constitucional iii
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Apostila Dir Constitucional 3TRANSCRIPT
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Direito Constitucional III Prof Ms. Meyre Elizabth Carvalho Santana
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Professora Meyre Elizabeth Carvalho Santana
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Meyre Elizabth Carvalho Santana Especialista em Educao; Mestre em Direito; Doutoranda em Direito; Professora do
Curso de Graduao em Direito da Universidade Salgado de Oliveira - UNIVERSO Campus Goinia
Direito Constitucional III
Goinia Gois 2013/1
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LISTA DE ABREVIATURAS
AC Apelao Cvel Ac. Acrdo ADCT Ato das Disposies Constitucionais Transitrias ADECON Ao Declaratria de Constitucionalidade ADI Ao Direta de Inconstitucionalidade Ag.Ins. Agravo de Instrumento Ag.Rg. Agravo Regimental Ap.- Apelao
art. - Artigo
c/c combinado com CC Cdigo Civil (Lei n. 10.406/02) CCom. Cdigo Comercial (Lei n. 556, de 25-6-1850) CDC Cdigo de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90) CF Constituio da Repblica Federativa do Brasil CLT Consolidao das Leis do Trabalho (Dec.Lei n. 5.452/43) CP Cdigo Penal (Dec.Lei n. 3.914/41) CPC Cdigo de Processo Civil (Lei n. 5.869/73) CPP Cdigo de Processo Penal (Dec.-Lei n. 3.931/41) CTN Cdigo Tributrio Nacional (Lei n. 5.172/66) Des. Desembargador Des.F. Desembargador Federal DJU Dirio da Justia da Unio DOU Dirio Oficial da Unio EC Emenda Constituio ECA Estatuto da Criana e do Adolescente (Lei n. 8.069/90) EDcl. Embargos Declaratrios EOAB Estatuto da OAB (Lei n. 8.906/94) FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Servio
HC Habeas Corpus IES Instituio de Ensino Superior j. julgamento LC Lei Complementar LCP Lei das Contravenes Penais (Dec.-Lei n. 3.688/41) LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (Lei n. 9.394/96) LEP Lei das Execues Penais (Lei n. 7.210/64) LICC - Lei de Introduo ao Cdigo Civil (Dec.-Lei n. 4.657/42)
LRF - Lei de Recuperao e Falncia (Lei n. 11.101/05)
LRP Lei dos Registros Pblicos (Lei n. 6.015/73) MC Medida Cautelar MI Mandado de Injuno Min. - Ministro
MP Ministrio Pblico
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MS Mandado de Segurana Rec. - Recurso
Rel. Relator REsp. - Recurso Especial
REx. Recurso Extraordinrio RHC Recurso em Habeas Corpus RISTF Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal RISTJ Regimento Interno do Superior Tribunal de Justia RMS Recurso em Mandado de Segurana RO Recurso Ordinrio RT Revista dos Tribunais RTJ Revista Trimestral de Jurisprudncia STF Supremo Tribunal Federal STJ Superior Tribunal de Justia STM Superior Tribunal Militar Sm. Smula Sm.V. Smula Vinculante TGP Teoria Geral do Processo TJ Tribunal de Justia TRF Tribunal Regional Federal TRT Tribunal Regional do Trabalho TSE Tribunal Superior Eleitoral TST Tribunal Superior do Trabalho
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Unidade I
TRIPARTIO DOS PODERES E DAS FUNES ESTATAIS
Fundamento legal:
Art. 2, CF: So poderes da Unio, independentes e
harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judicirio.
1 DIREITO CONSTITUCIONAL
o principal ramo do direito pblico1 destinado ao estudo da Constituio, cujo fim
a organizao da atividade do Estado.
Conceito: Direito Constitucional, como cincia, o conhecimento sistematizado
das regras jurdicas relativas forma do Estado, forma do governo, ao modo de aquisio
e exerccio do poder, ao estabelecimento de seus rgos e aos limites de sua atuao.
1.1. Evoluo do conceito de ESTADO:
Na antiguidade, era condio de coisa ou pessoa (ex. statu civilis, status quo ante).
Na Idade Mdia, eram os prprios corpos sociais da poca: clero, nobreza e povo.
Macchiavelli: Primeiro a utilizar Estado com sentido de unidade poltica total (stato); em
sua obra Il Prncipe (1513), dividiu o Estado em Repblicas e Principados.
A Revoluo Francesa acrescentou ao conceito de Estado o elemento burguesia
Atualmente, o Estado composto de:
Povo, que o elemento humano constitutivo;
Territrio, que o elemento material; e,
Poder poltico, que a possibilidade de, legitimamente, impor a todos uma conduta
destinada ao estabelecimento e manuteno da ordem social.
2 SEPARAO DOS PODERES
Concepo e evoluo da teoria da separao dos poderes:
2.1.1 Concebida por Aristteles, na Antiguidade (Obra Poltica)
1 Na doutrina moderna, discute-se esta dicotomia do direito, entre pblico e privado; para nosso estudo,
classifica-se por pblico o ramo cujo interesse , predominantemente, pblico, como por ex., Direito
Constitucional, Administrativo, Processual etc, e privado aquele em que o interesse , predominantemente,
privado, como por ex., o Direito Civil
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2.1.2 Formulao terica: John Locke (1632-1704) = doutrina contratualista (1690: Two treatise on government). Fundamentos: paz, assistncia mtua e conservao. Concebeu
quatro poderes:
2.1.2.1 Poder Federativo, encarregado das relaes exteriores; 2.1.2.2 Poder Legislativo; 2.1.2.3 Poder Judicirio; e, 2.1.2.4 Um quarto Poder, Prerrogativa: o Prncipe devia agir pelo bem comum, quando
houvesse lacuna na lei.
2.1.3 Russeau (1712-1778), em sua obra Contrato social, inspirou a revoluo francesa, afirmando que o pacto social celebrado entre homens, e no entre povo/governante
2.1.4 Montesquieu (sc XVII-XVIII, O Esprito das Leis) concebeu os Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio como encarregados das funes do Estado
2.1.5 Art. 16 da Declarao Francesa dos Direitos do Homem e do Cidado, de 1789 2.1.6 No Constitucionalismo moderno: Poder uno; funes tripartites 2.1.7 No Direito Constitucional Brasileiro: Art. 2: Independncia (s relativa) e harmonia
entre os poderes.
3 SEPARAO DAS FUNES ESTATAIS:
A doutrina norte-americana criou a teoria dos freios e contrapesos (checks and
balances), que foi exportada para outros pases, inclusive o Brasil; por ela, h distribuio
das funes estatais, entre os trs poderes, prevista na Constituio, de modo a estabelecer a
harmonia entre eles, preservando a sua independncia.
Na Amrica Latina, o tema foi discutido, pela primeira vez, em 1902, em Buenos
Aires, por Leon Deguit, e, a partir de ento, a comunidade jurdica passou a incorpor-la
em seus estudos.
O fundamento que, para que haja a separao de poderes, faz-se necessria a
observncia das seguintes CLUSULAS-PARMETROS:
3.1 Independncia e harmonia 3.2 Indelegabilidade de funes 3.3 Inacumulabilidade de cargos e funes
Outrossim, certo que a to-s separao de poderes no capaz de eliminar os
aspectos absolutistas do poder, fazendo-se necessrio mesclar as funes entre os poderes,
de forma que, mesmo independentes, possam ser harmnicos, tal como preceitua, a
propsito, o art. 2 da CF/88.
4 FUNES TPICAS E ATPICAS
Existem algumas funes que so, tradicionalmente, atribudas a cada um dos
poderes; so as chamadas funes tpicas; existem outras que, embora tradicionalmente
pertenam a um Poder, so atribudas a outro, pela Constituio, justamente para
estabelecer a harmonia entre os trs poderes.
So elas:
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Poder Tpicas Atpicas
Legislativo Legislar
Controlar
Fiscalizar
Julgar: Presidente, Vice, Ministros de Estado e
Comandantes das trs foras, em crime de
responsabilidade (art. 52, I); Ministros do STF, PGU e
AGU, em crimes de responsabilidade (52, II)
Administrar: aprovar indicao cargos - art. 52, III;
exercer o autogoverno (elaborar e aprovar seu prprio
Regimento Interno; elaborar proposta oramentria;
exercer a administrao do Poder)
Executivo Administrar Legislar: Expedir MPs (art.62), Decretos (art.84,VI) e leis
delegadas (art.68);
Iniciar processo legislativo (art.84,III);
Vetar projetos de leis (art.84,V)
Julgar: o contencioso administrativo
Judicirio Exercer a
jurisdio
Legislar: iniciar processo legislativo em matria de sua
competncia (art. 96,II); provimento de cargos de juiz (art.
96,I,c); declarao da constitucionalidade e
inconstitucionalidade das leis
Administrar: exercer o autogoverno (elaborar e aprovar
seu prprio Regimento Interno; elaborar proposta
oramentria; exercer a administrao do Poder)
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Unidade I Questionrio
Ouo e esqueo; vejo e lembro; pratico e compreendo. (Confcio)
1. Conceitue o Direito Constitucional 2. Quais os elementos que compem o Estado, segundo o constitucionalismo
moderno?
3. Quais as clusulas-parmetro que justificam a teoria da separao de poderes? 4. Quais as funes tpicas atribudas ao Poder Legislativo? 5. Quais as funes tpicas atribudas ao Poder Executivo? 6. Quais as funes tpicas atribudas ao Poder Judicirio? 7. Exemplifique trs (3) situaes em que o Poder Legislativo desempenha funes
atpicas.
