constituição histórica da educação física

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Universidade Estadual de Maringá 27 e 28/04/2010 1 A CULTURA E A CONSTITUIÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL MARTINELI, Telma Adriana Pacifico (UEM) AZEVEDO, Mário Luiz Neves (Orientador/UEM) INTRODUÇÃO O Brasil assiste, nesta primeira década deste novo milênio, o limiar de um movimento de grande euforia no âmbito da educação física, talvez nunca antes visto. Este cenário de entusiasmo emana dos meios: político, empresarial, social, científico e de comunicação e foi determinado por um processo que culminou com as eleições tão almejadas do Brasil e da cidade do Rio de Janeiro para sediar, respectivamente, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. A “descoberta” de talentos esportivos, a formação de atletas e de profissionais como técnicos, treinadores físicos, fisiologistas, entre outros e, associados a ele, de uma cultura esportiva na sociedade brasileira, vem ganhando grande força e se disseminando por toda a parte por meio da mídia, de projetos “sociais”, de eventos políticos, esportivos, culturais e científicos financiados pelo governo e pela iniciativa privada. A este propósito de formação de uma cultura esportiva, alia-se a defesa da formação de uma cultura da qualidade de vida e da saúde, no qual entidades como o Ministério dos Esportes o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), bem como outras entidades da área, são porta-vozes. Esta perspectiva se faz transparecer na explicitação dos objetivos da política governamental, a saber: O Ministério do Esporte é responsável por construir uma Política Nacional de Esporte. Além de desenvolver o esporte de alto rendimento, o Ministério trabalha ações de inclusão social por meio do esporte, garantindo à população brasileira o acesso gratuito à prática esportiva, qualidade de vida e

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Constituição Histórica Da Educação Física

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  • Universidade Estadual de Maring 27 e 28/04/2010

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    A CULTURA E A CONSTITUIO HISTRICA DA EDUCAO FSICA NO

    BRASIL

    MARTINELI, Telma Adriana Pacifico (UEM)

    AZEVEDO, Mrio Luiz Neves (Orientador/UEM)

    INTRODUO

    O Brasil assiste, nesta primeira dcada deste novo milnio, o limiar de um movimento

    de grande euforia no mbito da educao fsica, talvez nunca antes visto. Este cenrio

    de entusiasmo emana dos meios: poltico, empresarial, social, cientfico e de

    comunicao e foi determinado por um processo que culminou com as eleies to

    almejadas do Brasil e da cidade do Rio de Janeiro para sediar, respectivamente, a Copa

    do Mundo de 2014 e os Jogos Olmpicos de 2016.

    A descoberta de talentos esportivos, a formao de atletas e de profissionais como

    tcnicos, treinadores fsicos, fisiologistas, entre outros e, associados a ele, de uma

    cultura esportiva na sociedade brasileira, vem ganhando grande fora e se disseminando

    por toda a parte por meio da mdia, de projetos sociais, de eventos polticos,

    esportivos, culturais e cientficos financiados pelo governo e pela iniciativa privada.

    A este propsito de formao de uma cultura esportiva, alia-se a defesa da formao de

    uma cultura da qualidade de vida e da sade, no qual entidades como o Ministrio dos

    Esportes o Conselho Federal de Educao Fsica (CONFEF), bem como outras

    entidades da rea, so porta-vozes. Esta perspectiva se faz transparecer na explicitao

    dos objetivos da poltica governamental, a saber:

    O Ministrio do Esporte responsvel por construir uma Poltica Nacional de Esporte. Alm de desenvolver o esporte de alto rendimento, o Ministrio trabalha aes de incluso social por meio do esporte, garantindo populao brasileira o acesso gratuito prtica esportiva, qualidade de vida e

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    desenvolvimento humano (MINISTRIO DOS ESPORTES, 2010).

    O incentivo a prticas esportivas, com vistas a tornar o Brasil uma potncia esportiva mundial,

    bem como, de atividades fsicas e de lazer, objetivando a compensar os males causados

    pela sociedade do novo milnio e formar uma gerao mais saudvel, tem sido o

    discurso e a prtica deste tempo

    O fortalecimento de entidades como o CONFEF e suas regionais, o desenvolvimento de

    projetos e programas nacionais, o incentivo a atuao do Terceiro Setor, bem como, o

    fomento produo de cincia e tecnologia na rea esportiva e de atividade fsica so

    estratgicos para os propsitos de circulao de idias, mercadorias, enfim, de

    reproduo do scio-metabolismo do capital.

