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• O objetivo do controle geométrico é dar suporte à gestão de processos de fabricação na obtenção da qualidade geométrica dos produtos.
Para tal, contribui:
• na avaliação de conformidade de produto, permitindo a segregação do produto não-conforme;
• no controle dos processos de fabricação, permitindo a redução da variabilidade e com isso o aumento da fração conforme;
• na pesquisa e no desenvolvimento de novos produtos e processos.
Controle Geométrico
• Trata dos procedimentos de determinação de medições, forma e
posição de sólidos. Para tal deve-se considerar:
Condição do
objeto a medir.
Comportamento
metrológico do SM
Controle Geométrico
Especificação
geométrica do
objeto a medir.
Tolerância Dimensional
• Associada ao conceito de tamanho (diâmetro ou distância entre dois planos paralelos);
• Estabelece os limites permissíveis para o tamanho de uma característica de qualidade;
• Sistemas normalizados de tolerâncias e ajustes:
– Eixo / furo (NBR 6158);
– Cones (DIN 229);
– Engrenagens;
– Parafusos / roscas (DIN 13).
•Limites de erros dimensionais que uma peça pode apresentar em
sua geometria, são estabelecidos pelo projetista, em função da
aplicação prevista para a mesma.
• Dimensão nominal (D ou d);
• Dimensão Efetiva (De ou de);
• Linha Zero (Lz);
• Dimensão Máxima (Dmáx ou dmáx);
• Dimensão Mínima (Dmín ou dmín);
•Sistemas de tolerâncias e ajustes normalizados eixo/furo para
elementos geométricos:
Tolerância Dimensional
• Afastamento Superior (As ou as);
• Afastamento Inferior (Ai ou ai)
Para furos:
As = Dmax – D
Ai = Dmin – D
Para Eixos:
as = dmax – d
ai = dmin – d
• Tolerância Dimensional (t)
t = dmax – dmin ou t = Dmax – Dmin
t = as – ai ou t = As – Ai
Tolerância DimensionalParâmetro Característicos
Valores de afastamentos de referência para Eixos (µm)
Para eixos com ajustes de “a até j”, os afastamentos da tabela são superiores, de “j até zc” são inferiores.· Para furos, os afastamentos são iguais aos valores negativos dos tabelados.· Para furos com ajustes de “A até H”, os afastamentos da tabela são inferiores, de “J até ZC” são superiores.
Tolerâncias Dimensionais
Exemplo:• Pino 4g7
– Valor da tolerância (IT)?– as e ai ?– Dimensões Máx. e Min?
Solução– IT= 12 µm; as = -4 µm e ai =-16 µm– dmax = 3,996 mm– dmin = 3,984 mm
Tolerâncias Dimensionais
Exemplo:• Diâmetro interno 40H8
– Valor da tolerância (IT)?– As e Ai?– Dimensões Máx. e Min?
Solução– IT= 39 µm; Ai = 0 e As= 39 µm– Dmax = 40,039 mm– Dmin = 40,000 mm
Ajustes
• É o acoplamento de dois elementos com a mesma dimensão nominal caracterizando-se pelas tolerâncias adotadas, grau de acabamento exigido para a execução das peças e pela diferença das dimensões efetivas do eixo e furo.
• Categorias de ajuste:
– com folga;
– com Interferência;
– Incertos.
Ajustes
Exemplo de aplicação:
• Assento do virabrequim nos mancais (Ajuste típico F7/h6)
Mancais
Colos do virabrequim
• As tolerâncias Dimensionais (mesmo em conformidade com o projeto) não são suficientes para garantir a montagem de peças.
• É necessário, também que a peça apresente as formas previstas, para poder ser montada e funcionar adequadamente (Tolerâncias Geométricas)
Peça Projetada Peça Medida
Tolerâncias Dimensionais
Tolerâncias Geométricas
• Limites dentro dos quais as dimensões e
formas geométricas podem variar sem que haja
comprometimento do funcionamento e
intercambiabilidade das peças.
