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CONSIDERAÇÕES SOBRE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E A FALTA DE MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS

Autor: Marinês Torres de Souza1

Orientador: Hilda Alberton de Carvalho2

RESUMO

O presente estudo abordou a discussão da avaliação da aprendizagem compreendida como um dos aspectos do ensino onde o professor reflete sobre sua prática pedagógica, sendo um instrumento de acompanhamento e aperfeiçoamento do processo educacional relacionada a uma idéia de formação de um sujeito reflexivo, crítico, atuante e com postura cidadã pressupondo que a avaliação deve ser processual e dialógica. Bem como a falta de motivação dos alunos em realizar as atividades propostas pelos docentes em sala e em casa e um questionamento sobre as metodologias e estratégias de ensino utilizadas, já que se percebe que as mesmas não resultam em um processo de aprendizagem eficiente. O desafio foi a identificação de metodologias e estratégias que pudessem desafiar os alunos para se sentir motivados na realização das atividades que contribuem para o processo de ensino–aprendizagem. O objetivo foi propor ações para levar os professores à reflexão sobre a avaliação da aprendizagem onde pudessem rever sua prática pedagógica a fim de resgatar o interesse do aluno desmotivado nas atividades durante sua vida acadêmica. A pesquisa utilizou-se do método pesquisa-ação, e como instrumentos para coleta de dados de questionários e observação participativa. A aplicação do questionário investigativo teve a finalidade de verificar como os docentes compreendiam estas questões, e estudos de textos específicos para reflexão do tema. O debate valorizou os conhecimentos dos docentes, envolvendo-os em uma discussão para refletir sobre a práxis pedagógica com trocas de experiências. Como resultado, obteve-se uma reflexão na ação pedagógica dos professores, os quais, por meio de um processo de ação-reflexão-ação, puderam (re)significar seus conceitos, trocar experiências, reavaliar metodologias e estratégias com situações diversificadas de aulas para motivar os alunos. Dessa forma, os professores consideraram a discussão um fator importante para rever suas posturas quanto a avaliação.

Palavras-chave: Avaliação da aprendizagem; Avaliação reflexiva; Interação professor-

aluno; Aluno reflexivo e motivado.

1 Pós-Graduação em Gerência de Recursos Humanos e Gestão Escolar, Supervisão e Orientação

Educacional; Graduação em Psicologia. 2 Mestrado em Tecnologia; Especialização em Administração; Graduação em Administração.

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1 Introdução

O presente artigo tem como tema a Contextualização de professores sobre a

avaliação: um desafio do resgate do aluno no processo de ensino-aprendizagem.

Desde que nasce o ser humano é submetido a um intenso processo de

aprendizagem que nunca termina e não percebe como boa parte deste processo se

realiza, porque ele acontece de forma causal, baseado nas vivências e no bom

senso. A isso chamamos de educação informal.

Sendo assim o ensino e a aprendizagem são tão antigos quanto à própria

humanidade, e no decorrer da história foram adquirindo cada vez maior importância.

Com o passar do tempo surge à educação formal onde pessoas especializadas

selecionam os elementos considerados essenciais para serem transmitidos surgindo

a institucionalização do ensino através das escolas.

Para Libâneo (1993, p.79)

O ensino é um processo, ou seja, caracteriza-se pelo desenvolvimento e transformação progressiva das capacidades intelectuais dos alunos em direção ao domínio dos conhecimentos e habilidades, e sua aplicação. [...] O desdobramento desse processo tem um caráter intencional e sistemático, em virtude do qual são requeridas as tarefas docentes de planejamento, direção das atividades de ensino e aprendizagem e avaliação.

A aprendizagem é um dos principais objetivos de toda prática pedagógica, por

isso entender o que é aprender é fundamental na construção de uma educação

transformadora.

Em Teles (1993, p.124)

A aprendizagem é a modificação que ocorre na conduta mediante a experiência ou a prática. É um processo dinâmico, vivo, global, contínuo e individual. Exige como condição básica o amadurecimento do indivíduo para a referida modificação.

O processo de ensino-aprendizagem não se limita apenas à transmissão de

conhecimento. O que capacita o aluno a aprender são as diversas maneiras de

abordagens dos problemas e não apenas a transmissão de conteúdos. O professor

deve procurar planejar ações pedagógicas pautadas no prazer de ensinar levando

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os alunos a aprender. Esse fato se relaciona à formação de base do professor e que

deve ser continuada ao longo da atividade docente.

É necessário haver uma comunhão de propósitos e identificação de objetivos

entre professor e aluno. Mas para que alguém aprenda é necessário que queira

aprender, é importante que o professor procure motivar seus alunos usando

recursos, métodos e procedimentos para criar situações favoráveis à aprendizagem.

Sem motivação não há aprendizagem e o êxito na aprendizagem acaba por

reforçar a motivação. Por isso o professor precisa elaborar um bom plano de

trabalho docente com objetivos e organização de conteúdos bem definidos e a

avaliação entendida como um dos aspectos do ensino pelo qual estuda e interpreta

os dados da aprendizagem e de seu próprio trabalho.

A motivação seria um conjunto de fatores psicológicos que determinam o

comportamento de uma pessoa, com objetivo de realizar certa ação. (baseado em

Teles, 1993).

A avaliação é um instrumento de acompanhamento e aperfeiçoamento do

processo de aprendizagem do aluno e acaba por diagnosticar seus resultados e

atribuir-lhe o valor, devendo estar relacionada a uma concepção de formação de

homem reflexivo, crítico e com postura cidadã.

Desta forma se faz necessário oportunizar momentos de reflexão entre os

professores revendo questões sobre sua prática pedagógica, avaliação, falta de

interesse por parte do aluno com as atividades propostas, motivação a fim de propor

ações para um ensino-aprendizagem eficaz e com real envolvimento por parte dos

alunos durante sua vida escolar.

Não se pode responsabilizar somente o professor, pois a falta de infra-

estrutura quer de elementos para superar as práticas conservadoras para adotar

práticas inovadoras convergem na falta de uma política de formação continuada

sólida que leve os professores a ampliar seus conhecimentos do tema abordado.

Considera-se este trabalho importante, porque se tem a sensação de que o

assunto é de conhecimento de todos os envolvidos em educação e o mesmo está

amplamente debatido, porém ainda é um assunto onde vários autores

pesquisadores destacam a importância do processo avaliativo na escola, onde deve

ser contínua, formativa e personalizada.

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Para Vasconcellos (1996, p.114) a avaliação deve ser contínua, verificando os

vários momentos do aluno e não julgando-os apenas num determinado momento.

Avaliar o processo e não apenas o produto.

Segundo Luckesi (1993, p.197)

A avaliação contribui para a assimilação e fixação, pois a correção dos erros cometidos possibilita o aprimoramento, a ampliação e o aprofundamento de conhecimentos e habilidades e, desta forma, o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas.

Em Esteban (2008, p.14)

Avaliar, como tarefa docente, mobiliza corações e mentes, afeto e razão, desejos e possibilidades. É uma tarefa que dá identidade à professora, normatiza sua ação define etapas e procedimentos escolares, media relações, determina continuidades e rupturas, orienta a prática pedagógica.

Segundo Mendez (2002, p.16)

[...] a avaliação faz parte de um continuum, e como tal, deve ser processual, contínua, integrada no currículo e com ele, na aprendizagem. Não são tarefas discretas, descontínuas, isoladas, insignificantes em seu isolamento; tampouco é um apêndice do ensino.

Verificar-se portanto que ainda há muito o que pesquisar sobre ensino-

aprendizagem e a avaliação para que se possa alcançar uma educação de

qualidade para todos.

A justificativa da pesquisa se dá pela falta de motivação dos alunos em

realizar as atividades propostas pelos docentes em sala e em casa e nos leva a um

questionamento sobre as metodologias e estratégias de ensino utilizadas já que se

percebe que as mesmas nem sempre resultam em um processo de aprendizagem

eficiente. O desafio esta na identificação de metodologias e estratégias que possam

desafiar os alunos para que se sintam motivados na realização das atividades que

contribuem para o processo de ensino–aprendizagem. O público alvo da pesquisa

são os professores do período da manhã do Colégio Estadual Dom Áttico Eusébio

da Rocha – Ensino Fundamental e Médio.

