constitucional aula 01

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Matéria: D. Constitucional Prof.: Ruy Walter DISCIPLINA: D. Constitucional PROFESSOR: Ruy Walter Leis e artigos importantes: Art. 485, V, CPC art. 59, CRFB Art. 62, § 1º, III, CRFB art. 57, CRFB art. 59, CRFB art. 102, I, “a”, CRFB art. 64, §§1º e 2º, CRFB art. 1º, § único, I, lei 9.882/1999 art. 5º, IX, X, XI, CRFB art. 60, CRFB art. 12-F da lei 9.869 art. 125, §2º, CRFB art. 469, CPC art. 85, CRFB Art. 242, §2º, CRFB art. 37, VII, CRFB art. 5º, LXX, CRFB Súmula Vinculante nº 10 Art. 97, CRFB art. 61, §1º, CRFB art. 61, §1º, II, “d” art. 22, §1º, lei 12.016/2009 Palavras-chave: Medida Provisória. Inconstitucionalidade material . Constitucionalidade superveniente . Cláusulas pétreas implícitas. Inconstitucionalidade por arrastamento. Descomplementarização. Desconstitucionalização. Medida liminar em ADI. Norma constitucional interposta. Princípio da Unidade Normativa da Constituição. Mandado de Injunção. Força Normativa da Constituição, Eficácia Irradiante dos Direitos Fundamentais e da Dimensão Objetiva dos Direitos Fundamentais. Máxima Efetividade ou Máxima Eficiência. TEMA : Resolução de Questões PROFESSOR : Ruy Walter DIREITO CONSTITUCIONAL QUESTÃO 01 Diante de decisão definitiva do STF em ADI ou ADPF já declaração de inconstitucionalidade: supressão da norma de ordenamento jurídico porque inválida. Ato inconstitucional é ato nulo, opera efeitos ex tunc, retroativos.

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Resumo aula slides aulas 01 concursos públicos

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  • Matria: D. Constitucional Prof.: Ruy Walter

    DISCIPLINA: D. Constitucional

    PROFESSOR: Ruy Walter

    Leis e artigos importantes:

    Art. 485, V, CPC

    art. 59, CRFB

    Art. 62, 1, III, CRFB

    art. 57, CRFB

    art. 59, CRFB

    art. 102, I, a, CRFB

    art. 64, 1 e 2, CRFB

    art. 1, nico, I, lei 9.882/1999

    art. 5, IX, X, XI, CRFB

    art. 60, CRFB

    art. 12-F da lei 9.869

    art. 125, 2, CRFB

    art. 469, CPC

    art. 85, CRFB

    Art. 242, 2, CRFB

    art. 37, VII, CRFB

    art. 5, LXX, CRFB

    Smula Vinculante n 10

    Art. 97, CRFB

    art. 61, 1, CRFB

    art. 61, 1, II, d

    art. 22, 1, lei 12.016/2009

    Palavras-chave:

    Medida Provisria. Inconstitucionalidade material. Constitucionalidade superveniente . Clusulas

    ptreas implcitas. Inconstitucionalidade por arrastamento. Descomplementarizao.

    Desconstitucionalizao. Medida liminar em ADI. Norma constitucional interposta. Princpio da

    Unidade Normativa da Constituio. Mandado de Injuno. Fora Normativa da

    Constituio, Eficcia Irradiante dos Direitos Fundamentais e da Dimenso Objetiva dos

    Direitos Fundamentais. Mxima Efetividade ou Mxima Eficincia.

    TEMA: Resoluo de Questes

    PROFESSOR: Ruy Walter

    DIREITO CONSTITUCIONAL

    QUESTO 01

    Diante de deciso definitiva do STF em ADI ou ADPF j declarao de inconstitucionalidade:

    supresso da norma de ordenamento jurdico porque invlida. Ato inconstitucional ato nulo,

    opera efeitos ex tunc, retroativos.

  • Matria: D. Constitucional Prof.: Ruy Walter

    Ao Rescisria: prazo de 2 anos para propositura (mbito cvel). Entende-se que possvel

    resciso do julgado quando houver declarao de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do

    Poder Pblico.

    Se lei no for aplicada ao caso por ser inconstitucional e for objeto de ADC ou improcedncia do

    pedido em ADI, ser possvel a rescindibilidade do julgado para que se tenha a validade no caso

    da norma que no foi aplicada pelo juzo monocrtico.

