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Marcelo Henrique Siqueira de Araújo

Fundamentos de Geoprocessamentoaplicados à Mineração

Cruz das Almas - BA2017

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FICHA CATALOGRÁFICA

A663f Araújo, Marcelo Henrique Siqueira de. Fundamentos de geoprocessamento

aplicados à mineração / Marcelo Henrique Siqueira de Araújo._ Cruz das Almas, BA: UFRB, 2017.

58p.; il. ISBN: 978-85-5971-034-2

1.Geoprocessamento – Minas e recursos minerais. 2.Geoprocessamento – Meio ambiente. I.Universidade Federal do

Recôncavo da Bahia, Superintendência de

Educação Aberta e a Distância. II.Título.

CDD: 528

Ficha elaborada pela Biblioteca Universitária de Cruz das Almas - UFRB.

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APRESENTAÇÃO

Prezado(a) Aluno(a),

Nas últimas décadas, as pessoas têm vivenciado um enorme avanço tecnológico por meio

da disponibilidade de diversificados equipamentos e sistemas informatizados os quais ampli-

aram a capacidade de comunicação, bem como o acesso a dados e informações. Dentre estas

tecnologias destacamos aquelas relacionadas à coleta, armazenamento, compartilhamento e

análise de dados geográficos – o geoprocessamento, hoje bastante acessível, inclusive por

meio de aparelhos de telefonia móvel e de sistemas web, disponíveis na internet.

O objetivo do curso “Fundamentos de Geoprocessamento aplicado à Mineração” é

contribuir para o conhecimento sobre as técnicas de geoprocessamento e suas aplicações

na área de Mineração e Meio Ambiente, de modo que sejam potencializados os usos dessas

tecnologias para o planejamento, gestão, monitoramento e controle da atividade de mineração,

ainda que seja um curso de natureza introdutória.

O curso será desenvolvido em 2 unidades: na primeira, trataremos de questões básicas

relacionadas ao uso das geotecnologias e na segunda, voltaremos mais especificamente sobre

os exemplos aplicáveis na área de Mineração e Meio ambiente.

Para a primeira unidade recomendamos como referência bibliográfica básica a publicação

“Introdução ao Geoprocessamento: princípios básicos e aplicação”1 , das autoras Emilia

Hamada e Renata Ribeiro do Valle Gonçalves, acessível na página da Embrapa.

Bom curso a todo(a)s!

1http://www.cnpma.embrapa.br/download/documentos_67.pdf

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Sumário

1 Geoprocessamento como Ferramenta de Suporte à Decisão . . . . . 9

2 As Tecnologias de Geoprocessamento e suas Aplicações . . . . . . 11

3 Geotecnologias aplicadas aos Estudos Geológicos e Prospecção

Mineral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

4 Geoprocessamento aplicado à Gestão da Mineração . . . . . . . . . . . . 33

5 Geotecnologias e o Controle Social da Mineração . . . . . . . . . . . . . . . 41

6 Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

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1. Geoprocessamento como Ferramenta de Suporte à

Decisão

O atual modelo de desenvolvimento tem se baseado na expansão desordenada das

atividades humanas, em decorrência da falta de planejamento, isto tem sido a grande causa

da degradação ambiental.

A humanidade tem ocupado e modificado a paisagem com suas atividades, quase nada

reservando para a manutenção de ecossistemas naturais e das variadas formas de vida que

ocupam o globo terrestre. Muitas espécies estão sob séria ameaça de desaparecimento,

assim como grande parte dos ecossistemas naturais. Estes, quando não desaparecem, ficam

irremediavelmente modificados, acarretando riscos que afetam a qualidade de vida das atuais

e, especialmente, das futuras gerações.

Diversos exemplos de alterações das paisagens naturais, em consequência das atividades

econômicas, podem ser citados. Neste contexto, a mineração tem sido uma das atividades mais

impactantes, desde longo tempo, por meio da movimentação de material geológico e criação

de formas de relevo, seja nos terrenos escavados, ou naqueles produzidos por deposição

de material estéril, ou ainda naqueles afundados por movimentos de massa ou colapsos e

subsidências. Assim, a mineração é capaz de alterar e até mesmo inverter processos e formas

do relevo na escala do tempo histórico-humano (SILVA; VALADÃO, 2016).

Com muito custo, o homem tem se dado conta da importância de planejar e monitorar

suas atividades de modo que exerçam impacto o mais reduzido possível no meio natural. Em

meio ao debate, toma corpo o conceito de conservação, o qual considera o relacionamento do

homem com a terra e de como os seus recursos são utilizados. O objetivo é determinar e pôr

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10 1. Geoprocessamento como Ferramenta de Suporte à Decisão

em prática, como o homem pode satisfazer suas demandas físicas e estéticas sem danificar a

capacidade da terra para continuar atendendo as necessidades das gerações atuais e futuras.

O homem vem tentando assimilar que os princípios ecológicos devem ser aplicados

para formular sistemas de uso e manejo estáveis e adequados para diferentes tipos de

ecossistemas. É preciso advertir que a terra é necessária para diversos propósitos, para

produção de alimentos, para finalidades urbanas e industriais e também para recreação;

precisa-se da terra, também, em seu estado natural para servir de áreas de referência para

estudos científicos, como habitat para a fauna e flora, e como grande repositório de material

genético, que pode ser de grande valia para o futuro (DOWNES, 1983). Considerar todos estes

aspectos, inclusive a diversidade social e cultural existente dentro da sociedade, é o grande

desafio de quem planeja as atividades econômicas e os investimentos em infraestrutura.

Neste contexto, as tecnologias de geoprocessamento são fundamentais para sistematizar

os dados e informações geográficas com vistas a orientar decisões sobre o uso dos recursos

naturais, dentro de uma abordagem conservacionista, sendo necessária a avaliação dos

aspectos físicos, biológicos, sociais, culturais, econômicos e políticos que envolvem a alocação

das mais diversas atividades humanas, sejam elas extrativistas, agrícolas, industriais, urbanas

ou mesmo para a conservação (FA0, 1976; LOPES ASSAD, 1995; ALMEIDA et al., 2002).

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2. As Tecnologias de Geoprocessamento e suas

Aplicações

O geoprocessamento envolve um conjunto de tecnologias para a coleta, tratamento, análise

e visualização de dados e informações espaciais, assim como o desenvolvimento de novos

sistemas e aplicações (TEIXEIRA et al., 1992). As tecnologias aplicadas às funções citadas

são comumente denominadas de geotecnologias.

0 geoprocessamentos incorpora e amplia as funções dos Sistemas de Informações Geográ-

ficas (SIG), incluindo os Sistemas Globais de Navegação por Satélite (GNSS) e as tecnologias

de Sensoriamento Remoto (SR).

Segundo Fitz (2008), uma informação pode ser considerada como um conjunto de dados

e registros interpretados e dotados de significado lógico, enquanto um sistema pode ser

entendido como um conjunto integrado de elementos interdependentes, organizado de tal

forma que estes possam relacionar-se para a execução de determinada função. Finalmente, um

sistema de informação seria compreendido como um sistema utilizado para coletar, armazenar,

recuperar, transformar e visualizar dados e informações a ele vinculados.

A Natureza dos Dados e Informações Geográficas

Para que os dados e informações espaciais possam ser utilizados em um sistema de

geoprocessamento, é fundamental que estejam localizados geograficamente na superfície

terrestre (georreferenciados). Nos dias atuais, esta é uma questão aparentemente simples,

desde o desenvolvimento dos sistemas globais de navegação por satélite (GNSS) e da

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12 2. As Tecnologias de Geoprocessamento e suas Aplicações

disponibilização desta tecnologia nos aparelhos de celular, por exemplo.

Posicionar geograficamente um objeto na superfície terrestre, nada mais é que atribuir-lhe

coordenadas e, embora, nos dias atuais, isto seja uma tarefa que pode ser realizada com

simplicidade, utilizando-se das redes de satélites artificiais que integram o GNSS, este foi um

dos grandes desafios científicos que o ser humano se defrontou, envolvendo dois ramos da

ciência, a Cartografia e a Geodésia (MONICO,2000). Ao longo de muitos anos, os estudos

evoluíram para a definição de sistemas de coordenadas terrestres ou coordenadas geográficas,

as quais compreendem uma rede de quadrículas definidas pela intersecção de meridianos e

paralelos.

Os meridianos constituem grandes círculos que envolvem a esfera terrestre cujo plano

contém o eixo dos polos. A longitude de um lugar é a distância expressa em graus, minutos

e segundos entre o meridiano do lugar e o meridiano de Greenwich, tomado como ponto de

origem. A Longitude mede de 0 a 180◦ Leste ou Oeste (Fig. 2.1).

Os paralelos, por sua vez, são círculos da esfera terrestre cujo plano é perpendicular ao

eixo dos polos, tendo sua origem no Equador geodésico, o qual constitui o círculo máximo,

definido num modelo esférico ou elipsoidal da Terra. O plano do equador geodésico é a

referência para a medição das latitudes, de 0o a 90o, para Norte e para Sul, também medidos

em graus, minutos e segundos (Fig. 2.1).

Considerando que a Terra tem o formato de um geoide, a definição das localizações

geográficas em uma superfície plana (os mapas) exige a adoção de um Sistema de Projeção

Cartográfica.

