contrato coletivo entre a aecops - aiminho.pt coletivo aecops_fetese.pdf · boletim do trabalho e...

Download Contrato coletivo entre a AECOPS - aiminho.pt coletivo AECOPS_FETESE.pdf · Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 3, 1//21 for possível conhecer essa duração, os critérios para

If you can't read please download the document

Upload: vuliem

Post on 06-Feb-2018

222 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 30, 15/8/2015

    Contrato coletivo entre a AECOPS - Associao de Empresas de Construo e Obras Pblicas e Servios e outras e a Federao dos Sindicatos da

    Indstria e Servios - FETESE - Reviso global

    O presente CCT revoga o CCT publicado no Boletim do Trabalho e Emprego, n. 17, de 8 de Maio de 2010, parcial-mente alterado pelo CCT publicado no Boletim do Traba-lho e Emprego, n. 29, de 8 de Agosto de 2011, celebrado entre a AECOPS - Associao de Empresas de Construo Obras Pblicas e Servios, a AICCOPN - Associao dos Industriais da Construo Civil e Obras Pblicas, a ANEOP - Associao Nacional de Empreiteiros de Obras Pblicas e a AICE - Associao dos Industriais da Construo de Edif-cios, pelas associaes de empregadores, e a Federao dos Sindicatos da Indstria e Servios - FETESE, o SETACCOP - Sindicato da Construo, Obras Pblicas e Servios Afins e outros, pelas associaes sindicais.

    TTULO I

    Clausulado geral

    CAPTULO I

    rea, mbito e vigncia

    Clusula 1.

    rea e mbito

    1- O presente CCT obriga, por um lado, as empresas sin-gulares ou coletivas que, no territrio do continente, se de-dicam atividade da construo civil, obras pblicas e ser-vios relacionados com a atividade da construo e estejam filiadas nas associaes de empregadores outorgantes e, por outro lado, os trabalhadores ao seu servio das categorias profissionais nele previstas e constantes do anexo III repre-sentados pelas associaes sindicais signatrias.

    2- As partes outorgantes vinculam-se a requerer ao minis-trio responsvel pela rea laboral, no momento do depsito do presente contrato, a sua aplicao, com efeitos a partir da sua entrada em vigor, s empresas e aos trabalhadores da construo civil e obras pblicas no filiados nos organismos outorgantes.

    3- O presente CCT abrange 7600 empregadores e 170 000 trabalhadores.

    Clusula 2.

    Vigncia

    O presente CCT entra em vigor no dia 1 do ms seguinte ao da sua publicao no Boletim do Trabalho e Emprego e ser vlido pelo prazo mnimo de dois anos, renovando-se sucessivamente por perodos de um ano, enquanto no for denunciado por qualquer das partes, salvo as matrias refe-rentes a tabela salarial e subsdio de refeio que produzem efeitos a partir de 1 de janeiro 2015 e que sero vlidas pelo prazo de um ano.

    CAPTULO II

    Admisso, classificao e carreira profissional

    Clusula 3.

    Condies gerais de admisso

    1- Antes da admisso na empresa ou se a urgncia da ad-misso o justificar, nos 15 dias seguintes, os trabalhadores sero submetidos a exame de sade destinado a verificar da sua aptido fsica e psquica para o exerccio das funes correspondentes atividade em vista para o respetivo con-trato.

    2- S podem ser admitidos os trabalhadores que satisfa-am as seguintes condies gerais:

    a) Terem idade no inferior a 16 anos;b) Possurem a escolaridade mnima obrigatria legalmen-

    te imposta, nos seguintes termos:

    Data de nascimento Anos de escolaridadeAnterior a 1/1/1967 4 anosEntre 1/1/1967 e 31/12/1980 6 anosPosterior a 31/12/1980 9 anosAno lectivo 2009/2010 12 anos

    c) Possurem as habilitaes estabelecidas na presente re-gulamentao para o exerccio da profisso;

    d) Possurem certificados de aptido profissional, carteira ou cdula, devidamente atualizada, sempre que o exerccio da profisso esteja legalmente condicionado com essa exi-gncia.

    3- Sem prejuzo das disposies relativas ao trabalho de menores consignadas na clusula 68., a escolaridade mnima ou as habilitaes referidas nas alneas b) e c) do nmero an-terior sero dispensadas:

    a) Aos trabalhadores que data da entrada em vigor do presente CCT estejam ao servio de empresas por ele abran-gidas;

    b) Aos trabalhadores que demonstrem j ter desempenha-do funes correspondentes s de qualquer das profisses previstas nos anexos ao presente contrato.

    4- O contrato de trabalho ser obrigatoriamente escrito e assinado por ambas as partes, devendo dele constar:

    a) Identificao das partes, nomeadamente, sendo socieda-de, a existncia de uma relao de coligao societria, de participaes recprocas, de domnio ou de grupo;

    b) O local de trabalho ou, no havendo um fixo ou predo-minante, a indicao de que o trabalho prestado em vrias localizaes;

    c) A sede ou o domiclio do empregador;d) A categoria do trabalhador, incluindo a respetiva classe,

    escalo ou grau, e a caracterizao sumria do seu contedo;e) A data de celebrao do contrato e a do incio dos seus

    efeitos;f) A durao das frias ou, se no for possvel conhecer

    essa durao, os critrios para a sua determinao; g) Os prazos de aviso prvio a observar pelo empregador

    e pelo trabalhador para a cessao do contrato ou, se no

    2416

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 30, 15/8/2015

    for possvel conhecer essa durao, os critrios para a sua determinao;

    h) O valor e a periodicidade da retribuio;i) O perodo normal de trabalho dirio e semanal, especifi-

    cando os casos em que definido em termos mdios; j) O instrumento de regulamentao coletiva de trabalho

    aplicvel;l) Dispensa do perodo experimental, se a houver;m) O nmero da aplice de seguro de acidentes de trabalho

    e a identificao da entidade seguradora;n) O nmero de identificao da segurana social do em-

    pregador;o) Condies especficas da prestao de trabalho, se as

    houver;p) Tratando-se de contrato de trabalho a termo, a indicao

    do motivo justificativo, bem como da data da respetiva ces-sao, no caso de termo certo, ou da sua durao previsvel, no caso de termo incerto;

    q) Tratando-se de contrato de trabalho a tempo parcial, a indicao do perodo normal de trabalho dirio e semanal com referncia comparativa ao trabalho a tempo completo.

    5- O contrato de trabalho ser elaborado em duplicado, destinando-se um exemplar ao empregador e outro ao traba-lhador. Tratando-se de trabalhador estrangeiro, aplicar-se-o as disposies especficas constantes na clusula 63.

    6- No ato de admisso, devero ainda ser fornecidos aos trabalhadores os seguintes documentos:

    a) Regulamento interno, se o houver;b) Outros regulamentos especficos da empresa, tais como

    regulamento de segurana, regulamento de regalias sociais e outros, caso existam.

    7- No ato da admisso, ser ainda prestada informao ao trabalhador relativamente:

    a) Aos riscos para a segurana e sade, bem como as me-didas de proteo e de preveno e a forma como se aplicam, relativos, quer ao posto de trabalho ou funo, quer, em ge-ral, empresa, estabelecimento ou servio;

    b) As medidas e as instrues a adotar em caso de perigo grave e iminente;

    c) As medidas de primeiros socorros, de combate a incn-dios e de evacuao dos trabalhadores em caso de sinistro, bem como os trabalhadores ou servios encarregados de as pr em prtica.

    8- Nas empresas com mais de cinqenta trabalhadores, os empregadores devero, em igualdade de qualificao, dar preferncia admisso de trabalhadores com capacidade de trabalho reduzida, com deficincia ou doena crnica, caso existam postos de trabalho que a possibilitem.

    9- Para o preenchimento de postos de trabalho, o emprega-dor dever dar preferncia aos trabalhadores que na empresa j prestem servio e possuam as qualificaes requeridas.

    Clusula 4.

    Classificao profissional

    1- Os profissionais abrangidos pelo presente contrato se-ro obrigatoriamente classificados, segundo as funes de-sempenhadas, numa das categorias profissionais constantes

    do anexo II.2- Compete comisso paritria, e a pedido das associa-

    es sindicais ou de empregadores, deliberar sobre a criao de novas profisses ou categorias profissionais, que passaro a fazer parte integrante do presente contrato, aps publicao no Boletim do Trabalho e Emprego, igualmente lhe compe-tindo definir as respetivas funes e enquadramentos.

    Clusula 5.

    Condies gerais de acesso

    Para efeitos de promoo a categorias superiores, enten-de-se como servio efetivo na categoria todo o perodo de tempo, seguido ou interpolado, em que houve efetiva prestao de trabalho naquela categoria, independentemente da empresa em que tenha sido prestado e desde que devi-damente comprovado, sendo pois de excluir os perodos de tempo correspondentes a eventuais suspenses do contrato de trabalho.

    Clusula 6.

    Carreira profissional

    A carreira profissional dos trabalhadores abrangidos pelo presente CCT regulamentada no anexo I.

    Clusula 7.

    Enquadramento

    As profisses e categorias previstas so enquadradas nos nveis de retribuio constantes do anexo III.

    CAPTULO III

    Prestao do trabalho

    SECO I

    Durao do trabalho

    Clusula 8.

    Durao e organizao do tempo de trabalho

    1- O perodo normal de trabalho ter a durao mxima de 8 horas por dia e de 40 horas por semana, distribudo por cinco dias consecutivos.

    2- Para os profissionais administrativos, tcnicos de dese-nho, cobradores e telefonistas, o perodo normal de trabalho semanal de 37,5 horas.

    3- A criao de horrios desfasados no perodo normal de trabalho semanal previsto no nmero anterior, dever obede-cer aos seguintes parmetros:

    a) Dois perodos fixos distribudos no perodo normal de trabalho dirio a que o trabalhador est obrigado, de segunda a sexta-feira;

    b) As horas complementares aos perodos fixos sero pre-enchidas entre as 8 horas e 30 minutos e as 19 horas.

    4- Por acordo, o empregador e os trabalhadores podem de-finir o perodo normal de trabalho em termos mdios, nos

    2417

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 30, 15/8/2015

    termos da legislao em vigor, sendo a durao mdia do tra-balho apurada por referncia a 8 meses, tendo em conta que:

    a) As horas de trabalho prestado em regime de alargamen-to do perodo normal de trabalho, de acordo com o disposto no presente nmero, sero compensadas com a reduo da-quele perodo em igual nmero de horas, no podendo ser superior a 2 horas nas semanas em que a durao do trabalho seja inferior a 40 horas, ou ento por reduo em meios-dias ou dias inteiros, sem prejuzo do direito ao subsdio de re-feio;

    b) Se a mdia das horas de trabalho semanal prestadas no perodo de referncia, for inferior ao perodo normal de tra-balho previsto nos nmeros 1 e 2, por razes imputveis ao empregador, ser saldado em favor do trabalhador o perodo de horas de trabalho no prestado;

    c) Durante o perodo de prestao de trabalho no regime de adaptabilidade disposto no presente nmero, o trabalha-dor pode solicitar a utilizao da totalidade ou parte do cr-dito de horas j constitudo, conforme as suas necessidades e por acordo com o empregador;

    d) Cessando o contrato de trabalho, o trabalhador e o em-pregador tm o direito de receber, com base no valor da hora normal, o montante resultante do crdito de horas que, respe-tivamente, exista a seu favor.