    Se se extrapolar o prazo de 2 anos para o prazo de rescisria ser possvel a rescinsibilidade do

    julgado excepcionalmente. Ada Pellegrini Grinover entende que, passado o prazo de 2 anos, deve

    ser ajuizada ao declaratria no juzo monocrtico para declarar inconstitucional a coisa julgada

    que se tornou inconstitucional.

    Ex.: H casos em que a parte no tinha acesso a determinados exames mdicos (por falta

    de recursos) e, tempos depois, passou a ter.

    Obs.: Reviso criminal imprescritvel.

    Resposta:

    possvel a rescindibilidade do julgado no prazo fixado no CPC para a propositura de ao

    rescisria para se evitar a permanncia no mundo jurdico de sentena inconstitucional.

    Entretanto, h entendimento que deve ser aplicado em casos subjetivos semelhantes em que

    mesmo aps o decurso de prazo de dois anos, vem se admitindo a propositura de ao rescisria,

    principalmente quando tem-se deciso teratolgica. Ada P. Grinover entende que a

    rescindibilidade se d por ao meramente declaratria interposta junto ao juzo monocrtico.

    Esse entendimento no se aplica reviso criminal, que no se submete a prazo (Art. 485, V,

    CPC).

    Obs.: Direito fundamental identidade gentica: pode ser exigido do Poder Pblico gratuitamente.

    QUESTO 02

    Medida Provisria est elencada no art. 59, CRFB.

    a) Matria relativa a assistncia Jurdica no pode ser objeto de MP: Art. 62, 1, III, CRFB

    trata-se de matria reservada a Lei Complementar, que no pode ser objeto de medida provisria.

    b) Prazo mximo de vigncia da MP: 60 + 60 dias (120 dias), ou haver perda de eficcia at a

    sua edio. Se no for convertida em lei em at 120 dias, h perda da eficcia da MP. H 45 dias

    de prazo para trancamento de pauta.

    At a EC 32/2001 podiam as MPs ser reeditadas.

    O recesso parlamentar faz com que o prazo mximo de vigncia seja suspenso, de modo que a

    MP continua a surtir efeitos. Causa constitucional de suspenso do prazo de vigncia da Medida

    Provisria.

  • Matria: D. Constitucional Prof.: Ruy Walter

    Prazos de recesso do Congresso - art. 57, CRFB: de 02 de fevereiro a 17/07 e de 01/08 a

    27/12.

    c) Medida provisria no revoga lei, apenas suspende a eficcia da lei anterior que for

    contrria ao seu contedo. S haver revogao quando a MP for convertida em lei.

    MP convertida sempre em lei ordinria, pois no cabe MP em matria de lei complementar.

    Obs.: Planos do ato normativo:

    - Existncia: a lei ordinria ou complementar passa a existir com a sano. Norma constitucional

    passa a existir com a promulgao (no passa por sano do chefe do Executivo, seja Presidente

    ou Governador. A promulgao pelo prprio Legislativo mesa da Alerj, se proposta de EC

    Constituio estadual, ou as mesas da Cmara e Senado se no plano Federal).

    - Validade: adequao ao fundamento de validade. Os atos do art. 59, CRFB tm fundamento de

    validade na CRFB. Os atos administrativos tm fundamento de validade na lei. o

    escalonamento hierrquico de Hans Kelsen.

    - Eficcia: potencialidade para gerao de efeitos, quando a norma rene tudo de que necessita

    para a gerao de efeitos.

    - Aplicabilidade (Efetividade): realizao prtica dos efeitos. Realizabilidade ou eficcia social.

    Obs.: A Constituio do RJ no prev Medida Provisria, de modo que no h MP no RJ. Se

    passar a prever, ser possvel MP no estado do RJ.

    No estado do RJ h lei delegada prevista na CERJ.

    d) Nada impede que a MP seja objeto de controle via ADI por conta de sua forma e de seu

    contedo, tal como ocorre com todas as espcies do art. 59, CRFB. Dvida ocorre, entretanto,

    quanto possibilidade de controle dos requisitos da MP (relevncia e urgncia), e, neste ponto,

    evoluiu a jurisprudncia do STF para se entender excepcionalmente possvel a verificao se a

    chefia de Poder Executivo realizou escolha adequada, razovel, proporcional. Sem, com isto,

    substituir a vontade do Executivo, realizando apenas controle de constitucionalidade formal.

