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1 ANÁLISE CRÍTICA DAS LICENÇAS DE OPERAÇÃO DA EXTRAÇÃO DE AREIA NO LEITO DO RIO JACUÍ NO PERÍODO DE 2007 A 2013 DA EMPRESA SOMAR – SOCIEDADE MINERADORA LTDA. – NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Jacqueline Souza de Vargas 1 RESUMO Toda atividade de mineração é sujeita ao Licenciamento Ambiental, o qual é realizado pelos órgãos competentes. No caso da mineração de areia, o licenciamento é documento chave para estabelecer os limites ante a possibilidade de minerar e a proibição da lavra. O artigo objetivou analisar as condicionantes contidas nas Licenças de Operação, do período de 2007 a 2013, relativas à área de extração mineral da empresa SOMAR – Sociedade Mineradora Ltda. – no leito do rio Jacuí, e a ter um olhar crítico sobre este importante documento de gestão. Para isso, foram estudas e sistematizadas as condicionantes ambientais de onze Licenças de Operação, e quantificadas e avaliadas a evolução destas condicionantes. As condicionantes das LOs foram classificadas por funções, onde se observou a preponderância das condicionantes relativas ao meio físico, que apresentaram a maior média. Devido a isto, foram discutidos apenas três aspectos condicionantes do meio físico, sendo eles: o afastamento de proteção das margens para a lavra; o tamanho da lança de sucção e a recuperação das margens. Palavras-chave: Rio Jacuí. Mineração de Areia. Licenciamento Ambiental. 1 INTRODUÇÃO De acordo com Lelles et al. (2005), Souza et al. (s/d) e Tobias et al. (2010), o processo de exploração de areia no leito de um rio é feito pelo método de dragagem. Essa mineração ocorre através de dois métodos distintos; o primeiro utiliza dragas de alcatruz (também conhecida por draga de rosário e caçamba). Essas 1 Discente do curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, matriculada na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, sob a orientação do Prof. Dr. Rubens Müller Kautzmann. E-mail: [email protected].

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1

ANÁLISE CRÍTICA DAS LICENÇAS DE OPERAÇÃO DA EXTRAÇÃ O DE

AREIA NO LEITO DO RIO JACUÍ NO PERÍODO DE 2007 A 20 13 DA

EMPRESA SOMAR – SOCIEDADE MINERADORA LTDA. – NO EST ADO DO

RIO GRANDE DO SUL

Jacqueline Souza de Vargas1

RESUMO

Toda atividade de mineração é sujeita ao Licenciamento Ambiental, o qual é

realizado pelos órgãos competentes. No caso da mineração de areia, o

licenciamento é documento chave para estabelecer os limites ante a possibilidade

de minerar e a proibição da lavra. O artigo objetivou analisar as condicionantes

contidas nas Licenças de Operação, do período de 2007 a 2013, relativas à área de

extração mineral da empresa SOMAR – Sociedade Mineradora Ltda. – no leito do rio

Jacuí, e a ter um olhar crítico sobre este importante documento de gestão. Para isso,

foram estudas e sistematizadas as condicionantes ambientais de onze Licenças de

Operação, e quantificadas e avaliadas a evolução destas condicionantes. As

condicionantes das LOs foram classificadas por funções, onde se observou a

preponderância das condicionantes relativas ao meio físico, que apresentaram a

maior média. Devido a isto, foram discutidos apenas três aspectos condicionantes

do meio físico, sendo eles: o afastamento de proteção das margens para a lavra; o

tamanho da lança de sucção e a recuperação das margens.

Palavras-chave : Rio Jacuí. Mineração de Areia. Licenciamento Ambiental.

1 INTRODUÇÃO

De acordo com Lelles et al. (2005), Souza et al. (s/d) e Tobias et al. (2010), o

processo de exploração de areia no leito de um rio é feito pelo método de dragagem.

Essa mineração ocorre através de dois métodos distintos; o primeiro utiliza dragas

de alcatruz (também conhecida por draga de rosário e caçamba). Essas

1 Discente do curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, matriculada na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, sob a orientação do Prof. Dr. Rubens Müller Kautzmann. E-mail: [email protected].

2 embarcações são semifixas e não dispõem de sistema de autopropulsão, sendo

consideradas pela Resolução CONSEMA nº 116/2006 como Classe II. Esse tipo de

equipamento realiza a extração e o carregamento do minério em barcos do tipo

caixa, os quais realizam o transporte do mineral. O segundo método de extração,

conhecido como dragagem de sucção, consiste em uma bomba de sucção e

recalque, alojada em conjunto com um motor em uma balsa de chapa metálica

flutuante. A sucção é feita diretamente no fundo do rio por tubos metálicos. Quando

as dragas de sucção estão instaladas em embarcações de transporte de minério

pertencem à Classe I; esse tipo de embarcação realiza a extração, o carregamento e

o transporte da areia até o Terminal de Minério. Cabe salientar que os dois tipos de

equipamentos necessitam de Licenciamento Ambiental, o qual é realizado pelo

órgão Estadual competente.

Segundo a Comissão de Representação Externa sobre a Extração de Areia no

rio Jacuí (2013), a areia é um minério de uso imediato na construção civil, utilizada

desde a construção de moradias até complexas obras de engenharia. Nesse

contexto, o rio Jacuí representa uma importante fonte de abastecimento do Estado,

atendendo as regiões metropolitana, central e serrana. Por isso, a importância de

aquinhoar com responsabilidade o Licenciamento Ambiental neste corpo hídrico, não

só pela preocupação com o meio ambiente, mas também sopesando, de forma

séria, o desenvolvimento do Estado.

Toda atividade de mineração é sujeita ao Licenciamento Ambiental, inclusive a

relacionada aos minerais, especialmente a areia, de uso direto na construção civil. A

Resolução CONAMA n° 237/1997 estabelece em seu Art. 2°, § 1°, a extração

mineral em lavra a céu aberto como atividade sujeita ao Licenciamento Ambiental. O

§ 2° estabelece que caberá ao órgão ambiental competente definir os critérios de

exigibilidade, o detalhamento e a complementação, levando-se em consideração as

especificidades, os riscos ambientais, o porte e outras características das atividades

e/ou empreendimentos citados na Resolução.

Segundo a mesma Resolução, em seu Art. 1°, a Licença Ambiental é o ato

administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições,

restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo

empreendedor. O processo de Licenciamento Ambiental estabelece três níveis de

3

licença: prévia, de instalação e de operação. Este licenciamento é obrigatório para

localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos e/ou atividades utilizadoras

dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, ou

aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.

O Licenciamento Ambiental materializado nas Licenças Ambientais deve sofrer

críticas e aperfeiçoamentos. No caso da mineração de areia no rio Jacuí, as

Licenças de Operação – LOs – têm sido documento chave para estabelecer os

limites ante a possibilidade de minerar e a proibição da lavra.

Segundo Silva (2012), o rio Jacuí é um recurso hídrico efluente e perene, com

grande volume de água e dinamismo, que desde a sua nascente até a sua foz

apresenta características bem distintas. Conforme o Comitê de Gerenciamento da

Bacia Hidrográfica do Baixo Jacuí (2009), o rio situa-se praticamente no Centro do

Estado do Rio Grande do Sul e suas nascentes situam-se no Planalto Sul-

riograndense, no munícipio de Passo Fundo. Seu curso superior tem a direção geral

Norte-Sul, até encontrar à leste o estuário do Guaíba, atravessando regiões do

Planalto Basáltico e apresentando-se encachoeirado e com declividades

acentuadas. Seus cursos médio e inferior estão encaixados na Depressão Central.

As declividades decrescem sensivelmente a partir da localidade de Santo Amaro até

a foz.

O rio possui um canal predominantemente meândrico, porém nas extremidades

do Delta do Jacuí, onde faz o deságue, apresenta um canal retilíneo. Em seu trecho

superior, o Jacuí é controlado estruturalmente pela unidade estratigráfica do Escudo

Sul-riograndense: o rio meandra, mas não naturalmente, e sim por não conseguir

vencer a barreira rochosa que existe na região; devido a isso, segue o caminho das

falhas geológicas existentes. Quando chega à região da Depressão Central, não é

mais controlado por nenhuma estrutura geológica, então passa a meandrar de

maneira natural, apresentando sempre uma margem construtiva e outra erosiva,

realizando a lei do menor esforço (SILVA, 2012).

É difícil identificar a origem das áreas-fonte de sedimentos do rio Jacuí, devido

ao fato deste receber a contribuição de diversos rios, córregos e arroios que estão

inseridos em diferentes e diversas unidades litoestratigráficas, como as rochas do

Escudo Sul-riograndense, a Bacia do Paraná, de Formação Serra Geral e dos

4 depósitos terciários da Formação Tupanciretã. A mistura de todos esses sedimentos

ao longo do curso principal do rio torna difícil o trabalho de discriminar as

contribuições das diferentes áreas-fonte de sedimentos (MACHADO, 2011 apud

SILVA, 2012, p. 54).

Nesse contexto, o serviço prestado pela Sociedade Mineradora Ltda., é atender

e executar as condicionantes das Licenças de Operação para que estas sejam

renovadas, permitindo a atividade de extração no leito do rio Jacuí.

A SOMAR opera no mercado há quase 30 anos (SOMAR, 2013). Foi fundada

em 1976, com a razão social Sociedade Mineradora Arroio dos Ratos Ltda., com o

intuito de explorar jazidas minerais no rio Jacuí. De acordo com a empresa, seu

mercado consumidor localiza-se principalmente em Porto Alegre e sua região

metropolitana. A jazida possui aproximadamente 22km de extensão ao longo do rio.