    5- Compete ao empregador estabelecer os horrios de tra-balho, bem como eventuais alteraes aos mesmos, nos ter-mos da legislao em vigor e da presente regulamentao.

    6- Em todos os locais de trabalho deve ser afixado, em lu-gar bem visvel, um mapa de horrio de trabalho elaborado pelo empregador.

    7- O empregador deve manter um registo que permita apu-rar o nmero de horas de trabalho prestadas pelo trabalhador, por dia e por semana, com indicao da hora de incio e ter-mo do trabalho o qual, em caso de prestao de trabalho em regime de adaptabilidade, dever conter indicao expressa de tal facto.

    8- O perodo de trabalho dirio deve ser interrompido, em regra, sem prejuzo do nmero seguinte, por um perodo de descanso que no poder ser inferior a uma hora nem su-perior a duas, de modo a que os trabalhadores no prestem mais de cinco horas de trabalho consecutivo, ou quatro horas e meia, tratando-se de trabalhadores menores ou motoristas de pesados.

    9- Salvo tratando-se de trabalhadores menores ou motoris-tas de pesados, a prestao de trabalho poder ser alargada at seis horas consecutivas e o intervalo de descanso dirio ser reduzido a meia hora.

    10- Sem prejuzo da laborao normal, as empresas devem conceder, no primeiro perodo de trabalho dirio, o tempo mnimo necessrio tomada de uma refeio ligeira, nor-malmente designada por bucha, em moldes a regulamen-tar pelo empregador.

    Clusula 9.

    Banco de horas

    1- Por acordo escrito entre o empregador e o trabalhador, pode ser institudo um regime de banco de horas, em que a

    organizao do tempo de trabalho obedece ao disposto nos nmeros seguintes.

    2- A necessidade de prestao de trabalho em acrscimo comunicada pelo empregador ao trabalhador com uma ante-cedncia mnima de cinco dias, salvo se outra for acordada ou em caso de fora maior.

    3- O perodo normal de trabalho pode ser aumentado at 2 horas dirias e 50 horas semanais, tendo o acrscimo por limite 180 horas por ano.

    4- A compensao do trabalho prestado em acrscimo feita mediante a reduo equivalente do tempo de trabalho, a utilizar no decurso do mesmo ano civil, devendo o empre-gador avisar o trabalhador com cinco dias de antecedncia, salvo caso de fora maior devidamente justificado.

    5- A utilizao da reduo do tempo de trabalho para com-pensar o trabalho prestado em acrscimo pode ser requerida pelo trabalhador ao empregador, por escrito, com uma ante-cedncia mnima de cinco dias.

    6- O empregador s pode recusar o pedido de utilizao da reduo do tempo de trabalho referido no nmero anterior, por motivo de fora maior devidamente justificado.

    7- Na impossibilidade de utilizao da reduo do tempo de trabalho no ano civil a que respeita, pode s-lo at ao ter-mo do 1. trimestre do ano civil seguinte ou ser retribuda com acrscimo de 100 %.

    Clusula 10.

    Iseno de horrio de trabalho

    1- Por acordo escrito, pode ser isento de horrio de traba-lho o trabalhador que se encontre numa das seguintes situ-aes:

    a) Exerccio de cargos de administrao, de direo, de chefia, de chefias intermdias, de confiana, de fiscalizao ou de apoio aos titulares desses cargos;

    b) Execuo de trabalhos preparatrios ou complementa-res que, pela sua natureza, s possam ser efetuados fora dos limites dos horrios normais de trabalho;

    c) Exerccio regular da atividade fora do estabelecimento, sem controlo imediato da hierarquia;

    d) Exerccio da atividade de vigilncia, de transporte e de vendas.

    2- A iseno de horrio de trabalho pode compreender as seguintes modalidades:

    a) No sujeio aos limites mximos dos perodos normais de trabalho;

    b) Possibilidade de alargamento da prestao a um deter-minado nmero de horas, por dia ou por semana;

    c) A observncia dos perodos normais de trabalho acor-dados.

    3- O trabalhador abrangido pela iseno de horrio de tra-balho tem direito a uma retribuio especial correspondente a:

    a) 22 % da retribuio base, tratando-se das modalidades previstas nas alneas a) e b) do nmero anterior;

    b) Duas horas de trabalho suplementar por semana, tratan-do-se da modalidade prevista na alnea c) do nmero ante-rior.

    2418

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 30, 15/8/2015

    4- A retribuio especial devida em caso de iseno de ho-rrio de trabalho considerada para efeito de frias, subsdio de frias e subsdio de Natal, estando igualmente sujeita a todos os impostos e descontos legais.

    5- A retribuio especial devida em caso de iseno de ho-rrio de trabalho, no considerada para efeitos de clculo de pagamento de trabalho suplementar, trabalho noturno e trabalho por turnos.

    6- O acordo de iseno de horrio de trabalho cessar nos precisos termos e condies em que deixarem de subsistir os fundamentos que lhe deram origem, caso em que o mesmo poder cessar mediante comunicao escrita dirigida ao ou-tro contraente, com uma antecedncia no inferior a 30 dias.

    Clusula 11.

    Trabalho suplementar

    1- Considera-se trabalho suplementar todo aquele que prestado fora do horrio de trabalho.

    2- Considera-se ainda trabalho suplementar:a) Nos casos de iseno de horrio de trabalho estabeleci-

    da na alnea a), do nmero 2 da clusula anterior, o trabalho prestado nos dias de descanso semanal, obrigatrio ou com-plementar e feriados;

    b) Nos casos de iseno de horrio de trabalho estabeleci-da na alnea b), do nmero 2 da clusula anterior, o trabalho que seja prestado fora desse perodo;

    c) Nos casos de iseno de horrio de trabalho estabeleci-da na alnea c), do nmero 2 da clusula anterior, o trabalho prestado que exceda a durao do perodo normal de traba-lho dirio ou semanal.

    3- No se compreende na noo de trabalho suplementar:a) O trabalho prestado para compensar suspenses de ati-

    vidade, independentemente da causa, de durao no supe-rior a 48 horas seguidas ou interpoladas por um dia de des-canso ou feriado, quando haja acordo entre o empregador e os trabalhadores;

    b) A tolerncia de quinze minutos para as transaes, ope-raes e servios comeados e no acabados na hora estabe-lecida para o termo do perodo normal de trabalho dirio, no sendo, porm, de admitir que tal tolerncia deixe de reves-tir carter excecional, devendo o acrscimo de trabalho ser pago como retribuio normal quando perfizer quatro horas ou no termo do ano civil ou, por troca, mediante acordo, para compensar atrasos dirios que no podem exceder a tolern-cia diria prevista nem as quatro horas mensais;

    c) A formao profissional, ainda que realizada fora do ho-rrio de trabalho.

    4- O trabalho suplementar pode ser prestado quando as empresas tenham de fazer face a acrscimos eventuais e tran-sitrios de trabalho, que no justifiquem a admisso de traba-lhadores com carter permanente ou em regime de contrato a termo, observando-se, no entanto, o descanso intercorrente de onze horas entre as jornadas.

    5- O trabalho suplementar pode ainda ser prestado em ca-sos de fora maior ou quando se torne indispensvel para prevenir ou reparar prejuzos graves para a empresa, bem como para assegurar o cumprimento de prazos contratual-

    mente estabelecidos para concluso de obras ou fases das mesmas.

    6- A prestao de trabalho suplementar tem de ser prvia e expressamente determinada pelo empregador, sob pena de no ser exigvel o respetivo pagamento.

    7- O empregador deve registar o trabalho suplementar em suporte documental adequado, nos termos legalmente pre-vistos.

    Clusula 12.

    Obrigatoriedade e dispensa da prestao de trabalho suplementar

    1- Os trabalhadores esto obrigados prestao de tra-balho suplementar, salvo quando, havendo motivos atend-veis, devidamente comprovados, nomeadamente assistncia inadivel ao agregado familiar, expressamente solicitem a sua dispensa.

    2- No esto sujeitos obrigao estabelecida no nmero anterior:

    a) Os trabalhadores com deficincias ou com doena cr-nica;

    b) As trabalhadoras grvidas;c) As trabalhadoras com filhos de idade inferior a 12 me-

    ses;d) Os pais que hajam gozado licena de paternidade nos

    casos de incapacidade fsica ou psquica da me, morte da me ou deciso conjunta dos pais at os filhos perfazerem os 12 meses;

    e) Os trabalhadores estudantes, exceto nas situaes pre-vistas no nmero 5 da clusula 11.

    3- proibida a prestao de trabalho suplementar por tra-balhadores menores.

    Clusula 13.

    Nmero mximo de horas de trabalho suplementar

    1- O trabalho suplementar fica sujeito, por trabalhador, aos seguintes limites:

    a) Duzentas horas de trabalho por ano;b) Duas horas por dia normal de trabalho;c) Um nmero de horas igual ao perodo normal de traba-

    lho nos dias de descanso semanal, obrigatrio ou comple-mentar, e nos feriados.

    2- A prestao de trabalho suplementar prevista no nme-ro 5 da clusula 11., no fica sujeita aos limites do nmero anterior, no devendo, contudo, a durao mdia do trabalho semanal exceder 48 horas num perodo de referncia de 12 meses. No clculo da mdia, os dias de frias so subtrados ao perodo de referncia em que so gozados.

    3- Os dias de ausncia por doena, bem como os dias de licena por maternidade e paternidade e de licena especial do pai ou da me para assistncia a pessoa com deficincia e a doente crnico so considerados, para efeitos do nme-ro anterior, com base no correspondente perodo normal de trabalho.

    4- O limite anual de horas de trabalho suplementar apli-cvel a trabalhador a tempo parcial de 80 horas por ano ou o correspondente proporo entre o perodo normal de trabalho e o de trabalhador a tempo completo em situao

    2419

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 30, 15/8/2015

    comparvel, quando superior. 5- Mediante acordo escrito, o limite referido no nmero

    anterior pode ser elevado at 200 horas por ano.

    Clusula 14.

    Retribuio do trabalho suplementar

    1- O trabalho suplementar prestado em dia normal de tra-balho ser remunerado com os seguintes acrscimos mni-mos:

    a) 50 % da retribuio base horria na primeira hora;b) 75 % da retribuio base horria nas horas ou fraces

    subsequentes.2- Sempre que o trabalhador haja de prestar trabalho su-

    plementar em dia normal de trabalho, fora dos casos de pro-longamento ou antecipao do seu perodo de trabalho, ter direito:

    a) Ao pagamento integral das despesas de transporte de ida e volta ou a que lhe sejam assegurados transportes, quan-do no seja possvel o recurso aos transportes pblicos;

    b) Ao pagamento, como trabalho suplementar, do tempo gasto na viagem de ida e volta, no contando, porm, para o cmputo dos limites mximos dirios ou anuais estabeleci-dos na clusula 13.

    3- No caso de o trabalho suplementar se suceder imediata-mente a seguir ao perodo normal e desde que se pressupo-nha que aquele venha a ter uma durao igual ou superior a uma hora e trinta minutos, o trabalhador ter direito a uma interrupo de quinze minutos entre o horrio normal e su-plementar, que ser remunerada nos termos do nmero 1 da presente clusula.

