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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS CAMPUS II AREIA PB CURSO DE AGRONOMIA CONTROLE ALTERNATIVO DA ANTRACNOSE EM FRUTOS DE MAMOEIRO E QUALIDADE PÓS-COLHEITA JULIANA DE MACEDO VIDAL AREIA-PB ABRIL-2013

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i

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS CAMPUS II – AREIA – PB

CURSO DE AGRONOMIA

CONTROLE ALTERNATIVO DA ANTRACNOSE EM FRUTOS DE

MAMOEIRO E QUALIDADE PÓS-COLHEITA

JULIANA DE MACEDO VIDAL

AREIA-PB

ABRIL-2013

ii

JULIANA DE MACEDO VIDAL

CONTROLE ALTERNATIVO DA ANTRACNOSE EM FRUTOS DE

MAMOEIRO E QUALIDADE PÓS-COLHEITA

Trabalho de graduação apresentado à

coordenação do Curso de Agronomia da

Universidade Federal da Paraíba, Centro de

Ciências Agrárias para a obtenção do Título

de Engenheira Agrônoma.

ORIENTADORA: Profª. Dra. Luciana Cordeiro do Nascimento

AREIA – PB

ABRIL-2013

iii

JULIANA DE MACEDO VIDAL

CONTROLE ALTERNATIVO DA ANTRACNOSE EM FRUTOS DE

MAMOEIRO E QUALIDADE PÓS-COLHEITA

MONOGRAFIA APROVADA EM: ________/____________________/________

BANCA EXAMINADORA

Profª. Dra. Luciana Cordeiro do Nascimento

Orientadora - UFPB/CCA

MSc. Wilza Carla Oliveira de Souza

1a Examinadora -UFPB/PPGA

MSc. Carmem Valdenia da Silva Santana

2a Examinadora – UFPB/PPGA

AREIA – PB

ABRIL-2013

iv

AGRADECIMENTOS

À Deus por tudo que ele tem feito em minha vida, pela sua fidelidade em todos

os momentos na minha formação acadêmica.

Aos meus pais João Vidal e Josefa de Macedo, por todo amor, apesar das

dificuldades, por todos os esforços que sempre fizeram para que eu pudesse estudar,

porque sempre me ajudaram, e sempre me apoiaram, agradeço a Deus, por eles

existirem em minha vida. Agradeço a eles, por tudo, a minha irmã, Mariana Vidal, pela

amizade e apoio.

A todos os meus familiares, tios, primos e amigos que sempre acreditaram e

oraram por mim.

À professora Dra. Luciana Cordeiro do Nascimento.

A Ms. Wilza Carla Oliveira de Souza, por ter sempre me orientado, por ter

dedicado grande parte do seu tempo para me ajudar, para realização deste trabalho, pela

sua amizade e dedicação, e conhecimentos que me passou de forma clara e paciente.

A todos os grandes mestres que passaram na minha vida até aqui. Em especial

aos CCA/UFPB professores, amigos e todos os funcionários.

Aos meus melhores amigos Tarciana Silva, por toda amizade e carinho. Aninha

Pedroza, Fernando, Zé, Daiane, aos amigos de turma: Idaline (Bomberona), João

Quintans, Berna, Marcolino, as meninas da casinha pelo apoio em todas as horas.

A minha grande amiga Sayonara,(maga do gado) por todas as aventuras vividas

nessa nossa jornada, e por toda amizade.

A Neto Braga, por toda compreensão e carinho.

E a todos aqueles que não foram citados, mas que de alguma forma contribuíram

para minha formação acadêmica, o meu muito obrigado.

v

A minha avó materna, Maria Sebastiana de

Macedo (Avó marinha), por tudo que ela foi, e

por tudo que ela sempre representará em

minha vida.

DEDICO

vi

O que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?

Salmos116,12.

vii

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS

RESUMO

ABSTRACT

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 11

2. OBJETIVOS .............................................................................................................. 12

2.1. Objetivo Geral ............................................................................................ 12

2.2. Objetivos Específicos: ................................................................................ 12

3. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 12

3.1. A cultura do mamoeiro ................................................................................. 12

3.2. Antracnose .................................................................................................... 14

3.3. Perdas pós-colheita em frutos de mamoeiro ................................................. 15

3.4. Controle alternativo de doença de planta ...................................................... 16

3.5. Melão-de- são-caetano (Mormodica charantia) ........................................... 17

4. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 18

4.1 Isolamento e cultivo do patógeno ................................................................. 18

4.2 Obtenção do extrato de folhas de melão-de-são-caetano, indutor de

resistência e fungicida. ......................................................................................... 18

4.3 Fungitoxicidade em placas - Bioensaio com extrato etanólico ..................... 19

4.4 Avaliação do desenvolvimento de C. gloeosporioides em frutos previamente

tratados ................................................................................................................. 19

4.5. Análise pós-colheita de frutos de mamoeiro tratados com extrato vegetal,

fungicida e indutor de resistência ....................................................................... 20

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 21

6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 28

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 29

viii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Toxidade do extrato vegetal, fungicida e indutor de resistência acibenzolar-S-

methyl ao fungo Colletotrichum gloesporioides in vitro, isolado de frutos de

mamoeiro.. .......................................................................................................... 21

Tabela 2- Severidade da antracnose do mamão em frutos inoculados, tratados com

extratos vegetais, fungicida e indutor de resistência Bion, utilizando-se

escala de notas .................................................................................................. 23

Tabela 3-Avaliação da firmeza no 1º e 5º dia de armazenamento de frutos de mamoeiro

tratados com extrato vegetal, fungicida e indutor de resistência Bion®

e

inoculados com Colletotrichum gloesporioides. ................................................ 25

Tabela 4-Avaliação de sólidos solúveis (°Brix) no 1º e 5º dia de armazenamento de

frutos de mamoeiro tratados com extrato vegetal, fungicida e indutor de

resistência Bion® e inoculados com Colletotrichum gloesporioides .................. 26

Tabela 5-Acidez total (g. ácido Cítrico 100 g-1)

no 1º e 5º dia de armazenamento de

frutos de mamoeiro tratados com extrato vegetal, fungicida e indutor de

resistência Bion® e inoculados com Colletotrichum gloesporioides ................ 27

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Perda de massa em frutos de mamoeiro tratados com extrato de melão de são

caetano nas concentrações de 500, 1000, 1500 ppm, indutor de resistência e

fungicida, durante cinco dias de avaliação......................................................24

ix

VIDAL, J. M; Controle alternativo da antracnose em frutos de mamoeiro e

qualidade pós-colheita, 2013. Areia-PB, 36f Trabalho de conclusão de curso

(Graduação em Agronomia). Universidade Federal da Paraíba. Orientação: Luciana

Cordeiro do Nascimento.

