controlo interno

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Apresentação da disciplina Nas pequenas empresas, onde os proprietários são também diretores, o controle é exercido por eles mesmos, que fiscalizam direta e pessoalmente o cumprimento das normas e diretrizes estabelecidas. À medida que aumenta a complexidade da empresa impõe-se a divisão do trabalho, a especialização dos empregados em suas funções, aumenta o volume de operações, maior número de ativos, descentralização de atividades, etc. O distanciamento da Direção sobre o controle direto das operações é muito maior. A isso acrescentamos a complexidade dos sistemas informáticos (nos quais uma transação se processa em uníssono para produzir estatísticas, relatórios, faturamento, gestão de estoques e contabilidade). Isso exige a implantação dos controles necessários para conseguir que as responsabilidades delegadas pelos proprietários e diretores se mantenham. O tamanho, extensão e complexidade das empresas modernas tornam impraticável e muito caro que o auditor examine detalhadamente a totalidade das transações efetuadas pela empresa. Por conseguinte, a auditoria dos estados financeiros apoia-se em métodos de seleção e provas de amostragem, cujo escopo se determina tomando por base a avaliação efetuada pelo auditor das medidas de controle interno vigentes. O auditor deve realizar um estudo e avaliação adequada do controle interno como base confiável para a determinação do escopo, natureza e momento de realização das provas em que se devem concretizar os procedimentos de auditoria. A combinação adequada das provas de auditoria permite ao auditor minimizar o risco mediante um adequado equilíbrio entre as provas de cumprimento e provas substantivas. O peso relativo atribuível às respectivas fontes de confiança deve ser decidido de acordo com o critério do auditor e segundo as circunstâncias.

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Autor: Sergio Alfredo Macore ou Helldriver Rapper

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Page 1: Controlo Interno

Apresentação da disciplina

Nas pequenas empresas, onde os proprietários são também diretores, o controle é exercido por eles mesmos, que fiscalizam direta e pessoalmente o cumprimento das normas e diretrizes estabelecidas. À medida que aumenta a complexidade da empresa impõe-se a divisão do trabalho, a especialização dos empregados em suas funções, aumenta o volume de operações, maior número de ativos, descentralização de atividades, etc. O distanciamento da Direção sobre o controle direto das operações é muito maior. A isso acrescentamos a complexidade dos sistemas informáticos (nos quais uma transação se processa em uníssono para produzir estatísticas, relatórios, faturamento, gestão de estoques e contabilidade). Isso exige a implantação dos controles necessários para conseguir que as responsabilidades delegadas pelos proprietários e diretores se mantenham.

O tamanho, extensão e complexidade das empresas modernas tornam impraticável e muito caro que o auditor examine detalhadamente a totalidade das transações efetuadas pela empresa. Por conseguinte, a auditoria dos estados financeiros apoia-se em métodos de seleção e provas de amostragem, cujo escopo se determina tomando por base a avaliação efetuada pelo auditor das medidas de controle interno vigentes.

O auditor deve realizar um estudo e avaliação adequada do controle interno como base confiável para a determinação do escopo, natureza e momento de realização das provas em que se devem concretizar os procedimentos de auditoria.

A combinação adequada das provas de auditoria permite ao auditor minimizar o risco mediante um adequado equilíbrio entre as provas de cumprimento e provas substantivas. O peso relativo atribuível às respectivas fontes de confiança deve ser decidido de acordo com o critério do auditor e segundo as circunstâncias.

A implantação e manutenção de um sistema de controle interno é responsabilidade da Direção, que deve submetê-lo a uma contínua supervisão para determinar que funciona conforme esteja prescrito, modificando-o se for preciso, de acordo com as circunstâncias.

Os controles internos têm por finalidade detectar essas irregularidades e impedir que ocorram.

Nota: Além do capítulo, anexa-se uma série de documentos que pode ser consultada dentro do ícone Leituras da disciplina no Campus Virtual.

- Anexo I: Teste de cumprimento compras.

- Anexo II: Teste de cumprimento vendas.

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- Anexo III: Teste de cumprimento salários.

- Anexo IV: Questionário controle interno geral.

- Anexo V: Fluxograma de vendas.

- Anexo VI: Exemplo comunicação de pontos fracos.

