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97 Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e Legislativa PwC | Guia 2019/2020 | Normativa Sinopse | Legislativa | Taxas de câmbio Taxas e índices | Índices de inflação | Taxas de juros | Econômico Contexto | Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico Durval Portela Sócio Líder de Consultoria Tributária e Societária PwC Brasil O objetivo desta seção é reunir as principais alterações relevantes ocorridas, durante o ano de 2019, na área Tributária e em outras de interesse para o desenvolvimento da atividade empresarial. A carga tributária no Brasil é elevada e decorrente de um sistema complexo, com inúmeras obrigações acessórias. Neste cenário, as alterações tributárias preocupam as organizações porque mudanças perpassam todas as divisões operacionais de uma organização e afetam um grande número de processos de tomada de decisão. Afinal, tributos têm a característica primordial de estarem presentes em virtualmente todos e quaisquer conjuntos informacionais de uma empresa, sejam eles de ordem transacional, relatórios financeiros em geral ou indicadores de performance. E soma-se a este ambiente um cenário de transformação tecnológica totalmente inusitado, experimentado na última década, já bastante avançado no Brasil e aos poucos alcançado por outras jurisdições. Não apenas as organizações operam em um ambiente amplamente digital, mas também as autoridades fiscais, numa realidade principalmente representada por um crescente número de reportes fiscais “on-line” em tempo real, pela disponibilização regular de vastos conjuntos de dados em formato digital, pelo cruzamento de informações em âmbito global, pela referenciação cruzada de dados entre diversas autoridades, dentre outros exemplos. Portanto, no âmbito da Função Fiscal da empresa, é fundamental para o gestor conhecer o impacto que todas essas mudanças e transformações podem provocar, saber como abordá-las de forma otimizada (tanto de um ponto de vista de custo vs. benefício, como por uma ótica de alocação funcional), que tecnologias utilizar, que mecanismos de mensuração de desempenho e efetividade adotar, e como preparar os recursos sob sua gestão (pessoas, sistemas etc.) para um crescimento evolutivo da Função. Tudo isso sustentado em um orçamento tão preciso quanto possível, com um roadmap de projetos internos alinhados com as estratégias da organização e que não seja prejudicial à dinâmica de negócios. Na PwC, dedicamos tempo e recursos especificamente para entender todos esses desafios cotidianos e estratégicos que se apresentam para os nossos clientes, apoiando suas organizações nos esforços para superá-los e preparando as suas Funções Fiscais para o futuro! Essa coletânea, que não compreende toda a legislação publicada no período, foi elaborada com o intuito de ser utilizada apenas como uma referência. Esse conteúdo não representa um serviço de consultoria da PwC. Sua aplicação em situações concretas deve ser feita com o apoio de assessores legais, após a análise do inteiro teor dos referidos atos.

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97Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

| NormativaSinopse

| Legislativa | Taxas de câmbio

Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Durval PortelaSócio Líder de Consultoria Tributária e Societária PwC Brasil

O objetivo desta seção é reunir as principais alterações relevantes ocorridas, durante o ano de 2019, na área Tributária e em outras de interesse para o desenvolvimento da atividade empresarial.

A carga tributária no Brasil é elevada e decorrente de um sistema complexo, com inúmeras obrigações acessórias. Neste cenário, as alterações tributárias preocupam as organizações porque mudanças perpassam todas as divisões operacionais de uma organização e afetam um grande número de processos de tomada de decisão. Afinal, tributos têm a característica primordial de estarem presentes em virtualmente todos e quaisquer conjuntos informacionais de uma empresa, sejam eles de ordem transacional, relatórios financeiros em geral ou indicadores de performance.

E soma-se a este ambiente um cenário de transformação tecnológica totalmente inusitado, experimentado na última década, já bastante avançado no Brasil e aos poucos alcançado por outras jurisdições. Não apenas as organizações operam em um ambiente amplamente digital, mas também as autoridades fiscais, numa realidade principalmente representada por um crescente número de reportes fiscais “on-line” em tempo real, pela disponibilização regular de vastos conjuntos de dados em formato digital, pelo cruzamento de informações em âmbito global, pela referenciação cruzada de dados entre diversas autoridades, dentre outros exemplos.

Portanto, no âmbito da Função Fiscal da empresa, é fundamental para o gestor conhecer o impacto que todas essas mudanças e transformações podem provocar, saber como abordá-las de forma otimizada (tanto de um ponto de vista de custo vs. benefício, como por uma ótica de alocação funcional), que tecnologias utilizar, que mecanismos de mensuração de desempenho e efetividade adotar, e como preparar os recursos sob sua gestão (pessoas, sistemas etc.) para um crescimento evolutivo da Função. Tudo isso sustentado em um orçamento tão preciso quanto possível, com um roadmap de projetos internos alinhados com as estratégias da organização e que não seja prejudicial à dinâmica de negócios.

Na PwC, dedicamos tempo e recursos especificamente para entender todos esses desafios cotidianos e estratégicos que se apresentam para os nossos clientes, apoiando suas organizações nos esforços para superá-los e preparando as suas Funções Fiscais para o futuro!

Essa coletânea, que não compreende toda a legislação publicada no período, foi elaborada com o intuito de ser utilizada apenas como uma referência. Esse conteúdo não representa um serviço de consultoria da PwC. Sua aplicação em situações concretas deve ser feita com o apoio de assessores legais, após a análise do inteiro teor

dos referidos atos.

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98Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

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Tributos e Contribuições Federais

Reforma da Previdência - Emenda Constitucional nº 103/2019

Em 13 de novembro de 2019, foi publicada a Emenda Constitucional nº 103, para, entre outros assuntos, alterar as regras da concessão de aposentadorias, além de outras normas do sistema de seguridade social, nos moldes que, resumidamente, seguem:

Da seguridade social e das contribuições sociais

A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, podendo, em relação às contribuições, ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedida pelo Regime Geral da Previdência Social.

As contribuições sociais do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas apenas no caso de contribuições sobre a receita ou o faturamento e o lucro.

São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60 meses e, na forma de lei complementar, a remissão e a anistia das contribuições sociais sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados e do trabalhador, bem como demais segurados da previdência social. Essa regra não se aplica aos parcelamentos previstos na legislação vigente até a data de entrada em vigor dessa Emenda Constitucional (EC), sendo vedadas a reabertura ou a prorrogação de prazo de adesão.

Contribuições e alíquotas

Por sua vez, a viger a partir de 1º de março de 2020, até que a lei altere as alíquotas da contribuição para a seguridade social devidas pelo segurado empregado, inclusive o doméstico, e pelo trabalhador avulso, estas serão de:

i. até um salário-mínimo: 7,5%;

ii. acima de um salário-mínimo até R$ 2.000,00: 9%;

iii. de R$ 2.000,01 até R$ 3.000,00: 12%; e

iv. de R$ 3.000,01 até o limite do salário de contribuição: 14%.

As alíquotas acima serão aplicadas de forma progressiva sobre o salário de contribuição do segurado, incidindo cada alíquota sobre a faixa de valores compreendida nos respectivos limites.