RESUMO - Dentre as doenças de pós-colheita em mamoeiro (Carica papaya L.), a

antracnose causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides, é uma das mais

importantes. O uso de produtos naturais para o manejo tem sido uma alternativa eficaz

para prolongar a sanidade e vida útil pós-colheita dos frutos. Assim, o trabalho teve

como objetivo avaliar a influência do extrato vegetal de melão-de-são-caetano

(Momordica charantia), do indutor de resistência acibenzolar-S-methil e do fungicida

químico visando o controle da antracnose causada por C. gloesporioides e sua

influência na qualidade pós-colheita dos frutos de mamoeiro. Os testes in vitro foram

conduzidos através da inoculação de um disco de colônia fúngica no centro de placas de

Petri contendo o meio BDA adicionado de extrato de M. charantia nas concentrações de

500, 1000 e 1500 ppm, do indutor acibenzolar-S-methil, fungicida

(Dithane/Mancozebe) na dosagem recomendada pelo fabricante e água destilada

(testemunha). Frutos de mamoeiro sadios, do grupo solo, com maturidade comercial

foram lavados e pulverizados com os respectivos tratamentos com auxílio de

borrifadores. O delineamento foi inteiramente casualisado com seis tratamentos e cinco

repetições, sendo cada repetição representada por duas placas de Petri. Foi avaliado o

crescimento micelial de C. gloeosporioides diariamente, medindo-se o mesmo em dois

sentidos diametralmente opostos durante cinco dias e a severidade da podridão

peduncular em frutos de mamoeiro, durante sete dias, através de escala de notas. A

influência dos tratamentos sobre as características pós-colheita foi avaliada pela

medição de pH, teores de sólidos solúveis totais, acidez titulável, e firmeza. Observou-

se que os tratamentos com melão-de-são-caetano nas maiores concentrações

apresentaram maiores efeitos inibitórios no crescimento micelial do patógeno. Na pós-

colheita os resultados demonstraram que não houve diferença significativa na avaliação

do pH nos frutos. O extrato de M. charantia influenciou positivamente na diminuição da

perda de peso dos frutos enquanto o tratamento com acibenzolar-S-metil apresentou

menor perda de massa.

Palavras chave: Carica papaya L., Mormodica charantia, acibenzolar-S-metil,

controle alternativo.

x

VIDAL, J. M. Alternative control of anthracnose in papaya fruits and post-

harvest quality. 2013. Areia-PB, 36f. Completion of course work (graduate of

Agronomy). Centro de Ciências, Universidade Federal da Paraiba.

Orientation: Luciana Cordeiro do Nascimento.

ABSTRACT - Among the post-harvest diseases in papaya fruits (Carica papaya L.),

anthracnose caused by Colletotrichum gloeosporioides, is one of the most important.

The use of natural products for management has been an effective alternative to prolong

sanity and post-harvest fruit. This disease has caused losses, and considerable damage

to the economy, lack of appropriate measures, and disease management in fruits in most

planting. Thus, the study had as objective to evaluate the influence of plant extract

Momordica charantia, the resistance inducer Acibenzolar-S-methyl and, chemical

fungicide for rot control caused by C. gloesporioides and its influence on postharvest

quality of papaya fruits. In vitro tests were conducted by inoculating a disc of fungal

colony in the center of Petri dishes containing PDA medium added extract of M.

charantia at levels of 500, 1000 and 1500 ppm, acibenzolar-S-methyl, fungicide

(Mancozeb) at the dosage recommended by the manufacturer and distilled water

(control). Healthy papaya fruits of soil group, with commercial maturity were washed

and sprayed with the respective treatments. The experimental design was completely

randomized with six treatments and five replicates, being each replicate represented by

two Petri dishes. It was evaluated the mycelial growth of C. gloeosporioides daily by

measuring the same in two diametrically opposite directions for five days and disease

severity through disease index. The influence of treatments on post-harvest

characteristics was evaluated by measuring pH, total soluble solids, titratable acidity,

and firmness. It was observed that the treatment with M. charantia are-the highest

concentrations showed higher inhibitory effects on pathogen growth in vitro. In post-

harvest results showed no significant difference in the evaluation of pH in fruit. The

extract of M. charantia had positive influence in reducing the weight loss of the fruit

while treatment with acibenzolar-S-methyl showed less mass loss.

Key words: Carica papaya L., Mormodica charantia, acybenzolar-S-methil, alternative

control

11

1. INTRODUÇÃO

O mamão (Carica papaya L.) é uma fruta muito apreciada sendo uma das mais

consumidas no Brasil. Originária da América tropical, a mesma se distribuiu por várias

regiões do mundo (GOMES, 2007).

O Brasil em 2012 produziu quase 40 milhões de toneladas de frutas, em uma

área cultivada de 2,44 milhões de hectares se constituindo em um dos principais

distribuidor de produtos hortícolas no mundo. Neste cenário o mamão destaca-se como

um dos principais produtos comercializados nacionalmente e produzidos para

exportação, encontrando-se entre as frutas de maior preferência do consumidor

(ANUÁRIO BRASILEIRO DE FUTICULTURA, 2012).

