conselho de escola: uma estratÉgia de gestÃo … · o nosso desafio é o de procurar soluções...
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FAQ – FACULDADE XV DE AGOSTO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CONSELHO DE ESCOLA: UMA ESTRATÉGIA DE GESTÃO
DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA
ELISABETE APARECIDA RIBESSI ALVES PEREIRA
SOCORRO – 2005
FAQ – FACULDADE XV DE AGOSTO
CONSELHO DE ESCOLA: UMA ESTRATÉGIA DE GESTÃO
DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA
ALUNA: ELISABETE APARECIDA RIBESSI ALVES PEREIRA ORIENTADOR: DÉCIO ALVES DE OLIVEIRA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentada à Faculdade XV de Agosto, Curso de Administração de Empresas.
SOCORRO – 2005
RESUMO
Procura mostrar este trabalho que uma gestão democrática dentro da educação pública, necessita de uma administração coerente, participativa e de responsabilidade, assim como qualquer outra empresa.
Demonstra ainda, que a escola pública está inserida no contexto contemporâneo, onde é chamada à responsabilidade de seus atos, e traz à tona a necessidade da participação efetiva da comunidade em sua construção e manutenção.
A gestão democrática deve estar voltada a toda comunidade escolar. Estão elencadas neste trabalho as ações e mecanismos que são utilizados
para que haja um aproveitamento total dos recursos disponíveis da escola, onde o Conselho de Escola tem papel importantíssimo, pois este tem representação de todos os segmentos que compõem esta comunidade.
AGRADECIMENTOS
A conclusão deste trabalho é um sonho realizado, pois um curso superior no meu caso
parecia impossível há quatro anos, mas aqui estou completando este ciclo enriquecida de novas
experiências, novos conhecimentos, novas amizades, consolidando antigas amizades, tendo uma visão
mais aberta sobre muitos assuntos e sem dúvida alguma uma satisfação muito grande em ter conseguido
concluí-lo.
Este período de minha vida foi marcado por muitas alterações, idas e vindas, aborrecimentos
e alegrias, morte e nascimento, fartura e escassez. Muitas foram às vezes que pensei em abandoná-lo,
pois como dizem: é mais fácil entrar em uma Faculdade do que sair dela, mas nestes momentos de
desânimo e até angústia tive pessoas que muito me auxiliaram nessa caminhada.
Agradeço ao Professor Décio que me orientou, possibilitando oportunidades de diálogo e
enriquecimento intra e extraclasse, colocando-se a disposição em horários diversos para que eu pudesse
ter o acompanhamento necessário;
Agradeço aos Professores: Luiz, Gilberto, Décio, Peter, Claudia, Dércia, Daniel, Noel, Circe,
José Benedito, César, Marcos e Roberto, as críticas, os conselhos, os elogios, a paciência, os puxões de
orelha, as cobranças e principalmente a vontade e a capacidade de passar para nós alunos um pouco do
grande conhecimento que cada um tem, para poder formar um profissional de qualidade;
Agradeço a querida Maria, bibliotecária por profissão, mas que não só cumpre com maestria
sua função, como orienta e ajuda a todos que a procuram com atenção e carinho;
Agradeço ao Diretor Rubens pelas muitas conversas e compreensão em momentos difíceis
que passei;
Agradeço aos meus colegas de classe que dividiram comigo nestes anos suas experiências,
conhecimentos, dúvidas, em especial a minha equipe Bel, Xanda, Raquel, Sidney, Ricardo, que foram
amigos importantes dentro e fora da Faculdade;
Agradeço aos meus colegas de trabalho que acreditaram e torceram por mim, em especial, a
diretora e amiga Maria Elisabete que me ouviu, orientou, ajudou, incentivou durante este e muitos outros
períodos;
Agradeço a minha mana Ana Maria, que apesar de pequena encerra em si grande
generosidade, capacidade, carinho, atenção, amor e que sem dúvida é um exemplo, a ser por mim
seguido, de vivência e profissionalismo;
Agradeço aos meus filhos Juliana e Gustavo e ao meu neto Pedro pela compreensão, pois
por muitas vezes não tiveram minha atenção e presença que necessitavam;
Agradeço ao meu marido, companheiro, cúmplice, incentivador, patrocinador Lázaro sem o
qual não teria prosseguido e concluído este curso;
Por fim, mas não por último, agradeço a Deus pelo dom da vida, do discernimento, da
liberdade, da saúde e da felicidade de poder conviver com pessoas tão maravilhosas e que agregam
valor à minha existência.
Que Deus as abençoe sempre.
SUMÁRIO
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- INTRODUÇÃO................................................................................................ 1.1 – Histórico.................................................................................................. 1.2 – Identificação da unidade escolar.............................................................. 1.3 – Diagnóstico da realidade.......................................................................... 1.4 – Filosofia da escola................................................................................... 1.5 –Valores que a escola defende.................................................................... 1.6 – Objetivos específicos da escola............................................................... 1.7 – Organização e funcionamento da escola.................................................. 1.8 – Gestão democrática dentro da escola.......................................................
- REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................ - METODOLOGIA.............................................................................................
3.1 – Sujeito...................................................................................................... 3.2 – Material.................................................................................................... 3.3 - Procedimento............................................................................................