8. Exemplifique trs (3) situaes em que o Poder Executivo desempenha funes atpicas.
9. Exemplifique trs (3) situaes em que o Poder Judicirio desempenha funes atpicas.
10. Qual a teoria que justifica a independncia dos poderes, prevista no art. 2 da CF/88?
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Unidade II
PODER LEGISLATIVO
1. ESTRUTURA:
Federal (da Unio) Estadual Distrital Municipal Legislativo Congresso Nacional Assemblias
Legislativas
Cmaras Legislativas Cmaras Municipais
Executivo Presidente da
Repblica
Governador do Estado Governador do Distrito
Federal
Prefeito Municipal
Judicirio STF,
Tribunais Superiores,
Justia Federal,
Justia do Trabalho e
Justia Eleitoral
Tribunais de Justia e
Juzes Estaduais
Tribunal de Justia e
Juzes do DF/T*
---------------------
2. FUNES:
Tpicas: so aquelas para cujo exerccio cada um dos poderes foi, historicamente,
criado. So elas:
Legislativa: i. Criao de normas jurdicas obrigatrias que inovam o Direito
Fiscalizadora: i. Fiscalizar os atos do Poder Executivo (art. 49, IX);
ii. Exercer o controle externo da Administrao Pblica (Art. 70-71), com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio
Controladora: i. Controlar, prvia e concomitantemente, a atuao do Poder
Executivo (Art. 49, II, III; 52, III etc)
Constituinte: i. Atualizar a constituio, atravs de emendas (art. 60);
ii. Elaborar as constituies estaduais e atualiza-las; e, iii. Elaborar as leis orgnicas dos municpios e atualiza-las.
Deliberativa: i. Expedir decretos legislativos e resolues (art. 49, 51 e 52)
Atpicas: so aquelas que, historicamente, so desempenhadas por outros poderes,
mas, por definio poltica, definida na Constituio, so outorgadas a determinado poder,
que, em regra, no a exerce. Compe o sistema de freios e contrapesos (checks and balances), cuja finalidade estabelecer a interrelao dos poderes. So elas: 4.1 Julgadora atribuda, excepcionalmente, ao poder executivo: 4.1.1 Julgamento de altas autoridades (art. 51, I; 52, I); 4.1.2 Contencioso administrativo; e, 4.2 Administrativa - atribuda, excepcionalmente, pela CF/88, aos poderes legislativo e
executivo, possibilitando-lhes o exerccio do autogoverno.
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3. HISTRICO:
Magnun consilium (rgo de consulta do Rei para fazer leis e lanar impostos)
Funo legislativa: conquistada na Inglaterra, me do Parlamento, no fim do sculo XIV, por meio de barganha: o Rei teria o consentimento de lanar
impostos em troca da extenso da funo legislativa
Importncia de Oliver Cromwell na posio de precedncia do Parlamento sobre o Rei Carlos I e, posteriormente, de seu filho Richard Cromwell sobre
Carlos II
Revoluo francesa: pice da posio de supremacia
Ps-guerra (1914-1918): declnio da funo criadora do direito. Principal causa: Morosidade x interveno estatal (welfare state)
Modernamente: expanso das atividades do Estado e lentido do processo de criao das leis = ampliao do espectro normativo do Executivo
4. ORGANIZAO: PODER LEGISLATIVO FEDERAL
Art. 44. O Poder Legislativo exercido pelo Congresso Nacional, que se
compe da Cmara dos Deputados e do Senado Federal.
Caractersticas Cmara dos Deputados Senado Federal Composio 513
2 (8/70 p/Estado/DF; 4 T)* 81 (3 p/Estado/DF)
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Representao Povo Estados
Eleies Sistema proporcional 4 Sistema majoritrio
Requisitos Brasileiro nato/naturalizado, 21 anos,
eleitor, no inelegvel
Brasileiro nato/naturalizado, 35 anos, eleitor,
no inelegvel
Presidente Brasileiro nato Brasileiro nato;
preside o Congresso Nacional
Renovao 4 em 4 anos 4 em 4 anos, 1/3 e 2/3, alternadamente
*So 70 por SP, 53 MG, 46 RJ, 39 BA, 31 RS, 30 PR, 25 PE, 22 CE, 18 MA, 17 GO,
16 SC, 12 PB, 10 ES/PI, 9 AL, 8 demais Estados.
A CF/88 adotou o sistema bicameral federado, tradicional nas Constituies
brasileiras, exceto a de 1934, quando o Senado apenas colaborava, e de 1937, quando o
parlamento no funcionou.
A representao dos Estados, pelo Senado, regra usual, exceto na Alemanha e na
ustria, onde o nmero varia conforme a populao do Estado.
A CF fixa o nmero total de Deputados Federais que compem a Cmara dos
Deputados (513); a Lei Complementar n 78/93 fixou o nmero mnimo e mximo de
2 Para comparao: nos EUA, h 435 membros na Cmara de Representantes.
3 Para comparao: nos EUA, h 2 senadores por estado, totalizando 100, com mandato de 6 anos, com
renovao de 1/3 a cada 2 anos 4 Na verdade, h uma semiproporcionalidade, porque no h uma relao direta entre o numero de habitantes
e o de representantes, j que, em Roraima, h um deputado para cada 51 mil habitantes e, no outro extremo,
em So Paulo, h um deputado para cada 585 mil habitantes
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parlamentares, por Estado (art. 2), e o critrio de fixao de nmero de deputados por
estado, com base no censo do nmero de habitantes, feito pelo IBGE no ano anterior s
eleies. Cabe ao TSE fixar o nmero da representao por Estado.
A principal vantagem do sistema bicameral o aprimoramento tcnica legislativa,
atravs da votao nas duas casas; sua grande desvantagem a morosidade
No h hierarquia entre as Casas; s primazia quanto iniciativa legislativa (art. 61,
2 e 64), que da Cmara dos Deputados.
Os Poderes Legislativos Estadual, Distrital e Municipal so unicamerais (art. 27, 29
e 32).
5. ATRIBUIES DO CONGRESSO NACIONAL
CONGRESSO
NACIONAL
CMARA DOS
DEPUTADOS
SENADO FEDERAL
Art. 48 com sano Art. 49 exclusiva
Art. 51 privativa (=exclusiva)
Art. 52 privativa (=exclusiva)
5.1 COMPETNCIAS DO CONGRESSO NACIONAL
No artigo 48 esto enumeradas as atribuies legislativas do Congresso Nacional,
isto , sua competncia para elaborar normas jurdicas que inovam o direito positivo ptrio
e que, ao final, sero submetidas sano presidencial antes de se tornarem obrigatrias.
As matrias compreendidas nestas atribuies esto delimitadas nas competncias
dos artigos 22 e 24 da CF, ao cuidar da organizao poltico-administrativa do Estado
brasileiro. A ttulo de reviso, merece registro que as competncias do art. 22 so
exclusivas da Unio, que pode delegar aos Estados, atravs de Lei Complementar ( nico),
to somente, a competncia para legislar sobre questes especficas. J o art. 24 enumera as
situaes em que a competncia legislativa concorrente, isto , cabe Unio estabelecer
as regras gerais ( 1) e aos Estados e ao Distrito Federal, as normas especficas ou as
normas que suplementem as normas gerais, j editadas pelo Congresso Nacional ( 2).
Neste caso, entretanto, diversamente do que ocorre com as situaes do art. 22, se o
Congresso Nacional for omisso, as Assemblias Legislativas e/ou a Cmara Legislativa
podem estabelecer regras gerais ( 3), que, todavia, tero sua eficcia suspensa se o
Congresso vier a editar, posteriormente, norma jurdica acerca do tema ( 4). Veja-se, a
ttulo de exemplo, a questo sobre os Bingos, que foi objeto da Smula Vinculante n.2, de
30/6/2007, do seguinte teor: inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consrcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sano do Presidente da Repblica, no
exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matrias de
competncia da Unio, especialmente sobre:
I - sistema tributrio, arrecadao e distribuio de rendas;
II - plano plurianual, diretrizes oramentrias, oramento anual, operaes de crdito, dvida
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pblica e emisses de curso forado;
III - fixao e modificao do efetivo das Foras Armadas;
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;
V - limites do territrio nacional, espao areo e martimo e bens do domnio da Unio;
VI - incorporao, subdiviso ou desmembramento de reas de Territrios ou Estados,
ouvidas as respectivas Assemblias Legislativas;
VII - transferncia temporria da sede do Governo Federal;
VIII - concesso de anistia;
IX - organizao administrativa, judiciria, do Ministrio Pblico e da Defensoria Pblica da
Unio e dos Territrios e organizao judiciria, do Ministrio Pblico e da Defensoria
Pblica do Distrito Federal;
X - criao, transformao e extino de cargos, empregos e funes pblicas, observado o
que estabelece o art. 84, VI, b;
XI criao e extino de Ministrios e rgos da administrao pblica;
XII - telecomunicaes e radiodifuso;
XIII - matria financeira, cambial e monetria, instituies financeiras e suas operaes;
XIV - moeda, seus limites de emisso, e montante da dvida mobiliria federal.
XV - fixao do subsdio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, (suprimido p/ EC 41)
observado o que dispem os arts. 39, 4, 150, II, 153, III, e 153, 2, I.
No artigo 49 esto enumeradas as competncias poltico-administrativas do
Congresso Nacional, isto , sua competncia para elaborar Resolues e/ou Decretos
Legislativos acerca do prprio Poder (VII, XIII) e os atos de interrelacionamento com os
demais poderes, notadamente com o Poder Executivo. Como bvio, nestes casos, a
atuao parlamentar prescinde da participao do Chefe do Poder Executivo; trata-se,
portanto, de competncia exclusiva5 do Congresso Nacional, posto que indelegvel.
Art. 49. da competncia exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem
encargos ou compromissos gravosos ao patrimnio nacional;
II - autorizar o Presidente da Repblica a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que
foras estrangeiras transitem pelo territrio nacional ou nele permaneam temporariamente,
ressalvados os casos previstos em lei complementar;
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica a se ausentarem do Pas, quando
a ausncia exceder a quinze dias;
IV - aprovar o estado de defesa e a interveno federal, autorizar o estado de stio, ou
5 O texto constitucional no est sistematicamente organizado quanto ao emprego das expresses
competncia exclusiva (art. 49, caput; art. 63, I; art. 68, 1.) e competncia privativa (art. 37, X; art. 51; art. 52; art. 61, 1.; art. 68, 1; art. 84), pois as utiliza indistintamente. A melhor compreenso que as
competncias exclusivas so indelegveis, e as privativas, delegveis. Portanto, so exclusivas as
competncias do Congresso Nacional (art. 48 e 49), da Cmara dos Deputados (art. 51), do Senado Federal
(art. 52), do Presidente da Repblica (art. 84) neste caso, exceto quanto s mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, 1, parte, que so privativas, pois podem ser delegadas s autoridades mencionadas no Pargrafo
nico do art. 84. Tambm so exclusivas, e no privativas, as competncias dos rgos do Poder Judicirio
(art. 96). J as competncias do Ministrio Pblico (art. 129) so privativas, pois podem ser exercitadas pelo
prprio lesado ou seu representante, nas hipteses legais, atravs da ao penal privada subsidiria da pblica,
que estava prevista na ordem jurdica penal (ar. 29, CP) e foi erigida ao patamar de garantia constitucional
(art. 5., inc. LIX , CF).
