temas penais stf

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    SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

    Ministro GILMAR Ferreira MENDES (20-6-2002), Presidente Ministro Antonio CEZAR PELUSO (25-6-2003), Vice-Presidente Ministro Jos CELSO DE MELLO Filho (17-8-1989) Ministro MARCO AURLIO Mendes de Farias Mello (13-6-1990) Ministra ELLEN GRACIE Northfleet (14-12-2000) Ministro CARLOS Augusto Ayres de Freitas BRITTO (25-6-2003) Ministro JOAQUIM Benedito BARBOSA Gomes (25-6-2003) Ministro EROS Roberto GRAU (30-6-2004) Ministro Enrique RICARDO LEWANDOWSKI (9-3-2006) Ministra CRMEN LCIA Antunes Rocha (21-6-2006) Ministro Jos Antonio DIAS TOFFOLI (23-10-2009)

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    Diretoria-Geral Alcides Diniz da Silva Secretaria de Documentao Janeth Aparecida Dias de Melo Coordenadoria de Divulgao de Jurisprudncia Leide Maria Soares Corra Csar Seo de Preparo de Publicaes Cntia Machado Gonalves Soares Seo de Padronizao e Reviso Rochelle Quito Seo de Distribuio de Edies Maria Cristina Hilrio da Silva Capa: Jorge Luis Villar Peres

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) (Supremo Tribunal Federal Biblioteca Ministro Victor Nunes Leal)

    Brasil. Supremo Tribunal Federal (STF). Coletnia de jurisprudncia do STF em temas penais [recurso eletrnico] / Supremo Tribunal Federal. Braslia : Secretaria de Documentao, Coordenadoria de Divulga-o de Jurisprudncia, 2009.

    Modo de acesso: World Wide Web: < http://www. stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=publicacaoPubli-cacaoTematica >

    1. Tribunal Supremo, jurisprudncia, Brasil. I. Ttulo.

    CDD-341.419104

    http://www/

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    Coletnea de Jurisprudncia do STF em Temas Penais

    SUMRIO

    Ao Penal 7 Agravantes / Atenuantes 11 Aplicao da Lei Penal 13 Atos de Comunicao Processual 16 Causas de Aumento / de Diminuio de Pena 19 Circunstncias Judiciais 24 Concurso de Crimes 26

    Concurso Formal / Material 26 Crime Continuado 29

    Concurso de Pessoas 33 Contraveno Penal 36 Crimes em Espcie 37

    Crimes Contra a Administrao Pblica 39 Crimes Contra a Dignidade Sexual 44 Crimes Contra a F Pblica 48 Crimes Contra a Pessoa 50 Crimes Contra o Patrimnio 52 Crimes de Responsabilidade 55 Crime Hediondo 56 Armas 59 Criana e Adolescente 62 Drogas 64 Falncia 70 Lavagem de Capitais 72 Licitao 74 Meio Ambiente 74 Ordem Tributria, Econmica e Relaes de Consumo 76 Previdncia Social 77 Sistema Financeiro Nacional 79 Trnsito 82

    Denncia / Queixa 86

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    Direito de Defesa 94 Defesa Prvia 102 Defesa Preliminar 103 Sustentao Oral 103

    Direito Penal do Trabalho 104 Direito Penal Eleitoral 105 Direito Penal Militar 107 Efeitos da Condenao 111 Dolo / Culpa 112 Execuo da Pena 114

    Comutao da Pena 117 Detrao da Pena 118 Execuo Provisria da Pena 119 Livramento Condicional da Pena 121 Regime de Cumprimento da Pena 122

    Extino da Punibilidade 131

    Anistia / Graa / Indulto 133 Prescrio 134

    Habeas Corpus 141 Imputabilidade 155 Inqurito Policial / Judicial 155 Juizado Especial Criminal 159 Jurisdio / Competncia 166 Liberdade Provisria 181 Medida de Segurana 186 Ministrio Pblico 187 Nulidades 190 Pena Restritiva de Direito / Multa 195 Prazos 196

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    Princpios Penais e Processuais Penais 198

    Princpio da Ampla Defesa 205 Princpio da Dignidade da Pessoa Humana 207 Princpio da Insignificncia 207 Princpio da Isonomia 211 Princpio da Legalidade 212 Princpio da Motivao 213 Princpio da No Auto-Incriminao 213 Princpio da No Culpabilidade 214 Princpio da Publicidade 218 Princpio da Razovel Durao do Processo 218 Princpio do Contraditrio 220 Princpio do Devido Processo Legal 221

    Priso 225

    Priso em flagrante 227 Priso preventiva 229 Priso temporria 240

    Provas 240

    Diligncia 243 Interceptao telefnica 245 Interrogatrio 247 Percia 249 Prova documental 250 Prova ilcita 250 Prova testemunhal 255

    Qualificadoras 256 Questes Diversas 259 Reviso Criminal 264 Recursos 265 Substituio da Pena 270 Suspenso Condicional da Pena 272 Tratados Internacionais 273 Tribunal do Jri 274 Tribunal Penal Internacional 284

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    Ao Penal

    pblica incondicionada a ao penal por crime de sonegao fiscal. (Smula 609)

    No crime de estupro, praticado mediante violncia real, a ao penal pblica incondicionada. (Smula 608)

    O pagamento de cheque emitido sem proviso de fundos, aps o recebimento da denncia, no obsta ao prosseguimento da ao penal. (Smula 554)

    Arquivado o inqurito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justia, no pode a ao penal ser iniciada, sem novas provas. (Smula 524)

    concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministrio Pblico, condicionada representao do ofendido, para a ao penal por crime contra a honra de servidor pblico em razo do exerccio de suas funes. (Smula 714)

    Praticados dois roubos em seqncia e oferecida a denncia apenas quanto a um deles, nada impede que o MP ajuze nova ao penal quanto delito remanescente. Incidncia do postulado da indisponibilidade da ao penal pblica que decorre do elevado valor dos bens jurdicos que ela tutela. Inexiste dispositivo legal que preveja o arquivamento implcito do inqurito policial, devendo ser o pedido formulado expressamente, a teor do disposto no art. 28 do Cdigo Processual Penal. Inaplicabilidade do princpio da indivisibilidade ao penal pblica. (RHC 95.141, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 6-10-09, 1 Turma, DJE de 23-10-09)

    "O Tribunal, por maioria, recebeu, em parte, denncia oferecida pelo Ministrio Pblico Federal contra Deputado Federal e dois outros acusados pela suposta prtica do delito previsto no art. 10 da Lei Complementar 105/2001 (...) c/c o art 29 do CP. Preliminarmente, o Tribunal, por maioria, acolheu questo de ordem suscitada pelo Min. Gilmar Mendes, relator, para que o Plenrio passasse ao exame da denncia e, caso se decidisse pelo seu recebimento, fosse aberta a vista s partes, pela relatoria, para a manifestao quanto proposta de suspenso condicional do processo. No caso, o parquet propusera a suspenso do processo (...). A defesa do parlamentar denunciado afirmara no ter interesse em acordo suspensivo do processo, sendo que a dos demais acusados arrolara argumentos, com o objetivo de demonstrar que somente deveria exprimir concordncia ou discordncia com a proposta ministerial aps efetivamente recebida a denncia. Entendeu-se constituir direito do denunciado obter do rgo julgador, monocrtico ou colegiado, a manifestao prvia sobre a necessria existncia de justa causa para a ao penal, da nascendo, caso o juzo de delibao resulte positivo, a oportunidade de optar o ru entre a suspenso ou o processamento, com isso se evitando que o denunciado sofra

    http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=609.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulashttp://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=608.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulashttp://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=554.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulashttp://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=524.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulashttp://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=714.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulashttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=604590&idDocumento=&codigoClasse=419&numero=95141&siglaRecurso=&classe=RHC

