2cedentesque possibilitem sua reprodução enquanto unidade produti!a capa de competir comempreendimentos capitalistas congêneres.

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    Constatou-se tamb(m, a e2istência de contradição entre os ideais autogestion#rios esocialistas que inspiram essas e2periências e a pr#tica do assalariamento de trabalQadores nãoassociados por parte de duas das cooperati!as estudadas. De!ido a &atores Qistóricos e

    conWunturais essas organi açOes passaram a empregar o assalariamento como condição parasua reprodução. amb(m &oram identi&icados certos parado2os organi acionais que, nomomento, não representariam riscos para o desen!ol!imento dessas e2periênciasautogestion#rias, mas que &uturamente poderão se con!erter em contradiçOes principais.

    $ estudo mostra que, sem en&rentar e superar as contradiçOes principais, os coleti!osnão terão como assegurar a sua continuidade enquanto e2periências autogestion#rias deinspiração socialista.

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    ABSTRACT

    Qis report Qas been prepared based on a comparati!e studY ZQicQ tries to analY e tQe process to establisQ and de!elop cooperati!es o& rural labourers collecti!e production lin[edto tQe +andless 0ural +abourers Mo!ement RMo!imento dos rabalQadores 0urais Sem erra \ MS . Qe main obWecti!e Zas to identi&Y tQe contradictions ZQicQ establisQ limits an possibilities o& de!elopment o& &our cooperati!es situated in tQe SoutQern 0egion o& 1ra il.

    All data Zas obtained tQrougQ &ocused inter!ieZs and 7 &ormal sur!eYs, in&ormationQas also been collected &rom tQe arcQi!es o& tQe cooperati!es. "or tQe data analYsisquantitati!e procedures Rdescripti!e statistics and correlation analYsis and qualitati!e

    procedures Rdocumental and content analYsis Zere used.Qe researcQ demonstrated a signi&icant social de!elopment at tQe collecti!e

    cooperati!es, ZQere tQeir associates Qa!e reacQed important acQie!ements sucQ as%impro!ement on Qousing conditions, basic sanitation, QealtQ, impro!ement on tQe le!el o& scQool education, a gradual increase on tQe income, annual !acations Rin some cases, paid!acations , partial support in cases o& pregnancY and sic[ness. Qese results represent, in &act,a QigQer acQie!ement since, during tQis period, urban and rural li&e conditions Zorsened &or

    tQe maWoritY o& tQe population in 1ra il. Qe researcQ made clear tQat tQe e!olution o&social indicators occurs as tQe collecti!e organi ations recei!e tQe &inancing subsided bY tQe&ederal go!ernment and in!est in acti!ities tQat Zill generate income and create Wobs &or tQeZor[ing &orce a!ailable in tQe communitY, ZQat denotes tQe importance o& tQis support inorder to ensure tQe social-economic de!elopment o& tQe Agrarian 0e&orm settlements.

    Qe analYsis o& tQe empiric data made also clear tQat tQe cooperati!es o& collecti!e production ma[e use o& democratic mecQanisms o& administration, ZQicQ ensures a Zide

    participation &rom tQe associates ZQen de&ining operation norms, per&ormance obWecti!es, atQeir internal policies, con&iguring tQe &orm o& administration adopted as self-government at t e level of produ!tion unit"

    3e!ertQeless, tQe economic analYsis sQoZed tQat tQese organi ations &ace seriousde&iciencies in terms o&% capabilitY o& generating receipts, utili ing e&&icientlY tQe Zo&orce a!ailable, remuneration o& production &actors and generation o& economic surplus oZQicQ is possible reproduction as a producti!e unit able to compete against similar capitalistsin!estments.

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    t Zas also noticed in tZo o& tQe cooperati!es tQe e2istence o& contradiction among tQesel&-go!erning and socialist ideals ZQicQ inspire tQese e2periences and tQe practice o&remunerating RpaYing non-associated Zor[ers. Due to Qistorical and circumstantial &actors

    tQese organi ations began to Qire labor as necessarY condition &or tQeir reproduction. Certainorgani ational parado2es Qas also been identi&ied tQat, &or tQe time being, Zould not represenris[s &or tQe de!elopment o& tQese sel&-go!erning e2periences but tQat could in tQe &uture tuinto main contradictions.

    Qe studY sQoZs tQat i& tQe main contradictions are not &aced and o!ercome, tQecollecti!e organi ation Zon]t be able to ensure its continuitY as sel&-go!erning e2periences&rom socialist inspiration.

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    RIASSUNTO

    l presente la!oro si costitui in un studio comparati!o di casi, cQe cerc^ anali are il proccessodi costitui ione e s!iluppo di Cooperati!e di Produ ione colletti!a di la!oratori rurali,!incolati al Mo!imento dos rabalQadores 0urais Sem erra RMS . Si oggetti!^ identi&icarele contradi ioni cQe stabilirono limiti ed possibilitX di s!iluppo di quattro Cooperati!e, ubicatenella 0egione Sud del 1rasile. dati &urono ottenuti attra!erso l]inter!iste semi-strutturate, edalla applica ione di 7 questionarii, oltre cQe, della raccolta d]in&orma ioni nei registri edocumenti delle Cooperati!e. 3ella analise dei dati, si utili ^ di proccedimenti quantitati!iRstatistica descriti!a e l]analise di correla ione , e, qualitati!i Ranalise di contenuti edocumentali .

    +a ricerca Qa costatato cQe, le Cooperati!e colletti!e apresentarono un s!iluppo socialesigni&icati!o, a!endo i suoi associati giunto conquiste importanti come% migliora dellecondi ioni di abita ione, risanamento basico_ salute, li!ello di studio_ incremento gradatti!onella rendita monetaria, !acan e annuali Rin alcuni casi, remunerati Rou queres di er ripososettimanale rimunerato _ ausilio gra!idan a, e ausilio mallatia. /uesti dati acquistano unmaggiore signi&icato percQ`, nello stesso periodo, le condi ioni di !ita nelle aree urbane ed

    rurali nel 1rasile, Qanno a!uto un peggioramento, per l]ampia maggioran a della popola ione.+a ricerca e!iden i^ cQe l]e!olu ione dei indicatori sociali, accadono nella misura cQe, icolletti!i rice!ono &inan iamenti sussidiatti del go!erno &ederale, ed in!estono in ati!itXgeratrici di rendita e di occupa ione della &or a di la!oro disponibile nei coleti!i, il qualedinotta l]importan a di questa &orma di appoggio, com il &ine di assicurare l]s!iluppo socio-economico nei locali della 0i&orma Agraria.

    +]analise dei dati empirici, Qa e!iden iato ancora cQe, le Cooperati!e di Produ ione

    coletti!e utilisarono di mecanismi democratici di gestione, i quali assicurano ampia participa ione degli associati nella de&ini ione di &un ionamento, delle mete di disimpegno edelle suoi politicQe interne, cQe con&igurano la &orma di gestione adottata comeautogestioneal livello della unit# di produ$ione. +]analise economica denoto, &rattanto, cQe questeorgani a ioni a&&rontano serie de&icien e in termine di% capacitX di gera ione di ricapro&itamento e&icente della &or a di la!oro disponibile_ remunera ione dei &attori produ ioni, e gera ione di eccedenti cQe possibilitano la sua reprodu ione mentre unitX produti!a capace di competere com gl]imprendimenti capitalisti congeneri.

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    Si costat^ ancQe, l]esisten a di contradi ioni &ra gl]ideali autogestionarii ed socialisti,cQe ispirano queste esperien e e, la pratica del salariato di la!oratori non associati, nelle dueCooperati!e analisate. "orse, ai &attori storici e congiunturali, queste organi a ioni passarono

    a impiegare il salariato come condi ione alla loro riprodu ione. AncQe &urono identi&icatealcuni paradossi organi a ionali cQe, in questo momento, non rappresentano riscQi als!iluppo di queste esperien e autogestionarie, ma, cQe nel &uturo potrano si con!ertere incontradi ioni principali. +a ricerca dimostr^ cQe, sensa a&&rontare e superare le principalicontradi ioni, i coleti!i non potranno tenere come assicurare la sua continuitX, come sperien eautogestionarie di ispira ione socialista.

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    APRESENTAÇÃO

    A moti!ação para este estudo surgiu para mim depois de uma d(cada e meia deinserção e empenQo em açOes de apoio ao MS e Xs iniciati!as econVmicas associati!asimplantadas nas #reas de assentamentos da 0e&orma Agr#ria. Dessa e2periência surgiramquestionamentos e preocupaçOes teóricas - com pro&unda implicação pr#tica e Qumana -acerca da possibilidade ou não do desen!ol!imento de e2periências de organi ação da produção e trabalQo com car#ter e inspiração socialistas em &ormaçOes sociais de tipocapitalista, como ( o caso do 1rasil.

    Parto da con!icção, que ( compartilQada por muitos, de que no 1rasil a questão agr#ria- representada pela concentração da terra nas mãos do lati&Undio, aliada X mis(ria e e2ploraçãoa que são submetidas as massas de trabalQadores rurais - não se constitui em uma barreiraimpediti!a para o desen!ol!imento capitalista no campo e que, portanto, não se coloca maiscomo um problema a ser en&rentado pelo stado e burguesia nacionais. Diante desse quadro, a0e&orma Agr#ria tende a se reali ar em nosso paLs somente sob condiçOes de pressão popular massi!a e articulada com lutas por pro&undas trans&ormaçOes sociais, polLticas e econVmica

    do conWunto da sociedade brasileira. ma luta que necessariamente coloque em 2eque os&undamentos do sistema social e econVmico capitalista, que se constrói sobre a base dae2ploração do trabalQo assalariado.

