contexto social nr 7

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Politicas, iniciativas e ações sociais promovidas pelo Poder Público e pelo Terceiro Setor

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Page 1: Contexto social nr 7
Page 2: Contexto social nr 7

Trânsito sem celular. Atenda a esse chamado. Seja você a mudança no trânsito.

SE VOCÊ NÃO PERCEBEU A CRIANÇA AQUI, IMAGINE NO TRÂNSITO.

@paradapelavida

/paradapelavida

paradapelavida.com.br

UM PACTO PELA VIDA

UM PACTO PELA VIDA

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Page 3: Contexto social nr 7

Carta ao leitor

Nossa matéria de capa mostra que o maior programa de distribuição de renda do país completou dez anos com um saldo extremamente positivo. O Bolsa Família retirou 36 milhões de pessoas da extrema pobreza e contribuiu para a redução da desigualdade na última década. Atualmente, o programa atende 13,8 milhões de famílias ou 50 milhões de pessoas em todo o país.

O Brasil ganhou uma nova instituição criada exclusi-vamente para promover a gestão sustentável nas capitais: o CB-27. Inspirado no C-40, grupo formado por prefeitos das maiores cidades do mundo, o CB-27 institucionalizou o in-tercâmbio e a formação de parcerias entre as 27 Secretarias Estaduais de Meio Ambiente.

No Espírito Santo, crianças e adolescentes da comuni-dade de Barra do Riacho estão utilizando a robótica como ferramenta de desenvolvimento do raciocínio lógico para su-perar problemas e desafios. O projeto Robótica Educacional reúne semanalmente alunos de várias escolas municipais em atividades lúdicas e pedagógicas que despertam a capacida-de de criação.

As mulheres que sugeriram a criação, em 2010, de uma oficina de culinária para qualificar as quituteiras da Maré jamais imaginariam que, apenas dois anos depois, seriam agraciadas com o prêmio Objetivos do Milênio. Hoje, o Maré de Sabores é um projeto reconhecido nacionalmente por sua contribuição na melhoria da qualidade de vida de mulheres das 16 comunidades da Maré, no Rio de Janeiro.

Em Aracaju, a terceira edição do projeto Reutilize Alegria foi um sucesso de felicidade. Centenas de crianças carentes de diversas instituições sociais receberam brinquedos arre-cadados de doações da sociedade. O programa aposta na solidariedade e no conceito dos 5Rs ambientais (Repensar, Recusar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar) para estimular dois verbos que toda criança deve saber conjugar: brincar e sorrir.

Essas são apenas algumas matérias da sétima edição da revista Contexto Social. Seja bem-vindo e tenha uma boa leitura.

Diretor:Paulo Pedersolli

Editor Chefe:Maurício Cardoso - 1314/[email protected]

Chefe de Reportagem:Jair Cardoso [email protected]

Serviços Editoriais:Luana Gonçalves de Araújo

Projeto Gráfico e Diagramação:Cláudia Capella

Webdesign:Luiz Augusto Garcia

Redes Sociais:Adriano Freire

Publicidade:Juliana Orem

Revisão:Denise Goulart

Agências de Notícias:Brasil, Sebrae, USP, RTS, PORVIR

Contexto Social Editora Ltda.

Endereço:SHIN CA 9 Lt. 2 Bl. B Sala 15Lago Norte/DF - 71503-509

Telefones:(61) 8455-6760 / 8479-0846 / 9115-0273

Matérias e sugestões de pauta:[email protected]@gmail.com

Site:www.revistacontextosocial.com.br

Tiragem: 25.000 exemplares

Periodicidade: mensal

Exp

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www.facebook.com/contextosocialwww.twitter.com/contextosocial

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ONG fiscalizaações do governo

JorgeGerdau:

Ÿ Sem educação o Brasil jamaisserá verdadeiramente livre

Ÿ A realidade mundial exige a integração empresarial-acadêmica

Cultura de paznas escolas

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Gol de Letrado craque Raí

Guardiões do Mar mobilizacooperativas de reciclagem

Autistas interagem comtecnologia touch

CNA e Sebrae unidosno semiárido

Ediçõesanteriores

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Jovem amigo da criança

Uma boa ideia pode mudara vida de muitas crianças

Outubro Rosamobiliza o mundo

Cidadania comreflorestamento

As batidas deum coração

CAPA10 anos do Programa Bolsa Família 5

ENTREVISTAPrograma veio para ficar 8

POLÍTICASMulher, Viver sem Violência 10ProJovem para a população carcerária 11Novembro azul mobiliza o Brasil 12Ligeiramente gráfica 13

TERCEIRO SETORTransformando escolas 14Plataforma para ampliar o letramento 16Mata Atlântica em jogo educativo 17

GESTÃOReutilize Alegria, brinque e sorria 18

CIDADANIALivre locomoção de pessoas com deficiência 1925 anos de atuação social 20

MOBILIDADEEducação e cidadania no trânsito 22

EMPREENDEDORISMOUm pouco de arte popular 24

NEGÓCIOReciclagem de vidro é um bom negócio 25

AÇÃO SOCIALMaré de Sabores com tempero social 26

CERTIFICAÇÃOCatavida é certificado pela FBB 28

SUSTENTABILIDADECapitais unidas no CB-27 29

COOPERATIVISMOAntigo sonho das artesãs da floresta 31

TECNOLOGIAItaipu vai abrigar centro de tecnologias sociais 32

EDUCAÇÃORobótica estimula desempenho escolar 33

INOVAÇÃOCasa orgânica 34

MOBILIZAÇÃORede social para problemas urbanos 35

CULTURA“Residência dos Artistas” produzirá obras inéditas 36

ARTIGOCultura de doação 37

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2013

Ela comanda apolítica nacionalcontra a pobreza

A força das mulheresnos programas sociaisda Sudeco

Rota da Liberdade,turismo cominclusão social

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5

Capa

Bolsa FamíliaO maior programa de distribuição de renda do

país completou dez anos com um saldo extremamen-te positivo. Com investimento anual de R$ 24 bilhões – este ano, a previsão é de R$ 24,9 bilhões –, o Bol-sa Família retirou 36 milhões de pessoas da extrema pobreza e contribuiu para a redução da desigualdade na última década. Atualmente, o programa atende 13,8 milhões de famílias ou 50 milhões de pessoas em todo o país.

Para a presidenta Dilma Rousseff, mais do que um programa social, o Bolsa Família é uma tecno-logia social de distribuição de renda e de combate à desigualdade, que transfere ao cidadão o poder de decisão e direito de escolha sobre o que é melhor para si e para a sua família. “O Bolsa Família não é esmola, nem caridade”, enfatizou.

Ela ressaltou que o pagamento direto aos be-neficiários deu poder de compra à população mais

10 anos do Programa

Edu

Lop

es/S

ecom

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Cap

a

pobre e permitiu o rompimento com programas assistencialistas e eleitoreiros: “É um programa emancipador porque, ao invés de fortalecer o poder do Estado, fortalece o cidadão”.

Engenharia política

Responsável pelo geren-ciamento da política social do governo, a ministra do Desen-volvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, destaca que o Bolsa Família é fruto de uma decisão política de destinar recursos aos mais pobres e chegar aos que mais precisam. “Hoje, temos evidên-cias de que a engenharia política para chegar ao maior programa de transferência do mundo e a preferência às mulheres como ti-tulares do cartão foram decisões acertadas”.

O sucesso do Bolsa Famí-lia é comprovado cientificamente. Segundo a professora e pesqui-sadora da Universidade de São Paulo (USP), Amélia Conh, todos os dados confirmam que o Bolsa Família é um programa barato, de altíssima cobertura e com re-sultados efetivos. “A transferência de renda não está combatendo apenas a pobreza imediata, mas conferindo mais autonomia aos seus titulares e promovendo a ci-dadania a milhões de brasileiros”.

Estudo publicado na re-vista científica The Lancet afirma que o Bolsa Família contribuiu para reduzir a mortalidade infantil das crianças até 5 anos em 19,4%, entre 2004 e 2009. O mesmo es-tudo aponta que, nas doenças ligadas diretamente à pobreza, a queda da mortalidade infantil foi mais acentuada: 46,3% nos casos de diarreia e 58,2% por desnutri-

“A engenharia política para chegar ao maior programa de transferência do mundo e a preferência às mulheres como titulares do cartão foram decisões acertadas”

Tereza Campello,ministra do Desenvolvimento Social

e Combate à Fome

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Capa

ção nos municípios com alta co-bertura do programa

Milhões de motivos

Para a ministra Tereza Campello, o Brasil tem 50 mi-lhões de motivos para comemorar os 10 anos do Bolsa Família. Ela ressaltou que além do impacto na renda, na saúde e na educação dos beneficiários, o programa be-neficia também a indústria, o co-mércio e o mercado de trabalho e afeta todos os brasileiros. “Hoje, é difícil encontrar um brasileiro que não seja afetado direta ou indire-tamente pelo programa”.

Tereza Campello rechaçou todos os mitos que rondaram o programa nesses últimos 10 anos e disse que o momento atual é uma oportunidade para fazer um balanço dos resultados, divulgar os êxitos e aprimorar ainda mais o Bolsa Família.