O objetivo é propor ações para levar os professores à reflexão sobre a

avaliação da aprendizagem onde possam rever sua práxis pedagógica a fim de

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resgatar o interesse do aluno desmotivado nas atividades durante sua vida

acadêmica.

O método utilizado foi a pesquisa-ação e utilizou-se como instrumentos

questionários e observação participativa. A aplicação do questionário investigativo

teve a finalidade de verificar como os docentes compreendiam estas questões, e

estudos de textos específicos para reflexão do tema.

2 Desenvolvimento

Neste tópico será apresentado, o referencial teórico sobre Prática

Pedagógica, Avaliação, Relação Professor-Aluno e Motivação com a finalidade de

embasar o presente estudo.

2.1 Prática Pedagógica

Muitos são os saberes relativos ao ensino a serem desenvolvidos para que os

docentes tenham uma formação consistente desde sua formação inicial e formação

continuada, levando em consideração sua realidade e dificuldades da prática

pedagógica.

Ensinar exige do docente uma reflexão crítica e constante de sua prática

pedagógica através de um movimento dinâmico, incessante, entre o fazer e o pensar

sobre o fazer. Só quando se pensa a prática de hoje ou de ontem é que se pode

melhorar a próxima prática, pois quando se percebe como se age, possibilita a

capacidade de mudança (baseado em Freire, 1996).

Segundo Apple (1996), o ofício de ensinar exige a descoberta contínua, a

incorporação e a aplicação de novas e mais eficientes habilidades e conhecimentos

sobre o desenvolvimento e aprendizagem do aluno.

Ensinar consiste num contínuo processo de construção e reconstrução do

conhecimento onde alguns teóricos enfatizam competências técnicas, outros a

política ou pessoal.

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Perrenoud (2002) afirma que, para ser um bom professor não significa apenas

ter a capacidade de transmitir conhecimento, é necessário ter uma postura reflexiva,

ter a capacidade de observar, de regular, de inovar, de aprender com outros.

2.2 Algumas Definições sobre Avaliação

Neste tópico serão abordadas algumas definições sobre avaliação da

aprendizagem a fim de compreender o que outros autores pensam sobre o assunto.

Segundo Amora (2008, p.72) o conceito mais comum de avaliar é determinar

o valor de; fazer idéia de; isso significa expressar um juízo de valor em relação a

algo, o que implica em aspectos objetivos e subjetivos. Mesmo que esse juízo não

seja declarado mais apenas interiorizado, está presente e afeta as atitudes e o

comportamento do ser humano.

A avaliação acaba por sustentar componentes cognitivos, motor e afetivo

das atitudes. Avaliar é como respirar, é algo que fazemos o tempo todo, mesmo sem

ter consciência disso, por exemplo, as opiniões que emitimos sobre os fatos e as

pessoas.

Na educação a avaliação tem grande importância pela sua história, e traz

um sentimento de ansiedade no que diz respeito ao rendimento do aluno quando

esta se consolida pelas práticas avaliativas, além de auxiliar o professor a manter ou

alterar a tomada de decisões.

Segundo Luckesi (1996, p.9) a avaliação é “um juízo de valor sobre os

dados relevantes para uma tomada de decisão”.

Para Haydt (1988, p.10) “avaliar é julgar ou fazer uma apreciação de alguém

ou alguma coisa, tendo como base uma escala de valores [ou] interpretar dados

quantitativos e qualitativos para obter um parecer ou julgamento de valor, tendo por

base padrões ou critérios”.

A avaliação da aprendizagem deve ser um processo organizado. Implica em

estabelecer padrões e critérios, obter, organizar, analisar e interpretar de forma

sistemática a ação pedagógica e relacionar o desempenho demonstrado pelos

alunos e os padrões e critérios estabelecidos. Ela viabiliza ao professor verificar as

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suas premissas e o processo ensino-aprendizagem, permitindo mudanças que se

fizerem necessárias.

Logo a avaliação não é algo isolado ao processo ensino-aprendizagem, mas

um conjunto de fases e uma seqüência e sua principal finalidade é que os

profissionais da educação decidam sobre as intervenções e ajustes necessários, em

face do projeto político pedagógico definido pela coletividade e comprometido com a

aprendizagem do aluno.

A avaliação é um dos elementos presentes no processo de ensino e

aprendizagem, deve ser “contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com

prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao

longo do período sobre os de eventuais provas finais” de acordo com a Lei de

Diretrizes e Bases n. 9394/96.

Deve orientar o professor permitindo uma reflexão da sua prática, criando

novos instrumentos de trabalho e a retomada de aspectos que devem ser revistos,

ajustados ou reconhecidos como adequados para o processo de aprendizagem dos

alunos.

Para Libâneo (1993, p.196)

a avaliação escolar como um componente do processo de ensino que visa, através da verificação e qualificação dos resultados obtidos, determinar a correspondência destes com os objetivos propostos e, daí, orientar a tomada de decisões em relação às atividades didáticas seguintes.

O processo avaliativo deve ser diagnóstico no sentido de resgatar o

conhecimento já adquirido pelo aluno no seu cotidiano permitindo estabelecer

relações entre esses conhecimentos, para que o professor tenha a possibilidade de

perceber as transformações ocorridas na forma de pensar e agir dos alunos, antes,

durante e depois do processo ensino-aprendizagem.

Segundo Libâneo (1993, p.197)

a avaliação como função de diagnóstico permite identificar progressos e dificuldades dos alunos e a atuação do professor que, por sua vez, determinam modificações do processo de ensino para melhor cumprir as exigências dos objetivos.

O professor deve refletir e planejar o que fará na sala de aula, para levar os

alunos a alcançar os objetivos educacionais propostos e não correr o risco de

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meramente classificar ou excluir os alunos durante a ação avaliativa.

Para Marques (1978, p.173)

os processos de avaliação devem ser planejados como parte integrante do processo de ensino. Ao planejar uma unidade de ensino, faz-se a previsão dos procedimentos de avaliação, de tal modo que se possa verificar o desenvolvimento do ensino, o grau em que os objetivos vão sendo alcançados, bem como a própria eficiência do ensino.

É preciso respeitar o aluno valorizando seus conhecimentos construídos no

cotidiano e os possíveis “erros” que venha a cometer, pois isso demonstra ao

professor a maneira como o aluno está pensando permitindo que reveja os objetivos,

conteúdos e procedimentos de ensino, visando uma aprendizagem significativa.

Para Luckesi (1997, p.173)

avaliação da aprendizagem escolar como um ato amoroso, na medida em que a avaliação tem por objetivo diagnosticar e incluir o educando, pelos mais variados meios, no curso da aprendizagem satisfatória, que integre todas as suas experiências de vida.

Os alunos devem ter acesso ao conhecimento produzido pela humanidade e

na escola esse conhecimento é veiculado junto aos conteúdos que compõe o

currículo. Assim a escola deve incentivar a prática pedagógica com diferentes

metodologias e uma avaliação que possibilite aos professores e alunos uma real

transformação no modo de ser e de pensar a realidade. E isso, só se constrói de

forma coletiva com o envolvimento de todos.

Segundo Vasconcellos a avaliação “deve ter três aspectos básicos da tarefa

educativa: trabalho com o conhecimento, relacionamento interpessoal e organização

da coletividade” (1995, p.113).

A avaliação configura um conjunto de ações pedagógicas ao longo do ano

letivo, onde professores e alunos verificam os avanços e dificuldades a fim de

superarem os obstáculos existentes.

Para Esteban (2001, p.24)

(...) a avaliação como um processo de reflexão sobre e para a ação contribui para que o professor se torne cada vez mais capaz de recolher indícios, de atingir níveis de complexidade na interpretação de seus significados, e de incorporá-los como eventos relevantes para a dinâmica ensino/aprendizagem. Investigando, refina seus sentidos e exercita/desenvolve diversos conhecimentos com o objetivo de agir

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conforme as necessidades de seus alunos, individual e coletivamente considerados.

O professor deve estar atento quanto à avaliação, pois ela não acontece

somente em dias pré-determinados é contínua e contribui para a compreensão das

dificuldades de aprendizagem dos alunos e embasa mudanças para que a

aprendizagem se concretize.

