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Número 55 | setembro / 2014 LEIA NA PÁGINA 8 NESTA EDIÇÃO IBGE reconhece impactos da greve MOVIMENTO EM DEFESA DO IBGE SEGUE DEPOIS DA GREVE (PAG 3 A 6) PRESIDENTE DO IBGE VOLTA A CRITICAR GREVE E SINDICATO I NFORMATIVO DA ASSIBGE-S INDICATO N ACIONAL • www.assibge.org Grupos de Trabalho vão discutir salários, carreira e trabalho temporário PÁGINA 7 As eleições 2014 e o IBGE PÁGINA 2 Informes das ações judiciais PÁGINA 2 Governo corta Contagem da População e Censo Agro do Orçamento 2015 A Direção do IBGE publicou Boletim Interno 72 (1/9/2014), em que informa sobre o Projeto de Orçamento da União para 2015. De acordo com a Direção, o PLOA 2015, enviado ao Congresso Nacional em 28 de agosto, não contempla os recursos necessários para a realização da Contagem da População 2016 e o Censo Agropecuário 2015. Em tom lacônico, o texto do B.I. apenas lamenta o fato, como se fosse uma questão menor. PÁGINA 2 CONTA PARA CONTRIBUIÇÃO SOLIDÁRIA: DEPÓSITO IDENTIFICADO Entrega de cargos na Unidade Estadual do Rio Grande do Sul. O mesmo gesto se repetiu no Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Bahia, como resposta à gestão autoritária e às demissões no IBGE. ASSIBGE-SN - Banco do Brasil - Agencia: 1855-4 - Conta: 8.305-4 Foto: Henrique Acker Em nota publicada em 21 de agosto, a Direção do IBGE reconheceu problemas com as pesquisas e anunciou o atraso na divulgação da PNAD Contínua para depois do primeiro turno das eleições. PÁGINA 6

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Page 1: Contagem da População e Censo Agro do INFORMATIVO … · vão discutir salários, carreira e trabalho temporário PÁGINA 7 As eleições 2014 e o IBGE ... de reivindicações imediatas,

Número 55 | setembro / 2014

LEIA NA PÁGINA 8

NESTA EDIÇÃO

IBGE reconhece impactos da greve

MOVIMENTO EM DEFESA DO IBGE SEGUE DEPOIS DA GREVE (PAG 3 A 6)

PRESIDENTE DO IBGE VOLTA A CRITICAR GREVE E SINDICATO

IN F O R M AT I V O D A ASSIBGE-SI N D I C ATO NA C I O N A L • www.assibge.org

Grupos de Trabalhovão discutir salários,

carreira e trabalhotemporário

PÁGINA 7

As eleições 2014e o IBGE

PÁGINA 2

Informes das açõesjudiciais

PÁGINA 2

Governo cortaContagem daPopulaçãoe Censo Agro doOrçamento 2015

A Direção do IBGEpublicou Boletim Interno72 (1/9/2014), em queinforma sobre o Projetode Orçamento da Uniãopara 2015. De acordo coma Direção, o PLOA 2015,enviado ao CongressoNacional em 28 de agosto,não contempla osrecursos necessários paraa realização da Contagemda População 2016 e oCenso Agropecuário 2015.Em tom lacônico, o textodo B.I. apenas lamenta ofato, como se fosse umaquestão menor.

PÁGINA 2

CONTA PARA CONTRIBUIÇÃO SOLIDÁRIA: DEPÓSITO IDENTIFICADO

Entrega de cargos naUnidade Estadual do Rio

Grande do Sul.O mesmo gesto se repetiu

no Rio Grande do Norte,Espírito Santo, Mato

Grosso do Sul, Pernambucoe Bahia, como resposta à

gestão autoritária e àsdemissões no IBGE.

ASSIBGE-SN - Banco do Brasil - Agencia: 1855-4 - Conta: 8.305-4

Foto: Henrique AckerEm nota publicada em21 de agosto, a Direçãodo IBGE reconheceuproblemas com aspesquisas e anunciou oatraso na divulgação daPNAD Contínua paradepois do primeiroturno das eleições.