“Temos dados, estatísticas, evidências científicas robustas, nacionais e internacionais, que sepultam os mitos, os preconcei-tos e comprovam os efeitos do Programa Bolsa Família na vida dos mais pobres”.

Sem Miséria

Ela também destacou os resultados alcançados a partir do

Plano Brasil Sem Miséria, que desde 2011 estabeleceu a meta de garantir uma renda de pelo menos R$ 70 mensais por pessoa para todas as famílias incluídas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e no Bolsa Família.

Segundo a ministra, o valor total das transferências do Bolsa Família teve aumento real de 55% entre 2010 e 2013 e o benefício entre os mais pobres cresceu 102%. Ela ressaltou que o Bolsa Família retirou 36 milhões de pessoas da extre-ma pobreza do ponto de vista da renda – destas, 22 milhões saíram com o apoio do Plano Brasil Sem Miséria.

Ela reiterou que cada real investido no Bolsa Família refle-te positivamente na melhoria do Brasil como um todo. “São 0,46% do PIB que se traduzem em polí-ticas para superar a pobreza e em uma porta de futuro para as nos-sas crianças’’.

Estudo do Instituto de Pes-quisa Econômica Aplicada (Ipea), lançado em outubro, aponta que cada R$ 1 investido no progra-ma estimula o crescimento de R$ 1,78 no Produto Interno Bruto (PIB). “É bom para o comércio, é bom para a indústria, é bom para gerar emprego, ou seja, é bom para o Brasil”.

“A transferência

de renda

não está

combatendo

apenas a

pobreza

imediata, mas

conferindo mais

autonomia aos

seus titulares e

promovendo

a cidadania

a milhões de

brasileiros”

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Ent

revi

sta

Qual a importância do Cadastro Único na con-dução dos projetos sociais no Brasil? Todo mundo que está no Cadastro Único pode fazer parte do Programa Bolsa Família?

O Cadastro se tornou a porta de entrada da po-lítica social brasileira. E isso foi possível porque o Ca-dastro teve um grande programa patrocinador, o Bolsa Família. Foi graças ao Bolsa que o Cadastro se expan-diu e alcança a grande maioria das famílias de baixa renda do Brasil. Hoje, quase 20 programas sociais usam os dados do Cadastro Único. O público do Cadastro é mais amplo que o do Bolsa. Famílias com renda de meio salário mínimo por pessoa podem se cadastrar. O Bolsa tem uma linha de elegibilidade menor, de 140 reais por pessoa.

O Bolsa Família já é uma referência mundial para o combate à miséria. Atingir essa condição em apenas dez anos foi uma surpresa?

O Bolsa Família acaba de receber prêmio de De-sempenho Extraordinário em Seguridade Social, da As-sociação Internacional de Seguridade Social. O prêmio foi entregue no dia 11 de novembro, no encontro da As-sociação, que acontece a cada três anos. Foi aplaudido por mais de 120 países que compareceram ao encontro.

Esse prêmio coroa a trajetória de 10 anos do Programa. O Bolsa Família também é muito bem ava-liado por instituições como o Banco Mundial, a OIT e a Cepal. De certa forma, é surpreendente. São apenas 10 anos. É o resultado de um desenho bem elaborado, do trabalho duro de uma equipe muito dedicada e do apoio político incondicional dado pelo governo ao lon-go dessa curta trajetória. Apesar disso, ninguém vai ficar de salto alto. Precisamos continuar trabalhando muito para continuar aperfeiçoando o Programa.

No início, os críticos diziam que o Bolsa Família iria estimular a preguiça e perpetuar a miséria no país. Mas, nesses 10 anos de atividade, o Programa já retirou mais de 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza. Podemos afirmar que o governo acertou a mão?

O Bolsa Família representou um avanço no siste-ma de proteção social brasileiro. Pela primeira vez, um programa foi desenhado para alcançar famílias jovens, em idade de trabalhar, com forte viés na direção das

Programaveio para ficar

Luis Henrique Paiva trabalha na Secretaria Nacional de Renda de Cidadania, do Ministé-rio do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, desde 2010. Em 2011, foi nomeado se-cretário adjunto e, em 16 de janeiro de 2012, assumiu o cargo de secretário nacional. Membro da carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, Paiva é formado em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde realizou o doutorado em Sociologia e Política. Ele cursou o mestrado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), também em Sociologia, e na Universidade de Southampton (Inglaterra), em Políticas Sociais. Antes do MDS, Paiva atuou no Ministério do Trabalho e Emprego, na Previdência Social e na Casa Civil.

Em entrevista exclusiva à revista Contexto Social, Luis Henrique Paiva fala sobre o sucesso do programa Bolsa Família.

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Entrevista

crianças. Programas desse tipo existem nos países com estado de bem-estar social desenvolvidos, mas, no iní-cio deste século, ainda eram uma novidade na América Latina. É natural que houvesse certa resistência. Alguns diziam que os beneficiários deixariam de trabalhar. Ou-tros diziam que as beneficiárias teriam mais filhos, para receber um valor de benefício um pouco maior. Depois de 10 anos, acabou o tempo do achismo. Inúmeras pes-quisas já demonstraram que não existe efeito-preguiça e que o programa não aumentou a natalidade. Insistir com argumentos desse tipo ou é desinformação ou má-fé.

Qual o impacto do Bolsa Família nas áreas de educação e saúde?

Na educação, o programa reduz a taxa de aban-dono e corrige a trajetória escolar das crianças benefi-ciárias. São crianças pobres, que estudam em escolas com pior infraestrutura. Elas começam abandonando menos, mas as carências fazem com que seu desempe-nho seja um pouco pior nos anos iniciais do ensino fun-damental. Com o tempo, os beneficiários vão virando o jogo. No ensino médio, o abandono continua menor, mas o desempenho já é bem melhor que a média do ensino público. No Nordeste, o desempenho dos alunos do Bolsa já é melhor desde os anos finais do ensino fundamental.

Na saúde, o dado mais surpreendente é o da re-dução da mortalidade infantil. Nos municípios com alta cobertura do Programa, a taxa de mortalidade infantil é 17% menor dos que nos municípios com baixa co-bertura. Essa redução ocorre especialmente em causas como a diarreia e a subnutrição, nas quais a redução supera os 50%.

Qual a participação do Plano Brasil Sem Miséria no ampliação do Programa Bolsa Família?

Foi fundamental. Superar a extrema pobreza é uma meta que exige programas que tenham escala e boa focalização. É o caso do Bolsa Família. Nos últimos anos, o orçamento do Programa aumentou mais de R$ 9 bilhões, é dois terços maior do que antes do Plano. O

Brasil sem Miséria também foi muito importante para o Cadastro Único. O Cadastro é a porta de entrada para o Plano e tem importância central.

A Secretaria Nacional de Renda de Cidadania, do MDS, é a responsável pela gestão do Bolsa Família no âmbito federal, mas o Programa é um arranjo inter-federativo. Como isso funciona?

O Bolsa Família tem um desenho interfederativo e intersetorial. Ele funciona graças à articulação entre o Governo Federal, os estados e os municípios, e tam-bém graças à aproximação entre as áreas de assistência social, educação e saúde, para o acompanhamento de condicionalidades. Os municípios e os estados são nos-sos braços e nossa alma. Os gestores municipais que conheço são todos muito dedicados e envolvidos. Os coordenadores estaduais, com quem temos contato fre-quente, também têm um compromisso enorme com o programa e o Cadastro Único.

As responsabilidades são bem definidas. Mu-nicípios fazem as atividades de cadastramento e de acompanhamento de condicionalidades. Estados acompanham seus municípios e oferecem capacitação. O Governo Federal regulamenta, repassa os recursos diretamente aos beneficiários, acompanha as gestões e transfere recursos para os municípios e estados, basea-dos em um índice de gestão, chamado Índice de Gestão Descentralizada, o IGD. O arranjo é complexo, mas já foi internalizado.

Quais os desafios para o futuro do Bolsa Família?O Programa já está se consolidando como um

dos pilares da proteção social brasileira. Como eu já dis-se, os sistemas de proteção social mais desenvolvidos sempre têm programas voltados para famílias jovens, com especial atenção às crianças. Não são exatamente um Bolsa Família, o que foi feito aqui tem um aspecto inovador. Mas existem e estão consolidados. O Bolsa certamente evoluirá, mas aqueles que imaginam que esse degrau da proteção social é temporário estão en-ganados. Ao contrário, ele veio para ficar.

À Senarc, que integra a estrutura do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), compete coordenar, implementar, acompanhar e controlar os programas e projetos relativos à Política Nacional de Renda de Cida-dania, em conjunto com os estados, o Distrito Federal e os municípios.

A ela cabe a gestão do Programa Bolsa Família (PBF) e do Cadastro Único em âmbito federal, o que implica, entre outras atribuições: acompanhar o trabalho do agente operador do PBF e do Cadastro Único, que é a Caixa Econômica Federal; promover a articulação entre as políticas e os programas dos governos federal, estaduais, distrital e municipais e as ações da sociedade civil ligadas à política de renda de cidadania; monitorar e verificar a geração da folha de pagamentos, assim como o próprio pagamento dos benefícios; e acompanhar o trabalho dos estados, do DF e dos municípios, auxilian-do na capacitação de pessoal nessas esferas.

