conselho - crea-rs · habitacional e a proteção da nos-sa biodiversidade. por fim, é im-portante...

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Setembro 2004 | Ano I | nº 1 | www.crea-rs.org.br Revista Mensal do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio Grande do Sul CONSELHO em revista A energia que vem do vento Amianto, a névoa da tragédia Reciclagem, uma necessidade nos tempos modernos Entrevista com o governador Germano Rigotto Impresso Especial Nº 0064/01 DR/RS Crea-RS CORREIOS

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Rev is t a Mensa l do Conse lho Reg iona l de Engenha r i a , A rqu i t e tu ra e Ag ronomia do R io G rande do Su l

CONSELHOem revista

A energia quevem do vento

Amianto, a névoada tragédia

Reciclagem, umanecessidade nostempos modernos

Entrevista com ogovernadorGermano Rigotto

ImpressoEspecial

Nº 0064/01 DR/RS

Crea-RS

CORREIOS

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MA

RIO

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CONSELHO em revista | nº 1

www.crea-rs.org.br

SumárioCartas 4

Editorial 5

Entrevista 6

Notícias CREA-RS 8

Livros & Sites 11

Matérias Técnicas 12

Ética & Legislação 15

Matérias Técnicas 16

Caixa de Assistência 22

Memória 25

Artigos Técnicos 26

Novidades Técnicas 29

Mercado de Trabalho 31

Eventos 32

Indicadores 34

EDIÇÃO Nº 1

CONSELHOem revista

PresidenteEng. Agrônomo Gustavo Lange

1º Vice-PresidenteEng. civil Francisco Bragança

2º Vice-PresidenteArq. Armando Costa

1ª SecretáriaEng. civil Alice Coelho Scholl

2º SecretárioEng. metalúrgico Norberto Correia

1ª TesoureiraEng. agron. Lucia Brandão Franke

2º TesoureiroTec. em eletrotécnica João Abelardo Brito

Coordenadora das InspetoriasEng. eletron. Shirley Schroeder

Vice-Coordenador das InspetoriasEng. Op. Eletron. Sérgio Boniatti

TELEFONES CREA-RS: PABX: (51) 3320-2100 - Caixa de Assistência: (51) 3320-2112 Fax: (51)3320-2111 - Câmara Agronomia: (51) 3320-2245 - Câmara Arquitetura: (51) 3320-2247 -Câmara Eng. Civil: (51) 3320-2249 - Câmara Eng. Elétrica: (51) 3320-2251 - Câmara Eng.Florestal: (51) 3320-2277 - Câmara Eng. Industrial: (51) 3320-2255 - Câmara Eng. Química:(51) 3320-2258 - Câmara Eng. Geominas: (51) 3320-2253 - Comissão de Ética: (51) 3320-2256 - Coordenadoria: (51) 3320-2210 Fax: (51) 3320-2212 - Dpto. Administrativo: (51)3320-2160 Fax: 3320-2164 - Videocrea: (51) 3320-2168 - Dpto. Com. e Marketing: (51) 3320-2267 - Dpto. Contabilidade: (51) 3320-2170 Fax: (51) 3320-2172 - Dpto. Financeiro: (51)3320-2120 Fax: (51) 3320-2127 - Dpto. Fiscalização: (51) 3320-2130 Fax: (51) 3320-2132 -Dpto. Informática: (51) 3320-2186 Fax: (51) 3320-2184 - Dpto. Jurídico: (51) 3320-2190 Fax:(51) 3320-2195 - Dpto. Registro: (51) 3320-2140 Fax: (51) 3320-2141 - Gab. Exec. dasCâmaras: (51) 3320-2250 Fax: (51) 3320-2254 - Presidência: (51) 3320-2260 Fax: (51) 3320-2261 - Protocolo: (51) 3320-2150 - Recepção: (51) 3320-2101 - Secretaria: (51) 3320-2270Fax: (51) 3320-2272

DISQUE SEGURANÇA: 08005102563

TELEFONES DAS INSPETORIAS:ALEGRETE - Fone/Fax: (55) 422.2080 | BAGÉ - Fone: (53) 242.1780 Fax: (53) 242.3167 | BENTOGONÇALVES - Fone/Fax: (54) 452.3291 | CACHOEIRA DO SUL - Fone: (51) 3723.3839 Fax: (51)3722.3839 | CACHOEIRINHA/GRAVATAÍ - Fone: (51) 484.2080 Fax: (51) 488.4867 | CAMAQUÃ- Fone/Fax: (51) 671.1238 | CANOAS - Fone: (51) 476.2375 Fax: (51) 476.6722 | CAPÃO DACANOA - Fone: (51) 665.4161 Fax: (51) 665.3388 | CARAZINHO - Fone: (54) 331.1966 Fax: (54)331.4396 | CAXIAS DO SUL - Fone: (54) 214.2133 Fax: (54) 214.3825 | CRUZ ALTA - Fone/Fax:(55) 3322.8141 | ERECHIM - Fone: (54) 321.3117 Fax: (54) 522.1595 | FREDERICOWESTPHALEN - Fone: (55) 3744.3060 Fax: (55) 3744.3733 | GUAÍBA - Fone: (51) 491.3337 Fax:(51) 480.1650 | IBIRUBÁ - Fone: (54) 324.1613 Fax: (54) 324.1727 | IJUÍ - Fone: (55) 3332.9492Fax: (55) 3332.9492 | LAJEADO Fone/Fax: (51) 3748 1033 | MONTENEGRO - Fone: (51)632.1624 Fax: (51) 632.4455 | NOVO HAMBURGO - Fone: (51) 594.5922 Fax: (51) 582.2028| PALMEIRA DAS MISSÕES - Fone: (55) 3742.2099 Fax: (55) 3742.2888 | PANAMBI - Fone: (55)3375.4741 Fax: (55) 3375.4946 | PASSO FUNDO Fone/Fax: (54) 313.5099 | PELOTAS Fone/Fax: (53) 222.7885 | PORTO ALEGRE - Fone: (51) 3337 5934 Fax: (51) 3343.1744 | RIOGRANDE Fone/Fax: (53) 231.2190 | SANTA CRUZ DO SUL - Fone: (51) 3711.3108 Fax: (51)3715.5284 | SANTA MARIA - Fone: (55) 222.7366 Fax: (55) 222.7721 | SANTA ROSA - Fone:(55) 3512.6093 Fax: (55) 3512.6281 | SANTANA DO LIVRAMENTO - Fone: (55) 242.4410 Fax:(55) 241.3060 | SANTIAGO Fone/Fax: (55) 251.2155 | SANTO ÂNGELO Fone/Fax: (55) 3312.2684| SÃO BORJA Fone/Fax: (55) 431.3833 | SÃO GABRIEL Fone/Fax: (55) 232.5910 | SÃO LEOPOLDO- Fone: (51) 592.6532 Fax: (51) 589.8559 | SÃO LUIZ GONZAGA - Fone: (55) 3352.1822 Fax:(55) 3352.2959 | TAQUARA - Fone: (51) 542.1183 Fax: (51) 541.3313 | TORRES - Fone: (51)626.1031 Fax: (51) 664.2489 | TRAMANDAÍ - Fone: (51) 661.2277 Fax: (51) 684.1601 | TRÊSPASSOS - Fone: (55) 3522.2516 Fax: (55) 3522.2088 | URUGUAIANA - Fone: (55) 412.4266 Fax:(55) 411.3940 | VACARIA - Fone: (54) 232.8444 Fax: (54) 231.2277

CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA DO RIO GRANDE DO SULRua Guilherme Alves, 1010 - Porto Alegre - RS

CEP 90680-000 - http://www.crea-rs.org.br

Ano I - Nº 1 - Setembro 2004

A Conselho em Revista é uma publicação mensal do CREA-RS.

[email protected] / [email protected]

Gerente do Departamento de Comunicação e Marketing:

Jornalista Anna Fonseca (Reg. 6106)

Jornalista Responsável: Ana Paula Baldoino (Reg. 6142)

Colaboração: Andrea Fioravante Reisdörfer (Reg. 8184)

Estagiária: Luana Lemke

GT Editorial:

Eng. Op. Eletron. Sérgio Boniati (coordenador), Eng. Civil Ernesto Schreiber,

Arq. Gislaine Saibro, Eng. Florestal Clarissa Trois Abreu, Geólogo Ivam Luís Zanette,

Eng. Elet. Marco Antônio Kappel Ribeiro, Arq. Rui Mineiro,

Eng. Seg. do Trab. Nelson Agostinho Burille, Eng. Químico Marino Grecco

Comercialização: Print Sul Representações- Fone: 51 3328.1344 - [email protected]

Produção Gráfica: Cempthom - Fone: 51 3334.2566

Diagramação: João Carlos Martimbianco

Tiragem: 50 mil exemplares

O CREA-RS, o Conselho em Revista, assim como as câmaras especializadas não se responsabilizam por

conceitos emitidos nos artigos assinados neste veículo.

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CONSELHO em revista | nº 1

Charge

Cartas

Escreva para a Conselho em Revista.Mande sua carta para: [email protected]

“A idéia da realização da revis-ta já vem de alguns anos. O queprocurei, como 1º vice-presiden-te, foi operacionalizar o desejo doConselho de ter uma revista. Paratal, passava pela mudança deparadigma, principalmente emrelação a comercialização, pois seprecisava viabilizar o projeto fi-nanceiramente. Não tenho dúvi-da que o produto é bom. É umveículo poderoso em termos dealcance aos 50 mil profissionaisregistrados no CREA-RS. Neces-sitávamos mudar a característi-ca e a forma de comunicaçãocom o nosso profissional. Se pre-tende que a revista não seja a re-produtora de notícias de outrosmeios de comunicação, mas simuma geradora de informações da

área tecnológica. E seja um ins-trumento de crítica construtivaaos modelos de desenvolvimen-tos adotados pelos sucessivos go-vernos. Nós temos que discutiro nosso modelo energético, detransportes, de financiamentohabitacional e a proteção da nos-sa biodiversidade. Por fim, é im-portante que a revista discuta ummodelo de desenvolvimentoatravés do planejamento estraté-gico do ensino técnico e superi-or. É preciso que a abertura denovos cursos visem o desenvol-vimento regional do país e nãoas demandas mercadológicas doensino”.

Engenheiro civil Francisco Bragança,1º vice-presidente do CREA-RS.

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Apresentamos a Conselhoem Revista. Após 30 anos in-formando aos profissionais re-gistrados sobre as ações reali-zadas pelo Conselho através,principalmente, do Jornal doCREA-RS, a partir deste mêsestaremos levando a vocês estapublicação, que tem como ob-jetivo editorial uma aborda-gem técnica e abrangente detodas as diversas modalidadesprofissionais que integramnosso Conselho. Nas seçõesque integram a Revista você,

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Com muito orgulho, a Conselho em Revista.Eng. Agrônomo Gustavo Lange | Presidente do CREA-RS

a cada mês, vai saber mais so-bre sua profissão, novos equi-pamentos e métodos de traba-lhos, áreas profissionais demaior crescimento, ética, le-gislação e um pouco da histó-ria das profissões da área tec-nológica, que tanto foram esão responsáveis pelo desen-volvimento deste país. Quere-mos muito mais, queremos quecada edição tenha sua partici-pação, através da sugestão detemas a serem abordados, opi-niões e críticas. Para isto, ofe-recemos um espaço ao leitoronde, na próxima edição, es-peramos contar com sua pre-

sença. A Conselho em Revistaserá distribuída mensalmentea todos os profissionais regis-trados no CREA-RS, atualmen-te mais de 45 mil, e a diversossegmentos de imprensa, auto-ridades e representantessetoriais. Para darmos contade tudo, este novo veículo derelacionamento para com nos-so público trará anúncios pu-blicitários, com ofertas de pro-fissionais, serviços, produtos eequipamentos de interessecerto do leitor. Este é o nossoobjetivo que, com muito orgu-lho, agora trazemos a vocês. Atodos, uma boa leitura.

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EN

TREV

ISTA

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PAULO DIAS

Entrevista: governador Germano Rigotto

CR : Que tipo de ações o GovernoGaúcho adotou no sentido de valoriza-ção dos profissionais da área tecnológi-ca - engenheiros, arquitetos, agrônomose técnicos de nível médio - e de que for-ma estas ações tiveram repercussão nomercado de trabalho?

Governador: A triplicação da ver-ba para pesquisa científica é sinalirrefutável de valorização aos profissi-onais desta área. Em 2004, a Fapergsreceberá mais de R$ 31 milhões para ofomento à pesquisa científica. Em 2003,a verba de R$ 12,8 mi superou os pou-co mais de R$ 11 mil liberados em 2002(último ano do governo anterior). Damesma forma, estamos ampliando osrecursos para o Programa de Apoio àPesquisa (Proape), que terá R$ 100 mil(receita própria) investidos em 22 pro-jetos.

CR : Quanto é destinado pelo Exe-cutivo Estadual para pesquisa de novosprojetos da área tecnológica? E há al-gum segmento prioritariamente traba-lhado?

Governador: São vários os progra-mas que têm recebido destaque pelogoverno estadual. Os principais pro-jetos em andamento e seus respectivosvalores de investimento, de acordocom os dados da Secretaria de Ciênciae Tecnologia são:

Programa de Apoio à Pesquisa naPequena Empresa– O programa pre-vê a liberação de R$ 16 milhões em2004 e 2005 sendo que a verba é pro-veniente da Finep com contrapartidado Governo do Estado na modalidadeum por um. Em 2004, serão liberadosR$ 10,2 milhões, restando R$ 5,8 mi-lhões para 2005.

Programa Pró-Coredes - Liberaçãode R$ 6,38 milhões para aplicação empesquisas segundo prioridades apon-tadas no Processo de Participação Po-pular (PPP).

Programa Primeiros Projetos - Li-beração de R$ 1,87 milhão, pelo CNPq

e R$ 1,24 milhão, pela Fapergs, em 2004.Programa de Bolsas de Iniciação

Científica Júnior – Contará com R$ 990mil para 330 bolsas, com valor mensalde R$ 250,00.

CR : Em que consiste o Programa deFinanciamento Florestal Gaúcho -Proflora Caixa RS - e de que forma estáacontecendo sua implantação?

Governador: Um dos caminhospara que possamos reativar a econo-mia da Metade Sul, sem dúvida, estános programas de florestamento. Ape-sar de ser possível em outras regiões, énas grandes extensões de terras destaregião que estamos iniciando os pri-meiros projetos, que já contam cominvestimentos importantes de grandesempresas, como a Votorantin Papel eCelulose e da Aracruz Celulose. Paraque nossos produtores rurais possamparticipar desta potencial geração derenda e emprego no campo, a Caixa RSlançou o programa Proflora, que vaipermitir o financiamento para aquelesque desejarem investir no florestamen-to. Pelo Proflora, os produtores pode-rão dispor de R$ 30 milhões para a exe-

cução de seus projetos de florestamen-to.