    O STF, via ao direta, pode examinar constitucionalidade de medida provisria. MP ato

    normativo primrio, logo, est no conceito de ato normativo primrio do art. 102, I, a, CRFB. MP

    tem fundamento de validade diretamente na Constituio.

    A anlise dos requisitos de urgncia e relevncia feita pelo STF excepcionalmente com

    parmetros em razoabilidade.

    Ex.: Presidente edita Medida Provisria dando status de ministro ao Presidente do Banco

    Central. O Procurador-Geral da Repblica prope ADI por no ter urgncia e relevncia.

    O STF entendia que urgncia e relevncia dizem respeito ao mrito administrativo da chefia do

    Executivo, no podendo ser adentrado pelo Judicirio (Princpio da Conformidade Funcional ou

    Autoconteno). Hoje o STF evoluiu o entendimento para verificar razoabilidade e urgncia de

    MPs, excepcionalmente.

  • Matria: D. Constitucional Prof.: Ruy Walter

    Urgente: matria que no pode aguardar o processo legislativo sumrio (art. 64, 1 e 2,

    CRFB). O Presidente (ou Governador) inicia o processo legislativo e pede urgncia na

    apreciao.

    Obs.: Matrias que no podem ser regulamentadas por MP: direito processual civil, direito

    processual penal, penal.

    Podem ser regulamentados por MP: civil, comercial, consumidor, d. do trabalho.

    QUESTO 03

    a) Sob o ponto de vista material, se a lei anterior a 1988 estiver em dissonncia com a

    matria da nova Constituio, no haver recepo, e o efeito da no recepo, segundo o STF,

    o de revogao, que pode ser constatada por mtodo difuso ou por ADPF, na forma do art. 1,

    nico, I, lei 9.882/1999. Sob o ponto de vista formal, entretanto, a norma recepcionada pela

    nova Constituio porque vai se adaptar formalmente a uma das espcies do art. 59, CRFB.

    Inconstitucionalidade material: h recepo ou no recepo de lei anterior CRFB/88, no

    inconstitucionalidade.

    Inconstitucionalidade formal: sendo a forma dissonante com a nova Constituio, a lei ser

    recepcionada e adaptada a uma das espcies normativas (Ex.: CLT, CTN, Cdigo Penal, C. de

    Processo Penal so todos decretos-leis, foram recepcionados como leis ordinrias ou

    complementares).

    Norma anterior CRFB/88: no h declarao de inconstitucionalidade, elas so revogadas pela

    CRFB se com ela incompatveis. O instrumento processual para que o STF declare com eficcia

    erga omnes e efeito vinculante a ADPF (arguio de descumprimento de preceito fundamental).

    S possvel controle de leis anteriores CRFB/88 por ADPF (como fez com a Lei de

    Imprensa, monoplio dos Correios e Lei de Anistia): o STF constata se a lei foi ou no

    recepcionada pela ordem constitucional.

    S possvel a verificao por mtodo difuso e por ADPF de leis anteriores CRFB.

    Antes da ADPF isso s era possvel de ser feito via mtodo difuso (via RE, Rec. Ordinrio ou

    remdio constitucional), sem eficcia erga omnes.

    Ex.: Lei de Imprensa no foi recepcionada pela Constituio. Direito de liberdade de

    expresso, liberdade de imprensa. Havendo ofensa, cabe compensao por danos morais

    (art. 5, IX, X, XI, CRFB).

    O ento min. Ayres Britto conheceu da ADPF sobre a Lei de Imprensa com base no art. 1,

    nico, I, Lei 9.882, suspendendo os processos em andamento e julgou a lei.

    b) Se uma lei, ao tempo de sua edio, inconstitucional, o advento de nova Constituio

    no capaz de convalidar este vcio congnito, no se admitindo, portanto, constitucionalidade

    superveniente no Brasil.