A empresa possui 14 Portarias de Lavra, originadas do primeiro desmembramento

vertical de áreas do Brasil, que a autorizam a minerar a uma profundidade de até

-11m do nível do mar. Em 22 de maio de 1986, o Departamento Nacional de

Produção Mineral – DNPM – publicou no Diário Oficial da União – DOU – o

agrupamento das Portarias de Lavra e em 1998 estas Portarias foram agrupadas e

constituíram os três Grupamentos Mineiros (GM 185, 186 e 187). As áreas de

Concessão de Lavra abrangem os Municípios de Charqueadas, Triunfo e São

Jerônimo.

Conforme o Decreto n° 62.934 de 2 de julho de 1968, em seu Capítulo X, Art.

69, entende-se por Grupamento Mineiro – GM – a reunião em uma só unidade de

mineração de várias concessões de lavra da mesma substância mineral, outorgadas

a um só titular, em área de um mesmo jazimento ou zona mineralizada.

No Rio Grande do Sul, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique

Luis Roessler – FEPAM – é um órgão público Estadual que possui entre suas

atividades o Licenciamento Ambiental e a fiscalização da mineração no Estado. Para

o controle da atividade de mineração, a FEPAM possui um Termo de Referência –

TR – para o licenciamento específico da extração mineral em leito de rio. O TR é a

base para o diálogo técnico e para a avaliação ambiental com vistas ao

licenciamento da atividade mineradora.

5

Na solicitação desta atividade, segundo o site da FEPAM, o empreendedor

deverá protocolar o pedido de Licença Prévia instruído com o Relatório Ambiental

Preliminar – RAP – de acordo com a Resolução CONSEMA nº 085/2004. Este

Relatório, de acordo com o TR da FEPAM para o RAP, destina-se exclusivamente a

empreendimentos com requerimento de Licença Prévia e de Instalação Unificadas

para a lavra de bens minerais em recursos hídricos superficiais. O RAP constitui

uma série de informações básicas, destinadas à avaliação prévia do

empreendimento como instrumento de decisão técnica para encaminhar o processo

administrativo via licenciamento ordinário ou Estudo e Relatório de Impacto

Ambiental (EIA-RIMA). O Termo de Referência não exclui a possibilidade de

exigência de complementações adicionais e/ou a adição de nova documentação,

quando solicitado por um técnico competente da FEPAM.

Segundo a Resolução CONAMA n° 237/1997, em seu Art. 10, § 1°, o

procedimento de Licenciamento Ambiental obedecerá, entre outras etapas, à

obrigatoriedade da apresentação da certidão da Prefeitura Municipal, declarando

que o local e o tipo de empreendimento ou atividade estão em conformidade com a

legislação aplicável ao uso e ocupação do solo e, quando for o caso, a autorização

para supressão de vegetação e a outorga para o uso da água, emitidas pelos órgãos

competentes.

A mineração de areia depende inicialmente da posse de um título ou de uma

expectativa (requerimento) de autorização minerária junto ao DNPM, que também

realiza a fiscalização da mineração.

Além da FEPAM e do DNPM, outros organismos participam do controle e da

fiscalização da atividade de mineração no rio Jacuí, como as Policias Militar e

Federal, o Ministério Público e as organizações não governamentais. Apesar dessa

co-participação, contudo, existem denúncias de atividades de extração de areia se

desenvolvendo a revelia da legislação mineral e ambiental (SOUZA et al., s/d).

Em face dessas preocupações, o Ministério Público – MP – tem alegado que as

licenças para as mineradoras estão cada vez mais genéricas, ao mesmo tempo em

que a Superintendência de Portos e Hidrovias – SPH – argumenta que há cada vez

mais impedimentos e óbices incompreensíveis à navegação, de acordo com a

Comissão de Representação Externa sobre a Extração de Areia no rio Jacuí (2013).

6

Portanto, o artigo se propõe a analisar as Licenças de Operação da atividade

de extração mineral em um trecho do rio Jacuí, a montante do Parque Estadual

Delta do Jacuí, e a ter um olhar crítico sobre este importante documento de gestão.

Interessa também observar a evolução do próprio órgão ambiental no processo

licenciatório estudando o período de 2007 a 2013, no qual, embora breve, houve

instauração de ação civil pública que colocou, no banco dos réus, empresas e

órgãos públicos.

O objetivo desse estudo inclui analisar as condicionantes contidas nas

Licenças Ambientais na área de extração mineral no leito do rio Jacuí da empresa

SOMAR, compreendidas entre o período citado anteriormente. Para isso, foi

necessário o levantamento das Licenças Ambientais expedidas para essa empresa

no trecho a jusante da Eclusa de Amarópolis, nos municípios de Charqueadas, São

Jerônimo e Triunfo.

2 METODOLOGIA

O trabalho de pesquisa compreendeu as seguintes etapas: 1) estudar e

sistematizar as condicionantes ambientais de onze Licenças de Operação (vide

Quadro 1), referentes aos três Grupamentos Mineiros da SOMAR no período de

2007 (coincidindo com abertura do Inquérito Civil n° 2006.71.00.028285-1/RS) a

2013; 2) situar as áreas de títulos minerários em mapa sob base cartográfica do rio

Jacuí; 3) quantificar a evolução das condicionantes ambientais agrupadas em

administrativas, gestão ambiental, físicas e bióticas, e 4) avaliar a abrangência das

condicionantes sobre os impactos relevantes da atividade.

Quadro 1 – Número das Licenças de Operação, com seus respectivos número de processos, Grupamento Mineiro e situação destas Licenças da Empresa SOMAR. Licença de Operação Processo Grupamento Mineiro Situação das Licenças

135/2008 10653-05.67/04-6

185

Revogada

2176/2010 10653-05.67/04-6 Renovada

7350/2012 6274-05.67/11-0 Revogada

3733/2013 6274-05.67/11-0 Revogada

7829/2007 6535-05.67/04-7 186

Revogada

2383/2010 6535-05.67/04-7 Renovada

7

7345/2012 6276-05.67/11-5 Revogada

3742/2013 6276-05.67/11-5 Revogada

7826/2007 6534-05.67/04-4

187

Revogada

2434/2010 6534-05.67/04-4 Renovada

3785/2013 6275-05.67/11-2 Revogada Fonte: Autoria própria, 2013.

As licenças foram organizadas em grupos referentes às áreas de títulos

minerários. As condicionantes ambientais presentes nas licenças foram

sistematizadas por critério de aspecto de controle, temporalidade e localização. O

levantamento das condicionantes constantes nas LOs resultou em uma matriz de

trabalho, em que as condicionantes de controle ambiental foram classificadas

segundo seu aspecto administrativo, gestão, físico e biótico. Tais condicionantes

foram dispostas nas linhas da matriz, já as colunas relacionaram os anos de

emissão das licenças. Cada Grupamento Mineiro (área licenciada) foi indicado por

símbolos contidos na legenda.

A análise da matriz de trabalho permitiu quantificar a evolução do número de

condicionantes por aspecto de controle ambiental no período de estudo e quanto à

localização das áreas (Quadro 2). A matriz de trabalho é apresentada com a

redação resumida das condicionantes (Quadro 3), permitindo a discussão de

aspectos ambientais específicos que envolvem a atividade e o ecossistema do rio

Jacuí.

As áreas de títulos minerários foram plotadas em mapa sob base das cartas

topográficas do Exército de São Jerônimo2 e Morretes3 (DSG,1980), o que permite a

visualização dos limites hidrográficos do rio Jacuí no trecho estudado. O mapa foi

confeccionado em ambiente ArcGIS e georreferenciado ao sistema SIRGAS2000.

Os processos minerários foram compilados do SIGMINE (DNPM, 2013). Já a base

contendo os limites intermunicipais do Rio Grande do Sul foi adquirida junto aos

domínios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

2 DIRETORIA DE SERVIÇO GEOGRÁFICO (Brasília - DF). Região Sul: carta topográfica. Brasília: Ministério do Exército, 1980. folha SH. 22 -V-D-V-4 (São Jerônimo). Escala 1:50.000. 3 DIRETORIA DE SERVIÇO GEOGRÁFICO (Brasília - DF). Região Sul: carta topográfica. Brasília: Ministério do Exército, 1980. folha SH. 22 -V-D-VI-3 (Morretes). Escala 1:50.000.

8

As condições e restrições presentes nas licenças compiladas na matriz foram

analisadas crítica e evolutivamente para verificar as mudanças conceituais no

período.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Primeiramente foi estabelecido como início do período de análise a abertura do

Inquérito Civil Público n° 2006.71.00.028285-1/RS, provocado pela Associação de

Pesquisas e Técnicas Ambientais – APTA. A ação denuncia a prática de exploração

de areia no leito do rio Jacuí que causa grandes danos ambientais irreparáveis ou de

difícil reparação. Segundo a própria Ação Civil Pública, a associação-autora disse ter

realizado vistorias no rio Jacuí no período de 2005 a 2006 com o intuito de verificar

os danos causados pela extração de areia nesse rio. Alegando ter constatado que a

mineração, da maneira que estava ocorrendo no leito, estava causando prejuízos ao

meio ambiente, citando exemplos da mineração junto às margens, agressões às

Ilhas, solapamento das margens e destruição da mata ciliar nos trechos que são

operados pelas empresas denunciadas pela Associação e ainda declarando que não

há fiscalização pelos órgãos competentes.

As licenças estudadas são todas da empresa SOMAR, abrangendo o trecho

entre as coordenadas UTM 435689E; 6687809S e 455949E; 6686733S, (vide Figura

1). As áreas são acostadas e posicionadas a oeste e a montante do Delta do rio

Jacuí a leste e a jusante do município de Charqueadas e Triunfo.