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99Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

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Transação tributária - “Contribuinte Legal” - MP nº 899/2019

Em 17 de outubro de 2019, foi publicada a Medida Provisória nº 899, a qual estabelece os requisitos e as condições para que a União e os devedores ou as partes adversas realizem transação resolutiva de litígio, nos termos do Código Tributário Nacional (CTN), na forma que, resumidamente, segue:

O disposto nessa MP é aplicado:

i. aos créditos tributários não judicializados sob a administração da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB) do Ministério da Economia;

ii. à dívida ativa e aos tributos da União cuja inscrição, cobrança ou representação incumbam à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN); e

iii. no que couber à dívida ativa das autarquias e das fundações públicas federais cuja inscrição, cobrança e representação incumbam à PGFN e aos créditos cuja cobrança seja competência da Procuradoria-Geral da União (PGU).

Para fins dessa MP, são modalidades de transação:

a. a proposta individual ou por adesão na cobrança da dívida ativa;

b. a adesão nos demais casos de contencioso judicial ou administrativo tributário; e

c. a adesão no contencioso administrativo tributário de baixo valor.

Transação na cobrança da dívida ativa da União

A transação poderá ser proposta pela PGFN, de forma individual ou por adesão, ou por iniciativa do devedor, ou pela Procuradoria-Geral Federal (PGF) e pela PGU. Essa proposta deverá expor os meios para a extinção dos créditos nela contemplados e estará condicionada, no mínimo, à assunção dos compromissos mencionados na MP.

A transação poderá dispor sobre:

i. a concessão de descontos em créditos inscritos em dívida ativa da União que, a exclusivo critério da autoridade fazendária, sejam classificados como irrecuperáveis ou de difícil recuperação, desde que inexistam indícios de esvaziamento patrimonial fraudulento;

ii. os prazos e as formas de pagamento, incluídos o diferimento e a moratória; e

iii. o oferecimento, a substituição ou a alienação de garantias e de constrições.

A MP permite a utilização de mais de uma das citadas alternativas previstas para o equacionamento dos créditos inscritos em dívida ativa da União, vedada a acumulação das reduções mencionadas nessa MP com quaisquer outras asseguradas na legislação em relação aos créditos abrangidos pela proposta de transação, sendo vedada, ainda que esta envolva:

i. a redução do montante principal do crédito inscrito em dívida ativa da União;

ii. as multas aplicadas em caso de sonegação, fraude e conluio e na falta de lançamento ou recolhimento do IPI, previstas no § 1º do artigo 44 da Lei nº 9.430/1996 e no § 6º do artigo 80 da Lei nº 4.502/1964, e as de natureza penal; e

iii. os créditos (a) do Simples Nacional; (b) do FGTS; e (c) não inscritos em dívida ativa da União.

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100Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

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Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

A proposta de transação observará os seguintes limites:

a. Quitação em até 84 meses, contados da data da formalização da transação.

b. Redução de até 50% do valor total dos créditos a serem transacionados, estabelecendo a MP condições diferenciadas para pessoas físicas e para micro ou pequenas empresas.

A MP dispõe que, a referida proposta não suspende a exigibilidade dos créditos por ela abrangidos nem o andamento das respectivas execuções fiscais, bem como elenca hipóteses que implicam na sua rescisão.

Transação por adesão no contencioso tributário de relevante e disseminada controvérsia jurídica

De acordo com a MP, o Ministro da Economia poderá propor aos sujeitos passivos transação resolutiva de litígios tributários ou aduaneiros que versem sobre relevante e disseminada controvérsia jurídica, com base em manifestação da PGFN e da Secretaria Especial da RFB do Ministério da Economia.

A proposta de transação por adesão, a qual definirá as exigências a serem cumpridas, as reduções ou as concessões oferecidas, os prazos e as formas de pagamento admitidas, observados os limites e as vedações constantes na norma em análise, será divulgada na imprensa oficial e nos sítios dos respectivos órgãos na Internet, mediante edital que especifique, de maneira objetiva, as hipóteses fáticas e jurídicas nas quais a Fazenda Nacional propõe a transação no contencioso tributário, aberta à adesão de todos os sujeitos passivos que nelas se enquadrem e satisfaçam às condições previstas nessa MP e no edital.

Dentre outras questões, a MP dispõe que compete ao Secretário Especial da RFB, no que couber, disciplinar as hipóteses de transação de créditos tributários não judicializados no contencioso administrativo tributário, inclusive de pequeno valor, conforme definido em ato do Ministro da Economia.

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101Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

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Contrato de Trabalho Verde e Amarelo - Outras alterações na legislação trabalhista - MP nº 905/2019

Em 12 de novembro de 2019, foi publicada a Medida Provisória nº 905, para instituir o Contrato de Trabalho Verde e Amarelo e alterar a legislação trabalhista, nos termos que, resumidamente, seguem:

Contrato de Trabalho Verde e Amarelo

A MP instituiu o Contrato de Trabalho Verde e Amarelo, uma modalidade de contratação destinada à criação de novos postos de trabalho para as pessoas entre 18 e 29 anos de idade, para fins de registro do primeiro emprego em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).

Poderão ser contratados nessa nova modalidade trabalhadores com salário-base mensal de até 1,5 salário-mínimo nacional.

A contratação de trabalhadores nessa modalidade será realizada exclusivamente para novos postos de trabalho, e terá como referência a média do total de empregados registrados na folha de pagamentos entre 1º de janeiro e 31 de outubro de 2019, limitada a 20% do total de empregados da empresa.

O trabalhador admitido por outras formas contratuais de trabalho, uma vez dispensado não poderá ser readmitido pelo mesmo empregador por meio dessa nova modalidade prevista na MP no prazo de 180 dias, contados da data da dispensa.

O Contrato de Trabalho Verde e Amarelo será celebrado por prazo determinado, por até 24 meses, a critério do empregador, e será convertido automaticamente em contrato por prazo indeterminado quando ultrapassado o referido prazo.

Pagamentos antecipados, benefícios econômicos às empresas e FGTS

Dispõe a MP que, ao final de cada mês, ou de outro período de trabalho, caso acordado entre as partes, desde que inferior a um mês, o empregado receberá o pagamento imediato das parcelas referentes (i) à remuneração; (ii) ao décimo terceiro salário proporcional;

e (iii) às férias proporcionais, com acréscimo de um terço do salário; e a indenização sobre o FGTS poderá ser paga, por acordo entre empregado e empregador, de forma antecipada, mensalmente, ou em outro período de trabalho acordado entre as partes, igualmente desde que inferior a um mês.

Por sua vez, a indenização sobre o FGTS será paga sempre por metade, sendo o seu pagamento irrevogável, independentemente do motivo de demissão do empregado, mesmo que por justa causa.

A alíquota mensal relativa à contribuição devida para o FGTS será de 2% na modalidade de contratação em questão, independentemente do valor da remuneração.

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102Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

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Isenções - Contribuições sobre a folha de pagamentos

Ficam as empresas isentas das seguintes parcelas, incidentes sobre a folha de pagamentos dos contratados na modalidade em questão:

i. Contribuição previdenciária a cargo da empresa de 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, destinadas a retribuir o trabalho.

ii. Salário-educação.

iii. Contribuições sociais destinadas às instituições Sesi, Sesc, Sest, Senai, Senat, Senac, Incra, Sebrae, Senar, Sescoop.

