contrarrazÕes

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RODRIGUES, OLIVEIRA E SILVA ADVOGADOS Rua Gouveia de Barros, 02, Maurício de Nassau. Caruaru/PE www.acta.adv.br – (81) 3136-6631 1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CARUARU/PE Processo nº 2560-28.2013.8.17.0480 APELANTES: DANIEL SILVA DE OLIVEIRA JUNIOR e INDIANERE MARIA ARAÚJO DO NASCIMENTO APELADO: EDNALDO GOMES LYRA EDNALDO GOMES LYRA, devidamente qualificado nos autos da ação em epígrafe que move em face de DANIEL SILVA DE OLIVEIRA JUNIOR e INDIANERE MARIA ARAÚJO DO NASCIMENTO, através de sua bastante procuradora infra- assinada, vem, respeitosamente, perante V. Exa., com fulcro no art. 518 do CPC, apresentar suas CONTRARRAZÕES de Apelação, que seguem anexas, requerendo seu regular processamento, com a remessa dos autos a instância recursal competente. Nestes termos, Pede Deferimento. Caruaru, 26 de fevereiro de 2015. JÉSSICA PATRÍCIA RODRIGUES SILVA OAB/PE 35.627-D

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reintegração de posse; contrarrazões

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RODRIGUES, OLIVEIRA E SILVA ADVOGADOSRua Gouveia de Barros, 02, Maurício de Nassau. Caruaru/PE

www.acta.adv.br – (81) 3136-6631

1

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CARUARU/PE

Processo nº 2560-28.2013.8.17.0480

APELANTES: DANIEL SILVA DE OLIVEIRA JUNIOR e INDIANERE MARIA ARAÚJO DO NASCIMENTO

APELADO: EDNALDO GOMES LYRA

EDNALDO GOMES LYRA, devidamente qualificado

nos autos da ação em epígrafe que move em face de DANIEL

SILVA DE OLIVEIRA JUNIOR e INDIANERE MARIA ARAÚJO DO

NASCIMENTO, através de sua bastante procuradora infra-

assinada, vem, respeitosamente, perante V. Exa., com fulcro

no art. 518 do CPC, apresentar suas CONTRARRAZÕES de

Apelação, que seguem anexas, requerendo seu regular

processamento, com a remessa dos autos a instância recursal

competente.

Nestes termos,

Pede Deferimento.

Caruaru, 26 de fevereiro de 2015.

JÉSSICA PATRÍCIA RODRIGUES SILVA

OAB/PE 35.627-D

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CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO

APELANTES: DANIEL SILVA DE OLIVEIRA JUNIOR

INDIANERE MARIA ARAÚJO DO NASCIMENTO

APELADO: EDNALDO GOMES LYRA

EGRÉGIO TRIBUNAL

COLENDA TURMA

ÍNCLITOS JULGADORES

Trata-se de Recurso de Apelação interposto

contra a r. Sentença que julgou procedente, em parte, ação

de Rescisão Contratual c/c Reintegração de Posse,

reintegrando o autor, ora apelado, na posse do imóvel

localizado na Rua Bezerros, 146, Boa vista II, Caruaru/PE e

declarando rescindido o contrato de promessa de compra e

venda firmado entre os Apelantes e o Apelado, e ainda

concedendo a tutela antecipada de reintegração de posse,

bem como determinando ao Apelado a devolução dos valores

pagos pelos Apelantes, por ocasião do mencionado contrato,

na forma ajustada do contrato, a serem apurados em

liquidação de sentença.

Em que pese o inconformismo dos Apelantes, a

r. Sentença não merece reparos, por estar plenamente

amparada tanto nos princípios da razão e do direito, como

nos dispositivos legais que regulam a espécie.

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DOS FATOS

Os Apelantes, sem síntese, sustentam que o

Recurso de apelação, in casu, deve ser recebido em seu

duplo efeito e aduziu a necessidade de se condicionar a

devolução do imóvel aos valores já adimplidos, entre outros

argumentos, manifestamente protelatórios.

Ao analisar o recurso em questão, em

verdade, percebe-se uma tentativa capciosa do apelantes em

permanecer no imóvel pertencente ao Autor. Data vênia, o

apelantes falou, falou e não disse absolutamente nada.

Conforme consta da inicial, o autor firmou

com os apelantes, em 21 de dezembro de 2011, contrato

particular de Compra e Venda, para aquisição de um imóvel

localizado na Rua Bezerros, 146, Boa Vista II, Caruaru/PE.

Na mesma data os apelantes receberam as chaves e passaram a

usufruir do citado imóvel.