O Grupamento Mineiro 185 é o bloco que abrange o leito a leste e a jusante,

tendo como margem esquerda a Ilha do Amarelo e como margem direita a Ilha do

Araújo. O GM 186 está localizado entre os dois GMs e encontra-se a oeste na

margem direita da Ilha dos Dorneles e na sua margem esquerda localizam-se as

Ilhas do Fanfa, do Carioca e dos Gambás. E, por último, tem-se o bloco

compreendido pelo GM 187, que encontra-se a oeste e a montante, tendo como

margem direita a Ilha das Cabras e margem esquerda a Ilha da Paciência. Além

destas Ilhas, este GM abrange a parte oeste da Ilha dos Dorneles.

Os três blocos apresentam condicionamentos de leito semelhante e o mesmo

padrão de densa rede de drenagens em ambas as margens, o que indica fonte

potencial de sedimentos ao leito menor (ou canal principal) do rio Jacuí. O grande

9

número de Ilhas de grande porte mostra a capacidade de erosão, de sedimentação

e de construção que se alteram.

10

Figura 1 – Mapa de Situação dos Grupamentos Mineiros e da Localização das Ilhas.

Fonte: Elaborada por Guilherme Tramontini Grams, 2013.

11

A análise quantitativa mostra um aumento significativo no número de

condicionantes biótico, mas, sobretudo, a predominância das condicionantes do

meio físico, o que reflete a preocupação com os impactos da mineração sobre as

alterações da morfologia do leito do rio Jacuí; a síntese da análise quantitativa das

condicionantes contidas nas LOs está representada no Quadro 2.

Quadro 2 – Distribuição das condicionantes ambientais contidas nas Licenças de Operação para extração de areia no rio Jacuí – Empresa SOMAR.

CONDIÇÕES E RESTRIÇÕES Condicionantes por ano da Licença

Média Geral Áreas

Licenciadas (DNPM) 2007 2008 2010 2012 2013

ADMINISTRATIVA

7 5 8 8 GM 185

7 5 8 8 GM 186

7 5 7 GM 187

Média anual 7 7 5 8 7,7 6,9

GESTÃO AMBIENTAL

1 2 1 1

GM 185

1 2 1 1 GM 186

1 2 1 GM 187

Média anual 1 1 2 1 1 1,2

MEIO BIÓTICO

2 2 3 5

GM 185

2 2 3 5 GM 186

2 2 5 GM 187

Média anual 2 2 2 3 5 2,8

MEIO FÍSICO

6 8 9 9

GM 185

7 10 9 9 GM 186

9 10 9 GM 187

Média anual 8 6 9,3 9 9 8,3

Média Geral Total 19,2 Fonte: Autoria própria, 2013.

As condicionantes administrativas compreendem os documentos e as

autorizações expedidas por outros órgãos que devem ser mantidos em vigor, e

ainda prazos de atendimento a obrigações de tarefas e relatórios a serem

cumpridos. A média apresentada é de 6,9 condicionantes por LO, chegando a 8 em

2012. As condicionantes administrativas representam 35,94% da média geral.

As condicionantes de gestão ambiental abrangem ações, programas e medidas

que devem ser postas em prática durante a vigência do licenciamento. A média

destas condicionantes é 1,2 por LO, representando apenas 6,25% das

condicionantes.

12

As condicionantes do meio biótico referem-se estritamente à proteção e

recomposição da vegetação ciliar. A média apresentada é de 2,8 condicionantes por

LO, chegando a 5 em 2013. Totalizam 14,58% da média geral das condicionantes.

As condicionantes do meio físico dizem respeito aos aspectos de limites de

extração, como distâncias das margens e profundidade de dragagem, as quais

indicam a preocupação em preservar e eliminar os impactos da mineração sobre as

margens. A média das condicionantes do meio físico apresentam 8,3 por LO,

chegando a 9 nos anos de 2012 e 2013. Totalizam 43,22% das condicionantes.

O Quadro 3 apresenta a matriz de trabalho contendo o resumo das

condicionantes das LOs. Outros dois quadros (Quadro 4 e Quadro 5) encontram-se

em anexo e possuem as informações na íntegra.

Inicialmente deve ser observado que houve um processo de revogação de

licença e expedição de nova licença, pois o prazo de vigência das LOs é de quatro

anos. A Ação Civil Pública n° 2006.71.00.028285-1/RS em seu desenrolar trouxe

efeitos sobre a atividade como condicionantes mais restritivas, intensificação da

fiscalização e ações de controle, inclusive a paralisação da atividade ocorrida no

período de 15 de maio a 23 de agosto de 2013, que resultaram nas LOs do ano de

2013.

A discussão a ser apresentada dará maior atenção às condicionantes do meio

físico. A leitura das condicionantes das LOs mostra que a partir de 2012 e 2013 as

restrições da área de mineração e controles aumentaram.

Neste trabalho são discutidos apenas três aspectos condicionantes do meio

físico presentes nas LOs que dizem respeito à proteção às margens: afastamento de

proteção das margens para a lavra, tamanho de lança ou mangote de sucção e

recuperação das margens.

A condicionante que delimita a área de lavra a partir de parâmetros ambientais

tem evoluído e se tornou mais restritiva e controlada. No período de estudo, de 2007

a 2013, foram sete redações de condicionantes (do 1 ao 7, conforme Quadro 3 a

seguir). A única que não se alterou é a definição sobre “margem”, que é a margem

do leito menor que, segundo Cristofoletti (1980), corresponde ao leito normal do rio,

onde este escoa durante 95% do ano.

De 2007 a 2010 o limite de mineração da margem era de 50m, havendo

particularizações e restrições nos casos da Ilha das Cabras, que o limite era de

120m e em trechos específicos demarcados por coordenadas em tabelas citadas

13

nas LOs, onde a lavra estava proibida. Em 2010 e 2012, dois GMs tiveram

mencionados a condição de lavrar nos limites das poligonais registradas no DNPM.

A condicionante não tem mérito ambiental e deve ser considerada como um aspecto

administrativo.

Em 2012 e 2013 surge a demarcação física das áreas através de boias fixas.

Esta condicionante visa trazer melhor orientação ao operador do barco draga, como

também para verificações de fiscalização, da empresa mineradora ou pública. O

aprimoramento da delimitação surge em 2013 com o estabelecimento da Poligonal

Ambiental, informada em tabela de coordenadas nas LOs. Esta poligonal inclui os

limites dos diferentes graus de restrição e é controlada on line por sistema de GPS,

que permite desligar a bomba e bloquear a embarcação caso esta ultrapasse o limite

da Poligonal Ambiental. Em função do fator de erro no GPS, a distância mínima que

a draga deve manter em relação às margens do leito do rio aumentou para 60m.

As condicionantes citadas a seguir, dizem respeito ao Quadro 3 do número 8

ao 22 das condições e restrições do meio físico.

Nas licenças ambientais emitidas em 2007 e 2008, a FEPAM passou a

condicionar que a profundidade máxima de extração não poderia ultrapassar -6m do

nível do mar; portanto, as lanças de extração deveriam adequar-se a fim de cumprir

com a restrição da LO da mineradora. Tal exigência se deu em função do órgão

ambiental estar preocupado com a manutenção das estruturas de margens. Deve

ser ressaltado que não existia até aquele momento nenhum estudo técnico

conclusivo que embasasse o fator de risco que a mineração poderia trazer às

margens do rio Jacuí.

No ano de 2010, após um estudo que a Associação Gaúcha dos Produtos de

Brita, Areia e Saibro – AGABRITAS – (Processo Administrativo n° 12613-05.67/08-6)

apresentou a FEPAM, a respeito da influência da mineração sob a estabilidade das

margens. Passou-se a adotar o critério de que a mineração poderia ser desenvolvida

até 1m acima do bed rock.

Também a partir de 2010 a FEPAM passa a adotar um padrão de segurança

exigindo que a cada 1m de dragagem na vertical deve haver um afastamento de 4m

na horizontal. Essa condicionante foi baseada na metodologia descrita por Chow

(1959) apud Brighetti (2001), a qual afirma que a inclinação do talude para solos

14 arenosos, deve respeitar a relação 1:3, ou seja, 1m de extração na camada de areia

para 3m de deslocamento na horizontal, a fim de não causar impactos nas margens.

Em 2013, após a paralisação judicial, a FEPAM revisou todas as licenças

ambientais do rio Jacuí, fato que culminou na alteração e inclusão de novas

condicionantes nas LOs. Uma destas está relacionada à profundidade de extração,

que passou a ser determinada pelo comprimento máximo de 10m da lança com a

ponteira incluída, para dragas de sucção, e 10m sendo a metragem máxima do eixo

com correias para as dragas de rosário.

Esta condicionante tem gerado dúvida em sua aplicação, pois não estipulou

uma profundidade máxima de extração a partir de uma referência de cota vertical.

Outro aspecto levantado é que a medida em que o barco recebe a areia extraída o

seu calado aprofunda; a profundidade que a lança irá atingir, portanto, será

gradativamente maior.

Em 2012 a condicionante n° 12 orienta que a lavra deve ser executada no

sentido de jusante para montante e do centro para as margens, a fim de não gerar a

formação de depressões acentuadas no leito do rio. Esta prática permite também

que o material retido nas peneiras seja lançado ao rio e possa sedimentar-se no

trecho lavrado anteriormente.

As condicionantes de demarcação exigidas em 2007 a 2010, no caso da

SOMAR, estão mantidas ainda hoje na empresa, mas não são mais solicitadas em

suas Licenças. A empresa possui 18 marcos georeferenciados instalados ao longo

das margens mais suscetíveis a erosão, segundo os técnicos da empresa. Estes

marcos permitem o estudo e o acompanhamento do progresso da erosão nestes

pontos, a fim de apoiar e facilitar a interpretação desta evolução no processo erosivo

das margens nos locais analisados, de acordo com estudos da empresa (SOMAR,

2013).

