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CONTEÚDOS BÁSICOS COMUNS PROJETOS DE APRENDIZAGEM CONCEPÇÃO, ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA DISCIPLINA PROJETOS DE APRENDIZAGEM

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CONTEÚDOS BÁSICOS COMUNS

PROJETOS DE APRENDIZAGEM

CONCEPÇÃO, ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA DISCIPLINA PROJETOS DE APRENDIZAGEM

CONTEÚDOS BÁSICOS COMUNS

PROJETOS DE APRENDIZAGEM

CONCEPÇÃO, ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA DISCIPLINA PROJETOS DE APRENDIZAGEM

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNIRobson Braga de AndradePresidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRETRafael Esmeraldo Lucchesi RamacciottiDiretor de Educação e Tecnologia

Julio Sergio de Maya Pedrosa MoreiraDiretor Adjunto de Educação e Tecnologia

SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA - SESIJair Antônio MeneguelliPresidente do Conselho Nacional

SESI – DEPARTAMENTO NACIONALRobson Braga de AndradeDiretor

Rafael Esmeraldo Lucchesi RamacciottiDiretor-Superintendente

Marcos Tadeu de SiqueiraDiretor de Operações

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAIRobson Braga de AndradePresidente do Conselho Nacional

SENAI – DEPARTAMENTO NACIONALRafael Esmeraldo Lucchesi RamacciottiDiretor-Geral

Julio Sergio de Maya Pedrosa MoreiraDiretor Adjunto

Gustavo Leal Sales FilhoDiretor de Operações

INSTITUTO EUVALDO LODI – IELRobson Braga de AndradePresidente do Conselho Superior

IEL – NÚCLEO CENTRALPaulo Afonso FerreiraDiretor Geral

Paulo Mol JúniorSuperintendente

Organizações das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura – UNESCO Lucien André MuñozRepresentante da UNESCO no Brasil

Maria Rebeca Otero GomesCoordenadora do Setor da Educação da UNESCO

CONCEPÇÃO, ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA DISCIPLINA PROJETOS DE APRENDIZAGEM

CONTEÚDOS BÁSICOS COMUNS

PROJETOS DE APRENDIZAGEM

© 2014 SESI – Departamento NacionalQualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.

SESI/DNGerência de Educação Básica e Cultura – GEBC

SESIServiço Social da Indústria Serviço de Atendimento ao Cliente - SACDepartamento Nacional Tels.: (61) 3317-9989 / 3317-9992Sede [email protected] Bancário NorteQuadra 1 – Bloco CEdifício Roberto Simonsen70040-903 – Brasília – DFTel.: (61) 3317-9001Fax: (61) 3317-9190http://www.sesi.org.br

SUMÁRIO

I. POR QUE ENSINAR PROJETOS DE APRENDIZAGEM? | 7INTRODUÇÃO | 7

1. O VALOR E A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS DE APRENDIZAGEM | 8

2. PROJETOS DE APRENDIZAGEM E EDUCAÇÃO PARA O MUNDO

DO TRABALHO | 11

II. O QUE ENSINAR EM PROJETOS DE APRENDIZAGEM? | 12INTRODUÇÃO | 12

1. ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA DISCIPLINA | 12

2. PROCEDIMENTOS PARA IMPLANTAÇÃO DA DISCIPLINA | 14

3. ÁREAS TEMÁTICAS | 15

III. COMO ENSINAR PROJETOS DE APRENDIZAGEM? | 21INTRODUÇÃO | 21

1. DIRETRIZES METODOLÓGICAS | 22

2. O PROFESSOR COMO ORIENTADOR DE PROJETOS DE APRENDIZAGEM | 30

3. METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DA DISCIPLINA | 32

4. COMO AVALIAR | 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS | 45

ANEXO – MODELO DE PROJETO COM ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR | 47

I. IDENTIFICAÇÃO: QUEM SOMOS? | 48

II. ÁREA TEMÁTICA DO PROJETO | 48

III. FOCO DO PROJETO | 49

IV. NATUREZA (OU TIPO) DO PROJETO | 49

V. NOME PROVISÓRIO DO PROJETO | 50

VI. OBJETIVO DO PROJETO | 50

VII. RESULTADOS ESPERADOS DO PROJETO | 51

VIII. MOTIVAÇÃO DO GRUPO | 51

IX. TAREFAS A SEREM REALIZADAS | 52

X. DISTRIBUIÇÃO DAS TAREFAS | 52

XI. DETALHAMENTO E SEQUENCIAMENTO DAS TAREFAS | 53

XII. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DAS TAREFAS | 53

XIII. RECURSOS NECESSÁRIOS PARA REALIZAÇÃO DO PROJETO | 54

XIV. TÍTULO FINAL DO PROJETO | 54

XV. PLANO DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO | 54

XVI. TIPO DE ABORDAGENS DO PROJETO | 55

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I. POR QUE ENSINAR PROJETOS DE APRENDIZAGEM?