O valor da transação foi de R$ 110.000,00

(cento e dez mil reais). Ocorre que, diferentemente do que

foi pactuado, os requeridos, não cumpriram suas obrigações

financeiras, e imputando ao apelado o ônus de suportar a

necessidade de alugar um imóvel para viver com sua esposa,

filhos, genro e netos.

Registre-se, doutos julgadores, que trata-se

de uma pessoa idosa, que recebe benefício por invalidez do

INSS e, em razão deste fato, vem agravando seriamente seu

quadro de saúde.

Por outro lado, os apelantes, pessoas

jovens, se aproveitam da situação jurídica para gozarem de

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um imóvel que não compraram efetivamente. E, segundo

consta, basta uma breve análise aos institutos de proteção

ao crédito, para se concluir que tratam-se de pessoas

contumazes na prática de comprar e não pagar.

Nesse sentido, restou acordado o pagamento

nos seguintes termos:

a) 10.000,00 (dez mil reais) divididos em 10 parcelas

de R$ 1.000,00 (mil reais) a serem adimplidas no

dia 1º de cada mês, a contar de março até dezembro

de 2012;

b) R$ 100.000,00 (cem mil reais) a serem pagos nos

vencimentos de 01/05/2012; 01/07/2012; 02/01/13;

01/05/13; 01/07/2013 e 02/01/2013, por meio de

notas promissórias nos valores de R$ 10.000,00 (dez

mil reais); R$ 20.000,00 (vinte mil reais); R$

30.000,00 (trinta mil reais); R$ 10.000,00 (dez mil

reais); R$ 10.000,00 (dez mil reais); e R$

20.000,00 (vinte mil reais) respectivamente.

Em relação à clausula terceira, letra “A”,

os apelantes adimpliram apenas o valor de R$ 1.500,00 (mil

e quinhentos reais) em mercadorias, restando inadimplentes

em R$ 8.500,00, cujas parcelas venceram desde abril de

2012.

Em relação à Letra “B” o apelantes pagou a

primeira parcela no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais),

e restou inadimplente em R$ 1.500,00 (mil e quinhentos

reais) a segunda parcela no valor de R$ 20.000,00 (vinte

mil reais), até o dia de hoje.

Em relação às demais parcelas, o Apelantes

descumpriu integralmente.

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Ou seja, do pactuado em R$ 110.000,00 (cento e dez mil

reais) os apelantes adimpliu apenas R$ 30.000,00 (trinta

mil reais).

Doutos julgadores, ocorre que tal

descumprimento vem ocorrendo desde o ano de 2012. E, desde

janeiro de 2013, os apelantes se eximiram totalmente na

quitação de sua obrigação.

Registre-se que até a presente data o Autor

encontra-se pagando aluguel, enquanto que os apelantes se

utilizam de mecanismos jurídicos para fruir do imóvel em

questão.

Ocorre que, desde o dia 02 de janeiro de

2013, os requeridos estão inadimplentes, motivo pelo qual a

nota promissória de nº 01/01 foi levada a protesto em

22/01/2013 e, mesmo ultrapassado o prazo previsto para o

pagamento não foi quitada.

Segundo consta na cláusula QUINTA do aludido

contrato “AS PRESTAÇÕES ASSUMIDAS PELOS ADQUIRENTES DEVERÃO

SER HONRADAS NOS SEUS RESPECTIVOS VENCIMENTOS, SOB PENA DE

SUA AUTOMÁTICA CONSTITUIÇÃO EM MORA(...)”. E, ainda, no

parágrafo segundo da mesma cláusula “Ocorrendo a mora dos

adquirentes, o alienante poderá tolerar ou ao seu critério

os notificar para purga-lo no prazo de 15 dias (...)”

Além disso, a cláusula SEXTA dispõe que o

não cumprimento das prestações pactuadas, acrescidas dos

encargos de mora e mais acessórios, no prazo fixado no

aviso ou notificação acarretará a inadimplência absoluta

dos adquirentes e a automática resolução contratual.

Por meio da nota promissória nº 01/01,

perante o 2º cartório de Registro e Títulos de documentos

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desta Comarca de Caruaru, os apelantes foram constituído em

mora, para efetuar os pagamentos, no entanto, não os

realizou.

Nos termos do art. 475 do Código Civil, a

parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do

contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento,

cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e

danos.

Vejamos o teor do contrato:

Cláusula SEXTA:

Parágrafo primeiro: No caso da

resolução absoluta e a consequente

rescisão da presente promessa de compra

e venda, os ADQUIRENTES perderão em

favor do alienante, o preço atualizado

do contrato, parte das parcelas pagas,

até a data do adimplemento, como pena

convencional, calculada

cumulativamente: (...) b) do que

exceder 10%, até 30% do preço

atualizado do contrato, receberá em

devolução 50% da quantia paga.