Capítulo 1 .- Controle interno

 

O B J E T I V O S

- Conhecer a importância da análise do controle interno na auditoria contábil.

- Fornecer os métodos de pesquisa do controle interno da entidade a auditar.

- Conhecer o valor da detecção e comunicação de pontos fracos do controle interno frente ao nosso cliente.

1.1. Conceito e objetivos do controle interno

 

O controle interno pode ser definido como a atividade de supervisão e vigilância colocada em funcionamento pela Direção, com a finalidade de:

1. Assegurar-se que todas as políticas, instruções e regras emanadas da Direção sejam compreendidas e executadas em todos os níveis e em todas as áreas da empresa.

Page 3: Controlo Interno

2. Velar pela conservação do patrimônio da empresa, preservando-o do roubo e da fraude.

3. Assegurar que a informação que chegue à Direção mostre uma razoável exatidão e veracidade.

4. Que a empresa seja administrada de forma razoável adequada com base nos princípios de economia e eficiência.

O American Institute of Certified Public Accounting (AICPA) define o controle interno como aquele que compreende "o plano de organização e o conjunto coordenado dos métodos e medidas adotadas dentro de uma empresa para proteger seus ativos, verificar a exatidão e veracidade da informação contábil, promover a eficiência das operações e incentivar a adesão à política prescrita pela gerência".

Não é possível definir um modelo de controle interno com caráter geral. Os fatores que afetam a determinação do controle interno dependerão:

- das características da organização;

- do tamanho da empresa;

- do volume de suas operações;

- das características dos produtos que comercialize e venda;

- dos meios humanos disponíveis, etc.

Apesar isso, existe uma série de princípios relativos que pode ser definida e levada em conta pelo auditor. Inclusive, poderíamos nos referir a sistemas de controle interno válido e diferente para grandes e pequenas empresas. É evidente que a capacidade de julgamento do auditor tem uma grande importância para regular o sistema de controle interno que deve corresponder à organização que é objeto de seu estudo.

Objetivos do controle interno

a) Autorizações Apropriadas: todas as autorizações concedidas devem estar de acordo com os critérios estabelecidos pela Direção.

b) Classificação Contábil apropriada: as transações devem ser classificadas de forma que permita a preparação dos estados financeiros, segundo a norma contábil e com os planos de gerência.

c) Verificação e avaliação: o conteúdo dos relatórios e das bases de dados deve ser verificado e avaliado periodicamente. Essa verificação deve ser orientada à detecção de erros ao comparar a informação elaborada com a realidade.

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d) Salvaguarda Física: acesso aos ativos da sociedade (efetivo, estoque, sala de computadores, programas...) controlado.

Técnicas de controle interno:

a) Técnicas de prevenção: são as destinadas a proporcionar segurança razoável de que apenas se reconheçam e processem transações válidas.

- Autorização de todas as transações.

- Procedimentos de validação de dados antes de seu processamento.

- Dupla verificação dos dados introduzidos no computador.

- Separação e rotação de funções.

- Normas e procedimentos claramente definidos.

b) Técnicas de descoberta: são aquelas que tendem a proporcionar certeza razoável de que se descubram os erros ou irregularidades.

- Inventários físicos de estoques.

- Conciliações bancárias.

- Auditoria interna.

1.2. Tipos de controle interno 

a) Controle interno Contábil

Abrange a preparação dos estados contábeis e financeiros, a existência dos princípios contábeis e o cumprimento do disposto pelas normas contábeis e a legislação vigente.

Exigem comprovar:

- Os ativos e passivos existem realmente, encontram-se expressos nos estados contábeis e há critérios de classificação adequados para sua natureza.

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- Os critérios contábeis são adequados para refletir a realidade financeira e econômica que ocorrem na empresa nos diferentes períodos.

- A informação que oferece a contabilidade é suficiente em quantidade e qualidade para as necessidades da própria empresa e dos terceiros que têm interesses legítimos nela.

O auditor deve comprovar se a informação contábil é suficiente para o conhecimento do acontecido na empresa.

