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VID
RAÇA
RIA
2005/2006GeoLógca
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Consolidação
2
SUMÁRIO
REDUÇÃO DE DESPERDÍCIO FASE 01 3
REDUÇÃO DE DESPERDÍCIO FASE 02 16
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 23
Consolidação Fase 01
3
Redução de Desperdício Fase 01
Setor da Economia: Terciário.
Ramo de Atividade: Prestação de serviços e comércio.
Tipo de Negócio: Vidraçarias.
Produtos Ofertados/Produzidos: Vidros sob Medida.
INTRODUÇÃO
O Programa Sebrae de Redução de Desperdício é desenvolvido por
consultores capacitados pelo próprio SEBRAE. Na execução do trabalho, a
empresa recebe a visita de um consultor, o qual analisa as instalações e
identifica possibilidades de melhoria do uso de matérias primas, insumos, água
e energia.
O trabalho é desenvolvido em duas Fases. A primeira envolve a
caracterização do empreendimento, avaliação dos principais processos
produtivos, consumos de matéria-prima, insumos, água e energia, bem como
os resíduos gerados. É baseado na percepção do empresário e confirmado por
notas de compras, consumo, etc.
Nesta fase também é aplicado a Metodologia Sebrae de Eficiência
Energética, onde são analisados os consumos dos equipamentos elétricos e
sugerido as correções necessárias para redução do gasto energético.
Nessa etapa, também, são definidas ações para redução de desperdício
que deverão ser implementadas na Fase 02.
Na segunda fase, as fontes de desperdício são avaliadas isoladamente
dentro do processo produtivo. Para os desperdícios apontados na Fase 01 são
desenvolvidas metodologias que visam quantificá-las quanto ao
Consolidação Fase 01
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desenvolvimento e a implantação de técnicas mais econômicas e eficientes
para o uso.
Vidraçarias
Não se sabe ao certo quem primeiro produziu e quando foi descoberto o
vidro. De acordo com as fontes pesquisadas atribui-se aos Fenícios a
descoberta acidental do vidro. Sabe-se, no entanto, que além dos Fenícios,
Egípcios, Sírios, Assírios, Babilônios, Gregos e Romanos já realizavam
trabalhos com o vidro.
No Brasil a história da indústria do vidro iniciou-se com as invasões
holandesas no século XVII, quando a primeira oficina de vidro foi montada em
Pernambuco. A oficina fabricava vidros para janelas, copos e frascos.
Com a saída dos Holandeses a fábrica fechou. O Alvará de 1785 de D.
Maria I, "A Louca", determinou a extinção de todas as manufaturas "em
qualquer parte onde se acharem, nos (seus) domínios do Brasil". Com isso,
todo o vidro passou a ser importado de Portugal e posteriormente da Europa e
das colônias inglesas.
Somente no início do século XIX, o vidro voltou a participar do setor
produtivo Brasileiro, quando, em 1810, o português Francisco Ignácio da
Siqueira Nobre recebeu um documento autorizando a instalação de uma
indústria de vidro no Brasil.
Até o século XX, a produção de vidro era essencialmente artesanal,
utilizando os processos de sopro e de prensagem, sendo as peças produzidas
individualmente.
A partir do início do século XX a indústria do vidro se desenvolveu com a
introdução de fornos contínuos, a recuperação de calor e máquinas semi ou
totalmente automáticas para produção em série.
Consolidação Fase 01
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Com o crescimento da indústria do vidro e com a inserção de novas
tecnologias houve o aumento das exportações de vidro no plano brasileiro. Os
US$ 114,8 milhões registrados em 2004 foram ultrapassados pelos US$ 137,6
milhões alcançados no último ano.
O aumento das exportações reflete a expansão do mercado do vidro.
Antigamente era utilizado apenas para a produção de copos, frascos e peças
de pequenas dimensões, hoje o vidro é utilizado na produção de portas, vidros
de segurança, laminados, mesas, cadeiras, pias e uma infinidade de produtos
com diversas formas e finalidades.
CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO
Para realização do presente estudo foram realizadas visitas em sete
vidraçarias no Distrito Federal. As empresas visitadas oferecem serviço de
corte e lapidação de vidro. Apenas uma oferece serviço de têmpera. O número
de funcionários em cada empreendimento variou de três a quarenta e dois.
PROCESSO PRODUTIVO
Para o pleno funcionamento da empresa é necessária a utilização de
equipamentos elétricos como furadeiras industriais, máquinas de lapidação e
de corte próprias para atividades em vidro.
Em geral as vidraçarias apresentam setorização das atividades
empreendidas, sendo identificadas em todas elas um setor de vendas e um
setor de produção.
No setor de vendas são empreendidas as seguintes atividades:
Atendimento à clientes;
Realização de orçamento;
Vendas;
Emissão de notas fiscais, e
Execução de transações comerciais.
Consolidação Fase 01
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Nessas atividades não foram identificados pontos de desperdício na
empresa, levando as consultorias desenvolvidas a optarem pela análise do
processo produtivo.
Analisando o processo produtivo da empresa, observou-se que a mesma
opera da seguinte forma.
ARMAZENAGEM
Nas vidraçarias são armazenadas chapas de vidros, esquadrias de
alumínio, massas, colas, silicones e demais insumos como rebolos de
lapidação, lixas e etc. Em 28% das empresas consultadas a armazenagem das
chapas de vidros é feita com uso de empilhadeira que retira as chapas do
caminhão de entrega e as estoca em cavaletes apropriados. As demais
matérias primas e insumos são estocados em almoxarifado.
Na armazenagem foi averiguada um perda média de 1% da matéria-
prima. O vidro é uma matéria-prima muito vulnerável à riscos e quebras e está
constantemente suscetível a incidentes.
Ilustração 1: Setor de armazenamento das chapas de vidro.
Consolidação Fase 01
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PRODUÇÃO DE PEÇAS
Representa a produção das peças de vidro nos tamanhos
encomendados pelo cliente. Nesse processo de produção são efetuados os
cortes das chapas matrizes e a lapidação das mesmas.
Um percentual de 28% das empresas adquire o vidro esquartejado, ou
seja, a chapa original em média de 3,40m X 2,20 é comprada em quatro
pedaços de 1,70 X 1,10. Tal ação é realizada em função do espaço reduzido
desse percentual de vidraçarias, as vezes até com atividade desenvolvidas em
subsolo, o que impede o deslocamento seguro por meio de escadas estreitas.
O corte é efetuado com a utilização de diamante e gabaritos e a
lapidação é realizada com maquinário apropriado. Cinqüenta e seis por cento
(56%) das vidraçarias estudadas (vidraçarias de grande porte) realizam
lapidação com utilização de maquinário que necessita água para suas
atividades. Quarenta e quatro por cento (44%) (vidraçarias de pequeno porte)
realizam lapidação com o auxílio de lixadeiras. Nessas últimas vidraçarias os
serviços especializados de lapidação como bisotê são terceirizados.
Programas de Plano de Cortes existem em 42% das empresas visitadas,
entretanto, opera de fato em apenas 14% (1 empresa). As outras empresas
que o possuem alegam que seus funcionários conseguem realizar corte mais
eficientes do que os apresentados pelo programa. Em alguns casos isso foi
confirmado pela consultoria, no entanto requer muita perícia do cortador e
muito desprendimento de tempo para cálculo do corte.
Para a produção estima-se uma perda média de 9% do vidro cortado
com resíduos.
Consolidação Fase 01
8 Ilustração 2: Lapidação mecanizada. Vidros de laterais retilíneas.
ENTREGA E MONTAGEM DAS PEÇAS NO ENDEREÇO DE DESTINO
Como as vidraçarias geralmente operam na venda de peças sob
encomenda acredita-se que todas devem atender as expectativas dos clientes
no momento da montagem. Em virtude disso grande parte das peças
comercializadas são montadas no local determinado pelo comprador. São
portas, janelas, bancadas e estantes que são transportadas e montadas com
auxilio de colas, silicone e parafusos.
