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Conselho Nacional de Secretários de Educação - CONSED Plano de Trabalho 2003-2004 Brasília – DF maio de 2003 1

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Conselho Nacional de Secretários de Educação -

CONSED

Plano de Trabalho 2003-2004

Brasília – DF

maio de 2003

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Presidência 2003-2004 Presidente Gabriel Chalita Secretário de Estado da Educação de São Paulo 1º Vice-Presidente Neroaldo Pontes de Azevedo Secretário de Estado da Educação da Paraíba 2º Vice-Presidente Eliana Maria França Carneiro Secretária de Estado da Educação de Goiás 3º Vice-Presidente Rosane Marques Crespo Costa Secretária de Estado da Educação do Amazonas 4º Vice-Presidente Jacob Anderle Secretário de Estado da Educação de Santa Catarina

Secretaria-Executiva SDS Edifício Boulevard Center Bloco A/J 5º Andar – Sala 501

CEP 70391-900 – Brasília – DF Fone: (061) 322-8759 Fax: (061) 321-3713

E-mail: [email protected] Home page: www.consed.org.br

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Fórum dos Secretários de Educação

ACRE PARANÁ Arnóbio Marques de Almeida

Junior Maurício Requião de Melo e Silva PARAÍBA ALAGOAS Neroaldo Pontes de Azevedo Rosineide Lima Lins Costa PERNAMBUCO AMAZONAS Mozart Neves Ramos Rosane Marques Crespo Costa PIAUÍ AMAPÁ Antônio José Castelo Branco Medeiros

Maria Vitória da Costa Chagas

BAHIA RIO GRANDE DO NORTE Anaci Bispo Paim Maria do Rosário Carvalho CEARÁ RIO GRANDE DO SUL Sofia Lerche Vieira José Alberto Fortunati DISTRITO FEDERAL RIO DE JANEIRO Maristela de Melo Neves Darcília Aparecida da Silva Leite ESPÍRITO SANTO RONDÔNIA JOSÉ EUGÊNIO VIEIRA César Licório GOIÁS RORAIMA Eliana Maria França Carneiro Ana Maria Lima de Freitas MARANHÃO SANTA CATARINA Luiz Fernando Moura e Silva Jacó Anderle MATO GROSSO SÃO PAULO Gabriel Novis Neves Gabriel Chalita MATO GROSSO DO SUL SERGIPE Hélio de Lima Marcos Aurélio Prado Dias MINAS GERAIS TOCANTINS Vanessa Guimarães Pinto Maria Auxiliadora Seabra Resende

PARÁ Rosa Maria Chaves da Cunha

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Secretaria-Executiva

Secretária Executiva

Marília Miranda Lindinger

Consultores Heloísa Lück, Maria Aglaê de Medeiros Machado, Vital Dinonet

Assessoria Técnica-Administrativa

Dária Prugner, Hidelcy Veludo

Assessoria de Comunicação Janara Sousa

Assistentes Administrativos

Polliane Oliveira e Walter Barboza

Estagiários Melissa Medeiros Fabiano Lucena Luanna Braga

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Sumário Apresentação I – Introdução Breve panorama da política educacional Atuação do CONSED Perfil da Educação Básica: alguns indicadores Desafios que permanecem II – Objetivos do Plano de Trabalho Objetivo Geral Objetivos Específicos III – Prioridades a) Melhoria do Processo Pedagógico Valorização do Magistério Aperfeiçoamento da Gestão Escolar Melhoria do Desempenho dos Alunos b) Articulação e Suporte Institucional Implementação do PNE Fortalecimento do Regime de Colaboração Financiamento da Educação Fortalecimento Institucional do CONSED IV – Estratégias e mecanismos de implementação

1. Reuniões do Fórum de Secretários de Educação 2. Organização das Comissões Especiais 3. Desenvolvimento de Parcerias 4. Reuniões Temáticas 5. Atividades de Representação Institucional 6. Estudos, Pesquisas e Consultorias 7. Comunicação e Linha Editorial 8. Desenvolvimento de Projetos Especiais

VI – Fontes de financiamento

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Apresentação O presente documento constitui o Plano de Trabalho do Conselho

Nacional de Secretários de Educação – CONSED, correspondente ao período 2003/2004. Elaborado em conformidade com as normas estatutárias da entidade, o Plano representa o instrumento primordial de que dispõe este Conselho para pautar sua agenda bienal, traduzida nos compromissos expressos pelos objetivos, prioridades e estratégias constantes no referido Plano.

A agenda para o próximo biênio procura refletir, de um lado, as

demandas que foram estabelecidas pelo Fórum dos Secretários de Educação, na I Reunião Ordinária/2003, bem como a continuidade da ação político-institucional do CONSED. Contempla, de outra parte, as expectativas relacionadas ao desempenho de um papel cada vez mais ativo deste Conselho, no processo de formulação das políticas de desenvolvimento e melhoria da educação básica do país, tendo por referência o atual cenário educacional.

Na sua primeira parte, o documento oferece um balanço sucinto

das políticas educacionais, apontando avanços obtidos e desafios a serem ultrapassados, tendo em vista balizar a ação do CONSED, a partir de uma visão comum do contexto sobre o qual deverá atuar, em conformidade com sua natureza e missão.

Como organismo representativo dos interesses dos Secretários de

Educação dos Estados e do Distrito Federal, o CONSED, ao longo de sua história, tem exercido papel estratégico na obtenção das conquistas educacionais para a sociedade brasileira, destacando-se como ator político relevante nesse processo. O reconhecimento de sua presença e participação na arena das políticas educacionais tem crescido e se ampliado, gerando novas demandas e parcerias com organismos governamentais e da sociedade civil.

Do mesmo modo, tem crescido significativamente seu papel de

estimulador de mudanças e de apoio junto aos sistemas de ensino, com vistas ao desenvolvimento e implementação de políticas de melhoria da

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educação básica. Neste sentido, vêm sendo utilizados vários mecanismos, estratégias e parcerias para atender a demandas do Fórum dos Secretários os quais têm propiciado ganhos compartilhados entre Secretarias de Educação, destacando-se: o intercâmbio, a troca de experiências, a realização de estudos, eventos, bem como o desenvolvimento de ações e projetos especiais conjuntos.

É, portanto, com essas duas vertentes de atuação – participar da

formulação das políticas nacionais e estimular e apoiar o desenvolvimento e implementação de políticas junto aos sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal – que foi elaborado o Plano de Trabalho 2003/2004. Seu ponto de partida e de chegada tem por base o cenário das políticas educacionais, como referência comum tanto para a ação do CONSED, quanto das Secretarias de Educação, muito embora a atuação de ambos deva se dar em perspectivas e papéis bastante diferenciados.