Introdução

O processo de desenvolvimento passa por muitas e importantes mudanças no período da adolescência, entre 15 e 17 anos. Neste período, aumenta a capacidade de desenvolver pla-nos coerentes e metas de longo prazo, o que possibilita o distanciamento da ação imediata; possibilita situar o real no conjunto de eventos possíveis – o real deixando de ser constituído apenas pelo que é percebido e passando a incorporar aquilo que é imaginado; aumenta, com isso, a capacidade de analisar problemas, passando a submeter cada situação ao exame de uma inteligência ativa e mais rigorosa na busca de razões que a justifiquem; e amplia-se, ainda, a capacidade de formular perguntas mais profundas sobre questões morais, éticas e religiosas, em um esforço de atribuir valor e sentido à vida. É uma fase de dúvidas e supera-ções, de construção de identidade e definição de novos interesses.

Nessa fase, importa ajudar os jovens a refletir sobre quem são e como se relacionar bem com os outros, como descobrir preferências e inclinações internas, a fim de alimentar aspirações em suas carreiras e construir projetos de vida. Para isso, não se pode restrin-gir as práticas educativas às tradicionais aulas expositivas; é preciso desenhar atividades prazerosas e capazes de engajar os jovens em diálogos genuínos com o mundo, que os desafiem a criar planos, ideias e soluções para os problemas da vida.

As práticas pedagógicas adequadas, nesse período, são aquelas que colocam ênfase na possibilidade de engajamento dos jovens em diferentes grupos, para estudo de proble-mas concretos nas relações de confiança e na aprendizagem participativa, na elaboração de estratégias metacognitivas, na capacidade de fazer escolhas e no exercício da toma-da de decisões, no envolvimento com problemas complexos e socialmente relevantes,

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no desenvolvimento da iniciativa e do empreendedorismo, nas relações dialógicas com outros jovens e adultos experientes, e nas atividades menos controladas e com direcio-namentos mais abertos.

Esse é o papel que a disciplina Projetos de Aprendizagem deve cumprir na nova propos-ta educativa das Escolas SESI. Nesta disciplina, os alunos, ao elaborarem seus projetos, devem partir da problematização ou da leitura de situações reais que considerem mais relevantes e merecedoras da sua atenção. O importante é que cada projeto traduza uma visão ou um entendimento particular da situação que cada grupo elegeu como bom desafio para constituir-se como seu projeto comum. Muda substancialmente o papel do professor, que se transforma em orientador de um grupo operativo,1 que utiliza parte da sua energia para estabelecer as regras de convivência do grupo e outra parte para desen-volver o projeto comum.

1. O valor e a importância dos Projetos de Aprendizagem

Todos os alunos podem aprender, mas, como se sabe, cada um aprende segundo seu próprio estilo e ritmo. A aprendizagem não é algo que se impõe de fora para dentro. Se-gundo Maturana (1988), a aprendizagem é uma construção interna limitada pelas possi-bilidades estruturais de cada um. E, por ser uma construção endógena do sujeito, ela se torna significativa. As novidades que se apresentam no dia a dia e as contradições que o sujeito tem que superar acabam por ser incorporados à sua estrutura cognitiva, por meio de um processo de construções e reconstruções sucessivas, já muito bem descrito por Piaget (1997)2. Por outro lado, uma estrutura cognitiva mais rica possibilita melhor com-preensão da realidade, ao atribuir a ela novos significados e enriquecendo-a de novas propriedades e atributos.

O uso de projetos na educação conquistou, há muito tempo, um espaço importante na prática pedagógica. A razão está no fato de que a aprendizagem, por meio de projetos, respeita a diversidade de interesses, estilos e ritmos dos alunos. Ao realizá--los, eles aprendem no processo de planejar, de produzir ideias, de levantar dúvidas, de pesquisar e de criar relações que incentivam novas buscas e novas descobertas. Mas, segundo Chaves (2001), “a aprendizagem que é mais importante para os alunos se dá quando eles próprios definem e elaboram projetos do que desejam aprender”.