Segundo Joly (2013), as projeções cartográficas são soluções geométricas essenciais para

a elaboração dos mapas e localizações geográficas, existindo mais de uma dezena delas, cada

uma com suas aplicações e características.

A diversidade de sistemas de projeção exige atenção dos usuários das técnicas de geopro-

cessamento, pois a definição do sistema mais adequado às características do projeto a ser

desenvolvido constitui uma etapa essencial no uso das geotecnologias, uma vez que todos os

dados e informações devem estar geograficamente localizados e ajustados ao mesmo sistema

de coordenadas e projeção cartográfica.

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Figura 2.1: Mapa Mundi identificando Paralelos e Meridianos, as Latitudes e Longitudes.

Fonte: National Geographic.

Na definição dos parâmetros cartográficos para o desenvolvimento de um projeto usando

as técnicas de geoprocessamento, convém observar a importância da adoção do Sistema

Geodésico Brasileiro (SGB). Fitz (2008) relata que cada país adota um sistema de referência

próprio, baseado em parâmetros predeterminados a partir de normas específicas.

Um sistema geodésico consiste em um sistema de referência composto por uma figura ge-

ométrica representativa da superfície terrestre (esferoide), posicionada no espaço, permitindo a

localização única de cada ponto da superfície em função de suas coordenadas tridimensionais,

e materializado por uma rede de estações geodésicas (IBGE,2017). Para a determinação

das coordenadas, como latitude, longitude e cálculo da altitude, é necessário um sistema

geodésico de referência para sua definição.

O Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), por exemplo, é composto por redes de altimetria,

gravimetria e planimetria. Cada sistema geodésico adota um conjunto de parâmetros especí-

ficos que definem um DATUM, que é um modelo matemático teórico da representação da

superfície da Terra ao nível do mar fundamental para o correto posicionamento geográfico e

produção cartográfica. No caso do SGB, foi adotado recentemente o DATUM SIRGAS 2000,

que deve ser informado quando da coleta de dados por satélite e organização das bases

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14 2. As Tecnologias de Geoprocessamento e suas Aplicações

cartográficas, na ausência do SIRGAS 2000.

Ainda se referindo às características dos dados utilizados em sistemas de geoprocessa-

mento, importante destacar os formatos raster e vetorial. No primeiro caso, também chamado

matricial, os dados são apresentados em um formato de imagens constituídas de células ou

pixels que formam linhas e colunas. Conforme apresentado por Hamada e Gonçalves (2007),

a célula indica a unidade elementar da superfície representada e o seu tamanho é denominado

de resolução espacial, assim quando menor o tamanho da célula, maior a resolução espacial e

a definição da imagem. No formato vetorial, o elemento fundamental são pontos, tais pontos

podem constituir linhas e polígonos, estes últimos são linhas fechadas que representam áreas.

A depender do sistema de geoprocessamento utilizado, os dados raster e vetorial po-

dem ser representados por formatos específicos ou nativo do software a ser utilizado. Os

primeiros são muito conhecidos nos formatos de imagens JPEG, BMP, TIFF, enquanto os

segundos, são conhecidos no formato DXF, DWG, comuns nos programas CAD (computer

aided design) e Shapefiles (SHP), nativo da empresa ESRI R©. Os serviços disponibilizados pelo

Google R© utilizam o formato KML. A Tabela (2.1) apresenta as principais diferenças, vantagens

e desvantagens no uso dos formatos vetoriais e matriciais.

Tabela 2.1: Vantagens e desvantagens dos formatos de dados Vetorial e Matricial (raster).

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Sistema Global de Navegação por Satélite

Conforme já citado, uma tecnologia que se popularizou e constitui essencial para o trabalho

com geoprocessamento é o GNSS, Global Navigation Satellite Systems ou Sistema Global de

Navegação por Satélite, o qual designa os sistemas de satélites que calculam a localização

geográfica ou posicionamento geoespacial com cobertura terrestre global. O GNSS constitui

um elenco de tecnologias que interagem com o geoprocessamento, auxiliando, sobretudo, na

aquisição de dados de campo e na sua localização geográfica (georreferenciamento).

Figura 2.2: Satélites do Sistema NAVSTAR de Posicionamento Global (GPS).

Fonte: Adaptado de Atlas Escolar IBGE,2017

O sistema pioneiro e mais conhecido é o NAVSTAR/GPS, desenhado e controlado, pelo

governo americano (Fig. 2.2). Este sistema é composto por uma rede de 25 satélites,

em órbita da terra, a partir dos quais torna-se possível o cálculo das coordenadas para o

georreferenciamento de qualquer ponto da superfície terrestre. Os satélites estão posicionados

numa distância de aproximadamente 20.000 km em relação à superfície terrestre e emitem

sinais que são capturados pelos receptores GPS no terreno.

Para o cálculo das coordenadas de posicionamento geográfico, é necessário a recepção de

sinais de pelo menos 4 satélites, alertando que a recepção do sinal pode ser prejudicada por

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16 2. As Tecnologias de Geoprocessamento e suas Aplicações

barreiras físicas, assim para uma recepção adequada convém estar em uma área de campo

aberto ou clareira.

Devido ao pioneirismo do sistema desenvolvido pelo governo americano, em operação

ampla desde 1995, tornou-se comum o uso do nome GPS para designar todos os sistemas

em operação e mesmo os aparelhos receptores.

Contudo, considerando a importância estratégica que envolve a determinação da localiza-

ção geográfica, tanto para fins civis, como a navegação aérea e marítima, quanto para fins

militares, alguns países desenvolveram ou estão desenvolvendo seus próprios sistemas GNSS.

A Rússia já tem em funcionamento o GLONASS, a Comunidade Europeia vem desenvolvendo

o GALILEO, a China também lançou seu próprio sistema em 2013, denominado COMPASS.

Índia e Japão também têm seus próprios sistemas (MONSERRAT FILHO, 2013).

O sistema russo, denominado GLONASS, está em operação desde 2011 e é formado

por uma rede de 24 satélites, apresentando alcance global. Embora não tenha a mesma

cobertura que o NAVSTAR, tem apresentado precisão similar. A maioria dos receptores de

sinais GNSS mais recentes funcionam tanto por meio dos satélites do NAVSTAR, quanto

por meio do sistema GLONASS, ampliando assim a facilidade e exatidão do posicionamento

geográfico.

Em relação à adoção, nos aparelhos receptores, do Sistema Geodésico Brasileiro, mais

especificamente a inclusão do DATUM SIRGAS 2000 ainda não foi verificado em nenhum

equipamento, nestes casos recomenda-se ao usuário a selecionar o DATUM WGS 84, que

apresenta melhor compatibilidade com o Sistema Geodésico Brasileiro.

Para maior conhecimento ou consulta de dúvidas quanto ao Sistema Geodésico Brasileiro,

consulte a página do IBGE com perguntas e respostas sobre a questão. O IBGE – Insti-

tuto Brasileiro de Geografia e Estatística responde oficialmente pelos temas relacionados à

cartografia nacional.

Sensoriamento Remoto

O sensoriamento remoto (SR) caracteriza-se por meio da obtenção à distância de dados

da superfície terrestre, para tanto são utilizados sensores aerotransportados (a bordo de

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aeronaves) ou orbitais (a bordo de satélites em órbita da Terra).

A obtenção de dados da superfície terrestre por meio do sensoriamento remoto facilita o

acompanhamento e avaliação da evolução da paisagem e das formas da superfície terrestre,

permitindo consequentemente, o seu monitoramento no longo prazo.

Os sensores registram as imagens por meio da radiação eletromagnética que pode ser

emitida diretamente pelo sensor (sensor ativo) ou pelo sol (sensor passivo), no primeiro caso

temos o RADAR, que opera na faixa de micro-ondas do espectro eletromagnético, e no segundo

as imagens mais comuns dos satélites comerciais e as fotografias aéreas, que operam na faixa

do visível e do infravermelho (Fig. 2.3).

Figura 2.3: Espectro Eletromagnético – classificação da energia eletromagnética conforme oseu comprimento de onda.

Fonte: http://ufpa.br/ensinofts/radiologia.html

Desde 1960, quando se iniciaram as primeiras observações orbitais sistemáticas da super-

fície terrestre, com o lançamento do satélite meteorológico norte-americano TIROS, foi notável

o avanço nesta área, especialmente com o sucesso do programa LANDSAT, série de satélites

de sensoriamento remoto, iniciado em 1972. Este programa obteve grande sucesso comercial,

reduzindo os custos com aquisição de imagens.

Foram lançados, até o momento um total de 8 satélites Landsat, cada um deles com

avanços na tecnologia dos sensores. De particular importância para as aplicações ambientais

e geológicas foram os sensores Thematic Mapper (TM), Enhanced Thematic Mapper Plus

(ETM+) e o Operational Land Imager (OLI), operando a bordo, respectivamente, dos satélites

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18 2. As Tecnologias de Geoprocessamento e suas Aplicações

Landsat-4 e 5, Landsat-7 e Landsat-8, este último em operação, enquanto os demais já foram

desativados.

Figura 2.4: Sensoriamento Remoto Orbital por meio de Sensor Passivo.

Fonte: Adaptado de Atlas Escolar IBGE, 2017.

