apresentação sobre a legalização da cannabis

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Comitê do UNODC 5ª GET ONU / 2015

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Page 1: Apresentação sobre a  legalização da cannabis

Comitê do UNODC 5ª GET ONU / 2015

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HISTÓRIA: ORIGEM E USOS DA CANNABIS NA CIVILIZAÇÃO AO LONGO DO TEMPO

ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DO TRÁFICO A LEGALIZAÇÃO: FORMAS E MODELOS ADOTADOS

CONTRADIÇÕES NO PROCESSO DE DISCRIMINALIZAÇÃO DA CANNABIS

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O primeiro registro do contato entre o Homo sapiens e a Cannabis sativa é de 6 000 anos atrás. Trata-se da marca de uma corda de cânhamo impressa em cacos de barro, na China.

O emprego da fibra, não só em cordas mas também em vários tecidos e, depois, na fabricação de papel, é um dos mais antigos usos da cannabis.

A planta, original da região ao norte do Afeganistão, aos pés do Himalaia, tornou-se a primeira cultivada pelo homem com usos não alimentícios e espalhou-se por toda a Ásia e depois pela Europa e África e por fim América.

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O uso medicinal da maconha remonta há pelo menos 2 000 anos pelos chineses que a utilizavam como poder curativo contra prisão-de-ventre, malária, reumatismo e dores menstruais.

Para os budistas da tradição Mahayana, Buda passou seis anos comendo apenas uma semente de maconha por dia. Sua iluminação teria sido atingida após esse período de “quase-jejum”.

Também na Índia, a erva já há milênios é parte integral da medicina ayurvédica, usada no tratamento de dezenas de doenças ocupando lugar de destaque na religião hindu.

Pela mitologia, a cannabis era a comida favorita do deus Shiva, que, por isso, viveria o tempo todo “chapado”. Tomar bhang seria uma forma de entrar em comunhão com Shiva.

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Da Índia, a cannabis migrou para a Mesopotâmia, ainda em tempos pré-cristãos, e de lá para o Oriente Médio. Portanto, ela já estava presente na região quando começou a expansão do Império Árabe.

Os gregos usaram velas e cordas de cânhamo nos seus navios, assim como, depois, os romanos.

Sabe-se que o Império Romano tinha pelo menos conhecimento dos poderes psicoativos da maconha. O historiador latino Tácito, que viveu no século I d.C., relata que o uso da cannabis na região da Turquia.

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Graças ao contato com os árabes, grande parte da África conheceu a erva e incorporou-a aos seus ritos e à sua medicina – dos países muçulmanos acima do Saara até os zulus da África do Sul.

A Europa toda também passou a plantar maconha e usava extensivamente a fibra do cânhamo, mas há raríssimos registros do seu uso como psicoativo naquele continente. Pode ser que isso se deva ao clima.

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Na Renascença, a cannabis se transformou no principal produto agrícola da Europa. E sua importância não foi só econômica: a planta teve uma grande participação na mudança de mentalidade que ocorreu no século XV.

Os primeiros livros depois da revolução de Gutemberg foram impressos em papel de cânhamo. As pinturas dos gênios da arte eram feitas em telas de cânhamo (canvas, a palavra usada em várias línguas para designar “tela”, é uma corruptela holandesa do latim cannabis).

E as grandes navegações foram impulsionadas por velas de cânhamo – segundo o autor americano Rowan Robinson, autor de O Grande Livro da Cannabis, o velame e as cordas do barco comandado por Cristóvão Colombo em 1496 era feito de cânhamo.

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Em 1798, as tropas de Napoleão conquistaram o Egito. Até hoje não estão muito claras as razões pelas quais o imperador francês se aventurou no norte da África mas pode ser que o principal motivo fosse a intenção de destruir as plantações de cannabis, que abasteciam de cânhamo a poderosa Marinha da Inglaterra.

Napoleão promulgou a primeira lei do mundo moderno proibindo a cannabis. Os egípcios eram fumantes de haxixe, a resina extraída da folha e da flor da maconha constituída de THC concentrado.

Os egípcios ignoraram a lei e continuaram fumando como sempre fizeram e seu consumo rapidamente virou moda na Europa, principalmente entre os intelectuais.

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Em 1830, o Brasil fez sua primeira lei restringindo a planta. A Câmara Municipal do Rio de Janeiro tornou ilegal a venda e o uso da droga na cidade e determinou que “os contraventores serão multados, a saber: o vendedor em 20 000 réis, e os escravos e demais pessoas, que dele usarem, em três dias de cadeia.”

Teria sido o presidente Getúlio Vargas que negociou a retirada da maconha dos terreiros, em troca da legalização da religião.

•No Brasil, a planta chegou, talvez ainda no século XVI, trazida pelos escravos (o nome “maconha” vem do idioma quimbundo, de Angola. •Mas, até o século XIX, era mais usual chamar a erva de fumo-de-angola ou de diamba, nome também quimbundo. Por séculos, a droga foi tolerada no país, provavelmente fumada em rituais de candomblé.

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1909: Conferência de Xangai 1946: Comissão de Narcóticos (CND) 1961: Convenção Única de Narcóticos 1971: Convenção sobre Substâncias

Psicotrópicas 1988: Convenção contra o Tráfico de

Narcóticos e Substâncias Psicotrópicas.

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Ainda hoje a cannabis movimenta diferentes setores econômicos pelo mundo como turístico, farmacológico e até mesmo industrial.