    Alis, antes da EC 41 de 2003, lei do estado do Paran j dispunha sobre a possibilidade de

    taxao dos inativos e pensionistas, tendo-se, portanto, inconstitucionalidade material desta lei

    estadual, tendo sido proposta ADI. Durante o processamento da ADI foi editada a EC 41/2003,

  • Matria: D. Constitucional Prof.: Ruy Walter

    tornando, portanto, legtima a taxao. O STF, neste caso, manteve o processamento da ADI,

    afastando a arguio de prejudicialidade para se verificar os efeitos gerados durante sua

    vigncia.

    Constitucionalidade superveniente: lei inconstitucional sob a tica da Constituio que lhe dava

    fundamento quando editada, contudo, compatvel com nova Constituio. No possvel a

    constitucionalidade superveniente pois o vcio congnito. No possvel convalidao de vcio

    congnito.

    c) O art. 60, 4 traz as clusulas ptreas expressas, havendo, inclusive, clusulas ptreas

    implcitas, como a inteireza do 4 do art. 60, isto , no possvel que haja emenda

    Constituio para suprimir o 4 porque, implicitamente, est protegido.

    No seria possvel, portanto, uma emenda Constituio visando a supresso integral do 4 e,

    em segundo momento, a incluso de clusulas anteriormente no previstas sendo vedada,

    portanto, a Dupla Reviso.

    No podem ser abolidos os direitos e garantias individuais, mas tambm os coletivos (de acordo

    com o STF). No possvel abolio integral, mas possvel a relativizao de direitos

    fundamentais.

    H, excepcionalmente, direitos fundamentais absolutos como o direito de no ser torturado, no

    receber direito desumano ou degradante, etc. O limite para relativizao dos direitos fundamentais

    a intangibilidade do mnimo existencial. O mnimo existencial, com base no P. da Dignidade

    da Pessoa Humana, no pode ser suprimido da Constituio.

    H as clusulas ptreas (art. 60, CRFB) e tambm clusulas ptreas implcitas: art. 60, 4. No

    se pode abolir o 4 e ento inserir novas clusulas Dupla Reviso.

    Extenso horizontal dos direitos fundamentais: ainda que em uma relao horizontal, entre

    particulares, necessrio que se garanta o mnimo de direitos.

    Extenso vertical dos direitos fundamentais: garantia dos direitos fundamentais a serem prestados

    pelo Estado. Ex.: alimentao, sade, moradia, educao.

    Obs.: A Defensoria Pblica era clusula ptrea implcita: instituio essencial no pode ser

    suprimida da Constituio por emenda. Passou a ser clusula ptrea expressa, pois adquiriu o

    conceito de permanente e essencial funo jurisdicional do Estado. No pode ser suprimida por

    EC.

    d) Sinnimo de Inconstitucionalidade por arrastamento. As normas acessrias seguem o destino

    da principal, so contaminadas pela declarao de inconstitucionalidade.

    Ex.: Declarando-se inconstitucional o caput, devem as alneas e incisos serem declarados

    inconstitucionais por arrastamento ou reverberao normativa, se for o caso.

    e) Em dois casos o STF considera possvel, excepcionalmente: 1) quando se aproveita o

    arcabouo normativo para incluir matrias que poderiam vir por lei ordinria; 2) quando ocorre o

    fenmeno da descomplementarizao (se a Constituio previr a necessidade de que a matria

  • Matria: D. Constitucional Prof.: Ruy Walter

    venha por lei complementar, possvel que, em momento posterior, emenda Constituio no

    considere mais necessrio qurum de maioria absoluta e a matria, portanto, pode vir por lei

    ordinria, e a lei passa a ser apenas formalmente complementar).

    H casos em que lei ordinria pode revogar lei complementar, quando se aproveita o arcabouo

    normativo para disciplinar matrias que poderiam ter sido disciplinadas por lei ordinria. A lei

    apenas formalmente complementar.

    E quando ocorre a descomplementarizao: matria que, aps Emenda Constituio, deixa de

    ter que ser regulamentada por lei complementar, podendo ser regulamentada por lei ordinria.

    Havendo descomplementarizao, a lei passa a ser apenas formalmente complementar, no

    materialmente, podendo ser revogada por lei ordinria.

    Ex.: CTN ou a LC 132/2009: h matrias que poderiam ser disciplinadas por lei ordinria.

    Lei complementar: qurum mais dificultoso de aprovao: maioria absoluta (50% + 1 dos efetivos

    membros da casa legislativa).