PÁGINA 6

Page 2: Contagem da População e Censo Agro do INFORMATIVO … · vão discutir salários, carreira e trabalho temporário PÁGINA 7 As eleições 2014 e o IBGE ... de reivindicações imediatas,

Jornal da ASSIBGE-SN | setembro de 2014 • www.ass ibge.org.br2

E D I T O R I A L

O IBGEe as eleições 2014Aproxima-se a eleição presidencial de 2014.Não é papel da ASSIBGE-SN indicar candidatosou assumir compromissos com quem quer queseja. Isso não impede que o Sindicato apresentepropostas aos candidatos, no que diz respeitoao futuro do IBGE.

A democracia não é uma formalidade, na qual seescolhe partidos e candidatos com carta brancapara fazerem o que bem entendem durante seusmandatos. Esta visão de democracia exclui aparticipação popular e a gestão democrática daadministração pública que, em última instância,deve servir à população. Gestores são escolhidospor conveniência dos governos de plantão edecisões são tomadas segundo interesses dosgrupos que ocupam o Executivo.

Por este motivo, o IBGE passa por grave criseinstitucional, que se arrasta pelos últimos anos.Sofremos com déficit de pessoal, cortesorçamentários, contrata-se cada vez mais servidorestemporários para executar tarefas do quadropermanente, unidades estaduais são administradaspelos mesmos dirigentes há décadas, a estruturamuitas vezes é improvisada e obsoleta.

A greve deste ano escancarou a necessidade demudanças no IBGE. É preciso criar canaispermanentes para ouvir e assimilar críticas epropostas dos trabalhadores. É fundamentalinterromper a gestão de dirigentes que ocupamcargos há décadas. É determinante uma gestãodemocrática, que preserve a autonomia técnica e aindependência do IBGE frente aos governos.

Com base no acúmulo de experiências dacategoria, a ASSIBGE-SN apresenta as seguintespropostas aos presidenciáveis, visando uma novaadministração do IBGE:

• Salários no patamar das categorias do Ciclo deGestão;

• Congresso Institucional periódico, que discuta,planeje, trace as metas de trabalho e orçamentodo IBGE, com participação dos trabalhadores e derepresentantes da sociedade organizada(academia, movimentos populares, usuários, etc);

• Eleições diretas para Presidente, membros doConselho Diretor e chefias das Unidades Estaduaisdo IBGE (alteração do Estatuto do IBGE, porinciativa da Poder Executivo);

• Concursos públicos para recompor o quadrode pessoal, com as vagas abertas de NívelIntermediário e Nível Superior. Fim dotrabalho temporário nas pesquisas contínuas eatendimento das reivindicações destestrabalhadores enquanto existirem no IBGE;

• Reintegração dos 186 servidores demitidosdurante a greve de 2014.

J U R Í D I C O

Sindicato aguarda julgamentoda Ação da legalidade da greve

A Direção do IBGE entrou com açãojunto ao STJ, questionando a legalidade dagreve. Ela pede a aplicação de multa, casohaja descumprimento da decisão da mi-nistra. O Sindicato, como réu, contestou asua procedência. A ASSIBGE-SN alegouque a greve é legal, que a Justiça estavalegislando ao definir percentual de servi-dores no trabalho e determinando quempoderia ou não fazer greve. O Art. 9º daConstituição define que o direito de greveé garantido, sem interferência do patrão,do Estado e do Poder Judiciário.

Ao firmar o acordo de encerramentoda greve, caberia ao IBGE solicitar audi-ência ao STJ ou, no mínimo, fazer umapetição em conjunto com o Sindicato.Com receio de ficar exposta a ilegalidadeda situação dos temporários, a Direçãodo IBGE preferiu fazer o acordo sem se-quer mencionar o processo da greve. Di-ante disso, a Assessoria Jurídica do Sindi-cato pediu ao STJ o julgamento antecipa-do do processo, com a improcedência daação do IBGE.

Até aqui não há definição, por parteda ministra, quanto ao descumprimentode liminar e sobre as demissões de tem-porários e o processo não foi julgado. AASSIBGE-SN está aguardando e, caso nãohaja julgamento em curto prazo, o Sindi-cato orientará o ajuizamento de ações in-dividuais pelos demitidos.

Ação dos 3,17%A Justiça entendeu que se tra-

ta de uma Ação cuja execuçãodeve ser realizada em grupos decinco pessoas. O Juiz da 2ª VaraFederal do Rio de Janeiro expediuo primeiro Requisitório de Peque-no Valor (até 60 salários mínimos)no dia 14 de agosto de 2014.