MATÉRIAS-PRIMAS E INSUMOS
As principais matérias-primas e insumos utilizados nos
empreendimentos de vidraçarias são: vidros, espelhos, silicone, alumínio, lixa,
serra para cortar vidro, serra para cortar alumínio, rebolos diamantados,
rebolos de fibra, gás para empilhadeira e combustível para veículos.
Em vidraçarias de grande porte, das avaliadas 56% funcionam em
galpões, as chapas de vidros são compradas no tamanho original e geralmente
Consolidação Fase 01
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são adquiridas nos estado de São Paulo e Santa Catarina. Fornecedores
internacionais como China e Indonésia contribuem com a venda de vidros para
14% das empresas. Nas vidraçarias de pequeno porte (representada por 44%
que funcionam em pequenos estabelecimentos comerciais locais) o vidro é
adquirido no mercado local e em menor quantidade.
Vidro e espelho: são utilizados vidros de diferentes espessuras e cores.
O vidro e o espelho juntos correspondem a cerca de 95% dos custos de
produção das vidraçarias. O vidro responde a aproximadamente 80% do
consumo total.
Serras, rebolos, colas, silicones e massas: Todos os
empreendimentos utilizam marcas comerciais. Estabelecimentos de maior
porte compram de outros estados e estabelecimentos menores adquirem no
mercado local.
Alumínio: Os empreendimentos que utilizam alumínio compram em
grande quantidade de fornecedores situados em outros estados
Embalagens diversas: Adquiridas de fornecedores do mercado de
Brasília e em outros estados.
Apenas 28% das empresas visitadas afirmaram possuir controle
informatizado de estoque. O restante das empresas realiza um controle visual.
Mesmo as empresas que realizam o controle informatizado, o faz de maneira
incipiente, estando ainda dependentes do controle visual.
Apenas 14% das empresas estudadas mantêm programa de
manutenção periódica de seus equipamentos.
PERDAS
No que tange especificamente a perdas de matéria prima e insumos,
28% das empresas afirmaram não haver perdas antes da produção, o restante
Consolidação Fase 01
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afirma que as perdas antes da produção em seus empreendimentos estão
relacionadas à armazenagem do vidro uma vez que o vidro é material frágil, e
suscetível a aranhões e quebras. Em alguns casos os empresários atribuíram a
causa de perdas durante a armazenagem ao reduzido espaço de seus
empreendimentos, ocorrendo nesses casos pequenos incidentes. Para a
armazenagem foi atribuída uma perda de cerca de 1% da matéria-prima.
Na fase de produção todos os empreendedores do vidro afirmaram
apresentar algum tipo de perda. Neste caso as principais causas são atribuídas
ao corte e a lapidação do vidro. No corte as perdas do vidro são inerentes ao
processo, no entanto a lapidação necessita de funcionários altamente
especializados e maquinário específico.
Vinte e oito por cento (28%) das empresas afirmaram possuir
consideráveis perdas com a atividade de seus lapidadores, outros 28%
afirmaram não registrar perdas consideráveis pela execução dessa atividade e
44% das vidraçarias afirmaram a preferência pela terceirização desse serviço,
em virtude de não possuírem maquinário moderno e pessoal qualificado.
As perdas identificadas na fase produtiva das vidraçarias estão sendo
reduzidas nos últimos anos com a aplicação de softwares de gerenciamento de
corte, maquinários modernos de lapidação e até mesmo mesas automatizadas
para corte.
Atualmente as perdas registradas para essa fase produtiva são de
aproximadamente 9% da matéria prima total utilizada no empreendimento.
Cabe ressaltar todo o vidro é vendido com dimensões múltiplas de cinco, ou
seja, se um cliente compra uma peça com dimensão de 42 cm X 51 cm, ele
paga por uma peça de 45 cm X 55 cm. Esse tipo de cobrança é justificado pelo
gasto que a peça sofre durante as fases de corte e lapidação e compensa as
diversas perdas ocorridas nos processos de produção.