    Entretanto, como o modo de produo capitalista tem existncia histrica e que nasceu

    de determinadas condies criadas pelo desenvolvimento social, a educao e, em sua

    especificidade, a educao fsica, uma atividade humana que se constituiu

    historicamente a partir da ao dos homens. Est concepo de educao e de educao

    fsica tal como conhecemos hoje foi determinada por um processo histrico que se

    iniciou no sculo XIX. Mello (2009, p. 11) explica que:

    [...] a Educao Fsica tal qual a conhecemos hoje expressa, de alguma maneira, a forma como os seres humanos se relacionam no modo societrio capitalista. As modificaes do seu contedo e da forma de aplic-los, bem como as disposies legais dessa disciplina no mbito escolar, tendem a obedecer lgica das modificaes dessa organizao social. Neste sentido, sabemos que a Educao Fsica nasce antes da proposta da escola para todos, portanto fora do ambiente escolar. Ela foi nele incorporada, no final do sculo XIX, momento em que se tentava organizar os Sistemas Nacionais de Ensino em vrios pases, inclusive no Brasil.

    A Educao Fsica ensinada na educao escolar nos finais dos oitocentos se constituiu

    a partir de instituies mdico-higienistas e do exrcito, e o seu contedo esteve

    pautado no paradigma das cincias biolgicas, voltadas para a aptido fsica, higiene e

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    formao moral do trabalhador (MELLO, 2009, p. 11). Como disciplina escolar,

    atendeu a um pensamento imediatista, pragmtico e utilitarista, durante o processo de

    consolidao e perpetuao da sociedade capitalista no sculo XIX e XX.

    Os primeiros escritos sobre a educao fsica e de sua defesa em uma perspectiva

    mdica e higienista no Brasil tm como principal referncia um dos mais importantes

    personagens da histria brasileira: Rui Barbosa (1849-1923). O pensamento pedaggico

    desse intelectual do final do Imprio e incio da Primeira Repblica foi marcado pelo

    ecletismo e pela busca de transformar o ensino e a educao escolarizada como

    condio para evoluir e modernizar a sociedade brasileira (FERREIRA NETO, 1996 e

    1999; SOARES, 1994). Num contexto poltico e educacional de mudanas, Barbosa

    veio em defesa do ensino da ginstica e da educao moral, como parte integrante do

    projeto pedaggico de reforma do sistema educacional brasileiro de 1879. A incluso de

    sees de ginstica no programa escolar e a sua obrigatoriedade nos cursos de formao

    de professores, idealizados por Barbosa, fizeram parte da proposta dessa reforma

    redigida por ele (FERREIRA NETO, 1999).

    Fernando de Azevedo (1894-1974) foi outro importante intelectual da educao

    brasileira que, a partir dos anos de 1920, dedicou extensa e minuciosa ateno

    educao fsica. O pensamento mdico higienista de vertente eugnica presente no

    iderio pedaggico dos anos 20, influenciou a educao fsica (SOARES, 1994) e se

    expressou de maneira contundente nos seus escritos, especialmente no livro de 1920 Da

    educao fsica e Antinous: estudo de cultura atltica e a evoluo do esporte no Brasil.

    Os escritos de Rui Barbosa e Fernando de Azevedo marcaram a gnese das

    argumentaes em sua defesa da educao fsica no contexto educacional, da

    implantao dos Mtodos Ginsticos (moral, militar, higienista) advindos da Europa na

    educao brasileira. Entretanto, como afirma Amarlio Ferreira Neto (1996), a produo

    de textos especificamente dedicados ao estudo sobre a histria da educao fsica no

    Brasil e que nos fornecem subsdios para compreendermos como se deu a constituio

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    da educao fsica no Brasil s se inicia efetivamente a partir da dcada de 1930, com

    Inezil Penna Marinho (1915-1987).

    Nascimento (1997) relata que Marinho se destacou a partir de 1943, quando da

    publicao do seu primeiro texto: Contribuio para a Histria da Educao Fsica no

    Brasil, posteriormente republicado com modificaes entre os anos de 1952 a 1954 nos

    quatro volumes de sua obra: Histria da Educao Fsica e Desportos no Brasil. Inezil

    Penna Marinho ao longo de mais de 40 anos dedicados a educao fsica brasileira

    deixou uma vastssima produo terica, que marcou uma concepo de Histria

    Episdica (FERREIRA NETO, 1997) ou Documental-Factual (MELO, 1999).