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    indevido constrangimento, causado pela obrigatoriedade de manifestar concordncia ou discordncia com a proposta do Ministrio Pblico, antes mesmo de saber da validade da inicial acusatria, o que poderia redundar no recebimento de denncia inepta ou sem base emprica nos autos a justificar o ato. Asseverou-se, de incio, que a questo que se colocaria, de grande relevncia e indicativa da insuficincia do critrio literal para o deslinde da controvrsia, residiria em saber se estaria o denunciado obrigado a se manifestar sobre a proposta de suspenso do processo formulado pelo Ministrio Pblico, aceitando-a ou no, antes mesmo de ver analisados os argumentos de inpcia da denncia que embasa o acordo ou a flagrante falta de justa causa para ao penal. Citaram-se, em seguida, precedentes da Corte que trataram da questo apenas sob o ponto de vista da admissibilidade do habeas corpus em ordem a atacar a denncia que dera ensejo proposta suspensiva do processo aceita pelo denunciado (RHC 82.365/SP, DJE de 27-6-08 e HC 85.747/SP, DJU de 14-10-05). Tais julgados afirmariam, portanto, o cabimento do writ, de modo a permitir fosse a denncia questionada mesmo depois de formalizado o termo de acordo de suspenso do processo, dando a idia de que o exame deveria ser feito pela instncia superior quela que homologou o pacto. Observou-se, entretanto, que, no caso sob anlise, tratar-se-ia de denncia oferecida ao Plenrio do Supremo, para, no exerccio de sua competncia originria, julgar ao penal, cujo ru disporia de foro por prerrogativa de funo, o que, evidentemente, afastaria a possibilidade de impetrao de habeas corpus depois de formalizado o acordo. Asseverou-se que, em tal situao, uma vez adotado o entendimento assente na Corte, no restaria alternativa, devendo o Plenrio proceder anlise da inicial acusatria, aquilatando eventual inpcia ou falta de justa causa e efetivamente recebendo a denncia, providncia que daria ensejo ao ato seguinte, consistente na colheita da concordncia, ou no, dos denunciados e de seus defensores quanto proposta suspensiva. Aduziu-se, ainda, que a suspenso condicional do processo embora trouxesse nsita em seu conceito a idia de benefcio ao denunciado, permitindo ver-se afastado da ao penal mediante cumprimento de certas condies, grosso modo mais leves do que a pena a que estaria sujeito caso condenado , no deixaria de representar, de outro lado, um constrangimento pessoa, caracterizado exatamente pela necessidade de cumprir obrigaes alternativas impostas por perodo mais ou menos longo, interregno em que, no bastassem as tarefas, restries ou dispndios a que submetido, sempre ostentaria a condio de ru em ao penal. Frisou-se que a simples hiptese de se ver envolvido em outro processo por crime diverso no curso do prazo assinado, necessariamente levaria revogao do benefcio, o que tambm se daria se se tratasse de simples contraveno, conforme entendimento do magistrado, em qualquer caso, sem mnima possibilidade de exame de sua efetiva culpabilidade. Enfatizou-se no ser difcil imaginar o dilema a que estaria submetida qualquer pessoa contra quem se apresentasse denncia absolutamente invlida, totalmente imprestvel ao incio de uma ao penal, caso se entendesse que a manifestao do denunciado deveria preceder ao exame da denncia. Concluiu-se que, em tal hiptese, no obstante a plena convico da insubsistncia da pea inaugural do processo-crime, restaria o denunciado constrangido a aceitar a proposta suspensiva, haja vista que, do contrrio, possvel entendimento diverso do rgo julgador faria com que a inicial fosse recebida e o processo iniciado sem nova

    http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=535833&idDocumento=&codigoClasse=419&numero=82365&siglaRecurso=&classe=RHChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=354294&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=85747&siglaRecurso=&classe=HC

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    possibilidade de aceitar o acordo proposto pela parte acusatria, tudo a traduzir verdadeiro jogo de prognsticos que no se coadunaria com o princpio garantidor da ampla defesa e do estado de inocncia (CF, art. 5, LV e LVII)." (Pet 3.898, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 27-8-09, Plenrio, Informativo 557)

    Alegao de inpcia da denncia e falta de justa causa para a ao penal. (...) Invivel, no acanhado procedimento do habeas corpus, a apreciao das afirmativas dos Impetrantes, porque demandariam anlise do conjunto probatrio em sede judicial prpria. (...) No se tranca ao penal, quando descritos, na denncia, comportamentos tpicos, ou seja, quando factveis e manifestos os indcios de autoria e materialidade delitivas. (...) O exame da alegada inocncia do Paciente no se coaduna com a via processual eleita, sendo essa anlise reservada aos processos de conhecimento, nos quais a dilao probatria tem espao garantido. (HC 95.270, Rel. Min. Crmen Lcia, julgamento em 24-3-09, 1 Turma, DJE de 24-4-09)

    A impetrao de mandado de segurana, aps o lanamento definitivo do crdito tributrio, no tem o condo de impedir o incio da ao penal, principalmente porque a ordem foi denegada em 1 grau e a apelao interposta, ainda pendente de julgamento, no tem efeito suspensivo. (HC 95.578, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 10-3-09, 1 Turma, DJE de 17-4-09). Vide: HC 81.611, Rel. Min. Seplveda Pertence, julgamento em 10-12-03, Plenrio, DJ de 13-5-05.

    Impossibilidade de prosseguimento da ao penal quanto acusao de exerccio ilegal da profisso de rbitro, ou mediador (art. 47 da Lei de Contravenes Penais). Ausncia de requisito necessrio configurao do delito, contido na expresso sem preencher as condies a que por lei est subordinado o exerccio. Profisso cuja regulamentao objeto de projeto de Lei, em trmite no Congresso Nacional. Parecer acolhido para determinar, to somente, o tratamento da ao penal pela acusao de exerccio ilegal da profisso de rbitro, ou mediador. (HC 92.183, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 18-3-08, DJE de 23-5-08)

    A afirmao da legitimidade ad causam do parquet, no caso, se confunde com a prpria necessidade de se instruir a ao penal, pois no momento da sentena que poder o Juiz confirmar o tipo penal apontado na inicial acusatria. Qualquer capitulao jurdica feita sobre um fato na denncia sempre provisria at a sentena, tornando-se definitiva apenas no instante decisrio final. No cabe ao Supremo Tribunal Federal, em habeas corpus, antecipar-se ao Magistrado de 1 grau e, antes mesmo de iniciada a instruo criminal, firmar juzo de valor sobre as provas trazidas aos autos para tipificar a conduta criminosa narrada. A jurisprudncia deste Tribunal firme no sentido de que o trancamento da ao penal, em sede de habeas corpus, por ausncia de justa causa, constitui medida excepcional que, em princpio, no tem lugar quando os fatos narrados na denncia configuram crime em tese. na ao penal que dever se desenvolver o contraditrio, na qual sero produzidos todos os elementos de convico do julgador e garantido ao paciente todos os meios de defesa constitucionalmente previstos. No o habeas corpus o

    http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo557.htmhttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=589347&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=95270&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=587021&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=95578&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=587021&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=95578&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=78807&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=81611&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=528789&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=92183&siglaRecurso=&classe=HC

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    instrumento adequado para o exame de questes controvertidas, inerentes ao processo de conhecimento. (HC 90.187, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 4-3-08, 1 Turma, DJE de 25-4-08)

    "O crime foi praticado na vigncia da antiga Lei de Txicos (n. 6.368/76), que remetia a questo da liberdade provisria Lei n. 8.072/90 (art. 2, inc. II), aplicao do princpio tempus regit actum. Com o advento da Lei n. 11.464/07, que deu nova redao ao citado dispositivo, a norma aplicvel tornou-se mais benigna para o paciente (art. 5, inc. XL, da Constituio Federal). A Lei n. 11.343/06, embora seja norma mais especfica que a lei dos crimes hediondos, no de ser observada quanto aos delitos ocorridos antes de sua vigncia, pois, apesar de constituir inovao processual, seus efeitos so de direito material e prejudicam o ru (art. 5, inc. XL, da Constituio Federal). No obstante as consideraes feitas sobre a sucesso das leis no tempo, de ver-se que, no caso em apreo, esto evidenciadas a gravidade da conduta, a periculosidade do agente e a potencial viabilidade de que, em liberdade, volte a delinqir." (HC 91.118, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 2-10-07, 1 Turma, DJ de 14-12-07)

    "O presente habeas corpus, que visa ao trancamento de eventual inqurito e ao penal, no se justifica, quando se cuida de fatos simplesmente noticiados em reportagens jornalsticas sem referncia a ato da autoridade tida como coatora. O trancamento de inquritos e aes penais em curso o que no se vislumbra na hiptese dos autos s admissvel quando verificadas a atipicidade da conduta, a extino da punibilidade ou a ausncia de elementos indicirios demonstrativos de autoria e prova da materialidade. Precedentes." (HC 89.398, Rel. Min. Crmen Lcia, julgamento em 20-9-07, Plenrio, DJ de 26-10-07). No mesmo sentido: HC 87.310, Rel. Min. Carlos Britto, deciso monocrtica, julgamento em 30-11-05, DJ de 13-12-05; RHC 86.535-MC, Rel. Min. Cezar Peluso, deciso monocrtica, julgamento em 31-8-05, DJ de 13-9-05.

    "Nos crimes contra os costumes, uma vez caracterizada a pobreza da vtima, a ao penal passa a ser pblica condicionada representao, tendo o Ministrio Pblico legitimidade para oferecer a denncia. Inteligncia do art. 225, 1, do Cdigo Penal. No afasta tal titularidade o fato de a vtima ter sua disposio a Defensoria Pblica estruturada e aparelhada. Opo do legislador, ao excepcionar a regra geral contida no artigo 32 do Cdigo de Processo Penal e possibilitar a disponibilidade da ao penal, to-somente, at o oferecimento da denncia." (RHC 88.143, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 24-4-07, 2 Turma, DJ de 8-6-07)

    "O oferecimento da representao, condio de procedibilidade da ao penal pblica condicionada, no exige requisito formal, podendo ser suprida pela manifestao expressa da vtima ou de seu representante, no sentido do prosseguimento da ao penal contra o autor. Se a vtima, apesar de menor, demonstra interesse no prosseguimento da persecuo penal, a representao formal, oferecida por curador especial aps o oferecimento da denncia, supre a formalidade, j que ratifica a manifestao anterior." (HC 88.387, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 10-10-06, 1 Turma, DJ de 6-11-06).

    http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=523327&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=90187&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=500938&codigoClasse=349&numero=91118&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=491826&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=89398&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=((87310.NUME.%20OU%2087310.DMS.))%20NAO%20S.PRES.&base=baseMonocraticashttp://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=((86535.NUME.%20OU%2086535.DMS.))%20NAO%20S.PRES.&base=baseMonocraticashttp://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?SEQ=462848&PROCESSO=88143&CLASSE=RHC&cod_classe=419&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=&EMENTA=2279http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=182179&idDocumento=&codigoClasse=437&numero=88337&siglaRecurso=&classe=RE

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    "A ao penal relativa aos crimes tipificados nos artigos 171 e 177 do Cdigo Penal pblica incondicionada. A ao penal privada subsidiria da pblica,prevista no artigo 29 do Cdigo de Processo Penal, s tem cabimento quando h inrcia do Ministrio Pblico, o que no ocorreu no caso sob exame. Hiptese em que o parecer do Ministrio Pblico, no sentido da rejeio da queixa-crime, por atipicidade, equivale, na verdade, requisio de arquivamento do feito." (Inq 2.242-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 7-6-06, Plenrio, DJ de 25-8-06)

    Somente hipteses excepcionalssimas autorizam o trancamento da ao penal em sede de habeas corpus; ou seja, quando os fatos narrados na denncia no consubstanciem crime, quando se d a prescrio, ou quando ocorre defeito de forma, considerada a pea inicial acusatria. Tratando-se de denncia que faz clara exposio de fato que, ao menos em tese, constitui crime, com as devidas circunstncias de tempo, modo e espao, individualizando, ainda, a responsabilidade do acusado e portando rol de testemunhas, imperioso o prosseguimento do processo crime. (HC 86.786, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 2-5-06, 1 Turma, DJ de 23-3-07). No mesmo sentido: HC 84.841, Rel. Min. Marco Aurlio, julgamento em 19-10-04, 1 Turma, DJ de 19-11-04.