3.3.1 – Composição do Conselho................................................................. 3.3.2 – Da Reunião....................................................................................... 3.3.3 – Da Votação....................................................................................... 3.3.4 – Da Deliberação................................................................................. 3.3.5 – Atribuições de um Conselho de Escola............................................ 3.3.6 – Origem dos recursos financeiros da Escola..................................... 3.3.7 – Tipos de despesas que podem ser realizadas com os recursos
recebidos.......................................................................................... 3.3.8 - Cotação de materiais e serviços........................................................ 3.3.9– Prestação de Contas de Adiantamento..............................................
- CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. - ANEXOS..........................................................................................................
Anexo 1 - .........................................................................................................
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19 19 19 20 20 20 21 22 22 23
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33 33
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1 – INTRODUÇÃO
1.1– Histórico
A História da Educação Brasileira evoluiu em rupturas marcantes, tais como: a chegada dos portugueses
ao território do Novo Mundo, a chegada dos jesuítas, a vinda da Família Real para o Brasil, bem como
em todos os períodos históricos seguintes, cada qual com uma contribuição ou mudança onde buscava-
se o melhor modelo de educação. Até 1994, o Estado de São Paulo revelava: contradições e
desequilíbrios educacionais; irracionalidade administrativa; desperdício, fruto de uma máquina
hipertrofiada e centralizadora; prédios sucateados e ociosos. A partir de 1995, ele promoveu: articulação
e integração de um projeto de política educacional; integração dos aspectos humanos, físicos e materiais,
e estabelecimento de parcerias com vista a revolucionar a produtividade dos recursos financeiros
públicos . Houve então mudanças nos padrões de gestão, pois iniciava-se aí um processo de
desconcentração e de descentralização das decisões, tarefas e responsabilidades, abrindo, desta forma,
o sistema educacional à participação efetiva da sociedade, conferindo às escolas autonomia
administrativa, pedagógica e financeira.
Temos como objetivo demonstrar que o Conselho de Escola é realmente uma
estratégia de gestão democrática dentro da Educação Pública. Dentro de um ambiente
onde a gestão pedagógica predomina, a gestão financeira da escola está sendo feita de
que forma, quais são seus recursos, e qual é a sua destinação? Com a
descentralização das decisões, tarefas e responsabilidades, o número reduzido de
funcionários na escola, o acúmulo de trabalho, os parcos recursos, há necessidade de
uma eficiente gestão financeira da escola, aplicando estratégias adequadas para tal.
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1.2 - Identificação da unidade escolar
Figura 1 – Foto da fachada da EE Profª Benedicta G.S. Barbosa
A criação da escola foi feita por meio do Decreto n.º 29.805/89, publicado no DOE. de
06/04/89, que desmembrou da EEPSG Narciso Pieroni um anexo, que passou a se
chamar EEPG do Jardim Santa Terezinha, teve sua instalação regulamentada pela
Resolução SE 230/89, publicada no DOE. de 26/09/89, onde sob o Código CIE 911719,
passou a funcionar com 12 classes de 1ª a 4ª séries do 1º grau.
Através do Projeto de Lei n.º 408/89 do deputado Nabi Abi Chedid, foi alterado pela Lei n.º 7.221/91, o
nome da escola que passou a EEPG “Profª. Benedicta Geralda de Souza Barbosa”, em homenagem a
figura da ilustre professora sempre dedicada, que consagrou toda a sua vida aos assuntos pertinentes à
área educacional sendo também ativa militante política na região de Socorro.
Com a reestruturação da Rede Oficial de Ensino através da Resolução SE-37, publicado no DOE. de
25/04/96, a escola passou a denominar-se EE Profª. Benedicta Geralda de Souza Barbosa, ela está
jurisdicionada à Diretoria de Ensino – Região de Bragança Paulista, é mantida pela Secretaria Estadual
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de Educação do Estado de São Paulo, com base nos dispositivos constitucionais vigentes, na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Estatuto da Criança e do Adolescente.
A escola ministra Ensino Fundamental, atendendo ao Ciclo I – 1ª à 4ª séries, em regime
de Progressão Continuada. Está localizada à rua Projetada 03, s/n.º, Jardim Santa
Terezinha. Atualmente funciona com 14 classes distribuídas em dois períodos: manhã e
tarde, e faixa etária de atendimento é de 07 a 12 anos. Conta com área total de
3.317,95 m2, onde se divide entre prédio principal térreo, superior, galpão, zeladoria,
num total de construção de 1.230,51 m2 .
1.3 - Diagnóstico da realidade
A clientela escolar é proveniente de crianças que residem no setor, e que atende
também alunos da zona rural, com faixa etária compreendida dos sete aos doze anos, e
composta em sua maioria, de crianças oriundas de família de classe média baixa.
A escola procura atender às necessidades básicas dos alunos, fornecendo instrução, merenda de
qualidade, assistindo-as em seus problemas de saúde e ensinando hábitos de higiene para a
preservação da mesma.
É importante ressaltar que, devido as dificuldades da atual conjuntura econômica do país, alguns
desistem da escola para ajudar no orçamento doméstico e retornam depois de anos de abandono, com
idade cronológica defasada.
Os professores estão compromissados com a escola e com a aprendizagem, empenhando-se no preparo
das aulas, na elaboração de suas avaliações, na recuperação contínua e paralela, enfim, com a
qualidade do ensino ministrado.
