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Construindo a certificação participativa em rede no Brasil

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C o n s t r u i n d oa c e r t i f i c a ç ã o p a r t i c i p a t i v a em rede no Brasil

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GAO - Grupo deA gricultura Orgânica

Construindo a Certificação Participativa em Rede no

Brasil

CARTILHA PARA SUBSIDIAR AS OFICINAS LOCAIS

Brasil 2004

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CONSTRUINDO a certificação participativa em rede no Brasil: cartilha para subsidiar as oficinas locais. Florianópolis: Grupo de Agricultura Orgânica, 2004, 44 p.1. Certificação. 2. Agricultura Orgânica 3. Agroecologia. 4. Regulamentação. I. GAO - Grupo de Agricultura Orgânica.

Realização:Organização:Colaboração :Coordenação de edição :Projeto gráfico e diagramação: Ilustrações:

GT de Certificação Participativa do GAO (Subgrupo cartilha) Luiz Carlos Rebelatto dos Santos e Maria Fernanda FonsecaCristina Ribeiro, Jean Pierre Medaets e Marcelo Nunes

Luiz Carlos Rebelatto dos SantosAlbert Günther

Hatsi do Rio Apa

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Sumário

APRESENT AÇÃO

INTRODUÇÃOA certificação participativa em redeCONSENSO NACIONAL

Etapas para a construção do RELA TOS DE EXPERIÊNCIASconsenso nacional

Rede Ecovida de Agroecologia

OFICINAS LOCAIS Oficina propriamente dita

A certificação de produtos orgânicos

Síntese da oficinaEncaminhamentosPróximos passosAvaliaçãoOrganismo de terceira parte

independenteREFERÊNCIAS

Princípios fundamentaisConvenções de controle de qualidade

HarmonizaçãoCaracterizaçãoPré-oficinaPassos para obtenção do selo ConviteEcovidaOficinas locaisAquisição e uso do selo e Pós-oficinalogomarca

FuncionamentoIntegrantes da certificadoraApresentação dos objetivosComposição atualExpectativas dos presentesProcesso de C.P.R.Resgate históricoPapel dos GTRsFatos marcantes da Como acontece a C..RP.regulamentação da AO

Origem nos sinais de qualidadeO que são normas?

Re-elaboração dos princípiosRegulamento técnicoInstrumentalização e Aceite de conformidadeoperacionalização da C..RP.Como funciona o aceite de

conformidade?O que é certificação?Para que serve a certificação?

Definição

ACS

CONSTRUÇÃO DA C.P.R.Levantamento das expectativas do grupoConstrução da C.P.R.

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“O sujeito pensante não pode pensar sozinho; não pode pensar sem a co-participação de outros sujeitos no ato de pensar sobre o objeto. Não há um 'penso', há um 'pensamos'. É o pensamos que estabelece o penso e não o contrário. Esta co-participação dos sujeitos no ato de pensar se dá na comunicação. O objeto, por isso mesmo, não é a incidência terminativa do pensamento de um sujeito, mas o mediador da comunicação.”

Paulo Freire

Rede Ecovida deA groecologia¹ ACS - Associação de Certificação Sócio-

Participativa ²

Esta cartilha é resultado do trabalho conjunto do GAO - Grupo de Agricultura Orgânica por meio do GT de certificação participativa. Eal tem por finalidade subsidiar as mais de 100 oficinas previstas no Projeto Nacional Certificação Participativa em Rede: Uma proposta para o Brasil, apoio MDA/SAF,

que ocorrerão em div er sos estados de 4 regiões brasileiras as quais têm por objetivo construir e consolidar um processo diferenciado de certificação de produtos da agricultura orgânica a certificação participativa em rede.

Tomando como referência exemplos concretos de certificação participativa como o realizado pela no Sul do Brasil e pela

no Acre e região, é que as oficinas pretendem constru, ircoletivamente, um entendimento consensual sobre a certificação participativa em rede (CPR) para todo o Brasil. Isto objetiva, por fim, apresentar propostas concretas para a regulamentação da agricultura orgânica, que é o próximo passo a ser dado após a publicação da Lei 10.831 de 23/12/2003 que dispõe sobre a agricultura orgânica e dá outras providências.

Esta cartilha pode ser utilizada das mais diversas formas pelos participantes das oficinas. Seja seguindo seus passos em leitura e encaminhamentos coletivos, ou através de l eitura prévia, ou ainda

Ministério do Desenvolvimento Agrário/Secretaria de Agricultura Familiar ,

Apresentação

6

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apenas como uma referência para tirar possíveis dúvidas durante ou depois das oficinas.

Assim, poderemos construir, ao mesmo tempo, um processo com identidade nacional e com respeito à diversidade regional. Portanto, em alguns casos, o conteúdo ou a forma deste material pode ser mais adequado para uma região do que para outra, fato este que não deve dificultar os debates e a construção da proposta nacional, mas sim, permitir a descoberta de novas e importantes características que irão compor o processo como um todo.

Bom trabalho a todos.

Luiz Carlos Rebelatto dos SantosORGANIZADOR

Brasil, abril de 2004.

A Rede Ecovida de Agroecologia é uma articulação entre grupos e associações de agricultores ecologistas, ONGs de assessoria, cooperativas de consumidores, pequenas unidades de transformação e comercialização de produtos ecológicos no Sul do Brasil. Foi criada em novembro de 1998 e hoje conta com mais de 220 organizações de agricultores (2.100 famílias), 25 ONGs, 10 cooperativas de consumidores e dezenas de pequenas agroindústrias e iniciativas de comercialização. Abrange mais de 170 municípios e estimula a comercialização direta através de aproximadamente 120 feiras ecológicas em toda a região Sul.

A ACS é uma certificadora comunitária funcionando como um mecanismo de monitoramento, avaliação e geração credibilidade entre atores locais, que promove a integração e o fortalecimento da agricultura familiar na Amazônia (agricultores, extrativistas, ribeirinhos e povos indígenas) através do registro e da melhoria de qualidade aos processos Agroextrativistas da região. Vem sendo construída desde maio de 2002, tomando como base na experiência da Rede Ecovida de Agroecologia. Hoje congrega cerca de 25 grupos comunitários, com aproximadamente 250 famílias nos Estados do Acre, Rondônia e Amazonas , 15 organizações não governamentais e órgão de governo. A responsabilidade jurídica da ACS envolve certificação de origem, sócioambiental e orgânica.

Notas

1.

2.

Uma de suas atividades é a certificação participativa, realizada de maneira descentralizada nos 21 núcleos regionais que a compõem.

