contabilidade no agronegócio

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1 Bases Tecnológicas Propriedade rural: Formas de exploração – pessoa física e jurídica; Associações na exploração da atividade agropecuária; Contabilidade rural; Ano agrícola x exercício social; Produtos agrícolas com colheitas em períodos diferentes. Plano de Contas: estruturações do Plano de Contas; Inventário; Custos x despesas; Colheita: custos de armazenamento; Fluxos contábeis de cultura temporária; Culturas permanentes; Colheitas de produtos de cultura permanente; Depreciação, amortização e exaustão: culturas permanentes; Máquinas e implementos agrícolas. Fluxos contábeis da cultura permanente; Tributos e obrigações acessórias: ITR; DIPF; DIPJ. Agronegócio Agronegócio é a relação comercial e industrial envolvendo a cadeia produtiva agrícola e pecuária dentro do ponto de vista econômico.

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Page 1: Contabilidade no Agronegócio

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Bases Tecnológicas

Propriedade rural: Formas de exploração – pessoa física e jurídica;

Associações na exploração da atividade agropecuária;

Contabilidade rural;

Ano agrícola x exercício social;

Produtos agrícolas com colheitas em períodos diferentes.

Plano de Contas: estruturações do Plano de Contas;

Inventário;Custos x despesas;Colheita: custos de armazenamento;Fluxos contábeis de cultura temporária;

Culturas permanentes; Colheitas de produtos de cultura permanente;

Depreciação, amortização e exaustão: culturas permanentes;

Máquinas e implementos agrícolas.

Fluxos contábeis da cultura permanente;Tributos e obrigações acessórias:

ITR;

DIPF;

DIPJ.

Agronegócio

Agronegócio é a relação comercial e industrial envolvendo a cadeia produtiva agrícola e pecuária

dentro do ponto de vista econômico.

Page 2: Contabilidade no Agronegócio

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Costuma-se dividir o estudo do agronegócio em três partes:

A primeira parte trata dos negócios agropecuários propriamente ditos, ou de "dentro da porteira", que representam os produtores rurais, sejam eles pequenos,

médios ou grandes, constituídos na forma de pessoas ou jurídicas.

Na segunda parte, os negócios à montante da agropecuária, ou da "pré-porteira", representados pela indústria

e comércio que fornecem insumos para a produção rural, como por

exemplo os fabricantes de fertilizantes, defensivos químicos, equipamentos,

etc.

E na terceira parte estão os negócios à jusante (Direção) dos negócios

agropecuários, ou de "pós-porteira", onde estão a compra, transporte,

beneficiamento e venda dos produtos agropecuários até o consumidor final.

Enquadram-se nesta definição os frigoríficos, as indústrias têxteis e

calçadistas, empacotadores, supermercados, distribuidores de

alimentos, etc.

Empresas Rurais

São aquelas que exploram a capacidade produtiva do solo, através:

Cultivo da terra(produção vegetal – atividade agrícola)

Criação de animais(produção animal – atividade zootécnica)

Transformação de produtos agrícolas(industrias rurais – atividade agroindustrial)

Atividade Agrícola

Page 3: Contabilidade no Agronegócio

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Pode ser dividida em dois grandes grupos:

a) Cultura hortícola e forrageira

b) Arboricultura

a) Cultura hortícola e forrageira:

Cereais(feijão, soja, arroz, milho, trigo...)

Hortaliças(verduras, tomate, pimentão...)

Tubérculos(batata, mandioca, cenoura...)

Page 4: Contabilidade no Agronegócio

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Plantas oleaginosas(mamona, amendoim, castanha...)

Especiarias(cravo, canela, pimenta...)

Fibras(algodão, juta, piaçava...)

Floricultura, forragens, plantas industriais

b) Arboricultura: Florestamento(eucalipto, pinho, mogno, cedro...)

Page 5: Contabilidade no Agronegócio

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Pomares(manga, laranja, cupuaçu, graviola...)

Vinhedos, olivais, seringais...

Atividade Zootécnica

...

Apicultura(criação de abelhas)

Avicultura(criação de aves)

Cunicultura(criação de coelhos)

Page 6: Contabilidade no Agronegócio

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Piscicultura (criação de peixes)

Ranicultura(criação de rãs)

Sericicultura(criação do bicho-da-seda)

Pecuária(criação de gado)

bovinos, suínos, caprinos, ovinos, equinos, muares, asininos

Atividade Agroindustrial

...

