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CONTRIBUIÇÕES DAS TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO PARA MAPEAMENTOS GEOMORFOLÓGICOS Roberta de Oliveira Costa (Geógrafa; Mestre em Ciências IME; [email protected] ) Telma Mendes da Silva (Deptº de Geografia UFRJ; [email protected] ) Resumo: Atualmente a Geomorfologia tem sido bastante favorecida pelas técnicas de Sensoriamento Remoto. Um dos principais objetivos do Sensoriamento Remoto é aumentar a percepção sensorial humana da superfície terrestre através do registro e da análise das interações entre a radiação eletromagnética e as diversas substâncias que fazem parte da Terra, permitindo o imageamento de áreas em diferentes escalas. Desta forma, nos últimos anos, Imagens de Satélites têm contribuído significantemente no desenvolvimento de mapeamentos geomorfológicos, sejam estes em escala regional ou até mesmo em escalas de detalhe. Na construção dos mapeamentos geomorfológicos utilizam-se elementos de descrição do relevo, considerando a investigação de elementos que possam subsidiar tanto a compreensão de sua formação, como sugerir idade e dinâmica dos processos atuantes na evolução da paisagem, sendo a representação do relevo, bi ou tridimensional, a base para iniciar um projeto desta magnitude. Diversas são as metodologias utilizadas para representar o relevo e confeccionar os mapas geomorfológicos e, desde o século passado, que o Sensoriamento Remoto vem auxiliando o conhecimento, a representação e o estudo da Terra. A partir da década de 70, com o aprimoramento dos sensores orbitais e, consequentemente, nos anos seguintes dos computadores, estudos detalhados sobre a superfície terrestre puderam ser aprimorados. Assim, este trabalho apresenta um levantamento das principais Imagens de Satélites que no decorrer das últimas décadas vem sendo utilizadas como base na elaboração de mapeamentos geomorfológicos, procurando investigar os motivos que levaram à utilização das mesmas no decorrer dos anos e, ainda, subsidiar a indicação de quais imagens, disponíveis atualmente no mercado, seriam as mais apropriadas para gerar mapas geomorfológicos, levando em consideração resolução espectral, custo e disponibilidades das mesmas. Palavras-chaves: Mapeamento Geomorfológico; Sensoriamento Remoto. Abstract: Nowadays the Geomorphology has been favored by the techniques of Remote Sensing. One of the main objectives of Remote Sensing is to increase the human sensory perception of the earth's surface through the registration and analysis of interactions between electromagnetic radiation and various substances that are part of the Earth, allowing the imaging of areas at different scales. Therefore, in recent years, satellite images have contributed significantly to the development of geomorphologic maps, whether on a regional scale or even on scales of detail. In the construction of mappings geomorphologic elements are used to describe the relief, considering the investigation of elements that can support both the understanding of its formation, as suggested age and dynamics of active processes in the evolution of the landscape, the representation of relief, or bi dimensional, the basis to start a project of this magnitude. Several methods are used to represent the topography and geomorphologic maps to make, and since the last century, the Remote Sensing is helping knowledge, representation and study of Earth. From the 70's, with the improvement of orbital sensors and therefore the following years of computers, detailed studies on the land surface could be improved. Thus, this work presents a survey of the main Satellite Images of that over the past decades has been used as a basis in the preparation of geomorphological maps, trying to investigate the reasons why the use of the same over the years, and also support the indication images of which, currently available in the market, would be more appropriate to generate geomorphologic maps, taking into account spectral resolution, cost and availability of them. Key-words: Geomorphologic Map; Remote Sensing.

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Page 1: CONTRIBUIÇÕES DAS TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO … · ... permitindo o imageamento de áreas em diferentes ... sobre formas de aplicação das ... o relevo da área continental da

CONTRIBUIÇÕES DAS TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO PARA MAPEAMENTOS GEOMORFOLÓGICOS

Roberta de Oliveira Costa (Geógrafa; Mestre em Ciências IME; [email protected])

Telma Mendes da Silva (Deptº de Geografia UFRJ; [email protected])

