consÓrcio comunidades & florestas: estudo de … · de lazer, violência crescente ... sem a...
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III
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CAMPUS DE BOTUCATU
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CONSÓRCIO COMUNIDADES & FLORESTAS: ESTUDO DE MERCADO DOS
PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS NA ZONA PERI-URBANA DO
MUNICIPO DE BELÉM NO ANO DE 2007
ESTUDANTE: ANA CAROLINA C. VIEIRA
ORIENTADOR: MAURO VIANELLO PINTO
SUPERVISOR: PAULO AMARAL
INSTITUIÇÃO: IMAZON – INSTITUTO DO HOMEM E MEIO AMBIENTE DA
AMAZÔNIA
Relatório do Estágio Curricular Supervisionado apresentado a Faculdade de Ciências
Agronômicas para a obtenção do título de Engenheiro Florestal
Botucatu – SP
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IV
2007
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
VIEIRA, A.C.C. Consórcio Comunidades & Florestas: Estudo de mercado dos produtos florestais não madeireiros na zona peri-urbana de Belém-Pa no ano de 2007.x f55. Relatório de Estágio Curricular Supervisionado para obtenção do título de Engenheira Florestal, Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2007.
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Dedicatória Dedico esse trabalho a tod@s @s cantadores(as) e caiporas que cuidam de suas matas... “Só e cantador que traz no peito o cheiro e a cor da sua terra, a marca do sangue dos seus
mortos e a certeza de luta dos seus vivos...” (François Silvestre)
“Toda mata tem caipora para mata vigiar. Veio um caipora de fora para mata definhar.....” (Xangi)
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Sumário
1. Introdução.......................................................................................................................... 1
1.1 Objetivos Gerais........................................................................................................... 2
1.2 Objetivos Específicos................................................................................................... 3
2. Descrição da Instituição ..................................................................................................... 5
3. Revisão de Literatura ......................................................................................................... 7
4. Metodologia..................................................................................................................... 18
5. Atividades Complementares............................................................................................. 24
6. Resultados e Discussão .................................................................................................... 26
7. Conclusão ........................................................................................................................ 37
8. Bibliografia...................................................................................................................... 39
9. Anexos ............................................................................................................................ 41
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1. Introdução
O Bioma Amazônia estende-se por nove países da América do Sul, totalizando uma área
de 6,4 milhões de quilômetros quadrados. Desse total, o Brasil abriga 63%, ou 4 milhões de
quilômetros quadrados. Os 37% restantes (2,4 milhões de quilômetros quadrados) estão
distribuídos entre o Peru (10%), Colômbia (7%), Bolívia (6%), Venezuela (6%), Guiana (3%),
Suriname (2%), Equador (1,5%) e Guiana Francesa (1,5%). A Amazônia Legal inclui os Estados
do Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Para, Rondônia, Roraima e Tocantins), Mato Grosso, parte
do Maranhão (a 44 graus de longitude oeste) e uma pequena porção de Goiás (acima de 13 graus
de latitude sul) (Lentini et al, 2005).
A Amazônia Legal possui uma área aproximadamente de 5 milhões de quilômetros
quadrados (59% do Brasil que possui uma área de 8.515 milhões de quilômetros quadrados) e
abriga cerca de 22.484,3 milhões de habitantes. Até 2005, 17 % de sua cobertura florestal haviam
sido desmatadas e possuem 42,1% de sua área protegida (2,1 milhões de quilômetros quadrados)
por terras indígenas, unidades de conservação e terras militares. (Celentano et al, 2007)
O Pará, estado onde está sediado o presente estudo possui uma área de 1.248 milhões de
quilômetros quadrados e abriga 6.856,7 milhões de habitantes. Desses, apenas 61% da população
possuem abastecimento adequado de água e 53% tratamento de esgoto, o que mostra a situação
de precariedade para grande parte da população. Ate o ano de 2005 o Pará tinha cerca de 5.753
milhões de quilômetros quadrados de suas áreas florestais desmatadas. (Celentano et al, 2007)
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O desenvolvimento desenfreado da região amazônica tem causado uma ampla degradação
e desmatamento das áreas florestais, gerando uma economia de crescimento que resulta em uma
economia não duradoura. O manejo florestal comunitário tem como sentido amplo englobar todas
as atividades do manejo dos recursos florestais com o propósito fundamental de melhorar as
condições sociais, econômicas, emocionais e ambientais das comunidades rurais, a partir de suas
próprias perspectivas (Kenny-Jordam, 1999), apresenta-se como uma alternativa para a busca da
sustentabilidade e controle desse quadro atual. O presente trabalho possui dois objetivos sendo
um geral e um específico realizado no município de Belém do Pará.
A região metropolitana de Belém e considerada um dos principais centros urbanos da
Amazônia legal e possui cerca de 1,8 milhões de habitantes com problemas como favelas
(invasões), saneamento básico precário, transporte público de baixa qualidade, escassez de área
de lazer, violência crescente e alta taxa de mortalidade, segundo Paranaguá et al (2003).
O estudo visa gerar melhoria na situação socioeconômica, incentivando o manejo florestal
comunitário de Produtos Florestais Não Madeireiros - PFNM, melhorias na comercialização
destes, tanto para as comunidades extrativistas como para os comerciantes das regiões de grande
consumo.
1.1 Objetivos Gerais
O Projeto “Conectando as partes: Melhorando a situação fundiária, o manejo da floresta e
comercialização de seus produtos na Amazônia brasileira” com duração de 4 anos, tem como
objetivos globais a conservação da diversidade biológica e as funções ecológicas do ecossistema
florestal tropical amazônico e melhorar o padrão de vida e o bem estar das populações que
dependem da floresta. Para isso o projeto está subdividido em três questões interligadas: 1)
manejo florestal, que está fortemente condicionado pela 2) segurança fundiária, que determina a
inserção dos produtos no 3) mercado.
O presente trabalho se encontra inserido no terceiro componente do projeto, ou seja, o
Mercado que tem como objetivos levantar as possibilidades de comércio e nicho para os produtos
florestais prioritários em mercados local, regional e nacional; coleta de informações de mercado
com metodologias transferíveis de levantamento; monitoramento de mercados de Produtos
Florestais não Madeireiros na coleta e disseminação de dados oficial existentes dos órgãos
federal, estadual e local estabelecendo um sistema de informação de mercado; elaboração,
desenvolvimento e teste de estratégias para capturar um maior valor de mercado para produtos
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florestais. Sendo possível suprir a carência de informações econômicas por meio das análises do
potencial de mercado para as espécies de árvores de valor madeireiro e não-madeireiro a serem
manejadas pelas comunidades, e possibilitar o acesso a essas informações para que os interesses
dos comunitários sejam compatíveis com os do mercado.
Através do componente 2 foram levantadas as espécies prioritárias a algumas
comunidades do estado do Pará que estão localizadas nos municípios de Gurupa, Porto de Moz e
Marabá. Após o levantamento de 42 espécies de interesse pelas comunidades, foram selecionadas
das espécies de interesse aquelas que possuem maior valor no mercado, tais como, o açaí, a
andiroba, a copaíba, a castanha-do-para, o piquia , o uxi e o bacuri que entrou na lista das
espécies em estudo no ano de 2007.
A formulação de políticas públicas que funcionem com baixo custo e que possam ser
aplicadas a toda região Amazônica também é um dos objetivos do projeto, visando aumentar a
consciência a respeito do uso dos produtos florestais e do seu impacto ambiental.
A insegurança fundiária impede a aprovação de iniciativas de manejo florestal e venda dos
produtos além de reduzir o acesso a créditos. Sem a legalização fundiária não há estímulo para
desenvolver o manejo sustentável e sem informação de produtividade e consumo seria impossível
desenvolver mercados.
1.2 Objetivos Específicos
O “Estudo de mercado de Produtos Florestais não Madeireiros na zona peri-urbana no
município de Belém no ano de 2007” está inserido no componente três (mercado) do projeto
“Conectendo as Partes...” e teve como objetivo identificar a cadeia e o fluxo dos PFNMs no
mercado, caracterizar os atores envolvidos na comercialização dos produtos, levantar a demanda
dos PFNMs no mercado em longo prazo, identificar a procura destes na região e sua oferta no
mercado, a caracterização do mercado consumidor, levantar a existência dos vendedores
informais analisando sua representatividade.
Para obter tais informações foram aplicados questionários destinados aos comerciantes e
consumidores dos PFNMs e também um guia de observação para identificar a venda informal.
Desta forma foram selecionados locais de representativa comercialização dos produtos como
feiras, supermercados, sorveterias, ervanários e entrepostos (portos) onde foram realizadas as
entrevistas como a pesquisa de quarteirões para análise da venda informal.
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A transparência na comercialização dos produtos vai ser imprescindível para capturar um
maior valor de mercado para as comunidades e futura redução da pobreza, melhorando o acesso e
aumentando os benefícios provenientes dos ecossistemas florestais.
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2. Descrição da Instituição
O Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) fundado em 1990 sediado
em Belém do Pará, é uma instituição de pesquisa, sem fins lucrativos, cuja missão é promover o
desenvolvimento sustentável na Amazônia por meio de estudos, apoio à formulação de políticas
públicas, disseminação de informações e formação profissional. Seus principais objetivos são
desenvolver estudos e pesquisas sobre o uso sustentável dos recursos naturais da região
Amazônica, contribuir para adoção efetiva de uso sustentáveis e qualidade de vida na região
amazônica e promover programas educativos e cursos de capacitação com ênfase no
desenvolvimento sustentável regional.
As atividades de pesquisa do Imazon incluem: diagnóstico sócio-econômico dos usos do
solo na Amazônia; desenvolvimento de métodos para avaliação e monitoramento desses usos;
realização de projetos demonstrativos; análises de políticas públicas de uso do solo; e elaboração
de cenários e modelos de desenvolvimento sustentável para essas atividades econômicas. Para
isso se fundamenta nos princípios de Interdisciplinaridade, busca de soluções, abordagem
empírica e método científico.
Uma das missões do Imazon é formar pesquisadores com capacidade analítica e
experiência de campo, voltados ao entendimento e solução dos problemas ambientais da
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Amazônia. O trabalho envolve a elaboração de um projeto de pesquisa, coleta e análise dos
dados e apresentação dos resultados em artigos científicos e reuniões profissionais. Mais de 140
profissionais receberam treinamento no Imazon nas áreas de ecologia, engenharia florestal, direito
ambiental, economia rural e mineral, geoprocessamento, planejamento regional e políticas
públicas.
A disseminação dos resultados dos estudos do Imazon é feito por meio de revistas
científicas nacionais e internacionais indexadas, manuais, vídeos, livretos, livros, artigos técnicos
e resumos com recomendações de políticas púbicas. Sendo que, a maioria dos estudos estão
disponíveis gratuitamente na pagina eletrônica da instituição. Na mídia, os resultados são
disseminados em reportagens especiais para jornais e revistas de grande circulação.
Durante os 16 anos o Imazon publicou 33 livros, 11 livretos, 98 artigos em revistas
científicas nacionais e indexadas, 30 capítulos de livros , 20 série Amazônia, 9 estados da
Amazônia, 5 Boletins de transparência florestal, 5 Teses, 5 Dissertações, 32 entre artigos e
resumos em simpósios e congressos, 36 outras publicações.