1 Nesta disciplina, estamos chamando de “grupo operativo” o grupo que, ao longo do tempo, vai se afinando, até chegar ao ponto da mínima interferência do professor orientador. Baseado no livro: AFONSO, M. L. (Org.) Oficinas em dinâmica de grupo – um método de intervenção psicossocial. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006.

2 PIAGET, J. Desenvolvimento do pensamento – equilibração das estruturas cognitivas. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1997.

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A esse tipo ele chama de “Projetos de Aprendizagem”, e é nesse sentido que esta expressão é utilizada neste documento. Em torno desse conceito, ele desenvolveu a “Pedagogia de Projetos de Aprendizagem”, compatível com os pressupostos do novo projeto educativo das Escolas SESI.

A estratégia de atuar por projetos tem algumas vantagens, como fomentar mudanças na rotina das escolas; formar professores com mais confiança e iniciativa; modificar o currículo, de modo a torná-lo mais participativo; respeitar os interesses e o ritmo dos alunos, com tempo previamente estipulado para início e término das ações do projeto; além de fomen-tar a curiosidade, a criatividade, a busca pelo novo e a atuação em equipes, atendendo as inclinações naturais dos jovens alunos.

Esse entendimento está alinhado com a visão de Moura e Barbosa (2007) sobre o valor de projetos educacionais:

Projeto educacional é um empreendimento de duração finita, com objetivos claramente definidos em função de problemas, oportunidades, necessidades, desafios ou interesses de um sistema educacional, de um educador ou grupo de educadores, com a finalidade de planejar, coordenar e executar ações voltadas para melhoria de processos educativos e de formação humana, em seus diferentes níveis e contextos (2007, p. 7).

Do ponto de vista formativo, a organização e a execução de um projeto envolvem o exer-cício de imaginar o futuro, de antecipar algo realizável, mas que ainda é apenas possível e que existe somente como uma construção mental. Envolve o processo de projetar, o que implica analisar o presente como fonte de possibilidades futuras. Nesse sentido, Barbier (In Machado, 20003), considera que o projeto não é uma simples representação do futuro, do amanhã; é o futuro a fazer, um amanhã a concretizar, um possível a transformar em real, uma ideia a transformar em ato.

Para Hernández (1998), a finalidade dos projetos em educação é favorecer o ensino para a compreensão. Quando o professor utiliza o projeto como um método para ensinar um conteúdo disciplinar, talvez isso seja suficiente e eficaz. Mas, espera-se mais que isso dos Projetos de Aprendizagem, porque eles não se reduzem a um método de ensino. O pró-prio Hernández enfatiza que o trabalho por projeto “não deve ser visto como uma opção puramente metodológica, mas como uma maneira de repensar a função da escola”. O trabalho por projeto muda o próprio conceito de educação e, consequentemente, da postura e do papel do professor.

3 MACHADO, N. J. Educação: projetos e valores. São Paulo: Escrituras Editora, 2000.

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A expectativa é que os Projetos de Aprendizagem não se limitem ao ensino de conteúdos específicos, mas estimulem a autonomia, a iniciativa, a capacidade de conviver harmonio-sa e produtivamente com os colegas, compartilhando dúvidas e festejando as conquistas. Ao mesmo tempo espera-se, também, que sejam estimuladas atitudes empreendedoras, que os tornem capazes de realizar algo de que possam se orgulhar e que sejam úteis para outras pessoas. Adquirir confiança na capacidade de realizar algo que lhes pareça impor-tante é um ingrediente essencial para o amadurecimento dos alunos. E como aprender é atribuir significado, um projeto de aprendizagem, por traduzir uma escolha do grupo, é o melhor meio de atribuir maior significado às experiências vividas.

O espaço da formação humana não se esgota no ambiente escolar, nem nos limites da sala de aula. No entanto, a tradição nas nossas escolas é encerrar-se dentro dos seus muros e manter-se refratária às transformações sociais, às conquistas científicas e às inovações tec-nológicas. A falta de sintonia entre os currículos escolares e a dinâmica da vida contempo-rânea é uma evidência desse fato. Então, como estimular os alunos e os educadores para que todos concorram na incorporação da experiência da vida como experiência formativa?