    4- Sempre que a prestao de trabalho suplementar exceda no mesmo dia trs horas seguidas, o trabalhador ter direito a uma refeio integralmente custeada pelo empregador.

    5- O trabalho prestado em dia de descanso semanal, des-canso semanal complementar ou feriado obrigatrio, ser remunerado de acordo com a seguinte frmula:

    R = (rh x n) x 2

    sendo:R - Remunerao do trabalho prestado em dia de des-

    canso semanal, descanso semanal complementar ou feriado obrigatrio;

    rh - Remunerao horria;n - Nmero de horas trabalhadas.

    6- Independentemente do nmero de horas que o trabalha-dor venha a prestar, a respetiva retribuio no poder, toda-via, ser inferior correspondente a quatro horas, calculadas nos termos do nmero anterior.

    7- Quando o perodo de trabalho prestado nos termos do nmero 5 desta clusula seja igual ou superior a cinco horas, os trabalhadores tm direito ao fornecimento gratuito de uma refeio.

    Clusula 15.

    Descanso compensatrio

    1- A prestao de trabalho suplementar em dia til, em dia de descanso semanal complementar ou em dia feriado, con-

    fere aos trabalhadores o direito a um descanso compensat-rio remunerado, correspondente a 25 % das horas de trabalho suplementar realizado.

    2- O descanso compensatrio vence-se quando perfizer um nmero de horas igual ao perodo normal de trabalho dirio e deve ser gozado num dos 30 dias seguintes.

    3- Quando o descanso compensatrio for devido por trabalho suplementar no prestado em dias de descanso semanal, obri-gatrio ou complementar, pode o mesmo, por acordo entre o empregador e o trabalhador, ser substitudo por prestao de trabalho remunerado com um acrscimo no inferior a 100 %.

    4- Nas microempresas e nas pequenas empresas, o descan-so compensatrio previsto no nmero 1 pode ser substitudo mediante acordo, por prestao de trabalho remunerado com um acrscimo no inferior a 100 % ou, na falta de acordo, gozado quando perfizer um nmero de horas igual ao pero-do normal de trabalho dirio nos 90 dias seguintes.

    5- Sempre que a prestao de trabalho suplementar presta-do em dia normal de trabalho exceda seis horas seguidas, o trabalhador ter o direito de descansar num dos trs dias sub-sequentes, a designar por acordo entre as partes, sem perda de remunerao.

    6- Os trabalhadores que tenham trabalhado no dia de des-canso semanal obrigatrio, tm direito a um dia de descanso completo, sem perda de remunerao, num dos trs dias se-guintes.

    7- Na falta de acordo, o dia de descanso compensatrio ser fixado pelo empregador.

    Clusula 16.

    Trabalho noturno

    1- Considera-se noturno o trabalho prestado no perodo que decorre entre as 22 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte.

    2- Sem prejuzo dos acrscimos devidos por fora da clu-sula 14., a retribuio do trabalho suplementar noturno ser superior em 30 % retribuio base a que d direito o traba-lho equivalente prestado durante o dia.

    3- A retribuio do trabalho normal noturno ser superior em 45 % retribuio base a que d direito o trabalho equi-valente prestado durante o dia, nas horas de trabalho que se-jam prestadas no perodo previsto no nmero 1 da presente clusula.

    4- O acrscimo retributivo previsto nos nmeros anteriores no devido quando no momento da contratao do traba-lhador a retribuio tenha sido estabelecida atendendo cir-cunstncia de o trabalho dever ser prestado exclusivamente em perodo noturno.

    Clusula 17.

    Trabalho em regime de turnos

    1- Apenas considerado trabalho em regime de turnos o prestado em turnos rotativos, em que o trabalhador est su-jeito s correspondentes variaes de horrio de trabalho.

    2- Os trabalhadores s podero mudar de turno aps o pe-rodo de descanso semanal.

    3- A prestao de trabalho em regime de turnos confere ao

    2420

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 30, 15/8/2015

    trabalhador o direito ao seguinte complemento de retribui-o, o qual deixar de ser devido sempre que se suspenda a prestao de trabalho em tal regime:

    a) Em regime de dois turnos, em que apenas um seja total ou parcialmente noturno, acrscimo de 25 % sobre a retri-buio mensal;

    b) Em regime de trs turnos, ou de dois turnos total ou par-cialmente noturnos, acrscimo de 35 % sobre a retribuio mensal.

    4- O complemento de retribuio imposto no nmero an-terior inclui o acrscimo de retribuio pelo trabalho noturno prestado em regime de turnos.

    5- O subsdio de turno considerado para efeitos de re-tribuio do perodo de frias e respetivo subsdio, sempre que se verifiquem, pelo menos, 120 dias de trabalho efetivo, seguidos ou interpolados, nos 12 meses imediatamente ante-riores ao gozo das frias.

    6- O empregador deve organizar um registo separado dos trabalhadores includos em cada turno.

    Clusula 18.

    Funes de vigilncia

    1- As funes de vigilncia sero desempenhadas, em princpio, por trabalhadores com a categoria de guarda.

    2- Nos locais de trabalho onde no se justifique a perma-nncia de um guarda, as funes de vigilncia fora do per-odo normal de trabalho podero ser exercidas por trabalha-dores que durante o perodo normal exeram outras funes, desde que estes deem o seu acordo por escrito e lhes sejam fornecidas instalaes para o efeito, bem como um acrsci-mo de 40 % sobre a sua retribuio base.

    3- O disposto no nmero anterior aplicvel aos guardas a quem sejam fornecidas instalaes no local de trabalho e que fora do respetivo perodo normal tambm exeram funes de vigilncia.

    4- A vigilncia resultante da permanncia no obrigat-ria prevista nos dois nmeros anteriores, mesmo durante os dias de descanso semanal, descanso semanal complementar e feriados, no confere direito a remunerao para alm dos 40 % constantes no nmero 2.

    5- O direito ao alojamento e ao acrscimo de remunerao cessa com o termo das funes de vigilncia atribudas.

    SECO II

    Objeto do contrato de trabalho

    Clusula 19.

    Funes compreendidas no objeto do contrato de trabalho

    1- O trabalhador deve exercer a atividade correspondente categoria profissional para que foi contratado.

    2- A categoria profissional contratada compreende as fun-es que lhe sejam afins ou funcionalmente ligadas, para as quais o trabalhador detenha qualificao profissional ade-quada e que no impliquem desvalorizao profissional.

    3- Consideram-se afins ou funcionalmente ligadas, desig-

    nadamente, as atividades compreendidas no mesmo grupo ou carreira profissional.

    4- O disposto nos nmeros 2 e 3 confere ao trabalhador, sempre que o exerccio das funes afins ou funcionalmente ligadas exigir especiais qualificaes, o direito a formao profissional nos termos legalmente previstos.

    5- No caso em que s funes afins ou funcionalmente li-gadas, previstas nos nmeros 2 e 3, corresponder retribuio mais elevada, o trabalhador ter direito a esta e, aps seis meses de exerccio dessas funes, ter direito a reclassifica-o, a qual s poder ocorrer mediante o seu acordo.

    Clusula 20.

    Prestao temporria de funes no compreendidas no objeto do contrato de trabalho

    1- O trabalhador pode ser temporariamente incumbido de funes no compreendidas no objeto do contrato, desde que tenha capacidade para as desempenhar e as mesmas no im-pliquem diminuio da retribuio, nem modificao subs-tancial da posio do trabalhador.

    2- O desempenho temporrio de funes, a que se refere o nmero anterior, s ter lugar, se no local de trabalho se verificar a impossibilidade de afetar o trabalhador para a exe-cuo de tarefas correspondentes ao objeto do seu contrato, ou quando o interesse da empresa o exija.

    3- Quando s funes temporariamente prestadas nos ter-mos dos nmeros anteriores corresponder uma remunerao mais favorvel, o trabalhador ter direito a essa remunerao e mant-la- definitivamente se a prestao durar mais de 180 dias seguidos ou interpolados em cada ano, contados a partir do incio de cada prestao.

    4- A prestao temporria de funes no compreendidas no objeto de trabalho deve ser justificada, com indicao do tempo previsvel.

    Clusula 21.

    Mudana de categoria

    O trabalhador s pode ser colocado em categoria inferior quela para que foi contratado ou a que foi promovido quan-do tal mudana decorra de:

    a) Necessidades prementes da empresa ou por estrita ne-cessidade do trabalhador, que seja por este aceite e autoriza-da pela Autoridade para as Condies do Trabalho;

    b) Incapacidade fsica ou psquica permanente e definitiva do trabalhador, que se mostre pacificamente aceite e autori-zada pela Autoridade para as Condies do Trabalho ou judi-cialmente verificada, que o impossibilite do desempenho das funes que integram o seu posto de trabalho.

    Clusula 22.

    Substituies temporrias

    1- Sempre que um trabalhador substitua outro de categoria e retribuio superiores, ter o direito de receber uma remu-nerao correspondente categoria do substitudo, durante o tempo que essa substituio durar.

    2- Se a substituio durar mais de um ano, o substituto manter o direito retribuio quando finda a substituio,

    2421

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 30, 15/8/2015

    regressar sua anterior funo, salvo tratando-se de substi-tuies em cargos de chefia.

    3- Terminado o impedimento do trabalhador substitudo e se nos 30 dias subsequentes ao termo do impedimento no se verificar o seu regresso ao lugar, o trabalhador que durante mais de um ano o tiver substitudo ser promovido cate-goria profissional daquele, com efeitos desde a data em que houver tido lugar a substituio.

    Clusula 23.

    Cedncia ocasional de trabalhadores

    1- A cedncia ocasional de trabalhadores consiste na dis-ponibilizao temporria e eventual do trabalhador do qua-dro de pessoal prprio de um empregador para outra empre-sa, a cujo poder de direo o trabalhador fica sujeito, sem prejuzo da manuteno do vnculo contratual inicial.

    2- A cedncia ocasional de um trabalhador de uma empre-sa para outra s ser permitida desde que:

    a) No implique mudana de empregador e no determine diminuio de direitos, regalias e garantias;

    b) Se constate que no h para aquele trabalhador, na em-presa cedente, trabalho da sua categoria profissional;

    c) O trabalhador cedido esteja vinculado empresa ceden-te mediante contrato de trabalho sem termo, excetuando tra-tando-se de contrato de trabalho a termo justificado ao abrigo do nmero 1, da clusula 54.;

    d) O trabalhador concorde com a cedncia.3- O trabalhador cedido regressar empresa cedente logo

    que cesse a causa que motivou a cedncia.4- O empregador que pretenda, nos termos do nmero 1,

    ceder um trabalhador a outra empresa, associada ou no, com ou sem representantes legais comuns, entregar que-le documento assinado pelas duas empresas interessadas, do qual conste:

    a) Identificao, assinaturas e domiclio ou sede das par-tes;

    b) Identificao do trabalhador cedido;c) Indicao da atividade a prestar pelo trabalhador;d) Local de trabalho onde o trabalhador prestar servio;e) Condies especiais em que o trabalhador cedido, se

    as houver;f) Salvaguarda de todos os direitos, regalias e garantias do

    trabalhador;g) Responsabilizao solidria do empregador a quem

    cedido o trabalhador pelos crditos deste;h) Data do seu incio e indicao do tempo previsvel da

    respetiva durao. 5- Do acordo de cedncia ocasional celebrado entre a em-

    presa cedente e cessionria dever constar ainda a declarao de concordncia do trabalhador cedido.