Na comercialização de frutos de mamoeiro um dos fatores limitantes são as

doenças fúngicas como a antracnose, por Colletrotrichum gloeosporiodes Penz. A

podridão causada por este fungo pode acarretar perda total da produção (DANTAS et

al., 2003).

A antracnose é considerada a doença mais importante na pós-colheita do mamão

e ocorre em todos os países produtores, embora ocorra em frutos em qualquer estágio de

desenvolvimento, tendo preferência pelos frutos maduros. Os frutos infectados tornam-

se impróprios para o consumo e inaceitáveis para a comercialização. Ainda que frutos

colhidos não apresentem sintomas da doença, ela se manifesta na fase de pós-colheita,

causando grandes perdas (CAPDEVILLE et al., 2005). A penetração do fungo ocorre

por ferimentos causados na superfície dos frutos por insetos ou injúrias mecânicas. O

seu controle tem sido alcançado por meio de um contínuo programa de pulverização

química (KIMATI et al., 2005).

O uso de fungicidas durante a formação do fruto é uma das maneiras mais

efetivas de controle da antracnose (LIBERATO; ZAMBOLIM, 2002), porém é

considerado um problema visto que alguns tratamentos afetam o processo de

amadurecimento natural dos frutos e, além disso, o uso permanente de fungicidas pode

levar ao aparecimento de variações resistentes do fungo (GOMES et al., 2011).

A aplicação de extratos vegetais, como o extrato de melão-de-são-caetano

(Mormodica charantia L.), vem se mostrando uma alternativa eficiente no controle de

doenças causadas por fungos na pós-colheita de frutos e vegetais (SIQUEIRA et al.,

2011).

12

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

- Avaliar os efeitos de tratamentos alternativos no manejo da severidade da antracnose

do mamoeiro causada por C. gloeosporiodes, bem como avaliar sua influência sobre a

qualidade pós-colheita dos frutos.

2.2. Objetivos Específicos:

- Analisar crescimento micelial e esporulação de C. gloeosporiodes in vitro sob

influência de extrato vegetal de melão-de-são-caetano, indutor de resistência e

fungicida;

- Avaliar a severidade da antracnose em frutos de mamoeiro tratados com extrato

vegetal de melão-de-são-caetano, indutor de resistência e fungicida;

- Observar a influência de extrato vegetal de melão-de-são-caetano, indutor de

resistência e fungicida na qualidade pós-colheita e perda de massa de frutos de

mamoeiro.

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. A cultura do mamoeiro

A produção de mamoeiro representa 10% da produção mundial de frutas

tropicais, girando em torno de oito milhões de toneladas, das quais 39% são produzidas

na América Latina e Caribe. Os principais produtores mundiais são o Brasil, México,

Nigéria, Índia e Indonésia, enquanto os maiores exportadores são o México e a Malásia

(FAOSTAT, 2010). Quanto à produção nacional de frutos de mamão, os principais

produtores são os Estados da Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Ceará. No

quesito exportações, o estado do Espírito Santo responde por 50% do total dos frutos

exportados (IBGE, 2010).

13

No Brasil a fruticultura é uma atividade que vem crescendo nos últimos anos,

esse crescimento tem gerado emprego e renda e conquistado diferentes mercados de

comercialização (ANUÁRIO BRASILEIRO DE FUTICULTURA, 2012). O Brasil

produz quase 40 milhões de toneladas de frutas, em uma área cultivada de 2,44 milhões

de hectares (FAOSTAT, 2012), apenas atrás da Índia e China, se destacando como um

dos principais países produtores e distribuidores de produtos hortícolas. Neste cenário o

mamão destaca-se como um dos principais produtos comercializados nacionalmente e

produzidos para exportação, encontrando-se entre as frutas de maior preferência do

consumidor (ANUÁRIO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 2012).

No Estado da Paraíba a produção vem crescendo a cada ano, tendo como seu

maior produtor o município de Mamanguape o qual produziu no ano de 2010, 8.800

toneladas anuais da fruta seguidos pelos municípios de Conde e Pitimbú ao quais

produziram 3.400 e 2.800 toneladas anuais, respectivamente (IBGE, 2010).

Por ser uma cultura que produz durante todo o ano, sendo necessária renovação

do pomar em média um ano e meio após o plantio, é uma atividade agrícola de grande

importância social, e econômica, responsável pela geração de emprego e renda,

absorvendo mão de obra por longos períodos do ano (SILVA et al., 2001).

O mamoeiro pertence à classe Dicotyledoneae, subclasse Archichlamydeae,

ordem Violales, subordem Caricaceae, família Caricaceae e gênero Carica (MARIN et

al., 2004). Apresenta sistema radicular pivotante, com a raiz principal bem

desenvolvida, de coloração esbranquiçada com grande ramificação nos primeiros 30 cm

do solo. Pode atingir de 3 a 8 metros de altura com caule cilíndrico, reto, herbáceo, com

10 a 30 cm de diâmetro (KIMATI et al., 2005). Suas folhas são alternas, grandes com

20 a 60 cm de comprimento e até 70 cm de diâmetro com pecíolos longos verde-pálidos

com comprimento que varia de 50 a 70 cm. O fruto é uma baga, dependendo do tipo de

flor pode ter as seguintes formas: arredondado, oblongo, alongado, cilíndrico e

piriforme, a casca é fina com coloração que varia de amarelo clara a laranja que protege

a polpa com espessura que varia de 2,5 a 5,0 cm. O fruto pode atingir 50 cm de

comprimento e pesar até 5 kg. As sementes são pequenas, redondas e rugosas (CHAIM

et al., 2007).

As cultivares de mamoeiro mais explorados no Brasil são classificadas em dois

grupos: Solo e Formosa. As cultivares do grupo Solo apresentam frutos de menor

tamanho (≈ 350 a 700 g). As principais cultivares do grupo ‘Formosa’ são híbridos

importadas que produzem frutos de maior tamanho (>1,0 kg), esse grupo são adequadas

14

somente à comercialização no mercado interno, enquanto que as do grupo Solo são

comercializadas nos mercados interno e externo (BRAPEX, 2010).

