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Contabilidade Decifrada – Simulado Módulo I - Resolução Luiz Eduardo Santos página 1 de 52 1 Técnico da Receita Federal................................................................................. 1 2 AFTN (Auditor Fiscal do Tesouro Nacional, antiga denominação do cargo de AFRF – Auditor Fiscal da Receita Federal) 1998. ................................................................. 3 3 AFRF 2002 – 1 a prova (março) .......................................................................... 6 4 Auditor-Fiscal do Município de São Paulo – ISS – 2007 (FCC) ....................... 8 5 Auditor-Fiscal do Município de São Paulo – ISS – 2007 (FCC) ....................... 9 6 TRE – RJ – 2001 (FCC) ................................................................................... 13 7 AGERS/RS 1998 .............................................................................................. 14 8 Auditor-Fiscal do Estado do Ceará – ESAF 2006 ............................................ 18 9 AFC – Analista de Controles e Finanças – CGU 2006 .................................... 19 10 Auditor-Fiscal da Receita Federal - 2000 ......................................................... 24 11 Auditor-Fiscal do Município de São Paulo – ISS – 2007 (FCC) ..................... 26 12 AFC – Analista de Controles e Finanças – CGU 2006 .................................... 30 13 Auditor Municipal do Recife – 2003 (ESAF) .................................................. 32 14 Agente Fiscal de Tributos Municipais – Pref. Teresina – 2001 (ESAF) .......... 34 15 AFC – Analista de Controles e Finanças – CGU 2006 .................................... 38 16 Auditor Fiscal do Tesouro Nacional – AFTN – 1998 (antiga denominação do cargo de AFRF) .................................................................................................................... 40 17 Auditor Municipal do Recife – 2003 (ESAF) .................................................. 42 18 Agente Fiscal de Tributos Municipais – Pref. Teresina – 2001 (ESAF) .......... 45 19 Agente Fiscal de Tributos Municipais – Pref. Teresina – 2001 (ESAF) .......... 47 20 Tribunal de Contas do Estado – TCE/RS – 2007 (FAURGS).......................... 48 1 Técnico da Receita Federal Enunciado

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Contabilidade Decifrada – Simulado Módulo I - Resolução

Luiz Eduardo Santos página 1 de 52

1 Técnico da Receita Federal................................................................................. 1

2 AFTN (Auditor Fiscal do Tesouro Nacional, antiga denominação do cargo de

AFRF – Auditor Fiscal da Receita Federal) 1998. ................................................................. 3

3 AFRF 2002 – 1a prova (março) .......................................................................... 6

4 Auditor-Fiscal do Município de São Paulo – ISS – 2007 (FCC) ....................... 8

5 Auditor-Fiscal do Município de São Paulo – ISS – 2007 (FCC) ....................... 9

6 TRE – RJ – 2001 (FCC) ................................................................................... 13

7 AGERS/RS 1998 .............................................................................................. 14

8 Auditor-Fiscal do Estado do Ceará – ESAF 2006............................................ 18

9 AFC – Analista de Controles e Finanças – CGU 2006 .................................... 19

10 Auditor-Fiscal da Receita Federal - 2000......................................................... 24

11 Auditor-Fiscal do Município de São Paulo – ISS – 2007 (FCC) ..................... 26

12 AFC – Analista de Controles e Finanças – CGU 2006 .................................... 30

13 Auditor Municipal do Recife – 2003 (ESAF) .................................................. 32

14 Agente Fiscal de Tributos Municipais – Pref. Teresina – 2001 (ESAF).......... 34

15 AFC – Analista de Controles e Finanças – CGU 2006 .................................... 38

16 Auditor Fiscal do Tesouro Nacional – AFTN – 1998 (antiga denominação do

cargo de AFRF) .................................................................................................................... 40

17 Auditor Municipal do Recife – 2003 (ESAF) .................................................. 42

18 Agente Fiscal de Tributos Municipais – Pref. Teresina – 2001 (ESAF).......... 45

19 Agente Fiscal de Tributos Municipais – Pref. Teresina – 2001 (ESAF).......... 47

20 Tribunal de Contas do Estado – TCE/RS – 2007 (FAURGS).......................... 48

1 Técnico da Receita Federal Enunciado

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Contabilidade Decifrada – Simulado Módulo I - Resolução

Luiz Eduardo Santos página 2 de 52

A palavra Azienda é comumente usada em Contabilidade como sinônimo de

fazenda, na acepção de:

a) conjunto de bens e direitos;

b) mercadorias

c) finanças públicas;

d) grande propriedade rural;

e) patrimônio, considerado juntamente com a pessoa que tem sobre ele poderes de

administração e disponibilidade.

Resolução e comentários

A azienda foi apresentada, na parte teórica deste tópico do curso, como o campo de

interesse de estudo da Contabilidade, nos seguintes termos:

A Contabilidade, portanto, tem como campo a azienda. Por azienda, entende-se toda entidade organizada passível de ter um patrimônio (bens, direitos e obrigações). O termo azienda tem do mesmo radical que “fazenda”, no sentido de tesouro e não no sentido de propriedade rural – veja que o Ministério da Fazenda é responsável pela administração do Tesouro Nacional (mas não possui bois nem vacas). Repare que a utilização do conceito de azienda permite que a Contabilidade se preocupe com organizações que não apenas as empresas formalmente constituídas (pessoas jurídicas com fins lucrativos), alcançando também as empresas informais, as entidades sem fins lucrativos, empresas públicas, pessoas físicas e etc1.

Assim, já se pode concluir que a alternativa correta é a assertiva de letra E. apenas

para fins didáticos, analisaremos cada uma das alternativas do enunciado da questão, a

seguir:

1 Por Pessoa Física, entende-se qualquer ser humano que, tendo personalidade jurídica (sendo sujeito de direitos e obrigações) pode ser titular de um patrimônio. Por Pessoa Jurídica, entende-se toda entidade resultante da organização humana de recursos (humanos e materiais) que, também pode ser titular de um patrimônio. Pessoas jurídicas podem ser classificadas em Pessoas Jurídicas de fato (que não estão regularmente constituídas – conforme o Direito) ou de Direito (que estão devidamente formalizadas pelo registro de seus atos constitutivos – Estatuto, no caso de uma Sociedade Anônima ou Contrato Social, no caso de uma Limitada – registrados no órgão próprio).

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Luiz Eduardo Santos página 3 de 52

a) conjunto de bens e direitos;

O conjunto de bens e direitos consiste no Ativo.

b) mercadorias

Mercadorias são bens e, portanto, um dos elementos componentes do Ativo.

c) finanças públicas;

Finanças públicas são o objeto de interesse de outras disciplinas (Direito

Financeiro e Contabilidade Pública) – cujo estudo está fora do escopo deste curso.

d) grande propriedade rural;

Uma grande propriedade rural seria uma fazenda, porém não com o sentido dado à

azienda pela Contabilidade.

e) patrimônio, considerado juntamente com a pessoa que tem sobre ele poderes de

administração e disponibilidade.

Certo, este é o sentido de azienda dado pela Contabilidade.

Gabarito

E

2 AFTN (Auditor Fiscal do Tesouro Nacional, antiga denominação do cargo de AFRF – Auditor Fiscal da Receita Federal) 1998.

Enunciado

03- A Cia. Eira & Eira foi constituída com capital de R$ 750.000,00, por três

sócios, que integralizaram suas ações como segue:

- Adão Macieira R$ 300.000,00

- Bené Pereira R$ 150.000,00

- Carlos Parreira R$ 300.000,00

Após determinado período, a empresa verificou que nas suas operações normais

lograra obter lucros de R$ 600.000,00, dos quais R$ 150.000,00 foram distribuídos e

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pagos aos sócios. Os restantes R$ 450.000,00 foram reinvestidos na empresa na conta

Reserva para Aumento de Capital, nada mais havendo em seu Patrimônio Líquido.

Sabendo-se que esta empresa não tem resultados de exercícios futuros e que

suas dívidas representam 20% dos recursos aplicados atualmente no patrimônio,

podemos afirmar que o valor total de seus ativos é de

a) R$ 1.200.000,00

b) R$ 750.000,00

c) R$ 600.000,00

d) R$ 1.350.000,00

e) R$ 1.500.000,00

Resolução e Comentários

Essa é uma questão que demanda muito pouco conhecimento de conceitos

contábeis, porém uma boa capacidade de interpretação e alguma capacidade de realização

de cálculos.

Os conceitos contábeis necessários à resolução da questão são quatro, a saber:

- o patrimônio líquido é a diferença entre o ativo e o passivo;

- o total de dívidas corresponde ao passivo

- o total de recursos aplicados no patrimônio corresponde ao ativo;

- o valor do capital inicialmente integralizado pelos sócios, somado aos lucros

auferidos pela empresa, nos vários períodos de sua existência, e reduzido dos

respectivos dividendos pagos, também corresponde ao valor do Patrimônio

líquido.

Vistos os conceitos, vamos aplicá-los à resolução da questão:

1) valor do PL da empresa = capital inicial (+) lucros (-) dividendos

750.000+600.000-150.000=1.200.000

2) valor do passivo (=) 20% dos recursos aplicados no patrimônio

P = 0,2 * A

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3) PL (=) ativo (-) passivo

PL = A – 0,2 * A

4) ocorre que o PL já foi calculado 1.200.000,00, logo, o ativo pode ser calculado

por substituição desse valor na equação expressa no item anterior

1.200.000 = A – 0,2 * A

0,8 * A = 1.200.000

A = 1.200.000/0,8 � A = 1.500.000,00

Repare que o valor acima apurado corresponde à alternativa de letra E.

Observação: Conceitos de lucro, dividendos, dividendos a pagar e dividendos pagos.

A questão versa sobre o conceito de dividendos, portanto, cabem algumas

considerações sobre o tema – apenas com o fito de esclarecimento.

Antes de falar de dividendos, vamos lembrar o conceito de lucro: o lucro é o

aumento líquido do patrimônio - ao final de um determinado intervalo de tempo. Portanto,

o lucro corresponde a um aumento no valor de bens/direitos(-)obrigações, o que implica

aumento do PL. Em outras palavras, o lucro corresponde a aumento de PL.

Por dividendos, entende-se "o valor do lucro por ação". A própria palavra

dividendos já indica o conceito, trata-se de uma divisão do valor do lucro pelo número de

ações da companhia.

Exemplificando, caso o lucro seja de 600.000,00 e haja 1.000 ações, temos:

( ) 600.000,00

(/) 1.000

(=) 600,00

Assim, R$ 600,00 é o valor dos dividendos por ação.

Visto o conceito de dividendos, vamos avançar para o conceito de dividendos a

pagar (e, consequentemente, para o conceito de dividendos pagos). Considerando que nem

todo o lucro deve ser distribuído aos acionistas, temos a possibilidade da empresa destinar

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aos sócios apenas uma parte do lucro. Essa parte destinada aos sócios é denominada

"dividendos a pagar".

