considerações sobre a produção de laranja no estado de são paulo

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Página 1 de 22 Considerações sobre a produção de laranja no Estado de São Paulo Texto elaborado pela Equipe Citros da Embrapa Mandioca e Fruticultura 1. Considerações gerais a respeito da produção de laranja A citricultura brasileira está altamente concentrada na produção de laranjas doces, com cerca de 90% do total da produção nacional de citros, conforme Figura 1. Laranja 90,3% Tangerina 4,6% Lima Ácida e Limão 5,1% Figura 1. Distribuição da produção brasileira de frutas cítricas. 2011. Fonte: Adaptado de IBGE, 2013. Neste contexto a região Sudeste destaca-se como a de maior importância do País (Figura 2). 1,4% 9,8% 81,8% 6,3% 0,7% Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Figura 2. Produção brasileira de laranjas doces segundo as diversas regiões geográficas. 2011. Fonte: Adaptado de IBGE, 2013.

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Considerações sobre a produção de laranja no Estado de São Paulo. Ano 2014

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Page 1: Considerações sobre a produção de laranja no Estado de São Paulo

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Considerações sobre a produção de laranja no Estado de São Paulo Texto elaborado pela Equipe Citros da Embrapa Mandioca e Fruticultura

1. Considerações gerais a respeito da produção de laranja A citricultura brasileira está altamente concentrada na produção de laranjas doces, com cerca de 90% do total da produção nacional de citros, conforme Figura 1.

Laranja90,3%

Tangerina4,6%

Lima Ácida e Limão5,1%

Figura 1. Distribuição da produção brasileira de frutas cítricas. 2011.

Fonte: Adaptado de IBGE, 2013. Neste contexto a região Sudeste destaca-se como a de maior importância do País (Figura 2).

1,4%

9,8%

81,8%6,3%

0,7%

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Figura 2. Produção brasileira de laranjas doces segundo as diversas regiões geográficas. 2011.

Fonte: Adaptado de IBGE, 2013.

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O Estado de São Paulo, por sua vez, detém quase 80% da produção nacional de laranjas (Tabela 1). Tabela 1. Produção brasileira de laranja. 2011.

Área Colhida Produção Estados

(ha) Volume (t) %

São Paulo 563.952 15.293.506 77,2

Bahia 63.303 1.030.763 5,2

Minas Gerais 32.964 824.041 4,2

Sergipe 56.542 822.468 4,2

Paraná 27.143 784.543 4,0

Rio Grande do Sul 27.654 391.692 2,0

Pará 12.056 201.458 1,0

Goiás 6.613 121.866 0,6

Santa Catarina 5.273 81.228 0,4

Rio de Janeiro 4.454 65.032 0,3

Alagoas 4.310 49.219 0,2

Amazonas 2.658 41.917 0,2

Espírito Santo 1.595 17.563 0,1

Ceará 1.850 15.963 0,1

Mato Grosso do Sul 519 11.012 0,1

Amapá 1.090 10.775 0,1

Paraíba 990 7.379 0,0

Maranhão 1.084 6.713 0,0

Rondônia 490 5.643 0,0

Distrito Federal 221 5.304 0,0

Acre 331 4.778 0,0

Piauí 419 4.077 0,0

Pernambuco 808 4.057 0,0

Mato Grosso 393 3.376 0,0

Rio Grande do Norte 200 2.423 0,0

Roraima 222 2.153 0,0

Tocantins 158 2.115 0,0

BRASIL 817.292 19.811.064 100,0

Fonte: Adaptado de IBGE, 2013. No Estado de São Paulo (Figura 3), as principais variedades de laranja doce são: Pera (29,0%), Valência (28,5%), Hamlin (12,7%) e Natal (10,9%) (CDA, 2012).

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Figura 3. Composição de cultivares copa de laranja no parque citrícola do Estado de São

Paulo. Fonte: Adaptado de CDA, 2012. Essas variedades têm como principal destino a indústria de sucos, à exceção da Pera, em relação à qual pequena parte do volume de frutos produzido é absorvida pelo mercado interno de frutas frescas. Este mercado compreende 14% do total de laranja produzida pelo cinturão citrícola do Estado de São Paulo, sendo, portanto, os 86% restantes direcionados à indústria. Conforme dados de comercialização de frutos pela Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (CEAGESP), tem-se que a Pera é a principal variedade de laranja para consumo de mesa, representando cerca de 80% do total de fruta comercializada nessa central de abastecimento (Tabela 2).

Tabela 2. Comercialização de laranjas pela CEAGESP em 2011.

Variedade (t) (%)

Pera 256.940 79,6 Lima 43.681 13,5 Baia 14.662 4,5 Seleta 5.714 1,8 Valência 1.870 0,6

Total 322.866 100,0

Fonte: Lopes, A. P. (comunicação pessoal). Seção de Economia e Desenvolvimento (SEDES), CEAGESP, 2012.