Para o êxito em suas atividades o Imazon conta com o apoio de 57 funcionários entre
pesquisadores, técnicos, estagiários, pesquisadores associados, pesquisadores visitantes,
colaboradores, além da administração com 27 funcionários. Inseridos nos diferentes programas de
atuação como Monitoramento da Paisagem, Cenários de Ocupação, Política e Economia
Florestal, Cidades Sustentáveis, Floresta e Comunidade (no qual está inserido o presente trabalho)
e Ecologia e Manejo Florestal.
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3. Revisão de Literatura
3.1 Considerações para o entendimento de mercado
Segundo Varian (2000) o mercado é o conjunto de atores envolvidos em diversos
processos de troca. A troca é voluntária e, portanto, só ocorre se for benéfica para ambas as
partes. Quando se trata do mercado em termos mais amplos, não se considera as transações
individualmente, apenas o seu resultado.
Uma cadeia de produção possui atores econômicos que buscam obter o máximo de lucro
em suas atividades para se defender contra as forças de concorrência ou transformá-las em seu
favor. Para definir a cadeia de produção deve-se considerar as relações comerciais diretas entre
clientes e fornecedores, as relações comerciais indiretas entre o fluxo de compra e venda dos
clientes e fornecedores e as relações tecnológicas como elemento de base da construção da
cadeia. Após a identificação da cadeia de produção o comerciante pode conseguir vantagens
competitivas através de estratégias que devem permitir a influência na dinâmica concorrencial da
cadeia (Batalha, 2001).
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Para uma análise de mercado deve-se considerar o tamanho atual e potencial do mercado,
crescimento de mercado, lucratividade de mercado, estrutura de custos, sistemas de distribuição,
tendências e desenvolvimentos, fatores chave de sucesso (Batalha, 2001).
3.2 Entendimento sobre Pesquisa de marketing
A pesquisa de marketing é a identificação, coleta, análise e disseminação de informações
de forma sistemática e objetiva e seu uso visando melhorar a tomada de decisões relacionadas à
identificação de problemas (e oportunidades) em marketing. A pesquisa identifica informações
necessárias para os atores envolvidos nas comercializações, concebe o método para a coleta
destas informações, gerencia e implementa o processo de coleta de dados, analisa os resultados e
comunica as conclusões e suas implicações (Malhotra, 2001).
3.3 Considerações importantes
3.3.1 Feiras: lugar público onde se expõem e vendem mercadorias; grande mercado que se
realiza com determinada periodicidade.( http://www.priberam.pt).
3.3.2 Venda Informal: a limitada oferta de trabalho leva a população a buscar alternativas
econômicas como o comércio informal de venda de alimentos. A venda de alimentos nas ruas é
uma característica de estilo de vida dos países com alto índice de desempregados, baixos salários,
oportunidades de emprego limitadas e rápida urbanização, como a maior parte da população de
Ouagadougou, Burkina Faso, África, tomam seu café da manhã, almoçam e jantam em bancas
ambulantes de alimentos. Na atualidade, essa prática encontra-se estabelecida nas mais distintas
regiões do País, com o comércio de produtos industrializados e manufaturados, destacando-se
preparações típicas. Como exemplos da culinária regional e local, que ocupam as ruas das
grandes cidades brasileiras, cita-se o tacacá paranaense, a tapioca potiguar, o queijo de coalho
pernambucano, o acarajé baiano, o espetinho carioca e o cachorro quente paulista.
(http://www.pg.cefetpr.br/hotel/epege/2o_epege/Artigos).
3.4 Considerações sobre o mercado municipal de Belém - Ver o Peso
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Em 1688, por solicitação da Câmara de Belém, uma Provisão-Régia cria o Ver-o-Peso:
"...por ser conveniente ao serviço de V. Magte. para que se não embarquem sem despacho as
drogas que saem daquela Conquista, e se concedeu aos Officiaes da Câmara da ditta Capitania o
rendimento do dito Ver-o-Peso para os usos necessários della e bem público das Cidade". Criado
com objetivos fiscais, foi a partir de então que o porto do Piri passou a se chamar o "lugar de Ver-
o-Peso" (entrando para a "economia formal"), nome que a tradição oral, há quase 400 anos soube
preservar. Local de grande rebuliço popular, o conjunto do porto e mercado e feira do Ver-o-Peso
adquiriu, para sempre, um lugar definitivo no espaço social, econômico e simbólico da cidade de
Belém.(http://www.ver-o-peso.fot.br/veropeso.htm).
É a mais movimentada feira livre de Belém. Situado à beira do rio, símbolo cultural e
turístico da cidade, um dos cartões postais mais conhecidos do Estado do Pará e até da Região
Amazônica, é lugar onde se encontra uma amostra do universo de variedade da cultura. No Ver-o-
Peso, as cores, cheiros e sabores se misturam, exibindo uma paisagem variada e original. No
ancoradouro simples aportam pitorescos barcos de pesca e canoas que desembarcam diversos
tipos de produtos, desde peças artesanais de cerâmica, a ervas originárias da Amazônia, utilizadas
para finalidades diversas. Existem ervas para curar doenças, ervas com perfumes, raízes
aromáticas, dentes de jacaré que, segundo a crença local, protegem as pessoas, patas de coelho
para atrair felicidade, colares de contas da floresta, etc.
A Feira do Açaí, que faz parte do complexo do Ver-o-Peso, além da venda do açaí que
vem das ilhas próximas, dispõe de bares onde os freqüentadores desfrutam da tranqüilidade de
poder experimentar bebidas e comidas típicas ao sabor da brisa que sopra da Baía do Guajará. Faz
parte ainda do complexo Ver-o-Peso, as Praças do Relógio, do Pescador, dos Velames, o Solar da
Beira e os Mercados Municipal e de Ferro. Este último, todo em ferro da Inglaterra, foi
desmontado e trazido para Belém, onde foi montado novamente. O intenso movimento dos barcos
e o vaivém das pessoas emprestam um belíssimo colorido à paisagem, já bastante atraente pela
variedade de produtos expostos a venda. (www.citybrazil.com.br/pa/belem/turismo.htm).
A feira abastece a capital com cerca de 30% de produtos hortifrutigranjeiros e de açaí e
outros 40% com o pescado, todos praticamente vindos da região das ilhas. O Ver-o-Peso emprega
quatro mil trabalhadores diretos e outros 50 mil indiretos (Secon).
3.5 Manejo florestal Comunitário
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Segundo Kenny-Jordam (1999), manejo florestal comunitário tem como sentido amplo
englobar todas as atividades do manejo dos recursos florestais com o propósito fundamental de
melhorar as condições sociais, econômicas, emocionais e ambientais das comunidades rurais, a
partir de suas próprias perspectivas. Sendo um conjunto de procedimentos técnicos,
administrativos e gerencial para produzir madeira e produtos não madeireiros com o mínimo de
dano (Amaral, 2007).
Para o sucesso da implementação do manejo comunitário devem ser analisados os
seguintes fatores: definição fundiária, organização social, créditos, assistência técnica e mercado
(Amaral, 2005).
O manejo florestal comunitário deve competir com a atividade ilegal, precisam atender as
exigências de padronização, qualidade, volume e freqüência na oferta dos produtos a serem
comercializados e necessitam conhecer a estrutura da cadeia de comercialização de maneira a
conseguirem melhores preços para seus produtos ( Amaral, 2005).
O manejo florestal comunitário é uma oportunidade para conciliar o uso dos recursos
florestais e o desenvolvimento sustentável das comunidades da Amazônia. Os benefícios
ambientais, sociais econômicos gerados pelo manejo oferecem para as comunidades e pequenos
produtores florestais uma nova forma de se relacionar com a floresta, a partir do uso da Reserva
Legal da propriedade. Sendo uma atividade econômica com base na produção de produtos
madeireiros e não-madeireiros, que pode assegurar um suprimento contínuo de madeira, frutos da
mata, óleos e resinas para uso doméstico e comercial. Dessa forma a opção por esse tipo de
manejo permite que as comunidades e pequenos produtores florestais tenham floresta para sempre
(Amaral, 2007).
3.6 Considerações sobre os produtos de interesse
3.6.1 Açaí (Euterpe oleraceae)
O açaí é nativo do Pará e ocorre também no Amapá, Amazonas, Maranhão, Guianas e
Venezuela. Naturalmente os açaizais densos aparecem em áreas de várzea e igapó, mas crescem
melhor em áreas abertas com abundância de sol para o desenvolvimento dos frutos e nos solos
bem drenados.
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O açaizeiro pode alcançar mais de 25 metros de altura com 9 a 16 cm de diâmetro do
tronco formando touceiras de vários estipes. A maior abundância de frutos ocorre entre julho e
dezembro, na estação seca.
Em 2000, no Brasil foram comercializadas mais de 121 mil toneladas do fruto, gerando
quase 6.000 milhões de reais. Segundo dados do Dieese/PA, em fevereiro de 2004, um litro de
açaí custou em Belém R$ 4,30 o vinho médio (popular).
O palmito de açaí também gera renda. Em 1996, mais de 86 toneladas foram produzidas
gerando um valor superior a 13 milhões de dólares. Mas a maior parte do palmito de açaí e
extraída de maneira predatória.
O fruto de açaí produz o “vinho” muito consumido com farinha na Amazônia, polpa
congelada, sorvete, “chopp”, picolé, açaí em pó, geléia, bolo, mingau, corante e bombons.
O palmito pode ser consumido fresco ou enlatado e seu estipe (tronco) também pode ser
utilizado em construções rurais como ripas e caibros.
A palha do açaizal é utilizada em casas, na fabricação de cestos, tapetes, abanadores,
peconha, como adubo e ração animal, e o coaratá (que cobre o cacho) também serve como
brinquedo e como rede para bebês. O cacho também pode ser usado como adubo, vassoura de
quintal, e, queimado, serve como repelente.
O caroço serve como adubo e, quando seco pode ser utilizado na fabricação de bijuteria.
A raiz é utilizada como chá no combate a verminoses e o sumo do palmito do açaizeiro
batido e espremido ajuda a estancar o sangue no caso de acidentes.
Durante os dias de pico cerca de 10 a 20 mil rasas de açaí chegam ao Porto do Açaí. O
Pará e o maior produtor de “vinho” de açaí; somente em 1997 produziu mais de 1 milhão de
litros. Um açaizeiro produz cerca de quatro a oito cachos por ano. Cada cacho pesa quatro quilos
de fruto e uma touceira produz cerca de 120 quilos por safra. Em açaizais manejados com capina
e poda a produção por hectare pode atingir de 12000 quilos por ano, na terra firme, e até 15000
quilos na várzea.
Os estipes de açaí podem ser colhidos várias vezes, porém, acaba diminuindo a quantidade
de produção de frutos através de colheitas excessivas. O corte de troncos velhos e mais altos para
retiradas de frutos e o corte dos palmitos tenros facilita o manejo deixando os troncos médios
produtivos e não-produtivos e a palhada para ser utilizada como adubo.
A retirada das flores do açaizeiro quando ainda estão novas possibilita a produção de fruto
na entressafra mudando a época do pico de frutificação, possibilitando dessa maneira a produção
durante o ano inteiro.
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3.6.2 Andiroba (Carapa guianensis)
A Andirobeira ocorre em toda a bacia Amazônica, América Central e África preferindo as
várzeas nas margens dos rios, mas podendo ser encontrada em terra firme.
A árvore de Andiroba possui médio a grande porte, tronco reto que pode atingir 30 metros
de altura e raízes em forma de tábuas chamadas de sapopemas.
