contatos: e‐mail: [email protected] facebook ... · trabalhistas, donde se conclui...

13
_______________________________________________________________________________________ Mini curriculum Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo Civil, Professor em Pós Graduação e Cursos Preparatórios para o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil 1ª e 2ª Fases da OAB/FGV. Contatos: E‐mail: [email protected] Facebook: fb.com/custodio.nogueira 2ª FASE OAB GRÁTIS (site do Legale) www.custodionogueira.com.br Instagram - prof.custodionogueira _______________________________________________________________________________ NOVA REDAÇÃO – REFORMA TRABAHISTA Art. 879 - § 2º Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão. Art. 14 da IN 41 do TST – A regra inscrita no art. 879, §2º da CLT, quanto ao dever de o juiz conceder prazo comum de oito dias para impugnação fundamentada da conta de liquidação, NÃO se aplica à liquidação iniciada antes de 11 de novembro de 2017. E agora, da decisão pós impugnação das partes, caberá? REDAÇÃO ANTERIOR Quem tem LEGITIMIDADE ATIVA para promover a execução? Art. 878 - A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, OU ex officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo anterior. NOVA REDAÇÃO – REFORMA TRABAHISTA. Art. 878 - A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal APENAS nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 13 da IN 41 do TST – A partir da vigência da Lei nº 13.467/2017, a iniciativa do juiz na execução de que trata o art. 878 da CLT e no incidente de desconsideração da personalidade jurídica a que alude o art. 855-A da CLT ficará limitada aos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado. Enunciado Anamatra: EXECUÇÃO DE OFÍCIO E ART. 878 DA CLT

Upload: duongquynh

Post on 27-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

_______________________________________________________________________________________

Mini curriculum Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo Civil, Professor em Pós Graduação e Cursos Preparatórios para o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil 1ª e 2ª Fases da OAB/FGV.

Contatos: E‐mail: [email protected]

Facebook: fb.com/custodio.nogueira

2ª FASE OAB GRÁTIS (site do Legale) www.custodionogueira.com.br

Instagram - prof.custodionogueira _______________________________________________________________________________

NOVA REDAÇÃO – REFORMA TRABAHISTA

Art. 879 - § 2º Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão.

Art. 14 da IN 41 do TST – A regra inscrita no art. 879, §2º da CLT, quanto ao dever de o juiz conceder prazo comum de oito dias para impugnação fundamentada da conta de liquidação, NÃO se aplica à liquidação iniciada antes de 11 de novembro de 2017.

E agora, da decisão pós impugnação das partes, caberá? REDAÇÃO ANTERIOR Quem tem LEGITIMIDADE ATIVA para promover a execução?

Art. 878 - A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, OU ex officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo anterior.

NOVA REDAÇÃO – REFORMA TRABAHISTA.

Art. 878 - A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal APENAS nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Art. 13 da IN 41 do TST – A partir da vigência da Lei nº 13.467/2017, a iniciativa do juiz na execução de que trata o art. 878 da CLT e no incidente de desconsideração da personalidade jurídica a que alude o art. 855-A da CLT ficará limitada aos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado.

Enunciado Anamatra:

EXECUÇÃO DE OFÍCIO E ART. 878 DA CLT

EM RAZÃO DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DA EFETIVIDADE (CF, ART. 5º, XXXV), DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO (CF, ART. 5º, LXXVIII) E EM FACE DA DETERMINAÇÃO CONSTITUCIONAL DA EXECUÇÃO DE OFÍCIO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS, PARCELAS ESTAS ACESSÓRIAS DAS OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS (CF, ART. 114, VIII), O ART. 878 DA CLT DEVE SER INTERPRETADO CONFORME A CONSTITUIÇÃO, DE MODO A PERMITIR A EXECUÇÃO DE OFÍCIO DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS, AINDA QUE A PARTE ESTEJA ASSISTIDA POR ADVOGADO.

ex officio? Interesse do Estado em ver executada suas decisões, e não a, hipossuficiência do trabalhador. Quanto aos Créditos Previdenciários. Conflito:

Art. 876, Parágrafo único da CLT - A Justiça do Trabalho executará, de ofício, as contribuições sociais previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do caput do art. 195 da Constituição Federal, e seus acréscimos legais, relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e dos acordos que homologar. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Orientação Anamatra:

EXECUÇÃO DE OFÍCIO. LIMITAÇÃO DECORRENTE DO ART. 878, "CAPUT" DA CLT (LEI 13.467/17). POSSIBILIDADE DE EXECUÇÃO DE OFÍCIO, NO ENTANTO, QUANTO ÀS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS, CONFORME ART. 876, PARÁGRAFO ÚNICO DA CLT (LEI 13.467/17). TRATAMENTO DIFERENCIADO. INCONSTITUCIONALIDADE. APLICAÇÃO SUPLETIVA DO ARTIGO 139, IV DO NCPC. Viola o princípio da isonomia o tratamento diferenciado constante nos artigos 876, parágrafo único da CLT e artigo 878, “caput” da CLT (ambos com redações conferidas pela Lei 13.467/17), pelo o que deve ser reputada por inconstitucional no sentido da restrição emanada deste último dispositivo. Ademais, deve ser aplicado supletivamente o artigo 139, IV do NCPC (artigo 15 do NCPC), permitindo-se ampla execução de ofício.

Art. 139 do CPC - O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe (...) IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;

CREDOR (RECLAMANTE-EXEQUENTE) E SEUS SUCESSORES CAUSA MORTIS.

Art. 1º - Lei 6.858/80 - Os valores devidos pelos empregadores aos empregados e os montantes das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participação PIS-PASEP, não recebidos em vida pelos respectivos titulares, serão pagos, em quotas iguais, aos dependentes habilitados perante a Previdência Social ou na forma da legislação específica dos servidores civis e militares, e, na sua falta, aos sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, independentemente de inventário ou arrolamento.

Jurisprudência:

No caso de falecimento do empregado ou substituído, os valores decorrentes dos processos trabalhistas somente deverão ser pagos a quem de direito, dependentes ou sucessores, relacionados com o titular do contrato de trabalho, desde que apresentada comprovação de dependente habilitado pela Previdência Social (INSS), de acordo com o disposto no art. 1º da Lei nº 6.858 /80, e, na sua falta, aos sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, independentemente de inventário ou arrolamento. TRT-1 - Recurso Ordinário RO 00004587720125010055 RJ (TRT-1)

Certidão negativa do INSS, juntar certidão de inexistência de dependentes no INSS e regularizar o polo ativo, nos termos do CPC:

Art. 75, CPC - Serão representados em juízo, ativa e passivamente: VII - o espólio, pelo inventariante;

União Estável? Provocar no juízo cível o reconhecimento e posterior habilitação na RT. Fundo de Garantia das Execuções Trabalhistas.

Art. 3º da EC 45/2004 - A lei criará o Fundo de Garantia das Execuções Trabalhistas, integrado pelas multas decorrentes de condenações trabalhistas e administrativas oriundas da fiscalização do trabalho, além de outras receitas.

O dispositivo constitucional, entretanto, ainda não foi regulamentado, dependendo da aprovação de lei nesse sentido, por se tratar de norma de eficácia limitada, vale dizer, que não é autoaplicável. Jurisprudência:

MANDADO DE INJUNÇÃO. FUNDO DE GARANTIA DAS EXECUÇÕES TRABALHISTAS. INADIMPLÊNCIA DE CRÉDITO TRABALHISTA RECONHECIDO JUDICIALMENTE. 1. O Plenário desta Corte já assentou que o art. 3º da EC nº 45/2004 não assegura o pagamento de crédito trabalhista reconhecido judicialmente, mas apenas remete ao legislador ordinário a criação do Fundo de Garantia das Execuções Trabalhistas. 2. A parte impetrante não apresenta a condição jurídica de pessoa cujo direito esteja inviabilizado pela ausência de norma regulamentadora de direito constitucionalmente assegurado (MI 6.052, Rel. Min. Cármen Lúcia). 3. Writ a que se nega seguimento. STF - MANDADO DE INJUNÇÃO MI 6342 BA BAHIA 9959227-57.2014.1.00.0000 (STF)

Quem tem LEGITIMIDADE PASSIVA para execução? Devedor. Assim definido no título executive que, podem ser: 1º-) Sucessores: Pessoa Física – Lei Civil. (herdeiros, no limite do quinhão) Pessoa Jurídica - (art. 448 e 448-A da CLT) SÓCIOS – ESTUDAREMOS APARTADO.