    "Tratando-se de ao penal privada, o oferecimento de queixa-crime somente contra um ou alguns dos supostos autores ou partcipes da prtica delituosa, com excluso dos demais envolvidos, configura hiptese de violao ao princpio da indivisibilidade (CPP, art. 48), implicando, por isso mesmo, renncia tcita ao direito de querela (CPP, art. 49), cuja eficcia extintiva da punibilidade estende-se a todos quantos alegadamente hajam intervindo no suposto cometimento da infrao penal (CP, art. 107, V, c/c o art. 104). Doutrina. Precedentes." (HC 88.165, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 18-4-06, 2 Turma, DJE de 29-6-07)

    "A desistncia da ao penal privada pode ocorrer a qualquer momento, somente surgindo bice intransponvel quando j existente deciso condenatria transitada em julgado." (HC 83.228, Rel. Min. Marco Aurlio, julgamento em 1-8-05, Plenrio, DJ de 11-11-05)

    "Pea acusatria que, ao revs, descreve fato previsto na lei penal. A presena, ou no, de causa excludente da culpa haver de ser verificada no curso da instruo criminal. Ademais, a falta de justa causa para a ao penal somente pode ser reconhecida e afirmada quando manifesto que o fato narrado no constitui crime." (HC 79.359, Rel. Min. Ilmar Galvo, julgamento em 10-8-99, 1 Turma, DJ de 8-10-99)

    Agravantes / Atenuantes

    http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=378794&idDocumento=&codigoClasse=528&numero=2242&siglaRecurso=AgR&classe=Inqhttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=412512&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=86786&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=79687&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=84841&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=469758&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=88165&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=79297&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=83228&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=78038&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=79359&siglaRecurso=&classe=HC

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    (...) o artigo 67 do Cdigo Penal claro ao dispor sobre a preponderncia da reincidncia sobre outras circunstncias, dentre as quais enquadram-se a confisso espontnea. Afinal, a confisso no est associada aos motivos determinantes do crime, e por diferir em muito do arrependimento tambm no est relacionada personalidade do agente, tratando-se apenas de postura adotada pelo ru de acordo com a convenincia e estratgia para sua defesa. (HC 99.446, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 18-8-09, 2 Turma, DJE de 11-9-09)

    "A reincidncia bice substituio da pena restritiva da liberdade pela restritiva de direitos. (...) Prepondera, no concurso de agravantes e atenuantes, a reincidncia." (HC 93.515, Rel. Min. Marco Aurlio, julgamento em 9-6-09, 1 Turma, DJE de 1-7-09)

    Condenao criminal. Pena privativa de liberdade. Execuo. Livramento condicional. Unificao de penas. Reincidncia. Inocorrncia. ltimo fato cometido antes do trnsito em julgado das condenaes. Inteligncia do art. 83, I, do Cdigo Penal. Cumprimento de mais de 1/3 da pena. Benefcio deferido. Concesso da ordem. No se considera reincidente quem pratica fato criminoso antes do trnsito em julgado de condenao penal por fato diverso. (HC 96.997, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 2-6-09, 2 Turma, DJE de 26-6-09)

    A s reincidncia no constitui razo suficiente para imposio de regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada autorize. (HC 97.424, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 2-6-09, 2 Turma, DJE de 26-6-09)

    "Pena fixada no mnimo legal. Impossibilidade de reduo, abaixo desse patamar, com fundamento na circunstncia atenuante da menoridade. Precedentes." (HC 94.243, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 31-3-09, 2 Turma, DJE de 14-8-09)

    "Os juzos de primeiro e segundo graus mantiveram-se silentes quanto ao requisito subjetivo ligado reincidncia genrica para a substituio da pena corporal pela restritiva de direitos. Embora tenha a falta de prequestionamento do tema levado ao no-conhecimento do recurso especial no STJ, subsiste o constrangimento ilegal contra o paciente. A falta de fundamentao no tocante denegao do benefcio previsto no art. 44 do Cdigo Penal ofende o princpio da individualizao da pena. Precedente. Ordem concedida em parte para que o juiz de primeira instncia profira nova deciso quanto questo. (HC 94.990, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 2-12-08, 1 Turma, DJE de 19-12-08)

    firme a jurisprudncia desta Suprema Corte no sentido de que, ao contrrio do que ocorre com as causas de diminuio, as circunstncias atenuantes no podem reduzir a pena aqum do mnimo legal. Precedentes. (HC 94.446, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 14-10-08, 1 Turma, DJE de 31-10-08). No mesmo sentido: HC 94.243, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 31-3-09, 2 Turma, DJE de 14-8-09; RE 597.270-RG-QO, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 26-3-09, Plenrio, DJE de 5-6-09; HC 94.552, Rel. Min. Carlos

    http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=602371&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=99446&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=598722&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=93515&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=597906&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=96997&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=597911&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=97424&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=600720&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=94243&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=570247&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=94990&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=558615&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=94446&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=600720&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=94243&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=595601&idDocumento=&codigoClasse=4740&numero=597270&siglaRecurso=RG-QO&classe=REhttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=583811&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=94552&siglaRecurso=&classe=HC

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    Britto, julgamento em 14-10-08, 1 Turma, DJE de 27-3-09; HC 94.337, Rel. Min. Crmen Lcia, julgamento em 3-6-08, 1 Turma, DJE de 31-10-08; HC 92.926, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 27-5-08, 2 Turma, DJE de 13-6-08.

    O aumento da pena em funo da reincidncia encontra-se expressivamente prevista no art. 61, I, do CP, no constituindo, bis in idem. (HC 92.626, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 25-3-08, 1 Turma, DJE de 2-5-08). No mesmo sentido: HC 95.398, Rel. Min. Crmen Lcia, julgamento em 4-8-09, 1 Turma, DJE de 4-9-09; HC 94.816, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 4-8-09, 2 Turma, DJE de 23-10-09.

    "H de ser reconhecida a circunstncia atenuante de confisso espontnea do paciente, que, durante a instruo criminal, mostrou-se arrependido e consciente do fato a ele imputado, tudo corroborado com as demais provas dos autos. Todavia, incua a anulao do julgado questionado, nesse ponto, porque a pena-base aplicada no mnimo legal (12 anos de recluso) pelo Conselho Sentenciante foi mantida pelo Superior Tribunal Militar. O acrdo inaugural deixou claro, quanto aplicao da pena, que avaliou as questes relacionadas dosimetria da pena, entendendo por confirm-la em sua inteireza, na esteira dos fundamentos constantes da Sentena de primeiro grau, transcrita quase que integralmente, que atendeu ao princpio constitucional da individuao da pena, como assinalado no parecer da Procuradoria-Geral da Repblica. A fundamentao insuficiente para o agravamento da pena, incompatvel com os elementos existentes nos autos, consolidados na sentena, autoriza o restabelecimento desta, preservada a natureza do habeas corpus no que diz com o reexame de provas." (HC 90.659, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 12-2-08, 1 Turma, DJE de 28-3-08)

    "Jurisprudncia de ambas as Turmas desta Corte no sentido de que o fato que serve para justificar a agravante da reincidncia no pode ser levado conta de maus antecedentes para fundamentar a fixao da pena-base acima do mnimo legal (CP, art. 59), sob pena de incorrer em bis in idem." (HC 80.066, Rel. Min. Ilmar Galvo, julgamento em 13-6-00, 1 Turma, DJ de 6-10-00). No mesmo sentido: HC 74.023, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 13-6-00, Plenrio, DJ de 6-10-00; HC 75.889, Rel. p/ o ac. Min. Maurcio Corra, julgamento em 17-3-98, 2 Turma, DJ de 19-6-98.

