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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA (UESB) DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS (DCSA) CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS JULIANO SILVA MAGALHÃES OLIVEIRA A CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO DE MELHORIA DA RENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO NO MUNICÍPIO DE BOM JESUS DA LAPA, BAHIA: O CASO DA PRODUÇÃO DE BANANA NO PROJETO FORMOSO VITORIA DA CONQUISTA - BA 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA (UESB)

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS (DCSA)

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

JULIANO SILVA MAGALHÃES OLIVEIRA

A CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO DE MELHORIA DA

RENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO NO MUNICÍPIO DE BOM JESUS DA

LAPA, BAHIA: O CASO DA PRODUÇÃO DE BANANA NO PROJETO FORMOSO

VITORIA DA CONQUISTA - BA

2016

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JULIANO SILVA MAGALHÃES OLIVEIRA

A CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO DE MELHORIA DA

RENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO NO MUNICÍPIO DE BOM JESUS DA

LAPA, BAHIA: O CASO DA PRODUÇÃO DE BANANA NO PROJETO FORMOSO

Monografia apresentada ao Departamento de

Ciências Sociais Aplicadas (DCSA) como

requisito parcial para obtenção do Grau de

Bacharel em Ciências Contábeis pela

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

(UESB).

Área de Concentração: Contabilidade no

Agronegócio

Orientador: Prof. Dr. Manoel Antônio Oliveira

Araújo

VITORIA DA CONQUISTA - BA

2016

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Catalogação na fonte: Juliana Teixeira de Assunção- CRB 5/54-P UESB – Campus de Vitória da Conquista - BA

O48c Oliveira, Juliano Silva Magalhães.

A contabilidade como instrumento de melhoria da rentabilidade no

agronegócio no município de Bom Jesus da Lapa, Bahia: o caso da produção de

banana no Projeto Formoso ./ Juliano Silva Magalhães, 2016.

91f.

Orientador (a): Dr. Manoel Antônio Oliveira Araújo.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação),

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da

Conquista, 2016.

Inclui referências. 83- 84.

1.Contabilidade no agronegócio. 2. Contabilidade. 3.Rentabilidade.

I.Araújo, Manoel Antônio Oliveira. II. Universidade Estadual do Sudoeste da

Bahia. III. T

CDD: 657.863

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JULIANO SILVA MAGALHÃES OLIVEIRA

A CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO DE MELHORIA DA

RENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO NO MUNICÍPIO DE BOM JESUS DA

LAPA, BAHIA: O CASO DA PRODUÇÃO DE BANANA NO PROJETO FORMOSO

Monografia apresentada ao Departamento de

Ciências Sociais Aplicadas (DCSA) como

requisito parcial para obtenção do Grau de

Bacharel em Ciências Contábeis pela

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

(UESB).

Área de Concentração: Contabilidade no

Agronegócio

Vitória da Conquista ______/______/__________.

BANCA EXAMINADORA

Manoel Antonio Oliveira Araújo

Doutor em Educação pela PUC-SP

Professor Adjunto da UESB

Orientador

Mario Augusto Carvalho Viana

Mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP

Professor Assistente da UESB

José Antônio Gonçalves dos Santos

Mestre em Agronomia pela UFBA

Professor Assistente da UESB

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Ao meu avô Jaime (in memorian), que de algum lugar

está olhando por mim e torcendo pelo meu sucesso.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a inteligência Suprema do Universo e causa primária de todas

as coisas. Aos meu pais Tânia e Linômar, ao meu avô Jaime (in memorian) e à minha avó

Nicinha por me educarem para me tornar o homem que sou. Agradeço também à minha irmã

Jamile, aos meus avós paternos Lino e Maria e aos meus tios e tias por me ajudarem sempre

que precisei durante o processo de construção desta monografia. Aos meus primos Letícia e

Pedro pela amizade e irmandade. À minha namorada Malu pelo apoio durante a construção

deste trabalho e ao carinho que teve comigo durante todo este tempo. Aos meus amigos que

moram em Conquista como Carol, Rafael, Tiago, Mateus, Pedro Felipe, Marlon e Deo e aos

que estão longe que é o caso de Lucas, Thiago, Stenio, Lui, Adyr, Amanda e Helder por me

incentivarem e estarem presentes em todos os momentos. Aos colegas Marlon, Samira e

Geovane por dividirem comigo uma jornada chamada graduação. Aos professores do curso de

Ciências Contábeis da UESB, por todo o aprendizado que adquiri. Ao meu orientador Manoel

Antonio pelos conselhos e informações que guardarei para o resto da vida e por fim à banca

examinadora composta por Marcia Mineiro e José Antonio pelo zelo e cuidado que terão com

este trabalho.

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Eu acredito demais na sorte. E tenho constatado que,

quanto mais duro eu trabalho, mais sorte eu tenho.

Thomas Jefferson

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RESUMO

Esta pesquisa tem como tema a Contabilidade no Agronegócio. Este permitiu que fosse

elaborado o problema: “De que forma a Contabilidade pode auxiliar os empreendimentos

agrícolas visando uma melhoria na rentabilidade no município de Bom Jesus da Lapa, Bahia?”.

Com o problema elaborado e repensado, a hipótese surgiu de que a Contabilidade a partir de

seu escopo teórico e com a elaboração do planejamento proporciona ao produtor rural uma

melhoria na rentabilidade. Logo depois, a fundamentação teórica firmou-se nos autores de

renome no campo Contábil, que são: Franco, Marion e Crepaldi. Os Objetivos foram

construídos com atenção aos verbos. E ficaram da seguinte forma: O objetivo geral é conhecer

a contabilidade do micro produtor de banana em Bom Jesus da Lapa, Bahia, para uma melhoria

da rentabilidade destes empreendimentos. Os específicos: Listar na bibliografia mecanismos

para a melhoria da rentabilidade no agronegócio; Compreender a relação entre contabilista e

produtor de bananas em Bom Jesus da Lapa; Identificar as principais ferramentas do

profissional contábil no campo da rentabilidade dos produtores de banana de Bom Jesus da

Lapa e Explicar a participação do Contabilista nos empreendimentos rurais. A Justificativa

Pessoal se dá pelo fato de que o autor da pesquisa é natural da cidade pesquisada. A Acadêmica

é explicada pela escassez de materiais e pesquisas focadas no tema abordado. A Profissional

torna-se importante pelo fato de que os profissionais de Bom Jesus da Lapa não possuem

nenhuma orientação teórica para orientarem o seu trabalho técnico. Por fim, a justificativa

social acontece pelo fato de que a cidade tem necessidade de investimentos e oportunidades,

por isso, o pesquisador acredita que o Agronegócio pode ser o fator transformador. A

metodologia abordada foi a qualiquant. Esta metodologia se justifica pela distinção entre os

dois grupos pesquisados, necessitando de duas abordagens diferentes. Os procedimentos

utilizados foram a pesquisa bibliográfica, eletrônica e a de campo. Os instrumentos de coleta

de dados são os questionários e entrevistas. Por fim, os resultados apresentados pela pesquisa

foram: Os perfis de Contadores e Produtores rurais; Melhor compreensão sobre o Agronegócio

local; Foram identificadas as técnicas Contábeis e os regimes tributários destes

empreendimentos; Foi constatado o que os Contabilistas estão fazendo para alcançar melhoria

da rentabilidade e como a Contabilidade pode auxiliar na melhoria da rentabilidade destes

empreendimentos.

Palavras Chave: Contabilidade. Contabilidade no Agronegócio. Rentabilidade.

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ABSTRACT

This research has the theme Accounting in Agribusiness. This allowed it to be drawn up the

problem: "How the Accounting can assist agricultural enterprises aiming at an improvement in

profitability in Bom Jesus da Lapa, Bahia in the year 2016?" With the elaborate and rethought

problem, the hypothesis arose that the Accounting from its theoretical scope and the preparation

of the planning, gives the farmer an improvement in profitability. The theoretical foundation

established itself in renowned authors in the Accounting field, which are: Franco, Marion e

Crepaldi. Objectives were built with attention to verbs and were as follows: The general

objective is to know how the accounting micro banana producer in Bom Jesus da Lapa , Bahia,

works for improving the profitability of these enterprises. The Specifcs: List in the references,

mechanisms that contemplate to improve profitability in agribusiness; Understanding the

relationship between accountant and producer of bananas in Bom Jesus da Lapa; Identify which

are the tools who can use the accounting professionals to improve the profitability of banana

producers of Bom Jesus da Lapa and Explain how the participation of the Accountant in rural

enterprises. The Justificative Personnel occurs by the fact that the author of the research is from

the searched city. The Academic is explained by the lack of materials and researches focused

on the topic discussed. The Professional becomes important by the fact that professionals in

Bom Jesus da Lapa haven´t theorical material to guide their technical work. Finally, the Social

happens by the fact that the city is in need of investment and opportunities, so, the researcher

believes that Agribusiness can be the transforming factor. The methodology used was the

qualiquant. This methodology is justified by the distinction between the two groups researched,

requiring two different approaches. the procedures used were research literature , electronics

and field. The data collection instruments are questionnaires and interviews. Finally, the results

presented by the research were: Profiles of Counters and Farmers; Explain about the local

Agribusiness; Were identified the accounting techniques and the tax regimes of these

enterprises; Have been found what the accountants are doing to improve the profitability and

how the Accounting can help to improve the profitability of these enterprises

Keywords: Accounting. Accounting in the Agribusiness. Profitability

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráficos 1 - Pergunta 1 .............................................................................................. 61

Gráficos 2 - Pergunta 2 .............................................................................................. 63

Gráficos 3 - Pergunta 3 .............................................................................................. 65

Gráficos 4 - Pergunta 4 .............................................................................................. 67

Gráficos 5 - Pergunta 5 .............................................................................................. 69

Gráficos 6 - Pergunta 6 .............................................................................................. 71

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Estado da Arte......................................................................................... 23

Quadro 2 – Bloco 1, Pergunta 1 ................................................................................ 46

Quadro 3 - Bloco 1, Pergunta 2. ............................................................................... 47

Quadro 4 - Bloco 1, Pergunta 3 ................................................................................ 48

Quadro 5 - Bloco 1, Pergunta 4 ................................................................................ 49

Quadro 6 - Bloco 1, Pergunta 5 ................................................................................ 50

Quadro 7 - Bloco 2, Pergunta 1 ................................................................................ 51

Quadro 8 - Bloco 2, Pergunta 2 ................................................................................ 52

Quadro 9 - Bloco 2, Pergunta 3 ................................................................................ 53

Quadro 10 - Bloco 2, Pergunta 4 .............................................................................. 54

Quadro 11 - Bloco 2, Pergunta 5 .............................................................................. 55

Quadro 12 - Bloco 3, Pergunta 1 .............................................................................. 56

Quadro 13 - Bloco 3, Pergunta 2 .............................................................................. 57

Quadro 14 - Bloco 3, Pergunta 3 .............................................................................. 58

Quadro 15 - Bloco 3, Pergunta 4 .............................................................................. 59

Quadro 16 - Bloco 3, Pergunta 5 .............................................................................. 60

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Produção brasileira de banana em 2012 .................................................. 35

Tabela 2 - Produção brasileira de banana em 2012 ................................................... 36

Tabela 3 – Oferta de banana por mês ........................................................................ 38

Tabela 4 - Pergunta 1 ................................................................................................. 61

Tabela 5 - Pergunta 2 ................................................................................................. 63

Tabela 6 – Pergunta 3 ................................................................................................ 65

Tabela 7 - Pergunta 4 ................................................................................................. 67

Tabela 8 - Pergunta 5 ................................................................................................. 69

Tabela 9 – Pergunta 6 ................................................................................................ 71

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ADAB Agência de Defesa Agropecuária da Bahia

CODEVASF Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba

EBDA Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

PIB Produto Interno Bruto

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Sumário

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 13

1.1 TEMA DO TRABALHO ............................................................................................... 16

1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 17

1.2.1 Objetivo geral ............................................................................................................... 17

1.2.2 Objetivo Específico ........................................................................................................ 17

1.3PROBLEMATIZAÇÃO .................................................................................................. 17

1.3.1Problema ............................................................................................................... 17

1.4 HIPÓTESES ........................................................................................................... 17

1.5 JUSTIFICATIVAS ........................................................................................................ 18

1.5.1 Justificativa pessoal ....................................................................................................... 18

1.5.2 Justificativa acadêmica ................................................................................................. 18

1.5.3 Justificativa profissional ............................................................................................... 19

1.5.4 Justificativa Social ......................................................................................................... 19

1.6 RESUMO METODOLÓGICO ........................................................................................ 19

1.7 VISÃO GERAL ........................................................................................................... 19

2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 22

2.1 ESTADO DA ARTE ..................................................................................................... 22

2.2 MARCO CONCEITUAL .............................................................................................. 24

2.3 MARCO TEÓRICO ..................................................................................................... 25

2.3.1 Contabilidade em termos gerais ................................................................................... 25

2.3.2 Contabilidade Rural ...................................................................................................... 29

2.3.3 A rentabilidade nos empreendimentos rurais ............................................................. 30

2.3.4 Planejamento e Controle no Agronegócio ................................................................... 31

2.3.5 Agronegócio na produção de bananas ......................................................................... 34

3 METODOLOGIA APLICADA ................................................................................ 39

3.1 ABORDAGEM ........................................................................................................... 39

3.2 PROCEDIMENTOS ...................................................................................................... 40

3.2.1 Pesquisa Bibliográfica ................................................................................................... 40

3.2.2 Pesquisa Eletrônica ........................................................................................................ 41

3.3 INSTRUMENTOS ........................................................................................................ 42

3.3.1 Entrevista Estruturada ................................................................................................. 42

3.3.2 Questionário ............................................................................................................... 43

4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS COLETADOS .................................................. 45

5 ANÁLISE DE DADOS .............................................................................................. 73

5.1 CONTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO ....................................................................... 73

5.1.1 Linhas gerais ............................................................................................................... 73

5.1.2 Agronegócio na região de Bom Jesus da Lapa. ........................................................... 73

5.1.3 Características do Contabilista no Agronegócio de Bom Jesus da Lapa. ................ 74

5.1.4 Perfil do produtor rural de Bom Jesus da Lapa. ........................................................ 74

5.1.5 As técnicas Contábeis utilizadas pelos Contabilistas .................................................. 75

5.1.6 Regime tributário e escrituração nos empreendimentos agrícolas ........................... 76

5.1.7 Contabilidade para tomada de decisão ........................................................................ 77

5.1.8 Contabilista versus empreendedor do agronegócio .................................................... 78

5.1.9 Participação dos Contabilistas na gestão dos empreendimentos rurais ................... 79

5.1.10 A relação contabilista/produtor ................................................................................. 81

5.1.11 Sugestões para melhoria da rentabilidade dos empreendimentos

agrícolas ............................................................................................................... 82

CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 84

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 87

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APÊNDICES ................................................................................................................. 89

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1 INTRODUÇÃO

O tema deste trabalho é a Contabilidade no Agronegócio que é um ramo da Ciência

Contábil com foco no estudo patrimonial de empreendimentos agrícolas. Esta área da

Contabilidade possui o intuito de fornecer informações úteis aos produtores rurais para que

auxilie na gestão destes empreendimentos.

O objetivo geral deste trabalho é o de: “Conhecer como a contabilidade do micro

produtor de banana em Bom Jesus da Lapa, Bahia trabalha para uma melhoria da rentabilidade

destes empreendimentos.”

O presente trabalho tem os seguintes objetivos específicos: 1. “Listar na bibliografia

mecanismos que contemplem a melhoria da rentabilidade no agronegócio” para poder

consolidar o conhecimento teórico com o intuito de utilizá-lo como base na aplicação prática;

2. “Compreender a relação entre contabilista e produtor de bananas em Bom Jesus da Lapa,

Bahia”; 3. “Identificar quais ferramentas o profissional contábil pode utilizar para melhorar a

rentabilidade dos produtores de banana de Bom Jesus da Lapa” mostrando quais são os

principais serviços voltados para melhoria da rentabilidade destes empreendimentos; 4.

“Explicar como é a participação do Contabilista nos empreendimentos rurais.”

Este trabalho é embasado a partir do problema: “De que forma a Contabilidade pode

auxiliar o empreendimento agrícola visando uma melhoria na rentabilidade do produtor de

banana, em Bom Jesus da Lapa, Bahia no ano de 2015?”

A Justificativa pessoal parte do presente pesquisador, pois ele é natural de Bom Jesus

da Lapa, e este é um fator motivador, pois a cidade não têm estudos específicos na área. Este

trabalho acadêmico ajudou aos micro produtores de banana, fazendo com que percebam como

a Contabilidade pode auxiliá-los a tomar decisões mais acertadas, possibilitando assim a

continuidade do seu negócio. Este estudo tenta mostrar uma outra face da Ciência Contábil para

os empreendedores rurais, tirando a má impressão de que a Contabilidade apenas atende ao

Fisco e gera sangrias na empresa. Esta pesquisa mostrou aos Produtores de banana que a

Contabilidade pode ser a maior fonte de informações que irá auxiliá-los na tomada de decisão,

valorizando a presença do Contador no agronegócio local.

O presente trabalho tem como Justificativa Acadêmica a falta de estudos em

Contabilidade no setor agrícola. É notória a escassez de material para pesquisa bibliográfica

desta área de conhecimento específico, portanto, este trabalho irá incentivar outros estudos

nesta temática nas regiões interioranas e produtoras do Brasil. É importante que os acadêmicos

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e pesquisadores das Ciências Contábeis, comecem a estudar o agronegócio com suas

particularidades e potencialidades, tendo em vista que tal área da economia brasileira é uma das

que mais cresce e produz empregos. Mesmo com toda a potencialidade hídrica e territorial que

o país possui, por ainda não estar figurando entre os três maiores produtores do mundo. Com

tantas potencialidades é importante que a Academia de Contabilidade se esforce mais para

ajudar este setor, com pesquisas e incentivos para os profissionais da área, com o objetivo de

que o Brasil possa utilizar dessas informações de forma mais eficiente, tornando esta área da

economia cada vez mais forte.

