consegues ver o que está escrito

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ESCOLA SECUNDÁRIA C/ 3º CICLO DE HENRIQUES NOGUEIRA Atelier de Expressão e Comunicação Consegues ver o que está escrito? Hoje proponho-te um truque de leitura: a imagem . Trata-se de uma estratégia que podes experimentar utilizar quando estás a ter dificuldade em perceber uma passagem de certos textos. Lê, com atenção, esta passagem, forma a tua imagem mental e desenha-a (não se trata de desenhar bem ou mal, mas de verificar a atenção prestada aos pormenores). Bom trabalho! Ana Alberto Nunes Como uma rapariga descalça a noite caminhava leve e lenta sobre a relva do jardim. Era uma jovem noite de Junho, a primeira noite de Junho. E debruçada sobre o tanque redondo ela mirava extasiadamente o reflexo do seu rosto. Do jardim via-se a casa, uma casa grande cor-de-rosa e antiga que, toda iluminada (…). A luz recortava o buxo dos canteiros e a música misturava-se com o baloiçar das árvores. Pelas janelas abertas avistavam-se pares dançando (…). Vultos de namorados passavam entre as cortinas e vinham apoiar-se no peitoril das janelas, (…). Sophia de Mello Breyner Andresen, História da Gata Borralheira, Histórias da Terra e do Mar. Lisboa: Texto Editora, 1995

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Page 1: Consegues Ver o Que Está Escrito

ESCOLA SECUNDÁRIA C/ 3º CICLO DE HENRIQUES NOGUEIRAAtelier de Expressão e Comunicação

Consegues ver o que está escrito?Hoje proponho-te um truque de leitura: a imagem. Trata-se de uma estratégia que podes experimentar utilizar quando estás a ter dificuldade em perceber uma passagem de certos textos. Lê, com atenção, esta passagem, forma a tua imagem mental e desenha-a (não se trata de desenhar bem ou mal, mas de verificar a atenção prestada aos pormenores).

Bom trabalho!Ana Alberto Nunes

Como uma rapariga descalça a noite caminhava leve e lenta sobre a relva do jardim. Era uma jovem noite de Junho, a primeira noite de Junho. E debruçada sobre o tanque redondo ela mirava extasiadamente o reflexo do seu rosto.

Do jardim via-se a casa, uma casa grande cor-de-rosa e antiga que, toda iluminada (…). A luz recortava o buxo dos canteiros e a música misturava-se com o baloiçar das árvores.

Pelas janelas abertas avistavam-se pares dançando (…). Vultos de namorados passavam entre as cortinas e vinham apoiar-se no peitoril das janelas, (…).

Sophia de Mello Breyner Andresen, História da Gata Borralheira, Histórias da Terra e do Mar. Lisboa: Texto Editora, 1995