construção de gasodutos através de perfuração

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 UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MARIO LUIS LOURENÇO WILSON BASTOS CONSTRUÇÃO DE GASODUTOS ATRAVÉS DE PERFURAÇÃO HORIZONTAL DIRECIONAL OU VALA SÃO PAULO 2014

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O método mais convencional para construção de gasodutos é a abertura de vala, apesar de ser considerado um método confiável, por ser executado a vários anos, na maioria das vezes não é o método com a melhor relação custo benefício. A abertura de vala apresenta a desvantagem de interferir em outras infraestruturas urbanas, causando congestionamento, impactos ambientais e danos ao pavimento. Por este motivo, obras com orçamento modestos inviabilizam-se devido aos altos custo sociais associados aos problemas que geram, entretanto já se destaca no mercado métodos não destrutíveis, como por exemplo o furo horizontal direcionado. Comparativamente, os métodos não destrutíveis de instalação de dutos, apresentam menor duração, necessitam de mínima escavação na superfície e causam mínima interferência no trânsito, comércio local e em outras atividades locais.

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  • UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

    MARIO LUIS LOURENO

    WILSON BASTOS

    CONSTRUO DE GASODUTOS ATRAVS DE PERFURAO HORIZONTAL

    DIRECIONAL OU VALA

    SO PAULO

    2014

  • MARIO LUIS LOURENO

    WILSON BASTOS

    CONSTRUO DE GASODUTOS ATRAVS DE PERFURAO HORIZONTAL

    DIRECIONAL E VALA

    SO PAULO

    2014

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado Universidade Nove de Julho - UNINOVE, como requisito parcial para obteno do grau de Bacharel em Engenharia Civil

    Orientador: Professor Dr. Waldir Jos Gaspar

  • MARIO LUIS LOURENO

    WILSON BASTOS

    CONSTRUO DE GASODUTOS ATRAVS DE PERFURAO HORIZONTAL

    DIRECIONAL E VALA

    Trabalho de Concluso de Curso aprovado como requisito para obteno do grau superior em Engenharia Civil, Universidade Nove de Julho - UNINOVE.

    So Paulo, 4 Dezembro de 2014

    Presidente: Prof. Dr. Waldir Jos Gaspar Orientador, UNINOVE

    Membro:

    Membro:

  • Dedicamos este trabalho as nossas famlias que

    durante todo esse tempo nos deram apoio, incentivos

    e principalmente entenderam nossa ausncia. E

    graas ao esforo demonstrado, serviu de estimulo

    para que conclussemos mais essa etapa em nossas

    vidas.

  • AGRADECIMENTOS

    Primeiramente gostaramos de agradecer a Deus pela oportunidade e pelo

    privilegio que foi nos dados em compartilhar tamanha experincia, ao frequentar

    este curso, percebemos a relevncia de temas que no faziam parte das nossas

    vidas.

    Aos nossos pais e familiares que nos apoiaram durante todo esse perodo,

    nos dando incentivos, carinho, que nos compreenderam nos momentos difceis, de

    cansao e de abatimento, sempre nos motivaram a continuar nessa caminhada.

    O nosso especial agradecimento ao nosso orientador Prof. Dr. Waldir Jos

    Gaspar pelo incentivo, presteza e confiana durante todo o perodo de

    desenvolvimento deste trabalho.

    A todos os professores, colegas e amigos que de alguma forma nos ajudaram

    e participaram de mais esta etapa que cumprimos em nossas vidas.

  • RESUMO

    O mtodo mais convencional para construo de gasodutos a abertura de

    vala, apesar de ser considerado um mtodo confivel, por ser executado a vrios

    anos, na maioria das vezes no o mtodo com a melhor relao custo benefcio. A

    abertura de vala apresenta a desvantagem de interferir em outras infraestruturas

    urbanas, causando congestionamento, impactos ambientais e danos ao pavimento.

    Por este motivo, obras com oramento modestos inviabilizam-se devido aos altos

    custo sociais associados aos problemas que geram, entretanto j se destaca no

    mercado mtodos no destrutveis, como por exemplo o furo horizontal direcionado.

    Comparativamente, os mtodos no destrutveis de instalao de dutos, apresentam

    menor durao, necessitam de mnima escavao na superfcie e causam mnima

    interferncia no trnsito, comrcio local e em outras atividades locais.

    O crescimento urbano desordenado e desorganizado dificulta os trabalhos

    com redes subterrneas que tem de ser realizado de forma a no provocar

    perturbao a populao. A utilizao da metodologia sem abertura de vala uma

    grande aliada para a soluo dos problemas de manuteno e instalao de redes

    em curto prazo.

    Este trabalho apresenta um estudo das tecnologias que envolvem o mtodo

    no destrutivo de perfurao horizontal direcionada, para a construo de

    gasodutos, abordando as vantagens em relao ao mtodo de abertura de vala.

    Palavras chave: Mtodo no-destrutvel, abertura de vala, desvantagens, durao.

  • ABSTRACT

    The more conventional method of construction of pipelines is opening ditch,

    despite being considered a reliable method for several years, most of the time is not

    the method with the best cost-benefit ratio. The opening of the trench has the

    disadvantage of interfering with other urban infrastructure, causing congestion,

    environmental impacts and damage to the pavement. For this reason, works with

    modest budget are impracticable due to the high cost associated with social

    problems which it generates, however no longer stands out in the market destructible

    methods, such as the directed horizontal hole. Comparatively, the methods do not

    destructible installation of pipelines, have shorter duration, require minimal

    excavation on the surface and cause minimal interference with traffic, local

    businesses and other local activities.

    The cluttered and disorganized urban growth complicates the work with

    underground networks that has to be done so as not to cause disturbance to the

    population. The use of the methodology without opening trench is a great ally for the

    solution of problems of maintenance and installation of networks in the short term.

    This paper presents a study of technologies that involve non-destructive

    method of horizontal directional drilling for pipeline construction, addressing the

    advantages over the open trench method.

    Keywords: Non-destructive method, opening ditch, disadvantages, duration

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 5.1 Valadora................................................................................................20

    Figura 5.2 Depsito de material escavado.............................................................23

    Tabela 5.3 Largura mnima de vala .......................................................................23

    Figura 5.4 Parede em talude..................................................................................24

    Tabela 5.5 Comparao das principais caracterstica das categorias de HDD......27

    Tabela 5.6 Taxa de produo tpicas para as trs classes de HDD ......................27

    Figura 5.7 Cabea de corte ...................................................................................29

    Figura 5.8 Digitrak SE Rastreador de Perfurao ..............................................30

    Figura 5.9 Rastreamento por ondas eletromagnticas ........................................30

    Figura 5.10 Aparelho de rdio deteco .................................................................32

    Figura 5.11 Escavao manual para localizao de Duto da Petrobras.................33

    Figura 5.12 Sondagem a percusso ......................................................................34

    Figura 5.13 Furo Piloto ............................................................................................36

    Figura 5.14 Alargamento do furo .............................................................................37

    Figura 5.15 Brocas de perfurao ...........................................................................38

    Figura 5.16 Alargador ..............................................................................................39

    Figura 5.17 Carga mxima admissvel ....................................................................40

    Figura 5.18 Detalhamento da conexo Swivel ........................................................40

    Figura 5.19 HDD para dimetros grandes ..............................................................42

    Figura 5.20 HDD para dimetros mdios ................................................................42

    Figura 5.21 HDD para dimetros pequenos ............................................................43

    Figura 5.22 Cabea de corte giratrio .....................................................................45

    Figura 5.23 Ferramenta para corte por impacto ......................................................46

  • Figura 6.1 - Mapa de Localizao .............................................................................49

    Figura 6.2- Localizao de Abertura de Vala.............................................................52

    Figura 6.3 - Abertura de vala para instalao de equipamentos ...............................52

    Figura 6.4 Furo direcional .......................................................................................53

    Figura 6.5 Travessia de Crrego canalizado ..........................................................54

    Figura 6.6 Muro de Arrimo.......................................................................................55

    Figura 6.7 Ramal de agua rompido .........................................................................56

    Figura 6.8 Composio de Preo............................................................................57

  • LISTA DE NORMAS

    Normas Tcnicas

    NT019 Comgas Instalao de tubos de ao e PE por perfurao direcionada do

    solo, COMGAS 2013.

    NT020 Abertura e escoramento de Vala, COMGAS 2014.

    NT60 Manual de Engenharia - Projeto, COMGAS 2013.

    Instruo de Trabalho

    IT-13 Assentamento de Tubulaes, Sialdrill 2013.

    IT-37 Sialdrill Sondagem, Sialdrill 2013.

    Especificao

    O - 11.28 Swivel / Fusvel limitador da fora de puxamento, COMGAS 2012.