2º-) Empresa pertencente ao mesmo Grupo Econômico (art. 2º, § 2º e 3 º da CLT) 3º-) Tomador de Serviços (Lei 13.429/17 e Súmula 331, IV e V do TST)

Vamos as possibilidades: 1º-) Sucessores: Pessoa Física – Lei Civil. (herdeiros, no limite do quinhão) Pessoa Jurídica - (art. 448 e 448-A da CLT) 1ª Hipótese: Pessoa Física – Lei Civil. (herdeiros, no limite do quinhão)

Art. 779 do CPC - A execução pode ser promovida contra: II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;

Jurisprudência:

EMPREGADOR PESSOA FÍSICA. FALECIMENTO. EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. AUSÊNCIA DE SUCESSÃO PELO ESPÓLIO. Com a morte do empregador pessoa física, extingue-se o contrato de trabalho, não havendo como se pretender tenha este continuidade relativamente aos herdeiros. O que pode haver é o estabelecimento de novo vínculo contratual. Recurso do reclamante a que se nega provimento. TRT-6 - Recurso Ordinário RO 00015766020125060181 (TRT-6) Data de publicação: 08/04/2014

2ª Hipótese: Pessoa Jurídica - (art. 448 e 448-A da CLT) Sucessão de Empregadores – Raciocínio do Reclamante. Pessoa Jurídica:

Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.

NOVIDADE – REFORMA TRABAHISTA.

Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor. Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar comprovada fraude na transferência.

Orientação Anamatra:

SUCESSÃO TRABALHISTA. A teor do art. 1.146 do Código Civil, aplicável ao Direito do Trabalho (CLT, art. 8º), é solidária a responsabilidade do sucedido e do sucessor pelos créditos trabalhistas constituídos antes do trespasse do estabelecimento, independentemente da caracterização de fraude.

Art. 1.146 do CCB - O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.

Adquirente = (novo empregador) é solidariamente responsável pelas dívidas anteriores à transferência, desde que contabilizados. Alienante (retirante=empregador original) é solidariamente responsável pelas dívidas vencidas e VINCENDAS, existentes na empresa no momento da averbação do trespasse, pelo prazo de 01 (um) contados da seguinte forma: Dívidas JÁ Vencidas na Alienação – A partir da publicação da alienação na Junta Comercial. Dívidas NÃO Vencidas na Alienação – A partir dos respectivos vencimentos. (salários) Contrato de Trabalho é obrigação que se renova no tempo! Mais Fundamentação Legal para configuração da Responsabilidade da Sucedida:

Art. 124 do CTN - São solidariamente obrigadas: I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; Art. 233 Lei 6.404/76 (S.A.) - Na cisão com extinção da companhia cindida, as sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da companhia extinta. A companhia cindida que subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da primeira anteriores à cisão. Enuciado 4 da Anamatra (2007) - SUCESSÃO TRABALHISTA. Aplicação subsidiária do Direito Comum ao Direito do Trabalho (Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, art. 8º, parágrafo único). Responsabilidade solidária do sucedido e do sucessor pelos créditos trabalhistas constituídos antes do trespasse do estabelecimento (CLT, arts. 10 e 448, c/c Código Civil, art. 1.146)

Jurisprudência:

SUCESSÃO TRABALHISTA. NECESSÁRIA RESPONSABILIZAÇÃO DA EMPRESA SUCEDIDA PELO ADIMPLEMENTO DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS DECORRENTES DO CONTRATO DE TRABALHO CONSTITUÍDOS ANTES DO TRESPASSE DO ESTABELECIMENTO. Considerando que o julgador deve se orientar com base no espírito da norma a ser aplicada, atentando-se às necessidades socioeconômicas que o cercam, nos termos do art. 5º da LINDB, agregando-se a isto a interpretação teleológica dos artigos 10 e 448 da CLT, destinados à ampliação da solvabilidade do crédito trabalhista, em aplicação combinada dos artigos 100, parágrafo 1º, da CRFB, e 186 do CTN, que caracterizam a natureza alimentar da parcela trabalhista, devendo ser acobertada

