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COOPERAÇÃO INTERNACIONAL EM MATÉRIA PENAL Danilo Andreato Assessor Jurídico da Secretaria de Cooperação Internacional da Procuradoria Geral da República (SCI-PGR). Mestre em Direito (PUC/PR). Especialista em Direito Criminal (UniCuritiba). Titulado em Formação Especializada em Direitos Humanos (Universidade Pablo de Olavide – Sevilha, Espanha). www.daniloandreato.com.br

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COOPERAÇÃO INTERNACIONAL EM MATÉRIA PENAL

Danilo AndreatoAssessor Jurídico da Secretaria de Cooperação Internacional

da Procuradoria Geral da República (SCI-PGR).Mestre em Direito (PUC/PR).

Especialista em Direito Criminal (UniCuritiba).Titulado em Formação Especializada em Direitos Humanos

(Universidade Pablo de Olavide – Sevilha, Espanha).www.daniloandreato.com.br

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❖ PANORAMA HISTÓRICO

• Primeiros tratados

- Extradição

- Faraó Ramsés II (Egito) e Hatisuli (rei dos Hititas) (1280 a.C.)

• Direito consuetudiário

• Pós-Segunda Guerra Mundial

- Nova hermenêutica constitucional

- Estado Democrático de Direito

* DUDH (1948)

* Constituição alemã (1949)

* CF/88

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❖ BRASIL E SUAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Princípios (art. 4º, CF)

I – independência nacional

II - prevalência dos direitos humanos

III – autodeterminação dos povos

IV – não intervenção

V – igualdade entre os Estados

VI – defesa da paz

VII – solução pacífica dos conflitos

VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo

IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade

X – concessão de asilo político

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• Conceitos

→ Cooperação penal internacional

→ Cooperação penal ativa

→ Cooperação penal passiva

→ Autoridade Central

• Efetividade da justiça

• Efetivação dos direitos fundamentais

• Solidariedade internacional (favor commissionis)

• Gradualidade dos requisitos

• Mentalidade

* coordenação vs. subordinação

* unidade fática (ex.: rebeliões em presídios vs. extradição)

❖ COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

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• CF/88, arts. 5º, 102, 105 e 181

• CPP, arts. 1º, I, 368, 369, 783-790

• CP, arts. 7º-9º

• Lei 9.605/98 (Lei Penal Ambiental), arts. 77-78

• Lei 9.613/98 (Lavagem de Dinheiro), art. 8º

• Lei 11.343/06 (Drogas), art. 65

• Lei 11.440/06 (Serviço Exterior Brasileiro), art. 16

• Lei 12.850/13 (Organização Criminosa), art. 9º

• Lei 13.344/16 (Tráfico de Pessoas), arts. 3º e 5º

• Lei 13.445/17 (Migração), arts. 81-105

• LINDB, arts. 12, 13 e 17

• CPC/2015, arts. 26-41 e 960-965

❖ LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

• Tratados, Convenções, Acordos, Protocolos

• RISTJ, arts. 216-A a 216-X

• RISTF

• RIGabPGR (Portaria PGR/MPF n. 556/2014)

• Resolução CSMPF n. 178/2017 (PCI)

• Instrução Normativa CNJ n. 01/2010 (difusões vermelhas)

• Portaria Conjunta PGR/MJ/AGU n. 01/2005

• Portaria MJ n. 1.876/2006

• Portaria Interministerial MJ/MRE n. 501/2012

• Portarias MJ 521 (RISNJ) e 572/2016 (transf. condenados)

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❖ PRINCÍPIOS DA COOP. PENAL INTERNACIONAL

• Princípio da especialidade instrumental ou especificidade

- restrições ao uso da prova

• Princípio da especialidade normativa

- tratado = lex specialis (art. 1º, I, CPP)

- “Cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte” (art. 26, caput, CPC/15)

- soberania, ordem pública e bons costumes (art. 17, LINDB)

- regra: lei do lugar da diligência (lex diligentiae)

• Princípio da confidencialidade

- eventual imposição de sigilo pela lei estrangeira

- SV 14 (STF)

- art. 23, Lei 12.527/11 (LAI)

- art. 26, III, CPC/15

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❖ PRINCÍPIOS DA COOP. PENAL INTERNACIONAL (2)

• Princípio da recusa motivada

- garantias constitucionais (discriminação, crime político/militar, tribunal ad hoc etc.)

