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CONTA MÍNIMA E SUBSÍDIO CRUZADO Marcos Juruena Villela Souto ASEP – 16.11.2004

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Page 1: CONTA MÍNIMA E SUBSÍDIO CRUZADO Marcos Juruena Villela Souto ASEP – 16.11.2004

CONTA MÍNIMA E SUBSÍDIO CRUZADOMarcos Juruena Villela Souto

ASEP – 16.11.2004

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PONTOS REMUNERADOS PELA TARIFA

Capital investido Custo de operação do serviço Custo de manutenção do serviço Custo de atualização Lucro do concessionário

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PRINCÍPIOS DE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EM DESTAQUE

Princípio da Atualidade - art. 6º, § 2º, da Lei nº 8987/1995

preparação do ambiente para a adequação ao recebimento de novo insumo utilizado no

serviço

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PRINCÍPIOS DE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EM DESTAQUE Princípio da Segurança - art. 6º, § 1º, da Lei

nº 8987/1995 Isolamento do ambiente para evitar riscos Eliminação de vazamentos

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PRINCÍPIOS DE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EM DESTAQUE

• Princípio da Continuidade – art. 6º, § 3º, da Lei nº 8987/1995

• não se reputa violado quando houver:– Razões técnicas– Razões de segurança– Inadimplemento do usuário

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CONTA MÍNIMA

Exemplo: Lei  n°  6.528,  de  11  de maio de 1.978, em seu artigo 4°:

“A  fixação  tarifária  levará  em  conta a viabilidade do equilíbrio  econômico–financeiro  das companhias estaduais de  saneamento básico e a preservação dos aspectos sociais dos  respectivos  serviços de forma a assegurar o adequado atendimento  dos  usuários  de  menor consumo, com base em tarifa mínima.”

Condições: existência de medidor e serviço posto à disposição

Objetivo: Preservar o equilíbrio e a viabilidade das empresas prestadoras do serviço público

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PROBLEMA PROPOSTO:CONTA MÍNIMA SEM SERVIÇO

Necessidade de apuração da culpa para a imposição de sanção

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RESPONSABILIDADE PELO NÃO FORNECIMENTO DO SERVIÇO

Culpa do concedente – por não cumprimento do dever de regulamentar o serviço ou não cumprimento das normas a ele inerentes

Culpa do regulador – por não definição dos critérios técnicos determinados pelo concedente, por má fixação dos critérios técnicos ou por não fiscalização da observância dos critérios técnicos

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RESPONSABILIDADE PELO NÃO FORNECIMENTO DO SERVIÇO Culpa da concessionária – má prestação do

serviço, por exemplo, por má conservação dos bens vinculados à execução da concessão

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RESPONSABILIDADE PELO NÃO FORNECIMENTO DO SERVIÇO Culpa do usuário – violação do dever de

contribuir para a permanência dos bens através dos quais lhes são prestados os serviços, por exemplo, por má conservação dos bens sob sua manutenção ou utilização de equipamentos não autorizados – art. 7º, VI, da Lei nº 8.987/1995

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RESPONSABILIDADE PELO NÃO FORNECIMENTO DO SERVIÇO Fato do serviço – ausência de culpa dos

agentes envolvidos – ex: fato da natureza, como o pó que é arrastado pelo gás natural

Culpa do fornecedor dos bens aplicados no serviço – por exemplo, não obtendo a durabilidade e/ou segurança mínima aplicáveis ao bem – a responsabilidade cabe a quem estava obrigado à aquisição do bem

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O DEVIDO PROCESSO LEGAL

A apuração de responsabilidade deve se dar no âmbito do devido processo legal em que sejam assegurados a ampla defesa e o contraditório

Direito à produção de provas Possibilidade de o agente regulador adotar medidas

cautelares para impedir o prolongamento do dano decorrente da situação investigada

Possibilidade de celebração de acordo-substitutivo (ex.: termo de ajuste de conduta) para substituir a penalidade por medidas de maior proveito para a coletividade