Beneficiamento do produto agrícola (arroz, café, milho...)

Page 7: Contabilidade no Agronegócio

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Transformação de produtos zootécnicos(mel, laticínios, casulo de seda...)

Transformação de produtos agrícolas (cana em álcool, soja em óleo, uva em vinho,

moagem de trigo e milho...)

Ano Agrícola x Exercício SocialNormalmente o exercício é encerrado em

31/12 do ano civil, o que na atividade agropecuária não ocorre.

Na atividade agrícola o normal é que o exercício se encerre no final do mês seguinte ao da colheita. Se existir

diversificação de culturas (policultura),deverá ser encerrado nas

culturas que prevalecem economicamente.

Na pecuária, o ideal é encerrá-lo logo após o nascimento dos bezerros ou do desmame.

Se o ano agrícola terminar em Abril, o exercício social poderá ser encerrado em

30/04 ou 31/05.

Em relação ao imposto de renda, a lei 7.450/85 torna obrigatório o exercício social coincidir com o ano civil, o que traz sérios prejuízos à contabilidade rural, já que este

deveria coincidir com o ano agrícola.

Culturas 100% Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Milho 8%Fumo 15%Feijão 10%Uva 22%Cana-de-açúcar 30%Café 15%

Culturas 100% Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Milho 8%Fumo 15%Feijão 10%Uva 22%Cana-de-açúcar 30%Café 15%

Ano agrícola01/06 a 31/05

Page 8: Contabilidade no Agronegócio

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Forma Jurídica de Exploração na Agropecuária

Existem duas formas jurídicas possíveis de exploração:

Pessoa físicaPessoa natural, todo ser humano, todo indivíduo

Pessoa jurídicaEmpresa

As pessoas físicas tidas como pequeno e médio produtor rural não precisam, para fins de I.R, fazer escrituração regular em

livros contábeis e podem utilizar apenas um livro caixa, e efetuar uma escrituração

simplificada.(Regime de caixa)

Já as pessoas físicas , tidas como grande produtor rural , são equiparadas às

pessoas jurídicas; portanto, devem fazer escrituração regular por intermédio de um profissional da área contábil qualificado.

Pessoa jurídica é a união de indivíduos que, por meio de um trato reconhecido por lei,

forma uma nova pessoa (empresa), podendo ser “com” ou “sem” fins lucrativos.

(Regime de Competência).

A exploração da atividade agropecuária resulta da combinação de duas personalidades fundamentais

(investimentos):

O proprietário da terra

O empresário

O proprietário da terra

que participa no negócio com o capital fundiário(terras, edifícios e edificações rurais, benfeitorias e melhoramentos na terra, cultura permanente,

pastos etc.). São todos recursos fixos, vinculados à terra e dela não retiráveis.

O empresário

que participa com o capital de exercício, (capital operacional ou capital de trabalho): gado para reprodução, animais de trabalho, máquinas e

equipamentos, tratores etc. Esse capital pode ser permanente (não se destina à venda e tem vida

longa) ou circulante, ou de giro (recursos financeiros e valores que serão transformados em

dinheiro ou consumidos em curto prazo), explorando o negócio agropecuário

independentemente de ser ou não o proprietário da terra.

Page 9: Contabilidade no Agronegócio

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A partir da combinação dessas duas personalidades, teremos as diversas formas

de associações nas explorações agropecuárias:

Empresário agropecuárioParceria

ArrendamentoComodato

Condomínio

Empresário agropecuário

detentor dos capitais fundiários e de exercício. Ele mesmo administra seus negócios.

Parceria

ocorre quando o proprietário da terra contribui no negócio com o capital fundiário e de exercício.

Pode associar-se a terceiros em forma de parceria, à meia, à terça, à quarta parte, etc. Essa

modalidade assemelha-se a uma sociedade de capital e industrial, tendo duas espécies de

sócios:

a)O capitalista (proprietário) que entra com o capital e geralmente com a gerência do negócio;

b)O de trabalho (parceiro) que entra com a execução do trabalho.

Arrendamento

é quando o proprietário da terra aluga seu capital fundiário por determinado período a um

empresário, recebendo uma retribuição, em forma de aluguel, podendo ser financeiro ou em

espécie.

Comodato

é o empréstimo gratuito, ou seja, o proprietário

cede a terra sem receber nada.

