congresso fenomenológico existencial

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  • 2

    UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAO E HUMANIDADES

    INSTITUTO DE PSICOLOGIA DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA CLNICA

    LABORATRIO DE FENOMENOLOGIA E ESTUDOS DA PSICOLOGIA DA EXISTNCIA

    ANAIS DO I CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE

    PRTICAS CLNICAS FENOMENOLGICO-EXISTENCIAIS: DILOGOS ENTRE A CLNICA E

    A FILOSOFIA

    BRASIL RIO DE JANEIRO

    2012

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    UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Reitor: Ricardo Vieiralves de Castro

    Vice-reitor: Paulo Roberto Volpato Dias

    Sub-reitoria de Graduao: Len Medeiros de Menezes

    Sub-reitoria de Ps-Graduao e Pesquisa: Monica da Costa Pereira Lavalle Heilbron

    Instituto de Psicologia

    Diretora: Rita Maria Manso de Barros

    Vice-diretora: Marcia Mota

    Departamento de Psicologia Clnica

    Chefe: Marco Antonio Coutinho Jorge

    Sub-Chefe: Sonia Alberti

    Laboratrio de fenomenologia e estudos da psicologia da existncia

    Coordenadora: Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo

    CATALOGAO NA FONTE

    UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CEH/A

    C749 Congresso Luso-Brasileiro de prticas clnicas

    fenomenolgico-existenciais (1.: 2012 : Rio de Janeiro).

    Anais do Congresso Luso-Brasileiro de prticas clnicas fenomenolgico-existenciais / Laboratrio de Fenomenologia e Estudos da Psicologia da Existncia (org.). Rio de Janeiro: IFEN, 2012. 185 p.

    ISSN: 2316-6320 Encontro realizado nos dias 24 a 26 de outubro de 2012, com o tema: "Dilogos entre a clnica e a filosofia. 1. Psicoterapia Congressos. 2. Psicologia e

    filosofia Congressos. I. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Laboratrio de Fenomenologia e Estudos da Psicologia da Existncia. II. Ttulo.

    nt CDU 615.851

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    I CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE PRTICAS CLNICAS FENOMENOLGICO-EXISTENCIAIS: DILOGOS ENTRE A

    CLNICA E A FILOSOFIA 24,25 e26 de outubro de 2012

    Promoo e organizao: Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Centro de Produo da UERJ (CEPUERJ) e Projeto do Laboratrio de Fenomenologia e estudos da Psicologia da Existncia da UERJ Coordenao Geral: Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo UERJ Coordenao de Comisso Organizadora: Alexandre Trzan - CRP-RJ Carolina Mendes Campos PUC-Rio e IFEN Elaine Lopez Feijoo - IFEN Fernanda Alt UERJ e IFEN Maria Bernadete Medeiros Fernandes Lessa IFEN Myriam Moreira Protasio UERJ e IFEN Comisso Organizadora: Roberta Rodrigues (IFEN) Fernanda Rimes (IFEN) Fernanda Amaral (IFEN) Vanessa Cunha Magnan (IFEN) Ronald Cromack (IFEN) Carla Portugal (IFEN) Marinete Julianelli (IFEN) Cintia Fraga (IFEN) Comisso Cientfica: Adriano Furtado Holanda - UFPR - Brasil Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo - UERJ Brasil Andr Barata UBI Portugal Ariane Patricia Ewald UERJ - Brasil Carlos Diogenes Cortes Tourinho UFF - Brasil Daniel Sousa ISPA e SPPE - Portugal