O nosso desafio é o de procurar soluções que diminuam o fracasso escolar (evasão e repetência) e por
isso a Direção, Professores e o Poder Público Estadual, através de ações coletivas, procuram
conscientizar os pais e alunos da importância da escola e dos estudos para a construção de uma
sociedade verdadeiramente democrática.
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1.4- Filosofia da escola
Esta unidade escolar tem como pressupostos filosóficos:
- A inserção do aluno no mundo do trabalho, no qual são construídas as bases materiais
de uma existência digna e autônoma; no mundo das relações sociais regidas pelos princípios da
igualdade; no mundo das relações simbólicas (ciência, arte, religião, etc.) de forma que ele possa
produzir e usufruir conhecimentos, bens e valores culturais.
Para que estes pressupostos se concretizem, a escola propõe-se a levar o aluno a
buscar e a compreender:
- Cidadania como participação social e política, assim como o exercício de direitos e
deveres políticos, civis, sociais, adotando no dia-a-dia atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às
injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito;
- Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações
sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;
- Questionar a realidade, formulando problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para
isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica;
- Saber utilizar diferentes fontes de informações e recursos tecnológicos para adquirir e
construir conhecimentos;
- Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sócio-cultural brasileiro, bem como de
outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais,
de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais.
1.5 - Valores que a escola defende
O compromisso com a construção da cidadania pede necessariamente uma prática educacional voltada
para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação a vida social,
coletiva e ambiental.
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A contribuição da escola EE Profª Benedicta Geralda de Souza Barbosa, portanto, é a de desenvolver um
projeto de educação comprometido com o desenvolvimento da capacidade que permita intervir na
realidade, para transformá-la.
Os valores defendidos pela escola e incutidos nos alunos são: Verdade, Ação Correta, Não-Violência,
Ética, Respeito Mútuo, Justiça, Diálogo e Solidariedade, referenciados no princípio da dignidade do ser
humano.
Ao defender e incutir nos alunos esses valores estamos propiciando o desenvolvimento e o crescimento
global da personalidade e formando o homem verdadeiro que saiba ser útil a si mesmo e aos outros,
necessário à construção de uma sociedade verdadeiramente justa e democrática.
1.6 - Objetivos específicos da escola
Dentre os vários objetivos que a escola possui, dois deles nos chamaram muito a
atenção:
Propiciar atividades para que haja oportunidade de maior entrosamento
dos pais com a escola.
Promover a integração Escola/Comunidade, de modo, que haja efetiva
participação dos pais na vida escolar de seus filhos e na tomada de decisões relativas a
organização e funcionamento da escola.
O objetivo principal é a construção de uma escola que garanta o acesso, a permanência e o sucesso de
todas as crianças em idade escolar e sua efetiva qualidade de ensino.
Entendemos que para atingir esse objetivo é necessário que haja a integração da
comunidade com a escola, através de reuniões, palestras, campanhas, informações,
esclarecimentos.
Esperamos que a comunidade se conscientize da importância da escola e passe a
participar mais efetivamente da educação e da vida escolar de seus filhos, ajudando a
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trabalhar a auto-estima e a autoconfiança necessárias para que a escola cumpra sua
função social, ou seja, formar cidadãos críticos e conscientes.
Ter clareza da função social da escola e do homem que se quer formar é fundamental para realizar uma
prática pedagógica competente e socialmente comprometida, particularmente num país de contrastes
como o nosso.
A escola Profª Benedicta Geralda procura trazer para dentro de seus espaços o mundo real, do qual as
crianças e professores fazem parte. Compreendendo e assumindo o tempo presente, com seus
problemas e necessidades.
Assim, é responsabilidade de todos os segmentos sociais, exigir o cumprimento, pelo Poder Público, dos
dispositivos legais referentes à educação. É papel da comunidade local participar nas decisões relativas
aos rumos, diretrizes e organização de suas escolas, que garantam o acesso e a permanência de todos
os alunos, oferecendo ensino de boa qualidade.
A E.E. Profª Benedicta Geralda de Souza Barbosa prioriza a integração Escola-Comunidade,
assegurando a participação de todos os interessados na gestão da escola, através do Conselho de
Escola, para auxiliar a administração nas tomadas de decisões e gerenciamento de medidas e soluções.
1.7 - Organização e funcionamento da escola
A E. E. Profª Benedicta Geralda de Souza Barbosa está organizada de modo a atender às necessidades
sócio-educacionais de aprendizagem dos alunos em prédio e salas com mobiliário, equipamentos e
material didático-pedagógico adequados às faixas etárias e níveis de ensino.
Esta U. E. funciona nos períodos da manhã e tarde, sendo a carga horária anual de 1000 horas.
Consideram-se de efetivo trabalho escolar os dias em que forem desenvolvidas atividades regulares de
aulas e outras programações didático-pedagógicas, planejadas pelas escolas e que contem com a
freqüência controlada de alunos e professores. Tais programações podem ser realizadas em outros
recintos para trabalhos teóricos e práticos, leitura, pesquisas, trabalhos em grupo, concursos e
competições, excursões para conhecimento da natureza e das artes.
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O Ensino Fundamental, em regime de progressão continuada, tem a duração de oito anos, organizados
em dois ciclos, correspondendo o Ciclo I aos quatro primeiros anos e o Ciclo II os quatro últimos anos,
sendo de responsabilidade desta unidade escolar apenas o Ciclo I.