Condomínio

é uma propriedade em comum, em que os condôminos compartilham dos riscos e dos

resultados.

Page 10: Contabilidade no Agronegócio

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Teste 1 1) Como exemplo de atividade agroindustrial temos:

a) Hortaliçasb) Aviculturac) Moagem de trigod) Metalúrgica

2) Como exemplo de atividade agrícola temos:

a) Hortaliçasb) Aviculturac) Moagem de trigod) Metalúrgica

3) As empresas agropecuárias constituídas na forma de S.A, são:

a) Sociedade de amigos de bairrob) Sociedade camufladac) Sociedade empresáriad) Sociedade anormal

4) Como exemplo de atividade zootécnica temos:

a) Hortaliçasb) Aviculturac) Moagem de trigod) Metalúrgica

5) Como exemplo de atividade pecuária temos:

a) Hortaliçasb) Aviculturac) Moagem de trigod) Ovinocultura

Page 11: Contabilidade no Agronegócio

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6) A atividade pecuária de maior significação econômica é:

a) Bovinoculturab) Suinoculturac) Caprinoculturad) Equinocultura

7) A fixação do ano agrícola é importante para:

a) Determinar o plano de contasb) Determinar a atividade operacionalc) Determinar os planos da empresad) Determinar o exercício social

8) Numa atividade agrícola, com diversas culturas em períodos de colheitas diferentes, prevalece o ano agrícola com base em:

a) Cultura permanenteb) Cultura temporáriac) Participação econômicad) Tempo de colheita

Teste 2

Dois amigos resolvem constituir uma atividade agropecuária cujo objeto social é a

produção do sêmem extraído de gado de raça pura. A venda de sêmem será em

qualquer mês do ano (pequeno produtor), já que serão adquiridos equipamentos de congelamento e armazenamento deste

produto.Se os empreendedores optarem por pessoa jurídica constituirão um sociedade por cota de responsabilidade limitada, já que essa é menos onerosa em termos de

obrigações sociais.

Com base nestas informações, responder os itens:

Page 12: Contabilidade no Agronegócio

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a) Pode se dizer que a atividade será uma empresa rural?

b) Em que campo de atividade poderia ser enquadrada tal empresa?

c) Pela teoria da contabilidade, qual seria o melhor período para estabelecer como exercício social?

d) Qual a forma jurídica de exploração recomendada: Física ou Jurídica?

e) Se pessoa jurídica, a empresa será sociedade empresária ou há outras possibilidades?

f) Se optarem por pessoa física, que tipo de associação os empreendedores poderiam fazer: parceria, arrendamento, comodato ou condomínio?

Culturas

Temporárias Permanentes

Temporárias (Circulante)

São aquelas sujeitas ao replantio após a colheita. Normalmente, o período de vida é curto e após a colheita, são arrancadas do solo para que seja realizado novo plantio

(soja, milho, trigo, arroz, feijão, batata, amendoim, girassol, legumes, etc).

Esses produtos são contabilizados no Ativo Circulante, como se fossem um “Estoque em Andamento” em uma indústria. Dessa forma, todos os custos serão acumulados

em subconta com título específico da cultura em formação (arroz, trigo, alho,

cebola, ou) da conta “Cultura Temporária”.

Outra forma de consolidar os custos do plantio é abrir junto às despesas, um Grupo de Contas específicas para cada cultura e através de subconta, alocar as despesas decorrentes da semeadura até a colheita,

incluindo o transporte até o local de armazenagem, quando então se fará o “zeramento” das subcontas, relativos a

estes investimentos e cujos valores serão lançados na conta “Estoque da colheita

temporária X”.

Quando ocorrer simultaneamente o plantio de diversas culturas, deverá ser feito o

rastreamento dos gastos na proporção da absorção financeira, equipamentos, mão de

obra avulsa ou técnica, despesas de manutenção das máquinas e das lavouras, a fim de alocar os custos para cada uma na

percentagem de utilização, com o fim de não distorcer os custos e o conseqüente

desmotivação de plantar determinada semente, pois somente produz prejuízo.

Page 13: Contabilidade no Agronegócio

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Quando o produto agrícola estiver pronto para a venda, totalmente acabado, não

devendo sofrer mais nenhuma alteração, é comum, em alguns casos, armazená-lo, no sentido de vendê-lo em momento oportuno,

esperando-se o preço oscilar para cima.