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suspender qualquer uma dessas medidas;
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou
dos limites de delegao legislativa;
VI - mudar temporariamente sua sede;
VII - fixar idntico subsdio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o
que dispem os arts. 37, XI, 39, 4, 150, II, 153, III, e 153, 2, I;
VIII - fixar os subsdios do Presidente e do Vice-Presidente da Repblica e dos
Ministros de Estado, observado o que dispem os arts. 37, XI, 39, 4, 150, II, 153,
III, e 153, 2, I;
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da Repblica e apreciar os
relatrios sobre a execuo dos planos de governo;
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder
Executivo, includos os da administrao indireta;
XI - zelar pela preservao de sua competncia legislativa em face da atribuio normativa
dos outros Poderes;
XII - apreciar os atos de concesso e renovao de concesso de emissoras de rdio e
televiso;
XIII - escolher dois teros dos membros do Tribunal de Contas da Unio;
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI - autorizar, em terras indgenas, a explorao e o aproveitamento de recursos hdricos e a
pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XVII - aprovar, previamente, a alienao ou concesso de terras pblicas com rea superior a
dois mil e quinhentos hectares.
5.2 COMPETNCIAS DA CMARA DOS DEPUTADOS
Sugere-se desconsiderar a expresso competncia privativa6, contida no texto
constitucional, que deve ser substituda por competncia exclusiva, pois no se trata de
competncia delegvel (=privativa), mas exclusiva, posto que indelegvel, quer seja ao
outra Casa legislativa, o Senado, quer seja a outros poderes.
Art. 51. Compete privativamente Cmara dos Deputados:
I autorizar, por dois teros de seus membros, a instaurao de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica e os Ministros de Estado
II proceder tomada de contas do Presidente da Repblica, quando no apresentadas ao Congresso Nacional dentro de 60 dias aps a abertura da sesso legislativa
III - elaborar seu regimento interno
IV - dispor sobre sua organizao, funcionamento, polcia, criao, transformao ou
extino de cargos, empregos e funes de seus servios, e a iniciativa de lei para fixao da
respectiva remunerao, observados os parmetros estabelecidos na lei de diretrizes
oramentrias
V eleger membros do Conselho da Repblica, nos termos do art. 89, VII
Acrescentamos, porque necessrio, em razo da EC-45, outras competncias,
6 Vide nota anterior
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igualmente exclusivas, da Cmara dos Deputados: eleger membros do Conselho
Nacional de Justia (art. 103-B, XIII) e do Conselho Nacional do Ministrio Pblico
(art. 130-A, VI).
5.3 COMPETNCIAS DO SENADO FEDERAL
Igualmente ao que foi dito quanto s competncias da Cmara dos Deputados,
sugere-se desconsiderar o contido na CF (competncia privativa), substituindo-a por
competncia por exclusiva, pois no se trata de competncia privativa (delegvel), mas
exclusiva, posto que indelegvel.
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica nos crimes de
responsabilidade e os Ministros de Estado nos crimes da mesma natureza conexos com
aqueles;
II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os Membros do Conselho
Nacional de Justia e do Conselho Nacional do Ministrio Pblico, o Procurador-Geral da
Repblica e o Advogado-Geral da Unio nos crimes de responsabilidade;
III - aprovar previamente, por voto secreto, aps argio pblica, a escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituio;
b) Ministros do Tribunal de Contas da Unio indicados pelo Presidente da Repblica;
c) Governador de Territrio;
d) Presidente e diretores do Banco Central;
e) Procurador-Geral da Repblica;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV - aprovar previamente, por voto secreto, aps argio em sesso secreta, a escolha dos
chefes de misso diplomtica de carter permanente;
V - autorizar operaes externas de natureza financeira, de interesse da Unio, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Territrios e dos Municpios;
VI - fixar, por proposta do Presidente da Repblica, limites globais para o montante da
dvida consolidada da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios;
VII - dispor sobre limites globais e condies para as operaes de crdito externo e interno
da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, de suas autarquias e demais
entidades controladas pelo Poder Pblico federal;
VIII - dispor sobre limites e condies para a concesso de garantia da Unio em operaes
de crdito externo e interno;
IX - estabelecer limites globais e condies para o montante da dvida mobiliria dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municpios;
X - suspender a execuo, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por deciso
definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exonerao, de ofcio, do
Procurador-Geral da Repblica antes do trmino de seu mandato;
XII elaborar seu regimento interno
XIII - dispor sobre sua organizao, funcionamento, polcia, criao, transformao ou
extino de cargos, empregos e funes de seus servios, e a iniciativa de lei para fixao da
respectiva remunerao, observados os parmetros estabelecidos na lei de diretrizes
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oramentrias
XIV eleger membros do Conselho da Repblica, nos termos do art. 89, VII
XV avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributrio Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administraes tributrias da Unio, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municpios (acrscimo da EC42).
Acrescentamos, porque necessrio, em razo da EC-45, outras competncias
exclusivas do Senado Federal: eleger membros do Conselho Nacional de Justia (art.
103-B, XIII) e Conselho Nacional do Ministrio Pblico (art. 130-A, VI).
Quanto atividade julgadora do Senado (inc. I e II), a Lei n. 1.079/50 define os
crimes de responsabilidade e traa o seu processamento e julgamento.
A Lei n. 8.429/92, chamada Lei de Improbidade Administrativa, dispe sobre as
sanes aplicveis aos agentes pblicos e particulares, em caso de enriquecimento ilcito
e/ou leso ao errio pblico.
6. AUTO-ORGANIZAO E REGIMENTO INTERNO
A Constituio de 1988 consagra a autonomia do Poder Legislativo, expressa na
faculdade de elaborar e aprovar seu prprio regimento interno, elaborar a proposta
oramentria e dispor sobre a administrao da respectiva Casa. Assim dispe:
a. Cmara dos Deputados - art. 51, III e IV; b. Senado Federal art. 52, XII e XIII, e c. Congresso Nacional art. 57, 3, II
7 REGRAS PREFIXADAS NA CONSTITUIO
Sem prejuzo da atribuio deferida pela Constituio ao Congresso Nacional, ao
Senado Federal e Cmara dos Deputados de editar o prprio Regimento Interno, h, no
texto constitucional, algumas normas de organizao e funcionamento do Poder Legislativo
que devem ser observadas, no podendo ser alteradas, atravs de normas
infraconstitucionais. Elas dizem respeito aos rgos diretivos e s comisses, inclusive,
quanto sua respectiva composio, ao quorum para a votao e aprovao de
determinadas matrias e ao perodo funcionamento, como se ver, adiante.
7.1 MESAS DIRETORAS
A direo e o funcionamento dos trabalhos do Poder Legislativo ficam a cargo das
Mesas Diretoras - rgos administrativos e diretivos de cada um dos rgos, escolhidos por
seus integrantes na forma prevista na CF (art. 57 e 58) e no respectivo Regimento Interno.
H uma Mesa Diretora do Congresso Nacional, uma do Senado Federal e uma da
Cmara dos Deputados; estas so compostas por membros da respectiva Casa, em votao e
a do Congresso, pelos membros das duas casas, na forma do 5, do art. 57.
O Presidente do Senado preside a Mesa do Congresso e os demais cargos da Mesa
do Congresso so ocupados alternativamente, por membros da Cmara e do Senado (art.
57, 5).
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A eleio das Mesas da Cmara7 d-se por voto secreto, exigindo-se maioria
absoluta no primeiro turno e maioria simples, em segundo; no Senado8, por maioria simples
(presente a maioria de seus membros).
A composio da Mesa Diretora do Senado e da Cmara feita por eleio,
realizada bienalmente, por seus integrantes; j a composio da Mesa Diretora do
Congresso Nacional feita pelos componentes das Mesas Diretoras das duas Casas
Legislativas (art. 57, 5):
Mesa do Congresso Ocupante
Presidente Presidente do Senado
1 Vice Presidente 1 Vice-Presidente da Cmara dos Deputados
2 Vice Presidente 2 Vice Presidente do Senado Federal
1 Secretrio 1 Secretrio da Cmara dos Deputados
2 Secretrio 2 Secretrio do Senado Federal
3 Secretrio 3 Secretrio da Cmara dos Deputados
4 Secretrio 4 Secretrio do Senado Federal
1 Suplente de Secretrio 1 Suplente de Secretrio da Cmara dos Deputados
2 Suplente 2 Suplente de Secretrio do Senado Federal
3 Suplente 3 Suplente de Secretrio da Cmara dos Deputados
4 Suplente 4 Suplente de Secretrio do Senado Federal
Veda-se a reconduo, para o mesmo cargo, na eleio imediatamente subseqente,
na mesma legislatura (art. 57, 4-5 e 58, 1); todavia, pelo Regimento Interno da
Cmara dos Deputados (art. 5, 1), permite-se a reeleio desde que no seja na mesma
legislatura. Ora, como uma legislatura tem quatro anos e o mandato dos membros da Mesa
Diretora de dois anos, tem-se que, no incio da legislatura, permitida a reeleio da mesa
que dirigiu os trabalhos nos dois ltimos anos da legislatura anterior.