A segunda e terceira parte do documento trata dos objetivos e

prioridades do Plano, estabelecendo claro direcionamento para uma atuação sobre políticas vinculadas à melhoria da qualidade da educação básica. Sobre o tripé aluno, professor e escola sobressaem, respectivamente, as prioridades voltadas para: o acompanhamento dos resultados de aprendizagem dos alunos, com vistas a subsidiar projetos de melhoria pedagógica, aliado às políticas de inclusão social; a valorização do magistério, abrangendo necessidades de implementar mudanças nos processos de formação inicial e continuada, nos planos de carreira, na introdução da certificação, na avaliação de desempenho docente, associadas a um movimento de elevação da auto-estima dos professores; a melhoria da gestão da escola, com vistas ao aperfeiçoamento da gestão democrática, com foco no sucesso da aprendizagem dos alunos.

Outro grupo de prioridades abrange um conjunto de ações de

natureza institucional e de suporte ao desenvolvimento das políticas, representado por compromissos vinculados ao: apoio à implementação e acompanhamento do Plano Nacional de Educação, com os respectivos Planos Estaduais e Municipais; fortalecimento do regime de colaboração, pela ampliação dos vínculos com o MEC e UNDIME que

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permita a conquista da harmonia e superação de desigualdades no desenvolvimento dos sistemas de ensino; enfrentamento do desafio do financiamento da educação básica, envolvendo ações decisivas de aperfeiçoamento e revisão do atual modelo de financiamento, inclusive, com o acompanhamento e estudo dos impactos das Reforma Tributária e Previdenciária sobre a educação básica. Por último, destaca-se o fortalecimento institucional do CONSED, com o objetivo não só de capacitá-lo cada vez mais para atender às crescentes demandas técnicas de estudos, análises, assessoramento, disseminação de informações, mas também às demandas políticas, conferindo-lhe maior visibilidade junto à mídia e aos diversos interlocutores.

A quarta parte do documento trata dos mecanismos e estratégias

que serão utilizados na execução do Plano de Trabalho, evidenciando sua natureza, qual seja: estudos, seminários, comissões especiais, parcerias, visitas nacionais e internacionais, além de ações específicas de fortalecimento da Secretaria Executiva. Finalmente, a quinta parte do documento trata dos recursos que financiarão as ações propostas.

O Plano, de caráter indicativo, foi aprovado por ocasião da II

Reunião Ordinária de 2003, realizada em Natal-RN, nos dias 24 e 25 de abril do ano em curso, com recomendação do estabelecimento imediato de uma agenda operacional, com prazos e responsabilidades definidos. Como focos iniciais deste trabalho, foram destacadas três das prioridades definidas, quais sejam: Valorização do Magistério, Financiamento da Educação e Regime de Colaboração. Além destes focos, devem ser gerados outros detalhamentos específicos, a cargo das comissões que vierem a ser constituídos e dos consultores responsáveis, respectivamente, por outras prioridades ou projetos específicos.

Entretanto, o êxito do Plano dependerá, sobretudo, do espírito de

colaboração, solidariedade e de respeito aos compromissos coletivos que foram estabelecidos os quais constituem ingredientes fundamentais para a superação de obstáculos e para o aperfeiçoamento da prática colegiada desta histórica organização cuja missão primordial é contribuir para a construção de uma escola pública de qualidade para todos, ou seja, de uma escola capaz de promover a formação integral

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dos seus alunos, assegurando-lhes o direito de cidadania e de promoção social.

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I - Introdução Breve Panorama da Política Educacional A década de 90 foi marcada por grandes mudanças no cenário da política educacional, com importantes conseqüências no campo da educação básica. A Conferência Mundial de Educação para Todos, realizada em 1990, em Jomtien, Tailândia e o Fórum de Dacar, Senegal, realizado dez anos depois, demarcaram compromissos dos vários países, no sentido da universalização, qualidade e eqüidade dos sistemas de ensino. Tais compromissos, conforme recomendação dessas Conferências, deveriam ser explicitados nos respectivos Planos de Educação, a serem elaborados com ampla participação dos governos e da sociedade civil. As orientações surgidas desses eventos propiciaram significativa inflexão na forma e conteúdo das políticas educacionais, representadas principalmente:

• pela focalização da educação como direito de cidadania, dever do Estado e como elemento de promoção da eqüidade entre os sistemas educacionais;

• pela focalização da política educacional na qualidade do processo educativo, traduzida na atenção central ao aluno e às suas necessidades básicas de aprendizagem e, por decorrência, à escola e ao professor;

• pela ampliação do papel da educação na formação integral do educando, de modo a permitir-lhe conviver em uma sociedade global, tecnológica e em permanente mudança, privilegiando, para tanto, o desenvolvimento de competências e a abordagem de valores de solidariedade e tolerância.

Como vários outros países, o Brasil também caminhou nessa direção. Junto com seu processo de democratização e com os movimentos sociais da década de 80, registrou inúmeras conquistas no campo educacional, tanto no âmbito da legislação, quanto no planejamento da educação e ainda nas iniciativas e experiências levadas a cabo pelos sistemas estaduais e municipais de ensino. A promulgação da Constituição Federal, em 1988, deu início a mudanças legislativas e, na segunda metade da década de 90, a Emenda Constitucional n. 14, a Lei nº 9.424/96, que criou o FUNDEF, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional enfeixaram o conjunto básico das

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reformas institucionais. Outros atos, como as diretrizes e resoluções do Conselho Nacional de Educação, deram seqüência a essas mudanças. Relativamente ao planejamento da educação, foram construídos, no período, dois marcos importantes, ambos desenvolvidos em processos diferentes de ampla participação social: o Plano Decenal de Educação para Todos, para o período 1993-2003 e o Plano Nacional de Educação (PNE), para o período 2001-2011, este último aprovado pelo Poder Legislativo (Lei nº 10.172/2001). O PNE, incorporou e ampliou os compromissos do Plano Decenal, abrangendo todos os graus e modalidades de educação, desde a educação infantil à educação superior. No âmbito dos sistemas de ensino, registraram-se avanços e esforços em várias direções, seja no sentido da universalização do ensino fundamental, seja no desenvolvimento de reformas institucionais, ou na implementação de experiências de descentralização e de autonomia das escolas. Mais recentemente, o atendimento à explosão do ensino médio, sem comprometimento de sua qualidade, vem representando grande desafio e exigindo esforço gigantesco dos sistemas estaduais. Atuação do CONSED No contexto dessas mudanças e reformas, o CONSED, desde a década de 80, tem se firmado com destaque no cenário educacional brasileiro, especialmente na luta pela escola pública de qualidade para todos. O reconhecimento de sua atuação deriva não só da força política que tem exercido no conjunto das mudanças, mas também do valor e peso de representatividade da ação dos sistemas estaduais e municipais de ensino. Com efeito, são os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, que detém a fatia maior da ação governamental nesse setor, cabendo também aos primeiros, por intermédio de suas Secretarias de Educação, o exercício da liderança, nos seus respectivos territórios, relativamente à implementação das políticas, em compatibilidade com suas diversidades e necessidades. Com o papel de representar os interesses das Secretarias de Educação dos Estados e do Distrito Federal, na qualidade de ator fundamental no processo de definição e implementação das políticas educacionais, o CONSED funciona ainda como espaço de debate e de trocas não só para formação de consensos, mas também para fomentar a formação de um entendimento comum sobre os problemas e necessidades educacionais. O

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exercício dessas competências vem fortalecendo interna e externamente este Fórum.

