construção de gasodutos através de perfuração2

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13 1 . INTRODUÇ Ã O Durante muito tempo as empresas utilizaram o método de abertura de vala para implantação de gasodutos, mas essa forma de construção traz grandes impactos ao ambiente de instalação, para solucionar esse problema as companhias passaram a utilizar métodos não destrutivos, mais especificamente o furo direcional horizontal. A perfuração horizontal direcional é uma tecnologia que aparece pouco, mas que impacta muito na qualidade e sustentabilidade de obras em grandes cidades e fora das regiões urbanas. Tal perfil discreto tem uma explicação, a perfuração direcional horizontal é adotada em obras para instalação de dutos subterrâneos. Ao invés de uma grande vala aberta ao longo da rua e por um longo tempo, os métodos não destrutivos não destrói o asfalto para colocar uma nova tubulação. A interferência é mínima, somente a interdição da área necessária para instalação dos equipamentos e ferramentas de perfuração nos pontos de entrada e saída. Ao construir uma nova rede, as empresas utilizam perfuratrizes que executam os furos direcionais, cujo avanço acontece horizontalmente ao solo. Na verdade, ela é direcionada, com uso de tecnologias de monitoramento e com um pré-mapeamento da região por onde passará a estrutura, evitando a interferência em outras redes instaladas no subsolo. Atualmente, o método de furo horizontal direcionado é uma tecnologia amadurecida. Para executá-la, as empresas especializadas mapeiam o terreno pelo qual será feito o furo e a posterior instalação de dutos. Independente de ocorrer em áreas urbanas ou rurais, o processo de planejamento identifica todas as interferências no caminho do furo. Esta é uma das etapas da obra de perfuração horizontal direcional, a qual exige um estrito levantamento de informações e adoção de procedimentos. O objetivo é interferir o mínimo possível no tráfego de carros e pessoas. Toda essa tecnologia não teria nenhum valor sem os benefícios que ela traz. Adotar o furo direcional em obras de saneamento, gás, telecomunicações,

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O método mais convencional para construção de gasodutos é a abertura de vala, apesar de ser considerado um método confiável, por ser executado a vários anos, na maioria das vezes não é o método com a melhor relação custo benefício. A abertura de vala apresenta a desvantagem de interferir em outras infraestruturas urbanas, causando congestionamento, impactos ambientais e danos ao pavimento. Por este motivo, obras com orçamento modestos inviabilizam-se devido aos altos custo sociais associados aos problemas que geram, entretanto já se destaca no mercado métodos não destrutíveis, como por exemplo o furo horizontal direcionado. Comparativamente, os métodos não destrutíveis de instalação de dutos, apresentam menor duração, necessitam de mínima escavação na superfície e causam mínima interferência no trânsito, comércio local e em outras atividades locais.

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  • 13

    1 . INTRODU O

    Durante muito tempo as empresas utilizaram o mtodo de abertura de vala

    para implantao de gasodutos, mas essa forma de construo traz grandes

    impactos ao ambiente de instalao, para solucionar esse problema as

    companhias passaram a utilizar mtodos no destrutivos, mais especificamente o

    furo direcional horizontal.

    A perfurao horizontal direcional uma tecnologia que aparece pouco,

    mas que impacta muito na qualidade e sustentabilidade de obras em grandes

    cidades e fora das regies urbanas. Tal perfil discreto tem uma explicao, a

    perfurao direcional horizontal adotada em obras para instalao de dutos

    subterrneos.

    Ao invs de uma grande vala aberta ao longo da rua e por um longo tempo,

    os mtodos no destrutivos no destri o asfalto para colocar uma nova

    tubulao. A interferncia mnima, somente a interdio da rea necessria

    para instalao dos equipamentos e ferramentas de perfurao nos pontos de

    entrada e sada.

    Ao construir uma nova rede, as empresas utilizam perfuratrizes que

    executam os furos direcionais, cujo avano acontece horizontalmente ao solo. Na

    verdade, ela direcionada, com uso de tecnologias de monitoramento e com um

    pr-mapeamento da regio por onde passar a estrutura, evitando a interferncia

    em outras redes instaladas no subsolo.

    Atualmente, o mtodo de furo horizontal direcionado uma tecnologia

    amadurecida. Para execut-la, as empresas especializadas mapeiam o terreno

    pelo qual ser feito o furo e a posterior instalao de dutos. Independente de

    ocorrer em reas urbanas ou rurais, o processo de planejamento identifica todas

    as interferncias no caminho do furo. Esta uma das etapas da obra de

    perfurao horizontal direcional, a qual exige um estrito levantamento de

    informaes e adoo de procedimentos. O objetivo interferir o mnimo possvel

    no trfego de carros e pessoas.

    Toda essa tecnologia no teria nenhum valor sem os benefcios que ela

    traz. Adotar o furo direcional em obras de saneamento, gs, telecomunicaes,

  • 14

    significa quase que eliminar as valas, evitar a paralisao do trnsito, reduzir o

    tempo de execuo da obra e interferir o mnimo possvel no meio-ambiente.

    Este trabalho tem por finalidade apresentar as tecnologias do furo

    horizontal direcionado e do mtodo de vala aberta, fazendo um estudo da

    construo de gasodutos no bairro da Vila Mazzei, Zona Norte de So Paulo.

    Sendo apresentado o projeto executivo dessa obra e uma anlise crtica, expondo

    os aspectos positivos e negativos dos mtodos construtivos e o passo a passo de

    toda a execuo, desde o mapeamento e sondagens das interferncias,

    passando por todo o processo do furo direcional, at a rede total construda com

    gs alocado em seu interior. Tambm so relatados alguns problemas na

    execuo, como alterao de traado do projeto, rompimento de interferncias,

    solues apresentadas e custo de construo.

  • 15

    2 . OBJETIVO

    2.1 - Objetivo Geral

    O objetivo deste trabalho mostrar os mtodos de construo de um

    gasoduto, apresentando o mtodo por vala aberta e o mtodo no destrutvel de

    perfurao direcional horizontal, abordando aspectos de execuo,

    especificaes tcnicas e estudos preliminares.