Em função dos resultados apresentados nos relatórios anuais de batimetria e

sedimentologia, as restrições ambientais das LOs de 2007 e 2008 poderiam vir a

sofrer alterações. Tal item, do ponto de vista da gestão ambiental do

empreendimento, era de grande relevância, pois assim o órgão ambiental poderia ter

um controle maior sobre a lavra, indicando, na medida em que o minério fosse

extraído, as áreas que deveriam ser mantidas em repouso com o objetivo de buscar

a manutenção do leito do rio.

15

Em todos os anos analisados foram exigidos levantamentos batimétricos da

área de mineração. Tal estudo permite que seja avaliada a profundidade em que o

rio se encontra, proporcionando avaliações tanto nas questões ambientais quanto

nas de manutenção da vida útil da jazida. Dependendo da fragilidade da área, era

estipulada a escala na qual o trabalho deveria ser apresentada. A partir de 2012 foi

estipulado que todo o levantamento batimétrico fosse apresentado semestralmente

em escala não inferior a 1:2.000, a qual permite o maior detalhamento das áreas de

estudo, pois quanto menor a escala utilizada, maior o detalhamento.

No ano de 2010, a FEPAM solicitou a apresentação anual do Relatório Técnico

Ambiental com os perfis comparativos da profundidade do bed rock, do perfil

batimétrico inicial e atual. E ainda, solicitou o envio dos arquivos digitais em

extensão Shape File com a tabela de atributos das curvas de nível da batimetria,

exigência que permite a manipulação dos dados e a obtenção de informações

através desse arquivo digital.

Quanto às questões de recuperação das margens, as licenças não estipulam

de forma clara nenhum programa de compensação ambiental específico, apenas de

manutenção das margens, questão que encontra-se pouco trabalhada no aspecto de

gestão ambiental e no meio biótico. No aspecto do meio físico, a recuperação da

área, pode-se dizer, é o distanciamento das margens, que permite um cuidado para

não ocorrer à erosão e/ou o solapamento destas, e ainda a profundidade de

extração, que evita a mudança do nível da água e do ecossistema.

Quadro 3 – Relação das condicionantes ambientais nas LOs da extração de areia no rio Jacuí da empresa SOMAR no período de 2007 a 2013.

N° CONDIÇÕES E RESTRIÇÕES 2007 2008 2010 2012 2013 ADMINISTRATIVA

01 Validade com a Concessão de Lavra em vigor. � � � � � �

02 Validade com a Licença Municipal e o título minerário expedido pelo DNPM devem estar todos em vigor.

� � � � �

03

Antes do início da atividade, seguir as informações elencadas na NORMAM-11 e anexar uma cópia do protocolo ao auto do processo administrativo.

� � � � �

04 O local de extração de minério deverá ter sua sinalização conforme a Capitania dos Portos e SPH.

� � � � �

16 N° CONDIÇÕES E RESTRIÇÕES 2007 2008 2010 2012 2013

05 Encaminhar à FEPAM a ART do profissional da biota de cargo e função ou execução. � � �

06 A extração pela draga só poderá ser realizada com sua respectiva LO em vigor. � � � � � � � �

07 A extração deve ser executada pelas dragas conforme o quadro na LO em vigor. � � �

08 As LOs da lavra de areia e da draga deverão estar disponíveis na embarcação. � � � � � � � � � � �

09 O minério extraído deverá ser depositado nos Terminais de Minério com as LOs em vigor, conforme quadro da LO.

� � �

10

As medidas ambientais compensatórias estão em análise na FEPAM. O empreendedor será informado das deliberações e propostas a serem apresentadas.

� �

11

Anualmente, deverão apresentar os Relatórios Técnicos ilustrados, contemplando a execução das medidas ambientais e monitoramento previstos.

� � � � � �

12

Anualmente, deverão apresentar os Relatórios Técnicos ilustrados, contemplando a execução das medidas ambientais e de monitoramento previstas e da estabilidade das margens e os dados da taxa de sedimentação na AID.

� � � � �

13 A renovação da LO deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 dias da expiração do seu prazo de validade.

� � �

14

Nos casos em que a LO estiver vencida e ter sido solicitada a sua renovação com a antecedência mínima de 120 dias, o empreendedor deverá manter no local a cópia do protocolo e da última licença.

� � � � � �

15

O empreendimento possui a Declaração de Anuência no 120/2012 do APAEDJ/PEDJ, emitida pela SEMA, que contempla as condições e restrições citadas na LO.

16 O empreendimento possui a Declaração de Anuência no 120/2012 do APAEDJ/PEDJ, emitida pela SEMA.

17

O empreendimento possui a Declaração de Anuência no 119/2012 do APAEDJ/PEDJ, emitida pelo Gestor da Unidade de Conservação, a SEMA.

� �

GESTÃO AMBIENTAL

01 Deverá ser mantido em execução o Programa de Gestão Ambiental previsto no PCA. � � �

02 Deverão ser mantidas em execução as Medidas Mitigadoras e Compensatórias previstas no PCA.

� � �

03 O PRAD deve ser implantado concomitante à atividade minerária. � � �

04 Deverá ser fixada placa para divulgação da licença e mantida durante a vigência da LO, conforme modelo da FEPAM.

� � � � �

MEIO BIÓTICO

01 A ancoragem das embarcações utilizadas não � � � � � � � � � � �

17

N° CONDIÇÕES E RESTRIÇÕES 2007 2008 2010 2012 2013 poderá prejudicar a vegetação ciliar.

02 Deverá ser dada continuidade ao plantio de mudas nativas junto às margens. � � � � � �

03 Não deverá ocorrer supressão ou nenhuma forma de prejuízo a qualquer espécie de vegetação nativa existente na área licenciada.

� � � � �

04 A operação do empreendimento deverá respeitar as APP's definidas nas legislações federal e estadual vigentes.

� � � � �

05 As margens ao longo dos trechos que há extração mineral deverão ser reflorestadas. � � �

06

Caso o proprietário da superfície ciliar não autorize a realização do plantio, isso deverá ser declarado formalmente à FEPAM para a adoção das medidas cabíveis.

� � �

MEIO FÍSICO

01 A posição da lança de extração deverá manter o afastamento das margens de 50m. � � � � � �

02

A posição da lança de extração deverá manter o afastamento referente às margens (tabela na LO) e demarcar as margens através de boias fixas.

� � � � �

03 A margem de que tratam as duas condições anteriores são à margem do leito menor do rio.

� � � � � � � � � � �

04

A lavra de areia deverá ser mantida com um afastamento de 120m da margem da Ilha das Cabras, no trecho a oeste da coordenada UTM 440.740E.

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05

Durante o período de vigência da LO, fica proibida a atividade de extração entre as margens do rio Jacuí nas áreas com as coordenadas citadas na tabela da LO.

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06 A atividade de mineração deve se restringir à área da respectiva poligonal do DNPM. � � �

07

A atividade de mineração deve se restringir aos limites da Poligonal Ambiental licenciada (afastamento mínimo de 60m das margens), conforme quadro na LO.

� � �

08 A profundidade máxima permitida na extração de areia no trecho do rio é de -6m em relação ao nível do mar.

� � �

09

A profundidade máxima permitida na extração de areia no trecho de rio da LO deve obedecer à relação de 1:4, contados a partir das linhas de faixa de exclusão.

� � � � � � � �

10

A profundidade de extração é determinada pelo comprimento máximo de 10m da lança com a ponteira já incluída para as dragas de sucção, e 10m para a metragem máxima do eixo com correias para as dragas de rosário.

� � �

11 O limite inferior da atividade de extração de areia será de 1m contado a partir do bed rock. � � � � �

12 A lavra deverá ser executada pela extração de sucessivas camadas horizontais regulares no � � � � �

18 N° CONDIÇÕES E RESTRIÇÕES 2007 2008 2010 2012 2013

sentido de jusante para montante e do centro para as margens.

13 O monitoramento ambiental deverá contemplar a manutenção de marcos topográficos de controle implantados.

� � � � � �

14 Estará sujeita a alterações em função dos resultados batimétricos e sedimentométricos. � � �

15

Monitoramento trimestral da área licenciada da evolução da posição das margens da Ilha das Cabras e superfície do leito através de levantamentos batimétricos em escala 1:2.000 com curvas a cada 0,5m.

16 Levantamento batimétrico anualmente em escala não inferior a 1:5.000 com curvas de nível a cada 0,5m.

� � �

17

Levantamento batimétrico feito anualmente em escala não inferior a 1:5.000 com curvas de nível a cada 0,5m. Apresentar também os arquivos digitais em Shape File com tabela de atributos associada.

� � �

18

Relatório Técnico Ambiental com perfis comparativos que apresentem apenas a profundidade do bed rock, o perfil batimétrico inicial e atual com escala vertical e horizontal. Deve indicar também o limite de extração de 1m acima do bed rock.

� � �

19

Arquivos digitais em extensão Shape File com tabela de atributos associada às curvas de nível da batimetria da superfície da jazida, assim como as curvas referentes à superfície do bed rock (base da jazida).

� � �

20 Realizar levantamento batimétrico, semestralmente, em escala não inferior a 1:2.000 com curvas de nível a cada 0,5m.

� � � � �

21

Apresentar perfis transversais comparativos do curso d'água contendo a representação das superfícies batimétricas determinadas semestralmente, as delimitações das superfícies do bed rock, bem como as superfícies limítrofes de extração, de 1m acima do bed rock.

� � � � �

22

Apresentar arquivos digitais em extensão Shape File com tabela de atributos associada (informações planimétricas, altimétricas e demais dados pertinentes).