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A produção de alimentos com qualidade e respeito às pessoas e ao meio ambiente, observando princípios e valores na organização social e política, alicerçada em interações positivas com a natureza, preconizando a eliminação do uso de fertilizantes e pesticidas químicos de síntese e organismos geneticamente modificados é hoje uma realidade emergente no mundo e no país, que no Brasil inicia-se a partir da década de 80.

A consolidação de diversas iniciativas, a ocupação de uma faixa crescente do mercado de alimentos, bem como a pressão da comunidade européia e outros países importadores (EUA, Japão) de produtos orgânicos do Brasil, além da pressão e demanda do próprio mercado interno e das certificadoras, desencadearam no início dos anos 90, o processo de e elaborações pró-regulamentação e certificação da agricultura orgânica no Brasil.

Este processo se deu através da criação de grupos de trabalho e realização de fóruns nacionais, envolvendo representantes do governo e da sociedade civil. Deste processo culminou a Instrução

oNormativa n 007 de 1999 (IN 007/99) do Ministério da Agricultura, que define normas e procedimentos para a produção, processamento, identificação e certificação de produtos da agricultura orgânica no Brasil.

A construção da IN 007/99 deu-se de forma participativa, num amplo processo de debates, elaborações e re-elaborações. Já o processo de regulamentação da IN 007, como na IN 006/2002 do

que trata das normas para avaliação da conformidade das certificadoras - as normas de certificação, não passou pelo mesmo processo de interações e adequações às diferentes realidades e condições. Assim, durante o Encontro Nacional de Agroecologia (ENA),

debates

MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento),

Introdução

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realizado no final de julho de 2002, no Rio de Janeiro, e que reuniu as principais organizações sociais de técnicos, agricultores

n a p r o d u ç ã o orgânica/ecológica/natural no Brasil, totalizando cerca de 1200 participantes das cinco regiões do país; a retomada de um processo coletivo e amplo na continuidade da construção normativa.

Diante do desafio de tornar a normalização um importante instrumento de desenvolvimento da agricultura orgânica, foi criado, nesta oportunidade, um grupo de trabalho para avaliação e possíveis re-elaborações da IN 006/02. O grupo de trabalho reuniu-se em Curitiba/PR, em 12 e 13 de outubro de 2002, envolvendo a participação de cerca de 30 pessoas, representando 12 entidades certificadoras, organizações governamentais, ONGs, associações e particulares de oito estados do Brasil. Desta reunião surge o GAO Grupo de Agricultura Orgânica que tem como objetivo discutir a regulamentação na agricultura orgânica, e utiliza debates presenciais e um grupo eletrônico de discussão

Uma das ações do GAO, grupo que hoje tem reconhecimento nacional e internacional, foi a elaboração, durante seu segundo encontro ( em abril de 2003, do substitutivo ao PLC-14/02 , e acompanhamento até a aprovação em 27 de novembro de 2003 pela Câmara, com publicação da Lei nº 10.831 no Diário Oficial da União de 23/12/2003. O avanço da Lei é que ela contempla todas as formas de produção, extração, comercialização e certificação de produtos orgânicos existentes no país, e foi obtida por um consenso possível entre membros do GAO. Atualmente, o GAO encontra-se mobilizado para a discussão da regulamentação desta Lei (decretos e seus anexos).

e alguns ó r g ã o s g o v e r n a m e n t a i s e n v o l v i d o s

foi proposta

2º ENGAO)(PL 659/99 de origem)

([email protected].)

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Em virtude da aprovação da Lei

é importante realizar o convite através de contat

nº 10.831, das experiências de certificação participativa em curso e da importância do tema, especialmente para a Agricultura Familia;, o GAO está propondo a construção do consenso nacional de certificação participativa, a fim de que se possa imprimir um ritmo de envolvimento real das organizações interessadas, bem como aproveitar as sugestões e experiências de quem trabalha no desenvolvimento da agricultura orgânica e da agroecologia no Brasil.

Esta cartilha, em conjunto com outros materiais relativos à temática, será utilizada para a preparação dos capacitadores pessoas que irão assessorar as oficinas. Esta preparação ocorrerá regionalmente e de acordo com a realidade e condição operacional de cada região.

A pré-oficina consiste num momento de sensibilização das organizações para estimular sua identidade com o tema e a participação das organizações interessadas nas oficinas propriamente ditas. Para tanto, propõe-se a realização de um momento (tipo palestra) com duração de, aproximadamente, 2 horas a fim de apresentar um breve contexto do processo, debate e convite para a oficina. Sugere-se que, para a pré-oficina a forma de convite seja tipo “bola-de-neve” - onde cada organização convida outras de suas relações, lembrando que, sempre que possível, o pessoal.

Consenso Nacional

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Etapas da Construção do Consenso Nacional

Harmonização

Pré-Oficina

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Convite

Oficinas locais

Pós-oficina

O convite para a oficina propriamente dita consiste num momento importante para uma presença de qualidade nos dias da capacitação. Por isso deve ser confeccionado de forma criativa e conter: chamada para as oficinas; conteúdo a ser tratado; pedido de produtos locais e regionais para exposição, degustação e vendas eventuais; dinâmicas e contato para informações.

Momento presencial das organizações para a construção do consenso nacional e objeto central desta cartilha.

Sistematização das oficinas, produção de material final que irá subsidiar a regulamentação da lei no tocante à certificação participativa e realização das articulações necessárias.

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As oficinas locais são parte importante do projeto de certificação participativa em rede (CPR) apresentado pelo GAO em andamento no Brasil. Elas buscam, por fim, construir coletivamente uma proposta nacional de CPR em rede que seja reconhecida na regulamentação da Lei nº 10.831 para, posteriormente, buscar o reconhecimento internacional.

O contexto regional ou local em que a oficina estará ocorrendo pode ser o mais diverso possível. Há locais onde a convocação para a oficina será, além de um elemento decisivo para o sucesso do processo, um desafio em si mesmo.

Como objetivos específicos ela têm:

Promover o debate nacional, regional e local acerca da certificação participativa em rede;

Discutir , sensibilizar e envolver a Agricultura Familiar num processo diferenciado de certificação, que venha a promover o Desenvolvimento Local (sustentável), por meio da agregação de valores éticos, sociais e ambientaisl.

Aproximar as organizações interessadas na temática, na agricultura orgânica e na agroecologia, proporcionando a criação ou consolidação de uma rede consistente de relações;

Realizar um cadastramento das organizações participantes;

Caracterizar os diferentes mecanismos de geração de credibilidade a fim de gerar critérios básicos para o sistema nacional de certificação participativa.

a)

b)

c)

d)

e)

Oficinas locais

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Objetivos das Oficinas

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Oficina Propriamente Dita

Apresentaçãoe expectativas

Aqui cada pessoa se apresenta e fala de suas expectativas com a oficina. Sugere-se que isto seja feito através da dinâmica da teia ou rede, na qual se utiliza um novelo de lã ou rolo de barbante que é seguro em uma ponta pela 1ª pessoa e “jogado” para outra. Cada uma segu-ra sua ponta e assim suces-sivamente. A dinâmica for-mará uma rede com fios en-trelaçados.

