contravenções penais e o rito da lei 9099

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ICESPE / FACULDADES PROMOVE CURSO DE DIREITO DISCIPLINA: DIREITO PENAL V PROFESSORA: KENIA CARINA J. S. A. NOGUEIRA CONTRAVENÇÕES PENAIS E O RITO DA LEI Nº 9.009/95 Cassiandro Rodrigues Ronzani Brasília-DF/2013

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  • ICESPE / FACULDADES PROMOVE

    CURSO DE DIREITO

    DISCIPLINA: DIREITO PENAL V

    PROFESSORA: KENIA CARINA J. S. A. NOGUEIRA

    CONTRAVENES PENAIS E O RITO DA LEI N 9.009/95

    Cassiandro Rodrigues Ronzani

    Braslia-DF/2013

  • ICESPE / FACULDADES PROMOVE

    CURSO DE DIREITO

    DISCIPLINA: DIREITO PENAL V

    PROFESSORA: KENIA CARINA J. S. A. NOGUEIRA

    CONTRAVENES PENAIS E O RITO DA LEI N 9.009/95

    Trabalho apresentado como requisito

    parcial para obteno de aprovao na

    disciplina Direito Penal V, no Curso de

    Direito, na Faculdade

    UNICESP/PROMOVE.

    Braslia-DF/2013

  • SUMRIO

    INTRODUO ............................................................................................................4

    1. DAS CONTRAVENES PENAIS.........................................................................5

    1.1. Conceito e aspectos gerais...........................................................................5

    1.2. Das contravenes em espcie ....................................................................7

    2. DO RITO DA LEI N 9.099/95 DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS ........11

    2.1. Consideraes gerais .................................................................................11

    2.2. Princpios, objetivos e competncia............................................................12

    2.3. Do procedimento.........................................................................................13

    2.3.1. Procedimento antes do oferecimento de denncia ou queixa fase

    preliminar ...........................................................................................................14

    2.3.2. Procedimento comum pelo rito sumarissimo ......................................15

    CONSIDERAES FINAIS ......................................................................................17

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .........................................................................19

  • 4

    INTRODUO

    O trabalho a seguir tem como objeto as contravenes penais dentro do vis

    do rito sumarissimo preconizado pela Lei n 9.099/95. Lanando-se mo de uma

    abordagem bibliogrfica, calcada na doutrina e na legislao atinente, pretendeu-se

    fazer as inter-relaes concernentes aos dois tpicos que encabeam o trabalho em

    apreo.

    Optou-se, primeiramente, por uma trajetria pela Lei das Contravenes

    Penais, por se tratar de direito material. Os principais aspectos acerca das

    contravenes penais, que as diferenciam dos crimes, foram o foco inicial. Aps tal

    intento, a anlise dos oito captulos que perfazem o diploma das contravenes

    foram alvo de anlise, com vistas a averiguar quais condutas ainda esto em vigor.

    Em continuao ao labor a que se disps empreender, foi feita uma descrio

    do procedimento comum, rito sumarissimo, luz da Lei n 9.099/95. Desde

    definies de competncia at o procedimento propriamente dito foram alvo de

    anlise.

    Por fim, em sede de consideraes finais, foi possvel constatar as similitudes

    e distanciamentos dos diplomas que regulamentam as contravenes penais e o rito

    sumarissimo, respectivamente.

    Em face ao exposto, de se enfatizar a importante contribuio para o saber

    jurdico e acadmico de se fazer ilaes entre institutos do direito. No caso em tela,

    direito material e direito processual so os ingredientes que se buscou sistematizar,

    dentro dos consectrios da interdisciplinaridade. Numa perspectiva que evita o saber

    estanque, bem como a soberba acadmica, envidou-se esforos no sentido da

    objetividade e conciso argumentativa.

  • 5

    1. DAS CONTRAVENES PENAIS

    1.1. Conceito e aspectos gerais

    As contravenes penais, de acordo com a Lei de Introduo do Cdigo

    Penal, art. 1, so aquelas infraes penais a que a lei comina, isoladamente, pena

    de priso simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente1.

    Damsio E. de Jesus, aps percorrer os caminhos da definio material e

    formal de contraveno, identifica os seguintes elementos do fato tpico

    contravencional, in verbis:

    1) conduta humana dolosa ou culposa; 2) resultado (salvo nas contravenes que no possuem resultado); 3) nexo de causalidade (somente nas contravenes materiais); 4) tipicidade (enquadramento dos elementos anteriores a uma norma penal contravencional). Em regra, o fato tpico contravencional composto de conduta dolosa ou culposa e tipicidade.