Estes gastos são normalmente tratados como Despesas de Vendas, no grupo Despesa

Operacional, e não como Custo do Produto. Dessa forma, são considerados custos do

período e não do produto.

Fases:

Formaçãoplantio, adubação, sementes, calcário, mão de obra,

irrigação, herbicidas, produtos químicos...

Colheitamão de obra, combustível da colheita...

Produtos Colhidosbeneficiamento, acondicionamento...

Despesas do períodovendas, administrativas, financeiras...

Permanentes (Imobilizado)

São aquelas que permanecem vinculadas ao solo e proporcionam mais de uma colheita ou produção (cana, laranja, limão, laranja,

café, etc.)

Normalmente atribui-se às culturas permanentes uma duração mínima de

quatro anos. Porém basta apenas a cultura durar mais de um ano e propiciar mais de

uma colheita para ser permanente.

No caso de cultura permanente, os custos necessários para a formação da cultura

serão considerados Ativo Imobilizado. Os principais custos são: adubação, formicidas,

forragem, fungicidas, herbicidas, mão de obra avulsa e técnica, encargos sociais, arrendamento de equipamento, terras,

seguro, preparo do solo, sementes, mudas, irrigação, químicos, depreciação

equipamento etc.

É importante ressaltar que as despesas administrativas, de vendas e financeiras não compõem o gasto de formação da

cultura, mas são apropriadas diretamente como “despesa do período” e não são,

portanto, ativadas.

“Os custos para a formação da cultura são acumulados na conta “Cultura Permanente

em Formação”, da mesma forma como acontece com a conta de Imobilização em

Andamento” ou em curso em uma indústria.

Page 14: Contabilidade no Agronegócio

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Após a formação da cultura, que pode levar vários anos (antes do primeiro ciclo de produção ou

maturidade, ou antes da primeira floração, ou da primeira produção), transfere-se o valor

acumulado da conta “Cultura Permanente em Formação”para a conta “Cultura Permanente

Formada”, identificando-se uma subconta por tipo de cultura específica. Comparando-se tal fato

como uma indústria que constrói máquinas para seu próprio uso, estaríamos no estágio em que a

máquina está pronta para produzir. Daí por diante, na fase produtiva, os custos já não

compõem o Imobilizado, mas são tratados como estoque em formação e são acumulados ao

produto que está sendo formado.

Fases:

Preparo do solo destoca, limpeza, roçada, gradeação, drenagem

Adubação e preparo do plantiosulcagem, caveamento, alinhamento, marcação,

estaqueamento, adubação

Plantiocanteiro, semente, mudas, plantio, replantio, enxertia,

transplante de mudas

Irrigaçãorega, transporte de água, consumo de energia elétrica

Tratamento fitossanitárioserviço agrônomo e de terceiros, tratamento do solo, capina, combate insetos, herbicida, fungicida

Manutenção no período de crescimentopoda, raleação, desbroto

Produtos colhidosbeneficiamento, acondicionamento

Despesas do períodovendas, administrativas, financeiras

Adiciona-se ao custo da colheita a depreciação (ou exaustão) da “cultura permanente Formada”,

sendo consideradas as quotas anuais compatíveis com o tempo de vida útil de cada

cultura.

Se durante a colheita ou qualquer momento forem aplicados recursos à cultura permanente para

melhorar a produtividade ao longo dos anos ou aumentar a vida útil da cultura, evidentemente

não se deve sobrecarregar a safra do ano, mas o imobilizado, e estes ativos serão diluídos nas

safras através da depreciação/exaustão.

Após o término da colheita, transfere-se o total acumulado de “Colheita em

Andamento” para “Produtos Agrícolas”. Nessa conta são acumulados, se houver

custos de beneficiamento, de acondicionamento (embalagens), de

silagem etc.

Page 15: Contabilidade no Agronegócio

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Alguns comentários sobre a Cultura

Permanente(Permacultura)

Custos Indiretos

No período da “Cultura em Formação”, todos os custos voltados para a referida cultura serão acumulados nessa conta, inclusive a depreciação dos bens utilizados, desde

a preparação do solo até a maturidade da plantação. Incluem-se também nessa conta os adiantamentos

concedidos a fornecedores por conta de fornecimento de adubos, sementes, mudas etc. É evidente que, havendo mais culturas, os custos indiretos deverão ser rateados e

apropriados à “Cultura Permanente em Formação”, conforme sua atribuição para essa cultura. Assim,

considera-se o número de horas que o trator da fazenda destinou especificamente à cultura em análise; o número

de horas que determinados funcionários estiveram à disposição da cultura em formação, e assim

sucessivamente.