� � � � �

Legenda:

� GM 185

� GM 186

� GM 187

Fonte: Autoria própria, 2013.

4 CONCLUSÃO

19

O estudo das licenças ambientais de operação da extração de areia no rio

Jacuí, a partir das LOs expedidas pela FEPAM no período de 2007 a 2013 para a

empresa SOMAR – Sociedade Mineradora Ltda. –, resultaram nas conclusões que

seguem.

As condicionantes das LOs foram classificadas por funções com objetivos de

orientar as atividades e as ações administrativas, de gestão, de proteção do meio

físico e do meio biótico. Observa-se a preponderância das condicionantes relativas

ao meio físico 43,22% ou 8,3 condicionantes por LO em média.

O levantamento das condicionantes agrupadas por aspectos compreendem as

seguintes médias por LO: administrativas 6,9, gerenciais 1,2 e bióticas 2,8.

Em relação à discussão dos resultados, foram discutidos apenas três aspectos

condicionantes do meio físico presentes nas LOs: afastamento de proteção das

margens para a lavra, tamanho de lança ou mangote de sucção e recuperação das

margens.

A análise das condicionantes dos meios físico e biótico revela a preocupação

prioritária em proteger e reabilitar as margens do rio Jacuí. As condicionantes do

meio físico estão focadas na restrição da mineração quanto à proximidade das

margens e à profundidade de escavação, visando minimizar os impactos à

estabilidade das margens do leito menor e das Ilhas; as condicionantes do meio

biótico são complementares, pois mostram a preocupação em preservar e reabilitar

a vegetação ciliar.

Nota-se que neste período as condicionantes foram sendo aperfeiçoadas com

vistas a um maior controle da atividade e restrição à mineração. Com a abertura da

Ação Civil Pública n° 2006.71.00.028285-1/RS, em seu desenrolar, trouxe estes

efeitos, juntamente com a paralisação da atividade ocorrida no período de 15 de

maio a 23 de agosto de 2013, na qual a FEPAM revisou todas as licenças

ambientais do rio Jacuí.

Quanto às questões de recuperação das margens, no aspecto do meio físico,

pode-se dizer que não foram trabalhadas de forma clara e específica, sendo o

distanciamento das margens anunciadas neste aspecto, que permite um cuidado

para não ocorrer a erosão e/ou o solapamento destas, e ainda a profundidade de

extração, que evita a mudança do nível da água e do ecossistema. Em relação ao

20 aspecto da gestão ambiental e do meio biótico, pondera-se apenas a manutenção

das margens.

ABSTRACT

Every mining activity is subject to environmental licensing, which is performed by the

competent institutions. Concerning sand mining, licensing is a key document to

establish the limits about the mining and the plow forbiddance. The paper aimed to

analyze the conditions and restrictions included in the operational licenses, emitted

between 2007 and 2013, related to SOMAR, Sociedade Mineradora Ltda., ore mining

area at the Jacuí river bed, and achieving a critic point of view about this important

management document. For that, it was studied and systematized the environmental

conditionings of eleven operational licenses, and quantified and evaluated the

evolution of those conditionings. The OLs conditionings were classified by functions,

where it was observed the preponderance of the physical mean conditionings, which

presented the bigger average. Due to it, only three physical mean conditioning

aspects were discussed: the protection shore distance for mining; the suction spear

range and the shore regeneration.

Key words : Jacuí river. Sand mining. Environmental licensing.

REFERÊNCIAS

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21

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22 Ambiental Preliminar - RAP . Disponível em: <http://www.fepam.rs.gov.br/lavra.asp>. Acesso em: 13 nov. 2013. SILVA, Fernanda de Souza. Geomorfologia Fluvial e Estudo em Modelo Reduzido de Margem do Rio Jacuí Avaliando o Efeito da Variação de Nível da Água. 2012. 90 f. Dissertação (Bacharel) - Curso de Engenharia Ambiental, Centro Universitário La Salle - Unilasalle -, Canoas, RS, 2012. ______. Processo Administrativo nº 12613-05.67/08-6. Estudo sobre a estabilidade das margens. Associação Gaúcha dos Produtores de Brita, Areia e Saibro – AGABRITAS – 16 de junho de 2008. Porto Alegre, RS. SOMAR - SOCIEDADE MINERADORA LTDA. (Ed.). Dados da Empresa . Disponível em: <http://www.somarmineradora.com.br/>. Porto Alegre. Acesso em: 15 nov. 2013. SOUZA, Gisele et al. Degradação em Área de Preservação Permanente por extração de areia no rio Turvo em Adelândia, Goiás. s/d. Disponível em: <http://www2.ucg.br/nupenge/pdf/DegradacaoemAPP.pdf>. Acesso em: 22 jul. 2013. TOBIAS, Ana Cristina et al. Avaliação dos Impactos Ambientais causados pela extração de areia no leito do Rio Piracanjuba - Mun icípio de Silvania Go. In: Enciclopédia Biosfera . nº 11. Goiânia: Enciclopédia Biosfera, 2010. V 6. p. 1-8. Disponível em: <http://www.conhecer.org.br/enciclop/2010c/avaliacao dos impactos.pdf>. Acesso em: 22 jun. 2013.

23

ANEXO A - Quadro 4 – Relação completa das condicionantes ambi entais nas Licenças de Operação da extração de arei a no rio Jacuí da Empresa SOMAR – Sociedade Minerad ora Ltda., no período de 2007 a 2013 dos três Grupament os Mineiros.

GM 185 GM 186 GM 187 N° das Licenças de Operação 135/2008 2176/2010 7350/2012 3733/2013 7829/2007 2383/2010 7345/2012 3742/2013 7826/2007 2434/2010 3785/2013 N° dos Processos da FEPAM 10653-05.67/04-6 10653-05.67/04-6 6274-05.67/11-0 6274-05.67/11-0 6535-05.67/04-7 6535-05.67/04-7 6276-05.67/11-5 6276-05.67/11-5 6534-05.67/04-4 6534-05.67/04-4 6275-05.67/11-2

CONDIÇÕES E RESTRIÇÕES

ADMINISTRATIVA

Esta licença somente terá validade juntamente com a Concessão de Lavra em vigor.

x x x x x x

Esta licença autoriza a operação da atividade de lavra de areia em recurso hídrico e somente terá validade juntamente com a Licença Municipal e o título minerário expedido pelo DNPM, todos em vigor.

X x x x x

Antes do início da operação de lavra, deverá ser comunicada a Capitania dos Portos/Autoridade Marítima local as informações elencadas na NORMAM-11 para a dragagem de mineração. Uma cópia do protocolo junto a Capitania dos Portos/Autoridade Marítima local deverá ser juntada aos autos deste processo administrativo.

X x x x x

O local de extração de minério deverá ter sua sinalização conforme as normas e regulamentos estabelecidos pala Capitania dos Portos - Marinha Brasileira e Superintendência de Portos e Hidrovias - SPH.

X x x x x

Deverá ser apresentada à FEPAM, num prazo máximo de 15 dias, a Anotação de Responsabilidade Técnica – ART – do profissional da biota de cargo e função ou execução.

x x x

A extração de areia pela draga só poderá ser realizada com a respectiva LO da embarcação draga em vigor.

x x X x x x x x

A extração de areia deve ser executada pelas dragas (embarcações) conforme o quadro citado na Licença, desde que as respectivas LOs estejam em vigor.

x x x

As LOs da lavra de areia, e da draga, deverão estar disponíveis na embarcação, as quais deverão ser lidas aos operadores como parte das orientações a serem dadas pelo responsável técnico.

x x x x x x x x x x x

O minério extraído nesta área licenciada deverá ser depositado exclusivamente nos Terminais de Minério, conforme quadro citado na Licença, desde que as respectivas LOs estejam em vigor.

x x x

As medidas ambientais compensatórias para este empreendimento estão em análise na FEPAM. No período de vigência da LO, o empreendedor será informado, via ofício, das deliberações e propostas a serem apresentadas como medidas compensatórias.

x x

Anualmente, a contar a partir da data de emissão ou a data estipulada desta Licença, deverão ser protocolados como juntada ao processo administrativo de origem, os Relatórios Técnicos ilustrados contemplando a execução das medidas ambientais e monitoramento previstos, assinados pelos responsáveis técnicos.

x x x x x x

24

GM 185 GM 186 GM 187 N° das Licenças de Operação 135/2008 2176/2010 7350/2012 3733/2013 7829/2007 2383/2010 7345/2012 3742/2013 7826/2007 2434/2010 3785/2013 N° dos Processos da FEPAM 10653-05.67/04-6 10653-05.67/04-6 6274-05.67/11-0 6274-05.67/11-0 6535-05.67/04-7 6535-05.67/04-7 6276-05.67/11-5 6276-05.67/11-5 6534-05.67/04-4 6534-05.67/04-4 6275-05.67/11-2

Anualmente, a partir da data de publicação desta Licença, deverão ser protocolados como juntada ao processo administrativo, os Relatórios Técnicos ilustrados, assinados pelos responsáveis técnicos, contemplando: a execução das medidas ambientais e de monitoramento previstas, com a discussão item a item desta Licença; monitoramento da estabilidade das margens através da observação dos marcos geodésicos implantados, para a verificação da progressão da erosão marginal no trecho licenciado do rio Jacuí; os dados do monitoramento da taxa de sedimentação na AID, considerando as variações de vazão.

x x x x x

A renovação da LO deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 dias da expiração do seu prazo de validade (Resolução CONAMA 237, de 19 de dezembro de 1997, Art. 18, § 4o).

x x x

Nos casos em que a LO estiver vencida e ter sido solicitada a sua renovação com a antecedência mínima de 120 dias (Resolução CONAMA 237/97, Art. 18), o empreendedor deverá manter no local a cópia do protocolo e da última licença.