  • LISTA DE ABREVIATURA

    ABNT Associao Brasileiras de Normas Tcnicas

    ABRATT Associao Brasileira de Tecnologia No Destrutiva

    ANP Agencia Nacional de Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis

    APR Analise Preliminar de Riscos

    ASCE American Society of Civil Engineers

    HDD Horizontal Directional Drilling

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    ISTT International Society for Trenchless Technology

    LL4 Linha Lateral 4bar

    LL7 Linha Lateral 7bar

    MD Mtodo destrutivo

    MND Mtodo No Destrutivo

    NASTT North American Society for Trenchless Technology

    NBR Norma Brasileira

    PAE Plano de Ao Emergencial

    PE Polietileno

    PGA Plano Geral de Ao

    PEAD Polietileno de Alta Densidade

    RIC Rede Integrada de Caladas

    RMSP Regio Metropolitana de So Paulo

  • SUMRIO

    1. INTRODUO.......................................................................................................14

    2. OBJETIVO ............................................................................................................16

    3. METODOLOGIA ...................................................................................................17

    4. JUSTIFICATIVA ....................................................................................................18

    5. REVISO BIBLIOGRAFICA..................................................................................19

    5.1 MTODO DE CONSTRUO ATRAVS DE VALA ABERTA...................19

    5.1.1 Conceito ..............................................................................................19

    5.1.2 - Autorizaes ........................................................................................20

    5.1.3 - Aspectos de Segurana ......................................................................21

    5.1.4 - Avaliao e destino a ser dado ao material removido .........................22

    5.1.5 - Largura das Valas ................................................................................23

    5.1.6 - Escoramento de Valas .........................................................................24

    5.1.6.1 - Parede em Talude ....................................................................24

    5.2 MTODO DE CONSTRUO ATRAVS DE PERFURAO HORIZONTAL......25

    5.2.1 - Histrico do mtodo no destrutivo .....................................................25

    5.2.2 - ABRATT ..............................................................................................26

    5.2.3 - Perfurao Horizontal Direcionada (HDD) .......................................26

    5.2.4 - Aplicao do MND..............................................................................27

    5.2.5 - Mtodo de Perfurao direcional .......................................................28

    5.2.6 - Sistemas de Rastreamento e Direcionamento ..................................29

    5.2.7 - Sondagem para mapeamento de interferncias .................................31

    5.2.7.1 Desenvolvimento ..........................................................................31

    5.2.7.2 - Situaes de Realizaes das Sondagens ................................31

    5.2.7.2.1 - Sondagem radio deteco ..............................................31

    5.2.7.2.2 - Sondagem manual ..........................................................31

    5.2.7.2.3 - Sondagem a percusso...................................................31

    5.2.7.3 - Localizao pelo mtodo de Rdio Deteco ............................32

    5.2.7.4 - Sondagem com Escavao Manual ...........................................32

    5.2.7.5 - Sondagem a percusso .............................................................34

    5.2.8. - Calibrao da Sonda ..........................................................................34

    5.2.9 - Vala testemunho ................................................................................35

  • 5.2.10 - Vala de Entrada .................................................................................35

    5.2.11 Vala de Sada ....................................................................................35

    5.2.12. - Furo Piloto ........................................................................................36

    5.2.13 - Alargamento e desobstruo do furo ................................................36

    5.2.14 - rea de trabalho ................................................................................37

    5.2.15 Equipamentos de perfurao ............................................................37

    5.2.15.1 Brocas ...................................................................................37

    5.2.15.2 Alargadores ...........................................................................38

    5.2.15.3 - Fusvel limitador da fora de puxamento - Swivel...................39

    5.2.15.4 - Maquinas de Perfurao ........................................................41

    5.2.16 - Fluido de Perfurao .........................................................................43

    5.2.17 Perfurao em Rocha .......................................................................44

    5.2.17.1 - Corte giratrio ........................................................................45

    5.2.17.2 - Corte por impacto ...................................................................46

    5.2.17.3 - Corte por arrasto ....................................................................46

    5.2.18 - Pull Back ...........................................................................................47

    6. ESTUDO DE CASO...............................................................................................48

    6.1 Localizao.............................................................................................48

    6.2 - Mtodo de Construo............................................................................49

    6.3 - Afastamentos Mnimos de Segurana.....................................................50

    6.3.1 Edificaes..................................................................................50

    6.3.2 - Instalaes Subterrneas............................................................50

    6.3.3 - Profundidade de Valas ................................................................51

    6.4 - Execuo do Projeto ...............................................................................51

    6.5 - Problemas ocorridos durante a obra.......................................................53

    6.6 - Tempo de obra .......................................................................................56

    6.7 Custo de Execuo ................................................................................57

    6.8 - Prazo de Execuo..................................................................................58

    7 CONCLUSO......................................................................................................59

    8 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS....................................................................61

    9 ANEXOS..............................................................................................................63

  • 14

    1 . INTRODUO

    Durante muito tempo as empresas utilizaram o mtodo de abertura de vala

    para implantao de gasodutos, mas essa forma de construo traz grandes

    impactos ao local de implantao e adjacncias. Para solucionar esse problema as

    companhias passaram a utilizar mtodos no destrutivos, mais especificamente o

    furo direcional horizontal.

    A perfurao horizontal direcional uma tecnologia que impacta pouco, mas

    que se traduz em qualidade e sustentabilidade de obras em grandes cidades ou

    mesmo fora das regies urbanas. Tal perfil discreto tem uma explicao, a

    perfurao direcional horizontal adotada em obras para instalao de dutos

    subterrneos.

    Ao invs de uma grande vala aberta ao longo da rua e por um longo tempo,

    os mtodos no destrutivos no destroem o asfalto para colocar uma nova

    tubulao. A interferncia mnima, somente a interdio da rea necessria para

    instalao dos equipamentos e ferramentas de perfurao nos pontos de entrada

    e sada.

    Ao construir uma nova rede, as empresas utilizam perfuratrizes que

    executam os furos direcionais, cujo avano se d horizontalmente ao solo. Na

    verdade, ela direcionada, com uso de tecnologias de monitoramento e com um

    pr-mapeamento da regio por onde passar a estrutura, evitando a interferncia

    em outras redes instaladas no subsolo.

    Atualmente, o mtodo de furo horizontal direcionado uma tecnologia

    amadurecida. Para execut-la, as empresas especializadas mapeiam o terreno

    pelo qual ser feito o furo e a posterior instalao de dutos. Independente de ocorrer

    em reas urbanas ou rurais, o processo de planejamento identifica todas as

    interferncias no caminho do furo. Esta uma das etapas da obra de perfurao

    horizontal direcional, a qual exige um estrito levantamento de informaes e adoo

    de procedimentos. O objetivo interferir o mnimo possvel no trfego de carros e

    pessoas.

    Toda essa tecnologia no teria valor algum sem os benefcios que ela traz.

    Adotar o furo direcional em obras de saneamento, gs, telecomunicaes, significa

  • 15

    quase que eliminar as valas, evitar a paralisao do trnsito, reduzir o tempo de

    execuo da obra e interferir o mnimo possvel no meio ambiente.

    Este trabalho tem por finalidade apresentar as tecnologias do furo horizontal

    direcionado e do mtodo de vala aberta, fazendo um estudo da construo de

    gasodutos no bairro da Vila Mazzei, Zona Norte de So Paulo. Sendo apresentado

    o projeto executivo dessa obra e uma anlise crtica, expondo os aspectos positivos

    e negativos dos mtodos construtivos e o passo a passo de toda a execuo, desde

    o mapeamento e sondagens das interferncias, passando por todo o processo do

    furo direcional, at a rede total construda com gs alocado em seu interior.

    Tambm so relatados alguns problemas na execuo, como alterao de traado

    do projeto, rompimento de interferncias, solues apresentadas e custo de

    construo.

  • 16

    2 . OBJETIVO

    2.1 - Objetivo Geral

    O objetivo deste trabalho mostrar os mtodos de construo de um

    gasoduto, apresentando o mtodo por vala aberta e o mtodo no destrutvel de

    perfurao direcional horizontal, abordando aspectos de execuo, especificaes

    tcnicas e estudos preliminares.

    2.2 - Objetivos Especficos

    Avaliar mtodos que causem menor dano ao meio ambiente, que permitam

    a menor ruptura da superfcie, que causem a menor influncia no sistema

    virio e que gerem o menor impacto possvel no entorno da obra;

    Estudar em maiores detalhes a utilizao da perfurao horizontal

    direcionada, para implantao de gasodutos;

    Avaliar vantagens e desvantagens da utilizao de diferentes mtodos

    empregados na construo de gasoduto;

    Confeco de Procedimentos para construo de gasodutos, como descrito

    abaixo:

    Elaborar planejamento, de modo a garantir a maneira mais fcil, rpida e

    pratica para a construo do trecho (fase).

    Definir por qual ponto comear e terminar, montado a pasta da obra,

    contendo; projeto executivo, autorizaes, cadastros de interferncias,

    rotograma do hospital mais prximo, PAE, PGA e APR.

  • 17

    3. METODOLOGIA

    Para o desenvolvimento deste trabalho adotou-se a seguinte metodologia:

    Pesquisa em revistas tcnicas que abordam o tema de mtodos no

    destrutivos (MND);

    Pesquisa na Internet, para coleta de dados sobre a tecnologia do mtodo

    no destruvel nos sites das empresas fabricantes;

    Pesquisa as normas tcnicas e especificaes da empresa COMGAS e

    instrues de trabalho da Construtora Siall Drill;

    Visitas s obras de implantao de gasodutos da COMGAS, para

    levantamento de dados e material fotogrfico;

    Orientao tcnica com engenheiros que atuam na rea de construo de

    gasodutos.

