consciência política e histórica da diversidade

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Curso: História e Cultura Afro-Brasileira Módulo 2 Maria José Caldas GPEC Educação a Distância www.gpeconline.com.br Historia e Cultura Afro-Brasileira Módulo 2 Consciência Política e Histórica da Diversidade

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Curso História e Cultura Afro-Brasileira GPEC - Edição do Texto Tais Sabrine - Autora do Texto: Maria José Caldas

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Page 1: Consciência Política e Histórica da Diversidade

Curso:

História e Cultura Afro-Brasileira

Módulo 2

Maria José Caldas

GPEC – Educação a Distância www.gpeconline.com.br

Historia e Cultura Afro-Brasileira

Módulo 2

Consciência Política e Histórica da Diversidade

Page 2: Consciência Política e Histórica da Diversidade

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Para conduzir suas ações, os sistemas de ensino, os estabelecimentos e os professores

terão como referência, entre outros pertinentes às bases filosóficas e pedagógicas que

assumem os princípios a seguir explicitados.

CONSCIÊNCIA POLÍTICA E HISTÓRICA DA DIVERSIDADE Este princípio deve conduzir: A igualdade básica de pessoa humana como sujeito de

direitos; a compreensão de que a sociedade é formada por pessoas que pertencem a

grupos étnico-raciais distintos, que possuem cultura e história próprias, igualmente

valiosas e que em conjunto constroem, na nação brasileira, sua história; ao conhecimento

e à valorização da história dos povos africanos e da cultura afro-brasileira na construção

histórica e cultural brasileira; a superação da indiferença, injustiça e desqualificação com

que os negros, os povos indígenas e também as classes populares às quais os negros, no

geral, pertencem, são comumente tratados; a desconstrução, por meio de

questionamentos e análises críticas, objetivando eliminar conceitos, ideias,

comportamentos veiculados pela ideologia do branqueamento, pelo mito da democracia

racial, que tanto mal fazem a negros e brancos; a busca, da parte de pessoas, em

particular de professores não familiarizados com a análise das relações étnico-raciais e

sociais com o estudo de história e cultura afro-brasileira e africana, de informações e

subsídios que lhes permitam formular concepções não baseadas em preconceitos e

construir ações respeitosas; ao diálogo, via fundamental para entendimento entre

diferentes, com a finalidade de negociações, tendo em vista objetivos comuns; visando a

uma sociedade justa.

O que ficou de fora do Estatuto Um dos pontos mais polêmicos na questão da inserção do negro na sociedade, o sistema

de cotas raciais, ficou de fora. Pelo novo Estatuto da Igualdade Racial, as universidades

não são mais obrigadas a reservar parte das vagas para os negros. Veja outros pontos

polêmicos que não entraram no texto final:

Determinação de cotas para o serviço público em concursos, para as universidades e para

as candidaturas nos partidos políticos, bem como para programas televisivos e peças

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publicitárias. Incentivos fiscais a empresas que mantenham uma cota de, no mínimo, 20%

de trabalhadores negros. Criação de políticas públicas de saúde específicas para doenças

prevalentes na população afro-brasileira, como a anemia falciforme. Titulação das terras

quilombolas.

Movimento negro Conheça as entidades que se posicionaram contra e a favor do Estatuto da Igualdade Racial em vigor. Contra Educafro, Uneafro, Movimento Negro Unificado (MNU), Coletivo de Entidades Negras (CEN), Círculo Palmarino, Casa de Cultura da Mulher Negra, Fórum Nacional de Juventude Negra, Instituto Martin Luther King/Ba, Associação Quilombo da Família Silva (RS) e outros. A favor Unegro, APN's (Agentes de Pastoral Negros do Brasil), Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-brasileira (Intecab), Secretaria de Políticas da Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). Contexto da nova lei Pensado e discutido por acadêmicos, políticos e alguns movimentos negros e sociais do

Brasil há quase uma década, o Estatuto é uma reivindicação histórica de uma parcela da

população que busca reparar injustiças sociais nunca superadas com os descendentes da

escravidão negra, mesmo após dois séculos de abolição da escravatura (1888).

O texto do Estatuto foi modificado por diversas vezes até que a causa foi acolhida pelo

Senador Paulo Paim (PT/RS), que apresentou outra proposta ao Congresso; esta

aprovada. A sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à redação final foi alvo de

críticas por uma parcela do movimento negro do país, pois, segundo os críticos, alguns

pontos importantes, como a adoção de cotas raciais no universo da educação, da política

e do trabalho, ficaram de fora.

Por outro lado, há aqueles que vêem no documento uma conquista da população negra do

Brasil, ou ainda uma porta de entrada para as políticas de ações afirmativas que estavam

engavetadas há anos. O documento seria um primeiro passo para o avanço nas condições

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de cidadania desta população. Ações afirmativas são políticas que visam criar meios para

que as pessoas socialmente discriminadas possam competir em condições iguais na

sociedade. Essas ações podem ser estabelecidas na educação, na saúde, no mercado de

trabalho, nos cargos políticos ou onde seja constatado um quadro de desigualdade e

exclusão. As políticas de ações afirmativas já foram implementadas em outros países e

não só nos Estados Unidos e no Brasil, como muitos imaginam.

Fonte: http://www.klickeducacao.com.br/2006/conteudo/pagina/0,6313,POR-4514-36327-4514,00.html