x x x x x x

O empreendimento possui a Declaração de Anuência n° 120/2012 do Parque e Área de Preservação Ambiental – APA – Estadual Delta do Jacuí, emitida pelo Gestor da Unidade de Conservação, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, que contempla as seguintes condições e restrições: nas áreas operacionais de retirada de areia junto aos limites da APA e Parque Estadual do Jacuí – APAEDJ/PEDJ – deverá ser deixada uma zona de segurança de 200m, partindo de todos os pontos da linha limítrofe dessas Unidades de Conservação, que se comunicam com a área manejada, onde não poderá ser realizada lavra de areia e ou cascalho; dentro dos limites da APA e Parque Estadual Delta do Jacuí não poderá ser realizada lavra de areia e/ou cascalho, sob pena da medidas cabíveis em Leis de crimes ambientais; após a elaboração do Plano de Manejo da APA e Parque Estadual Delta do Jacuí a área objeto poderá ser reavaliada quanto ao uso para fins de mineração de areia, dependendo das normas do Plano de Manejo do Parque Estadual Delta do Jacuí para a sua Zona de Amortecimento; sendo área de mineração já operacional com licença emitida pela FEPAM, para a renovação do documento o empreendedor deverá cumprir todas as condicionantes e encaminhar toda documentação solicitada pelo órgão licenciador.

x

O empreendimento possui a Declaração de Anuência no 120/2012 do Parque e Área de Preservação Ambiental – APA – Estadual Delta do Jacuí, emitida pelo Gestor da Unidade de Conservação, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

x

O empreendimento possui a Declaração de Anuência no 119/2012 do Parque e Área de Preservação Ambiental – APA – Estadual Delta do Jacuí, emitida pelo Gestor da Unidade de Conservação, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

x x

GESTÃO AMBIENTAL

Deverá ser mantido em execução o Programa de Gestão Ambiental previsto no PCA.

x x x

Deverão ser mantidas em execução as Medidas Mitigadoras e Compensatórias previstas no PCA.

x x x

O projeto de recuperação de áreas degradadas deve ser implantado concomitante à atividade minerária.

x x x

Deverá ser fixada, em local de fácil visibilidade, placa para divulgação da presente licença, conforme modelo disponível no sitio da FEPAM, www.fepam.rs.gov.br. A placa deverá ser mantida durante todo o período de vigência desta Licença.

x x x x x

25

GM 185 GM 186 GM 187 N° das Licenças de Operação 135/2008 2176/2010 7350/2012 3733/2013 7829/2007 2383/2010 7345/2012 3742/2013 7826/2007 2434/2010 3785/2013 N° dos Processos da FEPAM 10653-05.67/04-6 10653-05.67/04-6 6274-05.67/11-0 6274-05.67/11-0 6535-05.67/04-7 6535-05.67/04-7 6276-05.67/11-5 6276-05.67/11-5 6534-05.67/04-4 6534-05.67/04-4 6275-05.67/11-2

MEIO BIÓTICO

A ancoragem das embarcações utilizadas não poderá prejudicar a vegetação ciliar. x x x x x x x x x x x

Deverá ser dada continuidade ao plantio de mudas nativas junto às margens, com atenção para a manutenção da biodiversidade e da densidade adequada ao trecho alvo do reflorestamento.

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Não deverá ocorrer supressão ou nenhuma forma de prejuízo a qualquer espécie de vegetação nativa existente na área licenciada. x x x x x

A operação do empreendimento deverá respeitar as Áreas de Preservação Permanente (APPs) definidas nas legislações federal e estadual vigentes.

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As margens ao longo dos trechos que há extração mineral deverão ser reflorestadas considerando o disposto em um projeto técnico específico, a ser avaliado e licenciado pelo DEFAP, junto a SEMA, responsável pela gestão da Recuperação de Mata Ciliar. No prazo máximo de 180 dias, a contar da data de emissão desta Licença, juntar a este processo cópia do protocolo de licenciamento ou da licença emitida pelo DEFAP.

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Caso o proprietário da superfície ciliar não autorize a realização do plantio, isso deverá ser declarado formalmente a FEPAM para a adoção das medidas cabíveis.

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MEIO FÍSICO

A posição da lança de extração deverá manter o afastamento das margens de 50m a fim de não haver qualquer contribuição direta da mineração à erosão das margens.

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A posição da lança de extração deverá manter o afastamento referente às margens, conforme especificado na tabela citada na Licença, a título de faixas de exclusão, a fim de não haver qualquer contribuição direta da mineração à erosão das margens. Demarcar estes distanciamentos através de boias fixas.

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A margem de que tratam as duas condições anteriores são à margem do leito menor do rio, considerada a linha de margem do leito menor como o local onde as características de cordão marginal ocorrer e/ou a linha representada pela mata ciliar ou seu prolongamento onde foi retirada e/ou outras feições geomorfológicas que identifiquem a linha que separa os terrenos ordinariamente enxutos dos ordinariamente cobertos por água.

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A lavra de areia deverá ser mantida com um afastamento de 120m da margem da Ilha das Cabras, no trecho a oeste da coordenada UTM 440.740E.

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Durante o período de vigência desta licença, fica expressamente proibida a atividade de extração mineral entre as margens do rio Jacuí nas áreas com as coordenadas citadas na tabela desta Licença.

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A atividade de mineração deve se restringir a área da respectiva poligonal do DNPM para os processos citados na Licença.

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A atividade de mineração deve se restringir aos limites da Poligonal Ambiental Licenciada, respeitando o afastamento de, no mínimo 50m das margens, acrescidos de 10m, em razão das incorreções do GPS. Coordenadas UTM (22J), datum SIRGAS2000, conforme os quadros citados na Licença com as respectivas coordenadas das áreas de cada grupamento.

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A profundidade máxima permitida na extração de areia no trecho de rio de que trata esta Licença é a cota -6m em relação ao nível do mar.

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GM 185 GM 186 GM 187 N° das Licenças de Operação 135/2008 2176/2010 7350/2012 3733/2013 7829/2007 2383/2010 7345/2012 3742/2013 7826/2007 2434/2010 3785/2013 N° dos Processos da FEPAM 10653-05.67/04-6 10653-05.67/04-6 6274-05.67/11-0 6274-05.67/11-0 6535-05.67/04-7 6535-05.67/04-7 6276-05.67/11-5 6276-05.67/11-5 6534-05.67/04-4 6534-05.67/04-4 6275-05.67/11-2

A profundidade máxima permitida na extração de areia no trecho de rio de que trata esta Licença deve obedecer à relação de 1:4, ou seja, 1m de extração na camada de areia para cada 4m de deslocamento na horizontal, contados a partir das linhas de faixa de exclusão. Esta relação é válida tanto para a margem esquerda quanto para a margem direita do rio e para margens de ilhas fluviais. Importante apontar que o valor "quatro" da relação apresentada é medido horizontalmente enquanto o valor "um" da relação é medido verticalmente (profundidade) na camada de areia (jazida), independentemente da posição topográfica do jazimento em relação à altura da lâmina d'água.

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A profundidade de extração é determinada pelo comprimento máximo de 10m da lança com a ponteira já incluída, das dragas de sucção. No caso de dragas de rosário/alcatruzes/caçambas a metragem máxima do eixo com correias deve ser também de 10m.

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O limite inferior da atividade de extração de areia será de 1m contado a partir do bed rock, ou seja, de baixo para cima a partir do embasamento da camada de areia (jazida).

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A lavra deverá ser executada pela extração de sucessivas camadas horizontais regulares no sentido de jusante para montante e do centro para as margens, evitando-se a formação de depressões acentuadas, esburacamentos.

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O monitoramento ambiental deverá contemplar a manutenção de marcos topográficos de controle implantados.

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O monitoramento ambiental deverá contemplar a manutenção de marcos topográficos de controle implantados e as observações da margem em relação ao mesmo para a verificação da progressão da erosão marginal no lado sul da Ilha da Paciência (extremidade montante) e lado sul da Ilha das Cabras, no trecho a oeste da coordenada UTM 440.740E.

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Esta licença estará sujeita a alterações em função dos resultados batimétricos e sedimentométricos.

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Executar e apresentar à FEPAM, o monitoramento trimestral da área licenciada, ao longo de um ano, da evolução da posição das margens da Ilha das Cabras e superfície do leito através de levantamentos batimétricos em escala 1:2.000 com curvas a cada 0,5m referenciados ao datum vertical Marégrafo de Torres e datum horizontal SAD69, sobre a Projeção Cartográfica UTM.

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Após um ano de vigência desta Licença, deverá ser realizado levantamento batimétrico com periodicidade anual em escala não inferior a 1:5.000 com curvas de nível a cada 0,5m georreferenciado ao datum horizontal SAD69 e datum vertical Marégrafo de Torres, conforme Plano Operacional do monitoramento previsto no Levantamento Preliminar das Condições Ambientais em trecho do rio Jacuí.

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Apresentar levantamento batimétrico, anualmente no mês estipulado pela Licença, em escala não inferior a 1:5.000 com curvas de nível a cada 0,5m georeferenciados ao datum horizontal SAD69 e datum vertical Marégrafo de Imbituba, conforme Plano Operacional do monitoramento previsto no Levantamento Preliminar das Condições Ambientais no trecho do rio Jacuí. Apresentar também os arquivos digitais em extrensão ".shp" (Shape File) com tabela de atributos associada (valores de X, Y e Z), com coordenadas em graus decimais (ex. -29,0000°).