CR : Ainda sobre meio ambiente, oconvênio assinado com o banco alemãoKFW, no valor de 10 milhões de euros para preservação da Mata Atlânticaem território gaúcho. O que significaisso para o Estado em termos de recupe-ração da Mata Atlântica e de impactoambiental?

Governador: É um grande passopara que o Rio Grande do Sul consigarecuperar parte de suas florestas, prin-cipalmente as de Mata Atlântica, quechegaram a amargar uma redução paraapenas 5% do solo gaúcho. Nos últi-mos 20 anos, iniciou-se um processo derenovação, que mostra a preocupaçãopioneira dos gaúchos com relação aoambiente. Pelo Projeto de Conserva-ção, passaremos a recuperar as áreasdegradadas, além de investir na pro-teção ambiental. Não são apenas os10,5 milhões de euros (R$ 40,2 milhões)que estarão à disposição para que te-nhamos a possibilidade de renovarparte de nossa mata, uma vez que oRS já teve 47% de sua extensão totalcobertos com florestas. Na primeiraetapa, serão 10 unidades de conserva-ção contempladas, numa área de 13 milquilômetros quadrados, em 28 muni-cípios. Mas, dando prosseguimento, jáestão sendo negociados também os in-vestimentos no Estudo de Comporta-mento Hidrodinâmico e da Dispersãodas Cargas Contaminantes no Lago doGuaíba, que contam com uma doaçãode R$ 300 mil da Japan InternationalCooperation Agency; e no Projeto deConservação da Biodiversidade comoFator de Contribuição ao Desenvolvi-mento do RS, que conta com uma do-ação de R$ 22 milhões do GlobalEnvironment Facility, através do Ban-co Mundial, e contrapartida de R$ 28milhões do Governo do Estado.

CR : O RS, que tem 45% de seu Pro-duto Interno Bruto vinculado ao agro-negócio, é responsável por quanto da ex-portação de grãos do Brasil e o que es-tes números representam em termos eco-nômicos para o Estado?

Governador: O agronegócio, comcerteza, é a alavanca principal para aeconomia gaúcha. A maior prova está

Em entrevista ao primeiro número da Conselho emRevista o Governador do Estado Germano Rigotto, quecumpre seu segundo ano de mandato, fala das ações doExecutivo voltadas aos profissionais da áreatecnológica, pesquisa, investimentos e biotecnologia

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CONSELHO em revista | nº 1

www.crea-rs.org.br

no fato de o segmento ter alcançadoum crescimento de 18,5%, em 2003, narelação com o ano anterior. Com essedesempenho, o segmento primáriosustentou um incremento de 4,7% noPIB do RS, seguido pela indústria comampliação de 2,9%. Portanto, é precisoque tenhamos uma atenção especialpara o agronegócio, efetivando proje-tos que possibilitem ganhos aos pro-dutores rurais; debatendo questõesque garantam a continuidade da pro-dução, como a transgenia pela qual meempenhei a fim de dar tranqüilidadeaos agricultores não apenas gaúchos,mas de todo o país; buscando melho-res modelos e condições de financia-mento e mostrando a importância vi-tal para a economia do Estado. O Go-verno do Estado, através da Secretariada Agricultura e Abastecimento, vemoperando, principalmente, no sentidode qualificar a produção, atuando naassistência técnica, no desenvolvimen-to de novos e mais avançados cultiva-res e, até mesmo, na assessoria para co-mercialização, usando para isso os co-nhecimentos técnicos de órgãos vincu-lados. A continuidade do Troca-Trocade Sementes; a negociação com o Ban-co Mundial para prosseguimento doRS Rural, que melhora as condições dohomem do campo; programas como oArroz RS, que vai fazer com que pos-samos não apenas incrementar a pro-dutividade como também batermos orecorde de produção orizícola, con-quistado em 2003, com 6,3 milhões detoneladas. Outro exemplo está no casoda soja. A luta pelo reconhecimento dabiotecnologia fez com que os mercadosinternacionais dessem seu aval à qua-lidade do produto gaúcho e brasileiro,uma vez que todos os Estados produ-tores plantam a soja transgênica. Emviagem à China, trabalhei junto comas autoridades brasileiras de proteçãoagropecuária para que ocorresse o fimdo embargo ao produto brasileiro. NoRS, estamos negociando com grandesempresas importadoras e processado-ras, que podem garantir a aquisiçãopelos chineses de mais de 3 milhões detoneladas de soja na próxima safra, ouo equivalente a 30% da produção gaú-cha. Portanto, o agronegócio é o cami-nho para a retomada forte da econo-mia gaúcha, aliado à diversidade cadavez maior da indústria e ao aperfeiço-amento da prestação de serviços e do

comércio.CR : O que poderia ser feito para

diminuir o índice de desemprego e au-mentar o crescimento econômico do Es-tado, e que ações futuras estão planeja-das em relação a estas questões?

Governador: Um dos eixos princi-pais do Governo do Estado é a atra-ção de investimentos, sejam de pe-queno ou grande porte. O importan-te é que tenhamos a possibilidade de,com a chegada de novas empresas oumesmo a ampliação de projetos em-presariais aqui já instalados,reativarmos o mercado gaúcho e ge-rarmos emprego e renda para milha-res de pessoas que procuram umaocupação. Esse trabalho vem colhen-do bons resultados, embora o reflexona economia seja a médio prazo. Um

exemplo claro está nos números al-cançados dentro desse envolvimentopela atração de novos empreendi-mentos. Somente no primeiro ano degestão, tivemos a implantação ou am-pliação de 72 projetos, que gerarão uminvestimento superior a R$ 11 bi-lhões, valor equivalente a arrecada-ção total de impostos do RS em umano. Da mesma forma, em 2004, tive-mos a confirmação de novas iniciati-vas empresariais, que já ultrapassamos R$ 5 bilhões. Somadas, essas em-presas estarão criando mais de 20 milempregos diretos e outros tantos mi-lhares indiretos. Estamos trabalhan-do, também, para abrirmos novasperspectivas, diversificando os inves-timentos, tanto em energia, como flo-restamento e até mesmo com a reaber-tura da indústria naval, com a implan-tação de pelo menos dois estaleiros,em Rio Grande, na Metade Sul doEstado. Estamos buscando as adequa-ções necessárias para que possamosmanter um ritmo razoável nas obras.Infelizmente, esse compasso ficaaquém do que esperávamos, mas com

a situação atual, estamos priorizandoalgumas delas. O importante é que,com a evolução gradativa da recupe-ração das receitas, será possível, tam-bém, impormos um ritmo mais inten-so nas obras públicas.

CR: Todo governo precisa de açõesnas áreas civis para um melhor desen-volvimento de seu Estado. Como o RSestá trabalhando as questões de obraspúblicas em relação ao baixo orçamen-to disponível para isso?

Governador: Para dar mais con-sistência às ações, estamos incenti-vando o trabalho em redes, envol-vendo as universidades da Capital edo Interior. Esse relacionamento temsido fundamental para a instalaçãode Parques Tecnológicos, que leva-rão para as empresas o conhecimen-to desenvolvido nos bancos acadê-micos e nos laboratórios, dandoembasamento tecnológico e auxilian-do na qualificação da produção. Estetrabalho cria um clima de avanço tec-nológico no Estado perante o país eo exterior. Este ambiente será extre-mamente favorável à atração de no-vos investimentos para o Rio Gran-de, incrementando a produção, ge-rando emprego e renda familiar e au-mentando a receita pública que seráreinvestida em infra-estrutura e qua-lidade de vida para a população. OGoverno do Estado também está ace-lerando o processo de implantaçãodo Centro de Excelência em Tecno-logia Eletrônica Avançada – Ceitec,que visa a implantação de um Cen-tro de Desenvolvimento Tecnológicode produção de circuitos integrados“chips” e de formação de recursoshumanos. Outro exemplo do com-prometimento com o setor de C&Testá no programa Educação em Tec-nologia, que reúne importantes Se-cretarias de Estado, entidades, inici-ativa privada e universidades com oobjetivo de mobilizar a sociedadepara este tema. Dentro da Fundaçãode Amparo à Pesquisa do Estado doRio Grande do Sul (Fapergs), estãosendo incrementados programascomo o de Formação de RecursosHumanos, através da concessão demais de 1,1 mil bolsas de iniciaçãocientífica, além de bolsas de Pesqui-sador Visitante, Emergenciais deMestrado, Recém-Doutor e AuxílioRecém-Doutor, somando 1.179 vagas.

“o agronegócio é ocaminho para a retomadaforte da economia gaúcha,aliado à diversidade cadavez maior da indústria eao aperfeiçoamento daprestação de serviços e docomércio”

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CONSELHO em revista | nº 1

www.crea-rs.org.br

Notas

As duas primeiras semanas deagosto em que o CREA-RS inten-sificou a fiscalização na Serra Ga-úcha resultaram em: Gramado eCanela, em uma semana, 362 ser-viços que apontaram, entre ou-tros, 83 obras regulares, 184 NRDPe dez autos de infração. Já emCaxias do Sul, Bento e NovaPetrópolis foram 262 serviços, queresultaram em 27 obras regulares,129 NRDP e dois autos de infra-ção. As NRDP–Notificação de Re-quisição de Documentos e Provi-dências podem se tornar autos deinfração, caso não sejam apresen-tados os documentos solicitados

Fiscalização na Serra Gaúcha tem saldo positivopelos fiscais no pra-zo de dez dias. Para opresidente do Conse-lho, eng. GustavoLange o saldo da fis-calização foi positi-vo. “A intenção doCREA-RS ao desen-volver este tipo deação não é multar esim orientar e preve-nir”, destacou. Disseainda que o objetivoda atividade é ofere-cer segurança à comunidade e va-lorizar os profissionais da área tec-nológica. “A fiscalização é uma

atividade perma-nentemente realiza-da pelo CREA-RS,intensificar esta açãosignifica chamar aatenção da sociedadepara a necessidadede realizar serviços eobras com profissio-nais que estejam le-galmente habilita-dos”, concluiu. AFiscalização na SerraGaúcha, aconteceu

pelo segundo ano consecutivo eintegrou a programação dos 70anos do Conselho.

CREA-RS sedia reuniãoEngenharia Civil

De 17 a 19 de setembro oCREA-RS realiza em Caxias doSul, na serra gaúcha, o IX Con-gresso Estadual dos Profissionaisda Área Tecnológica. O eventoreunirá os 191 delegados eleitosdurante os onze CongressosDistritais que aconteceram em to-das as regiões do Estado, e pro-fissionais da área tecnológica. Osencontros ocorridos ao longo dejulho e agosto resultaram na ela-boração de 72 propostas que se-rão sistematizadas e levadas paradiscussão no CEP. As reuniões re-gionais promovidas pelo Conse-lho gaúcho tiveram significativaparticipação da comunidadeprofissional e de representantesdos poderes públicos munici-pais e de entidades de classe.

Entre os temas discutidos des-taque para a proposta de altera-ção da Resolução 218 do Confea,que trata das atribuições profissi-onais, a flexibilização das disci-

Congresso Estadual reunirá em Caxias do Sulprofissionais da área tecnológica

plinas e conteúdos previstos nasdiretrizes curriculares e as atri-buições profissionais, certificaçãode cursos, exame para obtenção deregistro no Conselho e participa-ção do Sistema Confea/Creas/Mútua na abertura de novos cur-sos, participação dos profissionaisna formulação do Plano Diretor eEstatuto da Cidade. Do estadualsairão as propostas que serãosubmetidas à apreciação no 5ºCongresso Nacional dos Profis-sionais que acontecerá nos dias03 e 04 de dezembro em São Luís,Maranhão. “É fundamental aparticipação e o envolvimentodos profissionais nestas discus-sões pois daí resultarão algumaslinhas de ações a serem implan-tas pelo Conselho”, destacou oeng. Gustavo Lange, presidentedo CREA-RS. Todas as propostasaprovadas no Estado estão dis-poníveis no site do Conselhowww.crea-rs.org.br

Porto Alegre foi a cidade escolhi-da para sediar a III Reunião da Coor-denadoria Nacional de Câmaras Espe-cializadas de Engenharia Civil dosCreas, realizada de 17 a 20 de agosto.Na pauta, temas polêmicos como aces-sibilidade e engenharia pública. Atri-buições de técnicos e engenheiros emvariadas áreas como instalações de gás,edificações, prevenção e combate a in-cêndios, uso de explosivos, e a exigên-cia de profissionais dessa modalidadeem empresas de transporte urbanos depassageiros e cargas foram assuntosdiscutidos ao longo dos quatro dias.“A engenharia civil é uma modalidademuito abrangente e, como tal, englobapraticamente todos os temas discuti-dos pelo Sistema Confea/Creas/Mú-tua”, afirma a coordenadora nacional,engenheira Lélia Barbosa/Crea PA. Naabertura da reunião, feita pelo presi-dente do Conselho gaúcho engenhei-ro Gustavo Lange, o momento foide relato das atividades realizadas noEstado em comemoração ao aniversá-rio de 70 anos da instituição.

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NotasPrograma de Atualização Profissional – PAP 2004

PAP - Programa de AtualizaçãoProfissional - realizado pelo CREA-RS em todo Estado, em parceria comentidades de classe, é formado porcursos destinados aos profissionaishabilitados no Conselho, queobjetivam melhor qualificação e co-locação no mercado de trabalho. Na5ª edição do Programa estão sendoabordados 19 temas, que foram es-colhidos através de pesquisa juntoaos profissionais, Inspetorias Regi-onais, Câmaras Especializadas, Re-presentantes de Zonais e Entidadesde Classe. Para participar, é neces-

sário estar habilita-do junto ao CREA-RS. Para este ano,associados de enti-dades de classe pa-gam R$ 75,00 e osdemais profissio-nais do ConselhoR$ 100,00. Os valo-res para os cursosde informática (Arqui 3D, AutoCAD3D, AutoCAD Básico e DataCAD)são R$ 125,00 para associados de en-tidades de classe e R$ 150,00 para osdemais registrados. As inscrições

abrem sempre 30dias antes da data deinício do curso, po-dem ser feitas na Ins-petoria do CREA-RSonde está sendo rea-lizado e dão direitoao material didático,coffee-break e certi-ficado fornecido

pela UFSM - Universidade Federalde Santa Maria. Confira os cursos desetembro e outubro. O calendáriocompleto está no site do Conselhowww.crea-rs.org.br .

