conversores boost-flyback integrados para

188
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS PATO BRANCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA PPGEE JACSON RODRIGO DREHER CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA APLICAÇÕES COM ALTO GANHO DE TENSÃO DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PATO BRANCO 2012

Upload: nguyenkien

Post on 03-Feb-2017

227 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS PATO BRANCO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

PPGEE

JACSON RODRIGO DREHER

CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA APLICAÇÕES COM ALTO GANHO DE TENSÃO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

PATO BRANCO

2012

Page 2: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

JACSON RODRIGO DREHER

CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA APLICAÇÕES COM ALTO GANHO DE TENSÃO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná como requisito parcial para obtenção do título de “Mestre em Engenharia Elétrica” – Área de concentração: “Sistemas e Processamento de Energia”. Orientador: Prof. Mário Lúcio da Silva Martins, Dr.

PATO BRANCO

2012

Page 3: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

Catalogação na Fonte por Elda Lopes Lira CRB9/1295

D771c Dreher, Jacson Rodrigo Conversores boost-flyback integrados para aplicações com alto ganho de tensão / Jacson Rodrigo Dreher – 2012. 186 f. : il.; 30 cm. Orientador: Mário Lúcio da Silva Martins

Dissertação (Mestrado) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica. Pato Branco/PR, 2012.

Bibliografia: f. 182-186

1.Boost. 2.Flyback. 3.Ganho estático. 4.Eficiência. 5.Células fotovoltaicas. I.Martins, Mário Lúcio da Silva, orient. II.Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica. III. Título.

CDD(22. ed.) 621.3

Page 4: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA
Page 5: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

A minha esposa, aos meus filhos Isadora e Heitor, que sempre foram minha

inspiração e força.

Page 6: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

AGRADECIMENTOS

Esta é a hora de lembrar-se das pessoas que fizeram diferença durante a

realização deste trabalho. Gostaria de agradecer a todos que de alguma forma

deram sua contribuição, mas principalmente:

Ao Prof. Dr. Mário Lúcio da Silva Martins que me orientou e não mediu

esforços nos momentos decisivos.

A minha mãe pelo auxílio fundamental durante a trajetória do trabalho.

Ao Instituto Federal de Santa Catarina pela liberação que permitiu a

realização deste mestrado e por permitir a utilização dos laboratórios.

Aos colegas do laboratório e de trabalho que de alguma forma sempre

colaboraram.

A UTFPR pela oportunidade de aprofundar os meus estudos.

E a todos os demais que por algum motivo ajudaram na realização desta

pesquisa.

Ao CNPq, CAPES, SETI, ao IFSC e a UTFPR pelo apoio financeiro.

Page 7: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

RESUMO

DREHER, Jacson R. Conversores boost-flyback integrados para aplicaçõe s com alto ganho de tensão . 2012. 186. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2012.

A crescente demanda energética mundial é um dos principais problemas a ser enfrentado pela sociedade, uma vez que, a produção de energia elétrica na atualidade tem sua base em combustíveis fósseis, os quais possuem reservas não perenes e seus efeitos maléficos ao meio ambiente tem causado um impacto muito grande na natureza. Estes fatores têm incentivado a busca por alternativas para produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis, principalmente em unidades de Geração Distribuída. A energia solar fotovoltaica se destaca neste contexto principalmente por sua flexibilidade quanto à potência e o ponto de conexão dos geradores, indo ao encontro do conceito de Geração Distribuída. Visando a expansão do emprego de geradores fotovoltaicos a redução do custo da energia gerada é fundamental, para tanto se deve conceber conversores eletrônicos capazes de adequar a energia CC produzida pelos geradores para que esta seja diretamente injetada na rede elétrica CA. No caso de geradores com um único módulo fotovoltaico, tem-se a oportunidade de extrair a máxima potência gerada pelo mesmo evitando-se problemas de sombreamento e dissimilaridades entre módulos, todavia o emprego de conversores eletrônicos com alto ganho de tensão com a maior eficiência possível é imprescindível. Nesta dissertação é proposta uma nova metodologia de integração de conversores estáticos, permitindo que novos conversores estáticos não isolados com alto ganho de tensão sejam derivados. Esta metodologia baseia-se no emprego de indutores acoplados que são compartilhados pelos conversores integrados e cujas seções e terminais são associados de modo que a topologia resultante possua um ganho de tensão que corresponde a soma dos ganhos individuais de cada conversor. Como exemplo e estudo de caso é analisada a integração dos conversores boost e flyback. São apresentados os modos de operação e as principais características dos conversores boost-flyback derivados neste trabalho, bem como uma metodologia de projeto para os circuitos e resultados experimentais. Os protótipos avaliados em laboratório mostram que os conversores boost-flyback derivados operando com ganho estático de dez vezes podem obter eficiência superior a 90% quando aplicados em um painel fotovoltaico de 200W.

Palavras-chave: Boost. Flyback. Ganho estático. Eficiência. Células fotovoltaicas

Page 8: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ABSTRACT

DREHER, Jacson R. Integrated boost-flyback converters for application s with high voltage gain . 2012. 186. Dissertation (Master in Electrical Engineering) - Federal Technology University - Parana. Pato Branco, 2012.

World increasing demand for energy is one of the most challenging problems to be faced by societies in the near future. And it is getting worst because the fossil fuels retain the majority of the world energy share. Besides the risk of outage caused by the depletion of fossil fuel sources, their side effects on the environment have causing a huge impact on the environment. These issues have motivating the search for renewable sources of energy, mainly in distributed generation units. In the renewable resources scenario, the photovoltaic energy has a major role due to its advantages, such as its power flexibility and easy on site placement of generators, which is very favorable for Distributed Generators Systems. Aiming to ensure the worldwide applications of PV systems, it is required to lower the PV energy cost per watt, which can be achieved with more efficient power processing systems that are used to convert the DC power produced by the PV modules in AC power to be injected to the grid. In systems with a power converter per PV module the best performance of the module is achieved in terms of energy efficiency, avoiding shadowing and aging dissimilarity problems that may plague PV generators with a large amount of PV modules. However, to achieve such benefits, power converters with high efficiency and large conversion range are required. In this dissertation it is proposed a novel methodology to synthesize integrated non-isolated DC/DC power converters with wide conversion range. This methodology is based on the use of coupled inductors to integrate the input sections of two power converters, meanwhile their output sections are associated in either, series, parallel or cascade configuration, yielding in a conversion ratio that is the sum of the individual integrated converters. As a case study, the integrated boost-flyback topologies are analyzed. Their modes of operation, chief characteristics as well as design rules are discussed. The analyses are validated by means of experimental results obtained from three laboratory prototypes. The prototypes operate with conversion ratio greater than ten times and the efficiency achiever is higher than 90% when designed for a 200W PV module. Keywords: Boost. Flyback. Voltage conversion ratio. Efficiency. Photovoltaic Cells.

Page 9: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Cenário energético mundial. (a) Matriz energética; (b) Curvas de depleção das reservas energéticas. Fonte: Adaptado de [5]. ................................................... 20

Figura 2 - Diagrama de uma microrrede típica incluindo as cargas locais, os geradores distribuídos (GD) e os dispositivos de armazenamento de energia (AD). Fonte: Adaptado de [8]. ............................................................................................. 21

Figura 3 – Corrente versus tensão de uma célula fotovoltaica. (a) Para diferentes valores de irradiação. (b) Para diferentes valores de temperatura. ........................... 23

Figura 4 – Configurações de sistemas fotovoltaicos. (a) Inversor central; (b) Inversor multi-linhas; (c) Inversor linha; (d) Inversor integrado. .............................................. 25

Figura 5 – Sistema fotovoltaico monofásico distribuído conectado a rede. ............... 26

Figura 6 – Conversor boost. (a) Circuito equivalente com MOSFET em condução; (b) Circuito equivalente com MOSFET em bloqueio; (c) Modelo médio [22]. ................. 27

Figura 7 – Influência do RSE no conversor boost, considerando uma razão teórica RSE/R = 0,028. (a) Ganho de tensão e (b) eficiência do conversor boost em função da razão cíclica. ........................................................................................................ 29

Figura 8 – Conversor CC-CC Boost com múltiplos estágios em cascata. ................. 38

Figura 9 – Conversores boost com estágios em cascata integrados. (a) Conversor com múltiplos estágios. (b) Boost quadrático. ........................................................... 39

Figura 10 – Conversores boost com estágios em série. (a) Boost três níveis. (b) Boost três níveis com um único indutor de entrada. .................................................. 40

Figura 11 – Retificador Cockcroft-Walton .................................................................. 40

Figura 12 – Conversores boost com células dobradoras de tensão. (a) Adaptado de [47]; (b) Ref. [33]; (c) Ref. [34]. .................................................................................. 41

Figura 13 – Conversor SEPIC. (a) Topologia convencional. (b) Topologia com circuito de elevação de tensão (self-lift). (c) Malha com tensão média nula. (d) Nó com corrente média nula. .......................................................................................... 42

Figura 14 – Célula “super-elevadora” para conversores CC-CC. (a) Tipo 1. (b) Aplicada ao conversor SEPIC. (c) Múltiplas células elevadoras aplicadas ao SEPIC. .................................................................................................................................. 43

Figura 15 – Célula “super-elevadora”. (a) Aplicada individualmente. (b) Múltiplas células integradas. .................................................................................................... 44

Figura 16 – Conversores com indutor acoplado. (a) Conversor boost. (b) Conversor boost-flyback. (c) Conversor boost-flyback com saída em ponte-completa. ............. 45

Figura 17 – Conversores com indutor acoplado e grampeamento passivo. (a) Conversor boost. (b) Conversor buckboost. .............................................................. 46

Figura 18 – Conversores integrados. (a) Circuito dos conversores. (b) Circuito integrado. .................................................................................................................. 46

Figura 19 – Circuitos derivados da integração. (a) Com retificador em ponte. (b) Com múltiplas saídas. ........................................................................................................ 47

Figura 20 - Seções de um conversor CC-CC ............................................................ 48

Figura 21 - Conversores CC-CC básicos: (a) buck, (b) boost, (c) buckboost, (d) Cuk, (e) Zeta e (f) SEPIC ................................................................................................... 49

Page 10: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

Figura 22 - Configurações permitidas para seção de entrada: (a) fonte de tensão em série com chave ou (b) fonte de corrente em paralelo com chave. ........................... 50

Figura 23 – Derivação de fontes: (a) fontes de tensão e corrente em série, (b) fontes de tensão e corrente em paralelo. ............................................................................. 51

Figura 24 - Derivação da seção de entrada: (a) seção de entrada e intermediária, (b) alteração da posição entre a fonte de corrente e chave e em (c) degeneração das fontes. ....................................................................................................................... 51

Figura 25 – Seções de um conversor isolado ........................................................... 53

Figura 26 - Conversor isolado com as seções de entrada em paralelo e de saída em cascata ...................................................................................................................... 53

Figura 27 – Fluxograma para aplicação da Metodologia de Integração para obtenção de conversores com elevado ganho estático. ........................................................... 55

Figura 28 – Seções de entrada boost e flyback em paralelo ..................................... 56

Figura 29 – Conversores Boost e Flyback: (a) e (d) etapa de magnetização (t0-t1); (b) e (e) etapa de desmagnetização (t1-t2); (c) e (f) tensão sobre os indutores. ............. 58

Figura 30 – Integração das seções de entrada. (a) Ramo comum compartilhado. (b) Ramo da chave e do indutor do flyback é reorganizado. (c) Chaves em paralelo são integradas.................................................................................................................. 59

Figura 31 – Conversores boost e flyback integrados através da chave. (a) Etapa de magnetização (t0-t1). (b) Etapa de desmagnetização (t1-t2). ...................................... 60

Figura 32 - Integração dos indutores dos conversores boost e flyback: (a) indutores em paralelo e (b) substituídos por um equivalente .................................................... 62

Figura 33 – Principais formas de onda de corrente: (a) no conversor boost, (b) no conversor flyback e (c) nos conversores integrados. ................................................ 63

Figura 34 – Elementos ativos do conversor integrado através da seção de entrada nas etapas de: (a) magnetização (t0-t1) e (b) desmagnetização (t1-t2). ..................... 63

Figura 35 - Seções de saída: (a) boost e (b) flyback. ................................................ 65

Figura 36 - Associação série das portas de saídas. Fonte: Adaptada de [44]. ......... 66

Figura 37 - Integração das seções de saída em paralelo. (a) Os capacitores das seções de saída são associados em paralelo. (b) Os capacitores são substituídos por um equivalente. ................................................................................................... 67

Figura 38 - Seções de saída em paralelo com conexão do nó w ao: (a)nó x , (b) nó u e (c) nó y. .................................................................................................................. 68

Figura 39 - Associação de conversores em cascata. ................................................ 69

Figura 40 - Associação de seções de saída em cascata. ......................................... 69

Figura 41 - Integração cascata das seções de saída. ............................................... 69

Figura 42 - Representação N-port: (a) seção intermediária e de saída do conversor flyback e (b) conversor com as seções de saídas boost e flyback em cascata. ........ 70

Figura 43 – Elementos ativos na Topologia Boost-Flyback Série. (a) Etapa de magnetização. (b) Etapa de desmagnetização. ....................................................... 74

Figura 44 – Elementos ativos no conversor Boost-Flyback Paralelo wx. (a) Etapa de magnetização. (b) Epata de desmagnetização. ........................................................ 76

Figura 45 - Diodo da seção flyback em condução. .................................................... 78

Page 11: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

Figura 46 – Condições de operação do conversor Boost-Flyback Paralelo wx. (a) tensão sobre o diodo da seção de saída flyback. (b) tensão sobre o diodo da seção de saída boost. (c) ganho estático de tensão. ........................................................... 78

Figura 47 – Elementos ativos no conversor Boost-Flyback Paralelo wu: (a) Etapa de magnetização, (b) Etapa de desmagnetização. ........................................................ 80

Figura 48 - Diodos da seção flyback em condução. (a) N>1. (b) N<1. ...................... 81

Figura 49 – Conversor Boost-Flyback Paralelo wu. (a) tensão sobre o diodo da seção de saída flyback. (b) tensão sobre o diodo da seção de saída boost. (c) ganho estático de tensão. .................................................................................................... 82

Figura 50 – Elementos ativos na Topologia Boost-Flyback Paralela wy. (a) Etapa de magnetização. (b) Etapa de desmagnetização. ........................................................ 82

Figura 51 - Relação de espiras e ganho estático de tensão em função da razão cíclica. ....................................................................................................................... 84

Figura 52 – (a) diodo da seção flyback em condução e (b) diodo da seção boost. ... 84

Figura 53 – Conversor operando fora da restrição: (a), (c), (e) tensão nos diodos da seção de saída e em (b), (d), (f) ganho do conversor comparado ao boost e flyback. .................................................................................................................................. 86

Figura 54 – Elementos ativos na Topologia Boost-Flyback Cascata. (a) Etapa de magnetização. (b) Etapa de desmagnetização. ....................................................... 88

Figura 55 - Estados topológicos durante o período de magnetização do conversor boost-flyback série. (a) Etapa 1 (t0-t1), (b) Etapa 2 (t1-t2). .......................................... 93

Figura 56 - Estados topológicos durante o intervalo de desmagnetização do conversor boost-flyback série. (a) Etapa 3 (t2-t3); (b) Etapa 4 (t3-TS). ........................ 97

Figura 57 - Principais formas de onda no conversor Boost-Flyback Série durante um período de chaveamento. .......................................................................................... 98

Figura 58 – Ganho estático. (a) Seção boost e Seção flyback (Lo2=0), (b) Seção boost (N=10); (c) Seção flyback (N=10), (d) Conversor boost-flyback série (N=10); (e) Conversor boost-flyback série (Lo2=0)................................................................ 102

Figura 59 - Limite de operação: (a) razão cíclica em função da relação de transformação e (b) ganho em função da razão-cíclica. ......................................... 105

Figura 60 – Esforços de corrente em função de D e N: (a) corrente eficaz na chave, (b) corrente eficaz no primário do indutor acoplado, (c) corrente eficaz no secundário do indutor acoplado, (d) corrente média no diodo boost e (e) corrente média no diodo flyback. .................................................................................................................... 113

Figura 61 – Tensão máxima sobre os semicondutores em função da razão cíclica para diferentes relações de transformação do indutor acoplado: (a) na chave, (b) no diodo da seção de saída boost e (c) no diodo da seção de saída flyback. ............. 115

Figura 62 - Estados topológicos durante o intervalo de magnetização do conversor boost-flyback paralelo wx. (a) Etapa 1 (t0-t1). (b) Etapa 2 (t1-t2). ............................. 121

Figura 63 - Estados topológicos durante o intervalo de desmagnetização do conversor boost-flyback paralelo wx. (a) Etapa 3 (t2-t3). (b) Etapa 4 (t3-TS). ........... 125

Figura 64 - Principais formas de onda no conversor boost-flyback paralelo xw durante um período de chaveamento. ..................................................................... 126

Figura 65 – Ganho estático: (a) para N=10 e diferentes valores de Lo2, (b) para Lo2=0 e diferentes valores de N. ....................................................................................... 128

Page 12: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

Figura 66 - Limite de operação: (a) razão cíclica em função da relação de transformação e (b) ganho em função da razão cíclica. .......................................... 130

Figura 67 – Esforços de corrente em função de D e N: (a) corrente eficaz na chave, (b) corrente eficaz no primário do indutor acoplado, (c) corrente eficaz no secundário do indutor acoplado, (d) corrente média no diodo boost e (e) corrente média no diodo flyback. .................................................................................................................... 137

Figura 68 – Tensão máxima sobre os semicondutores em função da razão-cíclica para diferentes relações de transformação do indutor acoplado: (a) na chave, (b) no diodo da seção de saída boost e (c) no diodo da seção de saída flyback. ............. 140

Figura 69 - Estados topológicos durante o intervalo de magnetização do conversor boost-flyback cascata. (a) Etapa 1 (t0-t1). (b) Etapa 2 (t1-t2). ................................... 145

Figura 70 - Estados topológicos durante o intervalo de desmagnetização do conversor boost-flyback cascata. (a) Etapa 3 (t2-t3). (b) Etapa 4 (t3-TS). ................. 149

Figura 71 - Principais formas de onda no conversor Boost-Flyback Cascata durante um período de chaveamento. .................................................................................. 150

Figura 72 - Curva de Corrente e Tensão em função da irradiação solar ................. 152

Figura 73 - Gráfico de projeto para o conversor Boost-flyback. (a) Série e Cascata e (b) Paralelo. ............................................................................................................. 154

Figura 74 – Perdas em condução nos conversores Boost-Flyback Série e Cascata: (a) relação de transformação em função da razão cíclica, (b) tensão da seção de saída boost, flyback e do conversor para os pares N, D, (c) Tensão nos semicondutores em função dos pares N, D e (d) perdas em condução para diferentes dispositivos. ............................................................................................ 156

Figura 75 – Perdas em condução no conversor Boost-Flyback Paralelo: (a) relação de transformação em função da razão cíclica, (b) tensão da seção de saída do conversor para os pares N, D, (c) Tensão nos semicondutores em função dos pares N, D e (d) perdas em condução para diferentes dispositivos. ................................. 157

Figura 75 - Formas de onda experimentais do conversor Boost-Flyback Série. (a) Principais formas de onda de corrente; (b) Principais formas de onda de tensão. .. 159

Figura 77 - Formas de onda experimentais do conversor Boost-Flyback Paralelo wx. (a) Principais formas de onda de corrente; (b) Principais formas de onda de tensão. ................................................................................................................................ 161

Figura 77 - Formas de onda experimentais do conversor Boost-Flyback Cascata. (a) Principais formas de onda de corrente; (b) Principais formas de onda de tensão. .. 162

Figura 78 - Tensão de saída e razão-cíclica em função da irradiação solar. (a) Conversor Boost-Flyback Série; (b) Conversor Boost-Flyback Paralelo wx; (c) Conversor Boost-Flyback Cascata. ......................................................................... 164

Figura 79 – Gráfico comparativo de eficiência em função da irradiação solar. ....... 165

Figura 80 - Gráfico comparativo de eficiência em função da potência de saída. .... 166

Figura 81 – (a) Eficiência e (b) ganho estático em função da razão-cíclica. ........... 168

Figura 82 – Conversor Boost-Flyback Série: (a) uma saída flyback, (b) nk saídas flyback. .................................................................................................................... 170

Figura 83 - Conversor Boost-Flyback Cascata: (a) uma saída flyback, (b) nk saídas. ................................................................................................................................ 171

Figura 84 - Conversor Boost-Flyback paralelo wx: (a) com uma saída flyback e em (b) com múltiplas saídas.......................................................................................... 172

Page 13: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

Figura 85 - Gráfico comparativo de eficiência em função da irradiação solar. ........ 175

Figura 86 - Gráfico comparativo de eficiência em função da potência de saída. .... 176

Figura 87 - Eficiência em função da razão cíclica. .................................................. 176

Figura 88 - Ganho estático em função da razão cíclica. ......................................... 177

Page 14: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Ganho de tensão do conversor CC-CC em função do número de módulos. .................................................................................................................................. 26

Tabela 2 - Topologias e ganhos estáticos para os conversores CC-CC básicos ...... 35

Tabela 3 - Topologias e ganhos estáticos para os conversores CC-CC básicos isolados ..................................................................................................................... 37

Tabela 4 – Fontes de tensão ou corrente das seções dos conversores CC-CC básicos ...................................................................................................................... 50

Tabela 5 – Seção de entrada dos conversores CC-CC básicos e a possibilidade de integração.................................................................................................................. 52

Tabela 6 - Topologias do conversor Boost-Flyback. ................................................. 72

Tabela 7 – Restrições das Topologias do conversor Boost-Flyback. ........................ 89

Tabela 8 - Tensão sobre os semicondutores do conversor Boost-Flyback Série .... 114

Tabela 9 – Parâmetros de simulação. ..................................................................... 116

Tabela 10 – Comparativo entre valores de simulação e calculados para tensão da seção de saída boost (VoB). ..................................................................................... 116

Tabela 11 – Comparativo entre valores de simulação e calculados para tensão da seção de saída flyback. ........................................................................................... 116

Tabela 12 – Comparativo entre valores de simulação e calculados para tensão de saída do conversor. ................................................................................................. 117

Tabela 13 – Comparativo entre valores de simulação e calculados para corrente eficaz na chave. ...................................................................................................... 117

Tabela 14 – Comparativo entre valores de simulação e calculados para corrente média no diodo Boost. ............................................................................................. 117

Tabela 15 - Comparativo entre valores de simulação e calculados para corrente média no diodo Flyback. ......................................................................................... 117

Tabela 16 - Comparativo entre valores de simulação e calculados para tensão máxima sobre a chave. ........................................................................................... 118

Tabela 17 - Comparativo entre valores de simulação e calculados para tensão máxima sobre o diodo boost. .................................................................................. 118

Tabela 18 - Comparativo entre valores de simulação e calculados para tensão máxima sobre o diodo flyback. ................................................................................ 118

Tabela 19 - Tensão sobre os semicondutores do conversor Boost-Flyback Paralelo ................................................................................................................................ 139

Tabela 20 – Comparativo entre valores de simulação e calculados para tensão de saída do conversor. ................................................................................................. 141

Tabela 21 – Comparativo entre valores de simulação e calculados para corrente eficaz na chave. ...................................................................................................... 141

Tabela 22 – Comparativo entre valores de simulação e calculados para corrente média no diodo Boost. ............................................................................................. 141

Tabela 23 - Comparativo entre valores de simulação e calculados para corrente média no diodo Flyback. ......................................................................................... 141

Page 15: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

Tabela 24 - Comparativo entre valores de simulação e calculados para tensão máxima sobre a chave. ........................................................................................... 142

Tabela 25 - Comparativo entre valores de simulação e calculados para tensão máxima sobre o diodo boost. .................................................................................. 142

Tabela 26 - Comparativo entre valores de simulação e calculados para tensão máxima sobre o diodo flyback. ................................................................................ 142

Tabela 27 - Características elétricas do painel solar KC-200GT (1.000W/m2). ....... 152

Tabela 28 - Pontos de máxima potência em função da irradiação solar ................. 153

Tabela 29 - Parâmetros nominais de projeto .......................................................... 153

Tabela 30 - Características dos MOSFET's utilizados para analisar as perdas em condução. ................................................................................................................ 155

Tabela 31 – Parâmetros de projeto dos conversores boost-flyback. ....................... 158

Tabela 32 - Pontos de máxima potência em função da irradiação solar ................. 163

Tabela 33 – Parâmetros de projeto do conversor boost. ......................................... 167

Page 16: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

LISTA DE SIGLAS E ACRÔNIMOS

AD Armazenamento Disperso CA Corrente Alternada CC Corrente Contínua

CO2 Dióxido de Carbono c-Si Silício Cristalino GD Geração Distribuída GDs Geradores Distribuídos mc-Si Silício Policristalino MPPT Maximum Power Point Tracking – Rastreamento do ponto de máxima

potência PV Photovoltaic - Fotovoltaico PWM Pulse-Width Modulation – Modulação por largura de pulso RMS Root Mean Square – Raiz média quadrada RSE Resistência Série Equivalente sc-Si Silício Monocristalino MOSFET Metal Oxide Semiconductor Field Effect Transistor – Transistor de efeito

de campo semicondutor óxido metálico

LISTA DE SÍMBOLOS

Cj Capacitor (j=oB, oF, o, 1,2,3...) D Razão cíclica Dj Diodo (j=oB, oF,1,2,3...) Ij Corrente média em um elemento/seção (j=oB, oF, o, 1,2,3...) ij Corrente instantânea em um elemento/seção (j=oB, oF, o, 1,2,3...) Ij(M) Valor máximo de corrente em um elemento/secção (j=oB, oF, o, 1,2,3...) Ij(m) Valor mínimo de corrente em um elemento/secção (j=oB, oF, o, 1,2,3...) Ij(RMS)

Corrente eficaz em um elemento/seção (j=oB, oF, o, 1,2,3...) Impp Corrente no ponto de máxima potência k Número de secções de saída flyback Lj Indutor (j=B, F, eq, 1,2,3...) Lkj Indutância de dispersão (j=1,2,3...) Mj Ganho estático de tensão (j=boost, ser, cas, par, ideal, ser5w, cas5w) Nj Relação de espiras no indutor acoplado (j=1,2,3...) nj Número de espiras no enrolamento (j=1,2,3...) do indutor acoplado Pmax Potência máxima

Page 17: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

Pon Perdas em condução RDS(on) Resistência em condução do MOSFET Rj Resistor (j=oB, oF, o) Rk

Resistência direta do diodo Si Chave ativa do conversor t Tempo T Período de comutação tj Instatante de tempo (j=1,2,3) VCA Tensão em corrente alternada VCC Tensão em corrente contínua VDS Tensão entre dreno e fonte VGS Tensão entre gate e fonte Vj Tensão em um elemento/seção do circuito (j=i, oB, oF, o, 1,2) VKA Tensão direta no diodo Vmpp Tensão no ponto de máxima potência Wp Watts de pico ∆tj Intervalo de tempo (j=1,2,3...) ηj Eficiência do conversor (j=boost, ser, cas, par, ideal, ser5w, cas5w)

Page 18: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO – PANORAMA ENERGÉTICO MUNDIAL ........ ..........................19

1.1 A ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA .............................................................21

1.1.1 Sistemas fotovoltaicos descentralizados conectados a rede ..........................23

1.1.2 Ganho estático de tensão do estágio CC-CC. ................................................25

1.1.3 Conversores CC-CC com ganho estático de tensão elevado. ........................29

1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................32

1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO....................................................................32

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................. ...................................................34

2.1 CONVERSORES ESTÁTICOS BÁSICOS ........................................................34

2.1.1 Conversores estáticos básicos não isolados ..................................................34

2.1.2 Conversores estáticos com isolação galvânica...............................................36

2.2 CONVERSORES COM ELEVADO GANHO DE TENSÃO ...............................37

2.2.1 Conversores estáticos com estágios em cascata e em série .........................38

2.2.2 Conversores estáticos baseados em circuitos dobradores de tensão ............40

2.2.3 Conversores estáticos com células para elevação de tensão (Voltage Lift) ...41

2.2.4 Conversores estáticos com indutores acoplados ............................................44

2.2.5 Conversores estáticos integrados ...................................................................46

3 CONCEITO DE INTEGRAÇÃO DE CONVERSORES CC-CC BÁSICOS ...........48

3.1 CONVERSORES BÁSICOS SUBDIVIDIDOS EM “SEÇÕES” ..........................48

3.2 INTEGRAÇÃO DAS SEÇÕES ..........................................................................48

3.2.1 Integração das seções de entrada ..................................................................50

3.3 CONVERSORES BÁSICOS VISTOS COMO “CIRCUITOS COM DUAS PORTAS” ................................................................................................................52

3.4 METODOLOGIA DE INTEGRAÇÃO .................................................................54

4 INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK......................... ..........................................56

4.1 INTEGRAÇÃO DOS ELEMENTOS DAS SEÇÕES DE ENTRADA ..................56

4.1.1 Níveis de tensão nos indutores .......................................................................56

4.1.2 Integração da chave e da fonte de entrada ....................................................59

4.1.3 Integração dos indutores ................................................................................61

4.1.4 Ganho estático de tensão dos conversores integrados ..................................64

4.2 ASSOCIAÇÃO DAS SEÇÕES DE SAÍDA ........................................................65

4.2.1 Associação das seções de saída em série .....................................................66

4.2.2 Associação das seções de saída em paralelo ................................................66

4.2.3 Associação das seções de saída em cascata ................................................68

4.3 TOPOLOGIAS DERIVADAS DA INTEGRAÇÃO DOS CONVERSORES BOOST E FLYBACK .............................................................................................................70

4.4 LIMITES DE OPERAÇÃO DAS TOPOLOGIAS BOOST-FLYBACK .................72

4.4.1 Topologia do conversor Boost-Flyback Série .................................................73

Page 19: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

4.4.2 Topologias do conversor Boost-Flyback Paralelo ...........................................75

4.4.2.1 Conversor Boost-Flyback Paralelo wx ........................................................75

4.4.2.2 Conversor Boost-Flyback Paralelo wu ........................................................79

4.4.2.3 Conversor Boost-Flyback Paralelo wy ........................................................82

4.4.3 Topologia do conversor Boost-Flyback Cascata .............................................87

4.4.4 Síntese das restrições de operação para as topologias integradas ................88

5 ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR BOOST-FLYBACK INTEGRADO ...........................................................................................................90

5.1 CONVERSOR BOOST-FLYBACK SÉRIE ........................................................90

5.1.1 Princípio de operação em modo de condução contínua .................................90

5.1.2 Análise do ganho estático ...............................................................................99

5.1.3 Análise dos esforços de correntes nos componentes .....................................106

5.1.3.1 Esforços de corrente nos enrolamentos do indutor acoplado .....................106

5.1.3.2 Esforços de corrente no MOSFET ..............................................................109

5.1.3.3 Esforços de corrente nos diodos .................................................................110

5.1.4 Esforços de tensão nos semicondutores ........................................................114

5.1.5 Simulação do conversor .................................................................................115

5.2 CONVERSOR BOOST-FLYBACK PARALELO WX .........................................118

5.2.1 Princípio de operação em modo de condução contínua .................................118

5.2.2 Análise do ganho estático ...............................................................................127

5.2.3 Análise dos esforços de correntes nos componentes .....................................130

5.2.3.1 Esforços de corrente nos enrolamentos do indutor acoplado .....................130

5.2.3.2 Esforços de corrente no MOSFET ..............................................................134

5.2.3.3 Esforços de corrente nos diodos .................................................................135

5.2.4 Esforços de tensão nos semicondutores ........................................................138

5.2.5 Simulação do conversor .................................................................................140

5.3 CONVERSOR BOOST-FLYBACK CASCATA ..................................................142

5.3.1 Princípio de operação em modo de condução contínua .................................142

5.4 PROJETO E ANÁLISE EXPERIMENTAL DOS CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS .......................................................................................151

5.4.1 Dados do painel (módulo) PV .........................................................................152

5.4.2 Especificações de projeto ...............................................................................153

5.4.3 Metodologia de projeto ...................................................................................153

5.4.4 Resultados experimentais ...............................................................................158

5.4.4.1 Conversor Série ..........................................................................................158

5.4.4.2 Conversor Paralelo .....................................................................................160

5.4.4.3 Conversor Cascata .....................................................................................161

5.4.5 Resultados dos conversores para variação de irradiação solar ......................163

5.4.6 Variação da Potência de saída .......................................................................165

5.4.6.1 Eficiência e ganho estático em função da razão-cíclica ..............................166

6 CONVERSOR BOOST-FLYBACK COM MÚLTIPLAS SAÍDAS ...... ...................169

6.1 CONCEITO DA ASSOCIAÇÃO DAS MÚLTIPLAS SEÇÕES DE SAÍDA ..........169

Page 20: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

6.2 ANÁLISE EXPERIMENTAL DO CONVERSOR BOOST-FLYBACK INTEGRADO COM MULTIPLAS SAÍDAS .....................................................................................173

6.2.1 Indutância de magnetização ...........................................................................173

6.2.2 Projeto do conversor boost-flyback série e boost-flyback cascata ..................174

6.2.3 Resultados dos conversores para variação de irradiação solar ......................174

6.2.4 Variação da potência de saída........................................................................175

6.2.5 Eficiência e ganho estático em função da razão cíclica ..................................176

7 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS .................... ...................................178

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................ ...............................................182

Page 21: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTRODUÇÃO 19

1 INTRODUÇÃO – PANORAMA ENERGÉTICO MUNDIAL

Nos últimos anos o mundo tem vivenciado um aumento crescente na

demanda energética [1]. Esta demanda é decorrente de diversos fatores tais como o

aumento populacional e o maior consumo de energia tanto da indústria quanto dos

setores comerciais e residenciais [2]. Em termos gerais pode se afirmar que o

consumo de energia está diretamente relacionado ao desenvolvimento econômico e

social de um país, uma vez que quanto mais desenvolvida a nação, maior o seu

consumo per capita de energia [3]. Todavia, países emergentes tais como a China e

a Índia, têm apresentado um grande crescimento médio anual na demanda

energética [4].

Se por um lado a demanda cresce, a oferta de energia é baseada em grande

parte por fontes de energia derivadas de combustíveis fósseis (carvão, petróleo,

etc.), como pode ser observado na Figura 1(a) [5]. Este perfil da matriz energética

tem motivado inúmeras discussões sobre o rumo a ser tomado, uma vez que as

reservas naturais destes combustíveis não são perenes, o que levará ao

esgotamento das suas reservas em um período de tempo que pode abranger

algumas dezenas de anos ou, em perspectivas otimistas, algumas centenas, Figura

1(b) [5].

Devido a esta perspectiva, somados os efeitos ambientais que têm sido

revelados nos últimos anos [5], vários trabalhos tem sido realizados visando à

utilização, a viabilidade técnica e econômica da introdução de fontes alternativas de

energia [5]. Muitos países desenvolvidos têm diversificado sua matriz energética,

investindo principalmente em fontes renováveis e reduzindo o consumo de

combustíveis fósseis. Isto se deve principalmente às variações de preço destes

combustíveis e a necessidade de redução de emissões de gases causadores do

efeito estufa devido a compromissos assumidos no protocolo de Kyoto em 1992 [4].

Por outro lado, em países como a China e Índia a fonte primária mais consumida é o

carvão, transformando a China em um dos maiores emissores mundiais de CO2 e

outros gases causadores do efeito estufa [6].

Dentre as fontes alternativas, aquelas cujo recurso primário encontra-se

disponível na natureza de forma renovável, têm ganhado atenção especial. Pode-se

citar como as principais fontes renováveis, a energia eólica, solar, biomassa, marés,

hidroelétrica, células de combustível, entre outras [7] e [8]. As energias renováveis

Page 22: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTRODUÇÃO 20

podem desempenhar um papel importante e estratégico para a diversificação e

ampliação da matriz energética mundial, e também para redução das emissões de

CO2. Devido às suas características, as fontes renováveis têm sido normalmente

empregadas diretamente nas redes de distribuição em potências inferiores a 30 MW,

através de geração fotovoltaica, biomassa, pequenas hidrelétricas e eólicas, indo ao

encontro do conceito de Geração Distribuída, que é o emprego de diversos

geradores dispersos no sistema elétrico.

(a) (b) Figura 1 - Cenário energético mundial. (a) Matriz e nergética; (b) Curvas de depleção das

reservas energéticas. Fonte: Adaptado de [5].