    2

    A definio de contraveno penal fruto da adoo da teoria bipartida

    acerca das infraes penais. Nesse sentido, infrao penal gnero que comporta

    duas espcies: crimes ou delitos (sinnimos) e contravenes penais3.

    As contravenes penais guardam algumas peculiaridades em relao aos

    crimes. Nesse contexto, penas aplicveis, incio da persecuo penal, no admisso

    da tentativa, princpio da territorialidade estrita, so exemplos do trato diferenciado

    dado s contravenes penais.

    Exemplificando e sistematizando as principais diferenas entre crime e

    contravenes penais, Gabriel Habib muito bem ilustra o quadro a seguir:

    1 BRASIL. Decreto-Lei n 3.914 (1941). Decreto-Lei n 3.914, de 9 de dezembro de 1941. Lei de introduo do

    Cdigo Penal (decreto-lei n. 2.848, de 7-12-940) e da Lei das Contravenes Penais (decreto-lei n. 3.688, de 3 outubro de 1941). Disponvel em: . Acesso em: 20/11/2013.

    2 JESUS, Damsio Evangelista de. Lei das Contravenes Penais anotada: Decreto-lei n 3.688, de 3-10-

    1941. 12. ed. So Paulo: Saraiva, 2010, p. 15. 3 HABIB, Gabriel. Leis penais especiais, Tomo II. Jus Podivm: Salvador, 2010, p. 156.

  • 6

    Crime Contraveno penal

    Infrao penal que a lei comina pena de recluso ou de deteno, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa

    Infrao penal a que a lei comina, isoladamente, pena de priso simples ou de muita, ou ambas, alternativa ou cumulativamente

    Pode ser de ao penai pblica incondicionada, pblica condicionada ou de ao penai de iniciativa privada

    So todas de ao penal pblica incondicionada

    Admitem ou no a tentativa, a depender da sua natureza

    No admitem tentativa

    Nem todos so considerados infraes penais de menor potencial ofensivo

    Todas so consideradas infraes penais de menor potencial ofensivo

    A lei brasileira pode ser aplicada aos crimes praticados no territrio nacional ou fora dele

    A lei brasileira s aplicvel s contravenes penais praticadas no territrio brasileiro

    Fonte: HABIB, Gabriel. Leis penais especiais, Tomo II. Jus Podivm: Salvador, 2010, p. 157.

    Outras peculiaridades no trazidas no quadro acima so a competncia para

    o julgamento e a reincidncia. A competncia para julgamento, em regra, por se

    tratarem de infraes penais de menor potencial lesivo, ser dos Juizados Especiais

    Criminal, que ser melhor explorada no captulo seguinte. Quanto reincidncia,

    tendo por base o art. 7 da Lei de Contravenes Penais, Decreto-Lei n 3.688/414,

    assim sistematizou Damsio E. de Jesus, no que se refere s duas possibilidades de

    haver reincidncia:

    1) quando o sujeito comete duas contravenes, medeando uma sentena condenatria irrecorrvel em relao primeira; 2) quando pratica um crime e depois uma contraveno, medeando a condenao irrecorrvel em relao ao primeiro.

    5

    4 BRASIL. Decreto-Lei n 3.688 (1941). Decreto-Lei n 3.688, de 9 de dezembro de 1941. Lei das

    Contravenes Penais. Disponvel em: . Acesso em: 20/11/2013.

    5 JESUS, Damsio Evangelista de. Lei das Contravenes Penais anotada: Decreto-lei n 3.688, de 3-10-

    1941. 12. ed. So Paulo: Saraiva, 2010, p. 43.

  • 7

    1.2. Das contravenes em espcie

    A Lei de Contravenes Penais, Decreto-Lei n 3.688/41, em sua Parte

    Especial tipifica as condutas que se consubstanciam em contravenes penais.

    Esto tais contravenes dispostas em oito diferentes captulos, de acordo com o

    bem jurdico tutela, a saber:

    a) Captulo I Das Contravenes Referentes Pessoa;

    b) Captulo II Das Contravenes Referentes ao Patrimnio;

    c) Captulo III Das Contravenes Referentes Incolumidade Pblica;

    d) Captulo IV Das Contravenes Referentes Paz Pblica;

    e) Captulo V Das Contravenes Referentes F Pblica;

    f) Captulo VI Das Contravenes Relativas Organizao do Trabalho;

    g) Captulo VII Das Contravenes Relativas Polcia de Costumes;

    h) Captulo VIII Das Contravenes Referentes Administrao Pblica.