3.2. Antracnose do mamoeiro

Um dos principais fatores que afetam a qualidade pós-colheita do mamão é a

ocorrência de podridões, destacando-se a antracnose, considerada a principal doença na

fase de comercialização deste fruto.

A doença é causada pelo fungo C. gloeosporioides e caracteriza-se pela

formação de estruturas denominadas acérvulos, em forma de disco achatado,

subepidérmico, com espinhos ou setas, conidióforos simples e alongados, conídios

hialinos unicelulares, geralmente em forma de bastonete, que permanecem nos

acérvulos aderidos por uma massa mucilaginosa de polissacarídeos, solúveis em água.

Apesar destes esporos não serem estruturas de resistência, os micélios do fungo podem

permanecer viáveis por longo período de tempo, em sementes, restos culturais, ou em

infecções latentes em frutos. (CAPDEVILLE et al., 2005).

A penetração do fungo dá-se pelo estigma da flor, pelas cicatrizes deixadas pelas

pétalas e principalmente por ferimentos na superfície dos tecidos. A infecção permanece

latente com atividade nos pecíolos e nas folhas, nos frutos os sintomas ocorrem na

época de maturação principalmente em épocas de chuvas e altas umidade (FREIRE,

2006). O fungo permanece em estado saprofítico frutificando abundantemente de um

ano para o outro, tanto nas folhas mais velhas quanto nos frutos mumificados que caem

no solo (OLIVEIRA; SANTOS, 2000).

A frutificação do fungo concentra-se na parte central da lesão, que toma um

aspecto gelatinoso de coloração rósea. Nos pecíolos, formam-se manchas deprimidas

escuras onde se desenvolvem peritécios. Nas folhas, as lesões são circulares, de bordos

irregulares com centro acinzentado e pontuações negras que correspondem a

frutificação do fungo, A infecção nas folhas novas começa com lesões quase

imperceptíveis, circulares, isoladas, translúcidas que envolvem, coalescem e tornam-se

marrons, causando deformações nos tecidos com o amarelecimento das folhas

(OLIVEIRA; SANTOS 2000).

Os frutos jovens quando atacados cessam o seu desenvolvimento, mumificam e

caem. Nos frutos em fase de maturação mais avançada, ao aumentar a precipitação e a

umidade relativa, aparecem na casca do fruto pequenos pontos pretos, os quais

15

aumentam de tamanho, formando manchas deprimidas, que podem medir até 5 cm. Em

torno dessas manchas formam-se halos de tecido aquoso com coloração diferente da

central, em grande quantidade as manchas podem coalescer, espalhando-se pela

superfície do fruto penetram e aprofundam-se na polpa, ocasionando podridão-mole

(FREIRE; CARDOSO, 2003).

Embora ocorra em frutos em qualquer estágio de desenvolvimento, apresenta-se

com maior frequência nos maduros. Sua nocividade para a economia é muito grande,

pois os frutos atacados tornam-se impróprios para o consumo, e inaceitáveis para a

comercialização. Ainda que frutos recém-colhidos não apresentem sintomas da doença,

ela se manifesta na fase de pós-colheita, causando grandes perdas (CAPDEVILLE et

al., 2005).

3.3 Perdas pós-colheita em frutos de mamoeiro

As perdas pós-colheita do mamão atingem grandes proporções na economia

brasileira e são responsáveis pelo principal retardador do desenvolvimento da indústria

do mamoeiro, podendo chegar a alguns casos a 75%, estando associadas a efeitos físicos

ou danos mecânicos, ou a causas de origem fisiológica e bioquímica, e a ação de

agentes microbianos (ZAMBOLIM et al., 2006). Entretanto, as perdas em pós-colheita

são expressivas, em função da alta vulnerabilidade dos frutos à perda de umidade e ao

ataque de fungos, principalmente o C. gloeosporioides (ANUÁRIO DA

AGRICULTURA BRASILEIRA, 2005).

Os prejuízos são de 10% a 40% em embarques terrestres e de 5% a 30% em

aéreos comuns, sendo que tais perdas podem apresentar variações dependendo do

manejo pós-colheita adotado, bem como os processos de acondicionamento. Devido a

essas perdas, a cultura do mamoeiro requer cuidado aos detalhes no manejo da

produção, visto que esses frutos são susceptíveis a uma série de fatores que podem

depreciá-los comercialmente, dentre esses se destacam as extremas flutuações de

temperatura e umidade, danos mecânicos e doenças causadas por fitopatógenos

(OLIVEIRA; SANTOS 2000).

16

3.4. Controle alternativo de doença de plantas

Para o controle de patógenos, é essencial o uso de defensivos agrícolas com

menor poder residual; entretanto, dificilmente isso é possível com a aplicação de

produtos químicos em frutas após a colheita. Havendo uma preocupação com a

qualidade físico-química dos alimentos produzidos, visando a um sistema produtivo em

conformidade com os requisitos da sustentabilidade ambiental, segurança alimentar e

viabilidade econômica, de maneira que se disponha de técnicas menos agressivas ao

meio ambiente e à saúde humana (SILVEIRA et al., 2005).

O uso do controle alternativo tendo com finalidade a redução dessas perdas

como o uso de extrato vegetal, tem se mostrado uma alternativa eficiente no controle

dessas doenças (JAMAL et al., 2008).

Entre os métodos de controle alternativo de doenças em plantas encontram-se os

defensivos preparados a partir de substância não prejudicial à saúde humana e ao meio

ambiente destinados ao controle de pragas e doenças da agricultura. O uso desses

favorece a obtenção de produtos com menos ou nenhum resíduo químico, sendo os

mesmos mais saudáveis para o ambiente e consumidor. Estão incluídos na categoria de

defensivos naturais os agentes de biocontrole, os diversos biofertilizantes líquidos, as

caldas sulfocácia, os feromônios e os extratos vegetais de plantas (SILVEIRA et al.,

2005).