- ordem pública

- na dúvida, a favor do pedido (favor commissionis)

- “Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou

que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado

brasileiro” (art. 26,§3º, CPC/15)

- “O pedido passivo de cooperação jurídica internacional será recusado se configurar manifesta

ofensa à ordem pública” (art. 39, CPC/15)

• Princípio da continuidade da relação jurídica processual internacional

- dever universal de persecução criminal

- ideal de justiça penal global

- decorrência das restritas hipóteses de recusa da cooperação

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❖ PRINCÍPIOS DA COOP. PENAL INTERNACIONAL (3)

• Princípio da reciprocidade

- art. 26,§1º, CPC/15

- Obs.: No extradiction without treaty

• Princípio da legalização documental simplificada

- trâmite por Autoridades Centrais

* prescinde de tradução juramentada

* dispensa autenticação consular

* art. 41, CPC/15

- tradução oficial: suficiente

* Ex.: SCI-PGR

- funções notariais dos cônsules (Decreto 8.742/2016) (Decreto 84.451/1980)

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❖ PRINCÍPIOS DA COOP. PENAL INTERNACIONAL (4)

• Princípio do devido processo legal

- Constituição, PSJCR (CADH) e demais tratados

- nacionais e estrangeiros: isonomia

- direito de defesa

- art. 26, I e II, CPC/15

• Princípio do contraditório

- dupla dimensão (formal e substancial)

- duplo controle (Estado requerente e Estado requerido)

- Medida inaudita altera pars

* contraditório diferido

* SV 14 (STF)

* art. 216-Q, RISTJ

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❖ PRINCÍPIOS DA COOP. PENAL INTERNACIONAL (5)

• Princípio da lex loci

- regra: execução com base na lei local (lex diligentiae)

- exceção: observação de certas formalidades do Estado requerente

* tratado/promessa de reciprocidade

* respeito à ordem pública local

ex.1: TIR, TCA (Portugal);

ex.2: antecedência da intimação para julgamento recursal (França)

• Princípio da dupla incriminação (dupla tipicidade)

- medidas mais graves/invasivas (3º nível)

* ex.: extradição e confisco

Obs.1: viabilidade de confisco cível (sem dupla incriminação) (Convenção de Mérida)

Obs.2: medidas de 2º nível: intimidade e patrimônio (bloqueio de bens, quebra de sigilo etc.)

Obs.3: medidas de 1º nível: simples comunicação processual

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❖ PRINCÍPIOS DA COOP. PENAL INTERNACIONAL (6)

• Princípio do reconhecimento mútuo

- imediatidade executória da decisão/pedido estrangeiro

* prisão

* coleta de provas

- celeridade

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CHINA (Dec. 6.282/07)COREIA DO SUL (Dec. 5.721/06)

BÉLGICA (Dec. 9.130/17)ESPANHA (Dec. 6.681/08)FRANÇA (Dec. 3.324/99)ITÁLIA (Dec. 862/93)NIGÉRIA (Dec. 7.582/11)PORTUGAL* (Dec. 1.320/94)REINO UNIDO (Dec. 8.047/13)SUÍÇA (Dec. 6.974/09)TURQUIA (Dec. 9.065/17)UCRÂNIA (Dec. 5.984/06)

CANADÁ (Dec. 6.747/09)COLÔMBIA (Dec. 3.895/01)CUBA (Dec. 6.462/08)EUA (Dec. 3.810/01)HONDURAS (Dec. 8.046/13)MÉXICO (Dec. 7.595/11)PANAMÁ (Dec. 7.596/11)PERU (Dec. 3.988/01)SURINAME (Dec. 6.832/09)

CPLPMERCOSUL (San Luis)OEA (Nassau)UNCACUNTOCVIENA

❖ 20 MLATs VIGENTES (SET/2018)

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• Extradição

• Transferência de procedimentos

• Repatriação de bens e ativos

• Oitivas (testemunha/investigado/réu)

• Localização de pessoas/bens

• Busca e apreensão

• Atos de comunicação processual

• Obtenção de documentos e dados (ex.: bancários)

• Videoconferência/Teleconferência (Conference Call)

• Indisponibilidade de bens

• Transferência voluntária de pessoas não condenadas (ex.: vítimas, colaboradores)

• Transmissão espontânea de informações

• Transferência de condenados

• Etc.

❖ MEDIDAS DE COOPERAÇÃO

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• Pedidos de cooperação ativa (Brasil = requerente)- Justiça comum (estadual ou federal)

- MPF ou MPE

- Justiça especial (militar ou eleitoral)

- MP respectivo

• Pedidos de cooperação passiva (Brasil = requerido)

- Justiça Federal (art. 109, II, III e X, CF)

- MPF

• Extradição passiva

- STF (102, I, “g”, CF)

• Rogatória passiva

- STJ (art. 105, I, “i”, CF)

❖ COMPETÊNCIA/ATRIBUIÇÃO PARA MEDIDAS DE COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

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❖ AUTORIDADE CENTRAL

• Conceito

• Ideia de concentração

• Órgão intermediador

• Quem é?