A análise desse conjunto de informações mostra claramente uma alta concentração da citricultura paulista na indústria de sucos, que, em última análise, é quem dita os preços da

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fruta. Atualmente o parque citrícola paulista tem cerca de 36% sob o domínio direto (pomares próprios) das indústrias de suco, o que reforça a participação destas na composição do preço final da fruta. Vale ressaltar que o que se assiste atualmente é uma crescente concentração da produção paulista de laranjas nas mãos da indústria, haja vista que esta, em 2002, produzia 10 milhões de caixas de laranja, passando a 130 milhões em 2012, com tendência de aumento (O Diário on line, 2012). Diversos fatores têm determinado uma baixa absorção, pela indústria de suco, da laranja produzida por citricultores independentes, levando a um desestímulo destes em relação à sua permanência na cultura dos citros, atualmente a 5ª em valor da produção agrícola nacional, atrás somente da soja, cana-de-açúcar, milho e café (IBGE, 2013). Esses fatores compreendem: 1) Oferta de sucos, néctares e refrescos de diversas frutas no mercado internacional, concorrendo com o suco de laranja (NEVES; TROMBIN, 2013). 2) Queda das exportações brasileiras de suco (Figura 4), como reflexo da crise econômica, principalmente na Europa, nosso maior comprador.

Exportações Brasileiras de FCOJ equivalente*, em t oneladas

0

200.000

400.000

600.000

800.000

1.000.000

1.200.000

1.400.000

1.600.000

2007 2008 2009 2010 2011 2012

Figura 4. Exportações brasileiras de FCOJ (suco de laranja concentrado e congelado) equivalente, em toneladas (2007-2012).

Fonte: CITRUSBR, 2013. A partir de dados primários de AliceWeb, 2012. * As exportações de suco de laranja consideram: suco congelado e concentrado (FCOJ), suco não concentrado (NFC) e outros tipos de suco. Para expressar o volume total de suco exportado, englobando essas três categorias de suco, foi criado o conceito de FCOJ equivalente, que converte o volume do suco não concentrado em um valor equivalente ao concentrado.

3) Aumento das últimas safras de laranja: 2011 e 2012. A Figura 5 indica que em 2011 houve um aumento da safra de laranja no Estado de São

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Paulo, superando a produção média, em torno de 14,3 milhões de toneladas de frutas, que, em termos gerais, vinha se repetindo ao longo dos anos anteriores (2007-2010). Nota-se que o comportamento da citricultura paulista, por seu expressivo volume de produção, praticamente determina a tendência da citricultura brasileira (Figura 5). Reportando-se à safra 2012, esta também foi estimada acima do normal, da ordem de 364 milhões de caixas de 40,8 kg (IEA, 2013).

19.811.064

18.503.139

17.618.45018.538.08418.684.985

15.293.50614.269.38313.642.16514.537.61014.904.621

0

10.000.000

20.000.000

30.000.000

2007 2008 2009 2010 2011

Brasil São Paulo

Figura 5. Desempenho da cultura da laranja no Brasil e São Paulo no período 2007-2011. Fonte: Adaptado de IBGE, 2013. 4) Altos estoques de sucos armazenados pela indústria. Os fatores anteriormente tratados levaram à formação de elevados estoques de suco, a ponto do Conselho Monetário Nacional (CMN) aplicar, a partir de 2011, a Linha Especial de Crédito (LEC) a esses estoques, de modo a mantê-los parcialmente indisponíveis à exportação, no intuito de impedir o aviltamento do preço pago pelos importadores. Em outras palavras, a LEC destina recursos para indústrias e cooperativas estocarem suco de laranja, de forma a manter elevada a cotação do produto no mercado internacional. Segundo Christian Lohbauer, presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), “A LEC é uma forma de garantir renda aos produtores, pois muitos deles corriam o risco de quebrar. Em contrapartida, a indústria brasileira de suco de laranja se comprometeu a comprar pelo menos 40 milhões de caixas do produto”. Nesse cenário o que se vê é que a indústria tem priorizado o processamento de sua própria fruta. Diante do exposto, tem-se que o quadro atual da citricultura paulista é extremamente crítico. Dentre os citricultores os mais prejudicados são os pequenos e médios, que se encontram em geral descapitalizados, situação esta agravada pelo não escoamento esperado das safras produzidas nos últimos dois anos e pela baixa produtividade de seus pomares, reflexo inequívoco da não adoção de tecnologias modernas, em oposição ao que se verifica junto aos maiores produtores, mais capitalizados, dentre os quais se incluem os empresários

