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Congresso Internacional de Gestão de Inovação da Educação no Setor Público - CIGISP . De 15 a 17 de abril de 2015 – Brasília (DF), Brasil.

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Congresso Internacional de Gestão de Inovação da Educação no Setor Público - CIGISP. De 15 a 17 de abril de 2015 – Brasília (DF), Brasil.

O Congresso Internacional de Gestão de Inovação da Educação do Setor Público - CIGISP 2015, consiste em um fórum para apresentação, discussão e promoção das inovações no setor público. Tem por objetivo compartilhar experiências práticas de sucesso, instruir e disseminar processos inovadores relacionados à educação e à Administração Pública em geral. O CIGISP será constituído por duas sessões. A sessão principal consistirá na apresentação de casos de destaque em inovação no setor público, realizada por gestores e pesquisadores líderes em seus campos de atuação. A sessão de workshops do CIGISP configurar-se-á como um espaço de debate e fomento à exploração sobre o tema; na qual serão apresentados trabalhos aprovados pelo comitê técnico de avaliação, a partir de submissões de gestores públicos e de acadêmicos. O CIGISP está sendo organizado pelo Ministério da Educação em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), com o apoio do PrêmioIdeia. Durante o evento será realizada a premiação do Desafio da Sustentabilidade, consulta pública que ocorreu entre os meses de novembro de 2014 a fevereiro de 2015 e recebeu mais de 18 mil ideias referentes à busca de soluções para a redução dos gastos com água e energia elétrica nas instituições federais de ensino.

O Evento

Congresso Internacional de Gestão de Inovação da Educação no Setor Público - CIGISP. De 15 a 17 de abril de 2015 – Brasília (DF), Brasil.

Realização

Apoio

Congresso Internacional de Gestão de Inovação da Educação no Setor Público - CIGISP. De 15 a 17 de abril de 2015 – Brasília (DF), Brasil.

Ministério da Saúde

Congresso Internacional de Gestão de Inovação da Educação no Setor Público - CIGISP. De 15 a 17 de abril de 2015 – Brasília (DF), Brasil.

. Inovações no setor público

. Palestrantes da Sessão Principal

. Workshop técnico/científico

. Palestrantes do Workshop

. Trabalhos aprovados – Casos Práticos

. Trabalhos aprovados – Estudos Acadêmicos

. Organização

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Sumário

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As inovações no setor público consistem na implementação de novas ideias estruturantes de “Políticas governamentais concretas que [...] criam as condições para prosperidade econômica, civilidade nos relacionamentos sociais, o avanço da justiça […] a promoção do interesse público”1 e de forma crescente norteiam o desenvolvimento de programas na Administração Pública. "Governos de todo o mundo estão procurando por soluções inovadoras que aprimorem a concepção e prestação de serviços públicos, se aproximando do setor privado e dos cidadãos, para se tornarem parceiros na solução dos principais desafios sociais" 2. Referências

1 Benington, J.; Moore, M. H. Public value: theory and practice. Palgrave Macmillan, 2010. 2 UNDP. United Nations Development Porgramme. Public Service Innovation Lab. 2015. Disponível em http://www.undp.org/content/undp/en/home/ourwork/capacitybuilding/publicservice/PSI-Lab.html

Inovações no setor público

Congresso Internacional de Gestão de Inovação da Educação no Setor Público - CIGISP. De 15 a 17 de abril de 2015 – Brasília (DF), Brasil.

Em ordem de apresentação Prof. Vishanth Weerakkody Brunel University London, UK Professor of Digital Governance Transformação digital da Administração Pública no Reino Unido: lições do passado e trajetórias futuras

Wagner Vilas Boas de Souza - Ministério da Educação Paulo Henrique de Souza Bermejo - Universidade Federal de Lavras Carolina Cristina Martins Cavalcante - Ministério da Educação Desafio da sustentabilidade: soluções para redução do consumo com água e energia elétrica nas IFEs

Genildo Lins Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento Secretário de Gestão Pública O Sistema SEI - Secretaria de Gestão Pública - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

Prof. José Roberto Scolforo Universidade Federal de Lavras Reitor Eco Universidade – Inovação com o plano ambiental para uma universidade socioambientalmente correta

Palestrantes da Sessão Principal Prof. José Arimatéia Dantas Lopes Universidade Federal do Piauí Reitor Inovações para sustentabilidade por meio da participação social: o caso da UFPI

Jeremy Millard Danish Technological Institute (Denmark) Senior Policy Advisor Inovações educacionais no terceiro milênio

Antônio Claret dos Santos Polícia Militar de Minas Gerais Coronel Participação social e inovações na segurança pública: o caso da PMMG

Prof. Seija Mahlamäki-Kultanen Häme University of Applied Sciences (HAMK) - Finland Dean Modelo Inovador de Ensino Finlandês – Professores para o futuro

Miguel Marques da Silva Secretaria de Comércio Exterior – SECEX do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC Analista de Comércio Exterior Sistema Radar Comercial

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Roziane Marinho Ribeiro Governo da Paraíba Secretária Executiva de Gestão Pedagógica da Educação Inovações na gestão do ensino: o caso do Governo do Estado da Paraíba Prof. Yogesh K Dwivedi Swansea University, Wales, UK Professor of Digital and Social Media Inovação Social no Setor Público: atualidades e perspectivas futuras Prof. Ricardo S. Morse School of Government, University of North Carolina, USA Associate Professor of Public Administration and Government Transformando a liderança pública para o século 21 Denio Menezes da Silva Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - Inep Diretor de Gestão e Planejamento Enem – Da crise em 2009 ao novo modelo de monitoramento de processos e gestão de riscos

Em ordem de apresentação

Gleisson Cardoso Rubin Escola Nacional de Administração Pública Presidente Prêmio ENAP de Inovação na Administração Pública: um balanço de 20 anos

Prof. Vantoil de Souza Júnior Orquestra Sinfônica de Barra Mansa Diretor Artístico Projeto Música na Escola: inovação e eficiência no ensino fundamental e médio

Carlos Eduardo Moreno Sampaio Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - Inep Diretor de Estatísticas Educacionais Indicadores na Gestão Pública: o caso do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)

Fábio Félix Cunha da Silva Controladoria-Geral da União Analista de Finanças e Controle Lançamento do Portal da Transparência: desafios e limitações

Palestrantes da Sessão Principal

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Congresso Internacional de Gestão de Inovação da Educação no Setor Público - CIGISP. De 15 a 17 de abril de 2015 – Brasília (DF), Brasil.

A sessão de workshops do CIGISP configura-se como um espaço de debate e fomento à exploração sobre o tema: Inovação no Setor Público. Norteado pela proposta de identificar e compartilhar soluções teóricas e práticas que contribuam com a busca pela eficácia, eficiência e efetividade no setor público, são bem vindos relatos de Casos Práticos e Estudos Acadêmicos que abordem a introdução de algum grau de novidade no setor público. O Workshop CIGISP tem como objetivos: . promover uma experiência educacional para cidadãos, empreendedores públicos, representantes de organizações estatais e não estatais e pesquisadores. . inspirar e induzir o estabelecimento de conexões co-criativas entre indivíduos e organizações (cidadão e governo). . fomentar o desenvolvimento da cultura, do ecossistema e da geração de inovações no setor público.

Workshop técnico/científico

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Sessão Especial

Em ordem de apresentação

Nicir Maria Gomes Chaves Ministério da Previdência Social - MPS Design thinking em gerenciamento de processos: o caso da Previdência Social

Kátia Maria Barreto Souto Ministério da Saúde Gestão estratégica e participativa no Ministério da Saúde

Prof. André Pimenta Freire Universidade Federal de Lavras A Inclusão como instrumento de promoção da Inovação em Serviços Públicos

Prof. André Grützmann Universidade Federal de Lavras Tecnologias Internet para Inovação no Setor Público

Herman Resende Santos Universidade Federal de Lavras E-democracia e Interações Sociopolíticas Digitais: Analisando a Co-criação na Inovação do Setor Público

Palestrantes do Workshop

Casos Práticos e Estudos Acadêmicos

Em ordem de apresentação

Morgana Souza Militão; Alan Diego Vieira Alvarenga; Hiasmin Pimpão Torres; Laura Vieira Coelho Ministério da Educação Moderação de conteúdo em consulta pública: o caso do Desafio da Sustentabilidade do MEC

Rodrigo Amancio Briozo Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares Método multicritério de tomada de decisão: localização espacial de uma Unidade de Saúde Pública – UPA 24h

Patrícia Junqueira Grandino; Ulisses Ferreira de Araújo; José Felipe de Souza Spina; Juliana Brito dos Santos Universidade de São Paulo- Escola de Artes, Ciências e Humanidades Design Thinking como recurso para proposições inovadoras na política institucional da Universidade

Alexandre Marino Costa; Ana Maria Ferreira Menezes; Marcos Tanure Sanábio; Teresa Cristina Janes Carneiro Universidade Federal de Santa Catarina Cinco anos do Programa Nacional de Formação em Administração Pública – PNAP: articulações e resultados obtidos

Eduardo Shigueo Fujikawa Consultor para a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República A atuação Estratégica da Rede dos Centros de Referência em Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República 9

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Em ordem de apresentação André Pimenta Freire; Bruno da Silva Gonçalves; André Grützmann Universidade Federal de Lavras Princípios de Governo Eletrônico Centrado no Cidadão para Melhoria da Acessibilidade de Portais Web Governamentais Brasileiros Luiz Pereira Pinheiro Junior; Fabio Massashi Kuribara; Rodrigo Assunção Rosa; Ana Paula Mussi Szabo Cherobim Universidade Federal do Paraná A relação entre os investimentos em P&D nas universidades públicas e a produção intelectual brasileira Rodrigo Assunção Rosa; Tais Sandri Avila; Luiz Pereira Pinheiro Junior; Tiago Satur Droppa; Ana Paula Mussi Szabo Cherobim Universidade Federal do Paraná A relação dos Investimentos do Fundo Setorial Verde-Amarelo com a Produção Bibliográfica e Técnica de Projetos Científicos Pedro Paulo Papi; Jonatã Da Silva Mariani; Luiz Fernando De Lara; Juliane Sachser Angnes Unicentro - PR Governança em ambientes de inovação Um estudo de caso na Incubadora Tecnológica de Guarapuava - Paraná (INTEG)

Palestrantes do Workshop Fábio Massashi Kuribara; Eduardo de Carli; Andrea Paula Segatto; Farley Simon Nobre Universidade Federal do Paraná Programa Piloto de Patentes Verdes – aceleração de patenteamento de tecnologias verdes e incentivo ao desenvolvimento tecnológico no Brasilicos Fernanda Capdeville Fajardo de Queiroz; Thiago Hector Nakashiro Uehara; Jhéssica Ribeiro Cardoso Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Sustentabilidade na logística pública: Análise dos planos de gestão de logística sustentável da Administração Federal Rejanne Alves Melo; Fábio Rocha Barbosa; Bartolomeu Ferreira dos Santos Junior; Nelber Ximenes Melo; Marcos Antônio Tavares Lira Universidade Federal do Piauí Estudo da viabilidade de implantação de biodigestor para a produção de energia elétrica a partir dos resíduos orgânicos dos Restaurantes Universitários da UFPI Lucas Cruz Sousa; Rafael Rocha Matias; Fabíola Maria Alexandre Linard; Fábio Rocha Barbosa Universidade Federal do Piauí Documento Básico de Economia de Energia (DBEE) Luíz César Ribas; Thais Indiano Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Proposta de equacionamento de conflito ambiental e urbanístico: plantio de eucalipto na faixa lateral de segurança de estrada vicinal municipal