1.8 - Gestão democrática dentro da escola
A gestão democrática da escola far-se-á mediante a:
- participação dos profissionais da escola na elaboração da proposta
pedagógica;
- participação dos diferentes segmentos da comunidade escolar, direção,
professores, pais, alunos e funcionários nos processos consultivos e decisórios, através
do Conselho de Escola e APM;
- autonomia na gestão pedagógica e administrativa, respeitadas as
diretrizes e normas vigentes;
- valorização da escola enquanto espaço privilegiado de execução do
processo educacional.
A autonomia da escola, em seus aspectos administrativos, financeiros e pedagógicos,
entendidos como mecanismos de fortalecimento da Gestão a serviço da comunidade,
será assegurada mediante a constituição e funcionamento do Conselho de Escola, do
Conselho de Série, da APM e do Grêmio Estudantil.
O Conselho de Escola, órgão articulado ao núcleo da direção da escola, constitui-se em
colegiado de natureza deliberativa e consultiva, formado por representantes de todos os
segmentos da comunidade escolar e toma suas decisões respeitando os princípios e
diretrizes da política educacional, da proposta pedagógica e a legislação vigente,
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propicia o debate permanente sobre o processo de ensino e de aprendizagem e orienta
o processo de gestão do ensino.
Além do Conselho de Escola e de Série, a escola conta com a Associação de Pais e
Mestres e o Grêmio Estudantil, que têm a função de aprimorar o processo de
construção da autonomia da escola e as relações de convivência intra e extra-escola.
A Direção atua sempre de modo a garantir a articulação da APM com o Conselho de
Escola.
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2 – REFERENCIAL TEÓRICO
Como o presente trabalho refere-se ao assunto estratégia de gestão democrática, se
faz necessário primeiramente rever alguns conceitos para que haja um melhor
entendimento do desenvolvimento do mesmo.
Segundo Ferreira (1995), achamos vários significados da palavra democrático, mas o
qual melhor se encaixa no assunto aqui tratado é o que diz que democrático é aquilo
que emana do povo, ou que a ele pertence, ou mesmo que convive harmoniosamente
com todas as classes sociais.
Ainda para Ferreira (1995), um dos significados de estratégia é que está é a arte de
aplicar os meios disponíveis para se conseguir objetivos específicos. E encontramos
também que a definição para gestão é que ela quer dizer gerência, administração.
Apesar de tratar de estudo feito em uma escola pública, por meio de estágio de
observação, não podemos esquecer que esta também é uma organização, um pouco
diferente de uma empresa comercial. A escola pública não tem fins lucrativos, mas,
entretanto tem entre outros afazeres que lidar com a questão da gestão financeira.
Para termos um melhor esclarecimento, buscamos pareceres sobre assuntos que
consideramos relevantes para enriquecimento deste trabalho.
Na visão de Certo e Peter (1993), administração estratégica aparece definida como um
processo contÍnuo e interativo que visa manter uma organização como um conjunto
integrado a seu ambiente. Como principais vantagens do uso de uma administração
estratégica para as organizações, destaca-se além dos benefícios financeiros, um
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maior comprometimento dos seus membros com a realização de metas organizacionais
de longo prazo.
Já para Ansoff e McDonnell (1993), administração estratégica é um enfoque
sistemático, ou seja, ordenado, a uma responsabilidade importante e cada vez mais
essencial da administração geral, onde tanto o posicionamento, bem como, o
relacionamento com seu ambiente é primordial para a obtenção de sucesso no
empreendimento.
Voltando a atenção para questão financeira Braga (1989), relata que a função
financeira compreende um conjunto de atividades relacionadas com a gestão dos
recursos financeiros movimentados por todas as áreas da empresa. Essa função é
responsável pela formulação de uma estratégia voltada para a otimização do uso
desses recursos. Encontrada em qualquer tipo de empresa, a função financeira tem um
papel muito importante no desenvolvimento de todas as atividades operacionais,
contribuindo significativamente para o sucesso da empresa.
Tendo que lidar com controle de estoques vem contribuir a concepção de just-in-time,
feita por Ballou (2004), a qual descreve que esta é uma filosofia de operações que é
uma alternativa para o uso dos estoques para se alcançar à meta de ter os bens certos,
no lugar certo, no tempo certo. É uma maneira de gerenciar o canal de suprimentos de
materiais.
De acordo com a Proposta Pedagógica da Escola Benedicta Geralda (2003), no tocante
ao assunto Conselho de Escola, que é um órgão colegiado de natureza deliberativa e
consultiva, o qual tem seu embasamento na LC. 444/85, em seu artigo 95, no
Comunicado SE de 31/03/86, Comunicado SE de 10/03/93 e também no Parecer CE.
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67/98 – Normas Regimentais Básicas em seus artigos de 16 a 19, o que podemos
verificar é que o Conselho de Escola, já contemplava em sua concepção o propósito de
compartilhamento de decisões e informações, da preocupação com a qualidade da
educação, da relação custo-benefício e da transparência, ou seja, a capacidade de
deixar claro para a comunidade como são usados os recursos da escola, inclusive os
financeiros, e por isso ele é constituído por integrantes da escola diretamente e pela
comunidade escolar (pais e alunos) em uma proporção igualitária, buscando assim a
melhor maneira de adequar a escola pública ao seu ambiente, à realidade existente e
ainda atender o anseio de toda a comunidade escolar.