Essa norma produzirá efeitos quando atestado, por ato do Ministro da Economia, a compatibilidade com as metas de resultados fiscais previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias e o atendimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, na forma da MP.

Prazo para contratação

Fica permitida a contratação pela modalidade em questão no período de 1º de janeiro de 2020 a 31 de dezembro de 2022, observadas as particularidades dispostas nessa MP.

Despedida sem justa causa - Extinção da contribuição social de 10% - Efeitos a partir 1º de janeiro de 2020

A referida MP extingue a contribuição social devida pelos empregadores em caso de despedida de empregado sem justa causa, à alíquota de 10%.

Esse dispositivo produzirá efeitos a partir de 1º de janeiro de 2020.

CLT - Principais alterações Alimentação (artigos 457 e 458 da CLT)

O fornecimento de alimentação, seja in natura ou por meio de documentos de legitimação como tíquetes, vales, cupons, cheques, cartões eletrônicos destinados à aquisição de refeições ou de gêneros alimentícios, não tem natureza salarial e nem é tributável para efeito da contribuição previdenciária e dos demais tributos incidentes sobre a folha de salários, tampouco integra a base de cálculo do imposto sobre a renda da pessoa física.

Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a habitação, o vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornece habitualmente ao empregado, e em nenhuma hipótese será permitido o pagamento de bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.

Essa norma produzirá efeitos quando atestado, por ato do Ministro da Economia, a compatibilidade com as metas de resultados fiscais previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias e o atendimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, na forma da MP.

Salário-maternidade e seguro-desemprego

O seguro-desemprego e o salário-maternidade compõem o salário de contribuição para fins de apuração da contribuição ao INSS.

Sobre os valores pagos ao beneficiário do seguro-desemprego, será descontada a respectiva contribuição previdenciária e o período será computado para efeito de concessão de benefícios previdenciários (vigência a partir de 1º de março de 2020).

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Participação nos lucros

A MP prevê que um dos procedimentos de negociação, para a determinação da participação nos lucros ou resultados, será a comissão paritária escolhida pelas partes. No entanto, a Lei nº 10.101/2000 estabelecia que essa comissão deveria ser integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria.

Além disso, dispõe a MP que as partes podem adotar os procedimentos de negociação estabelecidos na lei (comissão paritária, convenção ou acordo coletivo simultaneamente, bem como restabelecer múltiplos programas de participação nos lucros ou nos resultados, observada a periodicidade estabelecida na lei ora alterada).

Na fixação dos direitos substantivos e das regras adjetivas, inclusive no que se refere à fixação dos valores e à utilização exclusiva de metas individuais, a autonomia da vontade das partes contratantes será respeitada e prevalecerá em face do interesse de terceiros.

Consideram-se previamente estabelecidas as regras fixadas em instrumento assinado anteriormente ao pagamento da antecipação, quando prevista e com antecedência de, no mínimo, 90 dias da data do pagamento da parcela única ou da parcela final, caso haja pagamento de antecipação.

A inobservância à periodicidade estabelecida macula exclusivamente os pagamentos feitos em desacordo com a norma, na forma dessa MP.

A participação nos lucros ou nos resultados tratados na lei ora alterada poderá ser fixada diretamente com o empregado, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, na forma da referida MP.

Essa norma produzirá efeitos quando atestado, por ato do Ministro da Economia, a compatibilidade com as metas de resultados fiscais previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias e o atendimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, na forma da MP.

Pagamento de prêmios

São válidos os prêmios, definidos no artigo 457 da CLT, independentemente da forma do seu pagamento e do meio utilizado para a sua fixação, inclusive por ato unilateral do empregador, ajuste este realizado com o empregado ou com o grupo de empregados, bem como por norma coletiva, inclusive quando pagos por fundações e associações, desde que sejam observados os seguintes requisitos:

i. sejam pagos, exclusivamente, a empregados, de forma individual ou coletiva;

ii. decorram de desempenho superior ao ordinariamente esperado, avaliado discricionariamente pelo empregador, desde que o desempenho ordinário tenha sido previamente definido;

iii. o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores seja limitado a quatro vezes no mesmo ano civil e, no máximo, de um no mesmo trimestre civil;

iv. as regras para a percepção do prêmio devem ser estabelecidas previamente ao pagamento; e

v. as regras que disciplinam o pagamento do prêmio devem permanecer arquivadas por qualquer meio, pelo prazo de seis anos, contado da data de pagamento.

Por fim, a MP também traz alterações nas regras dos planos de custeio e de benefícios da seguridade social.

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Preços de Transferência - Alterações - IN RFB nº 1.870/2019

Em 30 de janeiro de 2019, foi publicada a Instrução Normativa RFB nº 1.870, para alterar a Instrução Normativa RFB nº 1.312/2012, a qual dispõe sobre as normas de Preços de Transferência, no que se destaca, resumidamente, a seguir:

Operações de importação

Entre outras disposições, a nova IN prevê que o cálculo do preço parâmetro deverá ser efetuado no ano-calendário em que bem, serviço ou direito for importado, excetuada a hipótese de adoção do Método do Preço de Revenda menos Lucro (PRL).

Se o preço praticado na aquisição for superior àquele utilizado como parâmetro, o valor resultante do excesso de custo, despesa ou encargos será considerado indedutível na determinação do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre

o Lucro Líquido (CSLL) e deverá ser adicionado às bases de cálculo no ano-calendário em que o bem, serviço ou direito tiver sido realizado, por alienação ou baixa a qualquer título.

Método PRL

Os preços de venda, a serem considerados no cálculo do preço líquido de venda para a metodologia do Preço de Revenda menos Lucro (PRL), serão os preços das operações de venda a varejo e no atacado no mercado interno, realizadas pela própria pessoa jurídica importadora com compradores não vinculados, observadas as demais disposições da IN.

Na hipótese de adoção desse método, o contribuinte deverá calcular o preço praticado médio ponderado computando as aquisições realizadas no período de apuração, os saldos de estoques existentes no início do período e expurgando os valores e as quantidades remanescentes em seu encerramento.

Operação com commodities

A IN dispõe que, para a operação com commodities deverá ser utilizado o método do Preço sob Cotação na Importação (PCI) ou o método do Preço sob Cotação na Exportação (PECEX).

Para esses dois métodos, os preços parâmetros serão determinados a partir da cotação média da data da transação.

Para fins de aplicação dos métodos supracitados, consideram-se commodities os produtos listados no Anexo I da IN ora alterada, e que estejam sujeitos:

i. a preços públicos em bolsas de mercadorias e futuros, listadas no Anexo II da IN ora alterada; ou

ii. a preços públicos nas instituições de pesquisas setoriais internacionalmente reconhecidas, listadas no Anexo III da IN ora alterada.

Caso não seja possível identificar a data da transação, o preço parâmetro deverá ser calculado com base na cotação média da data do registro da declaração de importação de mercadoria.