pelas mais diversificadas garantias da ordem jurídica, de modo a assegurar seu valor, montante e disponibilidade em benefício do empregado, é inevitável asseverar que o instituto da sucessão trabalhista permite ao empregado voltar-se, simultaneamente, contra a empresa sucedida e sucessora. Reforçando essa linha de entendimento, invoca-se o art. 124, I, do CTN, aplicável à seara trabalhista por força dos art. 8º da CLT, segundo o qual "são solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal". Portanto, a imputação de responsabilidade solidária ao sucedido pelos créditos em questão tem amparo expresso na norma legal em apreço, pois que patente o interesse comum da sucedida e sucessora em relação à prestação dos serviços do empregado, que constitui, no Direito do Trabalho, o fato gerador dos créditos trabalhistas. Outra norma legal que imputa explicitamente a responsabilidade da sucedida é a prevista no art. 233, da Lei n. 6.404/76 (Dispõe sobre as Sociedades por Ações). Desse modo, ao disciplinar uma das formas de sucessão empresarial (cisão), o comando legal retro citado atribui à companhia cindida a responsabilidade pelo adimplemento de todas as obrigações legais, incluindo-se as trabalhistas. Em suma, com supedâneo na visão conglobante, sistêmica e teleológica do ordenamento jurídico, havendo a sucessão de empregadores, a responsabilização pelo passivo trabalhista é solidária as empresas envolvidas. Nesse sentido, segue o Enunciado n. 4 da 1ª Jornada Nacional sobre execução na Justiça do Trabalho. Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região TRT-2 – RECURSO ORDINÁRIO: RO 00026037920135020076 SP 00026037920135020076

TESE PRINCIPAL

Art. 448-A da CLT

VERSUS

Art. 1.146 do CCB, Art. 124 do CTN e Art. 233 Lei 6.404/76 (S.A.) TESE PRINCIPAL - Qual é a Norma mais Favorável ao empregado? Requerer aplicação da norma (Art. 448-A da CLT) conforme a CF (art. 5º, caput e XXV e art. 7º caput CF).

Art. 5º CF - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Art. 5º, XXXV, CF - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito Art. 7º CF -São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

O direito Material do Trabalho é marcado pela desigualdade entre as partes, daí o

princípio protetivo na vertente NORMA MAIS FAVORÁVEL, servir para equilibrar a relação de Direito Material. TESE SUBSIDIÁRIA, pedir o controle de constitucionalidade na via difusa.

Controle de Constitucionalidade na Via Difusa

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

2ª Hipótese: Sucessão de Empregadores. Raciocínio da Reclamada Ideia de NÃO Continuidade. Provar que a empresa nova NÃO mantém a mesma atividade OU que NÃO mantém TODO o patrimônio da sucedida (equipamentos = corpóreo / mesmo nome fantasia = incorpóreo). Jurisprudência:

SUCESSÃO EMPRESARIAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. No caso concreto, convenço-me de que não ocorreu qualquer tipo de sucessão da Trattoria Delicatessen Ltda. pela ora agravante, seja por fusão, incorporação, cisão ou qualquer outro meio. Os elementos probatórios trazidos à colação, inclusive o contrato de locação juntado às fls. 156-9, demonstram que não houve transferência do estabelecimento da primeira executada para a ora agravante, incluída no pólo passivo da demanda já na fase de execução. A segunda não se beneficiou dos bens corpóreos ou incorpóreos da primeira empresa. Aliás, é importante destacar que houve solução de continuidade no exercício da atividade econômica, porquanto, a despeito de a empregadora do exequente ter encerrado suas atividades em novembro de 2007, conforme certidão da fl. 130, verso, a ora agravante somente em 26-03-2008, como se verifica do conteúdo da alteração contratual acostada às fls. 151-5, por meio da qual a sociedade empresária ora agravante constituiu uma filial. Para que exista a sucessão de empregadores, dois são os requisitos indispensáveis: - que um estabelecimento, como unidade econômico-jurídica, passe de um para outro titular; - que a prestação de serviço pelos empregadores não sofra solução de continuidade. Por fim, entendo cabível uma digressão. É certo que o intuito do Direito do Trabalho, que é pautado em princípios protetivos, é preservar o trabalhador e seus créditos, das variações na estrutura jurídico-administrativa das sociedades empresárias para as quais presta seus serviços. Isso fica claro da leitura dos arts. 10 e 448 da CLT.