    Nos anos de 1940, Marinho (1944), no seu livro Curso de Educao Fsica, faz uma

    crtica a Cultura Fsica, apresenta o Mtodo Francs, em vigncia na legislao

    brasileira, e uma teorizao at ento indita: o Treinamento Desportivo e as bases da

    psicologia do treinamento. Nesta ocasio o autor faz uma defesa entusiasta, porm sem

    muitos fundamentos tericos, de uma perspectiva que acabou por nortear todo o

    pensamento do Ps-Segunda Guerra Mundial, adentrando o perodo ditatorial (1969-

    1985) no Brasil, objetivando a formao de uma nao esportivizada e de uma cultura

    do Esporte de competio em nosso pas.

    O processo de crtica a esta forma de pensamento e de busca de novas perspectivas para

    a educao fsica desencadeou-se em um momento em que a Ditadura Militar dava

    sinais de esgotamento. Nesse perodo conturbado, abriu-se espao fecundo para a

    formao de movimentos sociais de luta, de crticas s instituies sociais e ideologia

    at ento dominante e de possibilidades de uma transformao da ordem social,

    forando a abertura poltica. Esse processo incitou a produo terica de crticas sociais,

    polticas e econmicas que, por sua vez, abrangeram a educao e a educao fsica, na

    busca por sua renovao.

    Entidades ligadas educao no Brasil iniciaram um amplo processo de debates que

    marcaram os finais dos anos de 1970 e anos 80, nos quais ganhou destaque a

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    Associao Nacional de Ps-Graduao e Pesquisa em Educao (ANPED), fundada

    em 1976, a Sociedade Brasileira para o Progresso da (SBPC), uma das mais

    antigas entidades cientficas do Brasil, em atuao desde 1948 e, o Centro de

    Estudos Educao e Sociedade (CEDES), criado em maro de 1979, na cidade de

    Campinas SP1.

    Esse momento tambm foi marcado pela edio de peridicos na rea de educao

    como o prprio CEDES, que passou a editar a Revista Educao & Sociedade, e

    atualmente edita tambm os Cadernos CEDES (CEDES, 2010). Outros peridicos

    tambm se tornaram referncia neste perodo.

    A exemplo do que j vinha ocorrendo, os Encontros, Seminrios, Congressos, Fruns

    continuaram sendo promovidos e organizados pelas mais diversas instituies

    brasileiras ligadas a educao. O Frum Nacional de Educao na Constituinte, um dos

    mais importantes movimentos sociais da rea aps a queda da Ditadura no Brasil, foi

    lanado oficialmente em 1987, recebendo, posteriormente, a denominao de Frum

    Nacional em Defesa da Escola Pblica (FNDEP). Este movimento atuou durante o

    processo de elaborao da Constituio Brasileira de 1988 e da Lei de Diretrizes e

    Bases da Educao Nacional, que depois de um longo perodo de grandes impasses e

    conflitos polticos, teve a sua promulgao somente em 1996, oito anos depois. O

    lanamento deste Frum, que foi inicialmente composto por 15 entidades, foi

    acompanhado de um "Manifesto em Defesa da Escola Pblica e Gratuita", seguindo

    uma tradio dos educadores brasileiros desde a dcada de 30, e expressava a vontade

    poltica de parcelas da intelectualidade brasileira engajada na luta pela redemocratizao

    do Pas.

    1 O CEDES foi idealizado durante o I Seminrio de Educao Brasileira, realizado em 1978, na Unicamp, e a realizao sucessiva de duas edies desse Seminrio levou a organizao conjunta do CEDES, ANPED e ANDE das Conferncias Brasileiras de Educao (CBEs), de movimentos sociais de reorganizao do sistema educacional, congressos, encontros, seminrios (http://www.cedes.unicamp.br/sobreocedes.htm).

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    Concomitantemente a formao de movimentos sociais e polticos de discusses que

    ocorriam no plano mais amplo da educao, configuravam-se na educao fsica

    movimentos organizados, entidades e fruns que debatiam, com efervescncia, o

    momento poltico em questo, e a necessidade de profundas mudanas. O Colgio

    Brasileiro de Cincias do Esporte (CBCE), criado em 1978, foi uma das mais

    importantes entidades cientficas do Brasil nesse processo de transio, especialmente

    nos ltimos anos da Ditadura Militar, momento em que assumiu um carter poltico e

    uma vertente mais crtica.