    Sem esse car#ter, a tão ansiada 0e&orma Agr#ria trans&orma-se num arremedo, !irasimples distribuição de terras, seguida por espasmos pontuais de liberaçOes de cr(dito eassistência t(cnica, ainda e sempre condicionados a &req entes e e2tenuantes batalQas campaisonde muitas !e es tombam Qumildes trabalQadores rurais - como recentemente aconteceu com

    o companQeiro AntVnio a!ares dos Santos6

    .m sendo assim, a luta pela 0e&orma Agr#ria empreendida pelo MS e outros

    mo!imentos de trabalQadores rurais resulta em conquistas especL&icas, materiali adas nascentenas de assentamentos espalQados pelo interior do PaLs. Contudo, aos poucos essas #reasarrancadas das mãos do lati&Undio en&rentam uma luta inglória contra o ine!it#!el

    6 Agricultor assentado no stado do Paran# morto pela PolLcia Militar do *o!erno 'aime +erner, no diaE

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    solapamento econVmico ocasionado pela competição capitalista nos mercados. A ruLnaeconVmica ameaça os pequenos produtores recriados pela luta social.

    3esse processo de luta e resistência popular d#-se o surgimento de centenas de

    organi açOes associati!as e grupos de trabalQo coleti!o. ssas e2periências surgem das mãoscaleWadas que sabem maneWar a en2ada e a &oice que, coraWosas, en&rentam a polLcia !iolência do lati&Undio, mas que se espantam diante do gigantismo das di&iculdadeseconVmicas e administrati!as que surgem como espectros a in!iabili ar e cei&ar um nUmerosempre crescente dessas organi açOes econVmicas.

    ornou-se preciso para muitos e para mim en&rentar o desa&io de procurar entender melQor a din mica de como nascem e se desen!ol!em essas e2periências associati!as -

    cabendo-me agora a parte mais a!ançada destas, que são as cooperati!as de produção coleti!a. 3a !erdade, o caminQo trilQado nesta pesquisa tamb(m &oi o caminQo do aprendi ado

    teórico e metodológico, da compreensão e apreensão de uma &erramenta que permitisseen2ergar al(m das aparências, da super&Lcie das coisas e dos &enVmenos sociais e econVmicos 3esse ponto, as liçOes aprendidas com meus orientadores possibilitaram ir muito al(m do que poderia e do que imagina!a quando iniciei a pesquisa.

    $ que nos mo!e não ( uma &ome de saber por saber. 3ão se quer conQecer o bicQo

    para olQ#-lo de longe. $ que se quer ( poder dom#-lo e depois poder dar-lQe o rumo dacaminQada_ que os coleti!os dei2em de ser mist(rio para ser conQecimento e que esteconQecimento seWa &erramenta de luta na mão dos Sem- erra.

    A inserção que ti!e Wunto ao MS quase sempre se deu !ia o seu setor de produção -Sistema Cooperati!ista dos Assentados. "oi aL que, Wunto Xs açOes de massa, aosen&rentamentos de todo tipo e calibre, !imos surgir e tamb(m perecer e2periências lindas porque ingênuas, pois queriam tocar o c(u com as mãos e caLram nos primeiros tropeços. Mas&oram companQeiros !alorosos que arriscaram suas !idas nas lutas e nas lidas, cuWa memóriame tra ganas ao peito e l#grimas aos olQos, ao lembrar dos erros que cometemos e ao lembrar do desa&io que sempre &oi entender o tal bicQo-coleti!o dos nossos sonQos e pa!ores, da nossaalegria in&antil e da nossa estupe&ação.

    /ue essa Qistória não se perdesse e que seus aprendi ados não &ossem esquecidos &oi parte da moti!ação que me le!ou a en&rentar o desa&io que, ainda incompleto, entrego Xs mãosde quem, espero, saiba !er em cada &rase, em cada crLtica !ertida, o gesto indócil do po!osem-terra que, como di ia o poeta,nun!a sou%e ser impossível e sempre topou fa$er ...

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    /uero aqui agradecer Xs pessoas que me au2iliaram no processo de elaboração dessetrabalQo e que com seu e2emplo, desa&io e seus questionamentos contribuLram em muito paraque ele se materiali asse.

    m primeiro lugar Xs &amLlias de agricultores assentados que com paciência e gentile ame receberam em suas moradas e toleraram os intermin#!eis question#rios e questionamentos.

    spero que o &ruto desses dois anos de pesquisa possa contribuir para a melQoria dasua condição de !ida e das milQares de &amLlias de agricultores sem terra que anseiam por um pedaço de terra e por um mundo di&erente, mais solid#rio e mais Wusto.

    Ao po!o brasileiro, que possibilitou com seu trabalQo o apoio materiali ado na bolsade estudo patrocinada pela CAP S e tamb(m Xs companQeiras do nstituto Ci!itas - Centro

    Colaborador pelo apoio &inanceiro que trou2e tranquilidade na reta de cQegada.Aos pro&essores 'os( )enrique de "aria e Claus Magno *ermer pelo inestim#!el apoio

    nas Qoras boas e menos boas da orientação, pelo estLmulo, compreensão e rigor com queen&rentaram as minQas tentati!as em abarcar o mundo dos coleti!os com este trabalQo.

    Aos companQeiros do MS pelo aprendi ado comum e pelas liçOes não escritas, masditas com o gesto simples de quem &a quando poucos Wulgam possL!el_ especialmente Xcentenas de companQeiros agredidos, presos, torturados, despeWados pela polLcia do lati&Undi

    e pelos go!ernantes subser!ientes desse paLs, em solidariedade pelas Qoras de agonia eso&rimento em que compartilQei da !ossa dor tendo que con!erter minQa indignação emconQecimento. /ue !osso e2emplo escrito com l#grimas e sangue seWa semente de no!oslutadores por um 1rasil e um mundo melQores, sem e2plorados e sem e2ploradores.

    3#dia e *usta!o que compartilQaram do es&orço e suportaram as ausências decorpo presente dedicadas ao aprendi ado e que no dia-a-dia apoiam minQa ausência

    militante Wunto ao MS .

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    INTRODUÇÃO

    A import ncia deste estudo sobre as cooperati!as de produção coleti!a detrabalQadores rurais não de!e ser buscada apenas e tão somente na sua possL!el utilidadeenquanto es&orço teórico que contribuir# para repensar a pr#2is de construção de e2periênciaseconVmicas coleti!as nos assentamentos de re&orma agr#ria no 1rasil.

    Sua import ncia transcende esses limites porque le!anta discussOes que di em respeitoX construção de organi açOes econVmicas reunindo trabalQadores rurais em condiçOeseconVmicas, sociais e polLticas similares X situação de milQOes de camponeses não apenas no1rasil como tamb(m em todo o mundo.

    $ debate sobre o coleti!ismo no campo sempre se deu marcado por acirramentos delado a lado e QoWe, apesar daKou por causa da queda do bloco socialista, o debate aquietou-semais pelo atordoamento de um dos contendores do que pela sua superação teórica. Aindaque se de!a &a er crLticas com relação Xs &ormas como o modelo socialista &oi condu ido, nãQ# como dei2ar de reconQecer que os pressupostos desse sistema ainda se constituem emobWeti!os a ser alcançados pela sociedade. 3o!as consideraçOes precisam ser &eitas, no!osdebates necessitam ser desen!ol!idos e, nesse sentido, a an#lise dessas quatro cooperati!as

    coleti!as busca tra er no!os elementos para o debate.Durante a elaboração desta pesquisa surgiu uma questão rele!ante acerca de qual a

    denominação mais adequada para designar as e2periências em estudo. nicialmente a opçãorecaiu sobre o termo!ooperativas !amponesas de tra%al o !oletivo" Por(m, tendo em !ista o&orte conteUdo sócio-antropológico incorporado no termo!ampon&s, optou-se pela designaçãodas e2periências como sendo!ooperativas de produção !oletiva de tra%al adores rurais.

    m certo sentido essa opção representa um des!io ao debate que necessariamente se

    estabeleceria a respeito do &ato das e2periências !i!enciadas pelos coleti!os de produção nosassentamentos - e mesmo as unidades indi!iduais-&amiliares dos agricultores assentados -representarem ou não a reconstituição de unidades camponesas, ou se elas constituemunidades de produtores simples de mercadorias.

    endo em !ista que a reprodução e apro&undamento desse debate não constitui umaabordagem necess#ria e central deste estudo e assumindoa priori a posição teórica que pressupOe as unidades recriadas nos assentamentos como sendo maWoritariamente unidades

    7

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    produtoras simples de mercadorias

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    · denti&icar aspectos ideológicos e culturais presentes nessas cooperati!as e buscar estabelecer paralelos de an#lise em relação Xs ideologias capitalista e socialista_

    · stabelecer uma tipologia classi&icatória para as cooperati!as de produção coleti!a detrabalQadores rurais que possibilite a e2plicitação e an#lise das relaçOes sociais eeconVmicas e2perimentadas por essas organi açOes nos assentamentos de re&orma agr#riano sul do 1rasil.

    Para os que atuam Wunto a organi açOes associati!as de inspiração autogestion#ria nomeio urbano, o presente trabalQo com certe a tamb(m de!e tra er re&le2Oes Uteis. $aper&eiçoamento dessas organi açOes de trabalQo coleti!o mesmo que de tipo industrial ou de

    prestação de ser!iços, pressupOe um adequado conQecimento das mesmas. apesar de ser possL!el apropriar-se de &erramentas e conceitos utili ados na teoria organi acional

    tradicional , ( muito Util poder dispor de re&erencial pr#tico e teórico que possibilite umamelQor apro2imação da realidade interna e dos desa&ios e contradiçOes en&rentados por essasorgani açOes. Muitos dos problemas e desa&ios en&rentados pelas cooperati!as de produçãoagropecu#ria RCPAs estudadas se apresentam em outras organi açOes associati!as, mesmoque de e2tração urbana. Para muitos dos problemas se mani&estarem e ser resol!idos, o que

    conta na maioria das !e es não ( o grau de escolaridade dos participantes ou sua locali açãogeogr#&ica, mas sim a e2periência de inserção no processo produti!o ou o nL!el dedesen!ol!imento das &orças produti!as da organi ação. sses elementos &oram por di!ersas!e es discutidos no presente trabalQo, de modo que sua utilidade a esses segmentos pareceindiscutL!el. Al(m disso, no caso brasileiro, esse tipo de organi ação tem desen!ol!imentoQistórico bastante recente, carecendo de maior acUmulo teórico e organi ati!o=.