Da margem de divergência

Até 31 de dezembro de 2018, será considerada satisfatória a comprovação, nas operações com pessoas jurídicas vinculadas, quando o preço parâmetro médio ponderado divirja em até 5%, para mais ou para menos, do preço praticado médio ponderado.

Já a partir de 1º de janeiro de 2019, será considerada satisfatória a comprovação, nas operações com pessoas jurídicas vinculadas, quando o preço praticado médio ponderado divirja em até 5%, para mais ou para menos, do preço parâmetro médio ponderado.

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Consolidação da legislação do IRPJ e da CSLL - Alterações - IN RFB nº 1.881/2019

Foi publicada, em 5 de abril de 2019, a Instrução Normativa RFB nº 1.881/2019, alterando as regras de apuração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), disciplinadas na IN RFB no 1.700/2017, conforme adiante se resume.

Algumas dessas modificações são adiante, resumidamente, comentadas:

Receita bruta (artigo 26)

Salvo disposição em contrário, a receita bruta será reconhecida no período de apuração em que for configurada a aquisição de sua disponibilidade econômica ou jurídica, independentemente da avaliação quanto à probabilidade de não recebimento do valor pactuado ou contratado.

Na hipótese da exportação de bens para o exterior, a receita bruta será determinada pela conversão, para reais, de seu valor expresso em moeda estrangeira à taxa de câmbio fixada no boletim de abertura pelo Banco Central, para compra, em vigor na data de embarque dos bens para o exterior, nos termos da legislação tributária.

Se for adotado procedimento contábil do qual resulte valor de receita bruta ou momento de reconhecimento dessa receita diferente do estabelecido pela legislação tributária, a pessoa jurídica deverá registrar a diferença mediante lançamento a débito ou a crédito em conta específica de ajuste da receita bruta, a qual será considerada no cálculo da receita líquida. Essa diferença será apurada entre a receita bruta

reconhecida e mensurada, conforme determinado pela legislação tributária, e a receita reconhecida e mensurada, de acordo com o procedimento contábil adotado pela pessoa jurídica.

Diferença de procedimento contábil e fiscal (artigo 67A)

Para cada operação, e em cada período de apuração, a pessoa jurídica deverá computar, na determinação do lucro real e do resultado ajustado, a diferença decorrente da aplicação de procedimento contábil, a qual resulte de valor e/ou momento diferente daquele em que a receita bruta deva ser reconhecida e/ou mensurada nos termos da legislação tributária.

Em obediência ao regime de competência, a parcela de custos e despesas pagos ou incorridos, correspondente ao ajuste da receita bruta do período de apuração, também será excluída ou adicionada na forma da IN ora retratada.

O controle na Parte B do e-LALUR e do e-LACS poderá ser feito por meio de valores globais, desde que a pessoa jurídica mantenha detalhamento específico por origem da diferença que permita a identificação da operação da qual seja decorrente.

Essas regras não se aplicam às diferenças verificadas em adiantamentos recebidos de clientes nas operações de bens para o exterior.

Perdas no recebimentos de créditos (artigo 71)

Para fins de efetivação do registro da perda, os créditos com e sem garantia, definidos na legislação, serão considerados pelo seu valor original, acrescido de reajustes previstos em contrato considerados até a data da baixa, inclusive juros e outros encargos pelo financiamento da operação e eventuais acréscimos moratórios decorrentes da não liquidação, deduzidos os valores amortizados.

Essa mesma regra é válida para as perdas de créditos relativos a contratos inadimplidos até 7 de outubro de 2014.

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Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Poderão ser deduzidos como despesas somente créditos decorrentes das atividades de pessoas jurídicas para os quais tenham sido cumpridos os requisitos legais, ainda que vencidos há mais de cinco anos sem que tenham sido liquidados pelo devedor, notadamente em relação aos créditos que exigirem procedimentos judiciais.

A dedução de perdas pode ser efetuada em período de apuração posterior àquele em que forem cumpridos os requisitos para a sua dedutibilidade, desde que mantidas as condições no momento da dedução.

Dedução de doações (artigos 139 e 141)

É possível a dedução de doações do lucro operacional da pessoa jurídica, nos limites legais permitidos, feita à entidade beneficiária que seja organização da sociedade civil (Lei nº 13.019/2014), desde que cumpridos os demais requisitos legais (antes: entidade civil reconhecida como de utilidade pública por ato formal de órgão competente da União).

A dedutibilidade dessas doações e daquelas feitas às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) independe tanto de certificação quanto de reconhecimento da condição de utilidade pública das beneficiárias das doações, mas fica condicionada ao enquadramento das beneficiárias no inciso I do artigo 2º da Lei nº 13.019/2014 e ao cumprimento dos requisitos da Lei nº 9.790/1999.

Mais-valia paga na aquisição de investimentos (artigos 186 e 187)

Depois da incorporação, da fusão e da cisão, as exclusões das mais-valias integrantes do custo do bem que lhe deu causa será feita na Parte A do e-LALUR e do e-LACS, com a respectiva baixa nas contas da Parte B, originadas dos ajustes das reduções desses bens e efetuadas antes desses eventos societários.

A IN, ora comentada, também traz procedimentos para os casos em que a sucessora do evento de incorporação, fusão ou cisão não seja a antiga investidora, e ainda trata da hipótese em que a mais-valia seja decorrente de aquisição de participação societária

entre partes dependentes, ou de ocorrer alguma das situações que impeça a dedutibilidade de tais valores (falta de laudo ou de seu registro intempestivo, alienação do bem pela investida).

Também consta da IN, o tratamento a ser dado à menos-valia, bem como os efeitos da participação adquirida em estágios nas operações de incorporação, fusão e cisão (artigo 190).

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107Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

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CPC 06 (R2) - “Operações de Arrendamento Mercantil” - IN RFB nº 1.889/2019

Em 8 de maio de 2019, foi publicada a Instrução Normativa RFB nº 1.889, alterando a IN RFB nº 1.753/2017, para nela incluir o Anexo V referente ao CPC 06 (R2) - “Arrendamento Mercantil”, dispondo sobre os procedimentos para anulação dos efeitos tributários desse novo pronunciamento contábil, conforme, resumidamente, se alinha:

Inicialmente, a nova IN relaciona os itens do CPC 06 (R2) que, se adotados, contemplam modificação ou adoção de novos métodos ou critérios contábeis. Esclarece ainda que os demais itens desse pronunciamento contábil não citados na IN, os quais envolvam a aplicação, mesmo que indiretamente, dos procedimentos contábeis nela identificados, também contemplam modificação ou adoção de novos métodos ou critérios contábeis.

IRPJ/CSLL - Arrendatária - Lucro real

Exclusões do lucro líquido na determinação do lucro real e do resultado ajustado

A arrendatária poderá excluir das mencionadas bases de cálculo:

i. as contraprestações pagas ou creditadas (vencidas) por força do contrato, as quais não tenham sido reconhecidas como despesas;

ii. os custos diretos iniciais incorridos, os quais façam parte do custo do ativo de direito de uso; e

iii. os custos incorridos na desmontagem e na remoção do ativo, os quais façam parte do custo do ativo de direito de uso.