Contudo, entendo que o espírito da lei não é avançar sobre o patrimônio de empresários que nenhuma relação mantêm com os empregadores desse trabalhador; que não compraram o ponto comercial, assim entendido o estabelecimento com seu aviamento ou fundo de comércio. Assim fosse, imóveis localizados em pontos estratégicos, uma vez ocupados por uma sociedade empresária que explorava determinada atividade econômica, jamais poderiam ser locados por outras sociedades empresárias que desejassem desenvolver atividades relacionadas. Entendo que a finalidade da lei é evitar que o trabalhador, continue ele ou não a prestar serviços para a sociedade empresária que aliena um estabelecimento, tenha a percepção de seus créditos prejudicada, ou que sofra prejuízo em seu contrato de trabalho, porque, nesse caso, a empresa que compra o estabelecimento, adquire não somente o ativo como também o passivo do vendedor. Porém, isso, de fato, não se verifica no caso presente, em que as duas empresas mencionadas apenas locaram o mesmo imóvel. Diante tais argumentos, dou provimento ao agravo para determinar a exclusão da empresa Restaurante El Mexicano do pólo passivo da execução. Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região TRT-12 - AGRAVO DE PETICAO: AP 06859200703612001 SC 06859-2007-036-12-001

2º-) Empresa pertencente ao mesmo Grupo Econômico (art. 2º, § 2º e 3 º da CLT)

ATUAL REDAÇÃO

Grupo Econômico: Art. 2º, § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.

NOVA REDAÇÃO – REFORMA TRABAHISTA.

Art. 2º, § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.

A redação legal estabelece que a caracterização do Grupo Econômico se dá quando: …” estiverem sob a direção, controle ou administração de outra...” Como provar? E o Grupo Econômico de Fato? Jurisprudência:

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. GRUPO ECONÔMICO. Para a configuração do grupo econômico não é necessário o controle de uma empresa por outra, de forma direta e hierárquica, havendo a possibilidade de grupo econômico por coordenação, ou rede, onde não se verifica o controle, mas sim ligação entre as empresas, por vezes, por sócios comuns e afinidade de objetivos. Os documentos colacionados aos autos comprovam a comunhão de interesses e a administração conjunta das duas reclamadas, ainda que mediante relações de coordenação entre as empresas, especialmente considerando que a gestão das atividades empresariais era realizada através da instauração de um “Comitê”, denotando a existência do grupo econômico, ainda que estabelecido de fato. Pois bem. O doc. 51, juntado ao volume em apartado, noticia a Ata da Reunião ocorrida em 16/04/2007 , pelo então denominado “ Comitê Central ”, com a presença dos Diretores de diversas empresas coligadas , entre eles, Denílson Tadeu Santana e Sylvio Caldeira Brazão - diga-se, diretores da 1ª e 2ª reclamadas - com deliberação de vários assuntos naquela ocasião, procedendo-se à “análise comercial” e o “controle de produção” da 1ª reclamada, inclusive decidindo-se acerca da imposição de metas e análise do faturamento, além de discussões relativas aos empregados Os documentos colacionados, portanto, sem sombra de dúvida, comprovam a comunhão de interesses e a administração conjunta das duas demandadas, ainda que mediante relações de coordenação entre as empresas, especialmente considerando que a gestão das atividades empresariais era realizada através da instauração de um “Comitê”, denotando a existência do grupo econômico , ainda que estabelecido de fato. Esclareça-se, por oportuno, que o conceito de grupo econômico admitido nesta Especializada é mais amplo que aquele do Direito Civil, sendo inclusive aceita ampliação do quanto conceitua o § 2º do art. 2º da CLT, para admitir também o grupo por coordenação, ou seja, aquele no qual não há controle direto de uma ou mais empresas por outra, que funcionaria como holding. Até porque o requisito do controle da atividade por uma das empresas não é essencial, sendo a existência de uma holding requisito meramente acessório, podendo haver a configuração de grupo por coordenação de empresas, como ocorreu na hipótese. Recurso Ordinário obreiro provido. Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região TRT-2 – RECURSO ORDINÁRIO: RO 00006841420145020434 SP 00006841420145020434

Grupo Econômico Identidade de Atividades. Jurisprudência:

GRUPO ECONÔMICO. RESPONSABILIDADE SOLIDARIEDADE. A exploração da atividade comum de transporte coletivo de passageiros e a identidade societária afigura-se suficiente para a caracterização de grupo econômico para fins trabalhistas, donde se conclui pela configuração do nexo relacional capaz de ensejar a afirmativa de grupo econômico de fato formado por coordenação, coligação, onde haveria uma direção unificada, com interferências recíprocas. A doutrina tem evoluído no sentido de considerar também a possibilidade de reconhecimento do mencionado grupo no plano horizontal, quando demonstrada uma relação de coordenação entre as sociedades empresárias, sendo estas