Vários estudos têm comprovado o efeito de extratos e óleos essenciais de plantas

medicinais na capacidade de controlar doenças, tanto por sua atividade antimicrobiana

direta quanto indireta. Bastos e Albuquerque (2004) avaliaram extratos de alho (Allium

sativum), hortelã (Mentha piperita L), mamona (Ricinus communis) e pimenta

(Capsicum spp.) no crescimento micelial e esporulação de C. gloeosporioides. O uso de

extrato de camomila (Matricaria chamomilla L). inibiu o desenvolvimento de C. musae

causador em frutos de bananeira (Musa spp.).

3.5 Melão-de- são-caetano (Momordica charantia)

O melão-de-são-caetano (Momordica charantia) pertence a família

Cucurbitaceae é conhecida por melãozinho, erva-de-são-caetano, erva-de-lavadeira,

fruto-de-cobra, fruto-de-negro e erva-de-são-vicente, é uma planta daninha trepadeira,

anual, herbácea, muito ramificada, com caules verdes e pubescentes, medindo 2-3 m de

17

comprimento, com reprodução por sementes, as folhas são simples e alternas,

membranáceas, com 5-7 lobos ovalado-oblongos, longo pecioladas, face superior

levemente pubescente e a inferior mais densamente pilosa ao longo das nervuras

(LORENZI, 2000).

Visando um aumento da vida de útil de frutos, pesquisas em pós-colheita

buscam estudar técnicas de armazenamento que prolonguem sua vida útil, incluindo o

controle de patógenos que constituem uma das principais causas de perdas na fase de

pós-colheita (CRUZ et al., 2011).

O fruto, mesmo após a colheita, tem continuidade no seu metabolismo, portanto

o uso de produtos nesta fase pode acarretar em mudanças na sua qualidade O

conhecimento da fisiologia pós-colheita dos frutos é de grande importância para que se

tenham subsídios técnicos que visem à ampliação do tempo de armazenamento desses

frutos, sem, contudo, alterar suas características pós-colheita, podendo garantir uma

maior vida útil (CHITARRA; CHITARRA, 2005).

No controle de fitopatógenos, alguns trabalhos comprovam efeito do extrato da

M. charantia. Em frutos de bananeira, Celoto et al., (2011) avaliando os extratos

metanólico e aquoso de M. charantia obtiveram inibição em até 80% no

desenvolvimento das lesões da antracnose quando aplicados até dois dias antes da

inoculação do fungo.

Jamal et al. (2008) observaram que diferentes concentrações de extratos de

melão-de-são-caetano apresentaram atividade antifúngica sobre C. musae em todos os

ensaios in vitro realizados. Martins et al., (2009) observaram que extrato de melão-de-

são-caetano e alho promoveram efeitos significativos no controle de podridões em

frutos de mamoeiro.

Além disso, as inibições do crescimento micelial ocorreram significativamente

mais na fase líquida do que na sólida. O uso de extrato como o de melão- de-são-

caetano vem sendo explorado, como controle alternativo e suas propriedades

antifúngicas no combate dessas doenças.

18

4. MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Fitopatologia, Centro de

Ciências Agrárias - CCA, Campus II da Universidade Federal da Paraíba – UFPB. No

ano de 2012.

Foram utilizados mamões do grupo Solo, em estágio de maturidade colhidos em

um pomar comercial na cidade de Rio Tinto (latitude 6.80594 ,longitude -35.0757,6°

48’ 21’’Sul, 35° 4’ 33’oeste), localizado no litoral norte da Paraíba,

4.1 Isolamento e cultivo do patógeno

O meio de cultivo utilizado para o isolamento do patógeno foi o BDA (batata-

dextrose-ágar). O fungo C. gloeosporioides foi isolado a partir de frutos de mamoeiro

com sintomas da doença.

Foram retirados fragmentos de 5 mm da região limítrofe da lesão os quais foram

desinfestados com álcool etílico 70% seguido de hipoclorito de sódio 1,5%, ambos por

um minuto. Em seguida, foram transferidos para placas de Petri contendo BDA e

incubados durante sete dias, sob fotoperíodo de 12h com lâmpadas fluorescentes (40W)

e temperatura de ± 25 °C.

4.2 Obtenção do extrato de folhas de melão-de-são-caetano, indutor de resistência

e fungicida

Folhas de M. charantia foram coletadas em plantas nativas do município de

Areia, PB. Para preparação dos extratos, as folhas foram transportadas para Laboratório

de Fitopatologia, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba para

secagem em estufa à temperatura constante de 40 ºC até a obtenção de peso constante (≈

72h). Posteriormente, o material vegetal foi triturado em moinho de faca e armazenado

em sacos de polietileno à temperatura ambiente (25 ºC ± 5).

Os triturados foram levados ao Laboratório de Química Orgânica e Bioquímica

Vegetal da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), colocados em

recipientes de 5 L e macerados em etanol absoluto durante 72 horas, repetindo o

19

procedimento por três vezes. Após a extração, o líquido extrator foi colocado em

evaporador rotativo com pressão reduzida para retirada do solvente, em temperatura

menor que 45 °C. O extrato bruto etanólico (EB) foi transferido para recipientes de

vidro e deixado em capela até completa eliminação do solvente. Após esse período

foram transferidos para dessecadores para eliminação da umidade. O indutor de

resistência acibenzolar-S-metil, e fungicida mancozebe foram diluídos de acordo com as

recomendações do fabricante, sendo as soluções devidamente homogeneizadas e

acondicionadas em recipientes vedados.

