lei de responsabilidade fiscal para auditor receita

149
AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 1 de 149 AULA 05 Saudações, caro aluno! Como programado, trataremos, nesta aula, da lei que procurou mudar a cultura dos administradores públicos no Brasil quanto às finanças públicas: a Lei de Responsabilidade Fiscal. Ela envolveu um processo inclusive pedagógico sobre a forma de lidar com o dinheiro público, e, acompanhada pela Lei de Crimes Fiscais (Lei 10.028/2000), buscou instituir um modelo responsável (como diz seu nome) de gestão. Vamos seguir os principais tópicos da Lei cobrados em concursos para fazer nosso estudo. Teremos ainda uma aula na próxima semana, em que estudaremos os tópicos restantes do conteúdo, mas não relacionados à LRF: Conta Única do Tesouro Nacional, limites constitucionais da educação e da saúde e transferências voluntárias. Então, vamos lá. Boa aula! GRACIANO ROCHA

Upload: cuidandodoqueimporta

Post on 10-Aug-2015

82 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 1 de 149

AULA 05

Saudações, caro aluno!

Como programado, trataremos, nesta aula, da lei que procurou mudar a

cultura dos administradores públicos no Brasil quanto às finanças públicas: a

Lei de Responsabilidade Fiscal.

Ela envolveu um processo inclusive pedagógico sobre a forma de lidar com o

dinheiro público, e, acompanhada pela Lei de Crimes Fiscais (Lei

10.028/2000), buscou instituir um modelo responsável (como diz seu nome)

de gestão.

Vamos seguir os principais tópicos da Lei cobrados em concursos para fazer

nosso estudo.

Teremos ainda uma aula na próxima semana, em que estudaremos os tópicos

restantes do conteúdo, mas não relacionados à LRF: Conta Única do Tesouro

Nacional, limites constitucionais da educação e da saúde e transferências

voluntárias.

Então, vamos lá. Boa aula!

GRACIANO ROCHA

Page 2: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 2 de 149

LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LEI COMPLEMENTAR 101/2000)

Introdução

Antes de comentarmos os dispositivos da lei, vamos tratar de algumas

informações preliminares.

A LRF foi editada num ambiente de reformas reclamadas por vários setores da

sociedade brasileira, após o final dos governos militares. Entretanto, desde a

redemocratização, o Brasil, como federação, enfrentava problemas econômicos

graves, dos quais a chamada “inflação galopante” podia ser indicada como o

principal.

Num ambiente de alta inflação, o planejamento de receitas a arrecadar e de

despesas a efetuar durante o exercício financeiro é praticamente inútil. Isso

porque o índice de preços se altera substancialmente de um período para

outro, e as previsões feitas vários meses antes não são fonte confiável para

a gestão. Assim, a administração financeira era afetada por diversos vícios e

desvios provenientes do ambiente inflacionário.

Por isso, apenas depois da estabilização da moeda e do controle da

inflação, a partir de 1995, principalmente, criou-se o ambiente propício para

um novo (e sério) regramento das finanças públicas. As ideias/necessidades

principais que levaram à edição da LRF foram:

• controle das contas públicas, de forma a evitar déficits;

• necessidade de planejar a ação governamental, aplicando os recursos

de forma racional e sustentável;

• controle das despesas com pessoal e do montante da dívida pública,

para evitar o “sufocamento” dos entes governamentais num contexto de

gastos sem desenvolvimento econômico;

• transparência da gestão orçamentária e financeira, com

disponibilização de demonstrativos e resultados em meios de acesso

público.

Page 3: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 3 de 149

O trecho da LRF que serve como “mapa” da LRF é o § 1º do art. 1º. Os itens

constantes desse texto são ampliados nas seções da Lei, com a fixação de suas

regras próprias. Vejamos a lei seca:

Art. 1º, § 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.

Vamos desdobrar os pontos integrantes desse trecho:

• pressuposto da gestão fiscal responsável: ação planejada e

transparente. A administração dos recursos públicos não pode ser feita

“de improviso”. Deve levar em conta as necessidades prioritárias da

sociedade e a escassez de recursos financeiros, bem como a

sustentabilidade das finanças públicas no tempo;

• objetivos da gestão fiscal responsável: prevenir riscos e corrigir

desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas. Nesse sentido, a

gestão responsável envolve o acompanhamento permanente do

comportamento das receitas, despesas e dívida pública;

• instrumentos da gestão fiscal responsável:

cumprimento de metas de resultado entre receitas e despesas. O

equilíbrio fiscal depende da manutenção de uma diferença mínima

entre receitas e despesas, principalmente para controle do montante

da dívida;

limites e condições quanto a

renúncia de receita;

geração de despesas com pessoal;

geração de despesas da seguridade social e outras;

Page 4: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 4 de 149

dívidas consolidada e mobiliária;

operações de crédito, inclusive por antecipação de receita;

concessão de garantia;

inscrição de despesas em restos a pagar.

As maiores “dificuldades” criadas pela LRF no tocante a esses

pontos justificam-se pelo risco de desequilíbrio das contas públicas

em caso de descontrole. Perceba que todos esses itens que sofrem

“limites e condições” estão ligados à diminuição de receita ou ao

aumento (potencial ou real) de despesa.

Vamos comentar os principais aspectos dos itens acima.

Como isso cai na prova?

1. (ESAF/APO/MPOG/2005) A Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF (Lei

Complementar nº 101/2000) estabelece normas de finanças públicas

voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. Com base nas normas

da LRF, aponte a única norma não pertinente.

a) Orçamento público – rigoroso equilíbrio entre receita e despesa.

b) Receita pública – previsão e arrecadação.

c) Despesa pública – definições e limites.

d) Gestão patrimonial.

e) Poupança pública – definições, limites e fiscalização.

2. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Segundo a Lei Complementar n.

101/2000, a responsabilidade na gestão fiscal não pressupõe

a) ação planejada e transparente.

b) prevenção de riscos e correção de desvios.

c) cumprimento de metas de resultado entre despesas e receitas.

Page 5: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 5 de 149

d) obediência às condições para a inscrição de restos a pagar.

e) observância aos limites para a despesa com serviços de terceiros.

3. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/IPAJM-ES/2006) O conceito de

responsabilidade fiscal atende ao objetivo da política orçamentária de

evitar que os entes da Federação gastem mais do que aquilo que

arrecadam.

Das alternativas da questão 1, a única que não diz respeito às normas da LRF

trata de “definições, limites e fiscalização” da poupança pública. Esse tema não

é abordado na Lei. Gabarito: E.

Sobre a questão 2, como se depreende da leitura do art. 1º, § 1º, a LRF não

disciplina limites para a despesa com serviços de terceiros. Gabarito: E.

A responsabilidade fiscal é a responsabilidade no trato com as finanças

públicas. Portanto, para manter as finanças “saudáveis”, é necessário evitar

desequilíbrios fiscais. A questão 3 está CERTA.

Previsão constitucional

A LRF, segundo seu próprio texto, baseou-se no Capítulo II do Título VI da

CF/88. É o capítulo chamado “Das Finanças Públicas”, que abarca a Seção I,

sobre Normas Gerais, e a Seção II, “Dos Orçamentos”, ressaltando que esta

última contém a maioria das normas constitucionais que estudamos (regras

sobre leis orçamentárias, créditos adicionais, rito legislativo etc.).

Apesar dessa previsão genérica, de basear-se num capítulo inteiro da

Constituição, é possível identificar os trechos constitucionais específicos que a

LRF regulamenta. São eles:

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:

I - finanças públicas;

II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público;

Page 6: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 6 de 149

III - concessão de garantias pelas entidades públicas;

IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;

(...)

Art. 165, § 9º - Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; (apenas o grifado)

(...)

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.

Mesmo tendo disposto sobre as matérias acima, a LRF não esgotou o

tratamento a ser dispensado a elas – principalmente o § 9º do art. 165. Dessa

forma, normas constantes da Lei 4.320/64 (recepcionada pela CF/88 como lei

complementar) ainda estão vigentes, como viemos estudando, embora a LRF

e a própria CF/88 tenham revogado tacitamente alguns trechos dessa lei

pretérita.

Como isso cai na prova?

4. (CESPE/ANALISTA/ANATEL/2009) Em atendimento ao disposto no texto

constitucional, estabelecendo a necessidade de lei complementar em

matéria orçamentária, editou-se a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF),

que preencheu as lacunas da Lei n.º 4.320/1964.

Como visto, o foco da LRF é a responsabilidade na gestão fiscal, e não a edição

de normas gerais de direito financeiro, como é o caso da Lei 4.320/64. Apesar

da coincidência em vários pontos (nos quais a LRF sobressai, por ser mais

recente), não houve a intenção de “substituir” ou “completar” uma lei com

outra. Questão ERRADA.

Page 7: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 7 de 149

Abrangência da LRF

Outra disposição inicial da LRF diz respeito a quem está submetido às suas

regras e limitações. Vejamos o texto:

Art. 1º, § 2º As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

§ 3º Nas referências:

I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão compreendidos:

a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público;

b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes;

II - a Estados entende-se considerado o Distrito Federal;

III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal de Contas do Município.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como:

I - ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município;

II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação;

III - empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária;

Page 8: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 8 de 149

A Lei utilizou um critério amplo para fixar sua “clientela”. Todos os órgãos de

todos os Poderes, fundações, autarquias, fundos, empresas estatais

dependentes, de todos os entes da Federação, devem observar as normas

estabelecidas na LRF. Ou seja, está abrangida toda a administração direta dos

entes federados e quase toda a administração indireta.

Como exceção, apenas as chamadas “empresas estatais independentes”

estão fora do alcance da Lei (embora essas empresas tenham, geralmente,

suas próprias regras de governança corporativa, para “sobreviverem” no

mercado, regras estas que substituem, de certa forma, as regras de

responsabilidade fiscal).

Inicialmente, cabe destacar que ambas as espécies de estatais, as

dependentes e as independentes, são consideradas empresas controladas.

Isso significa que elas têm a maior parte de seu capital social com direito a

voto nas mãos de um ente federado (União, Estado, DF, Município, conforme o

caso). Ou seja, o ente federado é quem detém o poder de decidir, ao

final, como a empresa controlada se comportará e desenvolverá suas

atividades no mercado ou na prestação de serviços públicos.

Muito bem, o que leva à “dependência” ou não de uma empresa estatal é a

característica da autossustentabilidade quanto a suas atividades normais de

manutenção e de investimento. O tipo de recursos que são transferidos

pelo ente público às estatais reflete justamente essa característica.

Nesse sentido, estatais dependentes podem receber recursos para cobertura

de suas despesas correntes, rotineiras, relativas ao pagamento de pessoal e

de custeio geral, bem como para suas despesas com investimentos.

Vale dizer, as estatais dependentes não conseguem se manter sem a

transferência de recursos do ente controlador. Suas atividades não envolvem,

como regra, a obtenção de lucro. Por essas características, as empresas

estatais dependentes normalmente estão abrangidas pelos orçamentos

fiscal e da seguridade social.

Já as estatais independentes, quando recebem recursos do ente controlador,

os recebem tipicamente como aumento de participação acionária, ou seja,

como forma de ampliação do controle, pelo ente público, sobre a

Page 9: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 9 de 149

administração da empresa. Esse “perfil” leva as estatais independentes a

serem contempladas no orçamento de investimento.

As LDO’s acrescentam situações nas quais a empresa recebedora de

recursos também é classificada como estatal independente. São assim

entendidas as empresas públicas ou sociedades de economia mista que

recebam recursos da União apenas em virtude de:

• participação acionária, como já destacado na LRF;

• fornecimento de bens ou prestação de serviços;

• pagamento de empréstimos e financiamentos concedidos; e

• transferência para aplicação em programas de financiamento.

Como se vê, nesses casos as estatais beneficiárias não recebem os recursos

para sua manutenção ou investimentos; são recursos recebidos devido ao

fornecimento de bens ou serviços, pelo pagamento de

empréstimos/financiamentos ou para atuação no interesse do poder

público, retransferindo os recursos para aplicação em programas de

financiamento.

Como isso cai na prova?

5. (ESAF/AFC/CGU/2004) No ano de 2001, a União criou uma empresa

pública de natureza não financeira, denominada XPTO. A lei de criação da

empresa previa, em seu art. 1º, que a empresa teria seu estatuto definido

por Decreto, não informando se a mesma era ou não uma empresa estatal

dependente. Inicialmente, foram integralizados R$ 2 bilhões. Ao operar, a

empresa sistematicamente realiza prejuízo, o que consome seu Patrimônio

Líquido. Para que a empresa não sofra uma crise de liquidez,

semestralmente, a União realiza aportes de capital da ordem de R$ 1

bilhão, por meio de Decreto. Aponte, entre as opções abaixo, a análise

que melhor adere ao definido na Lei Complementar nº 101/2000,

conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF.

Page 10: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 10 de 149

a) conforme definido no art. 2º, III, da LRF, a empresa XPTO não pode ser

considerada uma estatal dependente, pois não ficou caracterizado que ela

recebe recursos para suas despesas de custeio.

b) como a empresa em comento recebeu aportes de capital por meio de

decreto, a mesma não pode ser considerada uma estatal dependente.

c) a empresa em comento, dependente ou não, deve receber aportes de

capital por meio de lei específica.

d) ela somente poderia ser classificada como dependente se recebesse

expressamente aportes de capital para suas despesas com pessoal.

e) os aportes de capital citados não podem ser caracterizados como

“Despesas de Capital”, que são aquelas relativas à aquisição de bens

permanentes.

6. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/IPAJM-ES/2006) Uma empresa estatal do

estado do Espírito Santo será considerada dependente, nos termos da Lei

de Responsabilidade Fiscal, quando receber do seu ente controlador

apenas recursos para o pagamento de despesas correntes. Se os recursos

se destinarem a despesas de capital, a empresa será considerada não

dependente e tais aplicações constarão apenas do orçamento de

investimentos das estatais.

7. (ESAF/AFC/STN/2005) O campo de aplicação da Contabilidade Pública

vem-se expandindo nos últimos anos, sobretudo por determinação da

legislação federal. Assinale a opção que indica os entes incluídos no seu

campo de aplicação, em razão da Lei Complementar nº 101/2000 – LRF.

a) Autarquias federais.

b) Empresas estatais dependentes.

c) Fundações públicas pertencentes aos municípios.

d) Empresas controladas pelas instituições financeiras públicas.

e) Empresas públicas financeiras.

Analisando as opções da questão 5:

Page 11: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 11 de 149

A, B e D: é possível que uma estatal não receba recursos para atender a suas

despesas de custeio e, mesmo assim, seja considerada dependente (basta que

receba recursos para atender a seus investimentos).

C: conforme o art. 12, § 6º, da Lei 4.320/64, as transferências de capital feitas

pelos entes públicos devem ser autorizadas ora pela LOA, ora por lei

específica. No primeiro caso, temos a figura do auxílio; no segundo caso,

temos as contribuições. A alternativa C não tem uma redação totalmente

correta, já que os aportes de capital poderiam ser feitos também mediante

auxílios. Entretanto, foi a assertiva dada como correta pela ESAF.

E: os aportes de capital são despesas de capital, do tipo transferências.

Gabarito: C.

A questão 6 está ERRADA, já que as empresas dependentes também recebem

recursos orçamentários para atendimento a despesas de capital (exceto o

aumento de participação acionária, que é próprio das independentes).

Com a Lei de Responsabilidade Fiscal, pacificou-se a ideia de que estatais

dependentes, embora estejam submetidas à contabilidade geral, disciplinada

pela Lei 6.404/76, também deveriam integrar-se ao regime da contabilidade

pública, por fazerem parte das entidades beneficiárias de recursos dos

orçamentos fiscal e da seguridade social. Gabarito: B.

Receita corrente líquida

Outra importante noção trazida nas primeiras linhas da LRF é a “receita

corrente líquida” (RCL), utilizada como base para vários limites de

gastos, estabelecidos posteriormente no texto da Lei (lembra-se dessa

palavra chave, “limites”, juntamente com “condições”?).

Já temos uma boa noção sobre receitas correntes, mas é bom relembrar: são

as receitas arrecadadas normalmente pelos entes públicos, geralmente de

efeito aumentativo sobre o patrimônio público, e que se destinam,

tipicamente, ao custeio das atividades e serviços a cargo da Administração

Pública.

Page 12: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 12 de 149

O termo “líquida”, em “receita corrente líquida”, significa que, para sua

definição, haverá algum tipo de dedução ou desconto sobre o total bruto

de receitas correntes.

Cada ente federado terá suas próprias deduções, mas, nos prendendo ao caso

da União, a RCL é calculada da seguinte forma:

(=) TOTAL DAS RECEITAS CORRENTES

(–) transferências constitucionais ou legais aos Estados/DF e Municípios

(–) contribuições sociais do empregador sobre a folha salarial e do trabalhador

(–) contribuição social para o Programa de Integração Social (PIS)

(–) contribuição previdenciária dos servidores públicos

(–) receitas previdenciárias de compensação entre os regimes geral e dos servidores públicos

(–) compensação financeira aos Estados exportadores (Lei Kandir)

(–) complementação f inanceira ao FUNDEB (Emenda Constitucional 53)

Da análise do quadro acima, vemos que, do total de receitas correntes

arrecadadas, a União desconta os recursos obrigatoriamente transferidos

aos outros entes federados (ou fundos) e aqueles vinculados a ações da

seguridade social, principalmente. Portanto, essas deduções tratam de

parcelas da receita corrente com os quais a União não pode contar, em

virtude de sua aplicação predefinida.

Portanto, para resumir, podemos dizer que a RCL representa o montante

de recursos próprios em que o ente governamental pode “confiar” para

realizar seus programas; na esfera pessoal, seria equivalente ao salário

líquido recebido pelo trabalhador, com os descontos devidos já

efetuados (previdência social, vale‐transporte etc.).

A LRF também determina que a RCL seja apurada somando-se as receitas

arrecadadas no mês de contabilização e nos onze anteriores, excluídas as

duplicidades. Assim, o cálculo da RCL é mensal.

Page 13: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 13 de 149

Como isso cai na prova?

8. (ESAF/AFC/CGU/2004) São deduzidos do somatório das receitas

tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de

serviços, transferências correntes e outras receitas correntes, para a

composição da chamada “Receita Corrente Líquida da União”, exceto:

a) as transferências para o Fundo de Participação dos Estados.

b) as transferências para o Fundo de Participação dos Municípios.

c) as receitas provenientes da compensação financeira entre os diversos

regimes de previdência social, para contagem recíproca do tempo de

contribuição, para efeito de aposentadoria.

d) as contribuições de servidores para o custeio do seu sistema de

previdência e assistência social.

e) os valores transferidos, voluntariamente, aos Estados, para

implementação de PDV (Programa de Demissão Voluntária).

9. (CESPE/ANALISTA/TCE-TO/2008) A receita corrente líquida será apurada

pelo somatório, de janeiro a dezembro, das receitas correntes, deduzidas

as transferências estabelecidas na lei.

Na questão 8, a única opção que não compõe o cálculo da RCL, consoante

firmado pela LRF, diz respeito aos “valores transferidos para implementação de

PDV”. Gabarito: E.

A questão 9 traz uma incorreção quanto ao prazo. A RCL é calculada

mensalmente, com um “olhar retrospectivo” para os onze meses anteriores.

Não se faz o cálculo fixo entre janeiro e dezembro. Questão ERRADA.

LRF e Lei de Diretrizes Orçamentárias

Page 14: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 14 de 149

Na parte dedicada ao planejamento da ação governamental, a LRF traz

diversas disposições sobre as funções e o conteúdo da Lei de Diretrizes

Orçamentárias e da Lei Orçamentária Anual.

No que se refere à LDO, determinou-se que essa lei tratasse dos seguintes

assuntos:

• equilíbrio entre receitas e despesas;

• critérios e forma de limitação de empenho;

• normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados

dos programas financiados com recursos dos orçamentos;

• demais condições e exigências para transferências de recursos a

entidades públicas e privadas.

Portanto, a LDO recebeu da LRF tarefas ligadas ao planejamento

operacional, a respeito de quais procedimentos seguir diante de

desequilíbrios fiscais; tarefas de avaliação, trazendo normas sobre a

checagem de custos e resultados dos programas; e tarefas “contratuais”, no

sentido de estabelecer condições para a transferência de recursos.

Outra determinação da LRF sobre a LDO foi relativa à criação de anexos a

esta última lei. Vamos estudá-los agora.

a) Anexo de Metas Fiscais (AMF).

No início da aula, vimos que um dos instrumentos da gestão fiscal responsável

é o cumprimento de metas de resultado entre receitas e despesas.

Assim, o estabelecimento dessas metas se dá justamente no AMF, o que o

torna um documento importantíssimo na vida financeira dos entes públicos.

Para comprovar esse papel de destaque do Anexo, caso o Chefe do Executivo

deixe de apresentá-lo, isso será tomado como um crime fiscal, punível com

multa equivalente a 30% dos vencimentos anuais respectivos.

Page 15: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 15 de 149

O AMF estabelece metas para o período de 3 exercícios (o de referência da

LDO e os dois posteriores), a partir da análise empreendida sobre as

ocorrências dos 3 exercícios anteriores.

As metas que compõem o AMF são:

• metas de receita: valores a arrecadar nos próximos exercícios;

• metas de despesa: valores a serem despendidos no mesmo prazo;

• metas de resultados nominal e primário: diferença a ser mantida

entre a arrecadação e os gastos, ora levando em conta receitas e

despesas financeiras (resultado nominal, que reflete os efeitos do

endividamento público), ora desconsiderando esses componentes

financeiros (resultado primário);

• metas de dívida: valor referente ao montante da dívida pública a ser

mantido nos próximos exercícios.

Outros conteúdos do AMF são:

• avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior.

Portanto, o AMF é mais que um documento de projeção de metas; é

também um documento de avaliação dos resultados das metas traçadas

no exercício passado;

• demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e

metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos,

comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e

evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da

política econômica nacional. As metas fiscais fixadas pelo Executivo, além

de serem estabelecidas no AMF, também devem ser explicadas e

sustentadas com argumentos técnicos, para convencimento do Poder

Legislativo e dos outros setores sociais;

• evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios,

destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação

de ativos. A ideia aqui é manter controle sobre o que o governo realiza

com os recursos provenientes da alienação, ou seja, da venda, de bens

públicos, como imóveis e estoques de produtos agropecuários.

Page 16: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 16 de 149

• avaliação da situação financeira e atuarial:

o dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores

públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador;

o dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza

atuarial;

• demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e

da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.

b) Anexo de Riscos Fiscais (ARF).

Esse Anexo que trata das ocorrências possivelmente causadoras de

desequilíbrios nos resultados fiscais.

Os riscos fiscais são classificados como riscos orçamentários (riscos de

receita e de despesa, relativos à não concretização dos parâmetros planejados)

e riscos de dívida (riscos de administração da dívida mobiliária e passivos

contingentes).

Os passivos contingentes, que são um tipo de risco de dívida, representam

situações que podem ocasionar novas obrigações para o ente público.

Normalmente, trata-se de causas judiciais em que o ente pode vir a ser

condenado a pagar certas quantias questionadas.

Diante da concretização dos riscos fiscais, pode ser necessário empregar

recursos para cobrir eventuais gastos. A dotação orçamentária designada para

essas “emergências” é a nossa já conhecida reserva de contingência, que

estudamos ao tratar de créditos adicionais.

A reserva de contingência recebe tratamentos diferentes das leis de matéria

orçamentária:

• a LDO deve definir a forma de utilização da reserva, bem como seu

montante, que é calculado com base na receita corrente líquida (olha

a RCL aí de novo – como vimos, ela serve de parâmetro para diversos

limites e cálculos trazidos na LRF);

Page 17: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 17 de 149

• por sua vez, a LOA prevê a reserva de contingência como uma dotação

orçamentária, no montante instituído pela LDO, deixando-a

contabilizada, com recursos atribuídos, e pronta para eventual execução.

c) Anexo especial federal

Para a União, está previsto um terceiro anexo. A mensagem presidencial

que encaminhar o PLDO ao Congresso deverá conter um anexo que trate

dos seguintes pontos, referentes ao exercício subsequente:

• objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial;

• parâmetros e projeções para os principais agregados e variáveis

dessas políticas;

• metas de inflação.

Assim, quando saem na mídia notícias sobre as “metas de inflação para o ano

seguinte”, repare que o PLDO deve ter entrado em discussão no Congresso.

Como isso cai na prova?

10. (ESAF/APO/MPOG/2008) A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) atribuiu

novas e importantes funções ao orçamento e à Lei de Diretrizes

Orçamentárias. Nos termos da LRF, a Lei de Diretrizes Orçamentárias

recebeu novas e importantes funções entre as quais não se inclui:

a) mostrar as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual

e respectivas receitas, sendo o financiamento da dívida demonstrado de forma

separada nas leis de créditos adicionais.

b) estabelecer critérios e formas de limitação de empenho, na ocorrência

de arrecadação da receita inferior ao esperado, de modo a comprometer as

metas de resultado primário e nominal previstas para o exercício.

c) quantificar o resultado primário obtido com vistas à redução do

montante da dívida e despesas com juros.

Page 18: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 18 de 149

d) dispor sobre o controle de custos e avaliação dos resultados dos

programas financiados pelo orçamento.

e) disciplinar as transferências de recursos a entidades públicas e

privadas.

11. (ESAF/AFC/CGU/2008) Com a publicação da Lei de Responsabilidade

Fiscal (Lei Complementar n. 101/2000), a Lei de Diretrizes Orçamentárias

- LDO assumiu novas prerrogativas, entre as quais a de apresentar o

Anexo de Metas Fiscais – AMF e o Anexo de Riscos Fiscais – ARF. Em

relação ao AMF e ARF não se pode afirmar:

a) no ARF, serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos

capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem

tomadas, caso se concretizem.

b) o AMF estabelece as metas de Receita, Despesa, Resultado Primário e

Nominal e montante da dívida pública a serem observadas no exercício

financeiro a que se refere, além de indicar as metas fiscais para os dois

exercícios seguintes.

c) de acordo com as últimas Leis de Diretrizes Orçamentárias da União, os

riscos fiscais podem ser classificados em duas grandes categorias: Riscos

orçamentários e Riscos de dívida.

d) faz parte do AMF o demonstrativo da estimativa e compensação da

renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de

caráter continuado.

e) considerando os riscos dos déficits atuariais dos sistemas de

previdência, a LRF determina que integre o ARF a avaliação da situação

financeira e atuarial do regime próprio dos servidores públicos.