A Justificativa profissional é fundamentada, pois a cidade de Bom Jesus da Lapa

possui poucos escritórios de Contabilidade que prestam serviços aos produtores do Projeto

Formoso. Além disso, a cidade não possui nenhum estudo que oriente estes profissionais. Os

Contabilistas utilizam apenas a experiência prática e alguns poucos cursos ofertados em outros

centros urbanos mais desenvolvidos como ferramenta de aperfeiçoamento do trabalho. O estudo

ajudou estes profissionais como um embasamento teórico, pois não há nada próximo deste

trabalho como material para estes profissionais.

Em Bom Jesus da Lapa, Bahia, a atividade agrícola é uma das principais fontes de

renda do município. Por ser uma cidade com sua economia baseada no turismo, pouco se

estudou sobre o potencial agrícola que possui. A cidade é banhada pelo Rio São Francisco, um

dos mais importantes rios do Brasil, além do seu importante afluente, o Rio Corrente, que é a

fonte de água para o Projeto Formoso, local onde foi elaborado este estudo.

A Justificativa Social é fundamentada, pois esta pesquisa torna-se importante, tendo

em vista que a potencialidade do setor agrícola em Bom Jesus da Lapa é bastante relevante.

Com mais visibilidade, é possível que a atividade agrícola na região seja um transformador

social e financeiro para esta comunidade que convive com a escassez de empregos e

oportunidades.

A hipótese deste trabalho defende que a Teoria da Contabilidade, pode auxiliar o

produtor de banana em Bom Jesus da Lapa, Bahia, na melhoria da rentabilidade de seu negócio.

Utilizando os Princípios da Contabilidade e a partir da elaboração de um planejamento

específico para o seu negócio, o produtor deve utilizar estes mecanismos como fonte de

esclarecimento para suas dúvidas no que tange à gestão de seu empreendimento. O controle de

seu empreendimento é a peça fundamental para garantir que o empreendimento tenha sucesso

no futuro, garantindo aquilo que foi proposto previamente em seu orçamento, tornando seu

negócio menos suscetível aos altos e baixos que possui o mercado agrícola na região de Bom

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Jesus da Lapa, Bahia. Porém é entendido pelo autor deste trabalho de que os Contabilistas

responsáveis pelos empreendimentos rurais, não utilizam estes procedimentos para mensuração

e melhoria da rentabilidade dos empreendimentos agrícolas na produção de bananas de Bom

Jesus da Lapa, Bahia.

A quantidade de teóricos da Ciência Contábil que se dedicaram no estudo de

empreendimentos agrícolas ainda é muito pequena. A Contabilidade no Agronegócio possui

dois principais autores que são José Carlos Marion e Silvio Aparecido Crepaldi. São estes dois

pensadores que mais se dedicaram no aperfeiçoamento da Contabilidade no Agronegócio no

Brasil.

Foram contemplados, principalmente, dois teóricos em metodologia: Castro e Stake.

Utilizando os conceitos e métodos destes autores, foi montada a metodologia deste trabalho. A

pesquisa teve uma abordagem qualiquant, ou seja, utilizou mecanismos da pesquisa qualitativa

e também da quantitativa. Nesta pesquisa foram feitas três entrevistas, com os principais

Contabilistas que prestam serviços a esses empreendimentos. Cinco questionários foram

aplicados a produtores e proprietários de empreendimentos agrícolas. O pesquisador utilizou a

pesquisa eletrônica, por meio de sites que possuam relevância no tema abordado. Utilizou a

pesquisa bibliográfica que é a base principal para esta pesquisa, por meio dos principais autores

do tema abordado.

Os resultados apresentados pela pesquisa puderam fazer com que fosse conhecido os

perfis de Contadores e Produtores rurais; Esclareceram sobre o Agronegócio local; Foram

identificadas as técnicas Contábeis e os regimes tributários destes empreendimentos; Foi

detectado o que os Contabilistas estão fazendo para alcançar melhoria da rentabilidade e como

que a Contabilidade pode auxiliar na melhoria da rentabilidade destes empreendimentos.

A cidade de Bom Jesus da Lapa – Bahia, localizada há 779km da capital do estado,

Salvador, tinha em 2011 uma população de aproximadamente 70.000 habitantes, o PIB per

capita em 2008 era de R$ 5015,42;(Dados do IBGE) tornando-a uma das maiores cidades e

referência do Oeste baiano. A cidade têm como principal fonte de renda o turismo religioso.

Logo este vêm a agricultura, setor que possui um grande potencial, pois, como é banhado pelo

rio São Francisco e também pelo rio corrente, torna-se uma cidade com um potencial de

irrigação bastante forte. Por isso que por meio de investimentos públicos destinados à

CODEVASF, foi criado o PROJETO FORMOSO DE IRRIGAÇÃO, este projeto foi concebido

por financiamento público onde posteriormente seus lotes foram vendidos para empreendedores

privados. Fazendo com que muitos pequenos produtores tenham ido ao projeto formoso para

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iniciar o sonho de ter um pedaço de terra irrigado. A água utilizada no perímetro irrigado do

Projeto Formoso é proveniente do rio Corrente, importante afluente do rio São Francisco.

“A banana é a fruta mais consumida no mundo. Sua produção mundial, em 2011, foi

de 71 milhões de toneladas.” (GUERRA, 2014) com tamanha importância no cenário mundial,

motivou o Projeto Formoso a ter como principal cultivo, a de banana, onde a maioria dos

produtores situados neste projeto são pequenos produtores que quase não possuem

conhecimentos contábeis para gerir seu negócio. Sabendo que a atividade agrícola requer

bastante controle dos recursos na produção de suas culturas. O pequeno produtor no Projeto

Formoso fica exposto as mudanças de mercado por não possuir técnicas de controle, ou até

mesmo o conhecimento das variações de recursos financeiros em suas propriedades. Fazendo

com que muitos produtores acabem falindo seus empreendimentos. Além de todo este problema

a cidade não possui profissionais capazes de auxiliar estes micro e pequenos produtores,

tornando ainda mais importante esta pesquisa ser realizada nesta localidade.

A Contabilidade é uma área do conhecimento ligada à Ciências Sociais Aplicadas,

tornando-a um ramo da Ciência voltada a solucionar os problemas ligados à sociedade. Tendo

em vista tais preceitos, é papel da Contabilidade auxiliar os gestores agrícolas na continuidade

de seus empreendimentos, pois os impactos sociais causados pela morte de pequenos negócios

agrícolas são, sem dúvidas, um dos maiores problemas sociais no nosso país, vide a

interminável disputa de terras ocorridas em território nacional. Portanto esta área do

conhecimento pode auxiliar os gestores agrícolas por meio do planejamento, escopo teórico e

controle para que eles mantenham a continuidade do empreendimento rural. Fazendo com que

diminua a crescente mortalidade de pequenos e micro produtores rurais, que acabam sendo

vendidos para grandes produtores, que detêm de maiores técnicas e conhecimentos de gestão.

Tornando o agronegócio um problema de cunho social e financeiro, que direta ou indiretamente

afeta a toda a sociedade brasileira.

1.1 TEMA DO TRABALHO

O tema deste trabalho é a Contabilidade no Agronegócio que é um ramo da Ciência

Contábil com foco no estudo patrimonial de empreendimentos agrícolas. Esta área da

Contabilidade possui o intuito de fornecer informações úteis aos produtores rurais para que

auxilie na gestão destes empreendimentos.

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo geral é conhecer a contabilidade do micro produtor de banana em Bom

Jesus da Lapa, Bahia, para uma melhoria da rentabilidade destes empreendimentos.

1.2.2 Objetivo Específico

O presente trabalho tem os seguintes objetivos específicos: Listar na bibliografia

mecanismos para a melhoria da rentabilidade no agronegócio; Compreender a relação entre

contabilista e produtor de bananas em Bom Jesus da Lapa; Identificar as principais ferramentas

do profissional contábil no campo da rentabilidade dos produtores de banana de Bom Jesus da

Lapa e Explicar a participação do Contabilista nos empreendimentos rurais.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO

1.3.1 Problema

Este trabalho é embasado a partir do problema: “de que forma a Contabilidade pode

auxiliar o empreendimento agrícola visando uma melhoria na rentabilidade do produtor de

banana, em Bom Jesus da Lapa, Bahia?”

1.4 HIPÓTESES

A hipótese deste trabalho defende que a Teoria da Contabilidade, pode auxiliar o

produtor de banana em Bom Jesus da Lapa, Bahia, na melhoria da rentabilidade de seu negócio.

Utilizando os Princípios da Contabilidade e a partir da elaboração de um planejamento

específico para o seu negócio, o produtor deve utilizar estes mecanismos como fonte de

esclarecimento para suas dúvidas no que tange à gestão de seu empreendimento. O controle de

é a peça fundamental para garantir que o empreendimento tenha sucesso no futuro, garantindo

que o planejamento, elaborado no início do exercício seja efetivado, tornando o seu negócio

menos suscetível aos altos e baixos que possui o mercado agrícola na região de Bom Jesus da

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Lapa, Bahia. É entendido pelo autor deste trabalho de que os Contabilistas responsáveis pelos

empreendimentos rurais, não utilizam estes procedimentos para mensuração e melhoria da

rentabilidade dos empreendimentos agrícolas na produção de bananas de Bom Jesus da Lapa,

Bahia.

1.5 JUSTIFICATIVAS

1.5.1 Justificativa pessoal

A Justificativa pessoal parte do presente pesquisador, pois ele é natural de Bom Jesus

da Lapa, e este é um fator motivador, pois a cidade não têm estudos específicos na área. Este

trabalho acadêmico ajudará aos micro produtores de banana, fazendo com que percebam como

a Contabilidade pode auxiliá-los a tomar decisões mais acertadas, possibilitando assim a

continuidade do seu negócio. Este estudo tenta mostrar uma outra face da Ciência Contábil para

os empreendedores rurais, tirando a má impressão de que a Contabilidade apenas atende ao

fisco e gera sangrias na empresa. Esta pesquisa mostrará aos produtores de banana que a

Contabilidade pode ser a maior fonte de informações que irá auxiliá-los na tomada de decisão,

valorizando a presença do Contador no agronegócio local.

1.5.2 Justificativa acadêmica

O presente trabalho tem como Justificativa Acadêmica a falta de estudos em

Contabilidade no setor agrícola. É notória a escassez de material para pesquisa bibliográfica

nesta área da Contabilidade, portanto, este trabalho irá incentivar outros estudos nesta temática.

É importante que os acadêmicos e pesquisadores das Ciências Contábeis, comecem a estudar o

agronegócio com suas particularidades e potencialidades, tendo em vista que tal área da

economia brasileira é a que mais cresce e produz empregos. Mesmo com toda a potencialidade

hídrica e territorial que o país possui, ainda não está figurando entre os três maiores produtores

de banana do mundo. Com tantas potencialidades é importante que a Academia de

Contabilidade se esforce mais para ajudar este setor, com pesquisas e incentivos para os

profissionais da área, objetivando que os produtores do Brasil possam utilizar dessas

informações de forma mais eficiente, tornando esta área da economia cada vez mais forte.

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19

1.5.3 Justificativa profissional

A Justificativa profissional é fundamentada, pois a cidade de Bom Jesus da Lapa

possui poucos escritórios de Contabilidade que prestam serviços aos produtores do Projeto

Formoso. Além disso, a cidade não possui nenhum estudo que oriente estes profissionais. Os

Contabilistas utilizam apenas a experiência prática e alguns poucos cursos ofertados em outros

centros urbanos mais desenvolvidos como ferramenta de aperfeiçoamento do trabalho. O estudo

ajudou estes profissionais como um embasamento teórico, pois não há nada próximo deste

trabalho como material para estes profissionais.

1.5.4 Justificativa Social

A Justificativa Social é explicada a partir de que esta pesquisa torna-se importante

tendo em vista que a potencialidade do setor agrícola em Bom Jesus da Lapa é bastante

relevante. Com mais visibilidade e atraindo mais investimentos, é possível que a atividade

agrícola na região seja um transformador social e financeiro para esta comunidade que convive

com a escassez de empregos e oportunidades.

1.6 RESUMO METODOLÓGICO

Foram contemplados, principalmente, dois teóricos em metodologia: Castro e Stake.

Utilizando os conceitos e métodos destes autores, foi montada a metodologia deste trabalho. A

pesquisa teve uma abordagem qualiquant, ou seja, utilizou mecanismos da pesquisa qualitativa

e também da quantitativa. Nesta pesquisa foram feitas três entrevistas, com os principais

Contabilistas que prestam serviços a esses empreendimentos. Cinco questionários foram

aplicados a produtores e proprietários de empreendimentos agrícolas. O pesquisador utilizou a

pesquisa eletrônica, por meio de sites que possuam relevância no tema abordado. Utilizou a

pesquisa bibliográfica que é a base principal para esta pesquisa, por meio dos principais autores

do tema abordado.

1.7 VISÃO GERAL

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20

A cidade de Bom Jesus da Lapa – Bahia, localizada há 779km da capital do estado,

Salvador, tinha em 2011 uma população de aproximadamente 70.000 habitantes. O PIB per

capita em 2008 era de R$ 5015,42(Dados do IBGE) tornando-a uma das maiores cidades e

referência do Oeste baiano. A cidade têm como principal fonte de renda o turismo religioso.

Em segundo lugar vêm a agricultura, setor que possui um grande potencial, pois a cidade é

banhado pelo rio São Francisco e também pelo rio corrente, o que torna a cidade com um grande

potencial de irrigação. Por meio de investimentos públicos destinados à CODEVASF, foi criado

o PROJETO FORMOSO DE IRRIGAÇÃO, este projeto foi concebido por financiamento

público onde posteriormente seus lotes foram vendidos para empreendedores privados. Fazendo

com que muitos pequenos produtores tenham ido ao projeto formoso para iniciar o sonho de ter

um pedaço de terra irrigado. A água utilizada no perímetro irrigado do Projeto Formoso é

proveniente do rio Corrente, importante afluente do rio São Francisco.

“A banana é a fruta mais consumida no mundo. Sua produção mundial, em 2011, foi

de 71 milhões de toneladas.” (GUERRA, 2014) com tamanha importância no cenário mundial,

motivou o Projeto Formoso a ter como principal cultura, a de banana. A maioria dos produtores

situados neste projeto, são pequenos produtores que quase não possuem conhecimentos

contábeis para gerir seu negócio. Sabendo que a atividade agrícola requer bastante controle dos

recursos na produção de suas culturas. O pequeno produtor no Projeto Formoso fica exposto as

mudanças de mercado por não possuir técnicas de controle, ou até mesmo o conhecimento das

variações de recursos financeiros em suas propriedades. O que acarreta com a falência de

muitos produtores. Além de todo este problema, a cidade não possui profissionais capazes de

auxiliar estes micro e pequenos produtores, tornando ainda mais importante esta pesquisa ser

realizada nesta localidade.

É papel da Contabilidade auxiliar os gestores agrícolas na continuidade de seus

empreendimentos, pois os impactos sociais causados pela morte de pequenos negócios são, sem

dúvidas, um dos maiores problemas empresariais no nosso país. No campo da agropecuária não

é diferente. Portanto esta área do conhecimento pode auxiliar os gestores agrícolas por meio do

planejamento, escopo teórico e controle para que eles mantenham a continuidade do

empreendimento rural. Fazendo com que diminua a crescente mortalidade de pequenos e micro

produtores rurais, que acabam vendendo seus negócios para grandes produtores, que detêm de

maiores técnicas e conhecimentos de gestão. Tornando o agronegócio um problema de cunho

social e financeiro, que direta ou indiretamente afeta a toda a sociedade brasileira.

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21

A quantidade de teóricos da Ciência Contábil que se dedicaram no estudo de

empreendimentos agrícolas ainda é muito pequena. A Contabilidade no Agronegócio possui

dois principais autores que são José Carlos Marion e Silvio Aparecido Crepaldi. São estes dois

pensadores que mais se dedicaram no aperfeiçoamento da Contabilidade no Agronegócio no

Brasil.

Os resultados apresentados pela pesquisa puderam fazer com que fosse conhecido os

perfis de Contadores e Produtores rurais; Esclareceram sobre o Agronegócio local; Foram

identificadas as técnicas Contábeis e os regimes tributários destes empreendimentos; Foi

detectado o que os Contabilistas estão fazendo para alcançar melhoria da rentabilidade e como

que a Contabilidade pode auxiliar na melhoria da rentabilidade destes empreendimentos.

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22

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico deste trabalho está divido em 3 seções, o primeiro aborda o

Estado da Arte, o segundo o Marco Conceitual e por fim o Marco Teórico.

2.1 ESTADO DA ARTE

Para situar este trabalho no que se refere à referências bibliográficas, foi elaborado um

quadro do estado da arte, onde foi colocado 3 obras que foram pilares para a elaboração deste

trabalho e um artigo que se assemelha na proposta desta monografia.

O Marion (2005) “Contabilidade Rural” aborda de forma objetiva o papel do Contador

dentro de um empreendimento agrícola. Destacando principalmente no que se refere à prática

Contábil, com exemplos de escrituração e de apuração de tributos pertinentes ao fazer da

Contabilidade.

O estudo de Holfe et al. (2011) “A Relevância do Controle Contábil para o

Desenvolvimento do Agronegócio em Pequenas e Médias Propriedades Rurais” evidencia a

atual situação das pesquisas em Contabilidade Rural, é um artigo que se assemelha na mesma

proposta desta monografia. Neste trabalho é retratado o planejamento e o controle, como as

principais ferramentas que a Contabilidade possui para desenvolver estes empreendimentos.

A obra de Caggiano e Figueiredo (1997) “Controladoria Teoria e Prática”, é abordado

o Planejamento e Controle de forma bastante ampla, dando espaço para a aplicação destes

instrumentos financeiros na área Rural. Este livro foi usado como principal referência no que

se diz respeito ao planejamento e controle em termos mais abrangentes.

A obra de Crepaldi (2012) “Contabilidade rural: uma abordagem decisorial” foi a obra

base para a elaboração deste trabalho. Este livro possui bastante teoria e prática. Com temas

atuais sobre planejamento e Controle, foi possível absorver deste livro o que era necessário para

a elaboração desta monografia.

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23

Quadro 1 - Estado da Arte TIPO TÍTULO AUTOR ANO NÍVEL INSTITUI

ÇÃO

IDÉIA E CONCLUSÕES PRINCIPAIS LINK/LUGAR DATA DE

ACESO

Livro Contabilidade rural: uma

abordagem decisorial

Silvio

Aparecido

Crepaldi

2012 UESB

A base principal para este trabalho, este

livro aborda com bastante clareza, tudo

que é necessário para uma boa gestão de

empreendimentos rurais, mostrando a

importância e o alcance que a

Contabilidade têm nesses

empreendimentos.