A Geração Distribuída de diferentes tipos de sistemas de pequena

capacidade permite a integração de sistemas renováveis e não convencionais de

energia, onde os geradores (GDs) e pequenos sistemas dispersos de

armazenamento (ADs) encontram-se distribuídos entre os consumidores, reduzindo

o custo de investimentos no sistema de transmissão e distribuição [9]. Fontes de

Geração Distribuída (GD) podem ser renováveis tais como eólica, fotovoltaica, célula

de combustível, etc., ou não renováveis provenientes de motores de combustão

interna, motores de ciclo combinado, turbinas de combustão, entre outros. Unidades

de geradores distribuídos dentro de um sistema elétrico de distribuição de uma

microrrede (Figura 2) oferecem vantagens técnicas em termos de qualidade de

energia, confiabilidade, administração do sistema e eficiência. No sistema mostrado

na Figura 2 as fontes distribuídas e os dispositivos de armazenamento devem suprir

as cargas do sistema local (microrrede), mantendo a regulação de tensão e

frequência da rede durante uma condição não aceitável de qualidade de energia da

rede da concessionária. Quando a energia da concessionária é restabelecida, a

chave seccionadora somente pode ser fechada quando o sincronismo entre a

microrrede e a rede é garantido, o que requer o constante monitoramento da tensão

Page 23: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTRODUÇÃO 21

em ambos os lados da conexão. Como a fonte existente em uma unidade geradora

(GD) pode produzir eletricidade em corrente alternada com frequência fixa, variável,

ou em corrente contínua, torna-se necessário à existência de um dispositivo de

interface com a rede. Esta interface pode ser um gerador síncrono, assíncrono ou

um conversor estático de potência. Para fontes renováveis como geradores eólicos

de velocidade variável, micro turbinas e geradores fotovoltaicos, um conversor

estático que tem como funções principais controlar a potência ativa entregue a rede

da concessionária e também extrair a máxima potência da fonte primária, é usado

como dispositivo de interface com a rede.

Figura 2 - Diagrama de uma microrrede típica inclui ndo as cargas locais, os geradores distribuídos (GD) e os dispositivos de armazenament o de energia (AD). Fonte: Adaptado de [8].

Dentre as fontes renováveis a tecnologia fotovoltaica apresenta

características que favorecem a sua implantação em sistemas como o mostrado na

Figura 2. Além de simples, pode ser instalada em qualquer lugar onde exista

irradiação solar de qualquer intensidade. Isso significa que existe um grande

potencial para a sua instalação em telhados e fachadas de edifícios públicos e

privados, podendo ser facilmente incorporada à arquitetura dos edifícios, o que é

primordial para um sistema elétrico baseado em fontes distribuídas aplicadas em

grandes centros urbanos.

1.1 A ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA

A energia solar é o recurso de energia mais abundante da Terra. Apesar

disto, atualmente sua participação corresponde a menos de 1% da energia utilizada

para fins comerciais mundialmente [4]. Uma das maiores barreiras para a expansão

Page 24: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTRODUÇÃO 22

dos sistemas fotovoltaicos é o custo de implantação do sistema. A operação e

manutenção são muito menos significantes, em torno de 0,5% do capital investido

por ano. Atualmente, os módulos fotovoltaicos representam 60% do custo total do

sistema incluindo montagem, estrutura, inversores, cabeamento e demais custos [4].

Esse custo relativamente elevado da implantação acarreta no maior custo da

energia produzida por estes sistemas quando comparado a outras fontes

renováveis. Este fator econômico torna de extrema importância à máxima eficiência

na geração e na conversão da energia elétrica produzida, fazendo com que seja

fundamental o contínuo investimento no desenvolvimento tecnológico nos circuitos e

componentes eletrônicos destes sistemas de geração [10].

A conversão da energia solar em energia elétrica acontece por meio de uma

célula fotovoltaica. A tecnologia mais empregada na produção das células

fotovoltaicas é o silício cristalino. O silício pode não ser o melhor material

semicondutor para a produção das células, mas o processo de fabricação é

economicamente viável em grande escala [11]. Basicamente a tecnologia do silício

cristalino (c-Si) se subdivide em duas categorias: Silício mono cristalino (Single

Crystalline sc-Si), que comercialmente apresentam eficiência em torno de 14 a 20%,

e silício policristalino (multi-crystalline mc-Si) com eficiência na faixa de 13 a 15%

[12]. As células isoladas têm baixa capacidade de produção de energia, geralmente

apresentando tensão de 0,5V e corrente de 3A, o que resulta numa potência de

1,5W. Estas células são associadas em arranjos integrados industrialmente

denominados de módulos fotovoltaicos a fim de fornecer maior tensão (geralmente

entre 18 e 46V) e consequentemente maior potência (geralmente entre 100 a 500

W) [13]. Como todo dispositivo feito com silício, um módulo fotovoltaico é susceptível

às variações da temperatura e da irradiação solar, o que influencia nos valores de

tensão e de corrente do módulo, conforme mostrado na Figura 3.

Com o intuito de maximizar a energia produzida e, desta forma, reduzir o

tempo de amortização do investimento na implantação de um gerador fotovoltaico,

deve-se sempre buscar o ponto de maior potência do módulo, levando a uma maior

produção de energia [14]. Um circuito eletrônico (controlador) faz a busca do ponto

de máxima potência de um módulo ou conjunto de módulos. Este circuito é

conhecido como MPPT (Maximum Power Point Tracking). De acordo com as

mudanças climáticas como irradiação solar, sombreamento ou temperatura, o

controlador deve mudar o ponto de operação do módulo fotovoltaico para maximizar

Page 25: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTRODUÇÃO 23

a energia produzida. Muitos métodos de MPPT são mostrados na literatura, dentre

eles estão alguns como: método de tensão constante, método de corrente de curto

circuito, método de tensão de circuito aberto, perturbação e observação,

condutância incremental [15].

Figura 3 – Corrente versus tensão de uma célula fot ovoltaica. (a) Para diferentes valores de irradiação. (b) Para diferentes valores de temperat ura.

O método de busca do ponto de máxima potência de um arranjo de módulos

pode ser comprometido caso exista a ação de sombreamento sobre o mesmo. Nesta

situação a máxima potência do arranjo não é alcançada, pois o módulo sujeito a

menor irradiação irá limitar a potência dos demais módulos conectados em série

com este [16], [17].

1.1.1 Sistemas fotovoltaicos descentralizados conectados a rede

O aumento massivo do mercado fotovoltaico no mundo se dá principalmente

pelo crescimento dos sistemas conectados a rede, os quais muitas vezes não

necessitam de um sistema de armazenamento de energia, tornando o seu custo

mais atrativo e muitas vezes viabilizando a sua implantação [15].

Em meados da década de 1980 o mercado de sistemas fotovoltaicos

conectados a rede se desenvolveu com a tecnologia de inversor central com

aplicações acima de 10 kW até vários megawatts. A topologia dos inversores era

baseada em conversores para aplicações industriais, cujos dispositivos e circuitos

Cor

rent

e (A

)

2

200 W/m2

0.9

0.8

0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

00 0.2 0.4 0.6 0.8 1

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9 1

VARIAÇÃO DE IRRADIAÇÃO (25ºC)

Cor

rent

e (A

)

1

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1

25ºC 90ºC

200W/m2

1000W/m2 VARIAÇÃO DE TEMPERATURA (1000W/m2)

Tensão (V) Tensão (V)

Page 26: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTRODUÇÃO 24

não eram otimizados para aplicações fotovoltaicas. Em meados da década de 1990,

com o desenvolvimento de programas como o 1000 Roof Program na Alemanha, se

tornaram aparentes as deficiências de sistemas centralizados tais como: MPPT

centralizado reduzindo a eficiência de geração em caso de sombreamento parcial do

arranjo; perdas e risco de arco em cabos no barramento CC; baixa expansibilidade e

capacidade de adaptação às necessidades dos clientes do sistema. Como forma de

resolver estes problemas, uma tecnologia modular foi desenvolvida com vantagens

como: redução de custo através da utilização de componentes similares; concepção

e instalação do sistema mais simples através da combinação de unidades padrão.

Atualmente, os sistemas conectados a rede podem apresentar diferentes

configurações. Estas configurações podem ser comumente enquadradas em duas

categorias: os sistemas centralizados com um único estágio de conversão de

energia, denominado de inversor central, e os sistemas descentralizados os quais

empregam conversores estáticos para um menor número de módulos fotovoltaicos,

aumentando o número de circuitos e componentes eletrônicos, porém assegurando

um maior aproveitamento da energia gerada [18], [19].

Geralmente o que define a configuração a ser utilizada é a potência do

sistema de geração. Para sistemas fotovoltaicos com geração até 0,5kWp a

configuração utilizada é inversor integrado (Module Integrated) (Figura 4(d)). Para

potência entre 0,5kWp e 3kWp é então utilizada a configuração inversor linha (String

Inverter) (Figura 4(c)). Entre 3kWp e 10kWp a configuração inversor multi-linhas

(Multistring Inverter) (Figura 4(b)) e para potência acima de 10kWp a configuração

inversor central (Central Inverter) (Figura 4(a)).

Em sistemas onde a tensão dos módulos fotovoltaicos é menor que o pico

da tensão da rede da concessionária é necessário que exista uma adequação dos

níveis de tensão. Esta compatibilização pode ser feita com transformadores de linha

(60 Hz). Todavia, objetivando-se uma redução volume e peso destes sistemas é

preferível o emprego de um estágio CC-CC para aumentar a tensão dos módulos

fotovoltaicos, proporcionando um barramento CC com valor adequado para que o

estágio inversor seja conectado diretamente a rede. Assim, as configurações de

inversores linha e inversores integrados podem apresentar um único estágio de

conversão de energia ou podem empregar um estágio CC-CC para elevação de

tensão e MPPT independente do estágio inversor. Os inversores multi-linhas sempre

empregam múltiplos estágios CC-CC. A utilização de um estágio CC-CC permite

Page 27: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTRODUÇÃO 25

uma melhor utilização do estágio inversor que pode ter seus componentes

projetados de modo otimizado, uma vez que o valor da tensão do barramento CC de

um inversor tem influência direta no projeto de seus componentes e de seu filtro.

(a) (b) (c) (d)

Figura 4 – Configurações de sistemas fotovoltaicos. (a) Inversor central; (b) Inversor multi-linhas; (c) Inversor linha; (d) Inversor integrado.

1.1.2 Ganho estático de tensão do estágio CC-CC.

Um sistema fotovoltaico descentralizado conectado em uma rede de 127V

CA geralmente necessita que a tensão CC dos módulos seja elevada para valores

em torno de 220 a 250V para a posterior conversão em CA, como mostrado na

Figura 5. Os módulos produzem tensões que se encontram entre dois intervalos

típicos: módulos de 36 células possuem tensão de saída de 18 a 26V e módulos de

72 células possuem tensão de saída de 36 a 46V. Pode-se encontrar módulos com

potências entre 100 e 500W.

Page 28: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTRODUÇÃO 26

Figura 5 – Sistema fotovoltaico monofásico distribu ído conectado a rede.

A Tabela 1 mostra o ganho de tensão necessário para o conversor CC-CC

elevar a tensão dos módulos para 250V, considerando arranjos com até três

módulos de 25V/200W em série.

Analisando-se a Tabela 1 é possível inferir que maior deve ser o ganho de

tensão para um número menor de módulos fotovoltaicos e que o caso mais crítico é

para o arranjo com um módulo (inversor integrado). Nestes casos, a utilização de um

conversor boost convencional resulta em valores de razão-cíclica muito elevados,

resultando em baixa eficiência na conversão de energia, devido à resistência série

equivalente (RSE) dos componentes do circuito [20].

Tabela 1 - Ganho de tensão do conversor CC-CC em fu nção do número de módulos. Número de

módulos PV

Tensão PV (V) Tensão de saída do

conversor (V)

Ganho de tensão

do conversor

Potência PV (W)

1 25 250 10 200

2 50 250 5 400

3 75 250 3,42 600

A RSE é função da resistência série do indutor boost e das quedas de tensão

nos semicondutores, sendo que a maior contribuição ocorre no MOSFET, cuja

resistência equivalente é bastante significativa e aumenta proporcionalmente com a

tensão de ruptura que o dispositivo é capaz de suportar [21]. Portanto, quanto maior

a razão-cíclica, mais tempo o MOSFET permanece em condução, elevando o valor

da RSE. Além das perdas associadas à RSE, a tensão equivalente sobre esta

resistência acaba por reduzir a tensão de saída do conversor boost, o que

efetivamente limita o seu ganho estático.

As perdas em condução ( onP ) no conversor boost podem ser estimadas

como sendo,

2.on RMSP RSE I= (1)

Onde RMSI é a componente eficaz da corrente LI no modelo médio do

conversor [22], mostrado na Figura 6(c).

O valor de RSE é definido como,

Page 29: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTRODUÇÃO 27

( ). (1 )L DS on KRSE R R D R D= + + − (2)

Onde LR é a resistência série do indutor, ( )DS onR é a resistência série do

MOSFET, KR é a resistência série do diodo e D é a razão-cíclica do conversor.

Portanto, substituindo-se a expressão (2) em (1) e ainda considerando-se

que o valor da razão-cíclica aproxima-se da unidade tem-se,

( ) 2 2 2( ) ( )on L DS on RMS L RMS DS on RMSP R R D I R I R DI= + = + (3)

A partir de (3) pode-se inferir que as perdas podem ser reduzidas se a

corrente eficaz for reduzida, o que sugere o paralelismo de estágios de conversão

de energia. A conexão de conversores estáticos em paralelo é normalmente utilizada

em aplicações tais como em fontes de telecomunicações e servidores de rede de

computadores onde uma elevada densidade de potência é necessária. Com a

adoção desta técnica os esforços de corrente e as perdas são distribuídas entre os

conversores. Além do paralelismo, a operação em modo intercalado (defasagem

entre as moduladoras PWM) permite uma redução na ondulação de corrente sobre

os dispositivos [23], [24].

(a)

(b)

(c)

Figura 6 – Conversor boost. (a) Circuito equivalent e com MOSFET em condução; (b) Circuito equivalente com MOSFET em bloqueio; (c) Modelo médi o [22].

Por outro lado, a segunda parcela da expressão (3) é função da resistência

do MOSFET e da razão-cíclica do conversor. Para minimizar-se esta parcela pode-

se empregar semicondutores com baixa resistência de condução tais como o

CoolMOSTM [25] [26], ou empregar um conversor CC-CC com ganho de tensão

elevado de tal forma que a razão-cíclica mantenha-se em valores baixos [20].

Além das perdas, o ganho estático de tensão do conversor boost também

pode ser analisado através do circuito da Figura 6(c), de onde se tem,

Page 30: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTRODUÇÃO 28

( )( )

( )( )

2

11 11

111

1

KAo

L DS on Ki i

D VVR R D R DV D V

R D

− = − + + −− + −

(4)

Onde VKA é a queda de tensão do diodo em condução.

Mais uma vez considerando-se que a razão-cíclica aproxima-se da unidade,

pode-se simplificar a expressão (4) de modo que se obtém,

( )( )

2

1 1

11

1

o

L DS oni

VR R DV D

R D

= +− + −

(5)

Em termos de RSE, o ganho estático do conversor pode ser dado como,

( )2

1 111

11

o

i

VRSEV D

RD

= − + −

(6)

A partir de (6) pode-se inferir que existe uma parcela que minimiza o ganho

de tensão. Esta parcela encontra-se multiplicada por um fator dado pela razão entre

o valor de RSE e da resistência de carga R . Desta forma, fica evidente que se

reduzindo RSE a zero tem-se o valor do ganho estático ideal (sem perdas) e, por

outro lado, para RSE R> tem-se uma rápida redução do ganho estático o qual tende

a zero quando RSE R>> .

A Figura 7 mostra a influência da RSE no ganho estático do conversor boost

e na sua eficiência. Observa-se que o ganho estático ideal do conversor boost tende

a infinito quando a razão-cíclica aproxima-se da unidade (Figura 7(a)). Todavia, para

uma relação de 0,028 entre a RSE e a resistência de carga R, tem-se um ganho

estático máximo limitado a sete para uma razão-cíclica de aproximadamente 0,9.

Uma curva experimental mostra que este limite pode ser ainda mais restritivo ficando

em torno de cinco. Para a mesma relação RSE/R=0,028, a eficiência máxima é de

aproximadamente 90% para uma razão-cíclica de 0,6 (Figura 7(b)). Na prática

observa-se que para valores de razão-cíclica superiores a 0,5 a eficiência do

conversor decai significativamente.

Page 31: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTRODUÇÃO 29

(a)

(b)

Figura 7 – Influência do RSE no conversor boost, co nsiderando uma razão teórica RSE/R = 0,028. (a) Ganho de tensão e (b) eficiência do conv ersor boost em função da razão cíclica.

1.1.3 Conversores CC-CC com ganho estático de tensão elevado.

De um modo geral, existem diferentes abordagens que resultam em

conversores com ganho estático elevado. Algumas destas abordagens consideram a

associação de conversores, outras a inclusão de circuitos específicos para elevação

da tensão na saída do conversor e, outras fazem uso do ajuste dos níveis de tensão

através de elementos magnéticos como o transformador. Várias topologias são

oriundas de um único método para elevação do ganho estático ou ainda de uma

combinação de dois ou mais deles. Para facilitar a compreensão de como funciona

cada um destes métodos, buscou-se dividi-los de acordo com o modo em que o

ganho de tensão é obtido. Desta forma, os conversores estáticos com alto ganho de

tensão com valores reduzidos de razão-cíclica foram separados em categorias, ou

abordagens, conforme está descrito abaixo:

a. Conversores baseados na conexão de estágios idênticos em cascata [27],

[28], [29], [30], [13] ou série [31], [32].

b. Conversores baseados em circuitos dobradores de tensão [33], [34], [35], [36]

e capacitores chaveados [37].

c. Conversores com célula de elevação de tensão (Voltage Lift) [38], [39], [40].

d. Conversores baseados em Indutores Acoplados [41], [42], [43].

e. Conversores baseados na associação e integração de conversores [44], [45],

[46].

0 0.2 0.4 0.6 0.8 10

2

4

6

8

10ExperimentalModelo MédioIdeal

Ganho estático

Razão cíclica (D)

0 0.2 0.4 0.6 0.8 10

0.2

0.4

0.6

0.8

1

ExperimentalModelo MédioIdeal

Eficiência

Razão cíclica (D)

Page 32: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTRODUÇÃO 30

Os conversores com elevado ganho de tensão empregam algum tipo de

técnica que permite a operação com valores menores de razão-cíclica. Cada uma

destas técnicas apresenta vantagens e desvantagens que podem ser exploradas em

diferentes aplicações. A seguir tem-se uma descrição sucinta das principais

características de cada uma das abordagens.

Com relação às topologias baseadas na associação de conversores

idênticos pode-se afirmar que a conexão de conversores em cascata permite que o

ganho estático total seja igual à multiplicação dos ganhos de cada estágio

individualmente. Além disto, a independência entre as variáveis de cada estágio

permite que estes sejam controlados de modo independente, i.e., podendo operar

com razões-cíclicas distintas. A principal desvantagem de uma topologia com

múltiplos estágios em cascata é que a energia proveniente da fonte é processada

múltiplas vezes antes de ser entregue a carga, o que reduz a eficiência do sistema.

Por outro lado, os componentes do estágio de saída estão sujeitos a esforços de

tensão maiores, ao passo que os componentes do estágio de entrada estão sujeitos

a esforços de corrente maiores. O número de componentes também é multiplicado

pelo número de estágios em cascata, o que é muito maior do que uma topologia de

único estágio. Para reduzir o número de componentes, a integração de alguns

componentes redundantes dá origem aos conversores quadráticos. Nestas

topologias o ganho de tensão total é também o ganho de cada estágio multiplicado

entre si. Todavia, com um único semicondutor ativo, a razão-cíclica para ambos é

idêntica dando origem a sua denominação de conversor quadrático. Também

baseada na associação de conversores idênticos, a conexão em série de topologias

resulta em conversores cuja tensão de saída é a soma da tensão de cada um dos

estágios. O conversor boost three-level e o conversor dual boost são exemplos

deste tipo de conversores. Nestes casos os conversores são arranjados de modo

que dois estágios de conversão de energia são associados com suas saídas em

série.

Relativo às topologias baseadas em dobradores de tensão pode-se afirmar

que estes fazem uso de ‘células’ empregando capacitores e diodos que são

arranjadas de tal modo que a tensão nos capacitores é duplicada a cada nova

célula. Então, um conjunto de ‘n’ células é capaz de produzir uma tensão ‘n’ vezes o

valor de sua tensão inicial. Estas ‘células multiplicadoras de tensão’ são baseadas

na associação de capacitores como é feito no retificador Cockcroft-Walton,

Page 33: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTRODUÇÃO 31

empregado em circuitos de imagem [47]. Para se obter um ganho de tensão elevado

deve-se empregar um grande número de ‘células multiplicadoras de tensão’, o que

eleva o custo e as perdas em condução do sistema.

Referente às topologias com elevação de tensão (Voltage Lift) pode-se dizer

que estas fazem uso de ‘células’ multiplicadoras de tensão empregando indutores,

capacitores e diodos. Estas ‘células’ produzem uma multiplicação do valor da tensão

nos capacitores de modo semelhante ao que ocorre nos circuitos dobradores de

tensão. Todavia, o uso de indutores reduz a taxa de variação de corrente através

dos semicondutores. Este fato pode aumentar o custo dos conversores, uma vez

que o número de indutores é igual ao número de ‘células’. Os componentes

magnéticos têm um custo elevado e uma maior complexidade de implementação se

comparados aos capacitores.

Em relação às topologias que empregam indutores acoplados pode-se dizer

que a razão de transformação destes é usada para aumentar o ganho de tensão, tal

como nos transformadores nas topologias isoladas. Todavia, o ganho estático é

sempre maior do que o apresentado por topologias isoladas como o flyback e o

push-pull, uma vez que os enrolamentos estão dispostos de forma que a tensão no

enrolamento secundário se soma a tensão refletida na saída do conversor.

Referente às topologias baseadas na integração de conversores pode-se

afirmar que estas empregam normalmente dois conversores CC-CC associados em

um único estágio de conversão de energia. Além disto, as partes redundantes aos

dois conversores são integradas, reduzindo o número de componentes do

conversor. As entradas ou saídas são conectadas de tal modo que a tensão ou a

corrente são somadas, contribuindo para o aumento do ganho de tensão ou corrente

do conversor.

Como pode ser visto, a literatura apresenta um grande número de

alternativas para se obter conversores com alto ganho estático de tensão e alta

densidade de potência. Dentre estas alternativas, a integração de conversores é

uma das abordagens que levam a conversores com circuitos com menos

componentes ativos e mais compactos. Esta técnica baseia-se em um conceito

simples que permite que a topologia resultante apresente características

semelhantes aos conversores que lhe deram origem. Entretanto, até o momento, a

literatura apresenta conversores integrados de maneira individualizada, onde as

topologias são propostas como novos circuitos sem ou com muito pouca relação

Page 34: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTRODUÇÃO 32

com as demais, ou seja, não existe nenhum trabalho que discuta o conceito de

integração de conversores de uma maneira generalizada e aprofundada.

1.2 OBJETIVOS

Visando preencher esta lacuna presente na literatura esta dissertação busca

o desenvolvimento de uma metodologia para a integração de dois conversores CC-

CC básicos que resulte em uma topologia integrada com alto ganho estático de

tensão em um único estágio de conversão de energia. Esta metodologia deve ser

simples e não deve alterar as características dos dois conversores estáticos que

deram origem à integração. Para validar e avaliar a metodologia proposta, esta será

aplicada em um estudo de caso. Os conversores escolhidos para este estudo de

caso são os conversores Boost e Flyback.

Para se conseguir atingir o objetivo principal deste trabalho devem-se

realizar alguns objetivos específicos, tais como:

• Revisar os temas abordados;

• Definir o conceito de integração proposto;

• Aplicar o conceito para as topologias boost e flyback;

• Analisar o princípio de operação dos conversores integrados;

• Analisar matematicamente o princípio de operação, ganho estático e

os limites de operação destes conversores;

• Definir uma metodologia de projeto dos conversores;

• Desenvolver o projeto físico e implementar os protótipos dos

conversores;

• Obter os dados experimentais e analisar os resultados.

1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Esta dissertação está organizada como segue. O Capítulo 1 consta de uma

introdução, na qual foi contextualizada a demanda energética mundial, enfatizando a

necessidade por fontes renováveis de energia. Em seguida, devido às

características das fontes renováveis foi enfatizada a questão da geração distribuída

de energia através de um grande número de geradores de baixa potência

Page 35: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTRODUÇÃO 33

distribuídos pelo sistema elétrico. Neste ponto discutiu-se a energia fotovoltaica

cujas características se encaixam neste conceito. Observou-se que a principal

barreira para a larga utilização destes sistemas é o seu custo inicial. Para amortizar

este custo deve-se utilizar conversores estáticos que aproveitem a energia

produzida com a maior eficiência possível. A literatura apresenta várias abordagens

para realização destes conversores, no entanto, não há uma metodologia formal

para realização da integração. No Capítulo 2 é apresentada uma revisão

bibliográfica abordando dois assuntos principais, os conversores CC-CC básicos,

cujas características são utilizadas para se derivar as características e limitações

das topologias integradas; e os conversores e técnicas para obtenção de ganhos de

tensão elevados. O Capítulo 3 é dedicado à definição da associação de conversores

CC-CC e a possibilidade de sua integração por meio do emprego de indutores

acoplados. Neste capítulo são apresentadas as regras e restrições impostas para

associação dos circuitos que resultam em conversores integrados com elevado

ganho estático de tensão. No Capítulo 4 é apresentada a integração dos

conversores básicos boost e flyback. Neste capítulo são apresentados em detalhes

os passos para se associar as seções de saídas das topologias resultantes e os

requisitos para integração das seções de entrada. Também são derivadas as

restrições e limites de operação das topologias derivadas bem como o ganho

estático de tensão das mesmas. No Capítulo 5 são apresentados e analisados

matematicamente os conversores CC-CC boost-flyback série, boost-flyback paralelo

e boost-flyback cascata, todos derivados da metodologia apresentada no Capítulo 4.

A operação destas três topologias em modo de condução contínua é descrita e suas

etapas, formas de ondas e esforços nos componentes são mostrados e discutidos.

No final deste capítulo três protótipos são implementados e os resultados

experimentais para cada um deles são apresentados e discutidos. O Capítulo 6

mostra uma extensão da teoria da integração com o emprego de indutores

acoplados com múltiplos enrolamentos, dando origem a topologias com associação

de múltiplas seções de saída. No final do capítulo os resultados experimentais para

dois protótipos são apresentados e discutidos. No Capítulo 7 são apresentadas as

principais conclusões, bem como uma breve discussão sobre os objetivos que foram

alcançados e uma perspectiva de temas que podem ser abordados em trabalhos

futuros oriundos desta investigação.

Page 36: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 34

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capítulo apresenta uma revisão bibliográfica abordando dois assuntos

principais, os conversores CC-CC básicos, cujas características são utilizadas para

se derivar as topologias integradas; e os conversores e técnicas para obtenção de

ganhos de tensão elevados a fim de se estabelecer o estado da arte deste tema.

2.1 CONVERSORES ESTÁTICOS BÁSICOS

Os conversores CC-CC são circuitos eletrônicos que convertem tensão CC

de entrada em outro valor de tensão CC regulada com magnitude maior ou menor,

possivelmente com polaridade oposta ou com isolamento entre as referências de

entrada e saída [22]. Os conversores CC-CC diferem dos reguladores lineares, por

empregar interruptores de modo chaveado, evitando as perdas de polarização

destes.

2.1.1 Conversores estáticos básicos não isolados

Existem diversas topologias de conversores CC-CC, sendo que as

topologias dos conversores básicos empregam um único par de chaves PWM, ou

seja, uma chave ativa e um diodo. Os conversores CC-CC básicos não isolados

usam elementos armazenadores de energia como indutores e capacitores para

reduzir as variações de tensão e/ou corrente em seus terminais de entrada e de

saída. Estes conversores podem ser classificados de diferentes formas. Uma delas

diz respeito ao seu ganho estático. Deste modo os conversores são separados em

três categorias:

• conversores abaixadores de tensão, cuja tensão de saída é regulada

em valores sempre inferiores a tensão de entrada, ou seja, o ganho

estático é sempre menor que um;

• conversores elevadores de tensão, cuja tensão de saída é regulada

em valores sempre superiores a tensão de entrada, ou seja, o ganho

estático é sempre maior que um; e.

Page 37: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 35

• conversores abaixadores/elevadores de tensão, cuja tensão de saída

é regulada em valores que podem ser superiores ou inferiores a

tensão de entrada, ou seja, o ganho estático pode ser maior ou menor

que um, dependendo do valor da razão-cíclica do conversor.

A Tabela 2 mostra um resumo dos conversores CC-CC básicos não isolados

e o seu ganho estático para operação em modo de condução contínua (CCM), [22].

Tabela 2 - Topologias e ganhos estáticos para os co nversores CC-CC básicos Conversor Circuito Ganho estático em CCM

Buck

o

i

VD

V= (7)

Boost

1

1o

i

V

V D=

− (8)

Buckboost

1o

i

V D

V D=

− (9)

Cúk

1o

i

V D

V D=

− (10)

SEPIC

1o

i

V D

V D=

− (11)

Zeta

1o

i

V D

V D=

− (12)

A partir da Tabela 2 pode-se concluir que as seis topologias básicas tem o

ganho estático em função da razão-cíclica (D) que varia de zero até a unidade.

Portanto, a topologia buck possui um ganho estático sempre inferior a um (vide

Page 38: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 36

expressão (7)), i.e., é um conversor abaixador de tensão. Por outro lado, a topologia

boost possui um ganho estático sempre superior à unidade (vide expressão (8)). As

demais topologias possuem ganhos estáticos que variam de zero a valores

superiores que a unidade, o que os torna conversores abaixadores/elevadores.

Com relação aos circuitos dos conversores tem-se que os conversores buck,

buckboost e Zeta possuem a chave S em série com a fonte de tensão de entrada, o

que permite desconectar a fonte do conversor sempre que a chave estiver aberta.

Por outro lado, os conversores boost, Cúk e SEPIC possuem o indutor em série com

a fonte de entrada, o que permite uma corrente de entrada contínua. Do ponto de

vista da seção da saída, os conversores boost, buckboost e SEPIC possuem diodos

de saída que, quando reversamente polarizados, desconectam completamente a

saída do conversor. Por outro lado, os conversores buck, Cúk e Zeta possuem um

indutor em sua seção de saída reduzindo a ondulação de corrente vista na saída.

2.1.2 Conversores estáticos com isolação galvânica

Os conversores CC-CC com isolação galvânica diferem das demais

topologias básicas por existir um elemento magnético que fornece isolação

galvânica entre os terminais da entrada e da saída do conversor. Este elemento

pode ser um transformador ou um indutor acoplado, [48].

A Tabela 3 mostra um resumo dos conversores CC-CC básicos isolados e o

valor de seu ganho estático para operação em modo de condução contínua (CCM)

[22], onde se pode concluir que as cinco topologias básicas tem o ganho estático em

função da razão-cíclica (D) e da relação de espiras (N). A topologia forward é

derivada da topologia buck e o seu ganho estático é normalmente inferior a um (vide

expressão (13)), i.e., é um conversor abaixador de tensão. As demais topologias

possuem ganhos estáticos que variam de zero a valores superiores que a unidade, o

que os torna conversores abaixadores/elevadores. Então, o valor de N irá contribuir

com o ganho estático dos conversores abaixadores quando for menor que a unidade

e com os conversores elevadores quando for superior a unidade. Para o caso em

que N é igual à unidade então as expressões do ganho passam a ser idênticas ao do

conversor correspondente na Tabela 2.

Page 39: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 37

Tabela 3 - Topologias e ganhos estáticos para os co nversores CC-CC básicos isolados Conversor Circuito Ganho estático

Forward

o

i

VND

V= (13)

Flyback

1o

i

V DN

V D=

− (14)

Cúk isolado

1o

i

V DN

V D=

− (15)

SEPIC

isolado

1o

i

V DN

V D=

− (16)

Zeta isolado

1o

i

V DN

V D=

− (17)

2.2 CONVERSORES COM ELEVADO GANHO DE TENSÃO

Em teoria um grande valor de ganho estático pode ser alcançado através do

ajuste adequado na razão-cíclica de um conversor elevador. Na prática, os valores

máximo e mínimo para o ganho estático estão limitados pelas características dos

dispositivos eletrônicos que constituem o conversor, principalmente os

semicondutores. O principal limitador do ganho máximo são as resistências série dos

componentes, enquanto que o principal limitador do ganho mínimo são os tempos de

comutação dos semicondutores.

Para contornar estas limitações, modificações nos conversores básicos são

realizadas. Nas seções seguintes serão descritas algumas abordagens para se obter

ganhos estáticos muito elevados.

Page 40: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 38

2.2.1 Conversores estáticos com estágios em cascata e em série

O uso de conversores CC-CC em cascata é um modo eficaz de se conseguir

um elevado ganho de tensão, uma vez que os ganhos de cada estágio de conversão

de energia são multiplicados [27], [28], [29]. Deste modo, cada estágio contribui com

o ganho total por meio de um fator multiplicativo correspondente ao valor do seu

ganho individual. Na Figura 8 tem-se um conversor boost com múltiplos estágios em

cascata. Com esta topologia consegue-se uma grande elevação na tensão de saída

do sistema.

Como cada conversor pode operar de modo independente o ganho de cada

estágio de conversor pode ser controlado individualmente permitindo uma maior

flexibilidade na operação do sistema.

Figura 8 – Conversor CC-CC Boost com múltiplos está gios em cascata.

As principais limitações deste sistema são o elevado número de

componentes e as perdas, uma vez que cada estágio de conversão de energia

contribui com uma parcela de perdas em condução. Esta situação se exacerba no

primeiro estágio, pois este apresenta níveis de tensão baixos (Vo1 é a tensão de

ruptura para S1 e D1) e elevadas correntes, enquanto que no último estágio, os

semicondutores devem suportar níveis de tensão elevados (Von é a tensão de

ruptura para Sn e Dn) e suas resistências série equivalente (RSE) são maiores,

contribuindo para maiores perdas. Quando os semicondutores utilizados são do tipo

MOSFET, a resistência série destes aumenta exponencialmente com a sua tensão

de ruptura, tornando as perdas em condução muito elevadas para dispositivos que

suportem tensões superiores a 500V [49].

Uma vez que os conversores sejam idênticos pode-se buscar a integração

das partes comuns dos conversores. Para reduzir o número de chaves ativas se

pode integrar as chaves dos conversores boost, como mostrado na Figura 9(a). Esta

abordagem dá origem aos conversores quadráticos, como a topologia conhecida

Page 41: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 39

como boost quadrático, mostrada na Figura 9(b) [30].

(a)

(b)

Figura 9 – Conversores boost com estágios em cascat a integrados. (a) Conversor com múltiplos estágios. (b) Boost quadrático.

Estes conversores são denominados de quadráticos, pois o seu ganho

estático é resultado da multiplicação do ganho estático de dois conversores iguais

com razões-cíclicas idênticas. Apesar de reduzir o número de chaves ativas, as

perdas em condução não são reduzidas, pois a energia ainda é processada por

cada estágio de conversão.

Uma alternativa para se conectar os conversores é através do arranjo série

dos estágios de conversão, como no conversor boost três níveis, Figura 10, [31],

[32]. Um conversor boost três níveis pode dobrar o ganho de tensão e reduzir pela

metade a tensão sobre os semicondutores, devido ao arranjo dos estágios de

conversão de energia, onde se observa que os semicondutores S1 e D1 estão

submetidos à tensão Vo1 enquanto que os semicondutores S2 e D2 estão sujeitos a

tensão Vo2. No entanto, esta topologia requer dois semicondutores ativos (S1 e S2).

Na Figura 10(a) ambos os conversores são representados com todos os seus

componentes. Na Figura 10(b) é empregado um único indutor boost, reduzindo o

número total de componentes.

Pode-se concluir que a associação de conversores resulta em um número

de semicondutores que é sempre maior do que o dos conversores básicos. Apesar

dos conversores quadráticos apresentarem somente uma chave ativa, as perdas em

Page 42: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 40

condução ainda são um fator limitador, pois toda a energia é processada pelos

múltiplos estágios do conversor.

(a) (b)

Figura 10 – Conversores boost com estágios em série . (a) Boost três níveis. (b) Boost três

níveis com um único indutor de entrada.