Os servidores que não entra-ram com ação particular devemprocurar seus respectivos Núcleossindicais para entregar a docu-mentação necessária.

Resgate do FGTSO Sindicato obteve vitória na

Ação coletiva que pedia à CEF aentrega do saldo do FGTS dos ser-vidores. A Ação levou em consi-deração a Lei Complementar 101(2001), que reconheceu o expur-go inflacionário dos planos eco-nômicos em relação ao Fundo deGarantia.

O governo firmou acordoscom quem aceitou receber o va-lor com deságio. Agora a Açãotransitou em julgado, garantindosua execução. A próxima fase seráa organização da documentação detodos os interessados para a exe-cução em grupos, de quem temsaldo na CEF.

O Ministério do Planeja-mento deixou de fora doProjeto de Lei do Orçamen-to Anual de 2015 os recur-sos necessários para a rea-lização do Censo Agrope-cuário e o planejamento daContagem da População,prevista para 2016. Dos R$776 milhões solicitadospelo IBGE só R$ 204 mi-lhões foram incluídos, umcorte de R$ 572 milhões(mais de 70%). A decisãodo governo contradiz a re-cente declaração da Presi-dente do IBGE, em entre-vista à Folha S. Paulo Onli-ne, que garantiu ter um

canal direto com a minis-tra Miriam Belchior.

O Orçamento min-guado acarretará no adi-amento dos dois levanta-mentos, com consequên-cias sérias para o ibge e asociedade. A Contagem daPopulação, realizada acada dez anos, tem porobjetivo coletar indicado-res, como sexo, idade eoutros, além de levantar osfluxos migratórios. Seusdados são utlizados para ocálculo do Fundo de Parti-cipação dos Municípios. OCenso Agropecuário, cujarealização também se dá

de dez em dez anos, levan-ta a realidade das proprie-dades e da população ru-ral do país.

Aparentemente con-formada com o descaso dogoverno para com o IBGE,a Presidente Wasmália Bi-var justificou à reportagemdo Jornal Folha Online (2/9/2014) a decisão do Pla-nejamento : "O IBGE não éuma ilha, não estamosnuma redoma", teria afir-mado Bivar.

Planejamento corta 70%do orçamento das pesquisasdo IBGE para 2015

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Consciente de sua fun-ção, a ASSIBGE-SN reali-zou uma série de reuniõescom a Direção do órgãodesde o final de 2013 doano, visando cobrar rei-vindicações fundamentaispara a categoria.

No entanto, algumas ini-ciativas da própria Direçãoprecipitaram os aconteci-mentos. Primeiro, em entre-vista, a Presidente subesti-mou problemas evidentes,como baixos salários, faltade estrutura e de pessoal,alegando que o IBGE seriauma espécie de "cachaça"para seus servidores.

Depois, em vez de dei-xar claro para o governo aimpossibilidade de seguirproduzindo sem recursoshumanos e materiais sufi-cientes, esta mesma Dire-ção aceitou passivamenteo corte orçamentário no fi-nal de março. Isto teve im-pacto diretamente, entreoutros projetos e pesqui-sas, sobre a realização daContagem Populacional,base para a distribuição doFundo de Participação dosMunicípios.

Em seguida, numa de-cisão unilateral, a Direçãodo IBGE aceitou suspender

a divulgação da PNAD Con-tínua, em função de umademanda do governo, quequestionava uma metodo-logia construída ao longode mais de uma década,atacando a autonomia téc-nica do Instituto.

Mesmo sendo obrigadaa voltar atrás, a atitude daDireção incendiou os âni-mos e levou o Sindicato aconvocar a categoria ao mo-vimento S.O.S. IBGE, que ini-ciou em 26 de maio.

A greve não tinha comoobjetivo central a conquistade reivindicações imediatas,até porque a questão sala-rial estava travada pelo acor-do 2012/2015, que vence-rá em janeiro do próximoano. Mas os trabalhadorescumpriram o papel históri-co de denunciar amplamen-te a precarização do IBGE eseus efeitos sobre a possibi-lidade de proporcionar à so-ciedade um retrato adequa-do da realidade brasileira.