Ativos de direito de uso - Neutralização de efeitos

A arrendatária deverá neutralizar os efeitos no resultado, ou no custo de produção de bens ou nos serviços, que sejam decorrentes dos ativos de direito de uso e dos passivos de arrendamento.

Devem ser adicionadas ao lucro líquido na parte A do e-LALUR e do e-LACS, para fins de determinação do lucro real e do resultado ajustado, todas as despesas e custos deles decorrentes, como:

a. depreciações, das quais, na hipótese de se referirem a custo de produção de bens ou serviços, deverá ser efetuada a adição no período de apuração em que a depreciação for apropriada como custo;

b. perdas por redução ao valor recuperável;

c. outras realizações do ativo, como alienação ou baixa, mesmo após eventual reclassificação contábil; e

d. perdas na avaliação com base no valor justo.

Os ganhos na avaliação com base no valor justo e as reversões das perdas por redução ao valor recuperável poderão ser objeto de exclusão no cômputo das bases de cálculo antes mencionadas.

Passivos de arrendamento

Devem ser adicionadas ao lucro líquido na parte A do e-LALUR e do e-LACS, para fins de determinação do lucro real e do resultado ajustado, todas as despesas deles decorrentes, como:

a. despesas financeiras reconhecidas; e

b. despesas relativas aos pagamentos variáveis de arrendamento, na hipótese em que o valor da contraprestação excluída, conforme disposto na IN, não tenha sido reduzido pelo valor das referidas despesas.

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108Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

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Podem ser excluídas do lucro líquido, na determinação do lucro real e do resultado ajustado demonstrados na parte A do e-LALUR e do e-LACS, as receitas decorrentes da situação em que há redução do passivo de arrendamento com contrapartida no resultado.

Essas exclusões somente poderão ser feitas caso o arrendamento se refira a bem móvel ou imóvel que esteja intrinsecamente relacionado com a produção ou com a comercialização de bens e serviços.

Demais disposições

A aquisição pela arrendatária de bens arrendados em desacordo com as disposições contidas na Lei nº 6.099/1974, nas operações em que seja obrigatória a sua observância, será considerada operação de compra e venda a prazo.

A IN ora tratada também traz regras para a arrendatária de contrato de arrendamento mercantil:

a. em transação de venda e retroarrendamento (itens 98 a 103 do CPC 06 (R2)); e

b. para a arrendatária que apura IRPJ e CSLL pelo lucro presumido e arbitrado.

Pessoa jurídica arrendatária - Apuração do PIS e da COFINS no regime não cumulativo

A arrendatária poderá descontar créditos sobre os valores das contraprestações de operações de arrendamento mercantil celebradas com pessoa jurídica, exceto optante pelo Simples Nacional.

O crédito é vedado sobre a depreciação do ativo de direito de uso, mesmo após eventual reclassificação contábil.

A arrendatária poderá desconsiderar, na apuração do total de receitas que compõem a base de cálculo das contribuições:

a. os ganhos na avaliação com base no valor justo;

b. as reversões das perdas por redução ao valor recuperável; e

c. as receitas decorrentes da situação em que há redução do passivo de arrendamento com contrapartida no resultado.

Essas disposições também se aplicam à determinação do crédito relacionado às operações de importação, quando estas estiverem sujeitas ao pagamento do PIS/COFINS-Importação.

Contratos não tipificados como arrendamento mercantil que contenham elementos contabilizados como arrendamento mercantil

O disposto no novo Anexo, trazido pela IN em foco, também se aplica aos contratos não tipificados como arrendamento mercantil que contenham elementos contabilizados como arrendamento mercantil por força de normas contábeis e da legislação comercial, sem prejuízo das demais disposições da legislação tributária.

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PIS/COFINS e PIS/COFINS-Importação - Regulamentação - Consolidação de normas - IN nº 1.911/2019

Os destaques, de forma resumida, da IN nº 1.911, publicada em 15 de outubro de 2019, a qual consolidou as normas relativas ao PIS e à COFINS e revogou mais de 50 instruções normativas relativas à matéria, estão apresentados a seguir.

Entre outros assuntos, a IN dispõe sobre os contribuintes, os responsáveis, as receitas isentas e com suspensão, a composição e a exclusão da base de cálculo, os regimes especiais, inclusive os de tributação diferenciada, a tributação das instituições financeiras e das demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central.

Decisões judiciais sobre a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS

A IN trouxe norma específica em relação ao cumprimento das decisões judiciais transitadas em julgado, as quais versam sobre a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS, em linha com o que já tinha deixado expresso por meio da Solução de Consulta Interna COSIT nº 13/2018, no sentido de que o montante a ser excluído da base de cálculo mensal das contribuições é o valor mensal do ICMS a recolher.

A referida norma ainda tratou do seguinte:

i. Caso, na determinação das contribuições do período, a pessoa jurídica apurar e escriturar de forma segregada cada base de cálculo mensal, conforme o Código de Situação Tributária (CST), faz-se necessário que seja segregado o montante mensal do ICMS a recolher, para fins de identificação da parcela do ICMS a se excluir em cada uma das bases de cálculo mensal do PIS e da COFINS.

ii. Para fins de exclusão do valor proporcional do ICMS em cada uma das bases de cálculo das contribuições, a segregação do ICMS mensal a recolher será determinada com base na relação percentual existente entre a receita bruta referente a cada um dos tratamentos tributários (CST) das contribuições e a receita bruta total, auferidas em cada mês.

iii. Para fins de proceder ao levantamento dos valores de ICMS a recolher, apurados e escriturados pela pessoa jurídica, devem-se preferencialmente considerar os valores escriturados por esta na escrituração fiscal digital do ICMS e do IPI (EFD-ICMS/IPI), transmitida mensalmente por cada um dos seus estabelecimentos, sujeitos à apuração do referido imposto.

iv. No caso de a pessoa jurídica estar dispensada da escrituração do ICMS, na EFD-ICMS/IPI, em um ou mais períodos abrangidos pela decisão judicial com trânsito em julgado, poderá ela alternativamente comprovar os valores do ICMS a recolher, mês a mês, com base

nas guias de recolhimento do referido imposto, atestando o seu recolhimento, ou em outros meios de demonstração dos valores de ICMS a recolher, definidos pelas Unidades da Federação com jurisdição em cada um dos seus estabelecimentos.

Tomada de créditos no regime não cumulativo

A IN trouxe as seguintes disposições sobre a tomada de créditos de PIS e COFINS:

i. O direito de utilizar os créditos em questão prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição.

ii. As pessoas jurídicas submetidas ao regime de apuração não cumulativa deverão apurar e registrar os créditos de forma segregada, discriminando-os em razão de sua natureza, origem e vinculação.

iii. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência do PIS e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações.

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iv. O valor dos créditos apurados não constitui receita da pessoa jurídica, servindo somente para desconto do valor apurado das contribuições.

Conceito de insumos

Segundo a IN, são insumos os bens ou os serviços considerados essenciais ou relevantes, os quais integram o processo de produção ou de fabricação de bens destinados à venda ou de prestação de serviços.