    O Captulo I, que trata das contravenes referentes pessoa, composto

    pelo seguinte: fabrico, comrcio ou reteno de armas ou munio; porte de arma;

    anncio de meio abortivo; vias de fato; internao irregular em estabelecimento

    psiquitrico; e indevida custdia de doente mental.

    Das contravenes acima cabe ressaltar que em se tratando de fabrico,

    comrcio ou reteno de armas ou munio; porte de arma houve derrogao de

    tais condutas, primeiramente por conta da Lei n 9.437/976, esta revogada pela Lei

    10.826/03 (Estatuto do Desarmamento)7, que define como crime as condutas

    aludidas, quando referentes arma de fogo. Com isso, permanece como

    contraveno apenas as condutas acima citadas em relao arma branca.

    O Captulo II, que traz as contravenes referentes ao patrimnio, configura-

    se com as contravenes de instrumento de emprego usual na prtica de furto;

    6 BRASIL. Lei n 9.437 (1997). Lei n 9.437, de 20 de fevereiro de 1997. Institui o Sistema Nacional de Armas -

    SINARM, estabelece condies para o registro e para o porte de arma de fogo, define crimes e d outras providncias. Disponvel em: . Acesso em: 20/11/2013.

    7 ______. Lei n 10.826 (2003). Lei n 10.826, de 22 de dezembro de 2003. Dispe sobre registro, posse e

    comercializao de armas de fogo e munio, sobre o Sistema Nacional de Armas Sinarm, define crimes e d outras providncias. Disponvel em: . Acesso em: 20/11/2013.

  • 8

    posse no justificada de instrumento de emprego usual na prtica de furto; violao

    de lugar ou objeto; explorao de credulidade pblica. Destas, somente a

    explorao de credulidade pblica no mais em vigor est, foi revogada pela Lei n

    9.521/978.

    As contravenes referentes incolumidade pblica (Captulo III), por sua

    vez, so assim dispostas: disparo de arma de fogo; desabamento de construo;

    perigo de desabamento; omisso de cautela na guarda ou conduo de animais;

    falta de habilitao para dirigir veculo; direo no licenciada de aeronave; direo

    perigosa de veiculo na via pblica; abuso na prtica da aviao; sinais de perigo;

    arremesso ou colocao perigosa; e emisso de fumaa vapor ou gs.

    Quanto s contravenes acima, cabem alguns apartes no que respeita ao

    disparo de arma de fogo, falta de habilitao para dirigir veculo e direo

    perigosa de veculo na via pblica.

    O disparo de arma de fogo fora revogado por conta da Lei n 9.437/97, que

    fora revogada pela Lei 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento), no mais se trata de

    contraveno, mas de crime.

    A falta de habilitao para dirigir veculo foi derrogado pelo art. 309 do Cdigo

    de Trnsito Brasileiro, Lei n 9.503/979, restando como contraveno quando tal

    conduta se aperfeioe em relao a embarcaes a motor.

    A direo perigosa de veculo em via pblica foi revogado tambm por

    dispositivos do CTB. Os arts. 306, 308, 309 e 311 do Cdigo de Trnsito (Lei n.

    9.503, de 23-9-1997) criaram modalidades de crimes que, antes de sua vigncia,

    enquadravam-se na contraveno de direo perigosa de veculo na via pblica10.

    O Captulo IV, que trata das contravenes referentes paz pblica, contm

    os como fatos contravencionais a associao secreta; a provocao de tumulto e

    conduta inconveniente; o falso alarma; a perturbao do trabalho e sossego alheios.

    Todos os listados em pleno vigor.

    8 BRASIL. Lei n 9.521 (1997). Lei n 9.521, de 27 de novembro de 1997. Revoga o art. 27 do Decreto-lei n

    3.688, de 3 de outubro de 1941 - Lei das Contravenes Penais. Disponvel em: . Acesso em: 20/11/2013.

    9 ______. Lei n 9.503 (1997). Lei n 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Cdigo de Trnsito Brasileiro.

    Disponvel em: . Acesso em: 20/11/2013.