A Senarc também é quem propõe, ao MDS, inovações e aperfeiçoamentos na regulamentação do Programa Bolsa Família e do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.

Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc)

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Pol

ítica

s

Viver sem ViolênciaMulher,

A Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) retomou a agenda de adesões ao progra-ma ‘Mulher, Viver sem Violência’ na região Nordeste. Alagoas e Rio Grande do Norte foram incorpo-rados ao programa, que agora passa a contar com 14 estados.

Inserido no Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, o programa tem como metas a construção de uma Casa da Mulher Brasileira em cada capital do país; a orga-nização dos serviços na saúde e na coleta de vestígios de crimes sexuais; a criação de seis centros de atendimento em fronteiras secas para enfrentar o tráfico de mulheres; além de campanhas continuadas de comunicação para prevenção da violência e a doação de unidades móveis para o acolhimento de mulheres rurais.

Com a adesão ao progra-ma, os dois novos integrantes

Serviços

públicos

para reforçar

acesso à Lei

Maria da Penha

receberam unidades móveis para acolhimento às mulheres em situ-ação de violência no campo. Os veículos percorrerão as áreas ru-rais, levando direitos e facilitando o acesso das mulheres à Lei Maria da Penha.

Ônibus equipado

Cada unidade móvel custa R$ 550 mil e é doada diretamente ao governo do estado, responsá-vel pela gestão dos serviços.

Com instalações para a acessibilidade de pessoas com deficiência, os ônibus são equi-

pados com duas salas de atendi-mento, netbooks com roteador e pontos de internet, impressoras multifuncionais (para digitali-zação de documentos e fotocó-pias), geradores de energia, ar condicionado, projetor externo para telão, toldo, 50 cadeiras, copa e banheiro.

Os 14 estados envolvidos com o programa são: Alagoas, Amazonas, Bahia, Distrito Fede-ral, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Roraima, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.

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Políticas

Cerca de 1.800 presos já estão frequentando as aulas do ProJovem Urbano Prisional nos estados do Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná e Rio Grande do Norte.

O programa é fruto de parceria entre os ministérios da Justiça e da Educação e tem o objetivo de melhorar a escolari-dade e incentivar a participação social de jovens privados de li-berdade, com ênfase na popula-ção carcerária feminina.

Todos os participantes estão enquadrados dentro dos quatro requisitos básicos do Pro-Jovem Prisional: ter idade entre 18 e 29 anos, possuir carteira de identidade e CPF, saber ler e es-crever – mas não ter concluído o ensino fundamental – e ter sido condenado a prisão em regime fechado.

Além da chance de con-cluir o ensino fundamental, o programa dá aos jovens opor-tunidades de inclusão digital, de qualificação profissional inicial e experiências de participação so-cial e cidadania.

Os cursos têm duração de 18 meses, com 1.200 horas-au-las, e o material didático é for-necido pelo próprio programa. Os presos que participam têm remissão de um dia de pena a cada 12 horas de atividade edu-cacional.

Novo momento

A proposta de levar o Pro-Jovem para dentro dos presídios é preparar o reeducando para o

ProJovempara a população carcerária

momento do reingresso à socie-dade. Segundo a coordenado-ra de educação do Instituto de Administração Penitenciária do Acre, Helena Guedes, o proje-to pode abrir novas portas aos apenados. “O certificado do En-sino Fundamental e de qualifica-ção profissional possibilita a eles uma inserção na sociedade e no mercado de trabalho”.

Para a Promotora de Jus-tiça de Execução Penal do Minis-tério Público do Estado do Acre (MPAC), Laura Cristina Miranda Braz, independentemente dos erros que os detentos tenham cometido no passado, esse é um novo momento, com novas oportunidades de escolha.

“A partir do momento que eles se qualificam, até as oportunidades de emprego me-lhoram, porque é possível con-seguir propostas melhores, de acordo com a graduação”, res-salta a promotora.

Além da chance

de concluir

o ensino

fundamental,

o programa

oferece

aos jovens

oportunidades

de qualificação

profissional

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Pol

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Novembro azul

Depois do Outubro Rosa, que mobilizou a população fe-minina sobre a importância do diagnóstico precoce do cân-cer de mama, agora chegou a vez do Novembro Azul, criado para alertar os homens sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata.

Promovido pela Socieda-de Brasileira de Urologia (SBU) em parceria com o Instituto Lado a Lado pela Vida, o movi-mento vai iluminar pontos turís-ticos em várias cidades do país e distribuir panfletos explicativos sobre a necessidade da realiza-ção dos exames preventivos.

O câncer de próstata é considerado uma doença da terceira idade, porque cerca de três quartos dos casos no mun-do surgem a partir dos 65 anos. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) informam que no ano passado foram identifica-dos mais de 60 mil novos casos da doença no Brasil.

Exames

A próstata é uma glân-dula presente nos homens, lo-

calizada abaixo da bexiga e à frente do reto. O câncer pode ser descoberto inicialmente no exame clínico de toque re-tal combinado com o resulta-do de um exame de sangue. Segundo a SBU, quando des-coberto no início, 90% dos ca-sos são curáveis.

Na fase inicial, o cân-cer da próstata não costuma apresentar sintomas. Quando surgem, são parecidos com os do crescimento benigno da próstata: dificuldade de urinar e necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou a noi-te. Na fase avançada, a doen-ça pode provocar dor nos os-sos, problemas para urinar e, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.

O tratamento vai de-pender do estágio da doença, e pode ser feito com cirurgia, radioterapia, tratamento hor-monal e, algumas vezes, ape-nas observação médica.

Além da iluminação azul em pontos turísticos e a distribuição de panfletos, a SBU vai entregar uma lista de

sugestões aos parlamentares, entre elas a criação de centros de Referência em Saúde do Homem, para melhorar seu acesso ao SUS, assim como acontece com as mulheres.

mobiliza o Brasil

Fabi

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Pol

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s

O Novembro

Azul foi criado

para alertar os

homens sobre

a importância

do diagnóstico

precoce do

câncer de

próstata

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13

Políticas

Ligeiramentegrávida

Nos últimos 12 anos, os casos de gravidez em jovens com menos de 20 anos diminuíram consideravelmente em todo o Brasil. No início da década, cer-ca de 750 mil adolescentes foram mães no país; em 2012 foram 536 mil, uma queda de quase 30%.

Para o Ministério da Saú-de, grande parte deve-se ao su-cesso dos programas públicos de prevenção e cuidado da gravidez na adolescência, como o Rede Cegonha, lançado em 2011, e o Saúde na Escola, que funciona desde 2007 em parceria com o Ministério da Educação.

“A partir do Rede Cegonha, o Ministério da Saúde estabeleceu

uma estratégia de cuidado às mu-lheres e atenção às adolescentes e jovens, conciliando a melhoria nos serviços de atenção básica com informações e orientações que os jovens recebem nas es-colas”, ressalta a coordenadora da Saúde do Adolescente e do Jovem do Ministério da Saúde, Thereza de Lamare.

Estratégias

Segundo o relatório anual Situação da População Mundial do Fundo de População, das Na-ções Unidas (Unfpa), organismo da Organização das Nações Uni-das (ONU), a maior parte das gra-

videzes precoces ocorre entre po-pulações vulneráveis. A estratégia do ministério é atuar também com populações isoladas, como quilombolas, indígenas e de ruas.

Outra ação da pasta é faci-litar e ampliar o acesso a métodos contraceptivos na rede pública e nas drogarias conveniadas do programa Aqui Tem Farmácia Po-pular. Atualmente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), as mulhe-res em idade fértil podem escolher métodos contraceptivos como: preservativos, anticoncepcional in-jetável mensal e trimestral, minipí-lula, pílula combinada, diafragma e dispositivo intrauterino (DIU).

O programa Saúde na Es-cola está presente em 85% dos municípios e a Rede Cegonha atende à quase totalidade do país. Nos últimos cinco anos, o SUS distribuiu, em média, 500 milhões de unidades de preserva-tivos masculinos.

A partir do Rede Cegonha, foi estabelecida estratégia de

cuidado às mulheres e atenção às

adolescentes e jovens

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Terc

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Set

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Desde 2009, o programa Amigos do Planeta na Escola está na estrada trabalhando em colégios públicos de pequenas ci-dades brasileiras com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Hu-mano). No total, 19 municípios e 256 escolas já receberam os pro-jetos inovadores nas áreas de lei-tura, saúde, meio ambiente, artes e comunicação.

Uma das principais pro-postas do programa Amigos do Planeta na Escola é trazer a po-pulação para a escola, tornando o ambiente escolar uma extensão da vida das pessoas. “Antes, nos-sas escolas não eram tão frequen-tadas. Após a visita do programa social, nossos alunos têm se des-tacado e estão cada vez mais mo-tivados, inclusive os educadores”, afirma Rosilene Nunes, secretária de Educação da cidade paraibana de Cabaceiras, conhecida como a ‘Roliúde Nordestina’ por ter sido cenário de filmes como “O Auto da Compadecida”, entre outros.