    A parti desses levantamentos foi realizado a reviso bibliogrfica deste

    trabalho, e o estudo de caso onde abordado a aplicao do mtodo no destrutivo

    em um determinada regio de So Paulo, com o apoio da empresa SialDrill foi

    possvel acompanhar a construo da rede de gs da COMGAS e recolher

    informaes tcnicas de construo, custos, problemas que ocorreram na obra e

    solues de engenharia.

  • 18

    4. JUSTIFICATIVA

    Executar obras com valas a cu aberto em vias de grande densidade de

    trfego, como ruas, avenidas, estradas e ferrovias, causam grandes transtornos:

    interrupo do trfego, congestionamento no trnsito, acidentes com pedestres,

    dificuldades de acesso. Entende-se que quando se levam esses fatores em

    considerao, o processo no destrutivo o mais recomendvel.

    Este trabalho justifica-se pela necessidade de compreender a tecnologia de

    perfurao horizontal direcional, mtodo que torna obras de implantao de redes

    subterrneas rpidas e no causam muitos impactos aos arredores onde est

    sendo executada.

  • 19

    5 REVISO BIBLIOGRAFICA

    5.1 - MTODO DE CONSTRUO ATRAVES DE VALA ABERTA

    5.1.1 - Conceito

    Esse o mais tradicional mtodo de instalao de tubulaes

    subterrneas. Os mtodos com abertura de trincheira envolvem escavaes ao

    longo de toda a extenso da rede proposta, colocao da tubulao na vala sobre

    um bero com materiais adequados e reaterro e compactao da vala. Para

    concluso da obra, na maioria das vezes aps a instalao da tubulao preciso

    restaurar a superfcie com pavimento.

    A NBR 12266 exige algumas condies para projeto e execuo de valas,

    basicamente para assentamento de tubulaes, podem ser consideradas as

    seguintes fases:

    Sinalizao

    Remoo do Pavimento

    Abertura da vala

    Escoramento

    Assentamento

    Preenchimento da vala

    Recomposio do pavimento

    Apesar de ser considerado um mtodo confivel, por ser executado h

    vrios anos, na maioria das vezes no o mtodo com melhor custo beneficio.

    Esse mtodo apresenta a desvantagem de interferir em outras infraestruturas

    urbanas, causa congestionamentos, impactos ambientais e danos ao pavimento e

    instalaes. Por esse motivo, obras com custo extremamente modestos

    inviabilizam-se devido aos altos custos sociais associados aos problemas que

    geram. Os mtodos tradicionais apresentaram pouco desenvolvimento tecnolgico

    nos ltimos 50 anos, sendo as valadoras (Figura 5.1) a ltima inovao tecnolgica

    para abertura de valas. (Dezotti, 2008).

  • 20

    Figura 5.1 Valadora

    Fonte: http://www.vermeer.pt/ (Acesso: Abril, 2014)

    Os equipamentos e acessrios a serem utilizados para execuo dos

    servios so definidos pelo engenheiro da obra, conforme anlise do projeto

    executivo. Aps montagem dos equipamentos, o local deve ser isolado e sinalizado

    para restringir o acesso de pessoas.

    5.1.2 - Autorizaes

    A abertura de vala somente poder ter incio, de posse da autorizao

    expedida pelo rgo competente envolvido, podendo inclusive ser necessria mais

    que uma autorizao para um mesmo trecho (por exemplo: Prefeitura, Petrobrs e

    Ecovias).

  • 21

    Uma cpia das autorizaes expedidas dever ser mantidas na frente de

    obra, durante todo o seu desenvolvimento, devendo ser observado o cumprimento

    de todas as exigncias prescritas, tais como:

    Perodo e horrio de execuo;

    processo construtivo;

    exigncias ambientais, especficas para a execuo de cada obra;

    sinalizao

    passagens provisrias;

    protees de estruturas e edificaes adjacentes;

    (NT020 Abertura e Escoramento de Vala)

    5.1.3 - Aspectos de Segurana

    Deve-se obrigatoriamente, antes da execuo dos servios de Abertura de

    Valas e Escoramento, efetuar avaliao do local e abrir um PT (permisso de

    trabalho) quanto aos aspectos de Sade, Segurana e Meio Ambiente envolvidos,

    a fim de assegurar que o Procedimento Executivo seja aplicvel para a obra em

    questo, garantindo a continuidade da obra e a integridade fsica dos trabalhadores

    envolvidos.

    Devero ser retirados desta rea as pessoas no autorizadas,

    equipamentos, materiais ou quaisquer objetos que possam ser danificados durante

    as operaes.

    Havendo cabos de energia eltrica nas proximidades da vala, que possam

    sofrer algum dano no desenvolvimento dos trabalhos, estes devero ser desligados

    ou, na impossibilidade deste desligamento, s devero ser executados os servios

    mediante a presena de um representante legal da concessionria ou sua

    autorizao.

    O trfego prximo s escavaes dever ser desviado ou, na

    impossibilidade do desvio, dever ser efetuada sinalizao para reduzir a

    velocidade dos veculos.

    Quando houver risco de comprometimento de sua estabilidade durante a

    execuo dos trabalhos, devero ser rigidamente escorados os postes, rvores,

    muros e edificaes vizinhas.

  • 22

    O corte das razes das rvores, quando necessrio, dever considerar a

    tendncia ao tombamento e seu futuro crescimento na direo do duto. Dever

    ser avaliada a necessidade de proteo lateral do duto por placas de concreto ou

    outros meios.

    Toda abertura de vala dever ter o acompanhamento de um tcnico civil,

    com conhecimentos bsicos sobre tipos de solo, marcaes, interferncias,

    trabalho em vala com rede de gs em carga, tipos de pavimento, recomposio de

    vala, classificao de vala. (NT020 Abertura e Escoramento de Vala)

    5.1.4 - Avaliao e destino a ser dado ao material removido

    Durante os trabalhos de escavao, dever ser feita por inspetor civil

    habilitado, a segregao entre o material que poder retornar vala e o material a

    ser descartado. Devero ser tomados todos os cuidados para que o material

    retirado da vala seja disposto de tal modo a no prejudicar o trfego neste local.

    O material a ser descartado dever ser encaminhado imediatamente ao

    bota-fora licenciado por rgo ambiental, ou a locais que satisfaam aos

    proprietrios. (NT020 Abertura e Escoramento de Vala).

    No caso de obras realizadas em regies urbanas, este transporte dever

    ser efetuado de modo a no provocar sujeira nas vias urbanas pela queda do

    material transportado, obedecendo s legislaes locais.

    O material reaproveitvel, quando permitido pela legislao local, dever

    ser depositado junto lateral da vala, a uma distncia superior metade de sua

    profundidade (Figura 5.2), medida da borda do talude de escavao at a lateral da

    vala. Mesmo tendo condies para ser utilizado no reaterro, poder haver

    necessidade da retirada deste material de locais como plataformas de

    ferrovias/rodovias, reas urbanas e industriais, quando houver exigncia do rgo

    responsvel ou proprietrio. (NT020 Abertura e Escoramento de Vala)

  • 23

    Figura 5.2 Depsito de material escavado

    Fonte: NT020 Comgs

    5.1.5 - Largura das Valas

    A figura 5.3 exemplifica as largura determinada conforme a situao e o

    tipo de acabamento, em conjunto com a Fiscalizao, tomando-se como referncia

    os seguintes valores:

    Figura 5.3 - Largura mnima de vala

    Dimetro

    Nominal

    [ m ]

    Largura mnima de vala

    para profundidades menores que 1,5 m e

    de acordo com o tipo de acabamento existente [ mm ]

    Terra Rocha Brejo Asfalto Paralelo Especiais

    At 0,05 400 400 400 400 550 Conforme

    acordado

    com a

    Fiscalizao

    0,10 a 0,15 500 600 800 500 650

    0,20 a 0,25 800 900 1100 600 700

    0,30 a 0,35 1000 1100 1300 700 800

    0,40 a 0,45 1100 1200 1400 900 1000

    Notas:

    No caso de cruzamentos com outras infraestruturas, a profundidade dever ser suficiente para

    permitir a cobertura definida e o espaamento mnimo de 300 mm entre as geratrizes mais

    prximas.

    Para valas com profundidade entre 1,5 e 3,0 m acrescentar 20% e, para profundidade entre 3,0

    e 5,0 m acrescentar 50% aos valores acima.

    Estes valores no se aplicam para os casos de atendimento a emergncias.

    Fonte: NT020 Abertura e Escoramento de Vala

  • 24

    5.1.6 - Escoramento de Valas

    Toda vez que a escavao, em virtude da natureza do terreno possa

    provocar desmoronamento, seja das paredes das valas, seja como decorrncia da

    alterao do equilbrio do macio em trabalho, dever ser providenciado estrutura

    de escoramento adequada.