SETEMBRO

PERÍODO CIDADE CONTATO CURSO

24/09 e 25/09 Santana do Livramento (55) 242.4410 Luminotécnica

24/09 e 25/09 Panambi (55) 3375.4741 Tratamentos Biológicos de Efluentes

OUTUBRO

PERÍODO CIDADE CONTATO CURSO

01/10 e 02/10 Caxias do Sul (54) 214.2133 Plano de Prevenção contra Incêndio

13/10 a 08/11 Porto Alegre (51) 3361.4558 DataCAD

14/10 a 11/11 Porto Alegre (51) 3361.4558 DataCAD

16/10 a 06/11 Porto Alegre (51) 3361.4558 DataCAD

22/10 e 23/10 Porto Alegre (51) 3361.4558 Empreendedorismo

22/10 e 23/10 São Luiz Gonzaga (55) 3352.1822 Implantação da Gestão de Qualidade em Obras de Engenharia

29/10 e 30/10 Passo Fundo (54) 313.5099 Licenciamento Ambiental

29/10 e 30/10 Ibirubá (54) 324.1727 Luminotécnica

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Notas

Eleições paraInspetores doCREA-RS nopróximo dia 29

Acontece no próximo dia29 de setembro, das 13h às18h15, a eleição para os cargosde: Inspetor (chefe, secretárioe tesoureiro) do CREA-RS, derepresentante do Conselho nomunicípio, de representanteda Mútua Caixa de Assistên-cia junto à Inspetoria, e para arenovação de 50% dos inte-grantes das Comissões das Ins-petorias. Para votar os profis-sionais registrados podem di-rigir-se a Inspetoria à qualpertencem. O CREA-RS pos-sui 41 Inspetorias Regionais,sendo uma sediada em PortoAlegre e as demais no interi-or, que funcionam com regi-mento próprio, aprovadopelo plenário do CREA-RS.Além de descentralizar o aten-dimento atuam como elo de li-gação entre profissionais eConselho. Também existem 21representações e seis postos deatendimento.

NR 32: Segurança e Saúde no Trabalho emEstabelecimentos de Assistência à Saúde

O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou para consulta públicaproposta de texto de criação da Norma Regulamentadora nº 32 sobre Se-gurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Assistência à Saúde,que tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para aimplementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos traba-lhadores em estabelecimentos com esse fim, bem como daqueles que exer-cem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. No último dia18 de agosto o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia- Confea realizou através da Comissão de Assuntos Nacionais seminárioem Brasília, que reuniu governo e entidades para discutir a proposta daNorma. Deste encontro resultaram propostas da ANEST – AssociaçãoNacional de Engenharia de Segurança do Trabalho como a inclusão daengenharia de segurança do trabalho no grupo técnico que está elaboran-do a proposta da NR 32; criação de um programa próprio como o daconstrução civil – PCMAT, entre outras. A proposta da NR 32 está disponí-vel no site do Ministério do Trabalho e Emprego, e está aberta a contribui-ções dos profissionais que poderão encaminhá-las para os e-mails, que láconstam, ou [email protected]

Seaca lança siteA SEACA - Sociedade de Enge-

nharia e Arquitetura de Canoas lan-çou oficialmente no último dia 09de setembro, o site da entidade:www.seaca.com.br . Com 24 anos deexistência, possui atualmente 272profissionais associados. O eventode lançamento da home page con-tou com a presença de integrantes dadiretoria do CREA-RS, autoridadesdo município e representantes deentidades de classe.

CREA-RS na Expointer 2004O estande do CREA-RS, em parce-

ria com a Seaca – Sociedade de Eng. eArq. de Canoas e Sease – Sociedade deEng. e Arq. de Sapucaia do Sul e Esteio,na 27ª edição da Expointer, ocorrida de28 de agosto a 05 desetembro, em Esteio,foi visitado por cente-nas de profissionaisda área e comunidadeem geral. O local tam-bém serviu para a rea-lização de reuniões epalestras durante osoito dias do evento.Para o presidente Gus-tavo Lange a partici-pação do Conselhoneste evento de cará-ter internacional, con-siderado um dos maisimportantes dos seto-res agropecuários ede maquinário agríco-la da América Latina,

é fundamental pois reforça a importân-cia da participação dos profissionais nosetor do agronegócio, responsável porgrande parte da economia gaúcha e bra-sileira.

Vice Francisco Bragança e presidente Gustavo Lange participaram da programaçãodesenvolvida no estande do CREA-RS

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www.reciclagem.pcc.usp.br/entulho

A Universidade Federal daBahia (UFBA), em parceria coma Caixa Econômica Federal de-senvolveu um projeto chama-do Projeto Entulho Bom. Esteprojeto resultou no lançamen-to do livro Reciclagem de En-

Autora: Marcia Elayne Berbichde MoraesEditora: Lumen/Juriswww.lumenjuris.com.br

A relação homem/naturezana modernidade foi definida nadicotomia “sujeito-objeto” atra-vés da lógica cartesiana. Esta re-presentação vinculada ao con-trole da natureza através datecnociência sofre abalos quando o homemcomeça a questionar categorias do próprio

www.coppe.ufrj.brVale a pena conferir o site do

Instituto Alberto Luiz Coimbra dePós-Graduação e Pesquisa de En-genharia da Universidade do RioJaneiro, pela diversidade de linksque a página oferece, como cursos,pesquisas, programas, catálogo,além de notícias. A Coordenação

“Sinalização Urba-na: Função, objetivos,responsabilidades le-gais, inventário de ris-co, placas e o CTB”, é otítulo do CD-Rom lan-çado pelo eng. RuiVoldinei Pires. O CD-Rom contém 280 pági-nas sobre SinalizaçãoUrbana de Obras e Ser-viço de Manutenção.O material aborda te-mas como: avaliaçãoda intervenção, requi-sitos básicos da sinali-zação, sinalização ver-tical, horizontal, dis-positivos auxiliares,luminosos, 21 projetostipos de sinalização deobras e serviços deconservação e desviode tráfego. Este traba-lho é dedicado a todosenvolvidos com o as-sunto, dos engenheirosaos servidores públi-cos. Informações pelotelefone (55) 430 2573ou www.rvp.eng.br .

Autores: Anselmo EduardoDiniz, Francisco CarlosMarcondes e Nivaldo LemosCoppiniEditora: Artliberwww.artliber.com.br

Este é um livro que tem comoobjetivo apresentar os fenôme-nos inerentes ao processo deusinagem de uma forma tal quenão seja nem excessivamente prática, comose fosse um manual, nem excessivamenteteórica, na forma de um compêndio cientí-

fico. Em suas 248 páginas eleapresenta as técnicas deusinagem que podem aumentara produtividade e competitivi-dade das empresas, como a for-mação do cavaco e a geração decalor; desgaste da ferramenta erugosidade da peça; os materi-ais das ferramentas; as condiçõeseconômicas de usinagem; flui-dos de corte; os processos:torneamento, fresamento,

furação e retificação. Indispensável para es-tudantes e profissionais da área deusinagem.

Tecnologia da Usinagem dos Materiais

A (In)Eficiência do Direito Penal Moderno para a tutelado Meio Ambiente (Lei 9.605/98), na sociedade de risco.

paradigma atual (individualis-mo, Estado, tempo-espaço e ra-zão). A perda de tais “certezas”gera movimentos sócio-jurídicosque buscam estabelecer o “con-trole”. Guerras, desastres ecoló-gicos e modelos de Estadosutilitaristas ou que fomentam avitimização também contribuempara a utilização simbólica do Di-reito Penal, estabelecendo leis

penais que punam atividades lesivas aomeio ambiente.

Reciclagem de Entulho para a produção de materiaisde construção

tulho para a Produção de Ma-teriais de Construção. Este pro-jeto foi consagrado como o prê-mio 10 melhores práticas doBrasil para o desenvolvimentosustentável do programa daCaixa melhores práticas e es-colhido como as 100 melhorespráticas do Mundo, evento or-ganizado pela ONU.

dos Programas de Pós-Graduaçãode Engenharia (COPPE) está co-memorando 40 anos em 2004.

http://ictoon.sites.uol.com.brEste site traz novidades e curio-

sidades. A página tem o slogan “Cu-riosidades Ictoon, uma enciclopé-dia das coisas que nunca existiram”.

http://webinsider.uol.com.brWeb Insider é um site que tra-

ta basicamente de três assuntos:tecnologia, marketing e negócios,todos se relacionando de algumaforma. As matérias da páginaabordam aspectos sobre a Tecno-logia da Informação como umtodo.

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Quem se dirigir ao litoral gaú-cho a partir de dezembro irá se de-parar com uma paisagem diferen-te. Mais de 120 aerogeradores, cadaum com 100 metros de altura come-çarão a ser instalados em quatroparques eólicos que estarão sendoconstruídos, três em Osório, ocu-pando uma área de 1.500 hectarespróxima a freeway, e um emCidreira ocupando uma área de 700hectares, ambos municípios situa-dos no litoral norte do Estado. Nolitoral sul , no município dePiratini, próximo a Pelotas tambémserá implantado o parque eólico deSerra dos Antunes. O total do in-vestimento, nos empreendimentosselecionados, desta fonte alternati-va de energia é de US$ 250 milhões,que conforme obrigação contratualdevem estar concluídos até dezem-bro de 2006. De acordo com o eng.eletricista José Francisco PereiraBraga da Divisão de Novos Empre-endimentos da CEEE – em 2006 aenergia gerada com fontes alterna-tivas será responsável por aproxi-madamente 3% da geração de ener-

A energia quevem do ventoPor Andrea Fioravanti Reisdörfer

gia do país. Os cinco parques queestão sendo implantados no RioGrande do Sul serão responsáveispela produção de 528 milmegawatts/hora (ano), que equiva-le ao consumo anual de energia deuma cidade como Pelotas, que temcerca de 320 mil habitantes.

Para movimentar estes gigantes– cada pá mede 40 metros de com-primento - os ventos consideradosideais estão na faixa de 6,5 a 8,5metros por segundo. O “nordestão”,velho conhecido dos veranistas gaú-chos, ganhará outra conotação.

O alto investimento que exigeeste tipo de empreendimento vemde financiamento do BNDES – Ban-co Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social. Os três parquesem Osório, da empresa espanholaElecnor/Enerfin (150 mw), o deCidreira da empresa Elebras (70 mw)e o de Piratini da empresa espanho-la Gamesa (21,3 mw), terão 70% dosrecursos financiados pelo Banco,que criou um programa de apoio ainvestimentos em fontes alternati-vas renováveis de energia elétrica

viabilizado através do Proinfa – Pro-grama de Incentivo as Fontes Alter-nativas de Energia Elétrica, e o res-tante, 30%, serão recursos própriosdas empresas.

O Governo Federal, através doMinistério de Minas e Energia e daEletrobrás assegura a compra daenergia gerada pelos parqueseólicos por um período de 20 anos.A energia será distribuída, com asdemais provenientes das outras fon-tes, para consumidores de todo opaís. De acordo com o eng. Braga,para o consumidor final o acrésci-mo na conta de luz será irrisório emfunção de que o custo desta geraçãoeólica será distribuído para todos osconsumidores do país, sendo que osde baixa renda não terão as contasoneradas.

De acordo com o eng. EbersonJosé Thimmig Silveira, assessor téc-nico da Secretaria Estadual de Ener-gia, Minas e Comunicações, existematualmente no Rio Grande do Sul,além dos cinco parques que serãode imediato implantados, outrosnove parques habilitados e que se-

Parque Eólico Pamplona, Espanha

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rão futuramente construídos - umasegunda chamada do Proinfa deveocorrer em outubro próximo. “A ava-liação precisa do potencial de ven-to em uma região é o primeiro e fun-damental passo para o aproveita-mento do recurso eólico como fon-te de energia” destacou. Quandoestiverem em funcionamento, todosos parques deverão realizar, perma-nentemente, de acordo com exigên-cia do setor elétrico e dos investido-res, a verificação horária das condi-ções de vento.

No período 1999-2001, conformeo eng. Braga, as condições hidroló-gicas desfavoráveis e os apagõesocorridos em todo o país sinaliza-ram para a necessidade de investi-mentos em fontes alternativas deenergia. Neste período, a SecretariaEstadual de Energia, Minas e Comu-nicações iniciou, em parceria com aCEEE e empresas privadas, a elabo-ração do Atlas Eólico do RS, conclu-ído em 2002 e que apontou todas asinformações sobre o potencial doEstado em utilizar o vento comofonte de eletricidade. No material,consta um levantamento completodo potencial eólico do RS desde aidentificação dos melhores locaispara instalação de parques eólicos,aferição de dados estatísticos de es-tações de medição de ventos e todos

os demais dados essenciais. O AtlasEólico e a assinatura de diversosProtocolos de Intenções com empre-sas interessadas em implantar estesempreendimentos foram ponto departida para a definição dos atuaisparques eólicos que estarão sendoconstruídos no RS.

Outra questão apontada peloeng. Eberson Thimmig Silveira dizrespeito ao mercado de trabalho.“Os empreendimentos irão abrir ummercado significativo para todos ossegmentos da engenharia. Adequa-ção de estradas e construção de aces-sos, utilização de guindastes degrande porte, movimentação de in-dústrias e serviços nos segmentoseletro e eletrônico, entre outros se-tores que exigem a presença de pro-

fissionais habilitados”, destacou.Também está determinado, de acor-do com lei federal, que o índice denacionalização da instalação dosparques, considerando-se os equi-pamentos e os serviços, deve ser deno mínimo 60% em valor.

Atualmente existem no Brasil 11parques eólicos operando. Investirem fontes alternativas de energia éuma tendência, cada vez mais rele-vante, na matriz energética globalnas próximas décadas. Fruto da cres-cente preocupação com questõesambientais e o consenso mundialsobre a promoção do desenvolvi-mento em bases sustentáveis quevem estimulando a realização depesquisas de desenvolvimento tec-nológico.

Criado em 2002 o Proinfa as-segurou a participação de ummaior número de Estados no Pro-grama, o incentivo à indústrianacional e a exclusão dos consu-midores de baixa renda do paga-mento do rateio da compra dasenergias alternativas. Coordena-do pelo Ministério de Minas eEnergia, estabelece a contratação,através da Eletrobras, de 3.300mw de energia produzida por

fontes eólica, biomassa e peque-nas centrais hidrelétricas (PCH’s),a serem injetados no Sistema In-terligado Nacional. Na primeiraetapa do Proinfa foi apresentadopor empresas interessadas detodo o país um total de 6.601 mw,o dobro do limite que a Eletrobrásestá autorizada a contratar deenergia alternativa (eólica,biomassa e PCHs - pequenas cen-trais hidrelétricas).