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GM 185 GM 186 GM 187 N° das Licenças de Operação 135/2008 2176/2010 7350/2012 3733/2013 7829/2007 2383/2010 7345/2012 3742/2013 7826/2007 2434/2010 3785/2013 N° dos Processos da FEPAM 10653-05.67/04-6 10653-05.67/04-6 6274-05.67/11-0 6274-05.67/11-0 6535-05.67/04-7 6535-05.67/04-7 6276-05.67/11-5 6276-05.67/11-5 6534-05.67/04-4 6534-05.67/04-4 6275-05.67/11-2

Deverá ser encaminhado, à FEPAM, anualmente no mês estipulado pela Licença o Relatório Técnico Ambiental com perfis comparativos que apresentem apenas a profundidade do bed rock, o perfil batimétrico inicial e o perfil batimétrico atual com escala vertical referente ao Marégrafo de Imbituba e escala horizontal referente ao datum SAD69. Deve indicar também o limite de extração de 1m acima do bed rock. Os perfis serão realizados nos mesmos pontos dos perfis já apresentados para este trecho do rio. Este relatório deve ser assinado por um responsável técnico com a respectiva ART.

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Enviar à FEPAM, em um prazo máximo de 60 (sessenta) dias da emissão desta Licença, os arquivos digitais em extensão ".shp" (Shape File) com tabela de atributos associada (valores de X, Y e Z), das curvas de nível da batimetria da superfície da jazida, assim como as curvas referentes a superfície do bed rock (base da jazida). Os arquivos digitais devem estar georeferenciados ao datum horizontal SAD69 e ao datum vertical Marégrafo de Imbituba. As coordenadas deverão apresentar formato em graus decimais (ex. -29,0000°).

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Realizar levantamento batimétrico, com periodicidade semestral, em escala não inferior a 1:2.000 com curvas de nível a cada 0,5m, georreferenciado ao datum horizontal SIRGAS2000 e datum vertical Marégrafo de Imbituba com coordenadas em graus decimais (ex. Lat.-29,00000°; Long.-51,00000°). Os resultados obtidos a partir do levantamento batimétrico devem ser apresentados anualmente a FEPAM, como juntada a este processo.

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Apresentar anualmente a FEPAM, como juntada a este processo, os perfis transversais comparativos do curso d'água contendo a representação das superfícies batimétricas determinadas semestralmente, as delimitações das superfícies do bed rock, bem como as superfícies limítrofes de extração, de 1m acima do bed rock. A escala de apresentação dos perfis deve ser a mesma adotada para o levantamento batimétrico seguindo como georreferência o datum horizontal SIRGAS2000 e datum vertical Marégrafo de Imbituba, com coordenadas em graus decimais (ex. Lat.-29,00000°; Long.-51,00000°). A localização dos perfis deverá ser sempre a mesma para todos os levantamentos.

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Apresentar também os arquivos digitais em extensão ".shp"(Shape File) com tabela de atributos associada (informações planimétricas, altimétricas e demais dados pertinentes), referenciados ao datum horizontal SIRGAS2000 e ao datum vertical Marégrafo de Imbituba com coordenadas em graus decimais (ex. Lat.-29,00000°; Long.-51,00000°). Estes arquivos deverão permitir a consulta e manipulação dos seus dados pelo órgão ambiental para fins de fiscalização, e deverão conter: dados referentes às linhas de margem; dados de batimetria: linhas de aquisição batimétrica (deverão ser sempre as mesmas para todos os levantamentos), pontos cotados, isolinhas/curvas batimétricas e MDT's; localização dos perfis/seções transversais equidistantes em 100m (a localização destes perfis deverá ser sempre a mesma para futuros levantamentos); superfície do bed rock: pontos cotados, curvas de nível e MDT's.

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Fonte: Autoria própria, 2013.

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CONDIÇÕES E RESTRIÇÕES 2007 2008 2010 2012 2013

ADMINISTRATIVA

Esta Licença somente terá validade juntamente com a Concessão de Lavra em vigor. � � � � � �

Esta Licença autoriza a operação da atividade de lavra de areia em recurso hídrico e somente terá validade juntamente com a Licença Municipal e o título minerário expedido pelo DNPM, todos em vigor. � � � � �

Antes do início da operação de lavra, deverá ser comunicada a Capitania dos Portos/Autoridade Marítima local as informações elencadas na NORMAM-11 para a dragagem de mineração. Uma cópia do protocolo junto a Capitania dos Portos/Autoridade Marítima local deverá ser juntada aos autos deste processo administrativo.

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O local de extração de minério deverá ter sua sinalização conforme as normas e regulamentos estabelecidos pala Capitania dos Portos - Marinha Brasileira e Superintendência de Portos e Hidrovias – SPH. � � � � �

Deverá ser apresentada à FEPAM, num prazo máximo de 15 dias, a Anotação de Responsabilidade Técnica - ART do profissional da biota de cargo e função ou execução. � � �

A extração de areia pela draga só poderá ser realizada com a respectiva LO da embarcação draga em vigor. � � � � � � � �

A extração de areia deve ser executada pelas dragas (embarcações) conforme o quadro citado na Licença, desde que as respectivas LOs estejam em vigor. � � �

As LOs da lavra de areia, e da draga, deverão estar disponíveis na embarcação, as quais deverão ser lidas aos operadores como parte das orientações a serem dadas pelo responsável técnico. � � � � � � � � � � �

O minério extraído nesta área licenciada deverá ser depositado exclusivamente nos Terminais de Minério, conforme quadro citado na Licença, desde que as respectivas LOs estejam em vigor. � � �

As medidas ambientais compensatórias para este empreendimento estão em análise na FEPAM. No período de vigência da LO, o empreendedor será informado, via ofício, das deliberações e propostas a serem apresentadas como medidas compensatórias. � �

Anualmente, a contar a partir da data de emissão ou a data estipulada desta Licença, deverão ser protocolados como juntada ao processo administrativo de origem, os Relatórios Técnicos ilustrados contemplando a execução das medidas ambientais e monitoramento previstos, assinados pelos responsáveis técnicos.

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Anualmente, a partir da data de publicação desta Licença, deverão ser protocolados como juntada ao processo administrativo, os Relatórios Técnicos ilustrados, assinados pelos responsáveis técnicos, contemplando: a execução das medidas ambientais e de monitoramento previstas, com a discussão item a item desta Licença; monitoramento da estabilidade das margens através da observação dos marcos geodésicos implantados, para a verificação da progressão da erosão marginal no trecho Licenciado do rio Jacuí; os dados do monitoramento da taxa de sedimentação na AID, considerando as variações de vazão.

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A renovação da LO deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 dias da expiração do seu prazo de validade (Resolução CONAMA 237, de 19 de dezembro de 1997, Art. 18, § 4o). � � �

Nos casos em que a LO estiver vencida e ter sido solicitada a sua renovação com a antecedência mínima de 120 dias (Resolução CONAMA 237/97, Art. 18), o empreendedor deverá manter no local a cópia do protocolo e da última licença. � � � � � �

O empreendimento possui a Declaração de Anuência no 120/2012 do Parque e Área de Preservação Ambiental – APA – Estadual Delta do Jacuí, emitida pelo Gestor da Unidade de Conservação, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, que contempla as seguintes condições e restrições: nas áreas operacionais de retirada de areia junto aos limites da APA e Parque Estadual do Jacuí –APAEDJ/PEDJ – deverá ser deixada uma zona de segurança de 200m, partindo de todos os pontos da linha limítrofe dessas Unidades de Conservação, que se comunicam com a área manejada, onde não poderá ser realizada lavra de areia e ou cascalho; dentro dos limites da APA e Parque Estadual Delta do Jacuí não poderá ser realizada lavra de areia e/ou cascalho, sob pena da medidas cabíveis em Leis de crimes ambientais; após a elaboração do Plano de Manejo da APA e Parque Estadual Delta do Jacuí a área objeto poderá ser reavaliada quanto ao uso para fins de mineração de areia, dependendo das normas do Plano de Manejo do Parque Estadual Delta do Jacuí para a sua Zona de Amortecimento; sendo área de mineração já operacional com licença emitida pela FEPAM, para a renovação do documento o empreendedor deverá cumprir todas as condicionantes e encaminhar toda documentação solicitada pelo órgão licenciador.

O empreendimento possui a Declaração de Anuência no 120/2012 do Parque e Área de Preservação Ambiental – APA – Estadual Delta do Jacuí, emitida pelo Gestor da Unidade de Conservação, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente. �

O empreendimento possui a Declaração de Anuência no 119/2012 do Parque e Área de Preservação Ambiental – APA – Estadual Delta do Jacuí, emitida pelo Gestor da Unidade de Conservação, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente. � �

GESTÃO AMBIENTAL

Deverá ser mantido em execução o Programa de Gestão Ambiental previsto no PCA. � � �

Deverão ser mantidas em execução as Medidas Mitigadoras e Compensatórias previstas no PCA. � � �

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CONDIÇÕES E RESTRIÇÕES 2007 2008 2010 2012 2013

O projeto de recuperação de áreas degradadas deve ser implantado concomitante à atividade minerária. � � �

Deverá ser fixada, em local de fácil visibilidade, placa para divulgação da presente Licença, conforme modelo disponível no sitio da FEPAM, www.fepam.rs.gov.br. A placa deverá ser mantida durante todo o período de vigência desta Licença. � � � � �

MEIO BIÓTICO

A ancoragem das embarcações utilizadas não poderá prejudicar a vegetação ciliar. � � � � � � � � � � �

Deverá ser dada continuidade ao plantio de mudas nativas junto às margens, com atenção para a manutenção da biodiversidade e da densidade adequada ao trecho alvo do reflorestamento. � � � � � �

Não deverá ocorrer supressão ou nenhuma forma de prejuízo a qualquer espécie de vegetação nativa existente na área licenciada. � � � � �

A operação do empreendimento deverá respeitar as Áreas de Preservação Permanente – APPs – definidas nas legislações federal e estadual vigentes. � � � � �

As margens ao longo dos trechos que há extração mineral deverão ser reflorestadas considerando o disposto em um projeto técnico específico, a ser avaliado e licenciado pelo DEFAP, junto a SEMA, responsável pela gestão da Recuperação de Mata Ciliar. No prazo máximo de 180 dias, a contar da data de emissão desta Licença, juntar a este processo cópia do protocolo de licenciamento ou da licença emitida pelo DEFAP.