A escola tem se esforçado para motivar seus alunos, mas tem fracassado porque insiste em fazer com que se interessem em aprender aquilo que o professor está tentando ensinar e que, em geral, está muito distante de seus interesses. Blikstein (2011) considera que esse é um pro-blema grave da nossa educação básica e classifica como tragédia ver, a cada dia, milhares de alunos sendo convencidos de que são incapazes e pouco inteligentes, simplesmente porque não conseguem se adaptar a um sistema equivocado. Para ele, precisamos de um sistema educacional que respeite e estimule o interesse e a criatividade dos alunos, que crie uma geração de milhões de jovens empreendedores que acreditem na qualidade de suas ideias, um “exército da inovação” que gere produtos, obras artísticas e teorias científicas que tenham impacto real no mundo – não depois da escola, mas durante a experiência escolar.

Ainda segundo Blikstein, antes de chegar à escola, e mesmo nos primeiros anos da sua vida esco-lar, as crianças são altamente motivadas para aprender – mas para aprender o que lhes interessa, o que lhes provoca a curiosidade, o que lhes desafia a engenhosidade. Por que a escola não procura aproveitar, ao longo de toda a trajetória escolar, essa natural curiosidade, essa natural vontade de aprender, essa inclinação – esse quase instinto – para resolver problemas e vencer desafios?

A proposta de implantação de Projetos de Aprendizagem é uma aposta de que isso é possível de ser feito, porque cria na escola um espaço de problematização e de envolvimento ativo dos alunos com experiências da vida real. Cria, também, um clima de colaboração e compartilha-mento em que todos podem aprender a ter mais confiança em si mesmos e mais segurança para guiarem-se por valores, e não por influências externas ou impulsos irrefletidos.

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2. Projetos de Aprendizagem e educação para o mundo do trabalho

A formação para o desenvolvimento humano orientada para o mundo do trabalho pressu-põe a aquisição de competências técnicas mas, também, o compromisso ético, como base para formar jovens capazes de se interessarem por questões econômicas e políticas e por buscarem transformações que apontem na direção de melhorias coletivas e, portanto, de uma sociedade melhor para se viver.

Essa concepção é oposta à de uma pedagogia tradicionalista, firmada na reprodução de conteúdos e desconectada das questões da vida cotidiana, porque supõe uma compreen-são de aprendizagem enquanto processo relacional, e isso pressupõe determinadas condi-ções e relações entre sujeitos e saberes.

A aprendizagem nessa perspectiva é um processo singular e social que ocorre de diversas formas. Nessa linha de pensamento, é necessário incorporar ao currículo da escola conhe-cimentos que contribuam para a compreensão do trabalho como princípio educativo. Essa reflexão deve constituir-se em um movimento na busca da unidade entre teoria e prática. Então, é fundamental atentar para o fato de que o trabalho como princípio educativo não se restringe ao aprender trabalhando ou ao trabalhar aprendendo; está relacionado com a intencionalidade de que, por meio da ação educativa, os alunos compreendam enquanto vivenciam e constroem a sua própria formação.

A ação educativa na formação para o trabalho visa além da aquisição dos conteúdos científicos necessários para uma vida acadêmica (ingresso para uma universidade), ou técnica-científica (ingresso nos cursos técnicos); visa uma formação para viver e conviver em sociedade, traba-lhar colaborativamente com os outros, passar do individualismo para o trabalho cooperativo, sair da repetição para a reflexão e inventividade. As atitudes básicas requeridas no mundo do trabalho não são distintas, em essência, daquelas necessárias à uma vida social e comunitária responsável e colaborativa. Não se forma um bom profissional sem formar-se uma boa pessoa e um bom cidadão.

A disciplina Projetos de Aprendizagem, ao proporcionar ao aluno um espaço de reflexão sobre os seus sonhos e desejos por meio do projeto de futuro, constitui uma prepara-ção para o mundo do trabalho por ajudar a delinear, desde cedo, os caminhos para sua realização pessoal e profissional. Além disso, as virtudes formativas já elencadas de uma formação por meio de projetos constituem competências sociais necessárias para uma trajetória bem-sucedida, tanto na vida social quanto no mundo do trabalho.

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13° passo: recursos necessários

(O que precisamos para realizar o projeto? Como vamos obter o que precisamos?)

Fazer um levantamento preliminar daquilo que é indispensável para a realização do projeto, como máquina fotográfica, papel e outros insumos, e informar como poderá ser obtido.

14° passo: título final do projeto

3.2. Formas de abordagem dos projetos

Um projeto pode ser desenvolvido segundo diferentes formas de abordagem, que não são mutuamente exclusivas. O professor deve orientar cada grupo de alunos sobre a aborda-gem mais adequada de cada projeto, ou seja, a que pode extrair maior proveito pedagógico do projeto proposto.