Por fim, o moderador pergunta a “moral da histó-ria” em torno da rede: sim-bologia, relação com a spessoas, com a certifica-ção p articipativa, com a rede, compromisso, etc.

Aqui o moderador irá estimular os presentes a construir , através do resgate histórico, um contexto que irá nortear toda a oficina. Isto não significa voltar e ficar no passado... Antes é um processo de valorização de costumes, hábitos, produção, organização comunitária que irá criar o ambiente onde a certificação participativa será debatida. Para isto, o moderador poderá se valer das que seguem. perguntas orientadoras

Baseado na apresentação deste material, o capacitador deve expo,r discutir e/ou redirecionar os objetivos da oficina de acordo com a realidade local.

Apresentaçãodos objetivos

da oficina

Resgate histórico e da produção na

região, na propriedade:

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Como as diferenças dos produtos são comunicadas aos consumidores? Quem compra o que produzimos percebe a diferença entre o nosso produto e os outros que estão no mercado? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Quais as formas de geração de credibilidade (confiança) conhecidas ou que praticamos? ________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O que diferencia a agricultura ou outra forma de produzir praticada pelos presentes da realizada pelos outros? O que fazemos diferente para produzir? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Contexto da agricultura orgânica (AO) no Brasil e no mundo com ênfase ao marco legal e à certificação de produtos orgânicos:

1999 -

Aqui o moderador ressalta os principais fatores ou fatos que contribuíram para a origem e evolução da agricultura orgânica através de um breve histórico e fatos marcantes.

Primeiras discussões em 1985; diretivas EC2092/91 em 1991 para normas produção vegetal e processamento; normas para acreditação de certificadoras com início em 1994 e até 1997 para implementá-las

Lei em 1990; primeiro rascunho dos regulamentos para consulta pública em 1997; início da implementação do NO PPro grama Nacional Orgânico em outubro de 2002.

Iniciou discussão em 1991; publicou diretrizes para produção vegetal e processamento em 1999 e as normas para a produção animal em 2001.

Iniciou discussão em 1997; publicou normas para vegetais em 2000 e passou a implementá-las em 2001. Está discutindo normas para a produçãoa nimal.

asCriação da Comissão e 1 discussões entre poder executivo e ONGs.

Criação do Fórum de Orgânicos que elaborou a Portaria nº505/98 que trata das normas para produção, processamento, identificação e certificação de produtos da agricultura orgânica.

Consulta pública por 90 dias da Portaria SDA/MAPA nº 508.

Instrução Normativa nº 007/99 do MAPA que trata sobre as normas para produção, processamento, identificação e certificação de p rodutos da a gricultura orgânica.

União Européia -

EUA -

Codex Alimentarius -

Japão -

Legislação e regulamentação da AO no Barsil:

1994 a 1996 -

1996 a 1998 -

1998 -

. Em 1999, publica a EC 1804/99 normas para produção animal.

15

Fatos marcantes na

regulamentaçãoda AO no

mundo

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2000 -

2001 -

Julho 2002 -

Outubro 2002 -

Abril 2003 -

Setembro a Novembro 2003 -

Dezembro de 2003 -Fevereiro/Março de 2004 -

Criação do Colegiado nacional para a Produção Orgânica via Portaria do SDA/MAPA nº 042 de 27 de novembro de 2000.

Elaboração pelo CEPOrg-SP e adoção pelo CNPOrg da Portaria nº 017 de 04 de junho de 2001, que trata das normas para credenciamento de certificadoras de produtos orgânicos. Esta Portaria ficou em consulta pública por 30 dias.

Publicação da IN006/02 de 06 de janeiro de 2002 que dispõe sobre as normas para credenciamento de certificadoras de produtos orgânicos.

Realização do ENA - Encontro Nacional de Agroecologia e debate no GT de Comercialização e Certificação, propondo a criação do GT para analisar as implicações da implementação da IN006/02 para pequenos produtores e certificadoras.

1º ENGAO - Encontro Nacional do Grupo de Agricultura Orgânica;

regulamentação. 3º ENGAO em Jaguariúna-

SP; criação da identidade GAO; projeto Certificação Participativa com recursos MDA/SAF e força tarefa aprovação PL659/99 e recursos MDA/SAF.

Publicação da Lei 10.831.Encontro do GT certificação

participativa e delineamento do projeto e das oficinas de CPR.

Ao contrário do que muitos pensam de que o uso das marcas (sinais de qualidade) tiveram origem por exigência do mercado ou por imposição governamental, isto se deu no princípio do século XX na França, onde pequenos produtores de vinho pretendiam diferenciar suas bebidas daquelas produzidas em maior escala por processos industriais que se iniciavam. Em

2002 -

criação do grupo eletrônico de discussão do marco legal da agricultura orgânica; criação do GT PLC-14/02.

2º ENGAO em Campinas-SP; aprovação do substitutivo ao PLC-14/02; criação GT s para

Criação dos subgrupos do GAO para discussão da regulamentação da Lei.

A Certificação de Produtos OrgânicosOrigem dos

sinais de qualidade

16

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meados da década de 60 e nos anos 80, o governo francês passou a elaborar políticas de qualidade q ue caracterizavam os produtos diferentes (Label Rouge, Biológicos, Montanhês). Os sinais de qualidade estão ligados à uma origem, uma tradição, a um saber-fazer e a um modo de produção específico.

Assim, a Europa e mais tarde o comércio mundial, criaram critérios e normas que hoje são parte da certificação de produtos conhecidos como

Podemos citar: Denominação de Origem Controlada (DOC), Indicação Geográfica Protegida (IGP), Produto Orgânico, Certificado de Especificidade.

Marcas de Conformidade, Sinais de Qualidade.

Normas são acordos documentados contendo especificações técnicas ou outro critério preciso de ser usado consistentemente como regras, diretrizes, ou definições de características, a fim de assegurar que materiais, produtos, processos e serviços estão de acordo com seus objetivos. Normalização da grande indústria resulta de acordos consensuais alcançados entre todos os agentes econômicos do setor industrial: fornecedores, usuários e governos. Eles concordam em especificações e critérios para serem aplicados na escolha e classificação de materiais, na fabricação de produtos e no fornecimento de serviços.

17

O que são normas?

Fonte: Adaptado de FONSECA, 2003.

Tabela 1: Tipos de sinais de qualidade na França.