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Trabalhos aprovados

CASOS PRÁTICOS

Moderação de conteúdo em consulta pública: o caso do Desafio da Sustentabilidade do MEC Design Thinking como recurso para proposições inovadoras na política institucional da Universidade A atuação Estratégica da Rede dos Centros de Referência em Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República Cinco anos do Programa Nacional de Formação em Administração Pública – PNAP: articulações e resultados obtidos

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Os trabalhos aprovados em forma de resumo para apresentação no Workshop CIGISP foram classificados em duas categorias: Casos Práticos e Estudos Acadêmicos

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Moderação de conteúdo em consulta pública: o caso do Desafio da Sustentabilidade do MEC

Morgana Souza Militão; Alan Diego Vieira Alvarenga; Hiasmin Pimpão Torres; Laura Vieira Coelho

O Desafio da Sustentabilidade do MEC surgiu da necessidade de reduzir os gastos com o consumo de água e energia elétrica nas instituições federais de ensino. O método utilizado foi a consulta pública, realizada por meio de uma plataforma virtual. A consulta pública trata-se do chamamento da sociedade e posterior coleta de suas opiniões nos rumos da Administração Pública, sendo uma importante ferramenta de exercício da cidadania. Ao ser feita por meio de mecanismos abertos fomenta o debate e a troca de ideias. De início, os dirigentes do projeto pensaram em trabalhar sem moderação, como foi feito em outras várias consultas realizadas tanto por empresas privadas como pelo Setor Público. No entanto, como o Desafio da Sustentabilidade possibilitava que os participantes pudessem visualizar as publicações dos demais, surgiu a necessidade de se assegurar que o conteúdo estivesse de acordo com o escopo da consulta para que não se desvirtuasse do que se pretendia ao realiza-la. Com base nisso, convencionou-se estruturar a moderação do conteúdo. Não é a primeira vez então, que o poder público realiza consultas dessa natureza, mas a adoção da ferramenta de moderação representa uma inovação, já que nesse formato nunca havia sido feito no Brasil. Foi formada uma equipe de moderadores para que estes realizassem a filtragem de conteúdos de acordo com o edital, monitoramento de metas e prazos devido ao grande volume de conteúdo recebido, atendimentos individualizados, classificação prévia de ideias e respostas às denúncias e possíveis recursos. A moderação consistiu então, em homologar ou rejeitar as ideias e comentários enviados, devendo a atividade nesse aspecto ser dinâmica já que só era permitida a postagem de uma ideia por participante ao dia; ao se identificar que a ideia não atendia ao quanto proposto a mesma era rejeitada, dando a oportunidade ao usuário de postar nova ideia, não perdendo esse a pontuação devida. Em razão do limite de postagem diário o trabalho não poderia ser acumulado, motivo pelo qual foi estipulado controle de metas e prazos, sendo as ideias analisadas até às 18 horas de cada dia. Simultaneamente, as denúncias feitas pelos próprios participantes eram julgadas procedentes ou improcedentes conforme critérios de duplicidade, abusividade de conteúdo, inadequação ao escopo, etc. O atendimento individualizado foi realizado através de e-mail disponibilizado aos usuários, oportunidade em que a equipe respondia dúvidas e sugestões acerca do Desafio. Os resultados do trabalho superaram as expectativas, uma vez que o objeto do trabalho realizado, quais sejam as ideias e comentários homologados, foram de excelente qualidade e atendeu satisfatoriamente à proposta original do Projeto, que era a elaboração de uma coletânea de boas práticas para economia de água e energia elétrica. No contexto da inovação como sendo também um processo social, o trabalho da moderação mostrou-se altamente inovador, já que os próprios moderadores interagiam com o público, envolvendo, portanto, sociedade e serviço público, por meio dos moderadores. Percebeu-se com a moderação a necessidade de se aprimorar certas características do software utilizado, ficando a cargo desse, por exemplo, a identificação de repetições ou a seleção múltipla de conteúdos semelhantes para aprovação ou mesmo, alocando o conteúdo recebido em categorias preordenadas, otimizando o tempo da moderação, ficando o moderador incumbido do julgamento e avaliação do objeto do projeto. A moderação realizada durante o Desafio da Sustentabilidade serviu como modelo para o desafio Solução Nota 10 realizado pelo Governo da Paraíba com o apoio do Ministério da Educação, tendo como base a experiência apresentada, no qual puderam aperfeiçoar tanto o sistema como a técnica de moderação.

Palavras-chave: Consulta Pública. Moderação. Inovação. Participação Social. Prêmio ideia.

Agradecimentos e Patrocinadores: A equipe de moderação do Desafio da Sustentabilidade agradece aos idealizadores do projeto, especialmente ao então subsecretário de planejamento e orçamento Wagner Vilas Boas de Souza, a coordenadora imediata Carolina Cristina Martins Cavalcante e ao professor Paulo Henrique Bermejo, que nos permitiram contribuir com os excelentes resultados do Projeto.

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Design Thinking como recurso para proposições inovadoras na política institucional da Universidade

Patrícia Junqueira Grandino, Ulisses Ferreira de Araújo, José Felipe de Souza Spina, Juliana Brito dos Santos

As transformações históricas que marcam a atualidade exigem respostas inovadoras da universidade para atender à sua enorme e complexa responsabilidade social e educacional no século XXI. Dentro desse quadro, e em consonância às reflexões propostas por Souza Santos (2004) - na direção daquilo que nomeia como um pacto de globalização contra-hegemônica da universidade, que restabeleça e consolide o seu papel nesse novo milênio - a gestão democrática da universidade aparece como quesito chave para a viabilização de propostas que possam articular interesses e expectativas diversas, dada a heterogeneidade de demandas e âmbitos de atuação do tripé que a constitui, a saber: ensino, pesquisa e extensão universitária. Nesse cenário, a criação de novas modalidades de participação e agilização da gestão são importantes para alcançar transparência e maior democratização na tomada de decisões da universidade. Este trabalho tem o objetivo de relatar os resultados de uma atividade experimental de aplicação do Design Thinking (DT) como recurso de proposições inovadoras de participação ampliada na política institucional e participação ativa dos estudantes na vida universitária. A atividade ocorreu na Universidade de São Paulo (USP), responsável por cerca de 25% de toda produção científica do Brasil sendo reconhecida como uma das melhores universidades do mundo. Em 2013 foram realizadas eleições para os cargos de Reitor e Vice-Reitor, tradicionalmente eleitos indiretamente por um colégio eleitoral restrito e nomeado pelo governador do Estado. Esse modelo apresenta grande déficit de representatividade, fator que estimulou diversos atores, excluídos até então, a realizarem pressão por mudanças, sendo as mais significativas: consulta pública e exigência de apresentação e divulgação de um programa de gestão por parte dos candidatos aos cargos. Atenta às mudanças e comprometida com a garantia de maior participação estudantil, uma das candidaturas convidou os participantes de um grupo de pesquisa vinculado ao Núcleo de Pesquisas sobre Novas Arquiteturas Pedagógicas da USP para a elaboração de uma estratégia de aproximação e reconhecimento dos anseios dos estudantes sobre melhorias na vida universitária. O grupo recorreu às estratégias previstas na abordagem do DT, método que é um de seus objetos de investigação, pois enfatiza a importância em colocar o ser humano como centro do processo de inovação, além de considerar a interdependência e complexidade dos problemas atuais e buscar soluções criativas dentro dos contextos sociais. O DT segue três premissas: empatia, design centrado no ser humano e o desenvolvimento de protótipos inovadores. Com base no referencial de apoio, realizou-se uma pesquisa qualitativa junto a 103 alunos da USP. Os dados foram colhidos por meio de formulário on-line enviado por e-mail a todos alunos e por entrevistas realizadas individualmente por estudantes vinculados ao núcleo nos campus da Cidade Universitária e Leste da USP, ambos na cidade de São Paulo. As respostas foram tabuladas e classificadas em categorias por afinidade temática. Os resultados preliminares foram analisados e discutidos numa oficina criativa com a participação dos estudantes e pesquisadores. Os estudantes que realizaram as entrevistas relataram suas percepções e acrescentaram observações sobre os temas revelados pela tabulação. Dessa discussão, foram elegidas duas temáticas mais frequentes para a criação de protótipos inovadores que atendessem aos anseios dos estudantes e que pudessem ser incorporados como estratégias para a nova gestão da reitoria, sendo a primeira “Participação Institucional”, que destaca o desejo dos estudantes de participar das decisões da universidade. A segunda temática, “Mobilidade”, surgiu das críticas à insuficiência do transporte público dentro do campus, que possui área territorial de 76.314.505 m², com 1.823.625 m² de edificações. Dessa questão, desenvolveu-se o protótipo nomeado “USP de Bike”, uma alternativa aos ônibus circulares da universidade. Consiste em implantar no interior do campus um sistema de empréstimo gratuito de bicicletas controlado por meio de um cadastro realizado pelo aluno, que permitiria desbloquear as bicicletas em terminais digitais instalados em diversos pontos do campus e em outros estratégicos. Os protótipos foram aprovados pela chapa candidata à eleição e incorporados ao seu programa de ações. No entanto, como não saiu vitoriosa no pleito não houve continuidade e implementação.

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Além dos resultados objetivos, a experiência corroborou as considerações do núcleo de pesquisas sobre a pertinência e eficácia das estratégias da abordagem do DT, uma vez que o processo ganha operatividade frente às metas assumidas pelo grupo. A previsão de que as ideias geradas sejam submetidas aos usuários para apreciação aumenta a possibilidade das políticas institucionais serem mais efetivas quando de fato implantadas. Trazer o estudante para o centro do processo de aprendizagem garante maior qualidade desta e o fortalece como sujeito crítico e reflexivo. Nessa atividade, a centralidade foi alcançada tanto na perspectiva de ouvir um maior número de estudantes e criar espaços de participação, como na realização do processo de geração de ideias, tendo os estudantes membros do núcleo como atores centrais.

