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Contratos em Espécie

Compra e Venda

Doação

Empréstimo (Comodato e Mútuo)

Prestação de Serviços

Empreitada

Mandato

Fiança

Depósito

Contrato de Compra e Venda

evolução do comércio

• fase primitiva da civilização

• troca ou permuta de objetos

• primeira evolução

• determinadas mercadorias como padrão

• pecus (cabeça de gado), origem da palavra pecúnia

• passa-se a utilizar metais preciosos

• esses metais, cunhados com o seu peso, tendo seu

valor determinado, dá origem à moeda, e com ela a

compra e venda.


Definição

•Art. 481, CCB

•Caráter obrigacional do contrato

•A transferência do domínio deriva de outro ato

•Tradição para móveis

•Art. 1.226 e 1.227, CCB

•Registro para imóveis

•Art. 1.227 e 1.245, CCB

•Observância do sistema alemão e romano

•Para o sistema francês (seguido por Itália e Portugal), o próprio contrato tem

natureza real, portanto, ele mesmo é suficiente à transferir a propriedade.

•O alienante, que assumira a obrigação de efetuar a entrega, não a cumpre e

aliena o mesmo bem posteriormente a terceiro não tem o primeiro adquirente

o direito de reivindica-la, mas tão somente o de reclamar perdas e danos.


Natureza jurídica

• A compra e venda é contrato:

•Bilateral ou sinalagmático

•Consensual (art. 482, CCB)

•Oneroso

•Em regra, comutativo, porque as prestações são certas e as partes

podem antever as vantagens e os sacrifícios, que geralmente se

equivalem

• Podem ser aleatórios, quando tem por objeto coisas futuras ou

coisas existentes mas sujeitas a risco

•Em regra, não solene, isto é, de forma livre

• Em certos casos é solene, como na hipótese de imóveis, em que se

exige a escritura pública (art. 108, CCB)


Elementos da compra e venda (art. 482,

CCB)

•Coisa (res)

•Preço (pretium)

•Consentimento (consensus)

•Forma somente é elemento obrigatório em

determinados contratos, como a compra e venda

de imóveis de valor superior à taxa legal.


consentimento

•deve ser livre e espontâneo

•pena de anulabilidade do negócio jurídico

•deve recair sobre a coisa e o preço

•será anulável se houver erro sobre o objeto principal da declaração ou sobre suas qualidades essenciais

•art. 139, I, CCB

•requer capacidade das partes

•incapacidades dos arts. 3o e 4o, do CCB, são supridas pela representação e pela assistência e pela autorização do juiz

•art. 1.634, V, 1.748 e 1.774, CCB

•Ilegitimados como vendedores na compra e venda

•Ascendentes (art. 496, CCB)

•Falido

•Condômino de coisa indivisível (art. 504, direito de preferência, arts. 513 a 520, CCB)

•Cônjuge (art. 1647, I, CCB)

•Locador (lei 9245/91, art. 27)

•Ilegitimados como compradores (a respeito dos bens que estejam sob sua responsabilidade)

•Tutores, curadores, testamenteiros, administradores (art. 497, I, CCB)

•Mandatários (117, Súmula 165, STF)

•Servidores públicos (art. 487, II)

•Juízes e serventuários da justiça (art. 497, III)

•Leiloeiros (497, IV)

•Corretores (Decreto 18.795/29)


preço

•deve ser determinado ou determinável

•se ausente, o negócio é nulo

•vários modos de determinação de preço podem ser escolhidos pelas partes

•exemplo: art. 486, CCB

•vedação:

•art. 489, CCB

•art. 1o, da Lei 10.192/2001

•proíbe a fixação e a vinculação do preço a moeda estrangeira, ouro, ou unidade monetária de conta de qualquer

natureza.

•Admite-se, entretanto, no caso do Dec. Lei 857/69, art. 1o.

•podem deixar a fixação do preço ao arbítrio de terceiro: art. 485, CCB

•determinação em função de índices ou parâmetros: art. 487, CCB

•preço corrente nas vendas habituais do vendedor: art. 488, CCB

•deve ser pago em dinheiro: art. 481, in fine, ou redutível a dinheiro (títulos de crédito)

•se pago com outro objeto, teremos a troca ou a permuta

•se pago mediante prestação de serviços, o contrato será inominado

•o preço deve ser sério e real, correspondente ao valor da coisa, e não vil ou fictício.

•Não pode haver erro nem lesão: art. 138 e 157, CCB

•correção monetária

•em caso de pagamento diferido, somente se admite a correção se o prazo for superior a um ano e se for tomado como

base índice de preços.

•Art. 2o, Lei 10.192 ou Dec. 857/69 ??


coisa

•requisitos

•existência

•nula a venda de coisa inexistente.

•Existência potencial é permitida

•Ex.: safra

•Art. 483, CCB

•Venda de coisas incorpóreas como o crédito e a sucessão aberta denomina-se cessão

•Proibida venda de herança de pessoa viva (art. 426, CCB)

•individuação

•É válida a venda de coisa incerta, indicada ao menos pelo gênero e quantidade (art. 243, CCB)

•Também é válida a venda alternativa, cuja indeterminação cessa com a concentração (art. 252, CCB)

•Disponibilidade

•Deve estar disponível, ou seja, não estar fora do comércio.