    Lei ordinria: maioria simples (50% + 1 dos presentes sesso, respeitado o qurum de

    instalao da sesso legislativa). Art. 47, CRFB.

    As sesses s comeam havendo presena de metade + 1 dos membros daquela casa

    (258 deputados).

    Emenda Constitucional: qurum de maioria de 3/5 em dois turnos em cada casa do Congresso.

    Aprovao de lei orgnica: 2/3. Arts. 29 (municpios) e 32 (DF). A LO do DF tem natureza hbrida,

    normas de caracterstica de constituio e normas de caracterstica de lei orgnica.

    f) Em alguns pases, como em Portugal, torna-se possvel, por expressa disposio na nova

    Constituio, que normas da Constituio anterior tenham sobrevida na nova ordem inaugurada,

    mas agora com status de norma infraconstitucional (lei).

    Desconstitucionalizao: seria possvel se fosse expressamente previsto na CRFB. Algumas

    constituies estaduais preveem a desconstitucionalizao: normas constitucionais sofrem

    reduo de status e passam a viger com status de lei, norma infraconstitucional.

    QUESTO 04

    Ao deferir medida liminar em ADI, o STF determina a suspenso de eficcia da norma

    impugnada, suspendendo seus efeitos ex nunc, a partir daquele momento. Quando o STF julga o

    mrito, o plano a ser examinado o da validade, porque adotamos no Brasil a doutrina dos Atos

    Nulos (doutrina norte-americana). A natureza jurdica acautelatria.

  • Matria: D. Constitucional Prof.: Ruy Walter

    Natureza Jurdica da Liminar em ADI. H divergncia na doutrina, mas prevalece que tem

    natureza cautelar, pois no se antecipa os efeitos da deciso declaratria de inconstitucionalidade

    so planos distintos.

    Ex. (min. Carmen Lcia): a Lei dos Royalties do Petrleo fere duas normas da Constituio:

    1) art. 5, XXXVI: irretroatividade em relao a contratos j assinados; 2) art. 20, 1. A

    ministra suspendeu os efeitos da lei por liminar.

    Deferimento de liminar em ao direta suspende os efeitos, atua no plano da eficcia.

    J quando o STF decide no mrito, o plano da validade.

    Obs.: Em ADI por omisso, ADC e ADPF, o STF pode fazer mais: possvel a suspenso dos

    processos em andamento, inclusive administrativos, no caso ADI por omisso, na forma do art.

    12-F da lei 9.869 e do art. 21 da mesma lei.

    Art. 12-F, Lei 9.868: Em ADI por omisso, ADC e ADPF h pode-se determinar suspenso

    dos processos em andamento o que no se faz em ADI. Pelo art. 12-F possvel liminar

    em ADI por omisso, ADC, ADPF. Possvel a ciso funcional de competncia no plano

    vertical em ADPF.

    QUESTO 05

    A jurisprudncia do STJ, majoritria, no sentido de que h perda superveniente de objeto. Mas

    j h entendimento do min. Gilmar Mendes, Toffoli e Peluso, no sentido de se determinar o

    prosseguimento do julgamento da ADI para se verificar a sindicabilidade dos efeitos da norma

    durante o prazo de su vigncia.

    A jurisprudncia sempre foi no sentido de prejudicialidade da ADI em virtude da revogao da lei

    perda superveniente de objeto.

    Mas h indcio de mudana na jurisprudncia que aponta o prosseguimento no processamento

    mesmo aps a revogao da lei, pois necessria a verificao de efeitos produzidos pela lei

    durante a sua vigncia.

    QUESTO 06

    Normalmente regime interno matria interna corporis, e o STF entende que se o

    ferimento tiver sido a regimento interno, no ser possvel a anlise da conduta da mesa

    diretora por MS, por conta do art. 2, CRFB.

  • Matria: D. Constitucional Prof.: Ruy Walter

    Entretanto, possvel que a matria disposta do regimento interno seja, na realidade,

    extenso da prpria Constituio (norma constitucional interposta), e, neste caso, seria

    perfeitamente possvel, ao parlamentar, impetrar MS, aduzindo como causa de pedir a

    inconstitucionalidade formal do projeto de lei ou PEC por violar norma do regimento

    interno e, como pedido, a anulao do processo legislativo, preservando sua prerrogativa

    de parlamentar e seu direito lquido e certo de observncia das regras de processo

    legislativo.