• Formas de indicação

- no próprio Tratado (acordos bilaterais)

- por Declaração unilateral (acordos multilaterais)

• CPP: silente

• CPC/15, art. 26,§4º (em tratados extrapenais)

“O Ministério da Justiça exercerá as funções de

autoridade central na ausência de designação específica”.

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❖ AUTORIDADE CENTRAL

Atribuições

• Recebimento e transmissão dos pedidos de cooperação

• Análise e adequação das solicitações

• Orientações aos solicitantes

• Coordenação e acompanhamento da execução

• Propostas e fomento para aperfeiçoamento do sistema

• Articulação e integração

• Atuação conjunta

- MRE

- Redes de cooperação

- Oficiais de ligação

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❖ AUTORIDADE CENTRAL

Atribuições (2)

• Juízo de admissibilidade administrativo

• Evitar falhas na comunicação internacional

• Evitar trâmite de pedidos inadequados

• Evitar adoção de mecanismos inadequados

• Desprovido de execução direta (se não MP)

- apoio da Polícia (canal Interpol)

- cumprimento pela via administrativa

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❖ AUTORIDADE CENTRAL

• Não satisfeitos os requisitos

- devolução

• Principais motivos

- má qualidade da tradução

- dados equivocados

- deficiência na narrativa / insuficiência de dados

- homônimos (insuficiência da qualificação)

→ sobrenome espanhol

- ausência de quesitos (depoimento/interrogatório)

• Cabível documentação complementar, retificação dos dados

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❖ AUTORIDADE CENTRALImportância

• Facilita e acelera trâmite dos pedidos

• “Elimina” intermediação do MRE

• Autenticidade da documentação

• Conhecimento das peculiaridades das contrapartes

• Centralização

- Celeridade

- Eficiência

Obs.: art. 26, IV, CPC/15

• existência de AC para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação

• crítica: AC não detém monopólio dessa atividade

Ex.: legalização consular de documentos obtidos no exterior (Conv. Viena de 1963)

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❖ AUTORIDADE CENTRAL

• Executivo

- responsável por relações exteriores do Brasil

- não pode controlar pedidos de cooperação penal

→ Princípio da separação dos Poderes

→ art. 129, I, CF

- MLA não é assunto de governo

- AC (Executivo) não deve ser única via para persecução transnacional

- validade da prova

→ obtenção conforme lex diligentiae

→ remessa ao Brasil por canal adequado

* AC

* MRE ou

* entre autoridades competentes por legalização consular

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❖ AUTORIDADE CENTRAL

Identificação

• DRCI-MJ

• SCI-PGR

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❖ AUTORIDADE CENTRAL

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

Departamento de Recuperação de Ativos e

Cooperação Jurídica Internacional (DRCI)Obs.: art. 12, IV e V, do Anexo I do Decreto 9.150/2017 (DOU 05.09.2017)

- alterou estrutura do MJ

• Convenção sobre Aspectos Civis do Sequestro

Internacional de Crianças (Haia, 1980)

• Convenção relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de

Adoção Internacional (Haia, 1993)

• Convenção Interamericana sobre Restituição Internacional de Menores

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❖ AUTORIDADE CENTRALMINISTÉRIO DA JUSTIÇA

Departamento de Recuperação de Ativos e

Cooperação Jurídica Internacional (DRCI)

• Art. 12, Anexo I, Decreto 9.150/2017 (atribuições)

• Extradição

• Transferência de condenados

• Transferência de execução da pena

• Interlocução com

- SCI-PGR

- MRE

- PF

- Interpol

- VEPs

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❖ AUTORIDADE CENTRAL

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

Departamento de Recuperação de Ativos e

Cooperação Jurídica Internacional (DRCI)

• Art. 12, Anexo I, Decreto 9.150/2017 (atribuições)

• AC para tratados de cooperação jurídica internacional (maioria)

• Recebimento, análise e transmissão de pedidos de cooperação

• Articulação de políticas públicas

• Negociação de acordos de cooperação

• Coordenação da atuação estatal em:

- recuperação de ativos

- cooperação internacional

- prevenção/repressão à lavagem de dinheiro e criminalidade transnacional

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❖ AUTORIDADE CENTRALPROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA

Secretaria de Cooperação Internacional (SCI)

• Convenção sobre Prestação de Alimentos no Estrangeiro

- CNY (Decreto 56.826/1965)

Obs.: Convenção de Haia sobre Alimentos (Dec. 9.176/2017 – DOU 20.10.17)