    2.2 - Objetivos Especficos

    Avaliar mtodos que causem menor dano ao meio ambiente, que permitam

    a menor ruptura da superfcie, que causem a menor influncia no sistema

    virio e que gerem o menor impacto possvel no entorno da obra;

    Estudar em maiores detalhes a utilizao da perfurao horizontal

    direcionada, para implantao de gasodutos;

    Avaliar vantagens e desvantagens da utilizao de diferentes mtodos

    empregados na construo de gasoduto;

    Confeco de Procedimentos para construo de gasodutos, como descrito

    abaixo:

    Elaborar planejamento, de modo a garantir a maneira mais fcil,

    rpida e pratica para a construo do trecho (fase).

    Definir por qual ponto comear e terminar, montado a pasta da obra,

    contendo; projeto executivo, autorizaes, cadastros de interferncias,

    rotograma do hospital mais prximo, PAE, PGA e APR.

  • 16

    3. METODOLOGIA

    Para o desenvolvimento deste trabalho foi seguido a metodologia abaixo:

    Pesquisa em revista tcnicas que abordam o tema de mtodos no

    destrutivos (MND);

    Pesquisa na Internet, para coleta de dados sobre a tecnologia do mtodo

    no destruvel nos sites das fabricantes;

    Pesquisa as NBR, normas tcnicas da empresa COMGAS e instrues de

    trabalho da Construtora Siall Drill.

    Visitas as obras de implantao de gasodutos da COMGAS, para

    levantamento de dados e material fotogrfico.

    Orientao tcnica com engenheiros que atuam no rea de construo de

    gasodutos.

    A parti desses levantamentos foi realizado a reviso bibliogrfica deste

    trabalho, e o estudo de caso onde abordado a aplicao do mtodo no

    destrutivo em um determinada regio de So Paulo, com o apoio da empresa

    SialDrill foi possvel acompanhar a construo da rede de gs da COMGAS e

    recolher informaes tcnicas de construo, custos, problemas que ocorreram

    na obra e solues de engenharia.

  • 17

    4. JUSTIFICATIVA

    Executar obras com valas a cu aberto em vias de grande densidade de

    trfego, como ruas, avenidas, estradas e ferrovias, causa grandes transtornos:

    interrupo do trfego, congestionamento no trnsito, acidentes com pedestres,

    dificuldades de acesso. Quando se levam esses fatores em considerao, o

    processo no destrutivo o mais recomendvel.

    Este trabalho justifica-se pela necessidade de compreender a tecnologia de

    perfurao horizontal direcional, mtodo que torna obras de implantao de redes

    subterrneas rpidas e no causam muitos impactos aos arredores onde est

    sendo executada.

  • 18

    5.1 - M TODO DE CONSTRU O ATRAVES DE VALA ABERTA

    5.1.1 - Conceito

    Esse o mais tradicional mtodo de instalao de tubulaes

    subterrneas. Os mtodos com abertura de trincheira envolvem escavaes ao

    longo de toda a extenso da rede proposta, colocao da tubulao na vala sobre

    um bero com materiais adequados e reaterro e compactao da vala. Para

    concluso da obra, na maioria das vezes aps a instalao da tubulao preciso

    restaurar a superfcie com pavimento.

    A NBR 12266 exige algumas condies para projeto e execuo de valas,

    basicamente para assentamento de tubulaes, podem ser consideradas as

    seguintes fases:

    Sinalizao

    Remoo do Pavimento

    Abertura da vala

    Escoramento

    Assentamento

    Preenchimento da vala

    Recomposio do pavimento

    Apesar de ser considerado um mtodo confivel, por ser executado h

    vrios anos, na maioria das vezes no o mtodo com melhor custo beneficio.

    Esse mtodo apresenta a desvantagem de interferir em outras infraestruturas

    urbanas, causa congestionamentos, impactos ambientais e danos ao pavimento e

    instalaes. Por esse motivo, obras com custo extremamente modestos

    inviabilizam-se devido aos altos custos sociais associados aos problemas que

    geram. Os mtodos tradicionais apresentaram pouco desenvolvimento

    tecnolgico nos ltimos 50 anos, sendo as valadoras (Figura 5.1) a ltima

    inovao tecnolgica para abertura de valas. (Dezotti, Mateus Caetano 2008).

  • 19

    Figura 5.1 Valadora

    Fonte: http://www.vermeer.pt/ (Acesso: Abril, 2014)

    Os equipamentos e acessrios a serem utilizados para execuo dos

    servios so definidos pelo engenheiro da obra, conforme analise do projeto

    executivo. Aps montagem dos equipamentos, o local deve ser isolado e

    sinalizado para restringir o acesso de pessoas.

    5.1.2 - Autorizaes

    A abertura de vala somente poder ter incio, de posse da autorizao

    expedida pelo rgo competente envolvido, podendo inclusive ser necessria

    mais que uma autorizao para um mesmo trecho (por exemplo: Prefeitura,

    Petrobrs e Ecovias).

  • 20

    Uma cpia das autorizaes expedidas dever ser mantidas na frente de

    obra, durante todo o seu desenvolvimento, devendo ser observado o cumprimento

    de todas as exigncias prescritas, tais como:

    Perodo e horrio de execuo;

    processo construtivo;

    exigncias ambientais, especficas para a execuo de cada obra;

    sinalizao

    passagens provisrias;

    protees de estruturas e edificaes adjacentes;

    (NT020 Abertura e Escoramento de Vala)

    5.1.3 - Aspectos de Segurana

    Deve-se obrigatoriamente, antes da execuo dos servios de Abertura

    de Valas e Escoramento, efetuar avaliao do local e abrir um PT (permisso de

    trabalho) quanto aos aspectos de Sade, Segurana e Meio Ambiente envolvidos,

    a fim de assegurar que o Procedimento Executivo aplicvel para a obra em

    questo, garantindo a continuidade da obra e a integridade fsica dos

    trabalhadores envolvidos.