O movimento defla-grou uma luta pela demo-cratização da gestão noIBGE, cujas estruturas demando estão enferrujadase carcomidas, desde o Con-selho Diretor às chefias deunidades nos estados.

UMA GREVE EM DEFESA DO IBGEAté abril deste ano a Campanha Salarial 2014indicava pouca chance de avanço. O governo

fechou as negociações e o restante dofuncionalismo não dava sinais de reagir.

Protesto de servidores na cerimônia do Dia do Ibegeano (Rio de Janeiro)

Pressão da categoria para acompanhar negociação, em frente à Sede do IBGE, no Rio

Foto: Henrique Acker

Foto: Henrique Acker

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Ainda assim, a gre-ve cresceu em todo opaís. Dados da PME eda PNAD Contínua fo-ram afetados, além derepercutir em outraspesquisas, inclusive es-trutura is . Fo i entãoque a Direção do IBGEdecidiu apelar e de-monstrar até que pon-to estaria disposta a ir:passou a demitir servi-dores temporários gre-vistas em seis estadose no Distrito Federal,sob a falsa alegação deque não estaria reno-vando os contratos.

A resposta da cate-goria veio em forma de

80 DIASDE LUTA ERESISTÊNCIA

Acimae ao lado,manifestação eacampamentoem frente aoMinistério doPlanejamento(Brasília)

Asembléia dedeflagraçãoda greve na

UnidadeEstadual

do Rio deJaneiro

novas medidas. Em vá-rios estados, chefes esupervisores de pesqui-sas entregaram seuscargos e foram muitosos atos e manifestaçõeslocais contra o autorita-rismo no IBGE.

Depois de várias se-manas de impasse einstrans igência porparte da Direção, quese negava a negociar ospontos da pauta dostrabalhadores, o Sindi-cato decidiu chamar oMinistério do Planeja-

mento à responsabili-dade. Um acampamen-to na porta do MPOG,em Brasília, levou o se-cretário de RH a inter-ceder pela reaberturade negociações.

Infelizmente o mo-vimento já atravessavaum período de dificul-dades, com quase 190demissões, cortes depontos e de saláriospor dois meses conse-cutivos. A negociaçãofoi realizada em meio aum clima de tensão econcluída sem que osdemitidos fossem rein-tegrados, por puro ca-pricho do IBGE.

foto

Manifestação de rua dos ibegeanos em Recife

Foto: Henrique Acker

Menos de uma semana depois doinício da greve a Direção do IBGEobteve liminar no STJ, quedeterminava o funcionamentodas unidades com 70% do efetivode pessoal, sob pena de multadiária de R$ 100 mil.

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A precarização do traba-lho e a substituição demão de obra concursadapor temporários se arras-ta por anos a fio dentrodo IBGE.

Em 2004, o Sindicatojá denunciava publica-mente o problema, comdestaque para matériasnos jornais O Globo e Fo-lha Dirigida. Naquele mo-mento, a ASSIBGE-SNalertava que se não hou-vesse uma recomposiçãodo quadro de pessoal efe-tivo, o IBGE chegaria auma situação limite em

Para a Executiva Nacional da ASSIBGE-SNo S.O.S. IBGE não começou e nem termina com a greve

Fratura exposta EXIGIMOSA REINTEGRAÇÃO

DOS 186 DEMITIDOS!

Manifestação no Teatro Carlos Gomes, no Rio (Dia do Ibegeano)

Ato Público conjunto dos companheiros do Nordeste, em Recife

cerca de dez anos. É nes-te ponto que estamos.

É ilusão acreditar queo simples término da gre-ve poderá restabelecerum clima de harmoniadentro do IBGE. A maio-ria dos colegas que entre-gou seus cargos não pre-tende retomá-los, há de-zenas de companheirosdemitidos e desgaste comas chefias, muitas dasquais exacerbam no co-mando das Unidades Es-taduais. Por sua vez, se-guem os pedidos de apo-sentadoria, sem que haja

a reposição das vagas emaberto.

Não será na base do"jeitinho", cumprindo ta-refas para as quais os tra-balhadores não são con-tratados – como dirigircarros sem seguro – enem na base do amorpelo IBGE ("cachaça"),que vai ser possível re-construir um ambientede trabalho produtivo. Oque há é uma fratura ex-posta que, sem tratamen-to, vai continuar comoum incômodo permanen-te dentro do IBGE.