* AC ainda não designada → MJ (DRCI) (art. 26,§4º, CPC)

• Convenção de Auxílio Judiciário em Matéria Penal entre

os Estados Membros da CPLP

- Decreto 8.833/2016 e Decreto 8.861/2016 (ACs brasileiras)

• Tratado de auxílio jurídico penal entre Brasil e Canadá

- Decreto 6.747/2009

MP → AC

• Art. 129, I e IX, CF

• Manejo de instrumentos processuais penais

• Produção de provas na persecução penal

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❖ SECRETARIA DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Origem, Funções, Estrutura e Atividades

• Unidade CJI: criada em 2005 (SCI: 2013)

• Integra Gabinete do PGR

• Facilita acesso de autoridades estrangeiras e

organismos internacionais a informações

• Assessora PGR e membros do MPF no Brasil

• Planejamento, execução e coordenação da CJI

• Grupo de Apoio

• Estudos e eventos

• Interlocução com instituições e foros para cooperação internacional

• Tradução

Arts. 32 e 33, RIGabPGR

(Portaria PGR/MPF 556/2014)

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❖ SECRETARIA DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

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❖ ATUAÇÕES ESPECIALIZADAS EM COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Procuradorias da República

• 8º Ofício - PRAM

• 5º Ofício - PRAP

• 2º Ofício Criminal - PRPA

• 1º Ofício Cível - PRPB

• 15º Ofício NCC - PRGO

• 5º Ofício Cível - PRES

• 10º, 21º e 34º Ofícios – PRRJ

• 3º Ofício Criminal - PRRS

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❖ ATUAÇÕES ESPECIALIZADAS EM COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Varas Federais Criminais

• 9ª Vara Federal do Rio de Janeiro/RJ

• 13ª Vara Federal de Curitiba/PR

• 7ª Vara Federal de Florianópolis/SC

• 7ª Vara Federal de Porto Alegre/RS

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❖ ATUAÇÕES ESPECIALIZADAS EM COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Varas Federais Cíveis

• Exceto CE, RN, PB, PE, AL e SE

• Demais Seções Judiciárias

- ao menos 1 VF da Capital especializada

em sequestro internacional de crianças

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❖ INSTRUMENTOS DA COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

Comunicação de atos processuais

• Citação, intimação, notificação

• Investigação, ação penal ou execução penal

• Desnecessidade de dupla incriminação (regra)

• Citação no exterior (rogatória ou MLA)

- suspensão do prazo prescricional (art. 368, CPP)

• Citação, intimação e notificação em legações estrangeiras no Brasil

- por carta rogatória (art. 369, CPP)

- legações estrangeiras

→ consulados, embaixadas e sedes de organizações internacionais

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❖ INSTRUMENTOS DA COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

Extradição (1/2)

• Mecanismo tradicional

• arts. 81-99, Lei 13.445/2017 (LM)

• Brasil

- 29 tratados bilaterais

- 3 multilaterais (esp.) (2 no Mercosul e 1 CPLP)

Obs.: No extradiction without treaty

• Incide sobre investigado, réu ou condenado

• Ato entre Estados

• Pessoa pode ser extraditada para

- responder ação penal (extradição instrutória)

- cumprir pena (extradição executória)

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❖ INSTRUMENTOS DA COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

Extradição (2/2)

• Extradição de nacionais

- limitações constitucionais

→ art. 5º, LI e LII, CF

• Extradição ativa

- qualquer juiz/tribunal brasileiro

→ ex officio ou provocado pelo MP

• Extradição passiva

- STF (art. 102, I, “g”, CF)

- Lei 13.445/2017

- prisão: condição essencial (STF)

Extraditam Não extraditam

Argentina Brasil

Cabo Verde Costa Rica

Chile Cuba

Colômbia Equador

El Salvador Nicarágua

Espanha Panamá

EUA

Guatelama

Honduras

Itália

México

Paraguai

Peru

Portugal

Reino Unido

Rep. Dominicana

Uruguai

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❖ INSTRUMENTOS DA COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

Tratados de Extradição (SET/2018)