Início da Depreciação

Enquanto a cultura estiver em formação, não sofrerá depreciação (ou exaustão), já que, nesse

período não existe perda da capacidade de proporcionar benefícios futuros, mas, muito pelo

contrário, essa potencialidade aumenta na proporção do crescimento da planta. A

depreciação (ou exaustão), portanto, pode ser iniciada por ocasião da primeira colheita ou

primeira produção.

Perdas Extraordinárias (Involuntárias)

As culturas, todavia, em formação ou formadas, estão constantemente sujeitas a perdas

extraordinárias decorrentes de incêndios, geadas, inundação, granizo, tempestades, secas e outros

eventos desta natureza. A ocorrência de um desses fatos provoca perda da capacidade parcial e, em alguns casos, até total; deve, sem dúvida,

ser baixada do Ativo Permanente e ser considerada como perda do período, indo

diretamente para Resultado do Exercício, mesmo que tal perda esteja coberta por seguro, não

importando se culturas formadas ou em formação.

Normalmente, não se caracterizam perdas extraordinárias as que se apresentam como simples frustração ou retardamento de safra

agrícola.

Todavia, tratando-se de perdas normais, inerentes à própria plantação, sendo previsíveis, fazendo

parte da expectativa da empresa, farão parte do custo dos produtos agrícolas (não sendo baixado

como perda extraordinária).

Page 16: Contabilidade no Agronegócio

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Aumento da vida útil

No que tange as culturas formadas, saliente-se que os gastos que beneficiam mais de uma safra, ou

que aumentam a vida útil da plantação, incrementando sua capacidade produtiva, devem ser adicionados ao valor da cultura formada para

serem depreciados até p final da vida útil da cultura.

Contabilização das despesas financeiras

Quando de faz um financiamento para capital de giro, por exemplo, à medida que o tempo for

decorrendo (mais comum é mensalmente), vai-se contabilizando a despesa financeira proporcional ao tempo decorrido, independente do pagamento

dos juros.

Na agropecuária, esses financiamentos para capital de giro denominam-se financiamentos para

custeio.

As despesas financeiras de um financiamento contraído num ano agrícola 1 para custear a safra

do ano 2, devem ser contabilizadas proporcionalmente ao tempo decorrido no ano 1 ou no ano 2, no qual a safra colhida e vendida?

Vantagens fiscais (reduz IR)

Associar despesa com a respectiva Receita (Princípio da Competência e Princípio da Realização da Receita e Confrontação da

Despesa)

Classificação dos encargos financeiro

Há polêmicas em relação à classificação dos juros referentes aos financiamentos. Se um agricultor

tomar um financiamento para plantio de soja (mão de obra, sementes, fertilizantes, etc.),

normalmente ele o chamaria de empréstimo para custeio. Onde seriam contabilizados os juros

desse empréstimo?

O agricultor...

Provavelmente o colocaria em sua planilha de Custo, pois se trata de custeio (custo

para o plantio)

O contador atualizado em leis...

Lançaria como Despesa Operacional, conforme determina a lei das S.A. (lei

6.404/76).

Page 17: Contabilidade no Agronegócio

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O contador voltado a globalização...

Lançaria como Outras Despesas (antiga

Despesa não Operacional), conforme fazem os países mais avançados em Contabilidade.

O contador gerencial...

Poderia argumentar que, como se trata remuneração ao Capital de Terceiros

(encargos financeiros). Nesse caso, não entraria na DRE, mas sim na

Demonstração de Lucros ou Prejuízos acumulados.

Imagine um agricultor que teve um custo de R$ 600, no plantio de

soja, mais encargos financeiros de R$ 380 para custear esse plantio.

Após a venda por R$ 1.000, poderia ser feita a seguinte DRE,

considerando que não houve outras despesas:

A alternativa 1 pode induzir que o negócio é péssimo, mas na verdade, o

ruim,nesse caso é trabalhar com capital de terceiros (financiamento).