No leste do Pará a Andiroba floresce entre agosto e outubro e frutificam entre janeiro e
abril podendo ocorrer variações na produção em diferentes regiões.
O óleo extraído das sementes pode ser usado como repelente de insetos, cicatrização e
recuperação da pele e, ainda como remédio para baques, inchaços, reumatismo, vermes e para
cicatrizar cordão umbilical.
A madeira é resistente ao ataque de insetos e turus, de ótima qualidade utilizada para
cavaco e na construção civil. A casca que pode se desprender facilmente da árvore e possui uso
medicinal como chás contra febre, vermes, combatendo bactérias e no tratamento de tumores. O
pó da casca cura feridas servindo como cicatrizante para afecções da pele.
O período entre a germinação e a produção pode ser estimada em 10 anos. A produção de
uma árvore varia de 25 a 200 quilos de sementes, cada quilo contém cerca de 55 sementes e cada
fruto produz cerca de 12 a 16 sementes.
No Pará, o comércio da Andiroba é bom, em 2004, no mercado de Belém 1 litro de óleo
de Andiroba foi vendido por R$ 15 e um quilo de casca por R$ 5. Enquanto que nas comunidades
o quilo da semente é vendido por R$ 0,20.
As indústrias extraem o óleo quebrando as sementes em pedaços pequenos que são
aquecidos e prensados com um rendimento que varia de oito a 12 litros para cada 40 quilos de
semente. As comunidades acabam tendo um rendimento menor porque extraem o óleo sem a
prensa com uma produção que pode variar de um a seis litros por 40 quilos de semente.
A andiroba se desenvolve tanto em pleno sol como na sombra, favorecendo o seu plantio
em áreas degradadas e sistemas agroflorestais.
3.6.3 Bacuri (Platonia insignis)
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O bacurzeiro uma árvore natural do Estado do Pará, sendo o estuário do rio Amazonas a
área de maior concentração da espécie, com ocorrência mais acentuada na Região do Salgado e
na Ilha do Marajó.
Ocorre naturalmente na capoeira e em áreas degradadas e arenosas, indiferente aos tipos
de solos, sejam eles pobres ou argilosos. Ocasionalmente é encontrado na floresta alta.
A árvore tem tronco reto com látex amarelo e galhos opostos em posição de V aberto.
Floresce de junho a agosto e o seu fruto aparece nos mercados de Belém entre janeiro e abril. A
safra desta fruta varia em diferentes regiões, prolongando o seu fornecimento no mercado.
O bacurizeiro produz uma média de 400 frutos podendo produzir até 2.000 frutos, mas
muitas árvores não produzem frutos todos os anos, sendo a densidade desta de 0,5 a 1,5 árvores
por hectare.
Seu fruto pode ser consumido in natura, polpa, suco, creme, sorvete, geléia, doce, pudim,
tortas, iogurte, picolé, “chopp” e licor. A madeira é de excelente qualidade, utilizada na
fabricação de móveis, construções civil e naval. No interior do Pará, a madeira é usada para fazer
cavaco.
O óleo do bacuri é usado para fazer sabão, curar doenças de pele e fazer remédio
cicatrizante para ferimentos de animais. O látex amarelo da árvore, em algumas regiões é
utilizado para o tratamento de eczemas, vírus da herpes e outros problemas de pele, sendo esta
uma espécie de usos múltiplos (fruto, madeira, látex).
O Bacuri é uma das frutas mais populares nos Ceasas de São Luiz, Teresina e Belém,
visto que, no ano de 2004 foram comercializadas cerca de 491 mil frutos nas 10 principais feiras
de Belém, sendo que 178 mil foram comercializados só na feira Ver-o-Peso. O comercio dos
frutos movimentou uma renda anual de mais de R$ 220 mil, tendo um alto valor econômico no
mercado.
Um bacurizeiro nas florestas de algumas comunidades do Para foi vendido a R$ 2,00 a
tora e na mesma época 10 frutos renderam os mesmos dois reais. Sendo que a madeira somente
pode ser vendida uma vez e os frutos todos os anos produtivos da arvore.
As arvores crescem bem em solos pobres, com melhor produção em áreas abertas com
muito sol. Quando plantados devem ser mantidos a uma distancia de 4 a8 metros entre si, a capina
deve ser feita a cada 2 anos e após 10 anos a árvore já está produtiva.
3.6.4 Castanha-do-Pará (Bertholletia excelsa)
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No Brasil a castanheira só ocorre na Amazônia em áreas altas de terra firme podendo
ocorrer também em outros países amazônicos como Bolívia e Peru. No Acre a castanheira
aparece somente no leste do estado.
No Pará as flores aparecem entre setembro e fevereiro e os frutos amadurecem e caem
entre janeiro e abril.
A castanha pode ser comida fresca, descascada, em bombons, sorvetes, doces, farinha e
leite para temperar comida. Produtos como sabonetes, cremes e xampu são fabricados a partir do
óleo da castanha e o ouriço é utilizado como artesanato, brinquedos, carvão, pilãozinho, tigela
para coletar seringa e até mesmo como remédio. O chá da casca da castanheira também pode ser
usado como remédio para diarréia. A madeira foi muito utilizada para estacas e construção,
porém atualmente é ilegal a derrubada de castanheiras silvestres.
O chá do ouriço da castanha é um ótimo remédio para hepatite, anemia e problemas
intestinais, e pode ser obtido através do ouriço limpo e após duas a três horas de descanso na água
obtendo uma cor de sangue.
Estudos recentes mostraram que a castanha-do-brasil (castanha-do-pará) contém selênio,
um mineral que pode prevenir o câncer e combater certos vírus, além de fornecer energia e
reduzir a chance de pegar doenças. As pessoas que consomem selênio ficam mais simpáticas e
confiantes podendo resolver problemas como ansiedade, cansaço, depressão e perda de memória.
As recomendações para o consumo são de duas castanhas por dia logo depois de descascadas.
Após a germinação a espécie se torna produtiva entre 5 a 12 anos. Uma castanheira
produz em média 29 ouriços por ano e uma árvore produz cerca de 470 castanhas. Cada ouriço
possui em média 16 castanhas e cada uma pode pesar sete gramas.
Quase toda a produção de castanha e exportada e movimenta entre 18 e 65 milhoes de
dólares por ano. Mas mais que isso e a coleta, beneficiamento e venda local pois o comercio
domestico gera dinheiro e empregos para as populações Amazônicas. O extrativista em 2004
vendia uma lata de castanha (11 kg) por R$ 9,50, já as industrializadas chegavam a custar R$ 4,50
por 250 gramas. Em 2004, nas feiras de Belem, o litro era vendido por R$ 1,00.
O plantio de castanhais deve ser realizado próximo a uma floresta para que a castanheira
possa ser polinizada e produzir frutos. O plantio deve ser realizado em dias chuvosos e as mudas
devem ter suas folhas da parte de baixo cortadas, deixando apenas as quatro ou cinco folhas mais
altas, assim a planta perde menos água quando o sol está muito forte.
3.6.5 Copaíba (Copaifera sp)
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As árvores de copaíba podem ser encontradas em todos os trópicos, mas com maior
incidência no Brasil, onde 16 espécies têm ampla distribuição. Ocorre na floresta de terra firme,
nas margens dos lagos e igarapés e nas matas do cerrado do Brasil central.
As árvores podem atingir cerca de 36 metros de altura, 140 cm de diâmetro, ou rodo de até
três metros.
A copaibeira floresce na estação chuvosa entre janeiro e abril e frutifica de maio a
setembro.
No ano de 2004 o litro do olho de copaíba era vendido em ervanários por R$ 25,00 nas
feiras rendiam até R$ 75,00 pois cada 20 ml custava R$ 1,50. Em 2000 o Brasil comercializou
408 toneladas de óleo de copaíba que gerou cerca de um milhão de reais. Devido ao
desmatamento no estado do Pará o fornecimento de óleo estava cada vez mais restrito, vindo de
localidades mais distantes como Manaus.
O óleo de copaíba é metabolizado no centro do tronco por canais secretores na medula da
árvore e possui função medicinal como antibiótico e antiinflamatório. A extração do óleo é
realizada com a utilização de trado que perfura a árvore até o centro do caule (20 a 50 cm de
profundidade no tronco, conforme a grossura da árvore). É utilizado como cicatrizante de feridas
e úlceras e também contra dermatose, psoríase e infecções na garganta. As pessoas devem tomar
duas gotas de óleo de copaíba pingado em uma colher de sopa de mel de abelha duas vezes ao dia
como remédio para dor de garganta.
O uso industrial do óleo de copaíba como fixador na fabricação de verniz, perfume, tintas
e na revelação de fotografias também é realizado. A sua utilização na produção de sabonetes,
cremes, xampus e usos farmacêuticos em linhas de produtos naturais são de extrema importância.
A madeira extraída serve para a construção civil e fabricação de tábuas servindo como
repelente de insetos, principalmente cupins, e o chá da casca também pode ser utilizado como
antiinflamatório como substituto do óleo.
A produção de óleo inicia-se quando a espécie atingir mais de 40 cm de diâmetro. A
produtividade pode variar de acordo com o tipo de solo e ao longo do tempo podendo chegar de
100 mililitros a 60 litros por ano e por árvore, sendo que algumas árvores podem não produzir.
A copaíba cresce preferencialmente em meia sombra no estágio das mudas e em seguida
no sol para se desenvolver e prefere não ser plantada com outras espécies.
3.6.6 Piquiá (Caryocar villosum)
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16
O piquiá ocorre em toda a Amazônia, com maior concentração na terra firme da região do
estuário.
A árvore de piquiá pode atingir até 50 metros de altura, tronco de até 2,5 metros de
diâmetro ou rodo superior a cinco metros.
O piquiazeiro produz flores durante a estação seca entre os meses de agosto até outubro e
os frutos estão desenvolvidos no período de fevereiro até abril.
A madeira é de alta qualidade, compacta e pesada, muito utilizada nas construções civil e
naval e de grande importância para armação do fundo interno das embarcações. É muito usada
também na fabricação de canoas, curral e portões; pois é resistente à água e evita rachaduras.
Em 2004 o comercio do fruto movimentou uma renda de 120 mil reais. Era vendido a R$
1,00 a unidade em supermercados e a R$ 0,50 em feiras na região de Belém.
O fruto é consumido depois de cozido em água e sal e o óleo pode ser usado em frituras.
A casca do fruto é rica em tanino e substitui a noz de galha na preparação de tinta para escrever,
para tingir rede de dormir e fio. A casca também pode ser utilizada para fazer sabão.
A produção acontece depois de 10 a 15 anos. Em média a produção chega a 350 frutos por
árvore variando muito de ano pra ano, podendo não haver produção.
As mudas de piquiá não crescem bem na sombra, portanto no caso de usar essas árvores
para o enriquecimento das florestas, são necessárias grandes clareiras para receber maior
quantidade de sol.
3.6.7 Uxi (Endopleura uchi)
O uxi é originário da Amazônia brasileira, ocorre frequentemente no estuário do Pará e
regiões como Bragantina, Guamá e Capim, parte ocidental do Marajó e nas regiões dos Furos. É
uma espécie tipicamente silvestre da mata alta de terra firme. A árvore pode atingir de 25 a 30
metros de altura, um metro de diâmetro ou três metros de rodo.
O uxizeiro floresce entre outubro e novembro e chega a frutificar entre fevereiro e maio,
mas em algumas áreas próximas a Belém como Boa vista, Viseu e Mosqueiro, algumas árvores
podem produzir na entressafra, nos meses de julho a agosto.