    Devero, obrigatoriamente, ser escoradas todas as valas com

    profundidade acima de 1,25 m, escavadas em qualquer tipo de solo, sempre que

    for necessria a presena de trabalhadores em seu interior.

    Valas abertas em solos com baixa capacidade de suporte ( 2,0 kN/m)

    devero ser escoradas, mesmo em profundidades menores que a acima citada. Na

    tecnologia da execuo dos escoramentos devem ser usados equipamentos e

    ferramentas adequadas montagem com rapidez e eficincia das estruturas, tanto

    na montagem como na desmontagem posterior para o reaterro das valas.

    5.1.6.1 - Parede em Talude

    Podero ser feitas escavaes com paredes em talude (Figura 5.4), em vez

    de se utilizar escoramento, desde que respeitadas as dimenses mximas e

    mnimas, de forma que o ngulo entre o talude e a horizontal seja:

    45 , em solos no coesivos ou coesivos mdios (areias e siltes);

    60 , em solos coesivos resistentes (argilas);

    80 , em rocha.

    Figura 5.4 Parede em talude

    Fonte: NT020 Comgs

  • 25

    5.2 - MTODO DE CONSTRUO ATRAVS DE MND

    5.2.1 - Histrico do mtodo no destrutivo

    A construo de infraestrutura por Mtodos no Destrutivos (MND) antiga

    no mundo e no Brasil. Basta lembrarmos que um tnel rodovirio, uma construo

    por mtodo no destrutivo, pois evitou a destruio de reas de conservao, mas

    tambm permitiu a transposio de obstculos naturais. Com a chegada de

    instalaes e reabilitaes de redes de guas, esgotos, gs, comunicao, nas

    ltimas trs dcadas, esses servios encontraram um ambiente no subsolo,

    totalmente ocupado por instalaes dos mais diversos servios. Para ampliao

    desses servios de necessidade pblica, as empresas passaram a adotar os

    mtodos no destrutveis, como exemplo o furo direcional horizontal.

    A utilizao do mtodo de perfurao direcional, no Brasil teve seu incio em

    1972 em So Paulo pela antiga empresa de telecomunicaes (Telesp), que usou

    o mtodo para instalar cabos no subsolo da cidade. O mtodo voltou a ganhar

    destaque com a abertura da economia brasileira, no incio da dcada de 90, em

    funo de projetos para execuo de redes de fibra ptica. Alm de So Paulo o

    mtodo tambm j era utilizado em outros estados. (MENDES,2006).

    Outro exemplo do uso dessa tecnologia o metro de So Paulo, feito h 30

    anos, onde na sua maior parte, foi construda atravs do mtodo de perfurao

    horizontal. Todos os tneis que se possa imagina foram construdos empregando

    a tecnologia de perfurao horizontal direcionada. Ocorre que essa tecnologia

    amplamente conhecida no mundo, agora comea a crescer tambm no Brasil,

    atravs das obras de infraestrutura, na rea de abastecimento de agua, energia

    eltrica, gs e telecomunicaes.

    A Associao Brasileira de Tecnologia No Destrutiva ABRATT, divulgou

    que em 2011, o mercado movimentou cerca de R$800 milhes, para instalaes

    de redes subterrneas.

  • 26

    5.2.2 - ABRATT

    ABRATT - A Associao Brasileira de Tecnologia no Destrutiva, tem como

    objetivo compreender a evoluo da cincia e da prtica de mtodos no

    destrutivos (MND) para o benefcio do pblico, e a promoo da educao,

    treinamento, estudo e pesquisa a respeito, bem como o incentivo ao

    desenvolvimento de novas tcnicas, e a utilizao MND com eficincia

    comprovada, para instalao e recuperao de redes subterrneas, alm de

    promover o mapeamento e a locao dessas redes.

    H dcadas, essa preocupao foi atendida e resolvida pela Sociedade

    Internacional de Tecnologia No Destrutiva - ISTT em Londres, hoje a ISTT difundi

    seus estudos em mais de 20 pases, atravs de entidades filiadas. A ABRATT em

    1999, juntou-se a esse privilegiado grupo de entidades, hoje a entidade vem

    trabalhando na divulgao e suporte a essas tecnologias, em conjunto com

    Universidades do mundo inteiro, inclusive a Universidade de So Paulo - USP.

    (ABRATT Diretrizes do Mtodo No Destrutvel)

    5.2.3 - Perfurao Horizontal Direcionada Horizontal Directional Drilling

    (HDD)

    Mtodo de perfurao horizontal direcionada, mais conhecido como HDD,

    definido como um sistema de perfurao dirigvel para instalao de tubulaes,

    conduites e cabos. Estes mtodos so chamados assim, devido a habilidade de

    informam a localizao da cabea de perfurao e de guia-la durante o processo

    de Perfurao. (NAJAFI, 2004)

    Este mtodo se divide em trs classes: maxi-HDD, mide-HDD e miniHDD.

    O tamanho fsico do equipamento e o mbito de aplicao dos projetos de

    perfurao horizontal direcionada, podem variar significativamente, porm no a

    diferena significativa no mtodo de operao. As figuras 5.5 e 5.6 apresentam uma

    comparao entre as principais caractersticas que diferenciam as trs classes do

    mtodo.

  • 27

    Figura 5.5 - Comparao das principais caracterstica das categorias de HDD

    Fonte: Bennett, etal. (2004)

    Figura 5.6 - Taxa de produo tpicas para as trs classes de HDD

    Fonte: Bennett, etal. (2004)

    5.2.4 - Aplicao do MND

    O MND principalmente utilizado para instalao de oleodutos, tubulao

    de gua, gs, esgotos e instalao de cabos de fibra tica.

    Podendo ser aplicado em diversos tipos de solos, tais como: solos arenosos,

    argilosos, pedregulhos e at mesmo em formaes rochosas.

    i

  • 28

    5.2.5 - Mtodo de Perfurao direcional

    A maioria, mas no todas as mquinas de perfurao direcional, usam uma

    cabea com alimentao de fluido, que empurrado atravs do solo, na

    extremidade de um conjunto de barras (coluna) de perfurao. Normalmente, essa

    cabea angular, de modo que a rotao constante da coluna produza um furo

    reto, enquanto que a manuteno da cabea numa determinada posio cause

    desvio da trajetria. Normalmente, uma sonda ou emissor instalado na cabea

    (Figura 5.7) ou em suas proximidades, emitindo sinais que so recebidos e

    acompanhados por um receptor situado na superfcie, permitindo a monitorao de

    direo, profundidade e demais parmetros. Sistemas de direcionamento por

    barras rgidas tambm so usados, com o cabo correndo atravs da coluna de

    perfurao, particularmente nos casos em que a trajetria no pode ser seguida

    facilmente na superfcie (por exemplo, na travessia de rios) ou onde a profundidade

    do furo muito grande para possibilitar uma localizao precisa por mtodos de

    rdio-freqncia. (ABRATT Diretrizes do Mtodo No Destrutvel)

    Uma mistura de gua e bentonita frequentemente usada como fluido ou

    lama de perfurao, transportando os resduos em suspenso. Aps completar a

    perfurao, esse fluido estabiliza o furo piloto, deixando-o pronto para o

    alargamento. A tubulao final ou duto, geralmente de polietileno ou ao, puxada

    pelo alargador medida que este avana e aumenta o dimetro do furo original.

    Um recurso cada vez mais comum o uso de percusso para complementar

    a fora axial e de rotao, o que pode ser conseguido com um martelo de percusso

    instalado na cabea de perfurao ou pela gerao de percusso na mquina, na

    superfcie, e sua transmisso atravs da coluna de perfurao. Em ambos os

    casos, haver aumento significativo na capacidade das mquinas de perfurao

    direcional, para passagem atravs de solos difceis ou incluses duras. do furo

  • 29

    Figura 5.7 Cabea de corte e sonda

    Fonte: Dezotti, 2008

    5.2.6 - Sistemas de Rastreamento e Direcionamento

    A maioria das tcnicas de perfurao direcional, exceto algumas aplicaes

    de curta distncia com lanamento em poo, baseiam-se em sistemas precisos de

    locao e direcionamento da perfurao.

    Existem vrios tipos de sistemas de rastreamento. Os mais comuns

    conhecidos por sistema de passagem sobre a rede, esto baseados numa sonda

    ou gerador de sinal localizado numa carcaa situada atrs da cabea de

    perfurao, que emite um sinal de rdio para um receptor situado na superfcie.

    Alm da posio e profundidade da cabea de perfurao, os dados transmitidos

    incluem frequentemente a inclinao da ferramenta, a situao da bateria e a

    temperatura do transmissor. comum repassar essas informaes para um

    segundo receptor situado na mquina de perfurao, para que o operador tenha

    acesso direto aos dados e possa fazer os ajustes de direo necessria. As figuras

    5.8 e 5.9 apresentam os aparelhos utilizados para o rastreamento e a forma de

    funcionamento.