Consolidação Fase 01
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Fato importante colocado por 100% dos empresários é o desperdício
provocado pelo re-trabalho. Algumas vezes ocorrem incidentes no transporte
que causam arranhões e quebras da peça e em outras as peças são, por
algum motivo, medidas de forma errada e, portanto executadas com falhas.
Esse último fato incorre na falta de ajuste da peça no local solicitado pelo
cliente e assim são gerados re-trabalhos.
Nessa fase estimam-se perdas da ordem de 2% da matéria prima.
RESÍDUOS, EFLUENTES E EMISSÕES.
Os resíduos dos empreendimentos visitados são caracterizados por
restos de vidros, alumínio, embalagens de produto (papel, papelão, plástico e
metálico). A quantidade gerada varia muito em função da dimensão do
empreendimento sendo detectadas empresa que geram desde 100 kg ao mês
a empresa que geram 4 toneladas.
Ilustração 3: Resíduos de vidraçarias de
grande porte
Ilustração 4: resíduos de vidraçarias de
pequeno porte.
Em função do vidro ser um material cortante, todas as empresas fazem
sua separação dos demais resíduos gerados. Empresas que geram mais de
uma tonelada de resíduos de vidro por mês estão revendendo a tonelada por
R$75,00. Empresas que geram quantidades inferiores estão doando o material.
Consolidação Fase 01
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Algumas empresas também utilizam alumínio nos seus produtos
(esquadrias) o resíduo desse material também está sendo vendido.
Os demais resíduos são destinados ao serviço de coleta pública.
Os efluentes são decorrentes do processo produtivo. São caracterizados
por grande quantidade de água misturadas à óxidos e pó de vidro. O volume
médio de produção é de 90 m3/mês. O uso da água será melhor detalhado no
tópico seguinte.
Nessa avaliação, no que tange às emissões aéreas, todas as empresas
apresentaram apenas fontes de emissão de ruído e empresas que operam
lixadeiras emitem também pó de vidro.
USO DA ÁGUA
A água é o principal insumo de 56% das empresas visitadas,
participando do processo produtivo. O seu uso é atribuído ao processo de
lavagem das peças de vidros e aos processos de corte e lapidação. Vale
ressaltar que a re-utilização da água é realizada em 57% das empresas
visitadas, em pelo menos uma etapa do processo produtivo. Durante o corte e
a lapidação é necessária à utilização de água como lubrificante e resfriador dos
�desbastadores�. Em fluxo aberto toda essa água é lançada diretamente na
rede de esgotos para posterior tratamento pela concessionária pública.
Nas vidraçarias que necessitam da água em seu processo produtivo o
consumo para produção corresponde a aproximadamente 90% do total
consumido, sendo os outros 10% utilizados na limpeza do estabelecimento e
em sanitários. Os empreendimentos dessa natureza consomem mensalmente
cerca de 90m³ de água.
Nos empreendimentos que não fazem uso da água no processo
produtivo esse bem é utilizado apenas para limpeza do recinto, sanitários e
Consolidação Fase 01
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limpeza dos produtos comercializados. Os empreendimentos dessa natureza
consomem mensalmente cerca de 10m³ de água.
FONTES DE ENERGIA
Para o pleno funcionamento da empresa é necessária a utilização de
equipamentos elétricos como furadeiras industriais, máquinas de lapidação e
de corte próprias para atividades em vidro.
O valor médio do kW cobrado é de R$0,37 (junho de 2006) e o consumo
variou entre 57 a 2000 kW. Das empresas avaliadas, apenas uma apresenta
forno de têmpera e, portanto o seu consumo é muito superior ao dos outros
empreendimentos. Nela são consumidos 34300KW/h por mês a R$0,22 (março
de 2006) por kW.
Nenhuma das empresas visitadas promove o acompanhamento do
consumo de energia de forma sistemática. O monitoramento realizado é feito
pelo valor nominal da fatura a ser paga, não condizente com o consumo de
energia devido à incidência de impostos, contribuições, etc.
Todas as empresas aproveitam da melhor forma possível a luz solar.