    Os fruns de natureza cientfica, especialmente o Congresso Brasileiro de Cincias do

    Esporte (CONBRACE) e o Encontro de Histria da Educao Fsica, criado em 1993,

    se constituram em espaos propcios ao debate acadmico-cientfico e a socializao de

    estudos na rea. Peridicos nacionais, como a Revista Brasileira de Cincias do Esporte

    e a Revista Paulista de Educao Fsica, configuraram-se em importantes meios de

    divulgao das pesquisas sobre a histria da educao fsica.

    Nos primeiros anos do ps-Ditadura Militar no Brasil, a produo de conhecimentos

    cientficos na rea da educao fsica ampliou-se gradativamente, materializando-se em

    forma de livros, artigos, teses, dissertaes, entre outros meios. Nessa conjuntura que

    os estudos e pesquisas sobre a histria da educao fsica, metodologias de ensino,

    teorias pedaggicas, entre outras temticas passaram a veicular no contexto cientfico e

    editorial de forma mais expressiva, revelando na segunda metade dos anos de 1980,

    ainda que inicialmente, novos fundamentos. A necessidade que se colocava em pauta

    era a superao do mecanicismo do pensamento positivista, predominante na

    historiografia e nas discusses pedaggicas e metodolgicas da educao fsica.

    O desafio passou a ser a busca por novas perspectivas de compreenso da realidade,

    alcanando dimenses intransponveis ao mtodo positivista de anlise. As crticas que

    j estavam presentes desde os finais da dcada de 1970 e incio da dcada de 1980 por

    Apolnio do Carmo (1982), Joo Paulo Medina (1983), Vitor Marinho de Oliveira

    (1983 e 1985), entre outros, passou a ganhar reforo nas escritos de Lino Castellani

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    Filho (1983 e 1988), Valter Bracht (1992), Celi Nelza Zlke Taffarel (1993). Nesse

    perodo inaugurou-se uma tendncia nos escritos de Vitor Marinho, Celi Taffarel e

    outros tericos a vincular a educao fsica cultura.

    O movimento de crtica que se manifestou de forma mais significativa a partir da

    segunda metade dos anos de 1980 e marcou esse novo momento da pesquisa

    historiogrfica e pedaggica da educao fsica no Brasil, partiu da denncia de uma

    crise de identidade da rea (CASTELLANI FILHO, 1988). Desta, entre outras

    denncias, suscitaram a necessidade de compreender os determinantes sociais, polticos

    e econmicos que estavam na gnese e nos desdobramentos da sua histria e,

    engendradas nelas, de suas prticas pedaggicas.

    Pesquisadores da educao fsica inseriram-se em programas de ps-graduao nas

    cincias sociais e humanas no Brasil e no exterior. As pesquisas, especialmente no

    exterior, mas tambm nas instituies brasileiras originaram a configurao de uma

    multiplicidade de linhas tericas e de teorias pedaggicas.

    Autores como Castellani Filho (1997) e Albuquerque et al. (2007), entre outros,

    esboaram a configurao das concepes pedaggicas constituidas nos anos de 1980 e

    1990. Estas novas perspectivas que emergiram desse momento histrico podem ser

    sintetizadas nas concepes abertas de aulas ou Ensino Aberto, de autoria de

    Hildebrandt e Laging (1986); a abordagem Desenvolvimentista de Tani et al. (1988), a

    perspectiva Construtivista e Cognitivista de Freire (1989); a Cultural de Jocimar Dalio

    (1994); a Sociolgica, de Bracht (1992 e 1997) e, tambm, as consideradas de linha

    crtica como a Crtico Emancipatria de Kunz (1994) e a Crtico Superadora do Soares

    et al.(1992), conhecida como Coletivo de Autores.

    Albuquerque et al. (2007, p. 130 ), explicitou as proposies epistemolgicas da

    educao fsica destas novas teorias pedaggicas, nas quais tomamos aqui as que

    consideramos de maior projeo: Educao fsica enquanto campo acadmico e de

    vivncias sociais (Bracht); Educao fsica enquanto campo acadmico que estuda o

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    se movimentar humano (Kunz) ou educao fsica enquanto campo acadmico,

    profissional, cultural, pedaggico cujo objeto a cultura corporal de movimento (Kunz

    e Bracht); Educao fsica enquanto campo acadmico, profissional, cultural,

    pedaggico cujo objeto de estudo a cultura corporal (Coletivo de Autores).