A ASSIBGE-SN sempre lutou,incansavelmente, em defesa daqueles que,ao longo da história do IBGE, sofreramretaliações e perseguições. Foi assim nadécada de 80, com os censitários, e no iníciodos anos 90, com os demitidos do governoCollor.

Além do apoio político, financeiro e legal– por meio da Assessoria Jurídica doSindicato – a ASSIBGE-SN manterá umaintensa propaganda de cobrança junto aoatual e futuro governo, para que reintegreos 186 demitidos pelo IBGE.

A ASSIBGE-SN jamais abandonoudemitidos à sua própria sorte e não seráagora que isso vai ocorrer. Contamos comtoda a categoria e o conjunto dostrabalhadores para prestar solidariedadeativa aos companheiros.

Temporários mostraram a cara e foram à luta

Foto: Henrique Acker

CONTRIBUIÇÃO SOLIDÁRIA:DEPÓSITO IDENTIFICADO

OS 186 TRABALHADORES DEMITIDOS DURANTEA GREVE PRECISAM DO NOSSA SOLIDARIEDADE.

ASSIBGE-SNBanco do BrasilAgencia: 1855-4Conta: 8.305-4

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Em nota divulgada em 21 de agosto a Direção doIBGE acusa o golpe dos efeitos da greve, iniciadana última semana de maio e encerrada em mea-dos de agosto. Fica evidente que todo o calendáriode divulgação de pesquisas para 2014 foi afetado,apesar da nota do IBGE classificar a greve como "pa-ralisação parcial dos servidores".

Além do atraso nos dados da PME, sobretudoas informações da Grande Salvador e Grande Por-to Alegre, a coleta da PNAD Contínua foi prejudica-da em oito estados e no Distrito Federal. A notainforma que a divulgação dos dados do segundo eterceiro trimestres deste ano sairão somente de-pois do primeiro turno das eleições, em novembro.

Também foi afetada a Pesquisa Industrial - Em-presa 2012, da Pesquisa Industrial - Produto 2012,da Pesquisa Anual da Indústria da Construção 2012

Paralisação atingiu pesquisas

e da Pesquisa Anual de Comércio 2012, que seri-am divulgadas em junho.

A coleta, a apuração e análise de algumas outraspesquisas sofreram interrupções, acarretando ajus-tes de cerca de um mês, no calendário para setedivulgações de 2014: Demografia das Empresas2012; Pesquisa Anual de Serviços 2012; Pesquisa Na-cional por Amostra de Domicílios - Acesso à televi-são, à Internet e posse de telefone móvel celularpara uso pessoal 2013; Produção Agrícola Munici-pal 2013; Produção da Pecuária Municipal 2013; Es-tatísticas de Empreendedorismo 2012; e Estatísti-cas do Registro Civil 2013.

Ao contrário do que afirmou diversas vezesdurante a greve, a Direção do IBGE finalmentereconheceu a força do movimento. Contra fatosnão há argumentos.

Servidores do Amazonas denunciam intervençãoe defendem a autonomia técnica do IBGE

Colegas de Nível Superior realizaram Seminário para discutir suas reivindicações

Boletim do Sindicato distribuído em Assembléia

Plenária da Reunião da Direção Nacionalque aprovou o movimento SOS IBGE (maio/2014)

Foto: Henrique Acker

Foto: Henrique Acker

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Como parte das iniciativas quecabem aos trabalhadores naconstrução dos Grupos de Traba-lho que fazem parte do acordode encerramento da greve, a AS-SIBGE-SN indicou quatro titularese quatro suplentes para tomar par-te do GT de salários/carreira e doGT sobre trabalho temporário.

Estes companheiros terão amissão de representar oficialmen-te a categoria, ouvir, discutir e en-caminhar as propostas aprovadasnos fóruns dos trabalhadores. Sãocolegas de ampla qualificação pro-fissional e experiência de repre-sentação sindical.

A principal conquista desta gre-ve foi a formação oficial de doisgrupos de trabalho paritários: 1)GT sobre carreira e salários; 2) GTsobre trabalho temporário. A Exe-cutiva Nacional assumiu o com-promisso de promover um amplodebate sobre estes dois temas nospróximos 120 dias, antes dos re-presentantes da categoria encami-nharem propostas nos dois GT.