A alternativa 4, ainda que interessante, fugiria aos padrões da lei das S.A.As alternativas 2 e 3 seriam as

melhores, mas a 3 seria ideal, pois encargos financeiros referem-se a

problemas de capital (ter ou não ter dinheiro) e não ao ramo de atividade.

Teste 3 1) Cana de açúcar é:

a) Cultura temporáriab) Cultura em erradicaçãoc) Cultura permanented) Cultura flutuante

Page 18: Contabilidade no Agronegócio

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2) Milho é:

a) Cultura temporáriab) Cultura em erradicaçãoc) Cultura permanented) Cultura flutuante

3) Cultura temporária em formação é classificada como:

a) Estoqueb) Investimentoc) Imobilizadod) Intangível

4) Cultura permanente em formação é classificada como:

a) Estoqueb) Investimentoc) Imobilizadod) Intangível

5) Mão de obra na plantação de qualquer cultura é:

a) Despesab) Custoc) Perdad) Patrimônio Líquido

6) Juros de financiamentos agrários são considerados:

a) Despesab) Custoc) Perdad) Patrimônio Líquido

7) Cultura permanente formada é considerada:

a) Despesab) Custoc) Imobilizadod) Patrimônio Líquido

Page 19: Contabilidade no Agronegócio

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8) Cultura temporária colhida e não vendida é considerada:

a) Despesab) Custoc) Ativo Circulanted) Patrimônio Líquido

9) O lucro agropecuário será contabilizado como:

a) Despesab) Custoc) Realizável a Longo Prazod) Patrimônio Líquido

10) Inundações, incêndios, geadas são considerados:

a) Custob) Perdac) Despesad) Ganho

Pecuária

Pecuária é a arte de criar e tratar gado, que são animais geralmente criados no campo,

para serviços de lavoura, para consumo doméstico ou para fins industriais. O

Sistema de produção, também conhecido como “manejo” podem ser divididos

basicamente em:

Sistema Extensivo:

Geralmente os animais são mantidos em pastos nativos ou artificiais, dependendo exclusivamente dos recursos naturais. Este sistema caracteriza-

se pela baixa lotação, sem planejamento adequado, cujo manejo sanitário baseia-se

simplesmente no calendário oficial de vacinação. É um sistema utilizado ainda em área recém-desbravada onde a produção de forrageiras

exerce forte influência sobre os recursos naturais.

Page 20: Contabilidade no Agronegócio

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Sistema Semi-intensivo:

Tendo em vista a inviabilidade técnica e econômica do sistema anterior, o produtor que pretende permanecer no mercado tem adotado este

método em que se faz necessária a implantação de pastagem para ser explorada de forma

racional, através de algumas subdivisões das mesmas, o que possibilita um melhor

aproveitamento da área. Nesse sistema há um melhor acompanhamento zootécnico do rebanho

e a pastagem recebe corretivos e adubos necessários.

Sistema Intensivo:

Com o aumento da população e a diminuição das áreas úteis, só resta ao pecuarista moderno o

aumento de produtividade e consequentemente a rentabilidade da atividade, o que só é possível

com tecnologia e assistência técnica.

Para atingir esses objetivos, três medidas são fundamentais:

a) Formação adequada de pastagem artificial, com forrageias adequadas à região, propiciando a divisão dos

pastos e consequentemente a realização de rodízios;

b) Melhoria na alimentação (ração adequada, sal mineral etc.), associando pasto + suplementação ou pasto +

confinamento e melhorias também dos aspectos higiênico-sanitária, com a redução da distância entre o estábulo e o

rebanho;

c) Introdução de novas raças produtivas, adequadas à região, em substituição ao rebanho nativo.

Page 21: Contabilidade no Agronegócio

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Especialização das empresas pecuárias

Existem três fases distintas, na atividade pecuária de corte, pelas quais passam o

animal que se destina ao abate:

Cria

atividade básica, produção e a venda de bezerros (após o desmame). A matriz

produz um bezerro ano.

Recria

a partir do bezerro adquirido, a produção e a venda do novilho magro para a engorda.

Engorda

a partir do novilho magro adquirido, a produção e a venda do novilho gordo.

Há empresas que, pelo processo de combinação das várias fases, obtém até

seis alternativas de produção (especializações).

CriaCria - recria

Cria - recria - engordaRecria

Recria - engordaEngorda

Pastagens

Lugar onde pode pastar o gado. Uma boa pastagem contribuirá, em conjunto, para a melhoria da qualidade do gado, para o alto

rendimento do projeto.