Segundo Antunes (2002, p.17)

a avaliação pode ser considerada eficiente quando produto de uma observação contínua ao longo do período escolar e não somente concentrada nos momentos de provas e exames. Essa avaliação pode vale-se dessas provas – com e sem consulta – mas precisa aceitar também os trabalhos realizados individualmente e em grupo; a capacidade do aluno de encontrar e selecionar informações e sua propriedade em associá-las aos saberes que pertencem a sua estrutura cognitiva.

A postura tomada pelo professor na relação diária com os alunos e sua

habilidade em lidar com as diferenças individuais e conflitos em sala de aula é

fundamental para possibilitar ajustes constantes no processo ensino e aprendizagem

contribuindo efetivamente para que a tarefa educativa tenha sucesso.

Para Kenski (1992, p.139)

avaliação efetiva vai se dar durante o processo, nas relações dinâmicas de sala de aula que orientam as tomadas de decisões freqüentes, relacionadas ao tratamento do conteúdo e à melhor forma de compreensão e produção do conhecimento pelo aluno.

O professor como líder é o grande responsável pelo bom relacionamento em

sala e deve tomar cuidado de não utilizar a avaliação como meio disciplinador e

repressor.

Segundo Lima (1994, p.95)

os processos avaliativos parecem apenas ter ampliado, cada vez mais, nos últimos tempos, seu papel preponderante no processo pedagógico, desempenhando, fundamentalmente, o papel de um instrumento na relação de poder pois, de fato, parecem sempre ter sido um papel repressor – disciplinar na condução escolar.

O plano de trabalho docente elaborado pelo professor deve definir os

conteúdos, critérios, estratégias e instrumentos de avaliação para verificar os

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avanços e dificuldades e auxiliar na sua reorganização e articular as etapas da ação

pedagógica. É através da avaliação que permitirá ao professor investigar para

intervir nos conteúdos selecionados, encaminhamentos metodológicos e critérios

embasando o ensino e a aprendizagem de forma significativa para os alunos.

2.3 A Relação Professor-Aluno

O professor precisa oportunizar espaços efetivos para que os alunos

aprendam e sejam avaliados como algo natural do processo ensino-aprendizagem.

Na sociedade atual é preciso que os alunos enfrentem desafios e tomem decisões

sobre suas escolhas para que sua interação com outras pessoas, objetos e

situações, seja resultado de sua própria reflexão.

Segundo Davis (1992, p.89)

Na interação professor-alunos, supõe-se que o primeiro ajude inicialmente os segundos na tarefa de aprender, porque essa ajuda logo lhes possibilitará pensar com autonomia. Para aprender, o aluno precisa ter ao seu lado alguém que o perceba nos diferentes momentos da situação de aprendizagem e que lhe responda de forma a ajudá-lo a evoluir no processo, alcançando um nível mais elevado de conhecimento. Por meio da interação que se estabelece entre eles e esse parceiro mais experiente e sensível – o professor ou um colega – o aluno vai construindo novos conhecimentos, habilidades e significações.

O bom relacionamento entre professor e alunos em sala de aula é importante,

porque podemos encontrar alunos contentes e seguros enquanto desenvolvem as

atividades de aprendizagem propostas pelo professor, ele é o grande responsável

pela criação de um clima que favoreça ou não a aprendizagem.

A postura do professor interessado no bom desenvolvimento dos alunos está

centrada no trabalho pedagógico que realiza, e na relação afetiva que estabelece

com seus alunos. Através do laço afetivo, o desafio do professor é buscar uma

atuação pedagógica compatível com esses princípios, e exercer uma ação educativa

que respeite e valorize as individualidades e dificuldades, além de estar atento ao

processo desenvolvimento e aprendizagem de cada aluno.

Em Oliveira (1993, p.133)

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A verdadeira arte de ensinar é saber dirigir a interação social da sala de aula de forma a facilitar o processo educativo. O clima social da sala de aula deriva da personalidade individual dos alunos e do professor e da rede complexa de reações inter-pesssoais que elas representam. O professor precisa ser sensível às atividades e à atmosfera emocional da classe.

É no vinculo afetivo que o professor encontra a paciência de repetir a

explicação sobre o conteúdo mais difícil, sobre a regra que é esquecida e assim por

diante. Não existe educação de verdade, que não inicie pelo vínculo que se

estabelece entre professor e aluno. O desafio do professor está centrado em como

trabalhar os conteúdos (informações e valores).

Libâneo (1993, p.249)

ressalta dois aspectos da interação professor-alunos no trabalho docente: o aspecto cognoscitivo (que diz respeito a formas de comunicação dos conteúdos escolares e às tarefas escolares indicadas aos alunos) e o aspecto sócio-emocional (que diz respeito às relações pessoais entre professor e aluno e às normas disciplinares indispensáveis ao trabalho docente).

O professor no ato de ensinar deve ser coerente, suas atitudes devem estar

de acordo com seu discurso e precisa estar aberto para avaliar sua prática, aos

novos conhecimentos, as novas técnicas, e não buscar receitas prontas. Não pode

entender a educação como uma experiência fria sem sentimentos, desejos e

emoções é na relação professor-aluno que o ensino e aprendizagem se

estabelecem, pois ambos são ávidos por ensinar e aprender.

Vasconcellos ressalta que a “relação professor-aluno pode ser abordada a

partir de duas dimensões do trabalho pedagógico: o relacionamento interpessoal e a

organização da coletividade” (1995, p.115).

O professor deve repassar os conhecimentos historicamente sistematizados e

selecionados no currículo com diferentes metodologias, valorizando o ensino e

aprendizagem, mas com o desafio de valorizar situações em sala de aula, que

respeitem as diferenças, aceitem os “erros”, valorizem questionamentos entre

outros.

Segundo Cunha (1992, p.147)

a relação professor-aluno passa pelo trato do conteúdo de ensino. A forma com que o professor se relaciona com a sua própria área de conhecimento é fundamental, assim como sua percepção de ciência e de produção do

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conhecimento. E isto interfere na relação professor-aluno, é parte desta relação.

Os professores devem procurar formas de ensino que possibilitem situações

motivadoras de aprendizagem e com a consciência que a avaliação permite a eles e

aos alunos uma transformação libertadora. É através da avaliação que se tem uma

perspectiva de investigar e intervir no trabalho docente.

Quando Lima (1994, p.41) fala sobre mecanismos, técnicas e instrumentos de

exercício do poder na relação professor-aluno ressalta que se o “professor não toma

a totalidade, certamente isenta-se da avaliação, isto é, não se questiona se ele de

fato ensinou, mas apenas se o aluno “aprendeu”.”

A qualidade da intervenção do professor em sala de aula se modifica a partir

do instante em que considera a aprendizagem e a avaliação como um processo

contínuo. E a informação passa a ser conhecimento, quando o aluno percebe o

significado do que foi conhecido e o relaciona a novas aprendizagens. Dessa forma,

se contempla a memória, reflexão, análise e construção das idéias do aluno e o

significado passa a ter sentido na sua vida diária e nas relações de trocas.

2.4 Algumas Considerações sobre Motivação

A motivação está presente como processo em todas as esferas de nossa

vida. Principalmente quando o aluno entra na adolescência onde sofre mudanças

físicas e psicológicas. Essas mudanças pelas quais passam pode refletir na falta de

interesse nos assuntos abordados pelo professor.

A preocupação do professor esta em criar condições para que o aluno “fique a

fim” de aprender, e para isso acontecer precisar haver uma necessidade ou desejo

por parte deste indivíduo. Por esse motivo o professor precisa criar a necessidade e

apresentar um assunto atraente e adequado para satisfação do aluno.

Para Davis (1992, p.84 – 85)

A motivação para aprender nada mais é do reconhecimento, pelo indivíduo de que conhecer algo irá satisfazer suas necessidades atuais ou futuras. Ela também pode ser encarada como um processo psicológico em construção. A motivação humana deve ser compreendida na relação entre

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os aspectos cognitivos e afetivos da personalidade, ambos largamente dependentes do meio social. A motivação está ligada à auto-consciência do indivíduo (seus ideais, seus projetos, sua visão de mundo) e também aos aspectos inconscientes de sua personalidade.

É preciso oportunizar um ambiente democrático e favorável ao

desenvolvimento agradável dos alunos, objetivando a participação e a

responsabilidade de cada um, pois só assim a aprendizagem ocorre sem

impedimentos e torna-se prazerosa. Mas, para que isto ocorra, o professor deve

refletir e analisar as formas com que está desenvolvendo suas ações pedagógicas,

se os mesmos estão condizentes com a realidade dos alunos, se esta é a melhor

maneira de desenvolvê-las para que os resultados sejam positivos.