Resumo: Atualmente a Geomorfologia tem sido bastante favorecida pelas técnicas de Sensoriamento Remoto. Um dos principais objetivos do Sensoriamento Remoto é aumentar a percepção sensorial humana da superfície terrestre através do registro e da análise das interações entre a radiação eletromagnética e as diversas substâncias que fazem parte da Terra, permitindo o imageamento de áreas em diferentes escalas. Desta forma, nos últimos anos, Imagens de Satélites têm contribuído significantemente no desenvolvimento de mapeamentos geomorfológicos, sejam estes em escala regional ou até mesmo em escalas de detalhe. Na construção dos mapeamentos geomorfológicos utilizam-se elementos de descrição do relevo, considerando a investigação de elementos que possam subsidiar tanto a compreensão de sua formação, como sugerir idade e dinâmica dos processos atuantes na evolução da paisagem, sendo a representação do relevo, bi ou tridimensional, a base para iniciar um projeto desta magnitude. Diversas são as metodologias utilizadas para representar o relevo e confeccionar os mapas geomorfológicos e, desde o século passado, que o Sensoriamento Remoto vem auxiliando o conhecimento, a representação e o estudo da Terra. A partir da década de 70, com o aprimoramento dos sensores orbitais e, consequentemente, nos anos seguintes dos computadores, estudos detalhados sobre a superfície terrestre puderam ser aprimorados. Assim, este trabalho apresenta um levantamento das principais Imagens de Satélites que no decorrer das últimas décadas vem sendo utilizadas como base na elaboração de mapeamentos geomorfológicos, procurando investigar os motivos que levaram à utilização das mesmas no decorrer dos anos e, ainda, subsidiar a indicação de quais imagens, disponíveis atualmente no mercado, seriam as mais apropriadas para gerar mapas geomorfológicos, levando em consideração resolução espectral, custo e disponibilidades das mesmas.

Palavras-chaves: Mapeamento Geomorfológico; Sensoriamento Remoto. Abstract: Nowadays the Geomorphology has been favored by the techniques of Remote Sensing. One of the main objectives of Remote Sensing is to increase the human sensory perception of the earth's surface through the registration and analysis of interactions between electromagnetic radiation and various substances that are part of the Earth, allowing the imaging of areas at different scales. Therefore, in recent years, satellite images have contributed significantly to the development of geomorphologic maps, whether on a regional scale or even on scales of detail. In the construction of mappings geomorphologic elements are used to describe the relief, considering the investigation of elements that can support both the understanding of its formation, as suggested age and dynamics of active processes in the evolution of the landscape, the representation of relief, or bi dimensional, the basis to start a project of this magnitude. Several methods are used to represent the topography and geomorphologic maps to make, and since the last century, the Remote Sensing is helping knowledge, representation and study of Earth. From the 70's, with the improvement of orbital sensors and therefore the following years of computers, detailed studies on the land surface could be improved. Thus, this work presents a survey of the main Satellite Images of that over the past decades has been used as a basis in the preparation of geomorphological maps, trying to investigate the reasons why the use of the same over the years, and also support the indication images of which, currently available in the market, would be more appropriate to generate geomorphologic maps, taking into account spectral resolution, cost and availability of them. Key-words: Geomorphologic Map; Remote Sensing.

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Introdução

Mapear a superfície terrestre é de extrema importância para a ciência geomofológica, uma vez que a

Terra está em constantes mudanças, se movendo e sendo rearranjada. Silva (2002) resume bem o que

se pretende dizer ao falar em mapeamento, salientando que este termo remete a busca para

fundamentar uma ordenação dos fatos do mundo - do desenvolvimento dos sistemas ou processos

naturais, sociais e/ou econômicos e de sua representação cartográfica.

Para realizar os mapeamentos geomorfológicos, sejam estes em escalas regionais ou de detalhe, são

necessários dados dos elementos de descrição do relevo, considerando a investigação de elementos que

possam subsidiar tanto a compreensão de sua formação, como sugerir idade e dinâmica dos processos

atuantes na evolução da paisagem, sendo a representação da superfície, bi ou tridimensional, a base

para iniciar um projeto desta magnitude.

As técnicas de Sensoriamento Remoto há algumas décadas vem contribuindo significativamente para o

desenvolvimento dos Mapeamentos Geomorfológicos. O Sensoriamento Remoto pode ser definido de

uma forma geral, segundo Jensen (1949), como a aquisição de dados sobre um objeto sem tocá-lo.

Ainda pode se afirmar que um dos principais objetivos desta ciência é aumentar a percepção sensorial

humana da superfície terrestre através do registro e da análise das interações entre a radiação

eletromagnética e as diversas substâncias que fazem parte da Terra, permitindo o imageamento de

áreas em diferentes escalas.

Diversas são as metodologias utilizadas para representar o relevo e confeccionar os mapas

geomorfológicos e, desde o século passado, que o Sensoriamento Remoto vem auxiliando o

conhecimento, a representação e o estudo da Terra, uma vez que fornece informações espaciais,

espectrais e temporais de valor, de forma que seja eficiente e econômica.