    Considerando o nosso objeto de estudo, entendemos oportuno citar tambm, a Cultura

    do Corpo de Jocimar Dalio.

    Diante destas consideraes histricas e culturais acerca da educao fsica emergem as

    seguintes questes que balizam este estudo: Quais as concepes de cultura que

    balizaram a constituio histrica da educao fsica no Brasil? Por que recuperar a

    cultura e incorpor-la nas definies de educao fsica a partir de 1980? Quais as razes

    histrico-filosficas de cultura das novas teorias pedaggicas da educao fsica e o que

    as sustentam a partir da dcada de 1980? Como pode ser compreendida a cultura

    corporal? A partir de que pressupostos tericos ela foi idealizado? Quais as suas

    implicaes pedaggicas para a Educao Fsica?

    Aps um perodo promissor de crtica, de embate terico e de busca de construo de

    um novo pensamento, prprio dos anos de 1980 e da produo de teorias pedaggicas

    institudas que me induzem as seguintes hipteses: 1) que a educao fsica vem

    retomando, ainda que em uma nova configurao, os preceitos higienista/eugenista e

    esportivista neste incio de sculo e, engendrados nela, a concepo de cultura alienada,

    opondo-se a uma cultura que promova o desenvolvimento das potencialidades humanas

    e de sua emancipao; 2) que as concepes de cultura subjacentes s novas teorias

    pedaggicas, embora muito frequentemente utilizadas e associadas como sendo

    congruentes, em sua gnese, so divergentes no seu fundamento e no seu propsito para

    a educao. 3) Que para as novas perspectivas pedaggicas da educao fsica

    elaboradas a partir dos anos de 1980 Era preciso mudar para que tudo permanecesse

    como era antes2. 4) Que a perspectiva da Cultura Corporal, ainda que apontando para

    um perspectiva crtica e indicando um caminho metodolgico, no promoveu mudanas

    profundas na educao fsica, por carecer de elementos tericos que dessem fundamento

    2 Trata-se do romance de Giuseppe Tomasi Di Lampedusa (1896 1957) O Leopardo.

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    aos seus principais conceitos (como, por exemplo, o de Cultura e de Cultura Corporal),

    e superassem certas contradies tericas que subsidiassem as transformaes

    necessrias.

    Mello expressou muito bem a realidade da educao fsica no momento atual ao afirmar

    que

    Apesar dos avanos na dcada de 1980 em relao educao fsica, muitas questes permanecem em aberto e desafiam o empenho de alguns pesquisadores da rea. Diria mesmo que algumas questes precisam ser reformuladas ou redefinidas para que possamos avanar efetivamente no s em termos de uma compreenso mais ampla da educao fsica, mas tendo em vista uma ao historicamente fundamentada (Mello, 2009, p. 17).

    Em face desta realidade, considero que a pesquisa proposta no sentido de entender a

    relao entre cultura e educao fsica, buscando redefinir conceitos que possam nos

    ajudar nesta compreenso, como a prpria cultura, suas diferentes concepes e

    influncias na educao fsica, mas fundamentalmente avanar no entendimento da

    cultura corporal.

    A partir destas consideraes a pesquisa tem como foco central a relao histrica entre

    cultura, educao e educao fsica. Nesta perspectiva, fundamentalmente nos

    propomos a analisar a cultura na constituio histrica do campo da educao fsica no

    Brasil e suas razes filosficas e conceituais, especialmente presentes nas novas

    proposies tericas constitudas a partir dos anos de 1980 e, a partir destas anlises,

    avanar na compreenso da cultura corporal no materialismo histrico, como

    pressuposto para uma prtica historicamente fundamentada na educao fsica.