    10 JESUS, Damsio Evangelista de. Lei das Contravenes Penais anotada: Decreto-lei n 3.688, de 3-10-

    1941. 12. ed. So Paulo: Saraiva, 2010, p. 108.

  • 9

    O Captulo V, que alude s contravenes penais referentes f pblica, est

    disposto da seguinte forma: recusa de moeda de curso legal; imitao de moeda

    para propaganda; simulao de qualidade de funcionrio; e uso ilegtimo de

    uniforme ou distintivo.

    Quanto a esses, somente cabe comentrio da conduta de uso ilegtimo de

    uniforme ou distintivo, pois, se o agente usar, indevidamente, uniforme ou distintivo

    militar, cometer crime militar, no contraveno, de acordo com que preleciona o

    art. 172 do Cdigo Penal Militar11.

    O Captulo VI o que trata das contravenes relativas Organizao do

    Trabalho, por isso nele se enquadram as contravenes de exerccio ilegal de

    profisso ou atividade; exerccio ilegal do comrcio de coisas antigas e obras de

    arte; e matrcula ou escriturao de indstria e profisso, todos em vigor no

    ordenamento jurdico.

    O Captulo VII traz as contravenes relativas polcia de costumes, a saber:

    jogos de azar; loteria no autorizada; loteria estrangeira; loteria estadual; exibio ou

    guarda de lista de sorteio; impresso de bilhetes, listas ou anncios; distribuio ou

    transporte de listas ou avisos; publicidade de sorteio; jogo do bicho; vadiagem;

    mendicncia; embriaguez; bebidas alcolicas; crueldade contra animais; e

    perturbao da tranqilidade. Esse foi o captulo que mais sofreu interferncia

    legislativas.

    Primeiramente, as contravenes de loteria no autorizada; loteria

    estrangeira; loteria estadual; exibio ou guarda de lista de sorteio; impresso de

    bilhetes, listas ou anncios; distribuio ou transporte de listas ou avisos;

    publicidade de sorteio; e jogo do bicho tiveram suas redaes revogadas e dadas,

    respectivamente, pelos arts. 45; 46; 46, 48 e 50; 49; 51; 52; 55 e 56; e 58, todos do

    ento Decreto-Lei n 6.259/4412.

    11

    BRASIL. Decreto-Lei n 1.001 (1969). Decreto-Lei n 1.001, de 21 de outubro de 1969. Cdigo Penal Militar. Disponvel em: . Acesso em: 20/11/2013.

    12 ______. Decreto-Lei n 6.259 (1944). Decreto-Lei n 6.259, de 21 de outubro de 1944. Dispe sbre o servio

    de loterias, e d outras providncias. Disponvel em: . Acesso em: 20/11/2013.

  • 10

    Por sua vez, o dispositivo que trata da contraveno penal de mendicncia

    fora revogado pela Lei n. 11.983/0913.

    Por fim, no que concerne contraveno de crueldade contra animais, se

    presente a elementar maus tratos, estar-se- diante do crime previsto no art. 32 da

    Lei de Crimes contra o Meio Ambiente (Lei n 9.605/98)14, e no se tratando de

    contraveno penal.

    O Captulo VIII, traz as contravenes penais referentes Administrao

    Pblica. Nessa esteira, so contravenes ali tratadas a omisso de comunicao

    de crime; inumao e exumao de cadver; recusa de dados sobre prpria

    identidade ou qualificao; proibio de atividade remunerada a estrangeiro; e

    violao do privilgio postal da Unio.

    Quanto a estas cabe dois apartes. O primeiro, quanto contraveno de

    proibio de atividade remunerada a estrangeiro. Tal contraveno foi revogada pelo

    Estatuto do Estrangeiro, precisamente o inciso VIII, do art. 125, da Lei n 6.815/8015,

    que considera crime o exerccio de atividade por estrangeiro ilegalmente residindo

    no pas, punido com deportao. O segundo, quanto contraveno de violao do

    privilgio postal da Unio, tambm revogada, s que pela Lei n 6.538/7816, pois

    hoje se trata de crime.

    13

    BRASIL. Lei n 11.983 (2009). Lei n 11.983, de 16 de julho de 2009. Revoga o art. 60 do Decreto-Lei n

    o 3.688, de 3 de outubro de 1941 - Lei de Contravenes Penais. Disponvel em:

    . Acesso em: 20/11/2013.

    14 ______. Lei n 9.605 (1998). Lei n 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispe sobre as sanes penais e

    administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e d outras providncias. Disponvel em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm>. Acesso em: 20/11/2013.