O reflexo das ações sociais já são sentidos nas comunidades e estão sendo reconhecidos pelo poder público de muitos muni-cípios. O escovódromo, espaço utilizado na escola para a higie-ne bucal dos estudantes, virou

Transformando

escolas

Terc

eiro

Set

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Terceiro Setor

“Nosso maior sucesso é mostrar aos brasileiros que a transformação existe”

exigência nas escolas públicas de Natal (RN). O “30 Minutos pela Leitura”, mobilização para fo-mento do prazer em ler, já virou lei em cidades como Iraquara e Irecê, localizadas na Bahia.

Outros municípios bene-ficiados também se destacaram com o aumento de visitas às bi-bliotecas implementadas pelo programa, melhorando a escrita e interpretação dos alunos, além do interesse desses estudantes em frequentar a escola a partir de no-vos estímulos.

autonomia conquistada pelos municípios”, comemora Luis Salvatore, presidente do Instituto Brasil Solidário, organização sem fins lucrativos fundada em 2000 pelos irmãos Luis e Ana Elisa Salvatore.

Nos últimos doze anos, estima-se que o IBS beneficiou quase 4 milhões de pessoas com a realização de expedições, visitas operacionais, cursos de capaci-tação e doações de livros e kits escolares. Suas ações atenderam diretamente 488 escolas em 149 municípios.

Transformação

O programa também in-veste no empreendedorismo local. Em 2011, ao conhecer a história de algumas mulheres da comunidade de Quixaba, na Bahia, interessadas em abrir uma associação para comercializar seus doces caseiros, o programa incentivou a cooperativa ajudan-do a fornecer uma cozinha indus-trial e elaborando todo o projeto gráfico das embalagens dos qui-tutes. Atualmente, a “Casa de Biscoitos de Quixaba” gera renda para diversas famílias da região.

Mais uma etapa do progra-ma já começou a ser mapeada, e deve abranger, nesta terceira edi-ção, cidades dos estados de To-cantins, Pará, Maranhão e Bahia.

“Acredito que nosso maior sucesso é mostrar aos brasileiros que a transformação existe. Da-mos novas ferramentas de ensi-no nas escolas e hoje vemos a

“Damos novas ferramentas de ensino nas escolas e hoje vemos a autonomia conquistada pelos municípios”

Page 16: Contexto social nr 7

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Terc

eiro

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A Plataforma do Letramento é voltada para a formação dos

profissionais que trabalham diretamente

com as crianças, adolescentes e jovens

Os resultados da última edição do Inaf (In-dicador de Alfabetismo Funcional) revelam que a escola vem falhando no cumprimento de uma de suas funções, que é garantir o pleno acesso à cul-tura letrada. Apenas um terço (35%) dos brasilei-ros com Ensino Médio completo podem ser con-siderados plenamente alfabetizados, isto é, são capazes de ler e interpretar textos longos e realizar operações matemáticas de maior complexidade.

Diante desta realidade, a Fundação Volkswagen e o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) criaram uma Plataforma do Letramento voltada para a formação dos profissionais que trabalham diariamente com nossas crianças, adolescentes e jovens.

letramentoPlataforma para ampliar o

A plataforma é um ambiente virtual de aprendizagem que reúne materiais, como entre-vistas e artigos produzidos por especialistas da área, publicações de educação, indicações de lei-turas e vídeos, infográficos multimídia, bem como recursos didáticos e ações de formação on-line, como oficinas que podem ser usadas sozinhas ou inseridas nos planos de aula, fóruns de discussão e oficinas on-line.

Compartilhar

A plataforma recém-lançada é fruto de mais de uma década de parceria entre as duas insti-tuições. “Tínhamos como dever disseminar todo esse conhecimento acumulado nesses 10 anos, compartilhando tudo o que aprendemos ao capa-citar os mais de 12 mil educadores, nos 312 mu-nicípios brasileiros com os quais desenvolvemos nossos projetos”, ressaltou o diretor superinten-dente da Fundação Volkswagen, Eduardo Barros.

A presidente do Conselho do Cenpec, Ma-ria Alice Setubal, explica que a plataforma visa ampliar o letramento da população brasileira e fortalecer o papel do professor no processo edu-cativo”. É um ambiente virtual, democrático, co-laborativo, com conteúdos de acesso livre, com o objetivo de apoiar políticas, projetos e práticas relacionadas à ampliação do letramento da popu-lação brasileira”.

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Terceiro Setor

A cada foto tirada, o jo-gador receberá de uma a três estrelas, de acordo com a qua-lidade da imagem capturada. Quando clicar na espécie en-contrada, abrirá uma janela – no próprio game – com in-formações como nomes cientí-fico e popular, biologia, habitat, além de curiosidades desses animais e plantas.

O jogo é composto por duas fases: uma que simula o dia, com espécies de hábi-tos diurnos, e outra noturna, com espécies visualizadas du-rante a noite. O ‘Descubra a Mata Atlântica’ espera que, conhecendo as espécies e en-tendendo sua importância na biodiversidade, os jogadores sejam estimulados a respeitar, conservar e valorizar o meio ambiente.

Qualquer pessoa pode conhecer a Mata Atlântica de forma interativa e divertida com o game ‘Descubra a Mata Atlân-tica’, disponível na fan page da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

Criado para estimular a conscientização ambiental e am-pliar os conhecimentos da socie-dade a respeito de espécies que habitam o bioma mais ameaça-do do país, o jogo aproxima os usuários da rede social Facebook do bioma no qual vivem mais de 115 milhões de brasileiros, cerca de 60% da população nacional.

Com linguagem simples e acessível, o jogo pode ser utili-zado tanto por profissionais da área ambiental – que podem aprender ainda mais sobre es-pécies nativas da Mata Atlânti-ca – quanto por jogadores com pouco ou nenhum contato com temas ambientais. O game tam-bém pode ser utilizado como ferramenta de aprendizado por educadores e pais.

Fotografando

A missão no “Descubra a Mata Atlântica” é fotografar os animais e plantas, por meio de uma minicâmera que o jogador opera, e depois preencher um álbum virtual. A tarefa não é di-fícil, mas é preciso ter atenção e ficar atento a algumas carac-terísticas dos animais. Como as espécies da fauna, por exemplo, emitem som, o jogador poderá ser guiado por esses ruídos para tentar encontrá-las e registrá-las em boa qualidade.

em jogo educativoMata Atlântica

O jogo foi criado para estimular a

conscientização ambiental e ampliar os

conhecimentos da sociedade a respeito das espécies que

habitam o bioma

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brinque e sorriaReutilize Alegria,

A terceira edição do pro-jeto Reutilize Alegria foi um su-cesso de felicidade. Centenas de crianças carentes de diversas ins-tituições sociais de Aracaju, em Sergipe, receberam brinquedos arrecadados de doações da socie-dade.

Idealizado pela Secreta-ria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Sema-rh), o Reutilize Alegria aposta na solidariedade e no conceito dos 5Rs ambientais (Repensar, Recu-sar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar) para estimular dois verbos que toda criança deve saber conjugar: brincar e sorrir.

A fantasia de

um brinquedo

permite que

as crianças

experimentem

novos

sentimentos

“O projeto possibilita uma reflexão para os sergipanos em função das mudanças de posturas frente à reutilização de materiais, tendo como destaque a valori-zação da concessão coletiva e o sentimento de solidariedade com as gerações presentes”, enfatiza a coordenadora do projeto, Tânia Ribeiro.

Pura alegria

Os brinquedos ajudam a desenvolver elementos funda-mentais na formação do caráter das crianças. A fantasia de um brinquedo permite que elas ex-perimentem novos sentimentos e pratiquem melhor suas habilida-des emocionais e sociais.

Outro benefício que um brinquedo pode causar na vida de uma criança é que ela pode colocar em prática todo o con-teúdo escolar, já que estes ele-mentos educativos funcionam como uma verdadeira ponte en-tre aquilo que é ignorado para o que é conhecido.

Como exemplo de brin-quedo educativo, a educadora Elaine Barros citou a tartaruga com elementos geométricos e co-loridos recebido pela aluna Maria Laisa, de apenas 6 anos, que, além de brincar com o novo pre-sente, poderá aprender matemá-tica e identificar as cores de uma forma lúdica e divertida.

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Cidadania

O Estado tem obrigação de garantir às pessoas

com deficiência o direito de acesso a locais

públicos

de pessoas com deficiênciaUma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) abriu precedente para que o direito à acessibilidade seja garantido em todos os prédios públicos. A Supre-ma Corte do Brasil determinou que o governo paulis-ta faça adaptações estruturais na Escola Pública Pro-fessor Vicente Teodoro de Souza, em Ribeirão Preto, para que alunos com deficiência possam frequentar as aulas.

No recurso, o Ministério Público Estadual (MP) constatou que alunos cadeirantes não conseguem chegar às salas de aula, localizadas no piso superior da escola, porque o acesso é feito somente por esca-da. Além disso, a unidade tem barreiras nas entra-das e na quadra de esportes, e os banheiros não são adaptados.