2.2.2 Conversores estáticos baseados em circuitos dobradores de tensão

Ao invés de associar múltiplos conversores (múltiplos estágios), outra

abordagem baseia-se no emprego de dobradores de tensão, como os circuitos

empregados para se obter elevados valores de tensão em circuitos de imagem [33]

[35]. Um destes circuitos é o retificador Cockcroft-Walton [37].

Figura 11 – Retificador Cockcroft-Walton

O circuito dobrador de tensão baseia-se em uma configuração em ponte

cujos braços constituem-se de diodos e capacitores. Os diodos são polarizados

alternadamente de modo que os capacitores são carregados com o dobro da tensão

aplicada à entrada da ponte de modo sequencial. A carga é conectada de maneira

que a tensão nos capacitores seja somada em seus terminais. Normalmente os

Page 43: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 41

capacitores mantêm-se com o dobro da tensão de entrada do conversor CC-CC que

corresponde à tensão na entrada das células dobradoras de tensão. Isto leva a

necessidade de um número elevado de capacitores e diodos na ponte, quando

ganhos elevados de tensão são requeridos. A Figura 12 mostra alguns conversores

que empregam dobradores de tensão.

Em algumas topologias existe outro contratempo que é o curto-circuito de

parte dos capacitores quando a chave do conversor CC-CC é acionada. Esta

condição de curto-circuito produz esforços adicionais de corrente que são

absorvidos pela chave semicondutora do conversor. Uma alternativa para contornar

este problema é o emprego de conversores multiníveis [50].

(a)

(b)

(c)

Figura 12 – Conversores boost com células dobradora s de tensão. (a) Adaptado de [47]; (b)

Ref. [33]; (c) Ref. [34].

2.2.3 Conversores estáticos com células para elevação de tensão (Voltage Lift)

Diferentemente do circuito dobrador de tensão, a técnica de elevação de

tensão (Voltage Lift) consiste em empregar um elemento adicional de

Page 44: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 42

armazenamento de energia, capacitivo, a fim de que os conversores Cúk, SEPIC e

Zeta tenham características estáticas de conversores elevadores de tensão, tal

como o conversor boost [39], [51], [52], [40], cujo ganho estático é dado por (8).

Na Figura 13 é mostrada a técnica de elevação de tensão para o conversor

SEPIC. Observa-se que ao circuito do conversor SEPIC convencional (Figura 13(a))

é acrescentado um capacitor Cx e um diodo Dx, dispostos como mostrado na Figura

13(b).

Com a inclusão dos elementos Cx e Dx, a corrente médio no indutor L2 passa

a ser zero. Desta forma, o módulo da tensão média armazenada em Cc e Cx deve

ser igual, i.e., a tensão Vzy é zero. Deste modo não há contribuição da energia

armazenada em CC para o ganho de tensão. Isto significa que o indutor L2 não

armazena energia durante a operação do conversor SEPIC Voltage Lift.

(a) (b)

(c) (d)

Figura 13 – Conversor SEPIC. (a) Topologia convenci onal. (b) Topologia com circuito de

elevação de tensão (self-lift). (c) Malha com tensã o média nula. (d) Nó com corrente média nula.

Uma vez que os conversores Cúk, SEPIC e Zeta passem a apresentar

ganho estático idêntico ao de um conversor boost e que o número de componentes

no boost é menor, não há justificativa para se empregar estas topologias.

Para incrementar o valor do ganho estático uma célula denominada de

“super-elevadora”, proposta em [53] deve ser associada aos circuitos dos

conversores SEPIC e Cúk. A Figura 14(a) mostra uma das configurações da célula

“super-elevadora” a qual é aplicada ao conversor SEPIC na Figura 14(b).

A célula “super-elevadora” é composta por uma chave ativa (SSL), um indutor

(LSL), um capacitor (CSL) e dois diodos (D1SL e D2SL). Esta célula é conectada ao

circuito do conversor através dos terminais “a”, “b” e “c”.

Page 45: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 43

A célula “super-elevadora” pode ainda ser empregada como os circuitos

dobradores de tensão, isto é, múltiplas vezes no mesmo circuito como mostrado na

Figura 14(c) para o conversor SEPIC.

Como a célula “super-elevadora” possui uma chave ativa (SSL) e um diodo de

saída (D2), ela pode ser utilizada individualmente como uma célula conversora de

energia. Na Figura 15(a) a célula “super-elevadora” é empregada individualmente no

circuito como uma célula conversora. A Figura 15(b) mostra múltiplas células “super-

elevadoras” como um único conversor de energia. Neste circuito observa-se que

todas as células empregam uma única chave ativa (Si).

(a) (b) (c)

Figura 14 – Célula “super-elevadora” para conversor es CC-CC. (a) Tipo 1. (b) Aplicada ao

conversor SEPIC. (c) Múltiplas células elevadoras a plicadas ao SEPIC.

A Figura 15(b) assemelha-se a uma conexão de conversores CC-CC em

cascata, onde cada célula produz a energia para carga dos capacitores Vo1 a Von

respectivamente.

Se a célula “super-elevadora” for comparada aos circuitos dobradores de

tensão, observa-se que esta emprega um número maior de componentes, pois faz

uso de indutores (LSL). Os indutores além do custo mais elevado possuem

implementação mais complexa. Além disto, existe a necessidade de se utilizar uma

chave ativa adicional (SSL) ao conversor. A chave SSL sofre um surto de corrente

quando os capacitores estiverem descarregados, pois ao ser acionada fornece o

caminho para a corrente de carga destes capacitores. Dependendo do conversor ao

qual a célula “super-elevadora” é empregada, a chave adicional deve empregar

circuito acionador isolado, o que aumenta o custo do circuito.

Page 46: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 44

(a) (b)

Figura 15 – Célula “super-elevadora”. (a) Aplicada individualmente. (b) Múltiplas células

integradas.

2.2.4 Conversores estáticos com indutores acoplados

Todas as técnicas discutidas nas Seções anteriores fazem uso somente de

componentes eletrônicos para obter ganho estático de tensão elevado, deste modo

estas técnicas são conhecidas como “técnicas de elevação sem transformador”.

Estas técnicas se justificam pelo fato de que os componentes eletrônicos possuem

menor volume e peso, além de, muitas vezes, terem um custo menor.

Por outro lado, um modo simples de se obter um ajuste entre valores de

tensão, bem como uma grande elevação de tensão é o emprego de transformadores

ou outros componentes com dois enrolamentos, tais como o indutor acoplado. O

emprego de dois enrolamentos permite que a relação de espiras entre ambos seja

utilizada como meio para adequar os níveis de tensão. Neste caso o transformador

não é usado para fornecer isolação galvânica, ao contrário, os enrolamentos são

dispostos de tal forma que a diferença de tensão sobre os mesmos contribua para

que o conversor tenha um ganho estático de tensão elevado. Na Figura 16 são

mostrados três conversores com indutor acoplado com configurações de saída

distintas. A Figura 16(a) é conhecida como conversor boost com indutor acoplado

[54]. Observa-se que o indutor boost com enrolamento simples é substituído por um

indutor acoplado cujo enrolamento secundário é inserido em série com o diodo

boost. Desta forma a tensão refletida neste enrolamento é inserida no ganho estático

do conversor. Como a tensão no enrolamento secundário é função da relação de

espiras do indutor acoplado, tem-se que o ganho estático de tensão passa a ser

função da relação de espiras. Por este motivo o ganho estático deste conversor é

uma função direta da relação de espiras.

Page 47: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 45

Na Figura 16(b) o enrolamento secundário é associado a uma segunda

seção de saída com capacitor C2 e tensão Vo2 [44]. Nesta topologia o circuito do

conversor boost permanece inalterado mantendo a saída Vo1, enquanto a saída Vo2

comporta-se como um conversor flyback com relação à entrada do conversor. Como

as duas seções de saídas encontram-se em série, o ganho estático do conversor é a

soma de duas parcelas correspondentes ao conversor boost (tensão Vo1) e ao

conversor flyback (tensão Vo2).

A topologia mostrada na Figura 16(c) é semelhante à topologia boost-

flyback, todavia, a saída Vo3 é acrescentada de modo que esta opera quando a

chave S encontra-se acionada, aumentando-se a capacidade do conversor, [55].

Como todas as saídas encontram-se em série, o ganho estático também será maior

do que o do conversor boost-flyback.

(a) (b) (c)

Figura 16 – Conversores com indutor acoplado. (a) C onversor boost. (b) Conversor boost-flyback. (c) Conversor boost-flyback com saída em p onte-completa.

Apesar de simples, a topologia mostrada na Figura 16(a) está sujeita a

surtos de tensão devido à energia armazenada na dispersão do indutor acoplado,

cuja energia é dissipada instantaneamente quando a chave é aberta.

Para contornar este problema, circuitos grampeadores são normalmente

adicionados ao conversor, [41]. A Figura 17 mostra dois conversores com indutor

acoplado e grampeamento passivo. Na Figura 17(a) tem-se o conversor boost com

grampeamento passivo representado pelo diodo Dc e o capacitor Cc, [41]. Na Figura

17(b) tem-se o conversor buckboost com grampeamento passivo, [56]. O conversor

buckboost apresenta tensão de saída com polaridade invertida e com ganho estático

menor que o do conversor boost, para o mesmo valor de relação de espiras.

Page 48: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 46

(a) (b)

Figura 17 – Conversores com indutor acoplado e gram peamento passivo. (a) Conversor boost.

(b) Conversor buckboost.

2.2.5 Conversores estáticos integrados

Uma abordagem que envolve a associação de diferentes conversores e a

sua integração em uma única topologia é apresentada em [46]. A Figura 18

demonstra este conceito. Na Figura 18(a) estão representados os circuitos dos

conversores boost e SEPIC. Observa-se que a seção de entrada de ambos os

conversores apresenta uma malha que engloba a fonte de tensão V i, um indutor e

uma chave ativa S. Pode-se afirmar que durante o intervalo em que a chave

encontra-se acionada os indutores são magnetizados pela fonte Vi. No intervalo em

que a chave encontra-se desligada os indutores são desmagnetizados. Deste modo,

esta malha é comum a ambos os circuitos e pode ser compartilhada entre os

conversores, conforme mostrado na Figura 18(b). Neste caso a tensão aplicada

sobre o indutor permanece a mesma, porém a corrente deve ser a soma das

correntes de cada um dos conversores operando individualmente. Na prática isto

deve ser levado em consideração para o projeto do indutor.

(a) (b)

Figura 18 – Conversores integrados. (a) Circuito do s conversores. (b) Circuito integrado.

Como o conversor SEPIC isolado possui uma saída single-ended, esta

seção de saída pode também apresentar uma variação com um retificador em ponte,

Page 49: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 47

como mostrado na Figura 19(a). Desta forma a saída VoSP opera de forma idêntica

ao conversor SEPIC da Figura 18(b), enquanto que a saída VoSN opera de modo

complementar.

A Figura 19(b) mostra um diagrama da integração de um conversor boost e

um conversor SEPIC com múltiplos enrolamentos.

(a) (b)

Figura 19 – Circuitos derivados da integração. (a) Com retificador em ponte. (b) Com múltiplas

saídas.

Page 50: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONCEITO DE INTEGRAÇÃO DE CONVERSORES BÁSICOS 48

3 CONCEITO DE INTEGRAÇÃO DE CONVERSORES CC-CC BÁSIC OS

Este capítulo é dedicado à definição da associação de conversores CC-CC e

a possibilidade de sua integração por meio do emprego de indutores acoplados.

Neste capítulo são apresentadas as regras e restrições impostas para integração e

associação dos circuitos que resultam em conversores integrados com elevado

ganho de tensão.

3.1 CONVERSORES BÁSICOS SUBDIVIDIDOS EM “SEÇÕES”

Conversores CC-CC básicos formados por apenas uma chave ativa, uma

chave passiva, com dois estados topológicos definidos pelo estado fechado/aberto

da chave ativa podem ser divididos em três seções: seção de entrada, seção

intermediária e seção de saída, como mostrado na Figura 20 [57].

Figura 20 - Seções de um conversor CC-CC

A seção de entrada consiste em uma fonte de tensão ou fonte de corrente e

uma chave. A seção intermediária consiste em indutores e capacitores para

armazenamento e transferência de energia. A seção de saída é formada por uma

chave passiva e uma fonte de corrente ou tensão. As seções dos circuitos formadas

por fontes de tensão ou corrente, chaves ativas e passivas e buffers de energia,

podem ser conectadas entre si desde que sigam restrições topológicas definidas em

[57].

3.2 INTEGRAÇÃO DAS SEÇÕES

A integração das seções é baseada na existência de elementos comuns em

ambos os circuitos (seções). A integração das seções de entrada pode ser realizada

Page 51: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONCEITO DE INTEGRAÇÃO DE CONVERSORES BÁSICOS 49

por dois conversores que apresentem elementos comuns nas seções de entrada ou

seções de entrada e intermediária, assim como a integração das seções de saída

em conversores que apresentem elementos comuns nas seções de saída ou seções

intermediária e de saída.

As fontes de corrente encontradas nas seções de entrada ou saída dos

conversores CC-CC básicos geralmente são formadas por fontes de tensão em série

com indutores. Buffers de corrente geralmente são encontrados nas seções

intermediárias dos conversores e são formados por indutores, transformadores ou

indutores acoplados [57].

Na Figura 21 estão os conversores CC-CC básicos, onde são representadas

as fontes e buffers de tensão ou corrente nas seções de entrada, intermediária e

saída.

Figura 21 - Conversores CC-CC básicos: (a) buck, (b ) boost, (c) buckboost, (d) Cuk, (e) Zeta e

(f) SEPIC

A Tabela 4 apresenta uma síntese com as fontes e buffers de tensão ou

corrente de cada seção dos conversores CC-CC básicos.

Page 52: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONCEITO DE INTEGRAÇÃO DE CONVERSORES BÁSICOS 50

Tabela 4 – Fontes de tensão ou corrente das seções dos conversores CC-CC básicos Conversores

CC-CC Seção de entrada

(Fonte) Seção intermediária (Buffer) Seção de Saída

(Fonte) Buck Tensão - Corrente Boost Corrente - Tensão Buckboost Tensão Corrente Tensão Cúk Corrente Tensão Corrente Zeta Tensão Corrente e tensão Corrente SEPIC Corrente Tensão e Corrente Tensão

3.2.1 Integração das seções de entrada

Devido às restrições impostas pelas leis de Kirchhoff é estabelecido em [57]

que somente duas configurações da seção de entrada são válidas: uma fonte de

tensão (V i) em série com uma chave (Si), como mostra a Figura 22(a), ou uma fonte

de corrente (i i) em paralelo com uma chave (Si), conforme mostra Figura 22(b). Com

essa restrição, sabe-se que só são possíveis estas duas configurações nas seções

de entrada dos diversos conversores CC-CC básicos, o que de certa forma facilita a

integração destas seções de entrada.

Figura 22 - Configurações permitidas para seção de entrada: (a) fonte de tensão em série com

chave ou (b) fonte de corrente em paralelo com chav e.

Considerando a integração através de fontes ou buffers de corrente, a

integração das seções de entrada fica restrita ainda aos conversores cujas seções

de entrada tenham a configuração mostrada na Figura 22(b). São eles os

conversores: boost, cúk, SEPIC.

Outra consideração importante dada por [57] é que no caso da existência de

uma fonte de tensão em série com uma fonte de corrente, estas derivam em uma

única fonte de corrente, como é mostrado na Figura 23(a). Uma fonte de tensão em

paralelo com uma fonte de corrente derivam uma única fonte de tensão, como

mostrado na Figura 23(b).

Page 53: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONCEITO DE INTEGRAÇÃO DE CONVERSORES BÁSICOS 51

Figura 23 – Derivação de fontes: (a) fontes de tens ão e corrente em série, (b) fontes de tensão e corrente em paralelo.

Nos conversores Zeta e buckboost a Seção de entrada do tipo fonte de

tensão encontra-se em série com um buffer de corrente, como mostra a Figura

24(a). Nas versões isoladas destes conversores (Zeta isolado e flyback,

respectivamente) é possível alternar a posição entre a chave S e a fonte de corrente

na malha do enrolamento primário, como mostrado na Figura 24(b), sem que isso

modifique o funcionamento do conversor. As fontes de tensão (V i) e corrente (i) em

série derivam em uma única fonte de corrente, mostrado na Figura 24(c). Assim os

conversores Zeta isolado e flyback apresentam elementos comuns na seção de

entrada e intermediária que permitem a sua integração com os conversores com

fonte de corrente na seção de entrada como os conversores boost, cúk, SEPIC.

Figura 24 - Derivação da seção de entrada: (a) seçã o de entrada e intermediária, (b) alteração

da posição entre a fonte de corrente e chave e em ( c) degeneração das fontes.

Qualquer fonte de corrente de entrada ou buffer de corrente compreende um

indutor. Desta forma há ainda a necessidade da existência de intervalos de

magnetização e desmagnetização com mesmos níveis de tensão para que o mesmo

possa ser compartilhado por dois conversores.

A Tabela 5 apresenta uma síntese dos conversores CC-CC básicos com a

característica da seção de entrada e intermediária e a possibilidade de integração

por meio dos buffers ou fontes de corrente. A integração é possível entre dois

conversores com seção de entrada com fonte de corrente (idênticas) ou um destes

com outro conversor isolado em que a seção de entrada com a seção intermediária

derive em fonte de corrente.

Page 54: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONCEITO DE INTEGRAÇÃO DE CONVERSORES BÁSICOS 52

Tabela 5 – Seção de entrada dos conversores CC-CC b ásicos e a possibilidade de integração. Conversores

CC-CC Seção de entrada

(fonte) Seção intermediária (b uffer) Integração

Buck Tensão - - Boost Corrente - Possível Buckboost Tensão Corrente - Cúk Corrente Tensão Possível SEPIC Corrente Tensão e Corrente Possível Zeta Isolado Tensão Corrente e tensão Possível Flyback Tensão Corrente Possível

3.3 CONVERSORES BÁSICOS VISTOS COMO “CIRCUITOS COM DUAS PORTAS”

Em [58] uma nova abordagem para sintetizar conversores CC-CC baseada

na forma de combinações de circuitos de duas portas (quadripolos) é apresentada.

Os conversores CC-CC são representados como blocos com dois terminais de

entrada e saída e, apenas estes terminais são considerados, ou seja, onde as

variáveis de interesse se restringem às tensões e correntes em seus terminais.

Como visto na Seção anterior, a integração das seções de entrada de dois

conversores CC-CC representa, para seus terminais de entrada, numa associação

em paralelo, onde a tensão de entrada passa a ser comum aos conversores

associados, e por outro lado, a corrente de entrada é dividida entre os conversores:

i iA iBV V V= = (18)

i iA iBI I I= + (19)

Por outro lado, a associação das seções de saída dos conversores resulta em:

1 – Saídas em paralelo;

2 – Saídas em série.

Esta associação de conversores CC-CC permite que as características de

cada conversor sejam resguardadas e as associações são realizadas de acordo com

a finalidade do conversor derivado. Associando-se as saídas dos conversores em

paralelo tem-se a tensão de saída comum a ambos, porém, a corrente de saída igual

à soma das correntes de cada conversor:

o oA oBV V V= = (20)

o oA oBI I I= + (21)

Page 55: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONCEITO DE INTEGRAÇÃO DE CONVERSORES BÁSICOS 53

Com a associação das saídas em série, é possível obter tensão de saída

igual à soma das tensões de saída de cada conversor e corrente média de saída

igual à corrente média de cada conversor:

o oA oBV V V= + (22)

o oA oBI I I= = (23)

As possibilidades de associação podem ser maiores quando considera-se

que um dos conversores CC-CC é uma topologia isolada, como mostra a Figura

25(a).

Figura 25 – Seções de um conversor isolado

O transformador ou indutor acoplado faz parte da seção intermediária deste

conversor. Esse fato facilita a manipulação do circuito, já que a seção intermediária

pode ser separada da seção de entrada, como mostra a Figura 25(b). Desta forma

existe a possibilidade de associar a seção intermediária e também a seção de saída

em cascata com a seção de saída de outro conversor, como é mostrado na Figura

26. Assim, a associação das seções de saída também pode ser do tipo:

3 - Saídas em cascata.

Figura 26 - Conversor isolado com as seções de entr ada em paralelo e de saída em cascata

A associação da seção de saída do conversor isolado em cascata com a

seção de saída do conversor não isolado passa a contribuir para o ganho de tensão

do conversor, como será explorado posteriormente.

Page 56: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONCEITO DE INTEGRAÇÃO DE CONVERSORES BÁSICOS 54

3.4 METODOLOGIA DE INTEGRAÇÃO

Nesta breve Seção é apresentada a metodologia através dos passos a

serem seguidos para se obter conversores com elevado ganho estático de tensão a

partir da integração baseada nos conceitos apresentados anteriormente. Os passos

para a integração são mostrados no fluxograma da Figura 27.

Para que se obtenha um conversor integrado com alto de ganho de tensão,

considera-se a integração de um conversor não isolado A e um conversor isolado B.

No caso em que ambos os conversores apresentem seções de entrada idênticas,

formadas por fonte de corrente em paralelo com a chave ativa do circuito, os

conversores podem ser integrados através das suas secções de entrada

diretamente. Caso a seção de entrada do conversor não isolado A não seja fonte de

corrente, a integração dos conversores não é possível.

Por outro lado, quando a seção de entrada do conversor isolado B não é

uma fonte de corrente, mas quando observada juntamente com a seção

intermediária pode derivar em fonte de corrente através da reorganização da chave

ativa e buffer, a integração com o conversor não isolado A também pode ocorrer

através das entradas equivalentes. Entretanto, caso a seção de entrada juntamente

com intermediária do conversor isolado B não derive em fonte de corrente, a

integração dos conversores não é possível.

Sendo possível a integração das seções de entrada, as seções de saída dos

conversores podem ser associadas em: série, cascata e em paralelo. Feitas as

associações, define-se as restrições de operação em função da razão cíclica (D) e

relação de transformação do indutor acoplado (N). Caso as restrições permitem a

construção física e operação do conversor, analisa-se então o ganho estático de

tensão do conversor integrado.

Esta metodologia de integração de conversores através dos buffers de

corrente será aplicada aos conversores boost e flyback nos próximos capítulos a fim

de validar a mesma.

Page 57: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONCEITO DE INTEGRAÇÃO DE CONVERSORES BÁSICOS 55

Figura 27 – Fluxograma para aplicação da Metodologi a de Integração para obtenção de

conversores com elevado ganho estático.

Page 58: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 56

4 INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK

Este capítulo dedica-se a aplicar o conceito da integração dos conversores

através de elementos indutivos mostrado, na Seção 3.2, aos conversores boost e

flyback. As seções de entrada dos conversores são integradas através dos principais

componentes - o indutor e a chave ativa - reduzindo o número de elementos do

circuito. As seções de saídas são associadas em série, paralelo e cascata

resultando nas três topologias de conversores boost-flyback analisados nesta

dissertação.

4.1 INTEGRAÇÃO DOS ELEMENTOS DAS SEÇÕES DE ENTRADA

Aplicando o conceito mostrado em [58], em que conversores são vistos

como blocos com Portas de Entrada e Saída, a associação das portas de entrada

em paralelo é mais adequada para aplicações com baixa tensão de entrada.

Estendendo para as seções de entrada dos conversores boost e flyback, parte-se

então deste princípio de que elas devem ser configuradas em paralelo, como

mostrado na Figura 28.

Figura 28 – Seções de entrada boost e flyback em pa ralelo

Uma condição necessária para integração através dos indutores é que estes

possuam intervalos de magnetização e desmagnetização com níveis de tensão

similares, que serão verificados a seguir.

4.1.1 Níveis de tensão nos indutores

Inicialmente são analisados os níveis de tensão nos indutores dos

conversores boost e flyback durante os intervalos de magnetização ( onT ) e de

Page 59: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 57

desmagnetização ( offT ). Na Figura 29(a), são mostrados os elementos ativos do

conversor boost na etapa de magnetização e na Figura 29(b) na etapa de

desmagnetização. Na Figura 29(c) é mostrada a tensão sobre a indutância de

magnetização durante os intervalos de magnetização ( onT ) e desmagnetização ( offT )

do conversor boost.

Os elementos ativos do conversor flyback durante a etapa de magnetização

são mostrados na Figura 29(d), e na etapa de desmagnetização na Figura 29(e). A

tensão sobre o indutor do conversor flyback durante os intervalos onT e o ffT é

mostrada na Figura 29(f). O indutor acoplado é representado através do modelo de

fontes dependentes N-port [59]. Nas análises desta seção do trabalho não

considera-se a indutância de dispersão do indutor acoplado.

Desde que as chaves dos dois conversores são controladas pela mesma

razão-cíclica D , ambos irão apresentar os mesmos intervalos de magnetização e

desmagnetização. Analisando-se os níveis de tensão nos indutores do conversor

boost ( BL ) e flyback ( FL ), temos:

a. Etapa de magnetização ( 0 1t t− ):

Na etapa de magnetização a tensão nos indutores do conversor boost e do

conversor flyback são dadas por (24) e (25), respectivamente.

LB iv V= (24)

LF iv V= (25)

Considerando as fontes de entrada iV de mesmo valor, durante a

magnetização tem-se,

LB LFv v= . (26)

b. Etapa de desmagnetização ( 1 2t t− ):

Na etapa de desmagnetização a tensão nos indutores do conversor boost e

do conversor flyback são dadas por (27) e (28), respectivamente.

LB i oBv V V= − (27)

oFLF

Vv

N

−= (28)

Page 60: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 58

Figura 29 – Conversores Boost e Flyback: (a) e (d) etapa de magnetização (t 0-t1); (b) e (e) etapa

de desmagnetização (t 1-t2); (c) e (f) tensão sobre os indutores.

Como os ganhos estáticos destes conversores para operação em modo

CCM são definidos por (8) e (14), pode-se definir a tensão de saída do conversor

boost e do conversor flyback através das expressões (29) e (30), respectivamente.

1

ioB

VV

D=

− (29)

1oF i

NDV V

D=

− (30)

Onde 2 1/N n n= é a relação de espiras do indutor acoplado. Substituindo (29) em

(27) e (30) em (28) tem-se,

1

iLB

V Dv

D= −

− (31)

1

iLF

V Dv

D= −

− (32)

Page 61: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 59

Sendo assim, durante a desmagnetização os indutores também

compartilham a mesma tensão, estando de acordo com (26) também na etapa de

desmagnetização.

4.1.2 Integração da chave e da fonte de entrada

Considerando-se que as fontes de entrada possuam mesmo valor, pode-se

substituir as fontes de entrada por uma única fonte iV , como mostra a Figura 30(a).

Também é possível alterar a posição entre o indutor FL e a chave FS do conversor

flyback como mostrado na Figura 30(b) sem modificar o funcionamento do

conversor. Como os indutores dos conversores boost e flyback, BL e FL

compartilham mesmos níveis de tensão, é possível conectá-los ao nó x e substituir

as duas chaves BS e FS por uma única chave iS , conforme Figura 30(c).

Figura 30 – Integração das seções de entrada. (a) R amo comum compartilhado. (b) Ramo da

chave e do indutor do flyback é reorganizado. (c) C haves em paralelo são integradas.

A Figura 31 mostra os conversores boost e flyback integrados através da

chave, com os elementos ativos durante etapa de magnetização, Figura 31(a), e

desmagnetização, Figura 31(b).

As etapas de operação do conversor integrado através da chave são

analisadas como segue.

a. Etapa de magnetização ( 0 1t t− ):

Durante a etapa de magnetização, tem-se o fechamento da chave ativa iS

conforme Figura 31(a). A corrente nos indutores do conversor boost ( LBi ) e do

conversor flyback (iLF) cresce linearmente com inclinação definida pela razão entre o

valor da fonte de tensão de entrada Vi pelo valor da respectiva indutância, i.e., Vi /LB

e Vi /LF. Os diodos das seções de saída estão reversamente polarizados. As

correntes de magnetização, saída e de entrada para o intervalo Ton são definidas

Page 62: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 60

pelas seguintes equações:

( )i

LF LF mF

Vi t I

L= + (33)

Onde ( )LF mI é a corrente inicial no indutor flyback.

( )i

LB LB mB

Vi t I

L= + (34)

E ( )LB mI é a corrente inicial no indutor boost.

0oFi = (35)

0oBi = (36)

E,

1 LB LFi i i= + . (37)

Figura 31 – Conversores boost e flyback integrados através da chave. (a) Etapa de

magnetização (t 0-t1). (b) Etapa de desmagnetização (t 1-t2).

b. Etapa de desmagnetização ( 1 2t t− ):

Durante a etapa de desmagnetização as seções de saída de ambos os

conversores são ativas, como é mostrado na Figura 31(b). As correntes de

magnetização, saída e de entrada, para o intervalo Toff são definidas pelas seguintes

equações:

( )i oB

LF LF MF

V Vi t I

L

−= + (38)

( )i oB

LB LB MB

V Vi t I

L

−= + (39)

Page 63: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 61

LFoF

ii

N= (40)

oB LBi i= (41)

E,

1 LBi i= . (42)

As formas de onda de corrente nos indutores dos conversores boost ( BL ) e

flyback ( FL ), bem como a corrente de entrada ( 1i ) e da seção de saída ( ,oB oFi i ) são

mostradas na Figura 33(a) para o conversor boost e na Figura 33(b) para o flyback.

4.1.3 Integração dos indutores

Considerando o circuito com as entradas integradas através da utilização de

uma única chave mostrado na Figura 32(a), onde as indutâncias de magnetização

dos conversores boost e flyback, BL e FL encontram-se em paralelo analisar-se-á a

possibilidade da substituição dos indutores por um único equivalente, como mostra

Figura 32(b).

Durante o intervalo onT , a corrente de entrada é definida por (37), onde se

pode substituir (33) e (34). A corrente de entrada é expressa então da seguinte

forma:

( )1 ( ) ( )

1 1i LF m LB m

F B

i V t I IL L

= + + +

(43)

Sendo que:

1 1 1

F B eqL L L

+ =

(44)

Sendo eqL é o equivalente paralelo das indutâncias BL e FL . No equivalente

paralelo, a condição inicial é dada pela soma das condições iniciais em cada indutor,

( ) ( ) ( )LB m LF m Leq mI I I+ = (45)

Sendo (0 )Leqi a corrente inicial na indutância equivalente. Substituindo (44) e (45) em

(43), obtém-se:

Page 64: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 62

1 ( )

1i Leq m

eq

i V t IL

= + (46)

Figura 32 - Integração dos indutores dos conversore s boost e flyback: (a) indutores em

paralelo e (b) substituídos por um equivalente

No intervalo offT , as correntes LBi e LFi são definidas por (38) e (39). A tensão

de saída do conversor boost é definida em (29). Substituindo em (38) e (39):

( )1i

LF LF MF

V Di t I

L D

−= +−

(47)

( )1i

LB LB MB

V Di t I

L D

−= +−

(48)

Substituindo (47), (48), (44) e (45) em (42):

1 ( )1i

oF Leq Meq

V Di t Ni I

L D= − +

− (49)

Page 65: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 63

Figura 33 – Principais formas de onda de corrente: (a) no conversor boost, (b) no conversor

flyback e (c) nos conversores integrados.

O circuito com a integração da seção de entrada e os elementos ativos

durante o intervalo onT é mostrado na Figura 34(a) e durante o intervalo offT na

Figura 34(b). As formas de onda de corrente utilizando um indutor equivalente são

mostradas na Figura 33(c). A corrente de entrada do circuito integrado através de

uma única chave é a mesma que se os indutores fossem substituídos pelo

equivalente paralelo dos indutores boost e flyback. Observa-se que a corrente no

indutor equivalente é a soma das correntes dos indutores boost e flyback. As

correntes das seções de saída boost e flyback permanecem as mesmas.

Figura 34 – Elementos ativos do conversor integrado através da seção de entrada nas etapas

de: (a) magnetização (t 0-t1) e (b) desmagnetização (t 1-t2).

Page 66: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 64

4.1.4 Ganho estático de tensão dos conversores integrados

Conforme Seção 4.1.1, os conversores compartilham os mesmos níveis de

tensão no indutor. A integração também não altera as etapas de operação. Em

regime permanente, a integral da tensão durante um período de chaveamento sT

deve ser igual à zero, isto é,

0

0Ts

Leqv dt =∫ (50)

Durante o intervalo de magnetização ( onT ), conforme circuito na Figura 34(a):

Leq iv V= (51)

E durante o intervalo de desmagnetização ( offT ), conforme circuito na Figura 34(b),

em função da tensão de saída do conversor boost:

Leq i oBv V V= − (52)

Em função da tensão de saída do conversor flyback:

oFLeq

Vv

N= − (53)

Substituindo (51) e (52) em (50):

1

1oB

i

V

V D=

− (54)

Substituindo (51) e (53) em (50):

1

oF

i

V DN

V D=

− (55)

Desconsiderando-se as perdas associadas aos elementos dos circuitos, a

potência de entrada dos conversores deve ser igual à potência de saída, de onde se

obtém a relação entre as correntes de entrada e saída dos conversores:

1

1oB

B

ID

I= − (56)

1

1oF

F

I D

I ND

−= (57)

Page 67: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 65

No conversor integrado, a corrente de entrada passa a ser igual à soma das

correntes de entrada de cada conversor. Em termos de valores médios:

1 1 1B FI I I= + (58)

Onde se substitui 1BI e 1FI respectivamente por (56) e (57):

1 (1 ) 1oB oFI I ND

ID D

= +− −

(59)

As correntes médias de saída dependerão da resistência da carga de cada

conversor. Essas correntes podem ser determinadas por:

oBoB

oB

VI

R= (60)

oFoF

oF

VI

R= (61)

Conclui-se que com a integração das seções de entrada, o ganho estático dos

conversores boost e flyback não é modificado. São mantidas as características das

correntes de saída e a corrente de entrada do conversor integrado passa a ser igual

à soma das correntes de cada conversor.

4.2 ASSOCIAÇÃO DAS SEÇÕES DE SAÍDA

Partindo das seções de entrada integradas, se analisa as possibilidades de

associação da seção de saída do conversor boost (Figura 35(a)) com a seção

intermediária mais seção de saída do conversor flyback mostrada na Figura 35(b)

em série, paralelo e cascata.

Figura 35 - Seções de saída: (a) boost e (b) flybac k.

Page 68: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 66

4.2.1 Associação das seções de saída em série

O objetivo da associação das seções de saída dos conversores boost e

flyback em série é obter topologias com alto ganho de tensão, através da soma das

tensões de saída destes conversores ( oBV e oFV ). Por definição, uma associação

entre elementos de circuitos elétricos é considerada série se, e somente se, a

corrente que passa por estes elementos for a mesma [60]. A associação das seções

de saída em série é possível através dos capacitores de saída oBC e oFC , como

mostrado na Figura 36.

Considerando que em regime permanente a corrente média nos capacitores

das seções de saída dos conversores boost e flyback devem ser iguais a zero, pode-

se concluir que nesta configuração:

oB oF oI I I= = (62)

o oB oFV V V= + (63)

A topologia obtida a partir da integração e associação dos conversores boost flyback

não é inédita. É apresentada na literatura por [44]. A análise detalhada das

topologias será apresentada posteriormente, nas Seções 4.4.1 e 5.1.

Figura 36 - Associação série das portas de saídas. Fonte: Adaptada de [44].

4.2.2 Associação das seções de saída em paralelo

Por definição elementos de circuitos elétricos estão em paralelo quando

submetidos à mesma tensão e conectados nos mesmos nós [60]. Isso implica em

que os capacitores das seções de saída (fontes de tensão) devem ser conectados

aos mesmos nós conforme Figura 37(a). No A conexão das seções de saída em

Page 69: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 67

paralelo implica em que a corrente fornecida para a carga pode ser dividida entre as

seções de saída dos conversores boost e flyback.

Figura 37 - Integração das seções de saída em paral elo. (a) Os capacitores das seções de saída

são associados em paralelo. (b) Os capacitores são substituídos por um equivalente.

A conexão pode ser considerada paralela, desde que a tensão de saída dos

dois conversores seja a mesma, i.e.:

oB oFV V= (64)

Sendo assim os capacitores das seções de saída podem ser substituídos por

um único capacitor equivalente, denominado oC , como mostrado na Figura 37(b). A

tensão de saída passa a ser denominada oV , e

o oB oFV V V= = . (65)

O nó 'w pode ser conectado ao conversor boost em diferentes pontos do

circuito, uma vez que a corrente que circula por este ramo seja sempre IoF. Assim os

pontos de conexão são: ponto x (enrolamento flyback em paralelo com diodo boost),

ponto u (enrolamento flyback em paralelo com realimentação da fonte de entrada) e

ponto y (enrolamento flyback em paralelo com a carga). Os circuitos oriundos destas

conexões são mostrados respectivamente na Figura 38(a), Figura 38(b) e Figura

38(c).