    Sua maior limitao a necessidade de ter acesso superfcie situada

    diretamente acima da cabea de perfurao, o que poder ser difcil ou impossvel

    se a rede passar sob um prdio ou um curso dgua. Esse problema pode ser

    superado usando-se um sistema de direcionamento com fio rgido ou um

    transmissor que contenha uma bssola eletrnica integrada. (ABRATT Diretrizes

    do Mtodo No Destrutvel).

    Os sistemas de fio rgido utilizam um cabo que passa atravs da coluna de

    perfurao para transmitir os dados do gerador de sinal para o console de controle.

    Embora esse cabo seja uma complicao adicional, permite o rastreamento em

  • 30

    qualquer terreno sem depender da transmisso de sinais de rdio, e tambm pode

    ser usado em locais onde haja interferncia eletromagntica.

    Figura 5.8 - Rastreador de Perfurao - Digitrak SE

    Fonte: http://www.sondeq.com.br/pt/nd_rastreadores.php (Acesso: Abril 2014)

    Figura 5.9 Rastreamento por ondas eletromagnticas

    Fonte: Kebos JN Curso de Atualizao para operadores e navegadores de equipamentos de perfurao

  • 31

    5.2.7 - Sondagem para mapeamento de interferncias

    5.2.7.1 Desenvolvimento

    Trs tipos de sondagens esto contempladas nesse procedimento e

    descritas a seguir. As sondagens sero realizadas pelo mtodo de deteco

    atravs de frequncias de rdio (Radio Deteco), sondagens manuais e

    sondagem a percusso.

    5.2.7.2 - Situaes de Realizaes das Sondagens

    5.2.7.2.1 - Sondagem radio deteco

    Sondagem que se realiza com o objetivo de mapear e cadastrar as

    interferncias enterradas pelo mtodo no destrutivo, a fim de se consolidar os

    projetos de encaminhamento de uma linha pr-estabelecid. A topografia faz

    marcaes dessas interferncias no trecho.

    5.2.7.2.2 - Sondagem manual

    Sondagem que se realiza cuidadosamente utilizando-se ferramentas de

    escavao manual a fim de se descobrir a interferncia identificadas e cadastradas.

    5.2.7.2.3 - Sondagem a percusso

    Sondagem que se realiza utilizando-se equipamento de perfurao a fim

    de se coletar amostras de solo onde se analisa granulometria principal e

    secundria, origem, cor, compacidade e consistncia dos solos em locais

    previamente escolhidos.

  • 32

    5.2.7.3 - Localizao pelo mtodo de Radio Deteco

    Esses equipamentos possuem a mais avanada tecnologia de deteco

    e localizao de tubos metlicos e cabos enterrados. Os receptores de Radio

    Deteco (Figura 5.10) so capazes de detectar quase todos os cabos e tubos

    metlicos enterrados, entretanto aqueles que no irradiam nenhum sinal no

    podem ser detectados. Os receptores de Radio Deteco no so capazes de

    indicar quando um sinal recebido de um nico cabo/duto, ou de vrios

    cabos/dutos prximos, paralelos ou sobrepostos. (IT37 SialDrill)

    Figura 5.10 Aparelho de rdio deteco

    Fonte: http://www.surveyequipment.com/cable-pipe-detectors (Acesso: Abril, 2014)

    5.2.7.4 - Sondagem com Escavao Manual

    Processo se inicia com uma pesquisa junto aos setores tcnicos, mapas

    cadastrais de redes de gua, esgoto, produtos industriais, telefone, dados e cabos

    de energia eltrica. De posse dos dados obtidos na tarefa ou mesmo na ausncia

  • 33

    destes, procurar pontos notveis, tais como boca de coleta, tampes de caixa de

    passagem de energia eltrica, telefone, registros de gua, canaletas de ligao,

    com o apoio da equipe de topografia, que ter a funo de identificar e locar os

    pontos notveis, assim como locar e demarcar possveis traados e alinhamentos.

    (IT37 SialDrill)

    De posse dos pontos notveis que possam interferir com o previsto no

    projeto, iniciar a sondagem propriamente dita.

    A sondagem feita transversalmente direo do obstculo inicialmente

    atravs de escavao manual cuidadosa, e posterior posicionamento do trado

    manual, at a cota prevista em projeto, sobre a marcao da obra prevista no

    projeto. So tomados todos os cuidados, de forma a no danificar as redes

    existentes. Terminada a sondagem, verifica-se a necessidade ou no de alterao

    no projeto. A figura 5.11 mostra uma sondagem manual na faixa da Petrobras, onde

    era necessrio visualizar o duto e cadastrar a profundidade.

    Figura 5.11: Escavao manual para localizao de Duto da Petrobras

    Fonte: Os autores (Janeiro, 2014)

  • 34

    5.2.7.5 - Sondagem a percusso

    Neste tipo de sondagem, alm da coleta de amostras de solo e

    identificao do nvel dgua, so obtidos ndices de resistncia a penetrao do

    solo a cada metro. A figura 5.12 apresenta uma sondagem a percusso que

    consiste na introduo de um tubo de ao no solo atravs de golpes de um peso

    de cravao para avano em profundidade (ensaio "SPT"), com amostrador na

    ponta para armazenamento e coleta do material perfurado. Intercalado aos

    avanos por golpes de peso onde se obtm os ndices de resistncia do solo a

    cada metro.

    Figura 5.12- Sondagem a percusso

    Fonte: Os autores (Janeiro, 2014)

    5.2.8. - Calibrao da Sonda

    Os dispositivos de direcionamento devem estar permanentemente

    calibrados, assim, antes do incio de cada perfurao, a preciso deste sistema

    deve ser verificada colocando-se o emissor e receptor a uma distncia pr-

  • 35

    determinada e conhecida comparando-a a leitura do dispositivo que deve estar de

    acordo com as recomendaes do fabricante.

    5.2.9 - Vala testemunho

    A vala testemunho tipo de sondagem destrutiva, utilizada para confirmar a

    real posio de uma interferncia a ser cruzada. A vala testemunho dever ser

    executada:

    Pontualmente atravs de aberturas de janelas;

    Para confirmao fsica e visual das interferncias;

    Confirmao da profundidade;

    Para visualizao da passagem da haste do furo piloto e da puxada

    do alargador, garantindo o distanciamento de 30 cm entre o alargador

    e as interferncias.

    5.2.10 - Vala de Entrada

    A vala de abertura da furao deve ter forma de rampa com caimento

    direcionado para o ponto inicial da perfurao e ligada a um fosso de acumulao

    para conter eventuais resduos do fluido de perfurao.

    5.2.11 Vala de Sada

    A vala de sada da furao deve ter forma de rampa inclinada at a superfcie

    do terreno. A coluna do tubo deve estar montada prxima ao ponto de sada da

    ferramenta no fim do furo piloto, aps ter sido avaliada e liberada conforme norma

    de testes aplicvel, com a cabea de puxamento corretamente conectada na

    extremidade dos tubos e a utilizao de CAP mecnico ou dispositivo que garanta

    a estanqueidade da tubulao, para evitar a entrada de agua e sujeira. (NT019

    Comgs)

  • 36

    5.2.12 - Furo Piloto

    o primeiro passo (normalmente direcionvel) do processo de perfurao,

    que requerer alargamento posterior em sentido inverso, com um alargador ou

    ferramenta similar. A figura 5.13 exemplifica o furo o piloto sendo direcionado por

    um caminho projetado com antecedncia, guiado por um emissor de ondas

    eletromagnticas que informa constantemente a posio, inclinao e

    direcionamento da cabea de perfurao. Para Abraham, et al. (2002), afirma que

    que a escavao do furo pilo a fase mais importante de uma obra que utiliza HDD,

    sendo a fase que determina a posio final da tubulao a ser implantada.

    Figura 5.13 Furo Piloto

    Fonte: ABRATT Diretrizes do Mtodo No Destrutvel

    5.2.13 - Alargamento e desobstruo do furo

    O alargamento (Figura 5.14) consiste na passagem progressiva de

    ferramentas de dimetros maiores a cada operao at atingir o suficiente para a

    instalao do tubo, removendo e compactando o material (solo) de forma a

    desobstruir completamente o furo. O tamanho do furo alargado 1,5 vezes o

    dimetro do produto, que est sendo instalado, esse alargamento pode ser maior

  • 37

    que 1,5m dependemos do tipo de solo, e do produto a ser instalado. (PALAZZO,

    2008).

    Figura 5.14 Alargamento do furo

    Fonte: ABRATT Diretrizes do Mtodo No Destrutvel

    5.2.14 - rea de trabalho

    Toda a rea de trabalho do furo direcional deve ser devidamente isolada, antes

    de iniciar a operao, de forma a impedir o acesso de pessoas no autorizadas.

    5.2.15 Equipamentos de perfurao

    5.2.15.1 Brocas

    So utilizadas para abrir o furo piloto e devem ser compatveis com o material

    que est sendo escavado. Normalmente so fabricadas de Tungstnio, porem para

    materiais mais duros poder ser necessrio o uso de brocas especiais. A figura

    5.15 apresentam diversos tipos de brocas para perfurao.