    3o campo da teoria das organi açOes penso que a contribuição se d# ao descre!er eanalisar os mecanismos e a din mica de &uncionamento de organi açOes coleti!istasespeci&icamente do meio rural, campo de estudo bastante marginali ado. $utro aspectorelaciona-se ao estudo de processos participati!os em que se oportuni a o en!ol!imento dostrabalQadores nas di!ersas es&eras e nL!eis da gestão empresarial.

    = m e2emplo da possibilidades de interligação entre e2periências coleti!as dos assentamentos e do meio urbano W# se deu a partir do inLcio dos anos E quando um grupo de trabalQadores das minas de car!ão da região sul deSanta Catarina assumiu o controle de uma das minas e buscou na e2periência das CPAs a re&erência para seus

    estatutos e &ormas iniciais de organi ação do trabalQo. Mais recentemente &oram desen!ol!idas di!ersas reuniOesconWuntas com empresas autogestion#rias industriais de todo o PaLs.

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    Aos pesquisadores que seguem a !ertente mar2ista ( de interesse o es&orço teórico emetodológico que se desen!ol!eu nesta pesquisa com !istas a aplicar a teoria X an#liseeconVmica das cooperati!as. $b!iamente, algumas simpli&icaçOes e concessOes &oram

    necess#rias com !istas a assegurar que, no tempo disponL!el, se pudesse cQegar a bom termonas an#lises sem abrir mão de um rigor teórico aceit#!el.

    A pesquisa de campo baseou-se no estudo de quatro cooperati!as de produção coleti!ade trabalQadores rurais assentados em proWetos de re&orma agr#ria locali ados nos três estadosdo Sul do 1rasil e !isou tra er X lu aspectos cQa!es das din micas de desen!ol!imentoQistórico nos campos econVmico e social dessas e2periências que permitissem melQor compreensão do tipo de contradiçOes que permeiam seu &uncionamento.

    $ptou-se por apresentar o resultado da pesquisa de &orma a manter Wuntos os dadosobtidos em campo e a base teórica utili ada para &ins de sua an#lise. ssa escolQa pouco usualse deu em !ista de possibilitar uma melQor !isuali ação dos di!ersos aspectos tratados, tendoem !ista o car#ter amplo e relati!amente abrangente da pesquisa reali ada. A apresentação dosresultados de pesquisa est#, portanto, organi ada de &orma a que em cada capLtulo seWa tratadum dos temas abordados. spera-se com isso possibilitar um maior apro&undamento e aidenti&icação antecipada das conclusOes parciais e preliminares.

    Ao &inal, procura-se, no capLtulo conclusi!o, estabelecer uma sLntese do conWunto deconclusOes e indicar em car#ter preliminar possL!eis relaçOes entre as di!ersas partes deorgani açOes comple2as como as estudadas.

    /uanto X estrutura do te2to, os temas &oram organi ados da seguinte &orma% o primeirocapLtulo aborda de &orma sucinta os aspectos Qistóricos da cooperação e cooperati!ismo naagricultura e o obWeto deste estudo% as cooperati!as de produção coleti!a de trabalQadoresrurais, conte2tuali ando-as no Qistórico e din mica do Mo!imento dos rabalQadores 0uraisSem erra - MS .

    $ segundo capLtulo descre!e a metodologia utili ada na seleção, coleta e an#lise dosdados. $ptou-se pela reali ação de um estudo comparati!o de casos entre quatro cooperati!asde trabalQo coleti!o, tendo por obWeti!o apreender as possL!eis nuances do processoorgani ati!o coleti!o em situaçOes distintas de tamanQo, idade e desen!ol!imento econVmico.Para a an#lise de dados, utili aram-se !#rios procedimentos% m relação ao question#rio,optou-se pela an#lise estatLstica com o teste de Nrus[al allis Rque mede a !ari ncia entre postos , tendo em !ista o tamanQo redu ido da amostra dentro de cada cooperati!a. $ teste t&oi utili ado para an#lise da signi&ic ncia estatLstica na comparação entre duas situaçOe

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    Rdi&erenças entre duas cooperati!as por e2emplo e a an#lise da correlação &oi empregada paraa!aliar cru amentos entre questOes inter!alares Rescalas de tipo +i[ert .

    A partir da an#lise preliminar dos dados obtidos na aplicação do question#rio, buscou-

    se identi&icar e esclarecer os pontos rele!antes em que Qou!e di&erenças estatisticamentesigni&icati!as entre membros das di&erentes cooperati!as pesquisadas. $ obWeti!o &oicaracteri ar em que medida a di&erença entre as respostas se de!ia ao &ato dos indi!Lduos pertencerem a cooperati!as di&erentes e, em tendo obtido essa con&irmação buscar elementosque e2plicassem as ra Oes para essa relação. 3a an#lise das entre!istas semi-estruturadas edos documentos coletados utili ou-se da an#lise de conteUdos.

    3o terceiro capLtulo são caracteri adas as cooperati!as estudadas e o per&il dos

    respondentes indi!iduais e elabora-se um quadro percepti!o dos associados em relação ao&uncionamento dos coleti!os. 3esse ponto do estudo, procura-se con&ormar um pano de &undogeral para situar a parte principal da pesquisa, que se desen!ol!e nos capLtulos seguintes.

    nquanto no quarto capLtulo e2plora-se a din mica democr#tica interna dos coleti!os,&ocali ando-se na descrição dos mecanismos e inst ncias da democracia autogestion#ria, noquinto capLtulo a an#lise e!olui para os aspectos da organi ação do trabalQo. Sãoespecialmente analisados% a &orma como se materiali a a di!isão do trabalQo, o grau de

    controle sobre o processo de trabalQo e a mani&estação do &enVmeno Qier#rquico. Sãodiscutidos aspectos bastante importantes para o entendimento e a con&iguração dase2periências de trabalQo coleti!o.

    As relaçOes de propriedade e a &orma como se reali a a apropriação dos e2cedentes sãoabordadas no se2to capLtulo. Procura-se identi&icar se as relaçOes de propriedade constituem-se num impedimento ao pleno e2ercLcio da gestão coleti!a e se ameaçam a integridade dessase2periências. m relação X &orma como se d# a apropriação dos e2cedentes, procura-se!eri&icar se ocorrem relaçOes de assalariamento de tipo capitalista que impliquem, portanto,em e2ploração sobre trabalQo alQeio, eKou se as contrataçOes seriam e!entuais e despro!idasde car#ter necess#rio X reprodução da e2periência associati!a. Por Ultimo, nesse capLtulo,analisa-se a questão da produti!idade do trabalQo e a sua relação com a &orma como sedistribuem os e2cedentes da produção entre os associados. sse aspecto ( importante para asobre!i!ência dos coleti!os, uma !e que, enquanto e2periências econVmicas dentro docapitalismo, são regulados em sua capacidade de sobre!i!ência pelo nL!el de e&iciência produti!a e capacidade de concorrência na produção de mercadorias.

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    $ s(timo capLtulo aborda o conWunto dos indicadores econVmicos das cooperati!as. 3um primeiro momento a an#lise ( centrada nos resultados econVmicos globais dascooperati!as em si mesmas, e&etuando-se num segundo momento uma sLntese geral sobre as

    quatro e2periências e ainda uma comparação pontual entre indicadores t(cnicos e econVmicosde uma ati!idade produti!a condu ida em empresas capitalistas semelQantes. A an#liseeconVmica, em conWunto com as discussOes sobre a organi ação e produti!idade do processode trabalQo pode ser considerada como o nUcleo de todo o trabalQo, e ( onde aparecem ascontradiçOes principais a ser en&rentadas pelos coleti!os.

    3o oita!o capLtulo a preocupação est# em descre!er e analisar aspectos ligados Xideologia dos membros do coleti!o. m que medida os !alores e açOes dessas pessoas le!am

    em conta os ideais socialistas e autogestion#riosf '# estariam sendo gestadas contradiçOesinternas de ordem ideológica que poderiam estabelecer situaçOes de ruptura e in!iabili açãodessas e2periências enquanto iniciati!as de cunQo socialistaf Atra!(s da an#lise das respostase dos documentos coletados ( possL!el adentrar nessa questão de &orma a dei2ar mais claro oque ocorre por debai2o da super&Lcie Rpouco tranq ila dos coleti!os.

    Por &im, o nono capLtulo busca e&etuar uma esp(cie de balanço geral da pesquisatra endo elementos da interrelação entre os !#rios aspectos estudados. $ obWeti!o ( que se

    constitua um quadro de re&erência que permita, coerente com os obWeti!os iniciais do trabalQo,identi&icar as contradiçOes que estabeleçam limites e possibilidades de desen!ol!imentodessas e2periências coleti!istas dentro de uma sociedade capitalista. Ainda no capLtuloconclusi!o, a partir dos limites e dos insigQts obtidos na pesquisa atual, sugere-se uma s(riede possL!eis questOes a ser apro&undadas em outros estudos.