12. (CESPE/ANALISTA/DPU/2010) Metas fiscais são valores projetados para o

exercício financeiro e que, depois de aprovados pelo Poder Legislativo,

servem de parâmetro para a elaboração e a execução do orçamento. Para

obrigar os gestores a ampliar os horizontes do planejamento, as metas

devem ser projetadas para os próximos três anos, isto é, o exercício a que

se referem e os dois seguintes.

Page 19: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 19 de 149

13. (ESAF/AFC/STN/2005) Assinale, a seguir, a opção correta em relação aos

Riscos Fiscais, segundo disposição do Manual de Elaboração do Anexo de

Riscos Fiscais e do Relatório de Gestão Fiscal de que trata a Portaria STN

nº 470, de 31.08.04.

a) Os Riscos Fiscais são todas as ocorrências que impactam as contas

públicas.

b) Os precatórios são um tipo de Riscos Fiscais.

c) A reserva de contingência é a única forma de cobertura dos Riscos

Fiscais.

d) Os Riscos Fiscais são classificados em Riscos Orçamentários e Riscos da

Dívida.

e) A restituição de receitas tributárias em valores superiores aos previstos

no orçamento não constitui Riscos Fiscais por se tratar de recursos dos

contribuintes.

14. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Considerando os dispositivos da Lei

Complementar n. 101/2000, o anexo de metas fiscais conterá a(o)

a) demonstrativo da margem de expansão das despesas discricionárias de

caráter continuado.

b) demonstração das metas anuais fixadas para os três exercícios

seguintes.

c) evolução do patrimônio líquido do ente nos três últimos exercícios

destacando a aplicação dos recursos oriundos das operações de crédito.

d) avaliação financeira e atuarial dos fundos de previdência das empresas

estatais.

e) avaliação do cumprimento pelo ente das metas fiscais do ano corrente

e dos dois últimos anteriores.

Na questão 10, a evidenciação das receitas e despesas relacionadas à dívida

pública deve ser feita no projeto de LOA, como visto a seguir, e não na LDO.

Page 20: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 20 de 149

As demais opções relacionam-se ao conteúdo que a LDO deve exibir, por

ordem da LRF. Gabarito: A.

Na questão 11, a avaliação da situação financeira e atuarial do regime próprio

dos servidores públicos (bem como de outros fundos e programas de natureza

atuarial) deve ser feita no âmbito do AMF, e não no ARF. Gabarito: E.

A questão 12 reflete bem a intenção da elaboração do AMF, reforçando a

questão da “ação planejada” que já destacamos. Questão CERTA.

Analisando a questão 13:

A: “todas as ocorrências” é demasiado amplo – as receitas e as despesas

normais do exercício podem se incluir nisso, e não são riscos fiscais.

B: os precatórios não constituem mais um risco; já são uma despesa

confirmada, mediante sentença judicial, que o poder público deverá honrar. O

risco fiscal está no passo anterior: a chance de uma decisão judicial vir a

prejudicar o ente público.

C: embora seja indicada pela LRF como a forma ideal para suportar os

impactos dos riscos fiscais, essa exclusividade não está “amarrada” pela

legislação.

D: riscos de dívida e riscos orçamentários são as espécies em que se

classificam os riscos fiscais.

E: a explicação está errada; a restituição de receitas em valor superior

constitui um risco fiscal, devido à diminuição da receita disponível.

Gabarito: D.

As alternativas da questão 14 trazem diversas incorreções:

A: a margem de expansão refere-se às despesas obrigatórias de caráter

continuado.

C: o destaque, no AMF, é dado à aplicação dos recursos oriundos da alienação

de ativos.

Page 21: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 21 de 149

D: faz-se a avaliação financeira e atuarial dos regimes de previdência (geral e

dos servidores), do FAT e dos demais fundos e programas de natureza

atuarial.

E: a avaliação das metas refere-se apenas às do exercício anterior.

A alternativa correta é a letra B: no AMF, procede-se à demonstração das

metas fiscais para o exercício de referência e os dois seguintes.

LRF e Lei Orçamentária Anual

Novamente, vamos destacar alguns dispositivos legais aplicáveis:

Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:

I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1º do art. 4º;

II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6º do art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado;

III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao:

a) (VETADO)

b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.

(...)

§ 2º O refinanciamento da dívida pública constará separadamente na lei orçamentária e nas de crédito adicional.

Page 22: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 22 de 149

(...)

§ 4º É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.

A compatibilidade da LOA com a LDO e o PPA não é novidade; já estudamos

esse assunto na aula sobre os instrumentos orçamentários.

Entretanto, há uma “compatibilidade adicional” à qual a LOA deve

obedecer: trata-se da compatibilidade com o Anexo de Metas Fiscais da

LDO. Dessa forma, a previsão da receita e a fixação da despesa devem manter

os resultados fiscais do AMF, e isso deve vir garantido já no próprio texto do

projeto de LOA.

Relativamente ao inciso II, o documento ao qual se refere o § 6º do art. 165

da CF/88 é o demonstrativo das renúncias de receita, também já

estudado, e que integra o PLOA. Por se tratar de “dinheiro recusado” pelo

governo, e em nome do princípio da universalidade, o orçamento deve

espelhar essa arrecadação a menor, para que sejam prestadas as

informações corretas ao Legislativo.

O que a LRF acrescenta a essa ordem da Constituição é a necessidade de

compensação das renúncias de receita. E as informações sobre as

medidas compensatórias também constarão da Lei Orçamentária.

Além do que se refere às renúncias de receita, a LOA também será

acompanhada das medidas de compensação às despesas obrigatórias de

caráter continuado. Mas isso também é assunto para daqui a pouco.

Uma preocupação especial com a “rolagem” da dívida pública consta desse art.

5º da LRF. O refinanciamento da dívida, que já apareceria de qualquer modo

no orçamento, deve constar de forma separada, em nome da clareza e

publicidade da informação. É que esse dado representa a continuidade do

endividamento do ente público, o que limita, entre outras coisas, o

montante de recursos que não poderão ser aplicados em despesas que

beneficiem diretamente a sociedade.

Page 23: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 23 de 149

A respeito do § 4º do art. 5º (vedação a crédito com finalidade imprecisa ou

com dotação ilimitada), essa ordem legal tem por objetivo tornar a LOA um

instrumento orçamentário tão exato e transparente quanto possível. A

previsão de despesas sem finalidade precisa ou sem limitação de numerário vai

contra a necessidade de controle que deve existir sobre a aplicação do

dinheiro público.

Como isso cai na prova?

15. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Haja vista a Lei de Responsabilidade

Fiscal, o projeto de lei orçamentária, além da compatibilidade com o plano

plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, deverá obedecer a diversas

diretrizes, entre as quais não se inclui

a) demonstração da compatibilidade da programação orçamentária com o

anexo das metas fiscais da lei de diretrizes orçamentárias.

b) vedação à inclusão de dotações para investimento com duração

superior a um exercício financeiro previsto no plano plurianual.

c) inclusão de reserva destinada ao atendimento de passivos

contingentes.

d) apresentação de medidas de compensação às renúncias de receita

previstas no demonstrativo de benefícios tributários, financeiros e creditícios.

e) inclusão das despesas com a manutenção do Banco Central.

16. (ESAF/AFC/STN/2008) A Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000,

no que se refere à consignação na lei orçamentária de créditos com

finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada:

a) autoriza, com restrições, vinculando-se a consignação à indicação de

fontes adicionais de recursos.

b) veda, explicitando proibição que não admite nenhuma exceção.

c) proíbe, excetuando-se consignações acompanhadas de justificativa do

chefe do Poder Executivo responsável pela execução orçamentária.

Page 24: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 24 de 149

d) não recomenda, excetuando-se consignações instruídas com

justificativa do responsável pelo Poder proponente.

e) autoriza, conquanto que a consignação não alcance mais de um

exercício financeiro.

17. (FCC/ANALISTA/MP-SE/2009) O projeto de LOA conterá reserva de

contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na

receita corrente líquida, serão estabelecidos na LDO.

18. (FCC/ANALISTA/MP-RS/2008) O projeto de lei orçamentária anual será

acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas

e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e

benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia, bem como das

medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de

despesas de investimentos.

Na questão 15, a “vedação à inclusão de dotações para investimento” é um

contrassenso: embora investimentos de execução superior a um exercício

devam constar do PPA, sua implementação ocorre, obviamente, mediante

dotações do orçamento. Gabarito: B.

Sobre a questão 16, como visto no texto da lei, créditos com finalidade

imprecisa ou dotação ilimitada não são aceitos, sem exceções. Gabarito: B.

A questão 17 é baseada na literalidade da LRF. A reserva de contingência

corresponde a uma das dotações da LOA. Questão CERTA.

A questão 18 trouxe um problema apenas no finalzinho: a LOA deve ser

acompanhada de medidas de compensação a despesas obrigatórias de caráter

continuado, e não a despesas com investimentos. Questão ERRADA.

Execução orçamentária

Os principais trechos da LRF a respeito desse tópico são o art. 8º e o art. 13:

Page 25: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 25 de 149

Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias (...), o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.

Art. 13. No prazo previsto no art. 8º, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa.

Assim, logo após a publicação da LOA, num prazo de até 30 dias, faz-se

uma distribuição das despesas que os órgãos poderão executar

mensalmente, ao lado da distribuição bimestral da arrecadação prevista.

Com isso, a cada período, checa-se se o andamento da arrecadação poderá

suportar o calendário da despesa.

A LRF refere-se apenas ao Executivo, mas, conforme as LDO’s, todos os

Poderes e o MP devem estabelecer sua própria programação financeira e seu

cronograma de desembolso:

Lei 12.017/2009 (LDO 2010), Art. 69. Os Poderes e o Ministério Público da União deverão elaborar e publicar por ato próprio, até 30 (trinta) dias após a publicação da Lei Orçamentária de 2010, cronograma anual de desembolso mensal, por órgão, nos termos do art. 8º da Lei Complementar nº 101, de 2000, com vistas ao cumprimento da meta de resultado primário estabelecida nesta Lei.

Por outro lado, o desdobramento bimestral da arrecadação da receita, bem

como seu acompanhamento, ficam a cargo do Executivo mesmo, que é o

grande arrecadador entre os Poderes.

Já estudamos anteriormente o parágrafo único do art. 8º, mas vamos

relembrá-lo:

Art. 8º, Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.

Page 26: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 26 de 149

Como vimos, esse dispositivo garante que os recursos vinculados a certas

despesas, por força de lei ou instrumento contratual, somente nelas sejam

aplicados, mesmo que a execução só ocorra em exercício posterior. Assim,

é premissa para a execução do orçamento a garantia de vinculação entre os

recursos arrecadados e suas aplicações predefinidas.

Portanto, não existe um “zeramento” relativamente aos recursos vinculados,

pelo fato de não terem sido aplicados no âmbito do orçamento em que

porventura tenham sido arrecadados.

Como isso cai na prova?

19. (CESPE/ANALISTA/FINEP/2009) Recursos legalmente vinculados à

finalidade específica permanecem vinculados, ainda que em exercício

diverso daquele em que ocorrer o ingresso.

20. (CESPE/ANALISTA/TCE-AC/2009) Após o início do exercício financeiro, os

poderes dispõem de 30 dias para o estabelecimento da programação

financeira e cronograma de execução mensal de desembolso.

A questão 19 faz uma reescritura do parágrafo único do art. 8º da LRF.

Questão CERTA.

A questão 20 está ERRADA: o prazo de 30 dias para o estabelecimento da

programação financeira e do cronograma de desembolso é contado a partir da

publicação da LOA, e não do início do exercício.

Cumprimento de metas de resultado

Sobre o cumprimento de metas, o Manual Técnico de Orçamento traz os

seguintes comentários a respeito:

Em 1964, a edição da Lei nº 4.320 já evidenciava a preocupação do

legislador quanto ao fiel cumprimento do equilíbrio entre receitas e

despesas no orçamento, permitindo que o Poder Executivo se

Page 27: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 27 de 149

organizasse de forma a prevenir as oscilações que aconteceriam no

decorrer do exercício financeiro, invocando a necessidade de estipular

cotas trimestrais para a execução da despesa. Em 2000, a Lei de

Responsabilidade Fiscal – LRF trouxe a necessidade de incorporar metas

de resultado fiscal, além de ressaltar o descompasso provável entre

receitas e despesas, de modo a equilibrar o orçamento em tempo hábil

para não prejudicar o desempenho do governo nas três esferas: federal,

estadual e municipal. Já a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO

completa os dispositivos legais da determinação do controle fiscal e dos

recursos disponibilizados, informando, entre outros parâmetros, qual

será a base contingenciável, as despesas que não são passíveis de

contingenciamento, assim como o estabelecimento de demonstrativos

das metas de resultado primário e sua periodicidade.

Tratando da lei seca, a LRF aborda o cumprimento de metas de resultado no

art. 9º e seus parágrafos, como segue:

Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

§ 1º No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.

§ 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.

§ 3º No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo

Page 28: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 28 de 149

autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. (Suspenso – ADIN 2.238)

Vamos comentar essas regras.

Como já estudamos, o Anexo de Metas Fiscais estabelece, entre outras, metas

de resultado primário e nominal para o exercício de referência e para os dois

seguintes.

Deixando bem repisado, durante o exercício financeiro, faz-se um

acompanhamento constante da arrecadação da receita, que servirá como

condição para a execução da despesa programada. O Poder Executivo, após a

publicação da LOA, deve desdobrar a arrecadação prevista em metas

bimestrais.

Pelo lado da despesa, cada Poder, mais o Ministério Público, deve estabelecer a

programação financeira e o cronograma de execução mensal de

desembolso, sempre conforme o ritmo de arrecadação, para garantir a

sustentabilidade das liberações de gastos.

Ocorrendo alguma baixa na arrecadação, a ponto de ameaçar as metas de

resultado primário ou nominal, todos os Poderes e o MP devem “frear” o ritmo

de execução da despesa. Assim, tanto a emissão de empenhos quanto a

transferência de recursos devem ser reduzidas, para que o nível da

execução da despesa fique adequado ao cenário de receita diminuída. Isso que

o que se chama, comumente, de “contingenciamento de despesas”.

Perceba que não é o caso de aguardar a despesa superar a receita. O

parâmetro são as metas de resultado. Como as metas de resultado,

normalmente, são positivas, isso significa que, para contingenciar

despesas, não se espera “faltar dinheiro”, mas, simplesmente, “sobrar

menos dinheiro”.

Havendo retomada da arrecadação, também se procede à liberação das

despesas contingenciadas, proporcionalmente às reduções antes

efetivadas.

Page 29: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 29 de 149

É importante observar também que nem toda despesa pode ser

contingenciada. As despesas obrigatórias segundo a CF/88 (pessoal, dívida

pública e transferências constitucionais ou legais) não podem ser afetadas por

esse artifício de controle.

Da mesma forma, as despesas ressalvadas pela LDO não podem ser

contingenciadas. Como já está bem estudado, a LDO indica quais despesas são

prioritárias para a Administração no exercício em foco. Um dos efeitos de uma

despesa ser considerada prioritária na LDO é justamente ficar a salvo desses

cortes.

Ultimamente, um bom exemplo de despesas ressalvadas são as relativas

a projetos do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. Como o

governo aposta todas as fichas no PAC, é natural que os projetos

respectivos não sejam prejudicados pelo contingenciamento.

Muito bem, depois de afastadas as obrigações constitucionais e as ressalvas da

LDO, sobra o grupo das “despesas discricionárias”, sobre as quais incidirá o

contingenciamento.

Como já se destacou, todos os Poderes e o MP devem dar sua parcela de

contribuição para a manutenção do equilíbrio fiscal. Portanto, por ato

próprio, todos deverão limitar suas despesas diante de um quadro de queda

de arrecadação.

Entretanto, originalmente, a LRF dispunha que, caso algum Poder ou o MP

não procedesse ao respectivo contingenciamento, o Executivo poderia

descontar a parcela correspondente ao contingenciamento sobre o valor

repassado ao Poder “não solidário”. É a previsão do § 3º do art. 9º,

reproduzido acima.

O desconto se daria sobre o repasse mensal que o Executivo faz aos outros

Poderes, em obediência ao art. 168 da CF/88:

Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria

Page 30: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 30 de 149

Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

Entretanto, essa possibilidade de “desconto em folha” por parte do Executivo

foi declarada inconstitucional pelo STF (ADIN 2.238), devido à afronta ao

princípio da separação dos Poderes. Assim, o Executivo não pode

contingenciar despesas que não sejam as suas próprias, devendo aguardar

pela colaboração dos outros.

Como isso cai na prova?

21. (ESAF/AFC/CGU/2008) A LRF estabelece a obrigatoriedade do Poder

Executivo elaborar a programação financeira e o cronograma de execução

mensal de desembolso e, quando for o caso, poderá ser promovida a

limitação de empenho e de movimentação financeira. No que se refere a

esses procedimentos, assinale a opção correta.

a) Em nenhuma hipótese serão objeto de limitação as despesas que

constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas

destinadas ao pagamento do serviço da dívida.

b) Se verificada a necessidade de contingenciamento, cada um dos

poderes, por ato próprio e nos montantes necessários, terá até o final do

bimestre seguinte para efetuar a limitação de empenho e movimentação

financeira.

c) No governo federal, os saldos de caixa apurados ao final do exercício e

que integraram o superávit primário são utilizados para pagamento da dívida

pública, independentemente de sua vinculação.

d) Os critérios para realização da limitação de empenho e de

movimentação financeira serão estabelecidos na Lei Orçamentária Anual.

e) A limitação de que trata a LRF somente acontecerá se verificado que ao

final do quadrimestre a realização da receita poderá não comportar o

cumprimento das metas de resultado primário e nominal estabelecidas na LDO.

Page 31: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 31 de 149

22. (CESPE/ANALISTA/FINEP/2009) O Poder Executivo é responsável por

promover, de imediato, a limitação de empenho em todas as dotações da

lei orçamentária anual quando houver indícios de que a realização da

receita não comportará o cumprimento das metas de resultado primário.

23. (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) A programação da execução orçamentária

e financeira visa fundamentalmente a ajustar o ritmo da execução da

despesa ao fluxo de caixa de cada ente público. Em relação à execução

orçamentária e financeira, indique a opção correta.

a) É válido o empenho da despesa que exceder o limite dos créditos

concedidos por meio de créditos especiais.

b) Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita

poderá não comportar o cumprimento das metas fiscais, os Poderes e o

Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários,

até o final do bimestre seguinte, limitação de empenho e movimentação

financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

c) Encerrado o exercício financeiro, os saldos de caixa que compuseram o

superávit primário estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentárias serão

utilizados para abatimento da dívida pública, independentemente de sua

vinculação.

d) Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, caso haja restabelecimento

da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos

empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções

efetivadas.

e) Segundo a Lei n. 4.320/1964, a totalidade das despesas empenhadas e

não pagas até 31/12 de cada exercício financeiro será inscrita em restos a

pagar processados.

24. (CESPE/ANALISTA/MMA/2008) De acordo com a LRF, as despesas

destinadas ao pagamento do serviço da dívida não serão objeto de

limitação, ainda que se verifique, ao final de um bimestre, que a

realização da receita possa não comportar o cumprimento das metas de

resultado primário ou nominal estabelecidas no anexo de metas fiscais.

Page 32: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 32 de 149

Analisando a questão 21:

A: realmente, obrigações constitucionais e legais, como é o caso do serviço da

dívida, não se sujeitam à limitação de empenho.

B: verificada a necessidade de limitação de empenho e de movimentação

financeira, essas medidas devem ocorrer no prazo de 30 dias.

C: é necessário observar a vinculação dos recursos, que permanece mesmo

com a transição de exercício (art. 8º, parágrafo único).

D: os critérios de limitação de empenho e de movimentação financeira são

estabelecidos na LDO.

E: o prazo para acompanhamento do cumprimento de metas é bimestral, não

quadrimestral.

Gabarito: A.

Quanto à questão 22, já vimos que o Executivo só pode contingenciar

despesas de seus órgãos e entidades, sem invadir a esfera dos outros Poderes.

Questão ERRADA.

Na questão 23:

A: não há possibilidade de a despesa exceder o limite dos créditos concedidos.

A despesa autorizada será o limite para a despesa realizada. Essa regra é

disciplinada pela Lei 4.320/64 (art. 59, caput).

B: a redação da assertiva é mais abrangente que a da LRF. As metas que

devem ser levadas em conta para eventual limitação de empenho e

movimentação financeira são as de resultado primário e nominal, e não todas

as metas fiscais.

C: como já visto, a vinculação das receitas deve perdurar mesmo com a

transição de exercício.

D: o § 1º do art. 9º da LRF determina a recomposição das dotações cujos

empenhos tenham sido limitados, em caso de restabelecimento da receita.

Page 33: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 33 de 149

E: para que os empenhos sejam inscritos como restos a pagar processados, é

necessário que tenha havido a liquidação da despesa. Os empenhos não

liquidados podem ser inscritos como restos a pagar não processados.

Gabarito: D.

A questão 24 traz uma reescritura meio estranha, mas correta, do caput e do §

3º do art. 9º da LRF. Questão CERTA.

Previsão e arrecadação de receitas

Trataremos agora da postura dos entes federados quanto à arrecadação das

receitas tributárias. Vejamos o art. 11 da LRF:

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.

Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.

Como visto, a LRF dispõe que, para ser considerado responsável em termos

fiscais, cada ente federado deverá empreender esforços para efetivamente

arrecadar as receitas tributárias de sua competência.

Historicamente, os entes federados menores, principalmente os Municípios,

deixaram de instituir seus tributos próprios, vivendo apenas dos repasses

da União e dos Estados. A LRF tentou modificar esse costume, criando

exigências para que todos os entes obtenham sua arrecadação própria.

Essa necessidade de arrecadação própria é ainda mais significativa no que

diz respeito aos impostos, que são as fontes preferenciais de obtenção de

recursos tributários. Tanto é que a LRF prevê uma punição a quem não

instituir, prever e/ou arrecadar os respectivos impostos: o ente federado

faltoso não poderá receber recursos de transferências voluntárias

(geralmente, convênios) de outros entes.

Entretanto, essa punição é “aliviada” posteriormente:

Page 34: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 34 de 149

Art. 25, § 3º Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias constantes desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência social.

O raciocínio por trás dessa “aliviada” no castigo aos entes federados é que a

população não poderia pagar um preço muito alto por causa da ação

irresponsável dos governantes locais. Assim, recursos relativos às áreas de

saúde, educação e assistência social continuarão sendo transferidos,

mesmo para entes que não tenham se esforçado para obter arrecadação

própria.

Sobre a previsão de receita, a LRF traz o seguinte:

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.

§ 1º Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal.

§ 2º O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária.

§ 3º O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos demais Poderes e do Ministério Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas orçamentárias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício subsequente, inclusive da corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo.

O caput e o § 1º do art. 12 refletem o caráter técnico que deve cercar a

previsão de receita. Os parlamentares não podem “inflar” a receita prevista

pelo Executivo, abrindo margem para novas despesas, com base em critérios

subjetivos – e, por dedução, o Executivo também deve pautar-se em

Page 35: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 35 de 149

estudos e cálculos plausíveis para realizar a estimativa. Apenas erro ou

omissão de natureza técnica ou legal podem justificar uma emenda de receita.

Portanto, são fatores a se considerar no momento de prever as receitas:

• normas técnicas e legais. Nesse ponto, trata-se principalmente da

legislação que rege as receitas e permite sua arrecadação, considerando

os fatos geradores, o conjunto de contribuintes alcançados pela cobrança

etc.

• efeitos das alterações na legislação. No caso de estar sendo discutida e/ou

votada alteração na legislação tributária no âmbito do Legislativo, é

possível transferir ao orçamento os efeitos potenciais da arrecadação

afetada por tais mudanças. Inclusive, registra-se que a União tem fixado

despesas condicionadas na LOA, executáveis à medida que as receitas

potenciais, advindas de alterações legislativas, sejam aprovadas.

• efeitos do crescimento econômico. A previsão de uma crise econômica,

ou, pelo contrário, de uma aceleração nas atividades econômicas,

pode trazer efeitos importantes sobre os níveis de arrecadação. Esses

fatores devem ser cotejados ao se projetar o montante de receita para o

orçamento.

• efeitos de qualquer outro fator relevante. Aqui, podemos pensar, a título

de ilustração, na informatização da logística de arrecadação de certa

receita, potencializando a ação do Fisco e diminuindo a evasão, ou num

evento excepcional, que aumente o consumo de bens e serviços – como

a Copa do Mundo no Brasil.

O § 2º do art. 12 da LRF foi declarado inconstitucional, em liminar, no

âmbito da já mencionada ADIN 2.238. É que, apesar de reproduzir a regra de

ouro, que já estudamos, esse dispositivo não trouxe a exceção constante da

CF/88 (art. 167, inc. III), que permite a desobediência à regra de ouro

mediante a aprovação, por maioria absoluta dos parlamentares, de créditos

suplementares ou especiais.

Por fim, o § 3º exige que o Executivo, depois de ter projetado a arrecadação

da receita, com base em tudo isso que vimos acima, disponibilize aos

outros Poderes e ao MP as informações necessárias, para que estes

Page 36: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 36 de 149

elaborem suas propostas orçamentárias. Esse repasse de informações deve

ocorrer no mínimo 30 dias antes do prazo final para encaminhamento das

propostas setoriais à SOF.

Como isso cai na prova?

25. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Com base na Lei de Responsabilidade

Fiscal, não é lícito afirmar acerca da previsão e arrecadação da receita

pública:

a) a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos são

requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal.

b) as previsões de receita devem considerar, entre outros fatores

relevantes, os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de

preços e do crescimento econômico.

c) é vedada a realização de transferências voluntárias ao ente da

federação que não institui, prevê e arrecada todos os tributos.

d) a reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só poderá ser

feita em caso de erro ou omissão de ordem técnica ou legal.

e) em até trinta dias após a publicação dos orçamentos, o Poder Executivo

deve desdobrar as receitas previstas em metas bimestrais de arrecadação.

26. (ESAF/ANALISTA/ANA/2009) De acordo com a Lei de Responsabilidade

Fiscal, constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão

fiscal a instituição, a previsão e a efetiva arrecadação de todos os tributos

da competência constitucional do ente da Federação. Nos casos em que

um determinado ente deixe de observar tal dispositivo, ser-lhe-á vedada:

a) a realização de transferências obrigatórias, qualquer que seja o tributo.

b) a realização de transferências obrigatórias, no que se refere aos

impostos.

c) a realização de transferências voluntárias, qualquer que seja o tributo.

Page 37: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 37 de 149

d) a realização de transferências voluntárias, no que se refere aos

impostos.

e) a realização de transferências obrigatórias e voluntárias, no que se

refere aos impostos.