Assim, não obstante ter assinalado no Parecer Normativo COSIT nº 5/2018, sobre os itens de gastos que dão ou não direito de crédito, a referida IN descreve também as situações de concessão e de vedação de créditos.

São enquadrados como insumos, segundo a IN:

i. bens ou serviços que, mesmo utilizados após a finalização do processo de produção, de fabricação ou de prestação de serviços, tenham sua utilização decorrente de imposição legal;

ii. bens ou serviços considerados essenciais ou relevantes, os quais integram o processo de produção ou fabricação de bens ou de prestação de serviços e sejam considerados insumos na produção ou na fabricação de bens destinados à venda ou na prestação de serviços;

iii. combustíveis e lubrificantes consumidos em máquinas, equipamentos ou veículos responsáveis por qualquer etapa do processo de produção ou fabricação de bens ou de prestação de serviços;

iv. bens ou serviços aplicados no desenvolvimento interno de ativos imobilizados sujeitos à exaustão, bem como utilizados no processo de produção, de fabricação ou de prestação de serviços;

v. bens e serviços aplicados na fase de desenvolvimento de ativo intangível, o qual resulte em insumo utilizado no processo de produção ou fabricação de bens destinados à venda ou de prestação de serviços; ou bem destinado à venda ou em serviço prestado a terceiros;

vi. embalagens de apresentação utilizadas nos bens destinados à venda;

vii. serviços de manutenção, necessários ao funcionamento de máquinas e equipamentos, utilizados no processo de produção ou fabricação de bens destinados à venda ou de prestação de serviços;

viii. bens de reposição, necessários ao funcionamento de máquinas e equipamentos, utilizados no processo de produção ou fabricação de bens destinados à venda ou de prestação de serviços;

ix. serviços de transporte de produtos em elaboração realizados em ou entre estabelecimentos da pessoa jurídica;

x. bens ou serviços especificamente exigidos pela legislação, para viabilizar a atividade de produção de bens ou de prestação de serviços por parte da mão de obra empregada nessas atividades, como no caso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

No entanto, a IN não enquadra como insumos:

i. bens incluídos no ativo imobilizado;

ii. embalagens utilizadas no transporte do produto acabado;

iii. bens e serviços utilizados na pesquisa e prospecção de minas, jazidas e poços de recursos minerais e energéticos;

iv. bens e serviços aplicados na fase de desenvolvimento de ativo intangível, o qual não chegue a ser concluído ou seja concluído e explorado em áreas diversas da produção ou fabricação de bens e da prestação de serviços;

v. serviços de transporte de produtos acabados realizados em ou entre estabelecimentos da pessoa jurídica;

vi. despesas destinadas à viabilização da atividade da mão de obra empregada no processo de produção ou fabricação de bens ou de prestação de serviços, como alimentação, vestimenta, transporte, cursos, plano de seguro e seguro de vida;

vii. bens e serviços utilizados, aplicados ou consumidos em operações comerciais; e

viii. bens e serviços utilizados, aplicados ou consumidos nas atividades administrativas, contábeis e jurídicas da pessoa jurídica.

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A IN considera como serviço qualquer atividade prestada por pessoa jurídica a outra pessoa jurídica, mediante retribuição, e como bem não só produtos e mercadorias, mas também os intangíveis.

Em relação à tomada de créditos sobre ativos imobilizados, a IN dispõe que é vedada a utilização dos créditos sobre encargos de depreciação acelerada incentivada, apurados na forma do artigo 324 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR de 2018), e na hipótese de aquisição de bens usados.

A IN elenca ainda todas as situações de setores da atividade econômica que tenham tributação diferenciada das contribuições, além de reproduzir regimes especiais como REIDI, RECAP, REPES, entre outros.

As regras de tributação do PIS e da COFINS devidos na importação também estão reproduzidas na IN sob foco.

Decadência

Dispõe ainda a IN que o prazo para a constituição de créditos do PIS e da COFINS extingue-se após cinco anos, contados:

a. do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído; ou

b. da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado por vício formal o lançamento do crédito tributário anteriormente efetuado.

Escrituração comercial e fiscal e comprovantes de lançamento - Meio eletrônico, óptico ou equivalente - Possibilidade de destruição de documentos originais - ADI RFB nº 4/2019

Em 11 de outubro de 2019, foi publicado o Ato Declaratório Interpretativo nº 4, o qual dispõe que os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal, bem como os comprovantes de lançamentos neles efetuados, podem ser armazenados em meio eletrônico, óptico ou equivalente para fins de conservação destes até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram.

De acordo com o referido ato, o documento digital e a sua reprodução terão o mesmo valor probatório do documento original perante a autoridade administrativa em procedimentos de fiscalização, observados os critérios especificados. Desse modo, os documentos originais poderão ser destruídos depois de digitalizados, ressalvados os documentos de valor histórico, cuja preservação é sujeita à legislação específica.

Tal ato também dispõe que os documentos armazenados em meio eletrônico, óptico ou equivalente poderão ser eliminados depois de transcorrido o prazo de prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que eles se referem.

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Conceito de insumos em face da decisão do STJ, no RESP nº 1.221.170/PR - Parecer Normativo COSIT nº 5/2018

O Parecer Normativo COSIT nº 5/2018, publicado em 18 de dezembro de 2018, apresenta as principais repercussões, no âmbito da RFB, decorrentes da definição do conceito de insumos para fins de tomada de créditos de PIS/COFINS, conforme estabelecido pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial nº 1.221.170/PR.

Consoante à referida tese acordada na decisão judicial:

O “critério da essencialidade” diz com o item do qual dependa, intrínseca e fundamentalmente, o produto ou o serviço, constituindo elemento estrutural e inseparável do processo produtivo ou da execução do serviço ou, quando menos, a sua falta lhes prive de qualidade, quantidade e/ou suficiência.

O “critério da relevância” é identificável no item cuja finalidade, embora não indispensável à elaboração do próprio produto ou à prestação do serviço, integre o processo de produção, seja pelas singularidades de cada cadeia produtiva ou “por imposição legal”.

Com base nessa premissa, o Parecer apresenta vários exemplos de gastos incorridos pelas pessoas jurídicas, indicando a possibilidade ou não de créditos das contribuições, à luz dos parâmetros definidos pelo citado julgamento do STJ.

Entre outras disposições, o Parecer esclarece que somente podem ser considerados insumos itens relacionados com a produção de bens destinados à venda ou à prestação de serviços a terceiros, o que não abarca itens que não estejam sequer indiretamente relacionados com tais atividades.

Afirma que, para fins de apuração de créditos das contribuições, não há insumos na atividade de revenda de bens, notadamente porque a essa atividade foi reservada a apuração de créditos em relação aos bens adquiridos para revenda (inciso I, caput do artigo 3º das Leis nos 10.637/2002 e 10.833/2003).

Em razão disso, exemplifica que não constituem insumos geradores de créditos para pessoas jurídicas dedicadas à atividade de revenda de bens: (a) combustíveis e lubrificantes utilizados em veículos próprios de entrega de mercadorias; (b) transporte de mercadorias entre centros de distribuição próprios; (c) embalagens para transporte das mercadorias, entre outros.