Biblioteca Professor

Ubirajara Pereira de

Brito

Livro Controladoria – Teoria e Prática

Sandra

Figueiredo e

Paulo Cesar

Caggiano

1997 UESB

Um livro que retrata de forma bastante

ampla como que se elabora o

planejamento e a instalação do controle

dentro das organizações.

Biblioteca Central da

UESB

Livro

Contabilidade Rural –

Contabilidade Agrícola;

Contabilidade da Pecuária;

Imposto de Renda – Pessoa

Jurídica.

José Carlos

Marion 2005 FAINOR

Uma obra que possui como

característica principal o fato de ser

objetiva e prática. Este livro busca

retratar a prática do profissional

Contábil nos empreendimentos rurais.

Biblioteca Professor

Ubirajara Pereira de

Brito

Artigo

A Relevância do Controle

Contábil para o

Desenvolvimento do Agronegócio

em

Pequenas e Médias Propriedades

Rurais

Elza Holfe; et al. 2011

Revista de

Controladoria

e

Contabilidade

UFPR

Neste artigo é retratada a forma que o

planejamento e o Controle Contábil

podem auxiliar no desenvolvimento de

pequenos e médios empreendimentos

rurais. Obra que se assemelha em

conteúdo com esta.

http://ojs.c3sl.ufpr.br/

ojs/index.php/rcc/arti

cle/view/21490/1414

0

01/04/2016

Fonte: Elaboração Própria

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24

2.2 MARCO CONCEITUAL

Neste capítulo é apresentado os conceitos dos principais termos que são abordados

nesta monografia, são eles: Contabilidade, Contabilidade Rural, Controle, Planejamento

Contábil, Rentabilidade e Agronegócio.

O Conceito de Contabilidade na visão de Franco (1998, p. 27) pode ser definido como:

É a Ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das

entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos,

com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações

e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial. (Grifo do

autor)

A Contabilidade Rural, é um campo da Contabilidade aplicado às empresas rurais, que

são definidas por Marion (2005, p. 24) como: “Empresas rurais são aquelas que exploram a

capacidade produtiva do solo através do cultivo da terra, da criação de animais e da

transformação de determinados produtos agrícolas.”. Os objetivos e finalidades de ambas são

os mesmos, se diferenciando apenas pelo segmento das empresas estudadas.

Existem alguns tipos de Planejamento, neste trabalho serão abordados os três

principais, porém, o conceito geral de Planejamento “[...] pode ser definido como o processo

de reflexão que precede a ação e é dirigido para a tomada de decisão agora com vistas no

futuro.” (CAGGIANO; FIGUEIREDO, 1997, p. 43).

O Controle é bastante amplo, mas, um breve conceito pode ser dado como

“Efetivamente, controle é um sistema de feedback que possibilita aos desempenhos serem

comparados com os objetivos planejados; controle é essencial para a realização do

planejamento de longo e curto prazo.” (CAGGIANO; FIGUEIREDO, 1997, p. 46, grifo do

autor) O Controle é algo estritamente ligado ao Planejamento, pois é dele que nasce este

instrumento financeiro.

Rentabilidade é definido por Galhardo (2012) como “[...] um importante indicador de

desempenho de um negócio. Serve para medir o potencial que o negócio tem em se pagar, com

base no investimento realizado em sua aquisição ou estruturação.” Diferente da Lucratividade

que leva em conta o lucro em relação à receita bruta. Este indicador tenta mostrar se vale a pena

realmente o investimento feito na aquisição do empreendimento.

Agronegócio possui um conceito abrangente que é definido por Davis e Goldberg

(1955) e citado por Oliveira (2010) como:

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[...]a soma das operações de produção e distribuição de suprimentos

agrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, do

armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e

itens produzidos a partir deles.

Este conceito abrange todos os tipos de negócios que envolvam o meio rural. Neste

trabalho serão abordadas as empresas produtoras de bananas do Projeto Formoso, localizado

em Bom Jesus da Lapa, Bahia.

2.3 MARCO TEÓRICO

Neste tópico será apresentado a fundamentação teórica necessária para a elaboração

desta monografia. Os conteúdos abordados serão: Contabilidade em termos gerais;

Contabilidade Rural e uma última seção abordando o Agronegócio na Produção de bananas em

Bom Jesus da Lapa, Bahia.

A primeira seção trará um breve histórico sobre a Contabilidade, fazendo uma análise

dos Princípios de Contabilidade que são os pilares desta ciência. Será explanado sobre as

utilidades das informações Contábeis e por fim sobre as necessidades que os mais variados

usuários podem ter destas informações financeiras.

A seção da Contabilidade Rural, busca trazer o conceito da Contabilidade aplicada aos

empreendimentos rurais, com o foco nas produções permanentes (produção de banana) que é o

foco deste trabalho. Após conceituar o que é Contabilidade no Agronegócio será tratado as

principais ferramentas que o Contador possui para poder almejar uma melhoria de rentabilidade

nos empreendimentos agrícolas. As principais ferramentas, de acordo com este trabalho, são o

Planejamento e o Controle, onde os conceitos e aplicação destes dois instrumentos financeiros

serão abordados neste capítulo.

A terceira e última seção será composto de informações sobre o Agronegócio na

produção de bananas. Serão evidenciadas tabelas que mostram o impacto da produção de

banana no Brasil, na Bahia e por fim em Bom Jesus da Lapa e região. As informações contidas

neste capítulo são oriundas dos sites do IBGE e da EMBRAPA.

2.3.1 Contabilidade em termos gerais

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26

A história da Contabilidade é muito antiga. O acúmulo de bens e riquezas se mistura

com a origem do próprio homem. Em um dos livros mais antigos já escrito pelo o homem, a

Bíblia, mostra o pensamento mesmo que rudimentar de Contabilidade, como Marion (1998,

p.32) mostra em sua obra “Se abrirmos a Bíblia no seu primeiro Livro, Gênesis, entre outras

passagens que sugerem a Contabilidade, observamos uma “competição” no crescimento da

riqueza (rebanho de ovelhas) entre Jacó e o seu sogro Labão (+- 4.000 aC).” Para que haja uma

competição entre o patrimônio de duas pessoas é necessário quantifica-lo, portanto a

Contabilidade estava presente. Outro fato interessante que marca a história do fazer contábil é

mostrado por Marion (1998, p.32) “Também são conhecidos cuneiformes em cerâmicas que

relatavam as transações entre egípcios e babilônicos, destacando-se pagamentos de salários e

impostos (+- 3000 aC).” Apesar de ser tão antiga, a Contabilidade, entretanto, vai atingir sua

maturidade com o amadurecimento do pensamento de concentração e ampliação de renda

privada e mercado, no período entre o século XIII e XVI dC (comércio com as Índias, burguesia,

renascimento, mercantilismo, etc.) (MARION, 1998, p. 32).” Apenas no ano de 1494, na Itália

que o frei Luca Pacioli escreveu um tratado sobre a Contabilidade.” Neste tratado foi elaborado

o método das partidas dobradas, sendo que este método é utilizado até hoje, assim nasceu a

escola Italiana de Contabilidade.

A Contabilidade está inserida nas Ciências Sociais Aplicadas e é a área do

conhecimento responsável pelo estudo do patrimônio das entidades, como Franco (1983, p. 20)

aponta: “Sua finalidade é manter o registro e o controle do patrimônio das entidades, com o fim

de fornecer informações e interpretações sobre a composição e as variações desse patrimônio”.

Portanto é claro que a Contabilidade sempre estará ligada ao patrimônio ou elementos do

patrimônio empresarial, como Franco (1983, p. 17) afirma que:

seu objetivo de estudo é, pois, o patrimônio, e seu campo de aplicação o das entidades

econômico – administrativas, assim chamadas aquelas que, para atingirem seu

objetivo, seja ele econômico ou social, utilizam bens patrimoniais e necessitam de um

órgão administrativo.

Princípios Contábeis, são o que guiam o pensamento da Ciência Contábil, “princípio

é a causa da qual algo proceda. É a origem, o começo de um fenômeno ou de uma série de

fenômenos” (FRANCO, 1983, p. 172) eles são os norteadores das pesquisas em Contabilidade

e do fazer Contábil no dia a dia das entidades. Os princípios geralmente aceitos na

Contabilidade são conceituados por Iudícibus et al. (2010, p. 285) como as “[...] premissas

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27

básicas acerca dos fenômenos e eventos contemplados pela Contabilidade, premissas que são a

cristalização da análise e observação da realidade econômica, social e institucional.” Na

Contabilidade os “Princípios Contábeis Geralmente Aceitos” são normas e regras básicas, para

guiar o fazer desta Ciência. Os princípios aceitos na atualidade, são, de acordo com Iudícibus

et al. (2010, p. 287): “Princípio da Entidade, Continuidade, Realização, Custo como Base de

Valor, Confrontação das Despesas e Receitas e Denominador comum Monetário.” Os

Princípios da Contabilidade são de grande valia para o fazer da Contabilidade. São estes os

norteadores dos profissionais aplicadores desta ciência. Porém neste trabalho serão levado em

conta apenas quatro Princípios, que julgo ser os mais efetivos, de acordo com os objetivos deste

trabalho. Os Princípios que serão destacados são: O Princípio da Entidade, o da Continuidade

e da Competência que pode ser entendido como da Confrontação das Despesas e Receitas. O

último Princípio não está contido no que Iudícibus et al. (2010) julga ser os geralmente aceitos

é o da Oportunidade, que será definido por Lopes e Martins (2005).

O Princípio de Entidade, é definido por Lopes e Martins (2005, p. 133) como: “Este

princípio afirma a autonomia patrimonial como objeto da contabilidade e afirma a necessidade

de diferenciação entre o patrimônio da entidade e o de seus sócios e proprietários.” Este

princípio mostra que é necessário distinguir o que pertence à empresa e o que é pertencente aos

proprietários e sócios desta empresa.

O Princípio da Continuidade é entendido com a visão de que “Contabilmente, as

Entidades são consideradas empreendimentos em prosseguimento (em operação, em

continuidade, em andamento).” (MARION, 1998, p. 40) Este Princípio leva em conta que a

entidade sempre estará em operação, ou seja, a visão que a Contabilidade e os profissionais que

a utilizam deve ter, é de que as entidades deverão sempre continuar suas operações.

O Princípio da Oportunidade é compreendido como: “Este princípio se refere à

tempestividade e à integridade da informação emanada pela contabilidade.”(LOPES;

MARTINS, 2005, p. 134) este conceito revela que as informações divulgadas pela

contabilidade devem retratar a realidade das empresas. “Segundo este princípio, os registros

patrimoniais devem ser feitos de acordo com a possibilidade de existência de estimativa

razoável do fenômeno.” (LOPES; MARTINS, 2005, p. 134) Ou seja, a contabilidade necessita

quantificar de maneira razoável os eventos ocorridos na entidade. Só poderá ser registrado

aquilo que será capaz de ser dado um valor razoável.

O Princípio da Competência é conceituado por Lopes e Martins (2005, p. 134) como

“As receitas e as despesas devem ser incluídas na demonstração de resultado no período em

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que realmente ocorrerem e devem estar correlacionadas sempre que for possível.” É evidente

que o confronto de receitas e despesas é importante para a Contabilidade. Porém a

tempestividade das informações é um dos pontos cruciais para uma contabilidade. Tendo em

vista que ela é uma Ciência informacional e toda informação deve ser apresentada em tempo

hábil ou ela deixa de ser necessária.

São muitas utilidades que as informações geradas pela Contabilidade possuem. Na

atualidade, a competição entre as empresas torna-se cada vez mais acirrada, fazendo com que

estas informações geradas pela Contabilidade sejam de grande importância para a gestão

empresarial. O processo decisório é o momento mais importante da gestão destas entidades,

portanto a Contabilidade fornece a partir de seus relatórios, subsídios para atender à estas

necessidades. De acordo com o Iudícibus et al. (2010, p. 6) processo decisório é conceituado

como “[...] o conjunto de ações que faz com que se consiga a obtenção dos objetivos desejados,

definidos pelo planejamento.” Como o processo decisório está intrinsicamente ligado à gestão

da maioria das entidades, faz com que a necessidade de informações geradas pela contabilidade

seja fator primordial para uma boa tomada de decisão, como mostra Iudícibus et al. (2010, p.

6) “É vital no processo de controle, ou seja, de acompanhamento do que ocorre e comparação

com o que deveria estar ocorrendo. E também indispensável para prover informações aos

gestores.”

A necessidade de informações geradas pela Contabilidade é muito relevante dentro das

entidades, porém, a qualidade destas informações podem ser mensuradas pela personalização

destas informações. Uma entidade precisa que as informações geradas pela contabilidade

reflitam as particularidades do seu negócio. “Verifica-se que a contabilidade tem a função clara

e objetiva de servir às necessidades dos usuários.” (LOPES; MARTINS, 2005). Portanto torna-

se essencial que as informações geradas pela Contabilidade possam ajudar nas necessidades de

cada negócio. A Contabilidade possui inúmeros usuários de suas informações, portanto é

necessário que ela consiga contemplar as necessidades da cada um deles.

Os usuários das informações Contábeis podem ser os mais variados, como muitas

vezes estes usuários necessitam de informações diferentes dos outros, por isso a Ciência

Contábil deve sempre criar as informações direcionadas para atender à demanda do usuário

final.

Como o presente trabalho está focado no estudo da Contabilidade no Agronegócio de

bananas em Bom Jesus da Lapa, Bahia. Os usuários das informações Contábeis serão os

produtores, gestores ou empresários rurais. Por isso, os Contadores e Contabilistas deverão

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29

personalizar seus serviços para atenderem às demandas de informação destes usuários, pois,

como todos os outros tipos de negócios, é importante gerir os seus negócios com base em

informações que reflitam a real necessidade de seus empreendimentos.

2.3.2 Contabilidade Rural

Contabilidade rural, ou Agrícola, é um ramo da Contabilidade aplicado à empresas

rurais, que são definidas por Marion (2005, p. 24) como “[...] aquelas que exploram a

capacidade produtiva do solo por meio do cultivo da terra, da criação de animais e da

transformação de determinados produtos agrícolas.” O objetivo deste ramo da Contabilidade

para Crepaldi (2012, p. 51) é o de que “[...] desenvolva informações concretas para o empresário

rural consiga distinguir em sua propriedade o real desemprenho de seu negócio.”. Dentre os

ramos das empresas rurais, este trabalho se norteará pelas empresas rurais de produção vegetal,

que exercem atividade agrícola. As empresas rurais abordadas neste trabalho serão as

produtoras de bananas, localizadas em Bom Jesus da Lapa, Bahia, no Projeto Formoso de

Irrigação.

A produção de banana é caracterizada como uma cultura permanente, pois, mesmo

após a colheita a bananeira continua produtiva. Cultura permanente é definida por Marion

(2005, p. 41) como “[..] aquelas que permanecem vinculadas ao solo e proporcionam mais de

uma colheita ou produção. Normalmente atribui-se [...] uma duração mínima de quatro anos.”

A Administração dos empreendimentos agrícolas ainda carecem de profissionais

qualificados. É notória que há escassez de cursos de pós graduação para os profissionais de

finanças se especializarem em agronegócio. Por outro lado o agronegócio se desenvolve a

passos largos, por isso, torna necessário que:

No auge do desenvolvimento do agronegócio brasileiro as empresas rurais substituem

suas práticas administrativas obsoletas por novos conceitos administrativos de

planejamento, controle e estratégias organizadas em torno da busca de objetivos

eficazes e lucrativos. (CREPALDI; 2012, p. 41)

Para que estas mudanças necessárias na gestão dos empreendimentos agrícolas

aconteçam, é necessário um esforço dos profissionais de finanças, dentre eles os de

Contabilidade.

As informações que a Contabilidade podem dar aos empreendimentos agrícolas são

muito importantes e até mesmo no seu escopo teórico, a Contabilidade já possui subsídios que

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30

auxiliam tais gestores. No que se refere aos Princípios de Contabilidade, existe o Princípio da

Entidade. Um dos principais pontos para que o empreendimento agrícola possua sucesso, como

Crepaldi (2012, p. 41) afirma “É imprescindível que o empreendimento seja ao máximo

desvinculado da pessoa física do ponto de vista organizacional, mesmo que isto não venha a ser

formalizado.” Este conceito confirma que não é necessário uma contabilidade complexa para

que esta seja eficaz. A teoria da Contabilidade já é uma ferramenta transformadora para estes

empreendimentos.

2.3.3 A rentabilidade nos empreendimentos rurais

Apesar de ser uma peça importante para a administração rural “A Contabilidade Rural

ainda é pouco utilizada, tanto pelos empresários quanto pelos contadores.” (CREPALDI, 2012,

p. 47). É muito preocupante saber que mesmo sendo uma área da economia tão importante, a

Contabilidade ainda não é contemplada em sua essência pelos produtores rurais.

Rentabilidade indica o percentual de remuneração do capital investido na empresa. O

cálculo deste índice indica que a empresa possui um controle efetivo de suas operações, tendo

em vista que os itens que compõem o cálculo são complexos, pois:

Para se chegar à rentabilidade, basta dividir o lucro da empresa, aferido em um

determinado período de tempo, pelo valor do investimento inicial (ou o valor atual da

empresa). O resultado, em percentual, representará a rentabilidade deste negócio no

período correspondente. (GALHARDO, 2012)

O resultado do cálculo da rentabilidade indica se os investimentos realizados no

empreendimento valem a pena ou não. O controle deste importante indicador, proporciona ao

gestor da empresa informações sobre a quantidade correta de investimento a serem realizados

na entidade rural.

A Contabilidade Rural possui como característica a de informar ao produtor rural

informações que sejam relevantes para o seu negócio, estas informações objetivam informar ao

administrador, de acordo com Crepaldi (2012, p. 48):

Resumindo, o que o administrador precisa saber é como está a rentabilidade de sua

atividade produtiva, quais são os resultados obtidos e como eles podem ser otimizados

por meio de avaliação dos resultados, fontes de receitas e tipos de despesas e como

melhorar as receitas e reduzir as despesas. Essas análises só serão possíveis a partir

do momento em que se sabe onde estão sendo gastos os recursos e onde se estão

gerando receitas.