AOC - Apelação de origem controlada T radição, modo de produção, origem geográfica

Qualidade superio,r da fazenda, caseiro, acordo dos critérios de produção e comercializaçãoNatural, respeito meio ambiente, não uso insumos de síntese

Conformidade a uma especificação estabelecida numa norma

Certificado de Conformidade

Agricultura Biológica AB

Label Rouge

Sinal de qualidade Características do produto

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É quando uma norma torna-se e é adotada pelos governos.

Aceite de Conformidade é o processo pelo qual um organismo, que é conhecido por ser competente e confiável, fornece um certificado de que um negócio particular ou produto cumpre com uma norma particular ou regulamento técnico.

Este é o termo técnico usado quando um aceite de conformidade a uma norma, especificação ou regulamento técnico é realizado por uma organização fornecedora ela mesma. Em outras palavras, é a auto-conformidade.

Esta indica que o cliente de um fornecedor realiza o aceite de conformidade. Por exemplo, o fornecedor convida um cliente potencial para verificar que os produtos que ele está fornecendo estão conforme as normas.

O aceite de conformidade é realizado por um organismo que é independente tanto das organizações de fornecedores quanto dos clientes.

compulsória

Conformidade 1ª Parte -

ou

Clientes e usuários necessitam ser assegurados que os produtos e serviços estão de acordo com a mesma norma. Certificados de conformidade para normas específicas fornecidos por organismos de certificação fornecem aos clientes e usuários a segurança que eles precisam para conduzir o negócio.

A certificação participativa em Rede é uma nova forma de realizar a certificação. Ela apresenta características de 1ª, 2ª e 3ª parte, pois no processo apresenta a participação dos produtores, dos consumidores e das comissões e conselhos de ética (3ª parte).

obrigatória

Conformidade 2ª Parte -

Conformidade 3ª Parte -

Certificação participativa em rede:

Aceite de conformidade?

Regulamento técnico?

Como funciona o Aceite de

Conformidade?

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Para que serve a certificação?

O que é certificação?

19

Agregar valor (“rótulo com algo mais”).Permitir a entrada em novos mercados diferenciados.Diminuir a concorrência com produtos, processos ou serviços de menor qualidade e igual aparência.Estimular a melhoria contínua da qualidade.

Distinguir mais facilmente pela marca entre produtos de igual aparência e qualidades diferentes.Favorecer a economia de tempo e esforço.Fornecer Segurança e garantia (compromisso público de qualidade e performance).Garantir uma diversificação da oferta de produtos de qualidade.

De acordo com Codex Alimentarius, a Certificação é o procedimento pelo qual órgãos de certificação oficial ou organismos de certificação oficialmente reconhecidos, fornecem por escrito ou equivalente de segurança de que os alimentos ou sistemas de controle de alimentos estão conforme as exigências especificadas. A certificação do alimento pode se,r quando apropriado, baseada numa série de atividades de inspeção que pode incluir inspeção contínua na linha, auditoria dos Sistemas de Garantia da Qualidade, e exame dos produtos finais. Sistemas de certificação significam sistemas de certificação oficiais e reconhecidos oficialmente, isto é, um conjunto de atividades implementadas para avaliar a conformidade do produto, processo ou serviço a requisitos especificados.

A finalidade da certificação é atribuir um ao produto, processo ou serviço, reconhecido pelos consumidores e pelos produtores.

diferencial

Vantagens para produtores:

Vantagens para consumidores:

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Como a certificação é expressa? É dado ao produto um atestado de conformidade ou um certificado indicando em qual tipo de conformidade o produto se enquadra. Para expressar ao consumido,r algum tipo de selo pode ser colocado no produto. Abaixo podemos ver alguns exemplos desta natureza.

20

Fonte: Adaptado de SANTOS, 2003.

Tabela 2: Exemplos de expressão da certificação.

PIFINMETRO/MAPA

PRODUTO ORGÂNICO

ABIMA

NUTRIVEG

ABICAB

ABIC

Tipo de Selo

Ausência de proteína animal

Manejo de boas práticas de produção e fabricação (de acordo com n ormas d a E UREPGAP)

Produzido com ovos e não corante

Produzido de acordo com as normas da a gricultura orgânica

O que indica?

Manipulação higiênica e sem aflatoxinaPureza da matéria-prima

Massas

Produtos Orgânicos

Frutas

Comida Vegetariana

Produto

Amendoim

Café

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Organismo de terceira parte independenteTambém chamada de certificação por auditoria. O organismo

certificador não possui vínculo com o empreendimento a ser certificado. Segundo o Codex Alimentarius, necessita apresentar os princípios abaixo:

É o fato de ser eqüitativo entre todos os postulantes à certificação, e não desejar perturbar por considerações partidárias. O Organismo Certificador (OC) deve ser imparcial nos seguintes níveis: ao realizar auditorias, inspeção, na tomada de decisão (pessoa que decide difere da pessoa que avalia) e na composição das estruturas que regulam a política em matéria de certificação.

É o fato de ser livre ante qualquer ingerência, ante qualquer pressão, é o fato de ser autônomo D. eve-se manifestar no nível financeiro, de forma complementar a imparcialidade, ao realizar as auditorias e ao tomar as decisões em matéria de certificação, enquanto ao grupo de pessoas ou a pessoas que tomam decisões.

Idoneidade s e manifesta por um número suficiente de empregados, pessoal qualificado para as atividades a realizar e critérios de qualificação previamente definidos.

Imparcialidade -

Independência -

Competência -

Definição

Princípios fundamentais

21

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a)

b)

c)

d)

Feita por conhecedor da produção orgânica ee special is ta em i nspeção. A figura do inspetor externo é fundamental.

Se divide entre produção orgânica e inspeção.

Atividades de avaliação de conformidade.

Extensos e rigorosos. Mantidos centralizados.

Construção em processo de revisão periódica.

Padrões Construção em processo de revisão periódica.

Meios de Verificação

a)

b)

c)

d)

Inspeção

Capacitação

Variáveis mensuradas e técnicas utilizadas

Documentação e registros

a)

b)

c)

d)

Feita por especialista em produção agroecológica (produtor ou técnico). Não exis te figura do inspetor ex ter no.

Se concentra sobre a produção agroecológica.

Conformidade social e avaliação de conformidade.

Simplificado e desuniforme. Mantidos descentralizados.

Organismo Certificador

a)

b)

c)

d)

Responsabilidade pelo sistema de certificação

Estrutura

Separação entre as funções de certificação e assessoria

Decisão de certificação

a)

b)

c)

d-1)

d-2)

e)

Do organismo certificador mas não operando na prática.

Como preconizado pela ISO 6 5 mas n ão o perandon a p rática.