Uma possibilidade é partir das necessidades que o aluno já traz introduzindo

ou associando outros conteúdos, ou ainda criar novos interesses no aluno. Mas

como criar esses interesses?

Segundo Sabini (1991, p.83)

a motivação é a força propulsora da conduta. É a condição interna que ativa o indivíduo e o predispõe a emitir certas respostas. [...] As ações de um indivíduo são tentativas de satisfazer suas necessidades ou são reações a frustrações resultantes da não satisfação dessas necessidades. Um comportamento não ocorre por acaso; ao contrário, tem sempre uma finalidade.

O aluno é um indivíduo repleto de culturas e de saberes desenvolvidos fora

da escola, ele esta aberto a novas aprendizagens, por ser um ser inacabado,

inteligente e curioso, merece respeito e dignidade no ato de aprender e a motivação

pode facilitar ou dificultar a aprendizagem e as condições motivadoras levar o

sucesso ou o fracasso dos professores ao tentar ensinar algo a seus alunos.

Para Falcão (1994, p.62)

Todo comportamento pode ser visto como um meio para alcançar o equilíbrio. [...] A cada momento o equilíbrio está sendo rompido [...] Isto gera tensão [...] Motivo refere-se, então, a um estado de tensão, uma impulsão interna, que inicia, dirige e mantém o comportamento voltado para um objetivo. Este objetivo é muitas vezes, chamado de incentivo.

Motivar o aluno para a aprendizagem é uma tarefa difícil, principalmente

quando sabem que estão sendo avaliados e percebe-se que os alunos não

encontram razões para aprender. Se o aluno não encontra significado na atividade

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que deve realizar, não terá interesse em aprender. Então o professor precisa

analisar cada caso e aprender a olhar de maneira diferente, entendendo quais as

causas que os levam a agirem dessa forma e o que é possível fazer, para reverter a

situação.

Segundo Antunes (2002, p.23) “Devemos sim, encontrar um equilíbrio entre

silenciar ou fazer um bicho-de-sete-cabeças daquilo que às vezes, pode ser um ato

grave, mas também um grão de areia ou um fato circunstancial”.

O professor precisa motivar o aluno e levá-lo a apresentar um interesse, um

desejo, uma vontade para agir e assim se envolver nas atividades propostas pelo

docente. Quando o professor utiliza recursos para despertar o interesse dos alunos

deve cuidar para que a proposta das atividades seja estruturada de forma a suscitar

e manter a motivação para a aprendizagem.

Em Teles (1993, p.85)

a fonte básica das energias motivacionais são: as necessidades ou o excesso de energias acumuladas sob várias formas de tensões. [...] Motivo é tudo aquilo que leva alguém a fazer alguma coisa. Poderíamos defini-lo como tudo que inicia, sustenta e dirige uma atividade.

É preciso que o professor crie um relacionamento agradável e interessante

com os alunos, para que momentos indesejáveis se tornem cada vez mais raros,

pois é impossível eliminá-lo por causa das diferentes culturas neste ambiente.

Os recursos didáticos, procedimentos de ensino, conteúdo, atividades

práticas, exercícios entre outros podem ser fontes de incentivo para tornar a

aprendizagem mais eficaz. Por isso quando o professor utiliza recursos para

despertar o interesse dos alunos, deve cuidar para que a proposta das atividades

seja estruturada de forma a suscitar e manter a motivação para a aprendizagem.

Segundo Libâneo (1993, p. 55 – 56)

As teorias da educação e as práticas pedagógicas, os objetivos educacionais da escola e dos professores, os conteúdos escolares, a relação professor-alunos, as modalidades de comunicação docente, nada disso existe isoladamente do contexto econômico, social e cultural mais amplo e que afetam as condições reais em que se realizam o ensino e a aprendizagem.

Outro fator pode interferir na motivação dos alunos, pois alguns professores

conhecem teorias e técnicas de motivação da aprendizagem, porém ele próprio, não

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está motivado para ensinar e os alunos acabam por perceber e não demonstram

entusiasmo pela disciplina.

Para Telfer e Swan (apud Moreira 2005, p.211 - 212)

O problema da motivação do professor se situa no preenchimento de necessidades de alta ordem em uma profissão onde os padrões de carreira podem ser limitados. O estabelecimento de metas em termos de resultados quantificáveis é difícil e o grau de manutenção dos procedimentos nas atividades rotineiras da escola podem ser uma verdadeira fonte de frustração. O resultado, portanto, é que a natureza do trabalho do professor em si próprio pode emergir como a principal fonte de satisfação no trabalho.

A falta de motivação do aluno para aprender pode ter origem na não

satisfação de necessidades que antecedem a necessidade de conhecimento, como

por exemplo: fome, cansaço, falta de afeto na família ou na escola.

Em Maslow (apud Chiavenato 1981, p.83)

Seu conceito de hierarquia de necessidades que influenciam o comportamento humano. [...] concebeu essa hierarquia pelo fato de o homem ser uma criatura que expande suas necessidades no decorrer de sua vida. À medida que o homem satisfaz suas necessidades básicas outras mais elevadas tomam o predomínio do comportamento. [...] a) necessidades fisiológicas (ar, comida, repouso, abrigo etc.); b) necessidades de segurança (proteção contra o perigo ou privação); c) necessidades sociais (amizade, inclusão em grupos etc.); d) necessidades de estima (reputação, reconhecimentos, auto-respeito, amor etc.); e e) necessidades de auto-realização (realização do potencial, utilização plena dos talentos individuais etc.)

Sendo assim na teoria de Maslow a motivação é interna e não externa e as

necessidades são hierárquicas, pois quando uma necessidade é satisfeita, não é

mais força motivadora, e cada um de nós ascende nesta hierarquia de acordo com o

seu ritmo e sua história de vida.

O que o professor pode fazer, para motivar os alunos? Com certeza é difícil

responder a esse questionamento, porque em algumas situações o professor não

tem muito o que fazer, e em outro casos pode solicitar o auxilio de seus pares ou

equipe pedagógica. O importante é analisar cada caso e procurar resolvê-los da

melhor forma possível.

3 Implementação

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A implementação do Projeto de Intervenção aconteceu nos meses de agosto

e setembro de 2011 através do método pesquisa-ação onde Tripp (2005. p.447)

define “pesquisa-ação como, uma forma de investigação-ação que utiliza técnicas de

pesquisa consagradas para informar a ação que se decide tomar para melhorar a

prática”, e como instrumentos utilizou-se de: questionário, estudos de textos

específicos ao tema e observação participativa.

Segundo Marconi e Lakakos (2010. p.277) a observação participante “implica

a interação entre investigador e grupos sociais, visando coletar modos de vida

sistemáticas, diretamente do contexto ou situação específica do grupo.”

Para Mann (1970. p.96) a observação participativa é uma “tentativa de colocar

o observador e o observado do mesmo lado, tornando-se o observador um membro

do grupo de modo a vivenciar o que eles vivenciam e trabalham dentro do sistema

de referência deles.”

De acordo com Cortelini e Grabauska em seu artigo

Atuar na perspectiva da investigação-ação implica agir, observar e refletir de forma mais cuidadosa, mais sistemática e mais rigorosa, produzindo daí um novo conhecimento que possibilite a mudança das práticas dos envolvidos. Kemmis e McTaggart (1988) oferecem uma definição de investigação-ação que reforça a necessidade de mudanças construídas no coletivo: A investigação-ação é uma forma de indagação coletiva empreendida por participantes em situações sociais com objetivo de melhorar a racionalidade e a justiça de suas práticas sociais ou educativas, assim como sua compreensão dessas práticas e das situações em que estas têm lugar (KEMMIS e McTAGGART, 1988: 9).