Palavras-chave: Design Thinking. Política institucional. Inovação Referências

DE SOUSA SANTOS, Boaventura. A universidade no século XXI: para uma reforma democrática e emancipatória da universidade. Cortez, 2004. HCD, Human centered design: kit de ferramentas. 2 ed. 2010.Disponívelem: <https://hcdconnectproduction.s3.amazonaws.com/toolkit/en/portuguese_download/ide o_hcd_toolkit_complete_portuguese.pdf>. Acessoem: 29 jan. 2014. RANKING WEB OF UNIVERSITIES, Webometrics 2013.Disponível em: <http://www.webometrics.info/en/detalles/usp. br.> Acesso em: 29 Jan. 2014 RODRIGUES, P. Novo modelo de eleições para reitor é discutido na USP. Carta Capital, São Paulo, 10 Out. 2013. Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/educacao/novo-modelo-de-eleicoes-para-reitor-e- discutido-na-usp-7848.>Acessoem: 29 Jan. 2014. THE WORLD REPUTANCION RANKING, Powered by Thomson Reuters. Disponível em:< http://www.timeshighereducation.co.uk/world-university- rankings/2013/reputation-ranking/range/61-70> Acesso em: 29 Jan. 2014. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, Anuário Estatístico 2013 da Universidade de São Paulo.São Paulo, 2013. Disponível em: <https://uspdigital.usp.br/anuario/br/acervo/AnuarioUSP_2013.pdf.> Acesso em: 29 Jan. 2014. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, Estatuto Universidade de São Paulo. Resolução no 3461, de 7 de Outubro de 1988.Baixa o Estatuto da Universidade de São Paulo. Disponível em: <http://www.leginf.usp.br/?resolucao=resolucao-no-6640-de-2-de-outubro-de-2013.> Acesso em: 29 Jan. 2014. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, Estatuto Universidade de São Paulo.daResolução no 3461, de 7 de Outubro de 1988.Baixa o Estatuto da Universidade de São Paulo. Disponível em: <http://www.leginf.usp.br/?resolucao=resolucao-no-6640-de-2-de-outubro-de-2013.> Acesso em: 29 Jan. 2014. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, Eleições (2013). Resolução No 6640, de 2 de Outubro de 2013.Dispõe sobre a eleição para a composição da lista tríplice para a escolha do(a) Reitor(a) e do(a) Vice-Reitor(a) da Universidade de São Paulo. Disponível em: <http://www.leginf.usp.br/?resolucao=resolucao-no-6640-de-2-de-outubro-de-2013.> Acesso em: 29 Jan. 2014. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, No dia 10/12, USP realiza consulta à comunidade sobre a escolha de reitor. Sala de imprensa USP. 06 Dez. 2013. Disponível em: <http://www.usp.br/imprensa/?p=35371.> Acesso em: 29 Jan. 2014. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, No dia 10/12, USP define lista tríplice de chapas de candidatos a reitor e vice-reitor. Sala de imprensa USP. 19 Dez. 2013. Disponível em: <http://www.usp.br/imprensa/?p=35893.> Acesso em: 29 Jan. 2014. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, Novo reitor da USP toma posse ressaltando desafio de revisar a governança da Universidade. Sala de imprensa USP. 27 Jan. 2014. Disponível em: <http://www.usp.br/imprensa/?p=36431> Acesso em: 29 Jan. Acesso em: 29 Jan. 2014.

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A atuação Estratégica da Rede dos Centros de Referência em Direitos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

Eduardo Shigueo Fujikawa

Os Centros de Referência em Direitos Humanos (CRDH) da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) se propõem a atuar na promoção e defesa dos direitos humanos nos estados e municípios brasileiros. Atualmente, existem 29 CRDH em vigência espalhados no território. A partir do final de 2013, a implementação do CRDH passou, de forma mais intensificada, por uma profunda reformulação metodológica. Os CRDH, compostos, geralmente, por equipe técnica formada por assistente social, psicólogo e advogado, encontraram um posicionamento estratégico na sua rede de atuação. Considerando outras políticas, instituições e serviços que dispõe de equipe similar, o CRDH buscou atuar em um escopo diferenciado evitando a sobreposição de serviços já consolidados como os casos dos Centros de Referência da Assistência Social, do Centro de Atenção Psicossocial, da Defensoria Pública dentre outros. Somente a partir de 2014, o posicionamento do CRDH em relação às demais políticas locais passou a se consolidar como uma estrutura diferenciada. Esta distinção se dá pela transversalidade de temáticas e públicos do CRDH e pela visão holística de seus profissionais em consideração as multifaces das violações em direitos humanos. A partir da adoção de uma rotina de trabalho padronizada para diagnóstico das diversas necessidades de seus usuários, o CRDH poderá informá-los sobre temas das áreas jurídica, psicológica e assistência social, sobre os serviços disponíveis na sua rede de atuação realizando a articulação de rede necessária e o acompanhamento dos casos. O CRDH passou, neste contexto, a ser um articulador local de vasta amplitude em contato com inúmeras instituições de diversos campos de atuação ao invés de atuar como um balcão de informações restrito à realização de atendimentos. Esta mudança no posicionamento estratégico do CRDH foi inspirada a partir da observação da interação deste com os demais serviços nos estados e municípios. O acompanhamento da SDH/PR, por meio da Coordenação-Geral dos Centros de Referência em Direitos Humanos (CGCRDH) e consultorias especializadas, diagnosticou a necessidade de correção conceitual. Tratava-se de oportunidade para distinguir o CRDH das demais políticas contribuindo para a compreensão e reconhecimento dos profissionais que atuam nas demais instituições considerando o CRDH como política complementar e cooperativa na rede existente. Outras opções estratégicas foram concebidas neste processo. Verificou-se a necessidade de aprofundamento com órgãos competentes para aperfeiçoar o trabalho do CRDH como, por exemplo, a abertura de diálogo com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e com os Conselhos da Assistência Social e de Psicologia para além do debate institucional a nível local. Ademais, constatou-se que, para atender as exigências impostas pela complexidade dos direitos humanos, as equipes técnicas deveriam ser capacitadas sistematicamente em vista à dinamicidade dos marcos legais e das metodologias de trabalho. Busca-se, atualmente, o estabelecimento de comunicação permanente com atores que possam refinar a atuação do CRDH que fazem parte da rede interna e interministerial da SDH/PR e da rede local dos CRDH nos estados e municípios. Os resultados desta articulação ainda são preliminares. Contudo, verifica-se que a rede dos CRDH vem adquirindo reconhecimento como ação estratégica da SDH/PR na ponta. Os avanços verificados se materializam nas discussões acerca do fluxo de materiais informativos produzidos pela SDH/PR bem como o desenvolvimento de planejamento para formações periódicas para os profissionais da rede dos CRDH. Este alinhamento institucional representa a importância do CRDH como extensão das políticas e estratégias desenvolvidas pela SDH/PR. Cabe ressaltar que o redesenho dos CRDH considerou a atuação prática desenvolvida historicamente pela rede de parceiros executores dos CRDH formada por Instituições de Ensino Superior, governos de estado, prefeituras e Organizações da Sociedade Civil. Embora fértil, a variedade de atores envolvidos e a complexidade inerente aos direitos humanos oferecem alguns desafios de gestão. A SDH/PR tem se empenhado em considerar as inúmeras contribuições conforme interesses e objetivos particulares que, por vezes, divergem. Para mitigar este processo difuso e organizar as práticas condizentes à atuação do CRDH, buscou-se, nos últimos anos, um estudo estruturado por meio de diagnóstico desenvolvido por consultores junto à CGCRDH onde foram analisados a estrutura física, os instrumentais adotados, os meios de registro, monitoramento e avaliação, atribuições das equipes e os marcos institucionais norteadores do CRDH. Estes estudos culminaram no novo desenho embasado por informações coletadas e sistematizadas que fundamentam a adoção desta nova proposta. A apresentação dos argumentos fundados nas diversas pesquisas é importante fator de mitigação do problema de gestão relacionado ao diálogo com os variados atores envolvidos. As lições aprendidas neste processo de construção conjunta incluíram a adoção de um planejamento participativo em prol do desenvolvimento dos CRDH como estrutura padronizada e referencial para a população. Almeja-se, a partir deste desenvolvimento, a consolidação dos CRDH como uma das principais políticas públicas continuadas da SDH/PR. Palavras-chave: Direitos Humanos. Setor Público. Intersetorialidade. Trabalho em Rede.

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Congresso Internacional de Gestão de Inovação da Educação no Setor Público - CIGISP. De 15 a 17 de abril de 2015 – Brasília (DF), Brasil.

Cinco anos do Programa Nacional de Formação em Administração Pública – PNAP: articulações e resultados obtidos

Alexandre Marino Costa; Ana Maria Ferreira Menezes; Marcos Tanure Sanábio; Teresa Cristina Janes Carneiro

O Ministério da Educação (MEC), com o objetivo de expansão do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), lançou o Programa Nacional de Formação em Administração Pública (PNAP). O PNAP é integrado pelos cursos de Bacharelado em Administração Pública e Especializações Lato Sensu em Gestão Pública, Gestão Pública Municipal e Gestão em Saúde, ofertados na modalidade a distância. O PNAP representa uma contribuição significativa à necessidade de formação de gestores públicos para todos os níveis governamentais, sejam de funcionários públicos já em atuação em órgãos públicos ou do terceiro setor, ou pessoas que tenham aspirações ao exercício da função pública. A proposta visou a criação de um perfil nacional do administrador público, propiciando a formação de gestores que utilizem uma linguagem comum e que compreendam as especificidades de cada uma das esferas públicas: municipal, estadual e federal. A construção do PNAP ocorreu de forma coletiva e colaborativa, contando com o envolvimento de várias universidades públicas no âmbito da UAB, com a experiência dos coordenadores do Projeto Piloto de oferta do curso Bacharelado em Administração na modalidade a distância, com a participação do Conselho Federal de Administração, com a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) e com o Ministério da Saúde através da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Em termos metodológicos, o texto se apoia em dados do sistema de acompanhamento de cursos da UAB/CAPES (SISREL) e em documentos da memória dos cinco anos (2009-2014) de acompanhamento do Programa realizado pela Comissão de Apoio à Gestão do Programa Nacional de Formação em Administração Pública - PNAP/UAB instituída pela Capes para esse fim. Dentre os principais resultados já alcançados pode-se destacar a definição de projeto pedagógico nacional para cada um dos cursos, contando com 44 disciplinas no Bacharelado no período mínimo de integralização de quatro anos e outras 24 disciplinas para integralização das especializações entre 18 e 24 meses. Os projetos pedagógicos das especializações contam, ainda, com disciplinas comuns agrupadas em núcleo básico e outras disciplinas que exploram a especialidade dos cursos no núcleo específico. A elaboração dos conteúdos instrucionais das disciplinas contou com a participação de 90 autores (62 Bacharelado e 28 Especializações) e 69 leitores (46 Bacharelado e 23 Especializações) escolhidos mediante edital publico. Anualmente a Diretoria de Educação a Distância – DED/CAPES promove a realização do Fórum de Coordenadores de Cursos do PNAP, buscando a integração e articulação das atividades pedagógicas, inclusive com a apresentação de boas práticas e demais trabalhos técnicos. Com a publicação de editais para oferta e expansão do PNAP a UAB/CAPES promoveu a articulação com 66 Instituições Públicas de Ensino Superior com a oferta dos cursos em 346 polos de apoio presencial da UAB, instalados em municípios de todas as regiões do País. No período de cinco anos conta com resultados significativos na conclusão de 14.256 alunos formados (1.114 bachareis e 13.142 especialistas) e oferta de 116.340 vagas (36.229 bacharelado e 80.111 especializações). Pode-se registrar, ainda, o processo inovador de elaboração do material didático e o aprendizado colaborativo em rede nacional, inserindo o uso de tecnologias de educação a distância, promovendo a elaboração e produção de diversos Recursos Educacionais Abertos (REA). Palavras-chave: Administração Pública. Formação de Gestores. UAB/PNAP. Educação a distância. Agradecimentos e Patrocinadores Conselho Federal de Administração (CFA), Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), Ministério da Saúde através da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Ministério da Educação através da CAPES

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Trabalhos aprovados

ESTUDOS ACADÊMICOS

Governança em ambientes de inovação Um estudo de caso na Incubadora Tecnológica de Guarapuava – Paraná (INTEG) A relação dos Investimentos do Fundo Setorial Verde-Amarelo com a Produção Bibliográfica e Técnica de Projetos Científicos A relação entre os investimentos em P&D nas universidades públicas e a produção intelectual brasileira Sustentabilidade na logística pública: Análise dos planos de gestão de logística sustentável da administração federal Programa Piloto de Patentes Verdes – aceleração de patenteamento de tecnologias verdes e incentivo ao desenvolvimento tecnológico no Brasil Estudo da viabilidade de implantação de biodigestor para a produção de energia elétrica a partir dos resíduos orgânicos dos Restaurantes Universitários da UFPI Documento Básico de Economia de Energia (DBEE) Método multicritério de tomada de decisão: localização espacial de uma Unidade de Saúde Pública – UPA 24h Princípios de Governo Eletrônico Centrado no Cidadão para Melhoria da Acessibilidade de Portais Web Governamentais Brasileiros Proposta de equacionamento de conflito ambiental e urbanístico: plantio de eucalipto na faixa lateral de segurança de estrada vicinal municipal

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Governança em ambientes de inovação Um estudo de caso na Incubadora Tecnológica de Guarapuava - Paraná (INTEG).