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3 – METODOLOGIA
3.1 - Sujeito
Conselho de Escola: a estrutura organizacional da Escola Pública vem mudando nos últimos anos,
reflexo da consciência de cidadania, que se esboça na sociedade. Nesse contexto avulta o Conselho de
Escola que é um órgão colegiado de natureza deliberativa e consultiva, eleito anualmente durante o
primeiro mês letivo, é ele presidido pelo Diretor de Escola, é composto por professores, especialistas,
funcionários operacionais, pais e alunos, obedecendo ao princípio de representação. Tem por objetivo
envolver os diversos segmentos da comunidade na construção democrática e participativa da escola, e
ainda entre outros itens decidir prioridades sobre aplicação de recursos financeiros da escola.
3.2 - Material
Trazemos como material a cópia da última ata de constituição do Conselho de Escola da EE Profª
Benedicta Geralda de Souza Barbosa, a qual encontramos em anexo 1, realizada no início do ano letivo
de 2005.
A referida ata é composta de um cabeçalho padrão onde encontramos a identificação e localização da
escola. Em seu corpo há descrição do dia e hora que foi realizada a reunião, bem como o local, quem a
presidiu e se alguém auxiliou, e ainda a finalidade para a qual a mesma foi realizada. No caso específico
desta ata foram elencados os nomes dos novos membros do Conselho, recentemente eleitos em
assembléias distintas, respeitando as porcentagens para composição desta instituição. Ao final da ata há
o fechamento da mesma e as assinaturas dos presentes.
3.3 – Procedimento
Veremos a seguir as etapas desde a composição do Conselho de Escola, bem como,
suas atribuições, as verbas que são recebidas pela escola e sua destinação, como é
feita a cotação para os gastos e a prestação de contas.
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3.3.1 – Composição do Conselho
A composição do Conselho que terá um total mínimo de 20 (vinte) e máximo de 40
(quarenta) componentes, obedece a seguinte proporcionalidade:
• 40% (quarenta por cento) de docentes;
• 5% (cinco por cento) de especialistas de educação, excetuando-se o Diretor;
• 5% (cinco por cento) dos demais funcionários;
• 25% (vinte e cinco por cento) de pais de alunos;
• 25% (vinte e cinco por cento) de alunos.
E ainda, cada segmento representado no Conselho de Escola, elegerá também 2 (dois) suplentes, que
substituirão os membros efetivos em suas ausências ou impedimentos.
3.3.2 - Da Reunião
Conforme previstas no Calendário Escolar homologado, as reuniões ordinariamente acontecerão, 2
(duas) vezes por semestre e, extraordinariamente, por convocação do Diretor de Escola ou por proposta
de, no mínimo, 1/3 (um terço) de seus membros, a qualquer tempo.
Uma vez convocada a reunião, os membros serão avisados normalmente pelo Diretor, através de aviso
dado pessoalmente aos professores e funcionários, aos pais e alunos serão enviadas as convocações
por meio escrito e por telefone. Seja ordinariamente ou extraordinariamente a reunião é sempre presidida
pelo Diretor de Escola ou por quem estiver substituindo seu cargo, é ele também quem coordena os
trabalhos de forma a expor aos integrantes do Conselho, através de pauta por este previamente
elaborada, os assuntos a serem tratados naquela ocasião, podendo ser estes assuntos: recondução de
professor, empréstimo do prédio escolar para evento, análise do Relatório Anual, apreciação de Projetos
da Escola, ocupação da zeladoria ou sua recondução, análise do Calendário Escolar, instituição de
comissões internas, indicação de representantes para composição do Conselho Municipal de Educação,
aprovação de prestação de contas de recursos recebido da verba do Programa Dinheiro Direto na Escola
(PDDE), referendar indicações para cargos em designação, decisão sobre aplicação de verbas oriundas
do MEC/FNDE/FDE, de contribuições espontâneas, de campanhas internas da APM, etc.
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3.3.3 – Da Votação
Após terem sido feitas as explanações pertinentes aos assuntos da pauta pelo diretor, abre-se espaço
para as sugestões e considerações aos integrantes do Conselho, as matérias são amplamente discutidas
e posteriormente votadas e deliberadas.
A forma de votação se faz conforme a escolha dos integrantes, podendo ser por voto aberto e ou por voto
secreto, lembramos ainda que os representantes dos alunos terão sempre direito a voz de voto, salvo
nos assuntos que, por força legal, sejam restritos aos que estiverem no gozo da capacidade civil. Após a
manifestação da forma de votação e da votação propriamente dita ser feita, o presidente conta os votos e
declara o resultado a todos os presentes, lavrando em ata o resultado.
A participação no Conselho de Escola não é obrigatória, visto que seus membros são eleitos por seus
pares, cabendo ao indicado aceitar ou não fazer parte da instituição.
3.3.4 – Da Deliberação
Todas as deliberações do Conselho constam de ata, e serão sempre tornadas públicas. No caso desta
unidade escolar notamos que a direção procede a colagem da ata em livro próprio (Ata) que é
identificado e fica arquivado na escola para posteriores consultas, por parte de qualquer pessoa que
queira saber sobre deliberações praticadas em reuniões.