Tolerância de Forma
• Retitude: Cada linha deve estar dentro
de um valor especificado
• Planeza: A superfície deve estar
limitada por dois planos paralelos
afastados por uma distância “t”
• Circularidade: O círculo deve estar situado entre outros dois
concêntricos, distantes no valor da tolerância
Tolerância de Forma
• Forma de Superfície: Duas superfícies
envolvendo esferas que tem centro na
superfície desejada
• Cilindricidade: distância radial
entre dois cilindros coaxiais
Tolerância de Posição
• Posição de um Elemento: Desvio
de um elemento de sua posição
teórica
• Concentricidade: Coincidência
entre eixos de duas figuras
• Simetria: Limitado por duas retas –
ou planos – paralelos, dispostos
simetricamente a um eixo/plano
referencia
Tolerância de Orientação
• Paralelismo: Linha/plano equidistante em relação ao eixo de referência
• Perpendicularidade: O elemento
deve estar dentro de um desvio
angular em referência a um ângulo
reto de uma superfície
• Inclinação: Tolerância limitada
por dois planos paralelos
inclinados em relação a superfície
Tolerância de Batimento
•Batimento Radial: Distância t
entre dois círculos concêntricos
•Batimento Axial: distância entre duas
superfícies paralelas, perpendiculares
ao eixo de rotação, dentro das quais
devem estar a superfície da peça
Rugosidade
• Conjunto de irregularidades, isto é, saliências e reentrân-
cias que caracterizam uma superfície
A rugosidade influi na:
• Qualidade de deslizamento;
• Resistência ao desgaste;
• Transferência de calor;
•Escoamento de fluidos.
• O parâmetro de rugosidade mais usado baseia-se nas medidas de
profundidade da rugosidade.
• Onde:
Ra – Media aritimética dos valores absolutos das ordenadas
L – Comprimento da amostragem
A – Média da soma das área abaixo e acima da linha média
Lc – Comprimento analisado para obtenção de A
Rugosidade
• Material da peça: Usinabilidade, dureza
• Meio de Medição: Incerteza de medição, instrumentos e etc
• Máquina-Ferramenta: corte, erro de posicionamento
• Mão de obra: má interpretação, falta de treinamento
• Meio ambiente: Temperatura, limpeza do local;
• Método: Processo de fabricação, parâmetros de corte.
Causas dos Desvios de Forma
Causas de Erros nas Medições de Comprimento
• Fatores de Natureza Mecânica:– Força de medição;– Deformações;
• Variação do comprimento;• Flexão;• Achatamento.
– Desgaste.• Fatores de Natureza Geométrica:
– Forma geométrica da peça a medir;– Erro de contato;– Relações geométricas de posição.
• Fatores de Natureza Física:– Deformação térmica.
Fatores de Natureza Mecânica Força de medição
• Uma certa força é necessária para que o apalpador possa penetrar (ou deslocar para o lado) camadas de sujeira, de óleo, de graxa, de gases aderentes e semelhantes que aderem nas superfícies de contato.– micrômetro externo➔entre 5 a 10 N
– relógio comparador comum ➔ entre 0,8 até 1,5 N(variação de 0,4 N no máximo)
Fatores de Natureza Mecânica Força de medição
–Paquímetro Digital
Peça
Mecanismo de
aproximaçãoForça de
Medição
Fatores de Natureza Mecânica Deformação- Conceitos
• Elasticidade: propriedade que permite que um material regresse à sua forma e dimensões iniciais quando a carga que lhe está aplicada é removida.
• Lei de Hooke: a tensão num material é proporcional à extensão por ela provocada, dentro de certos limites. (material elástico)
• Módulo de Elasticidade (Módulo de Young-E): parâmetro de comportamento mecânico de um material que traduz a sua rigidez.
Fatores de Natureza Mecânica Deformação- Conceitos
E = σ / ε
Variação de comprimento:• A variação elástica de comprimento L em (mm) calcula-se com base
na lei de Hooke:F (N): Força atuante
L (mm): Comprimento sujeito a variaçãoE (N/mm2): Módulo de elasticidadeA (mm2): Área da seção transversal
• Exemplo : Uma régua de E = 21,5. 104 N/mm2, de aço com dimensões 9 x 35 mm, A = 315 mm2, L = 1000 mm, sendo carregada axialmente por uma força de medição de 10 N, sofrerá encurtamento,L =(10).(1000)/(315).(21,5.104) = 0,000147 mm L = 0,15 m
Fatores de Natureza Mecânica Deformação
Flexão:• as deformações transversais podem ser calculadas
em casos simples usando-se as fórmulas para vigas sobre dois apoios ou engastadas.