7 A atual composio (54. legislatura) a seguinte: Presidente: Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN);1. Vice-Presidente: Andr Vargas (PT-PR); 2 Vice-Presidente: Fbio Faria
(PSD-RN); 1 Secretrio: Mrcio Bitar (PSDB-AC); 2 Secretrio: Simo Sessim (PP-RJ);
3 Secretrio: Maurcio Quintella Lessa (PR-AL); 4 Secretrio: Biffi (PT-MS); 1 Suplente
de Secretrio: Gonzaga Patriota (PSB-PE); 2 Suplente de Secretrio: Wolnei Queiroz
(PDT-PE); 3 Suplente de Secretrio: Victor Penido (DEM-MG); 4 Suplente de Secretrio:
Takayama (PSC-PR) 8 A atual composio (54. legislatura) a seguinte: Presidente: Renan Calheiros (PMDB-
AL);1. Vice-Presidente: Jorge Viana (PT-AC); 2 Vice-Presidente: Romero Juc (PMDB-
RR); 1 Secretrio: Flexa Ribeiro (PSDB-PA); 2 Secretrio: Angela Portela (PT-RR); 3
Secretrio: Ciro Nogueira (PP-PI); 4 Secretrio: Joo Vicente Claudino (PTP-PI); 1
Suplente de Secretrio: Magno Malta (PR-ES); 2 Suplente de Secretrio: Jaime Campos
(DEM-MT); 3 Suplente de Secretrio: Joo Durval (PDT-BA); 4 Suplente de Secretrio:
Casildo Maldaner (PMDB-SC)
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7.2 QURUM
A idia de quorum ope-se de unanimidade, e parte do princpio de que, quando a
atuao colegiada, ou seja, mais que uma pessoa atua, na produo do ato, nem sempre
possvel que todas as pessoas componentes do grupo compaream ao ato, quer seja
simplesmente para a reunio, quer seja para qualquer espcie de deliberao e/ou votao.
Neste contexto, tem-se que QUORUM o nmero mnimo para reunio e/ou
votao. O quorum fixado com base num referencial mnimo de pessoas, e pode ser:
Simples considera o nmero de presentes Quorum: Maioria absoluta
Qualificada 2/3
(N membros) 3/5
A regra, prevista no art. 47, para as deliberaes tomadas pelo Poder Legislativo, a
maioria de votos dos presentes (maioria simples, portanto), presente a maioria absoluta.
Maioria, por sua vez, a metade + o que falta p/ completar o prximo algarismo.
(Ex. STF: 11/6; Senado: 81/41; Cmara: 513/257)
Na maioria simples, leva-se em considerao o nmero de presentes. Metade de
votos, + 1, desde que esteja presente a maioria dos membros.
Situaes: Aprovao de lei ordinria (art. 47)
Deliberao para a apresentao de projeto de emenda Constituio
pelas Assembleias estaduais (art. 60, III)
Na maioria qualificada, leva-se em considerao o nmero de membros,
independentemente do nmero de presentes. Pode ser absoluta ou no porcentual exigido,
expressamente, no texto constitucional.
7.2.1 Situaes previstas na CF de maioria qualificada:
Maioria Absoluta: metade + um dos membros (50%)
No Poder Legislativo:
. Instalao das reunies (art. 47)
. Aprovao de leis complementares (art. 69)
. Perda de mandato de Senador e Deputado Federal (art.55 2) voto secreto
No Poder Judicirio:
. Declarao de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo (art. 97)
. Remoo, disponibilidade e aposentadoria dos magistrados (art. 93, VIII, alterado pela
EC-45/04), bem como perda da garantia de inamovibilidade (art. 95, II)
No Ministrio Pblico:
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. Aprovao do Senado para a exonerao do Procurador Geral durante o mandato (art. 52,
XI)
. Perda da garantia da inamovibilidade (art. 128, I, b)
Maioria de 3/5: 60%
. Aprovao de emendas constitucionais (308 Deputados ou 49 Senadores)
Maioria de 2/3: 66,66%
. Processo de impeachement (Art. 51, I: 52, nico e 86)
. Suspenso das imunidades de membros do Congresso Nacional (art.53, 8).
7.3 PERODO DE ATUAO ORDINRIA
Coube CF/88 a fixao do perodo de atuao ordinria do Poder Legislativo,
fixando a data da abertura e do trmino das sesses legislativas (art.57):
Abertura: o 02 de fevereiro e 1 de agosto
Encerramento: o 17 de julho e 22 de dezembro
Perodos legislativos: o de 02 de fevereiro a 17 de julho; e, o de 1 de agosto a 22 de dezembro (h dois por anos)
Este , portanto, o perodo de atuao ordinria do parlamento brasileiro; nos
interregnos, eventual atuao extraordinria.
Sesso legislativa: lapso temporal de um ano - de 02 de fevereiro a 22 de dezembro
Legislatura: o lapso temporal de quatro (4) anos; compreende quatro sesses ou oito perodos. Estamos na 54. Legislatura da 6. Repblica (2011-2015).
Cada legislatura divide-se em quatro sesses legislativas ordinrias, de dois
perodos legislativos cada.
As sesses legislativas ordinrias ocorrem durante os perodos legislativos; as
extraordinrias, fora, para apreciar determinada matria ou encerrar votao iniciada, nos
casos e na forma previstos no texto constitucional.
02/02 a 17/07 18/07 a 31/07 1/08 a 22/12 23/12 a 01/02
1 perodo 1 Recesso 2 perodo 2 Recesso
Sesso legislativa
H, tambm, as sesses preparatrias (ver abaixo), destinadas posse membros e
eleio das mesas (art. 57 4). So criadas s 15 horas do dia 1 de fevereiro do primeiro
ano da legislatura; por incrvel que parea, tais sesses duram apenas um (1) dia!
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A sesso legislativa no se interrompe antes da aprovao do projeto de diretrizes
oramentrias (art. 57, 2)
A compreenso do conceito de legislatura, sesso e perodo revela algumas
utilidades prticas na aplicao da Constituio, tais como:
EC rejeitada no pode ser reapresentada na mesma sesso (art. 60 5).
Projeto de lei rejeitado s pode ser reapresentado, na mesma sesso, por deliberao de maioria absoluta dos membros de qualquer casa (art. 67)
Perde o mandato quem faltar a 1/3 das sesses ordinrias de cada sesso legislativa (art. 55, III).
7.4 CONVOCAO EXTRAORDINRIA
Para que o parlamento funcione extraordinariamente, no lapso temporal
compreendido entre os perodos, denominados recessos, faz-se necessria convocao
extraordinria (art. 57, 6), que ser feita:
Pelo Presidente da Repblica;
Pelo Presidente do Senado;
Pelo Presidente da Cmara; ou,
Pela maioria dos membros de ambas as casas.
As sesses extraordinrias sero convocadas para deliberao exclusiva sobre o
objeto da convocao e os parlamentares recebero pagamento igual ou inferior ao subsdio
mensal. Admite-se dupla convocao, para assuntos diversos. Ex.: Estado de stio, de
defesa, interveno federal ou qualquer assunto de urgncia ou interesse publico relevante.
7.5 SESSES PREPARATRIAS
No primeiro ano da legislatura, haver sesses preparatrias (Art. 57, 4), cuja
funo preparar o trabalho legislativo. Elas se instalam a partir do dia 1 de fevereiro do
primeiro ano da legislatura, para dar posse a seus membros e eleio das Mesas Diretoras,
para mandato de dois anos, vedada a reeleio.
7.6 SESSES CONJUNTAS
A regra do bicameralismo o funcionamento separado de cada uma das Casas do
Parlamento; entretanto, h situaes em que as sesses so realizadas conjuntamente, ou
seja, em que atua o Congresso Nacional. So excees (art. 57, 3, I a IV):
Inaugurao da seo legislativa
Elaborar RI e regular criao de servios comuns s duas casas
Receber o compromisso do Presidente e do Vice
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Conhecer e deliberar sobre o veto
7.7 SUBSDIOS DOS PARLAMENTARES - EC 19/98
Constituem-se de parcela nica, vedado o acrscimo de qualquer gratificao,
adicional, abono, verba de representao ou outra espcie remuneratria (art. 39, 4).
Os subsdios dos parlamentares federais9 so fixados em igual valor (para
Deputados e Senadores) por ato exclusivo do Congresso Nacional (art. 49, VII), tendo
como limite (teto) os subsdios dos Ministros do STF (Art. 37, XI); estes, por seu turno, so
fixados por lei (Art. 48, XV), que, antes da EC 41/03, era de iniciativa conjunta do
Presidente da Repblica, do Presidente do Congresso Nacional e do Presidente do Supremo
Tribunal Federal; agora, a iniciativa do Presidente da Repblica, por se tratar de lei de
natureza financeira.
Os subsdios dos Deputados Estaduais, cujo nmero de membros ser obtido pelo
critrio do art. 27 (modelo abaixo), no podero ser superiores a 75% dos subsdios dos
Deputados Federais (art. 27, 2).
Deputados
Federais
Deputados
Estaduais (at
12 DF)
+ de 12
Deputados
Federais
Clculo Deputados
Estaduais
8 (3x8) 24
9 (3x9) 27
10 (3x10) 30
11 (3x11) 33
12 (3x12) 36
13 ---- 13-12=1 36+1 37
14 --- 14-12=2 36+2 38
...
17 --- 17-12=5 36+5 41
...
70 --- 70-12=58 36+58 94
Na esfera municipal, o nmero de Vereadores fixado conforme o nmero de
habitantes do Municpio, bem como o limite dos gastos do Poder Pblico com as Cmaras
Municipais, proporcionalmente receita total do Municpio, e, tambm, o percentual dos
gastos das Cmaras com seus parlamentares. Abaixo, os limites mnimos e mximos:
At 1.000.000 hab. De 1.000.001 a 5.000.000 hab. Mais de 5.000.000 hab.
9 a 21 33 a 42 43 a 55
9 Para comparao, veja-se os ganhos ANUAIS dos congressistas americanos: Em 1 de janeiro de 2005, eles
passaram a receber US$ 162.100. O presidente temporrio do senado e os lderes majoritrios e minoritrios
de ambas as casas recebem US$ 180.100. O presidente da Cmara dos Deputados dos Estados Unidos recebe
US$ 208.100 [fonte: CRS Report for Congress].