    Devero ser retirados desta rea as pessoas no autorizadas,

    equipamentos, materiais ou quaisquer objetos que possam ser danificados

    durante as operaes.

    Havendo cabos de energia eltrica nas proximidades da vala, que

    possam sofrer algum dano no desenvolvimento dos trabalhos, estes devero ser

    desligados ou, na impossibilidade deste desligamento, s devero ser executados

    os servios mediante a presena de um representante legal da concessionria ou

    sua autorizao.

    O trfego prximo s escavaes dever ser desviado ou, na

    impossibilidade do desvio, dever ser efetuada sinalizao para reduzir a

    velocidade dos veculos.

  • 21

    Quando houver risco de comprometimento de sua estabilidade durante a

    execuo dos trabalhos, devero ser rigidamente escorados os postes, rvores,

    muros e edificaes vizinhas.

    O corte das razes das rvores, quando necessrio, dever considerar a

    tendncia ao tombamento e seu futuro crescimento na direo do duto. Dever

    ser avaliada a necessidade de proteo lateral do duto por placas de concreto ou

    outros meios.

    Toda abertura de vala dever ter o acompanhamento de um tcnico civil,

    com conhecimentos bsicos sobre tipos de solo, marcaes, interferncias,

    trabalho em vala com rede gs em carga, tipos de pavimento, recomposio de

    vala, classificao de vala. (NT020 Abertura e Escoramento de Vala)

    5.1.4 - Avaliao e destino a ser dado ao material removido

    Durante os trabalhos de escavao, dever ser feita por inspetor civil

    habilitado, a segregao entre o material que poder retornar vala e o material a

    ser descartado. Deveram ser tomados todos os cuidados para que o material

    retirado da vala seja disposto de tal modo a no prejudicar o trfego neste local.

    O material a ser descartado dever ser encaminhado imediatamente ao

    bota-fora licenciado por rgo ambiental, ou a locais que satisfaam aos

    proprietrios. (NT020 Abertura e Escoramento de Vala).

    No caso de obras realizadas em regies urbanas, este transporte dever

    ser efetuado de modo a no provocar sujeira nas vias urbanas pela queda do

    material transportado, obedecendo s legislaes locais.

    O material reaproveitvel, quando permitido pela legislao local, dever

    ser depositado junto lateral da vala, a uma distncia superior metade de sua

    profundidade (Figura 5.2), medida da borda do talude de escavao at a lateral

    da vala. Mesmo tendo condies para ser utilizado no reaterro, poder haver

    necessidade da retirada deste material de locais como plataformas de

    ferrovias/rodovias, reas urbanas e industriais, quando houver exigncia do rgo

    responsvel ou proprietrio. (NT020 Abertura e Escoramento de Vala)

  • 22

    Figura 5.2 Depsito de material escavado

    Fonte: NT020 Comgs

    5.1.5 - Largura das Valas

    A figura 5.3 exemplifica as largura determinada conforme a situao e o tipo de acabamento, em conjunto com a Fiscalizao, tomando-se como referncia os seguintes valores:

    Figura 5.3 - Largura mnima de vala

    Dimetro Nominal

    [ m ]

    Largura mnima de vala para profundidades menores que 1,5 m e

    de acordo com o tipo de acabamento existente [ mm ]

    Terra Rocha Brejo Asfalto Paralelo Especiais

    At 0,05 400 400 400 400 550 Conforme acordado

    com a Fiscaliza

    o

    0,10 a 0,15 500 600 800 500 650

    0,20 a 0,25 800 900 1100 600 700

    0,30 a 0,35 1000 1100 1300 700 800

    0,40 a 0,45 1100 1200 1400 900 1000

    Notas:

    No caso de cruzamentos com outras infraestruturas, a profundidade dever ser suficiente para permitir a cobertura definida e o espaamento mnimo de 300 mm entre as geratrizes mais prximas.

    Para valas com profundidade entre 1,5 e 3,0 m acrescentar 20% e, para profundidade entre 3,0 e 5,0 m acrescentar 50% aos valores acima.

    Estes valores no se aplicam para os casos de atendimento a emergncias.

    Fonte: NT020 Abertura e Escoramento de Vala

  • 23

    5.1.6 - Escoramento de Valas

    Toda vez que a escavao, em virtude da natureza do terreno possa

    provocar desmoronamento, seja das paredes das valas, seja como decorrncia

    da alterao do equilbrio do macio em trabalho, dever ser providenciado

    estrutura de escoramento adequada.

    Devero, obrigatoriamente, ser escoradas todas as valas com

    profundidade acima de 1,25 m, escavadas em qualquer tipo de solo, sempre que

    for necessria a presena de trabalhadores em seu interior.

    Valas abertas em solos com baixa capacidade de suporte ( 2,0 kN/m)

    devero ser escoradas, mesmo em profundidades menores que a acima citada.

    Na tecnologia da execuo dos escoramentos devem ser usados equipamentos e

    ferramentas adequadas montagem com rapidez e eficincia das estruturas,

    tanto na montagem como na desmontagem posterior para o reaterro das valas.

    5.1.6.1 - Parede em Talude

    Podero ser feitas escavaes com paredes em talude (Figura 5.4), em vez de se utilizar escoramento, desde que respeitadas as dimenses mximas e

    mnimas, desde que o ngulo entre o talude e a horizontal seja:

    45 , em solos no coesivos ou coesivos mdios (areias e siltes);

    60 , em solos coesivos resistentes (argilas);

    80 , em rocha.

    Figura 5.4 Parede em talude

    Fonte: NT020 Comgs

  • 24

    5.2 - M TODO DE CONSTRU O ATRAVES DE MND

    5.2.1 - Histrico do mtodo no destrutivo

    A construo de infraestrutura por Mtodos no Destrutivos (MND) antiga

    no mundo e no Brasil. Basta lembrarmos que um tnel rodovirio, uma

    construo por mtodo no destrutivo, pois evitou a destruio de reas de

    conservao, mas tambm permitiu a transposio de obstculos naturais. Com a

    chegada de instalaes e reabilitaes de redes de guas, esgotos, gs,

    comunicao, nas ltimas trs dcadas, esses servios encontraram um ambiente

    no subsolo, totalmente ocupado por instalaes dos mais diversos servios. Para

    ampliao desses servios de necessidade publica as empresas passaram a

    adotar os mtodos no destrutveis, como exemplo o furo direcional horizontal.