No entendimento do MP, o Estado tem obriga-ção de garantir às pessoas com deficiência o direito de acesso a locais públicos. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que negou o primeiro pedido de adequação da escola, havia entendido que o Judiciá-rio não tem poderes para obrigar o Executivo a fazer as obras.

Igualdade e cidadania

Os ministros da Primeira Turma do STF acom-panharam o voto do ministro Marco Aurélio Mello, de que o Estado é obrigado a adequar edifícios e áreas

Livre locomoção

públicas para permitir a livre locomoção de pessoas com deficiência.

“Obstaculizar-lhes a entrada em hospitais, es-colas, bibliotecas, museus, estádios, em suma, edifí-cios de uso público e áreas destinadas ao uso comum do povo, implica tratá-los como cidadãos de segunda classe, ferindo de morte o direito à igualdade e à ci-dadania”, consignou em seu voto.

O ministro frisou que, embora o caso se refira a uma única escola, é uma forte sinalização do Su-premo quanto à necessidade de se observar os direi-tos fundamentais. “Diz respeito a apenas uma escola, mas a decisão vai se irradiar alcançando inúmeros prédios públicos”, afirmou.

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Ges

tão

ção e capacitação de gestores e artistas. O projeto ‘Acordes’, por exemplo, contempla o ensino de música erudita como instrumen-to de desenvolvimento cultural e melhoria do desempenho es-colar, por meio de ganhos de percepção, atenção e concentra-ção. As atividades incluem aulas semanais de flauta e violino.

Seus projetos de mobi-lização envolvem toda a socie-dade, em especial as famílias, para que acompanhem a vida escolar das crianças, ajudando a mantê-las na escola, melhoran-do o aprendizado e diminuindo as taxas de repetência e evasão escolar.

O ‘Ver e Viver’ realiza triagem, consulta, diagnóstico e tratamento de problemas de acuidade visual – inclusive com a doação de óculos –, favore-cendo o aprendizado, desempe-nho e permanência dos alunos

de atuação social25 anos

A Fundação ArcelorMittal Bra-sil comemora 25 anos de atua-ção social em mais de 40 mu-nicípios de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina e Espírito Santo. Uma trajetória focada na forma-ção das novas gerações e que já beneficiou mais de 7 milhões de pessoas.

Seu lema é formar crian-ças e adolescentes para que se tornem cidadãos mais conscien-tes, produtivos e participantes. Para tanto, a Fundação mantém 16 projetos nas áreas de edu-cação, cultura, saúde, esporte, meio ambiente e promoção so-cial, desenvolvidos com recur-sos próprios e em parceria com as comunidades, poder público e terceiro setor.

Nos primeiros dez anos, a Fundação atuou exclusivamen-te na área cultural. Em 1999, a educação se tornou seu foco

prioritário, a partir da criação de projetos próprios voltados para crianças e adolescentes de 7 a 14 anos. Posteriormente, incor-porou os temas ambientais liga-dos à sustentabilidade.

A parceria com o poder público ajuda a identificar de-mandas específicas para a im-plementação de iniciativas ca-pazes de gerar benefícios reais para as comunidades. Somente no ano passado, a instituição in-vestiu mais de R$ 7 milhões em iniciativas sociais nas comunida-des, preservando as identidades locais e respeitando a realidade de cada um dos 43 municípios atendidos.

Diversidade

Na área cultural, a Fun-dação aplica recursos próprios e incentivos fiscais de fomento à cultura em projetos de forma-

Cid

adan

ia

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Cidadania

na escola. O ‘Ouvir bem para aprender melhor’ segue a mes-ma estratégia para o tratamento de problemas de acuidade audi-tiva.

Na área educacional, o ‘Educar na Diversidade’ propõe uma transformação nas práti-

cas pedagógicas das escolas e a inclusão de alunos portadores de deficiência mental, por meio da capacitação continuada dos educadores. O ‘Programa Ensi-no de Qualidade’ auxilia as es-colas públicas a aperfeiçoarem seus processos de gestão para

Cidadania

que proporcionem um ensino mais eficiente.

O ‘Cidades da Solda’ pro-move a capacitação de jovens carentes, desempregados e em situação de risco social para tra-balharem como soldadores, vi-sando sua inserção no mercado de trabalho, e o ‘Pró-voluntário’ estimula e cria condições para que os empregados e seus fami-liares realizem trabalho voluntá-rio nas comunidades nas quais estão inseridos.

O projeto ‘Cidadania Di-gital’ promove a inclusão social utilizando a tecnologia da in-formação, além de estimular o exercício da cidadania e abrir horizontes para o empreende-dorismo, enquanto o ‘Empreen-dedorismo Juvenil’ introduz os jovens no mundo dos negócios, estimulando-os a planejar o pró-prio futuro, por meio de aulas ministradas por voluntários.

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Mob

ilida

de

Educação e cidadania

no trânsito

A educação é o

único caminho

para reverter

o problema

da violência

do trânsito

brasileiro

O trânsito brasileiro é considerado um dos mais peri-gosos do mundo, com índices alarmantes de acidentes em suas vias urbanas, estradas e rodovias. Milhares de vidas se perdem anualmente, vítimas da imprudência e do desrespeito às leis de trânsito.

A educação é o único ca-minho para reverter esse qua-dro, que já se tornou um pro-blema social e de saúde pública. Educar a população, sobretudo os jovens, é fundamental para conscientizar a sociedade sobre a importância do uso de equipa-mentos de segurança, da aten-ção no trânsito e do respeito à sinalização e aos limites de ve-locidade.

A Lumine Editora, em parceria com os Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans),

Seriados

As publicações da Cole-ção Rumo à Cidadania: Edu-cação de Trânsito no Ensino Fundamental atuam em várias frentes. Os livros destinados aos alunos do 1º ao 3º ano têm como eixo temático a identida-de dos lugares, explorando as características do entorno da escola, dos bairros e da cida-de. Também abordam as influ-ências do trânsito na questão ambiental (poluição sonora, atmosférica e visual) e a busca de soluções práticas para a me-lhoria da qualidade de vida dos habitantes.

Para os alunos do 4º e 5º ano, o foco é a locomoção e a mobilidade urbana. Eles são es-timulados a refletir, analisar e debater o respeito às regras de utilização dos meios de locomo-ção individuais e coletivos; o comportamento dos pedestres, motoristas, ciclistas e passagei-ros e a importância do uso de equipamentos e acessórios de segurança.

Para os alunos do 6º e 7º ano, as publicações são voltadas para a sinalização do trânsito e sua importância para a mobilidade segura no espaço público. Os livros abordam as competências dos órgãos e enti-dades que compõem o Sistema Nacional de Trânsito e vários capítulos do Código Brasileiro de Trânsito.

No 8º e 9º ano, o eixo temático é o convívio social.

está ajudando a disseminar os conceitos de mobilidade e res-ponsabilidade entre crianças e adolescentes com as publica-ções da Coleção Rumo à Cida-dania: Educação de Trânsito no Ensino Fundamental. A coleção de livros já alcançou mais de um milhão de exemplares dirigidos aos nove anos do Ensino Funda-mental e incorporados à prática pedagógica das escolas.

Além de transmitir co-nhecimentos e fomentar atitu-des positivas entre os alunos, a iniciativa vai ao encontro de artigo 76 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que determina a promoção do ensino de trân-sito nas escolas de 1º, 2º e 3º graus por meio de planejamen-to e ações coordenadas entre os órgãos de trânsito da União, es-tados e municípios.

A série também contem-pla os educadores com orien-tações didáticas para otimizar a utilização dos livros dirigidos aos alunos: é o Guia do Profes-sor. Os livros são enviados pela Lumine ao Detran, que os re-passa às secretarias municipais de educação para que cheguem aos alunos dos respectivos anos escolares e aos professores.

Os educadores também podem acessar conteúdos pela internet para complementar a ca-pacitação e disseminar a metodo-logia de ensino na rede pública. O site da editora (www.lumineedito-ra.com.br) disponibiliza textos, ví-deos e exercícios para cada ano do ensino fundamental.

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MobilidadeOs livros desta série estimulam

o debate sobre as relações in-terpessoais estabelecidas entre motoristas, pedestres, ciclis-tas, motociclistas e os demais atores do trânsito da cidade e a reflexão sobre a importân-cia da ética e da cidadania no trânsito.

Exemplo educacional

No Espírito Santo, o ensi-no da educação no trânsito em sala de aula está levando o es-tado a uma posição de liderança nacional no setor. Iniciado no ano passado, o programa ‘Jun-tos na Escola’ já alcançou 160 mil crianças do 1º ao 5º ano do ensino fundamental de escolas públicas de dez cidades.

Até o final deste ano, o programa atingirá 211 mil estu-dantes até o sétimo ano e, para 2014, a meta é estender o ‘Jun-tos na Escola’ aos adolescentes até o 9º ano de todas as escolas públicas do estado, incluindo as escolas técnicas, totalizando 273 mil alunos.