Pedro Paulo Papi; Jonatã Da Silva Mariani; Luiz Fernando De Lara; Juliane Sachser Angnes

Há muito se discute sobre uma parte significativa do êxito das empresas ser atribuído à sua competência em criar valor econômico maior que o dos seus concorrentes. Sob esta ótica costuma-se afirmar que a sua capacidade inovadora tornou-se condição sine qua non para se obter vantagem competitiva (FIGUEIREDO; GRIECO, 2013). A necessidade de cooperação para inovação em ambientes competitivos sugere novos tipos de relações de governança entre os atores envolvidos no processo. Neste sentido, este estudo visa aprimorar a compreensão dos instrumentos existentes na gestão dos interesses entre a INTEG - Incubadora Tecnológica de Guarapuava – Paraná, vinculada e administrada pela Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO, e uma empresa nela incubada, que representa a interação com o setor privado, sob a perspectiva funcionalista dada à governança corporativa pela Nova Economia Institucional e a Teoria da Agência. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, realizada por meio de entrevista individual semiestruturada aplicada a um representante da INTEG e outro de uma empresa incubada. Tais entrevistas se propuseram a examinar, sob a ótica desses profissionais, dois aspectos vinculados diretamente à governança: boas práticas e aspectos legais. Em complemento, se utilizou ainda como técnicas de coleta de dados a pesquisa bibliográfica, a observação participante e o diário de pesquisa. Por sua vez, a análise de conteúdo pautou-se na categorização das entrevistas trianguladas com a descrição das observações realizadas e registradas em campo. Os resultados apresentaram como principais mecanismos de Governança Corporativa presentes na relação entre INTEG e Incubada os seguintes pontos: a) Regulamento Interno da Incubadora; b) Regimento de funcionamento e progressão das empresas incubadas; c) Contrato de Utilização de Sistema Compartilhado de Incubação; d) Assembleias e; e) Prestação de Contas ao TCE (Tribunal de Contas do Estado). Foi observada, portanto a aplicabilidade da proposição teórica com resultados positivos, mesmo se tratando de um ambiente cujos atores diferem ligeiramente, em características e em número, daqueles para os quais a Nova Economia Institucional (WILLIANSON, 1996 apud ROCHA JR, 2004) e a Teoria da Agência (CARVALHO,2001) haviam forjado as bases para a Governança Corporativa. De fato, estes resultados apontam para uma relação mais flexível e harmoniosa do que se pode encontrar nas interações da agência convencional, retratada pela relação entre acionistas e administradores, onde questões de disputa de poder e controle de recursos são mais críticas. Não se pode afirmar, contudo, que os atores consultados neste caso são alheios diante da necessidade de instrumentos de governança e da possibilidade de divergência de interesses. A análise do conteúdo das entrevistas sugere que ambas as partes demonstram conhecimento sobre o tema e a maioria das respostas dadas legitima os mecanismos de governança existentes. Os ambientes de inovação similares aos do caso estudado têm como fundamento a cooperação. Portanto, é de se esperar que exista uma pré-disposição tácita entre os atores para o bom andamento da governança, diminuindo a necessidade de instrumentos regulatórios mais contundentes e coercitivos. A busca do melhor entendimento sobre os instrumentos de governança em ambientes inovadores que envolvam incubadoras mantidas por instituições públicas podem encontrar nessa investigação um ponto de partida para estudos mais amplos que incluam métodos e técnicas capazes de acrescentar detalhes, beneficiando a formulação de futuras teorias. Um maior nível de detalhamento pode ser obtido, por exemplo, incluindo-se atores não investigados no presente caso, como as empresas graduadas pela incubadora, novas empresas candidatas à incubação e outros representantes da Universidade envolvidos no processo de gestão da incubadora. A reprodução do estudo em outras incubadoras ou em ambientes cooperativos similares destinados a inovação também pode contribuir para uma construção teórica mais robusta em torno do tema. Palavras-chave: Incubadoras. Governança. Nova Economia Institucional. Teoria da Agência. Inovação.

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Referências

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A relação dos Investimentos do Fundo Setorial Verde-Amarelo com a Produção Bibliográfica e Técnica de Projetos Científicos

Rodrigo Assunção Rosa; Tais Sandri Avila; Luiz Pereira Pinheiro Junior; Tiago Satur Droppa; Ana Paula Mussi Szabo Cherobim

As políticas e os investimentos em ciência, tecnologia e inovação (CT&I) possuem relevância para o desenvolvimento de um país, causando impactos favoráveis, por meio de parcerias que visam a comercialização de novos produtos, serviços, e a geração de desenvolvimento econômico, social e educacional. Nesse sentido, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), por meio dos Fundos Setoriais, foi criado com a finalidade de ampliar o financiamento às atividades de pesquisa científica e tecnológica do país (MCTI, 2009; LEMOS; DE NEGRI, 2010). Esta pesquisa, investiga os investimentos em CT&I e alguns de seus resultados, tendo como foco o Fundo Setorial Verde-Amarelo (FVA). O principal objetivo é analisar a relação dos investimentos do FVA com a produção bibliográfica e técnica de projetos associados ao fundo, entre os anos de 1999 a 2010. De abordagem quantitativa, a presente pesquisa caracteriza-se como exploratória e descritiva. O estudo não visa a generalização estatística, no entanto investiga a relação entre variáveis a partir do teste de hipóteses (CRESWELL, 2010). Dessa forma, foram criadas oito hipóteses a fim de responder ao objetivo da pesquisa. A coleta de dados foi realizada a partir de dados secundários (GIL, 2006), fornecidos no sítio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O objeto principal de análise foram os projetos de pesquisa do CNPq que receberam recursos do FVA na consolidação de cooperação tecnológica entre universidades, centro de pesquisa e empresas, nos anos de 1999 a 2010. A amostra é composta por 765 projetos, oriundos dos editais de carta convite, chamada pública e encomenda realizados pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Utilizou-se o software estatístico SPSS v.20 para as análises de estatística descritiva, correlação e de diferença entre grupos. Em relação aos dados descritivos, grande parte dos projetos do FVA iniciaram entre os anos de 2001 e 2005 (n=589), representando cerca de 77% do total de projetos do Fundo. Já os términos concentram-se entre 2003 e 2007 representando 72% dos projetos, sendo a média de duração de 2,83 anos, com desvio padrão de 1,20. Os valores contratados e das publicações bibliográficas e técnicas, no seu total, foram financiados R$ 327.307.180,83 em contratos e R$ 31.917.286,12 em bolsas gerando um total de 48385 produções bibliográficas e 7516 produções técnicas. No teste de hipóteses de H1 a H4, utiliza-se o teste de correlação de Spearman. Desse modo, ao correlacionar os valores totais dos investimentos dos contratos e bolsas com as quantidades de produção bibliográfica e técnica, verificou-se em sua grande maioria que não existe correlação significante. No entanto, foi possível identificar algumas correlações significantes fracas em relação aos investimentos em bolsas e os resultados de publicação bibliográfica (0,074) e apresentação de trabalhos (0,098), com um nível de confiança de 95%. No que se refere as hipóteses H5 e H6, o teste de Mann Whitney-U, identifica-se que existe diferença estatisticamente significante entre as agências FINEP e CNPq (sig <0,05). Os investimentos realizados na agência FINEP apresentam maior impacto que os do CNPq no total de publicações e trabalhos técnicos concretizados pelos projetos. Já nas hipóteses H7 e H8, com o teste deKruskal-Wallis, verificou-se que há diferença estatisticamente significante entre os tipos de instrumentos. Em ambos os tipos de produção s cartas convites geraram maiores resultados no total de publicações, sendo a segunda maior média para as encomendas e em terceiro as chamadas públicas. Em síntese é possível afirmar que o impacto dessa fonte de financiamento é reduzido; ou seja, o volume de investimentos em fomento à pesquisa nos projetos realizados em parcerias universidade-empresa não resulta em produção bibliográfica e técnica significativa. Algumas limitações desse estudo estão em sua metodologia, pois investiga apenas de forma quantitativa os impactos, não considerando os aspectos qualitativos dos resultados gerados pelos investimentos no FVA. Desse modo, sugere-se a realização de pesquisas futuras com uma abordagem qualitativas que investiguem outros indicadores para mensurar os impactos dos investimentos dos Fundos Setoriais. Estudos de caso múltiplos com projetos de diferentes níveis de investimentos e de resultados são também oportunos para compreender por que alguns projetos geram maiores resultados que outros. Por fim, é também oportuno investigar se as produções bibliográficas e técnicas são resultados desejados dessas fontes de financiamento.

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A relação entre os investimentos em P&D nas universidades públicas e a produção intelectual brasileira

Luiz Pereira Pinheiro Junior; Fabio Massashi Kuribara; Rodrigo Assunção Rosa; Ana Paula Mussi Szabo Cherobim

O governo brasileiro atua como agente de fomento da Ciência Tecnologia e Inovação (CT&I) por meio do apoio aos programas acadêmicos relacionados a Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) (HOLLANDA, 2003). Os recursos disponibilizados à produção desse conhecimento são agenciados por instituições governamentais, tais como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e parcialmente por organizações privadas, que visam promover a infraestrutura acadêmica brasileira. Os agentes da produção intelectual no Brasil, em sua maioria são discentes e docentes pesquisadores das universidades e institutos de pesquisas. Suas produções podem ser avaliadas por meio do depósito de patentes e das publicações de artigos científicos no Brasil e no Mundo (CRUZ, 2010). Assim, a presente pesquisa busca investigar a relação entre os investimentos em P&D das universidades públicas e a produção intelectual brasileira. Este estudo quantitativo-descritivo, busca-se identificar as relações entre variáveis de um determinado fenômeno (BABBIE, 2003). Foram criadas seis hipóteses de estudo, a partir de construtos teóricos no qual foram testadas com a utilização de métodos e procedimentos estatísticos. A coleta dos dados ocorreu por meio de dados secundários (GIL, 2006), nas bases Thomson Innovation, SCImago Lab - Elsevier, Scopus,MCTI, e Geocapes, em que verificaram-se os valores investimentos em P&D dos programas scricto sensudas universidades públicas brasileiras, bem como a produção intelectual resultante desses investimentos, excluindo-se os programas que não resultam em produção de patentes (ex: área de humanas). Dessa forma, para o tratamento e análise dos dados utilizou-se o software SPSS v.20 no qual realizou-se os testes de correlação de Spearman e análise de Clusters. Realizados os testes de correlação de Spearman, ao testar a hipótese H1, verifica-se que a publicação por docente está correlacionada (0,444) com o investimento por docente a um nível de significância de 0,01. Na H2, identifica-se que também há uma correlação média (0,565) entre a produção de patentes por docente e o investimento por docente (sig = 0,05). Já na H3, há correlação positiva entre publicação por discente e os investimentos por discente, no entanto fraca (0,288). Em relação à H4 pode verificar que também há relação positiva entre o investimento por discente e patentes por discente (0,439) a um nível de significância de 0,01. Na H5, utilizou-se o teste de análise de Clusters e verificou-se a concentração de publicações por docente na região Sul e Sudeste, que das 18 universidades do cluster de maior produtividade por docente, 16 são destas duas regiões, 11 do Sudeste, 5 do Sul, com outras 2 da região Nordeste. No cluster de menor produtividade por docente encontra-se 1 universidade da região Centro-Oeste, 11 da região Nordeste, 1 da região norte, 9 da região Sudeste e 6 da região Sul. Esta concentração da produtividade na região Sul e Sudeste complementa o estudo de Albuquerque et al. (2002), pois além das publicações serem mais volumosas nestas regiões, a separação por cluster mostra que há mais universidades com maior produtividade por docente nestas regiões que nas demais. Ainda, na H6 verifica-se a existência de 2 polos de publicação de patentes por docentes, destacando-se como polo de maior produtividade por docente somente 2 universidades, a UNICAMP e FURG, sendo que esta última situa-se entre as 10 maiores produtoras de patentes do Brasil em números absolutos. O governo brasileiro por meio dos investimentos nos programas acadêmicos scricto sensu busca promover o desenvolvimento científico e tecnológico do país. Verifica-se que a produtividade por docente na produção de artigos e patentes tem características distintas nos investimentos em P&D. Existe correlação positiva entre investimento por docente e produtividade por docente e também por discente, no entanto estudos demonstram que o investimento é somente um dos fatores que afetam a produtividade (DUNDAR; LEWIS, 1998; CARAYOL; MATT, 2004, 2006; KANNEBLEY JÚNIOR; CAROLO; DE NEGRI, 2013). Verifica-se a formação de polos de produtividade por docente, tanto em publicação de artigos científicos quanto em patentes. Acerca das patentes, este estudo exibe um cenário diferente de outros autores que levantaram a existência de polos de produção de patente por estado em números absolutos (ALBUQUERQUE et al., 2002). Em suma, esta pesquisa mostra que para o país desenvolver-se o investimento em P&D precisa atingir níveis mais elevados e melhor distribuição entre os estados para que o crescimento da produção intelectual ocorra de maneira difundida. É sugerido trabalhos futuros que busquem realizar comparativos dos investimentos entre países, principalmente países em desenvolvimento, tais como os da América Latina. Também estudos que investiguem os fatores que influenciam na produtividade a fim de propiciar indicadores de produção intelectual.