    Normas constitucionais interpostas: Muitas vezes o regimento interno, embora seja

    interna corporis, funciona como extenso da Constituio.

    Gilmar Mendes tem entendimento de que mesmo que constante apenas de regime

    interno, se a matria funcionar como extenso da Constituio ser possvel que, via

    Mandado de Segurana, observe-se se foi feriada a Constituio e seja concedida a

    segurana.

    QUESTO 07

    No necessariamente, porque a lei estadual impugnada via RI pode ser inconstitucional

    sob outro fundamento previsto apenas na Constituio estadual. Ao contrrio, no: se a lei

    estadual for considerada inconstitucional pelo STF a representao, necessariamente,

    perde o objeto, pois ocorre coisa julgada material erga omnes e com efeito vinculante.

    Lei estadual questionada, em ADI, face a CRFB e, no plano estadual, em Representao

    de Inconstitucionalidade (art. 125, 2, CRFB), face a Constituio estadual.

    No RJ, o DPGE legitimado RI, bem como prefeito, procurador-geral do Estado.

    A RI, ao estadual, fica suspensa at o julgamento da ADI.

    Sendo a ADI julgada procedente, a lei julgada inconstitucional face CRFB e a

    RI atingida pela coisa julgada material. A lei excluda do ordenamento jurdico.

    Se o pedido na ADI for julgado improcedente, pelo efeito dplice a lei

    considerada constitucional. Contudo, no mbito estadual a lei pode ser

    inconstitucional por outro fundamento, presente na Constituio estadual, de modo

    que deve prosseguir a RI.

    QUESTO 08

  • Matria: D. Constitucional Prof.: Ruy Walter

    No, o STF, atravs de Moreira Alves, adotou o Princpio da Unidade Normativa da

    Constituio, em que a Constituio originria no pode entrar em contradio consigo

    mesma. Na Alemanha, entretanto, torna-se possvel que uma norma expressa na

    Constituio originria, se for de encontro a um Superprincpio no inscrito, seja declarada

    inconstitucional com base nesta teoria.

    Teoria das Contradies Transcendentes: Aplicada, p. ex., na teoria das Normas

    constitucionais inconstitucionais (de Otto Bachof): normas que estejam na constituio

    originria, ao se chocar com Superprincpio no inscrito (norma que transcende aquilo que

    est escrito), pode ser declarada inconstitucional. No aplicada no Brasil.

    O STF, conforme o min. Moreira Alves, adota a Teoria da Unidade Normativa da

    Constituio: a Constituio no pode entrar em contradio consigo mesma. No h

    hierarquia normativa entre normas constitucionais. Pode haver, no mximo, relao de

    importncia axiolgica.

    Obs.: No se confunde com a Transcendncia dos motivos determinantes, teoria

    defendida por Gilmar Mendes em que, tendo o STF se manifestado no caso

    concreto, pode dar eficcia erga omnes e efeito vinculante deciso, mesmo que

    no em ao direta.

    Os fundamentos da deciso tambm fariam coisa julgada material (rompendo-se

    com o art. 469, CPC), vinculando demais rgos do Judicirio e Administrao

    Pblica.

    No aceita pelo STF entende o STF que, aps reiteradas decises, deve ser

    editada smula vinculante (Joaquim Barbosa e Lewandowski).

    QUESTO 09

    No, o Legislativo no est submetido. Evita-se a fossilizao da Constituio. O

    legislativo, como eco da voz do povo, no pode se submeter s decises vinculantes do

    STF.

    J a chefia do Executivo, enquanto chefia da Administrao Pblica, vinculada. crime

    de responsabilidade do Presidente, na forma do art. 85, CRFB, deixar de dar cumprimento

    a deciso judicial e de lei. O chefe do Executivo pode deixar de dar execuo a lei se no

    entender constitucional, como agente independente.

  • Matria: D. Constitucional Prof.: Ruy Walter

    QUESTO 10

    A obrigatoriedade do convnio prevista na Constituio estadual de SP foi declarada

    inconstitucional pelo STF. Entretanto, a mantena do convnio, desde que seja

    interessante Defensoria, no alto de sua independncia constitucional, pode ser mantido

    at o devido aparelhamento da instituio em todas as comarcas do estado.