27. (CESPE/ANALISTA/MMA/2008) A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

determina que as autorizações de despesas, constantes do projeto de lei

orçamentária, devem considerar os efeitos das alterações na legislação,

da variação dos índices de preços, do crescimento econômico e de

qualquer outro fator relevante.

Na questão 25, o problema está na sanção prevista aos entes públicos

relativamente à instituição da receita: as transferências voluntárias são

vedadas àqueles que não instituírem, preverem e arrecadarem a receita

decorrente de impostos (não de todos os tributos). Gabarito: C.

A questão 26 aborda o mesmo aspecto da LRF: vedação de transferências

voluntárias aos entes públicos que não comprovarem gestão responsável da

receita de impostos. Gabarito: D.

Há dois problemas na questão 27. Primeiramente, quem traz essas

determinações é a LRF, e não a LDO. Em segundo lugar, tais exigências

referem-se às previsões de receita, não às autorizações de despesas. Questão

ERRADA.

Renúncia de receita

De cara, vamos à lei seca:

Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições:

Page 38: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 38 de 149

I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;

II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.

§ 1º A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.

§ 2º Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput deste artigo decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas as medidas referidas no mencionado inciso.

Antes de prosseguir, pode-se perguntar: por que um ente público deixaria de

arrecadar receita?

Várias razões podem justificar essa decisão. Por exemplo, um município pode

conceder descontos sobre o IPTU relativamente às empresas que se

instalarem em seu território a partir de certa data. Renuncia-se a parte

da arrecadação para, ao mesmo tempo, aumentar a atividade econômica local

(o que vai resultar, futuramente, em maior arrecadação tributária).

Ainda como exemplo, um Estado poderia favorecer o desenvolvimento de

determinado setor produtivo, diminuindo a incidência do ICMS sobre os

gêneros comercializados desse ramo.

Portanto, tendo em vista que a obtenção de receita é primordial para a

manutenção do equilíbrio fiscal, renunciar à arrecadação de certas receitas

deve ser algo bastante justificável.

Page 39: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 39 de 149

Além dos instrumentos já definidos legalmente (anistia, remissão, subsídio,

crédito presumido e isenção), o § 1º aponta o principal critério para se

classificar certa medida como renúncia de receita: os efeitos devem ser

“não gerais”, ou seja, não podem alcançar todos os contribuintes obrigados

ao pagamento. Portanto, renúncia de receita, para a LRF, consiste num

tratamento diferenciado quanto ao conjunto de contribuintes.

Para se conceder ou ampliar incentivos/benefícios tributários, as metas de

resultado (aquelas do Anexo de Metas Fiscais) não podem ser afetadas, ou

todo o trabalho de equilíbrio das contas seria posto a perder.

Assim, é necessário fazer um trabalho de planejamento a respeito da renúncia

de receita pretendida. Deve-se projetar o impacto dessa operação, em

termos orçamentários e financeiros, para o exercício de início da vigência e

para os dois subsequentes.

Outro ponto importante sobre a renúncia de receita é a necessidade, ou não,

de compensação dos recursos que deixam de ser arrecadados.

Por exemplo, se as condições fiscais do ente federado permitem que ele

simplesmente renuncie a parte da arrecadação, sem maiores problemas

quanto às metas fiscais, pode-se editar uma LOA com receita já abatida da

renúncia, não sendo necessário instituir quaisquer compensações.

Por outro lado, para renunciar a receita sem ter havido a previsão, na LOA, da

receita já diminuída, a alternativa é a obtenção, a partir de outra fonte,

dos recursos correspondentes para a compensação. Dispensa-se a

arrecadação de um lado para se obter o equivalente a partir de outro setor ou

atividade econômica. Perceba que, nesse caso, não se pode simplesmente

desprezar a previsão da receita feita pela LOA, diminuindo a arrecadação.

Nesse sentido, são opções de compensação à renúncia de receita: a criação

ou majoração de novo tributo; a elevação de alíquotas; a ampliação da

base de cálculo de tributo já existente.

A LRF indica, adicionalmente, que, sendo necessário instituir medidas de

compensação, a renúncia de receita só poderá se efetivar depois de tais

medidas entrarem em vigor. Como diz o ditado, “o seguro morreu de

velho”!

Page 40: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 40 de 149

São apontados como exceções a essas limitações: o cancelamento de débito

cujo valor seja inferior ao custo de cobrança; e os “impostos extrafiscais” da

União (impostos de importação, de exportação, de produtos industrializados e

de operações financeiras), que podem ter suas alíquotas aumentadas e

reduzidas pelo Executivo por razões de política econômica (nesses casos, a

arrecadação em si não é o aspecto principal).

Como isso cai na prova?

28. (ESAF/PROCURADOR/PGFN/2006) Nos termos da Lei Complementar n.

101, de 4 de maio de 2000, os dispositivos que indicam vedação de

renúncia, a exemplo de anistia, remissão, subsídio, crédito presumido,

concessão de isenção de caráter não geral, alteração de alíquota ou

modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de

tributos, não se aplicam, quanto à alteração de alíquotas:

a) aos impostos de propriedade territorial rural, de renda e de proventos

de qualquer natureza e de transmissão causa mortis e doação, de quaisquer

bens ou direitos.

b) aos impostos de propriedade de veículo automotores, aos impostos

extraordinários de guerra e aos impostos de renda e de proventos de qualquer

natureza.

c) aos impostos de importação de produtos estrangeiros, de exportação,

para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados, de produtos

industrializados e de operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a

títulos ou valores mobiliários.

d) aos impostos sobre grandes fortunas, sobre propriedade predial e

territorial urbana e sobre transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato

oneroso, de bens móveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais

sobre imóveis.

e) aos impostos sobre serviços de qualquer natureza, bem como ao

imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza.

Page 41: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 41 de 149

29. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Segundo a Lei Complementar n.

101/2000, acerca da renúncia de receita, pode-se afirmar que

a) a concessão da renúncia de receita deve estar acompanhada de

estimativa do impacto orçamentário-financeiro, nos próximos três exercícios.

b) uma das condições para a concessão de renúncia de receita é a adoção

de medidas compensatórias, por meio da redução das despesas.

c) as condições para a renúncia de receita não se aplicam em caso de

redução das alíquotas do Imposto de Renda.

d) a renúncia de receita condicionada à adoção de medidas

compensatórias entra em vigor após verificado o efeito das medidas.

e) não se compreende, na renúncia de receita, a redução indiscriminada

de tributos ou contribuições.

30. (ESAF/AFC/STN/2008) A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício

de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar

acompanhada:

a) de exposição de motivos que justifique politicamente a finalidade da

renúncia.

b) de decreto regulamentador que identifique exatamente o valor da

receita objeto da renúncia.

c) de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que

deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes.

d) de estudo de impacto orçamentário-financeiro que comprove a

necessidade da renúncia, como instrumento de política fiscal que atenda ao

plano plurianual.

e) de portaria regulamentadora expedida por autoridade competente que

explicite, objetivamente, o valor da receita objeto da renúncia.

31. (CESPE/ANALISTA/TRE-MT/2010) No caso de concessão ou ampliação de

incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de

Page 42: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 42 de 149

receita, é facultado o acompanhamento de estimativa do impacto

orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência.

Na questão 28, os impostos cujas alterações não se sujeitam às restrições

próprias da renúncia de receita são o II, o IE, o IPI e o IOF. Gabarito: C.

Analisando a questão 29:

A: há um pequeno problema de redação. A concessão de renúncia de receita

deve ter seu impacto demonstrado no exercício em que se inicie sua vigência

(que pode ser o exercício corrente) e nos dois seguintes.

B: as medidas compensatórias à renúncia de receita se baseiam no aumento

da arrecadação, por outros meios.

C: o imposto de renda está sujeito às regras da LRF, caso seja utilizado na

concessão de renúncia de receita.

D: a renúncia de receita entra em vigor a partir da implementação das

medidas compensatórias (não da observância de seus efeitos).

E: a renúncia de receita envolve a redução discriminada de tributos. Reduções

generalizadas na arrecadação não são classificadas como renúncias.

Gabarito: E.

Na questão 30, a renúncia de receita deve ser acompanhada de estimativa de

impacto no exercício de início de sua vigência e nos dois seguintes. Gabarito:

C.

A estimativa de impacto orçamentário-financeiro da renúncia de receita é

obrigatória, constituindo um dos requisitos para a concessão do benefício. A

questão 31 está ERRADA.

Geração de despesa

Vamos começar nosso estudo sobre regras e condições para geração de

despesa pelo art. 16 da LRF:

Page 43: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 43 de 149

Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado de:

I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes;

II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.

§ 1º Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:

I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício;

II - compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, a despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não infrinja qualquer de suas disposições.

§ 2º A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompanhada das premissas e metodologia de cálculo utilizadas.

§ 3º Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considerada irrelevante, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.

§ 4º As normas do caput constituem condição prévia para:

I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras;

II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3º do art. 182 da Constituição.

Com a exceção de despesas irrelevantes (a serem conceituadas pela LDO),

os incisos do art. 16 tratam das condições para que se crie ou amplie uma

despesa referente a criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação

Page 44: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 44 de 149

governamental (normalmente, trata-se de ações orçamentárias do tipo

projeto).

Você já deve ter percebido que esse prazo de 3 exercícios aparece algumas

vezes na LRF. Aquela história da “ação planejada” que vimos logo no início da

aula se reflete, entre outras coisas, na observância dos efeitos de certos

fenômenos ou atos durante esse período.

Assim, a geração da despesa deve ser acompanhada da estimativa de

impacto orçamentário-financeiro no exercício de início e nos dois

seguintes.

Perceba também que a despesa criada ou ampliada deve ser compatível com

o PPA e a LDO, e ter adequação orçamentária e financeira com a LOA.

Sem o cumprimento dessas condições, não se pode iniciar a execução da

despesa nova: nada de empenhar, realizar licitação, contratar bens ou

serviços ou, até mesmo, desapropriar imóveis urbanos (o que deve ser

indenizado previamente e em dinheiro).

Como isso cai na prova?

32. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Considerando os dispositivos da Lei de

Responsabilidade Fiscal, a geração da despesa pública ou a assunção de

obrigação deve obedecer a diversos requisitos, exceto:

a) a despesa é adequada com a lei orçamentária anual quando objeto de

dotação específica e suficiente, ou esteja abrangida por crédito genérico, de

forma que, somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a

realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os

limites estabelecidos para três exercícios.

b) a criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que

acarrete aumento da despesa será acompanhada de estimativa do impacto

orçamentário-financeiro nos exercícios em que se der o aumento.

c) a despesa obrigatória de caráter continuado é a despesa corrente

derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem

Page 45: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 45 de 149

para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois

exercícios.

d) a criação da despesa obrigatória de caráter continuado dar-se-á

mediante comprovação de que não afetará as metas de resultados fiscais,

devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados

pelo aumento de receita ou pela redução de despesa.

e) as condições para aumento ou criação da despesa obrigatória de

caráter continuado não se aplicam ao serviço da dívida nem à implantação de

planos de carreira dos servidores.

33. (CESPE/ADVOGADO/AGU/2008) É condição prévia para empenho e

licitação de serviços criados por ação governamental nova, a declaração

do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária

e financeira com todos os tipos de orçamentos.

34. (CESPE/ANALISTA/TRE-MT/2010) A despesa objeto de dotação específica

ou que esteja abrangida por crédito genérico é considerada compatível

com o plano plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Na questão 32, o único requisito não aplicável à geração de despesa diz

respeito à estimativa ilimitada de impacto. Esse impacto deve ser demonstrado

em relação ao exercício de início da realização da despesa e aos dois

subsequentes (como é o padrão das estimativas da LRF). Gabarito: B.

A questão 33 está CERTA, reproduzindo o teor do art. 16, caput e § 4º, inc. I,

da LRF.

A questão 34 está ERRADA: a despesa que possua as características

mencionadas é considerada “adequada com a lei orçamentária anual”. Para

compatibilidade com a LDO e o PPA, a despesa deve se conformar com as

diretrizes, objetivos, metas e prioridades destes instrumentos, sem contrariar

suas disposições.

Despesas obrigatórias de caráter continuado

Page 46: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 46 de 149

As despesas obrigatórias de caráter continuado (DOCC) têm suas

características discriminadas no art. 17 da LRF:

Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios.

§ 1º Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deverão ser instruídos com a estimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio.

§ 2º Para efeito do atendimento do § 1º, o ato será acompanhado de comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no § 1º do art. 4º, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela redução permanente de despesa.

§ 3º Para efeito do § 2º, considera-se aumento permanente de receita o proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.

§ 4º A comprovação referida no § 2º, apresentada pelo proponente, conterá as premissas e metodologia de cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de compatibilidade da despesa com as demais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.

§ 5º A despesa de que trata este artigo não será executada antes da implementação das medidas referidas no § 2º, as quais integrarão o instrumento que a criar ou aumentar.

§ 6º O disposto no § 1º não se aplica às despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição.

§ 7º Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo determinado.

Page 47: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 47 de 149

Diferentemente das despesas que comentamos há pouco, relativas a criação,

expansão ou aperfeiçoamento da ação governamental, e que caracterizam

tipicamente investimentos, as DOCC são despesas correntes, ou seja, de

manutenção da máquina administrativa e de serviços públicos.

Por serem despesas correntes, as DOCC não importam enriquecimento do

Estado (o que é característica das despesas de capital). Portanto, DOCC são

executadas em favor de atividades e serviços que beneficiam direta ou

indiretamente a sociedade, mas que não envolvem aumento patrimonial.

Vale anotar as outras características dessas despesas: elas são obrigatórias,

em virtude de serem instituídas por atos normativos, e são de longo prazo

(mais que dois exercícios).

Todas essas características das DOCC trazem alto risco para o equilíbrio

fiscal: trata-se de despesas que diminuem o patrimônio, que duram bastante

tempo e cuja execução não pode ser interrompida.

É por isso que a LRF traz tantas condições para a criação de DOCC. Vamos

esquematizá-las:

• estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que a

despesa deva entrar em vigor e nos dois subsequentes;

• demonstração da origem dos recursos para custeio;

• comprovação de não afetação das metas de resultado fiscais do AMF;

• compensação por meio de aumento permanente de receita ou redução

permanente de despesa;

• início da execução da DOCC apenas depois das medidas de compensação.

Veja que, diferentemente da renúncia de receita, que pode ser “absorvida”

pela LOA, a LRF não dá alternativa quanto às DOCC: elas devem ser

acompanhadas de medidas de compensação, e ponto final.

Essas medidas de compensação são aquelas que servem também para as

renúncias de receita, já comentadas (envolvendo aumento de receita). Mas,

aqui, também se pode compensar por meio da redução de despesa. De

Page 48: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 48 de 149

qualquer forma, as medidas de compensação, em nome da “segurança fiscal”,

devem ser instituídas no mesmo instrumento que criar a DOCC.

O § 6º estabelece duas exceções à classificação de despesas como DOCC.

Apesar de apresentarem todas as características aqui estudadas, elas não

precisarão se submeter a esse rígido regime de aprovação e execução. Trata-

se das despesas relativas ao pagamento da dívida pública e ao reajuste

geral do funcionalismo.

O § 7º do art. 17 evita que uma despesa seja criada para um período curto,

fugindo à classificação como DOCC, e, posteriormente, seja prorrogada.

Assim, estaríamos diante de uma DOCC camuflada, desobrigada de seguir

todas essas regras.

Para evitar essa situação, a prorrogação de uma despesa “normal” será

considerada “aumento de despesa”, e, dessa forma, será enquadrada nas

regras das DOCC.

Relembrando o que vimos anteriormente, o Anexo de Metas Fiscais da LDO

deverá conter um demonstrativo da estimativa e compensação da

renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de

caráter continuado, e a LOA, por seu turno, trará as próprias medidas de

compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias

de caráter continuado.

Para finalizar, segundo o art. 15 da LRF, a geração de despesa ou a assunção

de obrigação que não atendam às regras para criação de despesa com

investimentos (art. 16) e de DOCC (art. 17) serão consideradas “não

autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público”.

Como isso cai na prova?

35. (ESAF/ANALISTA/ANA/2009) De acordo com a Lei de Responsabilidade

Fiscal, considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente

derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo, que

fixe para o ente a obrigação legal de sua execução:

Page 49: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 49 de 149

a) por um período superior a três exercícios.

b) por um período superior a dois exercícios.

c) até o encerramento do Plano Plurianual vigente.

d) até o encerramento do Plano Plurianual subsequente.

e) por um período superior a um exercício.

36. (CESPE/ADVOGADO/AGU/2008) A revisão geral anual da remuneração de

servidores públicos é uma exceção à necessidade de que, para o aumento

da despesa, seja demonstrada a origem dos recursos para seu custeio.

37. (CESPE/ANALISTA/TJDFT/2008) A prorrogação de despesa criada por

prazo determinado não é considerada como aumento de despesa.

38. (CESPE/ANALISTA/TRE-MA/2009) As medidas de compensação a

renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter

continuado devem acompanhar o projeto de LOA.

Na questão 35, o período mínimo de vigência para que uma despesa seja

classificada como DOCC é de dois exercícios. Gabarito: B.

A questão 36 indica corretamente uma das exceções às exigências das DOCC.

Apesar de se caracterizar como tal, a revisão geral anual do funcionalismo não

precisa obedecer às limitações da LRF quanto ao tema. Questão CERTA.

A questão 37 está ERRADA: o único problema foi a presença da palavra “não”

em seu texto.

A questão 38 também reproduz um dispositivo da LRF: trata-se do art. 5º, inc.

II. Questão CERTA.

Despesa com pessoal

A despesa com pessoal constitui um dos grandes pontos de interesse da Lei de

Responsabilidade Fiscal, pelo volume que assume nos gastos públicos e pelas

características de risco para o equilíbrio fiscal.

Page 50: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 50 de 149

Para garantir a sustentabilidade das contas públicas, as despesas com pessoal

devem ser mantidas sobre controle, em virtude de suas características de

DOCC.

Despesas com pessoal são “eternas”, no sentido de não poderem, em

princípio, ser reduzidas ou cortadas. E ainda há os casos de prorrogação, ao

se transformar a remuneração de pessoal ativo em pensões ou

aposentadorias.

Em virtude dessas observações, faz parte da responsabilidade na gestão fiscal

manter sob controle as despesas com pessoal.

Para a LRF (art. 18), a despesa total com pessoal de um ente federado

abrange os seguintes itens:

(...) gastos com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.

Além dessas, são contabilizadas como “outras despesas de pessoal” aquelas

referentes à terceirização de mão de obra que venha a substituir

servidores e empregados públicos. A terceirização de mão de obra que não

sirva a tal fim continuará sendo classificada como “outras despesas correntes”.

Para a contabilização da despesa com pessoal, são apuradas as despesas

executadas no mês de referência e nos onze anteriores. Esse período de

apuração é o mesmo da receita corrente líquida, que, como já dito, é a base

de comparação para diversos cálculos e limites da LRF.

A LRF instituiu os limites máximos da despesa total com pessoal, calculados

também sobre a RCL. Tais limites são de 50% da RCL para a União e de

60% da RCL para Estados, DF e Municípios.

Page 51: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 51 de 149

Para realizar o cálculo da despesa com pessoal, definindo seu percentual em

relação à RCL, são feitas algumas deduções, das quais podemos destacar

as seguintes:

• indenização por demissão de servidores ou empregados;

• incentivos à demissão voluntária;

• decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior

ao da apuração da despesa total com pessoal (11 meses anteriores);

• despesas com inativos não suportadas diretamente pelo orçamento do

ente público.

Os limites de 50% ou 60% são, por fim, “rateados” entre os Poderes e órgãos

dos entes federados, cabendo a maior parcela ao Executivo (maior

empregador, como regra). Vejamos um quadro demonstrativo desse rateio:

% sobre receita corrente líquida

UNIÃO (máximo de 50% da RCL)

Executivo Legis lativo (incluindo o TCU) Judiciário MPU

40,9% 2,5% 6% 0,6% ESTADOS/DF (máximo de 60% da RCL)

Executivo Legislativo (incluindo o TCE) Judiciário MPE

49% (48,6% se houver TCM)

3%(3,4% se houver TCM)

6% 2%

MUNICÍPIOS (máximo de 60% da RCL)

Executivo Legislativo (incluindo TC do M, quando

houver) 54% 6%

Entrando um pouco na seara do Direito Constitucional, vamos diferenciar

Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) de Tribunal de Contas do

Município (TC do M).

Page 52: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 52 de 149

A CF/88 permite (art. 31, § 1º) que os estados instituam um tribunal de

contas especializado para exercer atividades de controle externo sobre

os municípios do estado. Esse é o Tribunal de Contas dos Municípios, um

órgão estadual.

Atualmente, quatro estados têm TCM em sua estrutura orgânica: Pará,

Ceará, Bahia e Goiás.

Não havendo esse órgão especializado, o controle dos municípios será

exercido pelo próprio Tribunal de Contas do Estado, em auxílio às

Câmaras de Vereadores.

Quando aos Tribunais de Contas do Município (órgãos municipais), só

existem dois: o do município de São Paulo e o do Rio de Janeiro. E não

podem existir outros: a CF/88 proibiu a criação de novos tribunais desse

tipo (art. 31, § 4º).

Como isso cai na prova?

39. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Para os efeitos da Lei Complementar n.

101/2000, considera-se despesa com pessoal:

a) as reparações econômicas a anistiados políticos não membros da

administração pública.

b) o auxílio-alimentação dos servidores.

c) a terceirização de atividades não previstas nos planos de carreira dos

servidores.

d) as aposentadorias e pensões relativas a ex-chefes de poder executivo.

e) as aposentadorias e pensões pagas pelo regime geral da previdência

social.

Page 53: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 53 de 149

40. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Acerca da repartição dos limites

globais da despesa com pessoal estabelecidos na Lei Complementar n.

101/2000, é correto afirmar que:

a) a despesa com pessoal dos Tribunais de Contas será inclusa nos limites

do respectivo Poder Judiciário.

b) na esfera municipal, o limite para o Ministério Público está incluído no

do respectivo Poder Executivo.

c) na União, inclui-se no limite do Poder Executivo as despesas com

pessoal do Tribunal de Justiça e do Ministério Público do Distrito Federal e

Territórios.

d) no ministério público de cada esfera, o limite será repartido entre seus

ramos proporcionalmente à média das despesas com pessoal, em percentual

da receita corrente líquida, verificadas nos três exercícios financeiros

imediatamente anteriores ao da publicação da LRF.

e) a entrega dos recursos financeiros correspondentes à despesa total

com pessoal do Poder Executivo será a resultante da aplicação dos limites com

pessoal.

41. (CESPE/ACE/TCU/2008) Na verificação da despesa total com pessoal da

União, não serão computadas as despesas com indenização por demissão

de servidores, as relativas à demissão voluntária e as decorrentes dos

contratos de terceirização de mão de obra referentes a substituição de

servidores e empregados públicos.

42. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Com base na Lei de Responsabilidade

Fiscal, não é correto afirmar acerca da apuração dos limites com pessoal:

a) não serão computados no limite de pessoal da União os valores

transferidos ao Distrito Federal e aos Estados do Amapá e Roraima.

b) as despesas com pessoal da administração direta decorrentes de

sentenças judiciais serão incluídas no limite do respectivo órgão ou entidade.

c) não serão computadas as despesas com pessoal decorrentes da

convocação extraordinária do Congresso Nacional.

Page 54: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 54 de 149

d) serão computadas as despesas com pessoal decorrentes de decisão

judicial da competência do mesmo período de apuração do limite.

e) não serão computadas as despesas com pessoal inativo custeadas por

meio de fundo específico decorrentes da contribuição dos servidores inativos.

Das opções da questão 39, a única considerada como despesa de pessoal trata

das aposentadorias e pensões de autoridades. Gabarito: D.

Analisando a questão 40:

A: os limites com despesas de pessoal dos Tribunais de Contas são agregados

aos do Poder Legislativo.

B: não há Ministério Público municipal.

C: conforme a LRF, as despesas de pessoal do TJDFT e do MPDFT são incluídas

no limite do Poder Executivo federal.

D: essa regra de subdivisão dos limites aplica-se aos Poderes Legislativo e

Judiciário (LRF, art. 20, § 1º), não ao Ministério Público.

E: os limites com despesas de pessoal não representam algo como uma

“participação” de cada Poder no orçamento.

Gabarito: C.

A questão 41 está ERRADA. As despesas com a terceirização de mão de obra

substituta de servidores e empregados públicos são contabilizadas na despesa

total com pessoal.

Na questão 42, o erro diz respeito aos valores transferidos ao DF, ao Amapá e

a Roraima pela União, que devem ser incluídos no limite do Poder Executivo

desta (art. 20, inc. I, “c”). Gabarito: A.

Controle da despesa total com pessoal

Page 55: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 55 de 149

A LRF determina que seja considerado nulo de pleno direito o ato que

provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda às seguintes

exigências:

• condições dos arts. 16 e 17 (geração de despesa e DOCC);

• disposição do art. 37, inc. XIII, da CF/88 (proibição de vinculação ou

equiparação de espécies remuneratórias para efeito de remuneração

de pessoal);

• disposição do art. 169, § 1º, da CF/88 (autorização da LDO e previsão

na LOA para aumento da despesa com pessoal);

• obediência ao limite legal das despesas com pessoal inativo;

• proibição de aumento da despesa com pessoal nos últimos 180 dias do

mandato do chefe de Poder.

Além disso, os Poderes e órgãos dos entes federados não devem esperar que a

despesa com pessoal ultrapasse o limite máximo para fazerem alguma coisa. A

LRF também instituiu procedimentos de cautela, no tocante a esse assunto.

Essa cautela se refletiu no estabelecimento de sublimites a serem

observados, da seguinte forma:

• limite de alerta: 90% do limite máximo. Ultrapassado esse ponto, os

Tribunais de Contas devem alertar ao órgão ou Poder respectivo a

respeito do fato;

• limite prudencial: 95% do limite máximo da despesa total com

pessoal. Ultrapassado esse limite, o órgão ou Poder deve iniciar

procedimentos de controle da despesa com pessoal: fica proibido

conceder vantagem, aumento, reajuste (salvo por determinação legal,

judicial ou contratual), criar cargos, empregos ou funções, admitir

pessoal, contratar hora extra etc.