Serão quatro meses de inten-so debate sobre a instituição. Pri-meiramente, os núcleos formarãogrupos de trabalho/comissões lo-cais para construir propostas sobreos temas. O processo envolverátambém seminários locais, um se-minário nacional com representa-ções das comissões locais (início deoutubro) e, ao final, uma reuniãoplena da Direção Nacional da AS-SIBGE-SN - prevista para 18 a 21de novembro, além de assemblei-as de base, para apontar coletiva-mente propostas aos dois GT.

Como atuarnos Gruposde Trabalho

Sindicatoindicarepresentantesaos Grupos deTrabalho

Representantes da categoria nos GTGT - CARREIRA/SALÁRIOS GT - TRABALHO TEMPORÁRIO

TITULARES

Ana Carla MagniLotação: DPE

Cargo: Tecnologista em InformaçõesGeográficas e Estatísticas

Ingresso no IBGE: 2006Formação: Economista

Cleiton Camargo BatistaLotação: UE/PR - GRH

Cargo: Técnico em InformaçõesGeográficas e Estatísticas

Ingresso no IBGE: 2006Formação: Advogado

Elias Pereira LimaLotação: DI/CDDI

Cargo: Tecnologista em InformaçõesGeográficas e Estatísticas

Ingresso no IBGE: 1978Formação: Analista de Sistemas

Susana Lage DrumondLotação: UE/RJ - Ag. Centro

Cargo: Técnico emInformações Geográficas

e EstatísticasIngresso no IBGE: 1984

Formação: Jornalista

SUPLENTES:

Aline Pedro C. DamacenaLotação: DI/CDDI

Cargo: Analista de Planejamento,Gestão e Infraestrutura em

Informações Geográficase Estatísticas

Ingresso no IBGE: 2010Formação: Desenhista Industrial

Cassius Marcelus T. M.Bernardes de Brito

Lotação: UE/PR -Agência de Maringá

Cargo: Técnico em InformaçõesGeográficas e Estatísticas

Ingresso no IBGE: 2006Formação: Sociólogo

Eric Simmonds LessaLotação: UE/AL - Supervisão

de Orçamento e FinançasCargo: Analista de Planejamento,

Gestão e Infraestrutura emInformações Geográficas e

EstatísticasIngresso no IBGE: 2010

Formação: Contador

Sebastião C. A. MachadoLotação: UE/MG -

Agência Além ParaíbaCargo: Técnico em Informações

Geográficas e EstatísticasIngresso no IBGE: 1977

Formação: Geógrafo

TITULARES

Gisella Colares GomesLotação: UE/DF - SDICargo: Tecnologista em InformaçõesGeográficas e EstatísticasIngresso no IBGE: 2002Formação: Economista

José Roberto dos S. PaladiniLotação: UE/RS - PMECargo: Técnico em InformaçõesGeográficas e EstatísticasIngresso no IBGE: 1983Formação: Graduando em História

Matheus Ribeiro B. CanárioLotação: UE/BA -Agência Santo Antônio de JesusCargo: Técnico em InformaçõesGeográficas e EstatísticasIngresso no IBGE: 2006Formação: Ciências da Computação

Wilson Douglas de Q. BliniLotação: UE/MS -Agência Campo GrandeCargo: Técnico em InformaçõesGeográficas e EstatísticasIngresso no IBGE: 1988Formação: Tecnólogo em ProcessosGerenciais

SUPLENTES:

Bruno Scussel Oliveira AzôrLotação: UE/MG - GRHCargo: Técnico em InformaçõesGeográficas e EstatísticasIngresso no IBGE: 2006Formação: Psicólogo

Cleide Lopes VianaLotação: UE/BA -Agência SalvadorCargo: Técnico em InformaçõesGeográficas e EstatísticasIngresso no IBGE: 1984Formação: Geógrafa

Francisco Jorge Quintode MelloLotação: UE/ES - PnadContinua e AnualCargo: Técnico em InformaçõesGeográficas e EstatísticasIngresso no IBGE: 1984Formação: Administrador

Nélson Thomé FilhoLotação: UE/RS - PMECargo: Técnico em InformaçõesGeográficas e EstatísticasIngresso no IBGE: 1984Formação: Jornalista