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da indústria. Esse desestímulo contribui fortemente para a progressão de fatores de risco comprometedores da sustentabilidade do parque citrícola paulista, a exemplo do huanglongbing (HLB, ex-greening), que é o mais grave, seguido de outros também importantes como o cancro cítrico, clorose variegada dos citros (CVC) e pinta preta. Dentro de uma estratégia voltada à proteção da citricultura paulista, é indiscutível a necessidade de estabelecer mecanismos que favoreçam a boa relação entre a indústria e citricultores. É fundamental, também, a abertura de outras vias de escoamento da produção, destacando-se, aqui, o mercado de frutas frescas. O cultivo de variedades mais adequadas a essa finalidade, portanto, é fundamental. O exemplo da Espanha mostra-nos claramente a importância do mercado de frutas in natura. Esse país mediterrâneo, com uma área plantada de cerca de 1/3 daquela ocupada pela citricultura nacional (FAO, 2013a), aufere divisas da ordem de US$ 3 bilhões com a exportação de laranjas (US$ 1,2 bilhão) e tangerinas (US$ 1,7 bilhão) (FAO, 2013b), quantitativo este superior aos US$ 2,3 bilhões obtidos anualmente pelo Brasil com a exportação de suco (BRASIL, 2012).

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2. Principais variedades de laranjeira doce a) Características da fruta

Valores médios de uma série de atributos de qualidade de frutos das principais variedades utilizadas pela indústria encontram-se na Tabela 3. Tabela 3. Características médias obtidas para o processamento de laranja doce na região

Norte do Estado de São Paulo e valores médios de referência.

Variáveis Hamlin Pera Natal Valência

Época de colheita* Julho/Agosto Julho/Dezembro Agosto/Janeiro Agosto/Janeiro

Tamanho médio do fruto (n°/cx - 40,8 kg) *

303 277 262 247

Sabor do suco ("score", 36-40) **

33 / 32,4 36,9 /36,8 37 / 36,9 37 / 36,9

Cor do suco ("score, 36-40) 34,8* / 32,8** 37,3* / 36,94** 37,1* / 37,3** 37,1* / 37,3**

Sólidos Solúveis Totais - SST (°Brix) *

10,70 - 11,67 11,14 - 12,14 10,56 - 11,83 10,56 - 11,83

Acidez* 0,71 - 0,75 0,58 - 0,86 0,76 - 1,06 0,76 - 1,06

"Ratio" (SST/Acidez)* 14,22 - 16,22 12,94 - 20,75 9,90 - 19,20 9,90 - 19,20

% Suco* 51,7 - 51,8 56,7 -59,2 52,6 - 56,8 52,6 - 56,8

Índice Tecnológico - IT (kg SST/ cx) *

2,25 - 2,46 2,68 - 2,85 2,42 - 2,73 2,42 - 2,73

Vitamina C (mg/100ml) ** 322 256 239 239

Polpa (mL/100mL - % v./v.) ***

8 -12

Óleo no Suco (mL/100 mL - % v./v.) ***

0,008 - 0,010

Prolina mg/L** 586 1.197 1.641 1.641

* Segundo Nonino (1995) para frutas da região Norte do Estado de São Paulo. ** Segundo Di Giorgi et al. (1990) e Di Giorgi et al. (1993). *** Segundo Kimball (1991), valores em uso comercial para suco de laranja em geral.

Fonte: Boletim Citrícola, n° 8, 1999. UNESP/FUNEP/EECCB. b) Período de Safra

O período de safra da laranja no Estado de São Paulo concentra-se de julho a dezembro. As Tabelas 4 e 5 resumem a concentração do período de colheita das principais variedades plantadas no Estado de São Paulo.

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Tabela 4. Épocas de colheita de frutos das principais variedades de laranja no Estado de São Pauloa.

Variedade Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.

Pera

Hamlin

Natal

Valência aHachurado escuro representa épocas principais de colheita; hachurado claro, épocas de colheitas menores. As informações referem-se a pomares não irrigados e situados nas condições médias de clima do planalto paulista.

Fonte: Adaptado de Pio et al., 2005. Tabela 5. Estimativas do percentual de colheita da safra de laranja (safra 2011/12) no Estado

de São Paulo. Última estimativa1, novembro de 2011.

Intervalo de confiança Variável Estimativa

Inferior Superior

Coeficiente de variação

Maio 2011 1,5% 1,1 1,8 23,3

Junho 2011 6,1% 5,1 7,0 15,5

Julho 2011 10,3% 9,4 11,1 8,6 Agosto 2011 17,9% 14,8 21,0 17,1

Setembro 2011 17,6% 15,4 19,8 12,4

Outubro 2011 17,1% 15,6 18,7 9,0

Novembro 2011 14,7% 13,4 15,9 8,6

Dezembro 2011 9,6% 8,5 10,7 11,4

Janeiro 2012 4,0% 3,6 4,3 9,3

Fevereiro 2012 1,3% 1,1 1,4 13,1 1 Inclui produção de pomares não expressivos economicamente e perdas relativas ao processo produtivo e a colheita.