Page 70: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 68

Figura 38 - Seções de saída em paralelo com conexão do nó w ao: (a)nó x , (b) nó u e (c) nó y.

Em regime permanente, a corrente média no capacitor de saída oC é igual à

zero, o que permite definir a corrente média de saída oI como sendo:

o oB oFI I I= + (66)

Conforme citado anteriormente a integração das seções de saída dos

conversores boost e flyback em paralelo será válida desde que as tensões de saída

dos conversores boost e flyback, oBV e oFV sejam iguais, conforme definido em (64).

Apesar de resultar de uma integração das seções de saída em paralelo, a topologia

mostrada na Figura 38 é apresentada na literatura como conversor CC-CC com alto

ganho de tensão por [43]. A análise detalhada das topologias será apresentada

posteriormente, nas Seções 4.4.2 e 5.2, onde suas vantagens e restrições serão

exploradas.

4.2.3 Associação das seções de saída em cascata

A associação de conversores em cascata, como a mostrada na Figura 39 é

definida em [22] como aquela em que a saída de um conversor A, oAV , é aplicada a

entrada do conversor B, iBV . O ganho estático de tensão /o iM V V= do conversor

Page 71: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 69

derivado da associação passa a ser o produto do ganho estático do conversor A

( )AM pelo ganho estático do conversor B ( )BM , isto é, .A BM M M= .

Figura 39 - Associação de conversores em cascata.

No caso da integração dos conversores, em que se considera que as seções

de entrada estão associadas compartilhando a mesma chave e mesmo indutor de

entrada, a associação em cascata é somente aplicada nas seções de saída, como

mostra a Figura 40.

Figura 40 - Associação de seções de saída em cascat a.

O circuito com as saídas associadas em cascata é mostrado na Figura 41. A

seção intermediária e a seção de saída do conversor flyback são colocadas após a

seção de saída do conversor boost, caracterizando a conexão em cascata dos

circuitos.

A fim de se analisar o conversor em termos de valores médios de correntes e

tensões de saída, a seção de saída do conversor flyback é mostrada na Figura 42(a)

através do seu modelo N-port [59]. Na etapa de desmagnetização:

1oFV NV= − (67)

No circuito da Figura 42(b), tem-se:

1 0oB oV NV V− + + = (68)

Figura 41 - Integração cascata das seções de saída.

Page 72: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 70

Se mantidas as características de ganho estático do conversor flyback,

substituindo (67) em (68), pode-se definir a tensão de saída como,

o oB oFV V V= + (69)

Figura 42 - Representação N-port: (a) seção interme diária e de saída do conversor flyback e (b)

conversor com as seções de saídas boost e flyback e m cascata.

Diferentemente da associação cascata de conversores, o ganho de tensão

do conversor integrado, cujas seções de saída são associadas em cascata é a soma

e não o produto dos ganhos individuais dos conversores.

Considerando operação do conversor em regime permanente, a corrente

média nos capacitores das seções boost e flyback deve ser zero. Portanto, pode-se

definir a relação entre as correntes das seções de saída boost e flyback como:

oB oFI I= (70)

Bem como a relação entre a corrente da seção de saída flyback com a corrente de

saída:

oF oI I= (71)

E portanto,

oB oF oI I I= = (72)

A análise detalhada das topologias será apresentada posteriormente, nas Seções

4.4.2 e 5.2.

4.3 TOPOLOGIAS DERIVADAS DA INTEGRAÇÃO DOS CONVERSORES BOOST E FLYBACK

A Tabela 6 apresenta a síntese das cinco topologias resultantes da

integração das seções de entrada e da associação das seções de saída dos

conversores boost e flyback e suas principais características. A partir da Tabela 6

Page 73: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 71

pode-se dizer que existe apenas uma topologia com as seções de saída em série.

Nesta topologia fora a integração das seções de entrada não há nenhuma

redundância que leve a uma redução dos componentes das seções de saída. Uma

vantagem desta topologia é que os componentes de cada uma das seções de saída

estão sujeitos somente às tensões da saída de sua respectiva seção. Por outro lado,

existem três possíveis topologias derivadas da associação paralelo das seções de

saída dos conversores boost e flyback. Em todas estas topologias a principal

vantagem é o emprego de um único capacitor de saída, o que vêm ao encontro da

simplicidade e do baixo custo do conversor. Finalmente, existe apenas uma

topologia oriunda da associação em cascata das seções de saída dos conversores

boost e flyback. Apesar de topologicamente diferente, este circuito guarda muitas

características idênticas à topologia com as seções de saída em série. Pode-se citar

o uso de capacitores de saída individuais e esforços de tensão nos componentes

idênticos.

Page 74: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 72

Tabela 6 - Topologias do conversor Boost-Flyback. Associação Topologia

Variáveis de saída

Série

o oB oF

oB oF o

V V V

I I I

= += =

Paralela wx

o oB oF

oB oF o

V V V

I I I

= =+ =

Paralela wu

Paralela wy

Cascata

o oB oF

oB oF o

V V V

I I I

= += =

4.4 LIMITES DE OPERAÇÃO DAS TOPOLOGIAS BOOST-FLYBACK

Como visto na Tabela 6 através da integração das seções de entrada e

associação das seções de saída dos conversores boost e flyback encontram-se a

cinco topologias diferentes. Para as topologias do conversor boost-flyback série e

Page 75: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 73

cascata, a tensão de saída é definida pelas expressões (63) e (69), respectivamente,

como o oB oFV V V= + . Para as topologias do conversor boost-flyback paralelo a tensão

de saída é definida em (65) como o oB oFV V V= = .

As tensões de saída dos conversores boost ( oBV ) e flyback ( oFV ) operando

em modo de condução contínua são definidas a partir de (29) como / (1 )oB iV V D= − e

a partir de (30) como ( ) / (1 )oF iV V ND D= − .

Desta forma, o objetivo desta seção é analisar as topologias do conversor

boost-flyback a fim de verificar se as características de ganho estático individuais

dos conversores CC-CC boost e flyback são mantidas. Além de se determinar quais

as condições que devem ser respeitadas para que isto ocorra, ou seja, definir quais

limites os conversores podem operar.

Tendo em vista que durante a integração das seções de entrada se comprova

que os níveis de tensão no indutor são compartilhados pelos circuitos das duas

seções de entrada boost e flyback, o objetivo principal é verificar a existência da

etapa de desmagnetização. Mais precisamente, verificar se existem limites de

operação para que ambos os diodos das seções de saída sejam polarizados

diretamente durante a desmagnetização e que as tensões de saída sejam oBV e oFV ,

conforme definidas em (29) e (30).

4.4.1 Topologia do conversor Boost-Flyback Série

Para que ocorra desmagnetização (intervalo offT ) nas seções de saída Boost

e Flyback, considerando-se diodos ideais, é necessário que:

0DoB DoFV V= = (73)

As etapas de operação do conversor boost-flyback série nos intervalos de

magnetização ( onT ) e de desmagnetização ( offT ) são mostradas na Figura 43(a) e

Figura 43(b) respectivamente. Observando o circuito na etapa de desmagnetização

(Figura 43(b)), pode-se definir a tensão sobre os diodos como:

DoB xy oBV V V= − (74)

'DoF x y oFV V V= − (75)

Page 76: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 74

Onde se conhece como oBV de (29) e oFV de (30). Portanto,

1

iDoB xy

VV V

D= −

− (76)

' 1i

DoF x y

NDVV V

D= −

− (77)

As tensões xyV e 'x yV podem ser obtidas aplicando o balanço de energia no

indutor 1L .

Figura 43 – Elementos ativos na Topologia Boost-Fly back Série. (a) Etapa de magnetização.

(b) Etapa de desmagnetização.

Aplicando o balanço de energia no indutor em função da tensão xyV :

1

0 0

( ) 0s s s

s

T DT T

i i xy

DT

V dt V dt V V dt= + − =∫ ∫ ∫ (78)

Resolvendo para xyV :

1

ixy

VV

D=

− (79)

Aplicando o balanço de energia no indutor em função de ' 'x yV :

' '1

0 0

0s s s

s

T DT Tx y

i

DT

VV dt V dt dt

N

− = + =

∫ ∫ ∫ (80)

Resolvendo para 'x yV :

' 1x y i

NDV V

D=

− (81)

Substituindo-se (79) em (74), obtém-se:

Page 77: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 75

0DoBV = (82)

E substituindo (81) em (75), onde obtemos:

0DoFV = (83)

Pode-se concluir que os ganhos estáticos individuais dos conversores boost

e flyback são mantidos e que existem condições de polarização dos diodos das

seções de saída sem restrições de operação do circuito.

4.4.2 Topologias do conversor Boost-Flyback Paralelo

Como visto na Tabela 6, são três topologias obtidas a partir da associação

das seções de saída dos conversores boost e flyback em paralelo. Elas são

identificadas pela conexão do nó w’, aos nós x, u e y. Para a existência da etapa de

desmagnetização ( offT ) nas seções de saída dos conversores boost e flyback, a

tensão nos diodos DoB e DoF deve ser igual a zero, como definido em (73). Nas

topologias do conversor Boost-Flyback Paralelo, a tensão nos diodos das seções de

saída pode ser determinada por:

0DoB xy oV V V= − = (84)

' 0DoF x y oV V V= − = (85)

Portanto, a condição de paralelismo dos conversores, substituindo (84) em

(85), é que:

'xy x yV V= (86)

Nas seções seguintes são verificadas as condições de operação para os três

conversores da topologia Boost-Flyback Paralelo.

4.4.2.1 Conversor Boost-Flyback Paralelo wx

As etapas de operação do conversor nos intervalos de magnetização ( onT ) e

de desmagnetização ( offT ) são mostradas na Figura 44(a) e na Figura 44(b)

respectivamente.

Page 78: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 76

Figura 44 – Elementos ativos no conversor Boost-Fly back Paralelo wx. (a) Etapa de

magnetização. (b) Epata de desmagnetização.

Aplicando o balanço de energia no indutor em função da tensão Vxy:

1

0 0

. . ( ). 0s s s

s

T DT T

i i xy

DT

V dt V dt V V dt= + − =∫ ∫ ∫ (87)

Resolvendo para Vxy:

1

ixy

VV

D=

− (88)

De modo análogo, aplicando o balanço de energia em função de Vx’y:

'1

0 0

01

s s s

s

T DT Ti x y

i

DT

V VV dt V dt dt

N

− = + = +

∫ ∫ ∫ (89)

Resolvendo para Vx’y:

'

1

1x y i

NDV V

D

+ = − (90)

Substituindo-se (88) e (90) em (86), obtém-se a seguinte expressão:

0N D = (91)

Ou seja, para que 'xy x yV V= e o conversor opere em paralelo é necessário

que obedeça ao limite de operação onde 0N = ou 0D = .

Fazendo 0N D = temos,

' 1i

x y

VV

D=

− (92)

E, portanto 'x y xyV V= , conforme (86).

Para o caso em que 0N D > tem-se,

Page 79: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 77

1

1 1i xy

NDV V

D D + > − −

(93)

Desta forma, 'x y xyV V> . Assim somente o diodo da seção de saída flyback

entra em condução, como mostra a Figura 45. O diodo da seção de saída boost é

polarizado reversamente. A tensão de saída passa a ser definida unicamente por:

'o x yV V= (94)

A tensão sobre o diodo boost pode ser obtida como,

'DoB xy x yV V V= −. (95)

As tensões xyV e 'x yV são definidas em (88) e (90). Substituindo em (95) e

normalizando por iV :

1

DoB

i

V ND

V D= −

− (96)

Como o diodo oFD está em condução:

0DoF

i

V

V= (97)

Em (94), substituindo 'x yV por (90), define-se o ganho estático do conversor

(M) operando fora da condição de paralelismo como sendo,

1

, 01 1

o

i

V NDM ND

V D D= = + >

− − (98)

Conhecidos o ganho estático do conversor boost, o qual será denominado

BM , e o ganho estático do conversor flyback, denominado FM , pode-se expressar o

ganho estático do conversor integrado da seguinte forma:

, 0B FM M M ND= + > (99)

E, portanto, apesar de derivar de uma topologia cuja associação das seções

de saída encontra-se em paralelo, a tensão de saída resultante é definida como,

, 0o oB oFV V V ND= + > (100)

Ou seja, matematicamente a tensão de saída corresponde ao somatório da

tensão de saída de cada um dos conversores empregados na integração.

Page 80: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 78

Figura 45 - Diodo da seção flyback em condução.

A Figura 46(a) mostra a tensão sobre o diodo flyback normalizada pela

tensão de entrada ( DoF iV /V ) em função da razão-cíclica D para relações de espiras

(1, 2,3)N = . Observa-se que a tensão no diodo flyback é igual à zero para qualquer

valor de razão-cíclica ou de relação de espiras.

(a)

(b) (c)

Figura 46 – Condições de operação do conversor Boos t-Flyback Paralelo wx. (a) tensão sobre o diodo da seção de saída flyback. (b) tensão sobre o diodo da seção de saída boost. (c) ganho

estático de tensão.

No gráfico da Figura 46(b) está à tensão sobre o diodo boost também

normalizada pela tensão de entrada ( DoB iV /V ). Neste caso para qualquer 0N > a

tensão sobre o diodo é negativa, i.e., o diodo DoB esta reversamente polarizando.

No gráfico da Figura 46(c), o ganho estático de tensão do conversor

integrado (M) para a relação de espiras 2N = . O ganho estático é comparado ao

ganho estático do conversor boost (MB), e do conversor flyback (MF). Observa-se

que o ganho estático do conversor integrado é igual à soma do ganho dos

conversores boost e flyback ( MB+MF ), para qualquer razão-cíclica D .

0 0.25 0.5 0.75 12−

1−

0

1

2VDoF/Vi (N=1)VDoF/Vi (N=2)VDoF/Vi (N=3)

Tensão no diodo Flyback

Razão cíclica (D)

0 0.25 0.5 0.75 12−

1−

0

1

2VDoB/Vi (N=0)VDoB/Vi (N=0,01)VDoB/Vi (N=0,1)VDoB/Vi (N=1)

Tensão no diodo Boost

Razão cíclica (D)

0

0 0.25 0.5 0.75 1

5

10

15

20MMBMFMB+MF

Ganho do conversor (N=2)

Razão cíclica (D)

Page 81: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 79

4.4.2.2 Conversor Boost-Flyback Paralelo wu

As etapas de operação do conversor Boost-Flyback Paralelo wu nos

intervalos de magnetização ( onT ) e de desmagnetização ( offT ) são mostradas na

Figura 47(a,b), respectivamente. A tensão xyV é definida por (88) como

/ (1 )xy iV V D= − . Aplicando o balanço de energia no indutor em função de 'x yV :

'10

0

0s s

s

s

DT TT i x y

i

DT

V VV dt V dt dt

N

− = + =

∫ ∫ ∫ (101)

Resolvendo para 'x yV :

' 11x y i

NDV V

D = + −

(102)

De acordo com (86) as tensões xyV e 'x yV devem ser iguais, onde

substituindo (88) e (102), se obtém a condição de paralelismo,

1N = (103)

A relação de espiras altera diretamente a tensão 'x yV , porém não altera xyV .

Para o caso de 1N > :

'x y xyV V> (104)

Neste caso somente o diodo da seção de saída flyback está em condução,

como mostra a Figura 48(a). Assim a tensão de saída passa a ser definida como,

'o x yV V= (105)

O diodo da seção de saída boost é bloqueado (VDoB), cuja tensão pode ser

obtida através da diferença entre as tensões xyV e 'x yV :

'DoB xy x yV V V= − (106)

Substituindo (88) e (102) em (106) obtêm-se a tensão sobre o diodo boost

normalizada pela tensão de entrada:

(1 )

1DoB

i

V D N

V D

− +=−

(107)

Page 82: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 80

Figura 47 – Elementos ativos no conversor Boost-Fly back Paralelo wu: (a) Etapa de

magnetização, (b) Etapa de desmagnetização.

O diodo oFD está em condução, portanto:

0DoF

i

V

V= (108)

Para o caso de 1N < :

'x y xyV V< (109)

Neste caso somente o diodo da seção de saída boost conduz enquanto o

diodo da seção de saída flyback é bloqueado, como é mostrado na Figura 48(b). A

tensão de saída passa a ser definida por:

o xyV V= (110)

A tensão sobre o diodo da seção de saída flyback é obtida pela diferença

entre as tensões xyV e 'x yV :

'DoF x y xyV V V= − (111)

Através da substituição de (88) e (102) em (111), obtêm-se a tensão sobre o

diodo flyback, normalizada pela tensão de entrada:

(1 )

1DoF

i

V D N

V D

−= −−

(112)

O diodo da seção de saída boost conduz, e, portanto:

0DoBV = (113)

Page 83: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 81

Figura 48 - Diodos da seção flyback em condução. (a ) N>1. (b) N<1.

Os gráficos mostrados na Figura 49(a) e Figura 49(b) mostram a tensão sobre

o diodo da seção de saída flyback ( DoF iV /V ) e boost ( DoB iV /V ) normalizadas pela

tensão de entrada, em função da relação de espiras do indutor acoplado N, para

diferentes valores de razão-cíclica D. Para 1N > a tensão sobre o diodo flyback é

zero, não importando o valor de D, o que indica o estado de condução deste diodo.

Por outro lado, a tensão é sempre menor que zero no diodo boost, indicando que

este diodo encontra-se em polarização reversa. Para 1N = , a tensão sobre ambos

os diodos é zero, i.e., ambos conduzem, caracterizando operação em paralelo das

seções de saída dos conversores boost e flyback. Para 1N < o diodo da seção de

saída flyback é reversamente polarizado, enquanto que o diodo da seção de saída

boost encontra-se em condução.

No gráfico da Figura 49(c), o ganho estático de tensão do conversor integrado

( M ) é comparado ao ganho estático do conversor boost ( MB ), ao ganho estático do

conversor flyback ( MF ) e também com a soma destes ( MB+MF ). Observa-se que

para 0 1N≤ ≤ , o conversor integrado apresenta ganho estático igual ao ganho de

um conversor boost. Porém, para 1N > , o ganho passa a ser maior que o do

conversor boost e também do conversor flyback, mas não chega a ser igual à soma

de ambos. Fora da condição de operação de paralelismo 1N = , o conversor não

atua em paralelo e nem apresenta ganho de tensão maior ou igual ao conversor

Boost-Flyback Série.

Page 84: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 82

(a) (b) (c)

Figura 49 – Conversor Boost-Flyback Paralelo wu. (a ) tensão sobre o diodo da seção de saída flyback. (b) tensão sobre o diodo da seção de saída boost. (c) ganho estático de tensão.

4.4.2.3 Conversor Boost-Flyback Paralelo wy

As etapas de operação do conversor Boost-Flyback Paralelo wy nos

intervalos onT e offT são mostradas na Figura 50(a) e Figura 50(b), respectivamente.

A tensão xyV é definida por (88) como sendo / (1 )xy iV V D= − .

Figura 50 – Elementos ativos na Topologia Boost-Fly back Paralela wy. (a) Etapa de

magnetização. (b) Etapa de desmagnetização.

Aplicando o balanço de energia no indutor em função da tensão 'x yV :

'1

0 0

0s s s

s

DT T Ti x y

i

DT

V VV dt V dt dt

N

− = + =

∫ ∫ ∫ (114)

Resolvendo para 'x yV :

0 1 2 3 42−

1−

0

1

2VDoF/Vi (D=0,25)VDoF/Vi (D=0,5)VDoF/Vi (D=0,75)

Tensão no diodo Flyback

Relação de transformação (N)

0 1 2 3 42−

1−

0

1

2VDoB/Vi (D=0,25)VDoB/Vi (D=0,5)VDoB/Vi (D=0,75)

Tensão no diodo Boost

Relação de transformação (N)

0 1 2 3 40

1.5

3

4.5

6MMBMFMB+MF

Ganho estático (D=0,5)

Relação de transformação (N)

Page 85: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 83

' 1x y i

NDV V

D = −

(115)

Substituindo-se (88) e (102) em (86), obtém-se a condição de operação em

paralelo das seções de saída do conversor integrado como sendo,

1

ND

= (116)

Sendo que 0 1D< ≤ , e, portanto 1N ≥ .

A condição de operação exige razão-cíclica D fixa, já que esta é dada em

função da relação do número de espiras dos enrolamentos primário e secundário do

indutor acoplado N , como é mostrado do gráfico da Figura 51. No eixo vertical

esquerdo do gráfico, a relação de espiras N é uma função da razão-cíclica D . No

eixo vertical direito o ganho estático do conversor M que é função da relação de

espiras e razão cíclica. Sendo 1 /N D= , 'xy x yV V= e a tensão de saída igual a estas,

podendo ser representada por (88) ou por (115).

A tensão 'x yV é função da razão-cíclica (D) e também da relação de

transformação do indutor acoplado (N). Pode-se analisar o comportamento do

conversor fora da condição de paralelismo.

Para o caso de 1/N D> :

'x y xyV V> (117)

Somente o diodo da seção de saída flyback está em condução, como mostra

a Figura 52(a). A tensão de saída passa a ser

'o x yV V= (118)

O diodo da seção boost é bloqueado, cuja tensão reversa pode ser obtida

através da diferença entre xyV e 'x yV :

'DoB xy x yV V V= − (119)

Substituindo (88) e (115) em (119) obtêm-se a tensão sobre o diodo boost

normalizada pela tensão de entrada.

1

1DoB

i

V ND

V D

−=−

(120)

O diodo oFD está em condução, portanto:

Page 86: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 84

0DoF

i

V

V= (121)

Figura 51 - Relação de espiras e ganho estático de tensão em função da razão cíclica.

Para o caso de 1 /N D< :

'x y xyV V< (122)

Neste caso somente o diodo boost (VDoB) conduz enquanto o diodo flyback

(VDoF) é polarizado reversamente, como é mostrado na Figura 52(b). A tensão de

saída passa a ser,

o xyV V= (123)

Figura 52 – (a) diodo da seção flyback em condução e (b) diodo da seção boost.

A tensão sobre o diodo oFD é a diferença entre xyV e 'x yV :

'DoF x y xyV V V= − (124)

Através da substituição de (88) e (102) em (111), obtêm-se a tensão reversa

sobre o diodo flyback normalizada pela tensão de entrada:

0 0.25 0.5 0.75 10

3

6

9

12

0

3

6

9

12NDMN,D

N x D

Razão cíclica (D)

Rel

ação

de

tran

sf (

N)

Gan

ho E

stát

ico

(M)

Page 87: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 85

1

1DoF

i

V ND

V D

−=−

(125)

O diodo boost conduz, e, portanto:

0DoBV = (126)

Na Figura 53(a), Figura 53(c) e Figura 53(e) é mostrado a tensão sobre os

diodos das seções de saída boost ( DoB iV /V ) e flyback ( DoF iV /V ) normalizadas pela

tensão de entrada, em função da relação de espiras do indutor acoplado ( N ) para

razões cíclicas 0, 25D = , 0,5D = e 0,75D = respectivamente. Para 1 /N D= , a

tensão sobre ambos os diodos das seções de saída é igual a zero, e ambos

conduzem. Para 1 /N D> a tensão sobre o diodo da seção de saída flyback vale

zero, enquanto que no diodo da seção de saída boost a tensão menor que zero,

indicando polarização reversa. Para 1 /N D< a tensão sobre o diodo da seção de

saída boost vale zero, indicando condução, enquanto que a tensão sobre o diodo da

seção de saída flyback é menor que zero, indicando bloqueio.

Na Figura 53(b), Figura 53(d) e Figura 53(f) é mostrado o ganho estático de

tensão do conversor integrado ( M ), comparado ao ganho estático de tensão do

conversor boost ( MB ) e ao ganho estático de tensão do conversor flyback ( MF ), em

função da relação de espiras do indutor acoplado ( N ) para os valores pré-definidos

de razões-cíclicas 0, 25D = , 0,5D = e 0,75D = .

O ganho estático do conversor integrado é igual ao ganho estático de tensão

do conversor boost e também ao ganho estático de tensão do conversor flyback

quando 1 /N D= . Para 1 /N D< o ganho estático torna-se igual ao ganho do

conversor boost. Já para 1 /N D> o ganho estático é igual ao ganho do conversor

flyback. Fora dos limites de operação as seções de saída boost e flyback não atuam

em paralelo já que um dos diodos destas seções de saída bloqueia. O ganho

estático de tensão do conversor integrado é igual ao conversor boost ou ao flyback.

Page 88: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 86

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

(f) Figura 53 – Conversor operando fora da restrição: ( a), (c), (e) tensão nos diodos da seção de

saída e em (b), (d), (f) ganho do conversor compara do ao boost e flyback.

0 1.5 3 4.5 62−

1−

0

1

2VDoF/ViVDoB/Vi

Tensão nos diodos (D=0,25)

Relação de transf (N)

0 1.5 3 4.5 60

1.5

3

4.5

6MMBMF

Ganho do conversor (D=0,25)

Relação de transf (N)

0 1.5 3 4.5 62−

1−

0

1

2VDoF/ViVDoB/Vi

Tensão nos diodos (D=0,5)

Relação de transf (N)

0 1.5 3 4.5 60

1.5

3

4.5

6MMBMF

Ganho do conversor (D=0,5)

Relação de transf (N)

0 1.5 3 4.5 62−

1−

0

1

2VDoF/ViVDoB/Vi

Tensão nos diodos (D=0,75)

Relação de transf (N)

0 1.5 3 4.5 60

1.5

3

4.5

6

MMBMF

Ganho do conversor (D=0,75)

Relação de transf (N)

Page 89: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 87

4.4.3 Topologia do conversor Boost-Flyback Cascata

As etapas de operação do conversor Boost-Flyback Cascata nos intervalos

de magnetização ( onT ) e desmagnetização ( offT ) são mostradas na Figura 54(a,b),

respectivamente. Considerando-se a existência da etapa de desmagnetização nas

seções de saída dos Boost e Flyback, como definido em (73) 0DoB DoFV V= = , tem-se

as tensões nos diodos de saída como:

DoB xy oBV V V= − (127)

'DoF x y oV V V= − (128)

As tensões oBV e oV são definidas em (29) e em (69). Assim, substituindo

(29) e (69) em (127) e em (128), respectivamente, tem-se:

1

iDoB xy

VV V

D= −

− (129)

'

1

1DoF x y

NDV V

D

+= −−

(130)

A tensão Vxyé definida em (79) como sendo / (1 )xy iV V D= − . Aplicando o balanço de

energia no indutor em função de 'Vx y :

'1

0 0

01

s s s

s

T DT Ti x y

i

DT

V VV dt V dt dt

N

− = + = +

∫ ∫ ∫ (131)

Resolvendo para 'x yV :

'

1

1x y i

NDV V

D

+=−

(132)

Substituindo (79) em (129), obtém-se:

0DoBV = (133)

Substituindo (132) em (130):

0DoFV = (134)

Assim sendo, xy oBV V= e 'x y o oB oFV V V V= = + o que está de acordo com as

características definidas na Seção 4.2.3 “Associação das seções de saída em

Page 90: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 88

cascata”. As etapas de transferência existem nas seções de saída boost e flyback

após a integração das seções de entrada e associação das seções de saída em

cascata, sem nenhuma restrição de operação.

Figura 54 – Elementos ativos na Topologia Boost-Fly back Cascata. (a) Etapa de magnetização.

(b) Etapa de desmagnetização.

4.4.4 Síntese das restrições de operação para as topologias integradas

A Tabela 7 mostra uma síntese com as topologias do conversor Boost-

Flyback, apresentando também as condições para a operação dos circuitos e as

tensões e correntes de saída.

Os conversores Boost-Flyback Série e Cascata podem operar sem

restrições com características de tensão e corrente de saída definidas.

O conversor Boost-Flyback Paralelo wu e o conversor Boost-Flyback

Paralelo wy operam com restrições. Para o conversor Boost-Flyback Paralelo wu a

condição de paralelismo é que a relação de espiras no indutor acoplado seja

unitária, não importando a razão-cíclica.

Para o conversor Boost-Flyback Paralelo wy, a condição de paralelismo é

1 /D N= , fixando a razão cíclica em função da relação de espiras do indutor

acoplado. Já as condições impostas ao conversor Boost-Flyback Paralelo wx

inviabilizam seu funcionamento na condição de paralelismo. Fora das condições de

Page 91: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

INTEGRAÇÃO BOOST E FLYBACK 89

paralelismo possui o mesmo ganho estático de tensão que os conversores série e

cascata, apesar do diodo da seção boost não conduzir.

Tabela 7 – Restrições das Topologias do conversor B oost-Flyback.

Associação Topologia Condições

de operação

Variáveis de

saída

Série

Sem

restrição

o oB oF

oB oF o

V V V

I I I

= += =

Paralela wx

0N D >

0o oB oF

oB

oF o

V V V

I

I I

= +==

0N D =

o oB oF

oB oF o

V V V

I I I

= =+ =

Paralela wu

1N =

Paralela wy

1N

D=

Cascata

Sem

restrição

o oB oF

oB oF o

V V V

I I I

= += =

Page 92: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 90

5 ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR BOOST-FLYBACK INTEGRADO

Neste capítulo são abordadas as principais topologias com alto ganho

estático de tensão que foram derivadas em capítulos anteriores. As topologias em

análise são: o conversor Boost-Flyback Série, o conversor Boost-Flyback Paralelo

wx e o conversor Boost-Flyback Cascata. Faz-se uma análise da operação do

circuito de cada um dos conversores, derivando-se o seu ganho estático. São

mostradas e discutidas as principais formas de onda e, posteriormente, determinam-

se os esforços nos principais elementos do circuito.

A análise do princípio de operação das topologias é baseada na operação

em modo de condução de corrente contínua (CCM). Os elementos dos circuitos são

considerados ideais, ou seja, sem perdas. Para as análises do circuito, considera-se

no modelo do indutor acoplado sua indutância de dispersão o2L , cuja representação

é feita de acordo com o modelo N-port [59]. Visando tornar a análise matemática do

circuito do conversor mais simples, considera-se que os capacitores de saída oC ,

oBC e oFC são grandes o suficiente para que a tensão em seus terminais seja

considerada constante durante um período de chaveamento sT .

Cada um dos três conversores analisados possui quatro etapas de

operação. Inicialmente considera-se que o diodo da seção de saída flyback oFD

encontra-se em condução e a chave S está bloqueada. A corrente da seção de

saída flyback oFi e a corrente de magnetização 1Li são positivas, enquanto que a

corrente na seção de saída boost oBi e a corrente de entrada 1i são nulas no instante

0t .

5.1 CONVERSOR BOOST-FLYBACK SÉRIE

5.1.1 Princípio de operação em modo de condução contínua

As etapas de operação do conversor para o intervalo de condução da chave

Si são mostradas na Figura 55. As etapas de operação do conversor para o intervalo

Page 93: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 91

de bloqueio da chave Si na Figura 56. As principais formas de onda do conversor são

mostradas na Figura 57.

Intervalo de condução da chave S i:

Etapa 1 (t 0-t1): no instante 0t a chave Si é acionada. A partir deste instante a

corrente de magnetização 1Li cresce linearmente com taxa de variação limitada pelo

valor de 1L . A corrente 1i cresce com taxa de variação limitada por 2oL através da

chave Si. Por outro lado a corrente da seção de saída flyback oFi decresce com

inclinação definida por 2( . ) /oF i oV NV L− + . Esta etapa dura até o instante em que ioF

alcance zero. Neste instante ( 1t ) o diodo oFD bloqueia. O circuito equivalente desta

etapa é mostrado na Figura 55(a). As principais variáveis que governam o circuito

durante esta etapa de operação são determinadas a seguir.

A corrente de magnetização é definida como,

1 1( )1

iL L m

Vi t I

L= +

. (135)

Onde 1( ) 1 0( )L m LI i t= e é o valor mínimo da corrente de magnetização.

A corrente no enrolamento secundário é expressa por,

1( )

2

L mi oFoF

o

INV Vi t

L N

+= − +. (136)

A corrente no enrolamento primário é dada por,

1 1L oFi i Ni= − . (137)

Portanto, substituindo-se (135) e (136) em (137) obtem-se,

221

1 2 2

o i oF

o o

L V NVi N t

L L L

= + +

. (138)

A corrente na chave é igual a corrente de entrada, portanto,

1Sii i= . (139)

Assim,

22

2 1 2

i o oFSi

o o

V L NVi N t

L L L

= + +

. (140)

Page 94: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 92

A corrente no diodo boost nesta etapa é zero.

0oBi = (141)

O tempo de duração desta etapa é definido como,

( )

1( ) 21 10 L m o

si oF

I Lt D T

N NV V− = =

+ . (142)

A tensão nos semicondutores é definida na sequência. A tensão na chave Si

é nula, pois esta se encontra em condução.

0DSV = (143)

Como a chave encontra-se em condução e o diodo boost, a tensão sobre

este é dada por,

DoB oBV V= − . (144)

Uma vez que o diodo flyback esta em condução a tensão sobre este é nula.

0DoFV = (145)

Etapa 2 (t 1-t2): no instante 1t a corrente oFi alcança zero. Assim, ambos os

diodos das seções de saída ( oBD e oFD ) encontram-se bloqueados e a carga é

alimentada somente pelos capacitores de saída oBC e oFC . Nesta etapa a indutância

magnetizante do indutor acoplado acumula energia. A etapa chega ao fim quando a

chave Si é bloqueada. O circuito equivalente é mostrado na Figura 55(b). As

principais variáveis que governam o circuito durante esta etapa de operação são

determinadas a seguir.

A corrente de magnetização é definida como,

( )1 1 11

iL L

Vi t i t

L= +

. (146)

Onde,

( ) ( )2

1 1 1( )1

1 o iL L m

i oF

L Vi t I

L N NV V

= + + .

(147)

A corrente no secundário é expressa por,

0oFi = . (148)

A corrente no primário é dada por,

Page 95: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 93

1 1Li i= . (149)

Assim, substituindo-se (146) em (149) tem-se,

( )2

1 1( )1 1

1i o iL m

i oF

V L Vi t I

L L N NV V

= + + +

. (150)

A corrente na chave é,

1Sii i= . (151)

A corrente no diodo boost é zero.

0oBi = . (152)

Figura 55 - Estados topológicos durante o período d e magnetização do conversor boost-

flyback série. (a) Etapa 1 (t 0-t1), (b) Etapa 2 (t 1-t2).

O tempo de duração desta etapa é definido como,

( )1( ) 1( ) 1 1( ) 2

2 1 2 ( )L M L m L m o

si i oF

I I L I Lt t D T

V N NV V

−− = = −

+ . (153)

A tensão na chave Si ainda é nula.

0DSV = (154)

Como a chave ainda conduz e o diodo boost permanece bloqueado, a sua

tensão é,

DoB oBV V= − . (155)

A tensão sobre o diodo flyback é dada por,

( )DoF oF iV V NV= − + (156)

Page 96: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 94

Intervalo de bloqueio da chave S i:

Etapa 3 (t 2-t3): no instante 2t a chave é bloqueada. Neste instante os diodos

das seções de saída boost e flyback ( oBD e oFD ) são polarizados diretamente. O

diodo boost ( oBD ) assume integralmente a corrente de magnetização 1Li no instante

2t , já que a corrente da seção de saída flyback oFi tem crescimento limitado pela

indutância de dispersão 2oL . Durante esta etapa a tensão sobre a chave Si é limitada

a tensão de saída do boost oBV . A corrente oFi cresce linearmente enquanto que a

corrente oBi decresce linearmente. No instante t3 a corrente de magnetização é

transferida totalmente para o secundário do indutor acoplado ( oFi ) e a corrente da

seção de saída boost ( oBi ) vai à zero. O circuito equivalente é mostrado na Figura

56(a). As principais variáveis que governam o circuito durante esta etapa de

operação são determinadas a seguir.

A corrente de magnetização é definida como,

1 1( )1

i oBL L M

V Vi t I

L

−= +. (157)

Onde 1( )L MI é o valor máximo da corrente de magnetização.

A corrente no enrolamento secundário é expressa por,

( )

2

i oB oFoF

o

N V V Vi t

L

− += −

. (158)

A corrente no enrolamento primário é dada por,

1 1L oFi i Ni= − . (159)

Substituindo-se (157) e (158) em (159) tem-se,

( )22

11 1( )

2

oi oB oF

L Mo

LN V V NV

Li t I

L

+ − +

= + . (160)

A corrente na chave é,

0Sii = . (161)

A corrente no diodo boost é a própria corrente de entrada.