solidariamente responsáveis para os efeitos da relação de emprego, portanto sem haver necessariamente uma sujeição de uma empresa à outra. (vertical) No caso sob análise não restou evidenciada a configuração do empregador único por subordinação, mas o fato de existirem acionistas e sócios em comum, como confessado pelos réus em suas contestações, bem como identidade de objeto social, são elementos convincentes para a caracterização de um grupo. Por conseguinte, conclui-se pela configuração do nexo relacional capaz de ensejar a afirmativa de grupo econômico de fato formado por coordenação, coligação, onde haveria uma direção unificada, com interferências recíprocas. Por conseguinte, reformo a sentença de primeiro grau, para declarar que os reclamados integram o mesmo grupo econômico, o que dá ensejo a condenação solidária dos reclamados no pagamento das verbas deferidas no julgado. Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região TRT-1 - Recurso Ordinário: RO 00013406120125010080 RJ - Inteiro Teor

Modelo para Peça Inicial.

I) DA RESPONSABILIDADE DAS RECLAMADAS.

A inclusão no polo passivo da demanda de 04

(quarto) pessoas jurídicas justifica-se pelo fato do Reclamante ter sido contratado, remunerado e recebido ordens da 1ª reclamada

(TRANSCOOPER – COOPERATIVA DE TRANSPORTES). Todavia, o seu labor se deu em favor da 2ª, 3ª e 4ª Reclamadas, as quais como

tomadoras e beneficiárias dos serviços prestados pelo obreiro, devem responder solidariamente por tudo o quanto for deferido em sentença,

de acordo com o art. 2º § 2º da CLT.

No presente caso, verifica-se a identidade do

objeto social entre as Reclamadas, ou seja, os serviços prestados pelo Reclamante eram referentes a atividade fim da 2ª, 3ª e 4ª Reclamadas,

quais sejam, cobrador de micro-ônibus, auxiliar técnico de monitoramento de veículos, fiscal de trafego e, por último, motorista de

micro-ônibus circunstâncias que justificam a formação do grupo econômico por coordenação, ensejando pois, a responsabilização

solidária pelos créditos decorrentes da presente, o que desde já resta requerido.

Nesse sentido, embora cada empresa tenha

personalidade jurídica própria diferente uma das outras, todas elas exerciam a mesma atividade perante o Cadastro Nacional da Pessoal

Jurídica, emitido pela Receita Federal, ora em anexo. Vejamos:

TÍTULO DO ESTABELECIMENTO (NOME DE FANTASIA) TRANSCOOPER CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIPAL 49.21301 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal TÍTULO DO ESTABELECIMENTO (NOME DE FANTASIA) COOPSUPORTE CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIPAL

52.29099 Outras atividades auxiliares dos transportes terrestres não especificadas anteriormente NOME EMPRESARIAL R.F. CONTROLES E SERVICOS LIMITADA EPP CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIPAL 82.19999 Preparação de documentos e serviços especializados de apoio administrativo não especificados anteriormente CÓDIGO E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS SECUNDÁRIAS 45.20003 Serviços de manutenção e reparação elétrica de veículos automotores 45.20006 Serviços de borracharia para veículos automotores 45.20005 Serviços de lavagem, lubrificação e polimento de veículos automotores 45.20001 Serviços de manutenção e reparação mecânica de veículos automotores NOME EMPRESARIAL NORTE BUSS TRANSPORTES S.A CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIPAL 49.21302 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em região metropolitana CÓDIGO E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS SECUNDÁRIAS 49.21301 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal 52.29099 Outras atividades auxiliares dos transportes terrestres não especificadas anteriormente

Ademais, se observamos, a ficha cadastral das 1ª e 3ª reclamadas, verificaremos que as duas tem o mesmo endereço,

ou seja, Av. Antonelo da Messina, 1726. ( doc anexos)

Insta consignar também que alguns sócios da 1ª e 4ª reclamada são os mesmos, basta observamos as fichas

cadastrais, ora anexadas. Ou seja, Guilherme Correa Filho,

Jeremias José Pereira, Luis Fernando Silva Dos Santos e Paulo Sato, restando incontroverso a caracterização do Grupo

econômico.

Desta forma, e tendo em vista que a 2ª, 3ª e 4ª foram as tomadoras dos serviços da 1ª Reclamada, eis que detinha o

poder sobre as demais, nada mais justo do que reconhecer o grupo econômico, nos termos do art. 2º, § 2º da CLT.