Não realizada

Descentralizada. Realizada nos Grupos ou Núcleos da Rede Ecovida.

Separada da inspeção quando realizado no Núcleo e conjunta quando realizada no Grupo.

Presente na comunidade.

a)

b)

c)

d-1)

d-2)

e)

Do Organismo certificador

Como preconizado pela ISO 65 e pela ISO53 (SCI).

Realizada

Centralizada.

Decisão de certificação separada da inspeção.

Externo

Comunicação da Qualidade

Selo, reputação do produtor e da assessoria técnica e influencia dos componentes de avaliação social da conformidade

Selo, reputação do produtor e do organismo certificador

Fonte: MEDAETS, 2003.

Tabela 3: Convenções de controle de qualidade.Componentes da Convenção de

Controle da QualidadeCertificação de Grupos de

Pequenos ProdutoresCertificação Participativa

em Rede

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De acordo com SANTOS, 2002, a certificação por auditoria apresenta alguns limites que apontam para a necessidade de construção de um novo sistema de certificação, baseado na participação e no “empoderamento” dos agricultores e dos consumidores - principais atores da agricultura orgânica. Estes limites são:

Há uma sobrevalorização dos documentos, dos relatórios e papéis gerados a partir do processo de certificação. A pessoa responsável por estes documentos tem que ser muito capacitada, o que limita um trabalho mais amplo.

Os princípios e métodos preconizados pela certificação por auditoria estão tão arraigados nas certificadoras e na legislação correspondente que se mostram resistentes às mudanças e adequações, sendo cada vez mais especializados e burocratizados.

Uma propriedade ou empreendimento familiar é caracterizado pela diversificação de atividades em relação à sua dimensão, apresentando muitas relações de ordem social e ecológica, se comparada com um grande empreendimento. Pelo fato dos métodos aplicados pela certificação por auditoria seguirem os padrões ISO, mais adequados aos processos industriais, e as normas de produção terem sido elaboradas, na sua maioria, em regiões de clima temperado; a certificação por auditoria mostra-se pouco adequada à Agricultura Familia.r Além disso, a certificação por auditoria demanda um bom desenvolvimento técnico e gerencial, características pouco freqüentes na Agricultura Familiar.

A figura do inspetor como observado,r neutro ao processo e responsável maior pela credibilidade, faz dele a principal personagem da certificação. Isto pode acarretar uma desvalorização dos agricultores, relegando estes à uma mera posição de produtores.

5. É caro: Os valores cobrados pelo processo podem torná-lo

1. É baseado em extensa documentação:

2. Resistente à adequações:

3. Pouco adequado à agricultura familiar :

4. Sobrevalorização do inspetor:

A Certificação Participativa em Rede

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inacessível para a maioria dos agricultores familiares, impondo, em última instância, a necessidade do prêmio, da maior remuneração pelo produto. O aumento abusivo do preço pode contribuir para a diminuição do consumo dos produtos orgânicos.

A proibição ou permissão de certos insumos não reflete, necessariamente e por si só, a melhoria da propriedade como um todo, rumo à uma 'ecologização' da mesma. A presença do inspeto,r avaliando o uso de produtos permitidos ou o não uso dos proibidos, não implica, diretamente, na visualização da transição agroecológica de um agroecossistema. Questões como sustentabilidade e ética, apesar de estarem presentes nas normas, são preteridas em relação à listagem de produtos e à contabilidade do empreendimento. Na prática, alguns produtos certificados como orgânicos podem apresentar gastos energéticos maiores que aqueles produzidos em uma agricultura tradicional.

Todo este procedimento vertical e centralizado na certificadora e nos técnicos apresenta uma capacidade multiplicadora limitada, não dando conta da rapidez com que se desenvolvem os processos, pois a agroecologia desenvolve-se mais rápido do que a certificação.

Sobrevalorizam-se os aspectos técnicos e ambientais, e dá-se pouco valor ao social.

Já foram relatados casos de fraudes em produtos certificados como orgânicos. Isto tem colocado em dúvida a eficiência deste tipo de certificação. Apenas a presença do inspetor no empreendimento pode não ser suficiente para garantir o processo.

A existência de um mercado diferenciado que paga mais pelo produto tem sido, muitas vezes, o principal motivador da produção orgânica. A certificação por inspeção passa a ser condição para o acesso a este mercado que é, no caso do Brasil, majoritariamente para exportação. A promoção da agroecologia fica em segundo plano.

6. Produto x Processo:

7. Centralização da certificação:

8. Técnico e Ambiental x Social e Ético:

9. Desconfiança:

10. Direcionada pelos interesses do mercado:

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A Rede Ecovida de Agroecologia é formada por núcleos regionais, também chamados de “nós” (Ilustração I pg. 26) que buscam promover a troca de informações, credibilidade e produtos. Os núcleos são formados pelos membros da Rede em determinada região geográfica. Do ponto de vista jurídico, a Rede Ecovida mostra-se informal, sem personalidade jurídica. Uma associação foi criada a fim de responder pela certificação perante os órgãos competentes quando for obrigada a tal - a Associação Ecovida de Certificação Participativa. Esta respalda o processo gerado e desenvolvido nos núcleos regionais.

Na ótica das instituições que integram a Rede Ecovida o processo de certificação deve contribuir para o desenvolvimento da agroecologia, respeitando e adequando-se à diversidade presente nas mais diversas iniciativas em curso. De uma parte significa, sim, produzir normas que sejam amplas suficientes para englobar as diferentes dinâmicas dos distintos agroecossistemas e da relação dos agricultores com estes. De outra parte, restritas para que possam ser verificadas de maneira simples por qualquer pessoa, não somente por um técnico altamente especializado.

Significa também dizer que deve ser adequável e multiplicável enquanto metodologia, para que a qualidade seja garantida. Assim, o certificado pode e deve ser a expressão, o reflexo, a imagem de um processo de certificação desenvolvido com base na credibilidade gerada a partir da participação efetiva dos diversos atores e setores integrantes do processo.

Relato de Experiências

Rede Ecovida de Agroecologia

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Caracterização

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Podemos afirmar que a CPR está edificada sobre quatro pontos:

Garantia entre agricultores (dentro do grupo e entre grupos);Relação próxima entre agricultores e consumidores (venda

direta e visita às propriedades);Acompanhamento técnico pela assessoria;Olhar externo do Conselho de Ética do Núcleo Regional.

É dentro de cada núcleo regional que a CPR é desenvolvida. O processo é reconhecido mutuamente entre os demais núcleos que, interligados, estabelecem a Rede Ecovida. Isto permite a circulação de informações e mercadorias entre os núcleos, aumentando a credibilidade dentro e fora da Rede, alimentando constantemente todo o processo.