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Os subsdios dos Vereadores no podem ultrapassar 75% dos subsdios dos
Deputados Estaduais, observado o nmero de habitantes (art. 29, V):
N habitantes
Limites
At 10.000 10.001
50.000
50.001
100.000
100.001
300.000
300.001
500.000
+
500.000
% s/ subsidio de Deputado
Estadual
20% 30% 40% 50% 60% 75%
Despesa do PL: % s/Renda
Municpio (Transf + Rec)
8% 8% 8% 7% 6% 5%
FP do PL: % s/ a Receita Poder
Legislativo
70% 70% 70% 70% 70% 70%
8 COMISSES (art. 58)
As Comisses so rgos compostos de um nmero reduzido de parlamentares para
examinar determinadas questes, racionalizando os trabalhos parlamentares.
Na composio das comisses (58, 1), deve-se observar, tanto quanto possvel, a
representao proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares; idntico critrio, que
leva em conta a pluralidade poltica, deve ser observado, tambm, na composio das
Mesas Diretoras.
As Comisses tm competncia (58, 2) para:
Discutir e votar projetos de lei, exceto os da competncia do plenrio, salvo recurso de 1/10
Receber peties, reclamaes representaes ou queixas de qualquer pessoa, contra ato ou omisso de autoridades e realizar audincias pblicas c/ a
sociedade civil
Convocar autoridades, inclusive Ministros de Estado
Apreciar e emitir parecer sobre programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento.
As Comisses classificam-se, quanto espcie, em:
1. Quanto composio: a. Unicamerais
i. Constituio e Justia ii. Temticas
b. Bicamerais i. Oramento
ii. Representativas (58, 4) iii. MPs (62, 9)
2. Quanto ao tempo de durao a. PERMANENTES
i. Constituio e Justia ii. Temticas
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iii. Oramento iv. MPs
b. TEMPORRIAS i. CPIs ( 3) uni ou bicamerais
1. requisitos a. requerimento de 1/3 b. fato determinado c. prazo certo d. pertinncia
2. Poderes a. investigao judicialiforme b. convocar e inquirir testemunhas c. requisitar e buscar documentos d. quebrar sigilo
i. fiscal, bancrio ii. telefnico (c/autorizao)
3. limitaes a. formular acusaes b. punir delitos c. decretar priso (salvo flagrante) d. desrespeitar privilgios e. atos reservados exclusivamente ao
Poder Judicirio.
ii. REPRESENTATIVAS ( 4) 1. bicamerais 2. eleio dos membros na ultima sesso 3. durao: recessos
iii. ASSUNTOS ESPECFICOS
As comisses unicamerais so compostas de membros de uma s Casa (Senado ou
Cmara); as mistas, composta por representantes das duas casas. Ex. Oramento (art. 58,
4).
So permanentes as comisses que, em razo da matria, devem existir durante
toda a legislatura. Ex. Constituio e Justia e Oramento.
As comisses temporrias ou especiais so criadas para finalidade determinada,
extinguindo-se quando concludos os trabalhos, pelo decurso do prazo ou trmino da
legislatura (art. 58).
As mais importantes so as Comisses Parlamentares de Inqurito/CPI, pois so
forma vigorosa de atuao do poder de fiscalizao do legislativo sobre os demais poderes.
Podem ser institudas para apurar fato determinado, por tempo certo, com poderes de
investigao prprios das autoridades judiciais, cujas concluses devem ser encaminhadas
ao Ministrio Pblico.
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Requisitos: requerimento de 1/3 dos membros da casa, prazo certo (que pode ser
prorrogado) e fato determinado (relacionado com as atribuies do poder Legislativo
federal, estadual ou municipal, em que foram institudas).
Poderes: investigao judicial (colher depoimentos; ouvir indiciados; inquirir
testemunhas, notificando-as a comparecer; requisitar documentos e buscar todos os meios
de prova legalmente admitidos; quebrar sigilo bancrio, fiscal, telefnico, determinando
buscas e apreenses, mediante prvia autorizao judicial (cf. deciso do STF).
Limitaes: No pode: formular acusaes, punir delitos, decretar priso, exceto em
flagrante, desrespeitar privilgios de testemunhas, praticar atos que a lei reserva, com
exclusividade, aos membros do Poder Judicirio (medida assecuratria ou restritiva, como
apreenso, seqestro e indisponibilidade de bens ou proibio de ausentar do pas).
9 GARANTIAS LEGISLATIVAS: IMUNIDADES E PRERROGATIVAS
As garantias legislativas, previstas na Constituio (art. 53), constituem-se de
imunidades e prerrogativas, e tm por objetivo assegurar a independncia do exerccio da
funo legislativa.
Beneficiam os parlamentares, diretamente, e, indiretamente, as respectivas Cmaras.
9.1 Imunidades ou Inviolabilidades
As imunidades so classificadas, pela doutrina, em:
o IMUNIDADE MATERIAL ou INVIOLABILIDADE (freedom of speech)- art. 53, EC 35/2001:
objeto: palavras, opinies e votos absoluta (independe do local em que foi praticado o ato) exclui o crime de opinio (calnia, injria e difamao) exclui a reparao material e/ou moral exclui o processo administrativo tem incio com a posse
o IMUNIDADE FORMAL ou PROCESSUAL (freedom from arrest): no exclui o crime; objeto: priso e processabilidade
garante contra priso, exceto: o priso em flagrante delito de crime inafianvel
garante a possibilidade de suspenso do processo criminal relativa, porque depende da deliberao da respectiva Casa
iniciativa do partido poltico do acusado
voto da maioria dos membros da Casa
apreciao do pedido em 45 dias do recebimento, pela Mesa tem incio com a diplomao
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So direitos especialmente concedidos a Deputados e Senadores, como garantia de
atuao independente no como deferncia pessoal. Prevalecem em estado de stio e s suspendem por 2/3, atos praticados fora do recinto e incompatveis com a medida (art. 53,
8). No se estendem aos suplentes, a no ser quando estes tomam posse, deixando,
obviamente, a condio de suplentes.
9.1.1. Imunidade material
As imunidades materiais so assim reconhecidas pela doutrina porque dizem
respeito essncia, ou seja, atuao do parlamento, e so tidas, historicamente, como
necessrias independncia dos parlamentares no exerccio de seu ofcio, que a
representao, ora do povo (no Brasil, os deputados), ora de entes federativos (no Brasil, os
Estados). Elas so contempladas, em regra, pela legislao dos pases democrticos,
variando, apenas, quanto extenso. No Brasil, compreendem a inviolabilidade dos
parlamentares por suas opinies, palavras e votos (art. 53). Na rea penal e cvel,
absoluta: Deputados e Senadores no cometem crime contra a honra, nem podem ser
acionados em indenizao por danos materiais e morais, nem por responsabilidade civil
(art. 53). Estende-se a manifestaes fora do recinto, inclusive declaraes imprensa
9.1.2. Imunidade formal, processual ou relativa, em matria penal
Ao contrrio das imunidades materiais, as formais no constituem condio para o
exerccio da atividade parlamentar; so inviolabilidades que o legislador constituinte
brasileiro houve por bem em deferir aos parlamentares brasileiros (art. 53, 3 a 5),
fazendo-o de modo at muito generoso tanto assim que, passada uma dcada de vigncia da atual Constituio, foram restringidas. Dizem respeito priso e ao processamento de
parlamentares por fatos alheios sua atividade, no contemplados pela imunidade material,
como por exemplo, praticar crime de homicdio, furto, apropriao indbita etc.
Assim, aps a EC 35, de dezembro/2001, Deputados e Senadores podem ser
processados, criminalmente, pela pratica de condutas no compreendidas pela imunidade
material, sem prvia licena da respectiva Casa. Recebida a denncia, pelo STF foro privilegiado para Deputados e Senadores - cientifica-se a respectiva Casa, que, a pedido do
partido, pelo voto da maioria absoluta, pode sustar ou no - o andamento do processo. O prazo para apreciao da sustao pela Mesa de 45 dias, aps a cincia da instaurao do
processo. Se ocorrer a sustao, fica tambm suspensa a prescrio, enquanto durar o
mandato.
Tambm por fora das imunidades formais, os parlamentares no podem ser
presos, salvo em flagrante de crime inafianvel (recluso superior a 2 anos: art. 323, I,
CPP).
9.2 PRERROGATIVAS
O art. 53, CF/88, disciplina, indistintamente, as inviolabilidades - ou imunidades - e
as prerrogativas dos congressistas, dispondo, especificamente, sobre suas imunidades
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durante o estado de stio, no 8. Noutro ponto, a CF coloca as inviolabilidade ao lado das
imunidades, nos art. 27, 1, ao cuidar dos Deputados Estaduais; finalmente, estabelece a
inviolabilidade dos vereadores, no art. 29, inc. VIII. Todavia, necessrio identificar cada
um destes institutos, para melhor identificar a quais situaes correspondem.
As prerrogativas so privilgios atribudos a algum em razo do cargo que
exerce; no se confundem com as imunidades, pois estas so situaes fatos ou relaes jurdicas imunizados pelo legislador constituinte - em que a regra geral, aplicvel a todos, no alcana o destinatrio da imunidade. Enquanto a prerrogativa cria uma situao
especial para as pessoas que so detentoras de elevados cargos pblicos, como por
exemplo, ser processado por um determinado tribunal, que no o juzo natural, a
imunidade afasta o seu beneficirio do alcance da norma geral, quer seja da obrigao de
pagar tributos, quer seja das hipteses legais de priso e/ou de processamento, blindando a
pessoa e impedindo que o legislador ordinrio crie normas jurdicas sobre os fatos ou
situaes jurdicas imunes. Assim, diz-se que o parlamentar federal tem a prerrogativa de
ser processado, criminalmente, pelo Supremo Tribunal Federal, bem como a imunidade de
no ser processado pela prtica de situaes tipificadas, pelo Cdigo Penal, como sendo
crime contra a honra (calnia, injria e difamao) ao que a Constituio denomina inviolabilidade.
Assim estabelecida a diferena, poder-se-ia, no mximo, dizer que as prerrogativas
so o gnero do qual as imunidades so espcie.
Alm das imunidades ou inviolabilidades materiais e formais, os congressistas tm as seguintes prerrogativas:
9.2.1. Foro especial, por prerrogativa de funo (art. 53, 1), durante o mandato
(revogada a Sumula 394, STF).