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Para buscar mensurar a rentabilidade de uma entidade é necessário um conjunto de

informações estratégicas da empresa. Para que se tenha uma real noção da rentabilidade, é

necessário que seja estabelecido o Controle dentro desta organização. O objetivo deste trabalho

é buscar mecanismos para melhorar a rentabilidade, para isso é necessário utilizar de uma peça

financeira essencial para o estabelecimento do controle dentro de uma organização, o

Planejamento.

2.3.4 Planejamento e Controle no Agronegócio

O primeiro passo para uma Administração moderna de empreendimentos rurais, inicia

no momento que é decidido fazer o planejamento rural, que é entendido por Crepaldi (2012, p.

43) como “O planejamento é um esforço humano, feito de forma conjunta e organizada, para

que, modificando a sociedade, acelere o ritmo de desenvolvimento da coletividade.” O

planejamento é o responsável por guiar as decisões dos gestores de empreendimentos rurais.

Sem esta peça financeira, muitas vezes os gestores acabam por tomar decisões precipitadas,

prejudicando o desempenho de seu negócio. Crepaldi (2012, p. 43) evidencia as metas do

planejamento rural como as de “[...] organizar os planos de produção da propriedade visando

melhor utilização dos fatores de produção, aumento das eficiências técnica e econômica e, por

conseguinte, melhoria da rentabilidade econômica e da renda do proprietário.”

No momento da elaboração do Planejamento, seja ele qual for, deve-se, levar em conta

a viabilidade técnica do projeto, ou seja, “[...] o planejamento deve ser compatível com a

disponibilidade de matéria – prima, de equipamentos, de know-how de pessoal especializado

etc.” (CREPALDI, 2012, p. 44) esta parte do planejamento é feito com profissionais ligado ao

agronegócio, como engenheiros, técnicos agrícolas, entre outros.

É necessário informações sobre a viabilidade política e institucional que é “[...] a

situação legal, a aceitabilidade do plano pelos responsáveis por sua execução e pelos que serão

atingidos.” (CREPALDI; 2012, p.44) Neste momento é necessário um profissional que entenda

a parte jurídica do empreendimento, normalmente são advogados e funcionários de prefeitura.

Por fim a viabilidade econômica da entidade que “[...] diz respeito aos custos e receitas

envolvidos no projeto, às condições de financiamento, à capacidade de pagamento, etc.”

(CREPALDI; 2012, p.44) aqui que se encontra a figura do Contador, sendo o responsável em

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elaborar a viabilidade econômica do empreendimento, a peça fundamental para a elaboração do

planejamento da empresa.

Para elaborar o planejamento, deve-se primeiramente distinguir qual tipo de

planejamento será elaborado, pois, existem 3 tipos de planejamento. O planejamento estratégico

que “[...] diz respeito a um período de três a dez anos; normalmente é chamado de planejamento

a longo prazo.” (CAGGIANO, FIGUEIREDO; 1997, p. 44) Este planejamento é normalmente

criado quando é iniciada uma cultura, ou no momento de iniciar o empreendimento.

O Planejamento Programa, que é onde é orçada a quantidade de recursos financeiros

necessários para a aplicação do planejamento estratégico. Será criado manobras e estratégias

para minimizar o impacto financeiro na entidade. Este planejamento é definido como a “[...]

atividade que segue o planejamento de longo prazo e envolve o desenvolvimento de planos para

os dispêndios de capital necessários para os objetivos de longo prazo.” (CAGGIANO,

FIGUEIREDO; 1997, p. 44).

O Planejamento Orçamentário é o mais usual de se fazer, pois ele sempre é criado com

base no ano exercício dos empreendimentos, portanto é aquele que está ligado ao dia a dia da

empresa, esta forma de planejamento é definido por Caggiano e Figueiredo (1997, p. 44) como

“[...]aquele que converte o plano de longo prazo da firma às necessidades do futuro imediato.

É usualmente descrito como Orçamento e é desenvolvido numa base anual.”

O processo de concepção do planejamento de acordo com Caggiano e Figueiredo

(1997, p. 43) é formado pelos seguintes estágios:

Estabelecer objetivos da organização. [...] Avaliar o cenário no qual a organização

estará operando, [...] Avaliar os recursos existentes, [...] Determinar a estratégia para

alcançar os objetivos estabelecidos no plano geral que especifica as metas, [...]

delinear um programa de ação para alcançar as metas estratégicas selecionadas para

programas de longo prazo e de curto prazo....

O planejamento é aplicável à todos os tipos de organização, porém é necessário atentar

que cada tipo de organização será levantado dados sobre uma especificidade de coisas para

fazer o planejamento dos empreendimentos.

No levantamento dos dados no planejamento rural, é necessário fazer um diagnóstico

do empreendimento como um todo, que de acordo com Crepaldi (2012, p. 43) é necessário

coletar informações sobre: “Benfeitorias; Estradas; cultura produzida; tipo de vegetação da

região; localização em nível de país, estado e município; dados relativos a temperatura; tipos

de solo; descrição dos cursos d´água; localização das divisas e as utilizações da propriedade."

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Após levantar estes dados, começa a ser elaborado o planejamento para o empreendimento

agrícola.

Com o Planejamento elaborado é necessário adotar a Controladoria na gestão das

empresas rurais. Ela será a responsável pelo acompanhamento do planejamento e controle da

entidade, tornando todo o trabalho feito no planejamento eficaz para a empresa. Marion (1996,

p. 140) define o controle como “o processo pelo qual a organização planeja, executa e controla

os planos e políticas de gestão.”

A Controladoria é uma área anexa à Contabilidade, esta área da Ciência Contábil é um

dos principais trunfos da Contabilidade na gestão dos empreendimentos agrícola, pois de acordo

com Marion (1996 p. 140) “a controladoria como área de responsabilidade tem por função

coordenar os esforços dos gestores para alcançar seus resultados, gerando informações

relevantes e oportunas para tomada de decisões´...”

É correto afirmar que o planejamento e controle estão estritamente ligados, pois, é o

controle que informa aos gestores se o planejamento está sendo seguido. O controle é

“efetivamente, [...] um sistema de feedback que possibilita aos desempenhos serem comparados

com os objetivos planejados; controle é essencial para a realização do planejamento de longo e

curto prazo.” (CAGGIANO, FIGUEIREDO; 1997, p. 46).

Para que seja implementado o sistema de controle dentro de uma organização, é

necessário um sistema de informação contábil consolidado e estruturado. De acordo com

Crepaldi (2012, p. 49) “A contabilidade sempre foi reconhecida por sua capacidade de mensurar

e informar de forma objetiva os eventos, atividades e transações que são planejados...”, por isso

que o controle está estritamente ligado à contabilidade, tendo em vista que “[...] para um

desempenho eficaz na função controle é necessário um sistema de informação eficiente, que

revelará a necessidade de ações corretivas no momento oportuno, possibilitando aos gestores

julgar se seus objetivos ainda são apropriados” (CATELLI; 2001, p. 169).

Muitas vezes acreditamos que apenas as empresas de grande porte precisam de

instrumentos financeiros como o planejamento e controle, porém, “todas as atividades rurais

por menores que elas sejam, requerem um controle eficiente, uma vez que os impactos nas

decisões administrativas são fundamentais para uma boa gestão.” (CREPALDI; 2012, p. 49)

Para ser possível avaliar se as empresas rurais tenham a capacidade de mensurar a sua

rentabilidade, é necessário um esforço grande, tanto dos profissionais da Contabilidade como

dos empresários. Mas é evidente que com um sistema de informação contábil eficiente, com a

elaboração do planejamento e implementação do controle, os empreendimentos rurais

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conseguirão aumentar sua rentabilidade, já que, poderão tornar suas decisões cada vez mais

acertadas. Crepaldi (2012, p. 52) ilustra que “O desenvolvimento gerencial contábil

possibilitará um aumento dos resultados econômicos, voltado para melhor utilização dos

recursos econômicos da empresa, através de um adequado controle dos insumos...”

É necessário um grande esforço por parte dos profissionais da Contabilidade para que

modelos como este de planejamento e controle funcionem dentro de uma entidade rural. Porém

é extremamente necessário que estes mecanismos estejam presentes, pois é com eles que será

mensurada a rentabilidade destes empreendimentos, e com o acompanhamento da rentabilidade

é possível que seja almejado uma melhoria considerável na rentabilidade, para que esteja

assegurada o crescimento e a continuidade dos empreendimentos agrícolas.

2.3.5 Agronegócio na produção de bananas

A banana é a fruta mais consumida do mundo, em 2009 “a produção mundial de,

banana foi de, aproximadamente, 65 milhões de toneladas e a área plantada de

aproximadamente, 4 milhões de hectares” (EMBRAPA, 2009). Os maiores produtores desta

fruta no mundo são “O continente asiático que lidera a produção dessa fruta, com 58% do

volume produzido; o americano vem em segundo lugar, com 26% (América do Sul, com 17%

e a América Central, com 8%); e o africano, em terceiro lugar, com 14%.” (VIEIRA, 2015).

Também no ano de 2009 “O Brasil foi o terceiro maior produtor mundial de banana,

com 6,4 milhões de toneladas” (EMBRAPA, 2009) sendo o responsável por 6,9% da produção

mundial desta fruta. A produção da banana é impactante porém, esta fruta faz parte do cardápio

da maioria dos brasileiros, já que, “No Brasil, a cultura da banana ocupa o segundo lugar em

volume de frutas produzidas (6,4 milhões de t) e a primeira em consumo.” (EMBRAPA, 2009).

A produção de bananas no acontece em praticamente todo o território nacional, com a

região Nordeste sendo a maior produtora, com 35,13 %(IBGE, 2012) da produção nacional. A

distribuição da produção de bananas em a partir dos estados brasileiros se dá por meio da tabela

1:

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Tabela 1 – Produção brasileira de banana em 2012

A produção por estado no Brasil, é liderado a partir de dados do dados do IBGE (2012),

pelo estado de São Paulo, responsável por 1.215.435 toneladas de banana produzidas por ano

seguido pela Bahia com 1.083.346 toneladas, a tabela a seguir mostra o ranking da produção

de bananas no Brasil, por estado:

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Tabela 2 - Produção brasileira de banana em 2012

O Presente trabalho tem como foco o estudo da produção de bananas na cidade de

Bom Jesus da Lapa, Bahia, especificamente no Projeto Formoso de Irrigação. O Projeto

Formoso foi concebido a partir de recursos do “Governo Federal, aplicados pela CODEVASF,

onde foi implantado às margens do rio corrente na região de Bom Jesus da Lapa.” (BAHIA,

2016).

O Projeto tem uma “área bruta total de 19. 500 hectares, sendo 12.100 hectares de área

irrigável, voltado para o desenvolvimento agropecuário da região.” (BAHIA, 2016). A

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infraestrutura irrigada do Projeto se dá por “[...]02 estações de bombeamento principal, 29

estações de bombeamento secundárias, 82.72 quilômetros de canais de concreto a céu aberto,

288,82 quilômetros de estradas e 119,89 quilômetros de drenos.” (BAHIA, 2016). O trabalho

tem como foco o estudo na produção de bananas no Projeto Formoso.

“A produção de Bom Jesus da Lapa-BA representa apenas 0,47% da produção

nacional da banana, numa área de 2,3 mil hectares.” (EMBRAPA, 2009). Apesar de não ser

expressiva a produção em nível nacional, Bom Jesus da Lapa, tem na produção de bananas seu

principal produto econômico, conforme é relatado pela EMBRAPA (2009) “No pólo de

produção de Bom Jesus da Lapa, região que tem na banana seu produto de maior expressão

econômica, a estrutura de funcionamento do mercado de banana é semelhante ao observado no

norte mineiro.”

A potencialidade da produção desta fruta na cidade de Bom Jesus da Lapa é bastante

relevante, tendo em vista que esta cidade possui características que auxiliam na produção de

bananas, “O clima seco também beneficia o desenvolvimento da cultura na região e reduz os

gastos com controladores de doenças.” (EMBRAPA, 2009). O único inconveniente que a

cidade possui se dá pela “presença dos ventos fortes de verão, que causam queda nas

bananeiras.” (EMBRAPA, 2009).

A produção da banana em Bom Jesus da Lapa possui maior oferta nos meses de maio

à outubro, conforme dados constantes neste quadro:

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Tabela 3 – Oferta de banana por mês

A produção de bananas possui “Os principais mercados de destino da banana deste

polo são: Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte” (EMBRAPA, 2009).

O Projeto Formoso possui associados ao Distrito de Irrigação “conta com 1.165

produtores associados, proprietários de lotes agrícolas, distribuídos em 12.100 hectares de área

irrigável.” (BAHIA, 2016). Para evidenciar a importância do projeto para a cidade o projeto

formoso “gera 7.000 empregos diretos no setor primário, e 14.000 empregos indiretos no

entorno do perímetro beneficiando uma população estimada em 100.000 habitantes.” (BAHIA,

2016). Devido à esta importância, é necessário que haja mais estudos sobre o agronegócio em

Bom Jesus da Lapa e região, para que os empreendimentos situados nesta área possam continuar

gerando emprego e renda.

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3 METODOLOGIA APLICADA

Neste capítulo será tratada a abordagem deste trabalho, que foi a qualiquant. Os

procedimentos de pesquisa adotados sendo eles a pesquisa bibliográfica e a eletrônica. Os

instrumentos de coleta de dados, que foram as entrevistas aplicadas aos Contabilistas e os

questionários aplicados aos produtores de Bom Jesus da Lapa, Bahia.

3.1 ABORDAGEM

Ao ser escolhida a abordagem da pesquisa, foi levado em consideração que “pesquisa

é investigação, um estudo deliberado, uma busca pela compreensão.” (STAKE, 2011, p. 23).

Então, para podermos alcançar a compreensão da pesquisa como foi definido por Stake, é

necessário que adotemos a abordagem mais eficaz para buscar atingir os objetivos desta

pesquisa, neste caso foi escolhida a abordagem qualiquant.

A abordagem qualiquant é a que utiliza a abordagem qualitativa e a quantitativa juntas,

Castro (2006, p. 108) exemplifica como:

Ao contrário do que pensam os fundamentalistas, de um lado ou de outro, há uma

fertilização cruzada entre os métodos quantitativos e qualitativos. Cada um chega

onde o outro não consegue chegar. O método quantitativo pergunta como acontece, o

que acontece. Já o método qualitativo pergunta por que acontece.

Na pesquisa qualiquant são utilizadas duas abordagens para que uma auxilie na

compreensão da outra. Quando utilizamos uma pesquisa qualitativa muitas vezes “pode ser

viável construir um instrumento (tipicamente, um questionário) para tentar quantificar a

importância relativa de cada fator identificado na pesquisa qualitativa. É a pesquisa quantitativa

vindo ao socorro da qualitativa” (CASTRO, 2011, p. 109)

A abordagem qualitativa possui como característica, de acordo com Castro (2006, p.

107), o fato de que “Na pesquisa qualitativa, por sua natureza, o processo é bem mais indutivo.

Há uma exploração do tema de forma muito mais livre e aberta. O Pesquisador está muito

menos escravizado por seu instrumento.”

Quando é utilizada a abordagem qualitativa o pesquisador busca sempre explicar da

melhor forma o que está ocorrendo, não se prendendo à limitações do instrumento de coleta em

si. Tendo em vista que esta abordagem possui a capacidade de conseguir mais informações para

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a pesquisa, pois, de acordo com Stake (2011, p. 102) “[...] os pesquisadores qualitativos utilizam

todos os tipos de dados, como medidas numéricas, fotografias, observação indireta, texto ou

qualquer outro tipo que explique o que está ocorrendo.”

A pesquisa qualitativa torna o processo de investigação muito mais subjetivo, uma vez

que as experiências que cada pesquisador traz consigo, é inserido na pesquisa, Stake (2011, p.

73) trata este assunto como “A pesquisa qualitativa é experiencial, utiliza o julgamento pessoal

como base mais importante para as afirmações sobre como as coisas funcionam.”

A abordagem quantitativa é mais conhecida como a pesquisa com números, “O método

quantitativo descreve as manifestações exteriores do fenômeno. Medimos quanto entrou e

quanto saiu de algum processo.” (CASTRO; 2006, p. 108) A abordagem quantitativa busca

colocar em números estatísticos os resultados da investigação de uma pesquisa.

O objetivo da pesquisa quantitativa para Castro (2006, p. 110) é de “[...]buscar criar

uma situação experimental ou de observação que permita isolar o efeito de cada variável e

caracterizar de forma precisa o impacto da “causa” sobre o “efeito”.” Esta abordagem

metodológica, busca sempre observar os dois extremos de um acontecimento, o que origina

(causa) e o impacto (efeito), desconsiderando muitas vezes a motivação que girou em torno de

tal evento.

3.2 PROCEDIMENTOS

Os procedimentos metodológicos adotados neste trabalho de conclusão de curso são a

pesquisa bibliográfica e a pesquisa eletrônica. Os instrumentos utilizados foram as entrevistas

e os questionários.

3.2.1 Pesquisa Bibliográfica

A pesquisa bibliográfica é o levantamento de referências teóricas (livros, revistas,

artigos etc.). Este procedimento possibilita ao autor da pesquisa liberdade para que possa redigir

o texto de acordo com o que ele acredita ser importante. Gil (2002, p. 45) evidencia a vantagem

da pesquisa bibliográfica que “reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma

gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que ele poderia pesquisar diretamente.”.

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A maioria das pesquisas elaboradas, procuram neste procedimento uma fonte de

conhecimento. As fontes bibliográficas são numerosas, e elas podem ser classificadas a partir

desta figura:

Figura 1 - Fontes Bibliográficas

Fonte: Adaptado de Gil (2002, p. 44)

De acordo com Gil (2002. p. 44) “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base

em material já elaborado, constituído principalmente por livros e artigos científicos.” Nesta

pesquisa foi utilizado principalmente os livros que possuíam maior relevância para este

trabalho. Foram utilizados livros, pois de acordo com Gil (2002, p. 44) “os livros constituem as

fontes bibliográficas por excelência.” Porém, artigos e periódicos constituem excelentes fontes

de informação, por isso este trabalho também os utiliza como fonte bibliográfica.