Dois são os tipos de pastagens:

Page 22: Contabilidade no Agronegócio

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Naturalé o pasto nativo; são áreas não cultivadas,

utilizadas para pastagem, das quais se aproveita o potencial natural (campos,

cerrados, capins naturais).

Artificialformada por pastos cultivados. Exige preparo

adequado do solo, através de destocamento, de arações, adubação,

gradagem, plantação, etc.

As Principais Forrageiras são:

Gramíneas : capim, colonião, capim gordura, capim Jaraguá, capim pangola.

Leguminosas : alfafa, soja perene, siratro, beiço de boi.

Cactáceas : palma, mandacaru, xiquexique.

Outras : mandioca, batata-doce

Tipos de Pastoreio

Pastoreio em rodízio : em determinado momento interrompe-se o pastoreio para

manter o pasto em repouso por certo tempo

Pastoreio contínuo : é aquele em que o gado é mantido permanente e ininterruptamente

num mesmo pasto

Page 23: Contabilidade no Agronegócio

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Tanto o pastejo em rodízio como o contínuo, é usual separar os animais em lotes distintos, conforme as categorias do

rebanho. Um dos aspectos fundamentais no pastejo é o planejamento do número de

cabeças (Bovino) por hectare, para que não haja excesso de animal para a pastagem

disponível:

Touro 1,2 cb./ha

Vaca 1,0 cb./ha

Novilho (1 a 2 anos) 0,6 cb./ha

Novilho (2 a 3 anos) 0,8 cb./ha

Novilho (acima de 3 anos) 1,0 cb./ha

Novilha (1 a 2 anos) 0,6 cb./ha

Novilha (2 a 3 anos) 0,8 cb./ha

Novilha (acima de 3 anos) 1,0 cb./ha

Bezerro (até 1 ano) 0,2 cb./ha

1 Hectare (ha) = 10.000 m 2

Exemplo: Pasto com 1.000 ha, temos:

cb./haTouro 1,2 cb./ha 833 cbVaca 1,0 cb./ha 1.000 cbNovilho (1 a 2 anos) 0,6 cb./há 1.666 cbNovilho (2 a 3 anos) 0,8 cb./há 1.250 cbNovilho (acima de 3 anos) 1,0 cb./há 1.000 cbNovilha (1 a 2 anos) 0,6 cb./há 1.666 cbNovilha (2 a 3 anos) 0,8 cb./ha 1.250 cbNovilha (acima de 3 anos) 1,0 cb./há 1.000 cbBezerro (até 1 ano) 0,2 cb./há 5.000 cb

Instalações

Algumas instalações comuns às atividades pecuárias.

Curral

Lugar onde se junta e recolhe o gado para trabalhos de rotina, tais como: castração,

vacina, aplicação de vermífugos, desmama, marcação, separação de acordo com a

idade, sexo e utilização funcional (reprodutores, matrizes, garrotes)

Page 24: Contabilidade no Agronegócio

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Curraletes

Divisão interna do curral em seções. No curral ainda se encontra o brete, que é um

corredor por onde os animais passam, um a um, permitindo o exame individual e ou

trabalhos de vacina ou marcação.

Galpão para a ordenha

É um corredor, elevado (+ 70 cm) do nível do solo, com divisões internas, que permitem a

ordenha de diversas vacas ao mesmo tempo.

Estábulo

Lugar coberto onde se recolhe o gado. Mais utilizado para a ordenha.

Page 25: Contabilidade no Agronegócio

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Mangueira

Grande curral de gado, de pedra ou madeira

Galpões

Além de abrigarem os animais, são utilizados para o regime de engorda confinada; para

preparo da ração, guardar os equipamentos, tais como, tratores,

máquinas agrícolas, arados, roçadeiras, ferramentas, motores, bombas hidráulicas.

Alimentação

O gado alimenta-se no pasto. Pode-se ainda colher a forragem em campineiras evitando-

se o pisoteio com a vantagem de poder enriquecê-la e fazê-la render mais mediante

emprego de adubações químicas e orgânicas:

Page 26: Contabilidade no Agronegócio

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Silagem

constitui o método clássico de armazenagem e conservação do excesso de forragem obtido no

período das águas e em culturas apropriadas. Os silos são de alvenaria ou tipo trincheiras

(escavações no sentido do declive do terreno).