Os objetivos do sistema de controle interno contábil devem ser relacionados com cada uma das etapas pelas quais discorre uma transação, sendo as mais importantes:

Autorização. Execução. Registro. Responsabilidade em relação à conservação e salvaguarda dos ativos que, em

seu caso, resultem dessa transação, com o objetivo de que tenham sido executadas e se encontrem classificadas nas contas apropriadas.

b) Controle interno administrativo

O controle interno administrativo compreende o plano de organização e o conjunto de procedimentos e registros que se relacionam com os processos de decisão para a autorização dos transações pela direção. Essa autorização é a função da direção diretamente relacionada com sua responsabilidade de conseguir os objetivos da organização e é o ponto de partida para estabelecer o controle contábil sobre as transações.

Relacionam-se com a norma e os procedimentos existentes em uma empresa, vinculados à eficiência operacional e ao acatamento das políticas da Direção e normalmente só influem indiretamente nos registros contábeis.

c) Controle interno informático

Por último, analisaremos brevemente o controle interno em um ambiente informático, indicando os pontos a levar em conta no momento de realizar uma revisão desse ambiente. Os objetivos de controle interno não se veem afetados pelo uso de equipamentos informáticos para processar a informação. Como nos sistemas não informatizados, os objetivos de controle nos sistemas informatizados são assegurar que a informação autorizada seja processada e seja mantida completa e com exatidão. Os sistemas informáticos compreendem a utilização de programas que requerem a definição específica de tarefas e instruções precisas para executá-los.

Ao avaliar um sistema informático, consideram-se:

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1. Controles de usuário, que são os que se executam manualmente sobre a informação visível gerada pelo computador com o propósito de determinar a inclusão total, validade e exatidão do processo informático.

2. Procedimentos programados que podem dividir-se em:

- Procedimentos programados que substituem os controles de função efetuados manualmente e que testam a inclusão total, a exatidão e a validade da informação que se processa e se mantém.

- Procedimentos programados que substituem as operações manuais de natureza mais contábil que de controle. Por exemplo, a preparação e cálculo de faturas de vendas, a atualização de fichários mestres ou a geração de informação no computador.

3. Controles informáticos gerais que são os que asseguram que os procedimentos programados estão operando com eficácia e que podem ser classificados segundo seu propósito em:

- Controles de implantação, concebidos para assegurar que os procedimentos programados estão incluídos no programa.

- Controles de segurança do programa, concebidos para assegurar que não se fazem mudanças não autorizadas nos procedimentos programados.

1.4. Fases do estudo do controle interno 

O estudo do controle interno de forma geral inclui três fases fundamentais:

a) Conhecimento e compreensão dos procedimentos e métodos → revisão do sistema.

b) Segurança de que se encontrem em uso e de que estão operando tal como se proporam → provas de cumprimento.

c) Constatação do sistema, nos casos em que este funciona, não se aplica ou é insuficiente → provas verificadoras.

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1.4.1. Revisão do sistema

 

Nessa fase, o objetivo é obter a informação em relação à organização e os procedimentos previstos e servir de base para as provas de cumprimento.

A informação básica se obtém de:

Entrevista com o pessoal adequado da empresa. Revisão dos manuais de procedimento. Análise da descrição de postos. Estudo dos diagramas de responsabilidades e centros de decisão.

A informação obtida pelo auditor pode ser reunida em um questionário em que se anotem perguntas e respostas a um questionário, memorando descritivo ou em forma de fluxograma.

Com a finalidade de verificar a informação obtida, às vezes se segue o procedimento de acompanhar o ciclo completo de uma ou várias transações através do sistema. Essa prática, além de ser útil para o propósito indicado, permite que as partidas selecionadas possam ser consideradas como parte das provas de cumprimento.

1.4.2. Provas de cumprimento

 

É o exame da evidência disponível de que uma técnica de controle interno está  funcionando durante o período de auditoria. As provas de cumprimento obtêm evidência de que os procedimentos de controle interno, nos quais o auditor vai apoiar sua confiança, estão sendo aplicados na forma estabelecida.

Existem três passos em uma prova de cumprimento:

1. Observação

2. Entrevistas

3. Exame da evidência documental dos controles

Do resultado dessas provas dependerá a amplitude das provas substantivas a realizar posteriormente.