• limite máximo da despesa total com pessoal: 50% ou 60% da RCL,

conforme o caso. Ultrapassado o limite máximo, o percentual excedente

deverá ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo, pelo

menos, um terço no primeiro quadrimestre. E, para essa eliminação do

Page 56: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 56 de 149

excesso, podem-se adotar as medidas sequenciais indicadas no art. 169,

§§ 3º e 4º, da CF/88, a saber: redução das despesas com cargos em

comissão e funções de confiança; exoneração de servidores não

estáveis; e, por fim, se necessário, exoneração de servidores

estáveis.

Se a eliminação do excesso da despesa com pessoal não for alcançada no

prazo legal, o ente federado fica proibido de receber transferências

voluntárias, contratar operações de crédito (exceto para refinanciamento

da dívida mobiliária e para redução das despesas com pessoal) e de receber

garantia de outro ente.

Como isso cai na prova?

43. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) Os tribunais de contas alertarão os

poderes ou órgãos relacionados na LRF quando constatarem que o

montante da despesa com pessoal ultrapassou 90% do limite autorizado.

44. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) De acordo com a Lei Complementar n.

101/2000, é correto afirmar, acerca da verificação do cumprimento aos

limites da despesa com pessoal, que

a) se a despesa com pessoal exceder o limite, os gastos com cargos em

comissão ou funções de confiança deverão ser reduzidos no mínimo em vinte

por cento.

b) se a despesa com pessoal exceder a noventa e cinco por cento do

limite, é vedada, ao poder ou órgão em que incorrer, a concessão de aumento

decorrente da revisão geral anual de remuneração.

c) se a despesa com pessoal exceder o limite, o excesso deve ser

eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo no mínimo metade no

primeiro.

d) se a despesa com pessoal exceder o limite, e não alcançada a redução

no prazo estabelecido, enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá

receber transferências constitucionais.

Page 57: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 57 de 149

e) a verificação do cumprimento aos limites será efetuada

quadrimestralmente, comparando o mês atual com os onze meses anteriores.

45. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Acerca do controle da despesa com

pessoal estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal, não se pode

afirmar que:

a) é nulo o ato aumentativo da despesa com pessoal que não indique a

fonte dos recursos para o seu custeio.

b) é nulo o ato aumentativo da despesa com pessoal que promova a

vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias.

c) é nulo o ato aumentativo da despesa com pessoal que, mediante

concessão de vantagem ou aumento de remuneração, não esteja previsto na

lei de diretrizes orçamentárias ou não tenha prévia dotação orçamentária

suficiente.

d) é nulo o ato aumentativo da despesa com pessoal expedido no último

semestre do mandato do titular do respectivo poder ou órgão.

e) é nulo o ato aumentativo da despesa com pessoal que não atenda os

limites para a despesa com pessoal ativo.

A questão 43 indica a previsão trazida pelo art. 59, § 1º, inc. II, da LRF, que

atribui aos tribunais de contas a tarefa de avisar quanto ao limite de alerta

relativo às despesas com pessoal. Questão CERTA.

Questão 44:

A: tudo OK. A redução dos gastos com cargos em comissão ou funções de

confiança em 20%, no mínimo, está indicada no art. 169, § 3º, inc. I, da

CF/88.

B: o aumento decorrente da revisão geral anual da remuneração dos

servidores, disciplinada pelo art. 37, inc. X, da CF/88, é uma exceção às

normas de controle das despesas com pessoal. Mesmo diante de rompimento

de limites, é possível a concessão desse aumento (art. 22, parágrafo único,

inc. I).

Page 58: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 58 de 149

C: o excesso deve ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo um

terço, no mínimo, no primeiro.

D: a punição refere-se ao impedimento de receber transferências voluntárias.

E: a verificação quadrimestral implica a contabilização da despesa total com

pessoal acumulada no mês de referência e nos onze meses anteriores (e não

comparando o mês de referência com os anteriores).

Gabarito: A.

Analisando as opções da questão 45:

A: regra decorrente da combinação do art. 21, inc. I, e 17, § 1º, ambos da

LRF.

B: conteúdo referente ao art. 37, inc. XIII, da CF/88.

C: contempla as condições dispostas no art. 169, § 1º, inc. I e II, da CF/88, no

tocante às despesas com pessoal.

D: regra inserida no art. 21, parágrafo único, da LRF.

E: o correto seria “limites para a despesa com pessoal inativo”, conforme o art.

21, inc. II, da LRF. O texto da assertiva está incorreto, e redundante.

Gabarito: E.

Transferências voluntárias

Vejamos os dispositivos aplicáveis ao tema:

Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.

§ 1º São exigências para a realização de transferência voluntária, além das estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias:

Page 59: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 59 de 149

I - existência de dotação específica;

II - (VETADO)

III - observância do disposto no inciso X do art. 167 da Constituição;

IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:

a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor, bem como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente dele recebidos;

b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde;

c) observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, de inscrição em Restos a Pagar e de despesa total com pessoal;

d) previsão orçamentária de contrapartida.

§ 2º É vedada a utilização de recursos transferidos em finalidade diversa da pactuada.

§ 3º Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias constantes desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência social.

As transferências voluntárias referidas pela LRF, normalmente, tratam-se de

convênios celebrados entre os entes da Federação. Elas ocorrem,

normalmente, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira de um

ente federado relativamente a outros entes.

Convênios são uma espécie de acordo/contrato assinado por entes

interessados na obtenção do objeto conveniado (e apenas desse objeto). Para

tanto, ambos os integrantes destinam recursos à execução do ajuste

celebrado.

Fazem parte desse tipo de relação o concedente, a quem cabe transferir a

maior parte dos recursos, e o convenente, que apresenta o plano de

Page 60: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 60 de 149

trabalho do convênio e assume a execução do objeto (embora também

deva, como regra, aplicar uma parte dos recursos, como contrapartida).

Como diz o próprio nome, as transferências voluntárias não decorrem de

mandamentos legais ou constitucionais. É o interesse do convenente e do

concedente que leva à assinatura do termo.

Porém, para receber transferências voluntárias, o ente federado a ser

beneficiado pela transferência deverá comprovar requisitos de credibilidade

e saúde financeira:

• comprovação, junto ao ente transferidor, de que se acha em dia quanto

ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos;

• comprovação, junto ao ente transferidor, de entrega de prestação de

contas de recursos anteriormente dele recebidos;

• cumprimento dos limites constitucionais relativos à saúde e à educação;

• observância dos limites da LRF (despesa com pessoal, limite da dívida,

despesas com operações de crédito e de inscrição em restos a pagar);

• previsão orçamentária de contrapartida (aplicação própria de recursos no

convênio).

Por sua vez, o ente transferidor deverá comprovar a previsão orçamentária

dos recursos a serem repassados e se certificar de que o convênio não servirá

para o pagamento de despesas com pessoal do ente beneficiário, o que é

proibido pela CF/88 (art. 167, inc. X).

Vale relembrar que a LDO pode trazer normas específicas sobre

transferências voluntárias, por força do art. 4º, inc. I, alínea ‘f’, da LRF (A

lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da

Constituição e disporá também sobre demais condições e exigências para

transferências de recursos a entidades públicas e privadas).

Como isso cai na prova?

Page 61: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 61 de 149

46. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) A Lei Complementar n. 101/2000,

entre as diversas diretrizes acerca das transferências voluntárias,

estabelece que:

a) transferência voluntária é a entrega de recursos a outro ente da

Federação que não decorra de determinação constitucional, legal ou os

destinados às ações de saúde.

b) é permitida a realização de transferências voluntárias para o

pagamento de despesas com pessoal dos entes da Federação.

c) é exigência para a realização de transferências voluntárias a existência

de prévia dotação orçamentária que a autorize.

d) é exigência para a realização de transferências voluntárias a

comprovação por parte do beneficiário do cumprimento aos limites

constitucionais com educação, saúde e segurança.

e) não se aplicam as sanções de suspensão das transferências voluntárias

no caso das destinadas às ações de saúde, educação e segurança.

47. (CESPE/ESPECIALISTA/PREF. VILA VELHA/2008) Para a realização de

transferências voluntárias do estado para um município, não basta constar

dotação específica para esse fim no orçamento do ente beneficiário; deve

haver igualmente previsão orçamentária de contrapartida dessa

transferência.

Identificando os problemas nas alternativas da questão 46:

A: o correto seria “recursos destinados ao Sistema Único de Saúde”.

B: não é permitida a utilização de recursos de transferências voluntárias para

pagamento de despesas com pessoal (art. 167, inc. X, da CF/88).

D: os limites a serem observados referem-se à saúde e à educação, somente.

Não há mínimo constitucional de recursos a serem aplicados em segurança.

E: as ações que não são afetadas por eventuais sanções a entes federados

dizem respeito à saúde, à educação e à assistência social.

Page 62: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 62 de 149

A alternativa C reflete corretamente uma das exigências para a realização de

transferências voluntárias: a existência de prévia dotação orçamentária que a

autorize. Gabarito: C.

A questão 47 aborda duas exigências para a realização de transferências

voluntárias, relativas ao ente beneficiário. Questão CERTA.

Destinação de recursos para o setor privado

Antes de tratar das disposições da LRF a respeito desse assunto, vale destacar

que a CF/88 não trouxe uma postura muito liberal quanto à destinação de

recursos para auxiliar entidades em dificuldades. Acompanhe:

Art. 167. São vedados:

(...)

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;

Dessa forma, cada liberação financeira de recursos dos orçamentos fiscal e

da seguridade que tenha por objetivo “suprir necessidade ou cobrir déficit” de

empresas, fundações e fundos, precisará de uma lei específica que autorize

a operação.

Além disso, pela redação aberta do dispositivo, tanto entidades pertencentes à

Administração Pública (estatais) quanto entidades privadas podem ser

favorecidas pela destinação de recursos a título de “auxílio/socorro”.

A Lei 4.320/64 já previa esse tipo de operação, classificando as despesas do

poder público concedente como “subvenções econômicas”:

Art. 12, § 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como:

Page 63: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 63 de 149

(...)

II - subvenções econômicas, as que se destinem a emprêsas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.

(...)

Art. 18. A cobertura dos déficits de manutenção das emprêsas públicas, de natureza autárquica ou não, far-se-á mediante subvenções econômicas expressamente incluídas nas despesas correntes do orçamento da União, do Estado, do Município ou do Distrito Federal.

Parágrafo único. Consideram-se, igualmente, como subvenções econômicas:

a) as dotações destinadas a cobrir a diferença entre os preços de mercado e os preços de revenda, pelo Govêrno, de gêneros alimentícios ou outros materiais;

b) as dotações destinadas ao pagamento de bonificações a produtores de determinados gêneros ou materiais.

Art. 19. A Lei de Orçamento não consignará ajuda financeira, a qualquer título, a emprêsa de fins lucrativos, salvo quando se tratar de subvenções cuja concessão tenha sido expressamente autorizada em lei especial.

(...)

Art. 21. A Lei de Orçamento não consignará auxílio para investimentos que se devam incorporar ao patrimônio das emprêsas privadas de fins lucrativos.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se às transferências de capital à conta de fundos especiais ou dotações sob regime excepcional de aplicação.

Veja que a exigência de lei específica para realizar ajuda financeira a empresas

já estava presente no arcabouço normativo desde a década de 60. A CF/88

acrescentou as fundações e fundos a essa lista.

Muito bem, vejamos o que diz a LRF sobre o tema:

Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser

Page 64: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 64 de 149

autorizada por lei específica, atender às condições estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias e estar prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais.

§ 1º O disposto no caput aplica-se a toda a administração indireta, inclusive fundações públicas e empresas estatais, exceto, no exercício de suas atribuições precípuas, as instituições financeiras e o Banco Central do Brasil.

§ 2º Compreende-se incluída a concessão de empréstimos, financiamentos e refinanciamentos, inclusive as respectivas prorrogações e a composição de dívidas, a concessão de subvenções e a participação em constituição ou aumento de capital.

Art. 27. Na concessão de crédito por ente da Federação a pessoa física, ou jurídica que não esteja sob seu controle direto ou indireto, os encargos financeiros, comissões e despesas congêneres não serão inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação.

Parágrafo único. Dependem de autorização em lei específica as prorrogações e composições de dívidas decorrentes de operações de crédito, bem como a concessão de empréstimos ou financiamentos em desacordo com o caput, sendo o subsídio correspondente consignado na lei orçamentária.

Art. 28. Salvo mediante lei específica, não poderão ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações de crédito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, ainda que mediante a concessão de empréstimos de recuperação ou financiamentos para mudança de controle acionário.

§ 1º A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a cargo de fundos, e outros mecanismos, constituídos pelas instituições do Sistema Financeiro Nacional, na forma da lei.

§ 2º O disposto no caput não proíbe o Banco Central do Brasil de conceder às instituições financeiras operações de redesconto e de empréstimos de prazo inferior a trezentos e sessenta dias.

Page 65: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 65 de 149

Dessa forma, somando os dispositivos da CF/88, da 4.320/64 e da LRF, são

condições para que seja concedida ajuda financeira a pessoas físicas ou

jurídicas (abrangendo as pertencentes e as alheias à Administração):

• autorização em lei específica;

• previsão orçamentária;

• atendimento às exigências da LDO;

• vedação a investimentos destinados ao patrimônio de empresas privadas

com fins lucrativos.

Perceba que as instituições financeiras estatais e o Banco Central não estão

compreendidos nesta proibição, já que as atribuições próprias dessas

entidades contemplam justamente a concessão de empréstimos,

financiamentos e instrumentos congêneres.

No art. 27, instituiu-se a previsão de que o ente público não deverá se

“sacrificar” além dos custos definidos em lei ou além do custo de

captação para realizar a transferência de recursos ao setor privado. Como

exceção a essa regra, é possível que, novamente, uma lei específica autorize

essa transferência subsidiada, desde que a parcela correspondente ao

subsídio seja prevista na LOA.

No art. 28, dá-se um destaque especial à restrição de auxílio/socorro a

instituições financeiras por parte do poder público – o que caracteriza uma

reação às operações realizadas no âmbito do “Programa de Estímulo à

Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional”, o Proer,

implementado na sequência do Plano Real, que auxiliou instituições financeiras

em dificuldades e facilitou operações como fusões, aquisições, alterações

societárias, etc.

Nesse artigo, não se acrescentam novidades: a previsão da lei específica

continua lá. Entretanto, no desempenho de sua função de regulação do

sistema financeiro, o Banco Central pode, a despeito dessas restrições,

conceder operações de redesconto e de empréstimos de curto prazo

(menos que 360 dias) a essas instituições – o que ameniza, em tese, a

necessidade de socorro custeado por recursos do orçamento fiscal/seguridade.

Page 66: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 66 de 149

O § 1º do art. 28 prevê ainda outros mecanismos para enfrentar

dificuldades de instituições financeiras, como a “constituição de fundos”

pelas instituições financeiras – solução que foi utilizada esse ano, com o

acionamento do Fundo Garantidor de Créditos para socorrer a crise do Banco

PanAmericano.

Como isso cai na prova?

48. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Acerca da destinação de recursos

públicos para o setor privado, a Lei de Responsabilidade Fiscal não

estabelece:

a) as exigências de autorização em lei específica, atendimento à lei de

diretrizes orçamentárias e dotação orçamentária não se aplicam à

administração indireta e empresas estatais, com exceção das instituições

financeiras e do Banco Central.

b) é obrigatória a autorização em lei específica, bem como atendimento à

lei de diretrizes orçamentárias e existência de dotação orçamentária que a

suporte.

c) na concessão de crédito a pessoa física ou jurídica que não esteja sob

controle direto ou indireto, os encargos financeiros e demais despesas serão

iguais ou superiores aos definidos em lei ou ao custo de captação.

d) é permitida a utilização de recursos públicos para socorro a instituições

do Sistema Financeiro Nacional, mediante lei específica, mesmo que por

concessão de auxílios ou subvenções econômicas.

e) é permitido ao Banco Central, mesmo sem autorização legal específica,

conceder às instituições financeiras operações de redesconto e empréstimos

com prazo não superior a trezentos e sessenta dias.

49. (ESAF/ACE/TCU/2006) A Lei de Responsabilidade Fiscal “dispõe que a

destinação de recursos, para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades

de pessoas físicas ou de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei

específica, atender às condições estabelecidas na Lei de Diretrizes

Page 67: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 67 de 149

Orçamentárias, estar prevista no orçamento e nos créditos adicionais”.

Aponte a opção que não pertence a essa regra.

a) A concessão de garantias.

b) Os financiamentos ou refinanciamentos, inclusive as respectivas

prorrogações e a composição de dívidas.

c) A concessão de subvenções.

d) A concessão de empréstimos.

e) A participação em constituição ou aumento de capital.

50. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2010) Salvo mediante lei específica, não

podem ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações de crédito,

para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, ainda que

mediante concessão de empréstimos de recuperação ou financiamentos

para mudança de controle acionário.

Sobre a questão 48, todas as entidades da administração indireta (exceto

instituições financeiras e o BACEN) devem observar as regras aplicáveis à

destinação de recursos ao setor privado. Gabarito: A.

Das opções da questão 49, apenas a concessão de garantia não diz respeito ao

tema. A garantia, estudada na seção relativa à dívida pública, é observada

entre entes públicos, não se afiliando à destinação de recursos ao setor

privado. Gabarito: A.

A questão 50 está CERTA, e também baseada na literalidade: o enunciado é

cópia do caput do art. 28 da LRF.

Transparência da gestão fiscal

Como destacamos logo de início, a LRF pressupõe a “ação planejada e

transparente” no tocante às finanças públicas.

A transparência da gestão fiscal é garantida por alguns instrumentos, aos

quais se deve dar “ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de

Page 68: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 68 de 149

acesso público”. Os instrumentos e meios de garantir a transparência fiscal

foram indicados pela Lei, em seus arts. 48 e 49.

Esquematizando, são instrumentos de transparência da gestão fiscal:

• os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias;

• as prestações de contas e o respectivo parecer prévio;

• o Relatório Resumido da Execução Orçamentária (relatório bimestral,

abrangendo todos os Poderes, que reflete a execução da receita e da

despesa)

• o Relatório de Gestão Fiscal (relatório que reflete a obediência, pelo

Poder ou órgão emissor, quanto aos limites e critérios da

responsabilidade fiscal – montante da dívida, despesa com pessoal,

operações de crédito etc.);

• as versões simplificadas desses documentos.

Além disso, também estão previstos como formas de garantir a transparência

da gestão fiscal:

• incentivo à participação popular e realização de audiências públicas,

durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de

diretrizes orçamentárias e orçamentos (aqui, poderia ser citado como

exemplo a adoção do orçamento participativo);

• liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em

tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução

orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público;

• adoção, pelos entes federados, de sistema integrado de

administração financeira e controle, com padrão mínimo de

qualidade estabelecido pela União (ou seja, uma versão do SIAFI para

adoção pelos entes federados).

As “informações pormenorizadas em tempo real” sobre a execução

orçamentária e financeira dos entes federados, a serem publicadas na

Internet, devem abranger o seguinte:

Page 69: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 69 de 149

• quanto à despesa: no mínimo, dados referentes ao número do

processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou

jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao

procedimento licitatório realizado;

• quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das

unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários.

No caso da União, os dados sobre a execução orçamentária e financeira, entre

outros, estão disponíveis no Portal da Transparência

(www.transparencia.gov.br).

Além dessa disponibilização de informações na Internet, a LRF prevê também

“meios físicos” de exercer a transparência fiscal. Nesse sentido, o art. 49

prevê que

“as contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade”.

Como isso cai na prova?

51. (CESPE/ANALISTA/PREF. VITÓRIA/2008) A LRF determina que os

orçamentos, as leis de diretrizes orçamentárias, as prestações de contas e

o respectivo parecer prévio sejam instrumentos de transparência da

gestão fiscal, mas sua divulgação por meios eletrônicos é vedada.

52. (ESAF/TÉCNICO SUPERIOR/SPU-MPOG/2006) De acordo com a Lei de

Responsabilidade Fiscal, constituem instrumentos de transparência da

gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios

eletrônicos de acesso público, exceto,

a) os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias.

b) o Plano de Contas Único da União.

c) as prestações de contas e o respectivo parecer prévio.

Page 70: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 70 de 149

d) o Relatório Resumido da Execução Orçamentária.

e) o Relatório de Gestão Fiscal.

53. (CESPE/TÉCNICO/MIN. SAÚDE/2009) As contas apresentadas pelo chefe

do Poder Executivo ficam disponíveis, durante todo o exercício, no

respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua

elaboração.

A questão 51 contraria o mandamento exposto no art. 48 da LRF, segundo o

qual deverá ser dada ampla divulgação aos instrumentos de transparência

fiscal, inclusive em meios eletrônicos de acesso público. Questão ERRADA.

Na questão 52, apenas o Plano de Contas não é listado pela LRF como

instrumento de transparência da gestão fiscal. Gabarito: B.

A questão 53 está CERTA. Trata-se de reprodução simplificada do art. 49 da

LRF.

Relatório Resumido da Execução Orçamentária

O Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO), como diz seu nome,

é um documento demonstrativo da execução das receitas e das despesas

constantes da LOA e dos créditos adicionais.

É um documento bimestral, editado pelo Poder Executivo, mas abrangendo

todos os Poderes e o MP, e que serve para demonstrar o quanto a execução

orçamentária corresponde ao planejamento realizado durante o processo de

elaboração do orçamento, atualizando as informações conforme o andamento

do exercício.

No RREO, são demonstradas as receitas realizadas e a realizar, bem como as

despesas executadas e a executar, conforme diversas classificações

orçamentárias.

As disposições relativas ao RREO estão nos arts. 52 e 53 da LRF.

Reproduzimos abaixo esse trecho, em partes:

Page 71: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 71 de 149

Art. 52. O relatório a que se refere o § 3º do art. 165 da Constituição abrangerá todos os Poderes e o Ministério Público, será publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre e composto de:

I - balanço orçamentário, que especificará, por categoria econômica, as:

a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previsão atualizada;

b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo;

II - demonstrativos da execução das:

a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no exercício e a previsão a realizar;

b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando dotação inicial, dotação para o exercício, despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exercício;

c) despesas, por função e subfunção.

§ 1º Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobiliária constarão destacadamente nas receitas de operações de crédito e nas despesas com amortização da dívida.

§ 2º O descumprimento do prazo previsto neste artigo sujeita o ente às sanções previstas no § 2º do art. 51.

Perceba que a LRF tentou imprimir um caráter obrigatório ao RREO (e ao

RGF, como veremos). As “sanções previstas no § 2º do art. 51”, aplicáveis em

caso de desrespeito aos prazos de publicação do Relatório, são o

impedimento ao recebimento de transferências voluntárias (recursos de

convênios, principalmente) e à celebração de operações de crédito (exceto

para o refinanciamento do principal da dívida mobiliária).

Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido demonstrativos relativos a:

Page 72: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 72 de 149

I - apuração da receita corrente líquida, na forma definida no inciso IV do art. 2º, sua evolução, assim como a previsão de seu desempenho até o final do exercício;

II - receitas e despesas previdenciárias a que se refere o inciso IV do art. 50;

III - resultados nominal e primário;

IV - despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4º;

V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão referido no art. 20, os valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante a pagar.

Uma disposição interessante diz respeito ao último RREO do ano: ele deve

trazer informações adicionais relativamente aos demais. Vejamos:

Art. 53, § 1º O relatório referente ao último bimestre do exercício será acompanhado também de demonstrativos:

I - do atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição, conforme o § 3º do art. 32 [demonstrativo de atendimento à regra de ouro];

II - das projeções atuariais dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos;

III - da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos e a aplicação dos recursos dela decorrentes.

Em qualquer caso, na publicação dos RREO deve-se justificar “alterações de

percurso”, ou seja, por que razões a execução orçamentária deve ser alterada

(via de regra, isso ocorre por arrecadação a menor que o planejado):

Art. 53, § 2º Quando for o caso, serão apresentadas justificativas:

I - da limitação de empenho;

II - da frustração de receitas, especificando as medidas de combate à sonegação e à evasão fiscal, adotadas e a adotar, e as ações de fiscalização e cobrança.

Page 73: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 73 de 149

Como isso cai na prova?

54. (ESAF/AFC/STN/2005) O Relatório Resumido da Execução Orçamentária,

de que trata a Portaria STN nº 471, de 31.08.2004, apresenta as

seguintes características, exceto:

a) a obrigatoriedade pela sua elaboração e publicação recai somente sobre

o Poder Executivo Federal.

b) o Balanço Orçamentário integra os demonstrativos que devem ser

incluídos no relatório.

c) a sua publicação é uma determinação constitucional.

d) a periodicidade mínima de sua publicação é bimestral.

e) as empresas de economia mista que recebem recursos dos Orçamentos

Fiscal e da Seguridade Social devem ser incluídas no relatório.

55. (CESPE/ASSISTENTE/CNPQ/2011) De forma a se aprimorar a evidenciação

das receitas e despesas públicas na divulgação do Relatório Resumido da

Execução Orçamentária, os valores referentes ao refinanciamento da

dívida mobiliária devem constar em destaque nas receitas de operações

de crédito e nas despesas com amortização da dívida.

Na questão 54, a característica não correspondente ao RREO é a

obrigatoriedade de sua elaboração e publicação apenas pelo Executivo federal.

Todos os Executivos dos entes federados estão obrigados a isso (como ocorre

com as regras da LRF, em geral). Gabarito: A.

A questão 55 está CERTA: trata-se da reprodução do teor do art. 52, § 1º, da

LRF.

Relatório de Gestão Fiscal

Page 74: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 74 de 149

O Relatório de Gestão Fiscal (RGF), diferentemente do RREO, é editado

descentralizadamente: cada órgão e Poder referidos no art. 20 da LRF deve

publicar o seu próprio relatório, ao final de cada quadrimestre.

Dessa forma, há RGF de todos os Tribunais Superiores, do Ministério Público,

do Tribunal de Contas, das Casas Legislativas e dos próprios Poderes.

Vejamos os principais dispositivos da lei aplicáveis ao RGF:

Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pelos titulares dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 Relatório de Gestão Fiscal, assinado pelo:

I - Chefe do Poder Executivo;

II - Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou órgão decisório equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do Poder Legislativo;

III - Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de Administração ou órgão decisório equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do Poder Judiciário;

IV - Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados.

Parágrafo único. O relatório também será assinado pelas autoridades responsáveis pela administração financeira e pelo controle interno, bem como por outras definidas por ato próprio de cada Poder ou órgão referido no art. 20.

Art. 55. O relatório conterá:

I - comparativo com os limites de que trata esta Lei Complementar, dos seguintes montantes:

a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas;

b) dívidas consolidada e mobiliária;

c) concessão de garantias;

d) operações de crédito, inclusive por antecipação de receita;

Page 75: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 75 de 149

(...)