Estação do parque eólico em Toledo, Espanha

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Impacto AmbientalA avaliação do impacto ambiental

pode-se afirmar que é a fase que ante-cede qualquer passo para a constru-ção de um parque eólico. É exigênciadas empresas investidoras a apresen-tação de licença ambiental, no casodo RS feito pela FEPAM – FundaçãoEstadual de Proteção Ambiental, alémde licença da ANEEL - Agencia Naci-onal de Energia Elétrica. Entre os fa-tores analisados estão: utilização doterreno - os parques eólicos têm a van-tagem de permitir que o espaço ocu-pado seja utilizado para outros fins,agrícola por exemplo, embora a im-plantação de obstáculos ou o aumen-to de rugosidade do terreno impli-que na diminuição da produção doparque, emissão de ruídos – os ruí-dos emitidos pelos aerogeradores de-cresce dos 50 a 40 db junto aoaerogerador para 30 db a uma distân-cia de 450m. O nível de ruído reco-mendável deve ser inferior a 35 db,que corresponde a uma distância de300 m. Outro fator é a questão do im-pacto visual – difícil de avaliar algunsdos efeitos incomodativos que po-dem ser contabilizados tais como oefeito de sombras em movimento ereflexões intermitentes. O primeiropode ser evitado com uma correta pla-nificação do parque, aves – para evi-

Os investimentos que o RioGrande do Sul está recebendo emprojetos de geração de energiaeólica têm um enorme significa-do para o Estado. A intenção dogoverno Rigotto em desenvolvernovas alternativas de energiasrenováveis possui três objetivos.O primeiro, diversificar a matrizenergética, hoje basicamentefundamentada na geraçãohídrica (ao redor de 65%). Assim,até 2008 o Rio Grande do Sul terá9,6% de produção de energia ge-rada através de fontes limpas, não-poluentes, o que contribui para apreservação do meio ambiente.Hoje, as energias renováveis re-presentam apenas 1,6% do total

Valdir Andres – Secretário Estadualde Energia, Minas e Comunicações

produzido pelo Estado. O segun-do objetivo é gerar uma série deserviços nos municípios gaúchos,com a criação de cerca de 2 milempregos diretos e 5 mil indire-tos, com investimentos em tornode R$ 1 bilhão, que darão umgrande movimento à economia.O terceiro objetivo é incrementaro turismo no Estado. Os parqueseólicos, com suas turbinas de ae-rogeradores – verdadeiroscataventos gigantes – serão, porcerto, um grande atrativo dosmunicípios onde serão instala-dos.

tar incidentes uma correta planifica-ção na localização dos parques evi-tando as rotas de migração.

Como funciona o Parque:Os aerogeradores de ligação à rede

funcionam agrupados em estruturasdenominadas parques eólicos. As di-mensões típicas das turbinas de eixohorizontal de ligação à rede situam-senuma gama entre 500kw e 4500kw.Para a próxima geração estão já em tes-te aerogeradores com gamas de potên-cia da ordem de 6000 kw que deverãoatingir o mercado em 2010. Os váriosmodelos que estão em uso podem ser:aerogeradores de eixo horizontal oueixo vertical, de velocidade variável oufixa, com reguladores de velocidadestall (regulada naturalmente pelas ca-racterísticas aerodinâmicas das pássendo necessário um sistema detravagem para parar o rotor quandonecessário) e velocidade pitch (cons-tituídos por pás em que o ângulo deinclinação é regulável). Este tipo decontrole dá à turbina maior capacida-de de aproveitamento energético.

Tempo de VidaAs máquinas européias duram

aproximadamente 20 anos. Algumaspeças individuais são substituídasou renovadas regularmente.

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“Os profissionais do Sistema podem questionaro formato da Resolução 218 proposta, porém de-vemos observar que o momento para discutir asatribuições técnicas na área de engenharia é atu-al, e extremamente válido. Comparando aos anos60-70 com os 90-2000, observamos que houve umagrande evolução tecnológica na forma dos servi-ços técnicos e, principalmente nas ferramentasdisponibilizadas aos profissionais da área tecno-lógica. O momento é de diálogo, o que não deve-mos, é nos furtar de omitir opiniões sobre o tema”.Eng Minas Leandro Fagundes coordenador daCâmara Especializada de Geo-minas do CREA-RS.

“Esta proposta da resolução 218 de 1973, estágerando muita polêmica em diversas áreas, por-que as atribuições de cada modalidade precisamser bem definidas. As instituições de ensino supe-rior têm ampla liberdade de organizar seus currí-culos a sua maneira, de acordo com a Lei de Dire-trizes e Bases do MEC. Isto dificulta cada vez maisa concessão de atribuições profissionais, pois ha-verá a necessidade de avaliar currículo por currí-culo de cada modalidade e de cada instituição deensino. Desta forma, a proposta da resolução deveser bem específica na concessão das atividades emcada área, em função da formação profissional, afim de não comprometê-las.”Engenheiro Químico Nilson Romeu Marcílio,coordenador da Câmara Especializada deEngenharia Química do CREA-RS

“O tempo que foi oferecido para discutirmos aproposta da resolução não foi suficiente. Gosta-ríamos que a aprovação desta fosse prorrogadapara 2005. A proposta de março deixou a desejarno que se refere às atribuições da engenharia ci-vil. As atribuições das modalidades não estão bemdefinidas. Em junho, encaminhamos umacontraproposta para o CEPE, com sugestões emrelação à engenharia civil e foram cortadas, semdar explicações. Não estamos satisfeitos com aresposta do CEPE. Queremos saber no que elesestão se baseando para definir as atribuições dasmodalidades.”Engenheiro Civil Aquiles Boris Indursky,coordenador da Câmara Especializada deEngenharia Civil do CREA-RS

“Em relação à Agronomia, a resolução atual pro-põe a criação de cinco modalidades que não exis-tiam anteriormente. O grupo Agronomia não ti-nha modalidades, era um todo. O novo documen-

Qual sua opinião sobre a resolução nº 218de 1973 e as propostas para sua modificação!

to também apresenta um maior detalhamento dasatribuições, especificando melhor cada uma das mo-dalidades. Em nível de coordenadoria nacional,estamos pedindo que a resolução não seja aprova-da agora, para que possamos discutir mais sobreesta questão em todos os níveis e classes. Tambémsolicitamos que o prazo para enviar sugestões sejaampliado.”Engenheiro Agrônomo Bernardo Luiz Palma,coordenador da Câmara Especializada deAgronomia do CREA-RS

“Depois da flexibilidade da Lei de Diretrizes e Ba-ses, ficou muito complicado definir as atribuiçõesdas modalidades. O direito do profissional de po-der buscar atribuições é um ponto positivo, mas deque forma vai se dar isso é complicado. É preciso umprazo maior para podermos discutir com as insti-tuições de ensino e demais classes.”Engenheiro Mecânico Volmir Supptitz, coordena-dor da Câmara Especializada de EngenhariaIndustrial

“Os profissionais conselheiros da Câmara Flores-tal são favoráveis a proposta da resolução, até por-que contempla os nossos anseios como Câmara.Como a engenharia florestal é uma profissão novano Brasil, acredito que a resolução é uma avançopara os novos profissionais. A proposta abre umgrande leque para que possamos exercer a nossaprofissão, porém devemos defender a manutençãoda ART – Anotação de Responsabilidade Técnica,como forma de controle e fiscalização das ativida-des dos profissionais vinculados ao Sistema, pro-piciando que o profissional possa desenvolver suashabilidades e competência. É uma evolução do Sis-tema.”Engenheiro Florestal Jorge Silvano Silveira,coordenador da Câmara Especializada deEngenharia Florestal do CREA-RS

“A proposta de reformulação apresentada, peca, nonosso entender, quando permite atribuir compe-tências profissionais, inclusive estranhas à forma-ção original do curso de graduação dos profissio-nais, aos titulados na pós-graduação acadêmica.Ocorre que, salvo em alguns casos específicos, a pós-graduação é totalmente dirigida e dedicada à pes-quisa e ao ensino, sendo portanto um assunto qua-se do exclusivo interesse da Academia, e não neces-sariamente habilita alguém a qualquer prática pro-fissional, para além da sua formação original. Aatitude meritória de qualquer um, que não se dedica

profissionalmente à Academia, em buscar uma pós-graduação, deve ser entendida como um incremen-to pessoal de conhecimento e/ou de atualização,para melhor qualificar as suas intervenções profis-sionais, e não ampliá-las, ou alterá-las para alémdas características de sua formação original. Nes-te sentido, a Arquitetura definiu-se firmemente pelaobservância da integridade curricular do seu cursode graduação, no conjunto completo einterdependente de disciplinas, como a única baseacadêmica com validade suficiente para gerar atri-buições em sua área. Nas várias análises, discus-sões e contribuições sobre a proposta do Confea,até o momento, tanto na nossa Câmara, como tam-bém na Coordenadoria Nacional, a Categoria Ar-quitetura se situa como participante do contextoprofissional da grande área tecnológica abrangidapor este Sistema, mas como um grupo coeso, quenão aceita fragmentações, ou infiltrações de for-mação diversa, e que defende a unicidade profissio-nal, como principio de suas características, compe-tências e responsabilidades.”Arq. Fabio Boni - Coordenador da Coordenadorda Câmara Especializada de Arquitetura doCREA-RS

“A aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Edu-cação motivou a revisão e atualização da resolução218/73 do Confea. Atualmente, pela multiplicidadede escolas e currículos, os profissionais do Sistemapodem receber a mesma atribuição, com formaçõescurriculares bastante diferentes. Com areformulação da 218, pretende-se corrigir tal dis-tração. Entretanto, da maneira apresentada, temprovocado muitas dúvidas e apreensões. Algunsquestionam até dúvidas de natureza legal. Na mi-nha opinião, compartilhada com diversos colegas,o assunto merece um estudo mais aprofundado enão pode ser imposto por datas. Não devemos abrirmão da atual 218 que, no meu entender, é a melhorresolução do Sistema, sem que tenhamos uma quea substitua com amplo apoio das diversas modali-dades profissionais, e que atenda as necessidadesatuais do Sistema Confea/CREAs/Mútua. Julgopreferível que o Confea estenda o prazo de discus-são da proposta, patrocine reuniões nacionais es-pecíficas para tratar do assunto e que não se oomita em esclarecer regiões de ‘sombreamento’ naatual resolução, até porque sempre existirá o ‘an-tes’ e o ‘após’ à resolução 218/73.”Engenheiro Civil e Mecânico-eletricista EddoHallenius Bojunga, coordenador da CâmaraEspecializada de Engenharia Elétrica do CREA-RS

A resolução nº 218 de 1973 definiu as atribuições dos profissionaisda área de engenharia, arquitetura e agronomia.

No dia 29 de abril deste ano, foi anun-ciado pelo Confea que a resolução sofre-ria alterações. O anteprojeto que modifi-ca a Resolução 218/73, e outras que tra-tam da concessão de atribuição profissio-nal, elaborado pelo engenheiro, profes-sor e consultor Ruy Camargo Vieira, estásendo analisado por todos os segmentosque compõem o Sistema Confea/Crea/

Mútua. “A Resolução 218/73 atendia a re-alidade da época em que foi criada e hojeseu formato se revela limitado, acentu-ando os conflitos derivados de um siste-ma de concessão de atribuições ultrapas-sado e que prejudica os próprios profissi-onais, já que exige que as atribuições se-jam definidas com base na graduação semconsiderar os conhecimentos adquiridos

posteriormente”, afirma o engenheiro ci-vil Wilson Lang, presidente do Confea quetambém anunciou que o Sistema pensaem mudar o ingresso do recém-formadona profissão. Em junho, a alteração daresolução entrou em prazo final de avali-ação, que deverá ser analisado pelo ple-nário do Confea nos dias 22 e 23 de no-vembro. A Conselho em Revista usa esteespaço para debater este assunto tão im-portante para o profissional e futuro daprofissão.

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Segundo números da Fepam-Fundação Estadual de Proteção Am-biental, órgão ligado à Secretaria Es-tadual do Meio Ambiente, apenasno Rio Grande do Sul, 190 mil ton/ano de resíduos industriais perigo-sos sobram do processo produtivodas empresas gaúchas. Quantidade

Reciclagem, uma necessidadenos tempos modernos

essa, que precisa de destino adequa-do para que não cause dano ambi-ental. Com custo elevado de arma-zenamento em aterros, dado a quan-tidade constante de produção delixo, muitas empresas estão toman-do providências e entrando no pro-cesso de reciclagem.

A lei estadual que versa sobre agestão dos resíduos sólidos no RioGrande do Sul, é a nº 9.921/93, regu-lamentada pelo Decreto nº 38.356 de1998. A partir disso, a responsabili-dade sobre o lixo passou a ter im-portante significado no contextosocial, sendo considerada comometa prioritária a sua não geração,devendo o sistema de gerenciamen-to destes resíduos, num segundo

Reconhecido como um setor degrande desperdício, o setor da cons-trução civil começa a se preocupar como resíduo que sai de sua produção. Emagosto, entrou em vigor a resoluçãodo Conama 307 de 05 de julho de 2002,que estabelece diretrizes, critérios eprocedimentos para a gestão dos resí-duos da construção civil. O não cum-primento dos novos padrões remeteos infratores a chamada lei dos CrimesAmbientais (Lei Federal nº 9.605/98).

Estudos efetuados pelo Sinduscon/SP indicam que para cada m2 de cons-trução resultaria em 0,08m3 de resí-duo, ou seja 80kg para cada m2

construído. “Se considerarmos quenum ano a prefeitura aprova algo emtorno de 800.000 m2 de construção,isto resultaria em 64.000 m3 de resídu-os/ano, sendo 58.000 m3 da classe A”,diz o engenheiro civil Paulo VanzettoGarcia, vice-presidente do Sinduscon/RS. “Em Porto Alegre, o resíduos so-mam 11.000 caçambas/ano”.