    15 ______. Lei n 6.815 (1980). Lei n 6.815, de 19 de agosto de 1980. Define a situao jurdica do estrangeiro

    no Brasil, cria o Conselho Nacional de Imigrao. Disponvel em: . Acesso em: 20/11/2013.

    16 ______. Lei n 6.538 (1978). Lei n 6.538, de 22 de junho de 1978. Dispe sobre os Servios Postais.

    Disponvel em: . Acesso em: 20/11/2013.

  • 11

    2. DO RITO DA LEI N 9.099/95 DOS JUIZADOS ESPECIAIS

    CRIMINAIS

    2.1. Consideraes gerais

    A razo de ser dos Juizados Especiais e, consequentemente, do rito

    sumarissimo afeito ao processamento das aes que ali tramitam possui engate

    lgico de cunho constitucional. Nessa trilha, importante reproduzir o art. 98, inciso I,

    da CRFB/88, in verbis:

    Art. 98. A Unio, no Distrito Federal e nos Territrios, e os Estados criaro:

    I - juizados especiais, providos por juzes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliao, o julgamento e a execuo de causas cveis de menor complexidade e infraes penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumarissimo, permitidos, nas hipteses previstas em lei, a transao e o julgamento de recursos por turmas de juzes de primeiro grau;

    17

    Por sua vez, o art. 394 do CPP, com redao dada pela Lei n 11.719/08,

    prev em seu 1, inciso III, que o procedimento comum ser sumarssimo, para as

    infraes penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei18.

    Em 26 de setembro de 1995, deixando de ser apenas uma norma de

    contedo programtico o dispositivo constitucional supra, fora editada a Lei n

    9.099/9519, dispondo sobre os Juizados Especiais Cveis e Criminais.

    Nesse contexto, no obstante tal Lei trate de aspectos cveis e criminais, para

    o presente estudo, somente o que atine a parte penal que ser alvo de

    investigao, sobretudo quanto ao rito sumarissimo aplicado s aes penais.

    17

    BRASIL. Constituio da Repblica Federativa do Brasil (1988). Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponvel em: . Acesso em: 20/11/2013.

    18 ______. Decreto-Lei n 3.689 (1941). Decreto-Lei n 3.689, de 3 de outubro de 1941. Cdigo de Processo

    Penal. Disponvel em: . Acesso em: 20/11/2013.

    19 ______. Lei n 9.099 (1995). Lei n 9.099, de 26 de setembro de 1995. Dispe sobre os Juizados Especiais

    Cveis e Criminais e d outras providncias. Disponvel em: . Acesso em: 20/11/2013.

  • 12

    2.2. Princpios, objetivos e competncia

    Da leitura do art. 62 da Lei n 9.099/95 se extrai que so princpios

    informadores dos processos ali desencadeados a oralidade, a informalidade, a

    economia processual e a celeridade.

    No mesmo dispositivo acima, tambm possvel identificar os objetivos da

    marcha processual dos Juizados Especiais, a saber: a reparao de danos civis

    causados com a infrao penal e a substituio da pena privativa de liberdade por

    outra que no tenha essa natureza.

    A competncia dos Juizados Especiais, sobretudo os Criminais, repousa,

    inicialmente dos arts. 60 e 61 da Lei em apreo, in verbis:

    Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juzes togados ou togados e leigos, tem competncia para a conciliao, o julgamento e a execuo das infraes penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexo e continncia.

    Pargrafo nico. Na reunio de processos, perante o juzo comum ou o tribunal do jri, decorrentes da aplicao das regras de conexo e continncia, observar-se-o os institutos da transao penal e da composio dos danos civis.

    Art. 61. Consideram-se infraes penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenes penais e os crimes a que a lei comine pena mxima no superior a 2 (dois) anos, cumulada ou no com multa.

    A competncia dos Juizados Especiais Criminais tambm pode ser

    sistematizada nos aspectos ratione loci, ratione materiae e rarione personae.

    A competncia do Juizado Especial Criminal, tendo em vista a adoo da

    teoria da atividade, ser determinada pelo lugar em que foi praticada a infrao

    penal, de acordo com o art. 63 da Lei n 9.099/95.