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Sustentabilidade na logística pública: Análise dos planos de gestão de logística sustentável da administração federal

O aumento das preocupações sociais e ambientais estimuladas pelas discussões e princípios do desenvolvimento sustentável refletiu aspectos relevantes para a normalização brasileira (Rockström et al., 2009). Buscando mitigar impactos que a logística pública pode gerar no meio ambiente, a Administração Pública vem buscando promover a institucionalização de iniciativas de sustentabilidade, dentre elas os Planos de Gestão de Logística Sustentável (PLS). Instituído pelo Decreto nº 7.746/2012 em regulamentação ao art. 3º da Lei Geral de Licitações e Contratos (Lei nº 8.666/1993), os PLS são ferramentas de planejamento com objetivos e responsabilidades definidas, ações, metas, prazos de execução e mecanismos de monitoramento e avaliação, que permitem ao órgão ou entidade estabelecer práticas de sustentabilidade e racionalização de gastos e processos na Administração Pública. Esse artigo apresenta um diagnóstico dos PLS publicados até janeiro de 2014, identificando experiências, dificuldades a serem superadas e bons exemplos dos órgãos e/ou entidades nas fases de elaboração e implementação. Foram catalogados todos os PLS publicados até 31 de janeiro de 2014. O framework para análise consistiu na verificação do atendimento aos critérios mínimos estabelecidos na Instrução Normativa SLTI/MP nº 10/2012, a norma infralegal que regulamenta a elaboração dos PLS. Observou-se as seguintes categorias de análise: conteúdo e organização do documento; abrangência temática dos planos de ação; aspectos de planejamento; aspectos de sustentabilidade. Nesta pesquisa foram utilizadas técnicas de análise descritiva, baseada na frequência em percentagem absoluta. Dos 53 PLS catalogados, 49 deles apresentavam versões completas passíveis de análise. Considerando que o prazo para publicação estabelecido pelo MP era 14 de setembro de 2013, esse número mostra baixo atendimento global das organizações a esta ferramenta de comando e controle. A mediana de atendimento a todos os itens avaliados nesta pesquisa foi de 67%. A organização que mais atendeu a esses itens, o Ministério do Meio Ambiente, respondeu a 94% dos 50 itens analisados. Em ordem alfabética, Ibama, Instituto Federal do Sul de Minas Gerais, Instituto Nacional de Tecnologia, Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Ministério da Cultura, Ministério de Minas e Energia, Universidade Federal Rural da Bahia, Universidade Federal de Sergipe, e Universidade Federal de Santa Maria vêm na sequência. Essas dez organizações podem ser entendidas como aquelas que melhor conseguiram planejar a inserção de critérios e atributos de sustentabilidade em suas contratações e logística públicas. Por outro lado, nove entidades observam menos de 50% dos itens analisados. A preocupação com os direitos humanos e a valorização da diversidade não foram considerados na proposição das ações, ponto que enfraqueceu o aspecto social da sustentabilidade dos planos. Sempre que citados, estavam presentes nas diretrizes ou recomendações gerais, sem dar uma orientação clara de como deveriam ser aplicados concretamente. Da mesma forma, a compra de pequenas empresas locais e o uso de materiais, tecnologias e matérias-primas locais também não estavam presentes, negligenciando a cooperação das instituições para o desenvolvimento socioeconômico regional sustentável. Nota-se que o planejamento é um ponto fraco nos PLS. 36% dos PLS analisados continham falhas graves de planejamento, deixando de especificar, por exemplo, responsáveis, metas e indicadores – itens essenciais para a implementação e monitoramento das ações. Os itens de planejamento menos presentes nos PLS foram: a indicação dos recursos necessários para implementação dos Planos de Ação e a definição dos indicadores para monitoramento.

Fernanda Capdeville Fajardo de Queiroz; Thiago Hector Nakashiro Uehara; Jhéssica Ribeiro Cardoso

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Além disso, apenas 5 PLS apresentaram completamente o conteúdo exigido pela IN. Isto demonstra uma dificuldade das instituições de estruturar o documento seguindo instruções da norma e revelou a necessidade de se criar um template de PLS (formulário padrão para elaboração dos PLS pelos órgãos) para assegurar o cumprimento do conteúdo mínimo exigido. Cerca de 40% das instituições não previram capacitações especializadas em sustentabilidade a seus servidores e 47% não previram ações de divulgação do PLS. As duas ausências podem ocasionar dificuldades na implementação do Plano e, até mesmo, no reconhecimento de sua importância pelos servidores. Assim, a informação e a capacitação mostram-se fundamentais para a consecução dos resultados. O principal objetivo da instituição e desenvolvimento de Planos de Gestão de Logística Sustentável era de que esses planos se tornassem uma ferramenta de planejamento para a implementação de uma Política Pública de Desenvolvimento Sustentável. Cumpre frisar que esse processo desenvolvimento dessa ferramenta deve ser entendido como um passo inicial para a sustentabilidade. E fica evidenciado que as ações estabelecidas devem ser pactuadas a curto, médio e longo prazo, principalmente no que se refere à capacitação de servidores e demais envolvidos. Com base na análise e nos resultados deste estudo, algumas recomendações foram realizadas com o fim de subsidiar o aperfeiçoamento dos instrumentos para elaboração, implementação, avaliação e melhoria contínua desses Planos na Administração Pública Federal. Palavras-chave: Planejamento. Sustentabilidade. Compras públicas sustentáveis. Logística. Referências BRASIL. Lei nº 8666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências BRASIL. Decreto nº 7.746, de 05 de junho de 2012. Regulamenta o art. 3o da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, para estabelecer critérios, práticas e diretrizes para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável nas contratações realizadas pela administração pública federal, e institui a Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública – CISAP. BRASIL. Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instrução Normativa nº 10, de 12 novembro de 2012. Estabelece regras para elaboração dos Planos de Gestão de Logística Sustentável de que trata o art. 16, do Decreto nº 7.746, de 5 de junho de 2012, e dá outras providências. ROCKSTRÖM, J.; STEFFEN, W.; NOONE, K.; PERSSON, Å.; CHAPIN, F.S.; LAMBIN, E.; …; FOLEY, J.A. A safe operating space for humanity. Nature, n. 461, p. 472-475, 2009.

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Programa Piloto de Patentes Verdes – aceleração de patenteamento de tecnologias verdes e incentivo ao desenvolvimento tecnológico no Brasil

Fábio Massashi Kuribara; Eduardo de Carli; Andrea Paula Segatto; Farley Simon Nobre

O Programa Piloto de Patentes Verdes visa acelerar o exame das submissões de pedidos de patentes relacionados a tecnologias verdes de modo a contribuir para o combate às mudanças climáticas globais. O programa ocorre por meio de práticas que aceleram o processo de análise de pedido de patentes, que intitula-se fast-track. Essa prática tem possibilitado a diversos países uma redução no tempo de aprovação de até 75% em relação ao processo padrão. Resultados similares já foram obtidos pelo programa brasileiro, pioneiro entre os países em desenvolvimento. Nesse estudo, procura-se apresentar dados e análises relativas ao programa no Brasil, assim como explanar seu incentivo à geração de tecnologias verdes por meio dos resultados obtidos na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), onde foram desenvolvidas inovações incentivadas pelo estímulo gerado pelo programa, com patentes aprovadas em tempo extremamente curto em relação ao processo regular. Objetivo deste estudo é demonstrar que o programa tem cumprido sua meta de reduzir o tempo de análise e possibilitar maior interesse de inventores na geração destas inovações. Baseado na lista das patentes verdes deferidas no Brasil até maio de 2014, escolheu-se fazer um estudo de caso único sobre as patentes verdes obtidas pela UTFPR – Campus Dois Vizinhos, por ser o único caso na lista em todo país com duas patentes verdes obtidas por um mesmo requerente. O levantamento de dados se deu através de entrevista semiestruturada. Foram entrevistados em momentos distintos o professor orientador da descoberta, um dos alunos envolvidos na pesquisa e o responsável pela agência de inovação da UTFPR. As questões estiveram relacionadas sobre o processo de invenção na instituição selecionada, sendo abordadas questões sobre como a UTFPR vem desenvolvendo suas patentes verdes, quais vantagens e/ou desvantagens desse tipo de patente, como a instituição se beneficia do Programa para a submissão desse tipo de patente. Para a análise e interpretação dos dados obtidos foram confrontadas as informações prestadas pelos entrevistados com o referencial teórico abordado. A UTFPR, universidade tecnológica pública federal, através da Agência de Inovação, segundo dados obtidos nas entrevistas, fornece dentre outros serviços treinamentos para incentivo a inovação, suporte financeiro, administrativo e operacional durante o processo de patenteamento e em sua vigência. As patentes obtidas pela UTFPR seguem a proposta da Inovação Aberta em que universidades adquirem um papel de destaque nas inovações tecnológicas com objetivo não de fabricação mas de licenciamento para outra empresa interessada em produzir em larga escala as invenções (CHESBROUGH; VANHAVERBEKE; WEST, 2006). São duas as patentes verdes inicialmente obtidas: a primeira delas consiste em uma Bandeja para Produção de Placas de Mudas Florestais (BR102013008276-7A2) que traz como inovação a possibilidade de restauração florestal em larga escala através de processo de nucleação sistematizado, diferente da regeneração natural ou plantio não sistematizado que apresentam grande dificuldade de aplicação em larga escala. A outra patente (BR102013008273-2A2) relaciona-se a Bandeja Sementeira Móvel, usada também em processo de reflorestamento como canteiro de semeadura, porém reduzindo a mortalidade das sementes germinadas por ataques de fungos, pois, caso isso ocorra, somente o lote afetado é descartado, ao contrário do processo tradicional em que há perda total. Foi salientado pelos entrevistados a relevância do programa como estímulo para o desenvolvimento das inovações, uma vez que foi a rapidez no processo de análise um incentivador importante à geração destas invenções. Estas patentes foram aprovadas em pouco mais de um ano, tempo bastante reduzido em comparação a média de mais de dez anos para as demais patentes.