9.2.2. Limitao ao poder de testemunhar sobre informaes recebidas e sobre
fontes (art. 53, 6). Possuem sigilo da fonte sobre informaes recebidas
9.2.3. Iseno do servio militar (art. 53, 7). Ainda que militares, mesmo em
tempo de guerra, s sero incorporados s Foras Armadas aps prvia licena da
respectiva Casa.
9.3 Extenso das regras s demais esferas
Deputados Estaduais: Conforme disposto no art. 27, 1, aplica-se-lhes as mesmas
regras quanto inviolabilidade ou imunidade (art. 53); remunerao; perda de mandato
(art. 55), s licenas, bem como quanto aos impedimentos (art. 54) e prerrogativas, tais
como incorporao as foras armadas.
Vereadores: Consoante preceito contido no art. 29, VIII, aplica-se aos
parlamentares municipais as regras aplicveis aos federais quanto inviolabilidade por suas
opinies, palavras e votos no exerccio do mandato, apenas, nos limites do Municpio.
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As proibies e incompatibilidades so as mesmas (art. 29, IX).
10 IMPEDIMENTOS ou VEDAES
Sob a suave expresso no podero, a Constituio dispe que Deputados e Senadores so impedidos de exercer determinadas atividades negociais e funcionais, aps a
diplomao, s quais so acrescentadas outras, de natureza poltica, aps a posse.
Assim, sofrem os seguintes IMPEDIMENTOS:
Aps a diplomao e antes da posse: o Negociais (art. 54, I, a): firmar ou manter contratos com rgos da
Administrao Pblica, salvo quando este obedecer a clusulas uniformes.
o Funcionais (art. 54, I, b e II, b): aceitar ou exercer cargo, funo ou emprego remunerado em entidades da Administrao Pblica direta e
indireta, inclusive em comisso.
Aps a posse: o Negociais: (art. 54, II, a): ser proprietrios, controladores ou diretores de
empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurdica de direito
pblico, ou nela exercer funo remunerada;
o Funcionais: (art. 54, II, b): ocupar cargo ou funo comissionados em entidades
da Administrao Pblica direta e indireta;
(art. 54, II, c): patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";
o Polticos (art. 54, II, d): ser titular de mais de um cargo ou mandato pblico eletivo.
Acontece que a violao desses impedimentos, por si s, no leva a nenhuma
conseqncia, salvo se a Casa onde o parlamentar tem assento instaurar processo
administrativo e, por deliberao de maioria absoluta, em votao secreta, concluir pela
cassao do mandato. o que dispe o art. 55, I, CF.
11 PERDA DO MANDATO
H situaes em que os parlamentares perdem o cargo, por declarao da Mesa, e
outras em que pode vir a perd-lo, por deliberao da maioria absoluta, em votao secreta.
Declarao de oficio, pela Mesa (tambm chamada extino do mandato) o Deixar de comparecer a 1/3 das sesses ordinrias em cada sesso legislativa
(art. 55, III).
o Perder ou tiver suspensos seus direitos polticos (art. 55, IV) o Quando o decretar a justia eleitoral (art. 55, V).
Nesses casos, a perda ser declarada pela Mesa Diretora da Casa onde o parlamentar
faltoso tem assento, de ofcio ou a requerimento de qualquer de seus membros, ou de
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partido poltico que tenha representao no Congresso Nacional, e no haver deliberao,
embora se assegure ao faltoso o direito ampla defesa.
Deliberao da Mesa: votao secreta, maioria absoluta (diz-se que h cassao do mandato)
o Violao dos impedimentos (art. 55, I). o Falta de decoro parlamentar (art. 55, II)
O 1. do art. 55 define o que falta de decoro parlamentar: O que constar do regimento interno;
O abuso de prerrogativas (na verdade, no se abusa de prerrogativas; no mximo, abusa-se das imunidades); e
A percepo de vantagens indevidas. o Condenao criminal passada em julgado (art. 55, VI)10
Nesses casos, o processo administrativo poder ser aberto pela Casa onde o
parlamentar faltoso tem assento, por iniciativa da Mesa Diretora ou de partido poltico que
tenha representao no Congresso Nacional, e a deliberao pela condenao ou absolvio
depender de votao da maioria absoluta e o voto ser secreto.
Excees: o Parlamentares no perdem o cargo se nomeados Ministro de Estado,
Governador de Territrio, Secretario de Estado ou de Prefeitura Municipal
ou Chefe de Misso Diplomtica. Nestes casos, devero optar por uma s
remunerao e convocar suplente (art. 56, I e 1).
10
O tema foi apreciado pelo STF no caso do Mensalo, quando condenou parlamentares, que, todavia, continuam ocupando seus cargos parlamentares. O Presidente da Cmara diz que a deciso da Casa e o
Presidente do STF diz que do Poder Judicirio, que estaria aguardando, apenas, o trnsito em julgado da
deciso para que a perda do mandato se efetive. Estamos atentos!
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UNIDADE II Questionrio
1. Mencione o lapso temporal de: a. Uma Legislatura b. Uma Sesso ordinria c. Um Perodo legislativo
2. Qual o sistema de eleio dos Deputados Federais? 3. E dos Senadores? 4. Qual a composio do Senado? 5. E da Cmara dos Deputados? 6. Quais so as funes tpicas do Poder Legislativo? 7. Sobre a imunidade material, responda:
a. Qual o objeto? b. absoluta ou relativa?
8. Sobre a imunidade formal, responda: a. Qual o objeto? b. absoluta ou relativa?
9. Qual o sujeito da imunidade formal? 10. As imunidades beneficiam os parlamentares aps a diplomao ou aps a posse?
Explique.
11. A instaurao de processo criminal contra os parlamentares depende de autorizao da respectiva Casa ou no?
12. Quais so os impedimentos negociais, funcionais e polticos dos parlamentares desde a diplomao?
13. E aps a posse? 14. Quais as situaes em que a perda do mandato parlamentar no depende de
deliberao da respectiva casa?
15. E as situaes em que a perda do mandato parlamentar sujeita-se deciso da respectiva Casa?
16. Neste caso, como ser a votao e o quorum? 17. Mencione trs cargos pblicos que o parlamentar pode ocupar, sem sujeitar-se
perda do mandato.
18. A Assemblia Legislativa de um Estado pode instaurar uma Comisso Parlamentar de Inqurito para apurar um ato praticado pelo poder pblico municipal?
19. Quais as funes das sesses preparatrias? Quando elas so instaladas? 20. E da Comisso Representativa? Quando elas so instaladas?
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UNIDADE II-A - PROCESSO LEGISLATIVO
Os atos do processo legislativo
Art. 59 a 69: Os procedimentos legislativos
As espcies normativas
Denomina-se processo legislativo o conjunto de regras que informam a elaborao
das leis, em seu sentido amplo (art. 59).
Forma: votao BICAMERAL, na esfera federal (unicameral, nos estados e
municpios), nas duas casas (iniciadora e revisora): Emendas Constituio, leis
complementares, leis ordinrias e Medidas Provisrias (EC-32/01).
I ATOS DO PROCESSO LEGISLATIVO: Iniciativa
Discusso
Deliberao
Sano/Veto
Promulgao
Publicao
1.1 INICIATIVA a legitimidade para apresentao de proposies legislativas, que
podem ser Projetos de Lei (PL), Projetos de Lei Complementar (PLC) e Projetos de
Emenda Constituio (PEC).
1.1.1 Concorrente: Qualquer parlamentar, comisso ou mesa diretora, assim como o Presidente da
Repblica, pode apresentar projetos cuja iniciativa no for exclusivamente
reservada.
1.1.2 Privativa (na verdade, exclusiva; tambm chamada reservada): H determinadas situaes em que, em razo da matria, a iniciativa legislativa est
a cargo de determinadas pessoas, em razo dos cargos que ocupam;
a) Presidente da Repblica (art. 61, par. 1.)
b) Presidente dos Tribunais Superiores (art. 96, I e II)
1.1.3 Parlamentar Cada parlamentar pode, individualmente, ou atravs de Comisses, apresentar
projetos de Lei e Projetos de Lei Complementar, fazendo-o atravs da Mesa Diretora de sua
respectiva casa.
Excees: art. 61, 2 e 64: inicia-se na Cmara
1.1.4 Popular instrumento de democracia popular semidireta (art. 14, III e 61, 2) Requisitos: 1% eleitorado nacional, distribudo em pelo menos 5 Estados, com no
menos de 0,3% em cada.
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1.1.5 Conjunta (ou consensual) fixao de subsdios de Ministros do STF: Presidente da Repblica, Presidente da Cmara, Presidente do Senado e Presidente do Supremo
Tribunal Federal (art. 48, XV). A Emenda 41/03 acabou com esta modalidade de
iniciativa de lei.
Conseqncia da inobservncia (usurpao de iniciativa): inconstitucionalidade
formal por vcio de iniciativa do projeto de lei.
A sano no supre o vicio a falta de iniciativa do Poder Executivo (Smula 5,
STF).
2 DISCUSSO a fase em que as proposies legislativas so discutidas, no parlamento. Ocorre:
Nas comisses temticas (58, 2) = parecer tcnico e no poltico; e/ou
No plenrio = aspectos polticos; manifestao deliberativa do plenrio.
Os projetos podem ser discutidos e votados nas comisses, desde que no haja
vedao, quanto matria, no Regimento Interno da respectiva Casa e no haja recurso de,
pelo menos, 1/10 de seus membros.
Durante a discusso, podem ser apresentados:
2.1. Emendas, Subemendas e/ou Substitutivos: so proposies acessrias apresentadas
pelos parlamentares, visando alteraes no projeto de lei original
Legitimidade: qualquer parlamentar, comisses e mesa diretora
As emendas podem ser assim classificadas:
Quanto finalidade:
Aditiva: acrescentar outra proposio
Aglutinativa: fuso de outras emendas ou desta com o texto
Modificativa: altera a proposio, de forma no substancial
Substitutiva: sucednea de outra proposio
Supressiva: eliminar, suprimir dispositivos do projeto
Quanto ao contedo:
Substancial (objeto da proposta)
Formal (distribuio topogrfica do texto)
De redao (sanar vcios de linguagem, correes de atecnia legislativas, eliminar
incoerncia ou contradies).