A partir da década de 70, com o aprimoramento dos sensores orbitais e, consequentemente, nos anos

seguintes dos computadores, estudos detalhados sobre a superfície terrestre puderam ser aprimorados.

Geomorfólogos passaram a utilizar os dados oriundos dos sensores remotos para identificar e

interpretar as feições geomorfológicas da superfície terrestre.

Assim, aliar o estudo de temas como o mapeamento geomorfológico nos últimos 30 anos e a evolução

do Sensoriamento Remoto se tornou o principal desafio para o desenvolvimento desta pesquisa.

Desta forma, em termos gerais, objetiva-se neste trabalho apresentar um levantamento das principais

Imagens de Satélites que no decorrer das últimas décadas vem sendo utilizadas como base na

elaboração de mapeamentos geomorfológicos, procurando investigar os motivos que levaram à

utilização das mesmas no decorrer dos anos e, ainda, subsidiar a indicação de quais imagens,

disponíveis atualmente no mercado, seria as mais apropriadas para gerar mapas geomorfológicos,

levando em consideração resolução espectral, custo e disponibilidades das mesmas.

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Materiais e Métodos

Ab’Saber (1969) colocou que ao se analisar uma boa carta ou um grupo de fotografias aéreas de escala

apropriada pode se obter uma boa idéia da compartimentarão territorial. E com esta colocação pode-se

perceber que já em 1969 podia-se ter uma boa idéia da importância de cartas e imagens no processo de

compartimentação do relevo, que, atualmente, tem sido favorecida ainda mais com a evolução dos

sistemas computacionais e os avanços do sensoriamento remoto para a realização de mapeamentos

geomorfológicos.

Segundo Tricart (1959), o mapeamento geomorfológico atua como embasamento da pesquisa sobre o

relevo, sendo ao mesmo tempo o instrumento que direciona a pesquisa e quando concluído pode

representar uma síntese e produto desta. Xavier da Silva em 1998 ressalta que em mapeamentos

geomorfológicos apoiados por geotecnologias, inclusive as técnicas de sensoriamento remoto, as

entidades geomorfológicas podem ser identificadas por sua geometria, localização e forma, e também

através de correlações espaciais.

Desta forma, levando em consideração estas observações, ao se trabalhar com geotecnologias na

realizar de mapas geomorfológicos é de extrema importância definir a escala geográfica e a resolução

adequada ao tipo e objetivo do mapeamento, de forma que permitirá a identificação da posição e

configuração das unidades geomorfológicas (XAVIER DA SILVA, 1998).

Neste contexto, para o desenvolvimento deste trabalho foi realizado um minucioso levantamento em

livros, publicações disponíveis na internet e, principalmente, em artigos publicados em revistas e anais

de congressos brasileiros, da literatura geomorfológica que está vinculada à elaboração de

mapeamentos geomorfológicos, das principais imagens de satélites utilizadas pela ciência

geomorfológica, bem como as imagens disponíveis atualmente no mercado que podem ser utilizadas

para este objetivo. Em paralelo, foi conduzida uma avaliação sobre formas de aplicação das imagens

nos mapeamentos geomorfológicos, escalas trabalhadas, resoluções espectrais das imagens e custos

das mesmas; estes tópicos foram fundamentais e relevantes para que se embasasse a construção de um

histórico das técnicas de sensoriamento remoto em associação com a própria evolução e aplicação

metodológica no mapeamento geomorfológico.

Resultados e Discussões

Neste capítulo serão discutidas as características relevantes das principais imagens de satélites

existentes para comercialização atualmente e que já foram utilizadas nos mapeamentos

geomorfológicos, a saber: imagens SRTM, ASTER, MODIS e IKONOS, LANDSAT e SPOT.

O projeto Shuttle Radar Topography Mission (SRTM) foi realizado em fevereiro do ano 2000 para

mapear o relevo da área continental da Terra com interferometria de radar entre 60º de latitude norte e

54º de latitude sul, o que corresponde aproximadamente 80% das áreas emersas do planeta, uma

parceria das agências espaciais dos Estados Unidos (NASA e NIMA), Alemanha (DLR) e Itália (ASI).