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A repercussão interna e externa que a obtenção destas patentes gerou foi um grande estímulo ao desenvolvimento de novas patentes verdes, pois a divulgação da notícia tanto no jornal interno quanto no website da instituição causou maior interesse de inventores em conhecer ainda melhor o Programa, abrindo assim novas possibilidades de novos desenvolvimentos de tecnologias verdes pela instituição. O Programa Piloto Patentes Verdes mostrou grande potencial como instrumento incentivador da produção de tecnologias verdes, considerando os resultados obtidos com o programa na UTFPR. A análise realizada demonstrou que o programa tem cumprido seu objetivo em reduzir o tempo de análise das solicitações de patentes, trazendo maiores investimentos e inovações na área ambiental pela possibilidade de gerar retornos financeiros mais rápidos através da exploração comercial destas tecnologias. Como sugestões futuras, recomenda-se um estudo abrangente para verificar a hipótese levantada através deste estudo de caso, que o Programa de Patentes Verdes contribui em nível nacional para a geração de inovações para a área ambiental. Palavras-chave: Patentes. Patentes verdes. Inovação. Tecnologias verdes. Ambiente. Clima. Agradecimentos e Patrocinadores Agradecimento à CAPES e CNPq pelo apoio financeiro concedido Referências CHESBROUGH, H.; VANHAVERBEKE, W; WEST, J. Open Innovation – Researching a New Paradigm, Oxford: Oxford University Press, 2006.

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Estudo da viabilidade de implantação de biodigestor para a produção de energia elétrica a partir dos resíduos orgânicos dos Restaurantes Universitários da UFPI

Rejanne Alves Melo; Fábio Rocha Barbosa; Bartolomeu Ferreira dos Santos Junior; Nelber Ximenes Melo; Marcos Antônio Tavares Lira

A busca por fontes alternativas de geração de energia elétrica torna-se uma necessidade para o desenvolvimento sustentável dos países em desenvolvimento. Considerando-se que a produção de energia elétrica é um dos setores mais poluentes, dependendo da técnica aplicada. A queima de combustíveis fósseis para gerar energia através das termelétricas, a produção produz resíduos como óxidos de enxofre e nitrogênio, monóxido e dióxido de carbono, metano, entre outros, que contribuem para o aumento do efeito estufa e da quantidade de chuvas acidas, além de que as cinzas liberadas pelas chaminés caírem e poluírem rios e atmosfera [2]. No caso das usinas hidroelétricas, para a construção das represas podem interferir sobre o fluxo de rios e dependendo da localidade, implica na realocação das populações atingidas, resultando em um impacto social. Diante do exposto, é evidente a necessidade de investir em fontes alternativas a fim de promover o desenvolvimento sustentável. A demanda por energia no mundo cresce de forma preocupante e o mesmo ocorre com a quantidade de volume de lixo produzido, de modo que a necessidade de harmonizar de forma racional essas duas variáveis de crescimento é um dos grandes desafios tecnológicos da sociedade atual. A forma mais viável de utilização de lixo orgânico para produção de energia é a produção de biogás feita através de biodigestores [4]. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é contribuir com a sustentabilidade da Universidade Federal do Piauí (UFPI), verificando a viabilidade de implantação, instalação e monitoramento de um biodigestor, como solução simplificada para tratar os resíduos orgânicos gerados nas unidades dos Restaurantes Universitários (RUs) da UFPI e converte-los em energia elétrica para iluminação de algumas áreas desta instituição. O método utilizado na realização desse trabalho consiste primeiramente no levantamento por meio de Revisão Bibliográfica, de dados pertinentes ao tema do trabalho, através da pesquisa em livros, revistas, manuais técnicos, sites e publicações, buscou-se informações acerca de sustentabilidade, resíduos sólidos, fontes alternativas de energia, além de todo o processo de projeto, implantação, funcionamento e manutenção de biodigestores. Posteriormente realiza-se o levantamento de dados, referentes a quantidades de resíduos orgânicos produzidos pelas unidades dos Restaurantes Universitários da Instituição, através de entrevistas com funcionários destes. Na sequência, estima-se o potencial energético para a geração de energia a partir desses resíduos. Após estimativa de potencial energético, procede-se com o levantamento da quantidade populacional que poderia ser beneficiada com a energia produzida e a área a ser atendida. Por fim, realiza-se estudo do local e da área onde será instalado o biodigestor, observando-se que área será atendida bem como potencialidade ambiental para o bom funcionamento do sistema. A expectativa é que os dados obtidos como a quantidade de sobras de alimentos dos RU/UFPI mostrem ser viável a utilização de um biodigestor na UFPI. O campus da UFPI possui três unidades de Restaurante Universitário o que significa que possui quantidade suficiente de resíduos que podem ser empregados no processo de biodigestão. A biodigestão é um processo natural de decomposição da matéria orgânica que ocorre na ausência de oxigênio [5]. Os gases gerados são principalmente o gás carbônico e o metano, o qual pode ser utilizado como combustível de automóveis, fonte de energia térmica em processos industriais ou ainda para gerar energia elétrica, foco deste trabalho. Utilizar equipamentos de biodigestão para captação de biogás mostra-se como importante alternativa na diminuição de resíduos sólidos, quando destina esses resíduos na geração de energia renovável. Considerando a quantidade de resíduos biológicos disponíveis no campus da UFPI, conclui-se que a utilização de biodigestor é aplicável no campus. Promovendo a UFPI como uma instituição sustentável com redução de emissão de poluentes. Palavras-chave: Biodigestor. Biogás. Energia. Restaurante Universitário. Sustentabilidade.

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Agradecimentos e Patrocinadores Esse trabalho é realizado com apoio parcial da Universidade Federal do Piauí. Agradecimentos ao professor Dr. Fábio Rocha Barbosa, pelo incentivo e orientação para realização desse trabalho. Referências [1] BISPO, L.F.P.; MEIRA, A.M.; SILVA, E.V.J.; TOLEDO, P.A.; WATANABE, C. Projeto de minimização de resíduos no Restaurante Universitário do campus “Luiz de Queiroz” da USP em Piracicaba (SP, Brasil). In: LEME, P.C.S.; PAVESI, A.; ALBA, D.; GONZÁLEZ, M.J.D. (Org.). Visões e experiências ibero-americanas de sustentabilidade nas universidades. 1ed: v.1, p. 337-341, 2012.

[2] COELHO et al. Medidas mitigadoras para a redução de emissões de gases de efeito estufa na geração termelétrica. Dupligráfica. Brasília: 2000.

[3] CAEEB. O Biogás e sua tecnologia. Diretoria Técnica, Departamento de Estudos de Novas Fontes Alternativas de Energia. Rio de Janeiro: 1981, 31p.

[4] OLIVEIRA, RAFAEL DELÉO E. Geração de Energia Elétrica a partir do Biogás Produzido pela Fermentação Anaeróbia de Dejetos em Abatedouro e as Possibilidade no Mercado de Carbono, 2009. 98p. USP, São Carlos – SP.

[5] LUCAS JÚNIOR, Jorge de; SOUZA, Cecília de Fátima; LOPES, José Dermeval Saraiva. Construção e operação de biodigestores. Série energia alternativa, manual 441. Viçosa-MG, CPT, 2003, 176 p.

[6] NASPOLINI, B. F; LUSSI, C; BORGES, D. DE S.; SOUZA, D. B. E; ROCHA, L. A. Diagnóstico e proposta de melhoria de gestão dos resíduos sólidos produzidos no restaurante universitário: campus Cuiabá/UFMT. 25º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2009.

[7] NEVES, V. L. V. Construção de biodigestor para produção de biogás a partir da fermentação de esterco bovino. 2010. 57 f. Monografia (Curso de Tecnologia em Biocombustíveis). – Faculdade de Tecnologia de Araçatuba, Araçatuba.

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Documento Básico de Economia de Energia (DBEE) Lucas Cruz Sousa; Rafael Rocha Matias; Fabíola Maria Alexandre Linard; Fábio Rocha Barbosa

O aumento do consumo final de eletricidade no Brasil em 2013, de 3,6%, atendido a partir da expansão da geração térmica, especialmente das usinas movidas a carvão mineral (+75,7%), gás natural (+47,6%), bagaço de cana (+19,2%), cujas participações na matriz elétrica, na comparação de 2013 contra 2012, cresceram de 1,6 para 2,6%, de 7,9 para 11,3%, e de 4,2 para 4,9%, respectivamente, de acordo com o Balanço Energético Nacional (EPE, 2014). Dentro do cenário energético nacional, cuja geração da maior parte da eletricidade é baseada no modelo de grandes usinas hidrelétricas, vê-se que as condições hidrológicas encontram-se desfavoráveis. Houve, portanto, redução de 5,4% da oferta de energia hidráulica, consequentemente, reduzindo a participação de renováveis na matriz elétrica, de 84,5% em 2012 para 79,3% neste ano (EPE, 2014), indo contra a necessidade mundial de aumento da utilização de fontes alternativas de energia. Ademais, a dependência de condições hidrológicas ideais para produzir energia ocasiona, em situação desfavorável, utilização de geração térmica que apresenta alto custo financeiro e prejuízos ao meio ambiente. Diante da situação atual, é fundamental que o país encontre soluções para atender aos requisitos de serviços energéticos contudo, garantindo exigências básicas de linhas sustentáveis de consumo, eficiência energética e qualidade de energia. Sabe-se que o setor público não apresenta o maior consumo de energia elétrica, entretanto, ações que o reduz causarão impacto na sociedade e consumidores de energia elétrica dos demais setores (industrial, comercial e outros). Baseado nesse objetivo, é analisada e sugerida a elaboração de um Documento Básico de Economia de Energia (DBEE), que consiste em um conjunto de medidas a ser aplicado nos prédios públicos brasileiros, estabelecendo como meta obrigatória que uma porcentagem de seu consumo de energia seja proveniente de fontes alternativas de energia. Ainda, deve fornecer informações de eficiência energética, uso racional da energia e informações quanto à fonte de energia que deve ser produzida no local, visando utilização de energia solar, limitando emissões de dióxido de carbono e reduzindo o consumo energético. Deve-se, então, indicar a utilização de sistemas de captação e transformação de energia solar em energia elétrica através de painéis fotovoltaicos, aproveitando essa energia para consumo próprio ou para fornecimento a rede, porém, havendo porcentagem de produção de energia através desse tipo de fonte e de acordo com o tipo e tamanho de edifício público. Conjuntamente, deve-se utilizar conhecimentos de eficiência energética para reduzir o consumo de condicionadores de ar e de iluminação, com sistemas de controle de acendimento automático de lâmpadas, aproveitamento de luz natural e, ainda, lâmpadas e luminárias eficientes, atentando-se para o rendimento das instalações elétricas, pensando-se em “instalações térmicas” apropriadas para o bem-estar dos usuários. Este documento já é realidade em países desenvolvidos, como a Espanha, que utiliza o conjunto de medidas mencionadas para reduzir o consumo elétrico e emissão de dióxido de carbono. No Brasil, fez-se análise de uma instalação fotovoltaica de 3,2 kWp em uma empresa predominantemente de escritório de engenharia na cidade de Teresina, Piauí, onde há um sistema projetado para reduzir 35% do consumo médio mensal, equivalente a 1700 kWh, em comparação com a Universidade Federal do Piauí, que representa o setor público. Na instalação mencionada, a orientação ideal do gerador é para o Norte, entretanto, as condições físicas do telhado não permitiram que fosse utilizada. Todavia, quatro meses após a instalação, a média de redução é de 43% do consumo mensal, 8% acima do esperado. Este resultado mostra que o potencial energético nessa região é alto, por efeito da radiação em suas diversas formas (direta, difusa e refletida). O DBEE pode, então, ser levado para departamentos administrativos da UFPI, visto que as condições geográficas, assim como a radiação, são semelhantes à empresa mencionada, mesmo com alguma variação na orientação do telhado. Assim, percebe-se a viabilidade de aplicação na UFPI e, consequentemente, em qualquer empresa do setor público. É, portanto, essencial que o Brasil siga os passos de países desenvolvidos que conseguiram resultados satisfatórios, utilizando medidas de eficiência energética e fontes alternativas de energia em edifícios públicos, trazendo o conceito de geração de energia no ponto de consumo – Geração Distribuída – para atender parte da crescente demanda de energia e, assim, adiar ou evitar a construção de novas grandes hidrelétricas e termelétricas movidas a combustíveis fósseis, reduzindo os impactos socioambientais. A adoção das exigências básicas adotadas neste documento, adaptado à realidade brasileira, trará benefícios ambientais para o país e efeitos econômicos positivos, particularmente em um cenário nacional de preços crescentes de energia.