    Aplicao da Lei Penal

    A Lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigncia anterior cessao da continuidade ou da permanncia. (Smula 711)

    "No pode o julgador, por analogia, estabelecer sano sem previso legal, ainda que para beneficiar o ru, ao argumento de que o legislador deveria ter disciplinado a situao de outra forma." (HC 94.030, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 20-5-08, 1 Turma, DJE de 13-6-08)

    http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=558609&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=94337&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=533815&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=92926&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=533815&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=92926&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=524383&codigoClasse=349&numero=92626&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=602265&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=95398&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=604588&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=94816&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=516819&codigoClasse=349&numero=90659&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=78225&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=80066&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=74929&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=74023&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=76306&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=75889&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=711.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulashttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=533837&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=94030&siglaRecurso=&classe=HC

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    "Impossibilidade de aplicao fracionada do artigo 366 do Cdigo de Processo Penal, na redao dada pela Lei n 9.271/96, pois, muito embora o dispositivo tenha, tambm, contedo processual, sobressai a sua feio de direito penal material. Alm disso, por se tratar de dispositivo que, em geral, agrava a situao dos rus, no pode ser aplicado retroativamente edio da lei nova." (HC 92.615, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 13-11-07, 1 Turma, DJE de 14-12-07)

    "O crime foi praticado na vigncia da antiga Lei de Txicos (n. 6.368/76), que remetia a questo da liberdade provisria Lei n. 8.072/90 (art. 2, inc. II), aplicao do princpio tempus regit actum. Com o advento da Lei n. 11.464/07, que deu nova redao ao citado dispositivo, a norma aplicvel tornou-se mais benigna para o paciente (art. 5, inc. XL, da Constituio Federal). A Lei n. 11.343/06, embora seja norma mais especfica que a lei dos crimes hediondos, no de ser observada quanto aos delitos ocorridos antes de sua vigncia, pois, apesar de constituir inovao processual, seus efeitos so de direito material e prejudicam o ru (art. 5, inc. XL, da Constituio Federal). No obstante as consideraes feitas sobre a sucesso das leis no tempo, de ver-se que, no caso em apreo, esto evidenciadas a gravidade da conduta, a periculosidade do agente e a potencial viabilidade de que, em liberdade, volte a delinqir." (HC 91.118, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 2-10-07, 1 Turma, DJ de 14-12-07)

    "O art. 90 da lei 9.099/1995 determina que as disposies da lei dos Juizados Especiais no so aplicveis aos processos penais nos quais a fase de instruo j tenha sido iniciada. Em se tratando de normas de natureza processual, a exceo estabelecida por lei regra geral contida no art. 2 do CPP no padece de vcio de inconstitucionalidade. Contudo, as normas de direito penal que tenham contedo mais benfico aos rus devem retroagir para benefici-los, luz do que determina o art. 5, XL da Constituio Federal. Interpretao conforme ao art. 90 da Lei 9.099/1995 para excluir de sua abrangncia as normas de direito penal mais favorveis ao rus contidas nessa lei." (ADI 1.719, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 18-6-07, Plenrio, DJ de 3-8-07)

    "No se pode mesclar o regime penal comum e o castrense, de modo a selecionar o que cada um tem de mais favorvel ao acusado. Tal proceder geraria um hibridismo incompatvel com o princpio da especialidade das leis. Sem contar que a disciplina mais rigorosa do Cdigo Penal Castrense funda-se em razes de poltica legislativa que se voltam para o combate com maior rigor daquelas infraes definidas como militares. Precedentes." (HC 86.854, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 14-3-06, 1 Turma, DJ de 2-3-07). No mesmo sentido: HC 91.225, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 19-6-07, 2 Turma, DJE de 10-8-07.

    "Supresso de documento (CP, art. 305). Violao do painel do Senado. A obteno do extrato de votao secreta, mediante alterao nos programas de informtica, no se amolda ao tipo penal previsto no art. 305 do CP, mas caracteriza o crime previsto no art. 313-B da Lei 9989, de 14.07.2000. Impossibilidade de retroao da norma penal a fatos ocorridos anteriormente a

    http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=500948&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=92615&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=500938&codigoClasse=349&numero=91118&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=266757&idDocumento=&codigoClasse=504&numero=1779&siglaRecurso=&classe=ADIhttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=408886&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=86854&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=477062&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=91225&siglaRecurso=&classe=HC

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    sua vigncia (CF, art. 5, XL). Extino da punibilidade em relao ao crime de violao de sigilo funcional (CP, art. 325). Denncia rejeitada por atipicidade de conduta." (Inq 1.879, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 10-9-03, Plenrio, DJ de 7-5-04)

    "Supresso de documento (CP, art. 305). Violao do painel do Senado. A obteno do extrato de votao secreta, mediante alterao nos programas de informtica, no se amolda ao tipo penal previsto no art. 305 do CP, mas caracteriza o crime previsto no art. 313-B da Lei 9989, de 14.07.2000. Impossibilidade de retroao da norma penal a fatos ocorridos anteriormente a sua vigncia (CF, art. 5, XL). Extino da punibilidade em relao ao crime de violao de sigilo funcional (CP, art. 325). Denncia rejeitada por atipicidade de conduta." (Inq 1.879, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 10-9-03, Plenrio, DJ de 7-5-04)

    "Medida provisria: sua inadmissibilidade em matria penal extrada pela doutrina consensual da interpretao sistemtica da Constituio , no compreende a de normas penais benficas, assim, as que abolem crimes ou lhes restringem o alcance, extingam ou abrandem penas ou ampliam os casos de iseno de pena ou de extino de punibilidade." (RE 254.818, Rel. Min. Seplveda Pertence, julgamento em 8-11-00, Plenrio, DJ de 19-12-02)

    Direito intertemporal: ultra-atividade da lei penal quando, aps o incio do crime continuado, sobrevm lei mais severa. Crime continuado (CP, artigo 71, caput): delitos praticados entre maro de 1991 e dezembro de 1992, de forma que estas 22 (vinte e duas) condutas devem ser consideradas, por fico do legislador, como um nico crime, iniciado, portanto, na vigncia de lex mitior (artigo 2, II, da Lei n. 8.137, de 27-12-90) e findo na vigncia de lex gravior (artigo 95, d e 1, da Lei n. 8.212, de 24-7-91). Conflito de leis no tempo que se resolve mediante opo por uma de duas expectativas possveis: retroatividade da lex gravior ou ultra-atividade da lex mitior, vez que no se pode cogitar da aplicao de duas penas diferentes, uma para cada perodo em que um mesmo e nico crime foi praticado. Orientao jurisprudencial do Tribunal no sentido da aplicao da lex gravior. (HC 76.978, Rel. Min. Maurcio Corra, julgamento em 29-9-98, 2 Turma, DJ de 19-2-99)

    "(...) para efeito de direito intertemporal, jamais se cogitou de assimilar a mudana da orientao jurisprudencial dominante supervenincia da lei nova: para ns, em cada caso decidido, a interpretao aplicada se reputa vlida desde a vigncia da norma em que se pretenda fundamentada." (HC 75.793, voto do Rel. Min. Seplveda Pertence, julgamento em 31-3-98, 1 Turma, DJ de 8-5-98)

    "O princpio da retroatividade da lex mitior, que alberga o princpio da irretroatividade de lei mais grave, aplica-se ao processo de execuo penal e, por conseqncia, ao livramento condicional, art. 5, XL, da Constituio Federal e nico do art. 2 do Cdigo Penal (Lei n 7.209/84). Os princpios da ultra e da retroatividade da lex mitior no autorizam a combinao de duas normas que se conflitam no tempo para se extrair uma terceira que mais benefcie o ru. Tratamento desigual a situaes desiguais mais exalta do que

    http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=80657&idDocumento=&codigoClasse=360&numero=1879&siglaRecurso=&classe=Inqhttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=80657&idDocumento=&codigoClasse=360&numero=1879&siglaRecurso=&classe=Inqhttp://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?SEQ=258412&PROCESSO=254818&CLASSE=RE&cod_classe=437&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=&EMENTA=2096http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=77011&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=76978&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=76241&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=75793&siglaRecurso=&classe=HC

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    contraria o princpio da isonomia." (HC 68.416, Rel. Min. Paulo Brossard, julgamento em 8-9-92, 2 Turma, DJ de 30-10-92)

    Tratando-se de lei penal nova e mais benfica, de ser aplicada, ope constitutionis, aos casos pretritos. A aplicao da lex mitior compete ao Juiz da Execuo, nos termos da legislao e da Smula 611 do STF. Com o advento da nova Parte Geral do Cdigo Penal, tornou-se juridicamente impossvel a imposio de medida de segurana, por periculosidade real ou presumida, aos agentes plenamente imputveis. Com a abolio da medida de segurana para os imputveis, essa extino opera retroativamente, estendendo-se aos fatos cometidos anteriormente vigncia da Lei 7.209/84. Jurisprudncia do STF." (HC 68.571, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 1-10-91, 1 Turma, 1 Turma, DJ de 12-6-92)

    Atos de Comunicao Processual

    No Processo Penal, contam-se os prazos da data da intimao, e no da juntada aos autos do mandado ou de carta precatria ou de ordem. (Smula 710)

    No nula a citao por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora no transcreva a denncia ou queixa, ou no resuma os fatos em que se baseia. (Smula 366)

    nula a citao por edital de ru preso na mesma unidade da federao em que o juiz exerce a sua jurisdio. (Smula 351)

    A expedio de cartas rogatrias para oitiva de testemunhas residentes no exterior condiciona-se demonstrao da imprescindibilidade da diligncia e ao pagamento prvio das respectivas custas, pela parte requerente, nos termos do art. 222-A do Cdigo de Processo Penal, ressalvada a possibilidade de concesso de assistncia judiciria aos economicamente necessitados. A norma que impe parte no processo penal a obrigatoriedade de demonstrar a imprescindibilidade da oitiva da testemunha por ela arrolada, e que vive no exterior, guarda perfeita harmonia com o inciso LXXVIII do artigo 5 da Constituio Federal. (AP 470-QO4, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 10-6-09, Plenrio, DJE de 2-10-09)

    Equivale intimao pessoal a entrega do ofcio no gabinete da testemunha detentora do cargo de Deputado Estadual. (AP 458 petio avulsa-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 12-3-09, Plenrio, DJE de 29-10-09). Vide: AP 421, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 22-10-09, Plenrio, Informativo 564.