4 .3 Fungitoxicidade em placas - Bioensaio com extrato etanólico

Para o ensaio com C. gloeosporioides in vitro, os tratamentos foram compostos

pelo extrato de M. charantia nas concentrações de 500, 1000 e 1500 ppm, indutor

acibenzolar-S-methil - ASM, fungicida (Mancozebe) na dosagem recomendada pelo

fabricante e água destilada (controle). As placas foram vertidas com o meio de cultura

BDA e 500 L dos tratamentos anteriormente descritos foram transferidos e distribuídos

sobre a superfície do meio de cultura, sendo, um disco de 5 mm da colônia pura do

fungo depositado no centro de cada placa.

As placas foram incubadas em um período de cinco dias à 25 °C e diariamente

mediu-se o crescimento micelial em dois sentidos perpendicularmente opostos, com

paquímetro digital. Ao 5° dia obteve-se o crescimento miceial e o número de esporos.

O delineamento foi inteiramente casualizado com seis tratamentos e cinco

repetições, sendo cada repetição representada por duas placas de Petri. Os dados foram

analisados no programa estatístico SISVAR utilizando o teste de Sckott-Knott ao nível

de 5% de probabilidade.

4.4 Avaliação do desenvolvimento de C. gloeosporioides em frutos previamente

tratados

Frutos de mamoeiro sadios do grupo Solo, em maturidade comercial, foram

lavados em água corrente, secos em condições ambientais e pulverizados com os

tratamentos previamente descritos no item 4.3, sendo acondicionados em bandejas

plásticas.

20

Os frutos foram feridos com um perfurador flambado próximo ao pendúnculo a

uma profundidade de aproximadamente 2 cm, em três locais equidistantes. Sobre a

superfície da área ferida foram depositados discos do fungo contendo estruturas jovens.

Em seguida os frutos foram colocados em câmara úmida, composta por sacos de

polietileno por um período de 24h.

A avaliação da infecção foi realizada diariamente empregando uma escala de

notas adaptada (Nery Silva et al., 2001) onde 1= Sem sintomas visíveis; 2 = presença

de pequenas pontuações (até 3 mm) aquosas superficiais; 3 = presença de lesões

aquosas ou mumificadas, não coalescentes; 4 = presença de lesões aquosas ou

mumificadas, não coalescentes e 5 = presença de lesões aquosas ou mumificadas, não

coalescentes, mais abrangendo maior região, descendo pela polpa do fruto, podendo

chegar até a cavidade das sementes; o tecido desta região pode apresentar excessivo

amaciamento.

Foram utilizados quatro repetições por tratamento, sendo cada repetição

constituída por três frutos. Os dados foram analisados no programa estatístico SISVAR

utilizando o teste de Sckott-Knott ao nível de 5% de probabilidade.

4.5. Análise pós-colheita de frutos de mamoeiro tratados com extrato vegetal,

fungicida e indutor de resistência

As avaliações pós-colheita foram realizadas no dia da colheita dos frutos de

mamoeiro, em pomar comercial no município de Rio Tinto - PB, e, passados cinco dias

após a colheita sendo do 1º ao 5º dia, avaliada a perda de peso. Foi utilizado apenas o

extrato de melão-de-são-caetano na concentração de 1000 ppm, uma vez que verificou-

se não haver diferença significativa da maior concentração (1500 ppm).

Nas análises pós-colheita foram realizadas avaliações de

pH determinado por potenciometria em eletrodo de vidro;

teores de sólidos solúveis totais, determinado por refratometria, utilizando-se

refratômetro digital, com compensação de temperatura automática;

acidez total titulável, determinada por titulação com NAOH 0,1N, expressa em

porcentagem de ácido cítrico;

firmeza, determinada individualmente em dois pontos distintos com

penetrômetro na região de inserção.

21

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao avaliar o crescimento micelial, os resultados apresentadas na Tabela 1

demonstram que houve diferença significativa entre todos os tratamentos em relação a

testemunha. O tratamento com extrato de melão-de-são-caetano, apresentou maior

efeito inibitório no crescimento de C. gloesporioides in vitro, quando utilizado a maior

concentração do extrato.

Tabela 1: Crescimento micelial de Colletotrichum gloesporioides in vitro, tratado com

extrato vegetal, fungicida e acibenzolar-S-methyl

Médias seguidas pela mesma letra, na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Scott-

knot (P≤ 0,05). ** EMSC (ppm): Diluição do extrato de melão-de-são-caetano em partes por milhão

(ppm); ASM: acibenzolar-S-methyl; Fungicida: Dhitane/ Mancozebe.

Celoto et al., (2008) observaram que extrato aquoso de M. charantia, inibiu

91,6% do crescimento micelial de C. gloeosporioides. Outros trabalhos com uso de

produtos alternativos no controle do crescimento in vitro de patógenos demostram a

eficiência deste controle (ALVES et al., 2003; ROZWALKA et al., 2003; PEREIRA et

al., 2006);

Alves et al., (2003) observaram a eficiência dos óleos de Cymbopogon citratus,

C. nardus e E. citriodora no controle in vitro de C. gloeosporioides, onde as maiores

concentrações apresentaram maior eficiência, colaborando com os resultados obtidos

na presente pesquisa.

Trabalhos com extratos de alho, mamona e hortelã verificaram a inibição total

ou parcial do crescimento micelial de Glomerella cingulata usando extratos aquosos e

óleos essenciais (ROZWALKA et al., 2000). Rozwalka et al., (2003) avaliaram a

concentração de 10% do extrato de pitombeira (Talisia esculenta) e constataram a

inibição do crescimento micelial de C. gloeosporioides. Pereira et al., (2006)

Tratamentos Crescimento (mm) Esporulação (mm)

**EMSC 500 ppm 66.77 b 136.20 b

EMSC 1000 ppm 43.55 c 168.00 b

EMSC 1500 ppm 22.36 e 107.60 b

acibenzolar-S-methil 29.82 d 258.20 a

Fungicida 33.21 d 124.80 b

Testemunha 87.71 a 272.60 a

CV (%) 10.31 21.27

22

observaram que óleo de Artemisia dracunculus, Mentha arvensis e Eucalyptus citriodora

apresentaram maiores valores na inibição do crescimento in vitro de C. gloeosporioides

e C. musae.