O valor econômico para o fruto nas feiras de Belém no ano de 2004 era de R$0,10 a
unidade na safra, na entressafra o kg da polpa custava R$ 4,00 e o fruto R$ 2,00 por doze
unidades. Mas a aceitação do produto no mercado vem crescendo sendo encontrado em
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17
supermercados e sorveterias, valorizando mais o produto. Já o preço para as mudas da espécie que
são de difícil acesso pode render R$ 15,00.
O fruto pode ser consumido in natura e através de produtos como o picolé, sorvete de
massa, “vinho”, suco e óleo. A madeira é extraída para a indústria madeireira e utilizada nas
marcenarias. O chá da casca é consumido para combater o colesterol, diabetes, reumatismo e
artrite.
O óleo é utilizado na alimentação e como remédio no tratamento de sinusite e prisão de
ventre. As sementes são utilizadas como artesanato, defumação e amuletos. O caroço possui um
pozinho que antigamente era utilizado para cobrir manchas na pele e aliviar coceiras. A fumaça
das sementes quebradas e acesas dentro de uma lata pode espantar carapanã e espíritos maus.
O uxi é uma excelente fonte de calorias e vitaminas C e do complexo B, além de
apresentar fibras, ferro e minerais como o potássio, cálcio, magnésio, fósforo e sódio. O óleo de
uxi é rico em fitoesteróis que em alimentos reduz o nível de colesterol no sangue.
A produção em plantios começa com sete a 10 anos de desenvolvimento e pode variar
muito de ano para ano. Uma árvore de uxi pode produzir em média 1000 frutos por ano.
Algumas práticas para aumentar a densidade e melhorar a produção incluem o
enriquecimento de plantio, corte de vegetação que compete por luz e nutrientes, fogo para
controlar formigas no tronco e galhos, além de limpeza do solo a cada seis meses para ajudar na
coleta dos frutos e adubar os uxizeiros. Quando a árvore fica velha e diminui a produção é
retirada para abrir espaço e sol para as outras árvores.
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4. Metodologia
Para o desenvolvimento do “Estudo de mercado de Produtos Florestais não Madeireiros
na zona peri-urbana no município de Belém no ano de 2007” foi feito um curso de economia e
treinamento de estudo de mercado incluindo dois dias de campo, sendo um na Feira Ver-o-Peso e
outro na Feira 25 de setembro para identificação dos produtos, aplicação de questionários testes e
elaboração de uma cartilha de resultados preliminares da pesquisa realizada no ano de 2006 para
as subseqüentes entrevistas com comerciantes e consumidores nas feiras, portos (entrepostos),
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supermercados, sorveterias e ervanários; levantamento da venda informal, em quadras escolhidas
aleatoriamente nos bairros de localização das feiras pesquisadas; o levantamento de preços e
compras realizados nas feiras.
Um estudo de mercado visa caracterizar o mercado; identificando a demanda e a oferta de
determinado produto, os concorrentes e novas oportunidades de negócios (Variam, 2000).
A pesquisa de marketing é a identificação, coleta, análise e disseminação de informações
de forma sistemática e objetiva e seu uso visando melhorar a tomada de decisões relacionadas à
identificação de problemas (e oportunidades) em marketing. A pesquisa identifica informações
necessárias para os atores envolvidos nas comercializações; o método possibilita a coleta destas
informações, gerencia e implementa o processo de coleta de dados, analisa os resultados e
comunica as conclusões e suas implicações (Malhotra, 2000).
O método de coleta de dados utilizado, denominado survey, apresenta um questionário
estruturado de uma amostra da população e é destinado a obter informações específicas dos
entrevistados. Baseia-se no interrogatório dos participantes e é direto, ou seja, o objetivo é
conhecido pelo respondente. O questionário é estruturado visando certa padronização no processo
de coleta de dados, apresentando questões em ordem predeterminada e simples de ser aplicado
permitindo a coleta de dados de forma confiável (respostas limitadas). Porém, o método apresenta
como desvantagem a hesitação ou incapacidade dos informantes em responder as questões dos
pesquisadores. O método de survey pode ser classificado em entrevistas telefônicas, entrevistas
pessoais nas residências, entrevistas pessoais nos locais de compras e entrevistas postais
(Malhotra, 2001).
4.1 Feiras
A segmentação do mercado foi realizado no ano de 2006, especificamente das feiras, foi
realizada através de técnicas de amostragem estratificadas com a divisão dos estabelecimentos
por tamanho de acordo com o levantamento de número de bancas por produto de interesse em
cada feira. O total de feiras foi dividido em quatro classes de diversidade de PFNMs ofertados. As
feiras que possuíam menos de oito PFNMs de interesse foram descartadas representando a quarta
classe de tamanho, na terceira classe foram sorteadas seis feiras (15,0%), na segunda classe foram
sorteadas duas feiras (18,0%) e na primeira classe não houve sorteio, pois é a classe onde se
insere a feira do Ver-o-Peso, a maior feira que comercializa grande diversidade de produtos
florestais não-madeireiros de Belém (Ilustração 1).
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20
Figura 1: Amostragem da feiras.
Fonte: Imazon 2006
4.1.1 Comerciantes
No ano de 2006 a quantidade de comerciantes entrevistados de cada feira amostrada foi
realizada através de técnicas de amostragem sistemática, 50,0% dos comerciantes foram
entrevistados, um sim e um não, passando para o próximo quando o anterior recusa a entrevista.
No ano de 2007 repetimos as entrevistas (Anexo 1) com os mesmos já entrevistados, através de
uma lista com nome e contato dos mesmos. Caso este não se encontrasse mais na atividade, ou
não fosse identificado após duas visitas e uma ligação seria substituído por outro comerciante que
trabalhasse com a venda de pelo menos 1 produto de interesse. Para a aproximação dos
entrevistados foi utilizada a cartilha de resultados preliminares do ano de 2006 ( ver Anexo 2).
4.1.2 Consumidores
Os questionários para a entrevista de consumidores visam a realização da pesquisa de
marketing através da caracterização do consumidor, dos produtos, da quantidade de consumo, etc.
(ver Anexo 3). Para isso foi realizada através de amostragem sistemática dos consumidores que
estão passando no momento; a cada três consumidores que estão passando, um é entrevistado.
Para adaptar a grande recusa de consumidores para serem entrevistados, no presente ano
Feiras em Belém
010
203040
5060
7080
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43
Feira
Núm
ero
de b
anca
s co
m
PFN
M d
e in
tere
sse
Feiras descartadas
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21
utilizamos o critério de disponibilidade do consumidor para a realização da entrevista com a meta
de 30 questionários por feira.
4.1.3 Levantamento de Preços
Para a constatação da oferta e da dinâmica de preços dos PFNM foi realizada a pesquisa
em treze localidades ao longo do período de fevereiro a maio. Foram levantados os preços dos
produtos pesquisados em pelo menos três bancas distintas. Foram realizados em média quatro
levantamentos por mês.
4.1.4 Compras
Foram realizadas vinte compras entre o período de fevereiro a maio, para a constatação da
variação de preços e oferta do produto. Os produtos selecionados para compra foram a andiroba
(100 ml do óleo), bacuri (3 unidades), uxi (6 unidades), piquiá (3 unidades) e a castanha-do-pará
(1 litro). O açaí e a copaíba não foram selecionados devido ao alto valor destes para o mercado
consumidor.
Para a efetuação das compras, os produtos deveriam ser vendidos nas unidades
estabelecidas com o menor preço e maior qualidade.
4.2 Portos
No ano de 2006 foram levantados os principais portos de chegada dos PFNMs e
selecionados 50% dos comerciantes. No ano atual foram pesquisados os mesmos locais, com a
tentativa de entrevistar os mesmos comerciantes do ano anterior através da lista de nomes e
contatos destes. Se após duas tentativas e uma ligação (quando existia a informação)
continuássemos sem a localização dos comerciantes, eles seriam substituídos pelo próximo
comerciante disposto a dar entrevista. Para a aproximação foi utilizada a cartinha de resultados
preliminares do ano de 2006.
4.3 Supermercados, ervanários e sorveterias
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O levantamento foi realizado através da consulta à lista telefônica e a outras fontes para
identificar empresas do ramo. Foram contatadas por telefone vinte empresas que representam
10,0% das empresas listadas. A identificação de redes de supermercados e suas lojas (quatro
maiores redes), principais sorveterias e ervanários também foi realizada no ano de 2006.
Para adequação ao presente ano foi feito uma listagem dos locais entrevistados
anteriormente e o contato com esses através do telefone para sua respectiva confirmação de
localidade. Se não fosse o mesmo número de contato era feita a tentativa de localização através da
lista telefônica e se através deste método ainda não fosse encontrado, seria substituído por outra
empresa de representatividade.
Os comerciantes entrevistados nas localidades ou eram os proprietários ou os responsáveis
pelo setor de horti-fruti.
Somente nos supermercados e em uma das sorveterias foi realizada entrevistas com
consumidores. Para estes mantendo a metodologia utilizada nas feiras, de acordo com a aceitação
do consumidor.
4.4 Levantamento de vendedores informais
Para a seleção dos bairros onde foram realizadas as pesquisas, foi utilizada uma
amostragem não probabilística, que confia no julgamento pessoal do pesquisador e não na chance
de selecionar os elementos amostrais (Pancklunp, 2002). Sendo assim, os bairros selecionados
foram os mesmos das localizações das feiras, para facilitar a logística da realização da pesquisa.
Para a seleção das quadras foi utilizada a amostragem probabilística, que é um processo de
amostragem, em que cada elemento da população tem uma chance fixa de ser incluída na
amostra, ou seja, as unidades amostrais são escolhidas por acaso. Sendo assim o ponto de partida
para a unidade amostral (quadra) seriam as feiras, dessas nos direcionávamos para a direção
norte, sorteando o número de 1 a 4, o número sorteado seria a quadra a ser pesquisada, nos
dirigindo até essas. Além de serem coletadas as informações da localização da quadra.
Para a seleção dos vendedores informais foi utilizada uma amostragem por cotas, que é
uma técnica de amostragem não probabilística, que consiste em uma amostra por julgamento em
dois estágios. O primeiro estágio consiste em desenvolver cotas de controle e elementos da
população e no segundo estágio selecionam–se elementos da amostra por conveniência ou no
julgamento. Em geral as cotas são atribuídas de modo que a proporção dos elementos da amostra
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23
que possuem as características de controle seja a mesma que a proporção de elementos da
população com essas características (Pancklump, 2002). Assim os vendedores informais
levantados seriam todos os que vendessem pelo menos um dos PFNM pesquisados.
Após ser feita a localização das quadras, iniciava-se a busca dos vendedores informais
andando ao redor do quarteirão (fazendo a identificação destes). Na identificação dos vendedores
informais, foi realizado o levantamento dos preços de venda, contribuição do produto para a
renda, local de compra, embalagem do produto e o numero de funcionários, isso quando
encontrávamos os vendedores presentes. Senão era feita uma tentativa com os vizinhos e através
de placas de informações do produto vendido (ver Anexo 4). Foram realizadas no total da
pesquisa nove quadras.