  • 38

    5.15 Brocas de perfurao

    Fonte: ABRATT Diretrizes do Mtodo No Destrutvel

    5.2.15.2 Alargadores

    Como mostra a figura 5.16 so ferramentas utilizadas para alargar o furo

    piloto, em uma ou mais operaes, de tal forma que o dimetro final do furo seja

    obrigatoriamente de no mnimo 1,5m o dimetro externo da tubulao a ser

    inserida, dependendo do tipo de solo perfurado o dimetro final pode ser maior.

    Deve ser instalado um distorcedor (swivel) entre o alargador e a coluna a fim de

    que o torque transmitido ao alargador pela haste de perfurao, no seja

    transmitido a tubulao que est sendo inserida. (NT019 Comgs)

  • 39

    Figura 5.16 - Alargador

    Fonte: http://www.sondeq.com.br/imagens/produtos/prime07.jpg

    (Acesso: Abril, 2014)

    5.2.15.3 - Fusvel limitador da fora de puxamento Swivel

    Trata-se de um dispositivo de segurana, de uso obrigatrio, instalado entre

    o alargador e o primeiro tubo da coluna que est sendo puxada, atuando como um

    porta-fusvel com o objetivo de assegurar que a tubulao e as soldas efetuadas

    na mesma no sofrero esforos alm do especificado, caso isto ocorra o mesmo

    romper um elemento interno, denominado break pin. Este dispositivo

    padronizado em funo do dimetro nominal e da espessura e material do tubo de

    PE. (NT019-Comgs).

    No permitido, em hiptese alguma, o uso de swivel com carga de ruptura

    maior que a especificada para a tubulao que est sendo puxada. Na figura 5.17,

    transcrita da especificao O-011.28 - COMGAS , temos a carga mxima

    admissvel para cada dimetro de tubulao e a figura 5.18 detalha a montagem da

    conexo fusvel.

  • 40

    Figura 5.17 - Carga mxima admissvel

    Fonte: Especificao O-011.28 COMGAS

    Figura 5.18 Detalhamento da conexo fusvel

    Fonte: Especificao O-011.28 COMGAS

  • 41

    5.2.15.4 - Maquinas de Perfurao

    A capacidade dos equipamentos vem aumentando nos ltimos anos, e as

    vantagens das tecnologias no destrutivas para a construo de novas redes

    tornaram-se cada vez mais apreciadas.

    Os fabricantes de todo o mundo oferecem uma grande variedade de

    equipamentos, que vo desde unidades compactas para pequenos dimetros e

    extenses curtas, at mquinas muito grandes, capazes de instalar extenses

    acima de um quilmetro de tubulao de grande dimetro. As figuras 5.19, 5.20 e

    5.21 ilustram as trs categorias de maquinas para perfurao.

    Existe tambm uma variedade igualmente grande de sistemas de

    direcionamento, cabeas de perfurao, alargadores e acessrios. As figuras

    Podemos subdividir os equipamentos em:

    Pequenas 02 a 15 toneladas

    Medias 15 a 50 toneladas

    Grandes 50 toneladas

    Uma mquina tpica de perfurao direcional com lanamento na superfcie,

    de porte intermedirio, possui uma capacidade de empuxo (trust) e trao (pull

    back) da coluna entre 8 a 15 toneladas, e um torque de 5000 n/m, dependendo da

    velocidade de rotao. De modo geral, essa mquina ter capacidade para

    instalao de tubos com dimetro aproximado de 100 a 450 mm em distncia 50 a

    250 metros, dependendo da condio do solo. A capacidade das mquinas de

    perfurao direcional varia consideravelmente em funo do tipo de solo atravs

    do qual forem trabalhar. De um modo geral, argilas homogneas so os solos mais

    favorveis, enquanto que a areia pode apresentar problemas, como abrasividade e

    especialmente se estiver abaixo do lenol fretico e com gua salobra. (Kebos JN

    Curso de Atualizao para operadores e navegadores de equipamentos de

    perfurao).

  • 42

    Figura 5.19 - HDD para dimetros grandes

    Fonte: http://www.sondeq.com.br/imagens/produtos/prime02.jpg (Acesso: Abril, 2014)

    Figura 5.20 - HDD para dimetros mdios

    Fonte: http://www.ditchwitch.com/directional-drills/directional-drills/jt30 (Acesso: Abril, 2014)

  • 43

    Figura 5.21 - HDD para dimetros pequenos

    Fonte - http://www.ditchwitch.com/directional-drills/directional-drills/jt922 (Acesso: Abril, 2014)

    5.2.16 - Fluido de Perfurao

    Todos os furos devem ser abertos utilizando fluidos de perfurao. Os

    fluidos de perfurao podem ser aditivos, polmeros, bentonitas, barrilhas leve e

    gua. A caracterstica principal dos fluidos a viscosidade e a gelatinosidade que

    agem amolecendo o solo, lubrificando e estabilizando o furo executado. Estas

    caractersticas de operao variam de acordo com o tipo de solo (viscosidade da

    lama e consumo esperado).

    A mistura correta de gua, bentonita e polmero devem ser preparados para

    cada condio particular do solo. No equipamento em uso, a bentonita despejada

    por um funil alcanando o jato dgua emergente de um venturi, sendo assim

    carregado para o tanque de fluido, os quais so providos de misturadores, que

    evitam a decantao e a deposio do material no fundo dos mesmos. (Kebos JN

  • 44

    Curso de Atualizao para operadores e navegadores de equipamentos de

    perfurao).

    O fluido de perfurao bombeado pelo interior das hastes, atravessando

    os jatos situados na ferramenta de perfurao erodindo as formaes. Durante a

    operao de perfurao devem ser constantemente observados tambm os

    manmetros de presso instalados na prpria mquina, os quais podem mostrar

    uma elevao sbita de presso provocada por alguma interferncia no

    cadastrada, alguma rocha, entupimento da broca ou do alargador.

    Dependendo de sua formulao, os fluidos de perfurao possuem diversas

    funes:

    Lubrificar a cabea de corte e reduzir o desgaste;

    Amolecer o solo para facilitar a perfurao;

    Remover o material escavado em suspenso, at o poo de lanamento;

    Estabilizar o furo antes do alargamento;

    Lubrificar a tubulao final durante o alargamento e a insero;

    Acionar os motores de lama para perfurao atravs de solos duros.

    (ABRATT Diretrizes do MND)

    A formulao dos fluidos de perfurao uma cincia complexa, e

    desempenha um papel importante no sucesso das obras. A maioria dos fabricantes

    de mquinas de perfurao tem suas prprias recomendaes sobre os fluidos

    mais adequados para cada aplicao em particular, da mesma forma que os

    fabricantes dos materiais.

    5.2.17 Perfurao em Rocha

    A identificao do tipo, dureza e formao das rochas permitir utilizar as

    ferramentas adequadas e ter maior eficincia na perfurao, pois os tipos de rocha

    mudam muito de um trabalho para outro ou na mesma furao.

    A formao de rocha pode ser identificada, como slida, fraturada,

    medianamente fraturada ou dura. Quanto mais dura for rocha, mais fcil de

    manter o fluxo, perfur-la e direcionar a broca.

  • 45

    Ao perfurar em rocha mais macia, a ferramenta de corte percorrer onde

    apresenta menor resistncia e, portanto, ser mais difcil direcion-la. Para se

    executar a perfurao em rocha aplicam-se trs mtodos de corte:

    5.2.17.1 - Corte giratrio

    Neste tipo de corte as cabeas de perfurao permitem o corte em rocha de

    6896,55 N/cm a 8275,86 N/cm. A cabea de corte giratrio (figura 5.22) movida

    por grandes volumes de fluido, que fazem a mesma girar, e podem ser direcionadas

    de 1 a 3 graus. Este tipo de ferramenta se tornaria antieconmico caso no se utilize

    outro equipamento para reutilizao do fluido. (Kebos JN Curso de Atualizao

    para operadores e navegadores de equipamentos de perfurao).

    Figura 5.22 Cabea de corte giratrio

    Fonte:www.varelintl.com/content/inlineimages/mining/roller_cone/Var

    _IndustrialBits_Web.jpg (Acesso: Abril, 2014)

  • 46

    5.2.17.2 - Corte por impacto

    um dos mais novos mtodos de perfurao em rocha, ao invs de rasgar

    a rocha para cort-la, se aplicam golpes curto de energia de forma repetitiva na

    rocha para criar pequenas fendas e assim remover o material. Neste tipo de corte

    se usa presso de ar para o impacto. O equipamento necessita de pouca potncia,

    no necessita de grandes volumes de fludo, s o necessrio para deixar o material

    cotado em suspenso. A presso de ar, alm do impacto tambm auxilia na

    remoo no material. A figura 5.23 apresenta a ferramenta para esse tipo de furo.

    Figura 5.23 Ferramenta para corte por impacto

    Fonte: Nepomucemo, 2008

    5.2.17.3 - Corte por arrasto

    Este tipo de corte pode ser utilizado em rochas muito macias, onde a broca

    utilizada feita de tungstnio. Pode-se utilizar este sistema em formaes de at

    3448,27 N/cm de dureza. Caso a formao seja mais dura, haver um desgaste

    muito grande e a eficincia do material ser diminuda. (MOUTINHO e

    ARIARATAM, 2008).