As construções estão divididas pelaRes. 307 do Conama em pequenos eem grandes geradores, ou seja, prati-camente toda a construção regular,executada por empresas do setor podeser considerada como grande gerado-ra. As reformas (pequenas), as obrasirregulares, estariam incluídas nas pe-quenas geradoras. “Estudos demons-tram que 70% de todos os resíduos sãogerados nas pequenas obras, 30% pe-las obras maiores. Sabemos que os re-síduos Classe A estariam entre 90% a

O destino dos resíduos industriais e seus custoscriam novas alternativas para o lixo industrial

Resíduos da Construção Civil95% dos resíduos de uma obra. Resí-duos Classe A, seriam os resíduos iner-tes tais como caliça, solo, concreto, etc.Os resíduos classe B seriam aquelespassíveis de reciclagem (madeiras, vi-dros, plásticos, etc). Os classe C, aque-les não reaproveitáveis (gesso). Osclasse D os perigosos, mínimos na cons-trução civil, praticamente inexistentesem volume”, completa Garcia.

A resolução afirma que o geradordo resíduo é responsável por ele emtodo seu ciclo, por exemplo, o fabri-cante do pneu é responsável peladestinação final do resíduo do mes-

mo. “As prefeituras poderão atuar deduas formas, buscar uma solução sus-tentável para o problema regrandotodo o ciclo, ou seja; geração, trans-porte e destino, com a cooperação eparticipação do setor ou então sim-plesmente se valer da resolução parapoder cobrar(mais arrecadação) o re-cebimento do “lixo” não segregado.O que o setor espera é que o poderpúblico opte pela primeira opção, me-nos resíduo é igual a menos desperdí-cio, ou seja menos dinheiro jogadofora, objetivo de qualquer empresá-rio”, diz Garcia.

Tipologas de ResíduosClasse A – resíduos recicláveis como agregadosResto de cimento, concreto, britas, areia (limpa), reboco, tijolos, telhas, pisocerâmico, cal, argilas, solo limpo, solos orgânicos (bota fora), materiais deescavação, massa corrida, massa de vidro, mantas asfálticas, materiais deimpermeabilizações, restos de divisórias, madeira maciça, MDF, compensado,aglomerado.

Classe B – resíduos recicláveis para outras destinaçõesPlásticos (PVC, PEAD, PEBD), papéis (embalagens), papelão (saco de cimen-to), vidros, madeiras, metais (ferro, cobre, alumínio), forro PVC, isopor e fras-cos alvenarite.

Classe C – resíduos não recicláveisProdutos oriundos do gesso e outros que para quais não foram desenvolvi-das tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitem a suareciclagem/recuperação.

Classe D – resíduos perigososTintas, solventes, óleos, sacos contaminados com colas, aditivos, latas de cola,fibrocimento, tubos de PU vazios, estopa, pincéis e brochas contaminados.

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momento, buscar sua minimização,reutilização, reciclagem, e por fim otratamento ou destinação final ade-quada. “Gerar resíduo sólido não énegócio para ninguém, pois ele sig-nifica perda de matéria-prima quenão foi incorporada ao processoprodutivo e ainda representaránovo desembolso pela necessidadede destinação final adequada”, dizo engenheiro químico MárioKolberg Soares da Fepam, órgão res-ponsável pela regularização e fisca-lização dos resíduos industriais.

“Com a lei, o assunto “resíduos”passou a ser gerenciado com maisseriedade e conscientização pelosempresários”, diz Kolberg. “Em to-dos esses anos estamos fazendo umtrabalho de conscientização juntoaos fabricantes, que normalmentequando se dão conta de como é carogerar e armazenar lixo, pois é umcusto sem fim, começam a otimizarseus processos para reduzir as quan-tidade geradas, utilizando-se mui-tas vezes de sistemas de reciclagem”.Atualmente, em torno de 85% do to-tal de resíduos gerados pelas gran-des e médias empresas do estado jáestão regularizados junto à Fepam.

Para auxiliar neste processo exis-tem 27 centrais de resíduos no Esta-do. Um exemplo de funcionamentoé a Central de Triagem de Três Coro-as, que há oito anos recolhe o lixode 90 empresas da cidade, que ao seassociarem ao Sindicato dasIndustrias de Três Coroas passam afazer parte do projeto Cidade Ver-de. A central classifica e separa 70tipos diferentes de material e recicla68% dos nossos resíduos, entre eles:papel, plásticos, papel planta, latas,aço e metal, EVA, borrachas, papelmineral, forro de PVC e sola de cou-ro. “A idéia da nossa central surgiuda necessidade que as empresas ti-nham de ter um local adequado elicenciado para mandar seus resídu-os, uma vez que passou a ser exigên-cia do órgão ambiental e também amelhoria da qualidade de vida poisos resíduos antes eram depositadosa céu aberto, contaminando água esolo e as vezes o ar com a fumaça daqueima”, diz Giovana Ruppenthal,

gerente da Central de Três Coroasque recebe 250 toneladas de resídu-os por mês.

Uma das clientes da Central é aempresa Gerdau de Sapucaia doSul. O grupo Gerdau, o maiorreciclador de sucata ferrosa da Amé-rica Latina, compra anualmente 2,4milhões de toneladas de sucataferrosa, que saem do meio ambientee retornam para o processo produ-tivo. “Em nossa produção utiliza-mos dois tipos de matéria-prima: asucata ferrosa e o minério de ferro,atualmente 60% da nossa produçãona América Latina é produzida atra-vés de sucata ferrosa.” diz João SalinGonçalves, diretor de suprimentosmetálicos do grupo Gerdau. A su-cata da metalúrgica tem duas ori-gens: retalhos das indústriasmetalúrgicas e sucata de obsolência(refrigeradores, automóveis, fo-gões...). “O aço feito através da reci-clagem gasta 1/3 da energia na suaprodução comparada com a utiliza-ção do minério, a utilização de su-cata tem uma grande economia deenergia”, completa Salin.

Porém reciclar nem sempre éuma atividade lucrativa. ”Manipu-lar com sucata tem vários custos,mas se comparado com o valor quedeve ser gasto para o armazenamen-to, que é atualmente de 250 reais/m3,pode ser um bom negócio”, dizKolberg. “Além disso, é bom lembrarque no art. 8 da lei se trata da res-ponsabilidade solidária de quemgera o lixo, esta só acaba quando omesmo é reciclado”.

A importância da conservaçãoambiental no mundo globalizado al-cança patamares cada dia mais ele-vados nas empresas. A não geraçãode resíduos e a transparência daações têm sido exigências de merca-do. Uma indústria, hoje, precisa in-vestir em melhorias de tecnologiade produção para minimizar a ge-ração de resíduos e, além disso, deveser transparente em suas ações rela-tivas ao destino desses materiais.Afinal, seguindo a lei de 1773 doquímico francês Antoine Lavoisier“Na natureza nada se cria, nada seperde, tudo se transforma”.

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Nome do produto: projeto BritaleveMaterial utilizado: resíduos de EVA. (Sobras eaparas de solados da indústria de calçados)Quanto recicla a fabricante: 700 m³ ou 35 ton/mês. Capacidade para 250ton/mês

A empresa Maison, de Novo Hamburgo,fabrica há nove anos material para a elabora-ção de lajes e contra-pisos em edifícios, a BritaLeve, que reduz o peso elimina parcialmenteos ruídos entre um pavimento e outro. A em-presa, que recebe o resíduo de EVA de noveempresas calçadistas geradoras, utiliza um pro-cesso que classifica o material; moe; trata comvapor pressurizado; resfria e ensaca. Sua pro-dução é ainda basicamente destinada para a re-gião Sul: RS consome 35%, SC compra 35%, PRfica com 20% e outros estados 10 % aproxima-damente. www.britaleve.com.br

Métodos de reciclagem inovadores

Nome do produto: EcotuboMaterial utilizado: pneusQuanto recicla a fabricante: capacidade para60ton/mês de solados

Esta foi uma idéia desenvolvida por profis-sionais da AEAP Associação de Engenheiros eArquitetos de Pelotas em conjunto com ONGsAmbientais e apoiada pela Prefeitura Munici-pal, através do Fundo Municipal de ProteçãoAmbiental. O Eco-tubo é um sistema de reci-clagem de pneus para uso em tubos, dutos ,fossas sépticas, filtros anaeróbicos , sumidou-ros, caixas de inspeção do tipo boca de lobo ematerial para sinalização de vias e estradas. Éum inovador processo que através de umamáquina especialmente desenvolvida para estefim prensa e enfarda os pneus a uma pressãoque aumenta consideravelmente a resistênciamecânica do tubo, viabilizando seu uso em sa-neamento ambiental. No processo podem serutilizados todos os tipos de pneus e convémlembrar que a decomposição de um pneu nomeio ambiente leva cerca de 300 anos.

Nome do produto: PU Chem 202Material utilizado: solados de Poliuretano (PU)Quanto recicla a fabricante: capacidade para 60ton/mês desolados

Há quatro anos a empresa Peter Chemical desenvol-veu uma tecnologia para recuperar solados de Poliuretano(PU) rejeitados no processo de injeção. Este processo pro-porciona a eliminação do passivo ambiental decorrenteda disposição dos rejeitos em aterros industriais. Segun-do dados obtidos na pesquisa, a indústria calçadista gaú-cha gera 300 ton/mês de rejeitos de PU, o que representa750 m³ de espaço do aterro. O volume ocupado é preocu-pante visto a disponibilidade de espaço requerida paradisposição de um material não biodegradável e, portantode existência permanente. A unidade de reciclagem ins-talada na Peter Chemical tem capacidade para beneficiar60 ton/mês de solados. O produto resultante do processo,PU Chem 202, retorna à cadeia produtiva de solados dePU como um aditivo para novas formulações. Oreaproveitamento cumpre as etapas de seleção de sola-dos por cores, verificação e remoção de materiais de sus-tentação, moagem, craqueamento das moléculas e ajustede viscosidade em reator e embalagem final. Durante odesenvolvimento do projeto foram realizados testes com-parativos de desempenho do produto em formulações desolado. Os resultados foram surpreendentes: o solado comaditivo PU Chem 202 suporta 30 mil flexões sem ocorrên-cia de danos, enquanto o solado produzido sem o aditivoapresenta rupturas em 25000 flexões; em ensaios deabrasão o comportamento do material foi semelhante aodo observado em formulações com matéria-prima virgem.

Destacando-se as vantagens do beneficiamento de so-lados de PU:

-Redução nos custos de matéria-prima em até 10%, emcomparação com o polímero virgem;

-O acréscimo de PU Chem 202 nas formulações commaterial virgem não incorre em alterações nas caracterís-ticas físicas do solado (dureza, flexão e abrasão), isto é, aqualidade do produto final é mantida, com ganhos emresistência à flexão;

-Contribuição para redução do passivo ambiental;-Responsabilidade social www.peterchemical.com.br

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Um dos produtos mais utilizadospela indústria no século passado, porsuas qualidades de alta resistênciamecânica, incombustibilidade, resis-tência a altas temperaturas e produ-tos químicos, durabilidade, flexibi-lidade e isolamento elétrico e acústi-co, mostrou-se um grande problemade saúde pública. Com uso contro-lado no Brasil desde 1995, o amiantoainda é utilizado em caixas d’água,lonas, pastilhas de freio dos carros,telhas e pisos, tintas e tecidos anti-chamas. Um inimigo silencioso, quecobre o telhado de 70% das casas bra-sileiras.

O amianto ou asbesto é uma fibrade origem mineral, composta desilicatos hidratados de magnésio,ferro, cálcio e sódio, encontrando-sena natureza sob a forma de rochas. Éclassificado do ponto de vista

Amianto, a névoa da tragédiamineralógico em serpentinas(crisotila) e anfibólios (crocidolita,tremolita, antofilita, actinolita). Oefeito cancerígeno do amianto foi di-agnosticado há quase um século, em1906, pelo médico francês ArmandAuribault e os males causados pelafibra podem levar de 15 a 50 anos parase manifestarem. Desde 1987, a Iarc(Associação Internacional de Pesqui-sa em Câncer) classifica a crisotila,bem como os outros tipos de amian-to como pertencentes ao grupo I, ca-racterizado por apresentar evidênci-as suficientes de cancenogenicidadeem seres humanos. Conforme a Or-ganização Mundial da Saúde (OMS),a crisotila está relacionada com to-das as formas de doença pulmonar –Critério 203 publicado pela Organi-zação em 1998.

Os indivíduos com maior riscopara o desenvolvimento das doen-ças que podem ser provocadas sãoos trabalhadores da indústriaextrativa de transformação do pro-duto, de fibrocimento, autopeças,têxtil, construção civil, entre outras.Segundo a médica do Trabalho daSecretaria Estadual da Saúde,Virginia Dapper, o risco está em qual-quer exposição aonde há o despren-dimento da fibra de amianto.”O pro-blema é a inalação da poeira conten-do as fibras do amianto, mesmo emempresas que afirmam usar o amian-to de forma controlada - sistema deexaustão, enclausuramento dos pro-cessos, umidificação e uso corretodos EPIs (Equipamentos de ProteçãoIndividual), não elimina-se o riscopara o desenvolvimento de câncer de

pulmão e mesoteliomal”, completaVirgínia.

Amianto ao redor do mundoBanido em 21 países devido aos

altos índices de toxicidade, na Fran-ça desde 1997 não é permitido ven-der, importar ou fabricar qualquerproduto à base de amianto, onde oInserm (Instituto Nacional de Saúdee Pesquisas Médicas – França) atri-bui a morte de 2 mil pessoas por anoao câncer do pulmão e de pleura pro-vocados pela aspiração da poeira deamianto. Além disso, há uma expec-tativa de que entre a população eu-ropéia de sexo masculino, o númerode futuras vítimas seria em torno de250 mil pessoas. A Comissão técnicada União Européia aprovou o bani-mento do amianto em todo territó-rio europeu a partir de 2005. Dos pa-íses desenvolvidos, apenas o Cana-dá resiste em adotar o banimento for-mal ou informalmente, porque ex-porta 98% de sua produção para ospaíses em desenvolvimento.

No Rio Grande do Sul, o mineralserá banido totalmente conforme alei estadual nº11.643, de 21 de junho

A poeira que se desprendedo amianto pode provocardoenças que levam até 50anos para semanifestarem.

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de 2001, que deverá entrar em vigorainda este mês, de autoria do depu-tado estadual Giovani Cherini. “Éuma corrida contra o tempo, poismesmo que a lei entre em vigor hoje,o trabalhador sofrerá as conseqüên-cias por ainda 40 anos”diz Cherini.No Brasil, ainda o Rio de Janeiro, São

Paulo, Mato Grosso do Sul e algunsmunicípios como Mogi-Mirim, SãoCaetano, Osasco, São Paulo e Baurujá aprovaram leis de substituição aoamianto até 2005.