Argentina – 1961 – Decreto 62.979/1968

Austrália – 1994 - Decreto 2.010/1996

Bélgica – 1953 - Decreto 41.909/1957

Bolívia – 1938 - Decreto 9.920/1942

Chile – 1935 - Decreto 1.888/1937

China – 2004 – Decreto 8.431/2015

Colômbia –1938 - Decreto 6.330/1940

Coreia do Sul –1995 – Decreto 4.152/2002

CPLP – 2005 – Decreto 7.935/2013

Equador – 1937 - Decreto 2.950/1938

Espanha – 1988 - Decreto 99.340/1990

EUA – 1961- Decreto 55.750/1965*

França – 1996 - Decreto 5.258/2004

Índia – 2008 – Decreto 9.055/2017

Itália – 1989 - Decreto 863/1993

Lituânia – 1937 - Decreto 4528/1939

Mercosul – 1998 – Decreto 4.975/2004

Mercosul, Bolívia e Chile – 1998 - Dec. 5.867/06

México – 1933 - Decreto 2.535/1938

Panamá – 2007 – Decreto 8.045/2013

Paraguai –1922 - Decreto 16.925/1925

Peru – 2003 - Decreto 5.853/2006

Portugal – 1991 - Decreto 1.325/1994**

Reino Unido – 1995 - Decreto 2.347/1997

Rep. Dominicana - 2003 – Dec. 6.738/2009

Romênia – 2003 – Decreto 6.512/2008

Rússia – 2002 – Decreto 6.056/2007

Suíça – 1932 - Decreto 23.997/1934

Suriname – 2004 – Decreto 7.902/2013

Ucrânia – 2003 – Decreto 5.938/2006

Uruguai – 1916- Decreto 13.414/1919

Venezuela –1938 - Decreto 5.362/1940

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❖ INSTRUMENTOS DA COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

Transferência temporária de pessoas

• finalidade probatória

- depoimento

- reconstituição

• Testemunha, vítima, perito, réu colaborador

• Transferência por prazo certo

• Voluntariedade do transferido

- somente com sua anuência

• Salvo-conduto

• 2015: 1ª transferência temporária de pessoa realizada no Brasil

- réu colaborador transferido para a Ásia

- SCI-PGR, PRR2, DRCI e TRF2

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❖ INSTRUMENTOS DA COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

Transferência de condenados (1/2)

• Impropriamente medida de cooperação internacional penal

• Natureza humanitária

• Voluntária

• Transferência para país de nacionalidade, residência ou vínculo pessoal

• Base jurídica

- tratado (bilateral/multilateral)

- reciprocidade

Obs.: antes, incabível por reciprocidade

Atenção: arts. 103-105, Lei 13.445/2017 (Lei de Migração)

- Portaria MJ 572/2016 (procedimento)

• Competência para execução penal

- art. 105,§1º, LM

- STJ 192

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❖ INSTRUMENTOS DA COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

Transferência de condenados (2/2)

• Portaria MJ 572/2016

- art. 4º, caput: “O pedido será baseado em tratado bilateral ou

multilateral dos quais o Brasil seja parte ou, na ausência deste,

em promessa de reciprocidade”.

• Art. 103, caput, Lei 13.445/2017 (Lei de Migração)

• Brasil

- 16 tratados bilaterais

- 3 tratados multilaterais específicos

→ Convenção de Manágua (Decreto 5.919/2006), da OEA

→ Convenção da Praia (Decreto 8.049/2013), da CPLP

→ Acordo de Belo Horizonte (Decreto 8.315/2014), do Mercosul

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❖ INSTRUMENTOS DA COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

Transferência de condenados (SET/2018)

Tratados bilaterais (16) Angola - 2005 (Decreto 8.316/2014)

Argentina - 1998 (Decreto 3.875/2001)

Bélgica - 2009 (Decreto 9.239/2017)

Bolívia - 1999 (Decreto 6.128/2007)

Canadá - 1992 (Decreto 2.547/1998)

Chile - 1998 (Decreto 3.002/1999)

Espanha - 1998 (Decreto 2.576/1998)

Holanda - 2009 (Decreto 7.906/2013)

Japão - 2014 (Decreto 8.718/2016)

Panamá - 2007 (Decreto 8.050/2013)

Paraguai - 2002 (Decreto 4.443/2002)

Peru - 2003 (Decreto 5.931/2006)

Portugal - 2001 (Decreto 5.767/2006)

Reino Unido - 2002 (Decreto 4.107/2002)

Suriname - 2005 (Decreto 8.813/2016)

Ucrânia - 2009 (Decreto 9.153/2017)

Tratados multilaterais específicos Convenção de Manágua (Dec. 5.919/2006), da OEA

Convenção da Praia (Dec. 8.049/2013), da CPLP

Acordo de Belo Horizonte (Dec. 8.315/2014), do Mercosul

Tratados multilaterais subsidiários Convenção de Viena de 1988 (Dec. 154/1991), da ONU

Convenção de Palermo (Dec. 5.015/2004), da ONU

Convenção de Mérida (Dec. 5.687/2006), da ONU

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❖ INSTRUMENTOS DA COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