    A utilizao do mtodo de perfurao direcional, no Brasil teve seu incio

    em 1972 em So Paulo pela antiga empresa de telecomunicaes (Telesp), que

    usou o mtodo para instalar cabos no subsolo da cidade. O mtodo voltou a

    ganhar destaque com a abertura da economia brasileira, no incio da dcada de

    90, em funo de projetos para execuo de redes de fibra ptica. Alm de So

    Paulo o mtodo tambm j era utilizado em outros estados. (MENDES,2006).

    A Tecnologia de perfurao Horizontal Direcionada, no nova no Brasil,

    basta olhar para o metro de So Paulo, feito h 30 anos, sua maior parte foi

    construda atravs desse mtodo. Todos os tuneis que se possa imagina foram

    construdos empregando a tecnologia de perfurao horizontal direcionada.

    Ocorre que essa tecnologia amplamente conhecida no mundo, agora comea a

    crescer aqui no Brasil, atravs das obras de infraestrutura, na rea de

    abastecimento de agua, energia eltrica, gs e telecomunicaes.

    A Associao Brasileira de Tecnologia No Destrutiva ABRATT, divulgou

    que em 2011, o mercado movimentou cerca de R$800 milhes, para instalaes

    de redes subterrneas.

  • 25

    5.2.2 - ABRATT

    A Associao brasileira de tecnologia no destrutiva - ABRATT, tem como

    objetivo compreender a evoluo da cincia e da prtica de mtodos no

    destrutivos (MND) para o benefcio do pblico, e a promoo da educao,

    treinamento, estudo e pesquisa a respeito, bem como o incentivo ao

    desenvolvimento de novas tcnicas, e utilizao de mtodos no destrutivos

    (MND) de eficincia comprovada, para instalao e recuperao de redes

    subterrneas, alm de promover o mapeamento e a locao dessas redes.

    H dcadas atrs, essa preocupao foi atendida e resolvida pela a

    Sociedade Internacional de Tecnologia No Destrutiva - ISTT em Londres, hoje a

    ISTT difundi seus estudos em mais de 20 pases, atravs de entidades filiadas. A

    ABRATT em 1999, juntou-se a esse privilegiado grupo de entidades, hoje a

    entidade vem trabalhando na divulgao e suporte a essas tecnologias, em

    conjunto com Universidades do mundo inteiro, inclusive a Universidade de So

    Paulo - USP. (ABRATT Diretrizes do Mtodo No Destrutvel)

    5.2.3 - Perfurao Horizontal Direcionada Horizontal Directional Drilling

    (HDD)

    Mtodo de perfurao horizontal direcionada, mais conhecido como HDD,

    definido como um sistema de perfurao dirigvel para instalao de tubulaes,

    conduites e cabos. Estes mtodos so chamados assim, devido a habilidade de

    informa a localizao da cabea de perfurao e de guia-la durante o processo de

    Perfurao. (NAJAFI, 2004)

    Este mtodo se divide em trs classes: maxi-HDD, mide-HDD e miniHDD.

    O tamanho fsico do equipamento e o mbito de aplicao dos projetos de

    perfurao horizontal direcionada, podem variar significativamente, porm no a

    diferena significativa no mtodo de operao. As figuras 5.5 e 5.6 apresentam

    uma comparao entre as principais caractersticas que diferenciam as trs

    classes do mtodo.

  • 26

    Figura 5.5 - Comparao das principais caracterstica das categorias de HDD

    Fonte: Bennett, Ariaratnam e Como (2004)

    Figura 5.6 - Taxa de produo tpicas para as trs classes de HDD

    Fonte: Bennett, Ariaratnam e Como (2004)

  • 27

    5.2.4 - Aplicao do MND

    O Mtodo de perfurao direcionada principalmente utilizado para

    instalao de oleodutos, tubulao de gua, gs, esgotos e instalao de cabos

    de fibra tica.

    O mtodo HDD pode ser aplicado em diversos tipos de solos, tais como:

    solos arenosos, argilosos, pedregulhos e at mesmo em formaes rochosas.

    5.2.5 - Mtodo de Perfurao direcional

    A maioria, mas no todas as mquinas de perfurao direcional, usam uma

    cabea com alimentao de fluido, que empurrado atravs do solo, na

    extremidade de um conjunto de barras (coluna) de perfurao. Normalmente,

    essa cabea angular, de modo que a rotao constante da coluna produza um

    furo reto, enquanto que a manuteno da cabea numa determinada posio

    cause desvio da trajetria. Normalmente, uma sonda ou emissor instalado na

    cabea (Figura 5.7) ou em suas proximidades, emitindo sinais que so recebidos

    e acompanhados por um receptor situado na superfcie, permitindo a monitorao

    de direo, profundidade e demais parmetros. Sistemas de direcionamento por

    barras rgidas tambm so usados, com o cabo correndo atravs da coluna de

    perfurao, particularmente nos casos em que a trajetria no pode ser seguida

    facilmente na superfcie (por exemplo, na travessia de rios) ou onde a

    profundidade do furo muito grande para possibilitar uma localizao precisa por

    mtodos de rdio-freqncia. (ABRATT Diretrizes do Mtodo No Destrutvel)

    Uma mistura de gua e bentonita frequentemente usada como fluido ou

    lama de perfurao, transportando os resduos em suspenso. Aps completar a

    perfurao, esse fluido estabiliza o furo piloto, deixando-o pronto para o

    alargamento. A tubulao final ou duto, geralmente de polietileno ou ao,

    puxado pelo alargador medida que este avana e aumenta o dimetro do furo

    original.