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5. Atividades Complementares
Neste item encontra-se a listagem das palestras e reuniões que nos deram embasamento
empírico para o desenvolvimento da pesquisa bem como para análise dos dados:
Elaboração da Cartilha de Resultados referente à pesquisa realizada no ano de 2006 (ver
Anexo 2);
15/02/07: “Benefícios dos PFNMs para os belemenses: estudo de mercado do consórcio
comunidades e florestas” ( Erin Sills – CIFOR/ Embrapa);
23/02/07: “Sistema de controle de produtos florestais - DOP e SISFLORA”( André
Monteiro- IMAZON);
28/02/07: “Relatório de pesquisa sobre as políticas do banco mundial: Expansão Agrícola,
redução da pobreza e meio ambiente nas florestas tropicais” (Kenneth M. Chomitz - Conselheiro
Sênior Banco Mundial);
8/03/07: “Consórcio comunidades e Floresta: Ecologia e manejo (Marina Londres -
Imazon);
9/03/07: “A Pegada Ecológica do Imazon”. (Danielle Celentano, Francy Nava, Daniel
Santos - Imazon);
15/03/07: “A Amazônia e os objetivos do milênio” (Danielle celentano- Imazon);
23/03/07: Agenda da primeira reunião extraordinária do conselho diretor do Imazon;
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30/03/07: “Metodologia para os planos de manejo de Unidades de Conservação da
Amazônia” (Amintas Jr. e Carlos Souza Jr. - Imazon);
05/04/07: “Avanços e desafios da situação fundiária na Amazônia Brasileira” ( Brenda
Brito - Imazon);
03/05/07: Apresentação “Estudo de mercado de produtos florestais não madeireiros em
Belém no ano de 2007.” CIFOR/Embrapa – Belém/Pa ( Ana Carolina C. Vieira/FCA-UNESP e
Helga Yamaki/ FCA-UNESP)
04/05/07: Apresentação “Estudo de mercado de produtos florestais não madeireiros em
Belém no ano de 2007.” Imazon- Belém/Pa (Ana Carolina C. Vieira/FCA-UNESP e Helga
Yamaki/ FCA-UNESP)
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6. Resultados e Discussão
O levantamento de mercado dos Produtos Florestais não Madeireiros realizado no ano de
2007, no município de Belém, pelo Projeto “Conectando as Partes: Melhorando a situação
fundiária, o manejo da floresta e a comercialização de seus produtos na Amazônia brasileira”,
teve como resultado 771 entrevistas sendo 653 de consumidores e 118 de comerciantes; o
levantamento da venda informal dos PFNMs realizado em nove quadras localizadas nas
proximidades das feiras; levantamento de preços e compras realizadas em todas as feiras
pesquisadas. Ainda é importante ressaltar que os gráficos e tabelas que virão a seguir são
resultados preliminares das análises dos dados levantados e esses continuarão em processo de
análise após a publicação deste.
6.1 Resultados da pesquisa feita com os comerciantes
6.1.1 Caracterização dos Fornecedores e seus locais de compra dos PFNMs
O ator que se mostra presente no fornecimento de todos os PFNMs pesquisados com um
alto valor porcentual é o atravessador. Para o açaí ele é responsável por 37,8% do fornecimento,
para andiroba 52,4%, para o Bacuri 80%, para a Castanha do Pará com 75%, para a Copaíba
46,7%, para o piquiá 45,5% e para o uxi 27,8%, o que revela a grande significância dessa classe
na cadeia de mercado dos PFNMs. Os produtores estão presentes na venda do Açaí com 42%, da
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27
copaiba com 46%, do piquiá com 54% e do uxi com 61% (dados em porcentual foram gerados na
pesquisa em 2007).
Fornecedores PFNM
02,5
57,510
12,515
17,520
Açaí Andiroba Castanha Copaíba Piquiá Uxi Bacuri
PFNM
Núm
ero
de F
orne
cedo
res
2006 2007
Figura 2: Numero de Fornecedores por Comerciante no ano de 2006 e 2007. Fonte: Imazon (2006).
O Açaí continua tendo uma maior variedade de fornecedores por comerciante ao ser
comparado com os outros produtos, mas houve uma diminuição desse número no ano de 2007.
Essa diminuição pode ter ocorrido devido ao fato que muitos comerciantes entrevistados no ano
de 2006 foram substituídos por outros no ano de 2007. A copaíba mantém-se com o número mais
restrito de fornecedores, mas houve um aumento na variedade de escolha desses pelos
comerciantes do ano de 2006 para 2007. O Bacuri não foi pesquisado no ano de 2006, entrando
no ano de 2007 devido a uma alta demanda do mercado e o interesse das comunidades
envolvidas, apresenta uma média de quatro fornecedores por comerciante entrevistado.
Tabela 1: Classe consumidora por local de venda.
Local Consumidor final % Atravessador %
Feira 89,5 10,5
Portos 22,9 77,1
Ervanários 50 50
Supermercados 100 0
Sorveterias 33,3 66,6
Fonte: dados da pesquisa.
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28
Na cadeia de mercado dos produtos têm-se como a última categoria de venda dos locais
selecionados para a pesquisa as feiras e os supermercados, já que a compra dos PFNM é feita para
o autoconsumo, sendo eles responsáveis para o abastecimento da população. Já os portos,
ervanários e sorveterias mostram-se como entrepostos onde os produtos vendidos ainda serão
destinados a revenda para depois chegar às casas das famílias. Para isso os atravessadores na
cadeia de mercado são os atores responsáveis pelo intermédio entre o produtor extrativista (no
caso dos PFNMs) e o consumidor final, e quanto maior o número de atravessadores na cadeia de
mercado o produto vai agregando mais valor, aumentando o preço de compra.
6.1.2 Procura dos PFNMs pelo mercado consumidor na região de Belém
Dos comerciantes entrevistados o produto que é comercializado num período maior de
tempo entre os entrevistados é a Copaíba (25 anos), o que pode ser explicado pelos seus valores
medicinais, como pelo tempo em que se mostra enraizada na cultura local do estado do Pará. Com
base nos anos de experiência os consumidores nos revelaram dados relacionados à procura pelos
PFNMs. Esses em grande maioria aumentaram ou mantiveram-se constante, não apresentando
diminuição significativa da procura em nenhum dos produtos (Tabela 2). O que substancia a
importância do estímulo da utilização múltipla da floresta pelas comunidades extrativistas tanto
para melhoria de suas condições socioeconômicas, para manutenção desses produtos no mercado,
como para a economia da classe de comerciantes.
Tabela 2: Procura dos PFNMs segundo os comerciantes.
Fonte: dados da pesquisa.
Os motivos que se mostram de grande importância para o aumento da procura dos PFNMs
são: a divulgação que vem sido feita dos produtos, o aumento e o valor que o produto vem
ganhando no mercado internacional aumentando muito o consumo pelas empresas exportadoras, a
oferta dos produtos e seus valores culturais (Figura 3). Essa popularização em nível nacional e
Local Consumidor
final % Atravessador
% Feira 89,5 10,5 Portos 22,9 77,1 Ervanários 50 50 Supermercados 100 0 Sorveterias 33,3 66,6
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internacional de alguns produtos florestais não madeireiros pode vir a ser um estímulo às
populações ribeirinhas a fazerem planos de manejo para o uso múltiplo da floresta e o açaí se
mostra cada vez mais uma alternativa econômica promissora tendo um grande potencial para
substituição do extrativismo do palmito. A seguir seguem alguns depoimentos de revendedores
de açaí que foram entrevistados.
Figura 3: Motivos do aumento da procura dos PFNMs no mercado.
“.....Antes a gente tirava açaí e punha na pedra pra vender e não tinha quem comprasse,
principalmente na época que tem muito, na safra! Agora não sobra mais nada tudo que se tira
chega na pedra e acaba, ninguém perde mercadoria eles compram até o que está estragado....”
(Depoimento dado por um revendedor de açaí no Porto do Açaí)
"...A produção aumentou com a plantação, e as fábricas de exportação compram todo
açaí que sobra ou que estraga...". (Depoimento dado por um revendedor de açaí no Porto do
Açaí)
Em contrapartida já existem pessoas sofrendo as conseqüências negativas da
exportação tanto para revenda, como para o consumo, a oferta do produto não está crescendo
junto ao aumento da demanda, encarecendo o produto e diminuindo a quantidade do produto no
mercado local. O depoimento dado pelo revendedor “Bilhar” no Porto do Açaí e por um
consumidor, ilustra essas conseqüências:
Divulgação 39%
Oferta do Produto 33%
Cultural 17%
Exportação 11%
Aumento da Procura dos PFNMs
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30
“....As exportadoras estão indo buscar os produtos nos ribeirinhos chegando menos
produto para revenda....” (Depoimento dado por um revendedor de açaí no Porto do Açaí)
“.... Até os Japoneses tão tentando patentear o açaí, ainda bem que ganhamos essa, mas
a exportação compra todo o açaí que fica cada vez mais caro, nos que somos paraenses comemos
açaí que nem vocês comem arroz com feijão lá no sul, mas aqui é açaí com farinha e peixe, faz
parte da cultura e agora não tá tendo mais condição de comprar açaí, não nesse preço ...”
(Depoimento dado por um consumidor entrevistado na Feira da 8 de maio)
6.1.3 Comercialização dos PFNMs
Apenas 22% dos comerciantes entrevistados expressaram dificuldades na comercialização
dos produtos florestais não madeireiros. E como revela a ilustração, a safra é a principal
dificuldade sendo mencionada para todos os produtos em foco, isso porque o produto fica por
pouco tempo disponível no mercado; em segundo, a variação de preços que ocorre dentro do
período de safra e o alto valor no período da entressafra quando encontrado (Figura 4).
Figura 4 :Principais dificuldades em se trabalhar com os PFNMs ditas pelos comerciantes.
0 5 10 15 20 25 30
Safra Variação de preço
Alto custo de investimento
Alto custo de transporte Condições de trabalho
%
Causas
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6.2 Resultado da pesquisa feita com os consumidores
6.2.1 Caracterização dos consumidores
A maioria dos consumidores entrevistados (65%) já estiveram em contato com a floresta
pelo menos uma vez. Em contrapartida 5 de 11 produtos mais consumidos como da floresta são
provenientes do cultivo convencional e não de extrativismo ou manejo florestal, mostrando que a
população não consegue associar diretamente a importância dos recursos florestais em seu dia a
dia (Dados da pesquisa em 2007).
As entrevistas foram realizadas com todos os nichos sociais de Belém, o que dá à
pesquisa uma maior amplitude da aceitação dos PFNMs pelas diferentes classes, além de
aumentar a credibilidade. Mostra também que os produtos florestais não madeireiros fazem parte
da base alimentar de todos os segmentos sociais, que pode ser explicado pelo valor cultural em
consumir os produtos regionais (Figura 5).
Renda dos Consumidores
26
26,5
27
27,5
28
28,5
29
29,5
0 - 500 500 - 1500 1500 - 3000 3000 - mais
Faixa Salarial
% %
Figura 5: Revela o perfil financeiro dos consumidores entrevistados
6.2.2 Aceitação dos PFNMs no mercado
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32
Tabela 3: Conhecimento e a Aceitação do mercado consumidor para os produtos florestais
não madeireiros certificados.
Conhecem % Preferência ao Selo Verde ( % )
Sim Não
Não
Sabem
Sim 21,8 76,2 11.28 12,52
Não 78,20
Fonte: Dados da pesquisa 2007
Conforme a tabela a grande maioria da população não tem conhecimento sobre a
certificação florestal, mas se os produtos não madeireiros fossem facilmente encontrados nos
locais de venda teriam uma boa aceitação, mostrando a preocupação dos entrevistados com a
preservação dos patrimônios naturais do Brasil. Mas foram levantados alguns questionamentos
que se tornariam decisivos na hora da escolha pelo produto certificado, como o valor desses
produtos em relação aos não certificados e a credibilidade da certificadora como indicam os
comentários feitos por vários consumidores entrevistados.