A estratégia de investir na base da educação tem uma explicação cientifica: as crianças são multiplicadoras da mensa-gem e cobram atitudes corretas dos pais, avós, tios e demais cui-dadores.

Investir na educação é, e sempre será, o melhor caminho para transformar realidades, in-centivar a cidadania e fortalecer a democracia. E isso inclui a educação no trânsito.

A Coleção está

ajudando a

disseminar os

conceitos de

mobilidade e

responsabilidade

entre crianças e

adolescentes

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Um pouco de

Em Foz do Igauçu (PR), a Mostra Brasil Terri-tórios em Movimento expôs os trabalhos e produtos produzidos por mais de 90 pequenos empreende-dores e grupos associativos espalhados pelo país. O evento é uma ação conjunta do Sebrae, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Fundo Andaluz de Municípios pela Solidariedade In-ternacional (Famsi) e Itaipu Binacional.

A Mostra é um espaço para exposição e co-mercialização de produtos e manifestações artístico-culturais de pequenos negócios inseridos no progra-ma nacional Territórios da Cidadania, que abrange 1.625 municípios com baixo Índice de Desenvolvi-mento Humano (IDH).

Em estandes montados ao ar livre, pequenos empreendedores, associações e cooperativas ligadas à moda, gastronomia, entretenimento, arte, design, inovação e agricultura familiar mostraram um pouco da arte popular, vestuário, calçados, bolsas, joias, do-ces, queijos, cafés e outros produtos característicos de cada região do país.

“É uma ótima oportunidade de mostrar ao mundo um pouco da arte e do empreendedorismo brasileiro que enfrenta grandes desafios para alcan-

arte popularçar um patamar de excelência em seus negócios”, ressaltou o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.

Ao vivo

Os visitantes também acompanharam, ao vivo, o trabalho realizado por rendeiras, bordadeiras, criadores de bonecos gigantes de Olinda (PE), ima-gens de santos em madeira do Piauí e viola de cocho do Mato Grosso, dentre outros produtos.

O espaço Sebrae no Desenvolvimento Terri-torial exibiu em um telão interativo, em português, inglês e espanhol, todos os projetos da instituição destinados ao fortalecimento da cadeia produtiva de negócios de pequeno porte.

Na tela, iniciativas bem-sucedidas como a do grupo Bordados Natividade, do Rio de Janeiro, que conseguiu expor suas almofadas, bolsas e cintos no exigente mercado francês e consolidar a importân-cia da arte popular no desenvolvimento econômico local.

Uma ótima oportunidade de mostrar ao mundo um pouco da arte e

do empreendedorismo brasileiro

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Reciclagemdo vidroé um bom negócio

O mercado brasileiro de vidro reciclável movimenta anualmente cerca de US$ 1,2 bilhão e sua projeção para o futuro é bastante otimista. O vidro é uma das mais an-tigas embalagens produzidas pelo homem – estima-se que os povos da Síria e da Babilônia já o utilizavam por volta de 7000 a.C. – e sua reciclagem traz inúmeros benefícios para o meio ambiente, já que é um dos poucos produtos que podem ser totalmente reciclados sem qualquer perda de material.

Segundo pesquisadores, o vidro foi descoberto por acaso, quando navegadores, ao acenderem uma fogueira na praia, descobriram que areia em contato com o cálcio das conchas em alta temperatura produzia a substância do vidro.

O vidro é um produto cerâmico, ou seja, sua pro-dução é feita a partir de matéria-prima sólida inorgânica submetida a altas temperaturas, no caso, cerca de 1.250 graus centígrados. Sua reciclagem para a produção de vi-dros novos consome menos energia e reduz a emissão de partículas de gás carbônico na atmosfera.

Processo simples

O processo de reciclagem é bem simples: o vidro é separado por cor (âmbar, verde, translúcido e azul), textura (lisos, planos, ondulados) e tipos (garrafas, potes, frascos, para-brisas, vidros de janelas, de copos e outros) e poste-riormente submetido ao processo de derretimento ou mo-agem.

Esta separação é de extrema importância para ga-rantir as características e a qualidade dos novos produtos que serão fabricados. O vidro reciclado tem praticamente todas as qualidades do vidro comum, podendo ser recicla-do várias vezes sem perder suas características originais.

Além de preservar o meio ambiente, evitando seu descarte na natureza (rios, lagos e matas) ou em aterros sanitários, a reciclagem do vidro gera renda para milhares de pessoas que atuam em cooperativas de catadores e reci-cladores espalhadas pelo Brasil.

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Açã

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Maré de Sabores

As mulheres que sugeriram a criação, em 2010, de uma ofi-cina de culinária para qualificar as quituteiras da Maré jamais imaginariam que, apenas dois anos depois, estariam recebendo, das mãos da presidenta Dilma Rousseff, o prêmio Objetivos do Milênio – oferecido pela Secreta-ria-Geral da Presidência da Re-pública, em parceria com o Pro-grama das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Mas foi o que aconteceu: criado a partir de uma demanda das mães de alunos do Progra-ma Petrobras na Maré, o Maré de Sabores é hoje um projeto reco-nhecido nacionalmente por sua contribuição na melhoria da qua-lidade de vida de mulheres das 16 comunidades da Maré.

A oficina de Gastronomia oferece módulos de confeitaria, massas, chocolates e entradas que as qualificam para trabalhar como cozinheiras ou para abrir seus próprios negócios, de forma individual ou coletiva, e aumentar sua renda.

O Maré de Sabores come-çou como uma simples oficina de

com tempero socialculinária, mas a percepção de que apenas qualificação profissional não bastava veio rapidamente: as mulheres precisam ser empodera-das, refletir sobre sua autonomia, aumentar a sua autoestima e des-pertar a consciência de seu papel na sociedade.

O projeto está modificando a realidade social dessas mulheres a partir de sua organização e qua-lificação profissional, irradiando os resultados para outros setores da comunidade e melhorando as

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Ação socialfestas ou servindo refeições dentro

da própria comunidade. A primei-ra turma da oficina de gastrono-mia já oferece serviços de buffet para diferentes públicos – de festas particulares a eventos em universi-dades e empresas.

Além de incentivar a orga-nização coletiva e a profissiona-lização das mulheres, o Maré de Sabores está alterando os hábitos alimentares deste grupo, a partir de um trabalho de educação ali-mentar e aproveitamento total dos ingredientes. O programa também investe na apresentação do produ-to final, com o uso de embalagens apropriadas, etiquetas com data de validade e logomarcas.

Como se vê, não é à toa que o projeto foi agraciado com o Prêmio Objetivos do Milênio.

condições econômicas, sociais e culturais do ambiente onde vivem.

Bem temperado

Com duração de sete meses, as oficinas ensinam a fa-zer quitutes, doces, bolos, pães, massas e salgados temperados com generosas porções de auto-estima, espírito empreendedor, profissionalismo, noções de cida-dania e questões de gênero.

Apoiado pela Caixa Econô-mica Federal, o projeto já expan-diu seus limites de comercialização para além da Maré. Muitas mu-lheres da Maré já estão ganhando dinheiro com encomendas para

O projeto está

modificando

a realidade

social dessas

mulheres a

partir de sua

organização

e qualificação

profissional

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Cer

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ação

O Programa Catavida, gerido pela Prefeitura de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, conti-nua sendo reconhecido e premiado pelo país afora. Criado em 2010 com o objetivo de incrementar o serviço de recolhimento e reciclagem dos resíduos e melhorar as condições de trabalho e remuneração dos catadores no município, o projeto recebeu o cer-tificado de Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil (FBB).

De acordo com a gerente do Catavida, Vera Rambo, o certificado é o reconhecimento da im-portância social deste trabalho que transcende a questão ambiental para focar na situação de vida de cada catador. “O certificado reafirma o trabalho sério que estamos fazendo e que tem dado resulta-dos tanto para a vida dos catadores quanto para os cidadãos hamburguenses”.

Capacitação

O projeto começou com a implantação de unidades de triagem organizadas pelos próprios

certificado pela FBBCatavida é

catadores e o lançamento de um projeto-piloto de coleta seletiva solidária realizado por catadores coo-perativados e devidamente identificados, responsá-veis pela coleta de papel, papelão, plástico e metais limpos.

Atualmente, o município conta com quase 300 catadores treinados em cursos de capacitação promovidos pelo Programa de Gestão Social dos Resíduos financiados a partir da captação de re-cursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) junto ao Ministério das Cidades. O curso tem duração de 80 horas/aula, compreendidas em um período de cinco meses.

O certificado concedido pela FBB reconhece produtos e técnicas elaboradas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social. O conceito é criar uma pro-posta inovadora com a participação coletiva no pro-cesso de organização, produção e implementação de soluções práticas nas áreas de alimentação, edu-cação, energia, habitação, geração de renda, saúde e meio ambiente.

Cer

tific

ação

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Sustentabilidade

de, arborização, florestamento urbano, gestão de resíduos e o combate a invasões de Áreas de Proteção Permanente (APP).