Fenação

consiste no dessecamento (desidratação) da planta; a perda do excesso de água dá-se naturalmente

pela exposição da planta cortada ao sol, ou mecanicamente.

Alem das forrageiras, o gado, sobretudo aquele que depende de pastagem artificial, necessita de

aditivos à alimentação (nutrientes), tais como: sal e minerais, vitaminas, hormônios, tranqüilizantes,

farinha de osso, etc.

Reprodução

Os métodos de reprodução geralmente encontrados são:

Seleção

acasalamento de bovinos previamente escolhidos dentro do plantel, tendo em vista

suas características raciais, sua produtividade, as qualidades a serem

perpetuadas.

Consanguinidade

acasalamento de animais de grau de parentesco muito próximo como pai-filha,

ou pai-neta, ou filho-mãe, com o objetivo de apressar o aperfeiçoamento de uma raça.

Page 27: Contabilidade no Agronegócio

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Cruzamento

em que intervém animais da mesma espécie, mas de raça diferente.

De acordo com os métodos de reprodução tem-se:

Gado purogado de raça, controlado genealogicamente

por certificado de origem; há o puro de origem (PO) e o puro por cruzamento (PC).

Gado mestiçogado de raças misturadas (raças não

definidas).

Forma de Reprodução

Através de um reprodutor

seleção de um touro, com objetivo sempre de adequar uma raça com bons índices de

produtividade e que se assimile à região.

Através da inseminação artificial

introdução do sêmen no trato genital da fêmea, durante o período do “cio”.

Page 28: Contabilidade no Agronegócio

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Inseminação de Elefante

Este método dá a oportunidade aos criadores a utilização de machos de elite, cuja

aquisição seria inviável. De igual modo permite fecundar um número de fêmeas

muitas vezes maior do que seria pela cobertura (monta) natural. Permitem

restringir os riscos da disseminação de moléstias infecciosas. Facilita o

acasalamento dos animais, cuja diferença de tamanho é muito acentuada.

Teste 4

1) Bezerros nascidos destinados a corte devem ser classificados como:

a) Ativo – Circulante – Estoqueb) Ativo – Não circulante – Imobilizadoc) Custo do produto vendidod) Perdas extraordinários

2) Bezerros nascidos destinados a reprodução devem ser classificados como:

a) Ativo – Circulante – Estoqueb) Ativo – Não circulante – Imobilizadoc) Custo do produto vendidod) Perdas extraordinários

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3) Vacas matrizes, em experimentação, devem ser classificadas como:

a) Ativo – Circulante – Estoqueb) Ativo – Não circulante – Imobilizadoc) Custo do produto vendidod) Perdas extraordinários

4) Vacas matrizes, em plena reprodução, devem ser classificadas como:

a) Ativo – Circulante – Estoqueb) Ativo – Não circulante – Imobilizadoc) Custo do produto vendidod) Perdas extraordinários

5) Vacas matrizes, que já não apresentam condições de procriação, devem ser descartadas e classificadas como:

a) Ativo – Circulante – Estoqueb) Ativo – Não circulante – Imobilizadoc) Custo do produto vendidod) Perdas extraordinários

6) Novilhos vendidos devem ser classificados como:

a) Ativo – Circulante – Estoqueb) Ativo – Não circulante – Imobilizadoc) Custo do produto vendidod) Perdas extraordinários

7) Touros descartados e vendidos devem ser classificados como:

a) Ativo – Circulante – Estoqueb) Ativo – Não circulante – Imobilizadoc) Custo do produto vendidod) Perdas extraordinários

8) Animais de trabalho devem ser classificados como:

a) Ativo – Circulante – Estoqueb) Ativo – Não circulante – Imobilizadoc) Custo do produto vendidod) Perdas extraordinários

Page 30: Contabilidade no Agronegócio

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9) Animais mortos (morte acidental e anormal), devem ser classificados como:

a) Ativo – Circulante – Estoqueb) Ativo – Não circulante – Imobilizadoc) Custo do produto vendidod) Perdas extraordinários

10) Bezerros roubados em grande número devem ser classificados como:

a) Ativo – Circulante – Estoqueb) Ativo – Não circulante – Imobilizadoc) Custo do produto vendidod) Perdas extraordinários

Exercício 1

Exercício 2

Exercício 3

Exercício 4