    Ao &inal, portanto, procurou-se analisar as contradiçOes que estabelecem os limites e possibilidades de desen!ol!imento de cooperati!as de produção coleti!a de trabalQadoresrurais a partir de cinco categorias de an#lise% gestão democr#tica_ organi ação do processo detrabalQo_ relaçOes de propriedade e apropriação do e2cedente_ e&iciência econVmica eideologia. spera-se, com isto, que esteWam estabelecidas as condiçOes de an#lise e, portanto,seu alcance.

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    CAP6TULO 1

    ASPECTOS HIST7RICOS:DA COOPERAÇÃO AO COOPERATIVISMO

    1.1 ORI%EM E DESENVOLVIMENTO HIST7RICO DAS E8PERIÊNCIAS DE PRODUÇÃO COLETIVA NÃOTIPICAMENTE CAPITALISTAS

    Segundo CQacon R6 @ , as mais antigas e2periências comunit#rias e as maisduradouras teriam sido reali adas na agricultura. As antigas comunidades agrLcolas basea!am-se tradicionalmente em comunidades &amiliares, em que a propriedade era una, coleti!a eindi!isL!el.

    $s A tecas, po!o origin#rio das Am(ricas, W# conta!am com sistemas comunit#rioscomo o dos Capulli e Altpetlalli, que eram comunidades rurais organi adas X base de laços&amiliares. rata!a-se de grupos de !i inQança e parentesco e os possuidores das terras não podiam !endê-la, sendo as mesmas transmitidas !ia Qerança. A organi ação interna dessainstituição tinQa &isionomia acentuadamente religiosa.

    3as reduçOes WesuLticas do ParaguaiK1rasil RSete po!os das missOes, s(culo :9 , terra, a pequena indUstria e o com(rcio eram controlados pela comunidade. A distribuição dosalimentos era &eita de acordo com as necessidades, sem e2istir circulação de moeda. $ soloera tido em usu&ruto, não sendo transmissL!el por Qerança, e o gado pertencia X comunidade.A economia, que en!ol!ia agricultura, com(rcio e indUstria Restaleiros, relógios, instrumentosmusicais era planeWada e Qa!ia eleiçOes para a escolQa dos representantes Lndios. Por(m, o

    padres WesuLtas reser!a!am-se o direito de !eto sobre as decisOes tomadas RC)AC$3, 6 @ .$ cooperati!ismo Rna &orma como QoWe ( conQecido surge a partir das açOes de

    resistência da classe oper#ria inglesa X introdução do capitalismo que desestrutura!a as antigascorporaçOes de artesãos de o&Lcios. las &oram contempor neas aos primeiros sindicatos tantem termos Qistóricos quanto de obWeti!os. A classe trabalQadora abria duas &rentes de luta,uma atra!(s de gre!es e a outra criando aldeias e empresas cooperati!as autogeridas pelostrabalQadores. m autor e ati!ista que te!e grande in&luência nesta &orma de organi ação &oi

    0obert $Zen, que propunQa que as indUstrias &ossem colocadas sob o controle dos

    6E

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    trabalQadores e os resultados do trabalQo &ossem repartidos equanimemente. Como ooZenismo se torna in&luente no mo!imento de massas, muitos dos pioneiros &undadores daque ( conQecida como a primeira cooperati!a moderna R0ocQdale eram seguidores de suas

    id(ias RS 3* 0, 6 %6 .A ?adruga iugosla!a, outro e2emplo de comunidade &amiliar amparada legalmente,

    e2istiu no perLodo de 6 77-6 76 e compunQa-se basicamente de parentes ligados por sangueou adoção. 3a ?adruga !i!ia-se Wunto e e2plora!a-se a terra e os bens em comum_ os lucros dae2ploração eram di!ididos entre os membros da comunidade, sendo as !iU!as e os ór&ãossustentados pela mesma. Muitas dessas e2periências se locali a!am no meio rural, por(mdesen!ol!iam ati!idades não apenas agrLcolas, combinando-as com o artesanato e pequenas

    indUstrias. 3o M(2ico desen!ol!e-se neste s(culo uma e2periência massi!a de re&orma agr#ria

    que resulta na constituição de milQares de comunidades agrLcolas cQamadas de Widos. Aimport ncia dos Widos para o M(2ico era tão rele!ante que, em 6 7E, cerca de 6K7 da população total do PaLs !i!ia direta ou indiretamente dos Widos7.

    m srael, a partir do inLcio deste s(culo, desen!ol!em-se e2periências integrais deorgani açOes coleti!as, com base no Nibbut e no MosQa!. ssas &ormas de organi ação

    cumprem não só obWeti!os de organi ação da produção, mas tamb(m têm &unçOes militares,!isando inicialmente X criação e posteriormente X coloni ação e de&esa do stado de [email protected] a propriedade no Nibbut ( comunit#ria, sendo registrada em nome do coleti!o_ os bens

    são operados pela comunidade, assim como a mão-de-obra dos associados. A terra pertence aostado de srael. 3o Nibbut , adota-se o princLpio de que o trabalQo de!a ser reali ado por

    seus próprios membros, desestimulando a contratação de trabalQo assalariado, sendo a rendadistribuLda igualitariamente entre os participantes. As crianças são mantidas em crecQes eescolas da comunidade, onde são assistidas e educadas, tendo em !ista que as mães têm odireito e o de!er de trabalQar RS M$3S e 3*0AM, 6 > .

    0osner contrastou os princLpios da organi ação do Nibbut com os da organi ação burocr#tica.

    /uadro 6.6 - Comparação entre princLpios organi ati!os do Nibbut e da 1urocracia

    PrincLpios da organi ação burocr#tica PrincLpios da organi ação do Nibbut

    7

    Atualmente cerca de @T@ Atualmente, cerca de @T da população de srael !i!e em Nibbut im .

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    6. Permanência no posto 6. 0otati!idade nos postos hde trabalQo

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    desde raçOes para animais at( Vnibus para transporte de passageiros, al(m de eletrodom(sticosda linQa branca, m#quinas de comando num(rico, ati!idades de construção ci!il ecooperati!as de comerciali ação e consumo. Al(m disso, o grupo possui um sólido sistema de

    cooperati!as de cr(dito e !#rias escolas t(cnicas e de gestão, dentre as quais a ni!ersidade deMondragón.

    3a nião So!i(tica e nos PaLses socialistas surgidos na segunda metade do s(culo ::no leste europeu, na Fsia e na Am(rica +atina, estimulou-se de &orma marcante odesen!ol!imento de di!ersas &ormas de cooperação na agricultura. Com o obWeti!o de permitir um desen!ol!imento social e econVmico mais acelerado e propiciar o aumento na geração de produtos agrLcolas para consumo da população e mat(rias primas para as indUstrias, as &ormas

    principais de cooperação adotadas nesses PaLses !ariaram entre a propriedade estatal R 0SS eCuba , propriedade comunal RCQina e cooperati!as camponesas de trabalQo coleti!oR)ungria, CQecoslo!#quia, 1ulg#ria, 0omênia, AlemanQa $riental . m alguns paLsessocialistas mante!e-se contudo a &orma de pequenas propriedades &amiliares como &ormadominante na agricultura RPolVnia, ugosl#!ia e 3icar#gua .

    3estes paLses as cooperati!as coleti!as de trabalQadores rurais receberam uma s(rie decondiçOes &a!orecidas e estLmulos para seu estabelecimento e desen!ol!imento e responderam

    pela geração dos principais e2cedentes destinados ao abastecimento do mercado interno. Demaneira geral, essas cooperati!as coleti!as apresenta!am as seguintes caracterLsticas%

    a $ agricultor entra!a com a terra e os meios de produção e a cooperati!a o reembolsa!agradualmente por esses bens, seWa atra!(s da compra dos mesmos, seWa atra!(s da destinaçãode uma proporção da renda distribuLda para os cooperantes que ingressaram com a terra Ressa proporção !ariou entre 7E e

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    e As inst ncias direti!as da cooperati!a em geral eram compostas por uma Assembl(ia *eral,que ( a inst ncia m#2ima de decisão, e por diretorias eleitas pelos associados, com pra o de

    mandato !ari#!el e podendo ou não se reeleger Ra reeleição era !etada na ugosl#!ia . R"+A9 3

    e +A'$ 3 , 6 >>

    3o 1rasil Q# poucos registros Qistóricos com relatos e an#lises de e2periênciascoleti!asKcomunit#rias de produção. $s po!os indLgenas brasileiros tradicionalmentedesen!ol!eram uma economia organi ada com base no modo de produção comunal primiti!o, baseado principalmente na caça, coleta de &rutos e agricultura rudimentar de subsistência.

    Posteriormente, al(m das e2periências desen!ol!idas pelos Lndios *uaranis Rnas

    reduçOes WesuLticas e possi!elmente de e2periências comunit#rias nos /uilombos RPalmares eoutros, sendo muitos remanescentes at( os dias atuais, Q# poucos registros desse tipo dee2periências produti!as R+MA, 6 . 3os s(culos :9 e : : surgiram algumase2periências locali adas de colVnias coleti!istas in&luenciadas pelo socialismo utópicoeuropeu. Pode-se destacar, no Paran#, a ColVnia ere a Cristina, de base cooperati!a R6 7> e,no municLpio de Palmeira, onde organi ou-se no ano de 6 colVnia semelQante RColVniCecLlia , que subsistiu at( 6 7 RC)AC$3, 6 @ .

    amb(m ( digna de nota a e2istência de terras comunit#rias denominadas de &a2inais,especialmente na região sul do 1rasil. $s &a2inais compOe-se em geral de #reas de mata e pastagens, sendo utili ados de &orma comunit#ria &ornecendo pastagem e madeira para usodos moradores. As e2ploraçOes são reali adas de &orma indi!idual pelas &amLlias aliresidentes.