    6- O documento a que se refere o nmero 4 da presente clusula ser entregue com a antecedncia de:

    a) Trs dias teis, no caso de o novo local de trabalho per-mitir o regresso dirio residncia habitual do trabalhador;

    b) Duas semanas, quando no permitir tal regresso.

    Clusula 24.

    Cedncia definitiva de trabalhadores

    1- A cedncia definitiva do trabalhador de um empregador para outro s permitida se respetiva proposta, apresenta-da com a antecedncia mnima de 15 dias, der o trabalhador o seu acordo por escrito e no determinar diminuio dos direitos, regalias e garantias estipuladas na lei e neste con-trato, nomeadamente os decorrentes da antiguidade, que ser sempre contada a partir da data de admisso ao servio da cedente.

    2- Apenas existe cedncia definitiva do trabalhador, nos termos do nmero anterior, quando esta conste de documento escrito, assinado pela entidade cedente e pela cessionria, do qual ser obrigatoriamente fornecida cpia ao trabalhador, e cedncia essa que no confere a este, por si s, direito a inde-mnizao por despedimento pago pelo empregador cedente.

    3- O documento referido no nmero anterior conter obri-gatoriamente:

    a) A identificao, remunerao, categoria e antiguidade do trabalhador;

    b) Local de trabalho onde o trabalhador prestar servio ou, se for caso disso, o carter no fixo do mesmo;

    c) Condies especiais em que o trabalhador cedido, se as houver;

    d) Salvaguarda de todos os direitos, regalias e garantias do trabalhador, incluindo as decorrentes da antiguidade;

    e) Responsabilizao solidria do empregador a quem cedido o trabalhador pelos crditos deste sobre a cedente, vencidos nos 12 meses anteriores cedncia.

    4- No prazo de sete dias a contar do incio da prestao do trabalho junto da entidade cessionria, pode o trabalhador reassumir o seu cargo ao servio da entidade cedente, revo-gando o acordo referido no nmero 1 desta clusula.

    5- O disposto na presente clusula no prejudica a facul-dade de o empregador admitir o trabalhador nos termos de outras disposies aplicveis deste contrato.

    Clusula 25.

    Comisso de servios

    Para alm das situaes previstas na legislao em vigor, podem ser exercidas em regime de comisso de servio as funes correspondentes s seguintes categorias profissio-nais:

    a) Diretor de servio;b) Tcnico de grau III;c) Encarregado-geral (CCOP);d) Tcnico oficial de contas;e) Analista informtico de sistemas.

    CAPTULO IV

    Local de trabalho

    2422

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 30, 15/8/2015

    Clusula 26.

    Local habitual de trabalho

    1- Por local habitual de trabalho entende-se o lugar onde deve ser realizada a prestao, de acordo com o estipulado no contrato ou o lugar resultante de transferncia definitiva do trabalhador.

    2- Na falta de indicao expressa, considera-se local ha-bitual de trabalho o que resultar da natureza da atividade do trabalhador e da necessidade da empresa que tenha levado sua admisso, desde que esta ltima fosse ou devesse ser conhecida pelo trabalhador.

    3- O local habitual de trabalho determinado nos termos dos nmeros anteriores, poder ser:

    a) Local habitual de trabalho fixo;b) Local habitual de trabalho no fixo, exercendo o traba-

    lhador a sua atividade indistintamente em diversos lugares ou obras.

    Clusula 27.

    Trabalhadores com local de trabalho no fixo

    1- Os trabalhadores com local de trabalho no fixo tm di-reito, nos termos a acordar com o empregador, no momen-to da admisso ou posteriormente a esta, ao pagamento das seguintes despesas diretamente impostas pelo exerccio da atividade:

    a) Despesas com transporte;b) Despesas com alimentao;c) Despesas de alojamento.2- As despesas com alimentao e alojamento podero ser

    custeadas atravs da atribuio de ajudas de custo, nos ter-mos e com os condicionalismos previstos na lei.

    Clusula 28.

    Deslocaes inerentes s funes

    1- O trabalhador encontra-se adstrito s deslocaes ine-rentes s suas funes ou indispensveis sua formao pro-fissional.

    2- O empregador tem que custear as despesas do traba-lhador impostas pelas deslocaes, podendo haver lugar ao pagamento de ajudas de custos para as despesas com alimen-tao e alojamento, nos termos e com os condicionalismos previstos na lei.

    Clusula 29.

    Transferncia temporria de trabalhadores com local de trabalho fixo

    1- Designa-se por transferncia temporria a realizao, a ttulo transitrio, das atividades inerentes a um posto de trabalho, fora do local habitual de prestao do mesmo, que pressuponha a manuteno do respetivo posto no local de trabalho fixo de origem, para o qual o trabalhador regressa finda a transferncia.

    2- Por estipulao contratual, inicial ou posterior, o empre-gador pode, quando o interesse da empresa o exija, transferir temporariamente o trabalhador para outro local de trabalho.

    3- Consideram-se transferncias temporrias com regres-

    so dirio residncia aquelas em que o perodo de tempo despendido, incluindo a prestao de trabalho e as viagens impostas pela transferncia, no ultrapasse em mais de duas horas o perodo normal de trabalho, acrescido do tempo con-sumido nas viagens habituais.

    4- Consideram-se transferncias temporrias sem regresso dirio residncia as que, por excederem o limite de duas horas previsto no nmero anterior, no permitam a ida diria do trabalhador ao local onde habitualmente pernoita, salvo se este optar pelo respetivo regresso, caso em que ser apli-cvel o regime estabelecido para as transferncias com re-gresso dirio residncia.

    5- Salvo motivo imprevisvel, a deciso de transferncia temporria de local de trabalho tem de ser comunicada ao trabalhador com vinte e quatro horas de antecedncia.

    Clusula 30.

    Transferncia temporria com regresso dirio residncia

    1- Os trabalhadores transferidos temporariamente com re-gresso dirio residncia, tero direito a que:

    a) Lhes seja fornecido ou pago meio de transporte de ida e volta, na parte que v alm do percurso usual entre a sua residncia e o local habitual de trabalho;

    b) Lhes seja fornecido ou pago almoo, jantar ou ambos, consoante as horas ocupadas, podendo tais despesas ser cus-teadas atravs do pagamento de ajudas de custo, nos termos e com os condicionalismos previstos na lei;

    c) Lhes seja pago ao valor da hora normal o tempo gas-to nas viagens de ida e volta entre o local da prestao e a residncia do trabalhador, na parte em que exceda o tempo habitualmente gasto entre o local habitual de trabalho e a referida residncia.

    2- Na aplicao do disposto na alnea b) do nmero ante-rior, devem as partes proceder segundo os princpios de boa--f e as regras do senso comum, tendo em conta, no caso do pagamento da refeio, os preos correntes no tempo e local em que a despesa se efetue, podendo o empregador exigir documento comprovativo da despesa feita.

    3- Os trabalhadores devero ser dispensados das transfe-rncias temporrias referidas nesta clusula nos termos pre-vistos na lei e no presente contrato para a dispensa de traba-lho suplementar.

    Clusula 31.

    Transferncias temporrias sem regresso dirio residncia

    1- Nas transferncias temporrias sem regresso dirio re-sidncia, os trabalhadores deslocados tero direito a:

    a) Pagamento ou fornecimento integral da alimentao e alojamento, podendo tais despesas ser custeadas atravs do pagamento de ajudas de custo, nos termos e com os condi-cionalismos previstos na lei;

    b) Transporte gratuito assegurado pelo empregador ou pa-gamento integral das despesas de transporte de ida e volta: no incio e no termo da transferncia temporria; no incio e no termo dos perodos de frias gozados durante a manuten-o da mesma; por cada duas semanas de durao da trans-ferncia temporria;

    2423

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 30, 15/8/2015

    c) Pagamento de um subsdio correspondente a 25 % da retribuio base.

    2- Na aplicao do direito conferido na alnea a) do nme-ro anterior, deve igualmente atender-se aos princpios con-signados no nmero 2 da clusula 30.

    3- O subsdio referido na alnea c) do nmero 1 calculado em funo do nmero de dias consecutivos que durar a trans-ferncia temporria, com excluso nos perodos de frias go-zados durante a sua permanncia.

    4- O trabalhador dever ser dispensado da transferncia temporria prevista nesta clusula nos termos previstos na lei e no presente contrato para a dispensa da prestao de trabalho suplementar.

    Clusula 32.

    Transferncias temporrias para fora do continente/pas

    1- As normas reguladoras das transferncias temporrias para fora do continente sero sempre objeto de acordo escri-to entre o trabalhador e o empregador, podendo haver lugar ao pagamento de ajudas de custos para as despesas com ali-mentao e alojamento.

    2- Tratando-se de transferncia temporria para o estran-geiro, por perodo superior a um ms, do texto do acordo dever constar:

    a) Durao previsvel do perodo de trabalho a prestar no estrangeiro;

    b) Moeda em que ser efetuada a retribuio e respetivo lugar de pagamento;

    c) Condies de eventual repatriamento;d) Acessos a cuidados de sade.3- No caso de destacamento para o estrangeiro, o empre-

    gador deve comunicar, com cinco dias de antecedncia, Autoridade para as Condies do Trabalho:

    a) A identidade dos trabalhadores a destacar;b) O utilizador, se for o caso;c) O local de trabalho;d) O incio e o termo previsveis da deslocao.

    Clusula 33.

    Doena do trabalhador

    1- Registando-se uma situao de doena cuja durao se prev superior a dois dias, o trabalhador ter direito ao pagamento ou fornecimento de transporte de regresso sua residncia.

    2- Prevendo-se um perodo de doena igual ou inferior a dois dias, o trabalhador permanecer no local de trabalho, cessando todos os direitos, deveres e garantias das partes, na medida em que pressuponham a efetiva prestao de traba-lho, sendo no entanto assegurado pelo empregador, durante o perodo de inatividade, a manuteno das condies pre-viamente estabelecidas no que concerne a alojamento e ali-mentao.

    3- Por solicitao do trabalhador, e prevendo-se uma re-cuperao no prazo de oito dias, poder o trabalhador per-manecer no local de trabalho, dentro dos condicionalismos previstos no nmero anterior.

    Clusula 34.

    Falecimento do trabalhador transferido temporariamente

    No caso de falecimento do trabalhador transferido tem-porariamente, o empregador suportar as despesas decor-rentes da transferncia do corpo para o local da residncia habitual.

    Clusula 35.

    Ocorrncia de perodos de inatividade durante a transferncia temporria

    Sem prejuzo da possibilidade que o empregador dis-pe de fazer cessar a transferncia temporria, o regime previsto na clusula 31. subsiste enquanto esta perdurar, independentemente de durante a referida transferncia ocorrerem perodos de inatividade.

    Clusula 36.