Exemplificando, caso o lucro seja de R$ 600.000,00 e apenas a quarta parte desse

valor seja destinado aos sócios (remanescendo os outros 3/4 no próprio patrimônio da

empresa), temos que:

( ) 600.000,00

(*) 1/4

(=) 150.000,00

Assim, o valor de R$ 150.000,00 corresponderá aos dividendos a distribuir.

Cabe dizer que os dividendos a distribuir correspondem ao surgimento de uma

obrigação (de entregar aos acionistas um determinado valor) e que, em um momento

seguinte, esse valor é pago, ou seja, a empresa abre mão de seu dinheiro (em caixa) e honra

a obrigação de entregar o valor dos dividendos aos acionistas.

No caso exemplificativo, tivemos: (a) lucro de R$ 600.000,00 e (b) distribuimos R$

150.000,00.

Repare que o lucro logrou aumentar o patrimônio (PL) em R$ 600.000,00 e que a

distribuição de dividendos logrou reduzir o patrimônio (PL) em R$ 150.000,00.

Os conceitos acima serão aprofundados quando do estudo dos seguintes itens da

matéria (a) PL e (b) DLPA, adiante neste curso.

Gabarito

E

3 AFRF 2002 – 1a prova (março) Enunciado

03- Da leitura atenta dos balanços gerais da Cia. Emile, levantados em 31.12.01

para publicação, e dos relatórios que os acompanham, podemos observar informações

corretas que indicam a existência de:

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Capital de Giro no valor de R$ 2.000,00

Capital Social no valor de R$ 5.000,00

Capital Fixo no valor de R$ 6.000,00

Capital Alheio no valor de R$ 5.000,00

Capital Autorizado no valor de R$ 5.500,00

Capital a Realizar no valor de R$ 1.500,00

Capital Investido no valor de R$ 8.000,00

Capital Integralizado no valor de R$ 3.500,00

Lucros Acumulados no valor de R$ 500,00

Prejuízo Líquido do Exercício no valor de R$ 1.000,00

A partir das observações acima, podemos dizer que o valor do Capital Próprio da

Cia. Emile é de

a) R$ 5.500,00

b) R$ 5.000,00

c) R$ 4.000,00

d) R$ 3.500,00

e) R$ 3.000,00

Resolução e Comentários

O que se pede para calcular, nessa questão, é o valor do capital próprio. Por capital

próprio entende-se o patrimônio líquido (diferença entre ativo e passivo � PL = A – P). O

enunciado, por sua vez, apresenta valores de saldos de vários grupos patrimoniais,

identificados por nomes diferentes daqueles usualmente utilizados. Assim, para a resolução

da questão, faz-se necessário o auxílio de um pequeno glossário.

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Contabilidade Decifrada – Simulado Módulo I - Resolução

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Expressão significadoCapital de Giro ativo circulanteCapital Social capital socialCapital Fixo ativo permanenteCapital Alheio passivo exigível

Capital Autorizado valor máximo do capital social por decisão da diretoria (sem a necessidade de assembléia

geral que autorize o aumento).Capital a Realizar capital a realizarCapital Investido ativoCapital Integralizado capital integralizadoLucros Acumulados lucro acumuladosPrejuízo Líquido do Exercício lucro líquido (quando negativo)

Repare que, após a leitura do glossário acima, conclui-se que são desnecessários,

para a resolução da questão, todos os dados apresentados, exceto os seguintes:

- o Capital Investido (Investimento) � Ativo = 8.000,00; e

- o Capital Alheio (Capital de Terceiros) � Passivo = 5.000,00.

A partir dos dados acima, calcula-se o valor do Capital Próprio = Patrimônio

Líquido � Ativo – Passivo = 8.000,00 – 5.000,00 = 3.000,00 (conforme alternativa E).

Gabarito

E

4 Auditor-Fiscal do Município de São Paulo – ISS – 2007 (FCC)

ENUNCIADO

2. A Cia. Beta possui bens e direitos no valor total de R$ 1.750.000,00, em

31.12.2005. Sabendo-se que, nessa mesma data, inexistem Resultados de Exercícios

Futuros e que o Passivo Exigível da companhia representa 2/5 (dois quintos) do valor do

Patrimônio Líquido, este último corresponde a, em R$:

(A) 1.373.000,00

(B) 1.250.000,00

(C) 1.050.000,00

(D) 750.000,00

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Contabilidade Decifrada – Simulado Módulo I - Resolução

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(E) 500.000,00

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Trata-se de uma questão extremamente simples. Para sua resolução faz-se

necessário – tão somente – o conhecimento da equação fundamental do patrimônio,

segundo a qual: Ativo (-) Passivo (=) PL. É necessário identificar, também, que o ativo é

definido pelo conjunto de bens e direitos da empresa.

No enunciado da questão foi dado o valor do ativo (referido como o total de bens e

direitos). Foi, ainda, dito que o passivo é composto apenas pelo passivo exigível (ou seja,

inexistem resultados de exercícios futuros) e que o passivo exigível corresponde a 2/5 (dois

quintos do valor do PL).

A partir dessas informações, é possível apurar o valor do PL, conforme memória de

cálculo a seguir:

Ativo 1.750.000,00 (-) Passivo exigível 2/5 * X(-) Patrimônio Líquido X

X = 1.250.000,00 X = 1.750.000,00 * 5/7

1.750.000,00 - [ 2/5 * X] = X1.750.000,00 = X + [2/5 * X]1.750.000,00 = 7/5 * X7/5 * X = 1.750.000,00

GABARITO

002 - B

5 Auditor-Fiscal do Município de São Paulo – ISS – 2007 (FCC)

ENUNCIADO

1. Em relação ao princípio contábil da Competência, é correto afirmar que

(A) o reconhecimento de despesas deve ser efetuado quando houver o efetivo

desembolso financeiro por parte da pessoa jurídica que efetuou o gasto.

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Contabilidade Decifrada – Simulado Módulo I - Resolução

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(B) uma despesa é considerada incorrida quando há um surgimento de um ativo,

sem o concomitante desaparecimento de um passivo.

(C) as perdas involuntárias de ativos por razões fortuitas ou por força maior não

devem ser computadas na apuração do resultado do exercício, porque não estão

correlacionadas com a realização de receitas.

(D) as receitas são consideradas realizadas, nas transações com terceiros, quando

estes efetuarem o pagamento.

(E) a extinção, mesmo que parcial, de um passivo, sem o desaparecimento

concomitante de um ativo, de valor igual ou maior, é considerada realização de receita.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Trata-se de uma questão teórica, cuja resolução demanda – tão somente – o

conhecimento do princípio fundamental de contabilidade da competência.

O Princípio da Competência é de máxima importância. Esse princípio determina

que as receitas e despesas devam ser incluídas na apuração do resultado do período em que

ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente do

recebimento ou do pagamento.

É de fundamental importância compreender a diferença entre o regime de

competência e o regime de caixa.

No regime de caixa, as receitas e despesas são reconhecidas no momento de seu

recebimento ou pagamento. Este regime é intuitivo freqüentemente utilizado por nós no

controle pessoal dos gastos.

No regime de competência, as receitas e despesas devem ser reconhecidas na

apuração do resultado do período a que pertencerem e, de forma simultânea, quando se

correlacionam. As despesas devem ser reconhecidas independentemente de seu pagamento

e as receitas somente quando de sua realização. Em outras palavras, no regime de

competência:

- uma despesa com o salário de um empregado é considerada a partir do

momento que este empregado efetua o serviço (ou, em outras palavras,

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Contabilidade Decifrada – Simulado Módulo I - Resolução

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quando ele coloca à disposição do patrão sua força de trabalho por um mês

inteiro – que é a prestação que ele prometeu cumprir), independentemente

do pagamento desta despesa somente ocorrer no mês seguinte;

- uma receita de venda de mercadorias é considerada a partir do momento

em que ocorre a venda independentemente do pagamento acontecer em

várias prestações.

O Princípio da Competência está determinado pelo art. 9o da Resolução CFC n°

750, de 1993, abaixo:

Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

§ 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE.

§ 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.

§ 3º As receitas consideram-se realizadas:

I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados;

II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;

III – pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros;

IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções.

§ 4º Consideram-se incorridas as despesas:

I – quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro;

II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;

III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

Visto o princípio em questão, passaremos à análise de cada assertiva do enunciado.

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Contabilidade Decifrada – Simulado Módulo I - Resolução

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(A) o reconhecimento de despesas deve ser efetuado quando houver o efetivo

desembolso financeiro por parte da pessoa jurídica que efetuou o gasto.

Errado. As receitas devem ser incluídas na apuração do resultado do período

em que ocorrerem, independentemente de recebimento.

(B) uma despesa é considerada incorrida quando há um surgimento de um ativo,

sem o concomitante desaparecimento de um passivo.

Errado. Ao contrário, a despesa é considerada incorrida quando há o

surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

(C) as perdas involuntárias de ativos por razões fortuitas ou por força maior não

devem ser computadas na apuração do resultado do exercício, porque não estão

correlacionadas com a realização de receitas.

Errado. Consideram-se incorridas as despesas pela diminuição ou extinção do

valor econômico de um ativo, independentemente de sua razão (perda voluntária ou

involuntária).

(D) as receitas são consideradas realizadas, nas transações com terceiros, quando

estes efetuarem o pagamento.

Errado. As receitas já podem ser consideradas realizadas, nas transações com

terceiros, quando estes assumirem compromisso firme de efetivar o pagamento, quer pela

investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela

fruição de serviços por esta prestados.

(E) a extinção, mesmo que parcial, de um passivo, sem o desaparecimento

concomitante de um ativo, de valor igual ou maior, é considerada realização de receita.

Correto, conforme art. 9o da Resolução, § 3o, II, da CFC n° 750, de 1993,

abaixo:

§ 3º As receitas consideram-se realizadas:

...

II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;

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GABARITO

001 - E

6 TRE – RJ – 2001 (FCC) ENUNCIADO

11 - Uma empresa utilizou 3 (três) critérios de custos diferentes para efetuar a

valoração de seus estoques nas últimas 3 (três) demonstrações financeiras, não

apresentando notas explicativas que elucidassem o porquê das alterações de seus critérios

contábeis. Portanto, a empresa não observou a seguinte convenção contábil:

a) consistência;

b) conservadorismo;

c) custo como base de valor;

d) materialidade;

e) objetividade.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Esta questão trata de situação relativa às Convenções, assim como foram

introduzidas em 1986, quando a Deliberação CVM nº 29, de 05/fevereiro/1986, aprovou o

Pronunciamento do IBRACON (atual Instituto dos Auditores Independentes do Brasil), que

por sua vez já o havia referendado, por ter sido elaborado originalmente pelo IPECAFI

(Instituto Brasileiro de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), da qual o IBRACON

é associado. Cumpre referir que, posteriormente, em 1993, foram editados os Princípios

Fundamentais de Contabilidade (Resolução CFC nº. 750 de 1993), que foram aprovados

por ato específico da CVM e do Banco Central. Citamos, a seguir a Convenção da

Consistência:

4. A Convenção da Consistência

Enunciado: "A Contabilidade de uma entidade deverá ser mantida de forma tal que os usuários das demonstrações contábeis tenham possibilidade de delinear a tendência da mesma com o menor grau de dificuldade possível..."