Homologação de sentença penal estrangeira

• HSE ativa

- juízo competente/promotor natural (estadual/federal)

- AC = DRCI

• HSE passiva

- competência do STJ (art. 105, I, “i”, CF)

- contraditório limitado

→ aspectos formais, de ordem pública, dignidade da pessoa humana e

soberania

- iniciativa do PGR (regra) (art. 789, CPP)

* exceção: art. 9º, parágrafo único, “a”, CP (ex.: vítima, sucessores)

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❖ INSTRUMENTOS DA COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

Homologação de sentença penal estrangeira (2)

• art. 9º, CP (limitações)

- reparação do dano, restituição da coisa e outros efeitos civis

Ex.: perda do poder familiar

- execução de medida de segurança

Atenção: transferência de execução da pena

* arts. 100-102, Lei 13.445/2017 (Lei de Migração)

Obs.: independem de HSE

→ reincidência com base em sentença estrangeira (art. 63, CP)

→ detração (desconta-se tempo de prisão no exterior) (art. 42, CP)

• Tratados bilaterais

• Convenção de Viena de 1988 (Drogas), UNCAC, UNTOC etc.

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❖ INSTRUMENTOS DA COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

Diligências para obtenção de provas

• Tratados bilaterais ou multilaterais

• Promessa de reciprocidade

• Autoridade judiciária em sentido amplo

- autoridade judiciária em sentido estrito

- membro do MP

• Autoridade judiciária conforme ordem jurídica de cada país

- STF: equívoco no HC 87.759-1/DF (Itália)

• Tradução da documentação pertinente

• Cópia da documentação para instrução do pedido

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❖ INSTRUMENTOS DA COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

Transferência de procedimento

• Inviabilidade ou recusa da extradição

- Ou mais de uma jurisdição nacional competente

• Aut dedere aut judicare (extraditare vel judicare)

• Arts. 4º e 6º, Convenção de Viena de 1988 (Drogas)

• Art. 47, Convenção de Mérida

• Art. 21, Convenção de Palermo

• Necessária dupla tipicidade

• Renúncia à jurisdição local em favor da jurisdição estrangeira

• Inextraditabilidade =/ impunidade

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❖ INSTRUMENTOS DA COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

Transferência de procedimento (2)

• Modalidade ativa

- juiz federal ou estadual

- primeiro grau ou ação originária

• Modalidade passiva

- competência: Justiça Federal (art. 109, III, IV e X, CF)*

- atribuição: MPF

• Juízo Federal competente (transferência passiva)*

- capital do Estado onde acusado residiu por último; ou

- JFDF, se jamais residiu no Brasil

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❖ INSTRUMENTOS DA COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

Transferência de procedimento (3)

• Crime integralmente cometido no exterior por brasileiro

- art. 7º, II, “b”, CP

- competência

→ para STJ, até abr/2018: Justiça Estadual (3ª Seção, CC 104.342/SP, j. 12.08.2009)

** outros fundamentos

→ para SCI e 2ª CCR: Justiça Federal (art. 109, III, IV e X, CF)

→ para TRF1: Justiça Federal (art. 109, III, CF) (HC 0023021-78.2016.4.01.0000/AP)

→ STJ, 3ª Seção, CC 154.656/MG, j. 25.04.2018, v.u.: Justiça Federal (art. 109, IV, CF)

- União

→ mantém relações com Estados estrangeiros

→ responsável pelos tratados que firmou

- rogatória (arts. 105, I, “i”, e 109, X, CF) = cooperação passiva

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❖ INSTRUMENTOS DA COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

Transmissão espontânea de informações

• Notitia criminis transnacional

• Art. 18,§4º, Convenção de Palermo

• Art. 46,§4º, Convenção de Mérida

• Auxilia na investigação do país noticiado

- pode contribuir com apuração no país noticiante

• Dispensa tradução da documentação

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❖ INSTRUMENTOS DA COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

Carta Rogatória

• Instrumento de comunicação interjurisdicional

• Investigação, ação penal ou execução penal

• Rogatória passiva

- Necessita de exequatur do STJ (art. 105, I, “i”, CF)

- decisão estrangeira dependente de endosso do STJ

• Rogatória ativa

- STJ não atua

- remessa ao exterior por AC ou MRE

- citação, intimação ou notificação: arts. 368 e 369, CPP

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❖ INSTRUMENTOS DA COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

Auxílio direto

• MLA

• Auxílio, na verdade, indireto

• Portaria Interministerial MJ/MRE 501/2012

• RISTJ, RIGabPGR, Res. CSMPF 178/2017 e tratados

• Arts. 28 a 34, CPC/15

• MLA ativo

- juiz federal/estadual; MPE/MPF, Polícia Civil/Federal

• MLA passivo

- juiz federal (art. 109, II, III e X, CF)