Nesse sentido, registre-se o Enunciado 10,

aprovado na 1ª Jornada de Direito Material e Processual na Justiça do Trabalho, realizada no TST:

"TERCEIRIZAÇÃO. LIMITES. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. A terceirização somente será admitida na prestação de serviços especializados, de caráter transitório, desvinculados das necessidades permanentes da empresa, mantendo-se, de todo modo, a responsabilidade solidária entre as empresas.”

Assim sendo, requer sejam as Reclamadas

condenadas à suportarem os pedidos da presente demanda na modalidade solidária, bem como que junte na defesa o contrato de

prestação de serviços com a 1ª Reclamada, esclarecendo que o pedido de juntada dos documentos acima é no sentido de que este d. Juízo

determine que a 1ª Reclamada junte-os, sob pena de não o fazendo ser aplicado os artigos 400 até 403 do nCPC, requerendo seja apontado tal

condição na notificação que se expedir a empregadora. Revogação da Súmula 205 do C. TST?

Súmula nº 205 do TST - GRUPO ECONÔMICO. EXECUÇÃO. SOLIDARIEDADE (cancelada) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O responsável solidário, integrante do grupo econômico, que não participou da relação processual como reclamado e que, portanto, não consta no título executivo judicial como devedor, não pode ser sujeito passivo na execução.

Empregador Único:

Súmula nº 129 do TST - CONTRATO DE TRABALHO. GRUPO ECONÔMICO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.

A questão é - as empresas do Grupo Econômico compõem empregador único? Se positivo é Grupo Econômico, do contrário, todas serão chamada no conhecimento, pois poderá ser hipótese de Grupo Econômico de Fato que, deve ser provado. Grupo Econômico – Identidade de Sócios:

Art. 2º, § 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, SENDO NECESSÁRIAS, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Do Ônus da Prova. É o Reclamante quem terá de provar? Orientação Anamatra.

ART. 2º, §§2º E 3º DA CLT. GRUPO ECONÔMICO TRABALHISTA. I- A Lei nº 13.467/17 reconheceu expressamente a figura do grupo econômico trabalhista por coordenação (art. 2º, §2º) e estabeleceu requisitos subjetivos (interesse integrado e comum) e objetivos (atuação conjunta) para a caracterização do grupo, a serem verificados no caso concreto, pelo Juízo (art. 2º, §3º). II- A mera identidade de sócios entre as empresas integrantes, embora não baste à caracterização do grupo econômico, constitui indício que autoriza a inversão ou redistribuição do ônus da prova, nos termos do art. 373 do CPC c/c art. 818 da CLT, com redação dada pela Lei nº 13.467/17;

Art. 818, §1º da CLT - Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído

NÃO CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO ECONÔMICO. Jurisprudência:

GRUPO ECONÔMICO. NÃO CONFIGURAÇÃO. Insuficiente para a caracterização de grupo econômico, o fato de duas empresas, pertencentes o mesmo ramo principal de atividade econômica, possuírem um sócio em comum, mormente porque não restou comprovada, em nenhum momento dos autos, a comunhão de interesses a indicar a existência de uma aliança operacional entre elas. Afirma estar comprovado o grau de parentesco entre dois sócios da ré-agravada (João Monteiro que seria casado com Valerlucia que por sua vez seria irmã de Vander) e da V&R Construções e Participações Ltda., o mesmo ramo de atividades e objeto social, a atuação no mesmo endereço, além da existência de um sócio em comum das duas empresas, o qual possui conta conjunta com uma das sócias da V&R Construções e Participações Ltda., restando configurada a formação de grupo econômico. Por conseguinte, entende que deva ser determinada a inclusão desta última empresa no polo passivo da ação, seguida da sua despersonalização jurídica. Sem razão o agravante. Baseado nas próprias alegações do agravante, verifica-se que o fato da executada (Versátil Construção Civil Ltda.) e da empresa V&R Construções e Participações Ltda., ambas atuantes no setor da construção civil, possuírem um sócio em comum (Sr. João Monteiro da Silva – sócio gerente da Versátil), por si só, não é elemento suficiente para a configuração, no caso vertente, de um grupo econômico, mormente porque não foi comprovada em nenhum momento dos autos a existência de uma aliança operacional entre as referidas empresas, com vistas a atender interesses e atingir benefícios comuns. Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região TRT-1 - Agravo de Peticao: AGVPET 35006819965010032 RJ - Inteiro Teor