Palavras-chave: Setor Público. Eficiência Energética. Geração Distribuída.

Referências

CÓDIGO TÉCNICO DE LA EDIFICACIÓN (CTE). Documento Básico de Ahorro de Energía (DB-HE), 2006. Disponível em: <http://www.codigotecnico.org/web/recursos/documentos/dbhe/he1/010.html>. Acesso em: 10 nov. 2014.

EPE. Balanço Energético Nacional 2014: Ano Base 2013. Empresa de Pesquisa Energética. Rio de Janeiro, 2014.

RÜTHER, R. Edificios Solares Fotovoltaicos. Florianópolis: Editora UFSC / LABSOLAR, 2004.

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A localização de instalações faz parte de um conjunto de processos decisórios pelos quais gestores, sejam eles públicos ou privados, se deparam em suas atividades administrativas (SFREDO et al. 2006). Pesquisar, encontrar, selecionar e definir um local para a instalação seja de uma escola, uma indústria ou um hospital, é uma tarefa que requer esforços e traz responsabilidades para quem tem o poder decisório. Este trabalho desenvolve a aplicação de um método multicritério de tomada de decisão, justificado pelo fato dos mesmos permitirem a utilização de critérios técnicos, objetivos e transparentes (JANNUZZI; MIRANDA; SILVA, 2009), para a localização espacial de uma Unidade de Pronto Atendimento – UPA 24h, com a participação de gestores públicos, profissionais da saúde e representantes da sociedade, buscando fornecer uma alternativa para o aperfeiçoamento das políticas e práticas adotadas na gestão pública. Para o apoio na seleção da melhor localização espacial, foi aplicado o método multicritério - Analytic Hierachy Process – AHP, desenvolvido pelo matemático Thomas L. Saaty no final da década de 60 do século XX (FORMAN; SELLY, 2002). A estruturação do método AHP é realizada para elucidar as preferências dos tomadores de decisão, coletando julgamentos subjetivos dos participantes, fazendo com que sejam atribuídos valores numéricos aos julgamentos, baseados na importância relativa dos fatores que estão sendo considerados (YANG; LEE, 1997). A aplicação do método AHP acontece em duas fases: a da construção da hierarquia e a da avaliação das alternativas selecionadas por meio da comparação paritária dos critérios, subcritérios e alternativas, quantificando os fatores (PACHEDO; DROHOMERETSKI; CARDOSO, 2008; VARGAS, 1990).

Figura 1 - Representação Gráfica de uma hierarquia. Fonte: Elaborado pelo autor.

Método multicritério de tomada de decisão: localização espacial de uma Unidade de Saúde Pública – UPA 24h

Rodrigo Amancio Briozo

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Os julgamentos para as comparações paritárias seguem uma escala fundamental, que varia de 1 – mesma importância entre os critérios, 3 – importância pequena de um sobre a outro, 5 importância grande ou essencial, 7 importância muito grande ou demonstrada e 9 – importância absoluta (SAATY, 1991), por meio do preenchimento de uma matriz de comparação, calculando-se o autovetor máximo e o autovalor máximo (ou “lâmbida” λmax). Os julgamentos são realizados 2 a 2, conforme visualiza-se na Figura 2.

Figura 2 - Exemplo da comparação paritária por meio preenchimento da matrizes. Fonte: Elaborado pelo autor.

Para que possa se medir a consistência das comparações, pode-se realizar o cálculo do Índice de Consistência (CI – Consistency Index). O cálculo do CI é realizado por meio da eq.

CI Além do cálculo do Índice de Consistência, calcula-se a Razão de Consistência (CR – Consistency Radio) por meio da eq. CR que considera erros aleatórios relacionados com a ordem das matrizes. Para a aplicação do método AHP neste trabalho, após a seleção do município foram selecionados profissionais ligados à Secretaria Municipal de Saúde, médicos de unidades básicas de saúde, enfermeiros de unidades de saúde da família e membro do Conselho Municipal de Saúde que contribuíram na construção dos critérios, subcritérios e alternativas, e participaram das comparações paritárias para se chegar ao resultado final. Foram definidos os seguintes critérios pelos participantes: aspectos sociais, facilidade de acesso e aspectos locais. Subcritérios – condição socioeconômica local, vulnerabilidade da população, densidade demográfica, transporte público, congestionamento local, corpo de bombeiros, central de ambulância, mão-de-obra, existência de serviços, proximidade com outras unidades de saúde. E por fim seis alternativas de localização da UPA 24h. Após os cálculos matemáticos por meio das matrizes elaboradas, e dos cálculos do autovetor máximo, da razão de consistência, do autovalor máximo, e do índice de consistência, foi possível elaborar uma classificação das alternativas de localização, levando em consideração todos os critérios, subcritérios e alternativas analisadas. Além de se obter uma classificação da melhor alternativa de localização, também observou-se dentro dos critérios, o mais importante, assim como dentro dos subcritérios o mais relevante relacionado ao seu critério.

Alternativas de

LocalizaçãoA B C

A 1 9 7

B 1/9 1 3

C 1/7 1/3 1

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O desenvolvimento da aplicação do método multicritério AHP, foi eficaz para o apontamento da melhor alternativa de localização de uma unidade de saúde pública, com um resultado técnico embasado em um método que trabalha com comparações paritárias e matrizes matemáticas, onde existe a participação coletiva na construção da hierarquia que suporta o modelo, agregando à tomada de decisão variáveis que apoiam o gestor na sua escolha. É importante destacar que a aplicação de métodos multicritérios de tomada de decisão apoia os gestores públicos, pois possibilita amenizar ou até mesmo excluir a parcialidade na tomada de decisão, pois a mesma não é tomada por suposição, experiência pessoal ou bom senso, mas sim tecnicamente. Novas aplicações de métodos multicritérios de tomada de decisão podem ser realizadas em conjunto com outros modelos e métodos de localização de instalações como, por exemplo, Modelos Estocásticos ou Métodos de Simulação, possibilitando a construção de modelos de referência no que tange a localização de equipamentos de saúde, tal como uma UPA 24h. Palavras-chave: Tomada de decisão. Método Multicritério. Setor Público. Localização de Instalações. Unidade de Saúde. Referências FORMAN, E. H.; SELLY, M. A. (2002). Decision by objectives: How to convince others that you are right. World Scientific. 402p. 2002. Disponível em: <http://mdm.gwu.edu/forman/dbo.pdf>. Acesso em 25/10/2012.

JANNUZZI, P. M.; MIRANDA, W. L.; SILVA, D. S. G. Análise Multicritério e Tomada de Decisão em Políticas Públicas: Aspectos Metodológicos, Aplicativo Operacional e Aplicações. Informática Pública. Ano 11 (1) 69-87, 2009.

PACHEDO, E. A.; DROHOMERETSKI, E.; CARDOSO, P. A. A decisão do modal de transporte através da metodologia AHP na aplicação da logística enxuta: um estudo de caso. In: CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, 4, Niterói, RJ. 2008.

SAATY, T. L. (1991). Método de Análise Hierárquica. São Paulo: McGraw-Hill, Makron, 1991.

SFREDO, J. M. et al. (2006). Análise de fatores relevantes quanto à localização de empresas: comparativo entre uma indústria e uma prestadora de serviços com base nos pressupostos teóricos. In: XXVI ENEGEP - ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. Fortaleza, Ceará. Outubro de 2006.

YANG, J.; LEE, H. An AHP decision model for facility location selection. Facilities, vol. 15, Iss: 9 pp. 241-254, 1997.

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Princípios de Governo Eletrônico Centrado no Cidadão para Melhoria da Acessibilidade de Portais Web Governamentais Brasileiros