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Caso o proprietário da superfície ciliar não autorize a realização do plantio, isso deverá ser declarado formalmente a FEPAM para a adoção das medidas cabíveis. � � �

MEIO FÍSICO

A posição da lança de extração deverá manter o afastamento das margens de 50m a fim de não haver qualquer contribuição direta da mineração à erosão das margens. � � � � � �

A posição da lança de extração deverá manter o afastamento referente às margens, conforme especificado na tabela citada na Licença, a título de faixas de exclusão, a fim de não haver qualquer contribuição direta da mineração à erosão das margens. Demarcar estes distanciamentos através de boias fixas.

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A margem de que tratam as duas condições anteriores são à margem do leito menor do rio, considerada a linha de margem do leito menor como o local onde as características de cordão marginal ocorrer e/ou a linha representada pela mata ciliar ou seu prolongamento onde foi retirada e/ou outras feições geomorfológicas que identifiquem a linha que separa os terrenos ordinariamente enxutos dos ordinariamente cobertos por água.

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A lavra de areia deverá ser mantida com um afastamento de 120m da margem da Ilha das Cabras, no trecho a oeste da coordenada UTM 440.740E.

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Durante o período de vigência desta licença, fica expressamente proibida a atividade de extração mineral entre as margens do rio Jacuí nas áreas com as coordenadas citadas na tabela desta Licença. � � ��

A atividade de mineração deve se restringir a área da respectiva poligonal do DNPM para os processos citados na Licença. � � �

A atividade de mineração deve se restringir aos limites da Poligonal Ambiental Licenciada, respeitando o afastamento de, no mínimo 50m das margens, acrescidos de 10m, em razão das incorreções do GPS. Coordenadas UTM (22J), datum SIRGAS2000, conforme os quadros citados na Licença com as respectivas coordenadas das áreas de cada grupamento.

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A profundidade máxima permitida na extração de areia no trecho de rio de que trata esta Licença é a cota -6m em relação ao nível do mar. � � �

A profundidade máxima permitida na extração de areia no trecho de rio de que trata esta Licença deve obedecer a relação de 1:4, ou seja, 1m de extração na camada de areia para cada 4m de deslocamento na horizontal, contados a partir das linhas de faixa de exclusão. Esta relação é válida tanto para a margem esquerda quanto para a margem direita do rio e para margens de ilhas fluviais. Importante apontar que o valor "quatro" da relação apresentada é medido horizontalmente enquanto o valor "um" da relação é medido verticalmente (profundidade) na camada de areia (jazida), independentemente da posição topográfica do jazimento em relação à altura da lâmina d'água.

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A profundidade de extração é determinada pelo comprimento máximo de 10m da lança com a ponteira já incluída, das dragas de sucção. No caso de dragas de rosário/alcatruzes/caçambas a metragem máxima do eixo com correias deve ser também de 10m. � � �

O limite inferior da atividade de extração de areia será de 1m contado a partir do bed rock, ou seja, de baixo para cima a partir do embasamento da camada de areia (jazida). � � � � �

A lavra deverá ser executada pela extração de sucessivas camadas horizontais regulares no sentido de jusante para montante e do centro para as margens, evitando-se a formação de depressões acentuadas, esburacamentos. � � � � �

O monitoramento ambiental deverá contemplar a manutenção de marcos topográficos de controle implantados. � � � � � �

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CONDIÇÕES E RESTRIÇÕES 2007 2008 2010 2012 2013

Esta licença estará sujeita a alterações em função dos resultados batimétricos e sedimentométricos. � � �

Executar e apresentar à FEPAM, o monitoramento trimestral da área licenciada, ao longo de um ano, da evolução da posição das margens da Ilha das Cabras e superfície do leito através de levantamentos batimétricos em escala 1:2.000 com curvas a cada 0,5m referenciados aos datum vertical Marégrafo de Torres e datum horizontal SAD69, sobre a Projeção Cartográfica UTM.

Após um ano de vigência desta Licença, deverá ser realizado levantamento batimétrico com periodicidade anual em escala não inferior a 1:5.000 com curvas de nível a cada 0,5m georreferenciado ao datum horizontal SAD69 e datum vertical Marégrafo de Torres, conforme Plano Operacional do monitoramento previsto no Levantamento Preliminar das Condições Ambientais em trecho do rio Jacuí.

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Apresentar levantamento batimétrico, anualmente no mês estipulado pela Licença, em escala não inferior a 1:5.000 com curvas de nível a cada 0,5m georeferenciados ao datum horizontal SAD69 e datum vertical Marégrafo de Imbituba, conforme Plano Operacional do monitoramento previsto no Levantamento Preliminar das Condições Ambientais no trecho do rio Jacuí. Apresentar também os arquivos digitais em extrensão ".shp" (Shape File) com tabela de atributos associada (valores de X, Y e Z), com coordenadas em graus decimais (ex. -29,0000°).

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Deverá ser encaminhado, à FEPAM, anualmente no mês estipulado pela Licença Relatório Técnico Ambiental com perfis comparativos que apresentem apenas a profundidade do bed rock, o perfil batimétrico inicial e o perfil batimétrico atual com escala vertical referente ao Marégrafo de Imbituba e escala horizontal referente ao datum SAD69. Deve indicar também o limite de extração de 1m acima do bed rock. Os perfis serão realizados nos mesmos pontos dos perfis já apresentados para este trecho do rio. Este relatório deve ser assinado por um responsável técnico com a respectiva ART.

� � �

Enviar à FEPAM, em um prazo máximo de 60 (sessenta) dias da emissão desta Licença, os arquivos digitais em extensão ".shp" (Shape File) com tabela de atributos associada (valores de X, Y e Z), das curvas de nível da batimetria da superfície da jazida, assim como as curvas referentes a superfície do bed rock (base da jazida). Os arquivos digitais devem estar georeferenciados ao datum horizontal SAD69 e ao datum vertical Marégrafo de Imbituba. As coordenadas deverão apresentar formato em graus decimais (ex. -29,0000°).

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Realizar levantamento batimétrico, com periodicidade semestral, em escala não inferior a 1:2.000 com curvas de nível a cada 0,5m, georreferenciado ao datum horizontal SIRGAS2000 e datum vertical Marégrafo de Imbituba com coordenadas em graus decimais (ex. Lat.-29,00000°; Long.-51,00000°). Os resultados obtidos a partir do levantamento batimétrico devem ser apresentados anualmente a FEPAM, como juntada a este processo.

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Apresentar anualmente a FEPAM, como juntada a este processo, os perfis transversais comparativos do curso d'água contendo a representação das superfícies batimétricas determinadas semestralmente, as delimitações das superfícies do bed rock, bem como as superfícies limítrofes de extração, de 1m acima do bed rock. A escala de apresentação dos perfis deve ser a mesma adotada para o levantamento batimétrico seguindo como georreferência o datum horizontal SIRGAS2000 e datum vertical Marégrafo de Imbituba, com coordenadas em graus decimais (ex. Lat.-29,00000°; Long.-51,00000°). A localização dos perfis deverá ser sempre a mesma para todos os levantamentos.

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Apresentar também os arquivos digitais em extensão ".shp" (Shape File) com tabela de atributos associada (informações planimétricas, altimétricas e demais dados pertinentes), referenciados ao datum horizontal SIRGAS2000 e ao datum vertical Marégrafo de Imbituba com coordenadas em graus decimais (ex. Lat.-29,00000°; Long.-51,00000°). Estes arquivos deverão permitir a consulta e manipulação dos seus dados pelo órgão ambiental para fins de fiscalização, e deverão conter: dados referentes às linhas de margem; dados de batimetria: linhas de aquisição batimétrica (deverão ser sempre as mesmas para todos os levantamentos), pontos cotados, isolinhas/curvas batimétricas e MDT's; localização dos perfis/seções transversais equidistantes em 100m (a localização destes perfis deverá ser sempre a mesma para futuros levantamentos); superfície do bed rock: pontos cotados, curvas de nível e MDT's.

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Legenda: � GM 185 � GM 186 � GM 187 Quadro 5 – Relação completa das condicionantes ambientais em Licenças de Operação da extração de areia no rio Jacuí (Empresa SOMAR – Sociedade Mineradora Ltda.), no período de 2007 a

2013. Fonte: Autoria própria, 2013.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Vera e Humberto, e aos meus irmãos, Márcio e Marcelo, pela

dedicação e pelo carinho.

À Júlia, minha querida sobrinha, à minha cunhada Patrícia e à minha avó

Terezinha pelo apoio, pelas risadas e pelas saborosas comidas.

Ao Felipe, meu amado, pela extrema paciência.

Às amigas Cláudia Fortuna, Fernanda Souza, Jéssica Vargas e Lisiane Oliveira

pelo companheirismo.

Ao colega e amigo Guilherme Grams pela colaboração neste trabalho.

Aos colegas da FEPAM, em especial Jorge Costa, Ricardo Pessoa e Fábio

Noronha, pelo aprendizado ao longo do meu estágio no órgão.

Ao meu orientador Rubens Müller, exemplo de profissional competente.

À SOMAR, pela acolhida e pela colaboração com o projeto de pesquisa.