    A ausncia de intimao para oitiva de testemunha no juzo deprecado no consubstancia constrangimento ilegal. Havendo cincia da expedio da carta precatria, como no caso se deu, cabe ao paciente ou a seu defensor acompanhar o andamento do feito no juzo deprecado. Peculiaridade do caso.

    http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=70954&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=68416&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=71058&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=68571&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=710.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulashttp://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=710.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulashttp://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=366.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulashttp://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=351.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulashttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=603316&idDocumento=&codigoClasse=4853&numero=470&siglaRecurso=QO4&classe=APhttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=605027&idDocumento=&codigoClasse=4804&numero=458&siglaRecurso=peti%C3%A7%C3%A3o%20avulsa-AgR&classe=APhttp://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo564.htm

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    Efetiva violao do princpio da ampla defesa resultante da impossibilidade de atuao da defesa tcnica. O advogado do paciente teve, a partir da cincia da expedio da carta precatria, sete dias teis para deslocar-se do Rio de Janeiro a Belm do Par, o que, na prtica, inviabilizou seu comparecimento. Nomeao de defensor dativo para atuar em momento importante do processo, cuja inicial contm quatrocentas pginas. Satisfao apenas formal da exigncia de defesa tcnica ante a impossibilidade de atuao eficiente. (HC 91.501, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 10-2-09, 2 Turma, DJE de 8-5-09)

    "Se o acusado, citado por edital, no comparece nem constitui advogado, pode o juiz, suspenso o processo, determinar colheita antecipada de elemento de prova testemunhal, apenas quando esta seja urgente nos termos do art. 225 do Cdigo de Processo Penal." (HC 85.824, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 5-8-08, 2 Turma, DJE de 22-8-08). No mesmo sentido: HC 96.325, Rel. Min. Crmen Lcia, julgamento em 19-5-09, 1 Turma, DJE de 21-8-09.

    "O termo ad quem para a interposio da apelao sequer se iniciou em face do ru no ter sido pessoalmente intimado da sentena. Devem ser intimados o defensor e o ru, mostrando-se insuficiente, para haver o curso do prazo recursal, a intimao apenas do primeiro artigos 261, 263 e 392 do Cdigo de Processo Penal. Precedentes do STF." (AP 428, Rel. Min. Marco Aurlio, julgamento em 12-6-08, Plenrio, DJE de 28-8-09)

    Citao por edital. Esgotamento dos outros meios de citao legalmente previstos. Revelia. Advogado constitudo na fase do inqurito policial. Intimao da Defensoria Pblica para atuar na defesa do ru. Nulidade. Precedentes. A citao ocorrida por edital, aps diligncias para localizar o ru no endereo fornecido por ele na fase do inqurito policial e nos presdios da respectiva unidade da Federao, no nula. A interpretao ampliativa do artigo 266 do Cdigo de Processo Penal autoriza concluir que antes de se confiar Defensoria Pblica o nus de defender o ru, deve ser intimado a faz-lo o advogado que o acompanhou durante o inqurito policial. Concedida a ordem para anular o processo penal desde o oferecimento da defesa prvia. (HC 93.415, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 18-3-08, 1 Turma, DJE de 2-5-08)

    "A nulidade que vicia a citao pessoal do acusado, impedindo-lhe o exerccio da auto-defesa e de constituir defensor de sua livre escolha causa prejuzo evidente. Tal vcio pode ser alegado a qualquer tempo, por tratar-se de nulidade absoluta. imprescindvel a intimao pessoal do defensor pblico para sesso de julgamento, por fora do disposto em lei. Precedentes da Corte." (HC 92.569, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 11-3-08, 1 Turma, DJE de 25-4-08)

    "Aplica-se justia militar, por fora do que dispe o art. 3, a, do CPPM, a orientao firmada pela Corte no sentido de que, a partir da edio da Lei 9.271/96, que incluiu o 4 ao art. 370 do CPP, os defensores nomeados, dentre os quais se inclui o defensor dativo, passaram tambm a possuir a prerrogativa da intimao pessoal. Com base nesse entendimento, a Turma deferiu habeas corpus para, mantida a condenao penal, desconstituir a

    http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=591295&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=91501&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=591295&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=91501&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=542887&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=85824&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=601188&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=96325&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=601569&idDocumento=&codigoClasse=515&numero=428&siglaRecurso=&classe=APhttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=524409&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=93415&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=524409&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=93415&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=523361&codigoClasse=349&numero=92569&siglaRecurso=&classe=HC

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    certido de trnsito em julgado e assegurar ao paciente o direito de ver pessoalmente intimado o seu defensor dativo para que este possa, querendo, recorrer da deciso que negara seguimento ao seu recurso extraordinrio. No caso, o paciente, capito do Exrcito, fora absolvido pelo Conselho Especial de Justia Militar. Contra essa deciso, o Ministrio Pblico Militar apelara, sendo seu recurso provido pelo STM. A defesa opusera, ento, embargos de declarao que, rejeitados, ensejaram a interposio de recurso extraordinrio, cujo seguimento fora negado pelo presidente do tribunal a quo. Ocorre que a advogada dativa no fora pessoalmente intimada dessa deciso, o que inviabilizara a apresentao de agravo de instrumento. Por conseguinte, a condenao transitara em julgado e o processo de execuo da pena fora iniciado. Enfatizou-se que, na espcie, a prerrogativa da intimao pessoal no fora observada, tendo havido apenas a publicao no Dirio de Justia, no obstante j vigente a referida Lei 9.271/96 com a nova redao." (HC 91.247, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 20-11-07, 2 Turma, Informativo 489)

    " vlida a citao por edital quando o pressuposto ftico previsto nos artigos 361 e 362 se o ru no for encontrado est devidamente confirmado nos autos. A pretenso do impetrante de reconhecer a nulidade da referida citao s pode estar vinculada, portanto, ao reexame de matria ftico-probatria, o que no se admite na via estreita do habeas corpus. (...) Impossibilidade de aplicao fracionada do artigo 366 do Cdigo de Processo Penal, na redao dada pela Lei n 9.271/96, pois, muito embora o dispositivo tenha, tambm, contedo processual, sobressai a sua feio de direito penal material. Alm disso, por se tratar de dispositivo que, em geral, agrava a situao dos rus, no pode ser aplicado retroativamente edio da lei nova." (HC 92.615, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 13-11-07, 1 Turma, DJE de 14-12-07)

    "O artigo 292 do Cdigo de Processo Penal Militar dispe a propsito da decretao da revelia quando o acusado, citado por edital, no comparecer nem constituir advogado. O artigo 366 do Cdigo de Processo Penal Comum preceitua que se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional. A transposio de normas mais benficas de um para outro sub-ordenamento no se justifica. No se a pode consumar j no plano normativo se ela no foi anteriormente consumada no plano legislativo." (HC 91.225, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 19-6-07, 2 Turma, DJE de 10-8-07)

    "Necessidade de notificao prvia (CPrPenal, art. 514). da jurisprudncia do Supremo Tribunal (v.g. HC 73.099, 1 T., 3-10-95, Moreira, DJ de 17-5-96) que o procedimento previsto nos arts. 513 e seguintes do C.Pr.Penal se reserva aos casos em que a denncia veicula to-somente crimes funcionais tpicos (C.Penal, arts. 312 a 326). (...) Ao julgar o HC 85.779, Gilmar, Inf.STF 457, o plenrio do Supremo Tribunal, abandonando entendimento anterior da jurisprudncia, assentou, como obter dictum, que o fato de a denncia se ter respaldado em elementos de informao colhidos no inqurito policial, no dispensa a obrigatoriedade da notificao prvia (CPP, art. 514) do acusado." (HC 89.686, Rel. Min. Seplveda Pertence, julgamento em 12-6-07, 1 Turma, DJ de 17-8-07). No mesmo sentido: HC 95.969, Rel. Min. Ricardo

    http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo489.htmhttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=500948&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=92615&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=477062&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=91225&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=74245&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=73099&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=469744&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=85779&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=479168&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=89686&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=596082&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=95969&siglaRecurso=&classe=HC

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    Lewandowski, julgamento em 12-5-09, 1 Turma, DJE de 12-6-09; HC 96.058, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 17-3-09, 2 Turma, DJE de 14-8-09.

    "A partir da edio da Lei 9.271/96, que incluiu o pargrafo 4 ao art. 370 do CPP, os defensores nomeados, dentre os quais se inclui o defensor dativo, passaram tambm a possuir a prerrogativa da intimao pessoal." (HC 89.315, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 19-9-06, 1 Turma, DJ de 13-10-06). No mesmo sentido: HC 91.567, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 2-9-08, 2 Turma, DJE de 26-9-08; HC 90.963, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 19-8-08, 2 Turma, DJE de 19-12-08; HC 89.081, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 13-2-07, 1 Turma, DJ de 27-4-07; HC 89.710, Rel. Min. Carmn Lcia, julgamento em 12-12-06, 1 Turma, DJ de 23-3-07.