  • 28

    Um recurso cada vez mais comum o uso de percusso para

    complementar a fora axial e de rotao, o que pode ser conseguido com um

    martelo de percusso instalado na cabea de perfurao ou pela gerao de

    percusso na mquina, na superfcie, e sua transmisso atravs da coluna de

    perfurao. Em ambos os casos, haver aumento significativo na capacidade das

    mquinas de perfurao direcional, para passagem atravs de solos difceis ou

    incluses duras. do furo pilotoquina

    Figura 5.7 Cabea de corte e sonda

    Fonte: Dezotti, Mateus Caetano 2008

    5.2.6 - Sistemas de Rastreamento e Direcionamento

    A maioria das tcnicas de perfurao direcional, exceto algumas aplicaes

    de curta distncia com lanamento em poo, baseiam-se em sistemas precisos de

    locao e direcionamento da perfurao.

    Existem vrios tipos de sistemas de rastreamento. Os mais comuns

    conhecidos por sistema de passagem sobre a rede, esto baseados numa

    sonda ou gerador de sinal localizado numa carcaa situada atrs da cabea de

    perfurao, que emite um sinal de rdio para um receptor situado na superfcie.

    Alm da posio e profundidade da cabea de perfurao, os dados transmitidos

    incluem frequentemente a inclinao da ferramenta, a situao da bateria e a

    temperatura do transmissor. comum repassar essas informaes para um

    segundo receptor situado na mquina de perfurao, para que o operador tenha

    acesso direto aos dados e possa fazer os ajustes de direo necessria. As

  • 29

    figuras 5.8 e 5.9 apresenta os aparelhos utilizados para o rastreamento e a forma

    de funcionamento.

    Sua maior limitao a necessidade de ter acesso superfcie situada

    diretamente acima da cabea de perfurao, o que poder ser difcil ou

    impossvel se a rede passar sob um prdio ou um curso dgua. Esse problema

    pode ser superado usando-se um sistema de direcionamento com fio rgido ou

    um transmissor que contenha uma bssola eletrnica integrada. (ABRATT

    Diretrizes do Mtodo No Destrutvel).

    Os sistemas de fio rgido utilizam um cabo que passa atravs da coluna

    de perfurao para transmitir os dados do gerador de sinal para o console de

    controle. Embora esse cabo seja uma complicao adicional, permite o

    rastreamento em qualquer terreno sem depender da transmisso de sinais de

    rdio, e tambm pode ser usado em locais onde haja interferncia

    eletromagntica.

    Figura 5.8 - Digitrak SE Rastreador de Perfurao

    Fonte: http://www.sondeq.com.br/pt/nd_rastreadores.php (Acesso: Abril 2014)

  • 30

    Figura 5.9 Rastreamento por ondas eletromagnticas

    Fonte: Kebos JN Curso de Atualizao para operadores e navegadores de

    equipamentos de perfurao

    5.2.7 - Sondagem para mapeamento de interferncias

    5.2.7.1 Desenvolvimento

    Trs tipos de sondagens esto contempladas nesse procedimento e

    descritas a seguir. As sondagens sero realizadas pelo mtodo de deteco

    atravs de frequncias de rdio (Radio Deteco), sondagens manuais e

    sondagem a percusso.

    5.2.7.2 - Situaes de Realizaes das Sondagens

    5.2.7.2.1 - Sondagem radio deteco

    Sondagem que se realiza com objetos de se mapear e cadastrar as

    interferncias enterradas pelo mtodo no destrutivo, a fim de se consolidar os

    projetos de encaminhamento da linha. A topografia faz marcaes dessas

    interferncias no trecho.

  • 31

    5.2.7.2.2 - Sondagem manual

    Sondagem que se realiza cuidadosamente utilizando-se ferramentas de

    escavao manual a fim de se descobrir a interferncia identificadas e

    cadastradas.

    5.2.7.2.3 - Sondagem a percusso

    Sondagem que se realiza utilizando-se equipamento de perfurao a fim

    de se coletar amostras de solo onde se analisa granulometria principal e

    secundria, origem, cor, compacidade e consistncia dos solos em locais

    previamente escolhidos.

    5.2.7.3 - Localizao pelo mtodo de Radio Deteco

    Esses equipamentos possuem a mais avanada tecnologia de deteco

    e localizao de tubos metlicos e cabos enterrados. Os receptores de Radio

    Deteco (Figura 5.10) so capazes de detectar quase todos os cabos e tubos

    metlicos enterrados, entretanto aqueles que no irradiam nenhum sinal no

    podem ser detectados. Os receptores de Radio Deteco no so capazes de

    indicar quando um sinal recebido de um nico cabo/duto, ou de vrios

    cabos/dutos prximos, paralelos ou sobrepostos. (IT37 SialDrill)

  • 32

    Figura 5.10 Aparelho de rdio deteco

    Fonte: http://www.surveyequipment.com/cable-pipe-detectors (Acesso: Abril, 2014)

    5.2.7.4 - Sondagem com Escavao Manual

    Processo se inicia com uma pesquisa junto aos setores tcnicos, mapas

    cadastrais de redes de gua, esgoto, produtos industriais, telefone, dados e cabos

    de energia eltrica. De posse dos dados obtidos na tarefa ou mesmo na ausncia

    destes, procurar pontos notveis, tais como boca de coleta, tampes de caixa de

    passagem de energia eltrica, telefone, registros de gua, canaletas de ligao,

    com o apoio da equipe de topografia, que ter a funo de identificar e locar os

    pontos notveis, assim como locar e demarcar possveis traados e alinhamentos.

    (IT37 SialDrill)

    De posse dos pontos notveis que possam interferir com o previsto no

    projeto, iniciar a sondagem propriamente dita.

  • 33

    A sondagem feita transversalmente direo do obstculo inicialmente

    atravs de escavao manual cuidadosa, e posterior posicionamento do trado

    manual, at a cota prevista em projeto, sobre a marcao da obra prevista no

    projeto. So tomados todos os cuidados, de forma a no danificar as redes

    existentes. Terminada a sondagem, verifica-se a necessidade ou no de alterao

    no projeto. A figura 5.11 mostra uma sondagem manual na faixa da Petrobras,

    onde era necessrio visualizar o duto e cadastrar a profundidade.