De uma maneira geral, a CPR ocorre como um passo além da participação da Rede Ecovida. Isto significa dizer que a organização pode estar na Rede e não ser certificada, mas nunca o contrário. A tabela a seguir sintetiza o processo da CPR.

a).b).

c). d).

3. Núcleos Regionais

Curso(s), normas, acompanhamento, croquis, planos de conversão, etc.

Espaço - abrangência

Público de trabalho

Denominação da fase

Mecanismos de controle

Agricultor(es)

Visitas alternadas, reuniões, pactos de responsabilidade, intercâmbios, suspensões.

Formação,Informação eCompromisso

1. Propriedade

Conselhos e comissões

4. Associação Ecovida

Auto-fiscalização eAuto-regulação

Organizações que compõem a Rede em certa região

2. Organização

Legal

Responsabilidade Mútua e

“Olhar externo”

Conselho de Certificação,Conselho de Ética eComissão Técnica.

Tabela 4: Certificação Participativa em Rede e suas características.

GruposAssociações

Cooperativas

Conselho de ética,formação periódica,participação de consumidores, representatividade, suspensões.

Espaçoabrangência

Fonte: SANTOS, 2002.

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Para a utilização do selo Ecovida alguns passos precisam ser seguidos. Estes passos são o mínimo estabelecido pela Rede. Cada núcleo pode aprimorá-los e torná-los mais rígidos e/ou específicos.

Passos para a obtenção do selo Ecovida Passos Informações

1. Integrar a Rede Ecovida.

A adesão à Rede Ecoidva ocorre através do Núcleo Regional. Para mais informações, consulte o caderno de Organização e Funcionamento.

Para viabilizar a certificação, o Núcleo Regional deve estar formado e com seu Conselho de Ética em funcionamento.

Para cada unidade produtiva (propriedade, área arrendada ou outra área) é preenchido um formulário (exemplo em anexo). O Núcleo ou a Rede pode solicitar outros documentos.

Após análise, o Conselho de Ética poderá solicitar mais informações antes da visita.

O número de propriedades a serem visitadas fica a critério do Núcleo, devendo ser representativo à realidade do grupo. Sua escolha é de acordo com a necessidade observada pelo Conselho de Ética na análise dos formulários ou por sorteio.

6. Visita à propriedade ou agroindústria.

7.Parecer do Conselho de Ética.

O parecer pode ser de aprovação ou de rejeição. Em ambos os casos, sugere-se que o Conselho de Ética aponte as melhorias necessárias na propriedade ou agroindústria.

8. Aprovação da certificação pelo NR.

Com base no trabalho do Conselho de Ética, o Núcleo aprova a certificação e autoriza o uso do selo. O Núcleo também poderá emitir diplomas, atestados ou declarações para os membros certificados.

5. Análise dos formulários pelo Conselho de Ética.

3. Preencher o Formulário para Requerimento da Certificação.

2.Solicitar a certificação ao Núcleo Regional.

4. Encaminha-los ao Conselho de Ética do

Núcleo.

Fonte: SANTOS, 2004.

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Monitoramento

!

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:

O monitoramento da certificação deve ser realizado anualmente.

O Conselho de Ética deve ter o planejamento (ou plano de conversão) apresentado como um instrumento de avaliação para a continuidade do uso do selo.

No caso de haver suspeita de descumprimento das normas estabelecidas, deve-se acionar o Conselho de Ética do Núcleo Regional para que avalie o caso e emita parec.e Cr aso seja confirmado o descumprimento, os seguintes procedimentos serão adotados:

Interrupção imediata do certificado e do uso do selo;Encaminhamento de orientação para as modificações nos procedimentos de produção ou beneficiamento, conforme parecer do Conselho de Ética;Aquele que perdeu o certificado Ecovida reaverá o mesmo quando solicitar ao Núcleo Regional sua nova certificação e ficar comprovado o cumprimento das normas, em especial as mudanças propostas anteriormente;A reincidência no descumprimento das normas será avaliada pelo Núcleo.

Sanções:

Registros Necessários:!!

!

!!

Formulário para requerimento de certificação com plano de conversão preenchidos.Relatório de cada um dos membros do Conselho de Ética que fizeram a visita.Parecer conjunto do Conselho de Ética.Certificado do Núcleo aprovando a certificação.

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ORIENTAÇÕES GERAIS

O Selo

a Logomarca

é o certificado colocado nos produtos ecológicos produzidos por membros da Rede Ecovida que passaram pelo processo de certificação participativa. O seu uso é restrito aos produtos ecológicos or iundos de propriedades certificadas;

Já simboliza a Rede como um todo e pode ser utilizada por todos seus membros em camisetas , bonés , publicações, etc;

Deve-se evitar ao máximo a confusão perante o consumidor entre a logomarca e o selo, de forma a garantir a ética e a idoneidade do processo de certificação;

As organizações membros da Rede devem se empenhar no esclarecimento perante os consumidores sobre o processo de certificação participativa, bem como o que o selo da Rede simboliza; deixando claro, também, a diferença entre fazer parte da Ecovida e ser certificado pela mesma.

!

Aquisição e uso do selo e da

logomarca Ecovida

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Associação de Cert i f icação Sócio-participativa da Amazônia - ACS Amazônia

Funcionamento da ACS

Amazônia

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A ACS é uma certificadora, constituída por um quadro associativo composto por entidades de assessoria e assistência técnica (ONGs e OGs), agricultores, extrativistas e indígenas e suas representações, e consumidores organizados.

Tornar acessível a obtenção de aos processos e produtos

desenvolvidos pelo Agroextrativismo da Amazônia, a saber:

Processos de produção em sistemas agroflorestais;

Processos orgânicos de produção;

Processos trabalhados em projetos de manejo florestal, não madeireiro, como sementes, artesanatos, óleos, resinas etc;

Possibilitar o acesso de grupos de base, mediante projetos de boas práticas de manejo, ao mercado de madeira certificada através da articulação com entidades de Certificação Florestal Madeireira (FSC).

Por ser uma entidade sem fins lucrativos, prima pela credibilidade, confiabilidade e transparência no processo

quando no monitoramento, avaliação e certif icação das atividades agroextrativistas ou neoextrativistas.

Objetivos:

Certificação de Origem, Sócio-ambiental e Orgânica

Certificação Participativa,

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Integrantes da Certificadora

Composição atual

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T rata de buscar a participação de organizações de consumidores, assim que houve.r Enfim, que todos estes atores estejam inseridos no processo de certificação.