    Ainda no meio rural, ( tradicional o desen!ol!imento de &ormas mais embrion#rias decooperação, tais como os mutirOes, as trocas de dias de ser!iço, as roças comunit#rias. ssas&ormas de cooperação remontam aos tempos da coloni ação e se perpetuam at( os dias atuais.

    las têm origem nas pr#ticas tradicionais dos primeiros colonos portugueses e tamb(m dos po!os a&ricanos, que con&ormaram parte signi&icati!a do campesinato brasileiro. A partir dosanos @E- E, essas &ormas associati!as prim#rias, como as trocas de ser!iço, mutirOes e roçascomunit#rias são estimuladas tanto pelo Partido Comunista 1rasileiro - PC1, como pelossetores progressistas da greWa Católica RMA0 3S, 6 7 .

    Segundo +ima R6 Q# cerca de @EE remanescentes de /uilombos no 1rasil, muitos deles procurandoassegurar na Wustiça o direito constitucional X propriedade coleti!a de suas terras.

    67

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    m relação X cooperação agrLcola nos assentamentos, especialmente nos aspectosligados X organi ação do trabalQo coleti!o, pode-se di!idir o perLodo Qistórico nas seguintesetapas RC$3C0A1, 6 >% < -=7 %

    a PerLodo 6 > -6 7 - origem do MS % nesse perLodo a conquista da terra ( o ei2o centra)a!ia de certo modo uma !isão ingênua de que apenas a conquista da terra W# assegurariaa independência do agricultor. Dentro do mo!imento, a discussão sobre produção eramuito incipiente. A produção das &amLlias !olta!a-se basicamente para o auto-sustento.

    2istia um nL!el de cooperação espont neo, en!ol!endo mutirão e trocas de dias deser!iços_

    b PerLodo 6 7K6 % Com o aumento do nUmero de assentamentos, a questão da produçcomeça a ser mais debatida no mo!imento. A produção de subsistência não assegura odesen!ol!imento econVmico das &amLlias assentadas. A cooperação se organi a em duasdireçOes% atra!(s de pequenos grupos e associaçOes de trabalQo coleti!o Rm#2imo de 6E&amLlias cada , os quais se orienta!am com base em princLpios comunit#rio-religiososRconstruir uma comunidade de irmãos , mais do que obser!ando os princLpios econVmicosde &uncionamento_ e atra!(s da &ormação de grandes associaçOes para comerciali ação dos

    produtos dos assentamentos_c PerLodo 6 K6 =% perLodo de construção do SCA - Sistema Cooperati!ista d

    Assentados, que surge de uma a!aliação sobre os limites do desen!ol!imento sócio-econVmico dos assentamentos, at( então isolados uns dos outros. "ormula-se uma s(rie delinQas polLticas para a organi ação dos assentamentos e tamb(m para a constituição decooperati!as coleti!as. A discussão da cooperação na produção incorpora an#lises dosaspectos sociais e econVmicos, resultando em melQoria da qualidade dos coleti!os&ormados e incremento no &uncionamento dos então e2istentes. Surgem grandescooperati!as de trabalQo coleti!o Ralgumas com mais de 6EE &amLlias en!ol!idas _

    d PerLodo 6 =K6 >% constituem-se di!ersas cooperati!as regionais de comerciali açãligadas ao SCA, que atuam na perspecti!a de massi&icar a cooperação entre as &amLliasassentadas. $s coleti!os !inculam-se a essas cooperati!as, buscando sinergias e açOescomplementares nos campos da industriali ação e na prestação de ser!iços. G um perLodode relati!a crise das e2periências de trabalQo coleti!o_

    e PerLodo atual R6 >K

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    cooperati!as coleti!as. Desse programa começam a surgir elementos t(cnicos eeconVmicos com !istas X orientação tanto metodológica quanto t(cnica e organi ati!a detodas as &ormas de organi ação coleti!a do processo de produção nos assentamentos.

    1.2 A COOPERAÇÃO NA PRODUÇÃO E O MOVIMENTO DOS TRABALHADORES R URAIS SEM TERRA

    $ Mo!imento dos rabalQadores 0urais Sem erra j MS j ( um mo!imento demassas que reUne trabalQadores rurais que lutam pela terra, pela 0e&orma Agr#ria e por uma

    sociedade sem e2plorados e e2ploradores>

    . G uma organi ação de car#ter nacional, comimplantação em praticamente todos os estados brasileiros e que se caracteri a por reali ar lutas massi!as de ocupação de terras !isando pressionar os go!ernos a &im de que reali emdesapropriaçOes de #reas e assentamento de trabalQadores. m geral, após ter conquistado oassentamento, as mobili açOes e pressOes seguem sendo necess#rias tendo em !ista a garantiade condiçOes b#sicas para a !iabili ação das #reas conquistadas e a permanência edesen!ol!imento dessas &amLlias no campo Rcr(dito, educação, assistência t(cnica, in&ra-estrutura social e produti!a, etc.

    $ MS se constitui enquanto organi ação a partir do &inal dos anos >E, como resultadoda in&luência de !#rios &atores, alguns imediatos e outros mais longLnquos, sobre odesen!ol!imento do campo brasileiro. Dentre esses &atores podem-se destacar segundo"ernandes R6 %a a tradição camponesa de luta e resistência pela terra, que passa pelas e2periências de

    Canudos, Contestado, Porecatu, rombas e "ormoso, re!olta do sudoeste do P0 , etc._ b a luta de resistência dos pequenos agricultores e trabalQadores sem terra contra a polLtica

    de desen!ol!imento capitalista do campo implementada pela ditadura militar brasileiranos anos E->E, que resultou, somente na d(cada de >E, em cerca de =E milQOes de pessoas dei2ando o campo rumo Xs cidades_

    c as lutas contra a construção de grandes usinas Qidrel(tricas e pela indeni ação Wusta com oreassentamento das &amLlias desaloWadas Respecialmente com a Qidroel(trica de taipu _

    > $bWeti!os do MS de&inidos em seu primeiro congresso.

    +utas camponesas Qistóricas que marcaram o mo!imento camponês brasileiro, segundo "ernandes R6 . Con&orme estudo reali ado por 9eiga Rcitado por M ++$3 , 6

    6

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    d as lutas mais imediatas pela terra atra!(s das ocupaçOes de lati&Undios nos estados do 0S,SP, MS e SC no segundo lustro dos anos >E_

    e o ressurgimento de lutas oper#rias !ia mo!imento sindical, especialmente no grande A1C,

    em São Paulo_& o trabalQo de conscienti ação e organi ação de base desen!ol!ido pela igreWa

    progressista6E, especialmente setores especL&icos das greWas Católica e de Con&issão+uterana.

    Para *ermer, o MS tem sua origem e base social

    predominantemente no semi-proletariado agr#rio, isto (, entre os pequenos agricultores semi-autVnomos Raqui tamb(m denominados semi-assalariados , cuWa #rea total ( menor que

    m 'aneiro de 6 7, em Casca!el - P0 , ( reali ado o primeiro encontro nacional dostrabalQadores rurais sem terra, que marca a &undação do MS . Desde seu primeiro encontro, (estabelecido um conWunto de obWeti!os, que guiam as di!ersas açOes e inst ncias organi ati!asdo mo!imento e têm uma in&luência signi&icati!a tamb(m sobre as e2periências econVmicasassociati!as desen!ol!idas pelas &amLlias assentadas. m seu segundo congresso essesobWeti!os são ampliados, cabendo destacar alguns mais signi&icati!os%

    6E

    0e&ere-se a setores minorit#rios das re&eridas igreWas, identi&icados com a conscienti ação, organi ação e lutadas camadas populares.

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    a Construir uma sociedade sem e2ploradores e onde o trabalQo tenQa supremacia sobre ocapital.

    b A terra ( um bem de todos. de!e estar a ser!iço de toda a sociedade_

    c *arantir trabalQo a todos, com Wusta distribuição da terra, da renda e das rique as_d 1uscar permanentemente a Wustiça social e a igualdade de direitos econVmicos, polLticos e

    culturais_e Di&undir os !alores Qumanistas e socialistas nas relaçOes sociais_& Combater todas as &ormas de discriminação social e buscar a participação igualit#ria da

    mulQer. RMS , 6 @% <

    Al(m desses aspectos, o MS de&ine três grupos de obWeti!os para o SistemaCooperati!ista dos Assentados - SCA% econVmicos, sociais e org nicos. Como detalQamentodesse conWunto de obWeti!os cabe destacar, em &unção do interesse deste estudo, os sub-obWeti!os que seguem RMS , 6 =% 76-< %

    a "ormar e capacitar quadros para o conWunto das lutas dos trabalQadores_ b contribuir para a construção do Qomem no!o e da no!a mulQer. Cidadãos

    respons#!eis, culturalmente desen!ol!idos, solid#rios e &raternos uns com os outros_c articular a luta econVmica com a luta polLtica e ideológica_d consolidar a organi ação de base do MS _e liberar pessoas para participar dos mo!imentos e organi açOes populares_& ser!ir de retaguarda econVmica do MS _g desen!ol!er a consciência social, com uma no!a !isão de sociedade_Q acumular &orças para a trans&ormação da sociedade.

    sses di!ersos elementos contribuLram para con&ormar gradualmente um conWunto de!alores e obWeti!os polLticos que in&luenciaram a din mica e a lógica de &uncionamento dacooperati!as de trabalQo coleti!o desen!ol!idas pelos agricultores assentados.