II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a adotar, se ultrapassado qualquer dos limites;

III - demonstrativos, no último quadrimestre:

a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um de dezembro;

b) da inscrição em Restos a Pagar (...);

c) do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea b do inciso IV do art. 38; [quitação das ARO até 10 de dezembro e proibição das ARO no último ano de mandato do Chefe do Executivo].

(...)

§ 2º O relatório será publicado até trinta dias após o encerramento do período a que corresponder, com amplo acesso ao público, inclusive por meio eletrônico.

§ 3º O descumprimento do prazo a que se refere o § 2º sujeita o ente à sanção prevista no § 2º do art. 51.

§ 4º Os relatórios referidos nos arts. 52 e 54 deverão ser elaborados de forma padronizada, segundo modelos que poderão ser atualizados pelo conselho de que trata o art. 67.

Conforme os dados do art. 55, o RGF reproduz informações sobre os principais

temas tratados na LRF. É como se fosse um demonstrativo quadrimestral

do atendimento às regras e limites da Lei, por parte de cada Poder/órgão

emissor.

Quanto à publicação, o prazo, assim como o do RREO, é de até 30 dias depois

do período de referência.

Como isso cai na prova?

Page 76: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 76 de 149

56. (CESPE/ANALISTA/TCE-AC/2009) A comparação das despesas com os

respectivos limites faz parte do relatório de gestão fiscal.

57. (CESPE/ASSISTENTE/CNPQ/2011) O Relatório de Gestão Fiscal divulga as

dívidas consolidada e mobiliária, a concessão de garantias e as operações

de crédito, exceto as advindas de antecipação de receita.

58. (ESAF/AFC/STN/2005) A respeito do Relatório de Gestão Fiscal de que

trata o Art. 54 da Lei Complementar nº 101/2000 – LRF, é incorreto

afirmar que:

a) no caso do Poder Legislativo Federal, o Relatório será assinado pelo

Presidente do Congresso Nacional.

b) é facultada aos municípios com população inferior a cinquenta mil a

publicação semestral.

c) a concessão de garantias e contragarantias deve constar do relatório.

d) a extrapolação de limites em um Poder compromete toda a esfera de

governo em que está localizado.

e) no último quadrimestre do exercício o Relatório deverá indicar a

disponibilidade de caixa em trinta e um de dezembro.

59. (ESAF/AFC/CGU/2006) O Relatório de Gestão Fiscal instituído pelo art. 54

da Lei Complementar n. 101/2000 conterá, exceto:

a) o montante da despesa com pessoal comparada com os limites

estabelecidos na lei.

b) o montante dos investimentos realizados no último quadrimestre.

c) o total da dívida consolidada e mobiliária.

d) o total das operações de crédito, inclusive por antecipação de receitas.

e) indicação de medidas corretivas quando os limites definidos na lei

forem ultrapassados.

A questão 56 está CERTA: como vimos, o RGF funciona como um “checklist” do

cumprimento dos limites e condições da LRF por cada órgão/Poder.

Page 77: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 77 de 149

A questão 57 está ERRADA. As operações de crédito por antecipação de receita

também fazem parte dos comparativos do RGF, como indica o art. 55, inc. I,

“d”, da LRF.

Na questão 58, relativamente ao Poder Legislativo federal, ambas as Casas

deverão publicar seus próprios RGF’s, que deverão ser assinados pelos

respectivos presidentes e membros da Mesa (art. 54, inc. II, da LRF).

Gabarito: A.

Na questão 59, o único dado não contemplado pelo RGF é o montante dos

investimentos realizados no último quadrimestre (informação não obrigatória

nos relatórios exigidos pela LRF). Gabarito: B.

Fiscalização da gestão fiscal

A fiscalização da gestão fiscal foi tratada na LRF em um único artigo, o de nº

59:

Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das normas desta Lei Complementar, com ênfase no que se refere a:

I - atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias;

II - limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar;

III - medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite, nos termos dos arts. 22 e 23;

IV - providências tomadas, conforme o disposto no art. 31, para recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites;

V - destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, tendo em vista as restrições constitucionais e as desta Lei Complementar;

Page 78: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 78 de 149

VI - cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver.

§ 1º Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos referidos no art. 20 quando constatarem:

I - a possibilidade de ocorrência das situações previstas no inciso II do art. 4º e no art. 9º;

II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% (noventa por cento) do limite;

III - que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da concessão de garantia se encontram acima de 90% (noventa por cento) dos respectivos limites;

IV - que os gastos com inativos e pensionistas se encontram acima do limite definido em lei;

V - fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de irregularidades na gestão orçamentária.

§ 2º Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder e órgão referido no art. 20.

Dessa forma, o Poder Legislativo, que titulariza o controle externo, bem como

o sistema de controle interno de cada Poder, e mais o Ministério Público,

devem fiscalizar o cumprimento das normas da LRF, com prioridade aos temas

dos incisos do art. 59.

Além disso, os Tribunais de Contas receberam da LRF a atribuição de alertar

aos Poderes ou órgãos, conforme o caso, em razão das seguintes

ocorrências:

• queda de arrecadação que justifique o contingenciamento de despesas;

• montante da despesa total com pessoal superior a 90% do limite

máximo;

Page 79: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 79 de 149

• montante das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito

e da concessão de garantia acima de 90% do limite máximo;

• ultrapassagem do limite legal de gastos com inativos e pensionistas;

• outros fatos que comprometam os custos/resultados dos programas ou

indícios de irregularidades na gestão orçamentária.

Por fim, os Tribunais de Contas também devem verificar os cálculos dos

limites da despesa total com pessoal de cada Poder e órgão relacionado no

art. 20 da LRF.

Como isso cai na prova?

60. (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) A fiscalização da gestão fiscal pode ser

exercida

a) privativamente pelos Tribunais de Contas.

b) pelo Poder Judiciário, em relação aos demais Poderes.

c) pelo Ministério Público, em sede de controle externo.

d) pelo Ministério da Fazenda, por delegação do Senado.

e) pelo Poder Legislativo, diretamente.

61. (CESPE/ACE/TCU/2008) O TCU deve alertar imediatamente o Poder

Executivo, os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério

Público da União, sempre que as despesas de pessoal excederem 95% do

limite autorizado na LRF.

62. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2008) Segundo a LRF, será dada ênfase na

fiscalização dos limites e condições para a realização de despesas de

exercícios anteriores.

Sobre a questão 60, a fiscalização da gestão fiscal pode ser exercida, entre

outros, pelo Poder Legislativo, diretamente (art. 59, caput, da LRF). Gabarito:

E.

Page 80: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 80 de 149

A questão 61 é uma das mais polêmicas sobre o tema. A LRF dispõe que os

tribunais de contas devem alertar os Poderes/órgãos sempre que as despesas

com pessoal ultrapassarem 90% do limite fixado. O raciocínio do gabarito é

que 95% é mais que 90%, e, por isso, o alerta deve ser dado. Mas muita

gente não concorda com isso até hoje... De qualquer forma, questão CERTA.

A questão 62 está ERRADA: não há esse item entre os tópicos que deverão ter

fiscalização com especial ênfase, indicados nos incisos do art. 59 da LRF.

Dívida e endividamento na LRF

Nessa parte, a LRF inicia suas disposições com o estabelecimento de alguns

conceitos. Vamos à leitura individualizada deles.

a) Relativamente à dívida fundada, vamos fazer um comparativo entre as

principais leis de nosso estudo, a Lei 4.320/64 e a LRF:

Lei 4.320/64, Art. 98. A dívida fundada compreende os compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financiamento de obras e serviços públicos.

Pelo dispositivo acima, as duas características dos recursos emprestados que

compõem a dívida fundada são a exigibilidade superior a doze meses e a

aplicação em despesas orçamentárias, que tanto podem ser correntes

quanto de capital.

Agora, veja a conceituação da LRF:

LRF, Art. 29, inc. I – dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses; (...)

Art. 29, § 3º Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham constado do orçamento.

Page 81: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 81 de 149

O critério da LRF para classificação das obrigações como “dívida fundada ou

consolidada” foi a sua assunção em virtude de normativos ou

instrumentos contratuais. Como regra, o prazo de exigibilidade continua

sendo superior a doze meses, mas as operações de crédito de prazo inferior

que tenham constado do orçamento também pertencerão a esse grupo.

A LRF não revogou a Lei 4.320/64 quanto ao presente assunto, mas trouxe o

acréscimo relativo a essas operações de curto prazo, que não foram abordadas

por sua antecessora.

No art. 30, § 7º, encontra-se um novo “componente” da dívida fundada: os

precatórios judiciais (condenações de natureza pecuniária sofridas pelo

Estado) que não forem pagos durante a execução do orçamento em que

tiverem sido incluídos integram o montante da dívida, para fins de aplicação

dos limites.

Dessa forma, o não pagamento de precatórios resulta em maior

“endividamento” do ente público, diminuindo sua possibilidade de tomar

dinheiro emprestado (ou de realizar operações como as que discriminamos

acima).

b) Apesar de não abordada na LRF, também devemos destacar a dívida

flutuante, que apareceu na Lei 4.320/64. Segundo essa Lei, a dívida flutuante

abrange:

• os restos a pagar;

• os serviços da dívida a pagar;

• os depósitos (para devolução a terceiros);

• as operações de crédito por antecipação da receita orçamentária (ARO).

A principal característica da dívida flutuante é sua configuração para pronto

pagamento – a quitação não depende de qualquer autorização legislativa.

Não obstante, isso não significa que tal pagamento seja feito em curto prazo.

Curiosamente, o segundo item da dívida flutuante, os “serviços da dívida a

pagar”, são compostos de itens da dívida fundada que vão vencendo. Assim,

Page 82: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 82 de 149

para ser paga, a dívida fundada é convertida, gradativamente, em dívida

flutuante.

c) Sobre a dívida mobiliária, a LRF a definiu como “dívida pública

representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do

Brasil, Estados e Municípios”. Ou seja, o ente público emite papéis em troco

de dinheiro, papéis que serão resgatados posteriormente pelos compradores

(bancos, investidores particulares etc.), com o acréscimo de juros e inflação ao

valor original.

Apesar de integrar a dívida fundada, a dívida mobiliária é tratada à parte

desta, inclusive recebendo limites totais diferenciados (CF/88, art. 52, inc. VI

e IX).

O refinanciamento da dívida mobiliária refere-se à emissão de novos

títulos pelo ente público, para pagamento do montante principal já contratado,

atualizado monetariamente.

d) A respeito das operações de crédito, que, em sentido estrito, referem-se

à tomada de recursos junto a agentes financeiros, a LRF as equiparou a

algumas transações que não envolvem a contratação de recursos no

mercado.

Assim, operações como venda de títulos públicos, aprovação (mesmo sem uso)

de crédito, reconhecimento de dívida, financiamento de bens, receitas

antecipadas, leasing etc., todas são tratadas, para os fins da LRF, como

operações de crédito, sendo contadas, portanto, nos limites e metas de

dívida estabelecidos.

Os trechos aplicáveis são os seguintes:

Art. 29, inc. III – operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros;

Page 83: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 83 de 149

Art. 29, § 1º Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da Federação, sem prejuízo do cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16.

A ideia da LRF foi “cortar pela raiz” o endividamento excessivo dos entes

públicos. Embora algumas dessas operações não resultem em endividamento

imediato, seus efeitos futuros também podem afetar o equilíbrio fiscal.

Essa foi a razão para o conceito tão alargado de operação de crédito.

O § 4º do art. 29 traz um dispositivo que serve ao controle do montante da

dívida, de modo a evitar seu aumento sucessivo:

§ 4º O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao término de cada exercício financeiro, o montante do final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito autorizadas no orçamento para este efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualização monetária.

e) O conceito para garantia é autoexplicativo:

Art. 29, inc. IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada;

Dessa forma, o simples risco de assumir dívida alheia traz, para o ente

público, a necessidade de registrar a garantia prestada como uma operação de

crédito, afetando seu limite de endividamento.

Como isso cai na prova?

63. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) A Lei Complementar n. 101/2000,

entre os conceitos e definições acerca da dívida e do endividamento

público, adota o seguinte:

a) a dívida pública consolidada ou fundada corresponde ao montante total

sem duplicidade das obrigações financeiras do ente da Federação para

amortização em prazo não superior a doze meses.

Page 84: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 84 de 149

b) a dívida pública mobiliária corresponde à dívida pública representada

por títulos emitidos e contratos assumidos pela União, inclusive os do Banco

Central, pelos Estados, Distrito Federal e Municípios.

c) a concessão de garantia corresponde aos ativos vinculados por ente da

Federação ou entidade a ele vinculada ao compromisso de adimplência de

obrigação financeira ou contratual assumida por outro ente da Federação.

d) considera-se operação de crédito, a aquisição financiada de bens,

recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e

serviços, e o arrendamento mercantil, inclusive com o uso de derivativos

financeiros.

e) o refinanciamento da dívida mobiliária corresponde à emissão de títulos

por ente da Federação para pagamento do principal acrescido dos respectivos

juros e atualização monetária dessa dívida.

64. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2007) Considere que na lei orçamentária

anual de 2006, além da previsão da receita e fixação da despesa, tenha

havido autorização para recebimento antecipado de valores provenientes

de venda a termo de bens imóveis pertencentes à União. Essa autorização

é inconstitucional por ferir o princípio orçamentário da exclusividade.

65. (ESAF/ACE/TCU/2006) A Lei de Responsabilidade Fiscal adotou regras

referentes à Dívida Pública Fundada. Entre as opções abaixo, identifique

qual a opção correta com relação à Dívida Pública Consolidada e a LRF.

a) Integra a dívida pública fundada o refinanciamento da dívida pública

imobiliária.

b) Integram a dívida pública consolidada os depósitos e os serviços da

dívida a pagar.

c) Integra a dívida pública consolidada da União a dívida relativa à

emissão de títulos de responsabilidade do Banco Central do Brasil.

d) Integram a dívida pública fundada as dívidas de curto prazo, como os

restos a pagar processados.

Page 85: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 85 de 149

e) Integra a dívida fundada o resultado de operações de caráter financeiro

que se refletem no Patrimônio Financeiro.

Analisando a questão 63:

A: o prazo relativo à amortização da dívida fundada é superior a doze meses.

B: a dívida mobiliária não implica contratos, apenas títulos.

C: a garantia é um compromisso de adimplência, e não um patrimônio que dê

aval a certa operação de crédito.

D: aqui, listam-se exemplos de fatos equiparados a operações de crédito,

conforme estabelecido pelo art. 29, inc. III, da LRF.

E: o refinanciamento da dívida mobiliária não abrange o pagamento de juros,

apenas a amortização do principal e a atualização monetária (art. 29, inc. V,

da LRF).

Gabarito: D.

A questão 64 também está ERRADA: a autorização referida é possível, já que o

recebimento antecipado de valores é igualado a operações de crédito pela LRF,

e a LOA pode autorizar a celebração de operações de crédito, sem afetar o

princípio da exclusividade (trata-se de uma das exceções ao princípio).

Vamos analisar as opções da questão 65:

A: nesse tema, não existe “dívida pública imobiliária”. Uma armadilha para

leituras muito rápidas.

B: os depósitos e o serviço da dívida a pagar estão incluídos na dívida

flutuante.

C: apesar de o BACEN não emitir mais títulos, estes integravam a dívida

fundada (art. 29, § 2º).

D: as dívidas de curto prazo, como os restos a pagar, pertencem à dívida

flutuante.

E: não existe “patrimônio financeiro”, como conceito contábil.

Page 86: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 86 de 149

Limites da dívida pública e das operações de crédito

Agora, vamos focar o art. 30 da LRF:

Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicação desta Lei Complementar, o Presidente da República submeterá ao:

I - Senado Federal: proposta de limites globais para o montante da dívida consolidada da União, Estados e Municípios, cumprindo o que estabelece o inciso VI do art. 52 da Constituição, bem como de limites e condições relativos aos incisos VII, VIII e IX do mesmo artigo;

II - Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça limites para o montante da dívida mobiliária federal a que se refere o inciso XIV do art. 48 da Constituição, acompanhado da demonstração de sua adequação aos limites fixados para a dívida consolidada da União, atendido o disposto no inciso I do § 1º deste artigo.

As propostas de limites para veiculação por resolução do Senado e o projeto de

lei foram apresentados pelo Presidente da República, mas apenas as primeiras

foram convertidas em normas vigentes. Trata-se das Resoluções SF

40/2001 e 43/2001, cujas disposições são aplicáveis a todos os entes

federados.

O § 4º do art. 30 da LRF firma que a apuração da dívida consolidada, para

verificação dos limites, ocorrerá a cada quadrimestre.

Como isso cai na prova?

66. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Acerca das diretrizes para o

estabelecimento dos limites para a dívida pública e a realização de

operações de crédito estabelecidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal,

não é correto afirmar:

a) os limites para a dívida pública e a realização de operações de crédito

serão fixados em proporção da receita corrente líquida para cada uma das

Page 87: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 87 de 149

esferas de governo, e serão aplicados igualmente a todos os entes da

Federação integrantes da respectiva esfera.

b) o refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao

término do exercício financeiro, o montante ao final do exercício anterior,

acrescido das operações de crédito autorizadas no orçamento e realizadas para

esse fim, acrescido de atualização monetária.

c) os limites globais e condições para as operações de crédito externo e

interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas

autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público Federal, serão

estabelecidos pelo Senado Federal por proposta do Chefe do Poder Executivo

da União.

d) os limites globais para o montante da dívida consolidada da União,

Estados e Municípios serão fixados pelo Senado Federal por proposta do Chefe

do Poder Executivo da União.

e) os limites para o montante da dívida mobiliária federal, estadual e

municipal serão estabelecidos pelo Congresso Nacional, mediante projeto de lei

encaminhado pelo Chefe do Poder Executivo da União.

67. (ESAF/PROCURADOR/TCE-GO/2007) Os limites globais para o montante

da dívida consolidada da União, Estados e Municípios é estabelecido em

a) decreto legislativo.

b) lei ordinária.

c) lei complementar.

d) lei delegada.

e) resolução do senado.

O erro na questão 66 reside no texto sobre os limites para o montante da

dívida mobiliária, que devem ser estabelecidos por resolução do Senado, no

tocante aos Estados, DF e Municípios (art. 52, inc. IX, da CF/88), e por lei

ordinária de iniciativa do Presidente da República, no caso da União (art. 48,

inc. XIV). Gabarito: E.

Page 88: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 88 de 149

Na questão 67, o instrumento que estabelece limites globais para o montante

da dívida consolidada dos entes públicos é a resolução do Senado (art. 52, inc.

VI, da CF/88, e art. 30, inc. I, da LRF), nesse caso, a partir de proposta do

Presidente da República. Gabarito: E.

Condições para contratação de operações de crédito

Como tratado no art. 32 da LRF e seus desdobramentos, para a celebração de

operações de crédito por parte dos entes federados, alguns requisitos

devem ser comprovados junto ao Ministério da Fazenda (isso vale para

todos os entes):

• formalização do pedido com fundamento em pareceres técnicos e

jurídicos, demonstrando a relação custo-benefício e o interesse

econômico e social da operação;

• existência de prévia e expressa autorização, na LOA, em créditos

adicionais ou em lei específica, para a contratação da operação;

• inclusão dos recursos da operação de crédito como receita, na LOA ou

em créditos adicionais;

• observância dos limites e condições fixados pelo Senado;

• no caso de operação de crédito externa, autorização específica do

Senado;

• atendimento à regra de ouro do art. 167, inc. III, da CF/88

(comprovação de que a soma das operações de crédito não ultrapassam

o montante das despesas de capital);

• observância das demais restrições da LRF.

Operações de crédito celebradas em desacordo com a LRF devem ser

consideradas nulas, procedendo-se ao seu cancelamento e à devolução de

recursos (embora sem o pagamento de juros e encargos).

Essa devolução pode ocorrer no próprio exercício de contratação (o que

representaria uma “arrecadação a menor” no exercício), ou, caso isso não seja

Page 89: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 89 de 149

possível, deve-se providenciar a reserva de dotação orçamentária para o

exercício posterior (nesse caso, a devolução se faz mediante a execução de

despesa orçamentária).

A reserva de dotação orçamentária também se aplica ao excesso de dívida

observado em decorrência da regra de ouro. Ou seja, o excesso de

recursos de operações de crédito que superarem o montante das despesas de

capital também deverá ser devolvido.

Enquanto não se fizer a devolução dos recursos ou não se providenciar a

reserva de dotação orçamentária, o ente público não poderá receber

transferências voluntárias, obter garantia de outro ente nem contratar novas

operações de crédito.

Recondução da dívida aos limites

Na leitura da LRF, podem-se perceber algumas semelhanças entre o controle

da despesa total com pessoal e o controle do estoque da dívida fundada.

O período de apuração de ambas é o mesmo: a cada quadrimestre. E,

ultrapassado o limite estabelecido, deve haver, imediatamente, medidas de

controle e de redução do excedente.

Entretanto, essa redução do excedente deve ser mais intensa no caso da

despesa total com pessoal. Lá, o órgão ou Poder afetado deve eliminar o

excedente em dois quadrimestres, sendo, no mínimo, 1/3 no primeiro

quadrimestre.

No caso da dívida fundada que tiver “estourado”, o ente público terá três

quadrimestres para reconduzi-la aos limites, sendo que pelo menos 25%

dessa eliminação do excedente deverá ocorrer logo no primeiro

quadrimestre. Isso é estatuído pelo art. 31 da LRF:

Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro.

Page 90: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 90 de 149

Enquanto perdurar o excesso de dívida, o ente não poderá contratar nova

operação de crédito (exceto o refinanciamento do principal da dívida

mobiliária), e deverá obter resultado primário para recondução da dívida ao

limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho

(contingenciamento de despesas).

Caso o prazo para recondução da dívida ao limite seja ultrapassado, sem

sucesso, o ente público, além das duas medidas acima, ficará impedido de

receber transferências voluntárias enquanto perdurar o excesso –

lembrando que o impedimento do recebimento de transferências voluntárias é

a punição padrão da LRF aos entes federados pelo descumprimento de suas

regras.

Como isso cai na prova?

68. (FGV/ANALISTA/SAD-PE/2008) A dívida consolidada de um ente da

Federação ultrapassou o limite legal no montante de R$ 1.200.000 ao final

do quadrimestre. Nesse caso, conforme estabelece a Lei de

Responsabilidade Fiscal, deverá retornar ao limite até o término dos três

quadrimestres subsequentes. No primeiro, haverá uma redução de pelo

menos:

(A) 240.000.

(B) 300.000.

(C) 360.000.

(D) 420.000.

(E) 180.000.

69. (CESPE/TÉCNICO/PGE-PA/2006) A LRF estabelece prazos e condições

rígidos para os entes que ultrapassarem os respectivos limites de

endividamento, sob pena de punições de natureza fiscal. Se verificado que

o ente ultrapassou os seus limites ao final de um quadrimestre, a estes

ele deverá retornar nos três quadrimestres seguintes, eliminando, pelo

menos, 25% do excesso já no primeiro período.

Page 91: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 91 de 149

70. (FCC/AUDITOR/TCM-CE/2006) Se a dívida consolidada de um ente da

Federação ultrapassar os limites previstos na Lei de Responsabilidade

Fiscal ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o

término dos três subseqüentes, reduzindo o excedente em pelo menos

25% no primeiro. Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver

incorrido poderá receber transferências voluntárias da União ou do Estado.

Na questão 68, devemos lembrar que a recondução da dívida aos limites deve

ocorrer em 3 quadrimestres, sendo 25% desse retorno logo no primeiro. Como

o excesso de dívida foi de R$ 1.200.000, no primeiro quadrimestre deve

ocorrer a redução no montante de R$ 300.000. Gabarito: B.

A questão 69 está CERTA, trazendo a descrição legal para o cálculo que

fizemos acima.

A questão 70 está ERRADA: enquanto perdurar o excesso de dívida, o ente

NÃO poderá receber transferências voluntárias.

Vedações aplicáveis às operações de crédito

Nos arts. 35 a 37 da LRF, são listadas algumas vedações relativas às

operações de crédito. Vejamos esses dispositivos aos poucos:

Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente.

§ 1º Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as operações entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se destinem a:

I - financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;

II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.

Page 92: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 92 de 149

§ 2º O disposto no caput não impede Estados e Municípios de comprar títulos da dívida da União como aplicação de suas disponibilidades.

A partir do caput do art. 35, conclui-se que órgãos e entidades

dependentes do orçamento público não podem tomar parte em operações

de crédito celebradas entre entes federados.

Apenas instituições financeiras de um ente público (não dependentes do

orçamento) podem emprestar recursos a outro – e, ainda assim, observando-

se as vedações de não se poder financiar despesas correntes nem

dívidas contraídas junto ao mesmo concedente.

O § 2º do art. 35 dispõe que a compra de títulos federais pelos entes menores,

a título de investimento das próprias disponibilidades, não se inclui na

vedação do caput.

Seguindo em frente:

Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo.

Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição financeira controlada de adquirir, no mercado, títulos da dívida pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da União para aplicação de recursos próprios.

A intenção refletida no art. 36 foi evitar um vício bastante comum no passado:

os entes federados (Estados, notadamente) tomavam recursos junto às

instituições financeiras por eles controladas, o que resultava em

operações nada transparentes e sem observância às regras de mercado, mas

decididas pelo peso das ações do controlador.

Entretanto, como visto acima, a compra de títulos emitidos pelo ente público,

por parte da instituição financeira, para fins de investimento, não se inclui

na vedação. Assim, é possível, por exemplo, que o Banco do Brasil compre

títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, com a ideia de manter aplicações

financeiras conservadoras.

Page 93: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 93 de 149

O art. 37 da LRF veda a realização de algumas operações, assemelhadas a

operações de crédito:

• antecipação da receita relativa a tributo cujo fato gerador não tenha

ocorrido;

• recebimento antecipado de valores de empresa controlada (exceto lucros

e dividendos);

• assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação

assemelhada, com utilização de título de crédito (exceto estatais

dependentes);

• assunção de obrigação sem autorização orçamentária.

Tais operações representam formas de endividamento do ente público, e,

por isso, também devem se somar ao montante da dívida pública para

observância do limite legal. Em todos esses casos, o ente público assegura

recursos com risco de devolução futura – daí a LRF equipará-los a operações

de crédito.

Como isso cai na prova?

71. (ESAF/PROCURADOR/TCE-GO/2007) É vedada a realização de operação

de crédito

a) entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação para

refinanciar dívidas contraídas junto à própria instituição concedente.

b) entre um ente da Federação e outro.

c) por antecipação de receitas orçamentárias.

d) mediante aquisição por instituição financeira controlada de títulos da

dívida pública da União para aplicação de recursos próprios.

e) na forma de assunção de obrigação com fornecedores para pagamento

a posteriori de bens e serviços, independentemente de autorização

orçamentária.