SEGURANÇA NO TRABALHO
O procedimento de corte e lapidação do vidro não apresenta riscos
ocupacionais em função da contaminação por produtos químicos. Em
vidraçarias que utilizam lixadeiras para lapidação de peças há riscos de
inalação de pós de vidro e, portanto é necessária a utilização de mascaras e
óculos de proteção. Os maiores riscos de acidentes estão vinculados ao
manuseio do vidro. Por ser um material cortante, acidentes de trabalho de
pequenas proporções são constantes. Acidentes que causaram afastamento do
funcionário ocorreram em seis das sete empresas estudadas. Nas empresas
estudadas verificou-se que nas atividades mais arriscadas são utilizados os
equipamentos de proteção individual (EPI).
Consolidação Fase 01
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
De uma maneira geral as principais limitações observadas nas empresas
avaliadas foram:
Grande perda de vidros que poderiam ser re-utilizados em
serviços futuros de menor porte.
Possibilidade de melhorias dos sistemas de re-uso de água nas
empresas que os possuem.
Controle de estoque deficiente � o controle de estoque é
inexistente ou funciona de forma precária.
Falta de controle sobre o consumo de água e de energia. As
informações de consumo de água e energia, quando avaliadas,
são monitoradas pelos seus valores de pagamento.
Consolidação Fase 01
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Diagrama de Fluxo do Processo Produtivo
Consolidação Fase 02
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Redução de Desperdício Fase 02
Setor da Economia: Terciário.
Ramo de Atividade: Prestação de serviços e comércio.
Tipo de Negócio: Vidraçarias.
Produtos Ofertados/Produzidos: Vidros sob medida.
INTRODUÇÃO
As vidraçarias apresentam como principal resíduo o vidro e água de
processo na qual está incorporado pó de vidro e óxidos. As perdas de vidro e
água são inerentes ao processo produtivo, entretanto diversos equipamentos e
atitudes atuam como aliados do empresário para redução de desperdícios. A
implantação de sistemas de re-uso de água, confecção de pequenos produtos
com os resíduos de vidro e aplicação de programas de otimização de corte são
uma dessas atitudes que auxiliam o empresário a diminuir seus custos de
produção.
O desenvolvimento dos trabalhos de redução de desperdício Fase 02
em vidraçarias levou em consideração que as principais oportunidades de
redução de desperdícios estão relacionadas ao re-uso da água e a utilização
dos resíduos de vidros para confecção de produtos diversos.
ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS
Foram verificados alguns aspectos ambientais referentes à atividade e
seus impactos ambientais reais e potenciais, Tabela 1. Em um procedimento
de avaliação alguns desses impactos ambientais seriam considerados apenas
potenciais, pois não se verificou sua ocorrência.
Consolidação Fase 02
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Tabela 1 - Aspectos e impactos ambientais da atividade
Aspecto Ambiental Impactos Ambientais Pressão sobre os recursos naturais
Alteração da qualidade do solo local
Alteração visual do local de destinação
Sobras de vidro (material cortante)
Riscos de acidentes por material cortante
Pressão sobre os recursos naturais
Alteração da qualidade do ar no ambiente de
trabalho
Emissão de pó de vidro
Doenças respiratórias em funcionários
Ruído Incômodo aos trabalhadores e à vizinhança Alteração da qualidade do ar Consumo excessivo de água e geração de
efluentes de banheiro Sobrecarga na rede de esgotos
CONSUMO DE ÁGUA
Para todos os empreendimentos que utilizam água no processo
produtivo, a avaliação do consumo de água foi realizada mensalmente, pela
conta, e momentaneamente pela aferição da vazão dos equipamentos.
Os valores de vazão de água foram comparados com a natureza do
equipamento e com a atividade por ele desenvolvida, a fim de se indicar meios
de re-uso de água.
PROCEDIMENTOS ADOTADOS PARA REDUÇÃO DE DESPERDÍCIO
Para redução do consumo de água foi instalado um sistema de re-uso
em máquinas de lapidação modelada em virtude do alto consumo de água
dessa máquina.