- judicialização apenas em caso de reserva de jurisdição

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❖ INSTRUMENTOS DA COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

Carta rogatória e auxílio direto

Jurisprudência do STJ

• STJ, Corte Especial, Rcl 2.645/SP, j. 18.11.2009

Rel. Teori Zavascki

• Paradigma

• “Ao atribuir ao STJ a competência para a ‘concessão de exequatur às cartas

rogatórias’ (art. 105, I, ‘i’), a Constituição está se referindo, especificamente, ao

juízo de delibação consistente em aprovar ou não o pedido feito por

autoridade judiciária estrangeira para cumprimento, em nosso país, de

diligência processual requisitada por decisão do juiz rogante. É com esse

sentido e nesse limite, portanto, que deve ser compreendida a referida

competência constitucional” (STJ, Rcl 2.645/SP, Rel. Teori Zavascki)

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❖ INSTRUMENTOS DA COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

Carta rogatória e

auxílio direto(de 01.01.14 a 30.09.15)

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❖ INSTRUMENTOS DA COOPERAÇÃO PENAL INTERNACIONAL

Quebras de sigilo no exterior

• Providências no exterior

- lex diligentiae

• Art. 13, LINDB: “A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela

lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não

admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça”.

• STJ, 5ª Turma, HC 231.633/PR, j. 25.11.2014

• Desnecessidade de decisão judicial nacional para quebra de sigilo no exterior

- exceto se no estrangeiro houver exigência

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❖ MICROSSISTEMA BINACIONALExemplo: Brasil-França

Canais de Cooperação• AC brasileira: DRCI/MJ

• SCI-PGR

• Canal Interpol

• Magistrado de Ligação

Assistência Jurídica em Matéria Penal (MLA)• MLAT Brasil-França (1996): Decreto 3324/1999

• Convenção de Viena (1988): Decreto 154/1991

• Convenção de Palermo (2000): Decreto 5.015/2004

• Convenção de Mérida (2003): Decreto 5.687/2006

Extradição• Tratado de Extradição (1996): Decreto 5.258/2004

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set/2013 a set/2015

❖ CASOS ATIVOS E PASSIVOS - SCI

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set/2013 a set/2015

❖ CASOS PENAIS ATIVOS E PASSIVOS - SCI

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❖ CASOS PENAIS PASSIVOS - SCI set/2013 a set/2015

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❖ CASOS PENAIS ATIVOS- SCI set/2013 a set/2015

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❖ COOPERAÇÃO PENAL PASSIVA

Aspectos Práticos e Casos Relevantes1) Níveis de assistência e exigência de dupla incriminação

• STJ, AgRg na CR 1.433/BE, AgRg nos EDcl 2.727/PT, AgRg na CR

5.238/PT, CR 6.692/PT, AgRg na CR 7.029/PT, AgRg na CR 7.861/PT

“Exigência de dupla incriminação não incide sobre diligências de simples trâmite ou de mera instrução processual”

2) Tramitação dos pedidos – CR ou auxílio direto?

• Eleição da via

• Precedentes – STJ, CR 9.502/PT;

• STJ, AgRg na CR 3.162/CH

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3) Confirmação de dados

• SPEA/PGR

• INTERPOL

4) Cumprimento de pedidos por execução direta

• Cooperação Espanha/Brasil – Caso Santos Futebol Clube

• Caso FIFA

• Pedidos sensíveis – auxílio do Grupo de Apoio

✓ Cooperação Países Baixos/Brasil – Caso Operação Castello

❖ COOPERAÇÃO PENAL PASSIVA

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❖ COOPERAÇÃO PENAL PASSIVA:FLUXO DOS PEDIDOS

Autoridade requerente estrangeira

ou MRE – via diplomática

Autoridade Central

(Canadá ou CPLP*)

DRCI SCI

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Conversão em

PIC ou NF

Prorrogação

❖ COOPERAÇÃO PENAL PASSIVA:FLUXO DOS PEDIDOS

PCI

1.00.000.000000/2015-00

RIGabPGR

arts. 90-112

Res. CSMPF 178/2017

Autoridade requerente estrangeira

ou MRE – via diplomática

Autoridade Central

(Canadá ou CPLP*)

DRCI SCI

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STJ

Requisitos preenchidos

Auxílio Direto

Autoridade requerente estrangeira

ou MRE – via diplomática

Autoridade Central

(Canadá ou CPLP*)