    Quando em razo da matria, a competncia dos Juizados ser afastada em

    se tratando de crime militar ou crimes praticados com violncia domstica e familiar

    contra a mulher. Nesse diapaso, importante colacionar trecho da lio de Norberto

    Avena, a saber:

    Apesar dessa norma, que trata de competncia ratione loci, tambm devero ser observadas algumas regras de competncia ratione materiae.

  • 13

    Assim, por fora do art. 90-A da lei 9.099/1995, a disciplina prevista nessa lei no se aplica aos crimes militares, pouco importando que a pena mxima cominada seja igual ou inferior a dois anos. A mesma situao ocorre em relao aos crimes praticados com violncia domstica e familiar contra a mulher quando se enquadrarem na abrangncia dos arts. 5 e 7 da Lei 11.340/2006, hipteses em que, independente da pena prevista, por fora do que preceitua o art. 41 daquele diploma, no sero aplicadas as regras da Lei 9.099/1995. nesse contexto, conclusivo que, em ambos os casos citados (crimes militares e crimes com violncia domstica e familiar contra a mulher), no ser admitida a transao penal e nem tampouco a aplicao de qualquer outra regra estabelecida na Lei 9.099/1995.

    20

    Em razo da pessoa, ou seja, nos casos de em que for cometido fato

    contravencional por pessoa que goze de foro especial por prerrogativa de funo,

    tambm no se falar em julgamento nos Juizados.

    Ficar afastada tambm a competncia dos Juizados quando no for possvel

    a citao pessoal do autor do fato, devendo os autos serem enviados ao juzo

    comum.

    Por sua vez, em caso de conexo e continncia de contraveno com crime

    comum, no enquadrado no conceito de delito de menor potencial ofensivo, e com o

    fito de reconstruo crtica unitria das provas e unidade de julgamento, deve haver

    deslocamento da competncia para o juzo de atrao (foro da infrao qual dor

    cominada a pena mais grave art. 78, II, a, do CPP)21

    2.3. Do procedimento

    O procedimento afeito aos Juizados Especiais Criminais, por conta dos

    princpios e objetivos acima abordados, prima pela resoluo da lide com o menor

    prejuzo para as partes.

    Nesse contexto, de se evitar o streptus judicii, a Lei n 9.099/95 foi concebida

    com uma fase preliminar que visa extino do feito ou pela composio dos danos

    civis, ou pela transao penal. Somente aps intentadas e refutadas as tais

    possibilidades que se passar propriamente ao julgamento da ao penal.

    20

    AVENA. Norberto Cludio Pncaro. Processo penal: esquematizado. 5 ed. Rio de Janeiro: Forense. So Paulo: Mtodo, 2013, p. 699.

    21 MORAES, Alexandre de; SMANIO, Gianpaolo Poggio. Legislao penal especial. 9 ed. So Paulo: Atlas,

    2006, p. 261.

  • 14

    2.3.1. Procedimento antes do oferecimento de denncia ou queixa fase

    preliminar

    Assim que for comunicada a pratica de infrao de menor potencial ofensivo,

    dever a autoridade policial lavrar termo circunstanciado. Nesse contexto, e de

    acordo com o pargrafo nico, do art. 69, da Lei n 9.099/95, ao autor do fato que,

    aps a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o

    compromisso de a ele comparecer, no se impor priso em flagrante, nem se

    exigir fiana.

    O prximo passo dessa fase ser a realizao de audincia preliminar. Nesta

    ocasio, presentes o Ministrio Pblico, o autor do fato, a vtima, seus advogados, o

    juiz questionar acerca da existncia de dano civil e consequente composio dos

    mesmos, nos termos do art. 72 da Lei em tela.

    No existente ou no aceita a composio de danos civis, seguir o

    procedimento. Nesse ponto, no obstante ser o delito praticado de ao penal

    privada ou pblica, facultar-se- proposta de transao penal, nos termos do art. 76

    da Lei n 9.099/95. Se aceita a proposta de transao penal, cumpridos os termos

    desta, extingue-se o procedimento. No aceita pelo autor do fato a proposta de

    transao penal, seguir a marcha processual, inaugurando-se o procedimento

    sumarisimo, de acordo com o estabelecido nos arts. 77 a 81, tudo da Lei n

    9099/95.