3.2.2 Pesquisa Eletrônica

A pesquisa eletrônica é muito parecida com a bibliográfica, diferenciando-se apenas

na fonte, onde a pesquisa eletrônica utiliza apenas fontes por meio eletrônico, disponíveis em

sites. Por ser um procedimento onde a oferta de material é muito ampla, os conteúdos

disponíveis em meio eletrônico beiram o infinito em questão de quantidade. Porém, há um

grande problema neste procedimento, que é a qualidade dos materiais disponibilizados, como

qualquer pessoa pode divulgar informações na internet, muitas vezes nos deparamos com

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informações que não são úteis em um trabalho científico. Neste momento o pesquisador deve

saber filtrar as fontes mais fidedignas para colocar em seu trabalho.

A pesquisa eletrônica sai na frente das demais no quesito quantidade e atualidade.

Como o meio eletrônico é quase instantâneo, pesquisas elaboradas em tempo real podem ser

acessadas pelos usuários da rede. Para elaborar este trabalho, a pesquisa eletrônica foi de

fundamental importância. Muito cuidado e zelo foi aplicado nos estudos para que os dados

informados fossem de instituições e autores que sejam relevantes e importantes para o tema

abordado.

3.3 INSTRUMENTOS

As técnicas utilizadas para a coleta de dados, são chamados de instrumentos, que “Para

coleta de dados nos levantamentos são utilizadas as técnicas de interrogação: o questionário, a

entrevista e o formulário.” (GIL, 2002, p. 114)

As partes do texto destacadas por itálico, correspondem às perguntas constantes no

questionário e na entrevista.

3.3.1 Entrevista Estruturada

Entrevista “pode ser entendida como a técnica que envolve duas pessoas “face a face”

e em que uma delas formula questões e a outra responde.” (GIL, 2002, p. 115). As informações

geradas pelas entrevistas objetivam “Obter informações singulares ou interpretações

sustentadas pela pessoa entrevistada” (STAKE, 2011, p. 108).

As entrevistas aplicadas nesta pesquisa, envolveram três contabilistas de Bom Jesus

da Lapa, Bahia, que possuíam clientes inseridos no agronegócio na produção de bananas. As

entrevistas foram estruturadas em 3 blocos distintos, o primeiro sobre Contabilidade, o segundo

tratava a Contabilidade no agronegócio e por fim um bloco de perguntas sobre o agronegócio

na região.

O primeiro bloco foi composto por perguntas sobre Contabilidade, objetivando

identificar os principais serviços prestados para os empresários rurais. As perguntas abordaram

a utilidade dos serviços da contabilidade para a gestão do empreendimento agrícola; Identificar

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a participação do profissional contábil nestas empresas e quais as principais informações

solicitadas pelos produtores rurais.

O segundo bloco foi constituído por perguntas sobre a Contabilidade no agronegócio.

Foram elaboradas as seguintes perguntas: saber a relação do profissional contábil com o seu

cliente do agronegócio; identificar a qualificação dos contabilistas; em que ele se baseia para

fazer a Contabilidade de seus clientes; qual a participação do profissional contábil na gestão

destes empreendimentos e o que eles podem fazer para melhorar a gestão destes

empreendimentos.

O terceiro bloco foi constituído por perguntas sobre o agronegócio na região de Bom

Jesus da Lapa, Bahia. Este bloco da entrevista contém as seguintes perguntas: qual a

importância do agronegócio na região de bom jesus da lapa; quais são os principais parceiros

para auxiliar os produtores da região; quais são os principais problemas que não deixam Bom

Jesus da Lapa despontar como um polo agrícola no estado; quais as maiores dificuldades

encontradas na relação entre contador/empresário e o que deveria ser feito para melhorar a

gestão dos empreendimentos agrícolas da cidade.

A dificuldade no processo de coleta de dados foi muito grande. Primeiramente foi

necessário conhecer os principais escritórios de contabilidade que trabalham no âmbito rural.

Após esse período de pesquisa para definir os Contabilistas que atuam no Agronegócio, foi

constatado uma surpresa, apenas 5 escritórios de contabilidade trabalhavam com estes

empreendimentos. Foram feitas visitas aos escritórios para a apresentação das entrevistas a

serem aplicadas, porém apenas 3 Contabilistas se dispuseram a atender o pedido de ser

entrevistado. Felizmente os três Contabilistas entrevistados são os que possuem mais clientes e

são os mais relevantes para o tema abordado.

A Análise de conteúdo, com base em Bardin (2011) foi a técnica utilizada para estudar

as respostas nas entrevistas. Foi montado um quadro que tornou compreensível e passível de

comparação as respostas dos sujeitos entrevistados.

3.3.2 Questionário

Questionário é definido como “um conjunto de questões que são respondidas por

escrito pelo pesquisado.” (GIL, 2002, p. 114). O questionário possui características

quantitativas, pois é com ele que transformamos em números a questão colocada em evidência.

Os dados do questionário, de acordo com Stake (2011, p. 111) “são transformados em totais,

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médias, porcentagens, comparações e correlações, tudo se adaptando muito bem em uma

abordagem quantitativa.”. Os resultados obtidos pelo questionário podem ser analisados de

várias formas, nesta pesquisa foram criados gráficos com as respostas dos questionários

aplicados.

Os questionários nesta pesquisa foram aplicados a cinco produtores localizados no

Projeto Formoso e que possuam contabilidade externa. Cada questionário teve seis questões,

com notas de 1 a 5, sendo que 1 era caracterizado como péssimo e 5 como ótimo. As perguntas

do questionário abordaram a relação entre o contador e as empresas rurais, a importância deste

profissional para estes empreendimentos, a qualificação do serviço prestado pelos profissionais

de contabilidade, a necessidade de informações contábeis para os empreendimentos rurais e

analisar o conhecimento de agronegócio e Contabilidade dos produtores rurais de Bom Jesus

da Lapa, Bahia.

A obtenção de respostas dos questionários foi muito difícil. Apesar do grande número

de produtores, as empresas mais organizadas possuem contabilidades internas. Ainda é pequeno

a quantidade de produtores que recebem serviços de uma contabilidade externa. O receio por

parte dos produtores rurais de responder ao questionário é muito grande, muito disso se dá pela

falta de conhecimento sobre a Contabilidade. Estes produtores imaginam que a contabilidade é

igual à fiscalização e que eles podem ser prejudicados ao responderem o questionário. Muito

dos produtores sequer deixavam com que fosse explicado o porquê da aplicação do questionário

e os objetivos da pesquisa. Infelizmente dos 30 questionários aplicados só foram recebidos 5.

Foi utilizada a tabulação para tratar dos dados provenientes das informações

levantadas através do questionário. Os conhecimentos empregados para utilizar a tabulação,

tem origem na disciplina de estatística cursada no currículo do curso.

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4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS COLETADOS

Este trabalho possui como dados a serem apresentados, 3 entrevistas que foram

aplicadas aos Contabilistas da Cidade de Bom Jesus da Lapa, Bahia, dividas em 3 blocos de

perguntas e cada bloco com 5 perguntas, totalizando 15 perguntas por entrevista. Possui 5

questionários aplicado à produtores e empresários rurais, sendo que cada questionário possui 6

perguntas, onde a avaliação se deu em uma nota de 1 a 5, onde 1 é péssimo e 5 representa ótimo.

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Quadro 2 – Bloco 1, Pergunta 1

Fonte: Elaboração Própria

Ordem

Bloco 1: Pergunta 1 - Dos empreendimentos agrícolas qual

enquadramento fiscal/regime tributário é mais vantajoso?

Justifique

Incidências Parágrafo Síntese Categoria

Sujeito 1

No Projeto Formoso de irrigação, cerca de 90% das empresas

utilizam os nossos serviços de Contabilidade. O enquadramento

tributário destas empresas são de Lucro presumido. Empresas de

produção de banana utilizam esse enquadramento, pois, é o mais

vantajoso para elas, como a esse ramo de atividade é isento de

ICMS, não vale a pena usar o Simples Nacional. O Lucro real

não é viável pois os produtores não possuem conhecimento para

um enquadramento tributário mais complexo.

Lucro Presumido (II)

Simples Nacional (II)

Lucro Real (I)

As entrevistas trazem pontos de vista diferentes para o

que é mais vantajoso em relação ao regime tributário dos

seus clientes. Em uma vimos que é utilizado o Lucro

Presumido, pois, neste não há incidência de ICMS, o que

possivelmente torna a carga tributária mais vantajosa. No

segundo entrevistado é afirmado que o SIMPLES é mais

vantajoso, pela facilidade de elaborá-lo, necessitando de

menos informações dos produtores. O último pensa que

o melhor seria um estudo, a partir do faturamento, para

saber qual o enquadramento é melhor para os produtores,

mas, as escolhas se baseiam entre o SIMPLES e o Lucro

Presumido

Escrituração Fiscal

Sujeito 2

Como trabalho apenas com micro produtores, o enquadramento

tributário mais vantajoso, é o Simples nacional, pois ele é menos

complicado, tanto para a Contabilidade quanto para o

empresário, necessitando de poucas informações

Sujeito 3

Em relação aos empreendimentos agrícolas, o SIMPLES, alguns

poucos empreendimentos o Lucro presumido. Para ter a certeza

de qual regime é o mais vantajoso teria que ser feito um estudo

tributário. Nós utilizamos o faturamento como parâmetro no

momento de escolher o regime tributário para as empresas. Uma

empresa que fatura em torno de R$200.000,00 o SIMPLES é

mais vantajoso, porém uma empresa que fatura mais de

R$400.000,00 o Lucro presumido é mais vantajoso que o

SIMPLES. O SIMPLES exonera a folha de pagamento mas ele

embute o percentual da parte patronal no faturamento direto. No

Lucro Presumido, as frutas tem isenções de PIS E COFINS.

Portanto o certo é fazer um estudo tributário para poder indicar

qual regime seria mais vantajoso.

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47

Quadro 3 - Bloco 1, Pergunta 2.

Fonte: Elaboração Própria

Ordem Bloco 1: Pergunta 2 - Quais os principais serviços

que você presta para estas empresas? Incidências Parágrafo Síntese Categoria

Sujeito

1

Trabalhamos com lançamento de notas, fazemos a parte

fiscal e também a trabalhista, que pela grande

quantidade de funcionários que estas empresas

possuem torna-se o fator predominante para a

Contabilidade junto à esses empreendimentos. A parte

de balanço até fazemos mas apenas para demonstrar,

não é exato, devido a carência de informações.

Fiscal (III)

Trabalhista (III)

Balanço (II)

SPED (I)

Carência de Informações (I)

É unânime que os principais serviços de Contabilidade

estão na área Fiscal e Trabalhista. Na elaboração de

balanços foi constatado um problema muito sério, que é

a inexatidão das informações Contábeis, pois, o próprio

Contador assume que esta peça financeira não é exata. O

primeiro entrevistado conclui que a inexatidão se dá pela

carência de informações.

Sujeito

2

Fazemos a parte fiscal, que é a principal demanda

destes micro produtores. Quando há algum funcionário

na empresa, a parte trabalhista, mas a maioria dos

clientes possuem empresas familiares, com poucos ou

nenhum funcionário. O balanço e demonstrativos só

são feitos quando os clientes solicitam, pois, não temos

informações suficientes para fazermos balanços

periódicos

Sujeito

3

Os principais serviços são os relacionados à parte

pessoal, como a folha de pagamento e a rescisão de

contrato de trabalho. Fazemos a escrituração Contábil

com os lançamentos. Trabalhamos com a parte fiscal

para gerar o SPED, somente quando é obrigatório.

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48

Quadro 4 - Bloco 1, Pergunta 3

Ordem

Bloco 1: Pergunta 3 - Os serviços prestados pela

contabilidade são importantes para a gestão da

empresa? Justifique

Incidências Parágrafo Síntese Categoria

Sujeito 1

Sim, principalmente no que diz da legalidade, pois

fazemos tudo aquilo que é exigido por lei para

continuar esses empreendimentos.

Obrigatoriedade (III) Os dois primeiros entrevistados julgam que a importância

dos serviços Contábeis se dá pela obrigatoriedade do

mesmo. O terceiro sujeito sabe da obrigatoriedade, mas

tem a noção de que a Contabilidade pode fazer mais pelos

empreendimentos.

Sujeito 2

Sim, pois sem estes serviços a empresa trabalharia na

ilegalidade, não tem possibilidade de existir uma

empresa sem a figura do Contador.

Sujeito 3

São importantes. Porém as empresas não utilizam a

Contabilidade para a gestão. Elas só utilizam a

Contabilidade para as obrigações trabalhistas/fiscais.

O grande problema é que as empresas não se

organizam para elaborar um balancete, para depois

poder se orientar a partir dele. No escritório não

trabalhamos com nenhuma empresa que utiliza os

nossos serviços para a gestão, aqui só é feito a parte

trabalhista / fiscal, e entrega do SPED.

Fonte: Elaboração Própria

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49

Quadro 5 - Bloco 1, Pergunta 4

Ordem

Bloco 1: Pergunta 4 - Quais informações são

geralmente solicitadas pelo produtor/gestor dos

empreendimentos agrícolas acerca da sua

contabilidade?

Incidências Parágrafo Síntese Categoria

Sujeito 1

Quando há dúvidas sobre tributos os produtores

procuram a Contabilidade para sanar essas dúvidas,

um exemplo foi a mudança do enquadramento

tributário de Simples para Lucro Presumido. No

início usamos o Simples, mas quando começou a ter

movimentação na empresa, vimos que o presumido é

mais vantajoso, pois, o simples possui ICMS

embutido na alíquota, já no presumido não, tendo em

vista que a banana é isenta do ICMCS. As

informações Contábeis são solicitadas no momento

de buscarem recursos em instituições financeiras,

pois, elas exigem os demonstrativos.

Dúvidas sobre tributos (III)

Necessidade de Captação de recursos

(II)

Admissão de funcionários (I)

As informações solicitadas pelos produtores que foram

unânimes, são as relacionadas aos tributos. São

solicitadas informações para 60% dos entrevistados, no

momento em que os produtores necessitam captar de

recursos em instituições financeiras. O segundo

entrevistado também é procurado no momento de

admissão de funcionários.

Sujeito 2

Principalmente quando há alguma dúvida sobre

pagamento de impostos ou na necessidade de

contratar um funcionário. No momento que estes

empresários vão fazer projetos de captação de

recursos, também auxiliamos.

Sujeito 3

A maioria procura a contabilidade para tirar dúvidas

em relação aos tributos, informações sobre a forma de

pagar menos impostos.

Fonte: Elaboração Própria

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50

Quadro 6 - Bloco 1, Pergunta 5

Ordem Bloco 1: Pergunta 5 - Você participa na gestão

dos empreendimentos agrícolas? Incidências Parágrafo Síntese Categoria

Sujeito 1

Participamos com reuniões, principalmente com as

grandes empresas. Quando há mudanças nas áreas

fiscal, trabalhista e contábil nos reunimos para

passar a eles as novas informações. Com a

novidade da “IN 1571”, fizemos uma reunião e

passamos tudo que seria necessário para os

empreendimentos. Tentamos buscar cursos para

modernização do fazer Contábil desses

empreendimentos, para melhorar ainda mais o

nosso serviço

Mudanças na Legislação (II)

Cursos na área Contábil (II)

A participação dos Contabilistas de Bom Jesus da Lapa

na gestão dos empreendimentos, se dá por meio de

informar a estes empresários e produtores sobre as

mudanças na legislação tributária e trabalhista vigente.

Ambos os Contadores buscam cursos de capacitação para

contribuírem mais na gestão destes empreendimentos.

Apenas um entrevistado não participa da gestão dos

empreendimentos.

Sujeito 2

Participamos quando há mudanças na legislação,

pois, buscamos trazer estas novidades para os

nossos clientes, participando de eventos

promovidos pelo CRC e alguns poucos cursos em

nossa região. Porém em Bom Jesus da Lapa carece

de cursos de capacitação para profissionais da área,

e isso muitas vezes reflete em deficiências nos

nossos serviços. Por isso enviamos nossos

funcionários para se capacitarem sempre que é

possível.

Sujeito 2 Não Participamos

Fonte: Elaboração Própria

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51

Quadro 7 - Bloco 2, Pergunta 1 Ordem Bloco 2: Pergunta 1 - Em que você se baseia

para fazer Contabilidade no Agronegócio?

Incidências Parágrafo Síntese Categoria

Sujeito 1

Usamos as informações que o programa do nosso

escritório, além de uma empresa de consultoria que

a gente se baseia, nós chocamos as informações e

tiramos nossas dúvidas. A internet também é um

fator predominante na área Contábil, pois as

mudanças são diárias e temos que nos atualizar

sempre, também nos atualizamos por seminários e

cursos. Infelizmente aqui em Bom Jesus da Lapa

nós não possuímos nem cursos e nem seminários

atualizados.

Programa de Contabilidade (II)

Internet (II)

Experiência de trabalho (II)

Informações dos empresários (I)

Cursos e seminários (I)

Os sujeitos 1 e 2 se baseiam nos seus programas de

contabilidade e na internet para fazer seu Contabilidade

no Agronegócio. A experiência no trabalho foi citado

pelos sujeitos 2 e 3. As Informações das pelos

empresários é usado pelo sujeito 3 e o sujeito 1 utiliza

Cursos e seminários no seu trabalho com os

empreendimentos agrícolas

Sujeito 2

Em qualquer tipo de informação que seja

relevante. Usamos bastante a internet, o contato

com outros colegas de profissão além da

experiência. Quando é alguma dúvida na parte de

escrituração, entramos em contato com a empresa

que distribui nosso programa.

Sujeito 3

No trabalho diário, a partir de informações

recebidas pelos empresários.

Fonte: Elaboração Própria

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52

Quadro 8 - Bloco 2, Pergunta 2 Ordem Bloco 2: Pergunta 2 - Você fez/faz algum tipo de

especialização na área de Contabilidade no

Agronegócio?

Incidências Parágrafo Síntese Categoria

Sujeito 1

Não possuo nenhuma especialização, participei

somente de cursos promovidos pelo CRC, apesar

que nunca houve um curso focado na área de

agronegócio.

Cursos e seminários (II)

Graduação em Contabilidade (I)

Apesar dos sujeitos 1 e 2 participarem de cursos e

seminários, nenhum deles é focado no agronegócio, ou

seja, não possui nenhum conhecimento específico de

Contabilidade no Agronegócio. O sujeito 3 apenas fez a

sua graduação, não possui especialização.