DRCI SCI

Justiça FederalAutoridade competente para

cumprimento – Delegação do PGR

Cumprimento

Caráter itinerante

❖ COOPERAÇÃO PENAL PASSIVA:FLUXO DOS PEDIDOS

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❖ COOPERAÇÃO PENAL PASSIVA

Considerações importantes1) Pedido de presença das autoridades estrangeiras

✓ A participação de agentes estrangeiros nas diligências a serem

realizadas em território nacional é admitida exclusivamente a título de

coadjuvação das autoridades brasileiras competentes, cuja presença e

direção em todos os atos é sempre obrigatória (STF, CR 8.577/AR)

2) Videoconferência

3) Quebra de sigilo bancário com protocolo

SIMBA/SPEA (Carta Circular n. 3454 do BACEN)

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❖ COOPERAÇÃO PENAL PASSIVA

Considerações importantes

✓ Princípio aut dedere aut judicare (extraditare vel judicare)

✓ Espécie de cooperação passiva (CF, art. 105 c/c art. 109, X)

✓ Impossibilidade de extradição em razão da nacionalidade (CF, art. 5º, LI)

- Cooperação França/Brasil (Caso Manoelzinho)

4) Transferência de procedimento criminal: competência

federal para processar e julgar crime cometido no

exterior submetido à jurisdição brasileira

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❖ COOPERAÇÃO PENAL PASSIVA

2. Notificação – mero ato de comunicação processual que

não atenta contra a soberania nacional ou a ordem pública

- AgRg na CR 4.215/PT

3. Exigência de notificação pessoal

✓ art. 113, n. 1, a, CPP-PT

✓ art. 115, CPP-PT

✓ art. 313, n. 2, CPP-PT (30 dias de antecedência da audiência)

4. Pedidos de preenchimento do TIR / TCA (v. CR 2.907/PT)

Cooperação Portugal/Brasil – Peculiaridades

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❖ COOPERAÇÃO PENAL PASSIVA

• Tráfico de drogas

• Lavagem de dinheiro

• Corrupção

• Falsificação de documentos

• Crimes de trânsito

• Estelionato

• Crimes cibernéticos

Crimes mais recorrentes

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❖ COOPERAÇÃO PENAL ATIVA

Primeiros passos

1. Identificar Tratado aplicável

2. Ausência de Tratado

• Reciprocidade

3. O que pedir?

4. A quem pedir?

5. Como pedir?

6. Encaminhar à SCI

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Requisitos preenchidos

Há tratado em vigor

Autoridade requerente

brasileira

SCI DRCI

MRE – via diplomáticaAutoridade Central estrangeira

Não há tratado em vigor

Autoridade

Central

(Canadá ou CPLP*)

❖ COOPERAÇÃO PENAL ATIVA: FLUXO DOS PEDIDOS

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❖ FORMULÁRIOS

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❖ FORMULÁRIOS

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❖ FORMULÁRIOS

• Denúncia

• Decisão judicial

• Relatório do Inquérito Policial

• Laudo pericial

• Lista de quesitos (oitiva/interrogatório)

• Transcrição dos dispositivos legais pertinentes

Instrução do pedido

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❖ FORMULÁRIOS

• Cláusula de sigilo

• Dupla incriminação

- para alguns casos, dispensável

Ex.: comunicações processuais

“O auxílio é concedido mesmo quando a infração não seja

punível ao abrigo da lei do Estado requerido” (art. 1º,§ 1º,

Convenção da CPLP – Decreto 8.833/2016)

• Quebra de sigilo bancário

- banco, agência, conta, titular

- Suíça: dupla incriminação (evasão de divisas)

* ausência “BACEN”

Observações (1/2)

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❖ FORMULÁRIOS

• Bloqueio de ativos

- informações periódicas para manutenção

• Repatriação

- regra: após trânsito em julgado

• Preenchimento do formulário

- narrativa clara, objetiva e completa

• Tradução

- apenas da documentação necessária à instrução

Observações (2/2)

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• FT Lava Jato

• Caso Pizzolato

• SwissLeaks (HSBC)

• Caso Conmebol

• Caso Ricardo Teixeira

• Caso Legacy

• Caso Rocha Mattos (repatriação (Suíça): R$ 60 milhões)

• Equipe Conjunta de Investigação (Brasil-Argentina)

• Caso Maluf

• Sangue Ianomâmi

• Gomes Lund vs. Brasil (Corte IDH)

• Caso Fazenda Brasil Verde vs. Brasil (Corte IDH)

• Caso Marco Archer e Rodrigo Gularte

Estudo de Casos

❖ COOPERAÇÃO PENAL ATIVA

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❖ SITE DA SCI www.internacional.mpf.mp.br

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