    Caso existam danos civis, e estejam autor do fato e vtima dispostos

    respectiva composio, dois caminhos distintos exsurgir-se-o. Sendo delito de ao

    penal privada ou de ao penal pblica condicionada representao, extinguir-se-

    o direito de queixa ou de representao, encerrando-se o processo.Todavia, sendo o

    delito definido como de ao penal pblica incondicionada, compostos os danos

    civis, ser oportunizada ao Ministrio Pblico o oferecimento de transao penal ao

    autor do fato. Se aceita a proposta de transao penal, cumpridos os termos desta,

    extingue-se o procedimento. No aceita pelo autor do fato a proposta de transao

    penal, seguir a marcha processual, inaugurando-se o procedimento sumarisimo.

  • 15

    2.3.2. Procedimento comum pelo rito sumarissimo

    Antes de se passar ao rito sumarissimo propriamente dito, vale trazer tona

    celeuma sobre a aplicao ou no do art. 81 da Lei n 9.099/95 em detrimento do

    art. 396 do CPP. O art. 81 da Lei dos Juizados determina que ao defensor do

    acusado ser dada a palavra para responder imputao, somente aps isso sendo

    recebida ou rejeitada a pea acusatria. Por sua vez o art. 396 do CPP, recebida a

    denncia ou queixa, determina o aprazamento de 10 (dez) dias para que o acusado

    responda acusao.

    Duas vertentes surgem a partir da. A primeira diz que os dois dispositivos

    devem ser levados a cabo. Nos termos do art. 81 da Lei n 9.099/95, ao acusado

    caber responder antes de recebida a denncia ou queixa, alegando qualquer das

    possibilidade elencadas no art. 395 do CPP, quanto rejeio limiar da inicial, alm

    de, recebida a vestibular acusatria, poder respond-la, agora no que toca s

    hipteses de absolvio sumria do art. 397 do CPP. A segunda, aludindo ao intuito

    de celeridade nas infraes afeitas aos Juizados Especiais Criminais, alude to

    somente a reposta prevista no art. 396 do CPP, ocasio em que dever o acusado

    alegar toda a matria que interesse a sua defesa, seja causa de rejeio liminar da

    pea acusatria (art. 395 do CPP), seja hiptese de absolvio sumria (art. 397 do

    CPP).

    Neste trabalho, seguir-se- a orientao no sentido da no aplicabilidade do

    art. 396 do CPP, pois embasado na obra de AVENA (2013). No rito sumarissimo,

    inviabilizada a transao penal, nos termos do subitem antecedente, ser oferecida

    a denncia ou a queixa crime (art. 77 da Lei n 9.099/95).

    Sendo o fato de complexidade maior que os delitos afeitos ao rito em estudo,

    necessitando de diligncias, ou circunstncias do caso no permitirem a formulao

    da denncia, o Ministrio Pblico poder requerer ao Juiz o encaminhamento das

    peas existentes ao juzo comum (art. 77, 2, da Lei n 9.099/95).

    Recebida a pea acusatria, ser citado o ru e cientificados o Ministrio

    Pblico, a vtima, advogados e responsvel civil, quando for o caso. Se o ru estiver

    presente audincia preliminar ser ali citado e cientificado da audincia de

    instruo e julgamento. Se no estiver presente, ser citado pessoalmente, a fim de

    que traga toda a matria que embase sua defesa, inclusive arrolando testemunhas

  • 16

    (cinco, por simetria com o rito sumrio, e de acordo com o art. 538 do CPP).

    Destaque-se no ser possvel nesse rito a citao por edital ou por hora certa. Caso

    o acusado no seja encontrado, sero os autos, nos moldes do que determina o

    pargrafo nico, do art. 66, da Lei n 9.099/95, sero os autos encaminhados ao

    juzo comum, para que ali se proceda modalidade de citao escorreita e possvel.

    Em audincia ser franqueada a palavra ao advogado do acusado para que

    pleiteie toda a matria hbil a sua defesa, incluindo as causas de rejeio liminar da

    pea acusatria, hipteses de absolvio sumria e tudo o mais que interessa

    defesa, inclusive oferecer documento e acostar justificaes.

    Aps a manifestao do acusado, o juiz decidir sobre a rejeio ou

    recebimento da denncia ou queixa-crime. Rejeitada a vestibular acusatria,

    encerra-se o procedimento. Recebida, o juiz decidir quanto a absolvio sumria

    do ru, tendo como referncia o art. 397 do CPP. Assevere-se que da deciso que

    rejeita a denncia ou queixa cabe o recurso de apelao, no prazo de 10 (dez) dias

    (art. 82 da Lei n 9.099/95)

    No sendo ocaso de absolvio sumria, dar incio o juiz instruo. Nesse

    espeque, ser ouvida a vtima, assim como as testemunhas de acusao de defesa,

    passando-se depois ao interrogatrio do ru. Em ato contnuo, passar-se- aos

    debates orais, que podero ser substitudos por memoriais escritos, embora no

    seja previso expressa na Lei n 9.099/95.