Fonte: CONAB/CATI/IEA, 2011. c) Localização geográfica de plantações

Os principais municípios produtores de laranja no Estado de São Paulo e suas respectivas distribuições de variedades encontram-se na Tabela 6.

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Tabela 6. Distribuição das quatro principais variedades de laranja plantadas no Estado de São Paulo nos dez maiores municípios produtores do Cinturão Citrícola Paulista.

Municípios Variedades Talhões Nº de Plantas* % no Município

Hamlin 135 314.501 5,49

Natal 230 701.316 12,25

Pera 485 1.845.922 32,25 Casa Branca

Valência 629 1.697.433 29,65

Hamlin 877 1.267.929 21,36

Natal 235 380.783 6,42

Pera 550 899.678 15,16 Itápolis

Valência 1.755 2.548.729 42,94

Hamlin 77 274.723 10,38

Natal 204 799.763 30,22

Pera 244 815.552 30,81 Itapetininga

Valência 164 612.559 23,14

Hamlin 186 857.154 12,59

Natal 137 620.619 9,12

Pera 460 1.750.056 25,71 Mogi Guaçu

Valência 530 2.184.799 32,09

Hamlin 121 568.229 12,22

Natal 123 521.361 11,22

Pera 200 1.295.225 27,86 Boa Esperança do Sul

Valência 323 1.672.450 35,98

Hamlin 112 543.865 9,96

Natal 149 531.555 9,73

Pera 231 1.217.789 22,3 Brotas

Valência 453 2.364.385 43,29

Hamlin 317 669.698 18,16

Natal 220 482.694 13,09

Pera 469 1.127.221 30,56 Bebedouro

Valência 287 824.595 22,36

Hamlin 105 624.233 9,66

Natal 169 845.670 13,09

Pera 421 1.950.743 30,19 Botucatu

Valência 322 1.657.315 25,65

Hamlin 111 1.017.217 27,03

Natal 60 414.012 11

Pera 93 794.361 21,11 Colômbia

Valência 178 1.191.477 31,66

* Número de plantas de cada variedade (Hamlin, Natal, Pera e Valência) apontado em levantamento realizado pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo (CDA). Ano Base 2012.

Fonte: Extraído de Dados da Citricultura Paulista. (CDA). Ano Base 2012.

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d) Área plantada, volume de produção e produtividade

As informações acerca da área plantada, volume de produção e produtividade de laranja estão descritas na Tabela 7, estimadas sob a coordenação da CONAB/CATI/IEA para o Estado de São Paulo. Tabela 7. Estimativas da safra de laranja (safra 2011/2012 no Estado de São Paulo.

Novembro de 2011. Data da publicação: dezembro de 2011.

Intervalo de confiança Variável Unidade Estimativa

Inferior Superior

Coeficiente de variação

Safra 2011/2012 Área com laranja Pomares em formação Hectare 44.127 36.448 51.805 17,4 Pomares em produção Hectare 525.514 505.018 546.009 3,9 Número de plantas Pomares em formação Número 22.347.121 18.212.904 26.481.339 18,5 Pomares em produção Número 202.368.901 194.881.252 209.856.550 3,7 Produção esperada Safra 2011/2012 Produção comercial cx. 40,8kg 375.743.282 361.465.037 390.021.527 3,8 Produção esperada para indústria

cx. 40,8kg 334.411.521 316.353.299 352.469.743 5,4

Produção esperada para mesa

cx. 40,8kg 41.331.761 33.313.399 49.350.123 19,4

Produção não comercial e perdas1

cx. 40,8kg 9.126.626 7.611.606 10.641.646 16,6

Produtividade média cx.40,8kg/ha 715,0 687,0 743,0 3,9 *Inclui produção de pomares não expressivos economicamente e perdas relativas ao processo produtivo e à colheita.

Fonte: CONAB/CATI/IEA, 2011. e) Relação entre o tamanho da propriedade e a produtividade

A estratificação da produção de laranja em função de tamanho de propriedade e classe de produtividade constam, respectivamente, nas Tabelas 8 e 9. Observa-se, claramente, que quanto maior o tamanho da área plantada, maior é a produtividade.

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Tabela 8. Tamanho da propriedade de produtores de citros do Estado de São Paulo no ano de 2012.