Sendo assim, por que o produtoainda não foi banido totalmente dopaís? “O Brasil é o quinto maior pro-dutor de amianto do mundo. Suaprodução está em torno de 190 miltoneladas/ano. Embora tenhamostido um decréscimo em torno de 50%na importação e de mais de 50% noconsumo interno de amianto entre2000-2002, tendência esta que deve seconsolidar nos próximos anos, as ex-portações aumentaram nesta mesmaproporção, 57,4%, em especial parapaíses como Tailândia, Índia, Méxi-co, Indonésia e Colômbia”, dizFernanda Giannasi, engenheira ci-vil e de segurança do trabalho,auditora-fiscal do Ministério do Tra-balho em São Paulo desde 1983 e umadas principais lutadoras para o ba-nimento do amianto no País. “Umadas alegações são as perdas financei-ras do Estado de Goiás, em torno de30% de sua receita bruta, do desapa-recimento da cidade de Minaçu, queaparentemente sobrevive da indús-tria da mineração e do desempregoneste setor específico com a elimina-ção de 500 postos de trabalho for-mais”.

Outra grande dificuldade dos de-fensores do banimento do mineralestá na falta de estatísticas completassobre os casos das doenças causadaspelo mineral no país. “Em termos dedoenças relacionadas ao amianto, asestatísticas oficiais no Brasil não re-fletem a realidade dos fatos, pois ape-nas os advogados de uma empresado setor reconhecem a existência de

2.500 vítimas”, diz Giannasi. NoEstado, a Secretaria da Saúde do RSestá colocando em prática o Progra-ma Nacional de Vigilância Ambien-tal em Saúde, que visa analisar osexames dos trabalhadores com ami-anto, para avaliar o nível de conta-minação dos trabalhadores. Os da-dos estão sendo colhidos diretamen-te com as empresas que são obriga-das pela lei Federal nº 9055 amonitorarem a saúde dos seus traba-lhadores ativos e inativos.

Atualmente, conforme portaria in-terministerial nº8, de 19 de abril de2004, criou-se uma comissão intermi-nisterial para a elaboração de umapolítica nacional relativa ao amian-to/asbesto. Participam desta comissãoos Ministérios do Trabalho e Empre-go, da Saúde, Previdência Social,Meio Ambiente, do Desenvolvimen-to, Indústria e Comércio Exterior eMinas e Energia. “ O ideal para o paísé uma lei federal, para que assim seacabem as lutas judiciais”, diz a dou-tora Dapper. O Conama – ConselhoNacional de Meio Ambiente já apro-vou em julho uma resolução 307/2002que transforma o lixo de amianto emperigo para a saúde pública, exigin-do assim aterros especiais.

Pesquisa feita com um grupo de 960 trabalhadores deuma empresa do setor até janeiro de 2001

* 14 funcionários já morreram por causa dessas doenças.

Nº de trabalhadores totais 960

Nº trabalhadores com placas pleurais 188

Nº trabalhadores com câncer de pulmão 4

Nº de trabalhadores com asbestose 98

Nº de trab. distúrbios respiratórios 222

Quadrode doençasAsbestose

É a Pneumoconiose asso-ciada à exposição por via res-piratória ao amianto ou asbes-to. As lesões variam conformea carga da exposição. Caracte-riza-se por falta de ar de es-forço, cansaço e tosse seca.Normalmente o período delatência é maior que dez anos.

Câncer de PulmãoO risco de câncer de pul-

mão é elevado entre os traba-lhadores expostos ao Asbesto,ocorrendo um aumento de ris-co nos portadores de asbestosee nos tabagistas. O período delatência raramente é inferior a15 anos.

MesoteliomaSão tumores de origem

mesodérmica, que surgem nacamada de revestimento dascavidades pleurais, pericárdicae peritoneal. A probabilidadede que indivíduos com estadoença tenham sido expostosao amianto é de 90%. O perío-do de latência normalmente ésuperior a 30 anos.

Doenças Pleuraisrelacionadas ao Amianto

Aparecem sob a forma deespessamento pleural ou pla-ca pleural, espessamentopleural difuso, derramepleural e atelectasias redon-das.

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Começa no dia 21 de setembro o“Projetos Revolucionários na ÁreaTecnológica”, que expõe mais de 20obras técnicas. O evento, que acon-tece no 4º andar da Usina do Gasô-metro, é uma realização do CREA-RS e faz parte das comemorações dos70 anos do Conselho. A exposiçãotem duração de seis dias e será aber-ta ao público sempre das 9 às 21h.

O objetivo do evento é apresen-tar à comunidade trabalhos desen-volvidos por profissionais com o in-

CREA-RS abre a exposiçãoProjetos Revolucionários

tuito de valorizar os pesquisadores einventores do Estado. Segundo o pre-sidente do CREA-RS, engenheiroagrônomo Gustavo Lange, a iniciati-va servirá para aproximar o públicoem geral do setor tecnológico e tam-bém para mostrar aos interessadoscomo funcionam projetos inovadores.O evento termina no dia 26 de setem-bro. Maiores informações www.crea-rs.org.br .

Confira a relação das obras e seuscriadores abaixo:

Estrutura metálicas tubulares para cúpulasgeodésicas e móveisArquiteto Klaus Bohne - Estandes paraexposição externos/internos e móveis.

Da fabricação de tijolos ecológicos àconstrução da cidadania coletivaEngenheiro Civil Celso Luís da Silva Pedreira- Apoio à comunidade de Rio Grande.

SAsCC (Serviço de Assistência àConstrução Civil)Engenheiro Civil Celso Luís da Silva Pedreira- Apoio à comunidade e a construção civil emRio Grande.

Geração de energia elétrica utilizandoondas do mar para comunidadescostaneirasEngenheiro Eletricista Amilcar Oliveira Barum -Desenvolvimento de usinas de baixo custopara pequenas comunidades pesqueiras.

Extração de biodiesel da madeiraEngenheiro Eletricista Amilcar Oliveira Barum- Desenvolvimento de uma tecnologia paraobtenção de biodiesel da madeira.

Centro de Pesquisas PaleontológicasArquiteto Urbanista Leonardo Bonatto -Criação de um pólo regional de estudosrelativos à paleontologia na região de SantaMaria – RS.

Banheiro FácilEngenheiro Mecânico Oscar Bethge -Industrialização de banheiros, sob formadesmontável/montável para qualquer tipo deprojeto.

Espaço KaingangueArquiteta Maria Regina Steinert - Projetourbanístico para reassentamento de algumasfamílias kainguangues, que se encontram noperímetro urbano de Porto Alegre.

Condomínio Residencial LupicínoRodriguesArquiteto Roberto Ferreira de Freitas -Habitação de interesse social.

Mosaico Condomínio ResidencialLupicíno RodriguesArquiteto Roberto Ferreira de Freitas -Habitação de interesse social.

Casa de blocos cerâmicosArquiteta Sílvia Carpenedo - Habitação social.

Unidade comercialArquiteta Sílvia Carpenedo - Programa dehabitação social.

Casa acessívelArquiteta Luciane Maria Tabbal - Atendimentoa portadores de deficiência nos loteamentosde habitação de interesse social.

Eletrificação rural monofásica com retornopor terraEngenheiro Eletricista Harry Fockink -Universalização da energia elétrica no meiorural.

Uso da corrente elétrica para o tratamentodo câncerEngenheiro Marcos Telló - Terapia tumoralutilizando corrente elétrica contínua.

Triernet: economizador de energia a biogásEngenheiro Operacional Mecânico PersivalPaulo Zuquetto - Economia da energia elétricautilizando como combustível o biogás.

InstitucionalCientec/Secretaria Estadual de Ciência eTecnologia do RS

Ponte HabitadaArquiteto Alexandre Couto Giorgi - Cidadelinear sobre o lago Guaíba – viabilização deuma travessia ligando a Ponta Grossa (PortoAlegre) à Praia da Alegria (Guaíba).

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“É com muita responsabilidade queretornamos a comunicação com nossosassociados, através da Conselho em Re-

vista. Todo mês, estaremos trazendo asnovidades nos serviços e produtos ofe-recidos à comunidade tecnológica. Nes-te mês, em especial, as informações prin-cipais são sobre a 1ª reunião do Colégiodas Representações da Caixa de Assis-tência RS, ocorrida no último dia 27 deagosto e sobre as eleições para nossos 41representantes junto às Inspetorias Re-gionais do Crea-RS. Queremos salien-tar a importância da participação dosprofissionais no processo eleitoral. Voteno representante junto a sua inspetoriae tenha ele como o maior elo de ligaçãode suas necessidades sociais, médicas,odontológicas, previdenciárias e finan-ceiras para com nossa responsabilidadeem resolvê-las. Participe das eleições dopróximo dia 29 de setembro!”Eng. Ind. Mec. Odir RuckhaberCoordenador Caixa RS

Eleições novos representantes da CA-RSDia - 29 de setembro

Horário - 13h às 18h15Locais de votação - todas as 41 Inspetorias Regionais e pos-

tos de atendimento do Crea-RS e nas seguintes entidades declasse: Associação Farroupilhense de Engenheiros, Arquite-tos e Agrônomos – Farroupilha, Associação Florense de Enge-nheiros e Arquitetos – Flores da Cunha, Associação Pedritensede Engenheiros Agrônomos – Dom Pedrito, Associação dosEngenheiros Agrônomos de Passo Fundo e SociedadeSantamariense de Engenheiros Florestais.

Aconteceu no dia 27 desetembro, na sede doConselho gaúcho, a 1ªReunião do Colégio dasRepresentações da Cai-xa de Assistência dosProfissionais do Crea-RS, integrado por 10representantes . Napauta do evento a elei-ção dos representantes,que acontece no próxi-mo dia 29 de setembro, projeto escritório virtual e a proposta orçamentária para2005. Prestigiaram a reunião o presidente do Crea-RS, eng. agrônomo GustavoLange e o diretor financeiro da Mútua de Assistência, arq. Osni Schroeder.

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No próximo 29 de se-tembro, os profissionaisgaúchos estarão elegen-do os 41 representantesda Instituição junto àsInspetorias do Crea-RS.“O voto não é obrigató-rio, mas os eleitos serãoos principais responsá-veis pela condução doprocesso de interioriza-ção cada vez maior denossa CA-RS”, afirma seu coordendor,eng. ind. mec. Odir Ruckhaber.

Hoje, com uma carteira de bene-fícios e serviços que inclui convêni-os médicos, odontológicos, planoshospitalares e previdenciários dife-renciados para os profissionais asso-ciados, empréstimos financeiros a ju-ros inferiores aos praticados pelas

CA-RS elege seus representantesinstituições bancárias eserviços como o Segurode ResponsabilidadeCivil Profissional, entreoutros, a CA-RS buscaatender a todas as neces-sidades sociais, médicase previdenciárias dosprofissionais registra-dos no Crea-RS. A Cai-xa de Assistência aindadispõe de serviços ofe-

recidos no restante do país pela Mú-tua de Assistência, como o Tecnoprev,um serviço de previdência comple-mentar em parceria com o Banco doBrasil.

A eleição de seus novos represen-tantes ocorrerá em todas as Inspeto-rias Regionais, dia 29 de setembro,das 13h às 18h15 e nas sedes de algu-

mas entidades de classe (veja páginaanterior), em conjunto com a esco-lha dos novos Inspetores, Represen-tantes e Comissões do Conselho ga-úcho. Os eleitos responderão pelaCaixa de assistência, tendo como umdos principais objetivos a conquistade novos convênios de produtos eserviços que melhor atendam à co-munidade profissional de sua região.

“É com muito orgulho que vemosa Caixa RS como um exemplo paratodas as demais do País em serviçosprestados e número de associados. AMútua de Assistência coloca-se à dis-posição dos profissionais gaúchospara cada vez melhor atender seusobjetivos para uma vida e um futuromais tranqüilos”, coloca o arquitetoOsni Schroeder, diretor financeiroda Mútua de Assistência.

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A Engenharia é uma ciência quesurgiu há dez mil anos quando o ho-mem abandonou as frias e úmidas ca-vernas. O “ingenarius” dos romanosmudou a face do mundo e terminoupor se transformar no que hoje conhe-cemos por engenheiro.

Casas, carros, pontes, prédios, tor-res, túneis, barragens e objetos dosmais simples aos mais complexos dosmais diversos tipos, tamanhos e finali-dades, funcionam no sentido de tornarmelhor e mais cômoda a vida do ho-mem.

A engenharia brasileira é bastantejovem. Teve origem na área militar, em1810, quando Dom João VI criou a Aca-demia Militar do Rio de Janeiro.

A necessidade de desenvolvimen-to, principalmente nos setores de sa-neamento, ferroviário e de portos ma-rítimos, motivou a fundação da EscolaPolitécnica do Rio de Janeiro, em 1874,estendendo a profissão também aoscivis.

A história da EngenhariaNo contexto das transformações

provocadas pela revolução de 1930,amplia-se o espaço da modernizaçãoindustrial e das instituições do estado- mais ativo e estruturado - e as profis-sões e as próprias relações de trabalhovão ser profundamente impactadas.

Em dezembro de 1933, no governoGetúlio Vargas, é promulgado o Decre-to Federal n.º 23.569, regulamentandoas profissões liberais de Engenheiros,Arquitetos e Agrimensores e instituin-do os Conselhos Federal e Regionaisde Engenharia e Arquitetura.

Em 1966, a Lei 5.194 revoga tacita-mente esse Decreto, conferindo maiorautonomia e introduzindo as seguin-tes modificações:

� A expressão Agronomia passa aser integrada nas denominações dosConselhos;

� A composição do Conselho Fe-deral é ampliada de dez para dezoitomembros;

� Presidente deixa de ser designa-

Grandes Obras da Engenharia no Brasil

do para ser eleito;� São instituídas as Câmaras

Especializadas nos CREAs;� As profissões são caracterizadas

em função do interesse social;� Os CREAs passam a registrar fir-

mas;� O Confea adquire competência

para baixar Resoluções;� Salário mínimo profissional é as-

segurado.� A reflexão sobre o exercício pro-

fissional e sua valorização não pode serpensada no vazio social, já que no ar-tigo 1º da Lei Básica da Profissão - a5.194/66 - consta: “As profissões de en-genheiro, arquiteto e engenheiro agrô-nomo são caracterizadas pelas realiza-ções do interesse social e humano queimportem na realização dos seguintesempreendimentos...”Em 1973, a resolução nº 218

Discrimina atividades das diferen-tes modalidades profissionais da En-genharia, Arquitetura e Agronomia.

PontesA Ponte Rio-Niterói está entre

as mais notáveis realizações da en-genharia do século. Construídapelo consórcio formado pelas em-presas Camargo Corrêa, MendesJúnior, Rabello S.A. e Sociedade deEngenharia e Comércio, represen-tou o maior conjunto estrutural domundo, em vista do volume ocu-pado, na forma de duelas coladas.Com 13.290m de extensão, 8.836msobre o mar, 26,60 m de largura, seisfaixas de rolamento e dois acosta-mentos, de 1,80m e altura máximade 72m, acima do mar.