Anexam-se a este tema, 3 documentos com diferentes testes de cumprimento:

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ANEXO I: Teste de cumprimento Compras

ANEXO II: Teste de cumprimento Vendas

ANEXO III: Teste de cumprimento Folhas de Pagamento

1.5. Avaliação do controle interno 

Uma função de controle interno, do ponto de vista do auditor independente, é a de assegurar que os erros ou irregularidades podem ser descobertos com prontidão razoável, assegurando assim a confiabilidade e integridade dos registros contábeis.

A revisão do controle interno por parte do auditor independente ajuda-o a determinar outros procedimentos de auditoria apropriados para formular uma opinião sobre a razoabilidade das contas anuais.

A colocação da avaliação que faz o auditor do controle interno consiste em aplicar, a cada tipo significativo de transações e aos respectivos ativos envolvidos na auditoria, os seguintes critérios:

Durante a revisão do sistema e a realização das provas de cumprimento

Considerar os tipos de erros e irregularidades que possam ocorrer.

Determinar os procedimentos de controle interno contábil que possam prevenir ou detectar enganos ou irregularidades. Essa avaliação e a do ponto anterior são realizadas principalmente por meio de questionários, resumos de procedimentos, fluxogramas, instruções ou qualquer outro tipo de material de trabalho utilizado pelo auditor. Agora, a interpretação, adaptação ou extensão desse material de trabalho, para que seja apropriado a cada situação particular, requerem o julgamento profissional.

Determinar se os procedimentos necessários estão estabelecidos e se são seguidos satisfatoriamente.

Ao exercer o julgamento profissional na avaliação da informação obtida nos tópicos precedentes

Avaliar qualquer deficiência, isto é, qualquer tipo de erro ou irregularidade potencial não contemplada pelos procedimentos de controle interno existentes, para determinar:

- Natureza, momento de execução ou extensão dos

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procedimentos de auditoria a aplicar.

- Sugestões que o cliente faz.

Na avaliação do sistema de controle interno, deve ser respeitado o seguinte:

a) A revisão do sistema de controle interno e suas provas de cumprimento devem relacionar-se com cada um dos objetivos que se pretende alcançar mediante a avaliação do sistema.

b) Os controles e deficiências que afetem cada uma das afirmações da direção da entidade e tipos de transações devem ser avaliados independentemente e não são compensatórios em seu efeito.

Conclusão da avaliação

A avaliação dos controles internos contábeis feita pelo auditor para cada tipo significativo de transação deve dar lugar a uma conclusão referente ao fato de se os procedimentos estabelecidos e seu cumprimento são satisfatórios para seu objetivo.

A esses efeitos, deve-se ter presente o seguinte:

1. Os procedimentos e seu cumprimento são considerados satisfatórios se a revisão do auditor e suas provas não revelarem qualquer situação que se considere uma deficiência relevante para seu objetivo.

2. Uma deficiência relevante significa uma situação na qual o auditor estima que os procedimentos estabelecidos ou o grau de cumprimento deles não proporciona segurança razoável de que erros ou irregularidades, de importâncias significativas em relação às contas anuais auditadas, possam prevenir-se ou detectar-se facilmente pelos empregados da empresa no curso normal de execução das funções que lhes são atribuídas.

3. O programa de auditoria deverá reunir especificamente os procedimentos adotados com a avaliação efetuada e as conclusões sobre a eficácia do controle interno e deve refletir claramente qualquer modificação feita como consequência de mudanças ou deficiências do sistema.

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1.6. Métodos de análise do controle interno

1.6.1. Questionários

 

Os questionários consistem em uma relação de perguntas relativas à área de trabalho da auditoria. Abrangem todos os aspectos fundamentais e formais do conjunto de operações que se realizam nessa área.

Estão elaborados com caráter de generalidade, costumam ser padrão e devem ser preparados com um tipo de pergunta que seja aplicável a qualquer auditoria.

Podem ser completados durante o curso da realização da auditoria com perguntas que se ajustem às características específicas de cada situação específica e em função do conhecimento do negócio e controle interno que vai obtendo o auditor.