Número de plantas

Quantidade de propriedades

Frequência relativa (%)

Quantidade de plantas

Frequência relativa (%)

Menor de 200 1.009 5,71 37.550 0,02

201 - 1.000 2.962 16,76 1.904.595 0,84

1.001 - 5.000 8.026 45,41 20.366.908 8,97

5.001 - 10.000 2.475 14,00 17.478.345 7,70

10.001 - 15.000 937 5,30 11.584.160 5,10

15.001 - 20.000 479 2,71 8.310.994 3,66

20.001 - 25.000 316 1,79 7.060.070 3,11

25.001 - 30.000 203 1,15 5.541.976 2,44

30.001 - 40.000 288 1,63 10.000.985 4,40

40.001 - 50.000 183 1,04 8.192.472 3,61

50.001 - 60.000 146 0,83 7.982.306 3,52

60.001 - 80.000 186 1,05 12.757.447 5,62

80.001 - 100.000 106 0,60 9.462.729 4,17

100.001 - 200.000 193 1,09 27.071.858 11,92

200.001 - 300.000 63 0,36 15.449.744 6,80

300.001 - 500.000 55 0,31 20.861.410 9,19

500.001 - 1.000.000 38 0,21 25.114.165 11,06

Acima de 1.000.000 10 0,06 17.906.084 7,89

Total 17.675 100,00 227.083.798 100,00

Fonte: Adaptado de Dados da Citricultura do Estado de São Paulo. Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo (CDA). Base: 1° Semestre de 2012.

Tabela 9. Estratificação da produção de laranja por faixa de produtividade na safra

2009/2010*.

Faixa de produtividade em caixas / ha

% dos Hectares

% das Caixas

Volume de caixas produzidas por faixa de produtividade

Produtividade (cx./ha)

Acima de 1.400 2% 5% 16 milhões 1.655

Entre 1.100 e 1.399 7% 13% 41 milhões 1.209

Entre 800 e 1.099 19% 29% 92 milhões 933

Entre 500 e 799 28% 30% 95 milhões 639

Entre 200 e 499 36% 21% 67 milhões 345

Abaixo de 200 8% 2% 6 milhões 138

Total 100% 100% 317,4 milhões 607

Total acima de 500 56% 77% 244,4 milhões 909

Total abaixo de 499 44% 23% 73 milhões 280

*Elaborado por Markestrat a partir de CitrusBR, considerando dados dos associados.

Fonte: Neves et al., 2010.

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f) Mudas e tecnologias utilizadas

A muda de citros é composta pela combinação de uma variedade porta-enxerto com uma variedade copa, sendo exigidos critérios específicos em relação à formação dos porta-enxertos e da muda propriamente dita. A legislação atual no Estado de São Paulo exige proteção do viveiro com tela antiafídicos para produção de porta-enxertos, mudas de citros e mudas certificadas. É exigido material vegetal (sementes e borbulhas) oriundo de plantas matrizes e borbulheiras registradas. As informações pertinentes à produção e comercialização de mudas cítricas no Estado de São Paulo estão detalhadamente dispostas nos instrumentos legais a seguir citados:

• Portaria CDA 5, de 03 de fevereiro de 2005.

• Instrução Normativa 10, de 18 de março de 2005.

• Resolução SAA 10, de 29 de março de 2006.

g) Técnicas de produção e aspectos relacionados ao clima, solo, irrigação, adubação,

manejo, entre outros

Altas produtividades e boa qualidade dos frutos de laranja dependem de práticas culturais, que devem ser realizadas periodicamente no pomar com a finalidade de mantê-lo em condições adequadas. Alguns aspectos referentes à cultura e às variedades devem ser considerados na tomada de decisão de quais práticas agrícolas devem ser realizadas. Para a escolha de tais práticas, deve-se ter como referência os resultados de trabalhos de pesquisa que comprovem sua eficiência. Algumas informações pertinentes à produção de laranja são apresentadas a seguir.

Clima e solo - De acordo com zoneamento climático para a cultura dos citros sob a coordenação do Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas do Estado de São Paulo (CIIAGRO), as faixas no mapa exposto na Figura 6, hachuradas nas cores verde (faixa que abrange a parte Centro-sul e Oeste do Planalto Paulista e o Vale do Paraíba) e amarelo (faixa que compreende praticamente toda a metade norte do Planalto Paulista), apresentam condições térmicas e hídricas satisfatórias para a citricultura em geral. Nas demais faixas, as restrições se agravam, pelo efeito de altas temperaturas, áreas montanhosas frias ou alta umidade relativa combinado com temperaturas altas, tornando-as marginais ou inaptas para a cultura do citros.

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Figura 6. Mapa de zoneamento da aptidão climática para a citricultura do Estado de São Paulo.