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Contabilidade Decifrada – Simulado Módulo I - Resolução

Luiz Eduardo Santos página 14 de 52

Esta convenção*, de grande importância na Contabilidade, deve também ser entendida à luz das restrições de entendimento por parte dos usuários da informação contábil.

Por um lado, deve ser entendido que os contadores deverão refletir bastante, antes de adotar determinado procedimento de avaliação, a fim de haver a maior seqüência possível de exercícios com a utilização dos mesmos procedimentos de avaliação. Isso não significa, contudo, que, mesmo ocorrendo mudanças nos cenários ou uma reflexão sobre a melhor utilização de outro critério, a Contabilidade deva, apenas para não alterar a seqüência, deixar de introduzir essa melhoria. Qualquer mudança de procedimento que seja material deverá ser claramente evidenciada em notas explicativas e os efeitos dela decorrentes, tanto sobre o balanço quanto sobre o resultado, devem ser mensurados e bem enunciados. Como complemento à possibilidade de avaliação de tendência, é fundamental que haja consistência, também, nos períodos abrangidos pelas demonstrações.

Por parte do usuário, deve ser entendido que a Contabilidade é uma linguagem especial e que nem todos podem, livremente, falar e escrever sem o auxílio de um intérprete (um técnico). Por mais que se procure preservar a clareza e a consistência de procedimentos. de um exercício para outro, para maior facilidade de acompanhamento por parte do usuário, não deve isto servir de pretexto para a estagnação na melhoria dos procedimentos, à luz das circunstâncias.

Nessa situação, verifica-se que a convenção em tela é a convenção da consistência.

GABARITO

A

7 AGERS/RS 1998 ENUNCIADO

Considere a representação gráfica do patrimônio em R$ em dois momentos.

Caixa 50 fornecedores 20mercadorias 20 credores 100imobilizado 150 capital social 100

220 220

"ANTES"Ativo Passivo e P. Líquido

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Contabilidade Decifrada – Simulado Módulo I - Resolução

Luiz Eduardo Santos página 15 de 52

Caixa 50 fornecedores 20Clientes 10 credores 100mercadorias 15 capital social 105imobilizado 150

225 225

"DEPOIS"Ativo Passivo e P. Líquido

Pode-se afirmar que o fato contábil ocorrido entre “ANTES” e “DEPOIS” é um

fato:

a) misto aumentativo;

b) permutativo;

c) misto diminutivo;

d) modificativo aumentativo;

e) modificativo diminutivo.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Para resolução da presente questão, é necessário conhecer os conceitos de (1)

patrimônio e (2) fato contábil.

Por patrimônio, entende-se o conjunto de bens e direitos (ativo) deduzido das

obrigações (passivo). Cumpre referir que a representação do patrimônio consiste em ativo,

passivo e na apresentação do valor de sua diferença – Patrimônio líquido.

Quanto a fatos contábeis, cabe colocar que são ocorrências que têm por efeito a

alteração do Patrimônio, seja ela qualitativa (troca de valores entre elementos do

patrimônio – bens, direitos ou obrigações) ou quantitativa (alteração do valor global do

patrimônio – aumento ou redução do valor dos [bens (+) direitos (-) obrigações] ).

Os Fatos Contábeis, acontecimentos que ALTERAM o patrimônio da empresa, se classificam em:

a) permutativos (qualitativos) ⇒ são Fatos que somente alteram bens,

direitos e obrigações como, por exemplo, a compra de mercadorias;

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Luiz Eduardo Santos página 16 de 52

b) modificativos (quantitativos) ⇒ são Fatos que alteram o Patrimônio

Líquido:

b.1) aumentativos (positivos) ⇒ são Fatos modificativos que aumentam o

Patrimônio Líquido como, por exemplo, uma receita de aluguel;

b.2) diminutivos (negativos) ⇒ são Fatos Modificativos que diminuem o

Patrimônio Líquido como, por exemplo, as despesas;

c) mistos ⇒ Fatos que, ao mesmo tempo, são

permutativos e modificativos, ou seja, há troca de elemento patrimonial com lucro ou

prejuízo:

c.1) aumentativos (positivos) ⇒ venda com lucro, por exemplo;

c.2) diminutivos (negativos) ⇒ venda com prejuízo, por exemplo.

Fatos Permutativos são aqueles que, conforme o próprio nome diz, representam

eventos do tipo em que acontece uma “troca” de valores entre elementos patrimoniais sem

modificação do tamanho do patrimônio (sem alteração do valor da diferença entre

bens/direitos e obrigações). Para ilustrar o conceito, faço uma alusão à situação de uma tia

minha, que fez operação plástica: ela retirou gordura da barriga e a enxertou nas bochechas,

nos lábios, nas nádegas e nas pernas. Repare que o “patrimônio” dela ficou do mesmo

tamanho, mudando apenas sua configuração. Esse também é o caso dos fatos permutativos

– há troca de valores entre os bens, os direitos e as obrigações, sem alteração do valor do

Patrimônio Líquido.

Fatos Modificativos são aqueles em que, não havendo troca de valores entre

elementos do patrimônio, há surgimento ou desaparecimento de um elemento que enseja o

aumento ou a diminuição do patrimônio (alteração do valor do Patrimônio Líquido). Para

didaticamente ilustrar o conceito, comparo o Fato Modificativo Aumentativo com a

operação plástica em que uma atriz (modelo e manequim) coloca silicone nos seios – repare

que, nesse caso, não há troca de valores entre elementos do “patrimônio”, mas há entrada

de um elemento novo no “patrimônio” da atriz, aumentando-o. Ainda, com fins meramente

didáticos, para ilustrar a idéia de Fato Modificativo Diminutivo, lanço mão da idéia da

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Luiz Eduardo Santos página 17 de 52

lipoaspiração. Com a lipoaspiração, há diminuição do “patrimônio”, pela saída da gordura

que é jogada fora, no lixo.

Finalmente, Fatos Mistos são aqueles que se enquadram (ao mesmo tempo) no

conceito de fato permutativo e modificativo. Nos Fatos Mistos há – concomitantemente –

uma troca de valores entre elementos do patrimônio e sua redução ou majoração por

entrada ou saída de um elemento novo.

No caso, há apresentação de patrimônio antes e depois da ocorrência de um fato

contábil. Iniciamos a análise pelos valores apresentados para o patrimônio líquido.

Repare que, entre esses dois momentos, há aumento do valor do patrimônio líquido

-PL- em R$ 5,00, conforme a seguir comentado: (1) inicialmente o PL é representado

unicamente pelo capital – ou seja, pelo valor aportado pelos sócios – no montante de R$

100,00; (2) após a ocorrência do fato, o PL é apresentado em seu total por R$ 105,00. Essa

situação é suficiente para afastar a possibilidade de ocorrência de um fato permutativo,

restando, portanto, apenas a possibilidade de ocorrência de fato modificativo aumentativo

ou misto aumentativo.

Continuando a análise do caso, é necessário considerar os conceitos de fato

modificativo aumentativo e de fato misto aumentativo.

No caso de fato modificativo aumentativo, ocorre – tão somente – o

surgimento/aumento de um ativo ou o desaparecimento/redução de um passivo, resultando

em acréscimo patrimonial, sem que ocorra, entretanto, troca de valores entre elementos do

ativo ou do passivo.

No caso de fato misto aumentativo, além do acréscimo patrimonial, ocorre troca de

valores entre elementos do ativo ou do passivo.

Finalmente, aplicando os conceitos aos dados da questão, podemos perceber que há

troca de valores entre elementos do ativo: (1) a conta mercadorias tem seu saldo reduzido

(de R$ 20,00 para R$ 15,00), enquanto (2) há aumento no saldo da conta clientes (de R$

0,00 para R$ 20,00). Dessa forma, verifica-se a ocorrência de fato misto aumentativo,

conforme alternativa (A).

GABARITO

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A

8 Auditor-Fiscal do Estado do Ceará – ESAF 2006 ENUNCIADO

62- No Plano de Contas da Empresa Valpeças e Acessórios S/A constam diversos

títulos contábeis, dos quais extraímos os seguintes, em ordem alfabética:

01 - CAIXA

02 - CAPITAL SOCIAL

03 - CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS

04 - DESPESAS DE ALUGUEL

05 - DUPLICATAS A PAGAR

06 - DUPLICATAS A RECEBER

07 - IMPOSTOS A RECOLHER

08 - LUCROS ACUMULADOS

09 - MERCADORIAS

10 - MÓVEIS E UTENSÍLIOS

11 - RECEITAS DE JUROS

12 - RECEITAS DE VENDAS

13 - RESERVA LEGAL

14 - SALÁRIOS E ORDENADOS

15 - VEÍCULOS

Analisando-se as contas acima de conformidade com a classificação técnica

indicada nas Teorias Personalista e Patrimonialista das Contas, respectivamente, pode-se

dizer que a relação contém

a) 06 Contas de Resultado e 09 Contas Patrimoniais.

b) 07 Contas Integrais e 08 Contas Diferenciais.

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c) 07 Contas de Consignatários e 08 Contas do

Proprietário.

d) 08 Contas do Proprietário e 05 Contas de Resultado.

e) 10 Contas Patrimoniais e 08 Contas do Proprietário.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

t. personalística t. materialística t. patrimonialística1 caixa ac consignatários integral patrimonial2 capital social pl proprietários diferencial patrimonial3 cmv d proprietários diferencial resultado4 desp aluguel d proprietários diferencial resultado5 duplicatas a pagar pc ag corresp a crédito integral patrimonial6 dup a receber ac ag corresp a débito integral patrimonial7 impostos a recolher pc ag corresp a crédito integral patrimonial8 lucros acumulados pl proprietários diferencial patrimonial9 mercadorias ac consignatários integral patrimonial

10 móveis e utensílios ap consignatários integral patrimonial11 receitas de juros r proprietários diferencial resultado12 receitas de vendas r proprietários diferencial resultado13 reserva legal pl proprietários diferencial patrimonial14 salários e ordenados d proprietários diferencial resultado15 veículos ap consignatários integral patrimonial

Totais 8 contas dos proprietários 7 contas integrais 10 contas patrimoniais4 contas dos consignatários 8 contas diferenciais 5 contas de resultado2 contas dos ag corresp a crédito1 conta dos ag corresp a débito

a questão pede respectivamente quantidade de contas segundo as teorias personalística e patrimonialística

a única alternativa que apresenta opções na ordem das teorias pedidas é a letra D, que está correta.