Nas últimas décadas, o sensoriamento remoto experimentou variadas inovações tecnológ-

icas, dentre elas, é possível destacar os avanços na resolução espacial e espectral dos

sensores. No primeiro caso, refere-se à capacidade de o sensor diferenciar os objetos na

superfície terrestre em relação ao seu tamanho, atualmente é possível definir alvos com

dimensões submétricas, como é o caso dos sensores a bordo dos satélites WordView. No

segundo caso, refere-se a quantas faixas do espectro eletromagnético o sensor registra, os

primeiros equipamentos eram pancromáticos, operavam em uma única faixa, evoluíram para

os multiespectrais e, atualmente, existem aqueles hiperespectrais que operam em mais de

uma centena de bandas ou faixas do espectro eletromagnético (SOUZA FILHO; CRÓSTA,

2003).

O Brasil, por meio de parceria com a China, desenvolveu o satélite CBERS - Satélite Sino-

Brasileiro de Recursos Terrestres, já tendo sido lançados 4 satélites, estando em operação o

CBERS 4, posto em órbita em 2014 com previsão de operação até 2017. O CBERS 4 tem a

bordo 4 sensores pancromático e multiespectrais, com resolução espacial máxima de 5m, para

o sensor pancromático e de 20m para o multiespectral.

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Epiphanio (2011) destaca que conforme as caraterísticas de multirresoluções (tanto espa-

cial, quanto espectral) dos sensores a bordo do CBERS 4, suas aplicações serão abrangentes

envolvendo especialmente os usos na área ambiental, a exemplo de monitoramento da vege-

tação e do desmatamento, bem como de áreas de Reserva Legal e Preservação Permanente.

Destaca ainda aplicações na agricultura para o monitoramento dos cultivos e também o

monitoramento costeiro.

A partir do início da década de 2000, e com a entrada de empresas comerciais atuando na

área do imageamento da superfície terrestre, são vários os satélites e sensores em operação,

a Tabela 2.2 reúne informações sobre alguns deles.

Figura 2.5: Sensoriamento Remoto Orbital por meio de Sensor Ativo.

Fonte:Adaptado de: Atlas Escolar IBGE, 2017.

Nos dias atuais, as imagens de satélite geradas por sensores multiespectrais e com

alta resolução espacial se popularizaram e estão amplamente disponíveis na internet e nos

aparelhos de celular (smartphones) por meio dos serviços Google Earth R© e Google Maps R©.

As imagens dos serviços do Google são multiespectrais e apresentam resolução espacial

diversificada, a depender de cada região do globo terrestre. A empresa vem utilizando imagens

dos diversos serviços de satélite em operação, além de ter mantido um sistema próprio de

imageamento, aquelas de mais alta resolução podem distinguir ruas, casas e veículos na

superfície terrestre, tais imagens podem apresentar resolução espacial menor que 1 metro.

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20 2. As Tecnologias de Geoprocessamento e suas Aplicações

Contudo, a atualização da imagem no sistema Google pode demorar até 3 anos, embora a

empresa declare o esforço em atualizar anualmente.

Os avanços na área continuam se multiplicando, desta vez com a redução do tamanho dos

satélites. A empresa norte-americana Space Labs, proprietária do RapidEye, vem inovando no

desenvolvimento de satélites de pequenas dimensões (cubesat ou nano satélites) com elevada

capacidade de imageamento da superfície terrestre e almeja alcançar uma constelação com

mais de uma centena destes equipamentos em órbita da Terra.

Acesse2 um vídeo com uma sucessão de imagens de sensoriamento remoto mostrando a

evolução da paisagem na Terra ao longo de 32 anos, o vídeo foi adaptado de uma base de

dados organizada pelo Google Earth Engine, você pode acessar o trabalho original no link3

abaixo.

2https://www.youtube.com/watch?v=ZvnPUlsTcJw&feature=youtu.be3 https://earthengine.google.com/timelapse/

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Tabela 2.2: Exemplos de Satélites e Sensores Orbitais.

Satélite/Sensor Resolução Espec-tral Resolução Espacial (m) Site

Comprimentos de ondas

(nm)

Bandas

WorldView 4450-800 1 0.3 - 1 http://www.digitalglobe.com450-920 4 1.2 - 4

WorldView 3450-800 1 0.3 - 1 http://www.digitalglobe.com400-1040 8 1.2 – 41195-2365 8 3.7405-2245 8 30

WorldView 2450-800 1 0.5 http://www.digitalglobe.com400-1040 8 2

WorldView 1400-900 1 0.5 http://www.digitalglobe.com

RapidEye440-880 5 5 - 6.5 http://planet.com

Landsat 8 /ETM+500-680 1 15430-2290 8 30 https://landsat.usgs.gov/landsat-810600-12510 2 100

TERRA / ASTER520-860 3 151600-2430 6 30 http://asterweb.jpl.nasa.gov8125-11650 5 90

SPOT 7450-745 1 1.5 http://www.intelligence-airbusds.com450-890 4 6

EO-1 / Hyperion*355.59 – 2577.08 220 30 https://eo1.usgs.gov/sensors/hyperion

QuickBird*405-1053 1 0.5 – 1 http://www.digitalglobe.com430-918 4 2-5

Ikonos*450-900 1 1 http://www.digitalglobe.com450-900 4 4

*Imagens disponíveis no acervo histórico, pois os satélites/sensores não estão mais em operação.

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22 2. As Tecnologias de Geoprocessamento e suas Aplicações

Sistemas de Informações Geográficas

Os Sistemas de Informações Geográficas (SIG) ou Geographic Information Systems (GIS)

surgiram na década de 60, no Canadá, sendo chamado Canadian Geographic Information

System. Em seguida, surge nos Estados Unidos um sistema semelhante com o objetivo de

auxiliar no manejo dos recursos naturais e no uso da terra. Originalmente, o SIG continha uma

estrutura básica voltada para entrada e integração de dados, processamento, análise geográfica

e produção cartográfica (Fig. 2.6). Nas décadas posteriores, os sistemas desenvolveram-se e

disseminaram-se, especialmente devido aos avanços consideráveis no setor de informática e

eletrônica.

Figura 2.6: Estrutura geral de um SIG.

Fonte: CÂMARA E QUEIROZ, 2017.

Os sistemas mais recentes incorporam, além das tradicionais análises geográficas, ferra-

mentas para processamento digital de imagens de sensoriamento remoto, além da captura

e tratamento de dados coletados por meio de GNSS. Atualmente, existem diversos sistemas

comerciais disponíveis para os mais variados tipos de aplicação, desde o manejo dos recursos

naturais, planejamento agrícola, planejamento urbano, arrecadação de impostos até o market-

ing. Os sistemas e as tecnologias evoluíram incorporando várias outras áreas do conhecimento,

de modo que os SIG se integram ao conceito de Geoprocessamento e/ou Geotecnologias.

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23

A grande diversidade de nomenclaturas nesta área, segundo Fitz (2008), é resultado

do uso das técnicas de geoprocessamento nas mais diversas áreas do conhecimento, por

parte de equipes multidisciplinares, resultando em uma grande quantidade de conceitos e

definições relacionadas. Rocha (2000) cita que o geoprocessamento vem estabelecendo uma

nova forma de comunicação entre as várias disciplinas que o utilizam, assim termos como

georreferenciamento, geocodificação, digitalização, rasterização, vetorização, topologia, dados

espaciais, raster, vetorial, alfanuméricos, metadados, resolução, dentre outros formam um

vocabulário utilizado por várias disciplinas e, ao mesmo tempo, não pertencem exclusivamente

a nenhuma delas.

Para todos os efeitos, neste texto, serão considerados equivalentes os termos Geopro-

cessamento e Geotecnologias, adotando-se o seguinte conceito adaptado de Rocha (2000)

e Fitz (2008)– geoprocessamento é um conjunto de tecnologias que possibilitam a coleta,

a manipulação, a análise, a simulação de modelagens e a visualização de dados geográfi-

cos, integrando várias disciplinas, equipamentos, processos, programas, entidades, dados,

metodologias e pessoas para apresentação de informações associadas a mapas digitais.

Figura 2.7: Sobreposição de camadas (layers) em um SIG.

Fonte: Adaptado de https://developers.arcgis.com.

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24 2. As Tecnologias de Geoprocessamento e suas Aplicações

Fitz (2008) exemplifica que uma aplicação bastante comum do geoprocessamento diz

respeito à realização de análises espaciais utilizando mapas temáticos diversos. Por meio

da técnica de sobreposição, cada mapa contendo um tema específico, constitui um plano de

informação, o qual é sobreposto a outros de temáticas diferentes, mas de igual dimensão

e localização espacial, para a obtenção de um produto derivado (Fig. 2.7). Em princípio,

esta técnica de sobreposiçao de mapas (overlays) já é historicamente utilizada nas análises

geográficas, mas a utilização das ferramentas computacionais permitiu a ampliação deste tipo

de análise.

Câmara (1994) apresenta o conjunto básico de funções de um Sistema de Informações

Geográficas (SIG):

• Análise Geográfica - mediante operações algébricas (adição, subtração, sobreposição

e multiplicação de mapas ou exponenciação e transformações logarítmicas), operações de

distância, consulta a banco de dados, análises de vizinhança, dentre outras.