3.3.5 – Atribuições de um Conselho de Escola
São atribuições do Conselho de Escola, deliberar sobre:
• diretrizes e metas da unidade escolar;
• alternativas de solução para os problemas de natureza administrativa e pedagógica;
• projetos de atendimento psico-pedagógico e material ao aluno;
• programas especiais visando à integração escola-família-comunidade;
• criação e regulamentação das instituições auxiliares da escola;
• prioridades para aplicação de recursos da Escola e das instituições auxiliares;
• a indicação, a ser feita pelo respectivo Diretor de Escola, do Vice-diretor;
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• as penalidades disciplinares a que estiverem sujeitos os funcionários, servidores e alunos
da unidade escolar.
Além das atribuições acima, também são de competência do Conselho de Escola, a elaboração do
Calendário e do Regimento Escolar e a apreciação de relatórios de avaliação de desempenho da unidade
escolar.
3.3.6 – Origem dos recursos financeiros da Escola
Dentro do rol das deliberações que o Conselho de Escola pode fazer existe um item:
prioridades para aplicação de recursos da Escola e das instituições auxiliares, que vem
a ser APM, Grêmio Estudantil, etc. Consciente de que é de extrema importância a
adequada utilização dos recursos públicos e prestação de contas dos valores
destinados à manutenção da escola e seus equipamentos, quanto a sua prevenção e
conservação, bem como quanto à contratação de prestação de serviços, descrevemos
quais são estes recursos, a saber:
DMPP1 – Despesa Miúda de Pronto Pagamento – fonte do recurso QESE e Tesouro - verba para
manutenção da Escola, tem como órgão repassador a Diretoria de Ensino da Região, é recebida pela
Diretoria da escola, 3 (três) quotas ao ano, a prestação de contas é feita pela escola à Diretoria de
Ensino da Região. Tem esta verba por finalidade pagar despesas de material de consumo, limpeza e
escritório;
DMPP2 – Despesa Muída de Pronto Pagamento – fonte de recurso QESE e Tesouro – verba para
manutenção preventiva do Prédio Escolar , tem como órgão repassador a SEE/FDE, é recebida pela
APM da escola, 3 (três) quotas ao ano, a prestação de contas á feita pela APM a Diretoria de Ensino e
esta a FDE. Tem como finalidade este recurso despesas com pequenos reparos no prédio; manutenção
de equipamentos e aquisição de materiais e serviços;
PDDE – Programa Dinheiro Direto na Escola – fonte do recurso e órgão repassador MEC/FNDE - verba
enviada em cota única no 3º trimestre, para à APM da Escola. Tem como finalidade a manutenção e o
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desenvolvimento do Ensino Fundamental, destina-se às despesas com aquisição de materiais e serviços
e aquisição de equipamentos. Os recursos destinados à aquisição de material permanente (20% do total
recebido), não poderão ser utilizados em material de consumo e vice-versa;
Prestação de Serviços – fonte do recurso e órgão repassador FDE - verba enviada por repasses
mensais, à APM da Escola, este recurso é destinado ao pagamento dos prestadores de serviço e ao
recolhimento dos encargos sociais e tributários inerentes ao serviço.
Contribuições Espontâneas - recursos tanto financeiros, bem como materiais oriundos de doações de
pais dos alunos por ocasião da matrícula, mas não vinculada a ela, pois contribui quem quer, mas
matriculam-se todos, bem como da comunidade. Estas doações podem ser feitas à APM da Escola, a
qualquer momento do ano letivo;
Campanhas Internas – No início do ano letivo é divulgado aos pais e alunos sobre a campanha mensal
dos envelopes, que serão enviados para suas casas onde poderá ser colocado qualquer valor, é também
esclarecido aos pais que ao final do ano letivo a classe que mais arrecadar, tanto do período da manhã
como o da tarde, fará um passeio por conta da escola, esta campanha tem como objetivo a compra de
algum bem ou material diferente para enriquecimento das aulas, que tanto os professores, bem como os
alunos queiram, é utilizada também esta verba para realização de festas e eventos durante o ano letivo e
a manutenção da escola com pequenos gastos entre o intervalo de crédito das verbas estaduais. Esta
verba é controlada pela direção da escola que aponta os valores de cada envelope em uma planilha,
referente a cada classe por nome da lista de chamada, conseguindo assim apurar com exatidão o valor
arrecadado.
Todas as verbas aqui elencadas são depositadas em contas bancárias e ficam sob a responsabilidade e
gestão da instituição, em parceria com as instituições auxiliares, a qual providencia a Prestação de
Contas, tanto aos órgãos superiores como a toda comunidade escolar através de balancetes que são
divulgados em Reunião de Pais.