•Insusceptíveis de apropriação e as legalmente inalienáveis.

•Por força de lei ou de cláusula de inalienabilidade

•Também são inalienáveis os direitos da personalidade (art. 11, CCB), e os órgãos do corpo humano (CF, art. 199, p. 4o)

•Coisa litigiosa é disponível

•Art. 457, CCB e 42, CPC

•Hipóteses em que as coisas in commercium não podem ser transferidas ao comprador

•Coisa alheia (venda a non domino), salvo se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante depois adquirir a propriedade

•Nesse caso, considera-se a transferência desde o momento da tradição

•Art. 1.268, p. 1o, CCB

•Não pode ser transferida ao comprador a coisa que já lhe pertence


Efeitos da Compra

e Venda

•Efeitos Principais

•Efeitos Secundários


Principais efeitos

•Gerar obrigações recíprocas para os contratantes

•Para o vendedor

•Transferir o domínio de certa coisa

•No silêncio do contrato, deve ser entregue no lugar

em que se encontre no momento do contrato (art.

493, CCB)

•Para o comprador

•Pagar certo preço em dinheiro (art. 481, CCB)

•Acarretar a responsabilidade do vendedor pelos vícios

redibitórios e pela evicção.


Efeitos secundários ou subsidiários

• Responsabilidade pelos riscos

• Os riscos da coisa perecer ou se danificar pertencem ao vendedor até o

momento da tradição dos móveis ou registro dos imóveis

• Os riscos do preço, por sua vez, correm por conta do comprador (art. 492, CCB)

• A coisa deve ser entregue no local em que se encontrava no tempo da venda

(art. 493, CCB)

• Se for expedida para local diverso, por ordem do comprador, correrão por sua

conta os riscos.(art. 494, CCB)

• Repartição das despesas

• Despesas de escritura e registro a cargo do comprador e as de tradição a cargo

do vendedor, podendo, ser adotada outra solução de comum acordo (art. 490,

CCB)

• Direito de reter a coisa ou o preço

• Na compra e venda à vista, o comprador deve, primeiro, pagar o preço; somente

depois o vendedor fará a tradição da coisa (art. 491, CCB)

• Comprador ou vendedor caídos em insolvência (art. 495, CCB)


Limitações à compra e venda

•Aqui fala-se da capacidade especial ou negocial, que, além da capacidade de fato, é

necessária para a prática de certos atos

•Venda de ascendente a descendente

•Art. 496, CCB

•aquisição de bens por pessoa encarregada de zelar pelos interesses do vendedor

•art. 496, CCB

•venda da parte indivisa em condomínio

•art. 504, CCB

•Venda entre cônjuges

•Qualquer que seja o regime de bens (exceto o da separação absoluta), somente

poderá alienar, hipotecar ou gravar de ônus reais os bens imóveis depois de obter

autorização do outro, ou o suprimento judicial de seu consentimento

•Art. 1.647 e 1.648, do CCB

•Art. 226, p. 5o , da CF

•Art. 499, do CCB


Vendas Especiais

•Venda mediante amostra

•Art. 484, CCB

•Para acautelar-se, pode-se requerer a vistoria da mercadoria, como medida preparatória da ação de

resolução contratual, cumulada com perdas e danos.

Venda “ad corpus” e venda “ad mensuram”

•Art. 500, do CCB

•Venda “ad mensuram”

•Preço estipulado com base nas dimensões do imóvel.

•Somente se não houver como proceder-se à complementação é que pode-se requerer resolução ou abatimento

do preço

•A complementação é exigida pela ação ex empto ou ex vendito, de natureza pessoal, porque pleiteia-se o

cumprimento da obrigação.

•Caso essa não seja possível, ajuíza-se ação redibitória ou estimatória.

•Prazo decadencial de 1 ano

•Art. 501, CCB

•Se sobrar área, fica o comprador obrigado a complementar o preço ou devolver a área (art. 500, p. 2o, CCB)

•Art. 500, p. 3o, CCB

•Venda “ad corpus”

•O imóvel é adquirido como um todo (chácara Xangrilá)