Assim, a certificação proposta por nós é denominada de

Podem fazer parte do quadro social da certificadora, representantes das seguintes categorias:

Grupo de agricultores, extrativistas e indígenas, com atuação nas suas comunidades, sendo capacitados para a função;Entidades de assessoria (ONGs e OGs) para a organização, produção e comercialização de produtos orgânicos, produtos de sistemas agroflorestais, produtos extrativistas e outros;Entidade de assistência técnica oficial SEATER-GP;Entidades que desenvolvem pesquisa participativa em comunidades; FET ACRE e ou STRs, CNS, UNI;Organização de consumidores; Outras.

A intenção é buscar o comprometimento de todas estas entidades e pessoas físicas envolvidas, direta ou indiretamente, com a produção familiar e o

Hoje participam do processo de discussão e criação da ACS Amazônia:

PESACRE, ARBORET O/PZ/UF AC, SEPROF, SEATER, CPT , FET ACRE, DFA, ECOAMAZON, Projeto RECA/RO, SEPLANDS, Gabinete do Senador Sibá Machado, ANAC, Embrapa, CNPT/Ibama, ARCO/Acre, Coopeagro e cerca de 25 comunidades.

Certificação S ócio-participativa.

desenvolvimento local.

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A Certificação Participativa, desenvolvida pela ACS Amazônia, comporta dois mecanismos de monitoramento e avaliação para certificação de produtos e processos de produção que servem como base de apoio para o Programaa rtPicipativo para Certificação PPC:

Dizem respeito ao Social, Ambiental e Econômico, sendo universais para agricultores, extrativistas, ribeirinhos e indígenas. São pré-estabelecidos através da construção coletiva do Grupo de T rabalho de Certificação GTC e servirão também, na forma de cartilha, para orientação e discussão técnica nas comunidades, buscando uma interação saudável entre a s famílias e delas para com o meio ambiente em que vivem.

são definidos e construídos nas comunidades, juntamente com o corpo técnico, considerando sua etnia e cultura, produção diferenciada e micro-região. São estabelecidos segundo as suas realidades e diferentes formas de produção. Serão disponibilizados roteiros para orientação e que subsidiarão sua construção, incluindo plano de eliminação progressiva de contaminantes químicos, do fogo e da caça predatória, caso estas práticas sejam ainda utilizadas pela comunidade.

A Certificadora terá, suas organizadas em Constam como partes integrantes

do GTR as comunidades beneficiadas, entidades de assessoria e pesquisa, organizações de base, sindicatos, poder público local, organizações de consumidores, comerciantes, enfim, envolvidos direta ou indiretamente com a produção agroextrativista da Amazônia.

O GTR deve ser articulado firmado pela comunidade participante, suas representações, entidades de assistência técnica e assessoria etc. Funciona assim, como a exteriorização das comunidades, quando na busca pelo atendimento dsuea s demandas internas e externas e como elo entre a comunidade e a AACmS azônia.

Parâmetros Sócio-ambientais Básicos:

Parâmetros Sócio-ambientais Específicos:

bases de apoio locais, Grupos de Trabalhos Regionais - GTRs.

todos os atores locais

a nível local,

Processo de Certificação Participativa

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Papel dos GTRs

A Certificação é o resultado final de um programa de participação das comunidades, denominado de Programaa rtPicipativo para Certificação PPC, onde as comunidades serão monitoradas pelo Corpo de Verificação, em três níveis de organização, a saber:

Organização I - Diz respeito às necessidades essenciais e básicas das famílias como: segurança alimentar, alfabetização, higiene, bem-estar familiar etc;

Organização II - É a pri meir a forma de organização das famílias, envolvendo capacitação para a produção, projetos de boas práticas de manejo etc;

Familiar - BEM VIVER -

Grupos - Local de Aprender e Ensinar -

Como acontece a

certificação?

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Cada GTR deve definir um representante que será capacitado para os trabalhos de verificação nas propriedades, aldeias e colocações, juntamente com o corpo de verificação da ACSA mazônia.

Certidão de Origem,Este conjunto é fundamental na organização da comunidade, para

a inserção no processo de obtenção de promoção de formação e capacitação, realização de visitas de vistorias e de verificação de áreas, levantamento de informações e, se possível, tabulação de dados referentes ao cadastramento de produtores e entidades envolvidas junto à comunidade.

Desta maneira, promovemos uma Cert i f icação Participativa, justa e solidária e a custos extremamente reduzidos.

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Comunidade/ GTR - GESTÃO -

Câmara Técnica,

Conselho de Certificação,

Organização III - Capacitação das comunidades para a gestão dos processos desenvolvidos por suas famílias e seus grupos, para comercialização do produto certificado e formação de base em temas como: solo, água, biodiversidade etc. O GTR diz respeito ao contato direto da comunidade com os outros atores que participam da realidade local.

As idos através do

rão encaminhados para a a qual analisará e apont aos processos e produtos desenvolvidos pela comunidade em questão, gerando, assim, pesquisas para o atendimento das demandas locais.

Após o parecer da Câmara Técnica, o processo segue para a e recursos, que terá como base à observação de

ocorrências e

As Câmaras, assim como o Conselho de Certificação, terão autonomia para solicitar novos dados referentes ao monitoramento e até solicitar a presença de representantes da comunidade e de técnicos locais em questão, a fim de que outros pormenores sejam esclarecidos.

Os processos não aprovados pelo Conselho de Certificação retornam às comunidades para readequação do que foi proposto. Posteriormente, sendo apresentado para uma nova avaliação.

As Câmaras e o Conselho não interferem no processo de monitoramento desencadeado pela Coordenação e Corpo de Verificação da ACS Amazônia.

informações, dados e indicadores obt monitoramento dos parâmetros sócio-ambientais básicos e específicos, se

ará as melhorias de qualidade técnica e social

de situações conflituosas entre as comunidades, o processo de Certificação Participativa e a legislação vigente nacional e internacional.

Após o parecer desta Câmara, o processo será encaminhado ao que analisará as informações e os

pareceres do Corpo de Verificação e das Câmaras Tdéec nicas e de Ética, conferindo a Cerificação.

Câmara de Ética

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Aqui é um momento decisivo na oficina. Com base nas informações e debates realizados até o presente momento, o grupo deve apontar suas expectativas e caminhos por onde irá seguir.

É a partir daqui que a oficina toma seu rumo mais objetivo, com foco na certificação participativa em rede. O moderador pode realizar um trabalho de grupo ou debate em plenária ou ainda qualquer outro método que sirva para identificar os rumos a serem seguidos e encaminhados na oficina. Sugere-se observar mais adiante as definições que deverão ser dadas.

de, começando pela (re)definição de seus princípios e avançando para a operacionalização do processo da C.P.R.

Aqui consiste no centro da oficina em questão. Lembrando dos propósitos iniciais e com base nas informações e troca de experiências proporcionadas, os presentes irão construir sua visão de geração de credibilidade através da certificação participativa em re

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Construção da C.P.R.