Sujeito 2

Por não possuir graduação em Contabilidade, nunca

fiz especialização. Já participei de minicursos

promovidos pela CODEVASF no ano da

implementação do projeto. Participo de alguns

cursos do CRC, com o foco tributário, nada na área

de agronegócio.

Sujeito 3

Não. Aqui na região nunca foi oferecido algo nesta

área, por isso não fiz nenhum curso de

especialização. O que sei aprendi no curso de

graduação.

Fonte: Elaboração Própria

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53

Quadro 9 - Bloco 2, Pergunta 3 Ordem Bloco 2: Pergunta 3 - O que poderia ser feito a

partir de informações contábeis para aumentar

a rentabilidade do seu cliente?

Incidências Parágrafo Síntese Categoria

Sujeito 1

A gente vem buscando a partir da legislação,

encontrar o melhor enquadramento tributário para

estes empreendimentos, procurando sempre a

menor carga tributária. Como a legislação muda

constantemente a gente não tem uma coisa certa

para cada cliente, é necessário sempre se atualizar

para poder oferecer o melhor serviço para os

clientes.

Diminuir a Carga tributária (III) Os Contabilistas entrevistados foram unânimes com o

que a Contabilidade pode fazer para aumentar a

rentabilidade dos seus clientes. Para estes profissionais é

buscando diminuir a carga tributária destes

empreendimentos. Os Contabilistas buscam sempre o

melhor enquadramento fiscal ou regime tributário para

seus clientes. Os sujeitos 1 e 2, fazem um estudo a partir

do faturamento para saber qual seria o enquadramento

mais vantajoso

Rentabilidade

Sujeito 2

Buscando legalmente, diminuir a carga tributária

dessas empresas

Sujeito 3

Nas empresas mais organizadas, seria com a

diminuição da carga tributária, procurando o melhor

enquadramento fiscal para estas empresas com o

intuito de diminuir a carga tributária. Nas empresas

menos organizadas não é possível pela falta de

informações.

Fonte: Elaboração Própria

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54

Quadro 10 - Bloco 2, Pergunta 4 Ordem Bloco 2: Pergunta 4 - Como é feita a

precificação da produção de banana, você

auxilia neste processo? Justifique.

Incidências Parágrafo Síntese Categoria

Sujeito 1 Hoje eles tem uma associação que faz essa cotação

de preço no mercado, não somos nós que fazemos

isso e sim eles.

Mercado (III) Os três Contabilistas entrevistados não participa na

precificação das bananas produzidas pelos seus clientes,

o preço é dado pelo mercado. De acordo com os três

entrevistados.

Sujeito 2 O preço é dado pelo mercado externo. Nós não

participamos.

Sujeito 3 Não, a precificação da produção é feita pelo

mercado. Eles não sabem o custo da produção,

pois o mercado é quem regula os preços das

mercadorias.

Fonte: Elaboração Própria

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55

Quadro 11 - Bloco 2, Pergunta 5 Ordem Bloco 2: Pergunta 5 - Qual sua participação no

momento de auferir o lucro do empreendimento

agrícola, é utilizada alguma

ferramenta/técnica?

Incidências Parágrafo Síntese Categoria

Sujeito 1 Não participo. Não participo (III) Os entrevistados foram unânimes na resposta de que não

participam no momento de auferir o lucro.

Sujeito 2 Não participo.

Sujeito 3 Não participo.

Fonte: Elaboração Própria

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56

Quadro 12 - Bloco 3, Pergunta 1

Ordem Bloco 3: Pergunta 1 - Qual a importância do

agronegócio na região de bom jesus da lapa? Incidências Parágrafo Síntese Categoria

Sujeito 1

Muito importante, pois com agronegócio o

município desenvolve, cria-se empregos e as

oportunidades aparecem. Além disso os

investimentos arrecadados pela a iniciativa privada,

ajuda à população em geral.

Empregos (II)

Oportunidades (II)

Fortalece todos setores (I)

Os Sujeitos 1 e 3 acreditam que a importância do

agronegócio para a região de Bom Jesus da Lapa, se dá

pelos empregos e as oportunidades que este setor pode

gerar à população. O Sujeito 3 ainda conclui que a

importância do Agronegócio também se dá pelo

fortalecimento de todos os setores da economia local.

Sujeito 2

Importantíssimo, pena que o poder pública não age

para poder desenvolver ainda mais essa área. É

necessário que o poder pública faça maiores

investimentos em infraestrutura para conseguir

atingir todo o potencial que a cidade e região de

Bom Jesus da Lapa possui.

Sujeito 3

Importante, pois gera emprego e oportunidades para

a região. O desenvolvimento que o agronegócio traz

é muito importante para a cidade, pois fortalece

todos os setores

Fonte: Elaboração Própria

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57

Quadro 13 - Bloco 3, Pergunta 2

Ordem

Bloco 3: Pergunta 2 - Quais são os principais

parceiros para auxiliar os produtores da

região de Bom Jesus da Lapa? Justifique.

Incidências Parágrafo Síntese Categoria

Sujeito 1

Codevasf, EBDA, ADAB, são os órgãos

governamentais que auxiliam estes produtores,

não conheço alguma entidade particular.

ADAB (III)

CODEVASF (III) EBDA

(III)

Associações de Produtores (II)

Distrito de Irrigação (I)

Os principais órgãos que os 3 Sujeitos citaram foram a

ADAB, CODEVASF e EBDA. As Associações de

Produtores foi citada pelos Sujeitos 2 e 3. O Distrito

de Irrigação, na opinião do Sujeito 3, é outro parceiro

para os produtores do Projeto Formoso.

Sujeito 2

Os órgão governamentais são as principais

entidades que auxiliam estes produtores, como a

Codevasf, EBDA e ADAD. As Associações de

Produtores também possui algumas iniciativas,

principalmente com cursos técnicos de

capacitação.

Sujeito 3

ADAB que é a empresa responsável pelos

estudos das pragas e liberação das bananas;

EBDA; Associações de produtores e o Distrito

de Irrigação que é uma associação que faz cursos

para os produtores.

Fonte: Elaboração Própria

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58

Quadro 14 - Bloco 3, Pergunta 3

Ordem

Bloco 3: Pergunta 3 - Na sua opinião, quais

são os principais problemas que não deixam

Bom Jesus da Lapa despontar como um polo

agrícola no estado?

Incidências Parágrafo Síntese Categoria

Sujeito 1

A infraestrutura é a maior reclamação dos

produtores. O escoamento da produção em

época de chuva, torna-se muito caro, pois, um

caminhão encontra grandes dificuldades para

entrar nos lotes. Os produtores acabam tendo um

alto custo com mão de obra para conseguir

escoar sua produção. Outro problema é o preço

da energia devido à crise energética.

Infraestrutura (III)

Escoar a produção (III)

Energia elétrica (I) Ausência

de Indústrias (I)

Na opinião dos Contabilistas entrevistados, as péssimas

condições da infraestrutura da cidade dificultam o

escoamento da produção de bananas e este é o principal

motivo para a cidade não despontar como um polo

agrícola. O preço da energia elétrica e a ausência de

Indústrias que possam transformar a matéria prima

produzida no Projeto Formoso, foram outros dois

problemas citados.

Sujeito 2

A parte estrutural é a principal queixa dos

produtores, tem muita dificuldade de escoar a

produção. Em tempo de chuva é praticamente o

triplo do custo.

Sujeito 3

O principal problema é o escoamento da banana

pela falta de infraestrutura. O segundo é a falta

de indústrias para poder aproveitar a banana

produzida para gerar mais empregos e renda.

Fonte: Elaboração Própria

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59

Quadro 15 - Bloco 3, Pergunta 4

Ordem

Bloco 3: Pergunta 4 - Quais as maiores

dificuldades encontradas na relação entre

contador/ empresário?

Incidências Parágrafo Síntese Categoria

Sujeito 1

A maior dificuldade é encontrar mão de obra

qualificada para trabalhar em contabilidades,

devido a essa falta de profissionais, muitas vezes

o trabalho acaba saindo com uma qualidade

inferior.

Desconhecimento dos produtores (II)

Escassez de mão de obra para contabilidade

(I) Ausência de

informações (I) Desvalorização

do Contador (I)

Dois dos entrevistados apontaram que o

desconhecimento dos produtores sobre Contabilidade é

um fator que dificulta a relação contador/empresário. A

escassez de mão de obra para fazer um trabalho melhor

foi apontado pelo sujeito 1. Muitas vezes pela falta de

conhecimento os produtores não enviam as

informações necessárias para fazer a Contabilidade

como aponta o sujeito 2. Já o Sujeito 3 acredita que a

desvalorização do contador é um fator que dificulta a

relação entre o contador e empresário.

Sujeito 2

A maior dificuldade é o diálogo entre produtor e

contador, eles não aceitam mudanças. Outro

problema é a falta de documentos, muitas vezes

eles fazem transações e não notificam à

contabilidade.

Sujeito 3

A maior dificuldade é o desconhecimento dos

produtores da ferramenta Contábil. A

desvalorização do trabalho do Contador é outro

ponto importante, pois na visão dos produtores

a o serviço da contabilidade não tem

importância.

Fonte: Elaboração Própria

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Quadro 16 - Bloco 3, Pergunta 5

Ordem

Bloco 3: Pergunta 5 - O que você acha que

deveria ser feito para melhorar a gestão dos

empreendimentos agrícolas de Bom Jesus da

Lapa?

Incidências Parágrafo Síntese Categoria

Sujeito 1

Contratar cada vez mais melhores profissionais

para atender às demandas na gestão dessas

empresas. Os maiores grupos já possuem estes

profissionais que ajudam muito na gestão dos

negócios, mas, o pequeno produtor ainda não

consegue ter estes profissionais e por isso acaba

dificultando a gestão destes pequenos negócios.

Mão de obra qualificada (II)

Qualificar os empresários (II)

Os Sujeitos 1 e 2 acreditam que se houvesse mais mão

de obra qualificada nas contabilidades ajudaria neste

processo de melhoramento da gestão dos

empreendimentos agrícolas. Os Sujeitos 2 e 3 acham

que os empresários precisam se qualificar, pois, a

gestão dos empreendimentos agrícolas não estão sendo

feitas com base em conhecimentos mais aprofundados

de gestão.

Sujeito 2

Deveria ser feitos mais cursos de capacitação,

tanto para produtor, como para contador e gestor

das empresas. È complicado conseguir mão de

obra qualificada para este setor

Sujeito 3

Qualificação dos empresários, para poder

entender a administração de uma empresa. A

maioria trabalha administrando estas empresas

sem possuir nenhum conhecimento de gestão

dos negócios.

Fonte: Elaboração Própria

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61

Tabela 4 - Pergunta 1

Fonte: Elaboração Própria

Gráficos 1 - Pergunta 1

Fonte: Elaboração Própria

O envolvimento do Contador nestas empresas, foi avaliado da seguinte forma: O

sujeito 1 qualificou a relação entre contador e empresa como péssima; os sujeitos 2, 4 e 5

qualificaram a relação entre contador e empresa como ruim; apenas o sujeito 2 qualificou a

relação como normal entre contador e empresa.

1

2

3

2 2

5 5 5 5 5

S U J E I T O 1 S U J E I T O 2 S U J E I T O 3 S U J E I T O 4 S U J E I T O 5

Nota recebida Nota Máxima

Pergunta 1 – Qual o envolvimento do contador na sua empresa?

Ordem Nota recebida Nota Máxima

Sujeito 1 1 5

Sujeito 2 2 5

Sujeito 3 3 5

Sujeito 4 2 5

Sujeito 5 2 5

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Estes dados mostram que a relação Contador – empresa não está satisfatória, pois a

maioria dos questionários respondidos tiveram o aproveitamento abaixo da média, apenas 1

questionário obteve uma nota na média que foi o sujeito 3.

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Tabela 5 - Pergunta 2

Pergunta 2 - Qual o grau de conhecimento sobre contabilidade na condição de

empreendedor/gestor?

Ordem Nota recebida Nota Máxima

Sujeito 1 4 5

Sujeito 2 3 5

Sujeito 3 1 5

Sujeito 4 3 5

Sujeito 5 2 5 Fonte: Elaboração Própria

Gráficos 2 - Pergunta 2

Fonte: Elaboração Própria

O conhecimento sobre Contabilidade dos produtores foi avaliado da seguinte forma: o

Sujeito 3 acredita que seu conhecimento em Contabilidade é péssimo; o sujeito 5 auto avaliou

como ruim o seu conhecimento em Contabilidade; os sujeitos 2 e 4 avaliaram como regular o

conhecimento em Contabilidade; o sujeito 1 acredita que é bom o seu conhecimento em

Contabilidade.

O gráfico nos mostra que a maioria dos produtores de bananas não possuem

aprofundados conhecimentos em Contabilidade. Apenas o sujeito 1 acredita que esteja acima

0

1

2

3

4

5

6

Sujeito 1 Sujeito 2 Sujeito 3 Sujeito 4 Sujeito 5

Nota recebida Nota Máxima

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da média em relação seus colegas de profissão, os outros 4 que responderam o questionário

ficaram na média para abaixo dela. Este questionário nos mostrou que os conhecimentos de

Contabilidade por parte de produtores e empresários é muito baixo. Evidenciando que os

profissionais da Contabilidade precisam simplificar o seu trabalho para que possa ser entendido

pelos seus clientes do agronegócio. A falta de conhecimento dos produtores torna necessário

que os serviços prestados pela Contabilidade seja de fácil entendimento.

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Tabela 6 – Pergunta 3

Pergunta 3 - Qual é o seu conhecimento de agronegócio?

Ordem Nota recebida Nota Máxima

Sujeito 1 4 5

Sujeito 2 2 5

Sujeito 3 5 5

Sujeito 4 4 5

Sujeito 5 4 5

Fonte: Elaboração Própria

Gráficos 3 - Pergunta 3

Fonte: Elaboração Própria

O conhecimento de agronegócio dos produtores foi avaliado da seguinte forma: o

Sujeito 2 acredita que seu conhecimento em agronegócio é ruim; o sujeito 1, 4 e 5 auto avaliou

como ótimo o seu conhecimento em agronegócio; o sujeito 3 avaliou como excelente o

conhecimento em agronegócio; o sujeito 1 acredita que é bom o seu conhecimento em

agronegócio.

A partir da leitura destes dados, fica claro que a maioria dos produtores de bananas

possuem grande conhecimento em agronegócio. Apenas o sujeito 2 acredita que esteja abaixo

0

1

2

3

4

5

6

Sujeito 1 Sujeito 2 Sujeito 3 Sujeito 4 Sujeito 5

Nota recebida Nota Máxima

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66

da média em relação seus colegas de profissão e os outros 4 que responderam o questionário

ficaram acima da média. Estes dados mostram que cada vez mais os produtores tem estudado o

agronegócio, exigindo que a Contabilidade também busque conhecimento para estar auxiliando

cada vez mais os seus clientes.

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67

Tabela 7 - Pergunta 4

Pergunta 4 - Qual a importância das informações Contábeis para seu empreendimento?

Ordem Nota recebida Nota Máxima

Sujeito 1 2 5

Sujeito 2 4 5

Sujeito 3 2 5

Sujeito 4 3 5

Sujeito 5 5 5

Fonte: Elaboração Própria

Gráficos 4 - Pergunta 4

Fonte: Elaboração Própria

A importância das informações Contábeis para os produtores foi avaliado da seguinte

forma: o Sujeito 1 e 3 acredita que a importância das informações Contábeis para seu

empreendimento é ruim; o sujeito 4 avaliou como regular a importância das informações

Contábeis para seu empreendimento; o sujeito 2 avaliou como ótima a importância das

informações Contábeis para seu empreendimento; o sujeito 5 acredita que é excelente a

importância das informações Contábeis para seu empreendimento.

0

1

2

3

4

5

6

Sujeito 1 Sujeito 2 Sujeito 3 Sujeito 4 Sujeito 5

Nota recebida Nota Máxima

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68

Esses dados evidenciaram que é bastante equilibrado, o que acham os produtores sobre

a importância das informações Contábeis para seu empreendimento. De 5 questionários 2

ficaram acima da média sendo que um alcançou a nota máxima, outros 2 ficaram abaixo da

média com a mesma nota de ruim e 1 questionário ficou exatamente na média com a nota

regular. Os dados mostraram que apesar de bem equilibrado as notas tenderam para um aspecto

positivo, pois foi alcançada uma nota máxima e nenhuma nota mínima.

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69

Tabela 8 - Pergunta 5

Pergunta 5 - Importância do Contador para seu negócio?

Ordem Nota Recebida Nota Máxima

Sujeito 1 2 5

Sujeito 2 2 5

Sujeito 3 1 5

Sujeito 4 3 5

Sujeito 5 4 5

Fonte: Elaboração Própria

Gráficos 5 - Pergunta 5

Fonte: Elaboração Própria

A Importância do Contador para estas empresas foi avaliado da seguinte forma: O

sujeito 3 qualificou a importância do Contador para seu negócio como péssima; os sujeitos 1 e

2 qualificaram a importância do Contador na sua empresa como ruim; o sujeito 4 qualificou a

importância do Contador como regular; já o sujeito 5 avaliou como ótima a importância do

Contador na empresa.

Após análise do gráfico é evidente que a importância do Contador nestas empresas não

atingiu boas notas. 60% dos entrevistados qualificaram a importância do Contador na sua

0

1

2

3

4

5

6

Sujeito 1 Sujeito 2 Sujeito 3 Sujeito 4 Sujeito 5

Nota Recebida Nota Máxima

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empresa como ruim ou péssima. Um entrevistado avaliou como regular e outro avaliou como

ótima. Nenhum questionário retornou com uma nota máxima, mas houve uma nota péssima,

mostrando que os profissionais de Contabilidade precisam mostrar que são importantes para

estas empresas, seja com serviços mais inovadores ou até uma maior proximidade com a gestão

destes empreendimentos.

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71

Tabela 9 – Pergunta 6

Pergunta 6 - Qual a necessidade no que se trata de informações Contábeis para seu empreendimento?