SUBEMENDAS: so emendas apresentadas em comisso a outras emendas
anteriores
SUBSTITUTIVOS:
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Finalidade: substituir, no todo ou em parte, todo o projeto.
Pressuposto: relao com a matria substituenda e no ser contrrio s proposies.
Aprovao: retira a autoria da proposio substituda
Limitao:
Iniciativa exclusiva: no podem ser emendados os projetos de iniciativa reservada
(aplicao analgica do art. 63,I).
- Presidente da Repblica, Art. 63, 1: admite-se emendas de Deputados e Senadores, pertinentes ao tema, no importando aumento despesas.
Exceo: Leis oramentrias (admite-se emendas que acarretem aumento
despesas: art. 63, I e 166, 3 e 4).
- Presidente do STF e Tribunais Superiores: s aperfeioamento
Prtica parlamentar: admite mensagens aditivas dos titulares extraparlamentares
3 VOTAO ou DELIBERAO: a manifestao deliberativa do Poder Legislativo acerca das proposies legislativas.
Regra: em plenrio
Pode ocorrer votao pelas Comisses (art. 58, 2, I)
A votao bicameral, na esfera federal, e unicameral, no mbito dos Estados-
Membros, do DF e dos Municpios.
So formas de votao:
Ostensiva:
nominal: (contagem dos votos nominais)
simblica: contagem simblica dos votos: os contrrios se levantam e
proclama-se o resultado
Secreta: o placar eletrnico aponta, apenas, o nmero de votos,s em indicar o nome
do parlamentar. Situaes em que, antidemocraticamente, ainda permanece a exigncia do
voto secreto:
rejeio veto do chefe do Poder Executivo: art. 66, 4;
perda (ou, como vulgarmente se diz, cassao) do mandato de parlamentar: art. 55,
2;
autorizao do Senado para a exonerao do Procurador Geral da Repblica durante
o mandato: art. 52, XI.
Haver inconstitucionalidade por inobservncia da forma, se no for observada a
formalidade definida pela Constituio.
Voto de liderana: embora sem previso constitucional, muito utilizado, com
base na previso dos Regimentos Internos. H opinies abalizadas pela
inconstitucionalidade.
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3.1.1 Casa iniciadora e Casa revisora
Regra: Casa Iniciadora a Cmara dos Deputados (art. 64) e Casa Revisora o
Senado Federal
Exceo: Projetos de iniciativa de Senadores ou Comisses do Senado tm por Casa
iniciadora o Senado e Casa Revisora, a Cmara dos Deputados (Ex. Estatuto da Cidade Lei 10.257/01).
3.1.2 Papel da casa revisora:
Aplicvel s Emendas Constituio, s leis complementares, leis ordinrias e
Medidas Provisrias (EC-32/01); inaplicvel s demais hipteses do art. 59.
Projeto aprovado na Casa Iniciadora, vai para a Casa Revisora (art. 65), que:
APROVA:
Sem emendas = envia projeto Lei Ordinria/Complementar sano (art. 65)
= envia projeto Emenda Complementar promulgao (Art. 60, 3)
Com emendas = projeto volta Casa Iniciadora (para aprovao
Emendas aprovadas: (art. 65, nico). Mantendo ou rejeitando, envia o projeto
p/sano/promulgao.
REJEITA: Arquivamento do projeto
Retorno: Lei Ordinria/Complementar = maioria (na mesma sesso)
Emenda Constitucional/Medida Provisria (art. 62, 10) = na prxima sesso
QUORUM: Lei Ordinria = maioria simples (art. 47)
Lei Complementar = maioria absoluta (art. 69)
Emenda Constituio Federal = 3/5 (art. 60, 2)
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Projeto de Lei
Casa iniciadora
Rejeita; ao arquivo Aprova
casa Revisora
Rejeita ao arquivo Aprova sem emendas Aprova com emendas
Autografo de lei
sano
Casa Iniciadora
(apreciao das emendas)
Rejeita as emendas;
sano SEM emendas
Aprova as emendas; sano
(as emendas integram o
autografo) COM emendas
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Autgrafo: aprovado o projeto em ambas as casas, elabora-se o autgrafo:
instrumento aprovado pelo Congresso Nacional encaminhado ao Presidente da Repblica
para sano ou veto.
4 SANO E VETO: a forma de participao, afirmativa ou negativa do Chefe Executivo no processo legislativo (concordncia/discordncia)
- competncia privativa: o Federal: Presidente da Repblica (art. 84, IV e V) o Estadual e Distrital: Governador o Municipal: Prefeito
Sano: Aquiescncia que transforma o projeto em lei (art. 66). Pode ser:
- Expressa - Tcita (silncio, por 15 dias teis: art. 66, 3)
Veto: discordncia ( relativo, podendo ser derrubado)
Caractersticas do Veto:
Fundamentado: art. 66, 1
Motivo Poltico: contrariedade ao interesse pblico
Razo jurdica: inconstitucionalidade
Prazo: Para vetar: 15 dias teis
Para comunicar os motivos do veto ao Presidente do Senado: 48 horas
Relativo (ou limitado ou condicional): Pode ser derrubado:
sesso conjunta ( 4 e 57, 3, IV
prazo de 30 dias do recebimento
(se no apreciado, ser colocado na ordem do dia na sesso imediata,
sobrestando as demais deliberaes, at votao final: 6)
quorum: maioria absoluta ( 4)
votao secreta ( 4)
Se for derrubado: autgrafo enviado ao Presidente, para promulgao ( 5), se no
o fizer em 48 horas, o far o Presidente do Senado ou o Vice ( 7)
AUTOGRAFO DE
LEI: Ao chefe do Poder
Executivo
SANO tcita
=
Silncio por 15 dias
SANO expressa, dentro
de 15 dias teis
VETO, em 15 dias teis;
Razes do veto, em 48 hs
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Suspensivo (ou supervel): impede a entrada em vigor da norma vetada, at reapreciao
do Congresso Nacional
Irretratvel manifestado, no pode voltar atrs.
Quanto amplitude:
Total (todo o projeto), ou,
Parcial (artigo, pargrafo, inciso ou alnea) Art. 66, 2
Sendo o veto parcial, a parte sancionada imediatamente promulgada e a parte vetada, se
ocorrer rejeio do veto, entrar em vigor posteriormente.
5 PROMULGAAO: Ato que atesta a existncia da lei. Prazo para o Presidente da Republica: 48 hs (84, IV)
Omisso: Presidente e Vice Presidente do Senado (art. 66, 7)
6 PUBLICAO: comunicao feita pelo Dirio Oficial da existncia da lei.
Competncia: quem promulga deve publicar
Vigncia: 45 dias aps publicao, salvo disposio em contrario (art. 1, LICC) vacatio legis
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II. PROCEDIMENTOS LEGISLATIVOS
PROCEDIMENTO ORDINRIO (comum ou normal)
PROCEDIMENTO SUMRIO (OU ABREVIADO OU EM REGIME DE
URGNCIA) - Art. 64, 1.
O Presidente da Repblica pode solicitar urgncia na aprovao de projetos de sua
iniciativa (em substituio a esta faculdade, vinha sendo utilizada, at a EC-32/01, a
edio/reedio de MPs).
Neste caso, Cmara e Senado devem manifestar-se, sucessivamente, em at 45 dias
(suspende-se o prazo no recesso).
Omisso: incluso do projeto na ordem do dia, sobrestando outras deliberaes (art.
64, 2).
Emendas feitas pelo Senado devero ser apreciadas pela Cmara em at 10 dias (art.
64, 3). Prazo total: 100 dias.
Exceo: processos de cdigos (art. 64, 4).
No mais se admite a aprovao de lei por decurso de prazo.
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
1 ESPCIES:
EMENDAS CONSTITUCIONAIS - EC
LEIS DELEGADAS - LD
MEDIDAS PROVISRIAS - MP
LEIS COMPLEMENTARES - LC
LEIS FINANCEIRAS art. 166 e lei do plano plurianual PPA; lei de diretrizes oramentrias LDO; lei do oramento anual LOA; e, lei de abertura de crditos adicionais
2. CONTROLE JUDICIAL DO PROCESSO LEGISLATIVO
O STF admite, em carter excepcional, o controle judicial incidental da
constitucionalidade do processo legislativo, quando suscitado por membro do Congresso
Nacional (no a destinatrio da norma).
3. APLICAAO DAS REGRAS DO PROCESSO LEGISLATIVO FEDERAL NAS
DEMAIS ESFERAS
Pelo principio do paralelismo federativo (art. 25, 29 e 32): observncia das mesmas
regras (esfera estadual, distrital e municipal), especialmente s de iniciativa reservada do
Poder Executivo e Judicirio
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III. ESPCIES NORMATIVAS
EMENDAS CONSTITUIAO Art. 59,I e 60 e
Iniciativa: concorrente, de:
1/3 deputados ou senadores
Presidente Republica
Mais da metade das Assemblias Legislativas dos Estados (maioria simples de cada uma)
Procedimento: Votao nas duas casas
Dois turnos
Maioria qualificada de 3/5 (membros)
Admite emendas (votadas em conjunto)
Promulgao: Pelas Mesas Cmara e Senado, conjuntamente (60, 3)
No sujeitas sano ou veto
Se rejeitadas, s podem ser reapresentadas em outra sesso legislativa
Publicao: Dirio Oficial, com incorporao ao texto original
Vigncia: Imediata, no dia seguinte publicao
Limites: Formais (regras acima)
Materiais (clusulas ptreas, cerne fixo, partes imutveis): forma federativa
de estado; voto direto, secreto, universal e peridico; separao de poderes; e, direitos e
garantias fundamentais (art. 60, 4).