A Produção Didático-pedagógica foi apresentada no formato de Unidade

Didática, que é parte constitutiva do Programa de Desenvolvimento Educacional –

PDE que objetiva a melhoria da Educação Básica no Estado do Paraná, e subsidia o

professor na Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola onde

foi utilizado um questionário investigativo (Questões sobre avaliação/motivação) –

ação 1; textos específicos I (Sujeitos da práxis pedagógica) e II (Motivação) – ação

2; textos específicos III (Avaliação da Aprendizagem: arma que pode destruir ou

construir) e IV (Relação educador-educando) – ação 3; debate – ação 4;

questionário investigativo (Questionário avaliativo) – ação 5; desenvolvida em cinco

encontros onde cada encontro foi planejado para acontecer de segunda a sexta-feira

para ser realizado durante a hora atividade concentrada segundo o horário das aulas

do período da manhã e dessa forma atingir o maior numero de docentes das várias

17

disciplinas com os professores do Ensino Fundamental. Os encontros ocorreram nas

dependências do colégio pesquisado, na sala dos professores com a participação

voluntária dos professores.

3.1 Proposta de aplicação

A aplicação do Projeto de Intervenção seguiu uma sequência previamente

determinada. Primeiro o foi apresentado o Projeto de Intervenção Pedagógica à

direção, equipe pedagógica e secretária da escola, expondo a justificativa do Projeto

de forma clara e objetiva, a problematização, e os objetivos do projeto.

Posteriormente foi apresentado o Projeto aos professores da escola em reunião que

aconteceu no mês de julho de 2011 durante a semana pedagógica.

Na primeira semana foi aplicado um questionário investigativo com nove

questões de múltipla escolha e em aberto sobre avaliação/motivação, com a

finalidade de verificar como os docentes compreendiam o tema abordado. Antes da

entrega do questionário aos docentes as instruções de preenchimento eram

repassadas, bem como o agradecimento pela disposição dos mesmos em participar

da pesquisa.

Para as ações 2 e 3 foram escolhidos pequenos trechos de textos específicos

de autores que abordam o tema e elaboradas poucas questões com a finalidade de

levar o docente a refletir, e se posicionar tornando a atividade mais atraente e

menos cansativa, já que os mesmos estavam cedendo sua hora atividade para

participar da pesquisa, pois é em sua hora atividade que aproveitam para estudar e

elaborar e ações pedagógicas.

Na segunda semana os professores leram e responderam individualmente

textos específicos ao tema I – Sujeitos da práxis pedagógica com quatro questões e

tema II – Motivação com três questões.

Na terceira semana os professores leram e responderam individualmente

textos específicos ao tema III - Avaliação da Aprendizagem: arma que pode destruir

ou construir com quatro questões e IV - Relação educador-educando com cinco

questões.

18

Na quarta semana foi realizado um debate discutindo as temáticas inseridas,

bem como as correlações com os diferentes contextos que pudessem estar

contemplados: psicológico, sócio-econômico, político, cultural entre outros. O debate

permitiu aos envolvidos valorizar os conhecimentos e experiências dos mesmos

para que refletissem sobre suas práxis pedagógicas com trocas de experiências. O

pesquisador registrou as questões e sugestões levantadas pelos professores com a

finalidade de uma devolutiva do Projeto de Intervenção para a escola e para o artigo

em questão.

Na quinta semana foi aplicado um questionário com oito questões de múltipla

escolha e questões em aberto para avaliar o Projeto de Intervenção Pedagógica na

Escola.

3.2 Material utilizado

Os recursos utilizados foram os questionários e textos específicos

previamente impressos ao número de professores participantes, canetas e a sala

dos professores. O tempo de cada atividade desenvolvida foi de 50 minutos durante

as cinco semanas.

3.3 Professores

A proposta para o desenvolvimento do Projeto de Intervenção Pedagógica e

utilização da Produção Didático-pedagógica no formato de Unidade Didática foi a

aplicação das atividades com professores voluntários das disciplinas do Ensino

Fundamental do período da manhã realizado na hora atividade concentrada

segundo o horário das aulas do período da manhã. A participação efetiva nas

atividades ficou distribuída conforme tabela abaixo:

19

MÊS DE AGOSTO/SETEMBRO

ATIVIDADES 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª

Questionário investigativo – ação 1 – 19 participantes X X X X X

Textos específicos I - 18 participantes e II - 19 participantes – ação 2

X X X X X

Textos específicos III – 17 participantes e IV -19 participantes – ação 3

X X X X X

Debate – ação 4 – 17 participantes X X X X X

Questionário avaliativo – ação 5 – 18 participantes X X X X X Tabela 01: Atividades desenvolvidas e n° de participantes

3.4 Aplicação e Análise dos Resultados

Para investigar as práticas pedagógicas formulou-se uma questão sobre

qual paradigma de avaliação baseado em Behrens, 2003 os professores

consideravam mais adequado. E obteve-se as seguintes respostas:

Questões escolhidas

Alternativas

2 tem a finalidade de estabelecer pré-requisitos para alcançar os objetivos, se preocupa com alcançar ou não os objetivos propostos, a tônica é a informação, na palavra.

6 visa ao processo, ao crescimento gradativo e respeita o aluno como pessoa contemplando suas inteligências múltiplas, com seus limites e suas potencialidades.

9 é contínua, processual e transformadora onde o aluno deve ser responsável, criativo, reflexivo.

Tabela 02: respostas sobre paradigma de avaliação na prática pedagógica

Das dezenove respostas obtidas 79% dos respondentes reconhecem que a

avaliação deve acontecer sem interrupções, com uma série de procedimentos que

visem um resultado de aprendizado levado-se em consideração as potencialidades,

limites e história dos alunos para formar um cidadão reflexivo, responsável e criativo.

Com base no Regimento Escolar do Colégio formulou-se uma síntese do

sistema de avaliação utilizado pelo estabelecimento de ensino onde a avaliação é:

compreendida como contínua cumulativa e processual devendo refletir o

desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais. Dando-

se relevância à atividade crítica, à capacidade de síntese e à elaboração pessoal,

sobre a memorização. É realizada em função dos conteúdos, utilizando métodos e

20

instrumentos diversificados, coerentes com as concepções e finalidades do PPP. Os

critérios são elaborados em consonância com a organização curricular. Utilizando

procedimentos que assegurem o acompanhamento pleno do desenvolvimento do

aluno. O resultado deve proporcionar dados, que permitam a reflexão sobre a ação

pedagógica, contribuindo para reorganizar conteúdos/instrumentos/métodos de

ensino. Os resultados das atividades avaliativas serão analisados, pelo aluno e pelo

professor, observando os avanços e as necessidades detectadas, para novas ações

pedagógicas.

Do total pesquisado de dezenove (19) participantes, dez (10) concordam

parcialmente, nove (9) concordam totalmente. Não houve discordância. Isso indica

100% concordam com o sistema de avaliação adotado pelo estabelecimento de

ensino, porém 53% consideram que o sistema de avaliação precisa ser revisto e

melhorado.

No Regulamento Interno do Colégio encontra-se uma padronização adotada

pelo estabelecimento de ensino, atribuindo valores nos instrumentos de avaliação,

para todas as disciplinas. Os valores das atividades desenvolvidas nos bimestres

são: Avaliação escrita: 5,0 - recuperação: 5,0; Trabalho: 2,0 – recuperação: 2,0;

Atividades diversas: 2,0 – recuperação: 2,0; Exercícios: 1,0 – recuperação: 1,0.

Trabalhos, atividades diversas, exercícios são entregues na data marcada pelo

professor ou na recuperação. A cada bimestre é marcada a semana de provas e

recuperações onde só podem ser marcadas duas (2) avaliações no dia. Para

verificar se os professores aprovavam esta padronização e sua eficiência formulou-

se questões onde obteve-se as seguintes respostas:

Questões escolhidas

Alternativas

12 concordo, porque todos falam a mesma linguagem.

4 concordo, porque facilita aos responsáveis um melhor entendimento da forma como é atribuído valor das atividades proposta pelos professores.

4 discordo, porque restringe o professor na escolha dos seus critérios e outras formas de avaliar o aluno.

3 discordo, porque cada professor deve ter liberdade de escolher quantos e quais os instrumentos que irá escolher além do valor de cada instrumento.

Tabela 03: respostas sobre a padronização dos instrumentos de avaliação e sua eficácia

Isso indica que 85% dos respondentes concordam com a padronização dos

instrumentos e sua eficácia por facilitar o trabalho para falarem a mesma linguagem

21

demonstrando que as normas são seguidas, além de facilitar a compreensão dos

pais ou responsáveis no que diz respeito ao que está sendo avaliado, e a clareza

com relação aos valores quantitativos atribuídos nas atividades desenvolvidas.