“... Hoje estamos ouvindo falar cada vez mais e sentindo na pele os problemas que
causam o desmatamento e a preocupação mundial com as florestas aqui do Brasil, agente tem
que começar a conservar o nosso patrimônio florestal e se tivesse esses produtos certificados eu
daria a preferência sim, para contribuir com a conservação do meio ambiente, mas geralmente
esses produtos têm um preço muito mais caro que os outros e acaba que nem todo mundo pode
comprar ficando restrito a uma pequena faixa da população...”( depoimento dado por um
entrevistado)
“...Eu daria preferência sim, mas o problema é o preço e a garantia que a empresa que
fizesse esse selo fosse honesta, porque hoje tem muitas que falam que fazem a preservação e que
não desmatam a floresta mas é só pra ganhar mais dinheiro, e na verdade continuam
desmatando do mesmo jeito. Minha filha o Brasil é assim e a Amazônia virou uma forma de
marketing...”(depoimento dado por um entrevistado)
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33
Existe um mercado consumidor amplo para os produtos florestais não madeireiros
considerados prioritários a pesquisa, onde 100% dos entrevistados consomem pelo menos um dos
produtos e 32% consomem todos os produtos. O Açaí e a Castanha do Pará são os produtos de
maior consumo, fazendo parte da dieta para quase todos os paraenses independente de safra. Já o
produto com a menor aceitação no mercado e o Piquiá que foi indicado seu consumo por apenas
45,4% dos entrevistados (Figura 5).
Consumo dos PFNM
0102030405060708090
100
PFNM
% d
e C
onsu
mid
ores Acai
CastanhaBacuiAndirobaUxiCopaibaPiquia
Figura 5: Aceitação do Mercado para os PFNMs pesquisados.
6.2.3 Locais de compra dos PFNMs
Os locais considerados como maiores pontos de consumo dos PFNMs são as Feiras,
Vendedores Informais (casas, ruas, semáforos) e o Mercado Ver-o-Peso no município de Belém,
sendo este o último elo da cadeia de mercado dos produtos, que a partir daí serão utilizados para o
autoconsumo. As feiras se destacam como o principal ponto de consumo dos produtos
pesquisados, e um novo segmento do mercado que tem se mostrado cada vez mais representativo
é a venda informal. Isso comprova a crescente importância desse segmento do comércio para a
população local, tanto para a população consumidora que busca a praticidade e vê na venda
informal uma solução para otimização do seu tempo, como uma alternativa econômica para as
pessoas que se encontram desempregadas.
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34
Feiras Vend. Inform ais
Ver o Peso Ganha Supermercados Outros0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
%
Locais de Consumo
.
Figura 6: Ranking dos locais de consumo de PFNMs.
6.3 Resultado do Levantamento da Venda Informal de PFNM nos bairros de Belém
Para o levantamento foram pesquisados nove bairros no município de Belém, em seis
(66,6%) desses foram encontrados pontos de venda dos PFNMs, onde este tipo de venda
representa 83,33%. Dado este que reafirma a importância que vem tomando esse comércio na
cadeia de mercado dos PFNMs.
Os produtos florestais não madeireiros encontrados em venda na ordem decrescente foram
Açaí 46,15%, Andiroba 15,38%, Pupunha 7,7%, Mel 7,7%, Castanha 7,7%, Cupuaçu 7,7% e
Bacaba 7,7%. Dos produtos de interesse para a pesquisa, as casas batedoras de açaí representam
86,71%. Verificou-se que o açaí é o produto que possui maior aceitação e disponibilidade no
mercado.
Dos vendedores informais encontrados 88,89% possuem local fixo de trabalho. Com isso
conseguem conquistar fregueses fiéis garantindo a venda do produto, além de criar tradição nos
bairros em que trabalham.
Os locais de compra dos produtos PFNMs mais citados pelos vendedores são os Portos
que é o primeiro local de venda no município de maior consumo local (Figura 6). Reafirma a
discussão feita na Tabela 1 que revela os Portos como local de compra dos PFNMs por
atravessadores.
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35
Locais de Compra
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Porto do Acai
Porto da Palha
Porto de Icoaraci
Busca no interiorLo
cais
%
%
Figura 6: Locais de Compra dos PFNMs pelos Vendedores Informais.
6.4 Pesquisa de Preços
6.4.1 Oferta dos produtos no mercado
Foram realizados treze levantamentos de preços entre feiras e supermercados no período
do mês de fevereiro ao fim de abril, sendo uma média de quatro localidades por mês.
Através dos levantamentos realizados nos supermercados pudemos observar a existência
dos PFNMs industrializados em grande quantidade, principalmente para o açaí, bacuri e castanha.
Estes produtos são revendidos na forma de polpas, compotas, geléias, sabonetes, xampus,
sorvetes, etc. Esses produtos o mercado consumidor pode ter acesso ao longo do ano todo
independente da safra.
Para os produtos in natura no mês de fevereiro, março e abril têm-se no mercado todos os
PFNMs pesquisados em quantidade, exceto o Piquiá e o uxi que não foram encontrados em
nenhuma das localidades; o bacuri que foi encontrado em grande quantidade. Já no mês de março
o uxi aumenta sua oferta no mercado, sendo encontrado nas cinco localidades de pesquisa e o
piquiá teve início de sua oferta em meados de março sendo encontrado apenas em 2 das 5
localidades, podendo ser então considerado o início da safra para o mercado consumidor. No mês
de abril o piquiá é encontrado em grande quantidade em todas as localidades, enquanto que o
bacuri tem reduzida sua oferta no início do mês. O bacuri foi encontrado somente em duas
localidades até o meio do mês; o uxi apresenta alta oferta no início do mês, reduzindo-se a
medida que se aproxima do final do mês. Dados estes que mostram o curto período de grande
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36
oferta de alguns PFNMs mesmo no período de safra, e a grande procura pelo mercado
consumidor (conforme a Figura 5) que indica que o bacuri é consumido por 82% dos
entrevistados, o uxi por 65% e o piquiá por 45%.
6.5 Compras
Para a constatação das informações de preço, negociação e oferta no mercado dos
produtos florestais não madeireiros pesquisados foram realizadas vinte compras de produtos,
exceto a copaíba. Estas compras foram feitas pelas pessoas envolvidas no referido trabalho
durante os meses de fevereiro, março e abril.
Constatamos no mês de fevereiro a existência dos produtos, exceto uxi e piquiá. No mês
de março verificou-se a existência de todos os produtos no mercado, enquanto que no mês de
abril a dificuldade se deu na compra do bacuri que já apresentava escassez no mercado
consumidor.
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37
7. Conclusão
Os produtos florestais não madeireiros têm grande importância socioeconômica para seus
produtores e comerciantes, como também nos valores culturais da região onde se encontram
presentes nas festas religiosas, na culinária tradicional da população e na produção de
fitoterápicos.
Os resultados mostram a existência do amplo e crescente mercado para os produtos
florestais não madeireiros. As inúmeras fábricas de cosméticos, sorveterias, a popularização dos
produtos em nível nacional e internacional e a aceitação pelo mercado consumidor que tem o
PFNMs como parte da dieta alimentar, exprimem o crescimento da demanda dos produtos
oriundos da floresta.
Em contrapartida, o aumento desenfreado da demanda dos PFNMs sem o controle de
políticas públicas pode não ser suprida pelo manejo comunitário o que incentivaria os grandes
proprietários de terra a estarem investindo no cultivo tradicional dos produtos, deixando de ser
uma alternativa de uso sustentável da floresta para mais uma forma de pressão às florestas
naturais. Esta informação pode ser útil para o estabelecimento de políticas públicas e para as
instituições não governamentais elaborarem projetos que incentivem as comunidades a fazerem o
manejo sustentável de suas florestas através do uso múltiplo, de maneira que, resulte na
preservação da floresta “em pé”, na preservação da biodiversidade, como também nas melhorias
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econômicas e sociais para as comunidades envolvidas e consequentemente o abastecimento da
demanda dos produtos na região de consumo.
Os PFNMs possuem um grande fluxo na cadeia de mercado passando por muitas de
transações o que agrega muito valor entre a saída do produto da mãos dos produtores até chegar
ao consumo familiar. Isso se dá tanto ao número de vezes que o produto passa nas mãos de
diferentes atravessadores como as transformações feitas nos produtos. Está aí a importância das
comunidades terem acesso aos preços de venda dos produtos nos diferentes segmentos do
mercado, aumentando o poder de negociação além de estimular a organização destas para o
transporte e venda dos produtos na região de consumo.
Conclui-se a importância da pesquisa de mercado quando se visa a sustentabilidade para
as comunidades dependentes dos recursos florestais, já que ressalta as características do mercado
para os produtos florestais, as formas de negociação, importância dos produtos no mercado, os
diferentes atores envolvidos na cadeia do mercado, entre outros. Assim, dando as comunidades
um maior poder de negociação, a capacidade de agregar maior valor aos produtos, além de
descobrir alternativas de negociação e abrir novos mercados de compra para os produtos
produzidos pelas comunidades da floresta. O que está inteiramente interligado com o incentivo do
manejo comunitário e uso múltiplo da floresta.
Destaca-se a atuação do presente projeto no incentivo e capacitação do manejo
comunitário e uso múltiplo da floresta, intervindo diretamente nas comunidades. Além da
capacitação dos agentes comunitários envolvidos na negociação de seus produtos através da
pesquisa de mercado descrita neste, melhorando a renda e a organização social das comunidades
envolvidas, como também promovendo a conservação dos recursos naturais.
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39
8. Bibliografia
AMARAL, P.; AMARAL, M. Manejo Florestal Comunitário: processos de aprendizagens
na Amazônia brasileira e na América Latina. 2. ed. Belém : IEB: Imazon, 2005. 82p.
AMARAL, P.; VERISSIMO, T.C.; ARAUJO, C.S.; SOUZA, H. Guia para o Manejo
Florestal Comunitário, Belém: Imazon, 2007. 75p.
BATALHA, M. O. (Coord.). Gestão Agroindustrial. GEPAI: Grupo de Estudos e
Pesquisas Agroindustriais. São Paulo: Atlas, 2001. 689 p.
CELENTANO, D.; VERISSIMO, A. A Amazônia e os Objetivos do Milênio. – Belém,
PA: Imazon, 2007.
KENNY-JORDAN, B.C; HERZ,C.; ANAZEO, M.; ANDRADE, M. Construyendo
Cambios. Desarrollo Forestal Comunitário em los Andes. Itália,1999.
LENTINI, M.; PEREIRA, D.; CELENTANO, D.; PEREIRA, R. Fatos Florestais da
Amazônia 2005. Belém: Imazon, 2005. 138 p.
MALHOTRA, N. K. Pesquisa de Marketing: Uma orientação aplicada. 3. ed. Porto
Alegre: Bookman, 2001. 719 p.
PARANAGUÁ, P.; MELO, P.; SOTTA, E. D.; VERÍSSIMO, A. Belém Sustentável.
Belém: Imazon, 2003. 112p.