• Processamento Digital de Imagens - tratamento de imagens de satélite e fotografias

aéreas por meio de técnicas de filtragem, análise de histograma, classificação supervisionada

e não supervisionada, além de outras.

• Produção Cartográfica - produção digital de mapas com recursos sofisticados de apresen-

tação gráfica, permitindo a colocação de legendas, textos explicativos etc.

• Modelagem Numérica de Terreno - ou modelo digital de elevação, que representa o

relevo em uma estrutura matemática, que permite sua visualização em um formato bi ou

tridimensional (MORETTI & TEIXEIRA, 1991). Por meio destes modelos, é possível a extração

de informações como, por exemplo, declividade e orientação do terreno (direção em relação

ao norte), sendo possível também o cálculo do fator comprimento de rampa, parâmetro L na

equação universal de perda de solos, conforme mostram Rocha et al. (1995).

• Modelagem de Redes - redes são estruturas lineares conectadas que armazenam dados

sobre recursos que fluem entre localizações distintas. Mediante técnicas de geoprocessamento

é possível, por exemplo, calcular o caminho ótimo e crítico para a instalação das redes.

No Brasil, o emprego de técnicas de sensoriamento remoto e localização espacial por

satélite integradas aos sistemas de informações geográficas para o planejamento e gestão

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ambiental intensificou-se a partir da década de 90, conforme mostram alguns dos estudos

citados a seguir.

Segundo Lopes Assad (1995), as técnicas de geoprocessamento viabilizam a quantificação

automática de áreas, a obtenção de mapas intermediários e permitem a possibilidade de

constante atualização das informações geoambientais espacializadas em base cartográfica,

devidamente armazenada em suporte informatizado.

Formaggio et al. (1992) destacam as possibilidades de utilização do SIG para o resgate

e manipulação dos dados necessários ao planejamento do uso da terra, tendo feito uso do

SPRING, um sistema desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Silva et al. (1993), utilizando o programa "Earth Resources Data Analysis System" (ERDAS),

estabeleceram a integração e análise espacial de dados para a obtenção do potencial produtivo

de terras do município de Ubajara (CE) e estudos das mudanças de uso da terra no período

de 1958 a 1985. 0s autores concluíram que as técnicas de geoprocessamento são de grande

utilidade na visualização de variações espaciais e temporais de uso da terra, além de facilitar o

armazenamento e transferência de dados, auxiliando na tomada de decisões que conduzam à

conservação do solo, água e recursos florestais.

Estudo realizado por Lombardi Neto et al. (1995) em microbacia hidrográfica do município

de Iracemápolis-SP objetivou analisar as condições ecológicas locais com vistas à melhoria da

qualidade da água que abastece a zona urbana. Neste trabalho, foram identificadas as áreas

com maior potencial erosivo, através da equação universal de perda de solos, para as quais

foram indicados sistemas de manejo mais adequados às condições ambientais, de forma a

diminuir os riscos de erosão e manter a produtividade das culturas.

Santos et al. (2002) identificaram, por meio da interpretação de fotografias aéreas não

convencionais e imagens TM-Landsat 5, a distribuição das áreas remanescentes de florestas

e manguezais na faixa litorânea da região cacaueira da Bahia. Os resultados obtidos reve-

laram a existência de remanescentes florestais ainda significativos nos municípios estudados,

demonstrando a urgência na implementação de medidas efetivas para a sua conservação, bem

como a ampla possibilidade para a criação de novas áreas protegidas, como forma de evitar a

expansão desordenada de loteamentos imobiliários, especialmente sobre os manguezais e

restingas.

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26 2. As Tecnologias de Geoprocessamento e suas Aplicações

Entendendo que os SIG são programas de computador, existem vários tipos disponíveis,

desde aqueles comerciais, que exigem o pagamento de licença de uso, até aqueles de código

aberto, cujo o uso é livremente acessível a todos os interessados.

No caso dos sistemas comerciais, o mais robusto e amplamente utilizado é o ArcGIS R©,

desenvolvido pela empresa americana ESRI, líder na produção de soluções para a área de

informações geográficas.

Quanto aos sistemas de código aberto, o mais utilizado nos dias atuais é o QGIS4 ,

mantido de forma colaborativa por uma comunidade global de desenvolvedores voluntários

que regularmente lançam novas versões e ajustes. A iniciativa teve início em 2002, quando o

programa recebeu a denominação de Quantum GIS, desde então os desenvolvedores vêm

lançando versões atualizadas e já traduziram o QGIS para diversos idiomas e a aplicação é

usada internacionalmente em ambientes acadêmicos e profissionais.

4http://www.qgis.org/pt_BR/site/

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3. Geotecnologias aplicadas aos Estudos Geológicos e

Prospecção Mineral

Do conjunto de tecnologias que integram o geoprocessamento, a cartografia e o sensoria-

mento remoto têm sido, historicamente, aquelas de maior aplicação aos estudos geológicos

e, consequentemente à mineração, considerando que os estudos básicos em geologia são o

primeiro passo na prospecção mineral e posterior exploração. Neste contexto, o projeto Radam

constitui o primeiro esforço integrado de levantamento e mapeamento dos recursos naturais no

Brasil, usando as tecnologias de sensoriamento remoto.

A contribuição do Radambrasil

O Radam foi um projeto do Ministério das Minas e Energia, criado na década de 1970 e em

execução até 1985, teve o objetivo inicial de fazer um levantamento dos recursos naturais da

Amazônia, daí o nome Radam – Radar da Amazônia, em seguida foi expandido para o restante

do país, passando a denominar-se Radambrasil. Como dito, o projeto teve como um dos

objetivos proceder o levantamento dos recursos minerais do Brasil e, para tanto, utilizou-se do

sensoriamento remoto por imagem de radar e aerofotogrametria, obtendo-se um mapeamento

completo do território nacional.

Segundo Escobar et al. (2005), em outubro de 1970 foi criada a comissão do Projeto

Radam, objetivando, principalmente, coletar dados sobre recursos minerais, solos, vegetação,

uso da terra e a cartografia da Amazônia e áreas adjacentes da região Nordeste. Em junho

de 1971 foram iniciados os voos para imageamento. Devido aos bons resultados do projeto

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28 3. Geotecnologias aplicadas aos Estudos Geológicos e Prospecção Mineral

Radam, em Julho de 1975 o levantamento de radar foi expandido para o restante do território

nacional, passando a ser executado pelo Projeto Radambrasil.

Ainda segundo Escobar et al. (2005), nos projetos Radam e Radambrasil, a plataforma

utilizada foi uma aeronave, voando em altitude média de 12 km, tendo utilizado o sistema

imageador GEMS (Goodyear Mapping System 1000), operante na banda X (comprimentos de

onda próximos a 3 cm e frequência entre 8 e 12,5 GHz). Os registros obtidos pelos projetos

Radam e Radambrasil foram organizados e disponibilizados em 550 mosaicos de radar na

escala 1:250.000.

Os levantamentos realizados pelo Radam abrangiam as áreas de geologia, geomorfologia,

pedologia, vegetação, potencial de recursos hídricos e uso potencial da terra, em todos os

casos existiram trabalhos de campo, incluindo análise da qualidade da água e coleta de

material botânico.

O Radambrasil disponibilizou o material cartográfico em papel comum e fotográfico, não

usou nenhum tipo de tecnologia digital, característica básica do geoprocessamento, pois,

à época, as tais tecnologias não eram ainda tão amplamente disponíveis. Independente

disto, o Radam foi um trabalho pioneiro no uso da cartografia e do sensoriamento remoto

em larga escala, com aplicações na área de recursos naturais. Atualmente, os seus dados

já foram convertidos para o formato digital, podendo assim, ser integrados às plataformas

informatizadas.

O SIPAM – Sistema de Proteção Ambiental da Amazônia

Outro grande programa governamental relacionado ao levantamento de recursos naturais

é o Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia), o qual já foi projetado dentro de uma

concepção de desenvolvimento e uso das tecnologias digitais, tendo uma amplitude, não

apenas de levantamento de recursos naturais, mas também de proteção da região contra

diversos tipos de ameaça, como o tráfico de drogas, as guerrilhas em países vizinhos, o

contrabando de animais, a invasão de terras indígenas, o garimpo e o desmatamento ilegais,

entre outros.

O programa coleta dados e informações geográficas da região amazônica por meio de um

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aparato tecnológico único no país e conta com dados obtidos de quatro sensores transportados

a bordo de aeronaves (Fig. 3.1).

Figura 3.1: Sensores Remotos Aerotransportados em uso pelo SIPAM.

Fonte: CENSIPAM,2017a.

O sensor SAR (Synthetic Aperture Radar ), um radar, opera na faixa do micro-ondas, a

qual permite a aquisição de imagens independente das condições climáticas. Desta forma, as

imagens radar podem ser geradas em qualquer altura, durante o dia ou à noite e sobre as mais

variadas condições atmosféricas, o que constitui uma grande vantagem para o imageamento

de regiões tropicais, onde a presença de vapor d’água na atmosfera interfere na qualidade

do imageamento por sensor ótico, aqueles que operam na faixa no visível e infravermelho do

espectro eletromagnético (CENSIPAM, 2017a).