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A NASA processou os dados brutos do SRTM e, apesar de obtidos com resolução espacial em

aproximadamente 30m na região do equador, somente os Estados Unidos possuem os dados com este

nível de detalhe. Para os demais países, houve uma reamostragem dos dados para, aproximadamente,

90m de resolução espacial, o que pode ser considerado razoável para análises em escalas pequenas ou

médias, mas não é aconselhada para estudos detalhados. Os produtos do SRTM apesar de estarem

disponíveis gratuitamente na Internet necessitam de tratamento adequado para serem utilizados para

distintos objetivos, tais como para auxílio no reconhecimento de diferentes feições morfológicas do

terreno. Em 2005 a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) processou os dados

para o território brasileiro e estes estão disponíveis em escala 1:250.000, ou para algumas áreas em

diferentes escalas como pode ser visto pelo exemplo da figura 1. Os dados brutos baixados do site da

NASA foram cuidadosamente corrigidos e padronizados, eliminando falhas, sombras e distorções. O

resultado disponibilizado é uma série de mapas em que cada pontinho (pixel) tem um valor altimétrico

real, visualmente convertido em falsas cores, simbolizando as diversas altitudes. Com isso, o Brasil

passou a ter dados altimétricos precisos de todo seu território, incluindo os acidentes geográficos mais

inacessíveis, onde nunca foi possível medir as altitudes manualmente.

Figura 1: Diferentes tratamentos nas imagens disponiblizadas pelo SRTM mostrando os diversos níveis de detalhamento da morfologia de um trecho do município de Caldas Novas no estado de Goiás. Fonte: http://www.relevobr.cnpm.embrapa.br.

Autores como Carvalho e Latrubesse (2004), analisando a utilização dos modelos SRTM para o estudo

do reconhecimento da macrogeomorfologia da bacia do Rio Araguaia, geraram produtos que se

mostraram eficazes na compartimentação do relevo, porém, ressaltam alguns problemas encontrados

na aplicação do modelo em áreas com baixa declividade. Segundo os autores estes problemas estão

relacionados ao ruído aleatório inerentes aos modelos SRTM e à deficiência da reflexão dos sinais do

radar em corpos d’água e em áreas alagáveis. Isto leva a falsas interpretações da imagem, uma vez que

áreas alagadas e pequenos corpos d’água podem ser interpretados como continuidade da superfície

terrestre.

Almeida Filho et al. (2005) estudaram a integração de dados SRTM com imagens do sensor ASTER

(Advanced Spacebome Thermal Emission and Reflection Radiometer) na Serra da Cangalha,

localizado na divisa entre os estados de Tocantins e Maranhão. Estes autores mostraram que o uso de

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imagens multiespectrais de alta resolução, utilizado em conjunto com modelos de elevação oriundos

do SRTM, podem melhorar a interpretação estrutural de áreas geologicamente complexas.

Enquanto Grohmann et al. (2007) realizaram uma avaliação do uso dos modelos SRTM para estudos

que buscam integrar a geomorfologia e a morfotectônica na área do Maciço Alcalino de Poços de

Caldas (MG). Parâmetros como declividade, orientação de vertentes, rugosidade de relevo e

superfícies de base foram levados em consideração e pode-se verificar que os modelos SRTM possuem

nível de detalhe suficiente para se trabalhar em escalas de até 1:50.000, sendo que, neste caso é

necessário reamostrar os dados para adequar a resolução à escala de semi-detalhe. Para análises em

escalas de 1:100.000 ou menores, como por exemplo 1:500.000, a reamostragem dos dados não é

explicitamente necessária, mas em trabalhos regionais o volume de dados torna-se denso para o

detalhe exigido, sendo recomendável a reamostragem para cada escala de trabalho.

As imagens ASTER (Advanced Spacebone Thermal Emission na Reflection Radiometer) são

resultantes do satélite TERRA, lançado pela NASA em dezembro de 1999, como parte do programa

Earth Observing System (EOS). O ASTER obtém informação detalhada, dentre outros elementos,

sobre a elevação da superfície terrestre. É o único instrumento capaz de obter imagens de alta

resolução, entre 15 e 90m, dependendo do espectro tratado e serve como uma lente de aumento para

outros instrumentos do satélite TERRA (JENSEN, 1949).

As imagens TERRA/ASTER, para trabalho geomorfológico, geralmente são utilizadas para realizar a

interpretação visual das áreas. Os trabalhos avaliados geralmente utilizam os dados de altimetria do

SRTM e em conjunto as imagens TERRA/ASTER para melhorar a qualidade das análises.

Como exemplo deste tipo de trabalho podemos citar o trabalho realizado por Almeida Filho et al.