  • 47

    5.2.18 - Pull Back

    a capacidade (fora) que o equipamento possui de trazer de volta, o peso

    de todas as hastes que foram utilizadas, mais o alargador, mais o peso do produto

    que est sendo instalado, mais as foras de atritos resultantes desse movimento

    em relao ao solo em que est sendo feita a instalao. Assim sendo, o conceito

    diferenciador a capacidade que a mquina tem para puxar (pullback force) e de

    empurrar (trust force).

    Baseado na norma prtica (HDD GOOD PRACTICES GUIDELINES 2001),

    na qual o pullback de uma mquina deve ser de pelo menos duas vezes o peso

    do duto:

    Exemplo:

    Como pode ser observado no HDD GOOD PRACTICES GUIDELINE, o

    fato mais importante verificar se a mquina tem fora (horse-power) de giro do

    cabeote suficiente para executar um furo piloto de 250 metros ou para alargar 250

    metros de 375 mm (1,5 vezes o dimetro do duto), e verificar se possui fora

    suficiente para puxar uma coluna de 250mm.

  • 48

    6 . ESTUDO DE CASO

    Neste estudo de caso ser abordado a implantao de uma malha de dutos

    subterrneos da Companhia de Gs de So Paulo COMGS, a extenso do

    projeto analisado 6.292,96m, sendo 2.179,85m com dimetro nominal de 40mm

    e 4.113,11m em dimetro nominal de 63mm, com a tubulao instalada a uma

    profundidade mdia de 1,00m abaixo da superfcie. Apresentaremos uma anlise

    crtica, expondo os aspectos positivos e negativos dos mtodos construtivos, custo

    de construo, problemas na execuo e solues, levantamento de clientes

    potencial e vendas efetivas.

    6.1 Localizao

    A construo da rede de gasodutos est localizada na Zona de Norte de So

    Paulo, no bairro Villa Mazzei, a tubulao ser implantada em diversas ruas listadas

    abaixo e apresentadas na figura 6.1.

    1 AV. MAZZEI 16 RUA JAMUND 31 TRAV. DOMINGO DENTE

    2 RUA ALEXANDRE AZEVEDO 17 RUA JARI 32 TRAV. FELICE BONAVENTURA

    3 RUA ARAGO 18 RUA JEAN LEPRINCE 33 TRAV. GYLSON RODRIGUES VIDIGAL

    4 RUA BARTOLOMEU DE TORALES 19 RUA JOO GIORA 34 TRAV. IBIA

    5 RUA CAUR 20 RUA JOS ALENCAR HORTA 35 TRAV. IMPRESSES DO CREPSCULO

    6 RUA CEL. JOS PAIS DE ALMEIDA 21 RUA MANUEL VALENTE 36 TRAV. MATIAS ALBANO

    7 RUA CEL. OTAVIO AZEVEDO 22 RUA NEM DE BARROS 37 TRAV. NAIR

    8 RUA COMPRIDA 23 RUA PARU 38 TRAV. NUVEM MENSAGEIRA

    9 RUA DAS GAMBOAS 24 RUA QUIXER 39 TRAV. ODCIO ORACILIO FALOPA

    10 RUA DONA RAHIL MALUF 25 TRAV. ADOLFO CANTU 40 TRAV. OSWALDO LAZZER

    11 RUA ENRIQUE M0NTES 26 TRAV. ANDR P. DA SILVA 41 TRAV. THEODORO PEREIRA

    12 RUA FABRICIO CORREA 27 TRAV. ANTONIO BARROCA 42 VIA DE PEDESTRES DOS PORTUGUESES

    13 RUA GUARAJ 28 TRAV. BOM JESUS DA LAPA

    14 RUA GURUPATUBA 29 TRAV. CORONEL HLIO BARBOSA CALDAS

    15 RUA JAIME PINTO FERREIRA 30 TRAV. DO JOO PIGNATARO

    LOGRADOURO LOGRADOURO LOGRADOURO

  • 49

    Figura 6.1 - Mapa de Localizao

    Fonte: www.google.com.br/maps (Acesso: Maio, 2014)

    6.2 - Mtodo de Construo

    Como padro de construo foi utilizado o Mtodo No Destrutivo (MND),

    com exceo dos trechos indicados no projeto detalhado como Mtodo Destrutivo

    (MD), com vala aberta. Em funo de dificuldades construtivas (valas muito

    profundas, trfego intenso, terreno instvel, etc.) e com a autorizao prvia da

    COMGS, a Empreiteira pode substituir o Mtodo No Destrutivo indicado no

    projeto pelo Mtodo Destrutivo, com estrita observncia aos procedimentos

    descritos na Normas COMGS NT-20 e NT-54.

  • 50

    6.3 - Afastamentos Mnimos de Segurana

    6.3.1 Edificaes

    Em relao a prdios e construes, esto sendo observadas as seguintes

    distncias mnimas de afastamento, de acordo com a Norma NT-3 da COMGS:

    Tubulao com espessura padro COMGS

    Presso na rede Dimetro da tubulao de gs

    At 180mm De 250mm a 350mm Acima de 350mm

    4 bar

    7 bar 1,5 m 3,0 m 4,5 m

    17 bar

    37 bar 3,0 m 6,0 m 9,0 m

    6.3.2 - Instalaes Subterrneas

    Em relao a instalaes subterrneas, esto sendo observadas as seguintes

    distncias mnimas de afastamento:

    Tipo de instalao

    Dimetro da tubulao de gs

    At 180mm De 250mm a

    350mm

    Acima de

    350mm

    Linhas de alta tenso subterrneas 0,5 m 1,0 m 1,0 m

    Linhas de alta Tenso Area Distncia determinada pelo estudo prvio de

    interferncia eltrica Aterramentos de alta Tenso

    Outras instalaes subterrneas 0,3 m 0,4 m 0,4 m

  • 51

    6.3.3 - Profundidade de Valas

    Como padro ser adotado as seguintes profundidades mnimas da geratriz

    superior da tubulao:

    Condio Profundidade Mnima

    Tubo de PEAD em logradouros municipais

    asfaltados e/ou com pavimentao com fita de

    sinalizao.

    0,61 m

    Tubo de PEAD em logradouros municipais em terra

    ou sem pavimentao 1,00 m

    Tubo de PEAD instalado pelo mtodo no destrutivo 1,00 m

    Tubo de ao em logradouros municipais 1,00 m

    reas com atividades agrcolas ou sujeitas eroso 1,20 m

    Ocupao longitudinal de faixa de rodovias 1,80 m

    Travessias sob rodovias, ferrovias, rios e crregos 2,50 m

    6.4 - Execuo do Projeto

    Para execuo da obra foi utilizado o Projeto Executivo TU-108.12.135

    COMGAS (Anexo 1), conforme dados fornecidos pela construtora Sialdrill a obra foi

    executa mais de 90% por furo horizontal direcionado (Figura 6.4), totalizando 160

    furos para execuo da malha estudada, o mtodo de vala aberta apenas foi

    utilizado em trecho onde no havia possibilidade de furo direcional, como exemplo

    o trecho mostrado na figura 6.1, onde h uma travessia na rua com extenso de

    8,50m, no h viabilidade para execuo do furo e em casos de instalao de

    equipamentos como o conjunto regulador de calada CRC (Figura 6.3).

  • 52

    Figura 6.2 - Localizao de Abertura de Vala

    Fonte: Projeto Executivo - TU-108.12.135 Comgas

    Figura 6.3 - Abertura de vala para instalao de equipamentos

    Fonte: Os autores (maro, 2013)

  • 53

    Figura 6.4 Furo direcional

    Fonte: Os autores (maio, 2013)

    6.5 - Problemas ocorridos durante a obra

    Durante a execuo de furo direcional horizontal na Rua das Gamboas, a

    sonda estava navegando com uma profundidade de 2,80m devido a um crrego

    canalizado localizado pela equipe de mapeamento, porm ao chegar com o

    equipamento abaixo do rio, o mesmo bateu em uma rocha, que no foi identificada

    pelo mapeamento. A soluo mais rpida e com menor custo foi trocar a sonda do

    equipamento de perfurao, para uma de maior alcance e navegar com uma

    profundidade de 3,50m a 4,00m, assim foi concludo a travessia. A figura 6.5

    apresenta a localizao do crrego na rua das gamboas.

  • 54

    Figura 6.5 Travessia de Crrego canalizado

    Fonte: www.google.com.br/maps (Acesso: Maio, 2014)

    Outra situao na fase de mapeamento, foi a constatao de um trecho de

    200m, na Rua Arago que teve que ser alterado de lado, devido a algumas casas

    que estavam abaixo do nvel da rua e um muro de arrimo. Caso fosse construdo

    conforme projeto, existiria uma enorme chance desse muro cair, uma vez que o

    mesmo no tinha colunas e o furo direcional passaria bem prximo desse muro, o

    caso foi passado para a engenharia da Comgas e por sua vez autorizou a mudana

    de lado. A figura 5.6 mostra o muro de arrimo e as casa abaixo do nvel da rua.