Fonte: CIIAGRO, 2013. Adubação - A adubação pode ser orgânica, mineral ou organo-mineral, aplicada com base nas análises de solo e na produtividade esperada, devendo ser parcelada de acordo as fases fenológicas da planta e idade do pomar. Normalmente, a adubação é dividida em adubação de plantio, de formação e de produção. Tratos culturais - Na condução do pomar, são realizadas podas escalonadas de três tipos: poda de formação, de limpeza e de rejuvenescimento. É importante observar que plantas cítricas bem conformadas e que se originaram a partir de mudas adequadamente produzidas, em geral dispensam as podas como prática de rotina. Para o manejo de plantas infestantes, pode ser utilizada uma cobertura vegetal no solo, que além de reduzir o uso de herbicidas, preserva as condições biológicas do solo, aumenta seu nível de umidade e controla a erosão. O recomendado é que o solo seja trabalhado o mínimo possível e que a presença das plantas infestantes no pomar seja tolerada até certo nível, a partir do qual é realizada uma limpeza de forma manual, mecânica ou química, nunca deixando o solo desprotegido. Controle de pragas e doenças - As principais doenças dos citros são o huanglongbing (HLB, ex-greening), clorose variegada dos citros (CVC), cancro cítrico e pinta preta. As demais pragas e doenças, como morte súbita do citros (MSC), leprose, podridão floral, declínio, gomose, ácaro da falsa ferrugem, larva minadora dos citros, bicho furão, verrugose,

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melanose, tristeza (CTV), entre outras, são relativamente bem controladas pelos citricultores. Colheita - Ao contrário dos frutos climatéricos, a laranja deve ser colhida quando estiver com a maturação fisiológica completamente desenvolvida. A maturação caracteriza-se pelo aumento gradual de suco, decréscimo no teor de acidez, aumento de sólidos solúveis e desenvolvimento da cor, aroma e sabor. Tanto os frutos para consumo in natura, quanto aqueles destinados à indústria de suco, devem ser colhidos com o máximo cuidado, pois frutos batidos podem sofrer transformações físico-químicas, que acarretam redução no período de armazenamento e na qualidade do suco. Na colheita, geralmente são usados ‘sacos de colheita’ apropriados, dos quais os frutos passam para as caixas que serão transportadas para o armazém de acondicionamento ou descarregados a granel. h) Estimativas de custos de produção

A Tabela 10 apresenta a estimativa oficial do custo de produção de laranja em Bebedouro-SP, realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para a safra de 2011. Observa-se que o custo total para se produzir uma caixa de laranja (cx 40,8 kg) foi estimado em R$ 13,90, o que corresponde a um custo total de R$ 9.964,60 por hectare, considerando um pomar com um estande de 400 pés/hectare e uma produtividade média de 1,79 caixas/planta. O custo variável foi estimado em R$ 9,41/caixa de frutos produzida, o que equivale R$ 6.740,84/hectare, representando uma participação de 67,5% no custo total de produção. A estimativa das despesas com custeio da lavoura compreende 77,8% do custo variável e 52,7% do custo total de produção. Os custos da pós-colheita, baseados praticamente no transporte das frutas até a indústria, foram estimados em R$ 1,18/caixa, os quais, somados aos custos da assistência técnica, chegam a um montante em torno de R$ 117,26/hectare, representando aproximadamente 10% do custo total de produção. O custo fixo, que inclui depreciações de benfeitorias, o pomar em si, máquinas e implementos, encargos trabalhistas e seguros, foi estimado em R$ 2,30/caixa, o que equivale a 16,5% do custo total de produção. O custo operacional foi estimado em R$ 8.388,16/hectare, correspondendo a um custo de R$ 11,71/caixa (cx 40,8 kg). O custo de oportunidade, ou seja, a remuneração esperada do capital fixo, incluindo o pomar e o valor da terra, foi estimado em R$ 2,19/caixa, ou R$ 1.576,00/hectare, correspondendo a 15,8% do custo total de produção.

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Tabela 10. Custo de produção estimado para um pomar de laranja em Bebedouro - SP. Safra 2011a.

Discriminação (R$/ha) P/Caixa Participação(%)