Assim, antes de fixar os compromissos no seu Plano de Trabalho para o próximo biênio, o CONSED, como em ocasiões passadas, parte dos subsídios resultantes do debate entre os Secretários, de análises e interpretações do panorama educacional, a fim de identificar os desafios a serem ultrapassados, os avanços e inovações que devem ser introduzidos na sua atuação, com o objetivo de dar continuidade ao exercício de sua missão político-institucional.

Nesse sentido, cabe levantar algumas questões orientadoras das

decisões e compromissos a serem firmados no Plano de Trabalho para o biênio 2003/2004, entre as quais se propõem as seguintes: Como está a educação básica com as reformas e políticas implementadas na última década? Quais os desafios que precisam ser enfrentados? Que rumo deve ser dado à atuação do CONSED no próximo biênio? Que prioridades devem ser estabelecidas? Quais as principais estratégias de atuação? Com que recursos as ações serão implementadas?

Perfil da Educação Básica: alguns indicadores1 Os balanços feitos por várias instituições e especialistas revelam um

saldo positivo no quadro da educação brasileira, nos últimos quinze anos, com expressiva expansão das matrículas na última década. Com efeito, neste período, a ampliação da cobertura foi observada em todos os graus e modalidades de ensino, principalmente na faixa etária de 5 a 24 anos.

Ainda que modesta, os indicadores revelam redução da taxa de analfabetismo, de 25,4% para 13,6%, entre 1980 e 2000, bem como a redução das desigualdades regionais e de gênero, raça e renda.

Mais significativo foi o crescimento das taxas de escolarização, conforme dados do IBGE. Entre 1992 e 1999, essas taxas se elevaram nos seguintes termos: de 53,9% para 70,9%, relativa à população de 5 e 6 anos; de 86,6% para 95,7%, na população de 7 a 14 anos; de 59,7% para 78,5%, na de 15 a 17 anos; de 36,5% para 51,9%, na população de 18 a 19 anos.

1 Fontes utilizadas: Síntese de Indicadores Sociais – 2000 do IBGE; Situação da Educação Básica no Brasil, MEC/INEP, 1999; Geografia da Educação Brasileira, MEC/INEP,2002.

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Além da quase universalização do Ensino Fundamental (96,4% em 2000), o crescimento mais significativo se deu na faixa etária de 15 a 17 anos, determinado principalmente pela explosão do Ensino Médio, iniciada na segunda metade dos anos 90. Conforme dados do MEC/INEP, em 2000, a taxa de atendimento a essa faixa etária, já havia se elevado para 83%. Este incremento deve ser creditado ao setor público, haja vista que 91% das matrículas do Ensino Fundamental e 86 % do Ensino Médio, estão localizadas em escolas públicas.

Entretanto, malgrado o avanço na cobertura, o ensino permanece longe

de atingir os níveis de eficiência e qualidade apregoados nas políticas da década. Tanto os resultados de rendimento escolar quanto os indicadores de repetência e evasão evidenciam tais deficiências.

Outros elementos atestam a ineficiência do sistema educacional

brasileiro e a sua tendência persistente de exclusão social, destacando-se em particular: a média de 6 anos de estudos da população de 25 anos ou mais, inferior a muitos países, inclusive da América Latina e a alta taxa de analfabetismo, representada por 13,6% da população de 15 anos e mais.

É importante salientar que, em qualquer dimensão, quantitativa ou

qualitativa, os estudos revelam inferioridade das regiões Norte e Nordeste nos níveis de escolarização, na eficiência e produtividade do sistema e também no rendimento escolar, particularmente no Ensino Fundamental. Há evidências que esses indicadores são influenciados negativamente pelo desempenho das áreas rurais, populações de periferias e de outras áreas onde se concentram os maiores níveis de pobreza da população.

Desafios que permanecem

Esse breve perfil da educação básica permite concluir que, não obstante os avanços do período, o país ainda carece de cuidados específicos em aspectos da universalização e lograr mudanças significativas nas dimensões da qualidade e da eqüidade. Na linha da universalização, chamam a atenção os seguintes desafios: a erradicação do analfabetismo, como condição de atender ao direito de cidadania do povo brasileiro; a inclusão no ensino fundamental dos segmentos tradicionalmente excluídos, pertencentes às populações rurais, de periferias, indígenas e outros grupos localizados em áreas de pobreza. Como extensão da

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escolaridade obrigatória, há que se enfrentar os desafios de atendimento às metas do PNE, referente à Educação Infantil e ao Ensino Médio, tendo em vista sua gradativa universalização. Na perspectiva da eqüidade, há muito a ser feito para ultrapassar as desigualdades educacionais entre regiões, classe social, gênero, raça e nível de renda. O FUNDEF, como um dos principais instrumentos instituído para reduzir as desigualdades entre os sistemas de ensino, teve suas expectativas parcialmente frustradas, em função do reduzido efeito que surtiu nessa direção. Tal fato tem sido explicado, principalmente, pela desobediência da União ao preceito legal que estabelece os critérios para fixação do valor mínimo nacional por aluno/ano, gerando conseqüências indesejáveis sobre os Estados mais pobres do país.

Também programas de renda mínima, associados a ações sócio-educativas como o bolsa-escola, que foram implementados a partir de 1996 carecem de avaliação para identificar sua efetiva contribuição na melhoria do rendimento e da freqüência dos alunos, minimizando os efeitos das desigualdades. As políticas de inclusão têm de levar em conta as necessidades das crianças e suas famílias, envolvendo programas e ações dirigidas aos pais. Há também que se rever a política de financiamento de programas universais, adotados pela União, a fim de que sejam consideradas as necessidades de programas focalizados nas áreas mais pobres. No que tange à qualidade, é necessário amplo esforço. Muito foi realizado para instituir uma política de qualidade, como: as reformas institucionais, as políticas voltadas para a melhoria curricular, com as diretrizes e parâmetros curriculares nacionais, o sistema de avaliação, a atenção dada aos insumos educacionais, como o livro didático, melhoria de equipamentos escolares e ainda as experimentações de ciclos escolares, extensão de jornada e uma variedade de outros programas de melhoria da gestão escolar. Todavia, essas políticas e programas não causaram impactos significativos na aprendizagem dos alunos, segundo revelam estudos e dados de avaliação do SAEB e do ENEM. Em algumas áreas houve até queda de qualidade. Ao que parece, a grande omissão da política de qualidade residiu na ausência de atenção ao professor. Embora não faltem diretrizes constitucionais, legais (a LDB), normativas (do CNE), e até operacionais (caso do FUNDEF), não houve um comprometimento nacional com uma

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política de valorização do magistério. Este tópico constitui ponto crucial para a construção da qualidade educacional e será um dos fulcros da atenção do CONSED no biênio. As medidas que visam a qualidade, mesmo que aperfeiçoadas, só alcançarão seu objetivo se, ao mesmo tempo for posta em prática uma política arrojada de valorização do magistério. Em resumo, pode-se afirmar que o desafio do sistema educacional continua sendo a oferta de um padrão de qualidade universal para a escola pública, sem discriminação de gênero, raça, renda e região, vale dizer, o de transformar a educação efetivamente em instrumento de formação de cidadania e de inclusão social. Nesse sentido, as políticas devem contemplar, em primeiro lugar, o tripé aluno, professor e escola - de modo a influir decisivamente sobre a melhoria do processo pedagógico. Em segundo lugar, devem ser levados em conta os instrumentos institucionais e de suporte necessários ao alcance desse objetivo fim, entre os quais a implementação do PNE, o fortalecimento do regime de colaboração e o aporte de recursos indispensáveis ao financiamento da educação. II – Objetivos Geral

• Contribuir para a construção de uma escola pública de qualidade para todos os brasileiros.