Reconhece, por outro lado, que o conceito estabelecido pela Primeira Seção do STJ permite o creditamento para insumos do processo de produção de bens destinados à venda ou à prestação de serviços, e não apenas insumos do próprio produto ou serviço comercializados, como vinha sendo interpretado pela RFB.

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Acordos Internacionais

Acordo entre Brasil e Suíça para intercâmbio de informações tributárias - Decreto Federal nº 9.814/2019Em 31 de maio de 2019, foi publicado o Decreto Federal nº 9.814, promulgando o acordo entre a República Federativa do Brasil e a Confederação Suíça para o intercâmbio de informações sobre matéria tributária, firmado em Brasília, em 23 de novembro de 2015.

Acordo entre Brasil, Grã-Bretanha e Irlanda do Norte para intercâmbio de informações tributárias - Decreto Federal nº 9.815/2019

Em 31 de maio de 2019, foi publicado o Decreto Federal nº 9.815, promulgando o acordo entre o governo da República Federativa do Brasil e o governo do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte para o intercâmbio de informações relativas a tributos, firmado em Brasília, em 28 de setembro de 2012.

Acordo entre Brasil e Noruega para Assistência Mútua Administrativa em Matéria Aduaneira - Decreto Federal nº 9.952/2019

Em 1º de agosto de 2019, foi publicado o Decreto Federal nº 9.952, promulgando o acordo de Assistência Mútua Administrativa entre o governo da República Federativa do Brasil e o governo do Reino da Noruega em Matéria Aduaneira, firmado em Oslo, em 19 de dezembro de 2012, anexo ao Decreto.

Convenção entre Brasil e Noruega - Promulgação do protocolo de alteração - Decreto Federal nº 9.966/2019Em 9 de agosto de 2019, foi publicado o Decreto Federal nº 9.966, promulgando o protocolo de alteração da convenção, celebrada em Brasília em 21 de agosto de 1980, entre o governo da República Federativa do Brasil e o governo do Reino da Noruega destinada a evitar a dupla tributação e a prevenir a evasão fiscal em matéria de IR e o capital, firmado em Brasília, em 20 de fevereiro de 2014.

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Soluções De Consulta 2019

Solução de Consulta COSIT nº 198, de 10 de junho de 2019

Assunto: IRPJ/CSLL

GANHO DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE INVESTIMENTOS. CONTABILIZAÇÃO NO PATRIMÔNIO LÍQUIDO. DETERMINAÇÃO DO LUCRO REAL. ADIÇÃO AO LUCRO LÍQUIDO.

O ganho de capital na alienação de bens do ativo não circulante classificados como investimentos, quando contabilizado no patrimônio líquido, será computado no lucro real e no resultado ajustado mediante adição ao lucro líquido.

(DOU 21.06.2019)

Solução de Consulta COSIT nº 223, de 26 de junho de 2019

Assunto: IRPJ /CSLL

AQUISIÇÃO DE PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA. ÁGIO POR RENTABILIDADE FUTURA. INCORPORAÇÃO, FUSÃO OU CISÃO. EXCLUSÃO DO LUCRO REAL. POSTERGAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.

A pessoa jurídica que absorver patrimônio de outra, em virtude de incorporação, fusão ou cisão, na qual detinha participação societária adquirida com ágio por rentabilidade futura (goodwill), desde que obedecidos os demais requisitos legais, poderá amortizar nos balanços correspondentes à apuração do lucro real/excluir para fins de apuração do lucro real, levantados posteriormente/dos períodos de apuração subsequentes, o saldo do referido ágio existente na contabilidade na data da aquisição da participação societária, à razão de 1/60 (um sessenta avos), no máximo, para cada mês do período de apuração.

Não é possível postergar a amortização/exclusão. Ela deve ser realizada de maneira ininterrupta, iniciando no primeiro período de apuração após a incorporação, fusão ou cisão, em razão fixa ali determinada, não superior a 1/60 (um sessenta avos) para cada mês do período de apuração.

(DOU 01.07.019)

Solução de Consulta nº 231, de 15 de julho de 2019

Assunto: IOF

RECURSOS PROVENIENTES DE EXPORTAÇÕES. MANUTENÇÃO NO EXTERIOR. INOCORRÊNCIA DO FATO GERADOR.

Não incide IOF quando da manutenção de recursos em moeda estrangeira em instituição financeira fora do País, relativos aos recebimentos de exportações brasileiras de mercadorias e de serviços para o exterior, realizadas por pessoas físicas ou jurídicas. Nessa situação, não há liquidação de contrato de câmbio e, portanto, não se verifica a ocorrência do fato gerador do imposto

conforme definido no artigo 63, II, do Código Tributário Nacional (CTN), e no artigo 11, do Decreto 6.306, de 2007.

OPERAÇÕES DE CÂMBIO RELATIVAS AO INGRESSO NO PAÍS DE RECEITAS DE EXPORTAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS. ALÍQUOTA ZERO.

a. No caso de operações de câmbio relativas ao ingresso no País de receitas de exportação de bens e serviços, há a incidência do IOF, à alíquota zero, conforme expressa previsão no artigo 15-B, I, do Decreto nº 6.306, de 2007.

b. No entanto, para a incidência da alíquota zero devem ser observados a forma e os prazos estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central do Brasil (BCB), independentemente de os recursos terem sido inicialmente recebidos em conta mantida no exterior, conforme autoriza a legislação pátria.

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c. Nos termos da legislação vigente (artigo 16-A, da Resolução CMN nº 3.568, de 2008, e do artigo 99, da Circular BCB nº 3.691, de 2013), para que se caracterize como operação de câmbio relativa a ingresso no País de receitas de exportação de bens e serviços, na forma do artigo 15-B, I, do Decreto nº 6.306, de 2007:

c.1 O contrato de câmbio de exportação deverá ser celebrado para liquidação pronta ou futura, prévia ou posteriormente ao embarque da mercadoria ou da prestação do serviço, observado o prazo máximo de 750 (setecentos e cinquenta) dias entre a contratação e a liquidação, bem como o seguinte:

I. No caso de contratação prévia, o prazo máximo entre a contratação de câmbio e o embarque da mercadoria ou da prestação do serviço é de 360 (trezentos e sessenta) dias.

II. O prazo máximo para liquidação do contrato de câmbio é o último dia útil do décimo segundo mês subsequente ao do embarque da mercadoria ou da prestação do serviço.

c.2 Para os contratos de câmbio de exportação, no caso de requerimento de recuperação judicial, ajuizamento de pedido de falência do exportador ou em outra situação em que fique documentalmente comprovada a incapacidade do exportador para embarcar a mercadoria ou para prestar o serviço por fatores alheios à sua vontade, o embarque da mercadoria ou a prestação do serviço pode ocorrer até 1.500 (mil e quinhentos) dias a partir da data de contratação da operação de câmbio, desde que o prazo entre a contratação e a liquidação do contrato de câmbio não ultrapasse 1.500 (mil e quinhentos) dias.