GABARITO

D

9 AFC – Analista de Controles e Finanças – CGU 2006 Enunciado

47- A empresa Yazimonte Industrial S/A levantou os seguintes saldos para o

balancete de 31/12/2005:

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Aluguéis Ativos R$ 500,00 Caixa R$ 1.800,00 Capital a Realizar R$ 2.000,00 Capital Social R$ 18.000,00 Clientes R$ 5.400,00 Custo das Mercadorias Vendidas R$ 2.500,00 Depreciação R$ 1.000,00 Depreciação Acumulada R$ 3.000,00 Despesas a Vencer R$ 200,00 Fornecedores R$ 9.000,00 Juros Passivos R$ 800,00 Mercadorias R$ 4.000,00 Móveis e Utensílios R$ 8.000,00 Prejuízos Acumulados R$ 600,00 Prov. p/Créd. de Liquid. Duvidosa R$ 600,00 Provisão para IR e CSLL R$ 1.000,00 Receitas a Receber R$ 300,00 Receitas de Vendas R$ 6.000,00 Salários R$ 1.500,00 Veículos R$ 10.000,00

Fazendo a correta classificação das contas acima, certamente, vamos encontrar

saldos devedores no valor de

a) R$ 31.900,00.

b) R$ 32.500,00.

c) R$ 38.100,00.

d) R$ 38.400,00.

e) R$ 39.200,00.

Resolução e comentários

A resolução dessa questão demanda a classificação das contas acima relacionadas

(com a respectiva natureza – devedora ou credora). Infelizmente, não há norma

determinando o significado dos nomes de contas contábeis, portanto a única maneira de

resolver a questão é a interpretação do texto – buscando o melhor significado para as

palavras utilizadas pelo examinador para referenciar as contas contábeis.

Na presente questão, apenas um ponto é de relevância: os nomes dados às contas

“Provisão para Créditos de liquidação duvidosa” e “Provisão para IR e CSLL” podem se

referir tanto a contas patrimoniais (de natureza credora) quanto a contas de resultado (de

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Contabilidade Decifrada – Simulado Módulo I - Resolução

Luiz Eduardo Santos página 21 de 52

natureza devedora). A melhor maneira para detectar a intenção do examinador é testar as

duas possíveis interpretações para classificação dessas contas e verificar que apenas a

primeira interpretação permite que o total de créditos seja idêntico ao total de débitos.

Portanto, para essa questão, as contas “Provisão para Créditos de liquidação

duvidosa” e “Provisão para IR e CSLL” serão consideradas como contas patrimoniais (de

natureza credora).

A seguir, encontra-se tabela com a classificação das contas e a apuração dos

respectivos saldos.

Conta Saldo Classificação débito crédito obs

Aluguéis Ativos R$ 500,00 c - 500,00

Caixa R$ 1.800,00 d 1.800,00 -

Capital a Realizar R$ 2.000,00 d 2.000,00 -

Capital Social R$ 18.000,00 c - 18.000,00

Clientes R$ 5.400,00 d 5.400,00 -

Custo das Mercadorias Vendidas R$ 2.500,00 d 2.500,00 -

Depreciação R$ 1.000,00 d 1.000,00 -

Depreciação Acumulada R$ 3.000,00 c - 3.000,00

Despesas a Vencer R$ 200,00 d 200,00 -

Fornecedores R$ 9.000,00 c - 9.000,00

Juros Passivos R$ 800,00 d 800,00 -

Mercadorias R$ 4.000,00 d 4.000,00 -

Móveis e Utensílios R$ 8.000,00 d 8.000,00 -

Prejuízos Acumulados R$ 600,00 d 600,00 -

Prov. p/Créd. de Liquid. Duvidosa R$ 600,00 c - 600,00 considerada conta patrimonial

Provisão para IR e CSLL R$ 1.000,00 c - 1.000,00 considerada conta patrimonial

Receitas a Receber R$ 300,00 d 300,00 -

Receitas de Vendas R$ 6.000,00 c - 6.000,00

Salários R$ 1.500,00 d 1.500,00 -

Veículos R$ 10.000,00 d 10.000,00 -

Total 38.100,00 38.100,00

Observação sobre as contas “depreciação” e “depreciação acumulada” – acima

referidas:

O assunto depreciação será visto em vários pontos do nosso curso (por motivos

didáticos, cada vez com mais profundidade): (1) quando do estudo dos lançamentos

contábeis, (2) quando do estudo das demonstrações contábeis e (3) em uma aula específica

sobre depreciação.

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Pois bem, feita esta breve introdução (a título de esclarecimento), vamos à questão

em si.

A depreciação é "a perda de valor de um bem, por uso, desgaste ou obsolescência".

Assim como nós (que envelhecemos e, com isso "perdemos valor"), os bens adquiridos por

uma empresa para uso, à medida que são usados perdem parte de seu valor original.

Seja um veículo adquirido por R$ 40.000,00 e considere que esse veículo tenha uma

vida útil de 5 anos. Nessas condições, seria razoável admitir que, a cada ano de uso do

veículo, 1/5 de seu valor original (20% - R$ 8.000,00) seriam perdidos. Ora, se - a cada

ano - perdemos o equivalente a R$ 8.000,00 (pelo "envelhecimento" do veículo), temos,

por ano, uma redução de patrimônio de R$ 8.000,00.

Lembrando os conceitos já vistos, redução de patrimônio é despesa. Portanto, a

depreciação é uma despesa (conta referenciada em vários planos de conta pelos termos

"despesa com depreciação" ou "despesa de depreciação" ou, ainda, simplesmente

"depreciação"). Como toda despesa tem natureza devedora, temos que a conta

"depreciação" tem natureza devedora.

Vista a natureza da conta "depreciação", vamos passar à análise da conta

"depreciação acumulada".

Voltando ao exemplo de nosso veículo, cujo valor original proposto foi de R$

40.000,00, ao final do primeiro ano de uso, temos uma depreciação de R$ 8.000,00. Assim,

o valor original do veículo deveria ser reduzido para R$ 32.000,00: R$ 40.000,00 (-) R$

8.000,00 (=) 32.000,00. Mas isso não acontece, porque, se acontecesse, estaríamos

descumprindo o princípio do Registro pelo valor original. Não se altera impunemente o

valor original do elemento patrimonial, porque o usuário da informação contábil, ao ver um

veículo de valor R$ 32.000,00 entenderia que ele foi comprado por R$ 32.000,00 e não

entenderia o que aconteceu: que o veículo foi comprado por R$ 40.000,00 e que ele perdeu

R$ 8.000,00 por uso.

Para solucionar esse problema, é utilizada a conta "depreciação acumulada". A

conta "depreciação acumulada" tem por função registrar o ônus (de R$ 8.000,00) que o

patrimônio de nossa empresa é obrigado a carregar por ter sido adquirido um bem por R$

40.000,00, mas que somente vale patrimonialmente o equivalente a R$ 32.000,00.

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Ora, um ônus que o patrimônio é obrigado a carregar tem a natureza de um passivo

(portanto é conta credora). Tecnicamente, a conta "Depreciação Acumulada" tem natureza

de passivo e funcionamento de passivo, mas - para fins de clareza, na apresentação do

patrimônio - é registrada junto com às contas de ativo e com sinal contrário (trata-se de

conta retificadora - ou redutora - do ativo).

Repetindo, a conta "depreciação acumulada" é conta retificadora do ativo, porque,

consistindo em um ônus, tem: (1) natureza de passivo - credora; (2) funcionamento de

passivo - aumenta por créditos e reduz por débitos; mas (3) registro no ativo, com sinal

contrário.

Esse é o motivo pelo qual a conta "depreciação" tem saldo devedor e a conta

"depreciação acumulada" tem saldo credor.

Esquematicamente, poderíamos dizer que:

(1) na compra do veículos, temos um bem:

==> veículos R$ 40.000,00

(2) após seu uso, por um ano, temos:

a) um veículo representado da seguinte maneira:

==> veículos R$ 40.000,00

(-) depreciação acumulada (R$ 8.000,00)

-----------------

(=) R$ 32.000,00

e

b) uma redução do patrimônio represendada da seguinte maneira

==> despesa de depreciação R$ 8.000,00

Aplicando esses conceitos aos dados da questão, temos:

==> veículos R$ 10.000,00

(-) depreciação acumulada (R$ 3.000,00)

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-----------------

(=) R$ 7.000,00

e

==> depreciação R$ 1.000,00

Isso quer dizer que, neste ano, perdemos R$ 1.000,00 por uso do veículo e que em

anos anteriores já havia sido perdido mais R$ 2.000,00 (totalizando R$ 3.000,00 a título de

depreciação acumulada).

Esse conceito será MUITO BEM VISTO adiante neste curso (com os lançamentos,

com os cálculos, com referência à base normativa aplicável e com exemplos didáticos),

mas, por enquanto, penso que essa colocação é o que pode ser didaticamente colocado.

Gabarito – c

10 Auditor-Fiscal da Receita Federal - 2000

Enunciado

42 – A firma Duplititus opera com vendas a prazo alternando a cobrança em carteira

e em bancos, mediante desconto de duplicatas. Em primeiro de abril mantinha as

duplicatas de sua emissão números 03, 05 e 08 em carteira de cobrança e as de números

04, 06 e 07, descontadas no banco. Cada uma dessas letras tinha valor de face de R$ 60,00,

exceto a de número 07, cujo valor era de R$ 70,00.

Durante o mês de abril ocorreram os seguintes fatos

vendas a prazo com emissão da duplicatas 09, 10 e 11 (3x50) 150,00

vendas a vista mediante notas fiscais 200,00

desconto bancário das duplicats 09 e 10 100,00

recebimento em carteira das duplicatas 03 e 05 120,00

devolução pelo banco da duplicata 04, sem cobrar 60,00

recebimento pelo banco da duplicata 07 70,00

com essas informações podemos concluir que, após a contabilização, o saldo final

das contas Duplicata a Receber e Duplicatas Descontadas será, respectivamente de:

a) R$ 160,00 e R$ 330,00

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b) R$ 2000,00 e R$ 220,00

c) R$ 330,00 e R$ 160,00

d) R$ 140,00 e R$ 160,00

e) R$ 330,00 e R$ 220,00

Resolução e comentários

A conta DUPLICATAS A RECEBER registra os valores a receber oriundos das

atividades básicas da empresa com relação a seus clientes. As duplicatas a receber surgem

das operações normais da empresa, pela venda a prazo de mercadorias ou serviços,

representando um direito a cobrar de seus clientes.