3.3.7 – Tipos de despesas que podem ser realizadas com os recursos
recebidos
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Pode-se ter despesas com estes tipos de material e/ou serviços:
a) aquisição de material permanente: móveis de madeira, metais ou
equipamentos diversos, aparelhos elétricos, ventiladores e bebedouros, equipamentos
para biblioteca;
b) aquisição de material de consumo: didático, esportivo, gás de cozinha (gasto este que na
cidade de Socorro não é feito, pois este item é pago pela Prefeitura Municipal), para secretaria, materiais
de higiene e limpeza, material de informática;
c) manutenção, conservação e pequenos reparos da unidade escolar com serviços e
materiais: hidráulicos, elétricos, de piso, de cobertura, ferragens, esquadrias, vidros, tintas para pintura,
higienização de caixas d’água, fossa, desinsetização, limpeza geral do prédio, jardins e terreno da
escola, serviço de recuperação de todo e qualquer equipamento existente na escola, como máquinas,
carteiras, armários, geladeira, fogão, material de laboratório, microcomputadores, fitas virgens, serviço de
gravação, fitas cassetes, softwares e acessórios para microcomputadores, assinaturas de revistas,
jornais, etc.
d) Ainda é permitido despesas com institucionalização, por exemplo: despesas com CPMF,
IOF, registros de estatuto e atas da APM em cartório, confecção de carimbo de CNPJ da APM, etc.;
e) Contratações de serviços podem ser das seguintes formas: contratação de mão-de-obra
por meio de empresas de terceirização, de serviços temporários, de serviços por meio de cooperativas de
trabalho, de trabalhadores por tempo determinado ou indeterminado, de autônomos para serviços
eventuais;
f) Despesas com eventos realizados dentro e fora da escola, tais como: Dia das Mães, Dia
dos Pais, Semana da Criança, excursões, passeios, etc;
g) Pagamento de Seguro contra sinistro da escola.
Todo gasto a ser feito passa antes por reunião de Conselho de Escola, para que possam ser levantadas,
apontadas e decididas as necessidades da escola, fazendo com que todos participem deste processo de
decisão. Por exemplo, em maio, com a arrecadação da campanha interna, foi comprado um DVD, pois
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era uma reivindicação dos alunos e os demais membros do Conselho acharam que procedia tal compra,
pois este é um material de apoio ao enriquecimento das aulas, e este bem será doado à APM da escola e
posteriormente patrimoniado.
3.3.8 – Cotação de materiais e serviços
Após ter sido decidido em reunião de Conselho de Escola, o material a ser adquirido, bem como o
serviço a ser prestado, são realizadas as cotações.
As cotações são realizadas com a maior clareza possível, visando não só a transparência da
concorrência como o melhor serviço pelo menor preço e melhor qualidade do produto, podem as
empresas receber as planilhas de cotação por fax, cópia entregue em mãos, e-mail.
As empresas são contatadas para que coloquem seus preços, prazo de entrega de
material ou de serviço e condições de pagamento em uma planilha previamente
preenchida com os itens a serem adquiridos e/ou serviços a serem prestados, com
especificações claras de medida, tamanho, forma, peso (cada qual conforme o seu
caso: papelaria, limpeza, informática, etc), são sempre cotadas em valor unitário.
Tabela 1 - Planilha de Cotação, enviada à Empresa X:
Item
Descrição
1
2
3
4
Marca Candura Candida Super Branca Branca de Neve 01 Água sanitária – 1 lt. Preço 1,25 1,37 1,23 1,33 Marca Brilho Fácil Parquetina Cascolar 02 Cera líquida 900 ml. Preço 4,09 4,28 5,19 Marca Clorex Clorol Brilhante 03 Cloro líquido 5 lt. Preço 2,11 2,21 2,15 Marca Ypê Limpol Bril 04 Detergente 500 ml Preço 0,60 0,62 0,58
Tabela 1 – Planilha de Cotação Dados elaborados pelo autor
São pesquisadas pelo menos três firmas diferentes, e não necessariamente só as da
cidade de Socorro, para que se possa ter uma margem de segurança, encontrando
assim as melhores condições possíveis para efetuar a transação.
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Dependendo do tipo de verba a ser gasta, as empresas têm que ter equipamento disponível para que o
pagamento seja feito por cartão eletrônico, pois certos tipos de verba vêm em conta bancária onde só
pode ser sacado por esta modalidade, o que algumas vezes dificulta que a compra seja feita localmente,
pois muitos estabelecimentos socorrenses não possuem tal equipamento, por acharem sua manutenção
cara, neste caso faz-se a cotação em quantos estabelecimentos comerciais forem possíveis.
Depois que as cotações são recebidas das empresas, é feita a compilação para uma
outra planilha, onde será apontando em seu resultado qual foi a firma que apresentou o
melhor preço, prazo de entrega e condições de pagamento (apesar de que tudo que é
adquirido pela escola é pago à vista), conforme Tabela 2 - Planilha de Compilação de
dados, a saber:
Item
Descrição
Empresa X
Empresa Y
Empresa Z
Vencedor
Marca Super Branca Candura Aguaplus 01 Água sanitária – 1 lt. Preço 1,23 1,19 1,21
Y
Marca Brilho Fácil Parquetina Cascolar 02 Cera líquida 900 ml. Preço 4,09 4,24 5,11
X
Marca Clorex Clorol Brilhante 03 Cloro líquido 5 lt. Preço 2,11 2,18 2,17
X
Marca Bril Limpol Bril 04 Detergente 500 ml Preço 0,58 0,53 0,50
Z
Tabela 2 – Planilha de Compilação de dados Dados elaborados pelo autor
Após uma análise global levando-se em conta qualidade e preço, é efetivada a compra junto ao
fornecedor.