    Transferncia definitiva dos trabalhadores com local de trabalho fixo

    1- Para alm de outras situaes previstas no contrato de trabalho, o empregador pode transferir o trabalhador para outro local de trabalho, a ttulo definitivo, nas seguintes si-tuaes:

    a) As transferncias motivadas pela mudana ou por en-cerramento total ou parcial do estabelecimento ou obra;

    b) Transferncia motivada por interesse do empregador ou do trabalhador nas situaes previstas na legislao em vigor e no contrato de trabalho.

    2- As condies da transferncia prevista na alnea b) do nmero 1 devem constar de documento assinado por ambas as partes.

    3- O empregador deve custear as despesas do trabalhador impostas pela transferncia motivada pela mudana ou por encerramento total ou parcial do estabelecimento ou obra ou por interesse da empresa, decorrentes do acrscimo de cus-tos de transporte, alimentao e resultantes de mudana de residncia.

    4- Salvo motivo imprevisvel, a deciso de transferncia definitiva de local de trabalho tem de ser comunicada ao tra-balhador com 10 dias de antecedncia.

    Clusula 36.-A

    Ajudas de custo

    Na atribuio de ajudas de custo por parte do empre-gador, prevista nas clusulas 27., 28., 30., 31. e 32., o limite de iseno de contribuies para a segurana social, dos valores pagos pelo empregador a esse ttulo, acrescido at 50 %, sobre o limite previsto no Cdigo do IRS, desde que tal acrscimo resulte da aplicao, por parte do emprega-dor, de um mesmo critrio, relativamente aos trabalhadores abrangidos pelo presente CCT.

    CAPTULO V

    Retribuio do trabalho

    2424

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 30, 15/8/2015

    Clusula 37.

    Noo de retribuio

    1- A retribuio mensal integra o que, nos termos da lei e do presente contrato, o trabalhador tem o direito de receber como contrapartida do seu trabalho.

    2- A retribuio mensal engloba a retribuio base e todas as outras prestaes regulares e peridicas, nomeadamente a retribuio especial por iseno de horrio de trabalho e o complemento de retribuio pela prestao de trabalho em regime de turnos.

    3- Considera-se retribuio mnima as constantes do anexo III do presente contrato.

    4- Considera-se retribuio base a retribuio mnima efe-tivamente paga por cada empregador quando superior aos valores da tabela.

    5- At prova em contrrio, presume-se constituir retribui-o toda e qualquer outra prestao do empregador ao tra-balhador.

    Clusula 38.

    Retribuio horria

    O valor da remunerao horria ser calculado segundo a seguinte frmula:

    Rb x 12 52 x n

    em que Rb o valor da remunerao baseen o perodo normal de trabalho semanal.

    Clusula 39.

    Documento a entregar ao trabalhador no ato do pagamento

    No ato do pagamento da retribuio, o empregador deve entregar ao trabalhador documento do qual conste:

    a) A identificao do empregador, nome completo do tra-balhador e a categoria profissional deste;

    b) Nmero de inscrio na segurana social do trabalha-dor;

    c) Perodo a que respeita a retribuio, descriminando a retribuio base e demais prestaes;

    d) Indicao do montante ilquido e de todos os descon-tos e dedues efetuados, bem como o montante lquido a receber;

    e) Identificao da companhia seguradora para a qual te-nha sido transferido o risco relativo a acidentes de trabalho.

    Clusula 40.

    Abono para falhas

    1- Os trabalhadores que exeram funes de pagamento ou recebimento tm direito, enquanto se mantiverem classifica-dos nas profisses a que correspondam essas funes, a um abono mensal para falhas de 5 % sobre a retribuio mnima estipulada para o nvel VII.

    2- Sempre que os trabalhadores referidos no nmero an-terior sejam substitudos nas funes citadas, por perodos

    iguais ou superiores a 15 dias, o substituto ter direito ao abono para falhas na proporo do tempo de substituio.

    Clusula 41.

    Subsdio de Natal

    1- Todos os trabalhadores tm direito a um subsdio de Natal de valor igual a um ms de retribuio base, sendo contudo proporcional ao tempo de servio efetivo prestado no ano a que se reporta.

    2- Para efeitos no disposto no nmero anterior, sero ti-dos em conta, para atribuio do subsdio, os dias de no prestao de trabalho por motivo de falecimento de parentes ou afins, casamento, parto, de licena parental exclusiva e obrigatria do pai e ainda pelo crdito de horas de membro da direo de associao sindical.

    3- No caso de faltas motivadas por doena subsidiada at 30 dias por ano, o empregador pagar ao trabalhador o com-plemento da prestao compensatria paga a ttulo de subs-dio de Natal pela segurana social.

    4- Na determinao do ano a que o subsdio respeita, po-dem as empresas considerar o perodo compreendido entre 1 de novembro do ano anterior e 31 de outubro do ano do respetivo processamento.

    5- O subsdio de Natal ser pago at 15 de dezembro de cada ano, salvo no caso da cessao do contrato de trabalho, em que o pagamento se efetuar na data da cessao referida.

    Clusula 42.

    Subsdio de refeio

    1- Os trabalhadores abrangidos pelo presente contrato co-letivo tero direito, por dia de trabalho efetivamente presta-do, a um subsdio de refeio no valor de 5,70 , a partir de 1 de janeiro de 2015.

    2- No tero direito ao subsdio de refeio corresponden-te ao perodo de uma semana os trabalhadores que no decur-so da mesma hajam faltado injustificadamente.

    3- O valor do subsdio referido no nmero 1 no ser con-siderado no perodo de frias, bem como para o clculo dos subsdios de frias e de Natal.

    4- O subsdio de refeio previsto nesta clusula no de-vido aos trabalhadores ao servio do empregador que for-neam integralmente refeies ou nelas comparticipem com montantes no inferiores aos valores mencionados no nme-ro 1.

    5- Para efeitos dos nmeros 1, 2 e 6, o direito ao subsdio de refeio efetiva-se com a prestao de trabalho nos dois perodos normais de laborao diria, ou no perodo conven-cionado nos contratos de trabalho a tempo parcial, e desde que no se registe, num dia, uma ausncia superior a 25 % do perodo de trabalho dirio.

    6- Os trabalhadores a tempo parcial tm direito ao paga-mento integral do subsdio de refeio, nos mesmos termos aplicveis aos trabalhadores a tempo inteiro, quando a pres-tao de trabalho diria seja igual ou superior a cinco ho-ras ou, sendo a prestao de trabalho diria inferior a cinco horas, proporo do respetivo perodo normal de trabalho semanal.

    2425

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 30, 15/8/2015

    7- As dispensas para consultas pr-natais, preparao para o parto, amamentao e aleitao no implicam perda do subsdio de refeio.

    8- Sempre que a natureza, localizao e durao das obras e o nmero de trabalhadores que nelas trabalhem o justifi-quem, dever ser previsto um local coberto e abrigado das intempries, dotado de gua potvel e dispondo de mesas e bancos, onde o pessoal possa preparar e tomar as suas refei-es.

    9- Tratando-se de obras que ocupem mais de 50 traba-lhadores por perodo superior a seis meses, quando a sua natureza e localizao o justifiquem, devero ser montadas cozinhas com chamins, dispondo de pia e dotadas de gua potvel, e refeitrios com mesas e bancos, separados das pri-meiras, mas ficando-lhes contguos.

    10- As construes a que se referem os nmeros anteriores, que podero ser desmontveis, devem satisfazer as condi-es expressas nas disposies legais em vigor.

    Clusula 43.

    Utilizao de viatura prpria

    Aos trabalhadores que, mediante acordo prvio, se des-loquem em viatura prpria ao servio da empresa, ser pago, por cada quilmetro percorrido e conforme a natureza do ve-culo, a percentagem que se indica do preo em vigor do litro da gasolina sem chumbo 98:

    Automveis ligeiros - 20 % Motociclos - 10 % Bicicletas motorizadas - 8 %

    CAPTULO VI

    Suspenso da prestao do trabalho

    SECO I

    Descanso semanal e feriados

    Clusula 44.

    Descanso semanal

    1- Em princpio, o dia de descanso semanal ser ao do-mingo, sendo o sbado considerado dia de descanso semanal complementar.

    2- Sem prejuzo do disposto no nmero 1 da clusula 8., o descanso semanal poder no coincidir com o sbado e o domingo, nas seguintes situaes:

    a) Aos trabalhadores necessrios para assegurar a conti-nuidade dos servios que no possam ser interrompidos;

    b) Ao pessoal dos servios de limpeza ou encarregados de outros trabalhos preparatrios e complementares que devam necessariamente ser efetuados no dia de descanso dos restan-tes trabalhadores;

    c) Aos guardas e porteiros;d) Aos trabalhadores que exeram atividade em exposi-

    es e feiras;e) Aos trabalhadores que exeram a atividade de vendedo-

    res e promotores de vendas; f) Trabalhadores em regime de turnos.3- Sempre que possvel, o empregador deve proporcionar

    aos trabalhadores que pertenam ao mesmo agregado fami-liar o descanso semanal e o descanso semanal complementar nos mesmos dias.

    4- Aos trabalhadores em regime de turnos ser assegura-do, no mnimo de seis em seis semanas, o descanso semanal coincidente com o sbado e o domingo.

    Clusula 45.

    Feriados

    1- So feriados obrigatrios os seguintes:1 de janeiro;Sexta-Feira Santa;Domingo de Pscoa;25 de abril;1 de maio;10 de junho;15 de agosto;8 de dezembro;25 de dezembro.

    2- O feriado de Sexta-Feira Santa poder ser observado em outro dia com significado local no perodo da Pscoa.

    3- Para alm dos feriados estabelecidos no nmero 1, ob-servar-se- tambm a Tera-Feira de Carnaval e o feriado municipal ou, na sua falta, o feriado da capital do distrito.

    4- Nas empresas com locais de trabalho dispersos por mais de um concelho, poder a empresa, caso exista acordo entre esta e a maioria dos trabalhadores de cada local de trabalho, adotar genericamente o feriado municipal da localidade em que se situa a respetiva sede.

    Clusula 46.

    Vspera de Natal

    A vspera de Natal (24 de dezembro), ser dia de no prestao de trabalho para todos os trabalhadores, sem perda de remunerao.

    SECO II

    Faltas

    Clusula 47.

    Faltas

    1- Para alm das faltas justificadas previstas na lei, consi-deram-se ainda como faltas justificadas e sem perda de retri-buio, as originadas pela necessidade de ddiva de sangue, pelo tempo tido como indispensvel.

    2- Sem prejuzo dos efeitos disciplinares, tratando-se de faltas injustificadas a um ou meio perodo normal de traba-lho dirio, o perodo de ausncia a considerar para efeitos de perda de retribuio, abranger os dias ou meios dias de des-canso ou feriados imediatamente anteriores ou posteriores ao dia ou dias de faltas.

    2426

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 30, 15/8/2015

    Clusula 48.

    Suspenso do contrato por motivo de impedimento prolongado

    1- Quando o trabalhador esteja temporariamente impedido por facto que no lhe seja imputvel, nomeadamente doena ou acidente, e o impedimento se prolongue por mais de um ms, cessam os direitos e garantias das partes, na medida em que pressuponham a efetiva prestao de trabalho.

    2- O tempo de suspenso conta para efeitos de antiguida-de, conservando o trabalhador o direito ao lugar e continuan-do obrigado a guardar lealdade ao empregador.