    Figura 5.11: Escavao manual para localizao de Duto da Petrobras

    Fonte: Os Autores

    5.2.7.5 - Sondagem a percusso

    Neste tipo de sondagem, alm da coleta de amostras de solo e

    identificao do nvel dgua, so obtidos ndices de resistncia a penetrao

    do solo a cada metro. A figura 5.12 apresenta uma sondagem a percusso que

    consiste na introduo de um tubo de ao no solo atravs de golpes de um

    peso de cravao para avano em profundidade (ensaio "SPT"), com

    amostrador na ponta para armazenamento e coleta do material perfurado.

  • 34

    Intercalado aos avanos por golpes de peso onde se obtm os ndices de

    resistncia do solo a cada metro.

    Figura 5.12- Sondagem a percusso

    Fonte: Os Autores

    5.2.8. - Calibrao da Sonda

    Os dispositivos de direcionamento devem estar permanentemente

    calibrados, assim, antes do incio de cada perfurao, a preciso deste sistema

    deve ser verificada colocando-se o emissor e receptor a uma distncia pr-

    determinada e conhecida comparando-a a leitura do dispositivo que deve estar de

    acordo com as recomendaes do fabricante.

  • 35

    5.2.9 - Vala testemunho

    A vala testemunho tipo de sondagem destrutiva, utilizada para confirmar

    a real posio de uma interferncia a ser cruzada. A vala testemunho dever ser

    executada:

    Pontualmente atravs de aberturas de janelas;

    Para confirmao fsica e visual das interferncias;

    Confirmao da profundidade;

    Para visualizao da passagem da haste do furo piloto e da puxada

    do alargador, garantindo o distanciamento de 30 cm entre o

    alargador e as interferncias.

    5.2.10 - Vala de Entrada

    A vala de abertura da furao deve ter forma de rampa com caimento

    direcionado para o ponto inicial da perfurao e ligada a um fosso de acumulao

    para conter eventuais resduos do fluido de perfurao.

    5.2.11 Vala de Sada

    A vala de sada da furao deve ter forma de rampa inclinada at a

    superfcie do terreno. A coluna do tubo deve estar montada prxima ao ponto de

    sada da ferramenta no fim do furo piloto, aps ter sido avaliada e liberada

    conforme norma de testes aplicvel, com a cabea de puxamento corretamente

    conectada na extremidade dos tubos e a utilizao de CAP mecnico ou

    dispositivo que garanta a estanqueidade da tubulao, para evitar a entrada de

    agua e sujeira. (NT019 Comgs)

  • 36

    5.2.12. - Furo Piloto

    o primeiro passo (normalmente direcionvel) do processo de perfurao,

    que requerer alargamento posterior em sentido inverso, com um alargador ou

    ferramenta similar. A figura 5.13 exemplifica o furo o piloto sendo direcionado por

    um caminho projetado com antecedncia, guiado por um emissor de ondas

    eletromagnticas que informa constantemente a posio, inclinao e

    direcionamento da cabea de perfurao. Para Abraham, Baik e Gokhale (2002),

    afirma que que a escavao do furo pilo a fase mais importante de uma obra

    que utiliza HDD, sendo a fase que determina a posio final da tubulao a ser

    implantada.

    Figura 5.13 Furo Piloto

    Fonte: ABRATT Diretrizes do Mtodo No Destrutvel

    5.2.13 - Alargamento e desobstruo do furo

    O alargamento (Figura 5.14) consiste na passagem progressiva de

    ferramentas de dimetros maiores a cada operao at atingir o suficiente para a

    instalao do tubo, removendo e compactando o material (solo) de forma a

    desobstruir completamente o furo. O tamanho do furo alargado 1,5 vezes o

    dimetro do produto, que est sendo instalado, esse alargamento pode ser maior

  • 37

    que 1,5 dependemos do tipo de solo, e do produto a ser instalado. (PALAZZO,

    2008).

    Figura 5.14 Alargamento do furo

    Fonte: ABRATT Diretrizes do Mtodo No Destrutvel

    5.2.14 - rea de trabalho

    Toda a rea de trabalho do furo direcional deve ser devidamente isolada,

    antes de iniciar a operao, de forma a impedir o acesso de pessoas no

    autorizadas.

    5.2.15 Equipamentos de perfurao

    5.2.15.1 Brocas

    So utilizadas para abrir o furo piloto e devem ser compatveis com o

    material que est sendo escavado. Normalmente so fabricadas de Tungstnio,

    porem para materiais mais duros poder ser necessrio o uso de brocas

    especiais. A figura 5.15 apresentam diversos tipos de brocas para perfurao.

  • 38

    5.15 Brocas de perfurao

    Fonte: ABRATT Diretrizes do Mtodo No Destrutvel

    5.2.15.2 Alargadores

    Como mostra a figura 5.16 so ferramentas utilizadas para alargar o furo

    piloto, em uma ou mais operaes, de tal forma que o dimetro final do furo seja

    obrigatoriamente de no mnimo 1,5 o dimetro externo da tubulao a ser

    inserida, dependendo do tipo de solo perfurado o dimetro final pode ser maior.

    Deve ser instalado um distorcedor (swivel) entre o alargador e a coluna a fim de

    que o torque transmitido ao alargador pela haste de perfurao, no seja

    transmitido a tubulao que est sendo inserida. (NT019 Comgs)

  • 39

    Figura 5.16 - Alargador

    Fonte: http://www.sondeq.com.br/imagens/produtos/prime07.jpg

    (Acesso: Abril, 2014)

    5.2.15.3 Fuzilink - Fusvel limitador da fora de puxamento

    Trata-se de um dispositivo de segurana, de uso obrigatrio, instalado

    entre o alargador e o primeiro tubo da coluna que est sendo puxada, atuando

    como um porta-fusvel com o objetivo de assegurar que a tubulao e as soldas

    efetuadas na mesma no sofrero esforos alm do especificado, caso isto ocorra

    o mesmo romper um elemento interno, denominado break pin. Este dispositivo

    padronizado em funo do dimetro nominal e da espessura e material do tubo

    de PE. (NT019-Comgs).