    Pelo &ato de o MS a!aliar que as perspecti!as para o e2trato mais pobre da pequena produção &amiliar na agricultura são bastante restritas e que a din mica econVmica capitalistatende a desloc#-los de suas terras para as cidades, mais propriamente para a e2clusão social,

    6

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    passa a ser gradualmente desen!ol!ida a proposta de cooperação agrLcola como alternati!aorgani ati!a e como condição necess#ria a sua sobre!i!ência%

    A pequena produção tem di&iculdade para manter-se nas #reas de in&luência da produção mercantil capitalista. la se mant(m em #reas marginais da economia, de bai2alucrati!idade ao capital, como as terras dobradas, as barrancas acidentadas dos rios e as&ronteiras agrLcolas onde ocupam os espaços !a ios .

    A pequena produção tende a trans&ormar-se,D SAPA0 C 3D$ e aL o propriet#rio perde aterra e os meios de produção_ ou3C$0P$0A3D$ -S ao capital pelo processo da integração aosgrandes comple2os agro-industriais, onde perde at( o poder de decisão sobre a ati!idade produti!a em si e se mant(m arcando com os altos riscos que não atraem a grande empresa_

    0A3S"$0MA3D$ -S em pequeno produtor capitalista na medida em que consegue recursos parain!estir e produ ir em escala_ ou0 $0*A3 ?A3D$ -S . Mas, para isso, necessita da cooperaçãoentre !#rios pequenos agricultores. AL surge a Cooperação AgrLcola. RMS , 6 =% @. *ri&no original

    G com base nessa an#lise que o MS estimula di!ersas &ormas de organi ação da

    cooperação agrLcola nos assentamentos, tais como% mutirOes, la!ouras coleti!as, compraconWunta de m#quinas e equipamentos, associaçOes e cooperati!as para comerciali açãoconWunta e grupos ou cooperati!as de trabalQo coleti!os ou semi-coleti!os.

    Dentre essas di!ersas &ormas, o Mo!imento considera as cooperati!as de trabalQocoleti!o Rdenominadas de cooperati!as de produção agropecu#ria - CPAs como sendo a&orma superior de organi ação da produção% as CPAs &oram implantadas como e2periêncide cooperação no MS a partir de 6 e despontam como uma &orma superior deorgani ação da produção RC$3C0A1-MS , 6 7%

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    da produção para as &amLlias assentadas e mesmo para os pequenos agricultores. sse aspecto pode ser percebido na seguinte a!aliação%

    A maioria de nossas CPAs e grupos coleti!os !em en&rentando, especialmente a partir doUltimo ano, crises que pOem em risco a sua e2istência e por conseq ência, parte importante da proposta de cooperação agrLcola do MS -SCA.A origem dessas di&iculdades não est# claramente determinada. m alguns casos, aparenta ser a &alta de !iabilidade econVmica daquele coleti!o, em outros, ocorre o contr#rio, o sucessoeconVmico da CPA tra conseq ências que le!am o coleti!o at( um impasse.h...- /ual ou quais causas le!aram a essa situaçãof- )# causas comuns aos problemas que a&etam as CPAsf $u são problemas locali ados e quesó estão aparecendo Wuntos nesse momento por coincidênciaf RC$3C0A1, 6 7

    Percebe-se que as e2periências coleti!as e semi-coleti!as de produção, apesar de teremuma import ncia num(rica signi&icati!a66 e de ser consideradas estrat(gicas pelo MS para aconstrução de e2periências superiores de cooperação agrLcola que resultem na permanência edesen!ol!imento das &amLlias assentadas no campo, en&rentam situação de crise latente, quedenotam a presença de contradiçOes internas e e2ternas que necessitam de des!endamento e

    an#lise.

    1.3 COOPERATIVA DE PRODUÇÃO COLETIVA DE TRABALHADORES RURAIS

    0otQscQild- Qitt R6 > , a partir de uma an#lise em cinco organi açOes alternati!as aomodelo burocr#tico desen!ol!idas nos stados nidos na d(cada de >E, propOe um modelo

    teórico para caracteri ar as organi açOes coleti!istas. ssa caracteri ação possui um !i(s por ter sido &ormulada a partir de an#lise de organi açOes pequenas e pouco comple2as, o queresultou em uma conseq ente simpli&icação. Ainda assim representa um importante es&orço desLntese a partir de e2periências concretas que resulta aplic#!el a uma !ariada gama deorgani açOes similares, con&orme o quadro 6.< adiante%

    66 Mais de 6=T do conWunto das &amLlias assentadas, segundo 3C0AK"A$KC0 1K n1, 6

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    /uadro 6.< - CaracterLsticas das organi açOes coleti!istasD 9 ' ; C*?

    Autoridade 0eside na coleti!idade como um todo% só cQega a ser delegada

    temporariamente e est# suWeita a ser cassada. Presta-se obediência aoconsenso da coleti!idade, que ( sempre &luido e aberto Xs negociaçOes.

    3ormas 3ormas estipuladas mLnimas. Prima ia das decisOesad o!,indi!iduali adas_ alguma pre!isibilidade possL!el com base noconQecimento da (tica substanti!a en!ol!ida na situação.

    Controle social $s controles sociais baseiam-se primariamente em atrati!os personalLsticosou moralLsticos e na seleção de pessoal Qomogêneo.

    0elaçOes sociais deal da comunidade. As relaçOes de!em ser Qolistas, pessoais e !aliosas emsi mesmas.

    0ecrutamento eSeleção

    mprego baseado em amigos, !alores sócio-polLticos, atributos de personalidade e conQecimento e aptidOes in&ormalmente a!aliados. $conceito de promoção na carreira não ( signi&icati!o_ não Q# Qierarquia de posiçOes.

    strutura dencenti!os

    $s incenti!os normati!os e de solidariedade são primordiais_ os incenti!osmateriais são secund#rios.

    strati&icação social gualit#ria_ os di&erenciais de recompensa, quando e2istem, são estritamentelimitados pela coleti!idade.

    Di&erenciação Di!isão mLnima do trabalQo_ a administração se combina com as tare&as dee2ecução_ a di!isão entre trabalQo intelectual e trabalQo manual ( redu ida.*enerali ação dos cargos e &unçOes_ pap(is Qolistas. Desmisti&icação daespeciali ação.

    "onte% )all R6 7 _ 0otQscQild- Qitt R6 >

    studo reali ado por 9ieira R6 em uma associação de trabalQo coleti!o locali adanum assentamento da 0e&orma Agr#ria no estado do 0io *rande do Sul, analisou oitodimensOes organi acionais Rautoridade, normas, controle social, relaçOes sociais,

    recrutamento e promoção, estrutura de incenti!os, estrati&icação social e di&erenciação do quese concluiu que a con&iguração organi acional dessa organi ação coleti!a ( congruente com omodelo coleti!ista de organi ação proposto originalmente por 0otQscQild- Qitt. AscaracterLsticas obser!adas e que podem aqui ser tomadas como um re&erencial em termosorgani ati!os de algumas das &ormas coleti!as de produção nos assentamentos, &oram%

    a A base da autoridade reside na coleti!idade como um todo. A Qierarquia ( do coleti!o sobre

    o indi!idual e o poder concentra-se em um Unico nL!el Qier#rquico, representado por toda a

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    coleti!idade. As decisOes são coleti!as e consensuais, tomadas após um processo de ampladiscussão. h...

    b $ grau de &ormali ação ( bai2o. 2istem poucas normas escritas, circunscre!endo-se ao

    estatuto da organi ação. As normas não-escritas surgem con&orme a necessidade dos membrosno desen!ol!imento das ati!idades, ou encontram-se implLcitas na sua lógica de ação ecomportamento.h... $ nUmero de puniçOes para o não cumprimento de normas ( pequeno. mcasos e2cepcionais, as puniçOes são decididas de &orma coleti!a na assembl(ia dosagricultores.

    c $ controle social ( caracteri ado pela alta congruência entre os membros da organi ação e os!alores coleti!os. $ sistema de !alores ( utili ado tanto para manter a coesão social como para e&eito de melQor produti!idade. h... 3ão se obser!ou a presença de super!isão direta, por

    não Qa!er Qierarquia de autoridade que a Wusti&ique. h... A incidência de controles atra!(s da padroni ação de regras ( pequena, em &unção do bai2o grau de &ormali ação da organi ação.

    ntretanto, obser!ou-se a e2istência de controle entre pares, ou seWa, cada membro tende acontrolar as ati!idades que estão sendo desen!ol!idas pelos outros, mesmo que de &ormaimplLcita.

    d As relaçOes sociais são predominantemente in&ormais. h... As comunicaçOes ocorrem emtodas as direçOes e sentidos, de maneira in&ormal, uma !e que não Q# Qierarquia deautoridade. A &ormalidade nas relaçOes sociais ( muito pequena e ocorre apenas na

    assembl(ia dos agricultores, dependendo do assunto a ser tratado.e $ recrutamento ( baseado na ami ade e em !alores sócio-polLticos. $corre apenas durante o

    perLodo do plantio da sa&ra, quando são contratados peOes, em &unção do e2cesso de trabalQoh... $ conceito de promoção e ascensão na carreira não ( signi&icati!o, uma !e que não Q#estrutura Qier#rquica.

    & A estrutura de incenti!os caracteri a-se pela predomin ncia de incenti!os simbólicos. h... $incenti!o material limita-se X obtenção de resultados &inanceiros, decorrentes das ati!idades produti!as que a organi ação desen!ol!e.

    g A estrati&icação social caracteri a-se pela igualdade na distribuição dos resultados &inanceirosentre os membros. 3ão Q# pri!il(gios remunerati!os para determinados membros, que osdi&erenciem dos demais. A organi ação utili a alguns mecanismos para impedir ocrescimento da di&erença de status atribuLda Xs di&erentes tare&as desen!ol!idas, como, poe2emplo, a rotação de tare&as, a distribuição igualit#ria dos resultados &inanceiros e o processo coleti!o de tomada de decisão.