As duplicatas e contas a receber de clientes estão diretamente relacionadas com as

receitas da empresa, devendo ser contabilmente reconhecidas somente por mercadorias

vendidas ou por serviços executados, de acordo com o princípio da competência. Devem

ser creditadas (baixadas) somente pelas cobranças feitas, mercadorias devolvidas ou

descontos comerciais e abatimentos feitos até aquela data, bem como pelo registro de

perdas por impossibilidade do recebimento do respectivo valor.

A operação de desconto de duplicatas tem o efeito econômico de uma operação de

“empréstimo” tomado pela empresa em que a cobrança da duplicata funciona como uma

garantia da quitação do “empréstimo” tomado. Assim, não faz a menor diferença se a

duplicata foi objeto de operação de desconto ou não, ela continua no ativo da empresa até

seu pagamento pelo cliente.

Assim, basta controlar as duas contas – com razonetes em “T”, lembrando que:

- a venda a prazo gera débitos em duplicatas a receber e o recebimento créditos na

mesma conta;

- por outro lado, a operação de desconto de duplicatas gera crédito na conta

duplicatas descontadas e a quitação da operação junto ao banco gera débitos na

mesma conta.

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3 60,00 60,00 3 4 60,00 60,00 44 60,00 60,00 5 7 70,00 60,00 65 60,00 70,00 7 70,00 76 60,00 50,00 97 70,00 50,00 108 60,00 total déb. 130,00 290,00 total créd.9 50,00 160,00 saldo

10 50,00 11 50,00

total déb. 520,00 190,00 total créd.saldo 330,00

Duplicatas a receber Duplicatas descontadas

Gabarito – C

11 Auditor-Fiscal do Município de São Paulo – ISS – 2007 (FCC)

ENUNCIADO

3. A devolução pelo banco de uma duplicata descontada, cujo pagamento não foi

honrado pelo devedor, deve ser contabilizada na escrituração da empresa emitente a débito

da conta

(A) Bancos Conta Movimento.

(B) Duplicatas a Receber.

(C) Duplicatas a Pagar.

(D) Duplicatas Descontadas.

(E) Perdas de créditos.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Trata-se de uma questão cuja resolução demanda o conhecimento das operações

com duplicatas, especificamente o conceito de duplicata e a operação de desconto de

duplicatas.

A Duplicata é um título de crédito que tem por causa a venda de bens ou serviços a

prazo. A duplicata é emitida pelo vendedor e, após aceita pelo comprador, dá àquele o

direito de exigir deste o pagamento do valor constante do título.

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Contabilidade Decifrada – Simulado Módulo I - Resolução

Luiz Eduardo Santos página 27 de 52

Contextualizando a operação de desconto de duplicatas, no âmbito das atividades

normais de uma empresa, podemos identificar sua ocorrência quando a empresa necessita

de dinheiro (para uma compra, um investimento ou, simplesmente, para honrar seus

compromissos), situação similar àquela que enseja a ocorrência de um empréstimo. Nessa

situação, portanto, a empresa poderia ir até uma instituição financeira e contratar, com ela,

um empréstimo.

O empréstimo é uma operação muito simples do ponto de vista patrimonial: surge

valor no elemento patrimonial Bancos (Ativo) e, ao mesmo tempo, surge uma obrigação, no

patrimônio, registrada no elemento patrimonial Empréstimos Bancários (Passivo). Assim,

no momento da contratação do empréstimo, teríamos débito na conta Bancos e crédito na

conta Empréstimos Bancários.

Ocorre que a instituição financeira que está concedendo o empréstimo, não o faz de

forma graciosa, ELA COBRA POR ISSO! Dessa forma, ao longo do tempo, contratado, do

empréstimo, vão incidir juros (remuneração do dinheiro – o valor do dinheiro no tempo).

Esses juros aumentarão a obrigação de pagamento, por parte da empresa, resultando em um

motivo de redução do patrimônio da empresa, e serão registrados como despesas.

Como a finalidade das empresas em geral é o lucro, quanto menores forem os juros

dela cobrados, melhor. Assim, a empresa busca – sempre – alternativas de captação de

recursos baratos. Uma dessas alternativas é o Desconto de Duplicatas. Para que se possa

entender claramente essa operação, é proposta, didaticamente, a seguir, uma breve

recordação dos conceitos atinentes à conta Duplicatas a Receber.

A conta DUPLICATAS A RECEBER registra os valores a receber oriundos das

atividades básicas da empresa com relação a seus clientes. Em outras palavras, as

duplicatas a receber surgem das operações normais de venda a prazo de mercadorias ou

serviços, realizadas pela empresa, e representam um direito a cobrar de seus clientes, pelas

vendas a prazo realizadas. Pelo regime de competência, o direito de exigir valores de

clientes somente surge com a ocorrência da venda – “o momento mágico” – em que é

auferida, pela empresa, a Receita Bruta de Vendas. Dessa maneira, as Duplicatas a Receber

somente devem ser contabilmente reconhecidas no momento em que houver mercadorias

vendidas ou serviços executados. Por outro lado, as Duplicatas a Receber somente devem

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Luiz Eduardo Santos página 28 de 52

ser creditadas (baixadas) pelas cobranças feitas, com os respectivos abatimentos, ou – ainda

– pelas mercadorias devolvidas, bem como pelo registro de perdas por impossibilidade do

recebimento do respectivo valor.

Recordado o conceito de Duplicatas a Receber, e seu comportamento na vida

patrimonial das empresas, vamos analisar a operação de Desconto de Duplicatas.

A operação de Desconto de Duplicatas, apesar de seu nome não evocar a idéia de

empréstimo, tem o efeito econômico de uma operação de “empréstimo” tomado pela

empresa, com a peculiaridade de que o pagamento do valor da duplicata (pelo cliente)

funciona como uma garantia da quitação do “empréstimo” tomado (pela empresa junto ao

banco). Assim, com mais garantias, o risco é menor e – conseqüentemente – a taxa de juros

é menor, portanto, as despesas financeiras são menores do que aquelas típicas de um

empréstimo qualquer.

A operacionalização dessa operação é a seguinte: (1) o banco entrega à empresa um valor;

(2) a empresa entrega ao banco Duplicatas de sua titularidade, para que o banco faça

a respectiva cobrança (sempre em nome da empresa)2, a empresa mantém – no entanto – a

titularidade das duplicatas;

(3) a empresa dá a Duplicata em Garantia do “empréstimo”, e, assim:

(3.a) caso o cliente pague o valor da duplicata, o banco, com o valor

recebido pela duplicata, pode quitar a obrigação da empresa (por ela assumida, ao

contratar a operação de Desconto de Duplicatas e receber o respectivo valor);

(3.b) caso o cliente não pague o valor da duplicata, o banco pode (conforme

autorização expressa da empresa – geralmente constante do instrumento que

formalizou a operação de Desconto de Duplicatas), cobrar – retirar – diretamente da

2 Importante! Apesar de fisicamente a empresa entregar a(s) Duplicata(s) ao banco, ela não perde sua titularidade, essa entrega de título (endosso) é com a expressa determinação de que o banco faça a cobrança da duplicata em nome da empresa (endosso mandato). Por isso, a Duplicata, apesar de estar fisicamente com o banco, continua fazendo parte do patrimônio da empresa. Assim, não faz a menor diferença se a duplicata foi objeto de operação de desconto ou não, ela continua no ativo da empresa até seu pagamento pelo cliente.

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Luiz Eduardo Santos página 29 de 52

conta corrente da empresa o valor de sua obrigação e devolver a duplicata para que

a empresa (que sempre foi a titular) tente receber o valor do cliente.

Repare que aí há uma diferença entre o valor que o banco entrega a seu cliente (à

empresa), e o valor que a empresa fica obrigada a pagar ao banco. A diferença é devida aos

encargos bancários decorrentes da transação (o serviço de cobrança da duplicata, a

formalização da operação e os juros embutidos no valor do “empréstimo”). Essa diferença

reduz o patrimônio e, portanto, deve ser registrada como despesa.

Vistos os conceitos teóricos necessários à resolução da questão, passaremos à sua

resolução propriamente dita. No caso, houve desconto de duplicatas, porém o cliente não

entregou ao banco o valor relativo à quitação da duplicata descontada. Assim, o banco, não

recebendo o valor do cliente, que permitiria, conforme definido no contrato de “Desconto

de Duplicatas”, o “encontro de contas” – quitação da obrigação (da empresa para com o

banco) mediante a utilização do valor entregue ao banco pelo cliente, cobra da empresa o

valor.

A empresa, portanto, perde uma parte dos depósitos mantidos em sua conta

corrente. Isso porque, conforme – geralmente – consta do contrato, ela já autorizou que o

banco retirasse de sua conta corrente o valor objeto da operação de desconto de duplicatas.

Isso revela uma verdade inexorável, com relação à operação de desconto de duplicatas: (1)

a obrigação da empresa junto ao banco – Duplicatas Descontadas – deve ser quitada, em

última análise, pela empresa; e (2) a obrigação do cliente para com a empresa deve ser

exigida pela empresa, que é a titular do direito Duplicatas a Receber.

Em outras palavras, o banco devolve a Duplicata descontada como quem diz: (1)

“toma que o filho é teu” e, conforme vimos, a duplicata é de titularidade da empresa mesmo

e (2) “pague o que é meu” e, conforme vimos, a obrigação de pagar pela operação de

desconto é da empresa mesmo.

Nessa situação, o lançamento é o seguinte:

D = duplicatas descontadas

C = a bancos conta movimento

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Pelo lançamento acima, verifica-se que a conta debitada foi a conta “Duplicatas

descontadas”, conforme alternativa (D).

GABARITO

003 - D

12 AFC – Analista de Controles e Finanças – CGU 2006

Enunciado

45- Ao contabilizar o pagamento de uma dívida já vencida no valor de R$8.000,00,

efetuado com juros moratórios de 11%, o Contador deverá realizar o seguinte lançamento:

a) Bancos conta Movimento

a Diversos

a Fornecedores 8.000,00

a Juros Passivos 880,00 8.880,00.

b) Diversos

a Bancos conta Movimento

Fornecedores 8.000,00

Juros Passivos 880,00 8.880,00.

c) Fornecedores

a Diversos

a Bancos conta Movimento 8.000,00

a Juros Passivos 880,00 8.880,00.

d) Bancos conta Movimento

a Diversos

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Luiz Eduardo Santos página 31 de 52

a Fornecedores 7.120,00

a Juros Passivos 880,00 8.000,00.

e) Diversos

a Bancos conta Movimento

Fornecedores 7.120,00

Juros Passivos 880,00 8.000,00.

Resolução e comentários

Antes de mais nada, cumpre referir que o enunciado dessa questão é ambíguo. Sua

leitura não permite saber se a dívida seria (originalmente) de R$ 8.000,00 ou se o

pagamento (que quitou a dívida e os juros passivos) seria de R$ 8.000,00. Existe somente

uma maneira de resolver a questão sem dúvidas: resolver das duas maneiras e verificar nas

alternativas aquela cuja resposta corresponda a uma e apenas uma assertiva.