1oBi i= . (162)

Page 97: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 95

Portanto,

22

11( )

2

( )oi oB oF

oB L Mo

LN V V NV

Li t I

L

+ − +

= +. (163)

O tempo de duração desta etapa é definido como,

1( ) 2

3 2 322

1

( )

L M os

oi oB oF

I Lt t D T

LN V V NV

L

−− = =

+ − +

.

(164)

A tensão nos semicondutores é definida na sequência. Como o diodo boost

encontra-se em condução e a chave Si esta bloqueada, a tensão sobre esta pode ser

dada como,

DS oBV V= . (165)

O diodo boost esta conduzindo, assim,

0DoBV = . (166)

O diodo flyback também esta conduzindo, portanto,

0DoFV = . (167)

Etapa 4 (t 3-t0): no instante 3t o diodo oBD é bloqueado, fazendo com que a

seção de saída boost deixe de transferir energia para o capacitor oBC . Com o

bloqueio deste diodo a corrente de entrada 1i chega à zero. A corrente da seção de

saída flyback ( oFi ) decresce linearmente sendo definida como a razão da corrente de

magnetização ( 1Li ) pela relação de transformação do indutor acoplado ( N ). Esta

etapa finda quando a chave Si é acionada novamente, iniciando um novo período de

chaveamento sT . O circuito equivalente é mostrado na Figura 56(b). As principais

variáveis que governam o circuito durante esta etapa de operação são determinadas

a seguir:

A corrente de magnetização é definida como,

( )1 1 322 1

1

oFL L

o

Vi t i t

L LN

L N

= − +

+

. (168)

Page 98: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 96

Onde,

( )( )

1( ) 21 3 1( )

21 2

1

L M oi oBL L M

oi oB oF

I LV Vi t I

L LN V V NV

L

−− = +

+ − +

. (169)

A corrente no enrolamento secundário é expressa por,

( )322

11

oFoF oF

o

Vi t i t

LN L

L

= − +

+

. (170)

Onde,

( )3 1( )22

1

( )

( )

i oB oFoF L M

oi oB oF

N V V Vi t I

LN V V NV

L

− +=

+ − +

. (171)

A corrente no enrolamento primário é dada por,

1 0i = . (172)

A corrente na chave é zero,

0Sii = . (173)

A corrente no diodo boost também é nula,

0oBi = . (174)

O tempo de duração desta etapa é definido como,

( )3 4 1 2 3s s s s s sT t D T T DT D T D T− = = − + + . (175)

Substituindo-se (164), (153) e (142) em (175) tem-se,

21 13 4 1( ) 1( )

22

1

( )

os s s L M L m

i ioi oB oF

LL LT t D T T I I

V VLN V V NV

L

− = = − − −

+ − +

. (176)

A tensão nos semicondutores é definida na sequência. Como a chave e o

diodo boost encontram-se a tensão sobre estes dispositivos é dada como,

Page 99: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 97

22

1

oFDS i

o

NVV V

LN

L

= ++

(177)

e,

22

1

oFDoB i oB

o

NVV V V

LN

L

= + −+

. (178)

O diodo flyback esta conduzindo, portanto,

0DoFV = . (179)

Figura 56 - Estados topológicos durante o intervalo de desmagnetização do conversor boost-

flyback série. (a) Etapa 3 (t 2-t3); (b) Etapa 4 (t 3-TS).

Na Figura 57, podem ser vistas as principais formas de onda do conversor

durante um período de chaveamento sT .

Page 100: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 98

Figura 57 - Principais formas de onda no conversor Boost-Flyback Série durante um período

de chaveamento.

Page 101: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 99

5.1.2 Análise do ganho estático

Para encontrar o ganho estático do conversor parte-se do princípio que o

conversor opera em regime permanente. Com isto, pode-se afirmar que a energia

armazenada na indutância de magnetização ( 1L ) durante um período de

chaveamento é nula. Isto implica em,

1

0

0sT

V dt =∫. (180)

Como o conversor apresenta quatro etapas de operação à expressão (180)

pode ser escrita como:

32

2 3

1 1 1 1

0 0

0s sT t Tt

t t

V dt V dt V dt V dt= + + =∫ ∫ ∫ ∫. (181)

Onde se pode encontrar:

( )

2

1 2

0

0t

i iV dt V t V DT= − =∫ (182)

( )

( )( )

3

2

21 1

22

1

t

oi oB L M

t oi oB oF

LV dt V V I

LN V V NV

L

−= −

+ − +

∫ (183)

( )( )

3

21 1

2 22 2

1 1

sT

ooF s s L M

t o oi oB oF

LNV dt V T DT I

L LN N V V NV

L L

= − − +

+ + − +

∫ (184)

Substituindo as expressões (182), (183) e (184) em (181), pode-se encontrar

a tensão de saída da seção flyback,

( )1( )2 2

21

11 (1 )

L Mo ooF i

i s

IL LNDV V

D N L N V D T

= + − − −

(185)

Observa-se que, para o caso ideal em que a dispersão é nula (Lo2=0), a

expressão é idêntica a tensão de saída de um conversor flyback ideal (sem perdas).

( )1oF i

NDV V

D=

− (186)

Page 102: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 100

Para encontrar a tensão na saída da seção boost deve-se considerar que,

para o conversor série, a corrente média da seção de saída boost e da seção de

saída flyback são iguais a corrente de saída do conversor. Portanto pode-se definir:

oB oI I=

(187)

Onde a corrente média da seção da saída boost pode ser calculada a partir das

formas de onda do conversor. Portanto,

3

2

1( )3 2

1 1( )

2

tL M

oB oBs st

II i dt t t

T T= = −∫

. (188)

Substituindo (188) em (187) tem-se

1( )

3 2

1( )

2L M

os

It t I

T− =

. (189)

Considerando-se que não há perdas no conversor, i.e., a potência de

entrada do conversor seja igual à potência de saída, pode-se obter a corrente de

saída em função da corrente de entrada substituindo (62) em (59). Portanto (189)

pode ser reescrita como:

1

3 21( )

2 1( )

1s

L M

I T Dt t

I ND

− − = + . (190)

Substituindo-se (185) e (190) em (164) a tensão de saída da seção boost

pode ser definida como:

( )1

1( ) 2 1

22

1

11

21

1

L M

L M oioB

i s o

NDII L IV

VD VT L

NL

+ −

= + −

+ .

(191)

Observa-se que, para o caso ideal em que a dispersão é nula (Lo2=0), a

expressão é idêntica a tensão de saída de um conversor boost ideal (sem perdas).

1

ioB

VV

D=

− . (192)

Uma vez que, para o conversor série a tensão de saída é igual à soma das

tensões das seções boost e flyback, pode-se escrevê-la como,

o oB oFV V V= + . (193)

Substituindo-se (191) e (185) em (193):

Page 103: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 101

( )

( )

( )

1

1( ) 2 1( ) 21 22

2 12

1

11

2 11 1

1 1 (1 )

L M

L M o L M oi i oo

i s i so

NDII L I LIV V ND L

VD VT D N L VT D NL

NL

+ −

= + + + − − − − + .

(194)

Através da simulação numérica da expressão (194) pode-se traçar o gráfico

para o ganho estático do conversor. Para obter as curvas foram considerados os

seguintes parâmetros: Vi= 25V; I1=7,35A; L1 = 40uH e Ts=10us. Na Figura 58(a) tem-

se o ganho estático para as seções de saída boost e flyback em curvas separadas,

sendo que foi adotado Lo2 = 0, e para a relação de espiras do indutor acoplado, N =

0,1; N =0,5; N =1; N =2; N =10. Observa-se que o ganho estático para as seções

boost e flyback cresce de forma quadrática em função da razão-cíclica. O ganho

estático da seção flyback pode ser elevado através do ajuste da relação de

transformação N do indutor acoplado.

A influência de Lo2 no ganho estático pode ser observada na Figura 58(b)

para a seção boost e na Figura 58(c) para a seção flyback. A relação de espiras do

indutor acoplado foi adotada como sendo N=10. Observa-se que o ganho da seção

boost aumenta com o valor de Lo2, pois a energia armazenada nesta indutância é

transferida para a saída boost. Por outro lado, o ganho estático da seção flyback

decresce com o aumento do valor de Lo2, pois a impedância desta indutância

representa uma queda de tensão para a energia que é entregue a carga. Para os

parâmetros adotados, o aumento do valor de Lo2 causa uma redução no ganho

estático do conversor, como pode ser verificado na Figura 58(e). Percebe-se

também que é maior a influência da dispersão em valores menores de razão-cíclica.

Por fim, o ganho estático do conversor para Lo2 = 0 é mostrado na Figura

58(d).

Os gráficos da Figura 58 foram traçados considerando-se as expressões

numéricas encontradas nesta seção para Vo, VoF e VoB. Para uma análise mais

precisa, deve-se garantir a operação do conversor série tal como foi descrito na

seção anterior. Isto é, deve-se assegurar a existência das etapas de operação.

Assim, durante o intervalo de magnetização do indutor acoplado, para que

as etapas 1 e 2 existam, é necessário assegurar que a etapa 1 se extinga antes do

instante t2, i.e.:

1 1 2( )s sDT D D T< + . (195)

Page 104: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 102

(a)

(b)

(c)

(d)

(e) Figura 58 – Ganho estático. (a) Seção boost e Seção flyback (L o2=0), (b) Seção boost (N=10); (c)

Seção flyback (N=10), (d) Conversor boost-flyback s érie (N=10); (e) Conversor boost-flyback série (L o2=0).

0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.90

4

8

12

16

20

24

28

32MF (N=0.1)MF (N=0.5)MF (N=1)MF (N=2)MF (N=10)MB

Ganho estático - Secções Flyback e Boost

Razão cíclica (D)

0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.90

4

8

12

16

20

24

28

32MB (Lo2=0 )MB (Lo2=100uH)MB (Lo2=200uH)MB (Lo2=300uH)

Ganho estático - Secção Boost

Razão cíclica (D)

0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.90

4

8

12

16

20

24

28

32MF (Lo2=0)MF (Lo2=100uH)MF (Lo2=200uH)MF (Lo2=300uH)

Ganho estático - Secção Flyback

Razão cíclica (D)

0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.90

4

8

12

16

20

24

28

32M (N=0.1)M (N=0.5)M (N=1)M (N=2)M (N=10)

Ganho estático do conversor

Razão cíclica (D)

0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.90

4

8

12

16

20

24

28

32M (Lo2=0)M (Lo2=100uH)M (Lo2=200uH)M (Lo2=300uH)

Ganho estático do conversor

Razão cíclica (D)

Page 105: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 103

Pode-se definir o intervalo o de condução da chave (D) como,

1 2( )s sDT D D T= + . (196)

Substituindo (142) e (196) em (195)

( )

1( ) 2L m os

i oF

I LDT

N NV V<

+ . (197)

O valor mínimo da corrente magnetizante pode ser definido como:

1( ) 1 1 11

( 1)

1 2i s

L m L IL

V DTNI I I

ND L

+= −∆ = −+ . (198)

Substituindo-se (185) e (198) em (197), se obtêm a restrição para a

existência da etapa 2:

2 22 2 1 2

1 1 22

11

2 2

1

82 2 (1 )

2 2

2

o o o

i so

Crit

o

L L I LN N N N

L L VTLN

LD

LN N

L

+ + + +

− − +>

+

. (199)

A segunda restrição refere-se à existência das etapas 3 e 4 durante o

intervalo de desmagnetização. Para que a etapa 4 exista, a etapa 3 deve se

extinguir antes do término do período de chaveamento Ts, i.e.:

1 2 3( ) s sD D D T T+ + < . (200)

Substituindo-se (196) em (200),

3 (1 )s sD T T D< − . (201)

Substituindo (164) em (201):

1( ) 2

22

1

(1 )

( )

L M os

oi oB oF

I LT D

LN V V NV

L

−< −

+ − +

. (202)

O valor máximo da corrente magnetizante pode ser definido como:

1( ) 1 1 11

( 1)1 2

i sL M L IL

N VDTI I I

ND L

+= +∆ = ++ . (203)

Substituindo (185), (191) e (203) em (202), se obtém a restrição para a

existência da etapa 4:

Page 106: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 104

( )1 1

2

81 1 1

2i s

Crit

I LN N

VTD

N

− − + −> . (204)

Resolvendo (204) para N:

1 12

1 1

12

12

i s

i s

V DT

I LN

V D T

I L

−>

+. (205)

Na Figura 59 são traçadas curvas nos limites da existência das etapas 2 e 4

considerando-se os seguintes parâmetros: Vi = 25V; I1 = 7,35A; L1 = 40uH e Ts =

10us. Conforme o modelo Cantilever em sua representação N-port [59], a indutância

de dispersão do indutor acoplado pode ser obtida por:

22 1o kL N L= . (206)

Onde Lk1 é indutância de dispersão refletida para o primário.

Na Figura 59(a) são representadas as duas restrições, para existência da

etapa 2 (Limite 1, (199)) e para existência da etapa 4 (Limite 2, (204)). Neste caso

considerou-se uma indutância de dispersão refletida para o primário Lk1=2µH, que

corresponde a 5% de 1L .

Com relação à restrição para existência da etapa 2 (Limite 1) pode-se

concluir que para valores de razão-cíclica (D) acima desta linha, asseguram que

durante o processo de magnetização do indutor acoplado existirão as etapas 1 e 2, o

que indica que na Região x1 a restrição é obedecida e na Região y1 a restrição não

é atendida.

Com relação à restrição para existência da etapa 4 (Limite 2) pode-se

concluir que para valores de razão-cíclica (D) acima desta linha, asseguram que no

processo de desmagnetização do indutor acoplado existirão as etapas 3 e 4.,

indicando que na Região x2 a restrição é obedecida e na Região y2 a restrição não

é atendida.

Assim, ambas as restrições são atendidas na intersecção da Região x1 com

a Região x2, i.e., na área cinza.

Page 107: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 105

Na Figura 59(b) é mostrado o gráfico do ganho estático do conversor em

função da razão-cíclica, para 1 2kL Hµ= , 1 7,3I A= e diferentes valores de relação de

transformação no indutor acoplado: 0,1N = , 1N = , 2N = , 4N = , 8N = , 12N = .

Sobre as curvas do ganho, são traçadas duas curvas pontilhadas: uma no limite da

existência da etapa 2 (Limite 1) e outra no limite da existência da etapa 4 (Limite 2).

A região onde existem as quatro etapas de operação é a região acima dos limites 1

e 2, i.e, na área cinza.

(a)

(b) Figura 59 - Limite de operação: (a) razão cíclica e m função da relação de transformação e (b)

ganho em função da razão-cíclica.

Portanto, existe um conjunto de valores de ganhos estáticos que pode ser

obtido por diferentes pares de valores de N e D, dentro da região de operação do

conversor. Por exemplo, para se obter um ganho estático igual a quatro, pode-se

utilizar um valor de relação de transformação N=8 e uma razão-cíclica D=0,3 ou um

valor de relação de transformação N=1 e uma razão-cíclica D=0,6. Todavia, se a

razão-cíclica for reduzida durante a operação do conversor, a escolha de N=8 e

D=0,3, permite que o conversor opere dentro das restrições até uma razão-cíclica de

aproximadamente D=0,2. Isto significa que a faixa de operação do conversor é de

D=0,3 (no ponto nominal) a D=0,2 (para o limite da restrição). Por outro lado, se a

escolha for por N=1 e D=0,6, o conversor pode reduzir a razão-cíclica até D =0,3

onde alcança o limite da restrição. Isto significa que a faixa de operação do

conversor é de D=0,6 (no ponto nominal) a D=0,3 (para o limite da restrição). Para

valores nominais de D=0,5 e N=2, a faixa de operação é maior.

Page 108: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 106

5.1.3 Análise dos esforços de correntes nos componentes

Nesta seção são determinados os esforços de corrente nos principais

componentes do circuito em modo de condução contínua (CCM). A determinação

dos esforços auxilia no dimensionamento dos componentes do circuito quanto aos

esforços de corrente.

5.1.3.1 Esforços de corrente nos enrolamentos do indutor acoplado

Enrolamento primário:

O valor máximo da corrente de entrada que é a corrente do enrolamento

primário do indutor acoplado pode ser definido através da substituição de (160) em

(157), resultando em:

1( ) 1( )M L MI I= . (207)

O valor médio da corrente de entrada pode ser definido como,

1( ) 1

0

1 sT

avgs

I i dtT

= ∫ (208)

Como o conversor apresenta quatro etapas de operação à equação (208)

pode ser reescrita como,

31 2

1 2 3

1( ) 1 1 1 1

0

1 1 1 1 st Tt t

avgs s s st t t

I i dt i dt i dt i dtT T T T

= + + +∫ ∫ ∫ ∫ (209)

Assim,

( ) ( )

( ) ( )

222 11 1

1( ) 2 1( ) 2 12 1 1

2

3 23 4 1 3 2

1 1

2 2

1( )

2

i iavg L m

s o s

L Ms

t tV Vk tI k I t t

T L L T L

t tk k I t t

T

− = + + + −

− + + + −

(210)

Onde,

( )1 i oFk N NV V= + (211)

22

1 1

1 o iL Vk

L k= + (212)

Page 109: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 107

( )223

1 2

i oBo

o

V VLk N

L L

− = +

(213)

42

oF

o

Vk N

L= (214)

O valor eficaz pode ser definido como:

21( ) 1

0

1 sT

rmss

I i dtT

= ∫ (215)

Como o conversor apresenta quatro etapas de operação a equação (215)

pode ser reescrita como,

31 2

1 2 3

2 2 2 21( ) 1 1 1 1

0

1 1 1 1 st Tt t

rmss s s st t t

I i dt i dt i dt i dtT T T T

= + + +∫ ∫ ∫ ∫ (216)

Onde se pode definir:

1

2

311

2 121

0

1

3

it

o

s

Vkt

L Li dt

T

+

=∫ (217)

( ) ( )2

1

2 32 2 1

1 2 1( ) 2 1 2 1 2 1( )1 1

( )1

3

t

i iL m L m

s t

V Vt ti dt k I t t t t k I

T L L

−= + − − +

∫ (218)

( ) ( )( )3

2

2 32 3 4 3 2

1 1( ) 3 2 3 4 3 2 1( )

( ) ( )1( )

3

t

L M L Ms t

k k t ti dt I t t k k t t I

T

+ −= + − + − +∫ (219)

4

21

10

Ts

s t

i dtT

=∫ (220)

Por fim, substituindo-se (217) a (220) em (216) encontra-se o valor eficaz da

corrente de entrada, i.e., do enrolamento primário do indutor acoplado.

Enrolamento secundário:

A corrente no enrolamento secundário do indutor acoplado é igual a corrente

da seção saída flyback oFi . O valor máximo da corrente na seção de saída flyback

pode ser definido por:

( ) 3( )oF M oFI i t= (221)

Page 110: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 108

Sendo 3( )oFi t é definido na expressão (171).

O valor médio da corrente do enrolamento secundário pode ser definido

como,

( )

0

1 sT

oF avg oFs

I i dtT

= ∫ (222)

Como o conversor apresenta quatro etapas de operação a equação (222)

pode ser reescrita como,

31 2

1 2 3

( )

0

1 1 1 1 st Tt t

oF avg oF oF oF oFs s s st t t

I i dt i dt i dt i dtT T T T

= + + +∫ ∫ ∫ ∫ (223)

Assim,

( )

( ) ( )

2

3 21 1 1( ) 1( ) 5

2

6 3 5 13

3 4

1 1

2 2

1

2

oF avg L ms o s

S L MS

s

t tk t tI I k

T L N T

k T t k IT t

T k k

− = − + + −

− −+ + − +

(224)

Onde,

( )

52

i oB oF

o

N V V Vk

L

+ += (225)

6

221

1

oF

o

Vk

LL N

L

=

+

(226)

O valor eficaz pode ser definido como:

2( )

0

1 sT

oF rms oFs

I i dtT

= ∫ (227)

Como o conversor apresenta quatro etapas de operação a equação (227)

pode ser reescrita como,

31 2

1 2 3

2 2 2 2( )

0

1 1 1 1 st Tt t

oF rms oF oF oF oFs s s st t t

I i dt i dt i dt i dtT T T T

= + + +∫ ∫ ∫ ∫ (228)

Onde se pode definir:

1

2 32 1 1 11 1 1 1

2 2 20

11

3

t

L moF

s o o o

k I tk t k ti dt

T NL NL L N

= + +

∫ (229)

Page 111: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 109

2

1

21

10

t

s t

i dtT

=∫ (230)

3

2

32 2 3 2

1 5

( )1

3

t

s t

t ti dt k

T

−=∫ (231)

( ) ( ) ( )

4

3

32 5 1 5 11 6 3 6 3

3 4 3 4

1

3

TsS L M L M

S Ss t

T t k I k Ii dt k T t k T t

T k k k k

− = + − − + + +

∫ (232)

Por fim, substituindo-se (229) a (232) em (228) encontra-se o valor eficaz da

corrente no enrolamento secundário.

5.1.3.2 Esforços de corrente no MOSFET

O valor máximo da corrente no MOSFET é definido como:

( ) 1( )Si M L MI I= (233)

A expressão (234) determina o valor médio da corrente no MOSFET.

( )

0

1 sT

Si avg Sis

I i dtT

= ∫ (234)

Como o conversor apresenta quatro etapas de operação a equação (234)

pode ser reescrita como,

31 2

1 2 3

( )

0

1 1 1 1 st Tt t

Si avg Si Si Si Sis s s st t t

I i dt i dt i dt i dtT T T T

= + + +∫ ∫ ∫ ∫ (235)

Assim,

( ) ( )

222 11 1

( ) 2 1( ) 2 12 1 1

1 1

2 2i i

Si avg L ms o s

t tV Vk tI k I t t

T L L T L

− = + + + −

(236)

O valor eficaz pode ser definido como:

2( )

0

1 sT

Si rms Sis

I i dtT

= ∫ (237)

Como o conversor apresenta quatro etapas de operação a equação (237)

pode ser reescrita como,

Page 112: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 110

31 2

1 2 3

2 2 2 2( )

0

1 1 1 1 st Tt t

Si rms Si Si Si Sis s s st t t

I i dt i dt i dt i dtT T T T

= + + +∫ ∫ ∫ ∫ (238)

Onde se pode definir:

1

2 32 1 1

2 10

1

3

t

iSi

s o

Vk ti dt

T L L

= +

∫ (239)

( ) ( )2

1

2 32 2 1

2 1( ) 2 1 2 1 2 1( )1 1

( )1

3

t

i iSi L m L m

s t

V Vt ti dt k I t t t t k I

T L L

−= + − − +

∫ (240)

3

2

21

10

t

s t

i dtT

=∫ (241)

4

21

10

Ts

s t

i dtT

=∫ (242)

Por fim, substituindo-se (239) a (242) em (238) encontra-se o valor eficaz da

corrente na chave.

5.1.3.3 Esforços de corrente nos diodos

Diodo da seção de saída Flyback:

A corrente no diodo da seção de saída flyback é a mesma que a corrente de

saída do enrolamento secundário do indutor acoplado. Portanto, o valor máximo,

médio e eficaz da corrente neste diodo pode ser definido respectivamente por: (221),

(224) e (228).

Diodo da seção de saída Boost:

O valor máximo da corrente no diodo boost pode ser definido como:

( ) 1( )oB M L MI I= . (243)

O valor médio da corrente no diodo da seção de saída boost pode ser

definido como,

( )

0

1 sT

oB avg oBs

I i dtT

= ∫. (244)

Page 113: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 111

Como o conversor apresenta quatro etapas de operação a equação (244)

pode ser reescrita como,

31 2

1 2 3

( )

0

1 1 1 1 st Tt t

oB avg oB oB oB oBs s s st t t

I i dt i dt i dt i dtT T T T

= + + +∫ ∫ ∫ ∫. (245)

Assim,

( ) ( )

2

3 2( ) 3 4 1 3 2

1( )

2oB avg L Ms

t tI k k I t t

T

− = + + − .

(246)

O valor eficaz pode ser definido como:

2( )

0

1 sT

oB rms oBs

I i dtT

= ∫. (247)

Como o conversor apresenta quatro etapas de operação a equação (247)

pode ser reescrita como,

31 2

1 2 3

2 2 2 2( )

0

1 1 1 1 st Tt t

oB rms oB oB oB oBs s s st t t

I i dt i dt i dt i dtT T T T

= + + +∫ ∫ ∫ ∫.

(248)

Onde se pode definir:

1

2

0

10

t

oBs

i dtT

=∫ (249)

2

1

210

t

oBs t

i dtT

=∫ (250)

( ) ( )( )3

2

2 32 3 4 3 2

1 1( ) 3 2 3 4 3 2 1( )

( ) ( )1( )

3

t

L M L Ms t

k k t ti dt I t t k k t t I

T

+ −= + − + − +∫ (251)

4

21

10

Ts

s t

i dtT

=∫. (252)

Por fim, substituindo-se (249) a (252) em (248) encontra-se o valor eficaz da

corrente no diodo da seção de saída boost,

( ) ( )( )3

2

2 32 3 4 3 2

( ) 1 1( ) 3 2 3 4 3 2 1( )

( ) ( )1( )

3

t

oB rms L M L Ms t

k k t tI i dt I t t k k t t I

T

+ −= = + − + − +∫.

(253)

A Figura 60 mostra os esforços de corrente nos componentes do conversor.

Page 114: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 112

Foram considerados os seguintes parâmetros: Vi=25V; I1=7,35A; L1=40µH, 1 2kL Hµ=

e Ts=10µs.

A corrente eficaz na chave é apresentada na Figura 60(a) em função da

razão-cíclica para diferentes valores de relação de transformação do indutor

acoplado (acoplado , , 6N = , 8N = , 10N = e 12N = ). Percebe-se que

o valor máximo da corrente eficaz na chave fica aproximadamente entre as razões

cíclicas 0,25 e 0,6. Para valores de relação de transformação do indutor acoplado N

menores, o valor máximo da corrente eficaz na chave ocorre para valores de razão-

cíclica mais altos, como é o caso de 2N = que tem valor máximo em 0,6D = . Para

valores de relação de transformação mais altos, como é o caso de 12N = o valor

máximo da corrente eficaz ocorre na razão cíclica 0,25D = .

A corrente eficaz no enrolamento primário do indutor acoplado é mostrada

na Figura 60(b) em função da razão-cíclica para o mesmo conjunto de valores de N.

No enrolamento primário do indutor acoplado a corrente eficaz é inversamente

proporcional a razão-cíclica, e é diretamente proporcional a relação de

transformação utilizada.

A corrente eficaz no enrolamento secundário do indutor acoplado é mostrada

na Figura 60(c) em função da razão-cíclica para o mesmo conjunto de valores de N.

Observa-se que a corrente eficaz no enrolamento secundário possui comportamento

semelhante ao do enrolamento primário, ou seja, a corrente eficaz é inversamente

proporcional ao valor da razão-cíclica e a relação de transformação do indutor

acoplado. Todavia, a influência do valor da relação de transformação do indutor

acoplado se reduz para valores de razão-cíclica elevados.

A corrente média no diodo de saída da seção boost é representada na

Figura 60(d) e para o diodo de saída da seção flyback é mostrada na Figura 60(e),

ambos os parâmetros estão traçados em função da razão-cíclica para o mesmo

conjunto de valores de N. Observa-se que em ambos os diodos a corrente média

decai com o aumento da razão-cíclica e do valor da relação de transformação do

indutor acoplado.

Observa-se que para todos os gráficos, quanto maior o valor da razão-

cíclica, menores serão os esforços de corrente. Por outro lado, os esforços de

corrente no primário são proporcionais ao valor de N, ao passo que no secundário

são inversamente proporcionais a N. Considerando-se que o MOSFET possui uma

2N = 4N =

Page 115: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 113

RSE mais significativa que a dos diodos, é plausível considerar que uma redução

nos esforços neste semicondutor produz um efeito maior na eficiência do conversor.

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

Figura 60 – Esforços de corrente em função de D e N: (a) corrente eficaz na chave, (b) corrente eficaz no primário do indutor acoplado, (c) corrent e eficaz no secundário do indutor acoplado,

(d) corrente média no diodo boost e (e) corrente mé dia no diodo flyback.

Page 116: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 114

5.1.4 Esforços de tensão nos semicondutores

A Tabela 8 mostra a tensão sobre os semicondutores durante as quatro

etapas de operação do conversor. A máxima tensão sobre a chave e sobre o diodo

da seção de saída boost é igual à tensão da saída boost oBV , ocorrendo na chave

na etapa 3, e no diodo da seção de saída boost durante as etapas 1 e 2. O diodo

flyback fica polarizado reversamente somente na etapa 2, cuja tensão é função da

tensão de saída flyback.

Tabela 8 - Tensão sobre os semicondutores do conver sor Boost-Flyback Série

Etapa Tensão sobre a chave

DSV

Tensão sobre o diodo boost

DoBV

Tensão sobre o diodo

flyback DoFV

Etapa 1 0 oBV− * 0

Etapa 2 0 oBV− ( ).oF iV NV− + *

Etapa 3 oBV * 0 0

Etapa 4 2

1

oFoB

o

VVi V

LN

NL

+ ≈+

2

1

0oFDoB i oB

o

VV V V

LN

NL

= + − ≈+

0

* Valor máximo

Na Figura 61 é mostrada a tensão máxima na chave, no diodo da seção de

saída boost e no diodo da seção de saída flyback em função da razão-cíclica para

as relações de transformação do indutor acoplado , , 6N = , 8N = ,

10N = e 12N = . São considerados os seguintes parâmetros: Vi=25V; I1=7,35A;

L1=40µH, 1 2kL Hµ= e Ts=10µs.

Observa-se na Figura 61(a) que os esforços de tensão na chave crescem

com o aumento da razão-cíclica e com o aumento de N. Uma vez que o RSE do

MOSFET é diretamente proporcional a sua tensão de ruptura é interessante manter

estes esforços em valores não muito elevados, uma vez que isto reflete na eficiência

do conversor.

Do mesmo modo, pode se perceber que os esforços de tensão sobre o

diodo da seção de saída boost (Figura 61(b)) e sobre o diodo da seção de saída

flyback (Figura 61(c)) também tendem a crescer com o aumento da razão-cíclica.

2N = 4N =

Page 117: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 115

Entretanto, a tensão reversa sobre o diodo flyback é fortemente afetada pela relação

de transformação ( N ) do indutor acoplado.

(a)

(b)

(c)

Figura 61 – Tensão máxima sobre os semicondutores e m função da razão cíclica para diferentes relações de transformação do indutor aco plado: (a) na chave, (b) no diodo da seção

de saída boost e (c) no diodo da seção de saída fly back.

5.1.5 Simulação do conversor

Nesta Seção são realizadas simulações computacionais com o software

PSIM ® no intuito de validar os gráficos dos esforços obtidos na Seção anterior. O

circuito simulado considera os componentes do conversor sem perdas, ou seja, a

resistência série equivalente (SER) é desprezada. A Tabela 9 mostra os principais

parâmetros da simulação realizada em programa computacional (PSIM).

Page 118: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 116

Tabela 9 – Parâmetros de simulação. Parâmetro Descrição Valor Time Step Passo de simulação 10ns Total Time Tempo total da simulação 10ms Print Time Tempo inicial para exibição das formas

de onda 9,99ms

Print Step Passo de exibição das formas de onda 1 Ii Corrente de entrada 7,35A Vi Tensão de entrada 25V D Razão cíclica 0,25 0,5 0,75 N Relação do indutor acoplado 2 10 Fs Frequência de chaveamento 100kHz L1 Indutância magnetizante 40µH Lk1 Indutância de dispersão refletida para o

primário 2uH

Nas Erro! Fonte de referência não encontrada. a Tabela 18 é mostrado um

comparativo entre os valores obtidos pela simulação e calculados para as razões

cíclicas D=0,25 0,5 0,75 e para as relações de transformação do indutor acoplado

N=2 10. Pode-se considerar satisfatórios os resultados obtidos, tanto para a tensão

de saída do conversor com diferença entre os valores calculados e simulados, tanto

para os esforços de corrente e tensão que estão dentro de uma tolerância aceitável.

Tabela 10 – Comparativo entre valores de simulação e calculados para tensão da seção de saída boost (V oB).

Razão-cíclica (D)

Relação de Transformação

(N)

Ganho de te nsão (VoB/Vi)

Tensão V oB Simulação

Tensão V oB Calculado

Erro (%)

D = 0,25 2 1,42 35,37V 35,5V 0,37% D = 0,5 2 2,13 53,17V 53,25V 0,15% D = 0,75 2 4,32 107,50V 108,00V 0,47% D = 0,25 10 2,45 59,57V 61,25V 2,82% D = 0,5 10 3,17 77,60V 79,25V 2,13% D = 0,75 10 6,13 150,34V 153,25V 1,94%

Tabela 11 – Comparativo entre valores de simulação e calculados para tensão da seção de saída flyback.

Razão-cíclica (D)

Relação de Transformação

(N)

Ganho de Tensão (V oF/Vi)

Tensão V oF Simulação

Tensão V oF Calculado

Erro (%)

D = 0,25 2 0,37 8,58V 9,25V 7,81% D = 0,5 2 1,72 42,36V 42,53V 0,33% D = 0,75 2 5,61 139,62V 140,01V 0,29% D = 0,25 10 1,11 23,58V 25,22V 6,02% D = 0,5 10 8,14 203,73V 203,55V 0,10% D = 0,75 10 27,82 695,22V 695,33V 0,00%

Page 119: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 117

Tabela 12 – Comparativo entre valores de simulação e calculados para tensão de saída do conversor.

Razão-cíclica (D)

Relação de Transformação (N)

Ganho de Tensão (V o/Vi)

Tensão Vo Simulação

Tensão Vo Calculado

Erro (%)

D = 0,25 2 1,80 43,95V 45,00V 2,39% D = 0,5 2 3,84 95,54V 96,00V 0,48% D = 0,75 2 9,91 247,19V 247,75V 0,23% D = 0,25 10 3,45 83,15V 86,25V 3,73% D = 0,5 10 11,32 281,30V 283,00V 0,60% D = 0,75 10 33,93 845,40V 848,25V 0,34%

Tabela 13 – Comparativo entre valores de simulação e calculados para corrente eficaz na chave.

Razão-cíclica (D)

Relação de Transformação (N)

Corrente normalizada (IS(rms)/I1(avg))

Corrente IS(rms) Simulação

Corrente IS(rms) Calculado

Erro (%)

D = 0,25 2 0,96 6,98A 7,05A 1,09% D = 0,5 2 1,01 7,65A 7,35A 3,92% D = 0,75 2 1,02 7,69A 7,35A 4,42% D = 0,25 10 1,61 11,72A 11,76A 0,34% D = 0,5 10 1,31 9,48A 9,62A 1,48% D = 0,75 10 1,13 8,34A 8,30A 0,48%

Tabela 14 – Comparativo entre valores de simulação e calculados para corrente média no diodo Boost.

Razão-cíclica (D)

Relação de Transformação (N)

Corrente normalizada (IoB(avg)/I1(avg))

Corrente IoB(avg)

Simulação

Corrente IoB(avg)

Calculado

Erro (%)

D = 0,25 2 0,54 4,10A 3,969A 3,20% D = 0,5 2 0,25 1,94A 1,837A 3,29% D = 0,75 2 0,11 0,744A 0,735A 1,21% D = 0,25 10 0,28 2,21A 2,058A 6,88% D = 0,5 10 0,086 0,633A 0,632A 0,16% D = 0,75 10 0,025 0,210A 0,183A 12,86%

Tabela 15 - Comparativo entre valores de simulação e calculados para corrente média no diodo Flyback.

Razão-cíclica (D)

Relação de Transformação (N)

Corrente normalizada (IoF(avg)/I1(avg))

Corrente IoF(avg)

Simulação

Corrente IoF(avg)

Calculado

Erro (%)

D = 0,25 2 0,58 4,11A 4,263A 3,98% D = 0,5 2 0,26 1,94A 1,911A 0,58% D = 0,75 2 0,10 0,744A 0,735A 1,21% D = 0,25 10 0,30 2,21A 2,205A 0,23% D = 0,5 10 0,08 0,633A 0,588A 7,11% D = 0,75 10 0,025 0,210A 0,183A 12,86%

Page 120: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 118

Tabela 16 - Comparativo entre valores de simulação e calculados para tensão máxima sobre a chave.

Razão-cíclica (D)

Relação de Transformação (N)

Tensão normalizada (VDS(max)/Vi)

Tensão VDS(max)

Simulação

Tensão VDS(max)

Calculado

Erro (%)

D = 0,25 2 1,42 35,80V 35,50V 0,84% D = 0,5 2 2,13 53,15V 53,25V 0,19% D = 0,75 2 4,31 107,42V 107,75V 0,31% D = 0,25 10 2,45 59,97V 61,25V 2,13% D = 0,5 10 3,17 77,70V 79,25V 1,99% D = 0,75 10 6,13 150,37V 153,25V 1,92%

Tabela 17 - Comparativo entre valores de simulação e calculados para tensão máxima sobre o diodo boost.