I - Despesas de custeio da lavoura 1 - Operação com avião 0,00 0,00 0,00 2 - Operação com máquinas 660,80 0,92 6,63 3 - Aluguel de máquinas 0,00 0,00 0,00 4 - Irrigação 22,80 0,03 0,23 4 - Mão de obra temporária 1.320,00 1,84 13,25 5 - Mão de obra fixa 543,20 0,76 5,45 6 - Mudas 35,00 0,05 0,35 7 - Fertilizantes 942,84 1,32 9,46 8 - Defensivos 1.166,08 1,63 11,70 9 - Outros (desp.adm./marcação de terraços e

ruas/impostos e taxas) 560,04 0,78 5,62

Total das Despesas de Custeio da Lavoura (A) 5.250,76 7,33 52,69

II - Despesas pós-colheita 1 - Transporte externo 846,00 1,18 8,49 2 - Recepção, limpeza, secagem e

armazenagem 30-d 0,00 0,00 0,00

3 - PROAGRO 0,00 0,00 0,00 4 - Assistência Técnica 117,26 0,16 1,18

Total das Despesas Pós-Colheita (B) 963,26 1,34 9,67

III - Despesas financeiras 1 - Juros 526,82 0,74 5,29

Total das Despesas Financeiras (C) 526,82 0,74 5,29

CUSTO VARIÁVEL (A+B+C = D) 6.740,84 9,41 67,65

IV - Depreciações 1 - Depreciação de benfeitorias/instalações 11,51 0,02 0,12 2 - Depreciação de implementos 23,63 0,03 0,24 3 - Depreciação de máquinas 35,58 0,05 0,36 4 - Depreciação do pomar 1.238,36 1,73 12,43

Total de Depreciações (E) 1.309,08 1,83 13,14

V - Outros custos fixos 1 - Manutenção periódica de máquinas 14,25 0,02 0,14 2 - Encargos Sociais 320,49 0,45 3,22 3 - Seguro do capital fixo 3,50 0,00 0,04

Total de Outros Custos Fixos (F) 338,24 0,47 3,39

Custo Fixo (E+F = G) 1.647,32 2,30 16,53

CUSTO OPERACIONAL (D+G = H) 8.388,16 11,71 84,18

VI - Renda de fatores 1 - Remuneração esperada sobre capital fixo 38,24 0,05 0,38 2 - Remuneração esperada sobre o pomar 38,20 0,05 0,38 3 - Terra 1.500,00 2,09 15,05

Total de Renda de Fatores (I) 1.576,44 2,19 15,82

CUSTO TOTAL (H+I = J) 9.964,60 13,90 100,00

Fonte: CONAB/DIGEM/SUINF/GECUP. Ano Safra 2011. aCusto estimado com os seguintes parâmetros: população de 400 plantas/hectare; fase produtiva relativa ao 5° ano de produção; produtividade média de 1,79 caixa/planta; preços tomados em fevereiro de 2011; Local: Bebedouro, SP. Fonte: CONAB/DIGEM/SUINF/GECUP. Ano Safra 2011.

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i) Fatores que influenciam a maior ou menor produção

São vários os fatores que podem influenciar a maior ou menor produção de laranja. Estes fatores podem ser divididos em fatores climáticos, fitossanitários, econômicos, tecnológicos e infraestrutura logística. As condições climáticas, como a ocorrência de precipitação bem distribuída nas fases de florescimento até a colheita, são fundamentais para a obtenção de uma boa safra de laranja. A temperatura é outro fator que condiciona o cultivo. A ausência de geadas ou temperaturas muito baixas (abaixo de 15°C) são condições determinantes para o cultivo de laranja. A incidência de pragas e doenças nos pomares é outro fator decisivo para a produção. A ocorrência de doenças devastadoras como o HLB, CVC, cancro cítrico, pinta preta, entre outras, pode inviabilizar a produção de laranja. A ausência de monitoramento e controle, a depender do nível de incidência e severidade (nível de dano), pode levar a perdas totais da produção. Fatores econômicos, como os custos de produção e a regulação dos preços pagos pela caixa de laranja, são determinantes na tomada de decisão do citricultor em investir na lavoura, a exemplo do aumento ou redução da área plantada, maior ou menor intensidade de controle fitossanitário dos pomares, grau de adoção de tecnologias, entre outros aspectos. O comportamento do mercado, seja relativo à indústria processadora, seja ao relacionado à fruta fresca, este último em menor intensidade, pode influenciar a cadeia produtiva e, consequentemente, concorrer para o aumento ou redução da produção. A infraestrutura que permita o escoamento e absorção da produção, como, por exemplo, as unidades processadoras que transformam a laranja em suco concentrado, produto largamente aceito pelo mercado externo, é outro fator que concorre para o aumento da produção. O grau tecnológico utilizado pelos citricultores, como a renovação de pomares, plantios adensados, manejo correto da adubação, monitoramento de doenças, utilização de irrigação, uso de combinações copa/porta-enxerto adequadas, entre outras práticas culturais, favorecem o aumento da produtividade e, consequentemente, o aumento da produção. j) Ocorrência de pragas e existências de cinturões sanitários

As pragas relacionadas no item g ocorrem no Estado de São Paulo afetando todas as variedades de laranja. Ainda nesse Estado, estabelece-se que:

1) Materiais de propagação provenientes de municípios onde ocorre a morte súbita dos citros (MSC) não podem ser enviados às demais regiões do Estado (Portaria CDA 9, de 26 de abril de 2002).