Page 94: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 94 de 149

72. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei

Complementar n. 101/2000) proíbe a realização de operação de crédito

entre um ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo,

autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive

suas entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de

novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída

anteriormente. Indique as duas únicas exceções a essa vedação.

a) Operações entre instituição financeira estatal e outro ente da

Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se

destinem a financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes e a

refinanciar dívidas contraídas junto à própria instituição concedente.

b) Operações entre instituição financeira estatal e outro ente da

Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que se

destinem a financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes e a

refinanciar dívidas contraídas junto à própria instituição concedente.

c) Operações entre instituição financeira estatal e outro ente da

Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se

destinem a financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes e a

refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.

d) Operações entre instituição financeira estatal e outro ente da

Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que se

destinem a financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes e a

refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.

e) Operações entre instituição financeira estatal e o ente da Federação

que a controle, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se

destinem a financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes e a

refinanciar dívidas contraídas junto à própria instituição concedente.

Na questão 71, a vedação incide sobre operações de crédito entre um ente da

federação e outro (art. 35, caput, da LRF). Gabarito: B.

As exceções à realização de operações de crédito entre entes da federação

dizem respeito à concessão dessas operações por instituições financeiras

Page 95: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 95 de 149

estatais, desde que não se trate de financiamento de despesas correntes ou de

dívidas não contraídas junto à instituição concedente. Gabarito: C.

Operações de crédito por antecipação da receita orçamentária

A LRF também trouxe (e reafirmou) algumas normas sobre a contratação das

operações de crédito por antecipação da receita orçamentária, as ARO’s.

Vejamos:

Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e mais as seguintes:

I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do exercício;

II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano;

III - não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir;

IV - estará proibida:

a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada;

b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal.

§ 1º As operações de que trata este artigo não serão computadas para efeito do que dispõe o inciso III do art. 167 da Constituição, desde que liquidadas no prazo definido no inciso II do caput.

Resumindo, são as principais exigências para a contratação de ARO:

• autorização na LOA para a operação (exceção ao princípio da

exclusividade orçamentária);

Page 96: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 96 de 149

• será realizada apenas a partir do décimo dia do início do exercício;

• deve ser liquidada, com juros e encargos, até o dia 10 de dezembro;

• é proibida enquanto houver operação semelhante não inteiramente

quitada;

• é proibida no último ano de mandato do Chefe do Executivo.

A LRF estabelece que, caso as ARO sejam quitadas até 10 de dezembro, como

requerido, seu montante não será considerado para efeito da regra de

ouro. Ou seja, as ARO não comprometerão o limite de operações de crédito

que podem ser contraídas, liberando maior “margem” de financiamento para o

ente público.

Como isso cai na prova?

73. (CESPE/ANALISTA/TST/2008) Para fins de cumprimento da chamada

regra de ouro da Lei de Responsabilidade Fiscal, computam-se também as

operações de crédito por antecipação de receitas, desde que liquidadas no

mesmo exercício em que forem contratadas.

74. (ESAF/APO/MPOG/2008) As operações de crédito por antecipação de

receita orçamentária podem exceder o montante das despesas de capital,

desde que liquidadas até o dia dez de dezembro de cada ano.

75. (FCC/ESPECIALISTA/PREF. SÃO PAULO/2010) Sobre as operações de

crédito por antecipação de receita orçamentária é correto afirmar que

(A) destinam-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício

financeiro.

(B) podem ser realizadas a partir do quinto dia do início do exercício

financeiro.

(C) são vedadas enquanto existir mais de uma operação da mesma

natureza ainda não resgatada integralmente.

(D) não podem ser contratadas no primeiro ano de mandato do Prefeito.

Page 97: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 97 de 149

(E) deverão ser liquidadas com juros e outros encargos incidentes, até o

dia 31 de dezembro de cada ano.

A questão 73 traz uma previsão contrária ao disposto no art. 38, § 1º, da LRF,

que ressaltamos anteriormente. Questão ERRADA.

A questão 74 está CERTA. A regra de ouro não se aplica às operações do tipo

ARO que forem liquidadas até o dia 10/12. Dessa forma, o total dessas

operações pode superar o montante das despesas de capital.

Quanto à questão 75, devemos lembrar que a ARO só pode ser contratada a

partir do décimo dia do início do exercício; deve ser liquidada, com juros e

encargos, até 10/12; não pode ser celebrada no último ano de mandato do

chefe do Executivo; não pode ser efetuada enquanto houver outra pendente. A

característica correta é a possibilidade de atender insuficiência de caixa

durante o exercício. Gabarito: A.

Muito bem, caro aluno, chegamos ao fim desta longa aula.

Na próxima oportunidade, concluiremos nosso curso, com os tópicos adicionais

que falei no início.

Bons estudos!

GRACIANO ROCHA

Page 98: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 98 de 149

RESUMO DA AULA

1. As ideias/necessidades principais que levaram à edição da LRF foram:

controle das contas públicas, de forma a evitar déficits; necessidade de

planejar a ação governamental, aplicando os recursos de forma racional e

sustentável; controle das despesas com pessoal e do montante da dívida

pública, para evitar o “sufocamento” dos entes governamentais num

contexto de gastos sem desenvolvimento econômico; transparência da

gestão orçamentária e financeira, com disponibilização de demonstrativos

e resultados em meios de acesso público.

2. O pressuposto da gestão fiscal responsável é a “ação planejada e

transparente”.

3. São objetivos da gestão fiscal responsável: prevenir riscos e corrigir

desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas.

4. São instrumentos da gestão fiscal responsável: o cumprimento de metas

de resultado entre receitas e despesas e a obediência a limites e

condições quanto a renúncia de receita; geração de despesas com

pessoal; geração de despesas da seguridade social e outras; dívidas

consolidada e mobiliária; operações de crédito, inclusive por antecipação

de receita; concessão de garantia; inscrição de despesas em restos a

pagar.

5. Todos os órgãos de todos os Poderes, fundações, autarquias, fundos,

empresas estatais dependentes, de todos os entes da Federação, devem

observar as normas estabelecidas na LRF. Apenas as chamadas “empresas

estatais independentes” estão fora da abrangência da Lei.

6. As empresas estatais dependentes recebem recursos para cobertura de

suas despesas correntes, rotineiras, relativas ao pagamento de pessoal e

de custeio geral, bem como para suas despesas com investimentos. Ou

seja, as estatais dependentes não conseguem se manter sem a

transferência de recursos do ente controlador.

7. As estatais independentes, quando recebem recursos do ente controlador,

os recebem tipicamente como aumento de participação acionária, ou seja,

Page 99: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 99 de 149

como forma de ampliação do controle, pelo ente público, sobre a

administração da empresa.

8. A receita corrente líquida representa o montante de recursos próprios em

que o ente governamental pode “confiar” para realizar seus programas.

Na esfera federal, do total de receitas correntes arrecadadas, a União

desconta os recursos obrigatoriamente transferidos aos outros entes

federados (ou fundos) e aqueles vinculados a ações da seguridade social.

9. A LRF determinou que a LDO tratasse dos seguintes assuntos: equilíbrio

entre receitas e despesas; critérios e forma de limitação de empenho;

normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos

programas financiados com recursos dos orçamentos; demais condições e

exigências para transferências de recursos a entidades públicas e

privadas.

10. O Anexo de Metas Fiscais da LDO, criado por ordem da LRF, traz metas

que os entes públicos devem perseguir nos três exercícios seguintes,

relativas a receita, despesa, resultado nominal, resultado primário e

montante da dívida.

11. O Anexo de Riscos Fiscais da LDO, também criado pela LRF, discrimina os

passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas

públicas. Esses riscos se classificam em riscos orçamentários e riscos de

dívida.

12. Os recursos legalmente vinculados a certa finalidade só podem ser

utilizados para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em

exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.

13. Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá

não comportar o cumprimento das metas de resultados primário ou

nominal, os Poderes e o Ministério Público deverão promover, por ato

próprio e nos montantes necessários, limitação de empenho e

movimentação financeira.

14. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a

instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da

Page 100: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 100 de 149

competência constitucional do ente da Federação, em especial os

impostos.

15. Os atos que importem renúncia de receita deverão ser acompanhados de

estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva

iniciar sua vigência e nos dois seguintes.

16. As renúncias de receita deverão ter comprovação de que foram

consideradas na estimativa da receita da LOA ou ser acompanhadas de

medidas de compensação.

17. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que

acarrete aumento da despesa será acompanhado de estimativa do

impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em

vigor e nos dois subseqüentes; declaração do ordenador da despesa de

que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei

orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei

de diretrizes orçamentárias.

18. Despesa obrigatória de caráter continuado é a despesa corrente derivada

de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para

o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois

exercícios.

19. Para a LRF, a despesa total com pessoal de um ente federado abrange os

seguintes itens: gastos com os ativos, os inativos e os pensionistas,

relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis,

militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies

remuneratórias, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas

pelo ente às entidades de previdência.

20. A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês

em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o

regime de competência.

21. A LRF determina que a despesa total com pessoal, em cada período de

apuração e em cada ente da Federação, não deve exceder os seguintes

percentuais da receita corrente líquida (RCL): União – 50%; Estados, DF e

Municípios – 60%.

Page 101: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 101 de 149

22. A despesa com pessoal envolve a fixação de sublimites para

acompanhamento de sua evolução, a saber: limite de alerta de 90% do

limite máximo (alerta pelo Tribunal de Contas respectivo); limite

prudencial de 95% do limite máximo (vedação a atos que gerem aumento

de despesas); e o próprio limite máximo (necessidade de recondução ao

limite).

23. Se a despesa total com pessoal de algum Poder ou órgão ultrapassar os

limites máximos, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois

quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro.

24. Transferência voluntária é a entrega de recursos correntes ou de capital a

outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência

financeira que não decorra de determinação constitucional, legal ou os

destinados ao SUS.

25. Para poder receber recursos de transferências voluntárias, o ente público

beneficiado deverá comprovar, junto ao ente transferidor, requisitos de

credibilidade e saúde financeira (pagamento de tributos, empréstimos,

financiamentos, prestação de contas de recursos antes recebidos,

cumprimento de limites constitucionais quanto a saúde e educação,

observância dos limites da LRF, previsão de contrapartida).

26. No tocante à destinação de recursos para o setor privado, cada liberação

financeira de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade que tenha

por objetivo “suprir necessidade ou cobrir déficit” de empresas, fundações

e fundos, precisará de uma lei específica que autorize a operação.

27. São condições para que seja concedida ajuda financeira a pessoas físicas

ou jurídicas (abrangendo as pertencentes e as alheias à Administração):

autorização em lei específica; previsão orçamentária; atendimento às

exigências da LDO; vedação a investimentos destinados ao patrimônio de

empresas privadas com fins lucrativos.

28. Segundo a LRF, o ente público não deverá se “sacrificar” além dos custos

definidos em lei ou além do custo de captação para realizar a

transferência de recursos ao setor privado. Como exceção, é possível que

Page 102: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 102 de 149

uma lei específica autorize essa transferência subsidiada, desde que a

parcela correspondente ao subsídio seja prevista na LOA.

29. No desempenho de sua função de regulação do sistema financeiro, o

Banco Central pode, a despeito dessas restrições, conceder operações de

redesconto e de empréstimos de curto prazo (menos que 360 dias) a

essas instituições – o que ameniza, em tese, a necessidade de socorro

custeado por recursos do orçamento fiscal/seguridade.

30. Segundo a LRF, são instrumentos de transparência da gestão fiscal: os

planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de

contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução

Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas

desses documentos.

31. O Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) é um

demonstrativo da execução das receitas e das despesas constantes da

LOA e dos créditos adicionais, bimestral, editado pelo Poder Executivo,

mas abrangendo todos os Poderes e o MP, e que serve para demonstrar o

quanto a execução orçamentária corresponde ao planejamento realizado

durante o processo de elaboração do orçamento, atualizando as

informações conforme o andamento do exercício.

32. O Relatório de Gestão Fiscal (RGF), diferentemente do RREO, é editado

descentralizadamente: cada órgão e Poder referidos no art. 20 da LRF

deve publicar o seu próprio relatório, ao final de cada quadrimestre. O

RGF reproduz informações sobre os principais temas tratados na LRF,

como se fosse um demonstrativo quadrimestral do atendimento às regras

e limites da Lei.

33. O Poder Legislativo, que titulariza o controle externo, bem como o sistema

de controle interno de cada Poder, e mais o Ministério Público, devem

fiscalizar o cumprimento das normas da LRF, com prioridade aos temas

dos incisos do art. 59.

34. Segundo a LRF, dívida fundada é “montante total, apurado sem

duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas

em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de

Page 103: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 103 de 149

operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses”,

abarcando também as operações de prazo inferior a doze meses com

receitas constantes do orçamento.

35. A dívida flutuante abrange os restos a pagar; os serviços da dívida a

pagar; os depósitos (para devolução a terceiros); as operações de crédito

por antecipação da receita orçamentária (ARO).

36. A dívida mobiliária é conceituada como a “dívida pública representada por

títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil,

Estados e Municípios”.

37. O tratamento alargado que a LRF deu ao conceito de operação de crédito

abrange “compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura

de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens,

recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de

bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações

assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros”, além da

assunção, reconhecimento ou confissão de dívidas.

38. Operações de crédito celebradas em desacordo com a LRF devem ser

consideradas nulas, procedendo-se ao seu cancelamento e à devolução de

recursos (embora sem o pagamento de juros e encargos).

39. O período de apuração do montante da dívida é quadrimestral, em que se

verifica o respeito aos limites.

40. No caso da dívida fundada que tiver “estourado”, o ente público terá três

quadrimestres para reconduzi-la aos limites, sendo que pelo menos 25%

dessa eliminação do excedente deverá ocorrer logo no primeiro

quadrimestre.

41. Enquanto perdurar o excesso de dívida, o ente não poderá contratar nova

operação de crédito (exceto o refinanciamento do principal da dívida

mobiliária), e deverá obter resultado primário para recondução da dívida

ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho

(contingenciamento de despesas).

Page 104: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 104 de 149

42. Caso o prazo para recondução da dívida ao limite seja ultrapassado, sem

sucesso, o ente público também ficará impedido de receber transferências

voluntárias, enquanto perdurar o excesso.

43. Apenas instituições financeiras de um ente público (não dependentes do

orçamento) podem emprestar recursos a outro – e, ainda assim,

observando-se as vedações de não se poder financiar despesas correntes

nem dívidas contraídas junto ao mesmo concedente.

44. Conforme o art. 36 da LRF, é proibida a operação de crédito entre uma

instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na

qualidade de beneficiário do empréstimo. Entretanto, a compra de títulos

emitidos pelo ente público, por parte da instituição financeira, para fins de

investimento, não se inclui na vedação.

45. As principais exigências para a contratação de ARO são: autorização na

LOA para a operação (exceção ao princípio da exclusividade

orçamentária); realização a partir do décimo dia do início do exercício;

liquidação, com juros e encargos, até o dia 10/12; proibida enquanto

houver operação semelhante não quitada; proibida no último ano de

mandato do Chefe do Executivo.

Page 105: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 105 de 149

QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (ESAF/APO/MPOG/2005) A Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF (Lei

Complementar nº 101/2000) estabelece normas de finanças públicas

voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. Com base nas normas

da LRF, aponte a única norma não pertinente.

a) Orçamento público – rigoroso equilíbrio entre receita e despesa.

b) Receita pública – previsão e arrecadação.

c) Despesa pública – definições e limites.

d) Gestão patrimonial.

e) Poupança pública – definições, limites e fiscalização.

2. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Segundo a Lei Complementar n.

101/2000, a responsabilidade na gestão fiscal não pressupõe

a) ação planejada e transparente.

b) prevenção de riscos e correção de desvios.

c) cumprimento de metas de resultado entre despesas e receitas.

d) obediência às condições para a inscrição de restos a pagar.

e) observância aos limites para a despesa com serviços de terceiros.

3. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/IPAJM-ES/2006) O conceito de

responsabilidade fiscal atende ao objetivo da política orçamentária de

evitar que os entes da Federação gastem mais do que aquilo que

arrecadam.

4. (CESPE/ANALISTA/ANATEL/2009) Em atendimento ao disposto no texto

constitucional, estabelecendo a necessidade de lei complementar em

matéria orçamentária, editou-se a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF),

que preencheu as lacunas da Lei n.º 4.320/1964.

5. (ESAF/AFC/CGU/2004) No ano de 2001, a União criou uma empresa

pública de natureza não financeira, denominada XPTO. A lei de criação da

Page 106: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 106 de 149

empresa previa, em seu art. 1º, que a empresa teria seu estatuto definido

por Decreto, não informando se a mesma era ou não uma empresa estatal

dependente. Inicialmente, foram integralizados R$ 2 bilhões. Ao operar, a

empresa sistematicamente realiza prejuízo, o que consome seu Patrimônio

Líquido. Para que a empresa não sofra uma crise de liquidez,

semestralmente, a União realiza aportes de capital da ordem de R$ 1

bilhão, por meio de Decreto. Aponte, entre as opções abaixo, a análise

que melhor adere ao definido na Lei Complementar nº 101/2000,

conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF.

a) conforme definido no art. 2º, III, da LRF, a empresa XPTO não pode ser

considerada uma estatal dependente pois não ficou caracterizado que ela

recebe recursos para suas despesas de custeio.

b) como a empresa em comento recebeu aportes de capital por meio de

decreto, a mesma não pode ser considerada uma estatal dependente.

c) a empresa em comento, dependente ou não, deve receber aportes de

capital por meio de lei específica.

d) ela somente poderia ser classificada como dependente se recebesse

expressamente aportes de capital para suas despesas com pessoal.

e) os aportes de capital citados não podem ser caracterizados como

“Despesas de Capital”, que são aquelas relativas à aquisição de bens

permanentes.

6. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/IPAJM-ES/2006) Uma empresa estatal do

estado do Espírito Santo será considerada dependente, nos termos da Lei

de Responsabilidade Fiscal, quando receber do seu ente controlador

apenas recursos para o pagamento de despesas correntes. Se os recursos

se destinarem a despesas de capital, a empresa será considerada não

dependente e tais aplicações constarão apenas do orçamento de

investimentos das estatais.

7. (ESAF/AFC/STN/2005) O campo de aplicação da Contabilidade Pública

vem-se expandindo nos últimos anos, sobretudo por determinação da

legislação federal. Assinale a opção que indica os entes incluídos no seu

campo de aplicação, em razão da Lei Complementar nº 101/2000 – LRF.

Page 107: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 107 de 149

a) Autarquias federais.

b) Empresas estatais dependentes.

c) Fundações públicas pertencentes aos municípios.

d) Empresas controladas pelas instituições financeiras públicas.

e) Empresas públicas financeiras.

8. (ESAF/AFC/CGU/2004) São deduzidos do somatório das receitas

tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de

serviços, transferências correntes e outras receitas correntes, para a

composição da chamada “Receita Corrente Líquida da União”, exceto:

a) as transferências para o Fundo de Participação dos Estados.

b) as transferências para o Fundo de Participação dos Municípios.

c) as receitas provenientes da compensação financeira entre os diversos

regimes de previdência social, para contagem recíproca do tempo de

contribuição, para efeito de aposentadoria.

d) as contribuições de servidores para o custeio do seu sistema de

previdência e assistência social.

e) os valores transferidos, voluntariamente, aos Estados, para

implementação de PDV (Programa de Demissão Voluntária).

9. (CESPE/ANALISTA/TCE-TO/2008) A receita corrente líquida será apurada

pelo somatório, de janeiro a dezembro, das receitas correntes, deduzidas

as transferências estabelecidas na lei.

10. (ESAF/APO/MPOG/2008) A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) atribuiu

novas e importantes funções ao orçamento e à Lei de Diretrizes

Orçamentárias. Nos termos da LRF, a Lei de Diretrizes Orçamentárias

recebeu novas e importantes funções entre as quais não se inclui:

a) mostrar as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual

e respectivas receitas, sendo o financiamento da dívida demonstrado de

forma separada nas leis de créditos adicionais.

Page 108: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 108 de 149

b) estabelecer critérios e formas de limitação de empenho, na ocorrência

de arrecadação da receita inferior ao esperado, de modo a comprometer

as metas de resultado primário e nominal previstas para o exercício.

c) quantificar o resultado primário obtido com vistas à redução do

montante da dívida e despesas com juros.

d) dispor sobre o controle de custos e avaliação dos resultados dos

programas financiados pelo orçamento.

e) disciplinar as transferências de recursos a entidades públicas e

privadas.

11. (ESAF/AFC/CGU/2008) Com a publicação da Lei de Responsabilidade

Fiscal (Lei Complementar n. 101/2000), a Lei de Diretrizes Orçamentárias

- LDO assumiu novas prerrogativas, entre as quais a de apresentar o

Anexo de Metas Fiscais – AMF e o Anexo de Riscos Fiscais – ARF. Em

relação ao AMF e ARF não se pode afirmar:

a) no ARF, serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos

capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem

tomadas, caso se concretizem.

b) o AMF estabelece as metas de Receita, Despesa, Resultado Primário e

Nominal e montante da dívida pública a serem observadas no exercício

financeiro a que se refere, além de indicar as metas fiscais para os dois

exercícios seguintes.

c) de acordo com as últimas Leis de Diretrizes Orçamentárias da União, os

riscos fiscais podem ser classificados em duas grandes categorias: Riscos

orçamentários e Riscos de dívida.

d) faz parte do AMF o demonstrativo da estimativa e compensação da

renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias

de caráter continuado.

e) considerando os riscos dos déficits atuariais dos sistemas de

previdência, a LRF determina que integre o ARF a avaliação da situação

financeira e atuarial do regime próprio dos servidores públicos.

Page 109: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 109 de 149

12. (CESPE/ANALISTA/DPU/2010) Metas fiscais são valores projetados para o

exercício financeiro e que, depois de aprovados pelo Poder Legislativo,

servem de parâmetro para a elaboração e a execução do orçamento. Para

obrigar os gestores a ampliar os horizontes do planejamento, as metas

devem ser projetadas para os próximos três anos, isto é, o exercício a que

se referem e os dois seguintes.

13. (ESAF/AFC/STN/2005) Assinale, a seguir, a opção correta em relação aos

Riscos Fiscais, segundo disposição do Manual de Elaboração do Anexo de

Riscos Fiscais e do Relatório de Gestão Fiscal de que trata a Portaria STN

nº 470, de 31.08.04.

a) Os Riscos Fiscais são todas as ocorrências que impactam as contas

públicas.

b) Os precatórios são um tipo de Riscos Fiscais.

c) A reserva de contingência é a única forma de cobertura dos Riscos

Fiscais.

d) Os Riscos Fiscais são classificados em Riscos Orçamentários e Riscos da

Dívida.

e) A restituição de receitas tributárias em valores superiores aos previstos

no orçamento não constitui Riscos Fiscais por se tratar de recursos dos

contribuintes.

14. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Considerando os dispositivos da Lei

Complementar n. 101/2000, o anexo de metas fiscais conterá a(o)

a) demonstrativo da margem de expansão das despesas discricionárias de

caráter continuado.

b) demonstração das metas anuais fixadas para os três exercícios

seguintes.

c) evolução do patrimônio líquido do ente nos três últimos exercícios

destacando a aplicação dos recursos oriundos das operações de crédito.

d) avaliação financeira e atuarial dos fundos de previdência das empresas

estatais.

Page 110: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 110 de 149

e) avaliação do cumprimento pelo ente das metas fiscais do ano corrente

e dos dois últimos anteriores.

15. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Haja vista a Lei de Responsabilidade

Fiscal, o projeto de lei orçamentária, além da compatibilidade com o plano

plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, deverá obedecer a diversas

diretrizes, entre as quais não se inclui

a) demonstração da compatibilidade da programação orçamentária com o

anexo das metas fiscais da lei de diretrizes orçamentárias.

b) vedação à inclusão de dotações para investimento com duração

superior a um exercício financeiro previsto no plano plurianual.

c) inclusão de reserva destinada ao atendimento de passivos

contingentes.

d) apresentação de medidas de compensação às renúncias de receita

previstas no demonstrativo de benefícios tributários, financeiros e

creditícios.

e) inclusão das despesas com a manutenção do Banco Central.

16. (ESAF/AFC/STN/2008) A Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000,

no que se refere à consignação na lei orçamentária de créditos com

finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada:

a) autoriza, com restrições, vinculando-se a consignação à indicação de

fontes adicionais de recursos.

b) veda, explicitando proibição que não admite nenhuma exceção.

c) proíbe, excetuando-se consignações acompanhadas de justificativa do

chefe do Poder Executivo responsável pela execução orçamentária.

d) não recomenda, excetuando-se consignações instruídas com

justificativa do responsável pelo Poder proponente.

e) autoriza, conquanto que a consignação não alcance mais de um

exercício financeiro.

Page 111: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 111 de 149

17. (FCC/ANALISTA/MP-SE/2009) O projeto de LOA conterá reserva de

contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na

receita corrente líquida, serão estabelecidos na LDO.

18. (FCC/ANALISTA/MP-RS/2008) O projeto de lei orçamentária anual será

acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas

e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e

benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia, bem como das

medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de

despesas de investimentos.

19. (CESPE/ANALISTA/FINEP/2009) Recursos legalmente vinculados à

finalidade específica permanecem vinculados, ainda que em exercício

diverso daquele em que ocorrer o ingresso.

20. (CESPE/ANALISTA/TCE-AC/2009) Após o início do exercício financeiro, os

poderes dispõem de 30 dias para o estabelecimento da programação

financeira e cronograma de execução mensal de desembolso.

21. (ESAF/AFC/CGU/2008) A LRF estabelece a obrigatoriedade do Poder

Executivo elaborar a programação financeira e o cronograma de execução

mensal de desembolso e, quando for o caso, poderá ser promovida a

limitação de empenho e de movimentação financeira. No que se refere a

esses procedimentos, assinale a opção correta.

a) Em nenhuma hipótese serão objeto de limitação as despesas que

constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas

destinadas ao pagamento do serviço da dívida.

b) Se verificada a necessidade de contingenciamento, cada um dos

poderes, por ato próprio e nos montantes necessários, terá até o final do

bimestre seguinte para efetuar a limitação de empenho e movimentação

financeira.

c) No governo federal, os saldos de caixa apurados ao final do exercício e

que integraram o superávit primário são utilizados para pagamento da

dívida pública, independentemente de sua vinculação.