(2005). Estes autores estudaram a integração de dados SRTM com imagens do sensor ASTER na Serra

da Cangalha, localizado na divisa entre os estados de Tocantins e Maranhão. Os autores mostram que o

uso de imagens multiespectrais de alta resolução utilizado juntamente com modelos de elevação

oriundos do SRTM melhorou a interpretação estrutural de áreas geologicamente complexas (Figura 2).

Figura 2: Vista em perspectiva da Serra da Cangalha obtida através da sobreposição da imagem ASTER ao modelo SRTM. Fonte: Almeida Filho et al. (2005). Já Cremon (2008) utilizou os dados altimétricos do SRTM e as imagens do ASTER (15m) para mapear

as formas de relevo no terraço baixo do Alto Rio Paraná, na região de Taquaruçu (MS). Segundo os

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autores estas análises permitiram verificar um conjunto de leques, a disposição das formas do terraço,

que subsidiou a identificação da ocorrência de movimentos tectônicos, chegando assim ao objetivo

inicial da proposta de trabalho.

No entanto, atualmente, para adquirir imagens ASTER tem-se que realizar um investimento inicial.

Pesquisando em algumas empresas, obtivemos um valor médio para aquisição de uma cena contendo

um conjunto de três pares aproximadamente R$ 7.000,00 (sete mil reais), caso a programação da

obtenção seja para o período diurno, e caso seja para o período noturno o investimento gira em torno

de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Cenas de 60 por 60 km com 15m de resolução já adquiridas, ou seja,

não programadas, podem ser obtidas por valores aproximados de R$ 200,00 (duzentos) até 2.000,00

(dois mil reais), dependendo do processamento que as mesmas sofreram.

As imagens adquiridas pelo sensor MODIS (MODerate-resolution Imaging Spectroradiometer) que

corresponde ao principal instrumento a bordo do satélite TERRA (EOS AM-1) e AQUA (EOS-PM),

um dos Sistemas de Observação da superfície terrestre da NASA, realiza observações de toda a

superfície terrestre a cada um ou dois dias. Estes dados contribuem para melhorar nossa compreensão

da dinâmica global e dos processos que ocorrem na terra, principalmente, nos oceanos e na atmosfera

mais baixa. O tamanho do pixel em terra varia de 250 a 1000 metros de acordo com as bandas

utilizadas (RUDORFF, 2007).

Embora, a maioria dos artigos pesquisados que utilizaram as imagens obtidas através deste sensor

sejam direcionados para a utilização na agricultura (estimativas de produtividade), para o

monitoramento da paisagem de unidades de conservação, monitoramento de áreas alagáveis. sistemas

aquáticos continentais, inferência de aerossóis, entre outros, há também aplicações para a elaboração

de mapas geomorfológicos. Hermuche et al. (2003), por exemplo, elaborou um mapa de

compartimentação geomorfológica em escala regional da bacia do rio Paranã com a metodologia

baseada em parâmetros morfométricos (declividade e altimetria) e utilizou imagem de satélite do

sensor MODIS para análise do seu mapeamento. E comparou o mapa elaborado com o mapeamento

geomorfológico realizado pelo projeto RADAMBRASIL (1983). Segundo os autores a

compartimentação gerada permitiu a identificação dos padrões e delimitou com precisão as grandes

unidades geomorfológicas da bacia do rio Paraná e, assim, a imagem MODIS possibilitou o

reconhecimento em escala regional da área de estudo, permitindo a visualização e identificação dos

terrenos calcários que não coincidiu com a unidade delimitada pelo RADAMBRASIL, corroborando

com o nível de detalhamento mais preciso do mapa gerado.

O satélite IKONOS II, lançado em setembro de 1999, e que está operando desde o início de janeiro de

2000, geram imagens que garantem uma cobertura completa da terra, podendo gerar imagens com alta

resolução espacial, um metro na pancromática (imagens em preto e branco) e quatro metros na

multiespectral (imagens coloridas), permitindo investigações na escala de até 1:2.500 (escala de

detalhe).

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Os dados, por sua vez, não são adquiridos continuamente, como acontece com outros satélites, como

por exemplo, o LANDSAT, mas sim de forma programada. Considerando principalmente sua

resolução espacial, são inúmeras as aplicações destas imagens como mapeamentos urbanos e de

cadastro, uso e ocupação do solo, agricultura convencional e de precisão, manejo florestal, turismo,

perícias e questões ambientais, entre outros.