    Q $ grau de di&erenciação ( bai2o, principalmente no que se re&ere ao aspecto !ertical dessadimensão. Contudo, a rotação de tare&as não ( sistem#tica. h... A educação interna ( utili ada

    como tentati!a de desmisti&icar a especiali ação. mbora tenQam optado pela especiali ação

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    em alguns setores de ati!idades, Q# preocupação com que todos saibam e2ecutar todas astare&as. h... A e2ecução de tare&as em grupo ocorre na maioria dos trabalQos internos, masnão ( !ista como um mecanismo utili ado para bai2ar o grau de di&erenciação. D#-se em

    &unção da nature a das ati!idades desen!ol!idas. $s trabalQos e2ternos são normalmenteindi!iduais. R9 0A, 6 p.6-6<

    G importante obser!ar que a organi ação estudada apresentou essas caracterLsticas, em parte, de!ido a% a seu pequeno tamanQo - que parece ter in&luência direta em sua con&iguraçãorgani acional, principalmente no que di respeito a sua estrutura sem Qierarquia deautoridade por cargo ou posição, ao bai2o grau de &ormali ação e ao bai2o grau de

    di&erenciação_ b a tecnologia produti!a utili ada - bastante simples, e2igindo bai2o grau deespeciali ação_ c o ambiente Qostil em relação a essa organi ação coleti!ista e X re&ormaagr#ria, no perLodo estudado, tamb(m contribuiu como &ator de coesão interno ao grupoR9 0A, 6 .

    3a autogestão em nL!el organi acional o grupo controla os meios e os resultados da produção ... hatra!(s do direito de participar em todas as tomadas de decisão, na capacidadede constantemente aumentar o conQecimento t(cnico do grupo e na autonomia legLtima dogrupo para entender !alores e obWeti!os da organi ação RCA09A+)$ 6 =% .

    Prestes Motta e 1resser Pereira R6 caracteri am a organi ação autogerida com base nos seguintes aspectos% a produção cooperati!ada Rassociação !olunt#ria de pessoas queobWeti!a a prestação de ser!iço Xs mesmas, sem !isar lucro _ b princLpio da igualdadeabsoluta entre todos os seus membros_ c reno!abilidade a qualquer tempo dos dirigentes_ daplicação do princLpio de todos os membros se determinarem em conQecimento de causaRassegurar a ampla in&ormação e o conQecimento do todo para que as pessoas possam decidir autVnoma e conscientemente _ e plani&icação pelo coleti!o_ & produção direcionada com bano crit(rio de utilidade X comunidade6< e não !isando ao lucro_ g rotati!idade de tare&as eampliação do trabalQo_ e Q participação igualit#ria nos resultados.

    6< sso pressuporia a reali ação da autogestão em uma sociedade que não a capitalista e a supressão do poder destado% Con!(m lembrar que esta autogestão da economia não ( a democrati ação da economia capitalista, mas

    uma mudança radical de seus &undamentos, pois os produtos de!eriam ser os mais Uteis X comunidade Qumana, e

    não os que permitem a ma2imi ação de lucros dos capitalistas ou o acr(scimo de poder dos stadoscentrali ados. RP0 S S M$ A e 10 SS 0 P 0 0A, 6 %=E

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    Mint berg R6 6_ 6 @ de&ine organi ação mission#ria6= como sendo constituLda com base em uma missão inspiradora tal como mudar a sociedade de alguma &orma, ou mudar os próprios membros da organi ação. Para tanto, essa organi ação desen!ol!e um conWunto de

    !alores, crenças e normas. la procura coordenar a ação de seus membros baseada na padroni ação de normas de conduta, sendo nesse sentido in&le2L!el e não adaptati!a.

    A organi ação mission#ria di&ere das burocracias por ser &racamente estruturada, uma!e que o controle sobre seus membros ( reali ado atra!(s da doutrinação e sociali ação, ouseWa, em sua estruturação emerge gradualmente o controle pelo estabelecimento de !Lnculos!alorati!os67. sse controle ( possL!el porque e2iste a percepção da lealdade dos membros para com a organi ação e sua missão. De!ido a um ele!ado espLrito igualitarista, tende a

    e2istir pouca di!isão do trabalQo nessas organi açOes, estimulando-se a rotação de tare&as emlugar da especiali ação dos ser!iços.

    3o presente trabalQo, con&orme anteriormente dito, considerar-se-ão como? + @* ) +

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    CAP6TULO 2

    METODOLO%IA DA PES&UISA

    A presente pesquisa busca estabelecer atra!(s de um amplo estudo descriti!o umretrato comple2o e din mico do &uncionamento das cooperati!as de produção coleti!a detrabalQadores rurais. Diante desse desa&io, optou-se pela metodologia de estudo comparati!ode casos utili ando-se de di&erentes mecanismos de coleta de dados, tais como o question#rio,a entre!ista semi-estruturada, a consulta a documentos e arqui!os e as entre!istas não-estruturadas.

    As questOes que guiaram todo o desen!ol!imento da pesquisa &oram%q /uais elementos e contradiçOes presentes nas cooperati!as de produção coleti!a de

    trabalQadores rurais têm in&luência signi&icati!a em termos de de&inir limites e possibilidades para seu desen!ol!imento sócio-econVmicof

    q /uais &atores RobWeti!os e subWeti!os estabelecem possibilidades de des!ios eKoudesagregação dessas e2periências em relação a seus obWeti!os originaisf

    q /ue tipos de mani&estaçOes Rideológicas, culturais, econVmicas contraditórias com os

    ideais socialistas mani&estam-se nessas cooperati!asfq /ue &ormas de pressão têm so&rido essas e2periências no sentido de sua acomodação X

    lógica própria do capitalismofq G possL!el identi&icar tendências &uturas de desen!ol!imento econVmico e social dessas

    cooperati!as de trabalQo coleti!of

    $ estudo utili ou-se de abordagem metodológica descriti!o-qualitati!a,

    complementada por elementos de an#lise quantitati!a. Para 1ruYneet al . R6 6%

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    na rede comple2a dos &atos, dos &enVmenos h... , constitui obWetos de pensamento por an#lisabstração e deles dedu implicaçOes .

    3o limite, o que se quer ( identi&icar caracterLsticas e tendências gerais presentes nas

    cooperati!as de trabalQo coleti!o de trabalQadores rurais a &im de melQor entender e e2plicar suas din micas e contradiçOes internas.

    A grande &orça do estudo de caso ( a Qabilidade em lidar com uma grande !ariedade dee!idências - documentos, arte&atos, entre!istas e obser!açOes Rk 3, 6 > . 3o presenteestudo, a escolQa da amostra le!ou em conta a contribuição que cada cooperati!a poderia proporcionar para o entendimento da din mica dos coleti!os dos assentamentos em umconte2to capitalista, mas não necessariamente sob uma lógica estrita de replicação. 1usca-se

    uma melQor e2plicação dos &enVmenos em sua comple2idade a partir do estudo do mesmotipo de organi açOes em realidades e est#gios distintos.

    $ptou-se por reali ar um cru amento amplo de t(cnicas qualitati!as e quantitati!as para a coleta e an#lise de dados. Com isso, espera-se ter con&ormado um quadro &actual ee2plicati!o mais completo.

    Para a obtenção de dados prim#rios, reali aram-se, num primeiro momento,entre!istas não-estruturadas com dirigentes nacionais e t(cnicos da C$3C0A1 que atuam

    Wunto Xs cooperati!as de produção coleti!a nos assentamentos de 0e&orma Agr#ria. $ obWeti!odessa primeira entre!ista &oi identi&icar aspectos a ser incluLdos na &ormulação do question#rioe do roteiro de entre!istas.

    A partir da Re durante a aplicação dos question#rios surgiram algumas questOes paraas quais uma melQor compreensão e2igiu a reali ação de entre!istas semi-estruturadas!isando obter uma e2plicação adequada dos &enVmenos. Por outro lado, a busca do resgate deaspectos Qistóricos cQa!es na !ida dos coleti!os e a !isãoKpercepção de suas lideranças sobrequestOes cruciais da pesquisa tamb(m indicaram a utili ação de entre!istas semi-estruturadascomo sendo o mecanismo mais adequado para a coleta desses dados.

    Con&orme kin R6 >%

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    $utra &onte de dados prim#rios utili ada &oi a obser!ação direta. "oram obser!adasreuniOes, o processo normal de trabalQo e as relaçOes Qabituais entre os membros do coleti!o.A obser!ação direta ( usada quando uma !isita de campo pode aWudar a captar os

    comportamentos rele!antes ou as condiçOes ambientais necess#rias para conte2tuali ar a pesquisa Rk 3, 6 > . A obser!ação direta &oi planeWada mediante a elaboração de uma listde cQecagem de pontos a ser obser!ados durante as !isitas Xs cooperati!as.

    !identemente, esse tipo de t(cnica de coleta de dados poderia possibilitar aocorrência de algum !i(s na interpretação dos resultados, pois o in!estigador, de!ido a suae2periência anterior com coleti!os, e!entualmente possui pr(-concepçOes acerca dos &atos esente-se sensibili ado pelo grupo em estudo. Aqui !ale a ressal!a &eita anteriormente sobre a

    busca de triangulação de dados e in&ormaçOes, que ( desdobrada a seguir.1uscou-se a triangulação das in&ormaçOes a partir de algumas medidas tais como% a

    aplicação de question#rios estruturados_ b reali ação de entre!istas semi-estruturadas comdirigentes e membros das cooperati!as_ c obser!açOes oriundas da participação direta e daobser!ação de arte&atos &Lsicos e atra!(s de &otogra&ias_ d consulta e cópia de documentosoutros dados secund#rios_ e obser!ação participante do autor neste momento da !ida doscoleti!os. Para as questOes que suscitaram dU!idas ou di&erentes !ersOes de interpretação com

    um tipo de coleta, buscou-se uma complementação de in&ormação atra!(s da utili ação deoutro instrumento de pesquisa.