Page 112: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 112 de 149

d) Os critérios para realização da limitação de empenho e de

movimentação financeira serão estabelecidos na Lei Orçamentária Anual.

e) A limitação de que trata a LRF somente acontecerá se verificado que ao

final do quadrimestre a realização da receita poderá não comportar o

cumprimento das metas de resultado primário e nominal estabelecidas na

LDO.

22. (CESPE/ANALISTA/FINEP/2009) O Poder Executivo é responsável por

promover, de imediato, a limitação de empenho em todas as dotações da

lei orçamentária anual quando houver indícios de que a realização da

receita não comportará o cumprimento das metas de resultado primário.

23. (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) A programação da execução orçamentária

e financeira visa fundamentalmente a ajustar o ritmo da execução da

despesa ao fluxo de caixa de cada ente público. Em relação à execução

orçamentária e financeira, indique a opção correta.

a) É válido o empenho da despesa que exceder o limite dos créditos

concedidos por meio de créditos especiais.

b) Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita

poderá não comportar o cumprimento das metas fiscais, os Poderes e o

Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes

necessários, até o final do bimestre seguinte, limitação de empenho e

movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de

diretrizes orçamentárias.

c) Encerrado o exercício financeiro, os saldos de caixa que compuseram o

superávit primário estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentárias serão

utilizados para abatimento da dívida pública, independentemente de sua

vinculação.

d) Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, caso haja restabelecimento

da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos

empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções

efetivadas.

Page 113: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 113 de 149

e) Segundo a Lei n. 4.320/1964, a totalidade das despesas empenhadas e

não pagas até 31/12 de cada exercício financeiro será inscrita em restos a

pagar processados.

24. (CESPE/ANALISTA/MMA/2008) De acordo com a LRF, as despesas

destinadas ao pagamento do serviço da dívida não serão objeto de

limitação, ainda que se verifique, ao final de um bimestre, que a

realização da receita possa não comportar o cumprimento das metas de

resultado primário ou nominal estabelecidas no anexo de metas fiscais.

25. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Com base na Lei de Responsabilidade

Fiscal, não é lícito afirmar acerca da previsão e arrecadação da receita

pública:

a) a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos são

requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal.

b) as previsões de receita devem considerar, entre outros fatores

relevantes, os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice

de preços e do crescimento econômico.

c) é vedada a realização de transferências voluntárias ao ente da

federação que não institui, prevê e arrecada todos os tributos.

d) a reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só poderá ser

feita em caso de erro ou omissão de ordem técnica ou legal.

e) em até trinta dias após a publicação dos orçamentos, o Poder Executivo

deve desdobrar as receitas previstas em metas bimestrais de arrecadação.

26. (ESAF/ANALISTA/ANA/2009) De acordo com a Lei de Responsabilidade

Fiscal, constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão

fiscal a instituição, a previsão e a efetiva arrecadação de todos os tributos

da competência constitucional do ente da Federação. Nos casos em que

um determinado ente deixe de observar tal dispositivo, ser-lhe-á vedada:

a) a realização de transferências obrigatórias, qualquer que seja o tributo.

b) a realização de transferências obrigatórias, no que se refere aos

impostos.

Page 114: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 114 de 149

c) a realização de transferências voluntárias, qualquer que seja o tributo.

d) a realização de transferências voluntárias, no que se refere aos

impostos.

e) a realização de transferências obrigatórias e voluntárias, no que se

refere aos impostos.

27. (CESPE/ANALISTA/MMA/2008) A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

determina que as autorizações de despesas, constantes do projeto de lei

orçamentária, devem considerar os efeitos das alterações na legislação,

da variação dos índices de preços, do crescimento econômico e de

qualquer outro fator relevante.

28. (ESAF/PROCURADOR/PGFN/2006) Nos termos da Lei Complementar n.

101, de 4 de maio de 2000, os dispositivos que indicam vedação de

renúncia, a exemplo de anistia, remissão, subsídio, crédito presumido,

concessão de isenção de caráter não geral, alteração de alíquota ou

modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de

tributos, não se aplicam, quanto à alteração de alíquotas:

a) aos impostos de propriedade territorial rural, de renda e de proventos

de qualquer natureza e de transmissão causa mortis e doação, de

quaisquer bens ou direitos.

b) aos impostos de propriedade de veículo automotores, aos impostos

extraordinários de guerra e aos impostos de renda e de proventos de

qualquer natureza.

c) aos impostos de importação de produtos estrangeiros, de exportação,

para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados, de produtos

industrializados e de operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a

títulos ou valores mobiliários.

d) aos impostos sobre grandes fortunas, sobre propriedade predial e

territorial urbana e sobre transmissão inter vivos, a qualquer título, por

ato oneroso, de bens móveis, por natureza ou acessão física, e de direitos

reais sobre imóveis.

Page 115: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 115 de 149

e) aos impostos sobre serviços de qualquer natureza, bem como ao

imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza.

29. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Segundo a Lei Complementar n.

101/2000, acerca da renúncia de receita, pode-se afirmar que

a) a concessão da renúncia de receita deve estar acompanhada de

estimativa do impacto orçamentário-financeiro, nos próximos três

exercícios.

b) uma das condições para a concessão de renúncia de receita é a adoção

de medidas compensatórias, por meio da redução das despesas.

c) as condições para a renúncia de receita não se aplicam em caso de

redução das alíquotas do Imposto de Renda.

d) a renúncia de receita condicionada à adoção de medidas

compensatórias entra em vigor após verificado o efeito das medidas.

e) não se compreende, na renúncia de receita, a redução indiscriminada

de tributos ou contribuições.

30. (ESAF/AFC/STN/2008) A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício

de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar

acompanhada:

a) de exposição de motivos que justifique politicamente a finalidade da

renúncia.

b) de decreto regulamentador que identifique exatamente o valor da

receita objeto da renúncia.

c) de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que

deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes.

d) de estudo de impacto orçamentário-financeiro que comprove a

necessidade da renúncia, como instrumento de política fiscal que atenda

ao plano plurianual.

e) de portaria regulamentadora expedida por autoridade competente que

explicite, objetivamente, o valor da receita objeto da renúncia.

Page 116: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 116 de 149

31. (CESPE/ANALISTA/TRE-MT/2010) No caso de concessão ou ampliação de

incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de

receita, é facultado o acompanhamento de estimativa do impacto

orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência.

32. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Considerando os dispositivos da Lei de

Responsabilidade Fiscal, a geração da despesa pública ou a assunção de

obrigação deve obedecer a diversos requisitos, exceto:

a) a despesa é adequada com a lei orçamentária anual quando objeto de

dotação específica e suficiente, ou esteja abrangida por crédito genérico,

de forma que, somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e

a realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os

limites estabelecidos para três exercícios.

b) a criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que

acarrete aumento da despesa será acompanhada de estimativa do

impacto orçamentário-financeiro nos exercícios em que se der o aumento.

c) a despesa obrigatória de caráter continuado é a despesa corrente

derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que

fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período

superior a dois exercícios.

d) a criação da despesa obrigatória de caráter continuado dar-se-á

mediante comprovação de que não afetará as metas de resultados fiscais,

devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser

compensados pelo aumento de receita ou pela redução de despesa.

e) as condições para aumento ou criação da despesa obrigatória de

caráter continuado não se aplicam ao serviço da dívida nem à implantação

de planos de carreira dos servidores.

33. (CESPE/ADVOGADO/AGU/2008) É condição prévia para empenho e

licitação de serviços criados por ação governamental nova, a declaração

do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária

e financeira com todos os tipos de orçamentos.

Page 117: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 117 de 149

34. (CESPE/ANALISTA/TRE-MT/2010) A despesa objeto de dotação específica

ou que esteja abrangida por crédito genérico é considerada compatível

com o plano plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

35. (ESAF/ANALISTA/ANA/2009) De acordo com a Lei de Responsabilidade

Fiscal, considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente

derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo, que

fixe para o ente a obrigação legal de sua execução:

a) por um período superior a três exercícios.

b) por um período superior a dois exercícios.

c) até o encerramento do Plano Plurianual vigente.

d) até o encerramento do Plano Plurianual subsequente.

e) por um período superior a um exercício.

36. (CESPE/ADVOGADO/AGU/2008) A revisão geral anual da remuneração de

servidores públicos é uma exceção à necessidade de que, para o aumento

da despesa, seja demonstrada a origem dos recursos para seu custeio.

37. (CESPE/ANALISTA/TJDFT/2008) A prorrogação de despesa criada por

prazo determinado não é considerada como aumento de despesa.

38. (CESPE/ANALISTA/TRE-MA/2009) As medidas de compensação a

renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter

continuado devem acompanhar o projeto de LOA.

39. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Para os efeitos da Lei Complementar n.

101/2000, considera-se despesa com pessoal:

a) as reparações econômicas a anistiados políticos não membros da

administração pública.

b) o auxílio-alimentação dos servidores.

c) a terceirização de atividades não previstas nos planos de carreira dos

servidores.

d) as aposentadorias e pensões relativas a ex-chefes de poder executivo.

Page 118: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 118 de 149

e) as aposentadorias e pensões pagas pelo regime geral da previdência

social.

40. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Acerca da repartição dos limites

globais da despesa com pessoal estabelecidos na Lei Complementar n.

101/2000, é correto afirmar que:

a) a despesa com pessoal dos Tribunais de Contas será inclusa nos limites

do respectivo Poder Judiciário.

b) na esfera municipal, o limite para o Ministério Público está incluído no

do respectivo Poder Executivo.

c) na União, inclui-se no limite do Poder Executivo as despesas com

pessoal do Tribunal de Justiça e do Ministério Público do Distrito Federal e

Territórios.

d) no ministério público de cada esfera, o limite será repartido entre seus

ramos proporcionalmente à média das despesas com pessoal, em

percentual da receita corrente líquida, verificadas nos três exercícios

financeiros imediatamente anteriores ao da publicação da LRF.

e) a entrega dos recursos financeiros correspondentes à despesa total

com pessoal do Poder Executivo será a resultante da aplicação dos limites

com pessoal.

41. (CESPE/ACE/TCU/2008) Na verificação da despesa total com pessoal da

União, não serão computadas as despesas com indenização por demissão

de servidores, as relativas à demissão voluntária e as decorrentes dos

contratos de terceirização de mão de obra referentes a substituição de

servidores e empregados públicos.

42. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Com base na Lei de Responsabilidade

Fiscal, não é correto afirmar acerca da apuração dos limites com pessoal:

a) não serão computados no limite de pessoal da União os valores

transferidos ao Distrito Federal e aos Estados do Amapá e Roraima.

Page 119: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 119 de 149

b) as despesas com pessoal da administração direta decorrentes de

sentenças judiciais serão incluídas no limite do respectivo órgão ou

entidade.

c) não serão computadas as despesas com pessoal decorrentes da

convocação extraordinária do Congresso Nacional.

d) serão computadas as despesas com pessoal decorrentes de decisão

judicial da competência do mesmo período de apuração do limite.

e) não serão computadas as despesas com pessoal inativo custeadas por

meio de fundo específico decorrentes da contribuição dos servidores

inativos.

43. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) Os tribunais de contas alertarão os

poderes ou órgãos relacionados na LRF quando constatarem que o

montante da despesa com pessoal ultrapassou 90% do limite autorizado.

44. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) De acordo com a Lei Complementar n.

101/2000, é correto afirmar, acerca da verificação do cumprimento aos

limites da despesa com pessoal, que

a) se a despesa com pessoal exceder o limite, os gastos com cargos em

comissão ou funções de confiança deverão ser reduzidos no mínimo em

vinte por cento.

b) se a despesa com pessoal exceder a noventa e cinco por cento do

limite, é vedada, ao poder ou órgão em que incorrer, a concessão de

aumento decorrente da revisão geral anual de remuneração.

c) se a despesa com pessoal exceder o limite, o excesso deve ser

eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo no mínimo metade no

primeiro.

d) se a despesa com pessoal exceder o limite, e não alcançada a redução

no prazo estabelecido, enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá

receber transferências constitucionais.

Page 120: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 120 de 149

e) a verificação do cumprimento aos limites será efetuada

quadrimestralmente, comparando o mês atual com os onze meses

anteriores.

45. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Acerca do controle da despesa com

pessoal estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal, não se pode

afirmar que:

a) é nulo o ato aumentativo da despesa com pessoal que não indique a

fonte dos recursos para o seu custeio.

b) é o ato aumentativo da despesa com pessoal que promova a vinculação

ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias.

c) é nulo o ato aumentativo da despesa com pessoal que, mediante

concessão de vantagem ou aumento de remuneração, não esteja previsto

na lei de diretrizes orçamentárias ou não tenha prévia dotação

orçamentária suficiente.

d) é nulo o ato aumentativo da despesa com pessoal expedido no último

semestre do mandato do titular do respectivo poder ou órgão.

e) é nulo o ato aumentativo da despesa com pessoal que não atenda os

limites para a despesa com pessoal ativo.

46. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) A Lei Complementar n. 101/2000,

entre as diversas diretrizes acerca das transferências voluntárias,

estabelece que:

a) transferência voluntária é a entrega de recursos a outro ente da

Federação que não decorra de determinação constitucional, legal ou os

destinados às ações de saúde.

b) é permitida a realização de transferências voluntárias para o

pagamento de despesas com pessoal dos entes da Federação.

c) é exigência para a realização de transferências voluntárias a existência

de prévia dotação orçamentária que a autorize.

Page 121: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 121 de 149

d) é exigência para a realização de transferências voluntárias a

comprovação por parte do beneficiário do cumprimento aos limites

constitucionais com educação, saúde e segurança.

e) não se aplicam as sanções de suspensão das transferências voluntárias

no caso das destinadas às ações de saúde, educação e segurança.

47. (CESPE/ESPECIALISTA/PREF. VILA VELHA/2008) Para a realização de

transferências voluntárias do estado para um município, não basta constar

dotação específica para esse fim no orçamento do ente beneficiário; deve

haver igualmente previsão orçamentária de contrapartida dessa

transferência.

48. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Acerca da destinação de recursos

públicos para o setor privado, a Lei de Responsabilidade Fiscal não

estabelece:

a) as exigências de autorização em lei específica, atendimento à lei de

diretrizes orçamentárias e dotação orçamentária não se aplicam à

administração indireta e empresas estatais, com exceção das instituições

financeiras e do Banco Central.

b) é obrigatória a autorização em lei específica, bem como atendimento à

lei de diretrizes orçamentárias e existência de dotação orçamentária que a

suporte.

c) na concessão de crédito a pessoa física ou jurídica que não esteja sob

controle direto ou indireto, os encargos financeiros e demais despesas

serão iguais ou superiores aos definidos em lei ou ao custo de captação.

d) é permitida a utilização de recursos públicos para socorro a instituições

do Sistema Financeiro Nacional, mediante lei específica, mesmo que por

concessão de auxílios ou subvenções econômicas.

e) é permitido ao Banco Central, mesmo sem autorização legal específica,

conceder às instituições financeiras operações de redesconto e

empréstimos com prazo não superior a trezentos e sessenta dias.

49. (ESAF/ACE/TCU/2006) A Lei de Responsabilidade Fiscal “dispõe que a

destinação de recursos, para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades

Page 122: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 122 de 149

de pessoas físicas ou de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei

específica, atender às condições estabelecidas na Lei de Diretrizes

Orçamentárias, estar prevista no orçamento e nos créditos adicionais”.

Aponte a opção que não pertence a essa regra.

a) A concessão de garantias.

b) Os financiamentos ou refinanciamentos, inclusive as respectivas

prorrogações e a composição de dívidas.

c) A concessão de subvenções.

d) A concessão de empréstimos.

e) A participação em constituição ou aumento de capital.

50. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2010) Salvo mediante lei específica, não

podem ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações de crédito,

para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, ainda que

mediante concessão de empréstimos de recuperação ou financiamentos

para mudança de controle acionário.

51. (CESPE/ANALISTA/PREF. VITÓRIA/2008) A LRF determina que os

orçamentos, as leis de diretrizes orçamentárias, as prestações de contas e

o respectivo parecer prévio sejam instrumentos de transparência da

gestão fiscal, mas sua divulgação por meios eletrônicos é vedada.

52. (ESAF/TÉCNICO SUPERIOR/SPU-MPOG/2006) De acordo com a Lei de

Responsabilidade Fiscal, constituem instrumentos de transparência da

gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios

eletrônicos de acesso público, exceto,

a) os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias.

b) o Plano de Contas Único da União.

c) as prestações de contas e o respectivo parecer prévio.

d) o Relatório Resumido da Execução Orçamentária.

e) o Relatório de Gestão Fiscal.

Page 123: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 123 de 149

53. (CESPE/TÉCNICO/MIN. SAÚDE/2009) As contas apresentadas pelo chefe

do Poder Executivo ficam disponíveis, durante todo o exercício, no

respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua

elaboração.

54. (ESAF/AFC/STN/2005) O Relatório Resumido da Execução Orçamentária,

de que trata a Portaria STN nº 471, de 31.08.2004, apresenta as

seguintes características, exceto:

a) a obrigatoriedade pela sua elaboração e publicação recai somente sobre

o Poder Executivo Federal.

b) o Balanço Orçamentário integra os demonstrativos que devem ser

incluídos no relatório.

c) a sua publicação é uma determinação constitucional.

d) a periodicidade mínima de sua publicação é bimestral.

e) as empresas de economia mista que recebem recursos dos Orçamentos

Fiscal e da Seguridade Social devem ser incluídas no relatório.

55. (CESPE/ASSISTENTE/CNPQ/2011) De forma a se aprimorar a

evidenciação das receitas e despesas públicas na divulgação do Relatório

Resumido da Execução Orçamentária, os valores referentes ao

refinanciamento da dívida mobiliária devem constar em destaque nas

receitas de operações de crédito e nas despesas com amortização da

dívida.

56. (CESPE/ANALISTA/TCE-AC/2009) A comparação das despesas com os

respectivos limites faz parte do relatório de gestão fiscal.

57. (CESPE/ASSISTENTE/CNPQ/2011) O Relatório de Gestão Fiscal divulga as

dívidas consolidada e mobiliária, a concessão de garantias e as operações

de crédito, exceto as advindas de antecipação de receita.

58. (ESAF/AFC/STN/2005) A respeito do Relatório de Gestão Fiscal de que

trata o Art. 54 da Lei Complementar nº 101/2000 – LRF, é incorreto

afirmar que:

Page 124: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 124 de 149

a) no caso do Poder Legislativo Federal, o Relatório será assinado pelo

Presidente do Congresso Nacional.

b) é facultada aos municípios com população inferior a cinquenta mil a

publicação semestral.

c) a concessão de garantias e contragarantias deve constar do relatório.

d) a extrapolação de limites em um Poder compromete toda a esfera de

governo em que está localizado.

e) no último quadrimestre do exercício o Relatório deverá indicar a

disponibilidade de caixa em trinta e um de dezembro.

59. (ESAF/AFC/CGU/2006) O Relatório de Gestão Fiscal instituído pelo art. 54

da Lei Complementar n. 101/2000 conterá, exceto:

a) o montante da despesa com pessoal comparada com os limites

estabelecidos na lei.

b) o montante dos investimentos realizados no último quadrimestre.

c) o total da dívida consolidada e mobiliária.

d) o total das operações de crédito, inclusive por antecipação de receitas.

e) indicação de medidas corretivas quando os limites definidos na lei

forem ultrapassados.

60. (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) A fiscalização da gestão fiscal pode ser

exercida

a) privativamente pelos Tribunais de Contas.

b) pelo Poder Judiciário, em relação aos demais Poderes.

c) pelo Ministério Público, em sede de controle externo.

d) pelo Ministério da Fazenda, por delegação do Senado.

e) pelo Poder Legislativo, diretamente.

Page 125: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 125 de 149

61. (CESPE/ACE/TCU/2008) O TCU deve alertar imediatamente o Poder

Executivo, os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério

Público da União, sempre que as despesas de pessoal excederem 95% do

limite autorizado na LRF.

62. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2008) Segundo a LRF, será dada ênfase na

fiscalização dos limites e condições para a realização de despesas de

exercícios anteriores.

63. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) A Lei Complementar n. 101/2000,

entre os conceitos e definições acerca da dívida e do endividamento

público, adota o seguinte:

a) a dívida pública consolidada ou fundada corresponde ao montante total

sem duplicidade das obrigações financeiras do ente da Federação para

amortização em prazo não superior a doze meses.

b) a dívida pública mobiliária corresponde à dívida pública representada

por títulos emitidos e contratos assumidos pela União, inclusive os do

Banco Central, pelos Estados, Distrito Federal e Municípios.

c) a concessão de garantia corresponde aos ativos vinculados por ente da

Federação ou entidade a ele vinculada ao compromisso de adimplência de

obrigação financeira ou contratual assumida por outro ente da Federação.

d) considera-se operação de crédito, a aquisição financiada de bens,

recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de

bens e serviços, e o arrendamento mercantil, inclusive com o uso de

derivativos financeiros.

e) o refinanciamento da dívida mobiliária corresponde à emissão de títulos

por ente da Federação para pagamento do principal acrescido dos

respectivos juros e atualização monetária dessa dívida.

64. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2007) Considere que na lei orçamentária

anual de 2006, além da previsão da receita e fixação da despesa, tenha

havido autorização para recebimento antecipado de valores provenientes

de venda a termo de bens imóveis pertencentes à União. Essa autorização

é inconstitucional por ferir o princípio orçamentário da exclusividade.

Page 126: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 126 de 149

65. (ESAF/ACE/TCU/2006) A Lei de Responsabilidade Fiscal adotou regras

referentes à Dívida Pública Fundada. Entre as opções abaixo, identifique

qual a opção correta com relação à Dívida Pública Consolidada e a LRF.

a) Integra a dívida pública fundada o refinanciamento da dívida pública

imobiliária.

b) Integram a dívida pública consolidada os depósitos e os serviços da

dívida a pagar.

c) Integra a dívida pública consolidada da União a dívida relativa à

emissão de títulos de responsabilidade do Banco Central do Brasil.

d) Integram a dívida pública fundada as dívidas de curto prazo, como os

restos a pagar processados.

e) Integra a dívida fundada o resultado de operações de caráter financeiro

que se refletem no Patrimônio Financeiro.

66. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Acerca das diretrizes para o

estabelecimento dos limites para a dívida pública e a realização de

operações de crédito estabelecidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal,

não é correto afirmar:

a) os limites para a dívida pública e a realização de operações de crédito

serão fixados em proporção da receita corrente líquida para cada uma das

esferas de governo, e serão aplicados igualmente a todos os entes da

Federação integrantes da respectiva esfera.

b) o refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao

término do exercício financeiro, o montante ao final do exercício anterior,

acrescido das operações de crédito autorizadas no orçamento e realizadas

para esse fim, acrescido de atualização monetária.

c) os limites globais e condições para as operações de crédito externo e

interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de

suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público

Federal, serão estabelecidos pelo Senado Federal por proposta do Chefe

do Poder Executivo da União.

Page 127: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 127 de 149

d) os limites globais para o montante da dívida consolidada da União,

Estados e Municípios serão fixados pelo Senado Federal por proposta do

Chefe do Poder Executivo da União.

e) os limites para o montante da dívida mobiliária federal, estadual e

municipal serão estabelecidos pelo Congresso Nacional, mediante projeto

de lei encaminhado pelo Chefe do Poder Executivo da União.

67. (ESAF/PROCURADOR/TCE-GO/2007) Os limites globais para o montante

da dívida consolidada da União, Estados e Municípios é estabelecido em

a) decreto legislativo.

b) lei ordinária.

c) lei complementar.

d) lei delegada.

e) resolução do senado.

68. (FGV/ANALISTA/SAD-PE/2008) A dívida consolidada de um ente da

Federação ultrapassou o limite legal no montante de R$ 1.200.000 ao final

do quadrimestre. Nesse caso, conforme estabelece a Lei de

Responsabilidade Fiscal, deverá retornar ao limite até o término dos três

quadrimestres subsequentes. No primeiro, haverá uma redução de pelo

menos:

(A) 240.000.

(B) 300.000.

(C) 360.000.

(D) 420.000.

(E) 180.000.

69. (CESPE/TÉCNICO/PGE-PA/2006) A LRF estabelece prazos e condições

rígidos para os entes que ultrapassarem os respectivos limites de

endividamento, sob pena de punições de natureza fiscal. Se verificado que

o ente ultrapassou os seus limites ao final de um quadrimestre, a estes

Page 128: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 128 de 149

ele deverá retornar nos três quadrimestres seguintes, eliminando, pelo

menos, 25% do excesso já no primeiro período.

70. (FCC/AUDITOR/TCM-CE/2006) Se a dívida consolidada de um ente da

Federação ultrapassar os limites previstos na Lei de Responsabilidade

Fiscal ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o

término dos três subseqüentes, reduzindo o excedente em pelo menos

25% no primeiro. Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver

incorrido poderá receber transferências voluntárias da União ou do Estado.

71. (ESAF/PROCURADOR/TCE-GO/2007) É vedada a realização de operação

de crédito

a) entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação para

refinanciar dívidas contraídas junto à própria instituição concedente.

b) entre um ente da Federação e outro.

c) por antecipação de receitas orçamentárias.

d) mediante aquisição por instituição financeira controlada de títulos da

dívida pública da União para aplicação de recursos próprios.

e) na forma de assunção de obrigação com fornecedores para pagamento

a posteriori de bens e serviços, independentemente de autorização

orçamentária.

72. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei

Complementar n. 101/2000) proíbe a realização de operação de crédito

entre um ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo,

autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive

suas entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de

novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída

anteriormente. Indique as duas únicas exceções a essa vedação.

a) Operações entre instituição financeira estatal e outro ente da

Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se

destinem a financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes e a

refinanciar dívidas contraídas junto à própria instituição concedente.

Page 129: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 129 de 149

b) Operações entre instituição financeira estatal e outro ente da

Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que se

destinem a financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes e a

refinanciar dívidas contraídas junto à própria instituição concedente.

c) Operações entre instituição financeira estatal e outro ente da

Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se

destinem a financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes e a

refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.

d) Operações entre instituição financeira estatal e outro ente da

Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que se

destinem a financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes e a

refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.

e) Operações entre instituição financeira estatal e o ente da Federação

que a controle, inclusive suas entidades da administração indireta, que

não se destinem a financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes

e a refinanciar dívidas contraídas junto à própria instituição concedente.

73. (CESPE/ANALISTA/TST/2008) Para fins de cumprimento da chamada

regra de ouro da Lei de Responsabilidade Fiscal, computam-se também as

operações de crédito por antecipação de receitas, desde que liquidadas no

mesmo exercício em que forem contratadas.