    "A intimao do advogado para a inquirio de testemunhas no juzo deprecado desnecessria; imprescindvel apenas a intimao da expedio da carta precatria. No caso, havendo incerteza quanto intimao da expedio da carta precatria, afigura-se correta a aplicao, pelo Tribunal a quo, da Smula 155/STF, que proclama ser relativa a nulidade do processo criminal por falta de intimao da Carta Precatria para a inquirio de testemunha." (HC 89.186, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 10-10-06, 2 Turma, DJ de 6-11-06)

    "Citao por edital. O artigo 366 do Cdigo de Processo Penal remete, necessariamente, s balizas da preventiva fixadas no artigo 312 do mesmo diploma, no cabendo a automaticidade da custdia ante a circunstncia de a r no haver sido encontrada." (HC 86.599, Rel. Min. Marco Aurlio, julgamento em 21-3-06, 1 Turma, DJ de 5-5-06)

    Jurisprudncia anterior

    "A alegao de nulidade da citao, por no ter sido expedido mandado judicial juntamente com o pedido de requisio do ru preso, esta superada pelo comparecimento em juzo, onde foi constatada a desnecessidade de adiamento do interrogatrio. A designao do interrogatrio para a mesma data em que expedida a requisio no afeta o direito de defesa do acusado, seja porque no existe na lei processual exigncia de interregno (HC n. 69.350), seja porque, preso h quase um ms, no poderia causar surpresa o fundamento da acusao, que e antecipado, em linhas gerais, pela nota de culpa ou pelo mandado, em caso de preventiva, possibilitando, assim, a elaborao de um esboo de autodefesa ou mesmo de defesa tcnica para oferecimento em juzo. Ademais, a celeridade na fixao do interrogatrio atendeu ao prprio interesse do acusado, que se encontrava preso." (HC 71.839, Rel. Min. Ilmar Galvo, julgamento em 4-10-94, 1 Turma, DJ de 25-11-94)

    Causas de Aumento / de Diminuio de Pena

    http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=600731&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=96058&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=385982&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=89315&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=550487&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=91567&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=570139&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=90963&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=443472&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=89081&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=412550&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=89710&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=390048&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=89186&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=368217&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=86599&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=71661&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=69350&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=73368&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=71839&siglaRecurso=&classe=HC

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    "Os crimes de auxlio ao trfico ilcito de drogas (Lei 6.368/76, art. 12, 2, III) e de associao para o trfico (Lei 6.368/76, art. 14) so autnomos, sendo possvel a incidncia da causa de aumento de pena prevista no art. 18, I, do mesmo diploma legal, de forma independente, sobre cada um desses delitos, desde que presente a elementar da transnacionalidade do crime (...). Ao aplicar essa orientao, a Turma indeferiu habeas corpus em que condenado por trfico internacional e associao para o trfico de drogas em concurso material (art. 12, 2, III e 14 c/c o art. 18, I, todos da Lei 6.368/76 c/c o art. 69 do CP) alegava a impossibilidade de se aplicar a majorante disposta na antiga Lei de Entorpecentes simultaneamente s sanes previstas para os crimes mencionados, sob pena de bis in idem. Enfatizou-se, inicialmente, a jurisprudncia da Corte segundo a qual os crimes praticados pelo paciente so autnomos, ou seja, constituem-se em infraes penais independentes uma da outra, o que tornaria possvel a ocorrncia do concurso material. Ademais, reputou-se que esse entendimento seria cabvel j sob a gide da Lei 11.343/2006, que tipifica esses delitos de modo bastante semelhante Lei 6.368/76. Ressaltou-se, ainda, que o bis in idem somente ocorreria quando uma mesma circunstncia fosse utilizada mais de uma vez para sancionar o ru de maneira mais severa por um delito praticado. Salientou-se, contudo, que se estaria, na espcie, diante de dois delitos diversos, que o legislador, em virtude de poltica criminal, quisera reprimir de forma mais severa quando presente a transnacionalidade. Considerou-se, por fim, que poderia suceder o fato de somente o trfico ilcito de drogas ser feito para o exterior e a associao ser unicamente para prtica do crime dentro do pas. Neste caso, apenas incidiria a causa de aumento quanto ao primeiro delito." (HC 97.979, Rel. Min. Crmen Lcia, julgamento em 3-11-09, 1 Turma, Informativo 566)

    "O latrocnio no consubstancia tipo autnomo. Essa premissa afasta a possibilidade de falar-se em tentativa. O 3 do artigo 157 do Cdigo Penal encerra causa de aumento no que, considerada a subtrao de coisa mvel alheia mediante grave ameaa ou violncia a pessoa, consagra a majorao da pena fixada no artigo quando da citada violncia resulta leso corporal de natureza grave ou morte. A pena, ento, num e noutro caso, aumentada, respectivamente, de sete a quinze anos e de vinte a trinta anos. Em outras palavras, para chegar-se aplicao do 3 do artigo 157, faz-se indispensvel a ocorrncia de leso corporal de natureza grave ou de morte. Nesse caso, as balizas referentes pena so outras, no mais as constantes da cabea do artigo de quatro a dez anos , podendo ser majorada consideradas as causas de aumento previstas no 2 do artigo 157 em comento. Em sntese, no h como assentar-se a existncia de crime tentado quando se trata, na verdade, no de tipo autnomo, mas de causas de aumento das penas-base e teto." (RHC 94.775, voto do Rel. Min. Marco Aurlio, julgamento em 7-4-09, 1 Turma, DJE de 1-7-09). No mesmo sentido: HC 77.240, Rel. p/ o ac. Min. Nelson Jobim, julgamento em 8-9-98, 2 Turma, DJ de 30-6-00.

    A imputao da causa de aumento de pena por inobservncia de regra tcnica de profisso, objeto do disposto no art. 121, 4, do Cdigo Penal, s admissvel quando fundada na descrio de fato diverso daquele que constitui

    http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo566.htmhttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=598728&idDocumento=&codigoClasse=419&numero=94775&siglaRecurso=&classe=RHChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=77200&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=77240&siglaRecurso=&classe=HC

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    o ncleo da ao culposa. (HC 95.078, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 10-3-09, 2 Turma, DJE de 15-5-09)

    (...) no se pode, mediante ato do intrprete, criar figura tpica, sob pena de grave e ostensiva violao ao princpio da legalidade penal. (...) a legislao penal no prev figura de homicdio culposo qualificado por inobservncia de regra tcnica. Note-se que isso no significa seja a causa de aumento de pena inaplicvel (...) mas apenas que mister a concorrncia de duas condutas distintas, uma para fundamentar a culpa, e outra para configurar a majorante. (...) o prprio conceito de negligncia, enquanto fundamento da culpa imputada s ora pacientes, exige a preexistncia de dever de cuidado objetivamente atribudo ao agente. Em outras palavras, s h dever de agir quando haja dever de cuidado, expresso, ou no, em normas regulamentares, at porque a responsabilidade penal da omisso decorre, em ltima anlise, do disposto no art. 13, 2, do Cdigo Penal. (HC 95.078, voto do Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 10-3-09, 2 Turma, DJE de 15-5-09)

    Trfico de drogas praticado sob a vigncia da Lei n. 6.368/76. Impossibilidade de aplicao da causa de diminuio de pena prevista no 4 do art. 33 da Lei n. 11.343/06. Paciente que se dedicava atividade criminosa. Para que a reduo da pena prevista no 4 do art. 33 da Lei n. 11.343/06 seja concedida, no basta que o agente seja primrio e tenha bons antecedentes, sendo necessrio, tambm, que ele no se dedique s atividades criminosas nem integre organizao criminosa. O voto do eminente Ministro Felix Fischer, Relator do habeas corpus ora questionado, muito bem explicitou o motivo pelo qual no foi possvel a aplicao daquele benefcio ao paciente, ressaltando que o Tribunal a quo negou provimento ao recurso defensivo, a uma, por entender que o paciente se dedicava a atividade criminosa, fazendo do comrcio de drogas seu meio de vida, a duas, porque a causa de diminuio da pena prevista no art. 33, 4, da Lei n. 11.343/06 s se aplicaria quele que como fato isolado vende substncia entorpecente, a trs, tendo em vista que a sua aplicao restrita s condenaes ocorridas com base na Lei n. 11.343/06, no se podendo, assim, a pretexto de se aplicar a lei mais benfica, combinar partes diversas das duas normas, porquanto isso implicaria, em ltima anlise, na criao de uma terceira lei. (RHC 94.802, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 10-2-09, 1 Turma, DJE de 20-3-09). No mesmo sentido: HC 94.848, Rel. Min. Crmen Lcia, julgamento em 14-4-09, 1 Turma, DJE de 15-5-09. Em sentido contrrio: HC 95.435, Rel. p/ o ac. Min. Cezar Peluso, julgamento em 7-10-08, 2 Turma, DJE de 7-11-08.