Razão-cíclica (D)

Relação de Transformação (N)

Tensão normalizada (VDoB(max)/Vi)

Tensão VDoB(max)

Simulação

Tensão VDoB(max)

Calculado

Erro (%)

D = 0,25 2 -1,40 -34,80V -35,22V 0,57% D = 0,5 2 -2,13 -52,86V -53,25V 0,74% D = 0,75 2 -4,31 -107,42V -107,75V 0,31% D = 0,25 10 -2,45 -58,97V -61,25V 3,87% D = 0,5 10 -3,17 -77,74V -79,25V 1,99% D = 0,75 10 -6,13 -150,31V -153,25V 1,96%

Tabela 18 - Comparativo entre valores de simulação e calculados para tensão máxima sobre o diodo flyback.

Razão-cíclica (D)

Relação de Transformação (N)

Tensão normalizada (VDoF(max)/Vi)

Tensão VDoF(max)

Simulação

Tensão VDoF(max)

Calculado

Erro (%)

D = 0,25 2 -2,36 -58,70V -59,00V 0,51% D = 0,5 2 -3,70 -92,26V -92,50V 0,26% D = 0,75 2 -7,60 -189,64V -190,00V 0,19% D = 0,25 10 -11,09 -273,54V -275,00V 0,53% D = 0,5 10 -18,02 -453,68V -450,00V 0,81% D = 0,75 10 -38,82 -945,02V -970,00V 2,64%

5.2 CONVERSOR BOOST-FLYBACK PARALELO WX

5.2.1 Princípio de operação em modo de condução contínua

As etapas de operação do conversor para o intervalo de condução da chave

Si são mostradas na Figura 62. As etapas de operação do conversor para o intervalo

de bloqueio da chave são mostradas na Figura 63. As principais formas de onda do

conversor são mostradas na Figura 64.

Page 121: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 119

Intervalo de condução da chave S i:

Etapa 1 (t 0-t1): no instante 0t a chave Si é acionada. A partir deste instante a

corrente de magnetização 1Li cresce linearmente com taxa de variação limitada pelo

valor de 1L . A corrente 1i cresce com taxa de variação limitada por 2oL através da

chave Si. Por outro lado a corrente da seção de saída flyback oFi decresce com

inclinação definida por 2( ) /i o oNV V L− + . Esta etapa dura até o instante em que ioF

alcance zero. Neste instante ( 1t ) o diodo oFD bloqueia. O circuito equivalente desta

etapa é mostrado na Figura 62(a). As principais variáveis que governam o circuito

durante esta etapa de operação são determinadas a seguir. A corrente de

magnetização é definida como,

1 1( )1

iL L m

Vi t I

L= +

. (254)

Onde 1( ) 1 0( )L m LI i t= e é o valor mínimo da corrente de magnetização.

A corrente no enrolamento secundário é expressa por,

1( )

2 1L mi o

oFo

INV Vi t

L N

+= − ++ .

(255)

A corrente no enrolamento primário é dada por,

1 1L oFi i Ni= − . (256)

Portanto, substituindo-se (254) e (255) em (256) obtem-se,

22

1( )11

2 1

oi oF

L m

o

LN V NV

ILi t

L N

+ +

= + +

. (257)

A corrente na chave é igual a corrente de entrada, portanto,

1 ( 1)Si L oFi i i N= − + . (258)

Assim,

Page 122: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 120

2

1

2

( 1) ( 1)oi oF

Sio

LN N V N V

Li t

L

+ + + +

=

. (259)

A corrente no diodo boost nesta etapa é zero.

0oBi = (260)

O tempo de duração desta etapa é definido como,

1( ) 21 10

( 1)( )L m o

si o

I Lt DT

N NV V− = =

+ + . (261)

A tensão nos semicondutores é definida na sequência. A tensão na chave Si

é nula, pois esta se encontra em condução.

0DSV = . (262)

Como a chave encontra-se em condução e o diodo boost, a tensão sobre

este é dada por,

DoB oV V= − . (263)

Uma vez que o diodo flyback esta em condução a tensão sobre este é nula.

0DoFV = . (264)

Etapa 2 (t 1-t2): no instante 1t a corrente oFi alcança zero. Assim, ambos os

diodos das seções de saída ( oBD e oFD ) encontram-se bloqueados e a carga é

alimentada somente pelo capacitor de saída oC . Nesta etapa a indutância

magnetizante do indutor acoplado acumula energia. A etapa chega ao fim quando a

chave Si é bloqueada. O circuito equivalente é mostrado na Figura 62(b). As

principais variáveis que governam o circuito durante esta etapa de operação são

determinadas a seguir. A corrente de magnetização é definida como,

( )1 1 11

iL L

Vi t i t

L= +

. (265)

Onde,

( ) ( )2

1 1 1( )1

1( 1)

o iL L m

i o

L Vi t I

L N NV V

= + + + .

(266)

Page 123: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 121

A corrente no secundário é expressa por,

0oFi = . (267)

A corrente no primário é dada por,

1 1Li i= . (268)

Assim, substituindo-se (146) em (149) tem-se,

( )2

1 1( )1 1

1( 1)

i o iL m

i o

V L Vi t I

L L N NV V

= + + + +

. (269)

A corrente na chave é,

1Sii i= . (270)

A corrente no diodo boost é zero.

0oBi = . (271)

O tempo de duração desta etapa é definido como,

( )1( ) 1( ) 1 1( ) 2

2 1 2 ( 1)( )L M L m L m o

si i o

I I L I Lt t D T

V N NV V

−− = = −

+ + . (272)

A tensão nos semicondutores é definida na sequência. A tensão na chave Si

ainda é nula.

0DSV = . (273)

Figura 62 - Estados topológicos durante o intervalo de magnetização do conversor boost-

flyback paralelo wx. (a) Etapa 1 (t 0-t1). (b) Etapa 2 (t 1-t2).

Como a chave ainda conduz e o diodo boost permanece bloqueado, a sua

tensão é,

Page 124: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 122

DoB oV V= − . (274)

A tensão sobre o diodo flyback é dada por,

( )DoF oF iV V NV= − +. (275)

Intervalo de bloqueio da chave S i:

Etapa 3 (t 2-t3): no instante 2t a chave é bloqueada. Neste instante os diodos

das seções de saída boost e flyback ( oBD e oFD ) são polarizados diretamente. O

diodo boost ( oBD ) assume integralmente a corrente de magnetização 1Li no instante

2t , já que a corrente da seção de saída flyback oFi tem crescimento limitado pela

indutância de dispersão 2oL . Durante esta etapa a tensão sobre a chave Si é limitada

a tensão de saída oV . A corrente oFi cresce linearmente enquanto que a corrente oBi

decresce linearmente. No instante t3 a corrente de magnetização é transferida

totalmente para o secundário do indutor acoplado ( oFi ) e a corrente da seção de

saída boost ( oBi ) vai à zero. O circuito equivalente é mostrado na Figura 63(a). As

principais variáveis que governam o circuito durante esta etapa de operação são

determinadas a seguir. A corrente de magnetização é definida como,

1 1( )1

i oL L M

V Vi t I

L

−= +. (276)

Onde 1( )L MI é o valor máximo da corrente de magnetização.

A corrente no enrolamento secundário é expressa por,

( )

2

i ooF

o

N V Vi t

L

−= −

. (277)

A corrente no enrolamento primário é dada por,

1 1L oFi i Ni= − . (278)

Substituindo-se (276) e (277) em (278) tem-se,

( )22

1 1( )1 2

i ooL M

o

V VLi N t I

L L

− = + +

. (279)

A corrente na chave é,

Page 125: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 123

0Sii = . (280)

A corrente no diodo boost é a própria corrente de entrada.

1 ( 1)oB L oFi i N i= − + . (281)

Portanto,

( )2

1( )1 2

( 1) i oooB L M

o

V VLi N N t I

L L

− = + + +

. (282)

O tempo de duração desta etapa é definido como,

1( ) 2

3 2 3

2

1

( 1) ( )

L M os

oi o

I Lt t D T

LN N V V

L

−− = =

+ + −

. (283)

A tensão nos semicondutores é definida na sequência. Como o diodo boost

encontra-se em condução e a chave Si esta bloqueada, a tensão sobre esta pode ser

dada como,

DS oV V= . (284)

O diodo boost esta conduzindo, assim,

0DoBV = . (285)

O diodo flyback também esta conduzindo, portanto,

0DoFV = . (286)

Etapa 4 (t 3-t0): no instante 3t o diodo oBD é bloqueado, fazendo com que a

seção de saída boost deixe de transferir energia para o capacitor oBC . Com o

bloqueio deste diodo a corrente de entrada 1i é igual a corrente de saída flyback oFi .

A corrente da seção de saída flyback ( oFi ) decresce linearmente sendo definida

como a razão da corrente de magnetização ( 1Li ) pela relação de transformação do

indutor acoplado ( N ). Esta etapa finda quando a chave Si é acionada novamente,

iniciando um novo período de chaveamento sT . O circuito equivalente é mostrado na

Figura 63(b). As principais variáveis que governam o circuito durante esta etapa de

operação são determinadas a seguir. A corrente de magnetização é definida como:

Page 126: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 124

( )( )1 1 3

2 2 1

1

1( 1)

i oL L

o

V Vi t i t

L LN

L N

−= +

+ + + .

(287)

Onde,

( ) 1( )1 3 1( )

1

11 ( 1)

L ML L M

o

Ii t I

LN N

L

= − + +

. (288)

A corrente no enrolamento secundário é expressa por,

( ) ( )

( )( )

2

32 22

1

11

1

i ooF oF

oo

V V Ni t i t

LL NL

− + = − + + +

. (289)

Onde,

( )3 1( )2

1

( 1)oF L M

o

Ni t I

LN N

L

=+ +

. (290)

A corrente no enrolamento primário é dada por,

1 oFi i= . (291)

A corrente na chave é zero,

0Sii = . (292)

A corrente no diodo boost também é nula,

0oBi = . (293)

O tempo de duração desta etapa é definido como,

( )3 4 1 2 3s s s s s sT t D T T DT D T D T− = = − + + . (294)

Substituindo-se (261), (272) e (283) em (294) tem-se,

( )( )

1( ) 214 1( ) 1( )

2

1

( 1)

L M os s L M L m

i oi o

I LLD T T I I

V LN N V V

L

= − − −

+ + −

. (295)

Page 127: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 125

A tensão nos semicondutores é definida na sequência. Como a chave e o

diodo da seção boost encontram-se bloqueados a tensão sobre estes dispositivos é

dada como,

2 2

1

( )

1( 1)

( 1)

i oDS i

o

V VV V

LN

L N

−= −

+ + + .

(296)

e,

2 2

1

1( ) 1

1( 1)

( 1)

DoB i o

o

V V VL

NL N

= − −

+ + +

. (297)

O diodo da seção flyback esta conduzindo, portanto,

0DoFV = . (298)

Figura 63 - Estados topológicos durante o intervalo de desmagnetização do conversor boost-

flyback paralelo wx. (a) Etapa 3 (t 2-t3). (b) Etapa 4 (t 3-TS).

Na Figura 64, podem ser vistas as principais formas de onda do conversor

durante um período de chaveamento sT .

Page 128: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 126

Figura 64 - Principais formas de onda no conversor boost-flyback paralelo xw durante um

período de chaveamento.

Page 129: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 127

5.2.2 Análise do ganho estático

Para encontrar o ganho estático parte-se do princípio que o conversor opera

em regime permanente. Com isto, pode-se afirmar que a energia armazenada na

indutância de magnetização ( 1L ) durante um período de chaveamento é nula. Isto

implica em,

1

0

0T

V dt =∫. (299)

Como o conversor apresenta quatro etapas de operação a expressão (180)

pode ser escrita como:

32

2 3

1 1 1 1

0 0

0ttT T

t t

V dt V dt V dt V dt= + + =∫ ∫ ∫ ∫. (300)

Onde:

( )

2

1 2

0

0t

i iV dt V t V DT= − =∫. (301)

( )

( )( )

3

2

21 1

2

1

( 1)

t

oi o L M

t oi o

LV dt V V I

LN N V V

L

−= −

+ + −

.

(302)

( )( )

3

21 1

22 2

1 1

( 1)( )

( 1) ( 1)

To

i o s s L Mt o o

i o

LNV dt V V T DT I

L LN N N V V

L L

−+ = − − +

+ + + + −

∫ (303)

Substituindo (182) a (184) em (181), pode-se encontrar a tensão de saída do

conversor,

2 1( )2 2

1 12

1

1( 1)( 2)

1 (1 )( 1)( 1)

o L Mi o oo i

oi s

L IV L LNDV V N N

D D N L LLVT N N

L

+ = + − + + + − − + + +

(304)

Através da expressão (304) pode-se traçar o gráfico para o ganho estático

do conversor através de simulação numérica. Para obter as curvas foram

considerados os seguintes parâmetros: Vi= 25V; I1=7,35A; L1=40µH e Ts=10µs. Na

Figura 65(a) tem-se o ganho estático do conversor em curvas separadas para

Page 130: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 128

diferentes valores de Lo2. Para este gráfico a relação de transformação do indutor

acoplado foi adotada como sendo N=10. Para os parâmetros adotados, o aumento

do valor de Lo2 causa uma redução no ganho estático do conversor. Percebe-se

também que é maior a influência da dispersão em valores menores de razão-cíclica.

Na Figura 65(b) tem-se o ganho estático em curvas separadas para a relação de

transformação do indutor acoplado, N = 0,1; N =0,5; N=1; N=2; N=10, sendo que foi

adotado Lo2=0. Observa-se que o ganho estático cresce de forma quadrática em

função da razão-cíclica.

(a)

(b)

Figura 65 – Ganho estático: (a) para N=10 e diferen tes valores de L o2, (b) para L o2=0 e diferentes valores de N.

Para que o conversor opere com as quatro etapas previstas é necessário

que respeite duas restrições. Durante o intervalo de condução da chave, para que as

etapas 1 e 2 existam é necessário que a etapa 1 se extinga antes do instante t2, i.e.:

1 1 2( )s sDT D D T< + . (305)

Pode-se definir o intervalo o de condução da chave D como,

1 2( )s sDT D D T= + . (306)

Substituindo (306) e (261) em (305):

( )

1( ) 2

( 1)L m o

si o

I LDT

N NV V<

+ + . (307)

A segunda restrição refere-se à existência das etapas 3 e 4 durante o

intervalo de desmagnetização do indutor acoplado. Para que a etapa 4 exista, a

etapa 3 deve se extinguir antes do término do período de chaveamento Ts, i.e.:

0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.90

4

8

12

16

20

24

28

32M (Lo2=0)M (Lo2=100uH)M (Lo2=200uH)M (Lo2=300uH)

Ganho estático do conversor

Razão cíclica (D)

0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.90

4

8

12

16

20

24

28

32M (N=0.1)M (N=0.5)M (N=1)M (N=2)M (N=10)

Ganho estático do conversor

Razão cíclica (D)

Page 131: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 129

1 2 3( ) s sD D D T T+ + < . (308)

Substituindo-se (306) em (308),

3 (1 )s sD T T D< − . (309)

E ainda, substituindo (283) em (309):

1( ) 2

2

1

(1 )

( 1) ( )

L M os

oi o

I LT D

LN N V V

L

−< −

+ + −

. (310)

Na Figura 66(a) são traçadas curvas nos limites da existência das etapas 2 e

4 considerando-se os seguintes parâmetros: Vi = 25V; I1 = 7,35A; L1 = 40uH e Ts =

10us. Conforme o modelo Cantilever em sua representação N-port [59], a indutância

de dispersão do indutor acoplado pode ser obtida por:

22 1o kL N L= . (311)

Onde Lk1 é indutância de dispersão refletida para o primário.

Na Figura 66(a) encontram-se representadas as duas restrições, para

existência da etapa 2 (Limite 1) e para existência da etapa 4 (Limite 2). Considerou-

se uma indutância de dispersão refletida para o primário Lk1=2µH (5% de 1L ).

Com relação à restrição para existência da etapa 2 (Limite 1) pode-se

concluir que para valores de razão-cíclica (D) acima desta linha, asseguram que o

processo de magnetização do indutor acoplado apresenta as etapas 1 e 2. Em

outras palavras, na Região x1 a restrição é obedecida e na Região y1 a restrição

não é atendida.

Com relação à restrição para existência da etapa 4 (Limite 2) pode-se

concluir que para valores de razão-cíclica (D) acima desta linha, asseguram que o

processo de desmagnetização do indutor acoplado apresenta as etapas 3 e 4. Em

outras palavras, na Região x2 é obedecida a restrição e na Região y2 não. Na

intersecção entre as Regiões x1 e x2 representam a área onde ambas as restrições

são obedecidas (área cinza).

Na Figura 66(b) é mostrado o gráfico do ganho do conversor em função da

razão-cíclica, para 1 2kL Hµ= , 1 7,3I A= e diferentes valores de relação de

transformação no indutor acoplado: 0,1N = , 1N = , 2N = , 4N = , 8N = , 12N = .

Sobre as curvas do ganho, são traçadas duas as curvas pontilhadas: uma no limite

Page 132: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 130

da existência da etapa 2 (Limite 1) e outra no limite da existência da etapa 4 (Limite

2). A região onde existem as quatro etapas de operação é a em cinza.

(a)

(b)

Figura 66 - Limite de operação: (a) razão cíclica e m função da relação de transformação e (b) ganho em função da razão cíclica.

5.2.3 Análise dos esforços de correntes nos componentes

A seguir são apresentados os esforços de corrente nos principais

componentes do circuito em modo de condução contínua, considerando-se

componentes ideais, i.e., sem perdas. A determinação dos esforços auxilia no

dimensionamento dos componentes do circuito.

5.2.3.1 Esforços de corrente nos enrolamentos do indutor acoplado

Enrolamento primário:

O valor máximo da corrente de entrada que é a corrente do enrolamento

primário do indutor acoplado pode ser definido através da substituição de (283) em

(279), resultando em:

1( ) 1( )M L MI I= . (312)

O valor médio da corrente de entrada pode ser definido como,

1( ) 1

0

1 sT

avgs

I i dtT

= ∫ (313)

Page 133: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 131

Como o conversor apresenta quatro etapas de operação a equação (313)

pode ser reescrita como,

31 2

1 2 3

1( ) 1 1 1 1

0

1 1 1 1 st Tt t

avgs s s st t t

I i dt i dt i dt i dtT T T T

= + + +∫ ∫ ∫ ∫. (314)

Onde se define,

1 2

7 111

20

1 1

2 1

t

i oF L m

s s o

k V NV Iti dt

T T L N

+= + + ∫ (315)

( ) ( )

2

1

2

2 11 1( ) 10 2 1

1

1 1

2

t

iL m

s st

t tVi dt I k t t

T T L

− = + −

∫ (316)

3

2

23 2

1 7 1 3 22

( ) ( )1 1( )

2

t

i oL M

s s ot

V V t ti dt k I t t

T T L

− −= + −

∫ (317)

3

22

1 3 32 11

( )1 1 11 ( )( )

2

ST

i o soF s

s s ot

V V T ti dt i t T t

T T L k

− −= − + −

∫. (318)

Onde,

227

1

oLk N

L= + (319)

28

1

( 1)oLk N N

L= + + (320)

( )

9

( 1) i o

i

N NV Vk

V

+ += (321)

22

101 9

1 o iL Vk

L k

= +

(322)

2 211

1

( 1) oLk N

L= + +

. (323)

Por fim, substituindo-se (315) a (318) em (314) encontra-se o valor médio da

corrente de entrada, i.e., do enrolamento primário do indutor acoplado.

O valor eficaz pode ser definido como:

21( ) 1

0

1 sT

rmss

I i dtT

= ∫. (324)

Page 134: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 132

Como o conversor apresenta quatro etapas de operação a equação (324)

pode ser reescrita como,

31 2

1 2 3

2 2 2 21( ) 1 1 1 1

0

1 1 1 1 st Tt t

rmss s s st t t

I i dt i dt i dt i dtT T T T

= + + +∫ ∫ ∫ ∫.

(325)

Onde se pode definir:

1

2 32 7 1 1 71

1 1 12 20

1

3 1 1

t

i oF L m L m i oF

s o o

k V NV I I k V NVti dt t t

T L N N L

+ += + + + + ∫ (326)

( ) ( )2

1

2 32 2 1

1 1( ) 10 2 1 1( ) 10 2 11 1

( )1

3

t

i iL m L m

s t

V Vt ti dt I k t t I k t t

T L L

−= + − + −

∫ (327)

( ) ( )3

2

32 3 2

1 7 1( ) 3 2 1( ) 7 3 22 2

( ) ( ) ( )1

3

t

i o i oL M L M

s o ot

V V t t V Vi dt k I t t I k t t

T L L

− − −= + − + −

∫ (328)

4

23

2 31

2 11

3 3 3 32 11

( )1 1 11

3

1 1( )( ) ( ) 1 ( )

Tsi o s

s s ot

i ooF s oF s

s o

V V T ti dt

T T L k

V Vi t T t i t T t

T L k

− −= −

−+ − + − −

.

(329)

Por fim, substituindo-se (326) a (329) em (325) encontra-se o valor eficaz da

corrente de entrada, i.e., do enrolamento primário do indutor acoplado.

Enrolamento secundário:

A corrente no enrolamento secundário do indutor acoplado é igual a corrente

da seção saída flyback oFi . O valor máximo da corrente na seção de saída flyback

pode ser definido por:

( ) 3( )oF M oFI i t=. (330)

Sendo 3( )oFi t definido na expressão (290).

O valor médio da corrente do enrolamento secundário pode ser definido

como,

( )

0

1 sT

oF avg oFs

I i dtT

= ∫. (331)

Page 135: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 133

Como o conversor apresenta quatro etapas de operação a equação (331)

pode ser reescrita como,

31 2

1 2 3

( )

0

1 1 1 1 st Tt t

oF avg oF oF oF oFs s s st t t

I i dt i dt i dt i dtT T T T

= + + +∫ ∫ ∫ ∫. (332)

Onde,

1 2

1( )11

20

1 1

2 1

tL mi o

oFs s o

INV V ti dt t

T T L N

+= − + + ∫ (333)

2

1

10

t

oFs t

i dtT

=∫ (334)

( )3

2

2

3 2

2

( )1 1

2

t

i ooF

s s ot

t tN V Vi dt

T T L

−−= −

∫ (335)

( ) ( )

3

223

3 311

1 1 ( 1)( ) 1 ( )

2

sTS

oF i o oF Ss st

T tNi dt V V i t T t

T T k

− += − − + −

∫.

(336)

Por fim, substituindo-se (333) a (336) em (332) encontra-se o valor médio da

corrente no enrolamento secundário do indutor acoplado.

O valor eficaz pode ser definido como:

2( )

0

1 sT

oF rms oFs

I i dtT

= ∫. (337)

Como o conversor apresenta quatro etapas de operação a equação (337)

pode ser reescrita como,

31 2

1 2 3

2 2 2 2( )

0

1 1 1 1 st Tt t

oF rms oF oF oF oFs s s st t t

I i dt i dt i dt i dtT T T T

= + + +∫ ∫ ∫ ∫.

(338)

Onde se pode definir:

1

2 32 1 11

1 12 20

1

3 1 1

t

i o L m L m i ooF

s o o

NV V I I NV Vti dt t t

T L N N L

+ += + − + + ∫

. (339)

2

1

21

10

t

s t

i dtT

=∫. (340)

Page 136: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 134

3

2

2 32 3 2

12

( ) ( )1

3

t

i o

s ot

N V V t ti dt

T L

− −=

∫. (341)

( )

( ) ( )

4

2 3232

111

2

3 3 3 311

1 ( 1)( ) 1

3

( 1)( ) ( ) ( ) 1

TsS

i os t

oF S oF i o S

T tNi dt V V

T k

Ni t T t i t V V T t

k

− += − −

++ − + − − −

.

(342)

Por fim, substituindo-se (339) a (342) em (338) encontra-se o valor eficaz da

corrente do enrolamento secundário.

5.2.3.2 Esforços de corrente no MOSFET

O valor máximo da corrente no MOSFET pode ser definido como:

( ) 1( )Si M L MI I=. (343)

O valor médio da corrente no MOSFET pode ser definido como,

( )

0

1 sT

Si avg Sis

I i dtT

= ∫. (344)

Como o conversor apresenta quatro etapas de operação a equação (344)

pode ser reescrita como,

31 2

1 2 3

( )

0

1 1 1 1 st Tt t

Si avg Si Si Si Sis s s st t t

I i dt i dt i dt i dtT T T T

= + + +∫ ∫ ∫ ∫. (345)

Assim,

( ) ( )

222 18 1

( ) 1 10 2 12 1

( 1)1 1

2 2i oF i

Si avg L ms o s

t tk V N V VtI I k t t

T L T L

− + + = + + − .

(346)

O valor eficaz pode ser definido como:

2( )

0

1 sT

Si rms Sis

I i dtT

= ∫. (347)

Como o conversor apresenta quatro etapas de operação a equação (347)

pode ser reescrita como,

Page 137: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 135

31 2

1 2 3

2 2 2 2( )

0

1 1 1 1 st Tt t

Si rms Si Si Si Sis s s st t t

I i dt i dt i dt i dtT T T T

= + + +∫ ∫ ∫ ∫.

(348)

Onde se pode definir:

1

2 32 8 1

20

( 1)1

3

t

i oFSi

s o

k V N V ti dt

T L

+ +=

∫. (349)

( ) ( )2

1

2 32 2 1

1 10 2 1 2 1 1 101 1

( )1

3

t

i iSi L m L m

s t

V Vt ti dt I k t t t t I k

T L L

−= + − − +

∫. (350)

3

2

21

10

t

s t

i dtT

=∫. (351)

4

21

10

Ts

s t

i dtT

=∫. (352)

Por fim, substituindo-se (349) a (352) em (348) encontra-se o valor eficaz da

corrente na chave.

5.2.3.3 Esforços de corrente nos diodos

Diodo da seção de saída Flyback:

A corrente no diodo da seção de saída flyback é a mesma que a corrente de

saída do enrolamento secundário do indutor acoplado. Portanto, o valor máximo,

médio e eficaz da corrente neste diodo pode ser definido respectivamente por: (330),

(333) e (338).

Diodo da seção de saída Boost:

O valor máximo da corrente no diodo boost pode ser definido como:

( ) 1( )oB M L MI I=. (353)

O valor médio da corrente no diodo da seção de saída boost pode ser

definido como,

( )

0

1 sT

oB avg oBs

I i dtT

= ∫. (354)

Page 138: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 136

Como o conversor apresenta quatro etapas de operação a equação (354)

pode ser reescrita como,

31 2

1 2 3

( )

0

1 1 1 1 st Tt t

oB avg oB oB oB oBs s s st t t

I i dt i dt i dt i dtT T T T

= + + +∫ ∫ ∫ ∫. (355)

Assim,

( ) ( )

2

3 2( ) 8 1 3 2

( )1.

2i o

oB avg L Ms o

t tV VI k I t t

T L

− − = + − .

(356)

O valor eficaz pode ser definido como:

2( )

0

1 sT

oB rms oBs

I i dtT

= ∫. (357)

Como o conversor apresenta quatro etapas de operação, a equação (357)

pode ser reescrita como,

31 2

1 2 3

2 2 2 2( )

0

1 1 1 1 st Tt t

oB rms oB oB oB oBs s s st t t

I i dt i dt i dt i dtT T T T

= + + +∫ ∫ ∫ ∫.

(358)

Onde se pode definir:

1

2

0

10

t

oBs

i dtT

=∫. (359)

2

1

210

t

oBs t

i dtT

=∫. (360)

( ) ( )3

2

2 32 3 2

1 8 1( ) 3 2 8 3 2 1( )

( ) ( ) ( )1

3

t

i o i oL M L M

s o ot

V V t t V Vi dt k I t t k t t I

T L L

− − −= + − − +

∫. (361)

4

21

10

Ts

s t

i dtT

=∫. (362)

Por fim, substituindo-se (359) a (362) em (358) encontra-se o valor eficaz da

corrente no diodo da seção de saída boost.

A Figura 67 mostra os esforços de corrente nos componentes do conversor.

Foram considerados os seguintes parâmetros: Vi=25V; I1=7,35A; L1=40µH, 1 2kL Hµ=

(5% de 1L ) e Ts=10µs.

Page 139: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 137

A corrente eficaz na chave é apresentada na Figura 67(a) em função da

razão-cíclica para diferentes valores de relação de transformação do indutor

acoplado (acoplado , , 6N = , 8N = , 10N = e 12N = ).

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

Figura 67 – Esforços de corrente em função de D e N : (a) corrente eficaz na chave, (b) corrente eficaz no primário do indutor acoplado, (c) corrent e eficaz no secundário do indutor acoplado,

(d) corrente média no diodo boost e (e) corrente mé dia no diodo flyback.

Percebe-se que o valor máximo da corrente eficaz na chave fica

2N = 4N =

Page 140: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 138

aproximadamente entre as razões cíclicas 0,3 e 0,6. Para relações de transformação

do indutor acoplado ( N ) menores, o valor máximo da corrente eficaz na chave

ocorre para valores mais altos de razão-cíclica, como é o caso de 2N = que tem

valor máximo em 0,6D = . Para relações de transformação mais altas, como é o

caso de 12N = o valor máximo da corrente eficaz ocorre na razão-cíclica 0,3D = .

A corrente eficaz no enrolamento primário do indutor acoplado é mostrada

na (Figura 67(b)) em função da razão-cíclica para o mesmo conjunto de valores de

N. Para o enrolamento primário do indutor acoplado, observa-se que, para valores

de D acima de 0,15 a corrente eficaz cresce chegando ao valor máximo em 0,3D = e

volta a decair com o aumento da razão-cíclica.

A corrente eficaz no enrolamento secundário do indutor acoplado é mostrada

na Figura 67(c) em função da razão-cíclica para o mesmo conjunto de valores de N.

Observa-se que a corrente eficaz no enrolamento secundário possui

comportamento semelhante ao enrolamento primário. Para valores menores da

relação de transformação do indutor acoplado, como é o caso de 2N = , a corrente

eficaz no enrolamento secundário ocorre para 0,21D = . Para relações de

transformação mais elevadas, como é o caso de 12N = o valor máximo da corrente

eficaz ocorre em razão-cíclica igual a 0,25D = .

A corrente média no diodo de saída da seção boost e a corrente média no

diodo de saída da seção flyback são mostradas na Figura 67(d) e Figura 67(e),

respectivamente. Pode se observar a corrente média é máxima na razão-cíclica

aproximada a 0,25, decrescendo para valores maiores ou menores que esta (Figura

67(b)). Por outro lado o diodo da seção de saída boost passa a ter maior

participação na corrente média de saída ao passo que a razão-cíclica reduz,

apresentando crescimento exponencial para razão-cíclica menor que 0,25.

5.2.4 Esforços de tensão nos semicondutores

A Tabela 19 mostra a tensão sobre os semicondutores durante as quatro

etapas de operação do circuito. A máxima tensão sobre a chave e sobre o diodo da

seção de saída boost é igual à tensão da saída boost oBV , ocorrendo na chave na

etapa 3, e no diodo boost durante as etapas 1 e 2. O diodo flyback fica polarizado

Page 141: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 139

reversamente somente na etapa 2, cuja tensão reversa é função da tensão de saída.

Tabela 19 - Tensão sobre os semicondutores do conve rsor Boost-Flyback Paralelo

Etapa DSV DoBV DoFV

Etapa 1 0 oV− * 0

Etapa 2 0 oV− .o iV N V− − *

Etapa 3 oV * 0 0

Etapa 4 2

1

( )

( 1)( 1)

i oi oB

o

V VV V

LN

N L

−− ≈+ +

+

2

1

1( ) 1

( 1)( 1)

i o oFo

V V VL

NN L

− − ≈ + + +

0

* Valor máximo

A Figura 68 mostra a tensão máxima na chave, no diodo da seção de saída

boost e no diodo da seção de saída flyback em função da razão cíclica para as

relações de transformação do indutor acoplado , , 6N = , 8N = , 10N =

e 12N = .

Para traçar as curvas foram considerados os se parâmetros: Vi=25V;

I1=7,35A; L1=40µH, 1 2kL Hµ= e Ts=10µs. Observa-se na Figura 68(a) que a tensão

na chave cresce com o aumento da razão-cíclica. Do mesmo modo, pode-se

perceber que a tensão reversa sobre o diodo da seção de saída boost (Figura 68(b))

e sobre o diodo da seção de saída flyback (Figura 68(c)) também tendem a crescer

com o aumento da razão-cíclica.

2N = 4N =

Page 142: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 140

(a)

(b) (c)

Figura 68 – Tensão máxima sobre os semicondutores e m função da razão-cíclica para diferentes relações de transformação do indutor aco plado: (a) na chave, (b) no diodo da seção

de saída boost e (c) no diodo da seção de saída fly back.

5.2.5 Simulação do conversor

Nesta Seção são realizadas simulações computacionais com o software

PSIM ® no intuito de validar os gráficos dos esforços obtidos na Seção anterior. O

circuito simulado considera os componentes do conversor sem perdas, ou seja, a

resistência série equivalente (SER) é desprezada. A Tabela 9 mostra os principais

parâmetros da simulação realizada em programa computacional (PSIM).

Nas Tabela 20 a Tabela 18 é mostrado um comparativo entre os valores

obtidos pela simulação e calculados para as razões cíclicas D=0,25 0,5 0,75 e para

Page 143: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 141

as relações de transformação do indutor acoplado N=2 10. Pode-se considerar

satisfatórios os resultados obtidos, tanto para a tensão de saída do conversor com

diferença entre os valores calculados e simulados, tanto para os esforços de

corrente e tensão que estão dentro de uma tolerância aceitável.

Tabela 20 – Comparativo entre valores de simulação e calculados para tensão de saída do

conversor. Razão-cíclica (D)

Relação de Transformação (N)

Ganho de Tensão (V o/Vi)

Tensão V o Simulação

Tensão V o Calculado

Erro (%)

D = 0,25 2 1,65 44,15V 41,39V 6,25% D = 0,5 2 3,60 95,22V 90,12V 5,14% D = 0,75 2 9,32 239,83V 233,23V 2,74% D = 0,25 10 2,51 62,77V 62,84V 0,22% D = 0,5 10 10,30 255,58V 257,58V 0,81% D = 0,75 10 31,70 797,42V 792,73V 0,59%

Tabela 21 – Comparativo entre valores de simulação e calculados para corrente eficaz na

chave. Razão-cíclica (D)

Relação de Transformação

(N)

Corrente normalizada (IS(rms)/I1(avg))

Corren te IS(rms) Simulação

Corrente IS(rms)

Calculado Erro (%)

D = 0,25 2 0,897 6,81A 6,98A 2,50% D = 0,5 2 1,04 7,65A 7,75A 1,31% D = 0,75 2 1,04 7,66A 7,71A 0,65% D = 0,25 10 1,31 9,44A 9,46A 0,21% D = 0,5 10 1,29 9,47A 9,33A 1,48% D = 0,75 10 1,13 8,35A 8,29A 0,72%

Tabela 22 – Comparativo entre valores de simulação e calculados para corrente média no diodo Boost.

Razão-cíclica (D)

Relação de Transformação

(N)

Corrente normalizada (IoB(avg)/I1(avg))

Corrente IoB(avg)

Simulação

Corrente IoB(avg)

Calculado

Erro (%)

D = 0,25 2 0,121 0,831A 0,943A 13,51% D = 0,5 2 0,021 0,135A 0,157A 16,30% D = 0,75 2 0,005 0,044A 0,038A 12,27% D = 0,25 10 0,182 1,29A 1,310A 1,57% D = 0,5 10 0,011 0,081A 0,084A 4,32% D = 0,75 10 0,002 0,014A 0,015A 13,57%

Tabela 23 - Comparativo entre valores de simulação e calculados para corrente média no diodo Flyback.

Razão-cíclica (D)

Relação de Transformação

(N)

Corrente normalizada (IoF(avg)/I1(avg))

Corrente IoF(avg)

Simulação

Corrente IoF(avg)

Calculado

Erro (%)

D = 0,25 2 0,241 3,04A 1,981A 33,94% D = 0,5 2 0,183 1,55A 1,355A 12,57% D = 0,75 2 0,116 0,795A 0,856A 7,75% D = 0,25 10 0,180 1,49A 1,300A 12,72% D = 0,5 10 0,111 0,73A 0,798A 9,38% D = 0,75 10 0,063 0,294A 0,326A 11,16%

Page 144: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 142

Tabela 24 - Comparativo entre valores de simulação e calculados para tensão máxima sobre a chave.