74. (ESAF/APO/MPOG/2008) As operações de crédito por antecipação de

receita orçamentária podem exceder o montante das despesas de capital,

desde que liquidadas até o dia dez de dezembro de cada ano.

75. (FCC/ESPECIALISTA/PREF. SÃO PAULO/2010) Sobre as operações de

crédito por antecipação de receita orçamentária é correto afirmar que

(A) destinam-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício

financeiro.

(B) podem ser realizadas a partir do quinto dia do início do exercício

financeiro.

(C) são vedadas enquanto existir mais de uma operação da mesma

natureza ainda não resgatada integralmente.

Page 130: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 130 de 149

(D) não podem ser contratadas no primeiro ano de mandato do Prefeito.

(E) deverão ser liquidadas com juros e outros encargos incidentes, até o

dia 31 de dezembro de cada ano.

Page 131: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 131 de 149

QUESTÕES ADICIONAIS

76. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Os dispositivos da Lei de

Responsabilidade Fiscal não obrigam:

a) a administração direta municipal.

b) as autarquias e fundações estaduais.

c) os tribunais de contas municipais.

d) as empresas controladas não dependentes estaduais.

e) as empresas estatais federais que recebem recursos para pagamento

de despesas com pessoal, custeio ou capital.

77. (ESAF/AFC/CGU/2008) A Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF instituiu

mecanismos mais rigorosos para a administração das finanças nas três

esferas de governo e funciona como um código de conduta para os

administradores públicos, que devem obedecer às normas e limites

estabelecidos na lei. Com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, assinale

a opção incorreta.

a) A LRF estabelece limites para gastos com pessoal, sendo que na União

esse limite chega a 50% do total das Receitas Correntes.

b) São princípios gerais da LRF o Planejamento, a Transparência e a

Responsabilização.

c) Estão sujeitos às disposições da LRF todos os entes da federação

inclusive suas empresas estatais dependentes na forma definida na Lei.

d) São exemplos de instrumentos de transparência da gestão fiscal,

segundo a LRF: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias;

as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório

Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal.

e) A LRF proíbe a realização de operação de crédito entre entes da

Federação, inclusive por intermédio de fundo, ainda que sob a forma de

novação de dívida contraída anteriormente.

Page 132: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 132 de 149

78. (ESAF/PROCURADOR/TCE-GO/2007) Integram a receita corrente líquida,

exceto

a) os tributos.

b) as receitas patrimoniais.

c) as transferências correntes.

d) os valores recebidos em decorrência do Fundef.

e) as contribuições para a seguridade social incidentes sobre a folha de

salários.

79. (ESAF/AFC/STN/2005) Com relação à Lei Complementar nº 101, Lei de

Responsabilidade Fiscal (LRF), assinale a opção incorreta.

a) O planejamento é um alicerce da LRF.

b) A LRF estabeleceu limites máximos, por Poder, para as despesas de

pessoal, em percentual da Receita Corrente Líquida.

c) Apesar de proibir o financiamento dos Municípios e dos Estados junto

ao Banco Central, a LRF autoriza os empréstimos da União e dos Estados

aos Municípios.

d) A LRF também proíbe ou coíbe diversos abusos na administração

financeira e patrimonial, particularmente no que se refere à antecipação

de receitas orçamentárias (AROS), à concessão de garantias e à inscrição

em restos a pagar.

e) A LRF permite o acompanhamento das metas na execução financeira,

obrigando a publicação das metas de arrecadação bimestrais e da

programação financeira mensal para o exercício.

80. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Com base na Lei Complementar n.

101/2000, a receita corrente líquida compreende o somatório de todas as

naturezas de receitas correntes, deduzida(s):

a) as transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios destinadas ao

custeio do Sistema Único de Saúde.

Page 133: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 133 de 149

b) as parcelas entregues por Municípios aos Estados e Distrito Federal por

determinação constitucional.

c) a contribuição dos trabalhadores e empregadores para o custeio do

regime geral da previdência social.

d) as receitas correntes próprias arrecadadas pelas autarquias e

fundações públicas.

e) as contribuições dos entes públicos para os fundos de pensão das

empresas estatais.

81. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Nos termos da Lei de Responsabilidade

Fiscal, a lei de diretrizes orçamentárias não disporá sobre o(a)

a) promoção do equilíbrio entre receitas e despesas.

b) estabelecimento de normas e critérios para a limitação do empenho

pelos entes constantes do orçamento.

c) definição das demais condições e exigências para transferências

constitucionais e legais de recursos.

d) definição de normas relativas ao controle dos custos da administração

pública.

e) fixação de normas para a avaliação de resultados dos programas

previstos no orçamento.

82. (ESAF/APOFP/SEFAZ-SP/2009) Ainda sobre a Responsabilidade Fiscal da

gestão pública,

a) enquadra-se no conceito de empresa estatal dependente a sociedade

de economia mista estadual que captar os recursos necessários ao seu

custeio da venda de mercadorias e serviços ao ente controlador.

b) as despesas de pessoal das sociedades de economia mista estão

incluídas no cálculo do limite das despesas de pessoal do ente que a

controla.

Page 134: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 134 de 149

c) no cálculo da dívida do Estado para pagamento de débitos com a União,

feita com base na Receita Corrente Líquida Real, incluem-se os recursos

destinados a Fundo de Desenvolvimento Social criado para financiar

programas de apoio à inclusão e promoção social.

d) as empresas estatais não dependentes estão sujeitas à Lei de

Responsabilidade Fiscal.

e) o cancelamento de débito, cujo montante seja inferior ao dos

respectivos custos de cobrança, não fere a Lei de Responsabilidade Fiscal

se a remissão da dívida estiver acompanhada de estimativa do impacto

orçamentário-financeiro, a renúncia tiver sido considerada na estimativa

de receita da lei orçamentária ou ainda estiver acompanhada de medidas

de compensação.

83. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2009) A RCL é apurada somando-se as

receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores,

incluídas as duplicidades.

84. (ESAF/AFC/STN/2008) A Lei de Responsabilidade Fiscal, considerada um

marco no federalismo fiscal no país, não apenas por ter objetivado melhor

a gestão fiscal de todos os níveis de governo, mas, principalmente, por ter

apontado para um novo padrão de responsabilização mútua entre a União

e os governos das demais esferas, tem como principais pontos, exceto:

a) limitação de gastos com pessoal, estabelecendo o quanto pode ser

gasto por cada nível de governo em relação à receita líquida.

b) obrigatoriedade de unificação dos orçamentos fiscais da União, Estados

e Municípios.

c) definição de metas fiscais anuais e exigência de apresentação de

relatórios trimestrais de acompanhamento.

d) estabelecimento de mecanismos de controle das finanças públicas em

anos eleitorais.

e) proibição de socorro financeiro entre os níveis de governo.

Page 135: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 135 de 149

85. (ESAF/PROCURADOR/TCE-GO/2007) Sobre a Lei de Responsabilidade

Fiscal, é correto afirmar

a) que é possível a previsão de dotação orçamentária para atender

necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas do setor

privado.

b) que, se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita

poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou

nominal, os Poderes e o Ministério Público promoverão limitação de

empenho e movimentação financeira, podendo o Poder Executivo limitar

os valores financeiros segundo critérios definidos pela lei de diretrizes

orçamentárias, caso os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério

Público não promovam a limitação no prazo estabelecido na lei.

c) que não pode haver destinação de recursos públicos, inclusive de

operações de crédito, para socorrer instituição financeira.

d) que anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de

isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de

base de cálculo que implique redução discriminada de tributos, deverá

estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro.

e) que não se aplica às empresas estatais não dependentes.

86. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Em relação à limitação de empenho e

movimentação financeira, segundo critérios estabelecidos na LDO, não

serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações

constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao

pagamento do serviço da dívida.

87. (ESAF/AFC/STN/2005) A publicação da Lei Complementar nº 101/00,

denominada Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), contribuiu para maior

controle, organização e transparência do orçamento. Com a LRF, a Lei de

Diretrizes Orçamentárias (LDO) tornou-se o instrumento mais importante

para a obtenção do equilíbrio permanente nas contas públicas. Identifique

a opção incorreta no tocante às exigências que a LRF trouxe em relação à

LDO.

Page 136: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 136 de 149

a) Estabelecer limitações à redução de despesas obrigatórias de caráter

continuado.

b) Dispor sobre o controle de custos e avaliação dos resultados dos

programas financiados pelo orçamento.

c) Disciplinar as transferências de recursos a entidades públicas e

privadas.

d) Estabelecer critérios e formas de limitação de empenho, na ocorrência

de arrecadação da receita inferior ao esperado, de modo a não

comprometer as metas de resultado primário e nominal, previstas para o

exercício.

e) Quantificar o resultado primário a ser obtido com vistas à redução do

montante da dívida e das despesas com juros.

88. (ESAF/ANALISTA/ANA/2009) Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, o

Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em

valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados

nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se

referirem e para os dois seguintes, deverá integrar o:

a) Relatório de Gestão Fiscal.

b) Relatório Resumido da Execução Orçamentária.

c) Projeto da Lei do Plano Plurianual.

d) Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

e) Projeto da Lei Orçamentária Anual.

89. (CESPE/ECONOMISTA/MIN. SAÚDE/2010) No âmbito da União, a

mensagem que encaminhar o projeto de lei de diretrizes orçamentárias

deverá discriminar os objetivos das políticas nacionais de natureza

monetária, creditícia e cambial, bem como as metas de inflação, para o

exercício subsequente.

90. (ESAF/APOFP/SEFAZ-SP/2009) Aponte a opção que melhor se molda à

disciplina prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Page 137: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 137 de 149

a) A despesa, cuja duração de sua execução, ultrapasse, no mínimo, a

dois exercícios financeiros, constitui despesa obrigatória de caráter

continuado.

b) Os gastos realizados com pagamentos feitos em razão de contratação

de mão de obra terceirizada, em substituição de servidores ou

empregados públicos, não devem ser computados na apuração da

despesa pessoal do ente político.

c) São computados na apuração do limite máximo da despesa de pessoal

os gastos com inativos realizados por intermédio de fundo específico,

custeado com recursos provenientes de receitas arrecadadas em

decorrência da alienação de bens, direitos e ativos.

d) A destinação de recursos para atender, direta ou indiretamente, às

necessidades financeiras do setor privado, só poderá ser realizada se

houver autorização específica do chefe do poder executivo, atender às

condições estabelecidas na LDO e houver previsão na LOA ou em seus

créditos adicionais.

e) Não podem ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações de

crédito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, salvo

mediante a concessão de empréstimos de recuperação ou financiamentos

para mudança de controle acionário.

91. (ESAF/AFC/STN/2008) A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF):

a) exige a liquidação das operações de ARO (antecipação de receitas

orçamentárias) até o final do exercício financeiro de sua contratação.

b) veda a inscrição em restos a pagar nos últimos dois anos do mandato,

quando não houver disponibilidade financeira suficiente para o seu

pagamento.

c) proíbe aumento de despesa de pessoal ao longo de todo o último ano

do mandato.

d) estabelece limite para os gastos com pessoal de 60% sobre a receita

corrente líquida, para a União, os Estados e Municípios.

Page 138: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 138 de 149

e) considera que os gastos com inativos e pensionistas não devem ser

incluídos nas despesas com pessoal.

92. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) No prazo de sessenta dias após a

publicação dos orçamentos, as receitas previstas deverão ser desdobradas

pelo Poder Executivo em metas semestrais de arrecadação, com a

especificação em separado, quando cabível, das medidas de combate à

evasão e à sonegação.

93. (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) A Lei de Responsabilidade Fiscal estabeleceu

várias sanções institucionais e pessoais em caso de não cumprimento de

suas normas. Aponte a única opção que não é exemplo de sanção

institucional.

a) No caso de limites para o estoque da dívida, vencido o prazo de retorno

ao limite máximo e enquanto perdurar o excesso, ficam os governantes

impedidos de receber transferências voluntárias da União ou do Estado.

b) Na concessão de garantias, caso não sejam obedecidos os mecanismos

de correção e seus prazos, o ente cuja dívida tiver sido honrada pela

União ou Estado, terá suspenso o acesso a novos créditos ou

financiamentos até a liquidação da dívida.

c) As sanções pessoais, previstas em um projeto de lei ordinária,

denominada Lei de Crimes de Responsabilidade Fiscal, prevê que os

governantes poderão ser responsabilizados pessoalmente e punidos com a

perda de cargo, inabilitação para exercício de emprego público, prisão e

multa.

d) A suspensão de transferências constitucionais para aquele governo que

não instituir, prever e arrecadar recursos de sua competência.

e) No que se refere aos limites de despesas com pessoal, é nulo de pleno

direito o ato que não atender ao mecanismo de compensação.

94. (ESAF/AFC/CGU/2006) Na Lei de Responsabilidade Fiscal, aprovada em

maio de 2000, enfatiza-se a transparência como condição para o controle

social das ações dos governos, a fim de que os contribuintes tomem

consciência do uso que os administradores públicos dão aos recursos

Page 139: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 139 de 149

extraídos da tributação. Entre as normas estabelecidas pela LRF aponte a

opção errada.

a) Limites para gastos com pessoal – a remuneração dos servidores não

deve ultrapassar a 60% das receitas líquidas correntes.

b) Limites para o endividamento – o Senado pode aprovar uma revisão

dos limites atuais proposta pelo Presidente da República.

c) Metas fiscais anuais – o planejamento orçamentário deve estabelecer

metas fiscais para três anos consecutivos.

d) Provisão para despesas correntes – as autoridades públicas não podem

tomar medidas que criem despesas futuras que durem mais de dois anos

sem apontar para uma fonte de financiamento ou um corte compensatório

em outros gastos.

e) Provisão especial para os anos eleitorais – a lei proíbe que os

governadores e prefeitos nos dois últimos anos do mandato antecipem

receitas tributárias por meio de empréstimo de curto prazo, concedam

aumento de salários e contratem novos servidores públicos.

95. (ESAF/AFC/STN/2008) É requisito essencial da responsabilidade na gestão

fiscal:

a) a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos de

competência constitucional do ente da Federação.

b) a previsão, alocação e fixação da arrecadação estimada de todos os

tributos de competência legal do ente da Federação.

c) a fixação, indicação e estimativa da arrecadação de todos os impostos

de competência constitucional do ente da Federação.

d) a previsão, instituição e fixação da arrecadação de todas as rubricas

tributárias dos entes da Administração Indireta, inclusive.

e) a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os impostos de

competência legal do ente da Administração Federal, com exceção das

receitas derivadas.

Page 140: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 140 de 149

96. (ESAF/AFC/STN/2008) Segundo dispõe a Lei Complementar n. 101/2000

– Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, as despesas de caráter continuado

são as que têm a seguinte característica:

a) são as despesas correntes e de capital definidas como necessárias à

manutenção dos projetos criados no Plano Plurianual – PPA.

b) são as despesas correntes e de capital destinadas ao custeio da

máquina administrativa decorrentes de determinações da Lei de Diretrizes

Orçamentárias – LDO.

c) são os gastos relativos à implantação de programas e serviços

decorrentes da reestruturação de órgãos do Estado.

d) são as despesas correntes derivadas de lei, medida provisória ou ato

administrativo normativo que fixe para o ente a obrigação legal de sua

execução por um período superior a dois exercícios.

e) são os gastos permanentes oriundos de determinação legal ou judicial e

que devem ser pagos com recursos dos exercícios seguintes.

97. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) É vedada a realização de transferências

voluntárias para o ente que não observe os requisitos essenciais da

responsabilidade na gestão fiscal em relação aos impostos de sua

competência constitucional.

98. (ESAF/AFC/STN/2008) As regras relativas à concessão ou ampliação de

incentivo ou benefício de natureza tributária, nos termos da lei de

responsabilidade fiscal, não se aplicam aos seguintes impostos, exceto:

a) Imposto de Importação.

b) Imposto de Exportação.

c) Imposto sobre Produtos Industrializados.

d) Imposto de Renda.

e) Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a

Títulos ou Valores Mobiliários.

Page 141: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 141 de 149

99. (CESPE/INSPETOR/TCE-RN/2009) A LRF prevê a aplicação de restrições à

gestão de recursos públicos, ainda que o limite de despesas de pessoal

não tenha sido atingido.

100. (ESAF/PROCURADOR/TCE-GO/2007) Os limites da despesa total com

pessoal não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida

discriminados na LRF. Esses percentuais

a) não englobam as despesas com inativos custeadas com recursos

provenientes da arrecadação de contribuição dos segurados.

b) são fixados de forma supletiva em relação à lei de diretrizes

orçamentárias.

c) são fixados de forma taxativa e sujeitam o infrator às consequências da

lei, entre as quais a impossibilidade de contratar, em qualquer hipótese,

operações de crédito.

d) são repartidos em limites específicos por Poder e órgão nas esferas

federal, estadual e municipal, podendo essa distribuição interna ser

alterada pela lei de diretrizes orçamentárias, observado o limite global de

cada ente.

e) são discriminados de forma igualitária para a União, Estados e

Municípios.

101. (CESPE/TEFC/TCU/2009) Se o aumento acentuado e inesperado do

número de matrículas na rede pública de ensino obrigar a administração a

efetuar a contratação de novos professores mediante terceirização, as

despesas daí decorrentes terão de ser enquadradas entre as despesas de

pessoal e computadas para efeito de cálculo do respectivo limite.

102. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Na verificação do atendimento dos

limites definidos na LRF, para despesas com pessoal, devem ser

computadas despesas relativas a incentivos à demissão voluntária.

103. (ESAF/AFC/STN/2008) Nos termos da lei de responsabilidade fiscal, e para

os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total

com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação,

Page 142: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 142 de 149

não poderá exceder os percentuais da receita líquida, a seguir

discriminados:

a) União (40%), Estados (40%), Municípios (40%).

b) União (50%), Estados (50%), Municípios (50%).

c) União (60%), Estados (60%), Municípios (60%).

d) União (50%), Estados (40%), Municípios (30%).

e) União (50%), Estados (60%), Municípios (60%).

104. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) A despesa total com pessoal será

apurada pela soma no mês em referência com as previstas para os onze

meses imediatamente subsequentes.

105. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2010) Desde que devidamente justificada,

é permitida a utilização de recursos recebidos a título de transferências

voluntárias em finalidade diversa da pactuada.

106. (ESAF/AFC/CGU/2004) Indique, nas opções abaixo, qual das proposições

a seguir está em desacordo com o definido na Lei de Responsabilidade

Fiscal – LRF.

a) o Relatório Resumido da Execução Orçamentária – RREO , previsto nos

arts. 52 e 53, deverá ser composto, também, por um balanço

orçamentário.

b) o RREO deverá ter, destacados, os valores referentes ao

refinanciamento da dívida mobiliária, nas operações de crédito e nas

despesas com amortização de dívida.

c) o Relatório de Gestão Fiscal – RGF – deverá ser emitido

semestralmente pelos titulares definidos no art. 20 da LRF.

d) o RGF também deverá ser assinado pelo controle interno.

e) o descumprimento do prazo de entrega do RREO e do RGF sujeita o

ente à sanção.

Page 143: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 143 de 149

107. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2010) Para fins de aplicação das sanções

de suspensão de transferências voluntárias constantes na LRF, excetuam-

se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência social.

108. (ESAF/PROCURADOR/TCE-GO/2007) O instituto da transferência

voluntária

a) não exige dotação orçamentária, por falta de compulsoriedade.

b) pode ser utilizado como reforço orçamentário para pagamento de

despesas com pessoal.

c) não pode ser realizado, se vencido o prazo para retorno da dívida ao

limite, e enquanto perdurar o excesso, independentemente da finalidade.

d) não pode ser realizado, se o beneficiário estiver descumprindo os

limites constitucionais relativos à educação e à saúde, mesmo em relação

a ações de educação, saúde e assistência social.

e) compreende a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente

da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira,

destinados ao Sistema Único de Saúde.

109. (CESPE/CONTADOR/PARANAPREVIDÊNCIA/2002) Na concessão de crédito

por ente da Federação a pessoa física ou jurídica que não esteja sob seu

controle direto ou indireto, os encargos financeiros, comissões e despesas

congêneres não serão inferiores aos definidos em lei ou ao custo de

captação, exceto quando existir autorização em lei específica.

110. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MMA/2003) São vedadas as prorrogações e

composições de dívidas decorrentes de empréstimos, financiamentos e

refinanciamentos concedidos com recursos dos orçamentos fiscal e da

seguridade social.

111. (ESAF/APO/MPOG/2010) Sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, é correto

afirmar:

a) se a despesa total com pessoal, do Poder ou Órgão de cada ente da

Federação, ultrapassar os percentuais intralimites definidos no art. 20 da

Lei de Responsabilidade Fiscal, o Poder Executivo do ente respectivo,

Page 144: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 144 de 149

enquanto o excedente não for eliminado, não poderá obter garantias

diretas, indiretas e aval de outros entes, receber transferências

voluntárias, bem como contratar operações de créditos, ressalvadas as

destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à

redução das despesas com pessoal.

b) o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos

de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a

qualquer título, por Estado, Município, suas autarquias e pelas fundações

que instituírem e mantiverem, não deve ser excluído do somatório dos

gastos com pessoal para efeito de apuração dos limites previstos na Lei de

Responsabilidade Fiscal.

c) é vedada ao Banco Central do Brasil a emissão de títulos da dívida

pública a partir da vigência da Lei Complementar n. 101, de 2000 (LRF).

d) é vedada a realização de operação de crédito entre instituição

financeira estatal e outro ente da federação para refinanciar dívidas

contraídas junto à instituição concedente.

e) se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o

respectivo limite no final de dois quadrimestres, deverá ser a ele

reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo o excedente

em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro.

112. (CESPE/ANALISTA/SECGE-PE/2010) Os demonstrativos referentes ao

resultado primário e ao resultado nominal acompanharão o relatório de

gestão fiscal e as demonstrações contábeis do período.

113. (CESPE/ANALISTA/SECGE-PE/2010) Acompanhará o relatório resumido da

execução orçamentária demonstrativo relativo à apuração da receita

corrente líquida, sua evolução, assim como a previsão de seu desempenho

até o final do exercício.

114. (ESAF/APO/MPOG/2008) Assinale a opção correta acerca de crédito e

dívida públicos.

Page 145: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 145 de 149

a) O Banco Central do Brasil não pode conceder empréstimos ao Tesouro

Nacional (TN), sendo-lhe vedado, portanto, comprar títulos de emissão do

TN.

b) A dívida pública consolidada caracteriza-se, legalmente, por ser

composta de obrigações financeiras do ente da Federação para

amortização em prazo superior a doze meses, nela não se incluindo as

operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham

constado do orçamento.

c) As operações de crédito por antecipação de receita orçamentária podem

exceder o montante das despesas de capital, desde que liquidadas até o

dia dez de dezembro de cada ano.

d) Uma instituição financeira estatal pode conceder empréstimo a outro

ente da Federação, desde que se destine a financiar suas despesas

correntes ou refinanciar dívidas contraídas junto a outras instituições

financeiras.

e) A operação de crédito realizada com infração do disposto na Lei

Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade

Fiscal), é considerada nula, devendo-se proceder a seu cancelamento,

mediante a devolução do principal acrescido de juros e demais encargos

financeiros.

115. (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) A obrigação financeira estatal assumida

em virtude de operação de crédito, para amortização em prazo superior a

doze meses, classifica-se como

a) refinanciamento de dívida.

b) despesa obrigatória de caráter continuado.

c) dívida pública mobiliária.

d) dívida pública fundada.

e) dívida consolidada líquida.

116. (CESPE/ANALISTA/CNPQ/2011) Se um ente federativo deixar de publicar,

no prazo legal, relatório resumido de execução orçamentária, ficará

Page 146: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 146 de 149

impossibilitado de receber transferências voluntárias e de contratar

operações de crédito, excetuando-se as destinadas ao refinanciamento do

principal atualizado da dívida mobiliária.

117. (ESAF/PROCURADOR/TCE-GO/2007) São instrumentos de transparência

da gestão fiscal, exceto

a) os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias.

b) as prestações de contas.

c) o relatório resumido da execução orçamentária, divulgado em versão

simplificada.

d) os limites da dívida pública.

e) o incentivo à participação popular, mesmo durante a fase de elaboração

e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos.

118. (ESAF/APO/MPOG/2008) A Lei de Responsabilidade Fiscal, na seção que

trata dos limites da Dívida Pública e das Operações de Crédito determina

que, para fins de verificação do atendimento do limite, a apuração do

montante da dívida consolidada será efetuada ao final de cada:

a) mês.

b) semestre.

c) trimestre.

d) quadrimestre.

e) ano.

119. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Indique a definição que foi adotada

pela Lei Complementar n. 101/2000.

a) Dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem

duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas

em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de

operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses,

Page 147: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 147 de 149

excluídas as operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas

receitas tenham constado do orçamento.

b) Operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de

mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição

financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da

venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras

operações assemelhadas, excetuadas as que envolvam o uso de

derivativos financeiros.

c) Dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos

emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e

Municípios.

d) Concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação

financeira ou contratual assumida apenas por entidade vinculada a ente

da Federação.

e) Refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para

pagamento do principal, excluída atualização monetária.

120. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) Não se equipara a operações de crédito

a(o)

a) captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou

contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do

disposto no § 7º do art. 150 da Constituição.

b) recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público

detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito a

voto.

c) assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação

assemelhada, com fornecedor de bens, mercadorias ou serviços, mediante

emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando esta vedação

a empresas estatais dependentes.

d) assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com

fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços.

Page 148: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 148 de 149

e) recebimento antecipado de lucros e dividendos de empresa em que o

Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social

com direito a voto, na forma da legislação.

Page 149: Lei de Responsabilidade Fiscal Para Auditor Receita

AFO PARA ANALISTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROF. GRACIANO ROCHA

Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 149 de 149

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

E E C E C E B E E A

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

E C D B B B C E C E

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

A E D C C D E C E C

31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

E B C E B C E C D C

41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

E A C A E C C A A C

51 52 53 54 55 56 57 58 59 60

E B C A C C E A B E

61 62 63 64 65 66 67 68 69 70

C E D E C E E B C E

71 72 73 74 75 76 77 78 79 80

B C E C A D A E C C

81 82 83 84 85 86 87 88 89 90

B D E B A C A D C B

91 92 93 94 95 96 97 98 99 100

A E D E A D C D C A

101 102 103 104 105 106 107 108 109 110

C E E E E C C D C E

111 112 113 114 115 116 117 118 119 120

B E C C D C D D C E