O perfil das perguntas deve ser claro e simples e a técnica dessas perguntas fundamenta-se em que uma resposta positiva represente a conformidade com o sistema teórico do controle interno que deve oferecer a empresa. A resposta negativa supõe uma lacuna no sistema e pode tornar necessário um novo pacote de perguntas adicionais sobre a questão respondida negativamente, com a finalidade de obter a informação suficiente sobre essa parcela da atividade da empresa.

Formalmente, os questionários se estruturam em forma de lista com diversas colunas, uma que expõe a pergunta, outra para refletir a resposta positiva, outra para a resposta negativa e duas últimas colunas cuja finalidade é expressar as situações em que essas perguntas não são procedentes e as condições explicativas necessárias.

Anexamos a este tema Anexo IV com exemplo de questionário de controle interno geral. Em cada uma das áreas tratadas nesse curso, será incluído o questionário de controle interno para essa área específica.

1.6.2. Descrição do sistema

 

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Esse método supõe uma revisão completa de um fluxo de transações da empresa, analisando e declarando, com o suficiente detalhe explicativo, as operações realizadas, seções ou departamentos em que se produzem, responsáveis pelas autorizações e supervisões, suporte documentário, sistemas de representação contábil e qualquer outra questão relacionada com o fluxo de transações.

Propõe-se também a discussão de se devem ser revisadas todas as operações da empresa e a frequência dessa revisão. Referente ao primeiro ponto, por sua vez, requer-se uma definição precisa do que se entende por uma operação, conceito que, em determinadas ocasiões, não é fácil de determinar.

Assim, algumas operações, até sendo semelhantes, tem diferente origem. Por exemplo, um pedido da armazenagem pode ser realizado a um fornecedor ou ao departamento de produção da empresa. Outras operações, tendo a mesma origem, podem diversificar-se e dar lugar a várias atividades, etc. Por isso, o auditor deve estabelecer, com seu conhecimento e bom julgamento, quais são as operações significativas que vai revisar em função das características citadas.

A frequência depende do escopo do trabalho de auditoria e, sobretudo, da experiência que possua o auditor sobre a empresa auditada. Se foram realizadas auditorias anteriores que comprovaram a confiabilidade das operações e o funcionamento operacional, o auditor, baseado em seu próprio conhecimento, pode prescindir de algumas revisões.

Uma vez definida a operação a identificar, o auditor deve pesquisar todo o processo, começando geralmente pelo final e percorrendo o caminho inverso a seu nascimento. Além disso, a análise dos documentos não tem de limitar-se a uma constatação mecânica, mas sim crítica de todos seus conteúdos. Deve revisar todos os cálculos, comprovantes e causas que originaram a operação nas diversas fases. Assim, deverá examinar os seguintes aspectos:

autorização; correção do comprovante; cálculos numéricos; correlação numérica com outras operações; origem da operação; coerência do conteúdo; contabilização de acordo à norma vigente.

Origens de documentos

A. Alguns são originários da própria empresa e são emitidos por um só setor ou responsável, como no caso da decisão do responsável financeiro de dar baixa

Maior

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definitiva a um incobrável.

CONFIABILIDADE

Menor

B. Originados na própria empresa, mas foram fiscalizados por vários responsáveis, como os comprovantes de entrega ao departamento de produção de materiais por parte de depósito preparado pelo primeiro e revisado pelo último e cujas cópias, em poder de ambos os departamentos, são cotejadas por pessoas alheias a eles.

C. Por último, encontram-se aqueles documentos cuja origem está no exterior da empresa, quer dizer, foram emitidos por terceiros.

1.6.3. Fluxogramas

 

O fluxograma, também denominado diagrama de fluxos, (flow-charting), representa a combinação do método descritivo com um sistema de representação gráfica, tomando como base o movimento dos documentos e registros contábeis em que se refletem todas as operações.

O sistema consiste em apresentar, mediante sequencia cronológica, as operações da empresa através do acompanhamento dos documentos que se intercambiam entre as diferentes áreas, seções ou departamentos em um fluxo de transações.

A técnica consiste em representar esses documentos por um conjunto de símbolos-padrão e simples que permitem obter a imagem do fluxo completo de uma operação ou conjunto de operações determinadas. Essa representação permite uma observação da inter-relação entre as diversas áreas da empresa, a separação de funções entre essas áreas e o conjunto de controles do sistema.