Em relação aos instrumentos avaliativos utilizados pelo professor na sua

prática pedagógica onde o mesmo acredita que eles motivem os alunos no processo

ensino-aprendizagem, formulou-se uma questão para verificar quais são esses

instrumentos, e obteve-se um resultado onde a maioria dos respondentes utilizam

trabalhos em grupo ou individual e provas dissertativas como forma de motivar os

alunos no processo ensino-aprendizagem. Isso indica que apesar do professor ter a

sua disposição os mais variados instrumentos avaliativos, ainda utiliza instrumentos

tradicionais.

Em relação ao planejamento foi possível perceber conforme a tabela 04 que

os professores na sua maioria, consideram um instrumento que auxilia sua prática

por organizar, prever e direcionar a ação pedagógica levando-se em consideração

questões políticas, econômicas, sociais e culturais que podem interferir no processo

de ensino e de aprendizagem.

Questões escolhidas

Alternativas

8 o planejamento é importante instrumento, constitui uma das mais importantes ferramentas do professor porque estabelece parâmetros que vão direcionar seu trabalho, sua liderança e controle das atividades.

3 planejar é antecipar uma ação a ser realizada e agir de acordo com o previsto, pois auxilia a realizar aquilo que se deseja, sendo um recurso da ação educativa.

12 o planejamento é um processo de racionalização, organização e coordenação da prática docente, é um momento de pesquisa e reflexão ligada à avaliação. Deve ser uma ação consciente de prever a atuação do professor, embasada nas opções político-pedagógicas nos problemas sociais, econômicos, políticos e culturais que envolvem os participantes do processo de ensino e de aprendizagem.

Tabela 04: respostas sobre concepção de planejamento

Quanto a influência do planejamento na prática pedagógica, 100% dos

respondentes, concordam que o mesmo, serve de base na prática pedagógica,

conforme tabela 05.

Questões escolhidas

Alternativas

15 concordo, pois possibilita ao professor ter um norte em sua prática

22

pedagógica.

4 concordo parcialmente porque direciona seu trabalho, mas com o tempo deixa de ser usado.

Tabela 05: respostas sobre se o planejamento auxilia ou não a prática pedagógica

Quanto aos motivos para que os alunos não dêem importância na realização

das atividades propostas pelos professores em sala ou em casa, formulou-se uma

questão e obteve-se as seguintes respostas:

Questões escolhidas

Alternativas

8 falta de motivação dos alunos.

16 falta de hábitos de estudo.

17 falta de acompanhamento por parte dos pais.

10 problemas afetivos, culturais, econômicos, sociais.

5 não compreensão dos alunos na realização das atividades propostas.

6 cultura para autonomia. Tabela 06: respostas sobre os possíveis motivos que levam o aluno a não realizar atividades propostas em sala ou em casa

A maior parte dos respondentes, acreditam que a falta de acompanhamento

dos pais na vida escolar dos filhos com regras e horas específicas para o estudo em

casa, problemas afetivos, culturais, econômicos e sociais influenciam os alunos a

não se importarem com os estudos.

Quanto às sugestões para motivar os alunos, as alternativas mais escolhidas

pelos professores foram:

Questões escolhidas

Alternativas

17 reunião com os pais junto com direção, pedagogas, professores e alunos.

6 reunião em conjunto com pedagoga professores e alunos.

4 reunião com pedagoga e alunos.

10 apoio da equipe pedagógica para rever metodologia e estratégias.

5 formação continuada. Tabela 07: sugestões de ações para implementação na escola tendo por objetivo motivar os alunos a realizar as tarefas

A maioria, dos respondentes implementariam na escola mais reuniões com

os pais em conjunto com a direção, pedagogas, professores e alunos, e sentem a

necessidade do apoio da equipe pedagógica para rever metodologia e estratégias.

Em relação a solução dos problemas enfrentados na escola 84% dos

respondentes escolheram como responsáveis pela solução do problema o governo e

a direção da escola, conforme tabela 08. Isso indica que a maioria se coloca de fora

23

do processo não atuando efetivamente na solução do problema e responsabilizando

outras instâncias.

Questões escolhidas

Alternativas

8 o governo.

8 a direção.

5 a pedagoga.

6 ao conselho escolar.

5 a seus pares. Tabela 08: responsáveis pela solução dos problemas enfrentados na escola

No texto sujeitos da práxis pedagógica de Luckesi, 1994 (p.115 – 119) os

recortes do texto possibilitaram a elaboração de questões para verificar como os

professores compreendem o tema, onde dezoito (18) professores participaram da

atividade proposta.

Questões: Analise das respostas dos docentes

1. Como você interpreta as qualidades que o educador deve possuir para o desempenho de sua atividade segundo o autor?

Concordam que o educador deve possuir as qualidades citadas além do conhecimento do conteúdo da sua disciplina porque elas são necessárias a prática pedagógica e a compreensão do contexto no qual está inserido.

2. Como você avalia está afirmação “Ensinar não significa, simplesmente ir para uma sala de aula onde se faz presente uma turma de alunos e “despejar” sobre ela uma quantidade de conteúdos.”

Ensinar é transmitir conhecimentos e não despejar conteúdos, é prepará-los para refletir, analisar e se posicionar no mundo, quantidade não significa qualidade para tanto o docente precisa estar atualizado e encontrar formas adequadas na transmissão do conhecimento e adaptação dos conteúdos.

3. “O educando é um sujeito ativo que, pela ação, ao mesmo tempo se constrói e se aliena.” Você concorda ou não com essa colocação e por quê?

Concordam porque sendo ativo está buscando conhecimento, interagindo e pode se alienar conforme suas expectativas; por isso o docente precisar estimular o aluno considerando sua individualidade, o meio em que vive e orientar com atividades diversificadas e atraentes, tornando-o mais criativo, participante para que possa transformar sua realidade e não ficar alienado e passivo diante da vida.

4. Na Relação educador-educando esses sujeitos podem relacionar-se democraticamente de que forma no seu ponto de vista?

Esclarecer e cumprir as normas postas pelo professor em sala bem como da escola, pois democracia exige cumprimento de regras, saber ouvir os alunos, respeito, comprometimento de ambas as partes, carinho, espírito de cooperação.

Tabela 09: Análise da respostas do Texto Específico I - Sujeitos da práxis pedagógica

24

A atividade demonstra que os professores tem consciência da importância

de se conhecer a realidade onde estão inseridos, ter uma boa formação, conhecer o

conteúdo, usar metodologias, estratégias apropriadas e usar comunicação

adequada ao aluno. E que o aluno necessita de um mediador para levá-lo a análise

e reflexão do que se aprende, respeitando sua individualidade, e o exercício do

respeito mutuo.

No texto Motivação de Bock, 1993 (p.106) os recortes do texto possibilitaram

a elaboração de questões para verificar a compreensão do tema, onde participaram

dezenove (19) professores da atividade.

Questões: Analise das respostas dos docentes

1. A partir do momento em que o professor conhece as variáveis que interferem na motivação. Explique como isso pode facilitar na sua prática pedagógica diária?

Partindo da realidade do aluno, revendo o planejamento suas metodologias e estratégias mais adequadas, conhecendo os problemas pelos quais o aluno passa naquele momento, compreender seus anseios, interesses, criar vínculos, motivar o desempenho, rever sua prática pedagógica.

2. Na base da motivação o organismo apresenta uma necessidade, desejo, intenção, interesse uma vontade para agir. De um exemplo de uma aula que desperte esses pré-requisitos para a ação.

Uso das tecnologias, áudio e vídeo, iniciar o conteúdo com trechos de filmes, desafiar o aluno com questões problematizadoras, acompanhar o aluno no enfrentamento de obstáculos ajudar na resolução de problemas com dicas e perguntas fazendo creditar em si mesmo, experimentos simples, temas desafiadores integrantes, apresentações pelos alunos com a utilizando das tecnologias.

3. O que você acha das propostas que Bruner defende para criar interesse paras nos alunos? E como melhorá-las?

Concordam com suas propostas e utilizariam elogios; encontrar formas de envolver e conhecer a comunidade para criar parcerias de aprendizado relacionado à realidade do aluno; aguçar a curiosidade levar o aluno a compreender a utilidade do que aprende; manter um clima harmonioso em sala; desenvolver o senso crítico; mostrar o valor do estudo em sua vida.