O sensor hiperespectral HSS e o multiespectral MSS complementam os dados de radar,

unindo características de alta resolução espectral e alta resolução espacial, ou seja, operam em

um grande número de faixas do espectro eletromagnético (50 e 31 bandas, respectivamente)

e conseguem distinguir alvos na superfície terrestre distantes até 2 metros. Conjugados, os

sensores do SIPAM permitem a obtenção de informações mais detalhadas do território, seus

recursos e formas de utilização (CENSIPAM, 2017a).

Fazendo uso das geotecnologias elencadas acima, o SIPAM vem desenvolvendo o Projeto

Cartografia da Amazônia, por meio de parceria com o Exército, Marinha, Aeronáutica e a CPRM

(Serviço Geológico do Brasil). A iniciativa almeja concluir as cartografias terrestre, geológica e

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30 3. Geotecnologias aplicadas aos Estudos Geológicos e Prospecção Mineral

náutica dos 35% do território da região da Amazônia sem informações na escala de 1:100.000.

A proposta de acabar com os “vazios cartográficos” contribuirá no desenvolvimento econômico,

social e na proteção da região amazônica. Dos 5,2 milhões de quilômetros quadrados da

Amazônia Legal, 1,8 milhão de quilômetros quadrados não há informações cartográficas na

escala 1:100.000. Esses vazios concentram-se nos estados da Amazônia, Pará, Amapá, Mato

Grosso e parte do Acre, Maranhão e Roraima (CENSIPAM, 2017b).

A elaboração da cartografia básica é fundamental para o planejamento e execução dos

projetos de infraestrutura como rodovias, ferrovias, gasodutos e hidrelétricas, além da demar-

cação de áreas de assentamentos, áreas de mineração, agronegócio, segurança territorial,

contribuindo assim para o ordenamento territorial e a tomada de decisão quando ao uso dos

recursos naturais.

Sensoriamento Remoto na Prospecção Mineral

Crosta et al. (2016) destacam que o Sensoriamento Remoto tem sido uma das técnicas

mais utilizadas na prospecção mineral. Os autores indicam que os sensores a bordo de

satélites que têm maior potencial de aplicação em estudos geológicos são os dos satélites da

série Landsat, o Terra/ASTER e, mais recentemente, a constelação de satélites WorldView,

todos eles operando nas faixas do visível e infravermelho do espectro eletromagnético (Fig. 2.3).

Já os radares operando a bordo de satélites e que têm sido mais extensivamente utilizados em

estudos geológicos exploratórios são o Radarsat, o ALOS/PALSAR e o TerraSAR-X.

Os mesmos autores chamam a atenção para o ganho de resultados por meio do uso

integrado de sensores operando nas regiões do espectro eletromagnético do visível ao infraver-

melho termal, combinada com radares operando na região das micro-ondas, tal articulação de

sensores permitiria a obtenção de um extenso e importante conjunto de informações químico-

físicas sobre os fenômenos e materiais presentes na superfície terrestre, dentre os quais as

rochas e os minerais de forma direta ou indiretamente.

Crosta et al. (2016) citam ainda a utilização de tecnologias avançadas de sensoriamento

remoto operando a partir de aeronaves com grande potencial para aplicações em exploração

mineral e monitoramento da atividade, contudo o custo elevado ainda restringe a utilização,

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fora do âmbito dos grandes programas governamentais, como o já citado SIPAM.

Diversos estudos apontam a viabilidade da utilização de imagens de satélite na identificação

e delimitação preliminar das áreas favoráveis às ocorrências minerais, sem a necessidade de

um conhecimento detalhado da geologia da região, que na maioria das vezes não existe, a um

custo muito menor e em prazos bem mais reduzidos (CROSTA et al.,2016; CARRINO et al.,

2013; SILVA et al., 2009; CARRINO et al., 2009; BEDELL, 2004; SOUZA FILHO E CRÓSTA,

2003).

Os autores consultados destacam especialmente as aplicações dos sensores remotos

hiperespectrais, aqueles que operam com centenas de faixas estreitas e contínuas do espectro

eletromagnético (Fig. 2.3). As respostas espectrais extraídas das imagens podem ser com-

paradas diretamente com espectros medidos no campo ou em laboratório, definindo assim

assinaturas específicas para cada alvo da superfície terrestre, existindo inclusive um conjunto

de minerais cuja assinatura espectral já se encontra disponível no acervo de diversas institu-

ições de pesquisa, facilitando assim a comparação. Como os minerais e seus constituintes

interagem com a radiação eletromagnética de formas distintas, revelando respostas espectrais

específicas, o grande número de bandas dos sensores hiperespectrais amplia o potencial para

a sua identificação.

O sensor hiperespectral Hyperion, com 242 bandas espectrais, cobrindo o intervalo do

espectro do visível ao infravermelho, trouxe grandes contribuições para a análise dos consti-

tuintes na superfície terrestre. Foi lançado em órbita, pela Nasa, no ano de 2000, a bordo

do satélite Earth Observing-1 (EO-1), com planejamento para operar por até 18 meses, mas

manteve-se ativo até março de 2017 (ver Tabela 2.1).

Silva et al. (2009) encontraram resultados positivos para o mapeamento mineralógico

de pegmatitos, na região Nordeste do Brasil (Estado da Paraíba), utilizando imagens hipere-

spectrais do sensor Hyperion. Os pegmatitos são rochas ígneas que frequentemente contêm

minerais metálicos, minerais gemas (Turmalina), além de caulim e feldspatos que têm interesse

para processos industriais.

Por meio do processamento de imagens multiespectrais do sensor orbital Aster, a bordo

do satélite Terra, Ducart et al. (2006) procederam, na região da Patagônia, na Argentina, a

identificação e mapeamento de minerais de caulinita, ilita, alunita e sílica, cuja presença na

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32 3. Geotecnologias aplicadas aos Estudos Geológicos e Prospecção Mineral

superfície constitui indicador de áreas com potencial para exploração de ouro e prata. Os

autores, no entanto, chamam atenção para a influência da vegetação e das condições de

exposição superficial das rochas para a devida aplicabilidade da avaliação. Crosta et al. (2016)

também apontam o uso de imagens do sensor ASTER na detecção de minérios de fosfatos no

Estado de Goiás, na fronteira com Minas Gerais.

Por outro lado, analisando as aplicações do sensoriamento remoto na área de mineração,

Meneses e Ferreira Junior (2001) chamam atenção tanto para as possibilidades, como para as

dificuldades envolvidas na utilização desta geotecnologia na identificação de minerais e rochas

da superfície terrestre, em princípio factível, contudo dependente de uma série de fatores como,

a condição de exposição superficial das rochas, a presença e tipologia da cobertura vegetal,

assim como das características do solo, uma vez que os sensores de satélite utilizam radiação

eletromagnética que sofre espalhamento ou mesmo absorção pelos demais alvos da superfície,

impedindo a identificação direta do material geológico. Legg (2014) também destaca em quais

condições o sensoriamento remoto apresenta maior potencial na identificação de minerais

e rochas da superfície terrestre, em geral o potencial amplia-se em regiões com vegetação

pouco densa, rochas expostas e relevo pouco acidentado.

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4. Geoprocessamento aplicado à Gestão da Mineração

Para além dos grandes programas de levantamento dos recursos naturais e da prospecção

mineral, as aplicações de geotecnologias podem ser amplamente utilizadas no dia a dia das

atividades extração mineral pelos profissionais das áreas de mineração e meio ambiente.

As técnicas de geoprocessamento podem ser utilizadas desde a fase inicial de avaliação

dos impactos ambientais, planejamento da exploração da jazida, bem como para o controle e

gerenciamento operacional e ambiental da atividade, até a fase de fechamento da mina.

Para o desenvolvimento das diversas etapas relacionadas à exploração mineral, comumente

é necessário o seu registro gráfico por meio de mapas, perfis, croquis, desenhos esquemáticos,

blocos diagramas e fotografias, para tanto são úteis os conhecimentos em cartografia, bem

como dos sistemas globais de navegação por satélite (GNSS), cujo os dados coletados em

campo ou extraídos de outras fontes, podem então ser utilizados em programas de Sistemas

de Informação Geográfica para integração com outros dados georreferenciados objetivando a

realização de análises geográficas ou espaciais (localização, área, distância, vizinhança, rota,

volumes, dentre outras), culminando com a produção de relatórios e mapas (CAVALCANTI

NETO et al., 2010).

Em geral, as unidades de extração de minérios localizam-se em propriedades rurais e como

tal precisam se adaptar às normas do Código Florestal (Lei 12.651/2012), sobretudo no que se

refere às áreas de Reserva Legal, sendo que a licença ambiental pode incluir condicionantes

como, por exemplo, a manutenção e formação de corredores florestais, além do gerenciamento

dos recursos hídricos. Nestes casos, torna-se importante o mapeamento da propriedade,

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34 4. Geoprocessamento aplicado à Gestão da Mineração

incluindo a evolução das cavas, aquelas em exploração e outras em recuperação. Nestes

casos, a implantação de um SIG com as informações espaciais da propriedade pode ser de

grande utilidade.