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SHANLEY, P., Frutíferas e Plantas Úteis na Vida Amazônica. Editores: Patrícia Shanley
e Gabriel Medina. Belém: CIFOR, Imazon, 2005. 304 p.
VARIAN, H. R. Microeconomia: Princípios básicos. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 756
p.
Sites:
http://www.priberam.pt
http://www.pg.cefetpr.br/hotel/epege/2o_epege/Artigos
http://www.ver-o-peso.fot.br/veropeso.htm
www.citybrazil.com.br/pa/belem/turismo.htm
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9. Anexos
Anexo I : Questionário aplicado aos comerciantes
Anexo II: Cartilha de resultados da pesquisa realizada no ano de 2006
Anexo III: Questionário destinado aos consumidores
Anexo V: entrevista com vendedores informais
ANEXO I
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Questionário de comerciantes Número do questionário: ____ Entrevistador: ____________ Local da entrevista: _______________________ Data: _____________ Sou do Imazon, um instituto de pesquisa, e estamos fazendo uma pesquisa sobre o consumo e venda de alguns produtos da floresta aqui (incluir o nome do local). Eu gostaria de saber se você poderia responder algumas perguntas?
1. Qual o nome do dono da banca ou loja? ____________________________ ( ) homem ou ( ) mulher? Qual o nome fantasia? ____________________________________________________________
Endereço da banca ou loja: ______________________________ Telefone: ___________________
O dono da banca ou loja tem telefone celular? ( ) sim ( ) não Pessoa para contato: _________________________________ (é o entrevistado? ( ) sim ( ) não)
Tipo de empresa (supermercado, sorveteria, banca, revendedor etc): ___________________________
Seu cargo: /__/ dono /__/ familiar do dono /__/ gerente /__/ empregado No ano passado, foi entrevistado /__/ a mesma pessoa /__/ alguém da mesma banca, loja ou família. /__/ não foi entrevistado, está substituindo: _____________________ (nome) _______ número:
2. Vocês trabalharam em
Ano passado Qual o subproduto que vende mais? Preço Atual Unidade Açaí Uxi Piquiá Castanha do Pará Bacuri Andiroba Copaíba Amapá Jatobá Pracaxi Pupunha Buriti Cipó titica Pau mulato Marapuama Sucuúba Cumarú 3. Caso não vende mais nenhum destes produtos da floresta, porque deixou de vender?
________________________________________________________________________________
4. Quantos produtos vocês vendem? ______________ 5. De todos estes, quantos são da floresta (mata)? _____________
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6. Qual o produto que mais deu dinheiro no ano passado (no total)? ____________________ 7. Este produto deu ( ) mais ou ( ) menos da metade da renda total de sua banca ou loja? 8. Há quanto tempo o dono tem esta banca ou loja? ___________ anos 9. Quantas pessoas trabalham com você na banca ou loja? _____________ 10. O dono da banca ou loja tem ( ) caminhão, ( ) carro, ( ) moto, ( ) barco, ( ) nenhum? Perfil do respondente: 1. Quantas horas por dia você trabalha? ____________ ou das ________ ate as ___________
2. Tem mês que trabalha menos horas? ( ) não ( ) sim: quais:________________________
3. Por que você esta nesse negócio? ______________________________________________
4. Seus pais trabalharam neste mesmo negocio? ( ) Sim ( ) Não
5. Você gostaria que seus filhos (ou se tivesse filhos gostaria) trabalhassem nisso? ( ) Sim ( ) Não
6. Você é de Belém? ( )sim ( )não ou outro lugar: __________
7. Até que série você estudou? __________ série
8. Quanto tempo você leva pra chegar da sua casa ate a feira ou loja? ________ (horas:minutos)
9. Você tem casa própria? ( ) Sim ( ) Não
10. E sitio/terra? ( ) Não ( ) Sim: Planta alguma coisa la? ( ) Não ( ) Sim
Cria animais lá? ( ) Não ( ) Sim
11. Quantas pessoas moram na sua casa? ____________
12. Toda a renda destas pessoas vem desta banca ou loja? ( ) Sim
( ) Não: ( ) mais ou ( ) menos da metade?
A pergunta 13 se refere às bancas e revendedores (feiras e portos) 13. Quais são seus custos com:
R$ _______ Segurança por dia, semana, mês, ano
R$ _______ Energia e Água por dia, semana, mês, ano R$ _______ Transporte por dia, semana, mês, ano
R$ _______ Embalagens por dia, semana, mês, ano R$ _______ Taxas e Impostos por dia, semana, mês, ano
R$ _______ Empregados por dia, semana, mês, ano
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14. Há um custo ou dificuldade extra em trabalhar com produtos da floresta, comparado com os
produtos agrícolas? ( )Não ( )Sim,
explique:_________________________________________
___________________________________________________________________________
___
15. Quanto dinheiro da para ganhar por mês com este negócio? R$____________ por semana ou mês
Obrigada, gostaria de entregar esta informação sobre os resultados da pequisa no ano passado ... Para o produto que mais deu dinheiro no ano passado (da floresta ou outra) e para um dos produtos em negrito que vendeu no ano passado ou atualmente, responder as seguintes questões. As informações devem se referir ao último ano (2006).
Produto: __________________ ( ) mais deu dinheiro ou ( ) produto em negrito aleatório 1. Como vende o produto (in natura, cozido, vinho, óleo, casca, etc) e os sub-produtos?
___________________________________________________________________________ 2. Qual é que mais vende (o que dá mais renda)? ______________________________ O resto das perguntas se referem ao que mais vende (resposta 2)
3. Preço de venda hoje: R$__________ por _______________ (unidade: kg, litro, etc) 4. Embalagem do produto (marcar todas as opções que se aplicam
( ) nenhuma (pular a q6) ( ) saco plástico ( ) rede (amarela) ( ) plástico mecanizado ( ) vidro ( ) garrafas de plástico ( ) paneiro ( ) lata
( ) caixa ( ) outro, qual? _______________ O produto tem rótulo? ( ) Sim ( ) Não – pular para questão 6
Informações no rótulo (datas de fabricação e validade, origem, vantagens, etc): _________ _________________________________________________________________________
5. Você vende o produto do mesmo jeito que comprou? ( ) Sim ( ) Não Caso não, o que faz com ele? ___________________ A que custo?_________________
6. De quem compra o produto? (marcar todas as opções que se aplicam): ( ) produtor ( ) atravessador (feirantes, supermercados, restaurantes, etc) ( ) é produtor
7. Onde você compra a maioria do produto (ou onde você produz)? ( ) CEASA ( ) Ver-o-Peso ( ) Outro: _____________________________________________________________
8. De que município vem o produto? _______________________
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9. Quem é o responsável por trazer o produto até aqui, você ( ) ou o vendedor ( )? Quanto você paga para esse transporte? R$_________ por _________ (unidade/ veículo)
10. Você compra o produto de quantas pessoas em geral? __________ 11. Porque você compra destas pessoas e não de outros? ______________________________
_________________________________________________________________________
12. Como você verifica a qualidade do produto que esta comprando? ____________________
13. Alguém da sua família trabalha com este produto (sem ser na banca ou loja)? ( ) Não ( ) Sim: quem? ______________________ (grau de parentesco)
14. Como você paga os fornecedores na maioria das vezes?
( ) a vista ( ) consignação (devolve o produto que não vende) ( ) a prazo ( ) entrada + prazo ( ) outro, qual?____________________________________________________________
15. A quantidade do produto oferecida varia durante o ano? ( ) Não ( ) Sim → a. De que mês a que mês tem mais do seu produto (a safra)? __________________ b. Nesses meses de safra, quanto você vende?__________________por dia, semana, mês c. O produto contribui ( )toda, ( ) quase toda, ( ) mais da metade, ( ) metade,
( ) menos da metade, ou ( ) muito pouco da renda de sua banca nesta epoca de safra?
d. Durante o resto do ano, quanto você vende?__________________por dia, semana, mês
e. O produto contribui ( ) mais da metade, ( ) metade, ( ) menos da metade, ( ) muito pouco, ou ( ) nada da renda de sua banca nesta epoca de entressafra?
16. Você armazena o produto (mesmo por alguns dias)? ( ) Não ( ) Sim
Caso sim, geralmente, por quanto tempo? _______________ onde? ______________________
Usa alguma tecnica para conservar ou proteger? ( ) Não ( ) Sim: _________________ Tem que pagar? R$__________ por __________ (quantidade) e _____________ (tempo)
17. Em media, de cada 100 unidades que compra, quantos estragam e não podem ser vendido? ______
18. Qual o preço máximo e mínimo que você pagou ao fornecedor pelo produto em 2006? a) Máximo: R$___________ por ___________(kg, litro, etc) b) Mínimo: R$___________ por ___________(kg, litro, etc)
Varia mais em função da:( )qualidade ( )época: porque? ( ) safra ( ) procura,
explique:________________
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( ) origem: produto de onde tem maior preço? ___________________
( ) outra? Qual:_________________________ 19. Quem compra o seu produto?
( ) consumidor final: a maioria são de ( ) classe baixa ( ) média ou ( ) alta? ( ) atravessador (feirantes, supermercados, restaurantes, etc)
20. Na média, quanto cada cliente compra por vez? _____________ 21. Quando comprando este produto, o cliente costuma sempre comprar outro produto junto,
como açai e tapioca / jambú com tucupi? ( ) Não ( ) Sim, qual?
22. Você entrega o produto na casa ou na loja do cliente ( ) ou fica por conta do cliente ( )?
Caso entregar, quanto custa esse transporte? R$_________ por _________ (unidade) 23. Há quantos anos você trabalha com este produto? _______________ anos
24. Desde que você trabalha com este produto, sua procura cresceu ou diminuiu? ( ) aumentou ( ) diminuiu ( ) constante
Caso aumentou ou diminuiu, porque você acha que a procura mudou?________________________
________________________________________________________________________________ De 0 (não tem confiança) a 5 (confia muito), qual é seu nivel de confiança nas respostas sobre quantidades compradas e vendidas? _____
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ANEXO II
Resultados da
Pesquisa de Mercado de Produtos Florestais não Madeireiros
realizada no ano de 2006
Objetivo: Entendimento do mercado para produtos florestais não madeireiros
Quem? 125 vendedores e 715 consumidores responderam ao questionario
Quais produtos? Uxi, Piquiá, Castanha, Copaíba, Andiroba e Açaí
Onde? Feiras, Portos, Ervanários, Sorveterias e Supermercados de Belém
Equipe: Simone C. Bauch, Erin O. Sills, Shana Sampaio Sieber, Francy Rosy Nava, Helga de Oliviera Yamaki, e Ana Carolina C. Vieira.
-Belém 2007-
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Locais visitados:
Feira do Telegrafo, Feira da 25 de setembro, Feira Ver o Peso, Feira Parque União, Feira do Açaí, Feira de São Brás, Feira da Providencia, Feira da Pedreira, Feira da 8 de maio, Porto da Palha, Porto do Açaí, Porto de Icoaraci, Mercado Vila Mosqueiro, Casa das Ervas Medicinais, Supermercado Formosa, Supermercado Nazaré, Central do Líder, Blaus Sorvetes, Ecos da Amazônia, Moinho Central, Deposito do Yamada, Sorveteria Cairu, Ponto das Ervas e Casa das Ervas.
Após as entrevistas descobrimos que
A maioria dos consumidores conhecem a Andiroba, a Copaíba, o Açaí, a Castanha do Pará e o Uxi . $$$ Sendo que o mais vendido foi o Açaí e o menos vendido foi o Uxi. $$$
Copaiba
Andiroba
Açaí
Uxi
Piquia Castanha
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Número de Fornecedores por Vendedor
Prevendo o Futuro....