    Procedidos todos os atos antecedentes, ser prolatada sentena. Nessa

    trilha, em homenagem oralidade e a celeridade, no h falar-se em relatrio, mas

    imprescindvel a fundamentao do decisum, luz do que preconiza o art. 93, IX

    da CRFB.

    Da deciso supracitada cabero dois recursos distintos. Quando for o caso de

    obscuridade, contradio, omisso ou dvida, no prazo de 5 (cinco) dias, e de

    acordo com o art. 83 da Lei dos Juizados, podero ser opostos embargos de

    declarao, ficando suspenso o prazo para interposio de outro recurso. No se

    tratando das causas descritas, poder-se- interpor o recurso de apelao, no prazo

    de 10 (dez) dias, j com as razes recursais, que sero julgados pelas Turmas

    Recursais. Da deciso das Turmas Recursais, por sua vez, caber o Recurso

    Extraordinrio ao STF, estando presentes os requisitos de repercusso geral.

  • 17

    CONSIDERAES FINAIS

    O direito construdo tendo como pano de fundo as inter-relaes pessoais

    dos indivduos. Nesse contexto muitas so os embates, as discusses e as

    mudanas e retomadas de paradigmas.

    No vis do direito processual, em sua face instrumental quanto ao direito

    material, tais manifestaes interpessoais mais presente e mais marcante. O

    direito, do ponto de vista da marcha processual tem de levar em conta, alm dos

    rigorismo da norma escrita, a realidade dos fatos.

    Por outro lado, o direito material, um pouco mais conservador, e, por vezes,

    demasiadamente austero, anda com menor velocidade que o processual. Ora

    justificado pela segurana jurdica, ora por falta de denodo dos legisladores, o direito

    material, lentamente faz sua jornada.

    No estudo precedente, sem o intuito de esgotar a matria, pretendeu-se

    mostrar as principais nuances existentes entre as contravenes penais e o rito

    sumarissimo. De pronto foi possvel perceber que ambos os regramentos que

    regulam os dois tpicos tm em comum a simplicidade. Definies simples de

    contravenes, suas condutas, penas e regramentos menos complexos que os

    crimes. Do mesmo modo, o regramento afeito ao rito sumarissimo traz em seu

    cerne a desobstruo da marcha processual, tornando o processo mais efetivo e

    simples.

    Mas, de outro modo, possvel perceber o vis dicotmico entre os

    regramentos das contravenes penais e o do rito dos Juizados. O primeiro, com

    dispositivos ora derrogados, ora revogados, ora de aplicao subsidiria, ficou

    parado no tempo, no obstante seu vis simplista. O segundo, o oposto.

    Consubstancia-se a Lei n 9.099/95 em fruto do anseio hodierno de celeridade

    processual e eficincia da Administrao Pblica como um todo.

    O ponto de contato de ambos os regramentos o processo. Nas palavras de

    Carnelutti, ocasio em que acusador e defensor buscaro a justia, in verbis:

  • 18

    [...] Justamente, no processo, necessrio fazer a guerra para garantir a paz. Ora, esta frmula pode ter sabor de paradoxo; mas haver o momento no qual poderemos saborear a verdade. A toga do acusador e do defensor significa pois que aquilo que fazem feito a servio da autoridade; em aparncia esto divididos, mas na verdade esto unidos no esforo que

    cada um despende para alcanar a justia. 22

    22

    CARNELUTTI, Francesco. As misrias do processo penal. Traduzido por Jos Antonio Cardinalli. Servanda: 1995.

  • 19

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    AVENA. Norberto Cludio Pncaro. Processo penal: esquematizado. 5 ed. Rio de

    Janeiro: Forense. So Paulo: Mtodo, 2013.

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    as sanes penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao

  • 20

    meio ambiente, e d outras providncias. Disponvel em:

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  • 21

    . Acesso em:

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    CARNELUTTI, Francesco. As misrias do processo penal. Traduzido por Jos

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    HABIB, Gabriel. Leis penais especiais, Tomo II. Jus Podivm: Salvador, 2010.

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    ed. So Paulo: Atlas, 2006.