Porém, é no setor informal da economia que atualmente gira seu grande fluxo econômico e logístico. Este setor informal se remete a venda ilegal para fins recreativos, comumente relacionados a grupos criminosos.

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ESTUDOS DE CASO: PORTUGAL

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- Desde 2001, ninguém pode ser preso por usar drogas em Portugal. Até o início do ano, era possível comprar drogas alucinógenas em mais de 40 lojas do país, mas, após as mortes de alguns clientes, os produtos foram proibidos em alguns locais.

- Os lucros neste mercado são de bilhões de dólares. A legalização força o crime organizado a sair do comércio de drogas, acaba com sua renda e permite-nos regular e controlar o mercado (isto é prescrever, licenciar, controle de venda a menores, regulação de propaganda, etc..).

- Atualmente, a posse de maconha é limitada a 25 gramas de erva. Os limites são definidos por 10 doses diárias e, se forem excedidos, é considerado que existe tráfico de drogas.

- Por lei, o usuário agora é considerado doente crônico que precisa de tratamento, mas há sanções penais para traficantes e produtores de drogas.

- O usuário pego em Portugal com quantidade de drogas equivalente a, no máximo, dez dias de consumo (o que é detalhado na legislação), é encaminhado a uma comissão, composta por um assistente social, um psiquiatra e um advogado, que avalia se o caso se configura como tráfico, dependência ou simples consumo pessoal. O usuário, então, pode ser multado, condenado a prestar serviço comunitário ou encaminhado para tratamento.

- No caso português, uma pesquisa realizada pelo Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT) registrou que, entre 2001 – data em que foi implementada a política de descriminalização da droga em Portugal – e 2007, o consumo continuado de drogas registrou, em termos absolutos, uma subida de 66%. De forma segmentada, a pesquisa apontou ainda que, no período em análise, registrou-se aumento de 37% no consumo de Cannabis, de 215% no de cocaína, de 57,5% no de heroína e de 85% no de Ecstasy.

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Um dos conceitos chave da política da droga em Portugal é a prevenção. Esta é realizada pelo IDT em cooperação com outros departamentos governamentais como o Ministério da Educação e a Polícia, assim como com ONG’s financiadas pelo Estado.

- O papel dos trabalhadores das equipas de rua, consiste em rondas diárias aos lugares onde os consumidores se costumam juntar. Uma equipa de duas ou três pessoas – uma dos quais tem que ser um profissional da área da psicologia – distribuem kits aos consumidores. O componente mais importante destes kits são as seringas e agulhas limpas para os consumidores de heroína.

- Uma das consequências notadas da descriminalização foi a queda da taxa de crimes relacionados com o consumo de drogas, especialmente a pequena criminalidade por parte de consumidores por forma a obter dinheiro para a sua próxima dose. Como um dos entrevistados do IDT notou, os toxicodependentes ao sentirem os efeitos da ressaca já não precisam de roubar porque podem dirigir-se a um dos centros onde lhes será administrada terapêutica de substituição por metadona. De facto, o efeito da disponibilização de tratamento por metadona nas taxas de crime está bem documentado em vários países e é consistente com a experiência portuguesa.

- Portugal não se transformou, nem pouco mais ou menos, num destino para turismo de drogas e a descriminalização não provocou um aumento claro dos consumos.

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HOLANDA: Modelo da Holanda leva em consideração que o problema

das drogas não tem uma só solução. Então, é melhor controlá-lo e reduzir danos em vez de continuar uma política de repressão com resultados questionáveis.

A legislação sobre drogas da Holanda é de 1976 e tem como

base a diferenciação entre drogas de risco aceitável (maconha e haxixe) daquelas de risco inaceitável para a saúde e para a segurança públicas (cocaína, heroína, anfetaminas e LSD). O álcool, considerado uma droga de risco alto, é legal e controlado pelo governo.

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A posse, o comércio, o transporte e a produção de todas as outras drogas são expressamente proibidas e reprimidas com eficiência; há previsão de penas que podem chegar a 12 anos de prisão e de multas de até 45 mil euros.

A Holanda trata a questão das drogas como de saúde pública, em que tratamento e recuperação são oferecidos para todos que buscam ajuda.

A média de consumo de drogas na Holanda é inferior à do restante do continente e o percentual de pessoas que usam drogas injetáveis é o menor entre os 15 países da União Europeia. O número de usuários de heroína diminuiu significativamente (de 28 a 30 mil em 2001 para 18 mil em 2008) e a média de idade dos usuários vem aumentando.

Page 21: Apresentação sobre a  legalização da cannabis

Reportagem sobre a relação entre o trafico de drogas e as prisões no Brasil: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/06/com-lei-de-drogas-

presos-por-trafico-passam-de-31-mil-para-138-mil-no-pais.html

ONU: consumo de drogas atinge 243 milhões de pessoas no mundo http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-

noticias/2014/06/26/onu-apesar-de-estavel-consumo-de-drogas-atinge-243-milhoes-no-mundo.htm#fotoNav=1

http://ultimosegundo.ig.com.br/2014-09-23/677-dos-presos-por-trafico-de-maconha-tinham-menos-de-100-gramas-da-droga.html

Relatório Mundial sobre Drogas do UNODC https://www.unodc.org/documents/lpo-

brazil//noticias/2014/06/World_Drug_Report_2014_web_embargoed.pdf