O encontro de Salvador firmou o Estatuto do CB-27, definido como um fórum per-manente de integração e forta-lecimento dos atores da política ambiental, e elegeu os primeiros dirigentes do grupo: Délio Ma-lheiros, vice-prefeito e secretário do Meio Ambiente de Belo Hori-zonte atuará como coordenador e Nelson Moreira Franco, gerente de Mudanças Climáticas da pre-feitura do Rio de Janeiro, assu-miu a gerência do grupo, com a missão de incrementar a comu-nicação sobre boas práticas entre as cidades.

O Brasil ganhou uma nova instituição criada exclusi-vamente para promover a gestão sustentável nas capitais do país. Reunidos em Salvador, os 27 se-cretários de Meio Ambiente ins-titucionalizaram o CB-27, grupo que vai proporcionar o intercâm-bio de experiências e a formação de parcerias que colaborem com a realização de práticas sustentá-veis nas cidades.

Inspirado no C-40, grupo formado por prefeitos das maio-res cidades do mundo, o CB-27 consolida os debates iniciados na Conferência Rio+20, realiza-da em 2011, e fortalece a imple-mentação de ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida nas cidades.

no CB-27Capitais unidas

Para o secretário de Ci-dades Sustentáveis de Salvador, Ivanilson Gomes, essa união de forças será muito importante para a política ambiental brasi-leira. “Com a institucionalização do CB-27, vamos ter mais forças para buscar não só recursos para investir no meio ambiente, como assegurar a criação de leis para o setor”, afirmou.

Reunidas no CB-27, as capitais brasileiras terão a opor-tunidade de trocar experiências não só a respeito dos desafios da política ambiental, mas também sobre boas práticas e iniciativas bem-sucedidas em áreas como biodiversidade urbana, políticas de saneamento, gestão de risco, mobilidade urbana, acessibilida-

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TMRio2016

Quando os negócios funcionam melhor, o mundo funciona melhor.

Como construímos um mundo de negócios melhor? O mundo de seus negócios, seus clientes, sua carreira, sua família, sua comunidade?

Inspirando confiança nos mercados de capitais. Trabalhando com governos e empresas para promover crescimento sustentável. Encorajando o desenvolvimento das pessoas que são – e serão – os visionários, os realizadores, os vencedores.

Estes são os pilares do mundo que queremos ajudar a construir. Começando com o seu.

ey.com/betterworkingworld #BetterWorkingWorld

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Cooperativism

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Localizada no rio Gre-gório, em Tarauacá, a aldeia Mutum acaba de ganhar a pri-meira cooperativa de Mulheres Yawanawás do território acrea-no. Cerca de 30 índias participa-ram do processo de criação da entidade, que recebeu o nome de Cooperativa de Produção Sociocultural de Mulheres Ya-wanawás, Awihu Maninipahu, que significa “as mãos de muitas mulheres trabalhando”.

A iniciativa faz parte de uma parceria entre a Secreta-ria Estadual de Políticas para as Mulheres, o Fórum Estadual de Economia Solidária e a Organi-zação das Cooperativas do Bra-sil (OCB), no âmbito do projeto “Casas de Produção e Cultura da Mulher Indígena”.

Segundo o diretor do Segmento de Economia Solidá-ria da OCB, Carlos Taborga, a cooperativa vai fortalecer a pro-dução das biojoias, possibilitan-do a comercialização legalizada desses produtos dentro de um processo que beneficiará todas as cooperadas.

Para a cacique da aldeia, Mariazinha Yawanawá, a cria-ção da cooperativa é uma antiga reivindicação das artesãs da flo-

Antigo sonhodas

resta que sempre sonharam com a oportunidade de comercializar seus produtos. “Um sonho que sonhamos juntas e agora vemos acontecer e dar frutos”.

Novo horizonte

O projeto “Casa Produ-ção e Cultura da Mulher Indíge-na” já beneficiou a Terra Indí-gena Yawanawá com três sedes distribuídas geograficamente para abranger as aldeias arre-dias. Além de um espaço físico específico para a confecção de produtos nativos e repasse de saberes, as índias receberam cursos de aperfeiçoamento em artesanato e todo o equipamen-to necessário para produção em grande escala.

Para a vice-presidente eleita e professora da aldeia Mu-tum, Nedida Yawanawá, a im-plementação de políticas públi-cas direcionadas para as índias abriu um novo horizonte para as mulheres da floresta. “Hoje, temos um novo horizonte de possibilidades para desenvolver a nossa produção, mediante o processo de comercialização dentro da nossa cooperativa”, afirmou.

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Tecn

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ia

A partir de abril do ano que vem, a Fundação Parque Tecnoló-gico Itaipu (PTI), em Foz do Iguaçu, abrigará um Centro de Referência e Difusão de Tecnologias Sociais focado na busca de soluções de baixo custo e no desenvolvimento sustentável.

Além de fortalecer os pro-cessos e ações desenvolvidas na região, o Centro vai ampliar a di-fusão e reaplicação das tecnologias sociais entre os milhares de visitan-tes do parque. Diariamente, mais de 6 mil pessoas circulam pelo PTI e seus projetos sociais e educacionais, como a Estação Ciência, Polo Astro-nômico e Cultivando Água Boa.

Segundo o diretor-superin-tendente da Fundação PTI, Juan Carlos Sotuyo, a iniciativa vai potencializar a disseminação das tecnologias sociais nas comuni-

dades da região e o processo de integração do Mercosul. “Vamos incrementar o que nós já estamos desenvolvendo dentro das áreas de educação, meio ambiente, softwa-re, ciência, entre outras”.

Parceria

A ideia da criação do Centro começou a ser discutida em dezem-bro de 2010, quando o PTI recebeu a 10ª Cúpula Social do Mercosul, evento promovido pelo governo brasileiro em parceria com redes e plataformas sociais sul-americanas e a Universidade Federal da Inte-gração Latino-Americana (Unila).

Na ocasião, o painel “Tecno-logias Sociais na América do Sul” debateu as diversas abordagens e conceitos deste tipo de tecnologia e propôs a formação de uma rede

regional (Mercosul) de Tecnologia Social e a instalação deste Centro no Parque Tecnológico de Itaipu.

O PTI já possui duas ações de tecnologia social certificadas pela Fundação Banco do Brasil: o Centro de Referência em Seguran-ça Alimentar Nutricional Susten-tável (CRESANS) – que contribui para a erradicação da desnutrição e promove a saúde da população – e o Programa Trinacional de Ar-tesanato Ñandeva – que foi um dos 27 finalistas do Prêmio de Tecnolo-gia Social que reuniu 1.116 proje-tos de todo o país.

Itaipu vai abrigarcentro de tecnologias sociais

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Page 33: Contexto social nr 7

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Educação

RobóticaCrianças e adolescentes

da comunidade de Barra do Riacho, no Espírito Santo, estão utilizando a robótica como fer-ramenta de desenvolvimento do raciocínio lógico para superar problemas e desafios.

Desenvolvido pela ONG Amigos da Justiça, Cidadania e Arte em parceria com o Estaleiro Jurong Aracruz (EJA), o projeto Robótica Educacional reúne se-manalmente alunos de várias es-colas municipais em atividades lúdicas e pedagógicas que des-pertam a capacidade de criação.

Juntos, eles identificam as dificuldades, criam hipóteses, sugerem soluções e encontram a melhor forma de resolver o desafio, analisando cada passo e levantando suas próprias con-clusões. Os alunos constroem sistemas compostos por mode-los e programas que os contro-lam para que eles funcionem de uma determinada forma.

Espaço

A robótica educacional vem ganhando espaço nas esco-las brasileiras como uma eficaz ferramenta para levar o aluno a questionar, pensar e buscar soluções práticas usando os en-

sinamentos obtidos em sala de aula, nos relacionamentos e na vivência cotidiana.

O principal objetivo da robótica educacional é promo-ver estudo de conceitos multi-disciplinares, como física, mate-mática, geografia, entre outros, estimulando a criatividade e a inteligência para a melhoria do desempenho escolar. Usando ferramentas adequadas para a realização de projetos, é possível explorar alguns aspectos de pes-

Raciocínio lógicopara superarproblemas e

desafios

estimula desempenho escolarquisa, construção e automação.

Sua metodologia consiste em auxiliar o aluno na constru-ção do aprendizado adquirido em sala de aula. Assim, o alu-no aprende a pesquisar novos conhecimentos e sempre se atualizar. Além das aulas sema-nais ministradas por profissional educador da Lego, os alunos do projeto participam de “Encon-tros de Cidadania” que incluem palestras sobre o combate à vio-lência e às drogas.

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orgânicaQue tal uma casa com iso-

lamento térmico e acústico, pro-dução da própria energia através do vento, do sol e de biogás; reu-tilização de água capaz de reduzir em até 60% o consumo de uma residência convencional; produ-ção de oxigênio através das es-tufas internas das plantas usadas para filtragem de água reciclada; tratamento de esgoto converten-do a maior parte dos dejetos em biogás e adubo, e liberando na natureza o excedente tratado?

Esses são alguns dos crité-rios abordados no projeto desen-volvido pelo casal Vera e Yuri Sa-nada, que durante 20 anos viajou por 40 países em busca de expe-riências que pudessem auxiliar na construção da Casa Orgânica.