Razão-cíclica (D)

Relação de Transformação

(N)

Tensão normalizada (VDS(max)/Vi)

Tensão VDS(max)

Simulação

Tensão VDS(max)

Calculado

Erro (%)

D = 0,25 2 1,65 44,18V 41,39V 6,31% D = 0,5 2 3,60 94,62V 90,12V 4,75% D = 0,75 2 9,32 239,68V 233,23V 2,66% D = 0,25 10 2,51 62,75V 62,84V 0,24% D = 0,5 10 10,30 255,32V 257,58V 0,90% D = 0,75 10 31,70 797,37V 792,73V 0,57%

Tabela 25 - Comparativo entre valores de simulação e calculados para tensão máxima sobre o diodo boost.

Razão-cíclica (D)

Relação de Transformação

(N)

Tensão normalizada (VDoB(max)/Vi)

Tensão VDoB(max)

Simulação

Tensão VDoB(max)

Calculado

Erro (%)

D = 0,25 2 -1,6556 -44,9 -41,3910 7,82% D = 0,5 2 -3,6049 -94,63 -90,1234 4,76% D = 0,75 2 -9,3294 -239,6 -233,2350 2,66% D = 0,25 10 -2,5140 -62,11 -62,8497 1,19% D = 0,5 10 -10,3034 -255,3 -257,5853 0,90% D = 0,75 10 -31,7096 -797,3 -792,7390 0,57%

Tabela 26 - Comparativo entre valores de simulação e calculados para tensão máxima sobre o diodo flyback.

Razão-cíclica (D)

Relação de Transformação

(N)

Tensão normalizada (VDoF(max)/Vi)

Tensão VDoF(max)

Simulação

Tensão VDoF(max)

Calculado

Erro (%)

D = 0,25 2 -3,65 -94,90V -91,39V 3,70% D = 0,5 2 -5,60 -144,87V -140,12V 3,28% D = 0,75 2 -11,32 -289,62V -283,23V 2,20% D = 0,25 10 -12,51 -312,65V -312,84V 0,06% D = 0,5 10 -20,30 -505,24V -507,63V 0,47% D = 0,75 10 -41,70 -1047,3V -1042,76V 0,44%

5.3 CONVERSOR BOOST-FLYBACK CASCATA

5.3.1 Princípio de operação em modo de condução contínua

As etapas de operação do conversor para o intervalo de condução da chave

Si são mostradas na Figura 69. As etapas de operação do conversor para o intervalo

de bloqueio da chave na Si Figura 70. As principais formas de onda do conversor são

mostradas na Figura 71.

Intervalo de condução da chave S i:

Page 145: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 143

Etapa 1 (t 0-t1): no instante 0t a chave Si é acionada. A partir deste instante a

corrente de magnetização 1Li cresce linearmente com taxa de variação limitada pelo

valor de 1L . A corrente 1i cresce com taxa de variação limitada por 2oL através da

chave Si. Por outro lado a corrente da seção de saída flyback oFi decresce com

inclinação definida por 2( ) /oF i oV NV L− + . Esta etapa dura até o instante em que ioF

alcance zero. Neste instante ( 1t ) o diodo oFD bloqueia. O circuito equivalente desta

etapa é mostrado na Figura 69(a).

As variáveis que governam o circuito durante esta etapa de operação do

conversor podem ser encontradas como segue.

A corrente de magnetização é definida como,

1 1( )1

iL L m

Vi t I

L= +

. (363)

Onde 1( ) 1 0( )L m LI i t= e é o valor mínimo da corrente de magnetização.

A corrente no enrolamento secundário é expressa por,

1( )

2

L mi oFoF

o

INV Vi t

L N

+= − +. (364)

A corrente no enrolamento primário é dada por,

1 1L oFi i Ni= − . (365)

Portanto, substituindo-se (363) e (364) em (365) obtem-se,

221

1 2 2

o i oF

o o

L V NVi N t

L L L

= + +

. (366)

A corrente na chave é igual a corrente de entrada, portanto,

1Sii i= . (367)

Assim,

22

2 1 2

i o oFSi

o o

V L NVi N t

L L L

= + +

. (368)

A corrente no diodo boost nesta etapa é zero.

0oBi = . (369)

Page 146: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 144

O tempo de duração desta etapa é definido como,

( )

1( ) 21 10 L m o

si oF

I Lt D T

N NV V− = =

+ . (370)

Ainda pode-se definir as tensões nos semicondutores como segue.

A tensão na chave Si é nula, pois esta se encontra em condução.

0DSV = . (371)

Como a chave encontra-se em condução e o diodo boost, a tensão sobre

este é dada por,

DoB oBV V= − . (372)

Uma vez que o diodo flyback esta em condução a tensão sobre este é nula.

0DoFV = . (373)

Etapa 2 (t 1-t2): no instante 1t a corrente oFi alcança zero. Assim, ambos os

diodos das seções de saída ( oBD e oFD ) encontram-se bloqueados e a carga é

alimentada somente pelos capacitores de saída oBC e oFC . Nesta etapa a indutância

magnetizante do indutor acoplado acumula energia. A etapa chega ao fim quando a

chave Si é bloqueada. O circuito equivalente é mostrado na Figura 69(b).

As variáveis que governam o circuito durante esta etapa de operação do

conversor podem ser encontradas como segue.

A corrente de magnetização é definida como,

( )1 1 11

iL L

Vi t i t

L= +

. (374)

Onde,

( ) ( )2

1 1 1( )1

1 o iL L m

i oF

L Vi t I

L N NV V

= + + .

(375)

A corrente no secundário é expressa por,

0oFi = . (376)

A corrente no primário é dada por,

1 1Li i= . (377)

Assim, substituindo-se (146) em (149) tem-se,

Page 147: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 145

( )2

1 1( )1 1

1i o iL m

i oF

V L Vi t I

L L N NV V

= + + +

. (378)

A corrente na chave é,

1Sii i= . (379)

A corrente no diodo boost é zero.

0oBi = . (380)

Figura 69 - Estados topológicos durante o intervalo de magnetização do conversor boost-

flyback cascata. (a) Etapa 1 (t 0-t1). (b) Etapa 2 (t 1-t2).

O tempo de duração desta etapa é definido como,

( )1( ) 1( ) 1 1( ) 2

2 1 2 ( )L M L m L m o

si i oF

I I L I Lt t D T

V N NV V

−− = = −

+ . (381)

Ainda pode-se definir as tensões nos semicondutores como segue. A tensão

na chave Si ainda é nula.

0DSV = . (382)

Como a chave ainda conduz e o diodo boost permanece bloqueado, a sua

tensão é,

DoB oBV V= − . (383)

A tensão sobre o diodo flyback é dada por,

( )DoF oF iV V NV= − +. (384)

Page 148: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 146

Intervalo de bloqueio da chave S i:

Etapa 3 (t 2-t3): no instante 2t a chave é bloqueada. Neste instante os diodos

das seções de saída boost e flyback ( oBD e oFD ) são polarizados diretamente. O

diodo boost ( oBD ) assume integralmente a corrente de magnetização 1Li no instante

2t , já que a corrente da seção de saída flyback oFi tem crescimento limitado pela

indutância de dispersão 2oL . Durante esta etapa a tensão sobre a chave Si é limitada

a tensão de saída do boost oBV . A corrente oFi cresce linearmente enquanto que a

corrente oBi decresce linearmente. No instante t3 a corrente de magnetização é

transferida totalmente para o secundário do indutor acoplado ( oFi ) e a corrente da

seção de saída boost ( oBi ) vai à zero. O circuito equivalente é mostrado na Figura

70(a). As variáveis que governam o circuito durante esta etapa de operação do

conversor podem ser encontradas como segue.

A corrente de magnetização é definida como,

1 1( )1

i oBL L M

V Vi t I

L

−= +. (385)

Onde 1( )L MI é o valor máximo da corrente de magnetização. A corrente no

enrolamento secundário é expressa por,

( )

2

i oB oFoF

o

N V V Vi t

L

− += −

. (386)

A corrente no enrolamento primário é dada por,

1 1L oFi i Ni= − . (387)

Substituindo-se (385) e (386) em (387) tem-se,

( )22

11 1( )

2

oi oB oF

L Mo

LN V V NV

Li t I

L

+ − +

= + . (388)

A corrente na chave é,

0Sii = . (389)

A corrente no diodo boost é a própria corrente de entrada.

Page 149: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 147

1oBi i= . (390)

Portanto,

22

11( )

2

( )oi oB oF

oB L Mo

LN V V NV

Li t I

L

+ − +

= +. (391)

O tempo de duração desta etapa é definido como,

1( ) 2

3 2 322

1

( )

L M os

oi oB oF

I Lt t D T

LN V V NV

L

−− = =

+ − +

.

(392)

Pode-se definir ainda as tensões nos semicondutores como segue.

Como o diodo da seção boost encontra-se em condução e a chave Si esta

bloqueada, a tensão sobre esta pode ser dada como,

DS oBV V= . (393)

O diodo da seção boost esta conduzindo, assim,

0DoBV = . (394)

O diodo da seção flyback também esta conduzindo, portanto:

0DoFV = . (395)

Etapa 4 (t 3-TS): no instante 3t o diodo oBD é bloqueado, fazendo com que a

seção de saída boost deixe de transferir energia para o capacitor oBC . Com o

bloqueio deste diodo a corrente de entrada 1i chega à zero. A corrente da seção de

saída flyback ( oFi ) decresce linearmente sendo definida como a razão da corrente de

magnetização ( 1Li ) pela relação de transformação do indutor acoplado ( N ). Esta

etapa finda quando a chave Si é acionada novamente, iniciando um novo período de

chaveamento sT . O circuito equivalente é mostrado na Figura 70(b).

As variáveis que governam o circuito durante esta etapa de operação do

conversor podem ser encontradas como segue.

A corrente de magnetização é definida como,

Page 150: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 148

( )1 1 322 1

1

oFL L

o

Vi t i t

L LN

L N

= − +

+

. (396)

Onde,

( )( )

1( ) 21 3 1( )

21 2

1

L M oi oBL L M

oi oB oF

I LV Vi t I

L LN V V NV

L

−− = +

+ − +

. (397)

A corrente no enrolamento secundário é expressa por,

( )322

11

oFoF oF

o

Vi t i t

LN L

L

= − +

+

. (398)

Onde,

( )3 1( )22

1

( )

( )

i oB oFoF L M

oi oB oF

N V V Vi t I

LN V V NV

L

− +=

+ − +

. (399)

A corrente no enrolamento primário é dada por,

1 0i = . (400)

A corrente na chave é zero,

0Sii = . (401)

A corrente no diodo da seção boost também é nula,

0oBi = . (402)

O tempo de duração desta etapa é definido como,

( )3 4 1 2 3s s s s s sT t D T T DT D T D T− = = − + + . (403)

Page 151: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 149

Figura 70 - Estados topológicos durante o intervalo de desmagnetização do conversor boost-

flyback cascata. (a) Etapa 3 (t 2-t3). (b) Etapa 4 (t 3-TS).

Substituindo-se (370), (381) e (392) em (403) tem-se,

21 13 4 1( ) 1( )

22

1

( )

os s s L M L m

i ioi oB oF

LL LT t D T T I I

V VLN V V NV

L

− = = − − −

+ − +

. (404)

Pode-se definir ainda as tensões nos semicondutores como segue. Como a

chave e o diodo boost encontram-se a tensão sobre estes dispositivos é dada como,

22

1

oFDS i

o

NVV V

LN

L

= ++

(405)

e,

22

1

oFDoB i oB

o

NVV V V

LN

L

= + −+

. (406)

O diodo flyback esta conduzindo, portanto,

0DoFV = . (407)

Na Figura 71, podem ser vistas as principais formas de onda do conversor

durante um período de chaveamento sT .

Page 152: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 150

Figura 71 - Principais formas de onda no conversor Boost-Flyback Cascata durante um

período de chaveamento.

As variáveis que governam o circuito durante as quatro etapas de operação

do conversor, a duração das etapas e a tensão sobre os semicondutores são

Page 153: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 151

determinadas por expressões matemáticas iguais ao conversor Boost-Flyback Série.

Desta forma, torna-se dispensável as análises dos esforços de corrente e tensão

nos elementos do circuito. Os esforços de corrente nos enrolamentos do indutor

acoplado podem ser obtidos na Seção 5.1.3.1. No enrolamento primário, a corrente

máxima, a corrente média e corrente eficaz são definidas respectivamente por (207),

(210) e (216). No enrolamento secundário, a corrente máxima é definida por (221), a

corrente média por (224) e a corrente eficaz por (228). No MOSFET, a corrente

máxima é definida por (233), a corrente média por (236) e a corrente eficaz por (238)

. No diodo flyback, a corrente máxima é definida por (221), a corrente média é

definida por (224) e a corrente eficaz é definida por (228). No diodo boost, a corrente

máxima é definida por (243), a corrente média é definida por (246) e a corrente

eficaz é definida por (253). A tensão sobre os semicondutores é definida na Tabela

8.

5.4 PROJETO E ANÁLISE EXPERIMENTAL DOS CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS

Nesta seção será mostrada uma metodologia de projeto para os conversores

boost-flyback e será desenvolvido um exemplo de projeto. A análise experimental

das três principais topologias boost-flyback, que são: o Conversor Boost-Flyback

Série (Topologia 1); o Conversor Boost-Flyback Cascata (Topologia 2); e o

Conversor Boost-Flyback Paralelo wx (Topologia 3) será realizada para validar os

estudos teóricos realizados.

Estas topologias são aplicadas a um sistema de geração fotovoltaica

denominado de módulo integrado com estágio CC-CC independente do estágio CC-

CA. Deste modo os parâmetros de entrada do conversor Boost-Flyback integrado

são definidos pelo módulo PV, enquanto que os parâmetros de saída são definidos

pelo barramento CC que alimenta o estágio CC-CA.

Page 154: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 152

5.4.1 Dados do painel (módulo) PV

Para a análise experimental, considera-se a aplicação de um painel

fotovoltaico modelo KC-200GT cujas características são descritas a seguir,

considerando-se irradiação de 1000W/m2:

Tabela 27 - Características elétricas do painel sol ar KC-200GT (1.000W/m 2). Símbolo Significado Valor Pmax Potência máxima 200W (+10% / -5%) Vmpp Tensão no ponto de máxima potência 26,3V Impp Corrente no ponto de máxima potência 7,61A Voc Tensão de circuito aberto 32,9V Isc Corrente de curto circuito 8,21A

A partir do modelo elétrico descrito em [61] e de simulação em programa

computacional Matlab™ as curvas de corrente de saída em função da tensão de

saída para variação de irradiação entre 100 e 1.000W/m2 foram obtidas para uma

temperatura de 25°C conforme pode ser observado na Figura 72. Para cada

irradiação foi definido o ponto de máxima potência o qual é identificado por um

circulo sobre a respectiva curva. A linha pontilhada identifica o lócus dos pontos de

máxima potência do painel. Observa-se que cada ponto apresenta valores distintos

para tensão e corrente. Isto indica que cada ensaio deve levar em consideração

estes valores como sendo a tensão e a corrente de entrada do conversor.

Figura 72 - Curva de Corrente e Tensão em função da irradiação solar

Para facilitar a identificação destes valores, os pontos de máxima potência

são mostrados na Tabela 28.

Page 155: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 153

Tabela 28 - Pontos de máxima potência em função da irradiação solar Irradiação (W/m 2) Vmpp (V) Impp (A) Pmax(W)

1000 26,30 7,61 200,14

900 26,17 6,94 181,61

800 25,99 6,17 160,35

700 25,77 5,93 152,81

600 25,53 4,62 117,94

500 25,25 3,85 97,21

400 24,95 3,07 76,59

300 24,72 2,3 56,85

200 24,04 1,53 36,78

5.4.2 Especificações de projeto

A partir destes dados, definem-se as especificações de projeto para os

conversores, os quais são descritos na Tabela 29. Observa-se que foi adotada a

temperatura de 25° para operação do painel e sua fa ixa de irradiação foi definida

como sendo entre 200 e 1000 W/m2.

Tabela 29 - Parâmetros nominais de projeto Símbolo Significado Valor Vi(m) Tensão mínima de entrada 24,04V Vi(M) Tensão máxima de entrada 26,30V Pi(m) Potência mínima de entrada 36,78W Pi(M) Potência máxima de entrada 200W Vo Tensão de saída 250V Fs Frequência de comutação 100kHz

5.4.3 Metodologia de projeto

A fim de conhecer a região na qual o conversor pode operar é necessário

determinar inicialmente alguns parâmetros de projeto como: ganho estático, corrente

magnetizante média, ondulação da corrente magnetizante, indutância magnetizante

e dispersão magnética. Considerando que alguns dados não são conhecidos nesta

fase de projeto, será necessário estima-los.

Considerando-se que a tensão de entrada é máxima Vi(M)=26,30V pode-se

obter o ganho estático do conversor como sendo,

( )

9,5o

i M

VM

V= =

.

Para a determinação da corrente magnetizante média, assim como a

Page 156: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 154

indutância magnetizante é necessário conhecer a razão-cíclica de operação do

conversor. Neste caso, não se conhecendo o melhor ponto de operação do

conversor estipula-se uma razão-cíclica inicial. O valor adotado é de D=0,5. Portanto

a corrente de magnetização média será,

1 1 13,60L

M DI I A

MD

− = = .

Considerando-se uma ondulação de corrente de magnetização de 10%,

1 110% 1,36IL LI A∆ = = .

A indutância magnetizante pode ser obtida através da ondulação de

corrente,

( )1

1

48,32

si M

IL

V DTL Hµ= =

∆ .

Com as especificações de projeto e as definições iniciais pode-se utilizar a

expressão (194) para traçar o ganho estático em função da razão-cíclica, como

mostrado na Figura 73(a), para o conversor boost-flyback série e cascata. De modo

análogo, pode-se utilizar a expressão (304) para traçar o ganho estático em função

da razão-cíclica para o conversor boost-flyback paralelo, como mostrado na Figura

73(b). Considera-se a indutância de dispersão refletida para o primário de

1 2,4kL uH= , o que corresponde a 5% de 1L .

(a) (b)

Figura 73 - Gráfico de projeto para o conversor Boo st-flyback. (a) Série e Cascata e (b) Paralelo.

Page 157: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 155

A linha horizontal nos gráficos da Figura 73 indicando M=9,5 indica diferentes

valores de relação de transformação N e de razão cíclica que atendem os requisitos

de projeto. Isto significa que qualquer par de valores de N e D sobre esta linha, i.e.,

que resultem em ganho estático M=9,5, podem ser usados para esta aplicação.

Entretanto, no intuito de reduzir as perdas em condução, pode-se buscar um ponto

de operação mais apropriado. Desta forma, determinou-se as perdas em condução

para diferentes pares N e D que resultam na tensão de saída de 250V.

O gráfico da Figura 74(a) mostra a relação de transformação (N) em função

da razão-cíclica do conversor boost-flyback série para uma tensão de saída de

250V, uma tensão de entrada de 26,3V e uma potência de 200W. Para o mesmo

conversor, a Figura 74(b) mostra as tensões individuais de cada seção de saída em

função da razão-cíclica e das relações de transformação obtidas na Figura 74(a). A

partir das tensões obtidas na Figura 74(b) é possível determinar os esforços de

tensão nos semicondutores, os quais são mostrados na Figura 74 (c).

De posse dos esforços de tensão (Figura 74 (c)) e de corrente (Figura 60)

define-se os dispositivos comerciais que atendem as necessidades do projeto. Como

as perdas em condução são dominantes nos MOSFET’s, obteve-se as perdas em

condução para diferentes dispositivos, selecionados de acordo com as faixas de

tensão que atendem. Os dispositivos bem como suas principais características são

mostrados na Tabela 30.

Tabela 30 - Características dos MOSFET's utilizados para analisar as perdas em condução. Dispositivo VDS ID RDON

IRF540 100V 22A 0,077Ω

IRLI3615 150V 14A 0,085Ω

IRF644B 250V 14A 0,28Ω

A Figura 74(d) mostra as perdas em condução totais (MOSFET e

diodos) em função da razão-cíclica para diferentes valores de relação de

transformação, tal como determinado na Figura 74(a). No conversor boost-flyback

série, a tensão sobre a chave é própria tensão da seção de saída boost. Pode-se

observar pela Figura 74(b) que os dispositivos para tensões inferiores a 250V

resultam em uma faixa de operação do conversor com valores de razão-cíclica

limitados. Isto faz com que as curvas no gráfico da Figura 74(d) apresentem

diferentes extensões. Sendo assim o dispositivo que atende a maior faixa de razão-

cíclica é o IRF644B cujo VDS=250V. Entretanto, com este dispositivo o conversor

Page 158: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 156

apresenta as maiores perdas em condução. Já MOSFET IRLI3615, cujo VDS=150V,

atende as condições do projeto desde que opere as razões cíclicas (D) 0,28 e 0,81.

O MOSFET IRF540 com VDS=100V deve operar com maiores restrições, i.e, entre as

razões cíclicas 0,32 e 0,70, apesar disto, este dispositivo possibilita as menores

perdas em condução do conversor. Pode-se definir desta forma, que o conversor

opera com menores perdas entre as razões-cíclicas entre 0,5 e 0,6, relação de

transformação entre 4,8 e 8 e utilizando como chave o MOSFET IRF540.

(a) (b)

(c) (d)

Figura 74 – Perdas em condução nos conversores Boos t-Flyback Série e Cascata: (a) relação de transformação em função da razão cíclica, (b) te nsão da seção de saída boost, flyback e do conversor para os pares N, D, (c) Tensão nos semico ndutores em função dos pares N, D e (d)

perdas em condução para diferentes dispositivos.

A mesma análise pode ser realizada para o conversor boost-flyback paralelo.

A Figura 75(a) mostra a relação de transformação (N) em função da razão cíclica (D)

para uma tensão de saída constante de 250V. A Figura 75(b) mostra a tensão de

saída do conversor em função da razão cíclica (D) para as relações de

Page 159: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 157

transformação obtidas no gráfico da Figura 75(a). Na Figura 75(c) são mostrados os

esforços de tensão sobre os semicondutores em função da razão cíclica. Percebe-se

que diferentemente do conversor boost-flyback série e cascata, o conversor boost-

flyback paralelo apresenta tensão sobre a chave e sobre o diodo boost constante,

i.e, indiferente aos valores de N e D o que impossibilita a utilização de MOSFET’s de

diferentes níveis de tensão. Desta forma, na Figura 75(d) mostra as perdas em

condução totais (chave e diodos) para um único MOSFET que atende os esforços

de tensão para o conversor nesta aplicação.

(a) (b)

(c) (d)

Figura 75 – Perdas em condução no conversor Boost-F lyback Paralelo: (a) relação de transformação em função da razão cíclica, (b) tensã o da seção de saída do conversor para os

pares N, D, (c) Tensão nos semicondutores em função dos pares N, D e (d) perdas em condução para diferentes dispositivos.

O conversor paralelo apresenta menores perdas em condução entre as

razões cíclicas entre 0,7 e 0,77 e relações de transformação (N) entre 2,9 e 1. O que

Page 160: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 158

demonstra ser um comportamento diferente do apresentado pelo conversor boost-

flyback série e cascata.

Na prática deve-se levar em consideração a existência da RSE, que causa

redução do ganho estático. Portanto, um fator de segurança em torno de 20% pode

ser considerado. Desta forma, para manter a operação do conversor boost-flyback

série em D=0,5, o valor da relação de transformação foi escolhido como, 10N = .

Para fins comparativos, a mesma região de operação será adotada para o conversor

boost-flyback paralelo.

A Tabela 31 mostra um resumo dos parâmetros dos componentes definidos

para este projeto a partir das expressões dos esforços de tensão e corrente.

Tabela 31 – Parâmetros de projeto dos conversores b oost-flyback. Parâmetro Série/Cascata Paralelo Pi(M) 200W 200W Vi(M) 26,30V 26,30V Fs 100kHz 100kHz Vo 250V 250V M 9,5 9,5 D 0,5 0,5 N 10 10 L1 48,3µH 48,3µH IL1 13,6A 13,6A ∆IL1 1,36A 1,36A VDS(Max) 85,5V (IRF540N) 257V (IRF740N) ID(Max) 9,6A (IRF540N) 9,57A (IRF740N) VR_boost(Max) 85,5V (UF4002) 257V (UF4004) IF_boost(Max) 694mA (UF4002) 111mA (UF4004) VR_fly(Max) 433,9V (BYV26C) 520,9V (BYV26C) IF_fly(Max) 694mA (BYV26C) 641mA (BYV26C)

5.4.4 Resultados experimentais

As principais formas de onda de tensão e corrente obtidas

experimentalmente são mostradas nas seções a seguir. Para os conversores Boost-

Flyback Série, Paralelo wx e Cascata.

5.4.4.1 Conversor Série

As formas de onda de corrente para o protótipo do conversor boost-flyback

série são mostradas na Figura 76(a), obtidas nas seguintes condições: Vi=26,3V,

Pi=196W, Vo=250V. São elas: tensão porta-fonte GSV (canal R1), corrente no

Page 161: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 159

enrolamento primário do indutor acoplado (canal R2), e corrente no enrolamento

secundário do indutor acoplado (canal R3).

As formas de onda de tensão são mostradas na Figura 76(b), que são:

tensão porta-fonte GSV (canal R1), tensão dreno-fonte do MOSFET DSV (canal R2),

tensão sobre o diodo boost DoBV (canal R3) e tensão sobre o diodo flyback DoFV

(canal R4).

(a) Escalas: R1 – 20V/div; R2 – 10A/div; R3 – 1A/di v; Tempo - 2µs/div.

(b) Escalas: R1 – 20V/div; R2 – 50V/div; R3 – 50V/d iv; R4 – 500V/div; Tempo - 2µs/div.

Figura 76 - Formas de onda experimentais do convers or Boost-Flyback Série. (a) Principais formas de onda de corrente; (b) Principais formas d e onda de tensão.

Pode-se perceber que no acionamento da chave, a corrente de entrada

cresce linearmente, e por outro lado a corrente da seção de saída boost descreve

linearmente devido a indutância de dispersão. A tensão no diodo flyback (canal R4)

durante este período de transição vale zero, indicando a condução. Na abertura da

chave, a tensão sobre os dois diodos vai à zero. A tensão sobre a chave (canal R2)

neste momento é grampeada na tensão de saída boost ( 50oBV V≈ ). O diodo boost

vGS

iL1

ioF

vGS

vDS

vDoB

vDoF

Page 162: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 160

(canal R3) conduz até que a seção de saída flyback assuma a corrente de

magnetização.

5.4.4.2 Conversor Paralelo

As formas de onda para o protótipo do conversor boost-flyback paralelo

foram obtidas nas seguintes condições: Vi=26,3V, Pi=107W, Vo=126V. Para tensões

e potências superiores, se atinge o limite térmico do MOSFET, danificando-o

permanentemente. As formas de onda de corrente são exibidas na Figura 77(a):

tensão porta-fonte GSV (canal R1), corrente no enrolamento primário do indutor

acoplado (canal R2), e corrente no enrolamento secundário do indutor (canal R3).

As formas de onda de tensão para este protótipo são mostradas na Figura

77(b). São elas: tensão porta-fonte GSV (canal R1), tensão dreno-fonte do MOSFET

DSV (canal R2), tensão sobre o diodo boost DoBV (canal R3), e a tensão sobre o diodo

flyback DoFV (canal R4).

Pode-se perceber que no acionamento da chave, a corrente de entrada

cresce linearmente, enquanto que a corrente da seção de saída boost decresce

linearmente devido à indutância de dispersão. A tensão no diodo flyback (canal R4)

durante este intervalo vale zero. Na abertura da chave, a tensão sobre os dois

diodos vai a zero (canal R3 e canal R4). A tensão sobre o diodo boost (canal R3) vai

a zero durante um curto intervalo (etapa 3), indicando condução somente durante o

grampeamento da tensão da chave (canal R2) na tensão de saída ( 126oV V≈ ).

Page 163: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 161

(a) Escalas: R1 – 20V/div; R2 – 10A/div; R3 – 1A/di v; Tempo - 2µs/div.

(b) Escalas: R1 – 20V/div; R2 – 100V/div; R3 – 100V /div; R4 – 250V/div; Tempo - 2µs/div.

Figura 77 - Formas de onda experimentais do convers or Boost-Flyback Paralelo wx. (a) Principais formas de onda de corrente; (b) Principa is formas de onda de tensão.

5.4.4.3 Conversor Cascata

As formas de onda de corrente para o protótipo do conversor boost-flyback

cascata são mostradas na Figura 78(a), obtidas nas seguintes condições: Vi=26,3V,

Pi=196W, Vo=250V. São elas: tensão porta-fonte GSV (canal R1), corrente no

enrolamento primário do indutor acoplado (canal R2), e corrente no enrolamento

secundário do indutor acoplado (canal R3).

As formas de onda de tensão para este protótipo são mostradas na Figura

78(b). São elas: tensão porta-fonte GSV (canal R1), tensão dreno-fonte do MOSFET

DSV (canal R2), tensão sobre o diodo boost DoBV (canal R3), e a tensão sobre o diodo

flyback DoFV (canal R4).

vGS

iL1

ioF

vGS

vDS

vDoB

vDoF

Page 164: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 162

Verifica-se que no acionamento da chave, a corrente de entrada cresce

linearmente, e por outro lado a corrente da seção de saída boost descreve

linearmente devido a indutância de dispersão. A tensão no diodo flyback (canal R4)

durante este período de transição vale zero, indicando a condução. Na abertura da

chave, a tensão sobre os dois diodos vai a zero (canais R3 e R4) indicando entrada

de condução. A tensão sobre a chave (canal R2) neste momento é grampeada para

tensão de saída boost ( 50oBV V≈ ). O diodo boost (canal R3) conduz até que a seção

de saída flyback assuma a corrente de magnetização. Posteriormente é polarizado

reversamente, mas com tensão próxima a 10V.

(a)

(b)

Figura 78 - Formas de onda experimentais do convers or Boost-Flyback Cascata. (a) Principais formas de onda de corrente; (b) Principais formas d e onda de tensão.

vGS

vDS

vDoB

vDoF

vGS

iL1

ioF

Page 165: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 163

5.4.5 Resultados dos conversores para variação de irradiação solar

Os pontos de máxima potência do painel solar fotovoltaico foram emulados

através de fontes de tensão controladas e cargas variáveis. A Tabela 32 mostra os

pontos de máxima potência em função da irradiação solar e as cargas que foram

utilizadas, sendo que a tensão de saída foi mantida constante em 250V.

2

oo

Max

VR

P=

.

Tabela 32 - Pontos de máxima potência em função da irradiação solar Irradiação (W/m2) Vmpp(V) Impp(A) Pmax(W) Ro(Ω)

1000 26,30 7,61 200,14 312,3

900 26,17 6,94 181,61 344,1

800 25,99 6,17 160,35 389,8

700 25,77 5,93 152,81 409,0

600 25,53 4,62 117,94 529,9

500 25,25 3,85 97,21 642,9

400 24,95 3,07 76,59 816,0

300 24,72 2,3 56,85 1099,3

200 24,04 1,53 36,78 1699,2

Na Figura 79(a), (b) e (c) são mostrados gráficos com a tensão de saída e a

razão-cíclica em função da irradiação solar para os conversores Boost-Flyback

Série, Paralelo wx e Cascata respectivamente.

Observa-se que os conversores Série e Cascata mantém a tensão de saída

em aproximadamente 250V com pouca variação no valor da razão-cíclica, a qual fica

em torno de 0,4 a 0,45, mesmo com aumento da potência de entrada. Já no

conversor Boost-Flyback paralelo wx, o aumento da irradiação e consequentemente

da potência de entrada provoca redução da tensão de saída, mesmo com aumento

da razão-cíclica.

Page 166: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 164

(a) (b)

(c) Figura 79 - Tensão de saída e razão-cíclica em funç ão da irradiação solar. (a) Conversor Boost-Flyback Série; (b) Conversor Boost-Flyback Paralelo wx; (c) Conversor Boost-Flyback Cascata.

Na Figura 80 é mostrado o gráfico comparativo da eficiência dos

conversores em função da irradiação solar. É mostrada a eficiência do conversor

Boost-Flyback Série ( serη ),Boost-Flyback Cascata ( casη ) e Boost-Flyback Paralelo wx

( parη ) para variação da irradiação de 200 a 1000W/m2. É percebido que a eficiência

dos conversores Boost-Flyback Série e Cascata são muito semelhantes, ficando em

torno de 80% em toda a faixa de variação. O conversor Boost-Flyback paralelo

200 400 600 800 1 103

×0

50

100

150

200

250

300

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1Tensão de Saída x Irradiação

Irradição (W/m^2)

Vi

VoD

Ir

200 400 600 800 1 103×

0

50

100

150

200

250

300

0

0.2

0.4

0.6

0.8

Tensão de Saída x Irradiação

Irradiação (W/m^2)

Vi

VoD

Ir

200 400 600 800 1 103×

0

50

100

150

200

250

300

0

0.2

0.4

0.6

0.8

Tensão de Saída x Irradiação

Irradiação (W/m^2)

Vi

VoD

Ir

Page 167: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 165

apresenta eficiência em torno 75% para irradiação de 200W/m2 e esta eficiência se

reduz com o aumento da irradiação, chegando a 40% na irradiação de 1000W/m2.

Figura 80 – Gráfico comparativo de eficiência em fu nção da irradiação solar.

Pode-se atribuir o baixo desempenho do conversor Boost-Flyback Paralelo

wx atuando como conversor de alto ganho de tensão quando comparado aos

conversores Boost-Flyback Série e Cascata devido a sua maior resistência série

equivalente. Nos conversores Boost-Flyback Série e Cascata, a tensão máxima

sobre a chave (MOSFET) fica limitada a tensão de saída boost VoB. Já no conversor

paralelo, a tensão máxima sobre a chave (MOSFET) fica limitada a tensão de saída

do conversor Vo. Desta forma, a tensão máxima sobre a chave dos conversores

Série e Cascata é menor, permitindo o uso de dispositivos com menor resistência

em condução RDS(on).O aumento da razão cíclica implica em um aumento da

resistência série do conversor, que é bastante influenciada pela resistência em

condução do MOSFET, reduzindo seu desempenho. Isso pode ser visualizado nos

resultados seguintes, de eficiência em função da potência de saída, mas

principalmente, de eficiência em função da razão cíclica.

5.4.6 Variação da Potência de saída

Na Figura 81 é mostrado um gráfico comparativo das curvas de eficiência

dos conversores Boost-Flyback Série serη , Boost-Flyback Cascata casη e Boost-

200 400 600 800 1 103×

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1Eficiência x Irradiação

Irradiação (W/m^2)

ηser

ηcas

ηpar

Ir

Page 168: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 166

Flyback Paralelo parη em função da potência de saída que varia em uma faixa entre

20 e 160W. O comportamento das curvas de eficiência para variação de potência de

saída é semelhante à variação de irradiação. A eficiência dos conversores Boost-

Flyback Série e Boost-Flyback Cascata é muito próxima, ficando em torno de 80%. A

eficiência no conversor Boost-Flyback Série é um pouco maior que a eficiência do

conversor Boost-Flyback Cascata para potências de 40W a 100W. Acima de 100W a

eficiência do conversor Boost-Flyback Série e Boost-Flyback Cascata são muito

similares. O conversor Boost-Flyback Paralelo wx apresenta eficiência bem inferior,

em torno 73% para a potência de saída de 20W, reduzindo com o aumento da

mesma. Em 100W o conversor Boost-Flyback Paralelo wx alcança o limite térmico e

é danificado permanentemente.

Figura 81 - Gráfico comparativo de eficiência em fu nção da potência de saída.

5.4.6.1 Eficiência e ganho estático em função da razão-cíclica

Na Figura 82 são mostrados gráficos de eficiência e ganho estático em

função da razão-cíclica para os conversores Boost-Flyback Série, Boost-Flyback

Cascata e Boost-Flyback Paralelo wx. Também são traçadas as curvas de eficiência

e ganho estático para um conversor boost.

O objetivo é comparar o limite de ganho estático entre os conversores, mas

principalmente com o limite de ganho estático do conversor boost. Também se

deseja verifica a partir de quais razões cíclicas a eficiência reduz mais rapidamente.