    No permitido, em hiptese alguma, o uso de swivel com carga de

    ruptura maior que a especificada para a tubulao que est sendo puxada. Na

    figura 5.17, transcrita da especificao O-011.28 - COMGAS , temos a carga

  • 40

    mxima admissvel para cada dimetro de tubulao e a figura 5.18 detalha a

    montagem da conexo fusvel.

    Figura 5.17 - Carga mxima admissvel

    Fonte: Especificao O-011.28 COMGAS

    Figura 5.18 Detalhamento da conexo fusvel

    Fonte: Especificao O-011.28 COMGAS

  • 41

    5.2.15.4 - Maquinas de Perfurao

    A capacidade dos equipamentos vem aumentando nos ltimos anos, e as

    vantagens das tecnologias no destrutivas para a construo de novas redes

    tornaram-se cada vez mais apreciadas.

    Os fabricantes de todo o mundo oferecem uma grande variedade de

    equipamentos, que vo desde unidades compactas para pequenos dimetros e

    extenses curtas, at mquinas muito grandes, capazes de instalar extenses

    acima de um quilmetro de tubulao de grande dimetro. As figuras 5.19, 5.20 e

    5.21 ilustram as trs categorias de maquinas para perfurao.

    Existe tambm uma variedade igualmente grande de sistemas de

    direcionamento, cabeas de perfurao, alargadores e acessrios. As figuras

    Podemos subdividir os equipamentos em:

    Pequenas 02 a 15 toneladas

    Medias 15 a 50 toneladas

    Grandes 50 toneladas

    Uma mquina tpica de perfurao direcional com lanamento na

    superfcie, de porte intermedirio, possui uma capacidade de empuxo (trust) e

    trao (pull back) da coluna entre 8 a 15 toneladas, e um torque de 5000 n/m,

    dependendo da velocidade de rotao. De modo geral, essa mquina ter

    capacidade para instalao de tubos com dimetro aproximado de 100 a 450 mm

    em distncia 50 a 250 metros, dependendo da condio do solo. A capacidade

    das mquinas de perfurao direcional varia consideravelmente em funo do tipo

    de solo atravs do qual forem trabalhar. De um modo geral, argilas homogneas

    so os solos mais favorveis, enquanto que a areia pode apresentar problemas,

    como abrasividade e especialmente se estiver abaixo do lenol fretico e com

    gua salobra. (Kebos JN Curso de Atualizao para operadores e navegadores

    de equipamentos de perfurao).

  • 42

    Figura 5.19 - HDD para dimetros grandes

    Fonte: http://www.sondeq.com.br/imagens/produtos/prime02.jpg (Acesso: Abril, 2014)

    Figura 5.20 - HDD para dimetros mdios

    Fonte: http://www.ditchwitch.com/directional-drills/directional-drills/jt30 (Acesso: Abril, 2014)

  • 43

    Figura 5.21 - HDD para dimetros pequenos

    Fonte - http://www.ditchwitch.com/directional-drills/directional-drills/jt922 (Acesso: Abril, 2014)

    5.2.16 - Fluido de Perfurao

    Todos os furos devem ser abertos utilizando fluidos de perfurao. Os

    fluidos de perfurao podem ser aditivos, polmeros, bentonitas, barrilhas leve e

    gua. A caracterstica principal dos fluidos a viscosidade e a gelatinosidade que

    agem amolecendo o solo, lubrificando e estabilizando o furo executado. Estas

    caractersticas de operao variam de acordo com o tipo de solo (viscosidade da

    lama e consumo esperado).

    A mistura correta de gua, bentonita e polmero devem ser preparados

    para cada condio particular do solo. No equipamento em uso, a bentonita

    despejada por um funil alcanando o jato dgua emergente de um venturi, sendo

    assim carregado para o tanque de fluido, os quais so providos de misturadores,

  • 44

    que evitam a decantao e a deposio do material no fundo dos mesmos.

    (Kebos JN Curso de Atualizao para operadores e navegadores de

    equipamentos de perfurao).

    O fluido de perfurao bombeado pelo interior das hastes, atravessando

    os jatos situados na ferramenta de perfurao erodindo as formaes. Durante a

    operao de perfurao devem ser constantemente observados tambm os

    manmetros de presso instalados na prpria mquina, os quais podem mostrar

    uma elevao sbita de presso provocada por alguma interferncia no

    cadastrada, alguma rocha, entupimento da broca ou do alargador.

    Dependendo de sua formulao, os fluidos de perfurao possuem diversas

    funes:

    Lubrificar a cabea de corte e reduzir o desgaste;

    Amolecer o solo para facilitar a perfurao;

    Remover o material escavado em suspenso, at o poo de lanamento;

    Estabilizar o furo antes do alargamento;

    Lubrificar a tubulao final durante o alargamento e a insero;

    Acionar os motores de lama para perfurao atravs de solos duros.

    (ABRATT Diretrizes do MND)

    A formulao dos fluidos de perfurao uma cincia complexa, e

    desempenha um papel importante no sucesso das obras. A maioria dos

    fabricantes de mquinas de perfurao tem suas prprias recomendaes sobre

    os fluidos mais adequados para cada aplicao em particular, da mesma forma

    que os fabricantes dos materiais.

    5.2.17 Perfurao em Rocha

    A identificao do tipo, dureza e formao das rochas permitir utilizar as

    ferramentas adequadas e ter maior eficincia na perfurao, pois os tipos de

    rocha mudam muito de um trabalho para outro ou na mesma furao.

  • 45

    A formao de rocha pode ser identificada, como slida, fraturada,

    medianamente fraturada ou dura. Quanto mais dura for rocha, mais fcil de

    manter o fluxo, perfur-la e direcionar a broca.