Temporal ou circunstancial: interveno federal, estado de defesa ou de stio
( 1)
LEIS COMPLEMENTARES (Art. 59, II)
So normas destinadas matria especificada na Constituio, como por exemplo:
- proteo da relao empregatcia - 7, I, e art. 10 das DT
- inelegibilidade - Art. 14, 9
- criao, transformao ou reintegrao de territrios, incorporao, fuso e
desmembramento de Estados-membros e Municpios 18, 2, 3 e 4 - permisso de trnsito de foras estrangeiras no territrio nacional 21, IV;
- autorizao, pelo Congresso Nacional, para que o Presidente da Repblica declare
guerra e/ou celebre a paz art. 49, II. - delegao de competncias legislativas da Unio aos Estados art. 22, nico - criao, pelos Estados, de regies metropolitanas ou microrregies formadas por
aglomerao urbanas de municpios art. 25, 3 - definio da rea de atuao de fundaes pblicas criadas por lei art. 37, XIX - criao de procedimento de avaliao de desempenho do servidor pblico estvel art. 41, III
- criao de medidas de combate desigualdade regional art. 43, 1, I e II
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- fixao do nmero de deputados, entre 8 e 70, e representao por Estado e DF art. 44, 1
- criao de normas para a elaborao de leis art. 59, nico - definio de atribuies do Vice-Presidente da Repblica art. 79, nico - dispor sobre o estatuto da magistratura (art. 93), a organizao e a competncia
dos rgos da magistratura (art. 121), do Ministrio Pblico (art. 129, VI, VII), da
Advocacia Geral da Unio (art. 131), da Defensoria Pblica (art. 134, nico) e das
Procuradorias Estaduais e do DF (art. 128, 4)
- dispor sobre precatrios (art. 100, 15)
- organizao das Foras Armadas art. 142, nico - sistema tributrio art. 146 e incisos
- instituio de emprstimo compulsrio art. 148 - imposto sobre grandes fortunas art. 153, VI e outros impostos, no cumulativos Art. 154, I
- dispor sobre as finanas pblicas art. 163 - estabelecer os limites de gastos pblicos art. 168 Lei Complementar n. 101 - estabelecer o critrio para a desapropriao para reforma agrria art. 164, 3 - estabelecer a poltica de sade art. 198, 3 (reavaliao qinqenal) - poltica da previdncia social art. 198, 1 - poltica de previdncia privada art. 202 - poltica indgena art. 231, 6 - PIS e PASEP art. 239 LC 7 e 8, de 1970
Histrico:
A Lei Complementar foi introduzida na EC 4, CF/46 (parlamentarismo) em 1961,
revogada a emenda, desapareceu, retornando com a EC 17, CF/46, em 1965.
Procedimento: mesmo procedimento da lei ordinria, exceto quorum (maioria
absoluta (membros). Resta, ento, saber se esta pequena alterao, no qurum, de maioria
simples (metade mais um dos presentes, que deve ser metade mais um dos membros), para
maioria absoluta (metade mais um dos membros), fornece a garantia de maior estabilidade
pretendida pelo legislador constituinte..
LEI ORDINRIA (art. 59, III, e 61)
espcie normativa tpica, utilizada para inovao do direito, quando no h
previso constitucional de outra espcie. Por isto, diz-se que a Lei Ordinria espcie
normativa de mbito material residual: toda a matria constitucional no auto-aplicvel,
no entregue Lei Complementar, pode ser regulamentada por Lei Ordinria.
mbito especfico: art. 61, 1
Quorum: maioria simples
LEI DELEGADA (art. 59, IV e 68)
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As Leis Delegadas so normas elaboradas pelo Presidente da Repblica, por
delegao do Poder legislativo, atravs de Resoluo do Congresso Nacional, especificando
o seu contedo e os termos do seu exerccio (art. 68, 2).
No pode ser ilimitada.
Matrias no delegveis: Art. 68, 1
Pertinncia: No podem ser objeto de LD: (art. 49, 51 e 52), matrias reservadas
lei complementar, leis organizao PJ e MP, nacionalidade, cidadania, direitos individuais,
polticos, eleitorais, planos plurianuais, diretrizes e oramentrias (art. 68, 1).
Procedimento: dispensa de sano
Se o Congresso pretender apreciar o projeto, o far em sesso nica, vedadas
emendas (art. 68, 3)
Controle: eventual exorbitncia dos limites da resoluo do Congresso Nacional
pode ser sustada por outra resoluo (art. 49, V)
MEDIDAS PROVISRIAS (art. 59, V e 62 EC-32/01) - Previso Constitucional: Art. 62
Atos editados pelo Presidente da Repblica, com fora de lei, em caso de relevncia
e urgncia, submetidos ao Congresso imediatamente; perdem a eficcia se no convertidos
em lei em 60 dias, prorrogvel uma nica vez por igual perodo.
Origem: Constituio italiana de 1947; instrumento do regime parlamentarista. Veio
substituir o Decreto-Lei (que era aprovado por decurso de prazo, se no apreciado em 45
dias). Distines: prazo (30/45 dias) decurso do prazo; vedao.
Efeitos: vigncia temporria; suspende a eficcia das leis anteriores, com ela
conflitantes.
Se no for apreciada em 45 dias, entrar em regime de urgncia, sobrestando outras
deliberaes da Casa (o Senado pode iniciar a discusso antes mesmo de receber o projeto
da Cmara).
Se aprovadas no prazo legal (60+60) com alteraes, permanecer em vigor mesmo
se a sano ou veto ocorrer aps 120 da publicao da MP.
Se perder a eficcia, por decurso do prazo, ou se no for aprovada pelo
Congresso, desaparece: so anulveis, retroativamente (ex tunc), cabendo ao Congresso disciplinar, por decreto legislativo, no prazo de 60 dias, as relaes jurdicas dela
decorrentes. Se o Congresso no editar, no prazo legal, decreto legislativo, as relaes
jurdicas disciplinadas pela MP prevalecem, enquanto vigeu, deixando de existir no
momento em que perdeu a eficcia.
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No podem ser reapresentadas na mesma sesso legislativa.
A EC-32/01 limitou a edio de MPs, obstacularizando a reedio e reapresentao
na mesma sesso legislativa (limitao formal).
Criou, tambm, limitao material, mencionando as matrias que no podem ser
objeto de MPs, no restringindo a edio de MPs sobre matria tributria (prevalece a
orientao do STF, que j permitia a instituio e a disciplina de tributos, a concesso ou
revogao de incentivos fiscais, enfim, legislar sobre toda matria no reservada LC).
Podem regulamentar matria constante de Emenda Constitucional a partir de
11.9.01 (o que era vedado, a partir de 1995, pelo art. 246)
As MPs anteriores a 12.9.01 passam a ter vigncia indeterminada, sendo
revogveis por outra MP ou ato do Congresso Nacional ( 2).
Restries absolutas ( 1): matrias:
relativas a nacionalidade, cidadania, direitos polticos, partidos polticos e direito eleitoral;
direito penal, processual penal e processual civil;
organizao do PJ e do MP, carreira e garantia de seus membros;
planos plurianuais, diretrizes oramentrias, oramento, crditos adicionais e suplementares, exceto art. 167, 3 (abertura de crdito especial para despesas
imprevisveis e urgentes, como em casos de calamidade, etc)
que vise deteno ou seqestro de bens, poupana popular ou ativos financeiros;
reservadas LC
disciplinadas em projeto de lei sujeito a sano
Restrio relativa ( 2): em matria tributria:
majorao de impostos (no tributos) - produz efeitos no exerccio seguinte se houver sido convertida em lei no exerccio em que foi editada.
o Excees (podem ser institudos por MPs, sem a observncia do principio da anterioridade):
II, IE, IPI, IOF e Iex de guerra, no sujeitos ao principio da anterioridade.
Taxas e contribuies do art. 149 (exceto contribuies da seguridade social, sujeitas anterioridade nonagesimal art. 195, 6) e contribuies de melhoria
DECRETOS LEGISLATIVOS (59, VI)
So deliberaes do plenrio sobre matria de sua exclusiva competncia e
apreciao poltico-administrativa, promulgadas pelo Presidente da Mesa para operar
efeitos fora da Casa. Difere da Resoluo, que surte efeitos internamente. Ambos se
submetem ao processo legislativo comum, mas prescindem da sano do Chefe do Poder
Executivo.
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Utilizados para disciplinar relaes jurdicas decorrentes de MPs no apreciada ou
rejeitada. So utilizados, tradicionalmente, para deliberaes do Congresso, tais como nos
casos do art. 49, II a VI, IX e XII a XVII. Em se tratando de controle concreto (ex.
autorizao de afastamento do Presidente da Repblica, inc. III) no esto sujeitos ao
controle da constitucionalidade; se abstrato (ex. fixao de subsdios, inc. VII e VII),
sujeitam-se.
RESOLUES (59, VII):
Destinam-se a regular matria da administrao interna das Casas do Poder
Legislativo. No lei nem simples ato administrativo; +e deliberao poltico-
administrativa. So utilizadas, tradicionalmente, para as competncias privativas de cada
Casa (art. 51 e 52), Regimentos Internos, concesso de licena a parlamentares,
organizao de servios da Mesa, regulamentao de outras atividades, tais como delegar a
competncia legislativa ao Chefe do Executivo (Lei Delegada).
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Professora Meyre Elizabeth Carvalho Santana
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UNIDADE II Questionrio sobre PROCESSO LEGISLATIVO
1. O que processo legislativo? 2. Onde se encontram as regras do processo legislativo federal brasileiro? 3. Quais as espcies normativas existentes no ordenamento jurdico brasileiro, no plano
federal?
4. O que proposio, ou projeto? Quais as espcies de proposio? 5. O que emenda? 6. Quais as matrias cuja iniciativa legislativa reservada ao Presidente da Repblica? 7. Quais os assuntos sobre os quais o STF e os Tribunais Superiores podem apresentar
projetos de lei:?
8. E o Procurador Geral da Repblica? 9. Em que situaes d-se o arquivamento de um projeto? 10. Quais so os regimes de tramitao das proposies legislativas? 11. Quando um projeto tramita em regime de urgncia? 12. O chamado regime de urgncia urgentssima tem previso legal? Justifique. 13. Qual o procedimento legislativo de uma: a. Emenda constituio? b. Lei ordinria? c. Lei complementar? d. Medida Prov