20 40 60 80 100 120 140 1600

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1Eficiência x Potência de saída

Po (W)

ηser

ηcas

ηpar

Po

Page 169: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 167

Logicamente, para obtenção das curvas, foi preciso respeitar os limites de operação

dos componentes. Para tal, utilizaram-se os seguintes parâmetros: 8iV V= e

60oR = Ω . No conversor boost básico, utilizou-se o mesmo diodo boost oBD e a

mesma chave iS utilizada no conversor Boost-Flyback Paralelo, devido aos níveis de

tensão e corrente. Os parâmetros de projeto do conversor boost podem ser vistos na

Tabela 33.

Tabela 33 – Parâmetros de projeto do conversor boos t. Parâmetro Valor Pi(M) 200W Vi(M) 26,30V Fs 100kHz Vo 250V M 9,5 D 0,895 L1 48,3µH VDS(Max) 250V (IRF740N) ID(Max) 7,15A (IRF740N) VR_boost(Max) 250V (UF4004) IF_boost(Max) 800mA (UF4004)

Na Figura 82(a) é mostrada a eficiência dos conversores Boost-Flyback

Série serη , Boost-Flyback Cascata casη , Boost-Flyback Paralelo wx parη e boost boostη .

Para razão-cíclica abaixo de 0,55 o conversor boost apresenta eficiência superior

aos demais por ser um conversor simples com poucos componentes. A eficiência

dos conversores Boost-Flyback até esta razão-cíclica apresenta valores

semelhantes, ficando próximo a 80%, mas com o conversor Boost-Flyback Paralelo

wx apresentando a partir desta razão-cíclica uma queda acentuada. Os conversores

Boost-Flyback Série e Boost-Flyback Cascata e também o conversor boost

apresentam queda acentuada na eficiência para valores de razão-cíclica acima de

0,7, chegando a ter eficiência de 20% para a razão-cíclica de 0,9.

Na Figura 82(b) é mostrado o ganho estático dos conversores Boost-Flyback

Série ( serM ), Boost-Flyback Cascata ( casM ), Boost-Flyback Paralelo wx ( parM ), boost (

boostM ) e também o ganho ideal das topologias Boost-Flyback integradas ( idealM ).

Os conversores Boost-Flyback Série e Cascata apresentam ganho estático

que se torna menor que o ganho estático ideal quando a razão cíclica aumenta. Na

razão-cíclica D=0,8 estes conversores alcançam o limite de ganho estático pouco

superior a 40. O conversor Boost-Flyback Paralelo apresenta ganho estático bem

abaixo do ideal para razões cíclicas acima de 0,2. Na razão cíclica D=0,8 chega-se

Page 170: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

ANÁLISE DAS TOPOLOGIAS DO CONVERSOR INTEGRADO 168

ao limite de ganho estático deste conversor, que é pouco maior que 20. Para valores

acima de D=0,8 o ganho estático e a eficiência caem acentuadamente. O conversor

boost apresenta limite de ganho estático próximo a 5 na razão-cíclica D=0,9.

(a)

(b) Figura 82 – (a) Eficiência e (b) ganho estático em função da razão-cíclica.

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 10

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1Eficiência x Razão cíclica

ηser

ηcas

ηpar

ηboost

D

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 10

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50Ganho Estático x Razão cíclica

Mser

Mcas

Mpar

Mboost

Mideal D( )

D

Page 171: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONVERSOR BOOST-FLYBACK COM MÚLTIPLAS SAÍDAS 169

6 CONVERSOR BOOST-FLYBACK COM MÚLTIPLAS SAÍDAS

Para a operação do conversor com altas tensões de saída, pode-se utilizar

múltiplas seções de saída flyback, a fim de possibilitar a utilização de componentes

como capacitores e diodos de mais baixa tensão, possibilitando a obtenção de

tensões muito elevadas e ainda, a utilização de componentes com RSE menores.

6.1 CONCEITO DA ASSOCIAÇÃO DAS MÚLTIPLAS SEÇÕES DE SAÍDA

Para introduzir o conceito de múltiplas saídas leva-se em consideração,

inicialmente, o conversor Boost-flyback Série mostrando na Figura 83(a) com duas

seções de saída flyback. Sabe-se que no conversor série, o oB oFV V V= + e, portanto,

que o ganho estático do conversor é,

1

1o

i

V NDM

V D

+= =−

.

Assim, adicionando-se outras seções de saída flyback, como é mostrado na

Figura 83(b), tem-se 1 2 ...o oB oF oFV V V V= + + + . Com isto, o ganho estático do conversor

então passa a ser:

( )2 332

1 ...1...

1 1 1 1o

i

D N NV N DN DM

V D D D D

+ + += = + + + =

− − − − . (408)

Onde 2 2 1/N n n= , 3 3 1/N n n= , e assim sucessivamente.

Considerando que as relações de transformação 2N , 3N , sejam iguais,

podemos defini-las simplesmente como:

2 3 kN N N N= = = . (409)

Deste modo a expressão (408) pode se escrita como,

1

1o

i

V kNDM

V D

+= =− .

(410)

Onde k representa o número de enrolamentos secundários que o indutor acoplado

possui.

Page 172: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONVERSOR BOOST-FLYBACK COM MÚLTIPLAS SAÍDAS 170

Figura 83 – Conversor Boost-Flyback Série: (a) uma saída flyback, (b) nk saídas flyback.

A corrente média nos capacitores de saída deve ser igual a zero. Portanto as

correntes médias são definidas como:

1 ...oB oF oFk oI I I I= = = = . (411)

No caso do conversor Boost-flyback Cascata, o ganho estático também é

conhecido, sendo,

321...

1 1 1 1o k

i

V N D N DN DM

V D D D D= = + + + +

− − − − .

Onde,

3 2 2o o o oFV V V V= = + . (412)

E,

2 1 1 1o o oF oB oFV V V V V= + = + . (413)

Portanto:

2 1 2o oB oF oFV V V V= + + . (414)

Do mesmo modo que no conversor série, considerando que as relações de

transformação sejam iguais, definido-as como 2 3 1kN N N N += = = , pode-se

generalizar o ganho estático para k seções de saída flyback como sendo:

Page 173: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONVERSOR BOOST-FLYBACK COM MÚLTIPLAS SAÍDAS 171

1

1o

i

V kNDM

V D

+= =− .

(415)

Figura 84 - Conversor Boost-Flyback Cascata: (a) um a saída flyback, (b) nk saídas.

A tensão de saída do conversor é a tensão sobre capacitor da última seção

flyback,

( 1)o o kV V +=. (416)

Sendo todas as relações de transformação iguais a N , pode-se generalizar

a tensão sobre cada capacitor da seção de saída flyback como sendo igual a tensão

do capacitor da seção anterior, mais a tensão equivalente ao conversor flyback.

( ) ( 1) ,2 1o k o k oFV V V k k−= + ≤ < +. (417)

Onde se sabe que,

.

1oF i

N DV V

D=

− .

Em regime permanente, a corrente média nos capacitores é igual a zero.

Portanto:

1 ( )...oB oF oF k oI I I I= = = =. (418)

O conversor Boost-flyback Paralelo wx com uma seção de saída flyback

como mostra a Figura 85(a), operando fora da condição de paralelismo ( 0ND = ),

possui ganho de tensão estático igual ao conversor boost-flyback série e cascata

com uma única seção de saída flyback, já que apresenta tensão de saída

equivalente a o oB oFV V V= + .

Page 174: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONVERSOR BOOST-FLYBACK COM MÚLTIPLAS SAÍDAS 172

Adicionando mais uma seção flyback como mostrado na Figura 85(b), ao

contrário dos conversores boost-flyback série e cascata, a tensão de saída não é

alterada, mas sim a corrente média de saída oI passa a ser igual a soma das

correntes médias 1oFI e 2oFI .

Desde que 2 3 1... kN N N N += = = = , as tensões de saída das seções flyback

serão iguais:

1 2 ( )...o oB oF oB oF oB oF kV V V V V V V= + = + = = +. (419)

Sendo que o ganho estático de tensão do conversor é conhecido,

1

1o

i

V NDM

V D

+= =−

.

Figura 85 - Conversor Boost-Flyback paralelo wx: (a ) com uma saída flyback e em (b) com

múltiplas saídas.

A corrente de saída será igual ao somatório das correntes das seções

flyback, já que fora da restrição o diodo da seção de saída boost atua somente no

grampeamento da tensão sobre a chave. Portanto:

1 2 ( )...o oF oF oF kI I I I= + + +. (420)

Assim a principal característica do conversor com múltiplas seções de saída

flyback é a operação em paralelo destas seções e não o aumento da tensão de

saída.

A seguir são analisados experimentalmente os conversores boost-flyback

série e cascata, os quais podem obter elevado ganho de tensão e utilizar

componentes de baixa tensão, sendo mais adequados para a aplicação fotovoltaica.

Page 175: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONVERSOR BOOST-FLYBACK COM MÚLTIPLAS SAÍDAS 173

Nestas análises considera-se que as relações de transformação dos

enrolamentos do indutor acoplado são iguais. Define-se as relações de

transformação como,

2 3 1... kN N N N += = = = . (421)

Onde k é o número de seções de saída flyback. Já que as relações de

transformação são iguais, as indutâncias de dispersão também são consideradas

iguais. Então se define as indutâncias de dispersão como

2 3 ( 1)...o o o o kL L L L += = = =. (422)

6.2 ANÁLISE EXPERIMENTAL DO CONVERSOR BOOST-FLYBACK INTEGRADO COM MULTIPLAS SAÍDAS

As análises experimentais para os conversores com múltiplas saídas foram

realizadas a partir dos mesmos parâmetros de projeto dos protótipos do Capítulo 5.

A relação de transformação N foi obtida para a mesma razão-cíclica utilizada no

conversor Boost-Flyback com uma saída, i.e., para a razão-cíclica D igual a 0,5.

Optou-se por utilizar cinco saídas flyback 5k = a fim de reduzir a tensão sobre os

diodos das seções de saída e possibilitar a utilização de diodos Schottky. Desta

forma as tensões de saída flyback também ficam muito próximas da tensão de saída

boost, possibilitando utilizar capacitores de saída idênticos para todas as saídas em

série.

Desta forma, a relação de espiras N de cada um dos cinco enrolamentos do

indutor acoplado é obtida por:

1 1

10o

i

V DkN

V D D

−= − =. (423)

Sendo 5k = ,

2 5... 2N N N= = = = . (424)

6.2.1 Indutância de magnetização

O valor da indutância de magnetização não é modificada com a utilização de

múltiplas seções de saída flyback. Utilizou-se 1 48,3L uH= .

Page 176: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONVERSOR BOOST-FLYBACK COM MÚLTIPLAS SAÍDAS 174

6.2.2 Projeto do conversor boost-flyback série e boost-flyback cascata

Os esforços de tensão e corrente não são alterados com a utilização de

múltiplas saídas flyback. Utilizou-se VDS(Max)=85,5V, ID(Max)=9,6A, VR_boost(Max)=85,5V,

IF_boost(Max)=694mA, IF_fly(Max)=694mA.

A tensão máxima sobre o diodo da seção de saída flyback é calculada por,

1071

iDoF oF i

NVV V NV V

D

−= − − = =− .

Onde 2 6... 2N N N= = = = . Desta forma define-se VDoF(Max)=107V (Shottky SB1150).

6.2.3 Resultados dos conversores para variação de irradiação solar

A Figura 86 mostra o gráfico com a eficiência dos conversores em função da

irradiação solar. É mostrada a eficiência do conversor Boost-Flyback Série ( serη ),

Cascata ( casη ), Série com cinco enrolamentos secundários ( ser5wη ) e Cascata com

cinco enrolamentos secundários ( cas5wη ) para variação da irradiação de 200 a

1000W/m2. Pode-se perceber uma maior eficiência dos conversores com cinco

enrolamentos secundários quando comparados aos conversores com uma saída

flyback, o que se atribui principalmente pela utilização de diodos Schottky, os quais

não apresentam corrente de recuperação reversa e possuem tensão direta menor.

Os conversores Boost-Flyback com cinco saídas flyback apresentam eficiência

próxima a 98% para irradiações de 200W/m2, o que representa uma potência de

entrada de 36W. Com o aumento da irradiação e consequentemente da potência de

entrada, a eficiência se reduz quase linearmente. Para irradiação de 600W/m2 que

corresponde a potência de entrada de aproximadamente 120W, a eficiência é de

90% e para irradiação de 1.000W/m2, potência de entrada de 200W, a eficiência é

de aproximadamente 83%. Em toda a faixa de variação de irradiação os conversores

com cinco saídas flyback apresentaram eficiência maior que os conversores com

uma saída flyback.

Page 177: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONVERSOR BOOST-FLYBACK COM MÚLTIPLAS SAÍDAS 175

Figura 86 - Gráfico comparativo de eficiência em fu nção da irradiação solar.

6.2.4 Variação da potência de saída

A Figura 87 mostra um gráfico com a eficiência dos conversores em função

da variação da potência de saída. É mostrada a eficiência do conversor Boost-

Flyback Série ( serη ), Cascata ( casη ), Série com cinco enrolamentos secundários (

ser5wη ) e Cascata também com cinco enrolamentos secundários ( cas5wη ). O

comportamento para variação de potência de saída é um pouco diferente se

comparado a variação de irradiação, i.e., de potência de entrada. Para potências de

saída entre 40 e 120W a eficiência dos conversores com cinco saídas flyback fica

acima dos 90%, sendo que o conversor cascata apresenta maior eficiência nesse

intervalo. Para potências de saída entre 120 e 160W, a eficiência decai de 90% para

próximo de 85%, e nesta faixa, a eficiência maior é do conversor série. Durante toda

a faixa de variação de potência de saída, a eficiência dos conversores com cinco

saídas flyback é maior quando comparado a eficiência dos conversores Boost-

Flyback com uma saída flyback.

200 400 600 800 1 103×

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1Eficiência x Irradiação

Irradiação (W/m^2)

ηser

ηcas

ηser5w

ηcas5w

Ir

Page 178: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONVERSOR BOOST-FLYBACK COM MÚLTIPLAS SAÍDAS 176

Figura 87 - Gráfico comparativo de eficiência em fu nção da potência de saída.

6.2.5 Eficiência e ganho estático em função da razão cíclica

Na Figura 88 e na Figura 89 são mostrados gráficos de eficiência e ganho

estático em função da razão cíclica para os conversores Boost-Flyback Série,

Cascata e para suas variações com cinco saídas flyback.

Figura 88 - Eficiência em função da razão cíclica.

20 40 60 80 100 120 140 1600

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1Eficiência x Potência de saída

Po(W)

ηser

ηcas

ηser5w

ηcas5w

Po

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 10

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1Eficiência x Razão cíclica

ηser

ηcas

ηser5w

ηcas5w

D

Page 179: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONVERSOR BOOST-FLYBACK COM MÚLTIPLAS SAÍDAS 177

Figura 89 - Ganho estático em função da razão cícli ca.

O objetivo é verificar o limite de ganho estático dos conversores e a partir de

quais razões cíclicas a eficiência reduz mais rapidamente. Respeitando os limites

dos conversores, os parâmetros são os mesmos utilizados nos conversores Boost-

Flyback com uma saída flyback.

Na Figura 88 é mostrada a eficiência dos conversores Boost-Flyback Série (

serη ), Cascata ( casη ), Série com cinco saídas flyback ou cinco enrolamentos ( ser5wη ) e

Cascata com cinco saída flyback ( cas5wη ). Os conversores com cinco saídas flyback

apresentam maior eficiência comparados aos conversores com uma saída flyback.

Entretanto todos apresentam uma redução mais acentuada na eficiência para razões

cíclicas maiores que 0,7.

Na Figura 89 é mostrado o ganho estático dos conversores Boost-Flyback

Série ( ser5wM ) e Cascata ( cas5wM ) com cinco saídas flyback e também o ganho ideal

dos conversores ( idealM ). O ganho estático dos conversores fica um pouco abaixo do

ideal, acentuando a diferença com o aumento da razão cíclica. Na razão cíclica

D=0,8 estes conversores alcançam o limite de ganho estático um pouco acima de

40. Para razões cíclicas acima de 0,8 o ganho estático cai assim como a eficiência

reduz drasticamente.

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 10

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50Ganho Estático x Razão cíclica

Mser5w

Mcas5w

Mideal D( )

D

Page 180: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS 178

7 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS

Este trabalho abordou os conversores estáticos com elevado ganho de

tensão, aplicados em geradores fotovoltaicos descentralizados do tipo módulo

integrado. Este tema foi escolhido devido à iminente necessidade de se introduzir e

expandir o uso de fontes renováveis na matriz energética mundial, na qual

predominam as fontes com base em combustíveis fósseis. Também se optou pela

tecnologia de geradores fotovoltaicos por estes possuírem características que

privilegiam a sua proliferação em um cenário de geração distribuída onde a conexão

dos geradores à rede elétrica monofásica elimina os gastos com sistemas de

armazenamento de energia. Visando a redução do seu custo, o emprego de

sistemas de processamento com elevada eficiência e baixo custo resulta no

desenvolvimento de topologias com alto ganho de tensão em um único estágio. A

literatura apresenta várias abordagens para realização destes conversores, muitas

das quais, levam a circuitos complexos com um elevado número de componentes.

Foram estudadas topologias de conversores com alto ganho estático, cujas

características são utilizadas para se derivar as características e limitações das

topologias integradas; e os conversores e técnicas para obtenção de ganhos de

tensão elevados.

Na sequência definiu-se formalmente a integração de conversores CC-CC

básicos e a associação de suas seções de saída. Para tanto se utilizou o conceito

da definição de seções de entrada, intermediária e de saída, além de se abordar as

associações em termos de terminais de entrada e saída. A partir destas definições

pode-se definir restrições e regras requeridas para realização da integração e

associação dos circuitos que resultam em conversores integrados com elevado

ganho estático de tensão.

Todos estes conceitos foram aplicados na integração dos conversores boost

e flyback como um estudo de caso. Foram derivadas e apresentadas

detalhadamente as etapas para se obter a associação das seções de saídas das

topologias resultantes e os requisitos para integração das seções de entrada.

Também são derivadas as restrições e limites de operação das topologias derivadas

bem como o ganho estático de tensão das mesmas.

Page 181: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS 179

Os conversores Boost-flyback foram analisados em termos de princípios de

operação, formas de onda e ganho estático, considerando sua operação em regime

permanente. Três protótipos foram implementados, apresentando resultados

experimentais para cada um deles. Pode ser observado que, com relação à variação

da potência de entrada em aplicações fotovoltaicas a eficiência do conversor Boost-

Flyback Série e Boost-Flyback Cascata ficam em torno de 80% para toda faixa de

valores de irradiação solar, enquanto que a eficiência do conversor Boost-Flyback

Paralelo é inferior alcançando 75% para menor irradiação e degradando até 40% na

irradiação de 1000W/m2. Por outro lado, para uma larga variação de razão-cíclica

constatou-se que para valores abaixo de 0,55, quando comparados a um conversor

boost, os conversores integrados têm uma eficiência inferior. Entretanto, para

valores de razão-cíclica maiores, os conversores Boost-Flyback Série e Boost-

Flyback Cascata apresentam eficiência compatível com a eficiência do conversor

boost. Mas deve-se considerar que o ganho estático dos conversores Boost-Flyback

Série e Boost-Flyback Cascata é até oito vezes maior que o ganho do boost,

enquanto que o conversor Boost-Flyback Paralelo alcança até quatro vezes o ganho

do conversor boost. Analisando a potência de saída dos conversores observa-se

que, a eficiência dos conversores Boost-Flyback Série e Boost-Flyback Cascata é

muito próxima, ficando em torno de 80%. A eficiência no conversor Boost-Flyback

Série é um pouco maior que a eficiência do conversor Boost-Flyback Cascata para

potências de 40W a 100W. Acima de 100W a eficiência do conversor Boost-Flyback

Série e Boost-Flyback Cascata é praticamente igual. O conversor Boost-Flyback

Paralelo apresenta eficiência bem inferior, em torno 73% para a potência de saída

de 20W, reduzindo com o aumento da potência. Em 100W o conversor Boost-

Flyback Paralelo alcança o limite térmico antes de alcançar a potência máxima.

Foi proposta a extensão da teoria da integração com o emprego de indutores

acoplados com múltiplos enrolamentos, dando origem a topologias com associação

de múltiplas seções de saída. Nos conversores Boost-Flyback Série e Boost-Flyback

Cascata a tensão sobre os diodos das seções de saída é reduzida, permitindo o

emprego de semicondutores com valores de RSE menores, melhorando a eficiência

destes conversores. Os protótipos dos conversores Boost-Flyback Série e Boost-

Flyback Cascata possuíam cinco enrolamentos secundários, possibilitando o

emprego de diodos Schottky em suas seções de saída. Os resultados experimentais

obtidos mostraram uma eficiência acima de 90%, melhorando significativamente

Page 182: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS 180

quando comparados aos conversores Boost-Flyback Série e Boost-Flyback Cascata

com somente uma seção de saída flyback. Conclui-se desta forma que para

aplicações de alto ganho de tensão como é o caso do sistema fotovoltaico inversor

integrado, as topologias com maior eficiência são as topologias Boost-Flyback Série

e Boost-Flyback Cascata. A topologia Boost-Flyback Paralelo wx apresenta baixa

eficiência em aplicações de alto ganho de tensão, principalmente, devido à tensão

máxima sobre a chave (MOSFET) ter o mesmo valor da tensão de saída do

conversor, resultando em dispositivos com RSE maiores.

Os resultados experimentais confirmaram a possibilidade de se desenvolver

conversores com alto ganho de tensão e alta eficiência através do uso da

metodologia proposta. Uma das contribuições deste trabalho é o desenvolvimento

de uma metodologia simples para obtenção dos conversores integrados. Através

desta metodologia pode-se facilmente estender a integração para outras topologias,

além de permitir uma definição imediata das restrições e características das

topologias integradas.

As principais limitações encontradas neste trabalho com relação aos

conversores integrados obtidos pode-se salientar a maior complexidade matemática

para se obter o ganho estático e as variáveis do circuito, tais como as componentes

média e eficaz das correntes. Isto torna o projeto dos componentes mais demorado.

Outra conclusão que pode ser inferida diz respeito à modelagem destas topologias

que deve resultar em funções mais complexas.

Como perspectivas de temas futuros para continuidade deste trabalho pode-

se citar:

• Investigação do ponto ótimo de operação dos conversores integrados

em função da razão cíclica D, relação de transformação N e número

de seções de saída flyback k.

• Investigação de tecnologias de componentes magnéticos que

permita o emprego de múltiplos enrolamentos com baixa indutância

de dispersão.

• A aplicação da metodologia de integração em outros conversores

básicos como buckboost, Cúk, SEPIC e Zeta, os quais podem ser

integrados a outras topologias isoladas tais como, Cúk, SEPIC e Zeta

isolados;

Page 183: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS 181

• A aplicação da metodologia para conversores empregados em outras

aplicações, tais como sistemas de armazenamento de energia,

sistemas que necessitem de grandes valores de ganho estático;

• O desenvolvimento e aplicação de métodos para redução das perdas

por chaveamento nestes conversores.

• Definir os limites de operação em modo de condução contínua e

explorar a operação dos conversores Boost-Flyback Série, Cascata e

paralelo em modo de condução descontínua (DCM).

Page 184: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 182

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. INTERNATIONAL ENERGY AGENCY. Key World Energy Statistics . Internat ional Energy Agency ( IEA). Paris, p. 75. 2010.

2. MARTINOT, E. Renewable energy markets in developing countries. Annual Revenue on Energy and Environment , Palo Alto, 2002 (27). Vol. 27, p. 309-348.

3. INTERNATIONAL ENERGY AGENCY. EarthTrends Data Tables: Energy and Resources . World Resources Institute. [S.l.]. 2005.

4. INTERNATIONAL ENERGY AGENCY. Energy Technology Perspectives . OECD/IEA. [S.l.], p. 11. 2010.

5. BOSE, B. K. Global Warming – Energy, Environmental Pollution, and the Impacto of Power Electronics. IEEE Industrial Electronics Magazine , Março 2010. vol. 4, no. 1, p. 6-17.

6. INTERNATIONAL ENERGY AGENCY. CO₂₂₂₂ Emissions from Fuel Combustion . OECD/IEA. [S.l.], p. 542. 2010. (ISBN).

7. FARRET, F. A.; SIMÕES, G. M. Integration of Alternative Sources of Energy . 1. ed. [S.l.]: IEEE Press, 2006.

8. RAHMAN, S. Green Power: What Is It and Where Can We Find It? IEEE Power and Energy Magazine , Janeiro 2003. vol. 1, no. 1, p. 30-37.

9. GUERRERO, J. M. Distributed Generation – Toward a New Energy Paradigm. IEEE Industrial Electronics Magazine , Março 2010. vol. 4, no. 1, p. 52-64.

10. CARRASCO, J. M. et al. Power-electronic systems for the grid integration of renewable energy sources: A survey. IEEE Transactions on Industrial Eletronics , Agosto 2006. vol. 53, no. 54, p. 1002-1016.

11. EUROPEAN PHOTOVOLTAIC INDUSTRY ASSOCIATION. EPIA Roadmap . EPIA. [S.l.], p. 51. 2004.

12. INTERNATIONAL PHOTOVOLTAIC AGENCY. Technology Roadmap . OECD/IEA. Paris, p. 43. 2010.

13. LEYVA-RAMOS, J. et al. Switching regulator using a quadratic boost converter for wide DC conversion ratios. IET Power Eletronics , Setembro 2009. vol. 2, p. 605-613.

14. RASHID, M. H. Power Electronics Handbook: Devices, Circuits and Applications. 2. ed. New York: Academic Press, 2001.

15. FARANDA, R.; LEVA, S.; MAUGERI, V. MPPT techniques for PV Systems: Energetic and cost comparison. IEEE Power and Energy Society General Meeting - Conversion and Delivery of Electrical Energy in the 21st Century. Pittsburgh: [s.n.]. 2008. p. 1-6.

Page 185: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 183

16. WEIDONG, X.; OZOG, N.; DUNFORD, W. G. Topology Study of Photovoltaic Interface for Maximum Power Point Tracking. IEEE Trans actions on Industrial Electronics , June 2007. Vol. 54, No. 3, p. 1696-1704.

17. PATEL, H.; AGARWAL, V. MATLAB-Based Modeling to Study the Effects of Partial Shading on PV Array Characteristics. IEEE Transactions on Energy Conversion , March 2008. Vol. 23, No. 1, p. 302-310.

18. CALAIS, M. et al. Inverters for Single-Phase Grid Connected Photovoltaic Systems – An Overview. IEEE Power Electronics Specialists Conference , Cairns, Junho 2002. 1995-2000.

19. MYRZIK, J. M. A.; CALAIS, M. A Review of Single-Phase Grid-Connected Inverters for Photovoltaics Modules. IEEE Transactions on Industry Applications , Setembro 2005. vol. 41, no. 5, p.1292-1305.

20. LIANG, T. J.; TSENG, K. C. Analysis of integrated boost-flyback step-up converter. IEE Proceedings of Electric Power Applications , Março 2005. vol. 152, no. 2, p. 217-225.

21. MOHAN, N.; UNDERLAND, T. M.; ROBBINS, W. P. Power Eletronics Converters, Application and Design . 2.ed. ed. Nova York: John Wiley & Sons, 1989.

22. ERICKSON, R. W.; MAKSINMOVIC, D. Fundamentals of Power Eletronics . 2. ed. New York: Kluwer Academic Publishers, 2004.

23. PINHEIRO, J. R. et al. Control strategy of an interleaved boost power factor correction converter. IEEE Power Electronics Specialists Conference , Agosto 1999. vol. 1, p. 137-142.

24. BROECK, H.; TEZCAN, I. 1 KW Dual Interleaved Boost Converter for Low Voltage Applications. IEEE Power Electronics and Motion Control Conference , Shanghai, Agosto 2006. vol. 3, p. 1-5.

25. LORENZ, L. et al. CoolMOS – A new approach towards system miniaturization and energy saving. IEEE Industry Applications Conference , Roma, Outubro 2000. vol. 5, p. 2974-2981.

26. LORENZ, L. et al. Matched pair of CoolMOS transistor with SiC-Schottky diode – Advantages in Application. IEEE Industry Applications , Setembro 2004. vol. 40, no. 5, p.1265 - 1272.

27. MORALES-SALDANA, J. A.; GUTIERREZ, E. E. C.; LEYVA-RAMOS, J. Modeling of Switch-Mode DC-DC Cascade Converters. IEEE Transactions on Aerospace and Electronic Systems , Janeiro 2002. vol. 38, no.1, p. 295 - 299.

28. GRAGGER, J. V.; HIMMELSTOSS, F. A.; PIRKER, F. Analysis and Control of a Bidirectional Two-Stage Boost Converter. International Symposium on Power Electronics, Electrical Drives, Automation and Moti on, 2008. SPEEDAM 2008., Ischia, Junho 2008. 667 - 673.

29. AAMIR, M.; SHINWARI, M. Y. Design. Implementation and Experimental Analysis of Two-Stage Boost Converter for Grid Connected Photovoltaic System. IEEE

Page 186: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 184

Computer Science and Information Technology (ICCSIT ), Chengdu, Julho 2010. vol. 5, p. 194-199.

30. MAKSIMOVIC, D.; CUK, S. Switching Converters with Wide DC Conversion Range. IEEE Power Electronics , Janeiro 1991. vol. 6, no. 1, p. 151-157.

31. LIN, B.-R.; LU, H.-H. Single-phase Three-level PWM Rectifier. Power Electronics and Drive Systems , Julho 1999. vol. 1, p. 63-68.

32. EIMENI, S. N. H.; RADAN, A.; MEHRASA, M. The single-phase single-switch PWM three-level high power factor rectifier for DC network application. ICIEA 2009. 4th IEEE Conference on Industrial Electronics and Applications , Xi'an, Maio 2009. 1419-1424.

33. PRUDENTE, M. et al. Voltage Multiplier Cells Applied to Non-Isolated DC–DC Converters. IEEE Power Electronics , Março 2008. vol. 23, no. 2, p. 871-887.

34. BERKOVICH, Y.; AXELROD, B.; SHENKMAN, A. A Novel Diode-capacitor Voltage Multiplier for Increasing the Voltage of Photovoltaic Cells. 11th Workshop on IEEE Control and Modeling for Power Ele ctronics, 2008. , Zurich, Agosto 2008. 1-5.

35. DUPONT, F. H. et al. Analysis and Design of a Control Approach for a Boost Converter with Voltage Multiplier Cell. 2011 Brazilian Power Electronics Conference (COBEP) , Natal, Setembro 2011. 444-450.

36. WU, X. et al. A novel control method for light-loaded multiphase boost converter with voltage multiplier used as a front-end of a grid-connected fuel-cell generation. IEEE Energy Conversion Congress and Exposition , Phoenix, Setembro 2011. 413 - 420.

37. CHUNG, H. S.; IOINOVICI, A.; CHEUNG, W. Generalized Structure of Bi-Directional Switched-Capacitor DC/DC Converters. IEEE Circuits and Systems I: Fundamental Theory and Applications , Junho 2003. Vol. 50, no. 6, p. 743 - 753.

38. LUO, F. L. Seven self-lift DC-DC converters, voltage lift technique. IEEE Electric Power Applications , Julho 2001. Vol. 148, no. 4, p. 329 - 338.

39. LUO, F. L. Positive output Luo converters: voltage lift technique. IEEE Proceedings of Electric Power Applications , Julho 1999. Vol. 146, no. 4, p. 415 - 432.

40. ZHU, M.; LUO, F. L. Series SEPIC implementing voltage-lift technique for DC–DC power conversion. IET Power Electronics , Março 2008. vol. 1, no. 1, p. 109 - 121.

41. ZHAO, Q.; TAO, F.; LEE, F. C. A Front-end DC/DC Converter for Network Server Applications. IEEE Power Electronics Specialists Conference , Vancouver, Junho 2001. Vol. 3, p. 1535-1539.

42. LI, W.; HE, X. A Family of Interleaved DC/DC Converters Deduced from a Basic Cell with Winding-Cross-Coupled Inductors (WCCIs) for High Step-Up or Step-Down Conversions. IEEE Trans. on Power Electronics , Julho 2008. 1791 -

Page 187: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 185

1801.

43. AXELROD, B.; BERKOVICH, Y.; IOINOVICI, A. Switched-coupled inductor cell for DC–DC converters with very large conversion ratio. IEEE Industrial Electronics , Paris, Novembro 2006. 2366-2371.

44. TSENG, K. C.; LIANG, T. J. Novel high-efficiency step-up converter. IEEE Electric Power Applications , Março 2004. Vol. 151, no. 2, p. 182 - 190.

45. JANG, S. J. et al. A New Active Clamp SEPIC-Flyback Converter for A Fuel Cell Generation System. IEEE Industrial Electronics Society , Novembro 2005. 2538-2542.

46. PARK, K. B. et al. Integrated Boost-Sepic Converter for High Step-up Applications. IEEE Power Electronics Specialists Conference, 2008 . PESC 2008., Rhodes, Junho 2008. 944-950.

47. BELLAR, M. D.; WATANABE, E. H.; MESQUITA, A. C. Analysis of the Dynamic and Steady-State Performance of Cockcroft-Walton Cascade Rectifiers. 21st Annual IEEEs Power Electronics Specialists Conferen ce, 1990. , Junho 1992. 526-534.

48. WITULSKI, A. F. Introduction to Modeling of Transformers and Coupled Inductors. IEEE Transactions on Power Electronics , 1995. Vol. 10, no. 3, p. 349-357.

49. VREJ BARKHORDARIAN - INTERNATIONAL RECTIFIER. Power MOSFET Basics . International Rectifier, Inc. El Segundo, CA, p. 1-13. (http://www.irf.com/technical-info/appnotes/mosfet.pdf).

50. PENG, F. Z.; ZHANG, F.; QIAN, Z. A magnetic-less DC-DC converter for dual voltage automotive systems. Industry Applications Conference , Dezembro 2002. Vol. 2, p. 1303-10.

51. HE, Y.; LUO, F. L. Analysis of Luo converters with voltage-lift circuit. IEEE Electric Power Applications , Setembro 2005. Vol. 152, no.5, p.1239 - 1252.

52. ZHU, M.; LUO, F. L. Voltage-lift-type cuk converters: topology and analysis. IET Power Electronics , Março 2009. Vol. 2, no. 2, p. 178 - 191.

53. LUO, F. L. Analysis of Super-Lift Luo-Converters with capacitor voltage drop. 3rd IEEE Conference on Industrial Electronics and Appli cations, 2008. ICIEA 2008. , Singapura, Junho 2008. 417-22.

54. BENTO, A. A. M.; SILVA, E. R. C. DC-DC Converter with Large Conversion Ratio. VIII Conferência Internacional de Aplicações Indust rial, INDUSCON , Poços de Caldas, MG, Agosto 2008. 1-7.

55. SPIAZZI, G.; MATTAVELLI, P.; COSTABEBER, A. Effect of Parasitic Components in the Integrated Boost-Flyback High Step-Up Converter. 35th Annual Conference of IEEE Industrial Electronics, 2 009. IECON '09., Novembro 2009. 420-425.

56. ZHAO, Q. et al. A high efficiency DC/DC converter as the front-end stage of high intensity discharge lamp ballasts for automobiles. Power Electronics and

Page 188: CONVERSORES BOOST-FLYBACK INTEGRADOS PARA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 186

Motion Control Conference , Agosto 2000. Vol. 2, p. 752-56.

57. LIU, K.; LEE, F. C. Topological constraints on basic PWM converters. 19th Annual IEEE PESC '88 Record. Power Electronics Spec ialists Conference, 1988., Kyoto, Abril 1988. Vol. 1, p. 164-172.

58. PURWADI, A. et al. A New Approach to Synthesis of Static Power Converters. International Conference on Electrical Engineering and Informatics, 2009. ICEEI '09. , Selangor, Agosto 2009. Vol. 2, p. 627-633.

59. ERICKSON, R. W.; MAKSIMOVIC, D. A Multiple-Winding Magnetics Model Having Directly Measurable Parameters. 29th Annual IEEE Power Electronics Specialists Conference, 1998. PESC 98 Record. , Fukuoka, Maio 1998. Vol. 2, p. 1472-1478.

60. SADIKU, M. N. O.; ALEXANDER, C. Fundamentos de Circuitos Elétricos . [S.l.]: BOOKMAN, v. Único, 2003.

61. VILLALVA, M. G.; GAZOLI, J. R.; FILHO, E. R. Comprehensive Approach to Modeling and Simulation of Photovoltaic Arrays. IEEE Transactions on Power Eletronics , Maio 2009. Vol. 24, no.5, p. 1198 - 1208.