Ordem Nota Recebida Nota Máxima

Sujeito 1 4 5

Sujeito 2 4 5

Sujeito 3 2 5

Sujeito 4 2 5

Sujeito 5 5 5

Fonte: Elaboração Própria

Gráficos 6 - Pergunta 6

Fonte: Elaboração Própria

A necessidade de informações Contábeis para empreendimentos agrícolas demonstrou

a partir deste gráfico ser muito grande, pois 3 questionários (dos sujeitos 1, 2 e 5) deram notas

acima da média, sendo que uma delas foi a nota máxima (sujeito 5), ou seja a necessidade de

informações Contábeis para empreendimentos agrícolas é considerado extremamente

necessária, os outros dois questionários (sujeito 1 e 2) avaliou como muito importante. Apenas

2 notas foram abaixo da média (Sujeitos 3 e 4) onde o rendimento foi que a necessidade de

informações Contábeis para empreendimentos agrícolas é insuficiente.

0

1

2

3

4

5

6

Sujeito 1 Sujeito 2 Sujeito 3 Sujeito 4 Sujeito 5

Nota Recebida Nota Máxima

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Apesar de ser exposto que os produtores rurais necessitam de informações Contábeis,

os profissionais de Contabilidade de Bom Jesus da Lapa, Bahia, não conseguem, seja por falta

de tempo ou conhecimento, aplicar as potencialidades da Contabilidade nestes

empreendimentos. Foi verificado por meio das entrevistas que os profissionais Contábeis, não

oferecem ao seus clientes informações úteis, apenas informações no que se refere à tributos,

admissão de funcionários e captação de recursos.

Apesar de ser exposto que os produtores rurais necessitam de informações Contábeis,

os profissionais de Contabilidade de Bom Jesus da Lapa, Bahia, não conseguem, seja por falta

de tempo ou conhecimento, aplicar as potencialidades da Contabilidade nestes

empreendimentos. Foi verificado por meio das entrevistas que os profissionais Contábeis, não

oferecem ao seus clientes informações úteis, apenas informações no que se refere à tributos,

admissão de funcionários e captação de recursos.

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5 ANÁLISE DE DADOS

Neste capítulo serão analisados os dados provenientes do capítulo de apresentação dos

dados coletados. Serão utilizados todas as entrevistas e questionários feitos, assim como seus

parágrafos sínteses e análises das tabelas e gráficos.

5.1 CONTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO

A Contabilidade no Agronegócio é um ramo especializado da Ciência Contábil,

aplicado aos empreendimentos rurais. Este trabalho está fundamentado a partir da

Contabilidade no Agronegócio em empreendimentos de cultura permanente, sendo mais

específico, em cultura de bananas. Esta monografia parte do pressuposto de que a Contabilidade

têm papel fundamental na melhoria da rentabilidade dos empreendimentos agrícolas.

5.1.1 Linhas gerais

Todos os textos que estão em itálico entre aspas, são provenientes dos quadros e

tabelas da apresentação dos dados coletados. Os comentários acerca das tabelas e gráficos

também serão apresentados da mesma forma.

5.1.2 Agronegócio na região de Bom Jesus da Lapa.

O setor da economia brasileira que mais cresce é o Agronegócio, nele é gerado renda

e oportunidades para todos os brasileiros. Em Bom Jesus da Lapa não é diferente, o

Agronegócio apareceu como um transformador financeiro e social, tornando esta atividade uma

das mais importantes para o município, de acordo com os dados coletados “Os Sujeitos 1 e 3

acreditam que a importância do agronegócio para a região de Bom Jesus da Lapa, se dá pelos

empregos e as oportunidades que este setor pode gerar à população. O Sujeito 3 ainda conclui

que a importância do Agronegócio também se dá pelo fortalecimento de todos os outros setores

da economia local.”

O grande problema do agronegócio se dá pela elevada necessidade de investimentos.

A cidade de Bom Jesus da Lapa, possui como ponto forte para o Agronegócio local, a

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abundância de recursos naturais, como água e incidência solar durante quase todo o ano. Porém

a cidade ainda não figura como um polo agrícola no estado, “Na opinião dos Contabilistas

entrevistados, as péssimas condições da infraestrutura da cidade dificultam o escoamento da

produção de bananas e este é o principal motivo para a cidade não despontar como um polo

agrícola. O preço da energia elétrica e a ausência de Indústrias que possam transformar a

matéria prima produzida no Projeto Formoso, foram outros dois problemas citados.”

Para estabelecer uma produção agrícola numa cidade, é necessário apoio técnico de

órgãos públicos e particulares, na cidade de Bom Jesus da Lapa, de acordo com os Contabilistas,

“Os principais órgãos que os 3 Sujeitos citaram foram a ADAB, CODEVASF e EBDA. As

Associações de Produtores foi citada pelos Sujeitos 2 e 3. O Distrito de Irrigação, na opinião

do Sujeito 3, é outro parceiro para os produtores do Projeto Formoso.”

Esta entrevista mostra que apesar da produção ter o caráter privado, os principais

órgãos que auxiliam estes produtores são públicos, tendo em vista que o Projeto Formoso foi

concebido pela CODEVASF.

5.1.3 Características do Contabilista no Agronegócio de Bom Jesus da Lapa.

Os profissionais de Contabilidade que trabalham no agronegócio em Bom Jesus da

Lapa, possui como característica a ausência de cursos de especialização para o fazer contábil

destes empreendimentos. De acordo com entrevistas feitas aos Contabilistas fica evidenciado

que “Apesar dos sujeitos 1 e 2 participarem de cursos e seminários, nenhum deles é focado no

agronegócio, ou seja, não possui nenhum conhecimento específico de Contabilidade no

Agronegócio. O sujeito 3 apenas fez a sua graduação, não possui especialização.”

A ausência de cursos específicos no Agronegócio é um fator que compromete a

qualidade dos serviços prestados por estes profissionais. A experiência destes profissionais é

notória, porém a parte teórica tem que estar presente para fomentar as necessidades que o

Agronegócio possui.

5.1.4 Perfil do produtor rural de Bom Jesus da Lapa.

Os produtores de banana do Projeto Formoso, em sua maioria, vieram do campo, são

profissionais que possuem grandes conhecimentos práticos de manejo da terra. De acordo com

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o gráfico número 3 a análise é feita “A partir da leitura destes dados, fica claro que a maioria

dos produtores de bananas possuem grande conhecimento em agronegócio. Apenas o sujeito 2

acredita que esteja abaixo da média em relação seus colegas de profissão e os outros 4 que

responderam o questionário ficaram acima da média. Estes dados mostram que cada vez mais

os produtores tem estudado o agronegócio, exigindo que a Contabilidade também busque

conhecimento para estar auxiliando cada vez mais os seus clientes.”

Apesar de possuir grande conhecimento técnico do Agronegócio, no que se refere à

conhecimento de finanças e principalmente de Contabilidade, estes produtores não mantem o

mesmo grau de conhecimento. De acordo com o gráfico número 2 é dada a seguinte análise:

“O gráfico nos mostra que a maioria dos produtores de bananas não possuem aprofundados

conhecimentos em Contabilidade. Apenas o sujeito 1 acredita que esteja acima da média em

relação seus colegas de profissão, os outros 4 que responderam o questionário ficaram na

média para abaixo dela. Este questionário nos mostrou que os conhecimentos de Contabilidade

por parte de produtores e empresários é muito baixo. Evidenciando que os profissionais da

Contabilidade precisam simplificar o seu trabalho para que possa ser entendido pelos seus

clientes do agronegócio. A falta de conhecimento dos produtores torna necessário que os

serviços prestados pela Contabilidade seja de fácil entendimento.”

Os dados nos mostram que o perfil do produtor de bananas de Bom Jesus da Lapa,

Bahia, é bastante específico no que se diz respeito ao conhecimento de Contabilidade e do

Agronegócio. Fica claro que os produtores se preocupam em conhecer o seu negócio, e fazem

isso com êxito, porém os conhecimentos em Contabilidade deixa a desejar.

5.1.5 As técnicas Contábeis utilizadas pelos Contabilistas

As técnicas Contábeis utilizadas pelos Contabilistas de Bom Jesus da Lapa, Bahia, são

a de escrituração e demonstração. A técnica de escrituração diz respeito aos registros dos fatos

contábeis, muito utilizado para a apuração de tributos fiscais e trabalhistas. A outra técnica é a

técnica da demonstração que diz respeito à elaboração de demonstrativos como o Balanço

Patrimonial, DRE, DMPL etc.

“É unânime que os principais serviços de Contabilidade estão na área Fiscal e

Trabalhista. Na elaboração de balanços foi constatado um problema muito sério, que é a

inexatidão das informações Contábeis, pois, o próprio Contador assume que esta peça

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financeira não é exata. O primeiro entrevistado conclui que a inexatidão se dá pela carência

de informações.”

Com as informações dadas pelas entrevistas fica claro que a técnica da escrituração é

a mais utilizada, pois o foco dos serviços contábeis se dá na apuração de tributos. A elaboração

dos demonstrativos possui um grande problema, que é a inexatidão dos dados, tornando as

informações demonstradas pela contabilidade como desnecessárias, pois não refletem a

realidade da empresa.

5.1.6 Regime tributário e escrituração nos empreendimentos agrícolas

Os regimes tributários são bastante distintos um do outro, fazendo com que o Contador

tenha que analisar criteriosamente em qual regime cada empresa deve estar enquadrada. A má

escolha do regime tributário pode ocasionar gastos para a empresa, com o pagamento indevido

de tributos. A visão deste tema para os Contabilistas de Bom Jesus da lapa se dá, porque “As

entrevistas trazem pontos de vista diferentes para o que é mais vantajoso em relação ao regime

tributário dos seus clientes. Em uma vimos que é utilizado o Lucro Presumido, pois, neste não

há incidência de ICMS, o que possivelmente torna a carga tributária mais vantajosa. No

segundo entrevistado é afirmado que o SIMPLES é mais vantajoso, pela facilidade de elaborá-

lo, necessitando de menos informações dos produtores. O último pensa que o melhor seria um

estudo, a partir do faturamento, para saber qual o enquadramento é melhor para os

produtores, mas, as escolhas se baseiam entre o SIMPLES e o Lucro Presumido.”

Como foi esclarecido pelas entrevistas, os Contabilistas de Bom Jesus da Lapa, se

preocupam em enquadrar seus clientes no regime tributário mais vantajoso, a partir de tais

entrevistas foi mostrado que há uma análise criteriosa no momento de escolher o regime

tributário. Apenas um entrevistado não faz esse tipo de análise, colocando todos os seus clientes

no SIMPLES. No agronegócio esse enquadramento deve ser ainda mais analisado, tendo em

vista que alguns tributos não incidem sobre a produção rural, como já foi exposto na entrevista.

Para fazer a Contabilidade de empreendimentos rurais, é necessário que os

Contabilistas tenham conhecimentos acerca da Contabilidade no Agronegócio. É necessário

que estes profissionais tenham algum suporte teórico para basear o seu fazer contábil. De acordo

com as entrevistas “Os sujeitos 1 e 2 se baseiam nos seus programas de contabilidade e na

internet para fazer seu Contabilidade no Agronegócio. A experiência no trabalho foi citado

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77

pelos sujeitos 2 e 3. As Informações das pelos empresários é usado pelo sujeito 3 e o sujeito 1

utiliza Cursos e seminários no seu trabalho com os empreendimentos agrícolas.”

Pelo que foi observado nas entrevistas, fica claro que os Contabilistas de Bom Jesus

da Lapa, utilizam o seu programa de contabilidade, a internet, a experiência e por fim as

informações dadas pelos empresários. Tais informações não são suficientes para conseguir

elaborar uma Contabilidade mais eficaz na produção rural, é necessário que estes profissionais

participem de cursos e especializações para estarem mais atualizados no mercado agrícola.

5.1.7 Contabilidade para tomada de decisão

A Contabilidade nasce como uma ciência destinada à fornecer informações essenciais

para a administração empresarial. De acordo com as entrevistas aplicadas, foi constatado que

“Os dois primeiros entrevistados julgam que a importância dos serviços Contábeis se dá pela

obrigatoriedade do mesmo. O terceiro sujeito sabe da obrigatoriedade, mas tem a noção de

que a Contabilidade pode fazer mais pelos empreendimentos.”

Fica evidenciado que os Contabilistas de Bom Jesus da Lapa entendem que a

Contabilidade só é importante devido à sua obrigatoriedade perante a lei. Não há uma reflexão

acerca da importância da Contabilidade para a tomada de decisão no âmbito do Agronegócio,

a participação desta ciência neste momento da Administração do empreendimento é nula, de

acordo com os Contabilistas.

As informações geradas pela contabilidade, devem, pelo princípio da oportunidade,

serem íntegras, tempestivas e relevantes. No entanto, de acordo com os Contabilistas de Bom

Jesus da Lapa “As informações solicitadas pelos produtores que foram unânimes, são as

relacionadas aos tributos. São solicitadas informações para 60% dos entrevistados, no

momento em que os produtores necessitam captar de recursos em instituições financeiras. O

segundo entrevistado também é procurado no momento de admissão de funcionários.” Isto

revela que as informações que a contabilidade oferece aos seus clientes não são suficientes para

a Administração dos empreendimentos.

As informações geradas pelas contabilidades de Bom Jesus da Lapa, auxiliam o

empreendedor rural no momento de dúvidas sobre tributos, admissão de funcionários e captação

de recursos, porém, a Contabilidade pode ser ainda mais relevante para estes empreendimentos.

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78

É papel primordial desta ciência fazer parte do contexto empresarial como um todo e não apenas

em 3 momentos da gestão, como foi retratado pelos profissionais entrevistados.

5.1.8 Contabilista versus empreendedor do agronegócio

Os empreendedores rurais ainda não conhecem afundo a Contabilidade e o quanto ela

é importante na gestão empresarial. O profissional Contábil é a principal referência no que diz

respeito à conhecimento desta ciência para estes empreendedores, por isso é necessário cada

vez mais a proximidade destes profissionais aos produtores rurais. Os produtores julgam que

“A necessidade de informações Contábeis para empreendimentos agrícolas demonstrou a

partir deste gráfico ser muito grande, pois 3 questionários (dos sujeitos 1, 2 e 5) deram notas

acima da média, sendo que uma delas foi a nota máxima (sujeito 5), ou seja a necessidade de

informações Contábeis para empreendimentos agrícolas é considerado extremamente

necessária, os outros dois questionários (sujeito 1 e 2) avaliou como muito importante. Apenas

2 notas foram abaixo da média (Sujeitos 3 e 4) onde o rendimento foi que a necessidade de

informações Contábeis para empreendimentos agrícolas é insuficiente.

Tendo em vista que a necessidade de informações da contabilidade é grande, de acordo

com os questionários, é necessário ter um pensamento crítico quanto a isso, pois “Apesar de ser

exposto que os produtores rurais necessitam de informações Contábeis, os profissionais de

Contabilidade de Bom Jesus da Lapa, Bahia, não conseguem, seja por falta de tempo ou

conhecimento, aplicar as potencialidades da Contabilidade nestes empreendimentos. Foi

verificado por meio das entrevistas que os profissionais Contábeis, não oferecem ao seus

clientes informações úteis, apenas informações no que se refere à tributos, admissão de

funcionários e captação de recursos.”

A importância das informações Contábeis fizeram parte dos questionários aplicado aos

produtores rurais. Os resultados destas entrevistas resultaram de que “A importância das

informações Contábeis para os produtores foi avaliado da seguinte forma: o Sujeito 1 e 3

acredita que a importância das informações Contábeis para seu empreendimento é ruim; o

sujeito 4 avaliou como regular a importância das informações Contábeis para seu

empreendimento; o sujeito 2 avaliou como ótima a importância das informações Contábeis

para seu empreendimento; o sujeito 5 acredita que é excelente a importância das informações

Contábeis para seu empreendimento.

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Fica claro que na opinião dos produtores “Esses dados evidenciaram que é bastante

equilibrado o que acham os produtores sobre a importância das informações Contábeis para

seu empreendimento. De 5 questionários 2 ficaram acima da média sendo que um alcançou a

nota máxima, outros 2 ficaram abaixo da média com a mesma nota de ruim e 1 questionário

ficou exatamente na média com a nota regular. Os dados mostraram que apesar de bem

equilibrado as notas tenderam para um aspecto positivo, pois foi alcançada uma nota máxima

e nenhuma nota mínima.” O resultados destes questionários nos mostra que a Contabilidade

ainda não faz parte da gestão da maioria destes empreendimentos, pois metade dos entrevistados

não a julgam como importante. Isso mostra um problema que deve ser enfrentado pelos

Contabilistas, pois é necessário que os produtores tenham o conhecimento de que as

informações Contábeis são a maior fonte de informações para seu empreendimento.

5.1.9 Participação dos Contabilistas na gestão dos empreendimentos rurais

Para ser estabelecidos meios para mensurar a rentabilidade destes empreendimentos,

o primeiro passo é uma maior participação dos profissionais da Contabilidade na gestão destas

empresas. De acordo com os dados coletados pela entrevista:

“A participação dos Contabilistas de Bom Jesus da Lapa na gestão dos

empreendimentos, se dá por meio de informar a estes empresários e produtores sobre as

mudanças na legislação tributária e trabalhista vigente. Ambos os Contadores buscam cursos

de capacitação para contribuírem mais na gestão destes empreendimentos. Apenas um

entrevistado não participa da gestão dos empreendimentos.”

A participação dos Contabilistas nestes empreendimentos rurais, devem ser mais

efetivas. As informações sobre a legislação tributária e trabalhista vigente é importante para os

empreendimentos, porém, ainda é muito pouco em comparação ao que a Contabilidade pode

oferecer à estes produtores. É constatado que há um esforço por parte dos profissionais da

Contabilidade em se capacitar, visando uma melhora no serviço prestado. Mas para que seja

almejada uma melhora na rentabilidade dos clientes é necessário uma participação ainda maior

destes profissionais. Ainda analisando os dados da entrevista foi verificado que um Contabilista

não participa de nenhuma maneira da gestão dos empreendimentos. Isso é um fato grave, pois

a Ciência Contábil não está conseguindo cumprir o seu papel na sociedade.

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80

É importante ver o outro lado da relação entre o Contabilista e o produtor, na visão do

produtor o envolvimento do Contabilista nestas empresas se dá pelo fato de que “O

envolvimento do Contabilista nestas empresas, foi avaliado da seguinte forma: O sujeito 1

qualificou a relação entre contador e empresa como péssima; os sujeitos 2, 4 e 5 qualificaram

a relação entre contador e empresa como ruim; apenas o sujeito 2 qualificou a relação como

normal entre contador e empresa.