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DIREITO AO EQUILÍBRIO CONTRATUAL Se a concessionária não deu causa ao não

fornecimento do serviço, não pode ser responsabilizada nem impedida de fazer valer seu direito ao equilíbrio econômico-financeiro do contrato: Conseqüência: a tarifa deve ser reduzida na

parcela relativa ao custo do insumo envolvido na prestação que não é oferecida

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DIREITO AO EQUILÍBRIO CONTRATUAL Se o usuário não deu causa à paralisação,

não deve ser cobrado integralmente. Conseqüência – a tarifa deve ser reduzida na

parcela relativa ao insumo envolvido e à margem de lucro da concessionária

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DIREITO AO EQUILÍBRIO CONTRATUAL Em suma:

- sempre será legítima a cobrança: De uma parcela relativa à amortização do capital investido

na montagem da estrutura do serviço De uma parcela relativa à atualização do serviço De uma parcela relativa à manutenção dos bens envolvidos

na prestação do serviço, pois integra o conjunto de obrigações da concessionária

- não será legítima a cobrança: De custo de operação De margem de lucro da concessionária

Matéria técnica, típica de regulação

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Voltando ao problema proposto

Como visto, a matéria é técnica, típica de regulação.

A regulação pode ser: Normativa Executiva Judicante

Opção do formato de regulação como exemplo típico de discricionariedade técnica

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A regulação técnica em exame

Deliberação ASEP-RJ/CD nº 118/00

“Art. 21 – Em qualquer situação, sempre que houver interrupção ou suspensão do fornecimento de gás, a concessionária ficará impedida de emitir fatura de cobrança de gás referente ao período em que durar a interrupção ou a suspensão.”

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A regulação técnica em exame

A expressão “em qualquer situação” não é compatível com as peculiaridades inerentes ao dever de apuração da responsabilidade de quem deu causa à paralisação do serviço.

Há que se apurar, segundo as melhores regras de hermenêutica, um fator técnico de distinção entre suspensão e interrupção.

A expressão “cobrança de gás” pode sugerir que apenas o insumo do serviço não seja cobrado, mas não as demais parcelas inerentes à tarifa.

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SUBSÍDIO CRUZADO

REMUNERAÇÃO DO CONCESSIONÁRIO Capital investido Custo de operação do serviço Custo de manutenção do serviço Custo de atualização Lucro do concessionário

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FORMAS DE REMUNERAÇÃO DO CONCESSIONÁRIO Tarifa Receitas alternativas, acessórias,

complementares ou decorrentes de projetos associados

Subsídios Públicos: exemplo: Fundos de

Universalização Privados: subsídios cruzados

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TIPOS BÁSICOS DE SUBSÍDIOS CRUZADOS

Subsídio de uma atividade a outra Subsídio de uma categoria de usuários a

outra

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SUBSÍDIO CRUZADO POR ATIVIDADE Subsídio de uma etapa da cadeia produtiva a

outra – ex.: o custo da captação ou produção de um bem ser subsidiado pelo custo do transporte do bem à central de distribuição Pode ser reputado lesivo à concorrência

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SUBSÍDIO CRUZADO POR ATIVIDADE Subsídio de uma atividade econômica ao

serviço público – exemplo: art. 11 da Lei nº 8987/1995 – receitas ancilares com vistas à modicidade tarifária Legítimo, desde que não interfira na qualidade

da prestação do serviço público

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SUBSÍDIO CRUZADO POR ATIVIDADE Subsídio de um serviço público a uma

atividade econômica Pode ser ilegítimo, por viabilizar:

Violação do dever de modicidade tarifária Violação do dever de eficiência Violação da livre concorrência nas atividades

econômicas

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SUBSÍDIO CRUZADO POR CATEGORIAS DE USUÁRIOS Em tese, legítimo, eis que, dispõe o art. 13 da

Lei nº 8.987/95: “As tarifas poderão ser diferenciadas em

função das características técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento dos distintos segmentos de usuários

Matéria de lei que fixa a política tarifária, conforme dispõe o art. 175, III, da Constituição Federal