Na esporulação não foi observada diferença entre os tratamentos com extrato de

melão-de-são-caetano, onde os mesmos não apresentaram diferença significativa em

relação ao fungicida. O tratamento com acibenzolar-S-metil não inibiu a esporulação

comportando-se de forma semelhante a testemunha. Tal fato pode ser explicado uma

vez que os indutores de resistência atuam ativando os mecanismos latentes de

resistência das plantas hospedeiras, sem, no entanto, apresentar ação fungitóxica ou

fungicida (DANTAS et al., 2004).

O uso de indutor de resistência pode ser considerado uma alternativa ao controle

convencional de doenças, possibilitando a redução ou a substituição dos fungicidas

empregados no controle de fitopatógenos. Em virtude desta ação, vários trabalhos

desenvolvidos tem demonstrado a eficiência na indução de resistência nas plantas

(DANTAS et al., 2004; RODRIGUES et al., 2006).

Com relação a severidade da doença, observou-se que a antracnose em frutos

inoculados (Tabela 2), ao 3° dia, não apresentou redução de severidade entre as

concentrações do extrato de melão-de-são-caetano. No 4°dia houve diferença entre

todos os tratamentos onde as maiores concentrações usadas do extrato apresentaram os

maior inibição da esporulação.

23

Tabela 2 Severidade da antracnose do mamoeiro em frutos inoculados tratados com

extratos vegetais, fungicida e indutor de resistência acibenzolar-S-metil, utilizando

escala de notas.

*Escala de severidade da doença em que: 1- Ausência de sintomas, 2- Presença de pequenas pontuações

(até 3 mm), aquosas superficiais, 3- Presença de lesões aquosas ou mumificadas, não coalescentes, , 4-

Presença de lesões coalescentes, com aspecto translúcido ou mumificado e 5- Lesões semelhantes às

descritas para a nota 4, abrangendo maior extensão na polpa do fruto, podendo chegar até a cavidade das

sementes, com o tecido dessa região podendo apresentar excessivo amaciamento (Nery-Silva, 2001

adaptada). ** EMSC (ppm): Diluição do extrato de Melão de São Caetano em partes por milhão (ppm)

Médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

Observou-se a partir do 4°dia após inoculação, os menores índices de severidade

da doença foram observados nas maiores concentrações do extrato, obtendo-se

diferença significativa em relação ao fungicida. No 5º dia de avaliação, todas as

concentrações do extrato de M. charantia, apresentaram redução de severidade da

doença superior ao fungicida e indutor.

Passos et al., (2006) verificaram em frutos de mangueira que o extrato vegetal

apresentou viabilidade no controle da antracnose da mangueira, com eficiência superior

aos fungicidas químicos e recomenda o seu uso para o controle de C. gloeosporioides

dentro de um programa de manejo integrado da doença. Deve-se ressaltar que o controle

de podridões em frutos é mais eficiente, quando realizado na pré-colheita (IPPOLITO;

NIGRO, 2000).

Bonaldo et. al., (2004) concluíram que os compostos secundários presentes em

plantas medicinais, podem ainda desempenhar funções importantes em interações planta

Tratamentos Dias após a inoculação

1 2 3 4 5

EMSC 500 ppm** *1,00 a 1,00 a 2.20b 2.60 c 2.60 c

EMSC 1000 ppm 1,00 a 1,00 a 2,20 b 2.20 d 2.20 c

EMSC 1500 ppm 1,00 a 1,00 a 2,00 b 2.00 d 2.00 c

Acibenzolar-S-metil 1,00 a 1,00 a 2,80 a 3.00 b 3.20 b

Fungicida 1,00 a 1,00 a 3,00 a 3.00 b 3.20 b

Testemunha 1,00 a 3,00 b 3,40 a 3.80 a 4.80 a

CV (%) - 11,09 14,90 12,35 14,27

24

patógenos, através de ação antimicrobiana direta ou ativando mecanismos de defesa de

outras plantas que venham a ser tratadas com esses compostos.

Ao avaliar a perda de massa dos frutos (Figura 1), previamente tratados

observou-se que, o uso de extrato vegetal na concentração de 1000 ppm, influenciou

positivamente permitindo uma menor perda de peso no período avaliado.

As perdas de massa fresca em frutos armazenados ocorrem em decorrência da

água eliminada por transpiração causada pela diferença de pressão de vapor entre o

fruto e o ar no ambiente e dos processos metabólicos de respiração (SOUSA et al.,

2000).

Figura 1. Perda de massa em frutos de mamoeiro tratados com extrato de melão de

são caetano nas concentrações de 500, 1000, 1500 ppm, indutor de

resistência e fungicida, durante cinco dias de avaliação

As maiores perdas de massa foram verificadas nos tratamentos com extrato de

melão-de-são-caetano nas concentrações de 1500 e 500 ppm.

Sendo o mamão um fruto com uma epiderme pouco densa, este apresenta uma

elevada perda de massa pela transpiração, principalmente quando armazenado sobre

baixa umidade relativa (COSTA et al.; 2002).

25

BRAGA (2004) observou que a perda de massa fresca de frutos, foi crescente à

medida que os frutos foram amadurecendo, devido um aumento da atividade metabólica

desses frutos avaliados. Segundo Chitarra e Chitarra, (2005), perdas de massa em frutos

da ordem de 3 a 6% são suficientes para causar um marcante declínio na qualidade de

frutos, sendo alguns frutos ainda comercializáveis com até 10% de perdas e de umidade,

comprometendo a qualidade dos mesmos ao consumidor.

As perdas de massa fresca em frutos ocorrem em decorrência da água eliminada

por transpiração (SOUZA et al., 2000). O uso de produtos naturais é uma alternativa

eficiente no controle dessa perda de massa em função do tempo de armazenamento

sendo, em alguns casos, mais eficientes para prolongar a vida útil das frutas.