  • 55

    Figura 6.6 Muro de Arrimo

    Fonte: Os autores (maio, 2014)

    Devido a inconsistncia dos cadastro da ligao de agua e esgoto domiciliar,

    no foi possvel a verificao de todas as interferncias, pois a Sabesp no possui

    cadastro de todas as suas ligaes de agua e esgoto, isto resultou em danos nos

    ramais da Sabesp como mostra a figura 6.7.

  • 56

    Figura 6.7 Ramal de agua rompido

    Fonte: Os Autores (maio, 2013)

    6.6 - Tempo de obra

    Obra teve seu incio em 01/04/2013 e o ultimo furo 06/06/2013, o

    comissionamento da rede ocorreu entre 19/06/2013 e 21/06/2013, tempo curto pois

    estamos falando em 6.292,96m de tubulao, se essa obra fosse executada

    totalmente em mtodo destrutivo esse tempo de execuo seria muito superior a 2

    meses.

    O menor tempo de execuo do projeto se traduz em beneficio a populao

    e vendas para a empresa fornecedora do servio. Segundo dados da COMGAS, o

    projeto estudado at a sua finalizao apresentou os seguintes ndices de vendas.

    FASEPotencial de

    VendasCasas Vendidas Casas Ligadas Cancelamento

    Captao de

    Vendas

    Captao de

    Ligao

    3A 1023 (casas) 224 174 5% 22% 17%

  • 57

    6.7 Custo de Execuo

    Realizando uma anlise comparativa entre os custos de contratao dos

    servios de execuo por metro linear dos Mtodos, o custo para utilizao do MND

    aproximadamente R$ 265,62m e pelo mtodo MD de aproximadamente R$

    231,60 m, o MND representa um custo de 12,80%, segundo a Construtora Sial Drill.

    Mesmo que o valor da execuo do mtodo destrutivo tenha se apresentado

    inferior em relao ao MND, nesta composio de preo esto inclusos somente

    materiais e servios para implantao da tubulao, sem a incluso dos fatores de

    riscos, cuja a incidncia e alta e rotineira. H componentes de riscos no agregados

    aos itens que podem ocasionar grandes nus ao valor da obra.

    Os impactos sociais grande empecilho para utilizao do MD, quando se

    aplica esse mtodo a um grande impacto na regio, como exemplo o desvio do

    transito e o aumento a poluio sonora. Mesmo o MND apresentando um custo

    superior mais vivel para as grandes cidades pois causa pouqussimo impacto

    em sua execuo.

    Figura 6.8 Composio de Preo

    Fonte: Construtora Sial Drill (outubro, 2014)

    Item Descrio Unidade Quantidade Valor Unitrio Valor Total

    1.0 Implantao por Mtodo Destrutivo metros 6.292,96 231,60 1.457.449,98

    1.1 Abertura de Valas m 6.292,96 97,40 612.959,34

    1.2 Recobrimento m 6.292,96 122,50 770.863,01

    1.3 Instalao das Vlvulas

    1.4 Recomposio m 6.292,96 11,70 73.627,63

    2.0 Implantao por Mtodo de Perfurao Direcional metros 6.292,96 265,62 1.671.518,30

    2.1 Abertura dos Tie-in m 47,88 7,17 343,37

    2.2 Furo Direcional m 6.292,96 264,37 1.663.669,84

    2.3 Fechamento dos Tie-in m 47,88 145,05 6.944,83

    2.4 Recomposio m 47,88 11,70 560,27

    Planilha de Preo Unitrio

    N/A

  • 58

    6.8 - Prazo de Execuo

    Para efeito de comparao entre os mtodos, analisamos a instalao de

    um trecho de 100m, de tubulao implantada a uma profundidade mdia de 1,00m.

    Baseado nos procedimentos da empresa Sialdril, com o mtodo destrutivo, para

    executar os 100m de rede necessitaria-se de 8h, com o mtodo no destrutivo esse

    tempo cai para aproximadamente 3h.

  • 59

    7 CONCLUSO

    A construo de gasodutos, principalmente desde 2008, vem em constante

    ascenso pelo Brasil e principalmente no estado de So Paulo. A Comgs vem

    investindo alto, na ampliao de suas redes de gs natural, visando alcanar todos

    os tipos de clientes.

    Em pesquisas realizadas em diversas regies de So Paulo, a Comgs

    concluiu que, os bairros com maiores aquisies de contratos so os bairros de

    classe mdia baixa e classe baixa, uma vez que as tubulaes internas em cobre,

    na maioria das casas ficam expostas, e aquelas classes mais ricas preferem no

    adquirir os planos da Comgs, visando principalmente a parte esttica de suas

    residncias. Com isso a Comgs est investindo muito, na construo de redes de

    gs natural, principalmente nos bairros com essas caractersticas, conquistando um

    nmero alto de novos clientes.

    Neste trabalho, abordamos a construo de gasodutos em um bairro da zona

    norte da cidade de So Paulo, pelos mtodos de vala a cu aberto (MD Mtodo

    Destrutivo), e perfurao direcional horizontal (MND Mtodo no destrutivo).

    O mtodo destrutivo que sempre foi muito utilizado na construo de

    tubulaes subterrneas, est sendo cada vez menos utilizados nos dias de hoje,

    isto se deve pela implantao do mtodo no destrutivo, que na grande maioria das

    vezes, apresenta-se muito mais vantajoso.

    No mtodo de construo atravs de vala aberta, alm dos impactos

    causados pela obra, tais como; impactos ambientais, congestionamentos, grandes

    quantidades de trabalhadores e maquinrios, escoramentos, compactao da vala,

    recomposio da vala, suas principais desvantagens so, o custo e tempo de

    execuo.

    J na construo pelo mtodo no destrutivo, o oposto, alm dos impactos

    causados pela obra serem bem menores, suas principais vantagens so; os custos

    e o tempo de execuo. Uma vez que, para a construo de uma rua com at 200m

    por exemplo, ser necessrio abrir apenas duas valas nas suas extremidades, e a

    mquina perfuratriz, junto a um aparelho localizador e com apenas dois

    funcionrios (operador e navegador), fazem a instalao da tubulao por toda a

    sua extenso. Com isso se ganha muito tempo e menor custo.

  • 60

    Cada equipe de perfuratriz faz em mdia 200m de assentamento de

    tubulao por dia, nos bairros da zona norte de So Paulo. Porm, as vezes, no

    possvel realizar o assentamento da tubulao pelo mtodo no destrutivo, por

    exemplo, quando h muitas interferncias subterrneas. Neste caso, a melhor

    opo o mtodo destrutivo.

    Aps assentadas as tubulaes, inicia-se as soldas para fechamento de

    todas as pontas dos tubos, deixando assim, todas as ruas interligadas umas nas

    outras. Em seguida, realizado o teste pneumtico na rede. E ento se interliga

    em uma outra rede de gs j existente, com isso, a rede est pronta para a

    comercializao.

  • 61

    8 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

    ABNT ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 12712:

    Informao e documentao: referencia, elaborao. Rio de janeiro, 1993.

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    _. NBR 12712 Projeto de sistemas de Transmisso e Distribuio de gs

    combustvel.

    _. NBR 12266 - Projeto e execuo de valas para assentamento de tubulao.

    ABRAHAM, Dulcy M.; BAIK, Hyeon Shik; GOKHALE, Sanjiv - Developmentent of

    decision support system for selection of thenchless technlogies to minimize

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    ABRATT Associao Brasileira de Tecnologia no destrutiva.

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    em 13.maro.2014

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    como alternativa para reduo dos custos sociais gerados pela instalao,

    manuteno e substituio de infraestruturas urbanas subterrneas. So

    Carlos, SP, 2008. Orginalmente apresentada como dissertao de mestrado,

    Escola de engenharia de So Carlos da Universidade de So Paulo, 2008.

    KEBOS Curso de Atualizao para operadores e navegadores de

    equipamentos de perfurao. (2013)

  • 62

    MASSARA, Vanesa Meloni; WERNECK, Murilo Tadeu; MORALES, Miguel Edgar

    - A importncia do mtodo no destrutivo na implantao de redes de gs

    natural cidades consolidadas, So Paulo, 2007

    MENDES, G - Situao do Pas Em Relao Pesquisa Cientifica Sobre

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    MOUTINHO, Antnio Carlos; ARIARATNAN, Samuel - Introduo aos mtodos

    no destrutivos. III Congresso Brasileiro de MND, So Paulo Fevereiro, 2008.

    NAJAFI, Mohammad - Thencheless Technology: pipeline and utility design,

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    NEPOMUCENO, Joo Alberto - Fiscalizao em Obra de Perfurao Direcional.

    III Congresso Brasileiro de MND, So Paulo Fevereiro, 2008.

    PALAZZO, Sergio Augusto - Curso de perfurao horizontal direcionada III

    Congresso Brasileiro de MND, So Paulo - Fevereiro 2008.

  • 63

    9 - ANEXOS