    Para tanto, entendemos ser necessrio resgatar e contextualizar historicamente a gnese

    da relao entre cultura e educao fsica, tomando como referncia central o

    pensamento pedaggico de intelectuais como Rui Barbosa, na defesa da formao da

    cultura paralela e recproca do corpo e do esprito, e Fernando de Azevedo, em sua

    teorizao sobre a Educao Fsica e cultura atltica, bem como, a oposio Cultura

    Fsica em Inezil Penna Marinho e sua relao com a formao das bases da cultura

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    esportiva no Brasil; Identificar as razes histricas e filosficas das concepes de

    cultura presentes nas novas teorias pedaggicas da Educao Fsica, elaboradas a partir

    dos anos de 1980, em particular, a concepo Crtico-emancipatria que entende a

    educao fsica como Cultura Corporal de Movimento; a Plural e sua concepo de

    educao fsica como Cultura do Corpo; e, a Crtico-Superadora e a perspectiva da

    Cultura Corporal; Estudar os pressupostos tericos que fundamentam a perspectiva da

    Cultura Corporal, resgatando o conceito de cultura no seu sentido mais amplo, a partir

    dos estudos clssicos do materialismo histrico, especialmente dos debates de Marx e

    em Lukcs e Gramsci, que marcaram o incio de uma tradio interessada pelas

    questes culturais; Analisar, luz deste referencial terico do materialismo histrico, as

    produes cientficas mais relevantes acerca da cultura corporal, buscando contribuir

    para avanos na compreenso desta perspectiva terica e metodolgica; e como sntese

    final sistematizar alguns elementos que apontem para as implicaes da cultura corporal

    para o ensino da educao fsica

    REFERENCIAL TERICO-METODOLGICO

    A constituio histrica da educao fsica brasileira como prtica social e pedaggica

    vem sendo objeto de estudos e pesquisas especialmente nas ltimas dcadas. Estas

    pesquisas vm se intensificando em face da necessidade de entender como se deu o

    processo de sua incorporao na educao escolar, quais as suas determinaes

    histricas; a relao histrica entre a produo de concepes tericas e a consolidao

    e reproduo da sociedade capitalista; e, suas implicaes na contemporaneidade.

    Entre tantos desafios que se colocavam nos anos de 1980, um dos principais era a

    necessidade de superar a perspectiva de histria factual/documental, hegemnicas na

    educao e na educao fsica, que se perpetuou desde os anos de 1930-40,

    especialmente com Inezil Penna Marinho. Embora se considere inquestionvel a riqueza

    na compilao de dados deste tipo de pesquisa a ponto que chegou a homogeneizar as

    abordagens no trato desse assunto na educao fsica brasileira (GOELLNER, 2009),

    fez-se necessrio buscar outra concepo de histria, que se delineou a partir dos anos

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    de 1980 a partir dos estudos de Castellani Filho (1988) e Ferreira Neto (1996, 1997,

    1999).

    A anlise da histria da educao fsica em uma perspectiva dialtica possibilitou aos

    pesquisadores da educao fsica que a tomaram como fundamento, captar o movimento

    histrico e os seus determinantes, entendendo-a como uma produo social dos homens.

    A adoo da lgica dialtica na anlise histrica tem possibilitado avanos na

    compreenso das influncias sofridas pela educao fsica na educao escolar no

    Brasil, bem como, as implicaes na formao da sua identidade. Entretanto, h um

    caminho de grandes desafios a ser percorrido, especialmente para elucidar questes

    manifestas na atualidade, que necessitam ser historicizadas e desveladas.

    As pesquisas na rea da histria e da historiografia da educao apresentam muitos

    desafios, tendo em vista que existe um debate das correntes tericas das quais derivam

    um conjunto de opes metodolgicas. A existncia desta diversidade de teorias e

    mtodos de investigao na rea em questo pressupe a necessidade de se definir qual

    teoria servir de referncia ao estudo, o mtodo de anlise e as tcnicas a ela

    pertinentes, como condio essencial para se obter a necessria rigorosidade cientfica e

    metodolgica da pesquisa acadmica.

    Considerando o objetivo de analisar a cultura na constituio histrica do campo da

    educao fsica no Brasil e suas razes filosficas e conceituais, a pesquisa trilha um

    percurso metodolgico orientado pelos pressupostos do materialismo histrico.

    Recorremos anlise histrica por entender, segundo Jos Paulo Neto (2002, p. 12) que

    A histria um processo objetivo, real dotado de especificidade. [...] expressa

    processos reais ocorrentes na sociedade dos homens. [...] um conjunto, mais

    exatamente uma totalidade de processos objetivos, que desfrutam e apresentam uma

    efetividade prpria. , portanto, um processo intelectual que reconstri, que reproduz

    um processo daquele processo objetivo anterior. objetivo, porque a histria feita

    por sujeitos, os homens fazem a histria (p. 13) e nela atuam, agem, intervm com

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    finalidades, com objetivos, com propsitos, enfim, com intenes (PAULO NETO,

    2002, p. 13).