Antes dela, a ponte de maiorextensão, em nosso País, era a Mau-rício Joppert, com 2.250m de ex-tensão, sobre o Rio Paraná, na di-visa de São Paulo com Mato Gros-so, construída em 1965. Trinta anosdepois de entregue ao tráfego, aPonte Presidente Costa e Silvaconstitui-se em verdadeiro marcode capacitação, de orgulho de nos-

sa engenharia, em suas 18 rampase oito viadutos. A ponte que é con-siderada rodovia - BR-101, liga oRio de Janeiro não apenas aNiterói, Cabo Frio, Campos, Vitó-ria, mas a Natal (RN), a Osório (RS),numa integração econômico-soci-al que o tempo consagrou.

ItaipuA Usina Hidrelétrica de Itaipu,

a maior do mundo em operação, éum empreendimento binacionaldesenvolvido pelo Brasil e peloParaguai no Rio Paraná. A potên-cia instalada da usina é de 12.600MW (megawatts), com 18 unida-des geradoras de 700 MW cada. As18 unidades geradoras de Itaipuentraram em operação, de acordocom o cronograma, ao ritmo deduas a três por ano, a contar demaio de 1984. A 18ª entrou em ope-ração em 9 de abril de 1991.

A usina superou seus própriosrecordes mundiais de produção de

energia, por vários anos consecu-tivos. Em 1999, a usina produziu90 bilhões de quilowatts-hora(kWh) e em 2000 a produção supe-rou os 93,4 bilhões de kWh, sufici-ente para garantir o suprimento de95% da energia elétrica consumidano Paraguai e de 24% de toda a de-manda do mercado brasileiro.

A Itaipu gerou, em 2003, umtotal de 89.151 gigawatts-hora(GWh), acima dos 82.914 GWh doano anterior, mas abaixo do seurecorde histórico, de 93,4 milhõesde MWh, em 2000. A menor ne-cessidade de geração por parte dausina deve-se às medidas que pas-saram a ser adotadas por empre-sas e consumidores em geral, noperíodo de racionamento de ener-gia. O consumo no Brasil, ao in-vés de aumentar como vinhaocorrendo, sofreu uma queda, oque é positivo por significar umaracionalização no uso da eletrici-dade.

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O concreto é o material de cons-trução mais usado pelo homem. Oconsumo projetado para o ano 2.000foi de 2.664 kg por habitante de nos-so planeta, somente superado peloconsumo de água, com 10.950 kg porhabitante (ABCP).

Diante das atuais gerações de En-genheiros Civis e Arquitetos sedescortina um terreno fértil no cam-po do concreto armado. Depois dasNormas NB1-60 e NB1-78, onde oBrasil deu mostras de sua primaziamundial não só no cálculo, com ex-poentes como o Engenheiro TelêmacoHipólito de Macedo Van Langendonk(gaúcho, de Bagé), autor da fantásti-ca “Teoria das Charneiras Plásticas”,reconhecida mundialmente, mastambém e especialmente na criação eexecução de obras de concreto admi-ráveis como Brasília, dos ArquitetosLúcio Costa e Oscar Niemayer, culmi-nando com a construção de Itaipu, amaior obra em concreto armado nomundo, agora o Brasil está diante deuma nova ordem de responsabilida-des profissionais.

A NB1-2003, válida no Brasil comexclusividade desde abril/2004, surgiuda necessidade de uma revolução nãoapenas técnica relativa ao emprego domaterial concreto, mas dentro de umcontexto de novas responsabilidadessociais e econômicas que se impõem apartir do Código de Defesa do Consu-

A Nova Norma de Concreto, aAtualização Profissional e a LeiEgydio Hervé Neto |Engenheiro Civil

midor, exigindo dos profissionais en-volvidos na propriedade, no projeto ena execução dos empreendimentosuma nova relação entre si, em respeitoao usuário/consumidor.

A par da evolução do material con-creto, cuja capacidade estrutural cres-ceu até 10 vezes ou mais, com novosmateriais, aditivos, adições, o adven-to dos computadores, acelerando eproporcionando modelos matemáti-cos cada vez mais próximos à mate-mática da estrutura real, convivemoscom estatísticas mundiais que ates-tam que as obras mais recentes perde-ram em durabilidade para as obras de30 anos atrás ou mais, exigindo corre-ções.

As novas Normas, nos países deprimeiro mundo e assim também anossa Norma, 26 anos depois, con-templam instrumentos e exigênciaspara maior “garantia da qualidade”e,ao mesmo tempo que impulsionampara maiores resistências, proporci-onam o aumento do desempenhodesejado para a durabilidade e a se-gurança, aceleram cronogramas e au-mentam a vida útil das construções,proporcionando maiores ganhos naimplantação e uso dos empreendi-mentos. Estes novos instrumentossão implementados a partir de umnovo compromisso do Projetista em“fazer acontecer ” seu Projeto naobra, bem como de exigências de de-

monstração por evidência objetiva, daparte do construtor, quanto ao aten-dimento a parâmetros de resistênciae indeformabilidade antes de cadanovo carregamento, representado porações de protensão, movimentação deescoramentos, retirada de formas, etc.

Na reformulação de seus con-teúdos a NB1 da ABNT, também de-nominada NBR6118:2003 noConmetro, concentrou seu escopoexclusivamente em projeto. Porconta disso, outras Normas foramproduzidas e reformuladas demodo a cobrir os demais escoposcomo execução (NBR14931:2003),controle (NBR12655:1996) e produ-ção (NBR7212:1984), constituindonão apenas o efeito Nova Normamas, de forma abrangente, umanova normalização em concreto.

Em tempos de Código de Defesado Consumidor, adotar a Nova Nor-malização para o Concreto torna-seuma imposição legal, que cabe a to-dos os nossos engenheiros, arquitetose profissionais da construção. Por estemotivo, um esforço de reaprendizadose faz necessário num curto espaço detempo, para evitar e minimizar pro-blemas que podem acarretar prejuízosfinanceiros, legais e de imagem paranossas empresas e profissionais.

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Até há pouco tempo atrás, ogerenciamento de projetos deforma metodológica e sistemá-tica era visto como uma melho-ria a ser perseguida em algumasorganizações. Hoje, este tipo deabordagem passou a ser umaquestão de sobrevivência. Damesma forma, o conceito deprofissionalismo em gerencia-mento de projetos está evoluin-do, ou sendo complementado,pelo conceito de maturidade orga-nizacional para gerenciar projetos,programas e portfólios.

Não há mais espaço para “tocarde ouvido”. A necessidade de umaboa “partitura” passou ser uma ques-tão vital em cenários de competiçãoacirrada, mercados globais, margensestreitas, prazos exíguos e especifi-cações cada vez mais rigorosas. Ge-renciamento de projetos e produti-vidade passaram a ser sinônimos.

Conceitualmente, o gerencia-mento de projetos é visto como umconjunto de esforços para ter-se ummelhor controle e um melhor usodos recursos disponíveis, normal-mente escassos, para atingir-se ob-jetivos claramente definidos numespaço temporal definido. Os bene-fícios desta abordagem sistêmica sãomuitos, inclusive para identificar-sequando os objetivos do projeto nãopodem ser mais atendidos num

Avanços e Desafios noGerenciamento de ProjetosMarco Antonio Kappel Ribeiro, MsC | Eng. Eletr. - Conselheiro Representante do SENGE-RS

dado momento. Concluir-se um pro-jeto no prazo e dentro do orçamentoprevisto não pode ser visto comouma pura questão de sorte ou de casofortuito.

Embora existam várias escolas ecorrentes, em geral a maioria secomplementando, não é desprezívela contribuição nesta área do ProjectManagement Institute PMI®(www.pmi.org). Preocupado em cri-ar este ambiente de “profissionalis-mo” o Instituto trabalha há 35 anosno aperfeiçoamento e na dissemina-ção das melhores práticas no geren-ciamento de projetos e sua maiorcontribuição é o conhecidoPMBOK® Guide (“Um Guia do Con-junto de Conhecimentos do Geren-ciamento de Projetos”) . Este docu-mento contém um conjunto de téc-nicas e ferramentas de amplo uso eaceitação e se constitui num sub-conjunto de um domínio maior

onde estão todos os conhecimen-tos específicos da área de geren-ciamento de projetos. Mas é opróprio PMI que alerta para ofato de que a equipe de projetonecessita de outros conhecimen-tos além da tradicional EstruturaAnalítica de Projeto (WBS), daanálise do Caminho Crítico ou doValor Agregado, conceitos tão es-pecíficos da área. É necessária ainteração com pelo menos outras

quatro áreas de conhecimento que sesuperpõe ao primeiro conjunto comomostra a figura ao lado. É do equilí-brio e da complementação destes co-nhecimentos que começa a seviabilizar um projeto de sucesso.

No entanto, seria ingenuidadepensar-se que um maior profissiona-lismo e uma maior maturidade emgerenciamento de projetos podemser atingidos com alguns poucos es-forços de treinamento ou da simplesimplantação de alguns procedimen-tos de processo na organização. Épreciso muito mais. É necessário comcerteza um longo e penoso caminhode capacitação e amadurecimentoque não ocorre através de uma re-volução mas através de conquistasgraduais e paulatinas. O grande de-safio, sem dúvida, é promover umamudança de cultura dos profissio-nais e, sobretudo, da organização.

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Em se mantendo o Projeto deResolução apresentado, chamo aatenção para algumas alterações:

A atual 218, estabelece apenasaos profissionais com formação su-perior generalista as atividades de01 a 18. Já a proposta estabelece asatividades para todos os níveis deformação, necessitando de norma-lização posterior.

Na categoria arquitetura e urba-nismo são criadas as figuras dostécnicos e tecnólogos específico danossa categoria, além de “estender acompetência inicial” a Arquitetos eUrbanistas e aos Tecnólogos espe-cializados ou pós-graduados.Exemplificando, a alteração proje-ta (já que não existem hojetecnólogos na nossa categoria), a“ampliação de competência” den-tro da categoria ao Tecnólogo (semformação genérica), de nova atri-buição específica (que também nãoexiste em nossa categoria já quenossa formação é única). Inadmis-síveis imaginar assim nossa cate-goria. A única especialização quegera atribuição é a de Engenhariade Segurança de Trabalho, comple-tamente diferente do que se queraqui regular.

Nas disposições gerais é esta-belecida a extensão de atribuiçãoinicial “entre” categorias profissi-onais, gerando competências pe-los plenários, respectivamenteconferidas no âmbito dos CREAse homologadas pelo Confea. Sa-bemos das diversas realidades donosso Brasil, agravando o risco deresultados diferentes dependendodo estado que fará a avaliação. Ge-

Orildes Três | ArquitetaConselheira Representante do Sindicato dos Arquitetos do Estado do RS

Projeto Resolução 218

rar atividades e competências forada Categoria, sem ter a relação en-tre conteúdos ministrados na gra-duação é ainda mais grave edescaracteriza completamentenossa profissão. Inconcebível!

Preocupa este novo paradigma,já que compete ao Sistema Confea/CREAs/Mútua legislar sobre atri-buições. A proposta pretende ava-liar a competência profissionalatravés da análise de conhecimen-tos adquiridos no ambiente esco-lar. Conforme conceitua o estudodesta nova sistemática, “competên-cia é o ato de ser capaz para o exercícioprofissional, de estar gozando de prer-rogativas juntamente com outros, demaneira apropriada, em relaçãojusta...e segue...mas do exercício dacapacidade pessoal em empreendimen-tos nos quais podem concorrer outrosprofissionais igualmente competen-tes.” Se o sistema avalia a compe-tência profissional, é co-responsá-vel nos casos em que esta estiversendo questionada. Não se medecompetência pelas disciplinas cur-sadas, mas sim no efetivo exercí-cio profissional. E ainda, “se hoje oformato da resolução 218 se revela li-mitado, acentuando os conflitos deri-vados de um sistema de concessão deatribuições ultrapassado e que preju-dica os próprios profissionais, já queexige que as atribuições sejam defini-

das com base na graduação sem consi-derar os conhecimentos adquiridos pos-teriormente” como afirma o presi-dente do Confea, como ficarãoaqueles profissionais cuja atribui-ção foi dada na graduação, toda-via, por não ter exercido ou por nãoter reciclado seus conhecimentostécnicos necessários àquela ativi-dade, lhe falta conhecimento paraatuar naquela atividade? Se passar-mos a atribuir títulos advindos dacompetência, é sensato, seja tiradaa atribuição de quem não dominaestes novos conhecimentos. Esta-ríamos então falando em exame deordem ou algo similar? Não fica cla-ro ser esta a intenção. Vamos avali-ar iguais de forma diferente?

Conclui-se questionando se háacréscimo de atribuição na conclu-são de um mestrado ou doutora-do. São ministrados novos conhe-cimentos que auxiliam o exercícioprofissional, gerando capacitaçãodiferente daquela da graduação? Ese a resposta é sim, porque os pro-fissionais que não pertencem aosistema e que são pós-graduadosna mesma área não podem seragraciados com a mesma atribui-ção, já que o curso gerou a mesmacompetência?

Insistimos em sustentar a ma-nutenção das características bási-cas da Arquitetura e Urbanismo:A formação única. Precisamos de-fender a vontade da maioria. Ma-nifestem-se. Solicite o projeto naíntegra ou encaminhe seuposicionamento pelo e-mail:[email protected].

A Câmara de Arquitetura convoca Arquitetos eUrbanistas, para que tomem conhecimento e semanifestem a respeito da chamada “alteração daresolução 218/73- atribuições na área tecnológica”.

“se hoje o formato da resolução 218 se revela limitado,

acentuando os conflitos derivados de um sistema de

concessão de atribuições ultrapassado e que prejudica os

próprios profissionais, já que exige que as atribuições

sejam definidas com base na graduação sem considerar os

conhecimentos adquiridos posteriormente”

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A cultura da mamona pode setornar em curto prazo, no cenáriodo Nordeste, um dos principaiscomponentes de um programanacional de biodiesel. A estimati-va é de cerca de 40% do biodieselproduzido no Brasil nos próxi-mos anos, misturas B2 e B5 de-pois, sejam obtidos a partir dessaoleaginosa. A estimativa é de es-pecialistas do setor e de pesquisa-dores da Embrapa Algodão, a uni-dade da estatal vinculada ao Mi-nistério da Agricultura, Pecuáriae Abastecimento responsável pe-las pesquisas públicas sobre amamona no país, que realizou re-centemente seminário técnicopara redefinir suas prioridades depesquisa com a cultura para ospróximos quatro anos. A princi-pal demanda do setor produtivomamoneiro é a obtenção de varie-dades de porte baixo, em torno de

Pesquisa com mamona podeviabilizar biodiesel brasileiro

1,3 metro, para viabilizar a meca-nização da colheita, especialmen-te para o cultivo na região cen-tro-sul. Do ponto de vista da ex-pansão das fronteiras agrícolas,as pesquisas devem se concentrara partir de agora na obtenção de

variedades cultiváveis em baixasaltitudes. Hoje a mamona só é vi-ável economicamente se plantadaa partir de 300 metros acima donível do mar.