Chiumarelli e Ferreira (2006) relataram que houve também a redução na incidência de

podridões e perdas de massa em frutos de goiabeira (Psidium guajava L.) com o uso de

produtos alternativos.

Ao se avaliar a firmeza dos frutos de mamoeiro (Tabela 3), observou-se que no

1° dia de avaliação, não houve diferença significativa na firmeza dos frutos,

independente do tratamento utilizado.

Tabela 3. Avaliação da firmeza no 1º e 5º dia de armazenamento de frutos de mamoeiro

tratados com extrato vegetal, fungicida e indutor de resistência acibenzolar-S-

metil e inoculados com Colletotrichum gloesporioides.

Tratamentos Firmeza (N) Firmeza (N)

Periodos 1º 5º

EMSC 1000 ppm 76.05aA 6.62 bA

Acibenzolar-S-metil 66.24aA 13.98bA

Fungicida 78.51aA 1.96 bA

Testemunha 73.60aA 0.00 bB

CV (%) 17.76

*Letras minúsculas distintas na linha diferem significativamente entre si, assim como letras maiúsculas

distintas na coluna, pelo teste de Scott- knot, ao nível de 5 % de probabilidade.

26

No 5° dia de avaliação todos os tratamentos avaliados se diferenciaram da

testemunha apresentando maior firmeza. Houve diferença significativa entre o 1° e o 5º

dia de avaliação, em todos os tratamentos ocorrendo perda da firmeza em função do

tempo. Dentre as causas principais da perda da firmeza da polpa do mamoeiro está a

degradação de protopectina da lamela média e da parede celular primária, o aumento da

pectina solúvel e a perda de açúcares (JACOMINO et al., 2002).

Em relação aos teores de sólidos solúveis, os tratamentos testemunha e fungicida

mostraram-se com menores teores no 1º dia de avaliação. O indutor acibenzolar-S-metil

apresentou uma redução significativa no teor de sólidos solúveis durante o período de

avaliação. O aumento de sólidos solúveis nos frutos ocorre devido transformação das

reservas acumuladas durante a formação e o desenvolvimento desses sólidos em

açúcares solúveis.

Tabela 4. Avaliação de sólidos solúveis (°Brix) no 1º e 5º dia de armazenamento de

frutos de mamoeiro tratados com extrato vegetal, fungicida e indutor de

resistência Bion® e inoculados com Colletotrichumgloesporioides.

Tratamentos Sólidos solúveis (°Brix) Sólidos solúveis (°Brix)

Periodos 1º dia 5º dia

EMSC1000ppm 4.12aA 3.05aA

Acibenzolar-S-metil 5.47aA 2.10bA

Fungicida 2.37aB 3.22aA

Testemunha 3.32aB 4.22aA

CV (%) 27.05

*Letras minúsculas distintas na linha diferem significativamente entre si, assim como letras maiúsculas

distintas na coluna, pelo teste de Scott- knot, ao nível de 5 % de probabilidade.

De acordo com Carmo et al., (2004), os processos metabólicos relacionados com

o avanço do amadurecimento de compostos solúveis, influenciando diretamente nos

teores de sólidos solúveis, frutos em avançados estádios de amadurecimento, provocado

pela dissociação de algumas moléculas e enzimas estruturais, tem influência direta nos

teores de sólidos solúveis.

Em função de modificações bioquímicas, o conteúdo de açúcares no fruto de

mamoeiro é variável em seus diferentes estádios de maturação do fruto.

27

Não foi observada diferença significativa na avaliação do pH nos frutos, no 1° e

5 °dia, em todos os tratamentos avaliados.

Em relação a acidez, no 1° dia de avaliação, observou-se que os tratamentos com

extrato vegetal e indutor de resistência diferiram da testemuna, apresentando maiores

teores de acidez titulável. O uso de extrato de melão-de-são-caetano e o indutor de

resistência apresentaram redução no teor de acidez do 1º ao 5º dia de avaliação em

relação aos demais tratamentos (Tabela 4).

Tabela 5. Acidez titulável (g. ácido Cítrico 100 g-1)

no 1º e 5º dia de armazenamento de

frutos de mamoeiro tratados com extrato vegetal, fungicida e indutor de

resistência e inoculados com Colletotrichum gloesporioides

Tratamentos Acidez total

(g ác. Cítrico 100 g-1)

Acidez total

(g ác. Cítrico 100 g-1)

Periodos 1º dia 5º dia

EMSC1000ppm 0.18aA 0.11bA

Acibenzolar-S-metil 0.18aA 0.09bA

Fungicida 0.11aB 0.09aA

Testemunha 0.12aB 0.12aA

CV (%) 24.67

*Letras minúsculas distintas na linha diferem significativamente entre si, assim como letras maiúsculas

distintas na coluna, pelo teste de Scott- knot, ao nível de 5 % de probabilidade.

O mamão é um fruto com baixos teores de acidez , podendo sua acidez

aumentar com início do amadurecimento e ser reduzida com a maturação completa do

fruto. Costa e Balbino (2002) verificaram redução da acidez titulável dos frutos ao

longo do período de armazenamento, indicando uma possível síntese de ácidos

orgânicos, o aumento da acidez dos frutos pode se atribuído ao processo de degradação

da parede celular.

28

6. CONCLUSÃO

O uso do extrato vegetal de M. charantia na concentração de 1500 ppm, inibiu o

crescimento micelial e esporulação de C. gloeosporioides in vitro.

O extrato vegetal de M. charantia nas maiores concentrações diminuiu a

severidade da antracnose.

O tratamento com o uso de extrato vegetal na concentração de 1500 ppm,

proporcionou menor perda de massa.

Os tratamentos em frutos de mamoeiro com extrato de M. charantia e indutor de

resistência interferiram na firmeza, acidez titulável e sólidos solúveis

29

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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