Levantamento das expectativas do grupo

Construção da C.P.R.

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(Re)elaboração dos princípios da C..PR.

Objetivo: Aqui o grupo debaterá e irá propor uma série de princípios que devem nortear a proposta da C..PR.

Ao longo do tempo em que a C..RP. vem sendo desenvolvida, vários princípios têm sido construídos na perspectiva de embasar a construção desta proposta de certificação. A seguir os listamos:

Esta é a base do processo. Parte do princípio que os agricultores, técnicos e consumidores desenvolvem suas ações de forma responsável e verdadeira com o objetivo de aprimorar a agroecologia. Todos, devidamente conscientes e capacitados, possuem as condições necessárias para atestar e melhorar a qualidade dos produtos ecológicos.

Acredita que a certificação pode se dar de ou seja, os princípios e normas construídos, são colocados

em prática e verificados com o envolvimento efetivo dos agricultores e suas organizações, de técnicos, de organizações locais e regionais de assessoria e dos consumidores. Este trabalho não fica restrito aos técnicos “altamente” capacitados.

Uma característica fundamental da certificação participativa é a sua ligação com a base, ou seja, com os grupos e associações de agricultores e com as organizações dos consumidores. Neste sentido, a participação do maior número de atores possível permitirá uma melhor compreensão e prática de todo o processo. Quanto mais dinâmico e organizado for o grupo, tão mais fácil será de trabalhar e gerar credibilidade.

Quando se mostra sem hierarquias, respeita as iniciativas regionais e busca estabelecer uma conexão entre elas através da construção de diretrizes e

a) Confiança:

b) Participação: forma participativa,

c) Descentralização:

d) Organização de base :

e) Formação de Rede :

Respeita e prioriza as iniciativas e organizações locais, através da valorização de suas particularidades e capacidade própria de assumir as principais atribuições e responsabilidades na certificação e na garantia da qualidade.

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princípios comuns e o cumprimento mútuo de regras e procedimentos estabelecidos participativamente.

As informações estão disponíveis e não são confidenciais no processo de certificação e da obtenção da qualidade.

Garante a presença de pessoas e organizações não envolvidos diretamente com o processo produtivo que será certificado através da

estabelecidos no grupo comunitário, articulação municipal ou no Núcleo Regional.

É adequada à realidade e características da agricultura e do empreendimento familiar , pois incentiva o trabalho associativo e as pequenas i n i c ia t i va s de p roces samen to e comercialização, além de simplificar os registros, fazendo com que a prática o que é feito na propriedade ou agroindústria “fale mais alto” do que os relatórios e os papéis.

A certificação participativa pode ser um processo educativo e pedagógico importante, por ser realizado pelas pessoas e organizações próximas à realidade local, que conhecem melhor a situação e podem contribuir nas mudanças necessárias. É importante que a certificação contribua para a melhoria da compreensão de todos os atores que participam da construção da agroecologia. Somente assim podemos tê-la como parceira na multiplicação do número de iniciativas agroecológicas e da oferta de produtos saudáveis.

f) Transparência:

g) Olhar externo:

comissão ou conselho de ética,

h) Adequação à produção familia r:

i) Processo pedagógico :

Instrumentalização e operacionalização: Condições, instrumentos e regras da C.P.R.

Com base no que já foi visto até aqui (contexto, fatos, objetivos da oficina, experiências concretas, princípios, etc), o momento atual diz respeito às propostas que o grupo presente na oficina apresenta para a construção do consenso nacional sobre a C.P.R. Algumas respostas são fundamentais neste momento:

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A C.P.R. é possível de ser realizada em nosso contexto? Sim ou não e porquê.

Das experiências vistas anteriormente, qual delas é mais adequada à nossa realidade?

Quais as mudanças seriam necessárias para que ela possa ser aplicada em nossa região ou contexto?

O que é importante estar presente na regulamentação em relação à C.P.R. que as experiências apresentam? E o que elas não apresentam?

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Síntese da oficina:

Cadastramento das organizações:

À formação e fortalecimento dos grupos e organizações:

À certificação participativa:

Neste momento o moderador ressalta os principais pontos do decorrer da oficina, enfatizando a contribuição do grupo presente na regulamentação da C.R.P.

Um dos objetivos da oficina é realizar o cadastramento das organizações presentes. Para isto, deve ser preenchido o modelo disponibilizado pelo moderad.or

Aqui é importante aproveitar o momento de encontro da série de grupos e organizações presentes para tratar de questões importantes à realidade local e regional e como o processo, principalmente o fortalecimento das relações pode ser realizado.

Quais são as principais decisões com relação ao processo de certificação participativa que necessitam ser tomadas ou reforçadas neste momento _?_ ______ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________

Encaminhamentos quanto:

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Próximos passos: Os próximos passos consistem num “mini-planejamento” das ações futuras. Por isso, é importante o preenchimento do quadro abaixo para que todos tenham clareza do que estará sendo realizado e a quem procurar em caso de dúvidas e apoio.

Ação Onde fazer Prazo ou data

Quem faz Contato dos responsáveis

Avaliação da oficina e do processo: Aqui o grupo, através de dinâmicas próprias, avalia a oficina e o processo como um todo.

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FONSECA, M.F. Entrevistas com produtores e certificadoras. Rio de Janeiro: PESAGRO-RIO/CNPq, 2003. 64p. Relatório do Projeto CNPq nº 052.

MEDAETS, J.P .P. A construção da qualidade na produção agrícola familiar: sistemas de certificação de produtos orgânicos. Brasília, 2003. 213p. T ese (doutorado em Desenvolvimento Sustentável - Gestão e Política Ambiental) Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade Federal de Brasília.

NUNES, M.S. et al . Funcionamento da Associação de Certificação Socioparticipativa da Amazônia - ACS. Rio Branco: Grupo de Trabalho de Certificação - GTC, 2003.

SANTOS, L.C.R. A certificação participativa de produtos ecológicos desenvolvida pela Rede Ecovida de Agroecologi a limites e desafios. Florianópolis, 2002. 28p. Monografia (especialização em Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável) Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina.

SANTOS, L.C.R. (Coord.); OLIVEIRA, D. Caderno de formação em certificação participativa. Florianópolis: Rede Ecovida de Agroecologia, 2004. SANTOS, L.C.R. Certificação e certificação de produtos ecológicos: o caso da Rede Ecovida de Agroecologia. Palestra proferida na 2ª Feira Estadual de Sócio-Economia Solidária, Blumenau, 26 jul. 2003.

Referências

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PROJETO PNUD BRA 98/012 - PRONAF

Secretaria da Agricultura Familiar

Ministério doDesenvolvimento Agrário