As imagens IKONOS têm uma grande variação de preço (R$ 50,00 – cinquenta reais - a R$ 200,00 -

duzentos reais), de acordo com a precisão planimétrica, que indica a precisão de um objeto

identificado na imagem. Esta precisão é chamada de confiabilidade e é avaliado pelo Erro Circular ao

nível de confiança de 90%. Isto significa que se o valor CE90 for igual a 15m pode-se afirmar que a

posição geográfica do objeto obtida na imagem, estará deslocada no máximo 15m da posição real do

objeto no terreno em 90% das vezes (www.spaceimaging.com.br). Para separar as imagens IKONOS

de acordo com a exatidão, as mesmas foram separadas em 5 categorias, tais como: a GEO que possui

uma exatidão de 15m CE 90%, a REFERENCE que tem exatidão de 25m CE 90%, a PRO possui

exatidão de 10m CE90%, a PRECISION tem precisão de 4m CE90% e PRECISION PLUS com

exatidão de 2m CE90% (Tabela 1). Tabela 1: Erro Circular apresentado nas imagens IKONOS. Importante ressaltar que RMSE significa Erro Médio Quadrático em português e PEC significa Padrão de Exatidão Cartográfica. Fonte: www.spaceimaging.com.br

Nível de Produto CE90 RMSE PEC Classe A (Brasil) Geo 15m* NA** NA** Reference 25m 11,8 1:50.000 Pro 10m 4,8 1:25.000 Precision 4m 1,9m 1:10.000 PrecisionPlus 2m 0,9m 1:5.000

* Não considerados os efeitos do relevo; ** Não Especificada.

O trabalho de Avila (2005), que se refere à elaboração de um mapeamento geomorfológico preliminar

da porção sudoeste de Anápolis (GO) em escala 1:25.000, procurou identificar e delimitar as formas

do relevo antrópico (considerado pelo autor como voçorocas, ravinas e áreas assoreadas) através da

utilização das imagens IKONOS (Figura 3). Como resultado desta classificação antrópica, através da

imagem de detalhe, o autor conseguiu mapear 53 (cinquenta e três) erosões aceleradas e dois locais

onde ocorre assoreamento, e o que talvez o mesmo não conseguisse identificar em imagens com baixa

resolução espacial, como por exemplo, as descritas anteriormente.

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Figura 3: Mapa geomorfológico da porção sudoeste de Anápolis. Fonte: Avila, 2005.

Avaliamos também as imagens dos satélites LANDSAT (Land Remote Sensing Satellite) e SPOT

(Satellite Pour l'Observation de la Terre), e é importante ressaltar que as imagens deste dois satélites

serão tratadas em conjunto, uma vez que, os trabalhos relacionados aos mapeamentos geomorfológico

selecionados para ser tratado neste artigo trabalham com as duas imagens.

A série LANDSAT foi iniciada na década de 60, em um projeto desenvolvido pela Agência Espacial

Americana dedicado exclusivamente à observação dos recursos terrestres. Desde 1972 foram lançados

sete satélites do Programa LANDSAT, destes satélites, atualmente, somente o LANDSAT 5 continua

ativo contribuindo para o mapeamento temático da superfície terrestre. A área imageada pelo

LANDSAT corresponde a uma faixa de 185 km de largura no terreno, dependendo da “versão” do

LANDSATA, com resolução espacial de até 15 m (na pancromática – LANDSAT 7), o que permite

aplicações diretas até a escala de 1:25.000, e possui sete bandas espectrais. As imagens LANDSAT

podem ser obtidas gratuitamente no site do INPE ou da NASA.

O programa SPOT foi planejado e projetado desde o início como um sistema operacional e comercial

de observação da Terra. A série SPOT foi iniciada em 1986 com o satélite SPOT 1 e já foram lançados

com sucesso os SPOT 1, 2, 3 e 4. Hoje a plataforma do SPOT está em órbita com três satélites (2, 4 e

5) o que possibilita acesso a qualquer ponto da Terra em menos de 24 horas e atuando em conjunto,

com revisitas a uma mesma área em intervalos de 3 a 5 dias. Os satélites da família SPOT operam com

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sensores ópticos, em bandas do visível, infravermelho próximo e infravermelho médio. Com o

lançamento do SPOT 5, ocorrido em maio de 2002, a missão inaugurou a possibilidade de aquisição de

imagens orbitais tridimensionais graças a sua capacidade de visada lateral de até 27º (estereoscopia

cilíndrica) e também conseguiu melhorar a resolução espacial do canal pancromático para cinco

metros. As cenas recobrem 60 por 60 km e o valor médio de uma cena varia em torno de R$ 1.200,00

(mil e duzentos reais).