ESTA SOLUÇÃO DE CONSULTA REFORMA A SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 246, DE 11 DE DEZEMBRO DE 2018.

(DOU 24.07.2019)

Solução de Consulta COSIT nº 233, de 16 de agosto de 2019

Assunto: Normas de Administração Tributária

DENÚNCIA ESPONTÂNEA. FORMA DE INSTRUMENTALIZAÇÃO

A configuração da denúncia espontânea deve necessariamente obedecer aos preceitos do artigo 138 do Código Tributário Nacional (CTN), sob pena de sua inocorrência. A instrumentalização da denúncia espontânea se dá por meio das declarações em cumprimento a obrigações acessórias previstas na legislação tributária.

DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA DE MORA E MULTA PUNITIVA

Atendidos os requisitos do artigo 138 do CTN, a denúncia espontânea afasta a aplicação de multa, inexistindo, nesse caso, diferença entre multa moratória e multa punitiva.

A prestação a destempo da obrigação acessória pelo sujeito passivo, para configurar denúncia espontânea da obrigação principal, não o elide da multa referente ao descumprimento da obrigação acessória, posto que, são obrigações autônomas.

A comunicação da infração tributária e o pagamento do tributo nos termos do artigo 138 do CTN não impede o lançamento da multa pelo atraso no descumprimento das obrigações acessórias a que estava sujeita

DENÚNCIA ESPONTÂNEA. PAGAMENTO. COMPENSAÇÃO.

A extinção do crédito tributário mediante compensação não equivale ao pagamento referido pelo artigo 138 do CTN, para fins de configuração de denúncia espontânea.

(DOU 21.08.2019)

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116Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

| NormativaSinopse

| Legislativa | Taxas de câmbio

Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

Solução de Consulta COSIT nº 239, de 19 de agosto de 2019

Assunto: Normas de Administração Tributária

INDÉBITO TRIBUTÁRIO RECONHECIDO JUDICIALMENTE. IMPOSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO ADMINISTRATIVA.

Decisões judiciais que reconheçam indébito tributário não podem ser objeto de pedido administrativo de restituição, sob pena de ofensa ao artigo 100 da Constituição Federal.

(DOU 27.08.2019)

Solução de Consulta COSIT nº 276, de 26 de setembro de 2019

Assunto: IRRF

CONTRATO DE COMPARTILHAMENTO DE CUSTOS. SOCIEDADES DE MESMO GRUPO ECONÔMICO. SERVIÇOS TÉCNICOS. DESPESAS. REEMBOLSO. PAGAMENTO, CRÉDITO, ENTREGA, EMPREGO OU REMESSA. FAVORECIDO: RESIDENTE OU DOMICILIADO NO EXTERIOR. INCIDÊNCIA.

Incide IRRF sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos a residente ou domiciliado no exterior a título de remuneração de serviços técnicos prestados entre empresas do mesmo grupo econômico, ainda que esses serviços decorram do cumprimento de contrato genericamente denominado de contrato compartilhamento de custos (Cost Sharing Agreement), mas que não atenda aos requisitos para sua caracterização.

Assunto: CIDE

CONTRATO DE COMPARTILHAMENTO DE CUSTOS. SOCIEDADES DE MESMO GRUPO ECONÔMICO. SERVIÇOS TÉCNICOS. DESPESAS. REEMBOLSO. PAGAMENTO, CRÉDITO, ENTREGA, EMPREGO OU REMESSA. FAVORECIDO: RESIDENTE OU DOMICILIADO NO EXTERIOR. INCIDÊNCIA.

Há incidência de CIDE-royalties sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos a residente ou domiciliado no exterior a título de remuneração de serviços técnicos prestados entre empresas do mesmo

grupo econômico, ainda que esses serviços decorram do cumprimento de contrato genericamente denominado de contrato compartilhamento de custos (Cost Sharing Agreement), mas que não atenda aos requisitos para sua caracterização.

Assunto: PIS/COFINS-Importação

CONTRATO DE COMPARTILHAMENTO DE CUSTOS. SOCIEDADES DE MESMO GRUPO ECONÔMICO. SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS. EXECUÇÃO NO BRASIL. EXECUÇÃO NO EXTERIOR (COM RESULTADO NO BRASIL). DESPESAS. REEMBOLSO. PAGAMENTO, CRÉDITO, ENTREGA, EMPREGO OU REMESSA. FAVORECIDO: RESIDENTE OU DOMICILIADO NO EXTERIOR. INCIDÊNCIA.

O pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior, a título de contraprestação por serviço executado no Brasil, ou no exterior, cujo resultado se verifique no Brasil, corresponde a fato gerador do PIS/COFINS-Importação; ainda que esse serviço decorra do cumprimento de

contrato genericamente denominado de contrato compartilhamento de custos (Cost Sharing Agreement), mas que não atenda aos requisitos para s ua caracterização.

(DOU 02.10.2019)

Solução de Consulta DISIT/SRRF08 nº 8014, de 25 de junho de 2019

Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário

CISÃO PARCIAL. FIM ECONÔMICO E PROPÓSITO NEGOCIAL. TRANSFERÊNCIA DE CRÉDITOS DE NATUREZA TRIBUTÁRIA. UTILIZAÇÃO PELA SUCESSORA.

A operação societária de cisão parcial sem fim econômico deve ser desconsiderada quando tenha por objetivo o reconhecimento de crédito fiscal de qualquer espécie para fins de desconto, restituição, ressarcimento ou compensação, motivo pelo qual será considerado como de terceiro se utilizado pela cindenda ou por quem incorporá-la posteriormente.

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117Demonstrações Financeiras e Sinopses Normativa e LegislativaPwC | Guia 2019/2020

| NormativaSinopse

| Legislativa | Taxas de câmbio

Taxas e índices| Índices de inflação | Taxas de juros| Econômico

Contexto| Contábil | Normativo | Tributário | Tecnológico

A cisão parcial, desde que tenha fim econômico, é uma hipótese legal de sucessão dos direitos previstos nos atos de formalização societária, entre os quais os créditos decorrentes de indébitos tributários, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, que passam a ter natureza de créditos próprios da sucessora, se assim determinarem os atos de cisão sendo, desse modo, válidos para a solicitação de restituição e compensação com débitos desta para com a Fazenda Nacional.

SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 321, DE 09 DE AGOSTO DE 2017.

Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. COMPENSAÇÃO. SISTEMA DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL DAS OBRIGAÇÕES FISCAIS, PREVIDENCIÁRIAS E TRABALHISTAS (ESOCIAL).

Somente é possível a compensação entre débitos e créditos de tributos previdenciários e não previdenciários, reciprocamente, se ambos tiverem período de apuração posterior à utilização do eSocial.

SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 336, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2018.

(DOU 16.07.2019)

Esta coletânea, a qual não compreende toda a legislação publicada no período, foi elaborada com o intuito de ser utilizada apenas como referência e não representa um serviço de consultoria ou de opinião da PwC. A sua aplicação em situações concretas deve ser feita com o apoio de assessores legais, após a análise do inteiro teor dos referidos atos.