Tais máquinas apresentam uma média de vazão da ordem de 3,02 L/min
correspondendo a 181 L/h e, com o funcionamento diário por 5 horas, o que
representa 19910 L/mês.
Consolidação Fase 02
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Com o sistema de re-uso de água o consumo de água da máquina
corresponde a 5880 L/mês, significando 29,5 % do consumo anterior.
Exemplo de sistema de re-uso:
Dois tanques de decantação com capacidade de 150 litros.
Um tanque de decantação com capacidade de 200 litros.
Um tanque de 1000 litros para armazenamento de água re-
utilizável.
Uma bomba de água tipo sappo.
Ilustração 5: Sistema de re-uso de água utilizado na vidraçaria.
Esse sistema é capaz de armazenar água suficiente para uma semana
de trabalho e, em função do seu volume, permitiria o consumo de 1500 litros de
água por semana e, consequentemente, 6000 litros de água por mês. Uma
redução média de 14000 litros de água por mês. No empreendimento em
questão houve uma redução estimada de 14.030 litros ao mês.
Consolidação Fase 02
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Considerando que para cada m³ (1000L) de água o custo é de R$9, 25,
com a implantação do sistema houve uma economia de R$ 129,50 por mês.
Custo médio de implantação do sistema
Uma caixa de água de mil litros R$200,00
Três bobinões plásticos R$30,00 (cada)
Encanamento R$100,00
Uma bomba de água R$400,00
Custo médio (com mão de obra) R$1.000,00
Tempo de retorno 13 meses.
Informações para entendimento
Custos das principais matérias-primas utilizadas à época da avaliação.
1000 litros de água correspondem a 1m³.
1m³ de água custa R$9,25.
Mudanças
Para implantação do sistema o empreendedor necessitou realizar
alterações no layout da fábrica para adequar o sistema de re-uso. Foram
construídas canaletas ao redor da máquina de lapidação e uma trincheira para
instalação dos tanques de decantação.
CONSUMO DE VIDRO
Para todos os empreendimentos, a avaliação do consumo de vidro foi
realizada por meio do acompanhamento dos cortes das chapas matrizes. Nas
medições realizadas verificou-se que em média as vidraçarias perdem 9% da
matéria prima com resíduos e ainda geram sobras que ficam estocadas para
serviços futuros com uma porcentagem em média de 20% da matéria-prima.
Essas sobras geralmente são estocadas de forma inadequada e por isso
acabam, em parte sendo perdidas por arranhões e quebras.
Consolidação Fase 02
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Procedimentos Adotados para Redução de Desperdício
Construção de produtos que utilizam pouco vidro como forma de
resgatar a matéria prima perdida. Nas situações estudadas foram
construídos porta-retratos e troféus.
Ilustração 6: Troféu confeccionado com vidros tirados do lixo.
Consolidação Fase 02
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Ilustração 7: Porta retratos construídos com vidro e molduras retiradas do lixo.
AVALIAÇÃO FINAL
Com o uso do sistema de re-uso o consumo médio de água para a
máquina de lapidação modelada que seria de 19910 litros/mês passou a ser de
5880 litros/mês, ou seja, 29,5 % do consumo inicial. Com isso, houve uma
redução de custo média da ordem de R$ 130,00 por mês.
Tabela 2: Demonstrativa do Ganho Econômico e Percentual com a implantação do
Sistema de re-uso de água.
Consumo de Água Mensal Redução do
Consumo Ganho em (R$ 1,00)
Sem o sistema
Com o sistema
(%) Mensal Anual
19,9 m³ 5,9 m³ 70,5 129,50 1554,00
A construção de pequenos objetos gera retorno do vidro destinado ao
descarte e ainda possibilita que o empresário tenha lucros com os objetos
construídos. Mesmo atribuindo valores monetários à matéria prima, que já era
lixo, e descontando todos os impostos e encargos, as peças confeccionadas
quando vendidas possibilitaram um lucro médio de 90%.
Consolidação Fase 02
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Perda média de vidro antes do Trabalho: 29% das chapas cortadas
(incluindo sobras e resíduos).