Específicos

• Apoiar o desenvolvimento de políticas e estratégias que tenham como

referência o aluno, o professor e a escola, como focos centrais da elevação da qualidade.

• Subsidiar a formulação de políticas voltadas para a correção das desigualdades entre os sistemas de ensino, bem como para alternativas de inclusão social das crianças, jovens e adultos.

• Adotar a valorização do magistério como política principal da agenda temática do biênio.

• Fortalecer o papel político-institucional do CONSED, assegurando sua efetiva participação na formulação das políticas nacionais, no exercício do regime de colaboração e na consolidação de sua prática colegiada.

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III – Prioridades As prioridades estão distribuídas em dois níveis:

a) Melhoria do processo pedagógico, na qual situam-se as políticas, estratégias e ações que objetivam influir sobre mudanças no processo pedagógico da escola, tendo em vista elevar os resultados de aprendizagem dos alunos e o processo da sua formação integral. Ou seja, que objetivam influir mais diretamente sobre a elevação da qualidade da educação, tendo por referência o tripé: aluno, professor e escola. Nesse nível destacam-se as seguintes prioridades:

• Valorização do Magistério • Aperfeiçoamento da Gestão Escolar • Melhoria do Desempenho dos Alunos

b) Articulação e suporte institucional, que contempla as políticas, estratégias e ações que visam a mudanças institucionais, articulações, meios e recursos necessários para dar sustentação aos objetivos vinculados à eqüidade e qualidade. Neste caso, o CONSED contemplará as seguintes prioridades:

• Implementação do PNE • Fortalecimento do Regime de Colaboração • Financiamento da Educação • Fortalecimento Institucional do CONSED

Valorização do Magistério

Como já indicado, a questão do magistério constitui ponto crucial para o alcance da qualidade da educação, envolvendo desde a formação, carreira, salário, certificação até à motivação e mobilização dos professores. A formação está na raiz das mudanças que precisam ser realizadas, pois, embora as estatísticas venham revelando uma tendência crescente de melhoria da titulação dos docentes da educação básica, não têm sido observadas melhorias significativas no seu desempenho em sala de aula. Este fato evidencia o distanciamento entre o processo de formação acadêmica dos professores e sua prática cotidiana, apontando para a imperativa necessidade de reversão deste quadro, por intermédio de uma política nacional de

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formação inicial e continuada do magistério no Brasil que restabeleça esta relação. Tal política deve incluir ainda o desenvolvimento de processos de certificação, como elemento para assegurar a qualidade da formação e a permanente atualização dos professores. Associada à formação, há que se tratar da carreira do professor, propiciando-lhe um horizonte de crescimento profissional. Esta questão envolve decisões políticas difíceis, porém importantes para instituir a perspectiva de valorização social do trabalho do professor, a qual deve ser complementada com estratégias vinculadas ao desenvolvimento de sua motivação e auto-estima. Tendo em vista que a educação básica está sob a responsabilidade majoritária dos Estados e Municípios, cabe ao CONSED, juntamente com a UNDIME, grande envolvimento nesta política, participando dos processos de formulação das propostas de nível nacional e induzindo os sistemas de ensino a adotarem as iniciativas que estejam no âmbito de suas competências. Assim, podem ser adotadas as seguintes orientações para o trabalho do CONSED no biênio:

participar ativamente do processo de formulação da política nacional de valorização do magistério, assegurando sua interlocução permanente junto ao MEC, CNE, Congresso Nacional e demais instituições envolvidas com a questão;

apoiar ou promover estudos, seminários ou reuniões para subsidiar a implementação de políticas vinculadas à carreira e certificação do magistério; desenvolver intercâmbio e troca de experiências nacionais e internacionais, sobre as várias dimensões envolvidas nessa política; analisar alternativas e propor ações conjuntas entre os Estados e Distrito Federal, com vistas à formação continuada dos professores; intensificar e apoiar formas de articulação com as Universidades e Instituições de formação para ampliar o debate, formar redes e criar mecanismos ou parcerias que contribuam para a adequação dos processos de formação dos professores às necessidades dos sistemas de ensino; apoiar e fomentar, nos Estados e Distrito Federal, o desenvolvimento de uma política de valorização do professor, envolvendo, principalmente as dimensões de carreira, mobilização e motivação;

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desenvolver estudos, debates ou ações conjuntos entre Secretarias, visando instituir alternativas para a avaliação de desempenho dos professores;

articular alternativas e propostas que propiciem o acesso às tecnologias educacionais e inclusão digital dos professores da educação básica.

Aperfeiçoamento da Gestão Escolar Esta prioridade propõe-se não só a atender o que reza a Constituição brasileira, em termos do desenvolvimento de uma gestão democrática na escola pública, mas também a desenvolver uma gestão focalizada na melhoria das condições de aprendizagem dos alunos, permitindo a indispensável convergência entre as intervenções que exercem influência sobre o processo pedagógico.

Como é sabido, resultados de pesquisas nacionais e internacionais têm demonstrado a relação entre resultados de rendimento dos alunos e a gestão e o estilo de liderança desenvolvidos na escola. Portanto, há que se empreender um esforço para induzir os sistemas no desenvolvimento sistemático de políticas de gestão, que envolvam a Secretaria de Educação e as escolas, para gerar mudanças de cultura e criar as condições indispensáveis à construção de um projeto de educação para a cidadania. Nos últimos anos, o CONSED tem investido muito nas ações vinculadas a esta prioridade. Por iniciativa dos Secretários de Educação, nasceram e se desenvolveram alguns Projetos Especiais que devem seguir seu curso e serem aperfeiçoados, a partir de contínuas avaliações. Neste caso, cita-se a RENAGESTE, o Prêmio Nacional de Referência em Gestão Escolar, a Revista Gestão em Rede e o Programa de Capacitação a Distância para Gestores Escolares, cujos resumos encontram-se na parte IV deste Plano de Trabalho. Como referências de trabalho para o biênio, serão adotadas as seguintes orientações:

incentivar o desenvolvimento da gestão como estratégia para elevar os índices de promoção, permanência e sucesso na aprendizagem dos alunos, assegurando padrões de qualidade na escola pública;