A opinião da maioria dos comerciantes é: Açaí : aumentará o consumo (88%); Castanha do Pará: aumentará o consumo (86%); Andiroba: aumentará o consumo (70%);
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Copaíba: aumentará o consumo(57%).
Mas alguns comerciantes acham que: Uxi: diminuirá o consumo (23%); Piquiá: diminuirá o consumo (32%);
Você sabia que existem diferentes formas de se pagar os produtos ???
Pode ser à prazo (dividido em parcelas) e a vista !
Veja como estão sendo negociados os principais produtos que vem da floresta:
A maioria dos vendedores paga: A minoria dos vendedores paga:
-Açaí: à vista (68%) -Açaí: à prazo(13%) -Castanha do Pará: à prazo (53%) -Castanha: à vista (43%) -Uxi: à vista (70%) -Uxi: à prazo (31%) -Piquiá: à prazo (65%) -Piquiá: à vista (42%) -Andiroba: à vista (70%) -Andiroba: à prazo(30%) -Copaíba: à vista (71%) -Copaíba: à prazo(29%)
OBSERVAÇÕES:
23% das pessoas que vendem açaí também são produtores !
Já a Copaiba é diferente: os vendedores compram principalmente de atrevessadores (79%) e a maioria (64%) gostariam de aumentar o numero de fornecedores. 7% vendem por consignação.
Um dado interessante é que os vendedores de Piquiá trabalham há 19 anos com a fruta já os vendedores de castanha trabalham com ela há apenas 15
anos. Isso mostra que existe uma maior experiência entre os vendedores de Piquiá.
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A pesquisa mostrou que 29% dos consumidores entrevistados se preocupam com o lugar de onde vem os produtos e 71% não se preocupam em saber de onde vem os produtos que eles consomem !!!!!!!
Você vendedor !
Sabe como seus clientes escolhem os produtos ??????
O uxi através da textura e pela aparência; A castanha do pará pela aparência, pelo sabor e a textura; O açaí através da aparência e pelo sabor; A copaíba pelo cheiro, aparência, validade e a confiança do vendedor; A andiroba através do cheiro e aparência. O piquiá pelo gosto e pela textura.
E os preços que seus clientes pagaram o ano passado?!
Você fez parte desse grupo ?!?!?!?!?!?!
-Açaí: R$ 3,80/l -Castanha: R$ 9,60/kg -Uxi: R$ 0,15/unidade -Piquiá: R$ 0,46/unidade -Andiroba: R$ 24,50/l -Copaíba: R$ 33,80/l
Saiba os principais municípios de origem dos produtos :
Castanha: Barcarena, Bujaru, Capitão Poço, Marabá e Moju
Copaíba: Ilha do Marajó, Tomé Açu, Tucuruí e Barcarena
Piquiá: Araçá, Barcarena, Cametá, Ilha do Marajó e Moju
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Açaí: Barcarena, Acará, Ponta de Pedras, Abaitetuba, Anajás, Mauná e Marajó
Andiroba: Abaitetuba, Acará, Barcarena, Cametá e Ilha do Marajó
Uxi: Mosqueiro, Barcarena, Acará e Moju
Para maiores informações entrar em contato com o IMAZON pelo telefone (91) 3182-4026, falar com Francy Nava. Illustrações do livro Frutíferas e Plantas Úteis na Vida Amazônica, illustrado por Silvia Cordeiro e Miguel Imbiriba. Para informações sobre o livro, entrar em contato com CIFOR, (91) 4009-2677, falar com Trilby MacDonald.
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52
ANEXO III
Questionário de demanda final –Açaí Número do questionário: ___
Entrevistador: __________________________________ Data: ___________________ Local de entrevista: _____________________________ Hora: ___________________ Sou da universidade e estou fazendo uma pesquisa junto com o Imazon, um instituto de pesquisa, sobre o consumo de alguns produtos da floresta aqui (incluir o nome do local). Você poderia responder algumas perguntas? 1. Qual feira fica mais próxima a sua casa? ______________
Você acha que as condições desta feira tem melhorado nos últimos cinco anos? ( ) sim ( ) não ( ) não conhece 2. Quais produtos você consome que são da floresta?
a. _________________
b. _________________
c. _________________
d. _________________
e. _________________
f. _________________
g. _________________
h. _________________
Se não souberem responder mais de 3, sugerir: “podem ser frutas regionais, madeira, plantas medicinais...” e colocar um * em frente às respostas dadas após esta dica. 3. Você consome ( ) açai, ( ) andiroba, ( ) bacuri, ( ) castanha do Pará,
( ) copaiba, ( ) piquia, ou ( ) uxi? 4. Considerando todos os produtos da floresta que você consome, comprou das seguintes mercados pelo
menos uma vez no ano passado (2006)? Mercado Comprou ano passado
Ver-o-Peso Feira da 8 de maio 25 de setembro Mercado de Mosqueiro Feira da Pedreira Feira de São Brás Parque União Feira da Providência Feira do Telégrafo Feira do Açaí (ver-o-peso) Outras Feiras Portos (palha, açaí, icoaraci) Supermercados Lojas de Ervas Outras lojas ou quitandas De vendedores ambulantes
5. Com que produtos da floresta você gastou mais dinheiro no ano passado (2006)? a. ________________ b. ________________ c. ________________
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Produto: Açaí Indicou que consome açaí? ( ) Não ( ) Sim - pular para pergunta 7 6. Caso não consome o açaí, você conhece o açaí? ( ) Sim ( ) Não - pular para pergunta 18 7. Sabe qual a origem do açaí? ( ) Não ( ) Sim, de onde vem? __________________________ 8. Para que/ como você consome o açaí (pergunte sobre todas as formas e produtos derivadas, e
indique o que mais consome com **, fazendo o resto das perguntas sobre **)?
____________________________________________________________________________ 9. Tem meses que você compra mais açaí? ( ) Não ( ) Sim, quais: __________________ 10. Nestes meses, com que freqüência você compra açaí? _______ dia/semana/mês/ano 11. E durante o resto do ano, com que freqüência você compra açaí? _______ dia/semana/mês/ano
ou, ( ) não compra 12. Qual a última vez que comprou açaí? _______________ 13. Quanto açaí você comprou da ultima vez? ___________ Unidade _________ 14. A que preço? __________ Unidade ___________ 15. Se você quisesse aqui comprar açaí, mas não tivesse, o que você faria? ( ) iria procurar em outro lugar, qual?____________________ ( ) não compraria, deixaria para outro dia ( ) compraria outro produto, qual? ____________________ 16. Como você escolhe de quem comprar açaí?_______________________ 17. Onde você geralmente compra açaí? ( ) Supermercado ( ) Quitanda ( ) Ver-o-peso ( ) Feira: Qual? ___________________ ( ) Rua (vendedor informal): Qual? ______________________________________ ( ) Ganha da família ou parentes ( ) Outro: Qual? _____________________________________ 18. Você já ouviu falar em “selo verde” ? ( )sim ( )não
Caso sim, “então já sabe que selo verde é ... Caso não, “então, selo verde é ...
uma garantia de que o produto que possui esse “selo verde” contribui para a conservação da Floresta Amazônica.”
19. Se algum açaí fosse indicado para receber o “selo verde,”mesmo se ficasse um pouco mais caro, você daria preferência para o açaí com “selo verde”? (Isto é, se tivesse uma caixa de açaí com selo verde, e outra caixa com açaí sem selo verde.) 1. não daria nenhuma preferência 2. não 3. mais ou menos 4. sim 5. com certeza
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Perfil do consumidor: 20. Faça de conta que o governo federal deu uma verba de R$100.000,00 para seu município;
em sua opinião, qual deve ser a prioridade de investimentos, primeira, segunda, e terceira:
Educação Unidades de conservação e parques Rede de esgoto e tratamento de água
21. Sexo: Feminino ( ) Masculino ( ) 22. Quantos anos você tem? _________ 23. Você fez ou faz faculdade? ( )sim ( )não 24. Onde você nasceu?__________________________ 25. Você mora em Belém? ( ) Não ( ) Sim: há quanto tempo? _________ anos 26. Em que bairro de Belém você mora? _________________ 27. Você já entrou na floresta?
( ) Não ( ) Sim: quantas vezes? ( ) 1 ( ) algumas ( ) muitas ( ) morei ou trabalhei lá 28. Quantas pessoas moram em sua casa? _________________________ 29. Quantas destas pessoas têm menos de 15 anos de idade?___________ 30. Costumam comer frutas na sua casa ( ) todo dia mesmo, ( ) quase todo dia, ou
( ) outro:___________________________ 31. Qual a faixa de salário, mensal, da sua família, isto é, dos moradores da sua casa?:
( ) 0 a R$500 ( ) R$501 a R$1000 ( ) R$1000 a R$1500 ( ) R$1001 a R$2000 ( ) R$2001 a R$3000 ( ) R$ 3000 a R$4500 ( ) mais de R$4500
32. Alguém da sua família ficou desempregado nos últimos 2 anos? ( ) Não
( ) Sim: ainda esta? ( ) sim: desde quando? _________ ( ) não: por quantos meses? _________
( ) trabalhando informalmente (bico) 33. Alguém da sua família recebeu aumento de salário ou trocou emprego por um melhor nos
últimos 2 anos? ( ) Não ( ) Sim: /__/ mais ou /__/ menos do que o dobro do que ganhava antes?
Muita obrigada. Estamos repetindo esta pesquisa cada ano. Por acaso, você lembra de ter sido entrevistado com este mesmo questionário no ano passado? ( ) sim ( ) não
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8.4. Anexo IV Questionário das Quadras Aleatórias Quem: ( ) Carol ( ) Helga ( ) outro: _____________________________________ Data: Hora: Bairro: Desenhe a quadra, com nomes das 4 ruas. Indique cada local de venda de PFNMs com números (1, 2, 3, 4, ...) Sub-produto ou produto (de produto florestal) que mais vende
Tipo Produtos Florestais % Receita Qual? Preço Unidade Como compra? Enc? R$
R$
No. - da mapa Ent? S = sim, falou com alguém que trabalha no lugar, N = não, informações das placas e vizinhos Tipo (1) Supermercado (7)“Loja” de açaí (2) Farmácia (8) Quitanda/ Mercearia (3) Sorveteria (9) Casa de pessoas que vendem esses produtos (chopp, doces, bolos...) (4) Padaria (10) Lanchonete (5) Ambulante (11) Restaurante (6) Ambulante “ fixo” (12) _________________ (13) _________________ (14)___________________ ** No caso de ambulantes, indique com ** se for entre os 4 entrevistados por quadra Todos os produtos florestais que estão vendendo hoje ou que vendeu no último ano % Receita: Porcentagem ou (A) Quase tudo, (B) Mais da metade, (C) Metade, (D) Menos da metade, (E) Quase nada PF que mais vende: Qual: produto e sub-produto, por exemplo, sorvete de açai, creme de bacuri Preço da venda hoje Unidade Como compra? N = em natura, P = polpa, outro? Enc? S = sim, vende só por encomenda, N= não, tem disponível na loja Emprego: número ou (A) 1 pessoa, (B) 2 – 5 pessoas, (C) 6 – 9 pessoas, (D) 10 – 99 pessoas, (E) 100 ou mais.
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