A autora Teresa Florenzano (1996) realizou um trabalho intitulado “Dados Multisensores para

Mapeamento Geomorfológico de regiões da Amazônia”, com o objetivo de avaliar a contribuição de

imagens LANDSAT e SPOT para elaboração deste mapeamento. Foram analisadas imagens

analógicas e digitais nas escalas 1:100.000 e 1:250.000 e a interpretação das mesmas foi feita através

da análise dos elementos de imagens, forma tonalidade/cor, textura, tamanho, padrão, associação e

contexto. Ao final do trabalho foram identificadas três categorias de relevo de acordo com a

morfogênese, e autora salientou em suas conclusões que novos testes com novas imagens deveriam ser

realizados para avaliar principalmente as áreas com alta densidade de cobertura vegetal, onde existe

maior dificuldade na identificação das feições.

Em outro artigo publicado em 1998 esta mesma autora utiliza-se das imagens LANDSAT e SPOT para

a construção de cartas geomorfológicas de uma região do rio Taquari no Mato Grosso do Sul. Foram

analisadas imagens analógicas e digitais de diferentes períodos de aquisição. Aos dados digitais foram

aplicadas técnicas de realce de imagens e obtidas composições coloridas multiespectrais. A análise e

interpretação das imagens e das cartas topográficas, além das informações de campo, possibilitaram

identificar nove unidades de relevo, agrupadas em três categorias de acordo com a morfogênese:

formas estruturais/denudacionais (escarpas), formas denudacionais (pedimentos, tabuleiros, colinas e

relevos residuais) e formas de acumulação (planícies fluviais e planície do pantanal; esta subdividida

em pouco úmida, úmida e muito úmida). Na conclusão a autora mostra que as imagens LANDSAT e

SPOT permitem elaborar cartas geomorfológicas da área de estudo, na escala de 1:100.000, entretanto

o apoio das cartas topográficas é fundamental na definição mais precisa dos limites das unidades de

relevo, bem como na caracterização morfométrica destas unidades (FLORENZANO, 1998).

Além das imagens citadas anteriormente, existem outras tais como: CBERS (1999), RESOUCESAT

(1998), QUICKBIRD (2001), ALOS (2006), GEOEYE (2008), etc., que ou nunca foram utilizadas ou

são muito pouco utilizadas na realização dos mapeamentos geomorfológicos, e por este motivo foram

deixadas para serem avaliadas em outro momento desta pesquisa. A maior parte das imagens

supracitadas possui alta resolução espacial, e talvez este seja o motivo da pouca utilização das mesmas

para o mapeamento geomorfológico em escala de investigação de abrangência mais regional.

Muitos trabalhos, como por exemplo, os citados no início do texto, utilizam-se dos dados disponíveis

gratuitamente do SRTM para confecção do modelo digital de elevação (MDE) e com auxílio de uma

imagem realizam a análise do mapeamento geomorfológico. Os dados do SRTM produzem bons

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MDEs, o que é um importante aliado para a interpretação e mapeamento geomorfológico (Figuras 4A

e 4B). As imagens ASTER foram utilizadas desta mesma maneira. As imagens provenientes do sensor

MODIS, assim com as imagens ASTER, foram utilizadas para realização de mapeamentos regionais,

permitindo identificar grandes unidades geomorfológicas. As imagens IKONOS são imagens de alta

resolução espacial, ou seja, dependendo do tipo de imagem pode se identificar um objeto de até dois

metros, e diferentemente dos mapeamentos que utilizaram as imagens ASTER e MODIS, à imagem

IKONOS utilizada na pesquisa serviu para realização de mapeamento geomorfológico de detalhe

(Figura 5). E, por último, os trabalhos que serviram de exemplos e que utilizaram as imagens

LANDSAT e SPOT para realização do mapeamento geomorfológico, ressaltam a importância das

cartas topográficas para complementação dos mesmos. Assim, cartas topográficas e MDEs tornam-se

instrumentos fundamentais, principalmente, em pesquisas que utilizam imagens de baixa resolução

espacial, ou seja, onde os pixels podem ter tamanhos tão grandes que acabam por realizar uma

generalização das feições geomorfológicas. A figura 6 apresenta uma área imageada por diversos

sensores e mostra a diferença que a resolução espacial pode ocasionar em uma interpretação visual.

Figura 4: A - modelo SRTM para a América do sul; B - modelo do relevo da carta NA-20-Y-D-III-1, localizada no estado do Amazonas. Fontes: A – Grohmann et al. (2008); B - www.relevobr.cnpm.embrapa.br.