Tabela 10: Análise da respostas do Texto Específico II – Motivação

Pela análise das respostas dadas pelos professores pode-se perceber que

conhecendo o meio, o interesse e o que mobiliza o aluno esses fatores podem

facilitar a ação pedagógica, e (re) planejar sua ação é uma forma de alcançar o

objetivo de ensinar de forma adequada respeitando a história do aluno. E que a

utilização de diversos recursos podem instigá-lo no aprendizado.

No texto Avaliação da Aprendizagem: arma que pode destruir ou construir

extraído da Revista Gestão em Rede, 2007, n°79 (p.13 – 17) elaborou-se questões

25

para verificar o entendimento dos professores sobre o tema, onde dezessete (17)

professores participaram da atividade proposta.

Questões: Analise das respostas dos docentes

1. Você concorda ou não com a afirmação: “não sendo responsabilidade somente do professor, mas do aluno, dos pais e da comunidade escolar. Tão importante quanto “o que” e “como” avaliar são as decisões pedagógicas decorrentes dos resultados da avaliação, pois elas orientam a reorganização da prática educativa” por quê?

Concordam porque a avaliação deve ser entendida como um dos aspectos do ensino e não um processo final auxilia na reflexão da prática pedagógica sendo de responsabilidade de todos os envolvidos, devendo proporcionar ao professor um parâmetro de sua ação contribuindo na identificação dos objetivos não atingidos.

2. Porque os aspectos socioeconômicos e políticos, se relacionam a aspectos metodológicos da prática do professor na análise e interpretação de resultados avaliativos do aluno?

Porque estes aspectos podem interferir na aprendizagem dos alunos e devem ser levados em conta na hora de avaliar. Conhecer o aluno, seus problemas, seu modo de vida, pode ajudar no processo avaliativo e na construção de uma prática pedagógica mais humana.

3. Comente a frase: “Para o aluno, com a condescendência de alguns professores, uma nota ou conceito final, passa a ser o objetivo principal, deixando em segundo plano aquilo que deveria ser prioridade: a construção do conhecimento.”

Para muitos o que importa não é a aquisição do conhecimento e sim o valor da nota para passar para série seguinte. A preocupação da grande maioria dos alunos é atrelar tudo o que fazem a nota, sem esse elo não fazem as atividades propostas e não se importam em aprender. Outro fator é o desconforto que o professor sente se houver um grande número de alunos retidos, pois o sistema acaba interferindo com exigências numéricas com índices altos de aprovação para reverter os resultados em verbas e não se preocupa na real qualidade e construção do conhecimento, o que importa no final é quantos foram aprovados.

4. Autores como Hadji apontam para uma nova forma de avaliação, modificar a forma de avaliação implicaria na reformulação do processo pedagógico. Você acha que essa forma seria mais justa e motivaria mais o aluno? Como?

Depende de como seria essa reformulação. O importante é respeitar a individualidade, o tempo de aprendizado de cada aluno, sua história e meio em que vive. Cabe ao professor trabalhar com essa diversidade e motivar os alunos com metodologias e estratégias adequadas a realidade onde estão inseridos. Também rever a legislação a fim de cobrar o conhecimento e a formação de cidadãos reflexivos e participativos.

Tabela 11: Análise da respostas do Texto Específico III - Avaliação da Aprendizagem: arma que pode destruir ou construir

Verifica-se pela analise das respostas que a avaliação é considerada um

instrumento que auxilia a tomada de decisões na pratica pedagógica, porque os

resultados orientam essa pratica e indicam os rumos e adaptações necessárias para

que a aprendizagem seja efetivada com eficiência, respeitando-se os aspectos

26

socioeconômicos e políticos por interferir na vida do aluno. Esses aspectos devem

servir de base quando o professor escolher qual metodologia e estratégias adotar e

no processo ensino-aprendizagem.

Outra constatação é que os docentes sentem-se pressionados pelo sistema

na aprovação da maioria dos alunos, não levando em conta se realmente

aprenderam. E que a maioria dos alunos não se interessam pela aquisição do

conhecimento, valorizando somente a nota mínima necessária para ir para série

seguinte.

O texto Relação educador-educando de Luckesi, 2011 (p.133 – 136) teve

como objetivo de permitir aos docentes uma reflexão sobre o tema. Dezenove (19)

docentes participaram da atividade proposta.

Questões: Analise das respostas dos docentes

1. Segundo o texto “O educando tem o encargo de aprender e desenvolver-se, e o educador, de ensinar e dar suporte ao seu desenvolvimento. [...] ambos tem direitos e deveres; contudo, do ponto de vista pedagógico, no contexto da prática educativa, ambos têm papéis diferenciados.” Como você trabalha essa questão em sua prática pedagógica?

Educador e educando precisam ter consciência que têm papéis diferenciados e as regras são necessárias para que aconteça o ato de ensinar e de aprender e o respeito de ambas as partes é fundamental nesse processo.

2. “Para ser líder do processo de ensinar e aprender, e fazer jus a esse lugar, o educador precisa possuir condições de maturidade psicológica, científica e cultural.” Como você interpreta essa afirmação?

Que o educador precisa estar preparado com uma boa formação profissional, estar seguro na transmissão do conhecimento com aulas planejadas precisa transmitir confiança, apresentar equilíbrio emocional e psicológico e investir na formação continuada.

3. Exemplifique como você em sua prática pedagógica acolhe, nutre, sustenta e confronta as experiências, anseios e caminhos do aluno enquanto ele aprende e se desenvolve.

Pela liberdade de expressão permitindo ouvir também o professor é ouvido, dar atenção devida às necessidades do aluno, afetividade, reforço positivo, valorização das conquistas do aluno.

4. O autor coloca que o educador “pode e deve estar atento de fato de que, conforme seja sua conduta, aprofundará ou minimizará as dificuldades que o educando tem para enfrentar a vida.” Você concorda com o autor? Justifique sua resposta:

Concordam, pois quando o educador faz seu trabalho corretamente está científica, cultural e psicologicamente preparado, transmite segurança e motiva o aluno em sua caminhada, caso contrário o aluno não terá rendimento apropriado.

5. Por que o planejamento é um fator importante da prática

Para organizar o trabalho desenvolvido pelo professor, norteando as ações pedagógicas durante

27

pedagógica na relação educador-educando?

o processo de ensino aprendizagem por meio da escolha apropriada de metodologias, estratégias, objetivos, conteúdos e avaliações.

Tabela 12: Análise da respostas do Texto Específico IV: Relação educador-educando

Os respondentes relatam a importância dos professores e alunos

conhecerem seus direitos, deveres e praticarem o respeito mutuo. O professor deve

ter uma formação adequada elaborando um planejamento flexível com escolhas de

metodologias e estratégias apropriadas a realidade do aluno valorizando suas

experiências e anseios

A realização do debate teve dezessete (17) participantes onde procurou-se

valorizar os conhecimentos dos docentes, envolvendo-os em uma discussão para

refletir sobre a práxis pedagógica com trocas de experiências. E obteve-se as

seguintes sugestões.

Sugestões de metodologias e estratégias em sala Sugestões

Motivar e recompensar os alunos nas atividades executadas por eles; Realizar atividades nem sala e tirar dúvidas na hora; Ser claro nas orientações das atividades a serem realizadas (o que e como fazer); Relacionar o conteúdo com a prática do cotidiano; Avaliar todas as atividades desenvolvidas pelo aluno e perceber como executar e quais dificuldades apresenta; Trazer textos complementares que despertem a atenção; Utilizar caça-palavras, palavras cruzadas, questões de complete, relacionado ao conteúdo; Interpretação de imagens e confecções de desenhos; Pesquisas no livro didático e outras fontes; Aulas expositivas utilizando linguagem acessível; Temas desafiadores; Fazer com que o aluno se auto-avalie; Motivar a leitura por meio de contação de histórias em sala para aproximar o aluno do livro; Alunos com dificuldades serem assessorados por colegas que tenham facilidade em realizar as atividades; Utilizar mais vídeos, filmes, slides, músicas; Elaboração de experiências simples e práticas; Contextualização do conteúdo; Construção de material e maquetes, jogos com circuito, tabuleiros, jogos de perguntas e respostas;

Oferta de mais cursos; Formação Continuada; Mais tempo e mais reuniões para trocas de experiências entre os docentes e equipe pedagógica, porque na hora atividade realizam correção de atividades e avaliações, preparo de atividades, burocracia no preenchimento do registro de classe, estudos e pesquisas na sua área de atuação/formação, o que não possibilita uma troca entre seus pares; Aplicação do projeto no início do ano letivo com todos os docentes para reflexão da ação pedagógica e busca de novas metodologias e estratégias mais atraentes e estimulantes para os alunos.