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Cortina de fumaça não apaga incêndio no IBGESelecionamos alguns trechos da entrevista

(reproduzida na íntegrano Portal www.assibge.org.br),

que reafirmam a incapacidade de diálogo e faltade visão gerencial para lidar com os problemas do

IBGE e seus trabalhadores. Vamos a eles:

uma de suas principais carac-terística a precariedade. Adefesa do IBGE como institui-ção com autonomia técnicade excelência passa pela pre-servação de sua independên-cia frente aos governos, se-jam eles quais forem. Portan-to, o que fere a credibilidadedo IBGE é uma gestão auto-ritária e que amplia o traba-lho temporário na casa.

ARGUMENTO 5"Não acho que somos prete-ridos. Tivemos a entrada de210 técnicos de nível superiorneste ano. É pouco para asnossas necessidades, maspara quem nos estádando [o governo]representa metadedo quadro do Ipeade nível superior.Tenho o canal aber-to e falo diretamen-te com a ministrasobre nossas de-mandas." - sobre asdemandas do IBGEjunto ao Planeja-mento e a relaçãocom a ministra Mi-riam Belchior.

ARGUMENTO 1"Estou muito indignada comesse tipo de conversa e insi-nuação. As decisões que nóstomamos são decisões técni-cas" - questionada sobre a in-tervenção do governo nasdecisões do IBGE.

FATOLogo após uma reunião comtrês senadores da base dogoverno e a ministra do Pla-nejamento, em abril de2014, a Presidente do IBGE,sem consultar ninguém, nemmesmo os técnicos respon-sáveis pela elaboração daPNAD Contínua, anunciou asuspensão da divulgação dapesquisa e a revisão de suametodologia.

ARGUMENTO 2"A greve não tinha uma pau-ta sindical" - sobre o movi-mento grevista no IBGE.

FATOAlém da reivindicação desalários no patamar das ca-tegorias dos órgãos do ciclode gestão, a pauta incluía arevisão do valor das RT euma série de reivindicaçõesdos servidores temporários,como indenização de cam-po e fim do aditamento docontrato.

ARGUMENTO 3"Esse grupo não disse 'foraWásmalia e fora as chefias'.Nem querem que a eleição di-

reta seja uma forma de ges-tão do IBGE. Técnico não temde fazer eleição. As pessoasascendem por competência. Aeleição politiza." - sobre umapretensa maioria que não te-ria feito greve e apoiaria a atu-al gestão.

FATOEm todas as pesquisas (fo-ram três até hoje) em queos trabalhadores do IBGEforam chamados a opinarsobre o assunto, votarampor ampla maioria a favorde eleições diretas paraPresidente e chefias. A AS-SIBGE-SN evitou personifi-car o movimento contraquem quer que fosse, masmesmo os que não partici-param da greve sentem umambiente carregado noIBGE, fruto das 186 demis-sões e da atual gestão.

ARGUMENTO 4"Fazer ilações sobre inge-rência política e apontar otrabalho temporário comoprecário é atacar algo quepara o IBGE é essencial: asua credibilidade." - sobre oadiamento da divulgação daPNAD Contínua para novem-bro.

FATOTodos os especialistas emmercado de trabalho e recur-sos humanos são unânimesem considerar que o traba-lho temporário tem como

FATOO IBGE é um órgão de alcan-ce nacional e seu quadro depessoal sempre foi infinita-mente maior do que o doIpea. Se a atual Direção temcanal aberto com a ministra,o IBGE não deveria estar lar-gado às traças, sem pessoalsuficiente, cheio de tempo-rários e sem estrutura. O go-verno enviou o Projeto deOrçamento 2015 ao Con-gresso Nacional, sem con-templar recursos para aContagem da População e oCenso Agropecuário. Quecanal é esse?

Matéria de25/7/2004 de O Globo

já alertava para acrise no IBGE

Foto: Francisca Maranhão (Ascom - MPOG)

Em entrevista concedida à Folha de São Paulo Online, em 22 de agosto, a Presidente do IBGE, Wasmália Bivar,voltou a negar a interferência do governo nas decisões adotadas pelo IBGE e atacou a greve dos trabalhadores.

Reunião que levou à suspensão da divulgação da PNAD Contínua