1. Ambiental:

Um projeto com uma abordagem ambiental considera o ambiente como um espaço de interação social e culturalmente construído, ultrapassando a concepção de natureza como cenário ou paisagem e fonte inesgotável de recursos. Focalizar e localizar as modificações no ambiente, tendo como referência o passado, fornece elementos para entender, modi-ficar o presente e projetar o futuro. Esse tipo de abordagem conduz a repensar a posição antropocêntrica e utilitarista predominante na sociedade.

2. Multicultural:

Lidar com uma pluralidade de saberes e valores culturais possibilita ao estudante ampliar sua visão de mundo e desenvolver uma atitude de respeito e consideração pelo outro. Pretende-se, com isto, que as várias culturas tenham espaço no processo ensino-aprendi-zagem. Uma abordagem multicultural não pretende considerar a diversidade como mera curiosidade e ilustração para enriquecer o projeto dos alunos.

3. Contextualizada:

Estimular uma abordagem que considere o contexto socioeconômico e cultural possibilita aos estudantes reconhecerem a relevância do seu projeto, além de favorecer o processo de aprendizagem significativa.

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4. Problematizadora:

Abordar os desafios de forma problematizadora significa levar os estudantes a questiona-rem situações que o senso comum considera como aparentemente estabelecidas, a conce-berem o conhecimento como algo passível de crítica e a buscarem explicações que ultra-passem as “verdades aparentes” e as percepções imediatas.

5. Interdisciplinar:

Apresentar um tema sob diversas perspectivas, recorrendo a várias áreas do conhecimento, permite resgatar uma visão de ciência como uma atividade ampla e complementar em oposição a um somatório de partes fragmentadas.

6. Aplicativa:

A aplicabilidade relaciona-se com a utilização prática e imediata de um conhecimento e também com o fornecimento de subsídios para que o aluno compreenda situações mais complexas. A abordagem aplicativa envolve a explicitação de situações reais associadas aos conhecimentos.

7. Explicativa:

Uma abordagem explicativa é aquela que orienta o projeto para a busca de modelos expli-cativos que permitam descrever/compreender o objeto de estudo do projeto.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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AFONSO, M. L. (Org.) Oficinas em dinâmica de grupo – um método de intervenção psicossocial. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006.

______. Trabalhando com oficinas. Belo Horizonte.

BLIKSTEIN, P. (2011) O mito do mau aluno e porque o Brasil pode ser o líder mundial. Disponível em: http://www.blikstein.com/paulo/documents/books/Blikstein-Brasil_pode_ser_lider_mundial_em_educacao.pdf. Acesso em abril de 2012.

CIAVATTA, M. A. A formação integrada: a escola e o trabalho como lugares de memória e d identidade. In: RAMOS, M.; FRIGOTTO, G.; CIAVATTA, M. (Org.) Ensino médio integrado: concepções e contradições. São Paulo: Cortez, p. 83-105, 2005.

CHAVES, E. A pedagogia de projetos de aprendizagem. Trabalho apresentado na 24ª Reunião da Anped. Caxambu, 2001.

COSTA, A. C. G. Protagonismo juvenil – adolescência, educação e participação democrática. Salvador: Fundação Odebrecht, 2000.

DEWEY, J. Experiência e educação. 3 ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1979.

FREINET, C. A educação pelo trabalho. Lisboa: Presença, 1974.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1979.

HERNANDEZ, F. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Porto Alegre: ArtMed Editora, 1998.

MACHADO, N. J. Educação: projetos e valores. São Paulo: Escrituras Editora, 2000.

MATURANA, H. Emoções e linguagem. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.

MORAES, C. S. V. Educação permanente: direito de cidadania, responsabilidade do Estado. Trabalho, Educação e Saúde. Rio de Janeiro, v. 4, n. 2, p. 395-416, 2006.

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MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. Lisboa: Instituto Piaget,1990.

NERI, Marcelo. Relatório dos motivos da evasão escolar. Patrocinado pela Fundação Educar DPaschoal, Instituto Unibanco, Fundação Getulio Vargas e Ministério da Educação, Todos pela Educação. Brasília, 2000.

PIAGET, J. Desenvolvimento do pensamento – equilibração das estruturas cognitivas. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1997.

PIAGET, J. Para onde vai a educação? 6 ed. Rio de Janeiro: Editora Unesco, 1978.

TEIXEIRA, A. Pequena introdução à filosofia da educação: a escola progressiva ou a transformação da escola. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2010.