    "No se aplica a causa de aumento prevista no art. 157, 2, inc. I, do Cdigo Penal, a ttulo de emprego de arma de fogo, se esta no foi apreendida nem periciada, sem prova de disparo." (HC 95.142, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 18-11-08, 2 Turma, DJE de 5-12-08). No mesmo sentido: HC 96.865, Rel. p/ o ac. Min. Eros Grau, julgamento em 31-3-09, 2 Turma, DJE 7-8-09. Em sentido contrrio: HC 99.446, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 18-8-09, 2 Turma, DJE de 11-9-09; HC 94.616, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 19-5-09, 2 Turma, Informativo 547; HC 96.099, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 19-2-09, Plenrio, DJE de 5-6-09.

    http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=592538&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=95078&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=592538&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=95078&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=582696&idDocumento=&codigoClasse=419&numero=94802&siglaRecurso=&classe=RHChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=592536&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=94848&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=559897&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=95435&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=567747&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=95142&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=599268&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=96865&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=599268&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=96865&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=602371&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=99446&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo547.htmhttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=595388&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=96099&siglaRecurso=&classe=HC

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    "No que se refere impugnao da qualificadora pelo emprego de arma de fogo, tm razo os impetrantes. A arma nunca foi apreendida, e, portanto, no foi periciada. No h, pois, como afirmar-lhe a lesividade. E a qualificadora do art. 157, 2, somente incide nos casos em que a arma apresente condies de ser utilizada como tal (...)" (HC 95.142, voto do Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 18-11-08, 2 Turma, DJE de 5-12-08)

    A regra do art. 155, 4, IV, do CP no pode ser substituda pela disposio constante do art. 157, 2, do mesmo Codex, sob a alegao de ofensa ao princpio da proporcionalidade. No possvel aplicar-se a majorante do crime de roubo ao furto qualificado, pois as qualificadoras relativas ao furto que possuem natureza jurdica de elementar do tipo no se confundem com as causas de aumento de pena na hiptese de roubo. (HC 95.351, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 21-10-08, 1 Turma, DJE de 7-11-08). No mesmo sentido: HC 98.406-MC, Rel. Min. Ellen Gracie, deciso monocrtica, julgamento em 30-3-09, DJE de 7-4-09. Vide: HC 96.843, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 24-3-09, 2 Turma, DJE de 24-4-09.

    firme a jurisprudncia desta Suprema Corte no sentido de que, ao contrrio do que ocorre com as causas de diminuio, as circunstncias atenuantes no podem reduzir a pena aqum do mnimo legal. Precedentes. (HC 94.446, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 14-10-08, 1 Turma, DJE de 31-10-08). No mesmo sentido: HC 94.243, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 31-3-09, 2 Turma, DJE de 14-8-09; HC 94.552, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 14-10-08, 1 Turma, DJE de 27-3-09; RE 597.270-RG-QO, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 26-3-09, Plenrio, DJE de 5-6-09; HC 94.337, Rel. Min. Crmen Lcia, julgamento em 3-6-08, 1 Turma, DJE de 31-10-08; HC 92.926, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 27-5-08, 2 Turma, DJE de 13-6-08.

    Ao penal. Condenao. Pena. Privativa de liberdade. Priso. Causa de diminuio prevista no art. 33 da Lei 11.343/2006. Clculo sobre a pena cominada no art. 12, caput, da Lei 6.368/76, e j definida em concreto. Admissibilidade. Criao jurisdicional de terceira norma. No ocorrncia. Nova valorao da conduta do chamado pequeno traficante. Retroatividade da lei mais benfica. HC concedido. Voto vencido da Min. Ellen Gracie, Relatora original. Inteligncia do art. 5, XL, da CF. A causa de diminuio de pena prevista no art. 33 da Lei n. 11.343/2006, mais benigna, pode ser aplicada sobre a pena fixada com base no disposto no art. 12, caput, da Lei 6.368/76. (HC 95.435, Rel. p/ o ac. Min. Cezar Peluso, julgamento em 7-10-08, 2 Turma, DJE de 7-11-08). No mesmo sentido: HC 96.149, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 9-12-08, 2 Turma, DJE de 11-9-09. Em sentido contrrio: HC 94.848, Rel. Min. Crmen Lcia, julgamento em 14-4-09, 1 Turma, DJE de 15-5-09; RHC 94.802, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 10-2-09, 1 Turma, DJE de 20-3-09.

    "Furto qualificado. Princpio da insignificncia. No-incidncia no caso. Possibilidade de considerao do privilgio. (...) A questo de direito tratada neste writ, consoante a tese exposta pelo impetrante na petio inicial, a suposta atipicidade da conduta realizada pelo paciente com base na teoria da insignificncia, o que dever conduzir absolvio por falta de lesividade ou

    http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=567747&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=95142&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=559891&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=95351&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=((98406.NUME.%20OU%2098406.DMS.))%20NAO%20S.PRES.&base=baseMonocraticashttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=589387&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=96843&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=558615&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=94446&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=600720&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=94243&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=583811&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=94552&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=595601&idDocumento=&codigoClasse=4740&numero=597270&siglaRecurso=RG-QO&classe=REhttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=558609&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=94337&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=533815&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=92926&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=559897&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=95435&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=602365&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=96149&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=592536&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=94848&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=592536&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=94848&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=582696&idDocumento=&codigoClasse=419&numero=94802&siglaRecurso=&classe=RHC

  • 23

    ofensividade ao bem jurdico tutelado na norma penal. O fato insignificante (ou irrelevante penal) excludo de tipicidade penal, podendo, por bvio, ser objeto de tratamento mais adequado em outras reas do Direito, como ilcito civil ou falta administrativa. No considero apenas e to somente o valor subtrado (ou pretendido subtrao) como parmetro para aplicao do princpio da insignificncia. Do contrrio, por bvio, deixaria de haver a modalidade tentada de vrios crimes, como no prprio exemplo do furto simples, bem como desaparecia do ordenamento jurdico a figura do furto privilegiado (...). A leso se revelou significante no apenas em razo do valor do bem subtrado, mas principalmente em virtude do concurso de trs pessoas para a prtica do crime (o paciente e dois adolescentes). De acordo com a concluso objetiva do caso concreto, no foi mnima a ofensividade da conduta do agente, sendo reprovvel o comportamento do paciente. Compatibilidade entre as qualificadoras (...) e o privilgio (...), desde que no haja imposio apenas da pena de multa ao paciente." (HC 94.765, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 9-9-08, 2 Turma, DJE de 26-9-08). No mesmo sentido: HC 97.051, Rel. Min. Crmen Lcia, julgamento em 13-10-09, 1 Turma, Informativo 563; HC 96.003, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 2-6-09, 1 Turma, DJE de 1-7-09; HC 96.752, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 17-3-09, 2 Turma, DJE de 14-8-09; HC 94.439, Menezes Direito, julgamento em 3-3-09, 1 Turma, DJE de 3-4-09.

    Dosimetria da pena. Furto qualificado. Integrao da norma. Majorante do crime de roubo com concurso de agentes. Inadmissibilidade. (...) As questes controvertidas neste writ acerca da alegada inconstitucionalidade da majorante do 4, do art. 155, CP (quando cotejada com a causa do aumento de pena do 2, do art. 157, CP) (...) j foram objeto de vrios pronunciamentos desta Corte. No que tange primeira questo, inexiste lacuna a respeito do quantum de aumento de pena no crime de furto qualificado (art. 155, 4, CP), o que inviabiliza o emprego da analogia. A jurisprudncia desta Corte tranqila no que tange aplicao da forma qualificada de furto em que h concurso de agentes mesmo aps a promulgao da Constituio Federal de 1988 (HC 73.236, Rel. Min. Sidney Sanches, 1 Turma, DJ 17-5-1996) (HC 92.926, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 27-5-08, 2 Turma, DJE de 13-6-08). No mesmo sentido: HC 95.425, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 4-8-09, 2 Turma, DJE de 18-9-09.

    A causa de aumento de pena do 2 do art. 327 do Cdigo Penal se aplica aos agentes detentores de mandato eletivo. Interpretao sistemtica do art. 327 do Cdigo Penal. Teleologia da norma. A admissibilidade da denncia se afere quando satisfeitos os requisitos do artigo 41, sem que ela, denncia, incorra nas impropriedades do artigo 43 do Cdigo de Processo Penal. Na concreta situao dos autos, a denncia increpa ao denunciado o retardamento de ato de ofcio por suposto esprito de corpo. A mera referncia ao corporativismo no concretiza o elemento subjetivo do tipo. Inpcia da denncia. (Inq. 2.191, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 8-5-08, Plenrio, DJE de 08-5-09)

    A jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que so suscetveis de cmulo material a qualificadora do crime de quadrilha ou

    http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=550523&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=94765&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo563.htmhttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=598732&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=96003&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=600743&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=96752&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=584810&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=94439&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=74349&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=73236&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=533815&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=92926&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=533815&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=92926&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=602620&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=95425&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=591249&idDocumento=&codigoClasse=360&numero=2191&siglaRecurso=&classe=Inq

  • 24

    bando e o delito de roubo agravado. (HC 71.263, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 14-2-95, 1 Turma, DJE de 14-8-09)

    A majorao derivada de concurso formal ou ideal de delitos no deve incidir sobre a pena-base, mas sobre aquela a que j se ache acrescido o quantum resultante da aplicao das causas especiais de aumento a que se refere o 2 do art. 157 do Cdigo Penal. (HC 70.787, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 14-6-94, 1 Turma, DJE de 23-10-09)