    Quem decide isto a Defensoria Pblica, no a Constituio estadual. Logo, esta norma

    da Constituio estadual ainda constitucional, em trnsito para inconstitucionalidade

    inconstitucionalidade progressiva).

    QUESTO 11

    a) Os conceitos so independentes. Norma de eficcia plena pode no ser de eficcia

    absoluta. Ex.: Art. 242, 2, CRFB norma de eficcia plena, mas no de eficcia

    absoluta, porque pode ser suprimida por emenda Constituio.

    Norma de eficcia absoluta pode no ser de eficcia plena. Ex.: Art. 5, XIII, CRFB.

    Normas de eficcia plena (classificao e Jos Antnio da Silva) no se confundem com

    Normas de eficcia absoluta (classificao de Maria Helena Diniz).

    Normas de eficcia absoluta so aquelas que no podem ser suprimidas da CRFB

    (clusulas ptreas).

    Normas de eficcia plena so aquelas que no dependem de regulamentao para

    surtirem seus efeitos.

    Logo, possvel que haja norma de eficcia absoluta que no seja de eficcia plena e

    vice-versa. So conceitos distintos.

    b) Embora Seplveda Pertence e Ingo Sarlet entendam que sim, a maioria do STF

    entende que a norma do art. 37, VII, CRFB de eficcia limitada, dependendo, portanto,

    de regulamentao.

    Em mandado de Injuno o STF adotou a posio concretista genrica, estendendo a

    lei geral de greve aos servidores pblicos para que haja a possibilidade de exerccio do

    direito fundamental em virtude de inao do Poder Pblico.

    O STF entende que o art. 37, VII norma de eficcia limitada, depende de

    regulamentao.

  • Matria: D. Constitucional Prof.: Ruy Walter

    H entendimento de Seplveda Pertence e Ingo W. Sarlet (obra Eficcia dos Direitos

    Fundamentais) pela autoaplicabilidade do direito de greve, inclusive com base no art. 5,

    I, CRFB. O art. 9, 1 j garantiria o direito de greve, no sendo necessria lei aos

    servidores pblicos.

    d) Excepcionalmente sim, no caso da greve dos servidores pblicos via mandado de

    injuno, atuando com ativismo judicial.

    O STF adotou a teoria concretista genrica na questo da greve dos servidores pblicos

    e, na questo da Defensoria Pblica de SC, determinou que fosse criada sob pena de

    responsabilidade. Neste caso, abandonou a autoconteno e atuou com ativismo judicial.

    Ativismo Judicial: o Judicirio ultrapassa o limite de atuar apenas como legislador negativo

    e determina o advento de norma ou a concretiza.

    c) O melhor entendimento no sentido de que se a norma constitucional, goza de

    supremacia. No tocante aos direitos fundamentais, ncita est sua eficcia irradiante

    perante as instituies. E a dimenso objetiva dos direitos fundamentais, isto , o Poder

    Pblico est vinculado s decises constitucionais de maneira genrica e abstrata.

    Doutrina conservadora entende que norma programtica genrica, como a dos arts. 215 e

    225, CRFB no podem embasar exigncia de direito subjetivo de um fazer, pois no h

    especificidade. Ex.: No se pode exigir prtica de uma poltica pblica, declarao de

    inconstitucionalidade por omisso atravs de mandado de injuno.

    Posio vanguardista pela Fora Normativa da Constituio, Eficcia Irradiante dos

    Direitos Fundamentais e da Dimenso Objetiva dos Direitos Fundamentais (o Poder

    Pblico vinculado s normas constitucionais).

    e) Por integrao analgica, admite-se mandado de injuno coletivo.

    Ao Mandado de Injuno utiliza-se as normas do Mandado de Segurana (lei 12.016/2009

    e art. 5, LXX, CRFB). O Mandado de Injuno o nico remdio constitucional no

    regulamentado por lei prpria.

    QUESTO 12

    Reserva do Possvel a submisso da prestao de servio pblico reserva

    oramentria do Estado, garantindo-se, no mnimo, o ncleo essencial do direito

    fundamental (o Mnimo Existencial do direito fundamental).