3.3.9 – Prestação de Contas de Adiantamento
Os recursos que são repassados tanto pela Diretoria de Ensino, bem como: SEE/FDE, FNDE/MEC,
requerem que seja feito um Processo de Prestação de Contas de Adiantamento, que são elaborados e
encaminhados à FDE sempre em duas vias, com igual teor e forma e são constituídos por:
• um ofício da direção da escola, onde encontramos referência sobre o tipo da verba, o
valor do repasse, a data de recebimento, de que forma foi recebida, exemplo OB, em que banco,
agência, qual foi a valor da despesa efetuada, e ainda um balancete das despesas;
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• notas de empenho recebidas pela Escola;
• as pesquisas de preço (já compilados os valores das pesquisas individuais) divididas por
tipos de material, por exemplo: material de consumo de limpeza, de papelaria, de manutenção, etc;
• notas fiscais com carimbo e assinatura do encarregado que recebeu o material, bem
como assinatura do emitente da nota que recebeu o valor referente a mesma;
• extrato dos pagamentos efetuados por cartão magnético ou cópia dos cheques, e
extratos bancários.
Há algum tempo já não se pede nesse tipo de prestação de conta a cópia da Ata do Conselho de
Escolha, coisa que era habitual em outros tempos, mas isso não quer dizer, que tais gastos tenham
passado desapercebidos a esta instituição, pois esta, vem acompanhando desde a decisão de compra
até a sua conclusão, somente a ata não está mais fazendo parte integrante das exigências para a citada
prestação de contas.
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4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Notamos que apesar do Conselho de Escola, ter sido regulamentado desde 1985, já com muitas das
especificações aqui demonstradas, vimos que estes estavam apáticos e muito pouco participativos no
que concerne à administração mais direta da escola, com as mudanças que estão acontecendo no
mundo todo devido a globalização, ao cerco às formas de sonegação e a responsabilidade fiscal,
também a escola vem sendo chamada a se engajar nesta nova realidade e mentalidade, e ainda mais
toda a comunidade, que paga impostos e entre outros deveres deve zelar pelo bom uso de seu dinheiro.
Observamos também que a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, vem
desenvolvendo ações no sentido de implementar o Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos
Escolares, este programa contempla aspectos, onde se busca identificar o papel social da educação e da
escola, conceitua o processo de construção da gestão democrática como movimento permanente que
não se decreta, mas resulta de processos coletivos de tomada de decisão e de participação, busca
identificar as formas de escolha dos dirigentes escolares e os mecanismos de participação na escola,
destacando, especialmente, o papel dos Conselhos Escolares.
Estes aspectos se inter-relacionam, tendo por eixo a compreensão de que a democratização da
educação implica a garantia de processos de progressiva autonomia da escola e de efetiva participação
dos diferentes segmentos que compõem a comunidade local e escolar.
Pudemos por fim concluir e demonstrar que a escola alvo de nosso estágio, a EE Profª. Benedicta
Geralda de Souza Barbosa, através da observação que o Conselho de Escola é uma estratégia de
gestão democrática da educação pública.
Apesar de acharmos que é uma responsabilidade muito grande ter que arcar com a gestão financeira, a
escola vem apresentando dentro dos parâmetros propostos uma postura digna, de clareza e de
transparência em sua administração.
Pudemos ainda constatar a utilização eficiente de conceitos vistos em sala de aula na FAQ que
englobam desde a administração estratégica aliada a gestão financeira até a democratização de
decisões, fazendo com que a comunidade participe efetivamente nas decisões relevantes para o bom
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andamento da escola, principalmente no que concerne ao item financeiro, onde os recursos são
utilizados das melhores maneiras possíveis, buscando sempre sua otimização, utilizando raciocínio lógico
para que sempre se tenha material, em momento e tempo certos, tendo uma co-responsabilidade entre a
escola e a comunidade, fazendo assim uma gestão realmente democrática dentro desta unidade escolar.
Enfim administrar com criatividade, inovação, buscando sempre superação e adequação, valendo-se de
estratégias, de tecnologia e alternativas diversificadas de gestão para resoluções de problemas,
demonstrando ampla participação, articulação, sensibilidade, abertura, através de medidas de integração,
visando sempre o bem estar principalmente do aluno.
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5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANSOFF, H. Igor e McDONNELL, Edward J. Implantando a administração estratégica. 2.ed.. São Paulo: Atlas, 1993. 590 p. BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos. , 4. ed. Porto Alegre, RS: Bookman , 2004. 518 p. BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira, São Paulo: Atlas, 1989. 408 p. BRASIL. Ministério da Educação - Secretaria de Educação Básica, Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares – 2004 CERTO, Samuel C. e PETER, J. Paul. Administração estratégica : planejamento e implantação da estratégia. São Paulo: Makron Books do Brasil , 1993. 469 p. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa 2. ed. rev. e aum. São Paulo: Nova Fronteira, 1995. PROPOSTA Pedagógica. EE Profª. Benedicta Geralda de Souza Barbosa - 2003 SÃO PAULO. Circuito Gestão – Gestão Educacional no Cotidiano das Escola – Mod. IV, São Paulo, IMESP, 2001 SÃO PAULO. Lei Complementar 444, de 27 de dezembro de 1985 – Estatuto do Magistério, São Paulo, IMESP, 1986. 56 p.
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6 – ANEXOS Anexo 1
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