    Os anos de 1980 foi dotado de especificidades que se constituram a partir da ao dos

    homens e de suas relaes sociais. nesse perodo que se situam as razes histricas de

    um movimento, que se destacou no Brasil pelo propsito de renovao da

    educao/educao fsica, impelidos por homens que fizeram sua histria. Os alunos,

    professores, pesquisadores, intelectuais, atuaram e agiram com finalidades e objetivos

    prprios do seu contexto histrico, expressando essa intencionalidade na prtica social,

    seja ela manifesta na prtica pedaggica ou em sua produo terica.

    Em face desta realidade, tomaremos como referncia fontes primrias, fontes

    secundrias e literatura de apoio (ARNAUT DE TOLEDO e GIMENEZ, 2009), para

    entendermos, no plano da totalidade, as condies objetivas postas e as aes humanas,

    expressas em uma forma de sociabilidade prpria do modo de produo capitalista, que

    acabou por determinar este movimento de renovao educacional, a reelaborao do

    vnculo entre educao fsica e cultura e as proposies das novas teorias pedaggicas

    da educao fsica, cujas bases epistemolgicas se situam no mbito das concepes de

    cultura historicamente produzidas.

    Esta tese ser, preliminarmente, constituda em cinco sees. Na primeira seo nos

    propomos a resgatar e contextualizar a histria da educao fsica, tomando como

    referncia a discusso sobre cultura, explicita ou implcita no pensamento dos mais

    importantes intelectuais do Imprio, da Repblica e do Estado Novo que teorizaram

    sobre a educao fsica, estabelecendo relaes com o contexto social, econmico e

    poltico destes perodos.

    Vale destacar que nos estudos histricos e pedaggicos da educao fsica publicados

    no Brasil, Rui Barbosa, Fernando de Azevedo e Inezil Penna Marinho se tornaram

    referncia sine qua non. Os primeiros foram intelectuais de grande referncia no Brasil

    e que tinham uma forte influncia e envolvimento na sociedade e na poltica de seus

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    tempos. O debate que norteou o pensamento dos pioneiros da Escola Nova no Brasil

    como Ansio Teixeira, Fernando de Azevedo, Loureno Filho e a defesa da formao de

    uma Cultura Nacional, tem sido fundamental para a compreenso da educao fsica nos

    escritos, por exemplo, de Fernando de Azevedo e seu Da Educao Fsica: estudo de

    cultura atltica e a evoluo do esporte no Brasil. Inezil Penna Marinho outro

    estudioso brasileiro importante para a compreenso da histria da educao fsica.

    Estudar a cultura fsica nos anos de 1940 e a crtica a predominncia desta cultura na

    educao fsica outra discusso que nos parece fundamental para os propsitos da

    pesquisa em questo.

    Castellani Filho (1988), Carmem Lcia Soares (1994), Amarlio Ferreira Neto (1996,

    1997, 1999), Silvana Goellner (2009) entre outros, destacaram a importncia destes

    tericos do Imprio e da Repblica na constituio histrica da educao fsica

    brasileira. Estes estudos desenvolvidos deram contribuies muito significativas para a

    historiografia da rea. Por esta razo, no nos dedicaremos exaustivamente a esta

    discusso, j que estes estudiosos o tem realizado com muita propriedade, ainda que

    acreditemos que estudos originais estejam na eminncia de serem desenvolvidos.

    Partindo deste pressuposto, nos restringimos primeiramente a atestar que a relao entre

    cultura e educao fsica est na gnese das discusses polticas e pedaggicas da

    educao fsica desde o Imprio, se perpetuando na histria educacional brasileira at o

    momento atual. Para tanto, retomamos obras clssicas dos principais intelectuais que se

    dedicaram a teorizar sobre a educao fsica e, tambm, fontes secundrias, como as

    supracitadas.

    Posteriormente nos dedicamos a estudar a cultura nas novas teorias pedaggicas da

    educao fsica, buscando sua compreenso, a partir de suas razes histrico-filosficas.