Fonte: Embrapa

Novo milho é indicadopara produtores queutilizam alta tecnologia

A Embrapa lançou para a próxima safra duascultivares: um híbrido simples de milho e um hí-brido de sorgo granífero. O lançamento do BRS 1030e do BRS 310 aconteceu em Cuiabá - MT, dia 30 deagosto, durante o XXV Congresso Nacional de Mi-lho e Sorgo. O milho é resistente às principais do-enças foliares que atacam a cultura no Brasil e érecomendado para plantio nas regiões Centro-Oes-te, Sudeste, Norte paranaense e de Barreiras (BA).Híbrido simples, ele tem potencial genético quepossibilita alta produtividade, tanto em ambientesacima como abaixo dos 700m de altitude. O sorgoBRS 310, é indicado para plantio no sistema de su-cessão nas regiões Sudeste e Centro-Oeste e Semi-Árido do Nordeste.

Rastreabilidade bovinaO programa de rastreabilidade bovina foi lança-

do pelo Sebrae na edição deste ano da Expointer evisa colocar a pecuária gaúcho para competir no mer-cado nacional e internacional, garantindo um dife-rencial de qualidade para o produto. O Sebrae estáapoiando os criadores de gado de corte do Estadopara rastear seus rebanhos.

O programa é dividido em duas partes. Uma seráfeita através de uma campanha de sensibilização dosetor com palestras e instrumentalização dos produto-res. E a outra, com a criação de um fundo auxiliar quevai reduzir em 30% o custo final do rastreamento para ocriador.

Quase 100 pessoas já estão habilitadas a transmi-tir conhecimento para os pecuaristas. Os palestrantesenfatizarão a importância da rastreabilidade como cer-tificado de garantia e acesso ao mercado externo.

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Programas de estágios e de traineesdão nova perspectiva aos iniciantes

Cada vez mais procurados pe-los profissionais recém-formados eestudantes, os programas de está-gios e de trainees continuam sen-do uma boa alternativa para quemestá entrando no mercado de tra-balho. Com salários competitivos etreinamento direcionado, esses pro-

gramas normalmente se focam emestudantes ou em profissionais comaté dois anos de formado. Alémdesses requisitos são obrigatóriosdomínio de microinformática e co-nhecimento de idiomas. Confira al-gumas empresas que estão com osprocessos de seleção abertos.

Empresa: TIMCarga horária: 20 a 30 horas semanaisTipo: estágioÁrea: Todas as engenhariasInscrições até: 30/09/2004Pré-Requisitos: idade até 24 anos. Data de formatura prevista paradez/2005 até dez/2006. Possuir coeficiente de rendimento igual ou su-perior a 7,0. Conhecimento avançado de língua estrangeira (inglês,italiano ou espanhol). Domínio de informática (pacote Office).Mais informações: www.tim.com.br

Empresa: Grupo GerdauTipo: traineeÁrea: engenharia civil, elétrica, eletrônica, florestal, materiais, mecâ-nica, metalúrgica, produção e químicaInscrições até: 26/09/2004Pré-Requisitos: recém-formados ou com até 2 anos de formação;domínio do idioma inglês e desejável idioma espanhol;domínio de microinformática.Mais informações: www.gerdau.com.br

Empresa: GMTipo: estágioÁrea: engenharia de produção, mecância, mecatrônica e de produtoInscrições até: de 15 de setembro a 10 de outubro de 2004.Pré-Requisitos: os objetivos do programa são capacitar e desenvol-ver novos talentos, trazer novos conhecimentos e tecnologias, estrei-tar relacionamento entre escola e empresa, grande fonte de recruta-mento para futuras seleções. O Programa tem a duração de 11 me-ses. Poderão concorrer estudantes universitários com previsão deconclusão do curso em dezembro de 2005 ou julho de 2006, disponibi-lidade mínima de 20 horas semanais para o estágio, inglês intermedi-ário e estudantes que residirem próxima as fábricas/escritórios.Mais informações: (51) 3268 0392 ou currículo para [email protected]

Empresa: Brasil TelecomTipo: estágioPré-Requisitos: formação preferencial em Engenharia Elétrica, Enge-nharia de Telecomunicações, Engenharia de Redes, Engenharia daComputação, Informática, Economia, Administração de Empresas,Ciências Contábeis, Comunicação Social, Direito, Psicologia, Secreta-riado Executivo. Estar no antepenúltimo ano do curso.Mais informações: www.brasiltelecom.com.br

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Acontece de 22 a 24 de setembro em Porto Alegre oIV Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e In-dustrial. O evento, que será realizado no NovotelPorto Alegre, tem a realização da Fenemi (FederaçãoNacional de Engenharia Mecânica e Industrial),Abemec (Associação Brasileira de Engenheiros Me-cânicos Seção RS) e do CREA-RS . As inscrições po-dem ser feitas pelo telefone 51 3325 9696 ou pelo e-mail [email protected]

A SERGS – Sociedade de Engenharia do Rio Grande doSul, em parceria com a Ventuscore, realizará uma série decursos no interior do Estado, com o tema “A Nova NormaBrasileira de Concreto Armado - A Durabilidade das Estru-turas”. O objetivo é esclarecer sobre as mudanças que se im-põem a partir da Nova NB-1/2003, que entrou em vigor noúltimo dia 1º de abril de 2004. Os cursos serão: em Caxias doSul, dia 6 de outubro; em Passo Fundo, dia 27 de outubro; emPelotas, dia 24 de novembro e em Santa Rosa, dia 15 de de-zembro, ministrados sempre das 8h às 18h em locais a seremdefinidos. As inscrições podem ser feitas na Secretaria daSergs, através dos fones 51.32246133/32241936 ou pelo [email protected]

IV CONEMI – Congresso Nacionalde Engenharia Mecânica e Industrial

Cursos sobre a Nova NormaBrasileira de Concreto Armado no interior

Cursos de Extensãoda Ufrgs em engenharia civil

A Ufrgs está realizando dois cursos de extensão na áreade engenharia civil. O curso de Concreto Protendido serárealizado de 25 de setembro a 11 de dezembro, sempre aossábados das 08h30 às 12h30. A carga horária é de 36 horas-aula e o docente, Rubem Clicio Schwingel (MSc., PPGEC/UFRGS, 1995). O curso “Ação do Vento sobre as Estruturasde Concreto”, será realizado de 15 de outubro a 10 de de-zembro, sextas-feiras, das 18h30 às 22h30. A carga horáriaé de 28 horas-aula e o professor Acir Mircio Loredo Souza(PhD., Univ. Western Ontario/Canada, 1996). Maiores in-formações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3316-3486ou no endereço www.ppgec.ufrgs.br/concreto

V Congresso Brasileiro deSistemas Agroflorestais

A Sociedade Brasileira de SistemasAgroflorestais e a Embrapa Florestas,em parceria com outras instituições, es-tarão promovendo o V Congresso Bra-sileiro de Sistemas Agroflorestais, nacidade de Curitiba, no período de 25 a28 de outubro de 2004. Nessa quintaedição, o tema central será “SAFs: de-senvolvimento com proteção ambien-tal” e serão abordados os aspectos rela-cionados ao uso da terra com SistemasAgroflorestais, bem como o seu papelno desenvolvimento brasileiro, no ma-nejo da biodiversidade, na composiçãoda paisagem e no sustento da vida, le-vando em conta o cenário atual e os de-safios futuros para o desenvolvimentosustentado. Informações: (41) 666-1313E-mail: [email protected]

Bioarquitetura será tema decurso em Picada Café

Acontece de 27 de setembro a 01 deoutubro em Picada Café o cursoBioarquitetura – Oficina de construçãocom terra crua que será ministrado pelodr. Gernot Minke, arquiteto e professorda Universidade de Kassel da Alema-nha. No programa do curso aulas teóri-cas sobre bio-arquitetura - terra crua,bambu, fardos de palha e telhados ver-des. Preparação para os trabalhos decampo, no primeiro dia, e nos demaisdivididos em 4 grupos, Construção decúpula com tijolos de terra crua. Os 4grupos trabalharão de forma alternadanos temas: cúpula, pisos e rebocos deterra crua, adobes, abóbodas. O cursoobjetiva proporcionar aos alunosuma experiência prática e teórica so-bre a bio-arquitetura como respostaa arquitetura ecologicamente respon-sável, desenvolver habilidade deconstrução de tijolos de terra crua, en-tre outros. Mais informações podemser obtidas pelo fone (51) 9189.1813,e-mail [email protected] e no sitewww.integria.org

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CONSELHO em revista | nº 1

www.crea-rs.org.br

Seminário sobre ResíduosSólidos, segundo a ABNT

No dia sete de outubro, estará sendo realizado em PortoAlegre o seminário “Mudanças de Paradigmas – Classifica-ção e Ensaio dos Resíduos Sólidos, segundo a ABNT. O even-to, que acontecerá na PUC RS com carga horária de oito ho-ras, é promovido pela APEQ-RS e tem apoio da Fepam, ABNT,Câmara Brasil Alemanha, revista Meio Ambiente IndustrialPro-ambiente e Millipore. Maiores informações pelo telefo-ne 51 3212 3772, ou [email protected] .

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Simpósio Nacional sobre oUso da Água na Agricultura

Passo Fundo sediará de 27 a 30 desetembro o Simpósio Nacional sobreo Uso da Água na Agricultura. O even-to que será realizado pela Faculdadede Agronomia e Medicina Veterináriaserá realizado no Centro de Eventosda UPF e tem o apoio do CREA-RS.Durante os três dias de evento serãoapresentados quatro painéis com te-mas como Produção Agrícola e Uso daÁgua, este com a participação do pre-sidente do Conselho eng. agrônomoGustavo Lange, Impactos ambientaise econômicos do uso da água na agri-cultura, entre outros. As inscrições parao Simpósio podem ser feitas através dosite www.upf.br/agua. Mais informa-ções podem ser obtidas pelos fone (54)316.8371 e 316.8378.

IV EESEC será emSão Miguel das Missões

Nos dias 22 e 23 de outubro representantes das 68 Enti-dades de Classe registradas junto ao CREA-RS estarão reu-nidos no Wilson Park Hotel, em São Miguel das Missões,participando do IV Encontro Estadual de Entidades de Clas-se, organizado pelo Conselho. O objetivo do evento é, en-tre outros, discutir linhas de ações que visem a valorizaçãoprofissional e o fortalecimento das entidades.

Curso à Distânciade Autocad 2d da Ufrgs

A Faculdade de Arquitetura da Ufrgs está realizando no perí-odo de 10 de setembro a 10 de outubro, o curso de AutoCAD 2D.O curso é desenvolvido totalmente à distância ao longo de 10aulas através de uma abordagem sistemática passo a passo, quefoi testada e aprovada em diversas turmas de Desenho TécnicoInstrumentado na Ufrgs. Para a participação no curso, o alunonecessita de um micro com acesso a Internet por rede discada oubanda larga. As dúvidas serão solucionadas através de contatovia e-mail, chat ou fórum de discussão existentes no próprio por-tal. O aluno deverá realizar o curso em um período máximo detrês meses, nos locais e horários que lhe convier. Ao final do cursoo aluno receberá certificado emitido pela Pró-Reitoria de Exten-são da Ufrgs. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo [email protected]. As inscrições serão feitas até 10 de outubrono site www.ufrgs.br/aramis

ULACAVNo período de 03 a 06 de novem-

bro de 2004 acontece na cidade dePelotas, o X Encontro Anual da UniãoLatino-americana de Cátedras de Vi-venda - ULACAV . O evento, que estásendo organizado pelos cursos deArquitetura e Urbanismo da Univer-sidade Federal de Pelotas e da Uni-versidade Católica de Pelotas, temcomo temática principal A Universi-dade e a Habitação de Interesse So-cial – Interdisciplinariedade e inser-ção Sistemática nos Currículos. Oprazo para inscrição dos trabalhos é25 de setembro, sendo que os traba-lhos inscritos até esta data serão in-cluídos no CD-Rom do evento. Maisinformações acesse o site: http://faurb.ufpel.edu.br/ulacav .

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www.crea-rs.org.br

CONSELHO em revista | nº 1

ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

1993 2.952.303,23 3.670.992,20 4.958.570,14 6.093.148,52 8.027.156,79 9.882.838,08 13.925.950,78 18.176,66 21.618,27 30.566,83 43.647,47 58.898,99

1994 76.493,29 104.706,53 165.161,04 247.941,82 350.299,54 509.144,01 279,70 278,86 277,73 276,31 277,51 279,82

1995 282,45 290,69 300,18 310,98 317,02 318,86 345,73 350,67 352,86 355,87 358,89 359,26

1996 361,79 372,18 374,40 373,41 378,42 380,69 391,24 398,88 399,02 399,56 399,78 400,86

1997 403,70 407,54 409,35 407,60 409,91 410,16 418,35 424,22 424,47 425,80 427,76 427,53

1998 427,24 431,34 433,95 435,94 436,74 437,24 441,72 445,42 446,26 447,52 447,34 447,48

1999 444,26 449,29 453,12 457,25 460,38 459,21 458,68 465,14 471,72 475,35 479,73 482,01

2000 486,17 491,65 493,24 499,53 491,85 491,02 504,90 509,16 510,35 519,58 518,65 519,24

2001 520,81 521,22 520,63 524,37 528,28 532,23 545,90 553,17 557,48 561,36 565,12 572,59

2002 576,45 577,21 576,94 577,39 577,12 577,79 593,97 603,19 609,38 615,62 630,81 644,09

2003 654,01 664,31 672,98 678,29 685,26 686,49 707,66 718,41 721,93 725,46 743, 93 746,84

2004 752,23 753,96 761,46 770,00 774,54 779,58 790,58 799,29 808,62

EVOLUÇÃO DO CUSTO UNITÁRIO DA CONSTRUÇÃO (Em CR$ e R$)