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promover o desenvolvimento de estratégias para reconhecimento de experiências escolares bem sucedidas, estimulando, paralelamente, o desenvolvimento de processos de auto-avaliação e de melhoria das escolas;

estimular as iniciativas adotadas pelos sistemas de ensino, com vistas ao aprimoramento dos processos de autonomia pedagógica, administrativa e financeira das escolas, bem como dos processos de escolha e seleção de dirigentes escolares; promover a qualificação dos gestores escolares, por meio de programas de formação continuada e capacitação em serviço; incentivar formas de participação que estimulem maior comprometimento da comunidade e dos pais com a escola pública; estimular a criação e o desenvolvimento de redes de intercâmbio de experiências e informações em gestão escolar;

Melhoria do Desempenho dos Alunos

Mais do que uma prioridade, esta questão constitui o centro e a razão de qualquer esforço que deva ser empreendido pelos sistemas de ensino e pelo CONSED, no sentido de possibilitar o cumprimento da função social das escolas e o compromisso do Poder Público com o objetivo de formação para a cidadania.

Muitos são os elementos a serem trabalhados pelos dirigentes dos

sistemas educacionais. É preciso assegurar às escolas os insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo pedagógico. É necessário ter clareza sobre os objetivos e competências, áreas de domínio, questões transversais e outros tópicos, ou seja, ter nitidez quanto aos padrões de qualidade que se deseja para os vários graus e modalidades de educação.

Urge, também, que as Secretarias de Educação sinalizem para as escolas

o espaço que têm para construção do seu Projeto Pedagógico e para o desenvolvimento de inovações e experiências de melhoria pedagógica. Na prática, corresponde à delegação de poder indispensável ao exercício da autonomia pedagógica da escola, a qual deve dispor de competências em gestão e liderança para envolver professores, pais e comunidade, na sua tarefa educacional.

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Cabe ainda ao nível central dos sistemas de ensino oferecer o suporte indispensável a esse trabalho e desenvolver programas de avaliação e monitoramento dos resultados, a fim de subsidiar as escolas e os vários níveis do sistema, nas decisões de revisão, ajustes e planejamento das propostas de melhoria e reforço da aprendizagem dos alunos.

Outra dimensão envolvida nesta prioridade diz respeito ao como

minimizar os efeitos das diferenças de renda, gênero, raça e outras relacionadas com o objetivo de eqüidade as quais devem ser também acompanhadas de estratégias específicas junto aos alunos e suas famílias.

Em função da complexidade envolvida nessa prioridade e dos limites da

ação do CONSED, duas dimensões fundamentais estão selecionadas como referências para as ações, no biênio, quais sejam:

1) incentivo às Secretarias de Educação para o desenvolvimento de projetos de melhoria pedagógica, a partir do monitoramento dos resultados de aprendizagem dos alunos;

2) apoio ao desenvolvimento de programas dirigidos aos grupos menos favorecidos, que necessitam de atenção especial, visando à redução dos efeitos das desigualdades sociais e econômicas sobre o seu desempenho escolar.

Na primeira dimensão, podem ser tomadas as seguintes orientações para o trabalho do CONSED no biênio:

• fomentar a implementação de projetos de melhoria educativa que

favoreçam mudanças nas práticas pedagógicas das escolas, com vistas ao sucesso na aprendizagem dos alunos;

• incentivar a criação ou aperfeiçoamento dos sistemas de avaliação no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, de modo a permitir o monitoramento dos resultados do rendimento dos alunos, subsidiando as escolas e professores no desenvolvimento de projetos de melhoria educacional, bem como na formação continuada dos docentes;

• estimular o desenvolvimento de uma cultura focalizada na melhoria dos resultados educacionais, tendo como centro a criança, o jovem ou o adulto integrante dos respectivos graus e modalidades de educação;

• articular meios e recursos juntos aos órgãos competentes para assegurar a utilização de tecnologias educacionais e a inclusão digital dos alunos da educação básica.

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Na segunda dimensão, podem ser tomadas como referência: • promover o debate e o encaminhamento de alternativas para o

atendimento aos grupos socialmente desfavorecidos, com vistas ao desenvolvimento de políticas de equalização de oportunidades educacionais;

• promover o debate sobre o desenvolvimento de programas de renda mínima em articulação com as ações de melhoria pedagógica, tendo em vista elevar a permanência do aluno na escola;

• apoiar e integrar-se ao esforço de erradicação do analfabetismo no país, articulando, entre outros, o desenvolvimento de programas para pais ou responsáveis, paralelamente ao atendimento regular das crianças e adolescentes;

• participar da formulação das políticas nacionais de desenvolvimento da educação no campo e da educação escolar indígena;

• participar do debate e formulação de programas para atendimento aos alunos com necessidades especiais;

• articular alternativas para o desenvolvimento de políticas vinculadas ao transporte escolar que auxiliem no acesso dos alunos à escola;

• propiciar o intercâmbio nacional e internacional, vinculados às experiências de melhoria educacional e aos programas de inclusão social.

Em complementaridade às dimensões antes referidas, devem ser

incentivados programas e parcerias que objetivem desenvolver o protagonismo juvenil, programas de apoio e prevenção, bem como atividades extracurriculares que contribuam para a retenção do aluno na escola e para o desenvolvimento de habilidades, valores e competências indispensáveis à sua formação integral.

Implementação do Plano Nacional de Educação PNE

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Como instrumento norteador das políticas educacionais e dos necessários avanços educacionais a serem alcançados no período 2001-2011, o PNE incorpora não só as demandas da sociedade brasileira, mas também a agenda nacional e o compromisso de Educação para Todos, lançado pelas conferências de Jomtien (1990) e Dacar (2000), especialmente quanto à universalização da educação básica de qualidade e à erradicação do analfabetismo. É, portanto, a principal e a mais completa fonte de referência para as ações dos sistemas de ensino, com vistas ao enfrentamento dos atuais desafios educacionais desta primeira década do século XXI: colocar o Brasil no patamar educacional condizente com o direito à educação de seus cidadãos e com as exigências da sociedade global.

Por esta razão, o CONSED imprime urgência nas ações que visam

recuperar o atraso que já ocorre na sua implementação. No biênio passado realizou grande trabalho de articulação técnica e política com o Congresso Nacional, MEC, UNDIME, ABONG, CNE, UNESCO e outros segmentos, dando maior visibilidade aos compromissos ali firmados e à necessidade de elaboração pelos Estados e Municípios dos seus respectivos planos de educação.

Tal ação de natureza político-institucional deve ser continuada, de modo

a permitir que o processo de elaboração dos Planos dos Estados e Municípios possa ser finalizado. Paralelamente, o CONSED se integrará ao processo de acompanhamento e avaliação previsto no PNE, em articulação com os organismos envolvidos nesta tarefa.