Hoje, o projeto, pioneiro no Brasil, está prestes a se tornar realidade em Joanópolis, no in-

terior de São Paulo. A primeira casa orgânica brasileira consumi-rá cerca de sete mil pneus, três mil garrafas PET e cinco mil lati-nhas de alumínio. Além das pa-redes, os pneus são utilizados nas estruturas dos muros, escadas e da piscina da casa.

Documentário

O projeto Casa Orgânica também prevê a produção de um documentário e de um livro que apresentará as soluções ambien-tais já existentes, ensinando como aplicá-las no dia a dia – uma es-pécie de manual prático de como economizar água, energia, ali-mentos, construir casas e produzir sustentabilidade e autonomia para comunidades de baixa renda.

O documentário mostrará como os resíduos industriais e ca-

Casa

Construção utiliza pneus, garrafas PET e latas de

alumínio

seiros reciclados podem melhorar a qualidade de vida das comuni-dades, preservar o meio ambiente e contribuir para a economia bra-sileira.

A intenção é que os pro-dutos resultantes sejam aplicados na construção de casas populares, sobretudo nas regiões menos favo-recidas do país. A construção da casa-modelo será mostrada em de-talhes, desde a fundação até o aca-bamento e a escolha da mobília.

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Inov

ação

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Mobilização

Desenvolvido por jovens empreendedores de Recife, em Pernambuco, o projeto Colab é uma rede colaborativa que fun-ciona como ponte entre o cida-dão e as prefeituras. Seu objetivo é abrir múltiplos canais de infor-mação “direto da fonte”, dando voz aos moradores da cidade que podem fiscalizar, propor e avaliar os serviços municipais.

Focado na mobilidade e no uso das mídias sociais, o Co-lab utiliza o Facebook como fer-ramenta de mobilização social e disponibiliza aplicativos (APPs) para Android e iOS para que o cidadão possa postar seus “cola-bs” onde quer que esteja.

Inicialmente, o Colab foi aberto para 50 pré-convidados selecionados pelos dados dispo-

Rede social para

níveis em seus perfis de usuário no Face, como cidade, amigos, estudos e trabalho. Posterior-mente, foram distribuídos convi-tes para novos interessados em participar da rede.

Interação

O Colab oferece três for-mas de interação para o cidadão: os módulos Fiscalize, para apon-tar problemas da cidade; Propo-nha, que funciona como um fó-rum para discussão de ideias de novos projetos para a cidade; e o Avalie, espaço para o cidadão dizer o que acha dos serviços, instituições e entidades ligadas ao poder público.

O Fiscalize é o módu-lo mais recorrente. Dentro dele

são apontados buracos na ruas, ciclovias interditadas por obras, imóveis ocupados por sem-tetos e terminais de ônibus sem condi-ções de uso, por exemplo.

Os participantes mais ati-vos serão identificados com pon-tuação e nomeados “embaixado-res do Colab”. O primeiro grupo de convidados foi selecionado em Recife, mas a meta é estender a rede para outras nove capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Ma-naus, Belém, Porto Alegre, Curi-tiba, Salvador, Brasília e Belo Horizonte.

“Queremos criar um mapa de problemas, propor ideias de melhoria e também criticar o que está errado. Não adianta apenas reclamar”, explica Gustavo Maia, sócio-fundador do Colab.

problemas urbanos

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Cul

tura

produzirá obras inéditas“Residência dos Artistas”

Fruto da parceria entre a Prefeitura de Sorocaba, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Bio-diversidade e o Museu de Arte Contemporânea (Macs), o programa “Residência dos Artistas” vai selecionar dez artistas para uma temporada de imer-são produtiva.

Durante dez dias, eles ficarão residentes em uma fazenda com a proposta de produzir obras iné-ditas para posterior leilão, cuja renda será reverti-da para projetos do Fundo Social de Solidariedade (FSS).

Segundo a presidente do FSS e idealizadora do projeto, Maria Inês Moron Pannunzio, o objeti-vo da parceria é incentivar a prática de atividades de intercâmbio e aprendizagem relacionadas à arte. A Residência dos Artistas é um projeto inédito na cidade e sua produção artística é voltada para as questões ambientais visando à sustentabilidade.

Novos nomes

Os participantes serão selecionados pela qua-lidade artística dos trabalhos, através da análise de portfólios realizada por especialistas do Museu de Arte. Os portfólios reúnem cinco imagens de traba-lhos realizados nos últimos dois anos e cinco ima-gens de outros trabalhos relevantes para a compre-

ensão da trajetória do artista, além da comprovação de participação em pelo menos três exposições indi-viduais e/ou coletivas.

“O Macs vem trabalhando intensamente para divulgar a arte contemporânea das mais diversas maneiras e não poderia ficar de fora deste impor-tante projeto”, ressalta a presidente do Macs, Cristi-na Delanhesi.

A expectativa é que o projeto possa divulgar novos nomes da arte contemporânea entre os artis-tas residentes. O período de residência vai do dia 25 de novembro ao dia 4 de dezembro. Os trabalhos serão expostos no Museu de Arte Contemporânea de 24 de janeiro a 3 de fevereiro, quando ocorrerá o leilão das obras para arrecadar fundos para o FSS.

A “Residência dos Artistas” é um projeto inédito e sua

produção artística é voltada para questões ambientais

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Artigo

Quando a história do inves-timento social privado brasileiro for contada, em duas ou três décadas, possivelmente haverá um capítulo dedicado aos grandes desafios vivi-dos neste início do século XXI. Como pano de fundo de um conjunto am-plo de discussões, está o desenvol-vimento de uma compreensão mais profunda sobre o significado da cul-tura de doação.

A doação é um campo com muitas dissonâncias, até porque é re-cente e, portanto, necessita de um ajus-te de foco e de novos pontos de vista. No Brasil, por exemplo, o conceito de doação frequentemente se revestiu de uma conotação assistencialista, caracte-rizada pelas relações assimétricas entre os atores e simbolizando, para alguns, uma modalidade de descompromisso social – como o de quem prefere pagar para não precisar agir.

Mas é possível ampliar e re-ver esta perspectiva, questionando seus pressupostos. Em primeiro lugar, porque doar não se resume a aportar cifras. É possível também doar recur-sos técnicos e humanos. Da mesma forma, a ideia de doação não está dissociada das causas que elegemos, no âmbito das empresas. Doar não é uma forma de omissão, mas sim de reconhecimento de pautas sociais, le-gitimando-as e, principalmente, forta-lecendo os atores sociais envolvidos.

Isso é particularmente im-portante quando se trata das orga-nizações que atuam no campo dos direitos humanos, fragilizadas num contexto social, econômico e políti-co, com demandas hoje mais visíveis para a sociedade, como o direito à educação e à saúde.

Ao destinarmos recursos para a promoção da dignidade humana, estamos, sim, reconhecendo os brasi-leiros como detentores de um conjun-to de direitos, o que contribui para o desenvolvimento da sociedade como um todo. Esta não é uma visão de be-nemerência, pois imediatamente nos coloca como corresponsáveis neste processo. Ato fundado no altruísmo, doar é (também) participar.

Cultura de doaçãoPorém, para que seja de fato

uma forma mais plena de participa-ção, é preciso que a doação esteja a serviço de uma relação mais hori-zontalizada e de diálogo entre inves-tidores e organizações sociais. Este também é um tema muito contempo-râneo, que se liga à crise das ONGs brasileiras. É preciso conscientizar os investidores privados para que sua atuação não crie uma dinâmica instrumentalizada de relacionamento entre as empresas (diretamente ou por meio de seus institutos e funda-ções) e as organizações sociais mar-cada pela prestação de serviços.

Ainda há outros pontos im-portantes a serem debatidos neste movimento de ampliação do conceito de doação. Entre eles, está a necessi-dade de uma distinção mais clara en-tre a natureza dos negócios das em-presas e a pauta de atuação de seus institutos e fundações, pois há não só possibilidades, mas também limites nesta convergência.

Uma das faces mais comuns da distorção de papéis é a utilização da figura dos institutos e fundações para atuar de forma compensatória

Autor: Paulo Castro, economista e diretor-executivo do Instituto C&A.

sobre os efeitos das ações diretas da empresa. Se defendemos que os in-vestimentos sociais privados precisam transcender os limites da atuação di-reta do negócio, na prática isso tam-bém quer dizer que os impactos da empresa sobre seu entorno precisam ser compensados preferencialmente pelas próprias empresas.

Há outra discussão correlata, que é a aplicação de mecanismos legais de isenção fiscal. É legítimo utilizar os recursos provenientes da renúncia fiscal. O que não se pode fazer é considerar essas verbas como investimento privado de institutos e fundações, na medida em que são re-cursos essencialmente públicos.

A cultura da doação recoloca, portanto, perguntas fundamentais da ação social. Precisamos saber o que nos move, compreender o contex-to da ação, saber a que se destina e quais serão as consequências dos recursos que disponibilizamos. Pen-sar sobre isso é uma excelente porta de entrada para que empresas e seus acionistas compreendam o cenário do investimento social privado e sua importância para o país.

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