Perda média de vidro após o Trabalho: 9% das chapas cortadas.
Tabela 3: Demonstrativa do Ganho Econômico e Percentual com a re-utilização do vidro
para confecção de pequenos objetos.
Base de cálculo: Empresa que consome 82m² de vidro por mês.
Sem re-uso das sobras de vidro 23,8 m² Desperdício de vidro
mensal Com re-uso das sobras de vidro 7,4 m²
Redução do
desperdício (%) 69%
Retorno Mensal considerando apenas o re-uso das sobras
246
Retorno Anual considerando apenas o re-uso das sobras
2.952
Retorno Mensal considerando o lucro adquirido com a venda dos porta-retratos
467,40 Ganho em R$
Retorno Anual considerando o lucro adquirido com a venda dos porta-retratos
5.608,80
Consolidação Eficiência Energética
23
Eficiência Energética
INTRODUÇÃO
O segmento de vidraçaria é composto por seis empresas, sendo três
consideradas como prestadoras de serviços de vidraçaria (cortes de vidros e
molduras).
Além da comercialização, três possuem capacidade de desenvolver
processos industriais de acabamento em vidraria; e destas, uma é
especializada em têmpera de vidro.
A energia elétrica nestes estabelecimentos é utilizada para
funcionamento de máquinas de vidraria, computadores, refrigeração, aparelhos
de ar-condicionado, forno de têmpera e iluminação.
O segmento possui 218,3 kW em carga instalada e consome por ano,
aproximadamente, 457.308 kWh, equivalente ao consumo anual de 762
residências populares e desembolsa a importância de R$ 109.090,00 em
despesas financeiras.
O segmento possui 218,3 kW em carga instalada e consome por ano,
aproximadamente, 457.308 kWh, equivalente ao consumo anual de 762
residências populares e desembolsa a importância de R$ 109.090,00 em
despesas financeiras, conforme mostra o quadro �DEMONSTRATIVO DE
RESULTADOS POTENCIAIS�.
A média anual de consumo (média dos 12 últimos meses) varia entre
85,0 kWh a 34.311 kWh.
Consolidação Eficiência Energética
24
0
1
2
3
4
Nº de Empresas
0 - 1.000 1.000 - 2.000 2.000 - 3.000 3.000 - 4.000 4.000 - 5.000 acima de 5.000
Faixa de Consumo Mensal (kWh)
DISTRIBUIÇÃO DE EMPRESAS POR FAIXA DE CONSUMO
Ilustração 8: Distribuição de empresas por faixa de consumo
O gráfico acima mostra o perfil de consumo mensal de energia elétrica
das empresas que compõe o universo do segmento �vidraçaria�: 04(quatro)
empresas situam-se na faixa de consumo até 1.000 kWh/mês, 01(uma) no
intervalo compreendido entre 1.000 e 2.000kWh/mês, 01(uma) acima de
5.000kWh/mês.
FORMAS DE USO DA ENERGIA ELÉTRICA
motor
9,7%
outros
85,2%
ar condicionado
0,3%
iluminação
3,9%
refrigeração
1,0%
Ilustração 9: Formas de uso da energia elétrica
Consolidação Eficiência Energética
25
MOTORES
A modalidade �motor� é a segunda em participação, responde por 9,7%
de consumo de eletricidade no setor.
Os motores estão presentes em biseladoras, compressores de ar,
plainas, ventiladores e exaustores.
AR CONDICIONADO
Apenas um estabelecimento utiliza o equipamento para refrigeração de
ambiente, esta modalidade participa com 0,3% no consumo de energia elétrica.
REFRIGERAÇÃO
As geladeiras, de modelos compactos, são utilizadas para conservação,
sob refrigeração, de alimentos e água para os funcionários, participam em
1,0% no consumo de energia elétrica.
ILUMINAÇÃO
No segmento a modalidade �iluminação�, ocupa a terceira posição em
participação, sendo responsável pelo consumo de 3,9% de energia elétrica.
OUTROS
Esta modalidade de uso de energia é principal em grau de participação e
responde por 85,2% de utilização da energia elétrica.