Para o período 2003/2004, o CONSED pautará sua atuação, com base nas seguintes orientações:

• apoiar e estimular as Secretarias de Educação dos Estados e do Distrito Federal para liderarem a elaboração dos seus respectivos planos de educação em articulação com os planos municipais, em processos de ampla mobilização social;

• fomentar a articulação das Secretarias de Educação com as Comissões de Educação das Assembléias Legislativas, de modo a suscitar o debate público pela aprovação dos Planos de Educação e reafirmar os compromissos sociais ali registrados;

• articular com o MEC, UNDIME, CNE, Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação, Comissões de Educação da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e segmentos representativos da área educacional, a definição e implantação de

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estratégias conjuntas de monitoramento e avaliação da implementação do PNE;

• realizar eventos para a troca de experiências entre os Estados, seja em relação à elaboração dos planos, seja na questão do monitoramento e avaliação.

Fortalecimento do regime de colaboração Os desafios educacionais a serem ultrapassados pelo país passam pela

sua contextualização no desenho federativo brasileiro, no qual as três instâncias de governo convivem com responsabilidades compartilhadas, no sentido de oferecer a educação de qualidade para todos os brasileiros. Tanto a Constituição como a LDB avançaram no estabelecimento dos encargos e responsabilidades dessas instâncias, carecendo, entretanto, do aperfeiçoamento desse campo e, principalmente, do desenvolvimento e consolidação de uma prática de co-responsabilidade em torno de objetivos e programas comuns, em benefício da educação nacional.

Este tema tem sistematicamente perpassado a agenda do CONSED e

merecido tratamento prioritário. Como representante dos interesses comuns dos entes federados de âmbito estadual, a atuação do CONSED, pela sua natureza, exige permanente exercício de articulação e negociação nesse campo. De outra parte, a articulação e cooperação dos Estados com os Municípios constitui fator crucial para o sucesso das metas preconizadas.

Portanto, mais do que uma prioridade, talvez, o regime de colaboração

se constitua na estratégia central que deve balizar a implementação das políticas educacionais, levando em consideração várias formas de colaboração.

Assim, as ações no biênio, seguirão orientações seguintes:

• fortalecer a cooperação MEC, CONSED e UNDIME, criando mecanismos institucionais de relacionamento entre as três instâncias de governo;

• ampliar os espaços de participação do Conselho na formulação e avaliação das políticas educacionais;

• incentivar a melhoria das relações de cooperação entre Estados e Municípios, de modo a assegurar um padrão de qualidade no desempenho geral do sistema educativo;

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• promover debates ou eventos, visando avaliar os efeitos dos programas ou estratégias para a divisão de encargos e responsabilidades entre os Estados e Municípios nos vários graus e modalidades de educação, inclusive, no que tange à implantação do FUNDEF;

• intensificar a cooperação em políticas e programas que estão a requerer a clara divisão de responsabilidades entre União, os Estados e Distrito Federal e Municípios, destacando-se, em particular, a Educação Escolar Indígena e o Transporte Escolar;

• fomentar a cooperação horizontal entre as Secretarias de Educação, promovendo a troca de experiências, bem como o desenvolvimento de propostas de interesse comum das Secretarias.

Financiamento da Educação O financiamento da educação básica é um tema capital na agenda do

CONSED, dada sua importância para efetivação das políticas educacionais. Nesse sentido, entende como indispensável, a adoção de uma política integrada de financiamento para a educação básica que contemple os vários graus e modalidades de ensino e o compartilhamento entre as instâncias de governo que compõem a federação brasileira.

Nessa política, há que se levar em conta os padrões de qualidade, bem

como a questão das desigualdades educacionais, para que possa se converter em instrumento de promoção da eqüidade social.

Portanto, várias frentes de atenção devem ser abertas no próximo

biênio, que vão do aperfeiçoamento do FUNDEF, ao financiamento da Educação Infantil e do Ensino Médio. O acompanhamento dos processos das Reformas Tributária e da Previdência Social será também questão fundamental a ser realizada no período.

Assim, impõe-se as seguintes orientações para o biênio:

• dar continuidade à luta pela correção do valor mínimo por aluno/ano do FUNDEF, em conformidade com o disposto no art. 6º da Lei nº 9.424/96, de forma que seja atendida a obrigação constitucional da União de garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade;

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• desenvolver estudos sobre alternativas para o financiamento da expansão e reforma do Ensino Médio;

• pleitear o aumento dos recursos federais para o financiamento de políticas vinculadas à equalização de oportunidades educacionais, entre as quais Educação Especial, Educação Infantil, Educação Escolar Indígena, Educação no Campo, Educação de Jovens e Adultos e Transporte Escolar;

• desenvolver mecanismos de acompanhamento, junto aos Poderes Executivo e Legislativo, do processo de elaboração e execução do Plano Plurianual e Orçamento Geral da União na área da educação;

• acompanhar e participar dos debates em torno da Reforma Tributária no Congresso Nacional, promovendo estudos e projeções sobre seus efeitos no financiamento da educação básica e apresentando propostas que assegurem os recursos necessários à educação pública de qualidade;

• realizar estudos sobre a atual política de financiamento adotada pela MEC, particularmente no âmbito dos recursos do Salário Educação;

• monitorar a arrecadação e os repasses do Salário-Educação, Quota-Estadual;

• participar, acompanhar e propor medidas que assegurem, na Reforma da Previdência, o pagamento dos inativos do setor educação, desonerando os percentuais mínimos constitucionais de MDE dessa despesa;

• pleitear medidas para que sejam assegurados e aplicados os recursos do FUST na universalização, nas escolas públicas, do uso das tecnologias da informação.

Fortalecimento Institucional do CONSED

O fortalecimento institucional do CONSED deve ser uma prioridade permanente, no sentido do aperfeiçoamento dos instrumentos capazes de dar suporte à sua ação política. Nesse sentido, podem ser destacadas as seguintes orientações para o biênio:

• Ampliar a visibilidade política e técnica do CONSED junto à mídia e aos interlocutores do governo e da sociedade civil;

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• Aperfeiçoar e consolidar a rede de comunicação CONSED, inclusive, implantando novo portal, via Internet;

• Reforçar a Secretaria Executiva e o corpo de consultores para dar suporte às ações estabelecidas no Plano de Trabalho do biênio;

• Promover estudos e disseminar informações e publicações sobre políticas e experiências de interesse das Secretarias de Educação;

• Organizar um sistema de informação e documentação do CONSED.

IV – Estratégias e Mecanismos para Implementação do Plano de Trabalho Para implementar o Plano de Trabalho, o CONSED deve servir-se de alguns mecanismos já definidos no seu estatuto (reuniões do Fórum de Secretários, Comissões Especiais), nas orientações para seu fortalecimento institucional, bem como em outras estratégias e instrumentos que lhe permitam operacionalizar os objetivos e prioridades fixados para o biênio. Cada comissão, grupo ou responsável por Projeto deverá organizar proposta detalhada das ações pertinentes, com apoio da Secretaria Executiva.