O fluxograma se complementa com uma breve descrição, que figura na margem do documento, das atividades que se reúnem nos documentos representados graficamente.

Na preparação dos fluxogramas, divide-se um fluxo de transações em ciclos. Entendemos por ciclo o conjunto de transações que está relacionado por um sistema de controle e por funções de subsistemas de controle dentro de um ciclo.

O auditor busca, como objetivo fundamental de seu trabalho, comprovar que se cumprem os objetivos de controle e de separação que ele considera necessários em relação com cada uma das funções.

Esse método oferece as seguintes vantagens:

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Evitar os problemas de tipo semântico que aparecem sobretudo no método descritivo. Permite detectar com maior facilidade falhas no sistema de controle interno. Permite observar o conjunto do sistema ao mesmo tempo. Facilita seguir a ordem lógica das operações da unidade econômica.

Ainda que cada diagrama de fluxo possa responder a uma simbologia diferente segundo aquele que os tenha preparado, existe uma série de características ou notas de geral aceitação em sua estrutura. Para ser informativo e orientador, essas notas são as seguintes:

a) A simbologia utilizada deve ser padrão e responder a características de simplicidade, linhas e figuras geométricas elementares, que não induzam a confundir umas com as outras e que sejam de fácil leitura e compreensão.

b) O fluxograma deve estar dividido segundo as funções que se desenvolvem nas diversas áreas, departamentos ou divisões e blocos verticais da empresa. Para isso, deve-se fazer a distinção de blocos verticais que separem aquelas divisões da empresa que realizam funções diferentes.

c) A direção do fluxo deve ser vertical, de cima para baixo, e horizontal, da esquerda para a direita. Não se devem utilizar, portanto, linhas diagonais ou fluxos que vão para cima ou para a esquerda.

d) As diferentes operações representadas nos documentos deverão ser numeradas com objetivo de facilitar sua identificação e descrever-se de forma sintética, à margem do documento do fluxograma, aquelas que possam oferecer alguma dificuldade de compreensão.

e) Deve-se proceder a uma revisão e atualização dos fluxogramas quando for pertinente, com o fim de adequá-los às possíveis modificações que foram produzidas na organização.

f) Todos os fluxogramas, inclusive aqueles que tenham sido revisados, devem ser conservados no arquivo permanente, acompanhados de modelos dos documentos que estão ali expressos e de qualquer dado que possa ser útil para sua melhor compreensão, como, por exemplo, as notas feitas para sua elaboração.

g) Deverá constar no fluxograma o nome da pessoa ou das pessoas que intervieram em sua elaboração e revisão, assim como as datas em que se elaboraram.

h) A realização material deve ser feita em folhas mais largas e ser a lápis, com o objetivo de simplificar as operações de correção e poder introduzir os novos dados que forem surgindo em sua elaboração.

i) O auditor que elabora um fluxograma fará de acordo com as informações que vá recolhendo do funcionamento do sistema. Uma vez confeccionado um esboço inicial,

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deverá discuti-lo com responsáveis que estejam envolvidos no sistema, procedendo a fazer as correções, também a lápis, que sejam necessárias.

j) Deverá verificar o último rascunho ou escoço com uma comprovação de operações que consiste no acompanhamento de uma amostra simples de algumas das que reúne o fluxograma. A comprovação de operações deverá ser feita também a cada certo tempo e sempre que se proceda à realização de uma auditoria repetitiva para corrigi-los se for conveniente.

k) Devem-se selecionar aquelas operações que tenham importância a respeito do sistema para não sobrecarregar o fluxograma, incrementando-o de tal forma que perca sua eficácia.

l) Normalmente, distinguem-se os símbolos em duas classes: aqueles que representam uma operação e aqueles que representam uma comprovação.

m) O fluxograma inicia no ângulo inferior esquerdo. As linhas de fluxo de documentos são representadas por uma linha contínua e o fluxo de informação por linhas descontínuas.

Junta-se a esse tema o Anexo V com exemplo da Fluxograma de Vendas.