2) Legislação estadual determina a erradicação de plantas portadoras de cancro cítrico (Portaria CDA 16, de 02 de junho de 2001).

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3) Legislação federal determina a erradicação de plantas portadoras de huanglongbing (HLB) (Instrução Normativa MAPA - 53, de 16 de outubro de 2008).

Huanglongbing (HLB, ex-greening) De acordo com levantamento amostral realizado em 2012, sob a coordenação do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), que compreendeu 3.371 talhões, com a inspeção de 10% das árvores de cada talhão, constatou-se que 64,1% dos talhões tinham, ao menos, uma planta com HLB, o que significa uma expansão de 20% da doença nos pomares em relação ao ano de 2011. A Figura 7 resume a evolução percentual da incidência do HLB em talhões das regiões produtoras de citros do Estado de São Paulo.

Figura 7. Evolução da incidência de HLB (huanglongbing, ex-greening) em talhões de pomares de citros nas regiões citrícolas do Estado de São Paulo. Dados não disponíveis para as regiões paulistas no ano de 2012.

Fonte: Fundecitrus 2013. Analisando o levantamento com foco na incidência de árvores doentes, os dados do levantamento amostral realizado em 2012 apontam que o parque citrícola paulista apresenta 6,91% das árvores com HLB. O número representa um aumento de 82,8% em relação a 2011, quando 3,78% das plantas estavam com os sintomas da doença (Figura 8).

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Figura 8. Porcentagem de plantas contaminadas com HLB (huanglongbing, ex-greening) nas regiões produtoras de citros do Estado de São Paulo.

Fonte: Fundecitrus, 2013. Clorose variegada dos citros (CVC) Levantamento realizado pelo Fundecitrus em 2011 apontou que 40,3% das plantas amostradas estavam com sintomas da CVC. Em 2010, a incidência de CVC era de 35,5%. A região Norte continua sendo a mais afetada, com 59,7% de árvores doentes; seguida pelas regiões Noroeste (52,5%), Central (42,37%), Sul (30,49%) e Oeste (1,06%). O aumento da doença comprova que muitos citricultores deixaram de adotar medidas de prevenção, como o monitoramento e controle das cigarrinhas, inspeções dos pomares e podas de ramos sintomáticos ou eliminação de plantas doentes (Figura 9).

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Figura 9. Incidência de plantas com sintomas de clorose variegada dos citros (CVC) nas regiões citrícolas do Estado de São Paulo, apontada por levantamento amostral realizado pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).

Fonte: Fundecitrus, 2013. Cancro cítrico A incidência e distribuição do cancro cítrico no parque citrícola paulista são monitoradas pelo Fundecitrus desde o ano de 1999, através de levantamento amostral. Observa-se (Figura 10) que a região Noroeste é a que apresenta o maior índice de incidência da doença, seguida da região Oeste. Analisando a incidência consolidada no Estado de São Paulo, observa-se que a doença vem apresentando um aumento considerável no número de talhões contaminados. No ano de 2009, a incidência era de 0,14% dos talhões e, em 2012, este índice atingiu 1,39% dos talhões existentes, o que corresponde a uma variação de 40,4% em relação a 2011, que apontou uma incidência de aproximadamente 1,0% dos talhões contaminados com cancro cítrico (Figura 10).

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Figura 10. Incidência de talhões contaminados com cancro cítrico nas regiões citrícolas do Estado de São Paulo, apontada por levantamento amostral realizado pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).

Fonte: Fundecitrus, 2013. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALICEWEB - SISTEMA DE ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES DE COMÉRCIO EXTERIOR. Secretaria de Comércio Exterior. Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX). Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Aliceweb2: exportação 1997-2012. Disponível em: <http://aliceweb2.mdic.gov.br/index/home>. Acesso em: 24 jan. 2013. BRASIL. Instrução Normativa MAPA 53, de 16 de outubro de 2008. Aprova os critérios e procedimentos para a realização, por parte dos órgãos estaduais de defesa sanitária vegetal - OEDSVS das instâncias intermediárias integrantes do sistema unificado de atenção à sanidade agropecuária, dos levantamentos de ocorrência da praga denominada huanglongbing (HLB) - greening, que tem como agente etiológico a bactéria candidatus liberibacter sp., em plantas hospedeiras constantes da lista oficial de pragas quarentenárias presentes, visando à delimitação da extensão das áreas afetadas e à adoção de medidas de prevenção e erradicação. CDA – COORDENADORIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Dados da Citricultura do Estado de São Paulo Por variedade (Total por Escritório de Defesa Agropecuária - EDA e Município) Base: 1º Semestre 2012. 2012. Disponível em:

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