    A educao fsica cujo objeto a cultura corporal de movimento de Elenor Kunz

    (1994); a concepo antropolgica de cultura do corpo entendendo o corpo como

    construo social e sede de signos sociais de Jocimar Dalio (1994, p. 30) e, a

    Educao fsica como prtica pedaggica que, no mbito escolar, tematiza formas de

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    atividades expressivas corporais como: jogo, esporte, dana, ginstica, formas estas que

    configuram uma rea de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal

    (Soares, et al, 1992, p. 50, grifo nosso). Para tanto, tomamos como referncia os

    principais autores destas proposies tericas, suas principais produes e as

    concepes de cultura que as fundamentam.

    A partir destes estudos, buscamos analisar as razes histricas e filosficas destas

    concepes de cultura, explicitadas nas teorias pedaggicas da educao fsica, a saber:

    cultura corporal de movimento, Teoria Crtica da Escola de Frankfurt, especialmente a

    teorizao de Jrgen Habermas; Cultura do Corpo, Antropologia Interpretativa de

    Clifford Geertz; e, Cultura Corporal, Materialismo Histrico de Marx e Engels. Entendo

    ser necessrio apreender o entendimento de cultura a partir das obras clssicas que

    fundamentaram as concepes de educao fsica relacionada cultura.

    A seguir nos dedicamos ao estudo dos pressupostos tericos que fundamentam a

    perspectiva da Cultura Corporal, resgatando o conceito de cultura no seu sentido mais

    amplo, a partir dos estudos clssicos do materialismo histrico. Para tanto, tomamos

    algumas das obras clssicas de Marx (1980, 1987; 1988; 1991; 1992; 1996),

    especialmente os debates de Marx (1994, 2004) em O Capital, captulos I e V; os

    estudos sobre a Ontologia do ser social de Gyrgy Lukcs (1979); Friedrich Engels

    (2010) Sobre o papel do trabalho na transformao do macaco em homem3, bem como,

    os textos sobre as questes culturais de Antonio Gramsci (2006) nos Cadernos do

    Crcere, volume 2: Os Intelectuais, e O Princpio Educativo; e, ainda, a relao entre O

    Homem e a Cultura, tratadas no livro O Desenvolvimento do Psiquismo de Alexei

    Leontiev (1978).

    luz deste referencial analisamos, no momento posterior as produes cientficas mais

    relevantes acerca da cultura corporal, fundamentalmente explicitadas no livro

    Metodologia do Ensino da Educao Fsica (SOARES, et al., 1992), bem como de

    3 Escrito por Engels em 1876. Publicado pela primeira vez em 1896 em Neue Zelt. Publica-se segundo com a edio sovitica de 1952, de acordo com o manuscrito, em alemo. Traduzido do espanhol.

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    outras produes: Soares, Taffarel e Escobar (1993); Castellani Filho (1997);

    Albuquerque, Casagrande, Taffarel, Escobar (2007), com vistas a contribuir para

    avanos na compreenso desta perspectiva terica e metodolgica.

    Por fim, nos propomos a apontar, a partir dos estudos desenvolvidos, as implicaes da

    cultura corporal para o ensino da Educao Fsica.

    CONSIDERAES FINAIS:

    Aps a delimitao do assunto a ser pesquisado, da seleo e ao cotejo das fontes

    clssicas e dos documentos histricos, dedicamo-nos, neste momento, a leitura das

    fontes clssicas, como pressuposto fundamental para as anlises propostas.

    Considerando o limite temporal institucionalmente estabelecido, a amplitude da

    pesquisa, de perspectiva histrica, e a inquestionvel necessidade de rigorosidade

    cientfica, o trabalho de pesquisa at o momento tem se desenvolvido de forma

    sistemtica e as condies de execuo tem sido bastante favorveis.

    Entretanto, ainda que o processo de busca por fontes esteja facilitado pela tecnologia,

    especialmente o acesso a textos antigos que esto digitalizados e a aquisio de obras

    tidas como clssicas via sites virtuais, as dificuldades no processo de acesso a

    determinadas fontes ainda se faz presente. Diante disto, ser necessrio um esforo para

    o acesso a textos originais, cuja traduo parcial no Brasil, como a Ontologia de

    Lukcs, para exemplificar, bem como de outras fontes mais raras.

    Os textos clssicos, ora em estudo, tem exigido grande esforo intelectual de

    compreenso de seus pressupostos tericos, entretanto, tem contribudo de maneira

    singular para a apropriao de determinados conceitos como ser social, trabalho,

    cultura, que so fundamentais tanto para as contraposies tericas pertinentes a

    pesquisa, quanto para o prprio entendimento de cultura corporal para a educao fsica.

    REFERNCIAS:

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