Existem ferramentas informáticas para a elaboração de fluxogramas. Alguns são:

- Smartdraw. Web: http://www.smartdraw.com/

- Microsoft Office Visio. Web: www.visio-project2007.com/es/visio/

- Diagramas de fluxo - DFD 1.0. Web: http://telematicauts.tripod.com/Dfd.zip

1.6.4. Folha de acompanhamento de controle interno

 

Ante os pontos fracos, o auditor decidirá as medidas a tomar e poderá escolher entre as seguintes alternativas:

- Não realizar qualquer ação se o volume total dos erros acaba não sendo relevante.

- Revisar a natureza, época e extensão de alguns procedimentos de auditoria de estados contábeis.

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- Realizar pesquisa detalhada sobre pontos fracos descobertos durante a realização da auditoria analítica.

- Efetuar uma revisão no programa de auditoria de estados contábeis ao mesmo tempo que uma pesquisa especial sobre as áreas fracas.

1.7. Conclusões sobre o controle interno 

As conclusões sobre o controle interno ficarão expressas em um memorando resumo, em que se explicarão os métodos utilizados pela empresa na aplicação do controle interno, assim como os pontos fortes e fracos da empresa, detectados pelo auditor.

Para o auditor terão importância aquelas deficiências que influam nos estados contábeis. Isto é: insistirá nos problemas que afetem a confiabilidade da informação, tendo importância relativa para ele os problemas que afetem a proteção dos ativos e a eficiência das operações.

As conclusões podem-se referir à aplicação de uma norma ou procedimento, ao controle interno de uma área ou à totalidade do sistema de controle interno vigente na empresa. Agora, a opinião sobre uma norma ou procedimento estabelecido na empresa está certo pode ser razoavelmente objetiva, basta levar em consideração o objetivo principal da empresa, seus objetivos específicos e os princípios do controle interno.

Por outro lado, dar uma opinião sobre o conjunto de normas ou procedimentos sobre a administração e, em geral, sobre todos os aspectos concernentes ao sistema de controle interno, não costuma ser tão fácil e objetivo.

1.8. Comunicação dos pontos fracos de controle interno

 

Obrigação de comunicação

O auditor tem a responsabilidade de comunicar a seu cliente os pontos fracos significativos identificados nas provas de auditoria realizadas. Ou seja: o auditor tem a

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obrigação e a responsabilidade de comunicar a seu cliente as deficiências e os pontos fracos significativos encontrados no sistema de controle interno, que estudou e avaliou, só com o escopo necessário para seu trabalho de auditoria, o qual tem por objetivo unicamente permitir expressar uma opinião técnica sobre as contas anuais da Entidade em seu conjunto.

Esse documento não estabelece as normas de ação e de comunicação no caso de contratação do auditor para realizar uma revisão e avaliação do sistema de controle interno de uma entidade, com o objetivo de expressar uma opinião tal controle.

Pontos a levar em conta

A implantação e manutenção do sistema adequado de controle interno é responsabilidade da Direção.

Um ponto fraco significativo se produz quando um controle gera um risco de que possam produzir-se erros ou irregularidades relevantes em relação às contas anuais. E que esses erros não sejam detectados pelos empregados da Entidade no curso normal da realização de suas funções.

Os pontos fracos significativos identificados devem ser comunicados, antes, e ser comentados com a Direção.

Também podem ser comunicadas, opcionalmente, sugestões construtivas para melhorar o controle.

A comunicação dos pontos fracos significativos deve ser dirigida para uso exclusivo da Direção da Entidade.

Deve-se realizar na data mais próxima possível a finalização da auditoria. Entretanto, dado que o estúdio e a avaliação do sistema de controle interno se realiza, às vezes, na visita preliminar, e pela importância que possam ter as deficiências observadas, o auditor pode considerar necessário realizar a comunicação em uma data anterior ao término do trabalho.

Características da comunicação

A comunicação deve ser efetuada por escrito e de forma separada do relatório de auditoria das contas anuais.

Agora, em circunstâncias normais, é conveniente que as deficiências significativas identificadas, antes de serem comunicadas formalmente por escrito, sejam comentadas com o pessoal responsável pela empresa.

Conteúdo da comunicação

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- Que o estudo e a avaliação do sistema de controle interno só se realizaram com a extensão necessária, a julgamento do auditor de contas, para estabelecer a natureza, momento de realização e amplitude dos procedimentos de auditoria, pela qual não identificam, necessariamente, todos os pontos fracos e que, em consequência, não se expressa uma opinião sobre o sistema de controle interno.