Na elaboração e implementação do Plano de Controle Ambiental do empreendimento,

as técnicas de geoprocessamento podem ser de grande utilidade, seja por intermédio das

imagens de satélite de alta resolução que permitem a identificação dos usos, cavas, bacias

de rejeito, estradas e acessos, unidades administrativas e áreas naturais (remanescentes

florestais e outras tipologias, corpos d’água, etc.).

Podem ainda ser úteis na elaboração de Planos de Emergência, promovendo a identificação

das comunidades vizinhas e de toda a bacia hidrográfica na área de influência direta e indireta

do empreendimento. Os dados obtidos por meio das imagens de alta resolução podem ser

integrados em um ambiente SIG, para a elaboração de mapas atualizados de toda a mina e

sua área de influência.

Para atualizar, em escala detalhada, os usos e ocupação da propriedade rural em que se

insere as unidades de extração e beneficiamento, algumas mineradoras têm adotado o uso de

VANT (veículo aéreo não tripulado), popularmente conhecido como ‘drone’. O equipamento

teve seu uso recentemente regulamentado5 pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil)

trazendo mais segurança para as suas aplicações.

Por meio do VANT, uma vez equipado com câmeras fotográficas de alta definição e

outros sensores específicos, é possível monitorar toda a extensão da mina, ampliando a

frequência de atualizações topográficas de cavas e pontos de disposição, bem como das

áreas de reserva natural. O equipamento pode captar fotografias em alta definição, úteis no

monitoramento ambiental e evolução de obras em geral. Controlado por piloto automático

(voo planejado) ou manualmente, o drone equipado com câmera fotográfica alta definição,

produz fotos automaticamente. As imagens podem ser convertidas em ortomosaicos 2D e em

modelos 3D com precisão horizontal/vertical submétrica.

As mesmas tecnologias, SIG e imagens de alta resolução, podem ainda ser aplicadas

na elaboração e implementação do PRAD – Plano de Recuperação das Áreas Degradadas,

instrumento obrigatório para o licenciamento da atividade. O PRAD deve identificar todo o

5 http://www.anac.gov.br/assuntos/paginas-tematicas/drones

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limite da propriedade onde a mina se insere, bem como a sua área influência, geralmente

a bacia hidrográfica, com os seus recursos hídricos, uso e cobertura vegetal remanescente,

além das áreas a serem recuperadas.

As técnicas de geoprocessamento podem ainda ser utilizadas para a integração de dados

geológicos, geofísicos, metalogenéticos e de sensoriamento remoto por satélite ou aerotrans-

portado para a análise do potencial de exploração mineral de uma determinada região, a

exemplo dos estudos realizados por Bendelak (1999) e Carrino (2010), buscando mapear

áreas potenciais para a exploração de ouro, no Ceará e no Pará, respectivamente.

Geoprocessamento e Monitoramento da Atividade de Mineração

A mineração é uma atividade de grande importância econômica, contudo provoca uma

grande quantidade de impactos ambientais, exigindo um controle tanto do ponto de vista social,

quanto ambiental. Além disso, envolve aspectos estratégicos relacionados à economia, à

ocupação do território, bem como aspectos legais e tributários.

Conforme apresentado no Módulo de Legislação Ambiental aplicada à Mineração, os

recursos minerais são definidos como bens da União, pela Constituição Federal de 1988, o

que atribui a este ente federativo direito de propriedade sobre aqueles. Esse fato deve-se

principalmente à necessidade de que o domínio da União seja exercido para satisfazer os

interesses da coletividade, o que significa dizer que o aproveitamento dos bens minerais

precisa ser controlado, assegurada sua máxima utilização em atenção ao fim específico de

utilidade pública. Politicamente, a inserção dos recursos minerais no rol de bens de propriedade

da União traduz-se em exercício da soberania nacional, tendo em vista a sua importância

estratégica para o desenvolvimento do País (HERNANDEZ, 2010).

Em vista disto, as instituições responsáveis pelo controle da atividade de mineração

desenvolveram mecanismos de controle público das informações relacionadas ao tema e,

como as informações e dados da pesquisa e exploração mineral são de natureza geográfica,

nada mais adequado do uso das geotecnologias para a sua disponibilização e controle público.

Assim, os órgãos de pesquisa e gestão têm adotado os modelos SIG Web ou Web GIS (Fig.

4.1).

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36 4. Geoprocessamento aplicado à Gestão da Mineração

Segundo FU (2016), Web GIS é a oferta do poder analítico de um SIG por meio das

tecnologias Web, incluindo o protocolo de transferência de hipertexto (HTTP) e a linguagem

de marcação de hipertexto (HTML), dentro outras ferramentas web. Nos anos 90, inicia-se a

oferta de mapas na web, dando a largada para a integração com o SIG, que veio se consolidar

nos anos 2000, por meio do desenvolvimento de plataformas específicas.

Figura 4.1: SIG Web ou Web GIS.

Fonte: adaptado de Fu, 2016.

Fu (2016) destaca as seguintes vantagens dos sistemas SIG Web:

1. Alcance global – os dados podem ser facilmente compartilhados e acessíveis dentro

da organização e com o público geral em todo o mundo.

2. Grande número de usuários – por meio das plataformas web, os dados e análises

ficam acessíveis para milhões de pessoas em qualquer lugar do planeta.

3. Redução do custo por usuário – o custo de desenvolvimento das plataformas SIG Web

apresenta uma relação custo-benefício das mais positivas, considerando a amplitude de

acessos possíveis.

4. Capacidade de uso em múltiplas plataformas – os aplicativos em web, especialmente

aqueles baseados em JavaScript, podem rodas em computadores desktop e em aparel-

hos móveis (tabletes e smartphones) nos mais diversos sistemas operacionais (Windows,

Mac OS, Linux, IOS, Android e outros).

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5. Facilidade de uso – os aplicativos de SIG Web incorporam uma grande simplicidade

na sua utilização fazendo com que os usuários possam acessar os sistemas e suas

informações de uma maneira intuitiva, sem exigência de treinamento prévio.

6. Facilidade na manutenção – os usuários web podem sempre acessar as informações

mais atualizadas dos dados e da versão do sistema, do mesmo modo os administradores

dos sistemas não precisam fazer atualizações individualmente para cada cliente.

Os sistemas SIG Web constituem, principalmente para os órgãos de governo, um canal

perfeito para disponibilizar serviços de informação e divulgação de dados públicos, encorajando

a participação e o controle social por meio de uma metodologia poderosa de apoio à tomada

de decisão. Considerando isto, no Brasil já se pode registrar várias iniciativas de sistemas SIG

WEB no âmbito das instituições públicas e, também, pelas organizações e movimentos sociais,

como será demonstrado nos próximos tópicos.

Mello (2015) analisa a adoção das geotecnologias no âmbito da CPRM – Serviço Ge-

ológico do Brasil destacando o papel da instituição que tem como missão gerar e difundir o

conhecimento geológico e hidrológico básico para o desenvolvimento sustentável do país e,

neste contexto, o uso dos sistemas de informação geográfica é fundamental para organizar e

disponibilizar a memória geológica e hidrológica nacional.

Considerando a sua missão, a CPRM tem investido em geotecnologias e sistema SIG

Web, tanto para as atividades de levantamento e mapeamento geológico, quanto para a

organização de bases de dados e disponibilização pública do acervo. Na década de 1990, a

organização já disponibilizava bases de dados hidrogeológicos para consultas por meio da

rede mundial de computadores, tendo o sistema evoluído para o atual formato do SIAGAS

– Sistema de Informações de Águas Subterrâneas que permite a consulta e visualização

de dados e informações geográficas (VASCONCELLOS et al., 2004). Os investimentos

evoluíram para a apresentação do sistema GeoSGB, acessível para o público desde abril de

2017, disponibilizando via Web um abrangente e atualizado conjunto de dados e informações

geológicas do país.

O GeoSGB é um SIG Web que permite o acesso a uma ampla base de dados geográficos

sobre a geologia nacional, incluindo funções e ferramentas de geoprocessamento para consulta

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38 4. Geoprocessamento aplicado à Gestão da Mineração

e análise espacial, visualização e sobreposição de dados para a produção de mapas por

meio dos serviços WMS - Web Map Service. Os mapas produzidos podem ser salvos nos

formatos mais comuns de imagens digitais. A plataforma possibilita ainda o download de dados

georreferenciados nos formatos mais conhecidos de arquivos vetoriais - shapefile (nativo da

ESRI c©), txt formatado, ou mesmo no formato KML (nativo do Google c©), tal facilidade permite

o uso posterior dos dados em qualquer software de geoprocessamento (CPRM, 2017). Esta

possibilidade revela-se de grande importância para os usuários de geotecnologias que podem

assim desenvolver seus projetos e análises específicas nas mais diversas áreas de estudos,

incluindo mineração e meio ambiente.

Por meio da plataforma GeoSGB, o Serviço Geológico do Brasil - CPRM participa do Projeto

OneGeology6, patrocinado pela UNESCO, que objetiva disponibilizar mapas geológicos de

todos os países do globo. O projeto, também baseado em plataforma SIG Web, teve início em

2007 e reúne, até o momento, 189 organizações e serviços geológicos de 121 países por meio

de termos de cooperação que constitui uma espécie de consórcio entre os países participantes,

definido por um sistema de governança que torna mais transparente a sua operação. Além

dos Serviços Geológicos, é possível a participação de outras organizações que produzem e

utilizam os dados geológicos.