    Ao perfurar em rocha mais macia, a ferramenta de corte percorrer onde

    apresenta menor resistncia e, por tanto, ser mais difcil direcion-la. Para se

    executar a perfurao em rocha aplicam-se trs mtodos de corte:

    5.2.17.1 - Corte giratrio

    Neste tipo de corte as cabeas de perfurao permitem o corte em rocha

    de 6896,55 N/cm a 8275,86 N/cm. A cabea de corte giratrio (figura 5.22)

    movida por grandes volumes de fluido, que fazem a mesma girar, e podem ser

    direcionadas de 1 a 3 graus. Este tipo de ferramenta se tornaria antieconmico

    caso no se utilize outro equipamento para reutilizao do fluido. (Kebos JN

    Curso de Atualizao para operadores e navegadores de equipamentos de

    perfurao).

  • 46

    Figura 5.22 Cabea de corte giratrio

    Fonte:www.varelintl.com/content/inlineimages/mining/roller_cone/Var

    _IndustrialBits_Web.jpg (Acesso: Abril, 2014)

    5.2.17.2 - Corte por impacto

    um dos mais novos mtodos de perfurao em rocha, ao invs de rasgar

    a rocha para cort-la, se aplicam golpes curto de energia de forma repetitiva na

    rocha para criar pequenas fendas e assim remover o material. Neste tipo de corte

    se usa presso de ar para o impacto. O equipamento necessita de pouca

    potncia, no necessita de grandes volumes de fludo, s o necessrio para

    deixar o material cotado em suspenso. A presso de ar, alm do impacto

    tambm auxilia na remoo no material. A figura 5.23 apresenta a ferramenta

    para esse tipo de furo.

  • 47

    Figura 5.23 Ferramenta para corte por impacto

    Fonte: Nepomucemo, 2008

    5.2.17.3 - Corte por arrasto

    Este tipo de corte pode ser utilizado em rochas muito macias, onde a

    broca utilizada feita de tungstnio. Pode-se utilizar este sistema em formaes

    de at 3448,27 N/cm de dureza. Caso a formao seja mais dura, haver um

    desgaste muito grande e a eficincia do material ser diminuda. (MOUTINHO &

    ARIARATAM).

  • 48

    5.2.18 - Pull Back

    a capacidade (fora) que o equipamento possui de trazer de volta, o peso

    de todas as hastes que foram utilizadas, mais o alargador, mais o peso do

    produto que est sendo instalado, mais as foras de atritos resultantes desse

    movimento em relao ao solo em que est sendo feita a instalao. Assim

    sendo, o conceito diferenciador a capacidade que a mquina tem para puxar

    (pullback force) e de empurrar (trust force).

    Baseado na norma prtica (HDD GOOD PRACTICES GUIDELINES

    2001), na qual o pullback de uma mquina deve ser de pelo menos duas vezes

    o peso do duto:

    Exemplo:

    Como pode ser observado no HDD GOOD PRACTICES GUIDELINE, o

    fato mais importante verificar se a mquina tem fora (horse-power) de giro do

    cabeote suficiente para executar um furo piloto de 250 metros ou para alargar

    250 metros de 375 mm (1,5 vezes o dimetro do duto), e verificar se possui fora

    suficiente para puxar uma coluna de 250mm.

  • 49

    7 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

    ABNT ASSOCIA O BRASILEIRA DE NORMAS T CNICAS. NBR 12712:

    Informao e documentao: referencia, elaborao. Rio de janeiro, 1993.

    _. NBR 15280-1: Dutos Terrestre. Rio de Janeiro, 1997

    _. NBR 12712 Projeto de sistemas de Transmisso e Distribuio de gs

    combustvel.

    _. NBR 12266 - Projeto e execuo de valas para assentamento de

    tubulao.

    ABRAHAM, D. M.; BAIK H.S.; GOKHALE S. (2002). Developmentent of

    decision support system for selection of thenchless technlogies to minimize

    impact of utility construction on roadways. Springfield, VA: National

    Thechnical information Service 2002.

    ABRATT Associao Brasileira de Tecnologia no destrutiva.

    ABRATT Artigos disponvel em acesso

    em 13.maro.2014

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    BENNETT, D.; ARIARATNAN, S; COMO C (2004). Horizontal directional

    drilling: Good practices Guideline. Arlington: HDD consortium, 2004.

    DEZOTTI, MATEUS CAETANO. Analise de Utilizao de Mtodo No

    Destrutivo como alternativa para reduo dos custos sociais gerados pela

    instalao, manuteno e substituio de infraestruturas urbanas

    subterrneas. So Carlos, SP, 2008. Orginalmente apresentada como

    dissertao de mestrado, Escola de engenharia de So Carlos da Universidade

    de So Paulo, 2008.

  • 50

    KEBOS JN. Curso de Atualizao para operadores e navegadores de

    equipamentos de perfurao. (2013)

    MASSARA, V. & WERNECK, M. & MORALES, M. (2007). A importncia do

    mtodo no destrutivo na implantao de redes de gs natural cidades

    consolidadas, So Paulo, 2007

    MENDES, G. (2006) Situao do Pas Em Relao Pesquisa Cientifica

    Sobre Execuo de Mini Tneis Por MND. Revista Construo e Mercado.

    Ed: 355 Abril de 2006.

    MOUTINHO, A.C. & ARIARATAM, S.T. (2008). Introduo aos mtodos no

    destrutivos. III Congresso Brasileiro de MND, So Paulo Fevereiro, 2008.

    NAJAFI, M (2004). Thencheless Technology: pipeline and utility design,

    construction, and renewal. 1 New York: McGraw-Hill Professional, 2004. 489p.

    NEPOMUCENO, J. A. (2008). Fiscalizao em Obra de Perfurao Direcional.

    III Congresso Brasileiro de MND, So Paulo Fevereiro, 2008.

    PALAZZO, S.A. (2008). Curso de perfurao horizontal direcionada III

    Congresso Brasileiro de MND, So Paulo - Fevereiro 2008.