A primeira interpretação (de que a dívida seria de R$ 8.000,00) implica um valor de

juros passivos de R$ 880,00 (11% da dívida) e o lançamento correspondente seria

exatamente aquele proposto na alternativa “B”:

Diversos

a Bancos conta Movimento

Fornecedores 8.000,00

Juros Passivos 880,00 8.880,00.

A segunda interpretação (de que o pagamento seria de R$ 8.000,00) implica uma

dívida de R$ 7.207,21 e um valor de juros passivos de R$ 792,79 (11% da dívida) e o

lançamento correspondente a seguir apresentado não se encontra entre as opções do

enunciado:

Diversos

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a Bancos conta Movimento

Fornecedores 7.207,21

Juros Passivos 792,79 8.000,00.

Gabarito - b

13 Auditor Municipal do Recife – 2003 (ESAF) ENUNCIADO

40- Considerando o Método das Partidas Dobradas, assinale a única opção correta.

a) Para cada fato contábil, teremos um registro indicando que, para cada débito,

haverá um ou mais créditos de igual valor, ou ainda, para cada aplicação, haverá uma ou

mais origens de igual valor.

b) O Método garante o equilíbrio entre as receitas e as despesas, em respeito ao

princípio da continuidade da Entidade, no tempo, considerando que o mais importante é

que a empresa continue funcionando.

c) Representa uma duplicidade de lançamentos, pois um valor contábil deve ser

dividido por dois para localizar o valor correto. Esta é a razão de ser muito pouco utilizado.

d) É um método de cálculo relacionado com as definições de Fatura e Duplicata,

quando da emissão das notas fiscais pela venda de mercadorias, ou seja, emite-se a fatura e

a duplicata será cobrada.

e) Esse método só foi aplicado pelos mercadores de Veneza no século XIV.

Atualmente ele só faz parte da história da evolução contábil, porque o método utilizado

atualmente é o direto.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Trata-se de uma questão teórica, cuja resolução demanda apenas o conhecimento do

método das partidas dobradas. A regra denominada regra das partidas dobradas

determina que: Para todo débito haverá um crédito de igual valor.

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O modelo contábil considera que cada aumento ou diminuição do valor de qualquer

elemento do patrimônio possui uma causa em um outro elemento do patrimônio, este é o

cerne do sistema de débitos e créditos dos lançamentos contábeis.

Com objetivo exclusivamente didático, podemos parodiar Milton Friedmann3, que

afirmava “não existe almoço gratuito”, ou seja, não existe a possibilidade de se receber algo

sem que isto tenha tido um motivo – uma origem. Transferindo essa idéia para o

patrimônio, temos que: sempre que aparecer um novo item no patrimônio, ele não

aparece como “geração espontânea”, mas ele veio de algum lugar – no caso, de um

outro elemento do patrimônio.

Portanto, para cada centavo aplicado em um elemento do patrimônio, deverá ser

identificado outro elemento deste patrimônio de onde este valor tenha se originado.

Assim, podemos entender o débito como “aplicação de valor em um elemento do

patrimônio” e o crédito como “a origem desse valor”.

A partir dessa definição, analisaremos – em separado – cada uma das assertivas da

questão.

a) Para cada fato contábil, teremos um registro indicando que, para cada débito,

haverá um ou mais créditos de igual valor, ou ainda, para cada aplicação, haverá uma ou

mais origens de igual valor.

Certo, conforme considerações apresentadas acima.

b) O Método garante o equilíbrio entre as receitas e as despesas, em respeito ao

princípio da continuidade da Entidade, no tempo, considerando que o mais importante é

que a empresa continue funcionando.

Errado. Não há necessidade de equilíbrio entre receitas e despesas; ao

contrário, é justamente a diferença entre receitas e despesas que enseja o lucro – objetivo

da maioria das aziendas-empresas.

3 Milton Friedman, economista da escola de Chicago – ganhador do prêmio Nobel – que ficou famoso pela frase “There's no such thing as a free lunch” (traduzida – de forma livre – por: não existe almoço gratuito), ou seja, para tudo há um preço – e um motivo.

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Luiz Eduardo Santos página 34 de 52

c) Representa uma duplicidade de lançamentos, pois um valor contábil deve ser

dividido por dois para localizar o valor correto. Esta é a razão de ser muito pouco utilizado.

Errado. Esse método é O MÉTODO UTILIZADO NA TOTALIDADE DOS

LANÇAMENTOS CONTÁBEIS.

d) É um método de cálculo relacionado com as definições de Fatura e Duplicata,

quando da emissão das notas fiscais pela venda de mercadorias, ou seja, emite-se a fatura e

a duplicata será cobrada.

Errado. Não é um método de cálculo, mas sim de registro de fatos contábeis.

e) Esse método só foi aplicado pelos mercadores de Veneza no século XIV.

Atualmente ele só faz parte da história da evolução contábil, porque o método utilizado

atualmente é o direto.

Errado. Esse método é – até hoje – utilizado NO MUNDO INTEIRO.

De acordo com o que foi exposto acima, verifica-se que a alternativa correta é a de

letra (A).

GABARITO

40 – A

14 Agente Fiscal de Tributos Municipais – Pref. Teresina – 2001 (ESAF)

ENUNCIADO

47- Assinale a opção que completa corretamente a expressão:

Na atividade empresarial ...

a) os débitos da entidade titular do patrimônio são creditados em contas

patrimoniais.

b) os créditos da entidade titular do patrimônio são creditados em contas

patrimoniais.

c) os custos e ingressos do período deverão ser debitados em contas do resultado do

exercício.

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d) os estoques finais de mercadorias devem ser avaliados a preço de custo ou de

mercado, se este for maior.

e) a classificação dos débitos e créditos em curto e longo prazo deve obedecer a

duração do exercício social ou do ciclo operacional, se este for menor.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Trata-se de uma questão teórica, cuja resolução demanda o conhecimento dos

conceitos de débito e crédito: (1) tanto no que diz respeito ao sistema de registro contábil de

valores de elementos patrimoniais, (2) quanto no sentido ordinário – débito como dívida e

crédito como direito. Para resolução da questão, é também necessário conhecer o critério

de avaliação de estoques e de segregação de ativos a curto e longo prazos (AC e ARLP).

O débito representa uma aplicação, de um valor, em um elemento do patrimônio.

Quando, por exemplo, se adquire um móvel para pagamento a prazo, para o registro desse

fato, deve ser APLICADO um valor na conta Móveis. Assim, encarando o DÉBITO como

a aplicação de valor em um elemento do patrimônio, deduz-se – sem dificuldades – que o

débito aumenta o valor de ativos e reduz o valor de passivos.

O crédito representa a origem do valor que foi aplicado em um elemento do

patrimônio. Analisando o mesmo exemplo, quando se adquire um móvel a prazo, vimos

que há uma aplicação de valor no elemento patrimonial móveis (débito na conta móveis),

mas de onde teria vindo o valor aplicado no elemento patrimonial móveis? Como resposta,

temos que, a origem da aplicação feita na conta móveis foi a obrigação de se pagar este

valor ao fornecedor (contraindo a obrigação de pagar ao fornecedor, adquirimos a

possibilidade de aplicar um valor no elemento patrimonial móveis). Assim, encarando o

CRÉDITO como a origem do valor aplicado em um elemento do patrimônio, deduz-se –

sem dificuldades – que o crédito aumenta o valor de passivos e reduz o valor de ativos.

Quanto à avaliação de estoques, cabe fazer referência ao art. 183 da Lei das S/A,

abaixo reproduzido, em parte:

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:

...

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II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior;

Quanto ao termo divisório entre ativo circulante e ativo realizável a longo prazo,

temos que, de acordo com o disposto no art. 179 da Lei da S/A, no balanço patrimonial, o

ativo circulante será composto por bens ou direitos realizáveis no exercício seguinte,

conforme abaixo:

Ativo

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;

Serão classificáveis no Ativo Realizável a Longo Prazo contas da mesma natureza

daquelas classificáveis no Ativo Circulante. Entretanto, tais contas têm a especial

característica de que sua realização, certa ou provável, somente ocorrerá após o término do

exercício seguinte. Essa situação enseja, normalmente, a realização num prazo superior a

um ano a partir da data do balanço, nos termos do art. 179 da Lei das S/A a seguir

reproduzido – em parte:

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

...

II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, ...;

Uma exceção, na utilização período relativo ao exercício social como critério para

classificação de bens e direitos – alternativamente – no Ativo Circulante ou no Ativo

Realizável a Longo Prazo, encontra-se nas empresa cujo ciclo operacional (prazo

compreendido entre o início de uma operação e seu término) tiver duração maior do que o

exercício. Nesse caso, o termo divisório entre o Ativo Circulante e o Ativo Realizável a

Longo Prazo não é o exercício social, mas sim o ciclo operacional, nos termos do art. 179,

Parágrafo único, da Lei das S/A, a seguir:

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

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Luiz Eduardo Santos página 37 de 52

...

Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.

Assim, nas empresas em que o ciclo operacional tiver duração maior do que um

exercício social, a classificação no circulante ou no longo prazo terá por base o prazo desse

ciclo operacional (e não o prazo do exercício social – 1 ano). São poucas as empresas em

que o ciclo operacional é superior ao exercício social, como exemplo, podemos citar os

estaleiros navais e as empresas que constroem turbinas geradoras para usinas hidroelétricas.

Vistos os conceitos necessários, passaremos à resolução da questão propriamente

dita, mediante a análise de cada uma das assertivas do enunciado.

a) os débitos da entidade titular do patrimônio são creditados em contas

patrimoniais.

Correto. Os débitos (no sentido de dívidas) da entidade titular do patrimônio

(ou seja, as dívidas da empresa) representam passivos e, quando do seu surgimento, são

registradas a crédito.

b) os créditos da entidade titular do patrimônio são creditados em contas

patrimoniais.

Errado. Os créditos da entidade representam ativos (direitos) e, assim, são

registrados a débito.

c) os custos e ingressos do período deverão ser debitados em contas do resultado do

exercício.

Errado. Os custos devem ser registrados a débito em contas de resultado;

porém os ingressos do período são registrados a débito em contas patrimoniais.

d) os estoques finais de mercadorias devem ser avaliados a preço de custo ou de

mercado, se este for maior.

Errado. Os estoques de mercadorias devem ser avaliados a preço de custo ou

de mercado, se este for menor.

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e) a classificação dos débitos e créditos em curto e longo prazo deve obedecer a

duração do exercício social ou do ciclo operacional, se este for menor.

Errado. O ciclo operacional é utilizado como termo divisório do circulante em

relação ao realizável a longo prazo caso esse seja maior do que o exercício social.