Tabela 13: Sugestões dos docentes realizado durante o debate com trocas de experiências

Com o debate os professores puderam contar quais estratégias usam em

sala, para tornar as aulas mais atrativas e assim motivar os alunos para prestarem

atenção na hora da explicação do conteúdo, e na realização das atividades

propostas. E quais ações devem ser tomadas para melhorar a prática pedagógica.

28

Isso indica que os professores estão buscando formas de enfrentar o problema da

falta de motivação dos alunos e formas de avaliação.

Para verificar se o Projeto de Intervenção na Escola foi relevante formulou-se

um questionário avaliativo onde dezoito (18) professores participaram e obteve-se as

seguintes respostas.

Quanto ao questionário investigativo procurou saber se o tema

avaliação/motivação propiciou ao docente um questionamento e 77% dos

respondentes concordaram totalmente e 22% concordaram parcialmente. Isso indica

que o objetivo foi alcançado.

No que se refere a clareza das questões apresentadas no questionário

investigativo 89% dos respondentes concordaram totalmente que as questões

estavam claras.

Foi perguntado se algum professor acrescentaria alguma questão no

questionário investigativo e 100% dos respondentes não vêem essa necessidade

indicando que o questionário abordou as questões propostas.

Quanto aos textos específicos escolhidos questionou-se se o tema do Projeto

de Intervenção propiciou uma reflexão envolvendo a atual problemática pela qual a

escola passa; 72% concordaram totalmente e 25% concordam parcialmente

indicando os textos alcançaram o objetivo proposto pelo Projeto de Intervenção de

levar o docente a reflexão de sua prática pedagógica e de (re)significar seus

conceitos, trocar experiências, reavaliar metodologias e estratégias.

No que se refere ao formato dos textos com conteúdo curto e questões em

aberto pode-se verificar que a estratégia adotada motivou o docente na realização

das atividades e promoveram uma reflexão sobre suas práticas pedagógicas porque

em ambas as questões o percentual foi o mesmo: 77% concordaram totalmente e

22% concordaram parcialmente.

Quanto ao debate realizado 77% concordaram que o tema propiciou ao

docente uma troca de experiências e possibilidade de encontrar estratégias

eficientes para o problema enfrentado na escola.

Quanto a relevância do projeto na escola 89% dos respondentes opinaram

que o Projeto de Intervenção atingiu o seu propósito de levar o docente a reflexão,

troca de experiências, busca de novas metodologias e estratégias para uma pratica

pedagógica mais eficiente quando ao ensino aprendizagem.

29

Questões escolhidas

Alternativas

16 sim; Justifique sua resposta: É uma preocupação do conjunto dos docentes. O projeto propiciou a (re) avaliação da prática pedagógica individual olhando para o aluno não como um número, mas como pessoa que aprende e tem dificuldades; A apresentação de novas idéias, nos possibilita atitudes mais amplas sobre as necessidades atuais dos estudantes, que leva em consideração a evolução da tecnologia e as modificações impostas pelo sistema; A investigação dos problemas é fundamental para detectar as dificuldades e sua possível solução e conseqüente melhoria da escola; Quaisquer situações de análise é de grande valia, para a escola, professores e educandos, área administrativa e zeladoria; Porque é importante perceber dificuldades que são observadas num caminho em que devemos buscar soluções, e o projeto faz com que possamos encontrar meios para que possamos encontrar meios para melhorar o ensino da escola pública; Promove uma ação investigativa com os docentes, sujeitos intimamente relacionados com o fazer pedagógico de uma escola; É muito importante que dentro do ambiente escolar busquemos estratégias para que o educando seja motivado quanto ao aprendizado, e a troca de experiências entre os professores enriquece o trabalho de todos; Devemos procurar formar diferenciadas de motivação, avaliações; Sempre estamos abertos a novas experiências, a troca de idéias proporciona novos conhecimentos; contribui para a melhoria da educação na escola; Permitir aos professores, equipes pedagógicas e técnica um tempo para refletir sua prática é fundamental para a melhoria do processo educativo. Na agitação do dia a dia, muitas vezes não são percebidas as necessidades de uma prática diferenciada, significativa, que envolva o aluno e promova a aprendizagem.

2 não; Justifique sua resposta: precisa ter o comprometimento de todos os profissionais da educação para que se tenha êxito no projeto desempenhado na escola.

Tabela 14: Relevância do projeto de intervenção

4 Considerações Finais

É evidente que o ato de avaliar é um componente essencial da prática

pedagógico e a avaliação é um ato de investigar a qualidade daquilo que constitui

seu objeto de estudo, por isso acaba por subsidiar decisões na prática pedagógica

na perspectiva da eficiência dos resultados desejados de um processo de ensino e

aprendizagem eficiente. Para tanto, a apresentação de propostas de ações que

levem os docentes a refletir sobre sua prática pedagógica e instrumentos de

acompanhamento e aperfeiçoamento do processo educacional relacionada à idéia

de formação de um sujeito reflexivo, crítico, atuante com postura cidadã são

necessárias. Indiscutivelmente, o ponto que devemos observar é a busca por

30

alternativas de metodologias e estratégias que possam desafiar os alunos para que

se sintam motivados na realização das atividades que contribuem para o processo

de ensino–aprendizagem.

Sendo um dos objetivos deste estudo propor ações para levar os docentes à

reflexão sobre a avaliação da aprendizagem onde possam rever sua prática

pedagógica a fim de resgatar o interesse do aluno desmotivado nas atividades

durante sua vida acadêmica. Já que a queixa dos docentes é a falta de motivação

dos alunos em realizar as atividades propostas pelos mesmos em sala e em casa.

A leitura de textos sobre tema, a troca de experiências entre os docentes e

profissionais da educação, a formação continuada são formas de oportunizar aos

docentes uma reflexão sobre o ato pedagógico. A partir da elaboração de atividades

atraentes, o incentivo ao hábito prazeroso em estudar envolvendo pais ou

responsáveis e comunidade escolar, pode auxiliar no processo de ensino

aprendizagem mais eficiente. Em primeira análise, ficou claro que a maior

dificuldade dos docentes é a falta de tempo para leituras e trocas de experiências.

De certa forma isto reafirma o que os estudos sobre o tema são necessários, o

tempo é reduzido, a troca é fundamental e isso acaba não existindo.

Figura 01: Variáveis que interferem no processo de motivação do aluno Fonte: a autora

Dificuldades

Potencialida

des

Respeito pela

individualidade

Anseios

História de

vida

Contexto Sócio

Econômico Cultural Político

ALUNO

MOTIVADO

31

Desta forma, os resultados obtidos conduzem a uma reflexão mais complexa,

não é suficiente o estudo do tema sem que haja uma verdadeira contextualização

sociocultural dos grupos envolvidos. A avaliação e motivação necessitam de um

maior comprometimento de docentes e demais profissionais da educação, tendo

como meta uma qualidade no ensino e aprendizagem eficiente. Pois a avaliação é

uma prática pedagógica intrínseca ao processo de ensino e aprendizagem, com

função de diagnosticar o nível de apropriação do conhecimento pelo aluno, e por

esse motivo se faz necessário um estudo contínuo sobre o assunto.

Também fica evidente durante a análise dos resultados a importância de

práticas pedagógicas que levem em consideração o contexto sócio, econômico,

cultural, político, a história de vida do aluno, seus anseios, o respeito pela sua

individualidade, potencialidades e dificuldades. Todos esses elementos quando

levados em consideração auxiliam o docente na escolha de metodologias,

estratégias para uma prática pedagógica eficiente, a fim de motivar o aluno durante

sua vida acadêmica e formar um cidadão, que analisa, reflete, atua de forma

participativa e criativa na sociedade.

Neste sentido percebe-se que todos os fatores tem papel importante no

processo de avaliação e as variáveis são diversas, vão desde o contexto sócio

econômico cultural político, o respeito pela sua individualidade, a história de vida do

aluno, seus anseios, potencialidades e dificuldades.

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