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    Em contraposio a esta tese, temos a Mxima Efetividade ou Mxima Eficincia, que

    a retirada do maior grau de efetividade da norma em prol do seu destinatrio.

    Ex.: Direito sade: ao de obrigao de fazer com pedido de liminar para

    concesso de medicamento. Havendo descumprimento da liminar, cabe a busca e

    apreenso de medicamento, fixao de multa diria.

    Escolhas trgicas: escolher entre um ou outro a prestar o servio.

    Reserva do Possvel Princpio de Direito Econmico. Submisso da prestao do

    servio pblico reserva de caixa. O Estado no segurador universal. Como

    consequncia, o Estado deve optar a quem prestar o servio.

    O limite para essa relativizao o mnimo existencial do direito fundamental.

    QUESTO 13

    a) Sim. Smula Vinculante n 10.

    Mtodo difuso: no h declarao de inconstitucionalidade. O juiz deixa de aplicar a lei ao

    caso concreto e julga o pedido.

    b) Sim, desde que no seja o objeto da ao. O STF vem entendendo que a ACP no

    pode funcionar como sucedneo da ADI, pois seria burla competncia constitucional do

    STF.

    c) Prevalece que o STF no precisa se submeter reserva de plenrio com relao s

    suas turmas, com base em seu regimento interno, embora a matria seja divergente, pois

    o art. 97, CRFB no excepciona.

    Art. 97, CRFB, Clusula da Reserva de Plenrio: somente pelo voto da maioria absoluta

    dos membros do tribunal ou do respectivo rgo especial possvel a declarao de

    inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Pblico.

    d) Cabe apenas Embargos de Declarao da deciso do rgo fracionrio de tribunal que

    remete questo constitucional para julgamento pelo rgo especial. No cabem REsp ou

    RE, que s so cabveis do acrdo final, quando o rgo Especial j houver se

    manifestado quanto questo constitucional.

    e) Juiz no aplica lei ao caso concreto por entend-la no recepcionada. Em apelao, os

    desembargadores entendem pela no recepo. A Cmara pode e manifestar pela no

    recepo da lei, sem necessidade de submeter a questo ao rgo especial. Pois o art. 97

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    s se refere a inconstitucionalidade, e, no caso, h no recepo, e no

    inconstitucionalidade.

    QUESTO 14

    Desde que no haja definitividade, nada impede que tribunal de contas deixe de aplicar

    norma ao caso concreto por entende-la inconstitucional.

    Smula 347 do STF (de 1963) hoje questionada pelo min. Gilmar Mendes.

    QUESTO 15

    Segundo o STF, possvel alterao pelo Legislativo de matrias cuja iniciativa

    reservada ao Executivo, desde que no haja aumento de despesa. possvel o veto pelo

    chefe do Executivo.

    As matrias de competncia reservada ao Executivo (art. 61, 1, CRFB) so de repetio

    obrigatria.

    QUESTO 16

    O art. 61, 1, II, d, que se refere ao MP e DP, regra geral, que convive pacificamente

    com o art. 127 (MP) e o 134 (DP). Portanto, a iniciativa concorrente entre o Defensor

    Geral e o Governador: poder ser de um ou de ambos.

    Hoje o DPGE tem iniciativa de lei em virtude de extenso do art. 96, II s Defensorias

    Pblicas. Trata-se de norma especial DP.

    QUESTO 17

    No tendo MS individual, normalmente os direitos so estendidos aos servidores, ainda

    que no associados. Mas pode ser impetrado o MS individual.

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    A Lei de MS (art. 22, 1, lei 12.016/2009) dispe que havendo litispendncia entre o MS

    individual e o coletivo, possvel que o impetrante individual se beneficie dos efeitos da

    sentena do MS coletivo desde que desista do seu MS individual.

    QUESTO 18

    A sano apenas a finalizao do processo legislativo. Como o Poder Legislativo no

    se submete ao efeito vinculante, no possvel que a Reclamao seja conhecida.

    O Chefe do Executivo submetido ao efeito vinculante, mas no o Legislativo. A sano

    do Governador apenas finalizao do processo legislativo.

    No cabe Reclamao, portanto, no pode a liminar evitar a sano do governador a

    projeto de lei, sob pena de haver burla independncia do Legislativo.