É verificado que esta relação, na visão do produtor é muito abaixo da média, em

percentuais podemos dizer que 80% dos questionários foram respondidos como ruim ou

péssima o envolvimento destes dois profissionais. A análise da tabela 4 e do gráfico 1, nos

remete a que “Estes dados mostram que a relação Contabilista – empresa não está satisfatória,

pois a maioria dos questionários respondidos tiveram o aproveitamento abaixo da média,

apenas 1 questionário obteve uma nota na média que foi o sujeito 3.”

Com uma relação tão distante do produtor rural com o Contabilista, fica evidente que

a Contabilidade vai perdendo a importância para estes empreendimentos. A visão dos

Produtores para “A Importância do Contabilista para estas empresas foi avaliado da seguinte

forma: O sujeito 3 qualificou a importância do Contabilista para seu negócio como péssima;

os sujeitos 1 e 2 qualificaram a importância do Contabilista na sua empresa como ruim; o

sujeito 4 qualificou a importância do Contabilista como regular; já o sujeito 5 avaliou como

ótima a importância do Contabilista na empresa.”

A partir da leitura dos dados coletados pelo questionário, foi criado o gráfico 5. A

análise deste gráfico 5, nos remete de que “Após análise do gráfico é evidente que a

importância do Contabilista nestas empresas não atingiu boas notas. 60% dos entrevistados

qualificaram a importância do Contador na sua empresa como ruim ou péssima. Um

entrevistado avaliou como regular e outro avaliou como ótima. Nenhum questionário retornou

com uma nota máxima, mas houve uma nota péssima, mostrando que os profissionais de

Contabilidade precisam mostrar que são importantes para estas empresas, seja com serviços

mais inovadores ou até uma maior proximidade com a gestão destes empreendimentos.”

Os motivos para a pouca importância que a Contabilidade têm para estes

empreendimentos, pode ser entendido pela pouca participação desta Ciência na gestão dos

empreendimentos. Como a Contabilidade é pouco utilizada para fins que agradem ao produtor,

ela acaba se tornando um mal necessário. Algo que só está presente na entidade devido à

obrigação que as leis impõe sobre os empreendimentos. Se formos levar em conta que a

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Contabilidade têm o potencial de melhorar a rentabilidade de seus clientes, o controle dentro

das organizações e que não está sendo nada feito neste sentido por parte dos profissionais que

a executam. Fica evidente que a importância desta Ciência irá diminuir drasticamente, pois ela

não é útil na gestão empresarial de empreendimentos agrícolas produtores de banana em Bom

Jesus da Lapa, Bahia.

5.1.10 A relação contabilista/produtor

O Contabilistas e o produtor rural possuem um relacionamento um tanto quanto

complicado, são duas visões de negócio diferentes. De um lado o Contabilista que possui

conhecimento técnico sobre a Contabilidade e pouco sobre o agronegócio e de outro lado o

produtor rural que possui pouco ou nenhum conhecimento de Contabilidade e bastante sobre

agronegócio. De acordo com os Contabilistas de Bom Jesus da Lapa os problemas na relação

entre Contabilista e produtor se dá a partir de que “Dois dos entrevistados apontaram que o

desconhecimento dos produtores sobre Contabilidade é um fator que dificulta a relação

contador/empresário. A escassez de mão de obra para fazer um trabalho melhor foi apontado

pelo sujeito 1. Muitas vezes pela falta de conhecimento os produtores não enviam as

informações necessárias para fazer a Contabilidade como aponta o sujeito 2. Já o Sujeito 3

acredita que a desvalorização do contador é um fator que dificulta a relação entre o contador

e empresário.” Os produtores por possuir pouco conhecimento sobre a Contabilidade dificulta

o diálogo e o trabalho das contabilidades.

De acordo com os Contabilistas as melhores formas de conseguir melhorar essa relação

se dá pelo meio de que “Os Sujeitos 1 e 2 acreditam que se houvesse mais mão de obra

qualificada nas contabilidades ajudaria neste processo de melhoramento da gestão dos

empreendimentos agrícolas. Os Sujeitos 2 e 3 acham que os empresários precisam se

qualificar, pois, a gestão dos empreendimentos agrícolas não estão sendo feitas com base em

conhecimentos mais aprofundados de gestão.” Este problema está mais ligado ao produtor do

que à própria contabilidade, a única forma dos Contabilistas conseguirem superar este

problema, seria por meio de palestras e curso de conscientização das contabilidades como

parceiros importantes para os produtores rurais. Esse distanciamento entre produtor e

Contabilista, causa inúmeros problemas para os dois lados. Como já foi relatado na entrevista

anterior a desvalorização do profissional Contábil se dá muitas vezes pelo desconhecimento da

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importância do mesmo. É preciso que haja cursos para a gestão destes empreendimentos, ou

estes estarão fadados ao fracasso.

5.1.11 Sugestões para melhoria da rentabilidade dos empreendimentos agrícolas

Para que haja uma melhoria na rentabilidade, que é tão importante para estes

empreendimentos rurais é necessário que os profissionais da Contabilidade tenham informações

específicas sobre estes empreendimentos. O fazer Contábil têm que sair da mesmice de

escrituração fiscal e partir para uma análise mais crítica e relevante para estes empreendimentos.

É necessário que seja feito um estudo sobre a rentabilidade. A elaboração do planejamento é

uma peça fundamental para atingir uma melhoria da rentabilidade destes empreendimentos,

porém “Os Contabilistas entrevistados foram unânimes, com o que a Contabilidade pode fazer

para aumentar a rentabilidade dos seus clientes. Para estes profissionais é buscando diminuir

a carga tributária destes empreendimentos. Os Contabilistas buscam sempre o melhor

enquadramento fiscal ou regime tributário para seus cliente. Os sujeitos 1 e 2, fazem um estudo

a partir do faturamento para saber qual seria o enquadramento mais vantajoso.” Apenas o

estudo de um melhor enquadramento fiscal, não assegura em uma melhoria significativa da

rentabilidade destes empreendimentos. A diminuição da Carga tributária é importante para que

não haja dispêndios sem uma necessidade real, mas para que o empreendimento seja rentável,

é necessário mais do que isso.

A participação dos Contabilistas no momento de auferir o lucro do empreendimento

deve ser cada vez mais próxima, tendo em vista que esta é uma informação estratégica para que

seja alcançada a melhoria da rentabilidade destes empreendimentos. Porém a realidade relatada

pelos dados coletados é de que “Os entrevistados foram unânimes na resposta de que não

participam no momento de auferir o lucro. Mostrando um distanciamento da contabilidade da

gestão dos produtores rurais.” Se os profissionais da Contabilidade desconhecem os lucros das

empresas rurais, fica claro que não há a principal informação para que seja feita um índice de

rentabilidade. Os Contabilistas desconhecem se os empreendimentos agrícolas, são ou não

rentáveis.

Um ponto importante para conhecer o lucro do empreendimento agrícola, é saber o

custo da produção. Quando é sabido o custo da produção, há a precificação deste produto.

Mesmo que no âmbito agrário o preço de venda seja estabelecido pelo mercado, é necessário

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83

que os empreendimentos rurais saibam o seu preço de custo. Somente com o conhecimento do

custo de sua produção será conhecido o lucro e posteriormente a rentabilidade do

empreendimento, porém “Os três Contabilistas entrevistados não participa na precificação

das bananas produzidas pelos seus clientes. O preço é dado pelo mercado, de acordo com os

três entrevistados."

Com a análise destas entrevistas, ficou evidenciado que o Contabilista não mensura a

rentabilidade dos seus clientes. Para que os Contabilistas consigam melhorar seus serviços, é

necessário o conhecimento destas informações, pois mesmo que seja da vontade do profissional

Contábil melhorar a rentabilidade dos seus clientes, este objetivo não será alcançado sem as

devidas informações fornecidas pelos empreendedores rurais.

A elaboração de um planejamento Contábil estruturado em informações fidedignas

dadas pelos produtores rurais e com a implantação do Controle dentro destas entidades. Tornará

estes empreendimentos mais suscetíveis para a melhoria da sua rentabilidade além da melhora

da gestão, consequentemente estes empreendimentos se tornarão mais capazes de assegurar a

sua continuidade.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando foi elaborado este trabalho de monografia, foi pensada uma pergunta

problema, na qual se norteia os objetivos presentes nesta pesquisa. Este problema está descrito

como “De que forma a Contabilidade pode auxiliar o empreendimento agrícola visando uma

melhoria na rentabilidade do produtor de banana, em Bom Jesus da Lapa, Bahia no ano de

2015?”. Esta pergunta-problema foi respondida primeiramente pela percepção que o autor

possuía. Então a hipótese criada pelo autor deste trabalho foi de que a Contabilidade com sua

teoria, elaboração de um planejamento e com a consolidação do Controle dentro dos

empreendimentos rurais, conseguiria atingir esta melhoria de rentabilidade, porém é destacado

que os Contabilistas não utilizam estes mecanismos no fazer contábil diário.

A hipótese trazida foi confirmada pelas entrevistas aplicadas aos contabilistas e pelo

marco teórico. Nos capítulos do marco teórico foram trazidos os principais mecanismos de

mensuração e melhoria da rentabilidade dos produtores rurais. Estes instrumentos são o

planejamento e o controle nas entidades agrícolas. As entrevistas demonstraram que os

Contabilistas entendem que a Contabilidade tem o poder de melhorar a rentabilidade de seus

clientes, porém eles não aplicam estes mecanismos de mensuração e melhoria de rentabilidade.

O fazer Contábil, de acordo com os próprios profissionais, auxilia na rentabilidade, pois é feito

um estudo para identificar o melhor enquadramento tributário. Fazendo com que sejam pagos

menos impostos. Os mecanismos identificados pelo marco teórico que auxiliam na melhoria da

rentabilidade, não são utilizados por estes profissionais.

O Objetivo geral deste trabalho é o de: “conhecer a contabilidade do micro produtor

de banana em Bom Jesus da Lapa, Bahia, para uma melhoria da rentabilidade destes

empreendimentos.” Este objetivo foi contemplado, tendo em vista que foi reconhecido, de fato,

o que o contabilista dos empreendimentos agrícolas contribuem para a melhoria da

rentabilidade dos seus clientes. O mecanismo que eles acreditam ser de aumento de

rentabilidade é buscar o melhor enquadramento fiscal/tributário dos empreendimentos

agrícolas. Contudo é constatado pelo marco teórico de que isto não gera uma melhoria na

rentabilidade, tendo em -vista que nem mesmo é mensurada a rentabilidade dos clientes. É

necessário que sejam criados mecanismos de acompanhamento e controle dos dispêndios e

ganhos dos empreendimento agrícolas, para que assim seja alcançada a melhoria da

rentabilidade destes negócios.

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Este trabalho de monografia contemplou 4 objetivos específicos. O primeiro é o de

“Listar na bibliografia mecanismos para a melhoria da rentabilidade no agronegócio.” Este

Objetivo está respondido pelo marco teórico, onde foram estudados teóricos que evidenciam

que os instrumentos de planejamento e controle são os mais eficazes para o gerenciamento e

aumento da rentabilidade. Só com o acompanhamento financeiro do empreendimento é possível

almejar um aumento de rentabilidade, pois é necessário controlar as saídas de recursos para que

o empreendimento aufira rentabilidade.

O segundo objetivo é “Compreender a relação entre contabilista e produtor de bananas

em Bom Jesus da Lapa” Este objetivo foi contemplado pela aplicação das entrevistas aos

profissionais da Contabilidade e os questionários aplicados aos produtores. Foi necessário

entender os dois lados desta relação para compreender que não é satisfatória nem para o

Contabilista e nem para o produtor. A partir da análise do perfil dos produtores com

informações retiradas pelos questionários, ficou claro que um dos problemas desta relação é o

desconhecimento da Contabilidade por parte destes profissionais. Muitos dos problemas

constatados se dão por esta dificuldade que um lado tem em entender o outro. Uma relação ruim

entre o Contabilista e o cliente geram problemas na aplicação de mecanismos mais complexos

de gestão, pois é necessário uma boa comunicação entre as partes para que estas andem em

conformidade.

O terceiro objetivo busca “Identificar as principais ferramentas do profissional

contábil no campo da rentabilidade dos produtores de banana de Bom Jesus da Lapa.” Este

objetivo foi atingido no momento em que foi identificado que não há nenhuma ferramenta

utilizada para melhoria da rentabilidade. De acordo com as entrevistas, ficou claro que os

Contabilistas não conseguem entender com clareza o que significa melhorar a rentabilidade de

seus clientes. Como não existem mecanismos de melhoria de rentabilidade, não é utilizado

nenhuma ferramenta neste sentido.

O quarto e último objetivo é expresso por “Explicar a participação do Contabilista nos

empreendimentos rurais.” Para contemplar este último objetivo também foram utilizadas as

entrevistas e os questionários aplicados. O que foi constatado é que a participação dos

Contabilistas em empreendimentos rurais é quase nula. Tanto o Contabilista quanto o produtor

confirmam que há certo distanciamento do profissional Contábil dos empreendimentos

agrícolas. Se não existe a participação do Contabilista na gestão desses empreendimentos, fica

claro que não é possível a Contabilidade aplicar os mecanismos necessários para melhorar a

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rentabilidade dos clientes. Foi constatado pelas entrevistas que os Contabilistas não participam

nem na precificação da banana e nem no momento de auferir o lucro. Isto demonstra que

informações estratégicas para a implantação do planejamento e controle não estão presentes nas

contabilidades. Isso impossibilita mensurar a rentabilidade e sua consequência é que a

contabilidade não tem condições de auxiliar, de forma estratégica, estes empreendimentos.

Por fim, a experiência de concluir este trabalho trouxe a motivação necessária para

continuar buscando o conhecimento no ramo da Contabilidade no Agronegócio. Os desafios

encontrados durante esta pesquisa foram muitos, porém, a felicidade de poder concluí-lo é ainda

maior. O setor agrícola necessita de mais estudos no ramo das finanças, uma sugestão para os

estudantes de Contabilidade que busquem se aprofundar nesta área do conhecimento é que não

desanime diante os desafios, eles acontecerão, mas tenha a certeza que no final o prazer de

trabalhar com uma área tão fascinante e pouco explorada irá te recompensar. Espero que este

trabalho de monografia seja utilizado como apoio aos que se interessarem pelo tema abordado

e que seja aperfeiçoado pelos próximos estudantes, pois este é o propósito da ciência, criar mais

dúvidas quando se responde uma.

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REFERÊNCIAS

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<http://books.google.com.br/books?hl=pt-

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IUDÍCIBUS, Sérgio de et al (Org.). Contabilidade Introdutória: Equipe de professores da

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MARION, Jose Carlos. Contabilidade Rural: Contabilidade Agrícola, Contabilidade da

Pecuária, Imposto de Renda - Pessoa Jurídica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

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VIEIRA, Luiz Marcelino. Brasil é o terceiro maior produtor de banana. 2015. Disponível

em: <http://www.revistacampoenegocios.com.br/brasil-e-o-terceiro-maior-produtor-de-

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APÊNDICES

APÊNDICE - A

QUESTIONÁRIO APLICADO AO PRODUTOR

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

Discente: Juliano Silva Magalhães Oliveira

Curso: Ciências Contábeis X Semestre

Trabalho de Conclusão de Curso

Eu, Juliano Silva Magalhães Oliveira, como concluinte do Curso de Ciências

Contábeis da UESB, venho por meio deste agradecer pela sua colaboração na elaboração deste

trabalho de conclusão de curso. Após finalizar este trabalho será enviada uma cópia dos

resultados para sua apreciação.

Questionário ao Empreendedor.

Responda as perguntas, com notas de 1 a 5.

1. Qual o seu envolvimento do Contador na sua empresa?

1 2 3 4 4

2. Qual o grau de conhecimento sobre contabilidade na condição de

empreendedor/gestor?

1 2 3 4 5

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3. Qual é o seu conhecimento de agronegócio?

1 2 3 4 5

4. Qual a importância das informações Contábeis para seu empreendimento?

1 2 3 4 5

5. Importância do Contador para seu negócio?

1 2 3 4 5

6. O que você acha necessário no que se trata de informações Contábeis?

1 2 3 4 5

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APÊNDICE – B

ENTREVISTA APLICADA AO CONTABILISTA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

Discente: Juliano Silva Magalhães Oliveira

Curso: Ciências Contábeis X Semestre

Trabalho de Conclusão de Curso

Eu, Juliano Silva Magalhães Oliveira, como concluinte do Curso de Ciências Contábeis da

UESB, venho por meio deste agradecer pela sua colaboração na elaboração deste trabalho de

conclusão de curso. Após finalizar este trabalho será enviada uma cópia dos resultados para sua

apreciação.

Entrevista ao contabilista da empresa estudada

BLOCO 1 – CONTABILIDADE

1. Dos empreendimentos agrícolas qual enquadramento fiscal/regime tributário é mais

vantajoso? Justifique.

2. Quais os principais serviços que você presta para estas empresas?

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3. Os serviços prestados pela contabilidade são importantes para a gestão da empresa?

Justifique

4. Quais informações são geralmente solicitadas pelo produtor/gestor dos

empreendimentos agrícolas acerca da sua contabilidade?

5. Você participa na gestão dos empreendimentos agrícolas?

Bloco 2 – CONTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO

1. Em que você se baseia para fazer Contabilidade no Agronegócio?

2. Você fez/faz algum tipo de especialização na área de Contabilidade no Agronegócio?

3. O que poderia ser feito a partir de informações contábeis para aumentar a rentabilidade

do seu cliente?

4. Como é feita a precificação da produção de banana, você auxilia neste processo?

Justifique.

5. Qual sua participação no momento de auferir o lucro do empreendimento agrícola, é

utilizada alguma ferramenta/técnica?

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Bloco 3 – AGRONEGÓCIO NA REGIÃO

1. Qual a importância do agronegócio na região de Bom Jesus da Lapa?

2. Quais são os principais parceiros para auxiliar os produtores da região de bom jesus da

lapa? Justifique.

3. Na sua opinião, quais são os principais problemas que não deixam Bom Jesus da Lapa

despontar como um polo agrícola no estado?

4. Quais as maiores dificuldades encontradas na relação entre contador/ empresário?

5. O que você acha que deveria ser feito para melhorar a gestão dos empreendimentos

agrícolas de Bom Jesus da Lapa?