    3- O disposto no nmero 1 comear a observar-se mesmo antes de expirado o prazo de um ms, a partir do momento em que haja a certeza ou se preveja com segurana que o impedimento ter durao superior quele prazo.

    4- O contrato caducar, porm, no momento em que se tor-ne certo que o impedimento definitivo.

    5- No dia imediato ao da cessao do impedimento, o tra-balhador deve apresentar-se ao empregador, para retomar a atividade, sob pena de incorrer em faltas injustificadas, salvo se existirem motivos atendveis que impeam a comparncia do trabalhador no prazo considerado.

    SECO III

    Frias

    Clusula 49.

    Durao do perodo de frias

    1- O perodo anual de frias tem a durao mnima de 22 dias teis.

    2- A durao do perodo de frias aumentada no caso de o trabalhador no ter faltado ou na eventualidade de ter apenas faltas justificadas, no ano a que as frias se reportam, nos seguintes termos:

    a) Trs dias de frias, at ao mximo de uma falta ou dois meios dias de faltas;

    b) Dois dias de frias, at duas faltas ou quatro meios dias de faltas;

    c) Um dia de frias, at ao mximo de trs faltas ou seis meios dias de faltas.

    3- Para efeitos do nmero anterior, so equiparadas s fal-tas os dias de suspenso do contrato de trabalho por facto respeitante ao trabalhador.

    4- Somente as ausncias ao servio motivadas pelo gozo de licena em situao de risco clnico durante a gravidez, li-cena por interrupo da gravidez, licena parental em qual-quer das modalidades, licena por adoo e licena paren-tal complementar em qualquer das suas modalidades, bem como as faltas dadas por trabalhadores legalmente eleitos para as estruturas de representao coletiva ou representao nos domnios da segurana e sade no trabalho, no afetam o aumento da durao do perodo anual de frias previsto no nmero 2.

    5- Para efeitos da aquisio do bnus de frias previsto no nmero 2, s ser considerada a assiduidade registada no ano civil subsequente ao ano da admisso, excetuando as admis-

    ses ocorridas no dia 1 de janeiro. 6- No ano da contratao, o trabalhador tem direito, aps

    seis meses completos de execuo do contrato, a gozar 2 dias teis de frias por cada ms de durao do contrato nesse ano, at ao mximo de 20 dias teis.

    7- No caso de sobrevir o termo do ano civil antes de decor-rido o prazo referido no nmero anterior ou antes de gozado o direito a frias, pode o trabalhador usufru-lo at 30 de ju-nho do ano civil subsequente.

    8- Da aplicao do disposto nos nmeros 6 e 7 no pode resultar para o trabalhador o direito ao gozo de um perodo de frias, no mesmo ano civil, superior a 30 dias teis.

    9- No caso de a durao do contrato de trabalho ser in-ferior a seis meses, o trabalhador tem o direito de gozar 2 dias teis de frias por cada ms completo de durao do contrato, contando-se para o efeito todos os dias, seguidos ou interpolados, de prestao de trabalho.

    10- Aos efeitos da suspenso do contrato de trabalho por impedimento prolongado, respeitante ao trabalhador, sobre o direito a frias, aplica-se a legislao em vigor.

    11- Aos efeitos da cessao do contrato de trabalho, sobre o direito a frias, aplica-se a legislao em vigor.

    12- Em caso de cessao de contrato no ano civil subse-quente ao da admisso ou cuja durao no seja superior a 12 meses, ser atribudo um perodo de frias proporcional ao da durao do vnculo.

    13- Para efeitos de frias, a contagem dos dias teis com-preende os dias de semana de segunda a sexta-feira, com ex-cluso dos feriados.

    14- O trabalhador pode renunciar parcialmente ao direito a frias, recebendo a retribuio e o subsdio respetivos, sem prejuzo de ser assegurado o gozo efetivo de 20 dias teis de frias.

    Clusula 50.

    Marcao do perodo de frias

    1- O perodo de frias marcado por acordo entre o em-pregador e o trabalhador.

    2- Na falta de acordo, cabe ao empregador marcar as f-rias, podendo faz-lo entre o perodo que decorre entre 1 de maio e 31 de outubro.

    3- Tratando-se de pequenas, mdias e grandes empresas, metade do perodo anual de frias poder ser marcado uni-lateralmente pelo empregador fora do perodo previsto no nmero anterior.

    4- O mapa de frias, com indicao do incio e termo dos perodos de frias de cada trabalhador, deve ser elaborado at 15 de abril de cada ano e afixado nos locais de trabalho entre essa data e 31 de outubro.

    Clusula 51.

    Encerramento da empresa ou estabelecimento

    1- O empregador pode encerrar, total ou parcialmente, a empresa ou estabelecimento nos seguintes termos:

    a) At 15 dias consecutivos, entre 1 de maio e 31 de ou-tubro;

    b) Por perodo superior a 15 dias consecutivos ou fora do

    2427

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 30, 15/8/2015

    perodo entre 1 de maio e 31 de outubro, mediante parecer favorvel da comisso de trabalhadores ou, no caso da sua no existncia, com a aceitao maioritria dos trabalhado-res abrangidos;

    c) Por perodo superior a 15 dias consecutivos entre 1 de maio e 31 de outubro, quando a natureza da atividade assim o exigir;

    d) Durante as frias escolares do Natal, no podendo exce-der cinco dias teis consecutivos.

    2- Salvo o disposto no nmero seguinte, o encerramento da empresa ou estabelecimento, no prejudica o gozo efetivo do perodo efetivo de frias a que o trabalhador tenha direito.

    3- Os trabalhadores que tenham direito a um perodo de f-rias superior ao do encerramento, podem optar por receber a retribuio e o subsdio de frias correspondentes diferen-a, sem prejuzo de ser sempre salvaguardado o gozo efetivo de 20 dias teis de frias, ou por gozar, no todo ou em parte, o perodo excedente de frias prvia ou posteriormente ao encerramento.

    Clusula 52.

    Cumulao de frias

    Para alm das situaes previstas na legislao aplicvel, tero ainda o direito de acumular frias de dois anos, os tra-balhadores estrangeiros que pretendam goz-las no pas de origem.

    Clusula 53.

    Retribuio durante as frias

    1- A retribuio correspondente ao perodo de frias no pode ser inferior que os trabalhadores receberiam se esti-vessem em servio efetivo.

    2- Alm da retribuio mencionada no nmero anterior, os trabalhadores tm direito a um subsdio de frias de montan-te equivalente retribuio mensal, que ser pago antes do incio de um perodo mnimo de 15 dias teis consecutivos de frias e proporcionalmente no caso de gozo interpolado de frias, salvo acordo escrito em contrrio.

    3- O acrscimo da durao do perodo de frias referido no nmero 2 da clusula 49., no releva, em caso algum, para o clculo do montante do subsdio de frias.

    4- A reduo do perodo de frias, nos casos em que esta seja legalmente possvel, no implica reduo corresponden-te no subsdio de frias.

    CAPTULO VII

    Contratos a termo

    Clusula 54.

    Admissibilidade de celebrao de contratos a termo

    1- O contrato de trabalho a termo pode ser celebrado para a execuo, direo ou fiscalizao de trabalhos de construo civil, obras pblicas, montagens e reparaes industriais, em regime de empreitada ou em administrao direta, nas obras a cargo do empregador, incluindo os respetivos projetos e

    propostas bem como outras atividades complementares de controlo e acompanhamento, nomeadamente de natureza tcnica ou administrativa, sem prejuzo de outras situaes previstas na lei ou em contrato de trabalho.

    2- admitida a celebrao de contrato por prazo inferior a seis meses nos casos referidos no nmero anterior.

    3- Desde que o contrato seja justificado ao abrigo do n-mero 1 da presente clusula, podem ser celebrados contratos a termo certo, tendo em vista o desempenho da atividade do trabalhador em diversas obras a cargo do empregador, des-de que o trabalhador em causa permanea em cada obra por perodos que no ultrapassem oito meses consecutivos, sem necessidade de estabelecer relao entre a justificao invo-cada e o termo estipulado e, bem assim, sem necessidade de identificao concreta das obras.

    Clusula 55.

    Formalidades

    1- Para alm das formalidades expressas na clusula 3., deve constar do contrato a indicao do motivo justificativo da aposio do termo, com meno expressa dos factos que o integram, devendo estabelecer-se a relao entre a justificao invocada e o termo estipulado, com exceo do previsto no nmero 3 da clusula anterior.

    2- Tratando-se de contrato de trabalho a termo certo, as partes podero definir que o local de trabalho no fixo.

    3- Considera-se sem termo o contrato em que falte a redu-o a escrito, a assinatura das partes, o nome ou denomina-o ou, simultaneamente, as datas da celebrao do contrato e de incio do trabalho, bem como aquele em que se omitam ou sejam insuficientes a referncia exigida no nmero 1 da presente clusula.

    Clusula 56.

    Perodo experimental

    Nos contratos de trabalho a termo, o perodo experimen-tal tem a seguinte durao:

    a) Trinta dias para contratos de durao igual ou superior a seis meses;

    b) Quinze dias nos contratos a termo certo de durao infe-rior a seis meses e nos contratos a termo incerto cuja durao se preveja no vir a ser superior quele limite.

    Clusula 57.

    Durao e renovao dos contratos a termo certo

    1- O contrato de trabalho a termo certo pode ser renovado at trs vezes e a sua durao no pode exceder trs anos, exceto nos casos previstos nas alneas a) e b) do nmero 1 do artigo 148. do Cdigo do Trabalho.

    2- O contrato a termo incerto no pode ter durao supe-rior a seis anos.

    3- A renovao de contrato de trabalho a termo certo est sujeita verificao dos fundamentos que justificaram a sua celebrao, bem como forma escrita, no caso de as partes estipularem prazo diferente do inicial ou renovado, conside-rando-se como um nico contrato aquele que seja objeto de renovao.

    2428

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 30, 15/8/2015

    Clusula 58.

    Contratos sucessivos

    1- A cessao, por motivo no imputvel ao trabalhador, de contrato de trabalho a termo, impede nova admisso ou afetao de trabalhador atravs de contrato a termo ou de tra-balho temporrio cuja execuo se concretize para o mesmo posto de trabalho ou ainda de contrato de prestao de ser-vios para o mesmo objeto, celebrado com o mesmo empre-gador ou sociedade que com este se encontre em relao de domnio ou de grupo, ou mantenha estruturas organizativas comuns, antes de decorrido um perodo de tempo equiva-lente a um tero de durao do contrato incluindo as suas renovaes.

    2- Para alm das situaes previstas na lei, no aplicvel o princpio previsto no nmero anterior nos seguintes casos:

    a) Nova ausncia do trabalhador substitudo ou a ausncia de outro trabalhador;

    b) Execuo, direo e fiscalizao de trabalhos de cons-truo civil, obras pblicas, montagens e reparaes indus-triais, em regime de empreitada ou em administrao direta, incluindo os respetivos projetos e outras atividades comple-mentares de controlo e acompanhamento, nomeadamente de natureza tcnica ou administrativa, desde que as sucessivas contrataes no ultrapassem o perodo de trs anos, no caso de sucessivos contratos a termo certo ou a termo certo e in-certo, ou o perodo de seis anos, no caso de sucessivos con-tratos a termo incerto.