Cláusulas Especiais ao Contrato de Compra e Venda

Da retrovenda

•Atualmente em desuso

•Conceito

•Constitui um pacto adjeto, pelo qual o vendedor reserva-se o direito de reaver o imóvel que

está sendo alienado, em certo prazo, restituindo o preço, mais as despesas feitas pelo

comprador

•Art. 505, CCB

•Natureza Jurídica

•Pacto acessório

•adjeto ao contrato de compra e venda

•caracteriza-se como condição resolutiva expressa

•não se trata de nova alienação

•não há incidência do imposto de transmissão inter vivos

•objeto

•bens imóveis

•prazo máximo para exercício do direito de resgate ou retrato

•3 anos

•se as partes estipularem prazo a maior, não se considera o excedente


Da retrovenda

•Atualmente em desuso

•Conceito

•Constitui um pacto adjeto, pelo qual o vendedor reserva-se o

direito de reaver o imóvel que está sendo alienado, em certo prazo,

restituindo o preço, mais as despesas feitas pelo comprador

•Art. 505, CCB

•Natureza Jurídica

•Pacto acessório

•adjeto ao contrato de compra e venda

•caracteriza-se como condição resolutiva expressa

•não se trata de nova alienação

•não há incidência do imposto de transmissão inter vivos


Da retrovenda

•objeto

•bens imóveis

•prazo máximo para exercício do direito de resgate ou retrato

•3 anos

•se as partes estipularem prazo a maior, não se considera o excedente

•decadencial

•direito de resgate pode ser cedido a terceiro

•art. 507

• terceiros adquiriram propriedade resolúvel

•art. 1.359, CCB

•direito pessoal e não real

•a cláusula não necessita de registro


Da venda a contento e da sujeita a prova

• Venda a contento do comprador

• pacto adjeto a contratos de compra e venda

• dizem respeito, em geral, a gêneros alimentícios e bebidas finas

• instituído pela cláusula ad gustum

• entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido

entregue

• art. 509

• domínio permanece com o vendedor, enquanto o comprador não manifestar

o seu agrado

• comprador tem obrigações de mero comodatário, enquanto não aceitá-la

• art. 511

• exceto se no contrato vier expresso que trata-se de condição resolutiva

• domínio transmite-se diretamente ao comprador, resolvendo-se se este

demonstrar o seu desagrado.


Da venda a contento e da sujeita a prova

• Venda a contento do comprador

• O negócio somente se aperfeiçoa se o comprador aceitar

a coisa

• Não pode o vendedor dizer que a recusa é fruto de

capricho.

• Exceção à regra do art. 122, CCB, que proíbe

condições puramente potestativas

• Vencido o prazo sem a manifestação do comprador,

reputa-se perfeita a venda.

• Art. 512.

• Silêncio vale como consentimento.


Da venda a contento e da sujeita a

prova

•Venda sujeita à prova

•Também presume-se feita sob condição

suspensiva de que a coisa tenha as

qualidades asseguradas pelo vendedor e

seja idônea para o fim a que se destina

•Art. 510, CCB


Da preempção ou preferência

•2 espécies: legal e convencional

•Preferência ou prelação legal

•Condômino para adquirir parte indivisa

•Art. 504, CCB

• Inquilino, quanto ao imóvel locado

posto à venda

•Art. 27, Lei 8.245/91



• 2 espécies: legal e convencional

• Preferência convencional

• Resulta do acordo de vontades

• ESTE é objeto do estudo

• comprador se obriga a oferecer ao vendedor a coisa que aquele

vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu

direito de prelação na compra, tanto por tanto

• art. 513, CCB

• somente será exercido se e quando o comprador vier a

revender a coisa comprada, não podendo ser obrigado a

fazê-lo.



• Preferência convencional

• Prazo

• Não excedente a 180 dias (móveis) ou 2 anos (imóveis)

• Art. 513, p. único.

• Inexistindo prazo estipulado, o direito caducará em 3 dias, se for móvel, e em

60 dias subseqüentes à data em que o comprador tiver notificado o vendedor

• Art. 516

• Se não observar a cláusula responde por perdas e danos, se forem comprovados

• Art. 518

• Também responsabiliza o adquirente de má-fé

• Direito tem natureza pessoal e não real

• Não se transmite aos herdeiros

• Art. 520, CCB


Retrocessão

•Art. 519

•Não cabe se a outra

destinação dada à coisa

também for pública.


Da venda com reserva de domínio

• O vendedor tem a própria coisa vendida como garantia do

recebimento do preço

• Só a posse é transmitida ao adquirente

• Propriedade permanece com o vendedor e somente passa

ao vendedor após o recebimento integral do preço

• Art. 521, CCB

• Natureza jurídica de pacto adjeto

• Venda sob condição suspensiva

• Aquisição fica subordinada ao pagamento da última

prestação.


Da venda com reserva de domínio

• Em geral é celebrado na compra a crédito de bens móveis infungíveis, como

os eletrodomésticos, garantindo os comerciantes

•Contrato de alienação fiduciária, garante as financeiras.

• Não existe vedação de seu uso em bens imóveis.

• Constituído em mora o comprador, o vendedor poderá lhe cobrar as

prestações vencidas e, ainda, recuperar a posse da coisa vendida

•Art. 525 e 526, CCB

• Adquirente é mero possuidor direto

•Art. 524

• Necessita de registro no cartório de títulos e documentos do domicílio do

comprador para valer contra terceiros

•Elimina, assim, a boa-fé de terceiros adquirentes

• Procedimento

•CPC, art. 1070 e 1071


Da venda sobre

documentos

•Art. 529, CCB

•Uso no comércio marítimo, na

venda de praça a praça e entre

países distantes.

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