André Pimenta Freire; Bruno da Silva Gonçalves; André Grützmann

O uso de sistemas de governo eletrônico oferece inúmeras possibilidades para democratizar o acesso a serviços governamentais para os cidadãos. Entretanto, é importante que o projeto e implementação desses serviços sejam feitos a partir de uma perspectiva “centrada no cidadão” (BERTOT, JAEGER; MCCLUE, 2008), em contraste com abordagens de governo eletrônico centradas na automatização de serviços de governo sem considerar as necessidades dos cidadãos. Um aspecto fundamental para a universalização do acesso a serviços de governo eletrônico é a garantia da acessibilidade de recursos eletrônicos a todas pessoas, incluindo pessoas que possam ter alguma deficiência (OLALERE; LAZAR, 2011; DA SILVA; DE LA RUE, 2015). No Brasil, os portais Web de governo eletrônico devem seguir as recomendações do eMAG – Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (BRASIL, 2014). Entretanto, o modelo atual é fortemente baseado na utilização critérios de cunho técnico para atender a requisitos que portais Web devem atender para que funcionem adequadamente com recursos de Tecnologia Assistiva para pessoas com deficiência, com pouca menção de processos e formas de envolvimento de cidadãos com deficiência no projeto e avaliação de tais serviços. Enquanto a adoção de critérios técnicos pode auxiliar a remover diversas barreiras comumente encontradas, tais como falta de texto alternativo para imagens que prejudicam usuários cegos, a utilização limitada de critérios técnicos isoladamente faz com que somente uma parcela pequena de problemas que prejudicam usuários com deficiência sejam encontrados (POWER et al., 2012). Neste artigo, é apresentada uma proposta de ajuste ao modelo de avaliação de acessibilidade de portais Web de governo eletrônico do governo brasileiro de forma a incluir a participação ativa de usuários com deficiência no processo de design e avaliação de portais Web, seguindo princípios de governo eletrônico centrado no usuário e princípios de design centrado no usuário (ISO, 2008). A proposta também tem inspiração na definição inovadora de modelos para acessibilidade de portais Web de governo eletrônico do Reino Unido, constantes do padrão BS 8878 (BSI, 2010), que incluem uma abordagem mais processual para a criação e manutenção de portais Web acessíveis para pessoas com deficiência. No modelo atual do eMAG 3.1 (BRASIL, 2014), recomenda-se que sejam seguidos cinco passos para a avaliação da acessibilidade de sítios Web: 1) validar os códigos do conteúdo HTML e das folhas de estilo, 2) verificar o fluxo de leitura da página, 3) realizar a avaliação automática, 4) realizar a avaliação manual e 5) testes com usuários reais. Apesar de indicar testes com usuários reais, o modelo atualmente não fornece nenhuma recomendação sobre como envolver usuários nos testes de maneira eficaz. No padrão BS 8878 do Reino Unido, em contraste, são fornecidas recomendações específicas sobre como envolver usuários no processo e sobre como direcionar o design de portais Web considerando as necessidades dos cidadãos, suas tarefas e objetivos e características dos usuários que são importantes para o design, bem como maneiras de envolver de maneira eficaz no processo de desenvolvimento a partir de princípios de design centrado no usuário. Na proposta deste trabalho, sugere-se que novas recomendações sejam incluídas no processo proposto do eMAG de forma a promover maior integração de pessoas com deficiência no processo de design e avaliação de serviços de governo eletrônico, incluindo as seguintes atividades no processo de design e avaliação: - Descrição do público-alvo do produto desenvolvido, incluindo grupos de pessoas com diferentes tipos de deficiência; - Análise de requisitos e descrição das necessidades específicas, a partir da interação com entidades que representam grupos de pessoas com deficiência e identificação das características dos principais recursos de Tecnologia Assistiva utilizados; - Identificação dos principais objetivos e tarefas realizadas pelos usuários nos serviços de governo eletrônico desenvolvidos, de forma a elaborar os sistemas sob a ótica de governo centrado no cidadão; - Planejar testes com usuários com deficiência, por meio do recrutamento de pessoas com deficiência para testes em laboratórios e testes remotos. Essa atividade também tem um grande potencial para aumentar a participação efetiva dos cidadãos no desenvolvimento e avaliação de serviços de governo eletrônico, e maior envolvimento de associações e entidades que representam pessoas com deficiência com órgãos governamentais. A proposta apresentada nesse artigo tem como objetivo viabilizar a inserção aspectos de processos de design centrado no usuário e governo eletrônico centrado no cidadão de forma a inovar os processos para tornar serviços de governo eletrônico mais acessíveis a pessoas com deficiência. Como trabalhos futuros, espera-se que sejam realizados estudos de caso em órgãos governamentais por meio da implementação desta proposta e análise dos impactos sobre a melhoria da acessibilidade de serviços Web e sobre os processos de desenvolvimento e avaliação.

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Proposta de equacionamento de conflito ambiental e urbanístico: plantio de eucalipto na faixa lateral de segurança de estrada vicinal municipal

Luíz César Ribas; Thais Indiano

Os problemas e conflitos ambientais e urbanísticos vêm recrudescendo cada vez mais tanto no meio urbano quanto rural. Recentemente uma questão bastante inusitada foi apresentada, qual seja, a ocupação das faixas (margens) laterais de segurança[1] de uma estrada vicinal[2] pelo plantio de eucalipto. Os proprietários rurais da região, portanto, estavam demandando contra um determinado investidor florestal, alegando, inclusive, riscos à segurança patrimonial e à vida quando do trânsito por veículos pelo local. O objetivo deste trabalho foi, portanto, elaborar um parecer técnico e legal que pudesse fundamentar o pleito dos moradores locais com respeito à demanda florestal instalada nas margens de determinada rodovia vicinal municipal. Em outras palavras, este estudo abordou as inviabilidades legais para a ocupação irregular às margens de rodovias, que proporcionam a falta de segurança das pessoas e seus bens que por ali circulam e as possibilidades de proteção e inibição dessa prática desordenada de urbanização. Como metodologia para o trabalho, foi utilizada a pesquisa exploratória pautada na revisão bibliográfica acerca do tema do planejamento urbano, constituído um “survey” de literatura relacionada à ocupação das áreas marginais às rodovias, enumeradas como faixas de domínio, faixas de servidão, faixas de segurança e áreas non aedificandi. Adicionalmente, foi realizado um levantamento da evolução e da legislação em vigor no Brasil para ocupação dessas áreas e, de forma dedutiva, determinou-se o parecer técnico e legal do “case”. Com o aumento drástico no número de residentes na área urbana, por exemplo, recrudesceram as ocupações em áreas de risco e construções irregulares em áreas protegidas ou inapropriadas para a ocupação antrópica. Entre as diversas irregularidades ambientais, urbanísticas e habitacionais nas zonas urbanas e rurais dos municípios brasileiros, como construções em encostas, proximidade de rios e o desmatamento, destaca-se a ocupação das margens das rodovias. Devido à localização privilegiada, essas moradias irregulares e demais formas de ocupações antrópicas irregulares têm aumentado, negligenciando os impactos, riscos e perigos, além de infringir a legislação e códigos de meio ambiente, urbanístico-habitacionais e mesmo de trânsito. A grande extensão do Brasil dificulta o controle pelos organismos de fiscalização e, no caso específico da malha viária, os estados são responsáveis pela segurança nas rodovias e as prefeituras pelas margens, com liberação de alvarás e a concessão de acesso pelos órgãos rodoviários. Estes, porém, não possuem recursos, infraestrutura e instrumentos de planejamento suficientes, necessários à fiscalização e desapropriação de áreas próximas às rodovias, principalmente porque o poder de polícia acontece de forma mais efetiva no âmbito local, e com isso acabam sendo responsáveis pela fiscalização rotineira. A propósito da regulamentação das faixas de segurança de estradas vicinais não haveria que se olvidar de Cardoso (2015) que, com respeito à rodovia municipal, discorreu sobre a questão da faixa de domínio, consideradas “as áreas de terras determinadas legalmente por decreto de Utilidade Pública para uso rodoviário, sendo ou não, desapropriadas, cujos limites foram estabelecidos em conformidade com a necessidade prevista no projeto de engenharia rodoviária”. Com o Estatuto das Cidades (BRASIL, 2010), a intenção foi também empoderar os Munícipios de um maior instrumento, via Plano Diretor, de planejamento de sua política habitacional, organizando seu crescimento e desenvolvimento, respeitando os limites da segurança pública e do meio ambiente – indispensável para delimitação e direcionamento do desenvolvimento do município.

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É necessário a promoção de um crescimento equilibrado, seguro e sustentável, aplicando e fiscalizando a legislação. As pesquisas sobre o tema são necessárias para que a população possa entender o espaço coletivo, visualizando os limites- naturais e legais- e as áreas possíveis de ocupação, diminuindo a vulnerabilidade dos municípios e maiores impactos urbanos. Para tanto, já é possível valer-se de uma série de dispositivos normativos (muito embora, no presente momento, ainda difusos e, portanto, ainda não adequadamente integrados), que devem ser necessária e preponderantemente utilizados pelo Poder Público Municipal, para fins de devido equacionamento de conflitos ambientais e urbanísticos, tais como, o plantio de eucalipto na faixa lateral de segurança de estrada vicinal municipal. A estratégia de gestão municipal de tais conflitos deve-se pautar-se, grosso modo, no seguinte conjunto de normais e leis: (i) Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979; (ii) Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro; (iii) Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 5410 e 5419, resoluções Nº 395/2009, 414/2010 e 479/2012 da ANEEL, bem como legislação específica de rede de telefonia e de rede de energia elétrica estabelecidas e fiscalizadas pelas Agências Reguladoras Anatel e Aneel (CEMIG, 2015); (iv) dispositivos normativos do DNIT, e; (iv): Agravo de Instrumento AG 66999 AM 0066999-47.2012.4.01.0000 (TRF-1), publicado em 04/07/2013 (JUSBRASIL, 2013), dentre outros. Palavras-chave: Conflitos ambientais. Conflitos urbanísticos. Plantio de eucalipto. Faixa de segurança. Rodovia vicinal municipal. Referências

BRASIL. Estatuto da Cidade. Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001. 2001. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm>. Acesso: 14.03.2015. _______. Lei n. 6.766, de 19 de Dezembro de 1979. Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras Providências. 1979. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6766.htm> Acesso: 13.03.2015. _______. Lei n. 9.503, de 23 de Setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. 1997. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm> Acesso: 13.03.2015. CARDOSO, L. C. Conceitos de Faixa de Domínio e Área Non Aedificandi. Disponível em: < http://estradas.com.br/entenda-melhor-os-conceitos-de-faixa-de-dominio-e-area-non-aedificandi/> Acesso: 14.03.2015 CEMIG. Legislação aplicável. Disponível em:<http://www.cemig.com.br/pt-br/atendimento/Clientes/Documents/Normas%20T%C3%A9cnicas/nd5_3_000001p.pdf>. Acesso: 13.03.2015. DNIT. Faixa de domínio. Disponível em:< http://www.dnit.gov.br/rodovias/operacoes-rodoviarias/faixa-de-dominio >. Acesso: 14.03.2015 _____. Terminologias rodoviárias usualmente utilizadas. 2007. Disponível em:< http://www.dnit.gov.br/rodovias/rodovias-federais/terminologias-rodoviarias>: Acesso: 14.03.2015 JUSBRASIL. Agravo de Instrumento AG 66999 AM 0066999-47.2012.4.01.0000 (TRF-1). Data de publicação: 04/07/2013. 2013. Disponível em:<http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=NON+AEDIFICANDI+A+MARGEM+DAS+RODOVIAS+PUBLICAS> Acesso: 13.03.2015 [1] DNIT (2015): “Conforme o Art. 50 do Código de Trânsito Brasileiro, o uso de faixas laterais de domínio e das áreas adjacentes às estradas e rodovias obedecerá às condições de segurança do trânsito estabelecidas pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via”. [2] Estrada local, destinada principalmente a dar acesso a propriedades lindeiras ou caminho que liga povoações relativamente pequenas e próximas (DNIT, 2007).

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Coordenação geral Wagner Vilas Boas de Souza, Ministério da Educação Paulo Henrique de Souza Bermejo, Dr., Universidade Federal de Lavras Gleisson Cardoso Rubin, Escola Nacional de Administração Pública Coordenação técnica Carolina Cristina Martins Cavalcante, Ministério da Educação Carlos Humberto de Oliveira, Ministério da Educação Cassiano Alves, Escola Nacional de Administração Pública Daniela Alvarenga, Escola Nacional de Administração Pública Guilherme Henrique Alves Borges, Universidade Federal de Lavras Herman Resende Santos, Msc., Universidade Federal de Lavras Coordenação do Workshop técnico/científico Herman Resende Santos, Msc., Universidade Federal de Lavras

Organização

Equipe técnica Emeline de Abreu Pereira Pinto, Universidade Federal de Lavras Everton Leonardo de Almeida, PrêmioIdeia Fernando Fernandes Filho, Universidade Federal de Lavras Guilherme Henrique Alves Borges, Universidade Federal de Lavras Igor Coelho Cunha, PrêmioIdeia Pedro Henrique Alves Pereira, Universidade Federal de Lavras Elías Cotrim, Escola Nacional de Administração Pública Flora Câmara, Escola Nacional de Administração Pública Ivan Guimarães, Escola Nacional de Administração Pública Luís Fernando, Escola Nacional de Administração Pública Avaliação técnica/científica Prof. André Luiz Zambalde, Dr. Prof. Dany Flávio Tonelli, Dr. Prof. José Roberto Pereira, Dr. Prof. Mozar José de Brito, Dr. Prof.a. Silvia Helena Rigatto, Dra. Prof.a. Valéria da Glória Pereira Brito, Dra.

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