    Circunstncias Judiciais

    A Turma, por maioria, negou provimento a recurso ordinrio em habeas corpus no qual condenado por tentativa de roubo qualificado pelo concurso de pessoas (CP, art. 157, 2, II c/c o art. 14, II) insurgia-se contra acrdo do tribunal de justia local que, ao prover recurso de apelao do Ministrio Pblico, majorara a pena aplicada pelo juzo sentenciante, em desconformidade com o art. 59 do CP. Tendo em conta que a apelao devolve ao tribunal a anlise dos fatos e de seu enquadramento, reputou-se que o rgo revisor poderia exasperar a pena pelas mesmas circunstncias judiciais apontadas na sentena, fixando-a em patamar acima daquele prolatado pelo juzo. Aduziu-se que, mesmo sem modificao dessas circunstncias judiciais, o tribunal teria competncia para valor-las novamente e concluir que a pena mais adequada dentro do balizamento do tipo para a situao concreta no seria aquela disposta na sentena. Salientou-se que, se o rgo revisor s pudesse alterar a pena-base se constatada uma circunstncia judicial no contemplada na sentena, ele ficaria manietado quanto devolutividade e reviso. (HC 97.473, Rel. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgamento em 10-11-09, 1 Turma, Informativo 567)

    O fato de o ru ser viciado em drogas no constitui critrio idneo para que se lhe eleve a pena-base acima do mnimo, porquanto o vcio no pode ser valorado como conduta social negativa. (HC 98.456, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 29-9-09, 2 Turma, DJE de 6-11-09)

    "O fundamento da garantia da ordem pblica inidneo quando alicerado na credibilidade da justia e na gravidade do crime. De igual modo, circunstncias judiciais como a gravidade do crime, o motivo, a frieza, a premeditao, o emprego de violncia e o desprezo pelas normas que regem a vida em sociedade no conferem base concreta priso preventiva para garantia da ordem pblica. Circunstncias dessa ordem ho de refletir-se e apenas isso na fixao da pena. Precedentes." (HC 99.379, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 8-9-09, 2 Turma, DJE de 23-10-09)

    No nula a sentena que considera, para a elevao da pena-base pelos maus antecedentes e para a configurao da agravante de reincidncia, condenaes distintas. (HC 94.839, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 8-9-09, 2 Turma, DJE de 16-10-09)

    http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=600712&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=71263&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=604574&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=70787&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo567.htmhttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=605445&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=98456&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=604616&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=99379&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=604072&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=94839&siglaRecurso=&classe=HC

  • 25

    "Inteligncia do art. 59, caput, do CP. nulo o captulo da sentena que reconhece circunstncia judicial de exacerbao da pena-base, quando seu fundamento tenha sido foi afastado pelo tribunal em grau de apelao." (AI 763.729, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 25-8-09, 2 Turma, DJE de 23-10-09)

    "A dosimetria da pena exige do julgador uma cuidadosa ponderao dos efeitos tico-sociais da sano penal e das garantias constitucionais, especialmente as garantias da individualizao do castigo e da motivao das decises judiciais. No caso, o Tribunal de Justia (...) redimensionou a pena imposta ao paciente, reduzindo-a para um patamar pouco acima do limite mnimo (quatro anos e oito meses de recluso). O que fez em ateno primariedade e aos bons antecedentes do paciente, falta de restries, sua conduta social, bem como s consequncias do delito. Os fundamentos lanados pelo Juzo processante da causa para justificar a fixao da pena em patamar superior ao mnimo legal (culpabilidade, motivos e circunstncias do crime) afinal mantidos pelo TJ(...) e STJ no atendem garantia constitucional da individualizao da pena, descrita no inciso XLVI do artigo 5 da CF/88. Fundamentos, esses, que se amoldam muito mais aos elementos constitutivos do tipo incriminador em causa do que propriamente s circunstncias judiciais do artigo 59 do Cdigo Penal. Pelo que se trata de matria imprestvel para aumentar a pena-base imposta ao acusado." (HC 97.509, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 12-5-09, 1 Turma, DJE de 25-9-09)

    "A questo de direito versada nestes autos diz respeito noo de maus antecedentes para fins de estabelecimento do regime prisional mais gravoso, nos termos do art. 33, 3, do Cdigo Penal. No h que confundir as noes de maus antecedentes com reincidncia. Os maus antecedentes representam os fatos anteriores ao crime, relacionados ao estilo de vida do acusado e, para tanto, no pressuposto a existncia de condenao definitiva por tais fatos anteriores. A data da condenao , pois, irrelevante para a configurao dos maus antecedentes criminais, diversamente do que se verifica em matria de reincidncia (CP, art. 63). Levando em conta o disposto no art. 33, 3, do Cdigo Penal, a determinao do regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade deve considerar os maus antecedentes criminais (CP, art. 59), no havendo qualquer ilegalidade ou abuso na sentena que impe o regime fechado luz da presena de circunstncias judiciais desfavorveis ao condenado, como o caso dos maus antecedentes." (HC 95.585, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 11-11-08, 2 Turma, DJE de 19-12-08)

    A regra do art. 59, do Cdigo Penal, contempla oito circunstncias judiciais que devem ser consideradas pelo juiz sentenciante na fixao da pena-base (CP, art. 68). Relativamente ao paciente, o magistrado considerou a existncia de uma grande quantidade de armas apreendidas. O fato de, no bojo do voto do relator do STJ, haver sido consignada a primariedade do paciente, no se revela suficiente para desconsiderar as circunstncias expressamente consignadas na sentena. Art. 33, 3, do Cdigo Penal, considera a necessidade da valorao das circunstncias judiciais para fins de estabelecimento do regime inicial de cumprimento da pena corporal. O paciente

    http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=605016&idDocumento=&codigoClasse=46&numero=763729&siglaRecurso=&classe=AIhttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=605016&idDocumento=&codigoClasse=46&numero=763729&siglaRecurso=&classe=AIhttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=603038&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=97509&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=603038&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=97509&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=570281&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=95585&siglaRecurso=&classe=HC

  • 26

    tambm foi condenado pena privativa de liberdade pelos crimes de trfico ilcito de substncia entorpecente e associao para fins de trfico (arts. 12 e 14, da Lei 6.368/76), devendo haver a soma das penas privativas de liberdade para que seja possvel a estipulao do regime de cumprimento da pena corporal, com base na regra do caput, do art. 69, do Cdigo Penal, ou seja, o concurso material de crimes. Com base nisso, o habeas corpus foi denegado. (HC 91.350, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 10-6-08, 1 Turma, DJE de 29-8-08)

    "No h nulidade na deciso que majora a pena-base e fixa o regime inicial mais gravoso considerando-se as circunstncias judiciais desfavorveis (Cdigo Penal, art. 59)." (RHC 93.818, Rel. Min. Crmen Lcia, julgamento em 22-4-08, 1 Turma, DJE de 16-5-09). No mesmo sentido: HC 97.776, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 2-6-09, 2 Turma, DJE de 19-6-09.

    "Inquritos policiais e aes penais em andamento configuram, desde que devidamente fundamentados, maus antecedentes para efeito da fixao da pena-base, sem que, com isso, reste ofendido o princpio da presuno de no-culpabilidade." (AI 604.041-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 3-8-07, 1 Turma, DJ de 31-8-07)

    "Impossibilidade de considerar-se como maus antecedentes a existncia de processos criminais pendentes de julgamento, com o conseqente aumento da pena-base." (RHC 83.493, Rel. p/ o ac. Min. Carlos Britto, julgamento em 4-11-03, 1 Turma, DJ de 13-2-04). Em sentido contrrio: AI 604.041-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 3-8-07, 1 Turma, DJ de 31-8-07.

    "Reconhecimento, pelo magistrado sentenciante, de que a existncia de referido inqurito policial legitima a formulao de juzo negativo de maus antecedentes (...). A mera sujeio de algum a simples investigaes policiais (arquivadas ou no), ou a persecues criminais ainda em curso, no basta, s por si ante a inexistncia, em tais situaes, de condenao penal transitada em julgado , para justificar o reconhecimento de que o ru no possui bons antecedentes. Somente a condenao penal transitada em julgado pode justificar a exacerbao da pena, pois, com o trnsito em julgado, descaracteriza-se a presuno juris tantum de no-culpabilidade do ru, que passa, ento, a ostentar o status jurdico-penal de condenado, com todas as conseqncias legais da decorrentes. Precedentes. Doutrina." (HC 69.298, Rel. p/ o ac. Min. Celso de Mello, julgamento em 9-6-92, 1 Turma, DJ de 15-12-06). Em sentido contrrio: AI 604.041-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 3-8-07, 1 Turma, DJ de 31-8-07.

    Concurso de Crimes

    Concurso Formal / Material

    http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=544071&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=91350&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=527355&idDocumento=&codigoClasse=419&numero=93818&siglaRecurso=&classe=RHChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=597192&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=97776&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=484588&idDocumento=&codigoClasse=510&numero=604041&siglaRecurso=AgR&classe=AIhttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=102915&idDocumento=&codigoClasse=419&numero=83493&siglaRecurso=&classe=RHChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=484588&idDocumento=&codigoClasse=510&numero=604041&siglaRecurso=AgR&classe=AIhttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=394910&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=69298&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=484588&idDocumento=&codigoClasse=510&numero=604041&siglaRecurso=AgR&classe=AI

  • 27

    O benefcio da suspenso condicional do processo, previsto no art. 89 da Lei n 9.099/95, no admitido nos delitos praticados em concurso material quando o somatrio das penas mnimas cominadas for superior a 01 (um) ano, assim como no aplicvel s infraes penais cometidas em concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mnima cominada ao delito mais grave aumentada da majorante de 1/6 (um sexto), ultrapassar o limite de um (01) ano. (HC 83.163, Rel. p/ o ac. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 16-4-09, Plenrio, DJE de 19-6-09)

    "Evaso fiscal. Imputao do crime previsto no art. 22, nico, da Lei n 7.492/86. Pagamento espontneo dos tributos no curso do inqurito. E