Nesse sentido, podem ser destacados os seguintes mecanismos ou estratégias de ação:

1. Reuniões do Fórum de Secretários de Educação As reuniões ordinárias e extraordinárias do Fórum de Secretários de

Educação representam o espaço fundamental para a análise e deliberação de questões de interesse do Conselho. Sua relevância política decorre não apenas da sua função estatutária como instância máxima, mas, sobretudo, por constituir-se em arena privilegiada de discussão das políticas de educação básica. Nesse sentido, devem ser valorizadas como espaço de debate e troca de experiências e de exercício democrático de sua ação colegiada.

Em decorrência, é importante o aperfeiçoamento das agendas dessas reuniões, bem como o comparecimento amplo dos Secretários de Educação. Sem prejuízo de questões, comunicações, ou assuntos que devam ser levados à deliberação do Fórum de Secretários, cada Reunião Ordinária deve tomar uma temática que sirva de eixo condutor para o qual deverão convergir as contribuições das Secretarias, os relatórios das Comissões Especiais, os

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aportes eventuais de convidados ou de consultores, visando subsidiar os encaminhamentos e deliberações que orientarão as atividades subseqüentes.

2. Organização das Comissões Especiais As Comissões Especiais integradas por Secretários, ou representantes,

constituem outro mecanismo para desenvolver as propostas do seu Plano de Trabalho. Sua principal função é subsidiar as decisões e posicionamentos do Fórum de Secretários, mediante a elaboração de estudos, pesquisas, pareceres e relatórios, tomando por referência principalmente, as prioridades estabelecidas para o biênio. As Comissões devem ser compostas com representação regional e serem preferencialmente presididas pelos Vice-Presidentes.

Caberá a cada comissão elaborar sua proposta anual de trabalho, em

conformidade com este Plano e outras recomendações do Fórum de Secretários e definir sua agenda de reuniões. A Secretaria-Executiva do CONSED oferecerá o suporte administrativo para seus trabalhos.

3. Desenvolvimento de Parcerias As parcerias com instituições governamentais e não-governamentais têm se

constituído em estratégia fundamental da ação do CONSED e deverão ser continuamente aperfeiçoadas e ampliadas. Destacam-se as parcerias:

• com o MEC – que visa assegurar o permanente diálogo para aperfeiçoar o regime de colaboração e ampliar a participação do CONSED nos processos de formulação e avaliação das políticas de educação básica;

• com a UNDIME – para fortalecer o regime de colaboração no sentido MEC/CONSED/UNDIME, e fomentar o regime de colaboração entre Estados e Municípios.

• Com o Congresso Nacional – para a defesa de matérias e projetos de interesse do CONSED e o acompanhamento do PNE;

• Com o CNE – para participar dos debates sobre as diretrizes da educação, dos eventos vinculados à agenda do CONSED e do próprio CNE e para o acompanhamento do PNE;

• Com organismos nacionais, internacionais ou da sociedade civil – para ampliar a colaboração de múltiplos atores e a abertura para as inovações. O CONSED deverá ampliar as parcerias com instituições públicas e privadas e expandir suas iniciativas na área

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de cooperação nacional e internacional. Nessa última, serão fortalecidas as relações institucionais com os organismos internacionais, agências de cooperação multilateral, fundações, instituições de pesquisa e representações diplomáticas dos países com os quais o Brasil mantém acordos de cooperação na área educacional. A cooperação internacional deverá contribuir para a realização de atividades de intercâmbio – missões técnicas, viagens de estudo, seminários, consultoria e outras. A cooperação com os organismos internacionais envolvidos com as atividades de implementação do Marco de Ação de Dacar deve ser privilegiada, articulando este esforço ao processo de implementação do PNE.

4. Reuniões Temáticas Estas reuniões serão amplamente utilizadas para dar apoio ao Fórum de

Secretários e terão caráter de aprofundamento técnico em torno de determinadas temáticas integrantes da agenda do biênio, preferencialmente aquelas vinculadas às prioridades do Plano de Trabalho.

5. Atividades de Representação Institucional

O leque de demandas pela presença do CONSED em eventos, comissões e espaços de pronunciamento e de tomada de posição política, sobre os mais variados assuntos da política educacional, está a exigir uma estratégia capaz de subsidiar o exercício legítimo da representação institucional.

Em termos de conteúdo, há de se levar em conta os posicionamentos do

Fórum de Secretários, os subsídios preparados pela Secretaria Executiva ou relatórios das Comissões Especiais. Entretanto, é necessário avançar no sentido de uma visão comum acerca das várias perspectivas dessas demandas, tendo em vista subsidiar aqueles que serão indicados para o exercício da referida representação, via suporte de grupos de trabalho ou consultorias para organizar documentos ou informações, a serem aprovados previamente pelo CONSED.

A aprovação desses posicionamentos deverá ser feita pelo Fórum de

Secretários de Educação e, quando não for possível, por intermédio da Presidência do CONSED, composta pelos cinco membros eleitos

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respectivamente para Presidente e Vice-Presidentes ou, dependendo da matéria, pelo Presidente do CONSED.

A representação, sempre que possível, será realizada pelo Presidente e

pelos Vice-Presidentes, bem como pelos demais Secretários de Educação, quando designados pelo Presidente. A Secretária Executiva também poderá receber delegação do Presidente para representar o Conselho.

6. Estudos, pesquisas e consultorias A realização de estudos, pesquisas e consultorias constituem uma das

estratégias a serem adotadas pelo CONSED, via parceria com outras instituições ou por contratação de consultoria especializada, para subsidiar a implementação deste Plano de Trabalho e deliberações do Fórum de Secretários de Educação. Esses estudos deverão suprir as necessidades comuns identificadas pelos sistemas estaduais de ensino, ou demandas das comissões especiais, no âmbito das suas atribuições e competências.

7. Comunicação e linha editorial

A produção e a disseminação de informações é inerente à natureza do CONSED, e deverá constituir-se em uma estratégia central de articulação com as Secretarias Estaduais de Educação, com os demais atores da área educacional e com a sociedade em geral. Por isso, neste biênio, o CONSED deverá envidar todos os esforços para desenvolver e implementar uma política eficiente de comunicação, visando a atender os seguintes objetivos:

• garantir a necessária transparência às ações educacionais, estimulando o engajamento e a participação dos diferentes segmentos sociais no debate das políticas educacionais;

• desenvolver uma ágil e efetiva rede de informação que articule as 27 unidades da Federação, por meio do uso intensivo das novas tecnologias de informação;

• criar um banco de dados com informações básicas sobre os sistemas estaduais de ensino, abrangendo aspectos organizacionais, administrativos, financeiros, curriculares e pedagógicos;

• revigorar a linha editorial do CONSED por meio da publicação de estudos, pesquisas e documentos relevantes para o desenvolvimento da política educacional

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8. Desenvolvimento de Projetos Especiais

O desenvolvimento de Projetos Especiais vem ocorrendo, no CONSED, a partir da identificação de interesses comuns da Secretarias de Educação para o enfrentamento de determinados problemas ou desafios para cuja resolução o Fórum de Secretários considera recomendável o desenvolvimento de proposta comum de intervenção. Tal estratégia tem sido implementada com bastante flexibilidade, respeitando as diversidades e o critério de adesão das várias Secretarias de Educação.