Fatores de Natureza Mecânica Deformação
Deformações devidos ao peso próprio
Fatores de Natureza Mecânica Deformação
a = 0,21130 L (Planos Extremos Paralelo-
Pontos de Airy)a = 0,22031 L (Encurtamento mínimo
do comprimento -Pontos de Bessel)
a = 0,22315 L (Deflexão Transversal Mínima) a = 0,23860 L (Deformação Transversal
Pequena
• Achatamento:aproximação entre o sensor do sistema de medição e a peça após o primeiro contato físico, em função da ação de uma força de medição.
Fatores de Natureza Mecânica Deformação
• ocorre quando há movimento relativo entre as superfícies em contato e, portanto, quando se tem atrito;
• superfícies em contato dos instrumentos de mediçãoem materiais de alta resistência ao desgaste: aços de ferramentas com liga especial, camadas de cromo duro, minerais (por exemplo: ágata).
Fatores de Natureza Mecânica Desgaste
Fatores de Natureza GeométricaForma Geométrica da Peça a Medir
• A peça real diverge da projetada (ideal) em suas dimensões e em sua forma geométrica.
– Erros macrogeometricos (desvios da forma geométrica geral: retitude, cilindricidade, planeza de superfícies, etc.);
– Erros microgeométricos (rugosidades, asperezas, etc.).
Erros macrogeométricos em peças cilíndricas
Fatores de Natureza GeométricaForma Geométrica da Peça a Medir
• Determinação dos diâmetros
máximo e mínimo com
paquímetro/micrômetro
• Determinação dos diâmetros
máximo e mínimo com relógio
comparador apoiado num prisma
Fatores de Natureza GeométricaForma Geométrica da Peça a Medir
Erros geométricos de circularidade - ovalidade
Erros macrogeométricos de circularidade – iso-espesso
Fatores de Natureza GeométricaForma Geométrica da Peça a Medir
• Os sensores de medição, devem ter a forma adequada, a fim de que se obtenha o contato geométrico bem definido:– peça plana ➔ sensor de medição esférico;– peça esférica ou cilíndrica ➔ sensores planos de
medição;– roscas ➔pontas sensoras de forma cônica,
cilíndrica ou esférica.
• A maioria dos problemas com erro de contato elimina-se por uma forma geométrica impecável das superfícies de medição.
Fatores de Natureza GeométricaErros de Contato
Não há recobrimento geométrico
peça plana ➔ sensor de medição esférico
peça esférica ou cilíndrica ➔ sensores planos de medição
Fatores de Natureza GeométricaErros de Contato
• Erros geométricos de posição de medição são evitados pelo emprego do método da substituição:– A dimensão da peça é captada com auxilio de um dispositivo e
depois comparado a padrões de medição colocados exatamente no lugar e na posição da peça.
– Assim, não podem ocorrer erros de posição devidos a movimentação de cursores (não perfeição de guias) ou problemas semelhantes.
• Se o método da substituição não puder ser aplicado ➔ obedecer ao princípio de ABBE:
“O trecho a medir deve constituir o prolongamento retilíneo da escala que serve como dispositivo de medição”.
Fatores de Natureza GeométricaRelações Geométricas de Posição
Fatores de Natureza GeométricaRelações Geométricas de Posição
• Paquímetro Analógico
Eixo da indicação
Eixo de mediçãoDeslocar a peça mais próxima
possível da escala
l
• Erro de primeira ordem – disposição paralela do padrão com a peça
Fatores de Natureza GeométricaRelações Geométricas de Posição
• Micrômetro digital
Fatores de Natureza GeométricaRelações Geométricas de Posição
Eixos de medição Tambor
Escala
• Erro de segunda ordem – disposição alinhada do padrão com a peça
Fatores de Natureza GeométricaRelações Geométricas de Posição
• Por convenção, 20 °C é a temperatura de referência para a metrologia dimensional.
• Os desenhos e especificações sempre se referem às características que as peças apresentariam a 20 °C
• Medições em Laboratório:
– Temperatura= (20±1) °C
– Umidade Relativa= (55±5)%
Fatores de Natureza FísicaTemperatura
• Quando os traços de uma escala principal e outra secundária (nônio) não estão no mesmo plano, a leitura do SM deve ser feita sempre no melhor posicionamento perpendicular da vista;
Posição do ObservadorParalaxe