GABARITO

47 - A

15 AFC – Analista de Controles e Finanças – CGU 2006

Enunciado

41- Pedro Miguel da Silva e Márcio Elias são proprietários de pequena indústria de

laticínios e utilizam dois veículos em sua atividade, sendo um, no valor de R$ 15.000,00,

em nome da empresa e outro, no valor de R$ 18.000,00, em nome de Pedro Miguel que por

ele recebe da empresa o aluguel mensal de R$ 500,00.

A empresa adota estimativa de cinco anos de vida útil para veículos e contabiliza

depreciação mensal pelo método linear, embora as condições citadas já perdurem desde o

exercício de 2004.

Em 31 de dezembro de 2005, se tiver observado o Princípio Contábil da Entidade, a

empresa deverá ter contabilizado no exercício de 2005 despesas de depreciação no valor de

a) R$ 3.000,00.

b) R$ 4.200,00.

c) R$ 6.600,00.

d) R$ 7.800,00.

e) R$ 9.000,00.

Resolução e comentários

A resolução da presente questão demanda o conhecimento de três conceitos básicos,

a saber:

- o Princípio da Entidade;

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- a identificação do patrimônio da empresa;

- o cálculo da despesa com depreciação.

Pelo princípio da Entidade, temos que o Patrimônio dos Sócios não se confunde com o Patrimônio da Empresa, conforme determinado pelo art. 4o da Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo:

“Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.”

Disso, conclui-se que somente o veículo que está em nome da empresa faz parte de

seu patrimônio. Quanto ao outro veículo (em nome de Pedro Miguel), ele faz parte do

patrimônio daquele sócio e, conseqüentemente, não compõe o patrimônio da empresa.

Visto o princípio da Entidade, podemos concluir que, no patrimônio da empresa está

presente apenas o veículo de R$ 15.000,00, conforme representado na figura abaixo.

Bens e Direitos ... Obrigações ...

Veículos 15.000,00

Capital ...

Ativo Passivo

------------------------------------------- Patrimônio Líquido

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Conhecido o patrimônio da empresa, vamos ao conceito de Depreciação. O

conceito de depreciação é, técnica e rigorosamente, apresentado como perda do valor de

um bem por uso, desgaste ou obsolescência.

De uma forma simples, (1) partimos da vida útil da máquina (período de tempo –

em número de anos – que, se espera, a máquina funcione) e consideramos que o valor

patrimonial será reduzido, de forma linear, no percentual calculado quociente (1/vida útil) –

esse percentual é denominado taxa de depreciação. No caso, como foi dado que a vida útil

do equipamento seria de 5 anos, o percentual (taxa de depreciação) é calculado em 1/5 =

20% ao ano.

Ora, aplicando-se o percentual de 20% sobre o valor do Veículo (R$ 15.000,00),

apuramos o quanto foi perdido, em termos de valor patrimonial, por uso, desgaste ou

obsolescência durante o ano: R$ 15.000,00 * 20% = R$ 3.000,00.

O lançamento relativo à depreciação acima apurada é o seguinte:

D = Despesa com Depreciação

C = a Depreciação Acumulada 3.000,00

Gabarito - a

16 Auditor Fiscal do Tesouro Nacional – AFTN – 1998 (antiga denominação do cargo de AFRF)

Enunciado

01- A empresa Jasmim S/A, cujo exercício social coincide com o ano-calendário,

pagou, em 30/04/97, o prêmio correspondente a uma apólice de seguro contra incêndio de

suas instalações para viger no período de 01/05/97 a 30/04/98. O valor pago de R$

30.000,00 foi contabilizado como despesa operacional do exercício de 1997. Observando o

princípio contábil da competência, o lançamento de ajuste, feito em 31.12.1997, provocou,

no resultado do exercício de 1998, uma

a) Redução de R$ 10.000,00

b) Redução de R$ 30.000,00

c) Redução de R$ 20.000,00

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d) majoração de R$ 20.000,00

e) majoração de R$ 10.000,00

Resolução e comentários

Essa é uma questão cuja resolução demanda do conhecimento do regime de

competência e das operações de seguro.

Pelo regime de competência, as despesas devem ser registradas somente quando

incorridas (independentemente de seu pagamento) – considera-se incorrida uma despesa no

momento em que ocorre o fato que determina a redução do patrimônio, o que nem sempre

ocorre no momento do pagamento.

Esse é o caso da contratação de uma apólice de seguro pelo período de 12 meses

com pagamento à vista. No momento do pagamento, não há (pelo regime de competência)

possibilidade de se registrar qualquer despesa, pois não houve redução do patrimônio: a

empresa, ao pagar pelo seguro, adquiriu o direito (ativo) de ter suas instalações garantidas

contra incêndio por 12 meses e esse direito tem exatamente o mesmo valor do pagamento

efetuado. A despesa somente vai ocorrer à medida que o direito de ter as instalações

garantidas contra incêndio for sendo utilizado – pelo transcorrer dos meses.

Vistos os conceitos básicos, analisaremos o caso em tela.

1) É dado da questão que foi efetuado um lançamento errado em 30/04

D = despesas de seguro

C = a caixa 30000

2) esperava-se o registro do lançamento correto em 30/04, abaixo representado para

fins de clareza, que, contudo, não ocorreu.

D = seguros a vencer

C = a caixa 30000

3) Caso tivesse sido efetuado o lançamento correto, pelo princípio da competência,

ao final do ano, teria sido apropriada como despesa do período apenas 8/12 deste valor.

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Luiz Eduardo Santos página 42 de 52

Abaixo, apresentamos, apenas para fins didáticos, o lançamento esperado para o registro da

despesa incorrida no período.

D = despesas de seguro

C = a seguros a vencer 20000

4) O erro ocorrido acarreta, em relação aos lançamentos corretos esperados, as

seguintes conseqüências em 31/12/97:

- despesa registrada a maior (30000, quando o correto seria 20000);

- falta do registro do ativo “seguros a vencer”, no valor de 10000, que somente

seria apropriado como despesa em 1998.

5) Assim, em 31/12/1997, o lançamento de ajuste somente poderia ser o seguinte:

D = seguros a vencer 10000

C = a despesas de seguro 10000

6) Como o lançamento de ajuste resultou no registro do ativo “seguros a vencer”, no

ano seguinte, tal ativo deverá ser realizado. Assim, deverá ser apropriada a despesa relativa

a apropriação de “seguros a vencer”, reduzindo o resultado de 1998 em 10.000,00 (quando

comparando-o àquele que seria registrado caso não tivesse sido realizado o lançamento de

ajuste em 31/12/1997).

Gabarito – A

17 Auditor Municipal do Recife – 2003 (ESAF) ENUNCIADO

46- A empresa Ômega Ltda. determinou ao Banco do Brasil que protestasse um

título, que estava em seu poder para cobrança, no valor de R$ 20,00; não suficiente,

envidou esforços judiciais sem sucesso.

A venda que originou o título havia acontecido no exercício anterior. Ao final do

exercício anterior, a empresa possuía o seguinte Balanço Patrimonial:

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Valores em R$ATIVOAtivo Circulante 130,00 Disponibilidades 10,00 Caixa e Bancos 10,00 Realizável a Curto Prazo 120,00 Duplicatas a Receber 100,00 Devedores Duvidosos (30,00) Estoques 50,00 Ativo Permanente 80,00 Imobilizado 100,00 Depreciação acumulada (20,00) Ativo Total 210,00 PASSIVOPassivo Circulante 80,00 Fornecedores 80,00 Patrimônio Líquido 130,00 Capital Social 80,00 Reserva Legal 10,00 Lucros Acumulados 40,00 Total do Passivo 210,00

O registro contábil da operação, de baixa do título, está presente na única opção

correta. Assinale-a.

Contas Débito Créditoa) Despesas com Títulos Incobráveis

a Duplicatas Descontadas 20,00 20,00

b) Devedores Duvidososa Duplicatas a Receber 20,00 20,00

c) Despesas com Títulos Incobráveisa Duplicatas a Receber 20,00 20,00

d) Ajuste de Exercícios Anteriores- a Duplicatas a Receber 20,00 20,00

e) Despesas com Títulos Incobráveis- a Bancos Conta Movimento 20,00 20,00

Valores em R$

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Trata-se de uma questão sobre o lançamento de realização de PCLD – provisão para

créditos de liquidação duvidosa.

Considere que a empresa tenha, ao final de um determinado exercício, registrado em

seu ativo um direito, no valor de R$ 100,00, na conta Duplicatas a Receber. Repare que,

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com base na aplicação do princípio contábil do Registro pelo Valor Original, o saldo da

conta Duplicatas a Receber revela a dimensão econômica do direito de receber valores de

seus clientes, durante o próximo exercício, decorrentes de vendas realizadas a prazo.

Ocorre que ninguém, em sã consciência, espera receber 100% das duplicatas emitidas, pois

há uma grande probabilidade de que alguns dos clientes não venham a honrar seus débitos

(conforme todos nós sabemos, de uma maneira simplista e bem humorada, podemos

considerar que, após a Revolução Francesa, o “calote” ficou institucionalizado).

Assim, faz-se necessário um registro, no patrimônio, que demonstre (no sistema de

informações contábil) que, sobre o direito de receber por vendas a prazo, paira uma perda,

referente à provável inadimplência de clientes, no valor de, por exemplo, 30% - R$ 30,00.

Importante notar que, apesar de não haver certeza sobre o momento em que essa

perda vai se confirmar, nem de seu exato valor, pelo fato de que, nesse momento, tenho

registrado um direito no valor de R$ 100,00, mas somente posso contar com R$ 70,00,

efetivamente já ocorreu (nesse momento!) uma perda de R$ 30,00, que – pela aplicação do

princípio da PRUDÊNCIA – deve ser registrada.

ESSE É O CONCEITO DE PROVISÃO! Didaticamente propomos o entendimento

desse conceito como uma perda na penumbra (conforme veremos a seguir).

No final de cada exercício, ao verificar o valor do direito registrado na conta

Duplicatas a Receber, a empresa deve considerar que um percentual será objeto de perda,

por inadimplência.

O termo realizar pode ser didaticamente entendido como “transformar algo em outra

coisa”. Assim, a realização da PCLD significa transformar a “perda antes considerada na

penumbra” em uma “efetiva perda – à luz do dia”. Ora, isso somente ocorre no momento

em que a empresa não tiver mais dúvida quanto à inadimplência.

Em outras palavras, a realização da provisão pode ser vista como a confirmação da

perda.

Dessa forma, a realização da provisão é registrada:

a) a débito da conta PCLD; e

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b) a crédito da conta Duplicatas a Receber – no valor da duplicata que se tornou

incobrável, por inadimplência do cliente.

Pode ser que o valor dos créditos efetivamente considerados incobráveis, no

período, seja menor ou igual ao valor inicialmente calculado para a PCLD e, assim, todos

eles consistem em confirmação do valor inicialmente previsto.