    Clusula 59.

    Caducidade do contrato a termo certo

    O contrato caduca no termo do prazo estipulado, desde que o empregador ou o trabalhador comunique, por forma escrita, com a antecedncia mnima de, respetivamente, 15 ou 8 dias consecutivos, a vontade de o fazer cessar.

    Clusula 60.

    Compensao por caducidade de contrato a termo

    A caducidade do contrato a termo que decorra de decla-rao do empregador confere ao trabalhador direito a uma compensao, nos termos legalmente estabelecidos.

    Clusula 61.

    Comunicao

    1- Nos termos da lei, o empregador deve comunicar Au-toridade para as Condies do Trabalho a celebrao, com indicao do respetivo fundamento e a cessao dos contra-tos a termo.

    2- O empregador deve comunicar a celebrao de contra-to de trabalho a termo, com indicao do respetivo motivo justificativo, bem como a cessao do mesmo comisso de trabalhadores e associao sindical em que o trabalhador esteja filiado, no prazo de cinco dias teis.

    CAPTULO VIII

    Proteo da parentalidade

    Clusula 62.

    Proteo da parentalidade

    O empregador deve dar cumprimento ao regime de pro-teo da parentalidade, nos termos e condies previstos na lei.

    CAPTULO IX

    Trabalho de estrangeiros ou aptridas

    Clusula 63.

    Condies prvias de contratao

    A celebrao de contrato de trabalho com cidado estran-geiro ou aptrida s admissvel se o mesmo for titular de documento comprovativo do cumprimento das obrigaes legais relativas entrada, permanncia ou residncia em Portugal, sem prejuzo de outros requisitos legais aplicveis, nomeadamente no que se refere forma e contedo do con-trato de trabalho.

    Clusula 64.

    Formalidades

    1- Para alm dos elementos previstos na clusula 3., o contrato de trabalho celebrado com cidado estrangeiro ou aptrida, est sujeito forma escrita, devendo ser celebrado em duplicado e conter as seguintes indicaes:

    a) Identificao, assinaturas e domiclio ou sede das par-tes;

    b) Referncia ao visto de trabalho ou ao ttulo de autoriza-o de residncia ou permanncia do trabalhador em territ-rio portugus;

    c) A atividade do empregador;d) Atividade contratada e retribuio do trabalhador;e) Local e perodo normal de trabalho;f) Valor, periodicidade e forma de pagamento da retribui-

    o;g) Datas da celebrao do contrato e do incio da prestao

    da atividade.2- Em anexo ao contrato deve ainda constar a identificao

    e domiclio da pessoa ou pessoas beneficirias de penso em caso de morte resultante de acidente de trabalho ou doena profissional.

    3- O exemplar do contrato que ficar com o empregador deve ter apensos documentos comprovativos do cumprimen-to das obrigaes legais relativas entrada e permanncia ou residncia do cidado estrangeiro ou aptrida em Portu-gal, sendo apensas cpias dos mesmos documentos ao outro exemplar.

    4- O disposto na presente clusula no aplicvel a con-trato de trabalho de cidado nacional de pas membro do Es-pao Econmico Europeu ou de outro Estado, que consagre a igualdade de tratamento com cidado nacional em matria de livre exerccio de atividade profissional, sem prejuzo do cumprimento das regras do ingresso e permanncia de es-trangeiros em Portugal.

    2429

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 30, 15/8/2015

    Clusula 65.

    Comunicao da celebrao e cessao dos contratos

    1- O empregador deve comunicar Autoridade para as Condies do Trabalho, na forma legalmente prevista:

    a) A celebrao de contrato de trabalho com trabalhador estrangeiro ou aptrida, antes do incio da sua execuo;

    b) A cessao de contrato, nos 15 dias posteriores.2- O disposto no nmero anterior no aplicvel a contra-

    to de trabalho de cidado nacional de pas membro do Espa-o Econmico Europeu ou de outro Estado, que consagre a igualdade de tratamento com cidado nacional em matria de livre exerccio de atividade profissional.

    CAPTULO X

    Trabalho de menores

    Clusula 66.

    Princpios gerais

    1- O empregador deve proporcionar ao menor condies de trabalho adequadas respetiva idade, que protejam a sua segurana, sade, desenvolvimento fsico, psquico e moral, bem como a sua educao e formao, respeitando a legisla-o em vigor relativa s atividades, processos e condies de trabalho condicionados e proibidos a menores.

    2- O empregador deve avaliar os riscos relacionados com o trabalho antes de o menor comear a trabalhar e sempre que haja qualquer alterao importante das condies de tra-balho, nos termos da lei aplicvel.

    Clusula 67.

    Celebrao do contrato de trabalho

    1- vlido o contrato de trabalho celebrado diretamente com o menor que tenha completado 16 anos de idade, con-cludo a escolaridade obrigatria e disponha de capacidades fsicas e psquicas adequadas ao posto de trabalho, salvo oposio escrita dos seus representantes legais.

    2- O contrato celebrado diretamente com menor que no tenha concludo a escolaridade obrigatria s vlido me-diante a autorizao escrita dos seus representantes legais.

    Clusula 68.

    Admisso de trabalhadores menores sem escolaridade obrigatria ou sem qualificao profissional

    1- O menor com idade igual ou superior a 16 anos que no tenha concludo a escolaridade obrigatria ou no possua qualificao profissional, pode ser admitido a prestar traba-lho, desde que se verifiquem cumulativamente as seguintes condies:

    a) Frequente modalidade de educao ou formao que confira, consoante o caso, a escolaridade obrigatria, qua-lificao profissional, ou ambas, nomeadamente em centros novas oportunidades, exceto no caso em que o menor apenas preste trabalho durante as frias escolares;

    b) No caso previsto no nmero anterior, o menor benefi-

    cia do estatuto de trabalhador-estudante, tendo a dispensa ao trabalho para frequncia de aulas com durao em dobro da prevista no nmero 3 do artigo 90. do Cdigo do Trabalho.

    2- O empregador comunicar Autoridade para as Condi-es do Trabalho, nos oito dias subsequentes, a admisso de menores efetuada nos termos do nmero anterior.

    Clusula 69.

    Descanso dirio

    O horrio de trabalho do menor deve assegurar um des-canso dirio mnimo de doze horas consecutivas entre os pe-rodos de trabalho de dois dias sucessivos.

    Clusula 70.

    Proteo da segurana e sade do menor

    Sem prejuzo das obrigaes estabelecidas em disposi-es especiais, o empregador deve submeter o menor a exa-mes de sade, nomeadamente:

    a) Exame de sade que certifique a adequao da sua capa-cidade fsica e psquica ao exerccio das funes, a realizar antes do incio da prestao do trabalho, ou nos 15 dias sub-sequentes admisso se esta for urgente e com o consenti-mento dos representantes legais do menor;

    b) Exame de sade anual, para que do exerccio da ativida-de profissional no resulte prejuzo para a sua sade e para o seu desenvolvimento fsico e psquico.

    CAPTULO XI

    Trabalhadores estudantes

    Clusula 71.

    Trabalhador estudante

    1- Considera-se trabalhador-estudante o trabalhador que frequenta qualquer nvel de educao escolar, bem como curso de ps-graduao, mestrado ou doutoramento em ins-tituio de ensino, ou ainda curso de formao profissional ou programa de ocupao temporria de jovens com durao igual ou superior a seis meses.

    2- Os deveres e os direitos dos trabalhadores-estudantes so os consignados na lei em vigor.

    CAPTULO XII

    Formao profissional

    Clusula 72.

    Princpios gerais

    1- O empregador deve assegurar a cada trabalhador o di-reito individual formao, atravs de um nmero mnimo anual de horas de formao, mediante aes desenvolvidas na empresa ou a concesso de tempo para frequncia de for-mao por iniciativa do trabalhador, de acordo com a legis-lao em vigor aplicvel.

    2- O trabalhador deve comparecer e participar de modo

    2430

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 30, 15/8/2015

    diligente nas aes de formao profissional que lhe sejam proporcionadas.

    CAPTULO XIII

    Cessao do contrato de trabalho

    Clusula 73.

    Indemnizao por cessao do contrato de trabalho

    1- O montante da indemnizao de 30 dias de retribuio base, por cada ano completo de antiguidade, sendo propor-cional em caso de frao de ano, nas seguintes situaes de cessao contratual:

    a) Resoluo do contrato de trabalho, incluindo os cele-brados a termo, por iniciativa do trabalhador com invocao de justa causa, aceite pelo empregador ou declarada judicial-mente;

    b) Despedimento declarado ilcito;c) Em caso de procedncia da oposio do empregador

    reintegrao do trabalhador.2- Nas situaes previstas nas alneas do nmero anterior,

    o montante da indemnizao no pode ser inferior a trs me-ses da retribuio base.

    CAPTULO XIV

    Segurana e sade no trabalho

    Clusula 74.

    Organizao de servios e obrigaes gerais do empregador

    1- Independentemente do nmero de trabalhadores que se encontrem ao seu servio, o empregador deve organizar ser-vios de segurana e sade, visando a preveno de riscos profissionais e a promoo da sade dos trabalhadores, de acordo com o estabelecido na legislao em vigor aplicvel.

    2- Atravs dos servios mencionados no nmero anterior, devem ser tomadas as providncias necessrias para prevenir os riscos profissionais e promover a sade dos trabalhado-res, garantindo-se, entre outras legalmente consignadas, as seguintes medidas:

    a) Identificao, avaliao e controlo, com o consequente registo, dos riscos para a segurana e sade nos locais de tra-balho incluindo dos riscos resultantes da exposio a agentes qumicos, fsicos e biolgicos;

    b) Promoo e vigilncia da sade, bem como a organiza-o e manuteno dos registos clnicos e outros elementos informativos de sade relativos a cada trabalhador;

    c) Elaborao de relatrios sobre acidentes de trabalho que tenham ocasionado ausncia por incapacidade superior a trs dias;

    d) Informao e formao sobre os riscos para a seguran-a e sade, bem como sobre as medidas de preveno e de proteo;

    e) Organizao, implementao e controlo da utilizao dos meios destinados preveno e proteo, coletiva e in-

    dividual, e coordenao das medidas a adotar em caso de emergncia e de perigo grave e iminente, bem como organi-zao para minimizar as consequncias dos acidentes;

    f) Afixao da sinalizao de segurana nos locais de tra-balho;

    g) Fornecer o vesturio especial e demais equipamento de proteo individual adequado execuo das tarefas co-metidas aos trabalhadores quando a natureza particular do trabalho a prestar o exija, sendo encargo do empregador a substituio por deteriorao desse vesturio e demais equi-pamento, por ele fornecidos, ocasionada, sem culpa do traba-lhador, por acidente ou uso normal, mas inerente atividade prestada;

    h) Dotar, na medida do possvel, os locais de trabalho de vestirios, lavabos, chuveiros e equipamento sanitrio, tendo em ateno as normas de higiene sanitria em vigor.

    3- Os representantes dos trabalhadores ou, na sua falta, os prprios trabalhadores, devem ser consultados, por escrito, sobre as matrias legalmente consignadas no domnio da se-gurana e sade no trabalho, nos seguintes termos:

    a) A consulta deve ser realizada duas vezes por ano e re-gistada em livro prprio organizado pelo empregador;

    b) O parecer dos representantes dos trabalhadores ou, na sua falta, dos prprios trabalhadores, deve ser emitido por escrito no prazo de 15 dias;

    c) Decorrido o prazo referido na alnea anterior sem que o parecer tenha sido entregue ao empregador, considera-se satisfeita a exigncia da consulta.