A acessibilidade via web de dados geocientíficos organizados em estrutura de banco

de dados único, harmonizado e padronizado permite o intercâmbio e uso das informações,

facilita a pesquisa, visualização e compartilhamento de dados geológicos. Assim, a iniciativa

OneGeology, espera auxiliar na prevenção e mitigação de desastres naturais, bem como

no planejamento do uso, manejo e recuperação dos recursos naturais do planeta, além

de ampliar a conscientização sobre a importância das geociências e sua relevância para o

público em geral, convidando-os a serem parte das soluções, a partir do instante em que

amplia o conhecimento sobre o planeta e os desafios de curto e longo prazo enfrentados pela

humanidade (COUTINHO et al., 2016; HARRISON et al., 2014).

6http://www.onegeology.org/

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39

Figura 4.2: GeoSGB – modelo conceitual.

Fonte: CPRM, 2017.

O DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral atento à sua missão de promover

o planejamento e o fomento da exploração mineral e do aproveitamento dos recursos minerais,

bem como assegurar, controlar e fiscalizar o exercício das atividades de mineração em todo

o território nacional, desenvolveu o Sistema de Informações Geográficas da Mineração –

SIGMINE (DNPM, 2017).

O SIGMINE tem como objetivo ser um sistema de referência na busca de informações

atualizadas relativas às áreas dos processos minerários cadastrados no DNPM, associadas

a outras informações geográficas de interesse ao setor produzidas por órgãos públicos, pro-

porcionando ao usuário uma consulta aos dados e análises relacionais de caráter espacial

(DNPM, 2017).

Do mesmo modo que o GeoSGB, o SIGMINE disponibiliza dados e informações georrefer-

enciadas por meio de mapas digitais no formato vetorial e raster. Cada tema é disposto como

uma camada que, ao se associar umas às outras, permite realizar diferentes tipos de consultas

e análises, com a possibilidade de fazer pesquisas e a inserção de informação espacial de

interesse do usuário.

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40 4. Geoprocessamento aplicado à Gestão da Mineração

Os dados e informações disponibilizadas no sistema são oficiais e atualizadas periodica-

mente, conforme a rotina de cada instituição, sendo que, os dados dos processos minerários

são atualizados diariamente, apresentando em sua visualização a defasagem de um dia

(DNPM, 2017).

Por meio dos sistemas SIG Web apresentados acima, conjugado com outros sistemas

desenvolvidos por órgãos da área ambiental, é possível o acesso a dados e informações

que permitem o monitoramento e o controle social das atividades de mineração. Observando

esta possibilidade, órgãos como o Ministério Público da União, atento aos seus objetivos

institucionais em defesa da ordem jurídica, do patrimônio nacional e dos interesses sociais,

estimula o acesso das organizações sociais a estas ferramentas, inclusive realizando cursos e

disponibilizando vídeos on line7 para aprender como utilizar o SIGMINE.

7https://www.youtube.com/watch?v=P1zGkZwfZDg

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5. Geotecnologias e o Controle Social da Mineração

As ferramentas de geotecnologias também têm sido amplamente utilizadas pelas organiza-

ções da sociedade civil para análise e articulação de iniciativas em prol do controle social das

atividades que geram conflitos ambientais, como é o caso da mineração.

Historicamente, os mapas que a maioria das pessoas têm acesso durante o período de

educação formal refletem o legado da colonização e extração de recursos. Ao longo do tempo,

os mapas foram fundamentais no processo de tornar visíveis os recursos naturais desejados,

enquanto tornavam invisíveis as comunidades que sofriam os impactos da extração daqueles

recursos (MOORE; GARZÓN, 2017).

Tendo este processo histórico em contexto, os movimentos sociais, com apoio da academia

e de organizações do terceiro setor, iniciaram a elaboração de mapas de conflitos ambientais.

Tais mapas constituem instrumentos pedagógicos elaborados a partir de metodologias partici-

pativas que resgatam o conhecimento das comunidades locais com o objetivo de evidenciar a

degradação ambiental e o desrespeito aos seus direitos e modos de vida (FASE, 2017).

Conforme já demonstrado, os recentes desenvolvimentos em Geotecnologias, por meio

das aplicações de mapeamento baseadas na Internet (SIG Web), do acesso facilitado aos

equipamentos de posicionamento global por satélite (GNSS/GPS) e às imagens de sensoria-

mento remoto (vide o Google Earth R©), aliado à maior disponibilidade de dados geográficos

por parte dos órgãos governamentais e mesmo do setor privado, facilitaram a realização de

mapeamentos por pessoas, comunidades e organizações com poucos recursos e treinamento

técnico (MOORE; GARZÓN, 2017; CONDE et al., 2015).

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42 5. Geotecnologias e o Controle Social da Mineração

O Google Earth R©, plataforma desenvolvida e distribuída pela empresa Google, é um serviço

gratuito de visualização de imagens e elaboração de mapas na web, com ampla facilidade

de acesso, podendo ser acessado nos mais diversos equipamentos e sistemas operacionais.

Utiliza-se das ferramentas de geotecnologias e permite agregar imagens obtidas de várias

fontes, incluindo imagens de satélite, fotografias aéreas e sistemas de informação geográfica

sobre um globo tridimensional.

O programa possibilita visualizar imagens e locais específicos, sendo possível marcá-los,

medir distâncias, traçar rotas e até mesmo ter uma visão tridimensional de uma determinada

localidade, dependendo do tipo de imagem disponível. Desde maio de 2006, utiliza imagens de

satélite de alta resolução espacial o que permite a identificação de grande riqueza de detalhes

nas localidades visualizadas.

Assim, ainda que subliminarmente, o avanço e popularização das tecnologias digitais

vem contribuindo para uma crescente valorização do pensamento geográfico. Com o uso

generalizado de mapas baseados na internet e unidades de GNSS/GPS em carros e telefones

celulares, o mapeamento é mais do que nunca uma parte da experiência diária das pessoas,

pois permite a observação dos problemas sociais e ambientais por meio de uma percepção

geográfica (MOORE; GARZÓN, 2017).

Contudo, nem todos os processos de mapeamento, são participativos, e ainda é raro

hoje em dia que não profissionais afetados por questões que estão sendo mapeadas sejam

envolvidos nas decisões que orientam a criação, análise e distribuição dos mapas. No entanto,

é fato que o mapeamento colaborativo, por meio da Cartografia Participativa ou Social, tem

um grande potencial de mudar as relações de poder que são a causa das injustiças sociais e

ambientais (MOORE; GARZÓN, 2017; CONDE et al., 2015).

O ponto de partida do presente debate é a percepção de uma quantidade crescente

de cartografias voltadas para as lutas sociais e os conflitos ambientais, grande parte deles

envolvendo a exploração de minérios. Experiências de representação cartográfica como

instrumento de lutas, de valorização de experiências e ação social de grupos desfavorecidos

na busca por resolução de conflitos. Cartografias que, voltadas para transformações sociais,

se propõem a ser instrumentos de representação num sentido amplo do que é representação.

Isto aparece como manifesto e enunciado por parte de produtores das cartografias, leitores e

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usuários, todos sujeitos conscientes de múltiplas dimensões políticas inerentes ao objeto e à

ação cartográfica (SANTOS, 2012; ASCERALD; COLI, 2008).

Tanto no Brasil, quanto nas mais diversas partes do mundo, os mapas vêm sendo utilizados

como leituras sociais do território que são confrontadas às leituras oficiais e/ou de atores

hegemônicos, assim, tornam-se instrumentos de fortalecimento de identidade social e de artic-

ulações políticas. Um caso bastante significativo é o Mapa dos Conflitos Socioambientais

da Amazônia Legal: Degradação ambiental, desigualdades sociais e injustiças ambientais

vivenciadas pelos Povos da Amazônia, no âmbito da campanha “Na Floresta Tem Direitos:

Justiça Ambiental na Amazônia” uma iniciativa de movimentos sociais, entidades, ONGs e

redes da Amazônia (SANTOS, 2012).

O mapa foi elaborado sob responsabilidade da FASE (Federação de Órgãos para As-

sistência Social e Educacional), por meio de uma metodologia participativa: foram coletadas

informações fornecidas pelos próprios movimentos, em encontros e eventos, coleta executada

em grande medida por meio da exposição de mapas impressos aos participantes e lideranças

dos movimentos que neles indicavam os conflitos vivenciados e suas localizações, indicavam

e qualificavam os conflitos ambientais, apontando as atividades e práticas que causam a

degradação, sua localização e os atores envolvidos. Como resultado, o mapa, abrangendo

toda a Amazônia Legal, foi utilizado como um instrumento de denúncia e pressão junto ao

Ministério Público Federal e outras autoridades competentes, também foi importante para a

articulação de organizações, entidades, movimentos sociais na luta por alternativas locais

que assegurem o desenvolvimento com justiça ambiental e garantia dos direitos humanos

(SANTOS, 2012).

Seguindo a mesma orientação metodológica, Silva e Sato (2012) coordenaram a elaboração

do Mapa de Conflitos Socioambientais do Mato Grosso no âmbito de diversas consultas

envolvendo em torno de 500 participantes, onde os dados e informações coletas foram

organizadas em um Banco de Dados Geográficos usando o SIG ArcGis/ArcMap, desenvolvido

pela empresa ESRI.