    $s dados secund#rios &oram obtidos atra!(s de% consulta a relatórios arqui!ados_documentos internos das cooperati!as Ratas, relatórios, registros, organogramas, etc. _ publicaçOes e documentos internos da Con&ederação das Cooperati!as de 0e&orma Agr#ria do1rasil - C$3C0A1.

    A an#lise dos dados &oi e&etuada da seguinte &orma% os dados prim#rios obtidos pelaplicação de question#rios &oram analisados atra!(s de estatLstica descriti!a utili ando-se do programa SPSS. 3as entre!istas semi-estruturadas e&etuou-se a an#lise de conteUdos. $sdados secund#rios &oram estudados atra!(s da an#lise documental.

    endo em !ista as caracterLsticas do estudo, especialmente no que toca X &orma decomposição e seleção da amostra de respondentes, mas principalmente X escolQa intencionalde uma amostra de CPAs a ser pesquisadas, os resultados encontrados na pesquisa apresentamalgumas limitaçOes quanto a sua generali ação para o conWunto de cooperati!as coleti!as nosassentamentos de 0e&orma Agr#ria, seWa no Sul, seWa em nL!el de 1rasil, ou mesmo em outrossegmentos de cooperação no trabalQo que não a agricultura. A &im de ampliar e generali ar a

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    !alidade das conclusOes a que se cQegou serão necess#rios estudos complementares quecon&irmem ou não as obser!açOes aqui relatadas.

    Para a con&ormação da amostra de cooperati!as, inicialmente partiu-se de uma

    listagem de =E cooperati!as de produção coleti!a de trabalQadores rurais !inculadas ao MSna região Sul do 1rasil, &ornecida pela Con&ederação das Cooperati!as de 0e&orma Agr#ria do1rasil - C$3C0A1.

    A composição da amostra da pesquisa &oi intencional. A seleção &oi &eita a partir deuma tipologia preliminar de&inida especi&icamente para &ins da amostragem. Para essa seleçãooptou-se pela composição de uma mescla entre três crit(rios b#sicos% aidade Rde&inida peladata de &undação , odesenvolvimento das forças produtivasRmensurado para e&eitos de

    composição de amostra pelo ati!o &i2o e &aturamento anual e o tamanQo Rconsiderado com base no nUmero de &amLlias associadas . $s crit(rios &oram considerados com base nasseguintes ra Oes%

    a Idade' $ &ator idade, em correlação com outros &atores, in&luencia em uma s(rie deaspectos organi acionais tais como a possibilidade de criação e consolidação da culturaorgani acional, o desen!ol!imento em maior ou menor grau de comportamentos

    ideológicos dos estratos sociais componentes do coleti!o, o grau de maturação edesen!ol!imento de estrat(gias econVmicas, etc. G lLcito supor que cooperati!as comidades di&erenciadas possam Rem interrelação com os outros &atores ter desen!ol!imentosdi&erenciados quanto aos di!ersos aspectos relacionadas X de&inição e implementação deestrat(gias de desen!ol!imento que impliquem no surgimento de contradiçOes queestabeleçam limites e possibilidades de desen!ol!imento.

    b (esenvolvimento das forças produtivas'utili aram-se os indicadoresvalor dos ativos fi)os e faturamento anual da CPA para compor esse &ator. sses indicadores &oramescolQidos tendo em !ista sua interação com di!ersos aspectos nos campos ideológico eeconVmico e sua in&luência sobre o surgimento de contradiçOes, tanto internas quantoe2ternas aos coleti!os, que serão obWetos do presente estudo.

    c Taman o da !ooperativa' omou-se por base o nUmero de &amLlias componentes doquadro associati!o das CPAs. A opção por esse indicador de!e-se a que a ocorrência deuma s(rie de contradiçOes perpassa as unidades &amiliares que englobam o corpo de

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    associados, a&etando, portanto, a din mica interna do coleti!o como tamb(m porque, emgeral, a renda au&erida pelos associados ( a!aliada pelos mesmos em termos do agregado&amiliar. A !ariação quanto ao nUmero de &amLlias associadas coloca perante os coleti!os

    o desa&io de responder a necessidades di&erenciadas das mesmas e de utili ar-se de potenciais produti!os di&erenciados, enriquecendo as possibilidades de an#lise.

    Para a composição da amostra, reali ou-se uma pr(-seleção R basicamente a partir docrit(rio disponibilidade e con&iabilidade de dados dentre as mais de trinta CPAs e grupos detrabalQo coleti!o e2istentes nos assentamentos de 0e&orma Agr#ria da 0egião Sul do 1rasil.

    nicialmente &oram escolQidas tre e CPAs, que propiciaram uma combinação signi&icati!a

    com base nos crit(rios de seleção, representando uma s(rie de situaçOes-tipo e assegurandomaior probabilidade de identi&icação dos &enVmenos obWetos do presente estudo. A partir daselecionaram-se quatro cooperati!as para compor a amostra &inal.

    A seleção dos respondentes aos question#rios Rinternamente Xs cooperati!asselecionadas deu-se de &orma aleatória, assegurando-se uma composição proporcional entreos membros das quatro CPAs selecionadas. m cada cooperati!a &oram listados todos osassociados com plenos direitos, atribuLram-se nUmeros indi!iduais e sorteados de acordo com

    o nUmero de entre!istados correspondente a cada CPA. Por moti!o de substituição de pessoasque e!entualmente esti!essem ausentes do coleti!o no momento da pesquisa, &oram pr(-sorteados alguns nomes de reser!a Rque &oram utili ados em grande parte dos casos . 3ão &oie&etuada composição proporcional da amostra em termos de se2o, idade, etnia, ou outro &ator que não a composição proporcional por cooperati!a. )ou!e casos em que não &oram incluLdas pessoas que esta!am em perLodo de est#gio para ingresso na cooperati!a RC$PA9 e Wo!enstrabalQadores não considerados pelo coleti!o como sócios plenos Rcaso C$$P 0 3 5$ .

    0esponderam ao question#rio 7 associados de quatro cooperati!as de produçãocoleti!a de trabalQadores rurais situadas nos estados de Santa Catarina R6 , 0io *rande do SulR6 e Paran# R< . A pesquisa de campo &oi desen!ol!ida no perLodo de 3o!embroK 'aneiroK

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    Cooperati!a n.Jentre!istado

    s

    nJ de sóciosnas

    cooperati!a

    s

    T sobre totalde sócios da

    CPA

    T sobre totalda amostra

    T sK população

    R7 CPAs

    C$$P A0 >

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    CAP6TULO 3

    HIST7RICO E CARACTERI AÇÃO

    3.1 HIST7RICO E CARACTERI AÇÃO DAS COOPERATIVAS ESTUDADAS

    "oram estudadas quatro cooperati!as de produção coleti!a de trabalQadores rurais%Cooptar, Copa!i, Coopcal e Cooperunião. A seguir ( &eita uma descrição detalQada de algunsaspectos Qistóricos e sócio-econVmicos de cada CPA.

    3.1.1 C ? A5< / < * C* *+* - COOPTAR

    A Cooperati!a de produção agropecu#ria Cascata - C$$P A0 &undada emE KE

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    anos o culti!o de cerca de @E Qa de terra do coleti!o &oi comprometido e2clusi!amente com a&inalidade de produ ir soWa para pagar a dL!ida, contratualmente inde2ada em sacas de soWa.

    3esse perLodo inicial ocorre tamb(m um acentuado descasamento entre a

    disponibilidade de mão-de-obra e a e2istência de postos de trabalQo, uma !e que a carênciade terra e de recursos &inanceiros e produti!os de um lado e a disponibilidade de pesadamaquinaria poupadora de trabalQo de outro propicia!am um permanente desequilLbrioeconVmico-produti!o ao coleti!o.

    sse perLodo caracteri ou-se pela e2trema carência de recursos e de condiçOes ruins dealimentação, moradia, etc. Com isso aconteceram di!ersas desistências de membros docoleti!o. m 6

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    A Cooperati!a de Produção Agropecu#ria 9itória +tda. &oi &undada em E6KE>K6 = locali a-se no proWeto de assentamento Santa Maria, que margeia o perLmetro urbano domunicLpio de ParanacitY, na região noroeste do stado do Paran#.

    A #rea de departamentos Rquatro ligados ao setor de produção%

    6> ssa de&inição de que as pessoas que queiram trabalQar em regime indi!idual-&amiliar tenQam de sair da #reado coleti!o ( inclusi!e uma orientação da C$3C0A1-MS no sentido de, por um lado, assegurar que cada&amLlia tenQa direito X terra, seWa na &orma indi!idual-&amiliar seWa na coleti!a e, por outro, assegurar condiçde estabilidade para a sobre!i!ência de algumas e2periências associati!as a!ançadas, que estariam ameaçadascaso submetidas a um gradual processo de parcelamento de sua #rea de terra. sso geraria uma instabilidadeinstitucional que contribuiria para a in!iabili ação progressi!a dos coleti!os.6 PerLodo probatórioKsociali ador por que os postulantes a sócios da CPA de!em passar para !i!enciar o coleti!o

    e !eri&icar a sua adaptação X din mica do mesmo, assim como de parte do coleti!o, para !eri&icar se a pessoa (adequada as suas necessidades e caracterLsticas.

    =7

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    la!oura, pecu#ria, Qorta e indUstria_ três ligados ao setor de apoio% ser!iços, administração eliberados6 . $s departamentos, por sua !e , subdi!idem-se por ati!idades RlinQas de produção , con&orme o caso.

    $s espaços para discussão sobre a produção são as reuniOes dos departamentos esetores e em seguida os nUcleos de &amLlias. Mas a responsabilidade principal pela elaboraçãodos p