Por outro lado:

Parágrafo segundo: Na hipótese de já se

encontrar na posse adquirente, este

pagará ao alienante, por compensação,

1% ao mês ou fração deste, do preço

atualizado do contrato, pela sua

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fruição. Ficando desde agora autorizado

ao alienante, a abater a quantia

equivalente do parágrafo primeiro da

presente cláusula.

Ou seja, em que pese o Apelado ser obrigado

a devolver parte da ínfima quantia já adimplida, por outro

lado os apelantes se obrigaram a, por compensação, adimplir

o valor de 1% (um por cento) ao mês do preço atualizado do

contrato. O que, até a presente data não o fez.

Nesse sentido, basta uma análise superficial

para se aferir que o valor devido pelo apelado por ocasião

de devolução do valor é muito menor do que os apelantes

devem por ocasião da fruição do imóvel, razão pela qual não

há que se condicionar a reintegração do imóvel a devolução

de qualquer quantia.

Passados mais de três anos com os apelantes

gozando do imóvel, sem qualquer ônus, enquanto o apelado

subsiste à custa de aluguel, através de seu benefício

previdenciário, é situação de manifesta injustiça e

desrespeito a idade do apelado, que inclusive coloca em

xeque a credibilidade do Poder Judicial.

Além disso, o mais absurdo é o fato dos

apelantes quererem levar em erro o Poder Judiciário,

alterando o número da referida residência de 146 para 156,

para obstar o cumprimento de mandado de reintegração de

posse.

Ora, em nenhum momento da contestação os

Apelantes alegaram se tratar de outro imóvel, até porque

não é. Na verdade ocorre que a oficial de justiça, quando

tentou realizar o cumprimento da reintegração de posse,

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verificou que constava o número 146 em um terreno

desabitado.

Nesse sentido, não poderia ser diferente,

haja vista que a casa, objeto dos presentes autos, está

localizada no mesmo terreno, vez que não ocorreu o

desmembramento.

Aproveitando-se da confusão, os apelantes

lançaram mão de argumentos verdadeiramente capciosos a fim

de mais uma vez obstar o cumprimento do mandado de

reintegração de posse.

Ademais, não há que se falar em carência de

ação, pela ausência do dito desmembramento, uma vez que o

próprio contrato prevê que este somente ocorreria após o

adimplemento total do imóvel, o que não ocorreu.

Em relação ao pleito dos Apelantes para que

o recurso seja recebido em seu duplo efeito, foi objeto de

agravo de instrumento por parte do Apelado (Processo nº

1686-56.2015.8.17.0000 – 374511-1), que tramita na 1ª

Câmara Regional de Caruaru – 1ª Turma, a qual deu

provimento ao recurso de agravo, determinando o recebimento

da Apelação apenas no seu efeito devolutivo, ante à

concessão de tutela antecipada nos embargos de declaração,

que inclui no dispositivo da sentença a concessão da tutela

antecipada da reintegração de posse. Vejamos parte da

decisão do Tribunal:

“(...)No entanto, ao receber o recurso de apelação o juiz sentenciante deixou de observar o disposto no art. 520, VII do CPC, o qual determina que a Apelação interposta sobre a sentença que concede a antecipação dos efeitos da tutela

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deve ser recebida apenas com efeito devolutivo”.

Doutos julgadores, o apelado possui 62

(sessenta e dois) anos de idade e, nesse sentido, pode ser

prejudicado por eventual demora no julgamento da lide.

Pelas razões já elencadas, imprescinde a manutenção da

medida antecipatória, conferida por ocasião da decisão dos

embargos, ante a presença dos requisitos autorizadores

(fumus boni juris e periculum in mora) e ao grave prejuízo

que uma possível reforma poderia causá-lo.

Pelo exposto e fundamentalmente para que os

dispositivos legais reguladores da matéria sejam

obedecidos, atendidos e acatados, no mérito e no direito o

juiz a quo, ao sentenciar o feito, não se ateve somente à

argumentos ou alegações, mas sim à fatos concretos e

dispositivos legais, provados através das diversas citações

da Apelada.

Assim Eminente Colegiado de 2ª Instância,

certamente o recurso interposto não demandará maior exame,

muito mais porque a sentença exauriu a questão com a

coerência e a correção jurídica que tem caracterizado as

decisões do seu eminente prolator.

Portanto a sentença atacada está correta e

deve ser mantida, pelos seus próprios fundamentos, o que

espera o Apelado. 

Nestes termos,

Pede Deferimento.

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Caruaru, 26 de fevereiro de 2015.

JÉSSICA PATRÍCIA RODRIGUES SILVA

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