    4- Os profissionais que integram os servios de segurana e sade do trabalho exercem as respetivas atividades com autonomia tcnica relativamente ao empregador e aos tra-balhadores.

    Clusula 75.

    Obrigaes gerais do trabalhador

    Constituem obrigaes dos trabalhadores, de entre outras previstas na lei:

    a) Cumprir as prescries de segurana e sade no traba-lho estabelecidas nas disposies legais em vigor aplicveis, bem como as instrues determinadas com esse fim pelo em-pregador;

    b) Zelar pela sua segurana e sade, bem como pela segu-rana de terceiros que possam ser afetados pelas suas aes ou omisses no trabalho;

    c) Utilizar corretamente, e segundo as instrues transmi-tidas pelo empregador, mquinas, aparelhos, instrumentos, substncias perigosas e outros equipamentos e meios postos sua disposio, designadamente os equipamentos de prote-o coletiva e individual, bem como cumprir os procedimen-tos de trabalho estabelecidos;

    d) Adotar as medidas e instrues estabelecidas para os casos de perigo grave e iminente, quando no seja possvel estabelecer contacto imediato com o superior hierrquico ou com os trabalhadores que desempenhem funes especficas nos domnios da segurana e sade no local de trabalho;

    e) Colaborar com o empregador em matria de seguran-a e sade no trabalho e comunicar prontamente ao superior

    2431

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 30, 15/8/2015

    hierrquico ou aos trabalhadores que desempenhem funes especficas nos domnios da segurana e sade no local de trabalho, qualquer deficincia existente.

    Clusula 76.

    Medidas de segurana e proteo

    1- No desenvolvimento dos trabalhos devem ser obser-vados os preceitos legais gerais, assim como as prescries especficas para o setor, no que se refere segurana e sade no trabalho.

    2- Os trabalhos tm de decorrer em condies de seguran-a adequadas, devendo as situaes de risco ser avaliadas, durante as fases de projeto e planeamento, tendo em vista a integrao de medidas de preveno, por forma a otimizar os ndices de segurana nas fases de execuo e explorao.

    3- Os riscos remanescentes das medidas implementadas de acordo com o nmero anterior, devem ser avaliados e conse-qentemente adotadas as medidas adequadas para prevenir tais riscos.

    4- As medidas de segurana adotadas devero privilegiar a proteo coletiva face individual e responder adequa-damente aos riscos especficos que ocorram nas diferentes fases de execuo dos trabalhos, exceto nos casos de impos-sibilidade tcnica.

    5- O estado de conservao e operacionalidade dos siste-mas de proteo deve ser garantido, mediante controlo pe-ridico.

    6- Nos trabalhos que envolvam riscos especiais, dever--se- proporcionar informao e formao especfica, bem como adotar os respetivos procedimentos de segurana.

    Clusula 77.

    Representantes dos trabalhadores para a segurana e sade no trabalho

    1- Os representantes dos trabalhadores para a segurana e sade no trabalho so eleitos nos termos previstos na lei em vigor aplicvel.

    2- Pode ser criada uma comisso de segurana e sade no trabalho de composio paritria.

    3- Os representantes dos trabalhadores no podero exce-der:

    a) Empresas com menos de 51 trabalhadores - um repre-sentante;

    b) Empresas de 51 a 150 trabalhadores - dois representan-tes;

    c) Empresas de 151 a 300 trabalhadores - trs represen-tantes;

    d) Empresas de 301 a 500 trabalhadores - quatro represen-tantes;

    e) Empresas de 501 a 1000 trabalhadores - cinco repre-sentantes;

    f) Empresas de 1001 a 1500 trabalhadores - seis represen-tantes;

    g) Empresas com mais de 1500 trabalhadores - sete repre-sentantes.

    Clusula 78.

    Preveno e controlo de alcoolmia

    1- No permitida a realizao de qualquer trabalho sob o efeito do lcool, designadamente a conduo de mquinas, trabalhos em altura e trabalhos em valas.

    2- Para efeitos de aplicao da presente clusula, entende--se por Taxa de Alcoolmia no Sangue (TAS) a concentra-o de lcool igual ou superior a 0,5 g por litro de sangue, ou outra que venha a ser fixada em virtude de reviso legal.

    3- Considera-se estar sob o efeito do lcool e consequen-temente com as capacidades intelectuais e psicomotoras diminudas, que ponham em causa interesses de preveno e proteo da segurana, sade e bem-estar do prprio, do empregador e de terceiros, o trabalhador que, submetido a exame de pesquisa de lcool no ar expirado (teste de sopro), apresente uma TAS igual ou superior aquela prevista no n-mero anterior, ou da resultante, considerando-se, assim, que no rene condies para a prestao do trabalho.

    4- O estabelecimento de medidas de controlo de alcool-mia, ser sempre precedido de aes de informao e sen-sibilizao promovidas pelo empregador e, caso estejam legalmente eleitos, organizadas conjuntamente com os re-presentantes dos trabalhadores nos domnios da segurana e sade no trabalho.

    5- O controlo de alcoolmia ser efetuado:a) Com carter aleatrio, entre os trabalhadores que pres-

    tem servio nos estaleiros de obra ou de apoio, em oficinas, na conduo de viaturas na via pblica e em demais frentes de trabalho em que possa estar em causa o risco para a sade e segurana do trabalhador ou de terceiros;

    b) Aos trabalhadores que indiciem estado de embriaguez;c) Aps acidente de trabalho;d) Em local reservado, sem a presena de terceiros.6- O equipamento de medida de concentrao de lcool

    dever ser constitudo por um analisador quantitativo com as caractersticas exigidas por lei, devidamente aferido e cer-tificado, e por bucais higienizados de utilizao individual.

    7- Os exames de pesquisa de lcool no ar expirado (teste de sopro), sero inseridos no mbito da organizao da seguran-a e sade no trabalho, estando sujeitos a sigilo. No caso de o mdico do trabalho no participar diretamente na execuo dos exames, os servios de sade devero ter conhecimento prvio da realizao dos mesmos, nomeadamente tendo em vista o consignado no nmero 14 da presente clusula, salvo impossibilidade prtica de o fazer, atendendo urgncia da sua realizao, em virtude de os mesmos se justificarem pela necessidade de salvaguardar a proteo da sade do prprio trabalhador ou de terceiros, situao em que a sua realizao e o respetivo resultado dever ser comunicada posteriormen-te ao servio de sade no trabalho, para registo e arquivo no processo clnico do trabalhador.

    8- Os resultados dos testes sero registados e arquivados no processo clnico do trabalhador, sendo-lhe entregue c-pia, emitindo os servios de segurana e sade um documen-to, dirigido aos servios competentes do empregador, para

    2432

  • Boletim do Trabalho e Emprego, n. 30, 15/8/2015

    arquivo no processo individual do trabalhador, mencionando apenas o facto de o mesmo reunir ou no condies para a prestao de trabalho.

    9- Ao trabalhador sujeito a exame, sempre possvel re-querer a assistncia de uma testemunha, dispondo de quinze minutos para o efeito, no podendo contudo deixar de se efe-tuar o teste caso no seja vivel a sua apresentao.

    10- Assiste sempre ao trabalhador submetido ao teste, o direito contraprova, realizando-se, neste caso, um segun-do exame nos dez minutos imediatamente subsequentes ao primeiro.

    11- A realizao do teste de alcoolmia, de acordo com os requisitos de aplicao consignados na presente clusula, obrigatria para todos os trabalhadores indicados nos termos do nmero 5 da presente clusula, sendo que em caso de re-cusa, o trabalhador ser impedido de prestar servio durante o restante perodo de trabalho dirio, com a correspondente perda da remunerao, ficando sujeito ao poder disciplinar do empregador.

    12- O trabalhador que, na sequncia da realizao do exa-me de pesquisa de lcool no ar expirado (teste de sopro), no rena as condies para a prestao do trabalho, em virtude de colocar em causa interesses de preveno e proteo da segurana, sade e bem-estar do prprio, do empregador e de terceiros, conforme o previsto no nmero 3, ficar sujeito ao poder disciplinar da empresa, sendo a sano a aplicar gra-duada de acordo com a perigosidade e a reincidncia do ato.

    13- Sem prejuzo do disposto no nmero anterior e como medida cautelar, caso trabalhador se encontre nas condies referidas no nmero 3, dever ser imediatamente impedido de prestar servio durante o restante perodo de trabalho di-rio, com a correspondente perda da remunerao.

    14- O trabalhador que apresente TAS igual ou superior prevista no nmero 2 da presente clusula, dever ser alvo de aconselhamento mdico por parte do servio de medici-na do trabalho, no se podendo recusar a exame mdico do trabalho para avaliao e encaminhamento da sua situao.

    15- A TAS prevista no nmero 2 poder ser alterada para valor inferior desde que seja previamente determinada no Plano de Segurana e Sade em projeto e quando, nas frentes de trabalho inseridas em unidades em laborao, o dono de obra, em funo da anlise de risco, tenha estipulado e pra-tique com os seus colaboradores, valor igualmente inferior.

    16- As partes outorgantes do presente CCT constituiro uma comisso de acompanhamento permanente para fisca-lizar a aplicabilidade das matrias que integram a presente clusula, constituda por seis membros, designados pelos representantes que integram a comisso paritria, trs em re-presentao de cada uma das partes.

    17- Sempre que as empresas desenvolvam aes de pre-veno e controlo de alcoolmia de acordo com as disposi-es previstas na presente clusula, no se torna necessria a elaborao de regulamento interno para o efeito.

    CAPTULO XV

    Igualdade de tratamento e no discriminao

    Clusula 79.

    Igualdade de tratamento e no discriminao

    1- Todos os trabalhadores tm direito igualdade de opor-tunidades e de tratamento no que se refere ao acesso ao em-prego, formao e promoo profissionais e s condies de trabalho.

    2- O empregador no pode praticar qualquer discrimina-o, direta ou indireta, baseada, nomeadamente, na ascen-dncia, idade, sexo, orientao sexual, estado civil, situao familiar, patrimnio gentico, capacidade de trabalho redu-zida, deficincia ou doena crnica, nacionalidade, origem tnica, religio, convices polticas ou ideolgicas e filia-o sindical.

    CAPTULO XVI

    Ferramentas e outros instrumentos de trabalho

    Clusula 80.

    Utilizao de ferramentas

    1- O empregador obriga-se a colocar disposio dos tra-balhadores as ferramentas indispensveis ao exerccio das respetivas funes.

    2- O trabalhador obriga-se a manter em bom estado de conservao a ferramenta que lhe foi atribuda, respeitando os prazos de durabilidade estabelecidos pela empresa, sendo que qualquer dano que no resulte da normal utilizao da mesma, ou perda, ser da sua responsabilidade.

    Clusula 81.

    Devoluo de ferramentas e outros instrumentos de trabalho

    Cessando o contrato, o trabalhador deve devolver ime-diatamente ao empregador os instrumentos de trabalho e quaisquer outros objetos qu