Encontram-se em desenvolvimento vários Projetos Especiais,

especificamente voltados para o aprimoramento da gestão escolar, em parceria com diversas instituições, entre os quais destacam-se: a Renageste, a revista Gestão em Rede, o Prêmio Nacional de Referência em Gestão Educacional, e o Programa de Capacitação a Distância de Gestores Escolares (Progestão). Estes projetos devem ter continuidade assegurada, devendo, no entanto, passar por processos continuados de avaliação sobre a pertinência das suas ações e sobre suas estratégias de implementação.

Rede Nacional de Referência em Gestão Educacional (Renageste) - A Rede Nacional de Referência em Gestão Educacional (Renageste), desenvolvida pelo CONSED desde 1996, visa promover a formação de massa crítica para a liderança e o desempenho competente de funções de gestão educacional, bem como a promoção do avanço dessa área. Suas estratégias centram-se, basicamente, na disseminação pelos participantes de experiências transformadoras de gestão educacional voltadas para a qualidade do ensino e elevação da aprendizagem dos alunos, no empenho por promover a sistematização dos conhecimentos gerados por essas experiências e sua divulgação, e na contribuição para o desenvolvimento de número cada vez maior de profissionais em torno do esforço para a melhoria e a competência da gestão da escola pública. Para o desenvolvimento desse trabalho, este Plano propõe a revitalização das coordenações estaduais, a formação de grupos de estudo, o estabelecimento de articulação entre as ações das unidades federadas envolvidas (rede) e o reforço às ações pelo desenvolvimento da gestão educacional, mediante a sua divulgação e disseminação. Prêmio Nacional de Referência em Gestão Educacional - O Prêmio Nacional de Referência em Gestão Escolar é um instrumento para estimular a

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melhoria do desempenho das escolas e o sucesso da aprendizagem dos alunos, pela identificação de estabelecimentos escolares que estejam desenvolvendo práticas eficazes e permanentes de gestão e pelo seu reconhecimento como referência nacional. Essa é outra experiência que tem alcançado grande visibilidade junto às escolas estaduais e municipais, estimulando a melhoria das práticas de gestão. O Prêmio foi instituído em 1988, em parceria com a UNDIME e a UNESCO. A partir de 1999, a iniciativa passou a contar com o apoio da Fundação Roberto Marinho. O Prêmio visa a estimular o desenvolvimento da gestão democrática na escola, e o compromisso com uma aprendizagem de qualidade, como resposta aos interesses da sociedade. Valoriza as escolas públicas de educação básica que se destacam por iniciativas e experiências inovadoras e bem-sucedidas de gestão escolar. O Prêmio é também uma oportunidade para a auto-avaliação das escolas à medida que oferece um instrumento com indicadores para orientar esse exercício coletivo de auto-observação de desempenho, auxiliando na criação de uma cultura de avaliação escolar. Para o biênio, devem ser revisados o Manual e Regulamento do Prêmio, incrementada sua disseminação para abranger maior número de escolas, fortalecidas as parcerias e promovido o desenvolvimento de novas estratégias para a realização da auto-avaliação.

Revista Gestão em Rede - A revista Gestão em Rede é um veículo fundamental para a dinamização da Renageste e disseminação de experiências de gestão educacional. Mantida com a contribuição do UNICEF, a revista tem por principal objetivo promover a divulgação de informações sobre a prática e sobre concepções competentes de gestão educacional, visando sua disseminação e utilização na promoção da melhoria da qualidade das escolas públicas e de seus sistemas. Essa publicação, lançada em 1997, tem sido muito relevante para fomentar o debate e a formação de massa crítica, e tem alcançado grande repercussão junto aos gestores educacionais de todo o País. O fortalecimento dessa iniciativa deverá ser assegurado neste biênio no sentido de: sistematizar informações e conhecimentos sobre a prática de gestão educacional, no âmbito de sistemas e de escolas públicas; disseminar informações e conhecimentos sobre gestão educacional aos participantes da Renageste e demais gestores educacionais, de modo a apoiá-los na realização de seu trabalho; estimular o registro, a análise e a interpretação de experiências como forma de construção do conhecimento objetivo e interessante sobre experiências de gestão; abrir o espaço de comunicação e o intercâmbio entre profissionais atuantes em gestão escolar. Aperfeiçoar a revista, mobilizar colaboradores, desenvolver sua versão eletrônica e obter apoio financeiro para sua sustentação são metas para o biênio 2001/2002.

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Programa Nacional de Capacitação a Distância de Gestores Escolares (Progestão) – O Programa representa uma das experiências mais inovadoras já lideradas pelo CONSED, com o objetivo central de formar lideranças comprometidas com a construção de um projeto de gestão democrática, focada no sucesso escolar dos alunos. Trata-se de um curso organizado na modalidade a distância e destinado à formação continuada e em serviço dos gestores das escolas públicas. Foi desenvolvido por meio de um consórcio formado inicialmente por dezessete Secretarias de Educação, com apoio e cooperação técnica da Fundação Ford, da UNED e da Fundação Roberto Marinho. Em 2002, o Programa recebeu adesão de mais sete Secretarias, ampliando o total de 17 para 24. Em torno de 15 Estados executaram ou encontram-se implementando o Progestão, tendo sido atendidos até o momento cerca de 46.000 gestores em todo o Brasil. As ações previstas para o biênio estão centradas na continuidade de sua disseminação, no monitoramento de sua implementação, com a consolidação do sistema informatizado via “site” do CONSED e na idéia de realização de uma experiência de avaliação externa, em caso de concretização de parceria com essa finalidade. Pelos resultados extremamente satisfatórios que vêm sendo alcançados, tem-se expectativa de que a implantação e continuidade do Programa poderão contribuir para a profissionalização da gestão educacional no Brasil, bem como oferecer impactos positivos nos resultados de desempenho das escolas públicas.

V – Fontes de financiamento

Os recursos financeiros para a execução do presente Plano de Trabalho serão provenientes das seguintes fontes:

• contribuições anuais das Secretarias de Educação dos Estados e do Distrito Federal, estipuladas de acordo com o orçamento anual aprovado pelo Fórum de Secretários de Educação;

• cotas-parte pagas pelas Secretarias de Educação dos Estados participantes de consórcio para desenvolvimento de projetos específicos, como o Programa de Capacitação a Distância de Gestores Escolares;

• apoio financeiro e doações de organismos internacionais para a execução de projetos e atividades específicas, como a Fundação Ford (apoio em 2003) e Unicef (publicação da revista Gestão em Rede).

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• Apoio indireto de organismos internacionais para a realização de missões de estudo (organização do Programa e apoio parcial a despesas de hospedagem e alimentação)

O CONSED continuará, via Junta Fiscal, debatendo formas de captação de

novos recursos, em função das novas demandas surgidas do Fórum de Secretários.