Desta modalidade participam os computadores e forno de têmpera, este
o de maior participação.
Consolidação Eficiência Energética
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Tabela 4: Demonstrativo de Resultados Potenciais
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS POTENCIAIS
kWh R$
Fatura de Energia (1) Consumo Anual (kWh) (2) 457.308 Despesa Anual (R$ 1,00) 109.090,60 Valor Médio de Tarifa de Consumo de Energia 0,2385 Potencial de Economia I (1) Substituição de Equipamento (modo Motor) 0 0,00 Substituição de Equipamento (modo Ar Condicionado) 0 0,00 Substituição de Equipamento (modo Iluminação) (3) 0 0,00 Substituição de Equipamento (modo Refrigeração) 0 0,00
Substituição de Equipamento (modo Outros
Equipamentos) 0 0,00 Redução de Horas de Utilização (modo Motor) 0 0,00 Redução de Horas de Utilização (modo Ar Condicionado) 0 0,00 Redução de Horas de Utilização (modo Iluminação) 0 0,00 Redução de Horas de Utilização (modo Refrigeração) 0 0,00 Redução de Horas de Utilização (modo Outros) 0 0,00 Enquadramento de Tarifário 0,00 Ajuste do Fator de Potência 3.969,88 Otimização da Demanda Contratada 1.913,92 Potencial de Economia II (1) Redução de Consumo (kWh/ano) 0 Redução (%) 0,0% Economia Anual (R$) 5.883,81 Redução de Despesa Anual (%) 5,4% Notas:
(1) Universo de 06 empresas (2) Equivalente ao consumo anual de 762 casas populares (3) Prazo de retorno de investimento igual ou menor a 24 meses
O �DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS POTENCIAIS� define as
potencialidades de redução de consumo de energia elétrica, em kWh/ano; e o
correspondente valor monetário.
O termo �potenciais� corresponde à realidade, pois, as ações não foram
efetivamente implantadas no momento da aplicação do APC � Avaliação dos
Consolidação Eficiência Energética
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Pontos Críticos � que, apenas, apontou os caminhos de redução de consumo
de energia e estimativa de tempo de recuperação do investimento.
Na questão de investimentos, foram consideradas, apenas, ações cujos
tempos de recuperações fossem inferiores a dois anos (24 meses).
O APC apontou 02 (três) ações que contribuem para redução de
consumo.
A primeira ação advém do �ajuste do fator de potência� mostra a
potencialidade de redução anual da despesa anual de R$ 3.969,88; advinda do
cancelamento da aplicação de multa pela concessionária, sob a denominação
�EREX� - �Energia Reativa Excedente� -, em virtude da correção do �FP� � fator
de potência, paramento cujo valor deve ser mantido pelo consumidor igual ou
superior a �92�. Este valor é estabelecido pela Resolução n° 456, de 29 de
novembro de 2000, pela ANEEL � Agência Nacional de Energia Elétrica -.
A segunda ação advém da atualização de demandas contratadas de
empresas classificadas como �Grupo A4� e que resulta em redução de
despesas financeiras anuais de R$ 1.913,92.
O conjunto dessas ações contribuem para redução de R$ 5.833,81
equivalente a 5,4% de econômica anual em consumo de energia elétrica do
segmento.
Ressalta-se a verificação de níveis de iluminação de interiores para
atividades de produção aquém do recomendado pela Norma ABNT 5413; neste
caso as empresas deverão investir em consultoria de iluminotécnica e
implantação de sistema de iluminação adequado à atividade supracitada.
Consolidação Eficiência Energética
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Coordenação Geral SEBRAE/DF James Hilton Reeberg Equipe Técnica
Adriana Melo Ferreira
Alberoni Leal Moura
Antonio de Souza Gorgonio
Carmem Silvia C. Treuherz Salomão
Catharina Cavalcanti de Macedo
Fernando Castanheira Neto
Juliana Dalboni Rocha
Marcelo Pedrosa Pinelli
Ricardo de Feiras Zago
Rodrigo Melo Barjud
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Federal
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