No caso, entretanto, do valor dos créditos efetivamente considerados incobráveis, no

período, ser superior ao valor inicialmente calculado para a PCLD, aqueles que

ultrapassarem esse valor não podem ser considerados uma confirmação da PCLD

inicialmente prevista, mas consistem em novas perdas, diretamente registradas como

despesas:

a) a débito de conta de despesas – Perdas no Recebimento de Créditos;

b) a crédito da conta Duplicatas a Receber.

Contextualizando os conceitos acima no enunciado da questão, temos que a

realização da provisão (no valor de R$ 20,00 – valor da perda confirmada) é inferior ao

valor inicialmente constituído para a provisão (de R$ 30,00 – conforme registrado no

Balanço Patrimonial). Assim, o lançamento deve ser o seguinte:

D = PCLD

C = a Duplicatas a receber 20,00

Pelo que foi acima exposto, considerando o termo “devedores duvidosos” como

equivalente à expressão PCLD, conclui-se que a alternativa correta é a de letra (B).

GABARITO

46 - B

18 Agente Fiscal de Tributos Municipais – Pref. Teresina – 2001 (ESAF)

ENUNCIADO

49- Uma empresa apura os resultados anualmente em 31 de dezembro. Em 30 de

abril de 2001 verifica que um cliente tem uma dívida em duplicatas no valor de R$

7.000,00, considerada incobrável.

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Como no dia 31 de dezembro de 2000 não foi constituída a Provisão para Créditos

de Liquidação Duvidosa, o lançamento adequado no dia 30 de abril de 2001 será

a) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa

a Duplicatas a Receber R$ 7.000,00

b) Duplicatas a Receber

a Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa R$ 7.000,00

c) Despesa com Créditos Incobráveis

a Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa R$ 7.000,00

d) Despesas com Créditos Incobráveis

a Duplicatas a Receber R$ 7.000,00

e) Duplicatas a Receber

a Despesas com Créditos Incobráveis R$ 7.000,00

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Trata-se de questão cuja resolução demanda o conhecimento do lançamento de

baixa de duplicata por considerar o crédito incobrável. Saliente-se que, no enunciado, foi

expressamente colocado que não há provisão para créditos de liquidação duvidosa

constituída.

Assim, a questão se torna de fácil resolução – a baixa vai implicar, simplesmente,

uma despesa. O lançamento adequado para o fato acima referido é o seguinte:

D = Despesa com créditos incobráveis

C = a Duplicatas a Receber 7.000,00

Pelo que foi acima exposto, verifica-se que a alternativa correta é a de letra (D).

GABARITO

49 - D

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19 Agente Fiscal de Tributos Municipais – Pref. Teresina – 2001 (ESAF)

ENUNCIADO

57- A folha de pagamento referente ao mês de dezembro (mês de encerramento do

exercício social), a ser paga no início de janeiro, apresentou os seguintes valores:

total da folha de pagamento R$ 100.000,00 previdência social patronal 32%previdência social do segurado 11%FGTS 8%

Na hipótese, não há imposto de renda retido na fonte.

O lançamento contábil dessa folha, feito de conformidade com a Lei nº 6.404/76,

reduz o lucro do exercício ou aumenta o prejuízo em:

a) R$ 151.000,00

b) R$ 140.000,00

c) R$ 132.000,00

d) R$ 100.000,00

e) Zero

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Trata-se de questão típica de lançamento de folha de pagamento. A dificuldade da

questão está em identificar quais encargos são ônus da empresa (e, portanto, reduzem ou

lucro – ou aumentam o prejuízo) e quais encargos são ônus do empregado (e, portanto,

estão inclusos na despesa de salários).

Para identificação desses itens, é proposta a tabela a seguir:

item informação valor Obstotal da folha de pagamento R$ 100.000,00 100.000,00 despesa com salárioprevidência social patronal 32% 32.000,00 ônus da empresa - despesaprevidência social do segurado 11% 11.000,00 ônus do empregado - incluso na despesa com salárioFGTS 8% 8.000,00 ônus da empresa - despesa

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Luiz Eduardo Santos página 48 de 52

Pelo que foi acima apresentado, percebe-se que o total de despesas da empresa foi

de R$ 100.000,00 (+) R$ 32.000,00. (+) R$ 8.000,00 (=) R$ 140.000,00 – conforme

alternativa (B).

Apenas para fins de esclarecimento, apresentamos – a seguir – os lançamentos

contábeis atinentes ao fato.

D = Despesa com folha de pagamento 100.000,00

C = a diversos

C = a salários a pagar 89.000,00

C = a previdência social do segurado a recolher 11.000,00

D = Encargos sobre a folha de pagamento 40.000,00

C = a diversos

C = a previdência social patronal a recolher 32.000,00

C = a FGTS a recolher 8.000,00

GABARITO

57 - B

20 Tribunal de Contas do Estado – TCE/RS – 2007 (FAURGS)

ENUNCIADO

58. Considere os seguintes dados extraídos da folha de Pagamento de uma empresa

(em R$).

Salários da administração 13.400,00 Salários da área de Vendas 15.300,00 Comissões da Área de Vendas 2.300,00 Horas Extras da Administração 1.100,00 INSS a Recolher 3.200,00 Imposto de Renda Retido na Fonte 6.350,00 Salários a Pagar 22.550,00

Para que o registro contábil seja feito, é preciso registrar

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Luiz Eduardo Santos página 49 de 52

(A) um débito de Despesas Operacionais de R$ 32.100,00, um débito de

Encargos Sociais de R$ 3.200,00 e um crédito de obrigações de curto

prazo de R$ 35.300,00.

(B) um débito de Despesas Operacionais de R$ 29.800,00, um débito de

Horas Extras a Recuperar e um crédito de obrigações de curto prazo de

R$ 32.100,00.

(C) um débito de Despesas Operacionais de R$ 32.100,00 e um crédito de

obrigações de curto prazo de R$ 32.100,00.

(D) um crédito de Despesas Operacionais de R$ 32.100,00 e um débito de

obrigações de curto prazo de R$ 32.100,00.

(E) um crédito de Despesas Operacionais de R$ 32.100,00, um crédito de

Encargos Cosicias de R$ 3.200,00 e um débito de obrigações de curto

prazo de R$ 35.300,00.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Essa é uma questão típica de lançamento de apropriação de folha de salários. Antes

de adentrar a resolução da questão propriamente dita, cabe fazer uma breve consideração

acerca do enunciado – que dá margem a dupla interpretação, no que diz respeito ao item

“INSS a recolher”.

Com efeito há duas contribuições para o INSS incidentes sobre a folha de

pagamentos: (1) a contribuição do empregado e (2) a contribuição patronal. A primeira não

é suportada pela empresa, mas sim pelo empregado e – portanto – é deduzida do valor bruto

do salário a ser pago; a segunda é suportada pela própria empresa e, além do valor do

salário e acréscimos (de horas extras e etc.), é despesa da empresa.

No enunciado há referência à expressão “INSS a recolher” sem especificar a qual

das duas situações acima o examinador se refere.

Se uma empresa tem um conjunto de empregados, ao final de cada mês, surge em

seu patrimônio a obrigação de pagar salários, no valor bruto, bem como respectivos tributos

e encargos incidentes sobre a folha de que sejam (nos termos da legislação) por ela

suportados. Cumpre referir que, ainda que surja no patrimônio da empresa a obrigação de

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Luiz Eduardo Santos página 50 de 52

pagar o valor bruto do salário nem todo esse valor é entregue ao empregado (parte dele é

retido pela própria empresa e entregue diretamente aos cofres públicos – são os tributos e

encargos sobre a folha, suportados pelo empregado).

Assim, o termo “folha de pagamento” pode ser entendido como um documento

(elaborado ao final de cada mês, por empresas ou entidades que tenham empregados).

Nesse documento deve ser indicado pormenorizadamente, por empregado, os seguintes

dados:

- salário bruto;

- descontos; e

- valor líquido a receber.

Dessas informações, aquelas relativas apenas a um dado empregado, é objeto de

cópia, para entrega ao empregado. Essa cópia é denominada “contracheque”.

Alguns conceitos atinentes à folha de pagamentos são apresentados a seguir:

a) salário bruto (também denominado de remuneração) é o valor total, em

princípio, devido ao empregado – salário mensal, horas extras,

gratificações, comissões, etc.

b) descontos são valores a serem abatidos do salário bruto, para entregar a

terceiros:

a. devidos a determinações legais, como, por exemplo: (1) o Imposto de

Renda Retido na Fonte (IRRF – calculado conforme tabela progressiva

mensal 0%, 15% ou 27,5%) e (2) a contribuição previdenciária (INSS –

do empregado – 11%);

b. devidos à própria vontade do empregado, como, por exemplo: (1)

associações ou (2) sindicato;

c. devidos ao fato de que houve adiantamento do valor ora devido –

adiantamento de salários.

c) Encargos sociais – são valores, adicionais ao valor do salário bruto, e que

a empresa tem que suportar, pelo fato de ser empregadora, são eles:

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a. A cota patronal do INSS (20%);

b. O Fundo de Garantia pelo Tempo de Serviço – FGTS (8%);

d) 13o salário – corresponde a um salário a mais (a que o trabalhador tem

direito, por ano); assim, a cada mês, a empresa se torna responsável por

entregar 1/12 do 13o salário ao empregado, acrescido dos encargos do

INSS (cota patronal) e do FGTS.

e) Férias – corresponde ao direito de cada empregado de, a cada mês

trabalhado, receber o equivalente a 1/12 de trinta dias de férias (com

acréscimo de 1/3 de seu salário). Assim, a cada mês, as empresas devem

considerar a obrigação de pagar 1/12 do salário bruto do empregado, e

respectivos INSS patronal e FGTS, acrescido de 1/3 desse valor.

Vistos os conceitos acima, passamos à interpretação dos dados do enunciado:

Salários da administração 13.400,00 Salários da área de Vendas 15.300,00 Comissões da Área de Vendas 2.300,00 Horas Extras da Administração 1.100,00

32.100,00

INSS a Recolher 3.200,00 Imposto de Renda Retido na Fonte 6.350,00

(9.550,00)

Salários a Pagar 22.550,00 22.550,00 Diferença (1) - (2)

Dados da Folha de PagamentoSalario Bruto

Total (1)(-) Retenções na fonte

(=) Salários a Pagar (aos empregados)Total (2)

Pela tabela acima, deduz-se que o INSS a Recolher – citado no enunciado – se

refere ao INSS do empregado (e não à cota patronal). Nessa situação, o lançamento

adequado é o seguinte:

D = despesas com folha de pagamento 32.100,00C = a diversosC = a Impostos e Encargos Retidos na Fonte a Recolher (PC) 9.550,00C = a Salários a pagar (PC) 22.550,00 32.100,00

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Nessa situação, verifica-se débito em despesas no valor de R$ 32.100,00 e crédito

em passivo circulante no mesmo valor (ainda que em mais de uma conta) – conforme

alternativa “C”.

GABARITO

C