A

B

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Figura 5: Imagem IKONOS de um trecho da Comunidade da Rocinha (RJ). Fonte: www.spaceimage.com.br.

Figura 6: Imagens de diferentes sensores e resoluções espaciais para discriminar áreas urbanas da região leste de SP. Fonte: Melo (2003).

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Conclusões

Afirmar que existe um tipo ideal de dado e/ou imagem de sensoriamento remoto para realizar o

mapeamento geomorfológico, seja este em escala de abrangência regional ou de detalhe, é algo que

através de estudos percebe-se que não é possível. Nenhuma imagem de satélite sozinha pode ser

considerada ideal para classificar as formas de relevos existentes. Como salientado por alguns autores

é necessário, além da especialização do profissional em geomorfologia e em sensoriamento remoto, o

auxílio de uma série de outros elementos, tais como Modelo Digital de Elevação, carta topográfica,

fotografias aéreas, entre outros. De acordo com a área territorial de investigação e com a escala que

venha suprir os objetivos de estudo, esta que deve estar diretamente relacionada a resolução espacial

da imagem, também existirão imagens mais ou menos apropriadas para a realização do mapeamento.

Porém, desde o surgimento do sensoriamento remoto que os geomorfólogos utilizam-se dos dados e/ou

imagens de satélites para ajudar no avanço dos mapeamentos. Sem dúvida, que os cientistas

conseguiram muitos avanços com esta prática, pois as imagens permitem a aquisição de informações

físicas e até mesmo sugerir informações a respeito da constituição químicas das coberturas da

superfície terrestre, o que muitas vezes pode diminuir significativamente a necessidade de gastos

elevados com saídas de campo ou de checar um dado em uma área isolada e de difícil acesso; além de

acelerar o tempo de realização do mapeamento.

Atualmente, as imagens de alta resolução ampliaram os estudos para realização dos mapeamentos

geomorfológicos de detalhe com imagens que permitem identificar um objeto de até dois metros no

terreno, contribuindo assim significantemente para identificar distintas feições geomorfológicas. No

entanto, é necessário dispor de verba para aquisição destas imagens de alta resolução e é importante

levar em consideração tanto o custo que o projeto teria se caso fosse necessário a realização de idas ao

campo para checagem das feições reconhecidas em gabinete, e que dependendo da área de abrangência

do mapeamento e da acessibilidade elevaria significantemente os custos da pesquisa. Além destas

questões, é de fundamental importância se levar em consideração que há necessidade que o

pesquisador tenha uma boa qualificação em Sensoriamento Remoto e técnicas de Geoprocessamento

para realização de um bom mapeamento geomorfológico.

Cabe ressaltar ainda, que existem imagens gratuitas que atualmente estão cada vez mais acessíveis aos

pesquisadores, permitindo e facilitando o emprego das novas técnicas na realização dos mapeamentos,

e que geralmente estão mais voltados para abrangência regionais. Tal fato não representa apenas uma

evolução nos procedimentos metodológicos dos mapeamentos geomorfológicos, mas sim uma

revolução e inovação para a própria ciência geográfica e áreas afins.

Diante de todo exposto pode se perceber como a evolução das técnicas de sensoriamento remoto vem

contribuindo cada vez mais para os estudos geomorfológicos. Anteriormente, quando só existiam as

fotografias aéreas, estas eram ideais para estudar formas de relevo numa região livre de nuvens, com

os avanços do sensoriamento remoto, hoje, os dados e imagens oriundas de radar podem ser ideais para

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estudar formas em ambientes coberto por nuvens. Imagens de baixa resolução somente permitiam

mapeamentos em escala regional, agora com as imagens de alta resolução os mapeamentos de detalhe

podem ser realizados com bastante precisão. Modelos digitais de terreno eram produzidos somente a

partir de dados hipsométricos, atualmente com os dadosobtidos, por exemplo, do SRTM tem-se MDEs

mais precisos, representando mais fielmente através de um modelo de elevação a superfície terrestre

Estas são algumas das contribuições do sensoriamento remoto para a geomorfologia e que foram

relatadas neste trabalho.

Assim, rotineiramente cientistas utilizam os dados e/ou as imagens de satélite para identificar e

interpretar feições e acompanhar processos tantos físicos quanto voltados à ocupação da superfície

terrestre. E este entendimento e avaliação especificamente para compreensão das formas e processos

geomorfológicos, que são passíveis de apreensão em imagens de sensores remotos, correspondem a

um grande avanço para a ciência geomorfológica.

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