Evoluindo na metodologia, o GESTA – Grupo de Pesquisa em Temáticas Ambientais da

UFMG desenvolveu um SIG Web, por meio do qual é possível acessar o Observatório dos

Conflitos Ambientais o qual disponibiliza o Mapa dos Conflitos Ambientais em Minas Gerais,

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44 5. Geotecnologias e o Controle Social da Mineração

além de uma série de outros documentos em formato digital. Por meio do SIG Web, o Mapa

ganhou maior dinamicidade, o envio de informações on line tornou mais ágil e interativa a

atualização dos conflitos registrados, favorecendo as trocas de experiências entre os cidadãos

envolvidos nesses e em outros casos de injustiça ambiental (GESTA, 2017).

A FIOCRUZ (Fundação Oswaldo Cruz), no âmbito da sua missão de promover a saúde e

o desenvolvimento social, bem como gerar e difundir conhecimento científico e tecnológico,

desenvolve um trabalho de monitoramento dos conflitos ambientais por meio do Mapa de

Conflitos envolvendo Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil8.

O mapa faz uso da plataforma GoogleEarth para a localização geográfica das comunidades

afetadas pelos mais diversos tipos de atividades econômicas e políticas públicas causadoras

de impactos ambientais, tendo o objetivo principal de tornar públicas as vozes que lutam por

justiça ambiental.

A metodologia de trabalho promove o levantamento e sistematização de dados e infor-

mações sobre os conflitos por meio de redes organizacionais, como a Rede Brasileira de Justiça

Ambiental e seus grupos de trabalho, os quais contam com a participação de movimentos

sociais e grupos de pesquisa das mais diversas universidades.

O mapa identifica – 1. O tipo de população atingida e o local do conflito, a exemplo de

povos indígenas, operários/as, quilombolas, agricultores/as familiares, moradores/as em áreas

de risco, ribeirinhos/as, pescadores/as; 2. O tipo de dano à saúde (contaminação por metais

pesados, desnutrição, violência física, dentre outros) e de dano ambiental (desmatamento,

queimada, contaminação do solo e das águas por agrotóxicos, por exemplo); 3. A síntese do

conflito e o contexto do mesmo, incluindo a identificação dos principais responsáveis, bem

como as entidades e populações envolvidas que exigem a reparação, os apoios recebidos ou

não, destacando a participação de órgãos governamentais, do Ministério Público e de parceiros

da sociedade civil, as soluções buscadas e/ou encontradas; 4. Os principais documentos

e fontes de pesquisa usadas no levantamento e registro do caso. Após organizadas, as

informações são conferidas por interlocutores em cada estado, geralmente contatos locais dos

movimentos sociais e/ou das universidades (FIOCRUZ, 2017).

Desta forma, o Mapa de Conflitos envolvendo Injustiça Ambiental e Saúde funciona como

8http://www.conflitoambiental.icict.fiocruz.br/index.php

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uma plataforma para sistematizar, consultar e visualizar os conflitos por meio de mapas na web.

Dentre os conflitos até então levantados e sistematizados, 7% foram oriundos das atividades

de exploração mineral.

Uma outra rede que também utiliza web mapas para o controle social da atividade de

mineração é o Observatorio por Conflictos Mineros, Proyectos y Empresas en America Latina,

o qual reúne informações georreferenciadas sobre 160 conflitos e projetos de mineração,

incluindo documentos, artigos e audiovisual.

O Observatório reúne mais de 40 organizações de 13 países da América Latina, do Brasil

participam a Rede Brasileira de Justiça Ambiental, que também colabora com o trabalho citado

da FIOCRUZ, a Rede Pantanal Brasil e o movimento Justiça nos Trilhos. A metodologia de

identificação e sistematização dos conflitos assemelha-se à adotada pela FIOCRUZ, em que

os dados são repassados e validados pelas organizações que integrantes.

No Brasil, o Observatório por Conflictos Mineros identifica em torno de 20 conflitos, que

podem ser identificados geograficamente no mapa, trazendo informações básicas da origem

do conflito, da atividade, comunidades afetadas e responsáveis pela atividade causadora do

impacto. A plataforma, no entanto, não permite nenhum tipo de análise geográfica, além da

localização, também não tem funções para salvar ou editar mapas, embora permita exportar

os dados para visualização no Google Earth R©.

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6. Considerações Finais

Conforme demonstrado ao longo do texto, é indiscutível a importância das geotecnologias

no processo de planejamento e gestão ambiental das mais diversas atividades e programas de

políticas públicas, inclusive relacionadas à exploração mineral e seu monitoramento.

As tecnologias de geoprocessamento revelam-se de grande aplicabilidade na área de

gestão e controle ambiental da Mineração e, também, na área de prospecção mineral, em

que as perspectivas de avanço são muito grandes com desenvolvimento recente de novos

sensores orbitais e aerotransportados.

No entanto, uma questão importante que dificulta o uso das geotecnologias refere-se à

ausência, em nosso país, de uma base cartográfica atualizada e adaptada ao estágio atual de

ocupação do território. Neste aspecto, Cruz e Menezes (2009) referem-se à situação cartográ-

fica brasileira como crítica, sem investimentos adequados que resultam em um mapeamento

deficiente e desatualizado de praticamente todo o país. É fundamental o desenvolvimento

de esforços para que esta deficiência seja sanada, de modo que o planejamento e controle

ambiental das atividades que fazem uso dos recursos naturais alcance maior eficiência.

Neste caso, destaco a iniciativa, já em execução, para a atualização da cartografia do

Estado da Bahia, desenvolvida pela SEI – Superintendência de Estudos e Informação, órgão

vinculado à Secretaria de Planejamento, em parceria com a Diretoria de Serviços Geográficos

do Exército, que esperam apresentar aproximadamente 3 mil folhas topográficas atualizadas,

nas escalas 1:25.000 para as regiões oeste, extremo sul e litoral do estado e de 1:50.000 para

o semiárido. Atualmente, a cartografia usada pelo Estado da Bahia foi elaborada nas décadas

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48 6. Considerações Finais

de 50 a 70 e conta com apenas 227 folhas topográficas, elaboradas na escala de 1:100.000,

ou seja, com menor riqueza de informações.

A questão da atualização da base cartográfica, encontra dificuldade mesmo diante das

novas ferramentas de captura de dados, isto devido ao custo, ainda elevado, de aquisição das

imagens de alta resolução, adicionado à vastidão do território brasileiro. Dentro deste cenário,

fica a expectativa de implementação de uma política territorial que considere a importância

das ações de planejamento, devidamente articuladas com os movimentos da sociedade civil

organizada.

0utrossim, é fato que mesmo diante da inadequação da base atual, o planejamento e

controle ambiental devem ser desenvolvidos e implementados com base na melhor informação

disponível, sem deixar de lado as estratégias de revisão no médio e longo prazo.

Uma questão importante, quanto ao uso das geotecnologias, refere-se ao custo dos

sistemas de geoprocessamento, o que dificulta a sua ampla utilização, contudo existem alguns

sistemas de distribuição livre, a exemplo do QGIS, sistema que vem ganhando um número de

adeptos cada vez maior, especialmente no âmbito da sociedade civil. O QGIS apresenta um

bom desempenho, podendo ser baixado livremente por meio da internet, acompanhado de

tutoriais e comunidades de usuários que auxiliam na utilização e troca de experiência.

O INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais vem desenvolvendo o sistema SPRING9,

um sistema de livre acesso com funções de processamento de imagens, análise geográfica e

consulta a bancos de dados. O desenvolvimento do SPRING conta com a parceria de diversos

órgãos públicos, a exemplo da EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, por

meio do CNPTIA – Centro Nacional de Pesquisa Tecnológica em Informática para a Agricultura.

No âmbito do setor público e mesmo da sociedade civil, as plataformas de SIG WEB vêm

alcançando cada vez mais espaço nas mais diversas áreas, tanto na área da exploração

mineral, quanto na área de gestão e monitoramento dos conflitos ambientais, com os órgãos e

movimentos sociais utilizando tais sistemas para disponibilizar os dados de forma aberta para

o controle social e para a denúncia.

No caso das plataformas SIG WEB, além das já citadas, importante ressaltar a iniciativa do

9http://www.dpi.inpe.br/spring/portugues/index.html

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MMA - Ministério do Meio Ambiente por meio da plataforma I3Geo10, que permite análises,

consultas e download de bases de dados. O Ministério também investiu na aquisição de

imagens de satélite RapidEye para todo o país, com o objetivo de apoiar a implantação do

Cadastro Ambiental Rural, tais imagens estão acessíveis para todos os órgãos públicos nas

esferas federal, estadual e municipal.

Como foi demonstrado, as iniciativas de disponibilização dos dados e informações geográfi-

cas por meio dos órgãos públicos têm se ampliado, sendo isto de grande importância para o

conhecimento do território, controle social e, para os usuários das geotecnologias, resulta em

maior facilidade para o desenvolvimento de projetos em todas as áreas do conhecimento.

10http://www.mma.gov.br/governanca-ambiental/geoprocessamento

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