- Que os pontos fracos e decifiências significativas identificadas foram levadas em consideração durante a auditoria das contas anuais e não modificam a opinião emitida no Relatório de Auditoria das Contas Anuais.

- Que a implantação e a manutenção de um sistema adequado de controle interno e o desenvolvimento de qualquer melhoria são responsáveis pela entidade.

- Que o relatório foi preparado unicamente a efeito de comunicar os pontos fracos significativos do sistema de controle interno e não pode ser utilizado para qualquer outro propósito.

Em caso de que subsistam pontos fracos significativos já identificados em trabalhos de auditoria anteriores, sua comunicação atual pode ser feita mediante referência à comunicação anterior.

1.9. Limitações das análises do sistema de controle interno

 

Ainda que a avaliação do sistema de controle interno de uma empresa, por algum dos métodos vistos anteriormente, dê como resultado a aptidão desse sistema, existe uma série de limitações que pode levar ao erro.

A primeira das limitações se refere às pessoas que têm de pôr em andamento as normas de funcionamento estabelecidas. Essas pessoas podem cometer erros por falta de entendimento das normas, falta de capacidade, etc.

As dificuldades anteriores vão agravar quanto maior for o número de pessoas que intervenham na auditoria, já que, ao ir passando a informação de mão em mão, vão-se acumulando e aumentando os erros de interpretação. O erro de interpretação será sanado ou não dependendo da prudência e interesse do usuário da informação.

Outra desvantagem é a que se origina como consequência de que não existam elementos prévios que guiem ao auditor em seu exame, o que contribuirá de algum jeito para o descuido do auditor.

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Também podem ocorrer falhas da própria gerência, sobretudo na pequena e média empresa, ao descumprirem as normas do controle interno, induzindo, com seu comportamento, que essas normas sejam descumpridas, por sua vez, por outros membros da organização.

Pelas razões argumentadas anteriormente, pode-se deduzir que, ainda que a avaliação do controle interno de uma empresa possa dar como resultado a existência de um bom controle interno, isso não implica que a empresa funcione perfeitamente, como tampouco a inexistência ou a existência de um controle interno defeituoso implica um mau funcionamento.

Bibliografia 

[1] ARCENEGUI, J. A.; GÓMEZ, I.; MOLINA, H. (2003). Manual de Auditoría Financiera. Desclée de Brouwer, S. A., Bilbau.

[2] SÁNCHEZ FERNÁNDEZ DE VALDERRAMA, J. L. (2003). Teoría y práctica de la Auditoría I. Concepto y metodología. Pirámide, Madri.

[3] SÁNCHEZ FERNÁNDEZ DE VALDERRAMA, J. L. (2005). Teoría y práctica de la Auditoría II. Análisis de áreas, casos prácticos y normas NIIF", 3.ª edición, Pirámide, Madri.

[4] SÁNCHEZ J. L.; TEJEIRO, N.; PASCUAL, J. (1992). Metodología Práctica de una Auditoría de Cuentas. Deusto, Bilbau.

[5] VÁRIOS AUTORES. Mestrado em Auditoria e Gestão empresarial UMH.

[6] VÁRIOS AUTORES. Base de dados Quantor Contable.

[7] Resolução de 19 de janeiro de 1991, do Presidente do Instituto de Contabilidad y Auditoría de Cuentas, pela qual se publicam as Normas Técnicas de Auditoría. BOE de 22 de Abril.

[8] Resolução de 1 de setembro de 1994, do Instituto de Contabilidad y Auditoría de Cuentas, pela qual se publica a Norma Técnica de Auditoría sobre la Obligación de comunicar las debilidades significativas de control interno. BOE 25 de Novembro.

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NÃO TE ESQUEÇA DE AGRADECER

Nome: Sérgio Alfredo Macore ou Helldriver Rapper

Nascido: 22 de Fevereiro de 1992

Natural: Cabo Delgado – Pemba

Contacto: +258 826677547 ou +258 846458829

Email: [email protected]

Facebook: Helldriver Rapper Rapper ou Sergio Alfredo Macore

Formação: Gestão de Empresas e Finanças

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