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    Irene Borges Universidade de vora - Portugal Luiz Damon Santos Moutinho UFPR - Brasil Marco Antonio Casanova - UERJ - Brasil Roberto Novaes de S UFF - Brasil Victor Amorim ISPA e SPPE - Portugal Virginia Moreira - UNIFOR - Brasil Consultores Ad hoc: Alessandro Gemino (UFF) Alexandre Cabral (UERJ e IFEN) Carolina Mendes Campos (PUC-Rio e IFEN) Carolina Dhein (UERJ e IFEN) Crisstomo Lima (ISAT e IFEN) Cristine Mattar (UFF) Dbora Gill (PUC-Rio) Elaine Feijoo (IFEN) Fernanda Alt (UERJ e IFEN) Jean Marlos (UFMA) Juliana Vendrusculo (UNAERPe UNIP) Lucia Ceclia da Silva (UEM) Luiz Verssimo (UVA e IFEN) Maria Bernadete Lessa (IFEN) Michelle Thieme (UERJ e IFEN) Myriam Protasio (UERJ e IFEN) Vanessa Cunha Magnan (UERJ e IFEN) Coordenao de edio dos anais: Danilo Suassuna (ITGT) Fernanda Alt (UERJ- IFEN ) Carolina Mendes Campos (PUC-Rio IFEN) Reviso dos anais: Roberta Rodrigues e Cintia Fraga Monitores: Paulo Victor Rodrigues da Costa Rodolfo Rodrigues de Souza Tatiana Rodrigues Marta Velasques Miguel da Silva Leal Neto Amanda Carvalho Barreto Marcia Regina de Freitas Victor Portavales Silva Gabriela Rocha Santos Juliana Ramos Ribeiro

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    Isabela Tamis Assis Mendes Fernanda Pinto Miranda Tradutora (italiano): Rebeca Furtado (UERJ) Apoio: UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) IP (Instituto de Psicologia) IFEN (Instituto de Psicologia Fenomenolgico-Existencial do Rio de Janeiro) SPPE- (Sociedade Portuguesa de Psicoterapia Existencial) CRP-05 (Conselho Regional de Psicologia Rio de Janeiro) CEPUERJ (Centro de Produo da UERJ) Que Mais Comunicao Ressalva: Os resumos aqui exibidos foram publicados na ntegra e no passaram por reviso, j que os textos so de inteira responsabilidade de seus autores.

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    Carta de Apresentao Portuguesa

    A abordagem fenomenolgico existencial em psicologia clnica e em psicoterapia tem j um percurso de dcadas em Portugal. Inicialmente esteve centrado no ISPA Instituto Superior de Psicologia Aplicada, de Lisboa, no qual foram desenvolvidos diversos trabalhos de investigao e publicao, sob coordenao dos Professores Jos A Carvalho Teixeira e Victor Amorim Rodrigues. A elaborao do Mestrado em Relao de Ajuda Perspectivas da Psicoterapia Existencial foi o culminar desse investimento acadmico, curso que contou j na altura com a participao prestigiante de colegas de filosofia e tambm de colegas brasileiros. Em 2006, foi dado um passo crucial ao ser criada a SPPE Sociedade Portuguesa de Psicoterapia Existencial que veio colmatar uma lacuna na formao cientfica em Portugal, uma vez que s a partir desse momento, passou a ser possvel realizar formao profissional em psicoterapia existencial. O curso da SPPE, de 4 anos durao e que segue as recomendaes da European Association of Psychotherapy, tem tido uma articulao particular com a chamada Escola Britnica de psicoterapia existencial, no qual colegas ingleses de reputao internacional tm tido uma participao de primordial importncia. Esta iniciativa o Primeiro Congresso Luso-Brasileiro de Prticas Clnicas Fenomenolgico-Existenciais , que nos rene hoje pela primeira vez, colegas brasileiros e portugueses, no quadro de um encontro cientfico especificamente dedicado abordagem dos temas da psicoterapia existencial, com uma regularidade que se projecta ser bienal, um passo natural, muito embora particularmente importante, para um novo movimento, que se pretende impulsionar, de enlace e proximidade entre duas comunidades de profissionais, interpretadas pelas sociedades dos respectivos pases o IFEN Instituto de Psicologia Fenomenolgico-Existencial do Rio de Janeiro e a SPPE. No mbito destes congressos luso-brasileiros que hoje, e durante os prximos dias, tm a sua primeira edio, nesta bela cidade do Rio de Janeiro, espera-se que a abertura de novas perspectivas de investigao cientfica, de desenvolvimento acadmico, de saber-fazer clnico, sejam delineados por profissionais de ambos os pases, abrindo possibilidades de mtuas aprendizagens e de caminho conjunto. Este primeiro congresso luso-brasileiro de prticas clnicas fenomenolgico-existenciais uma parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o Laboratrio de Fenomenologia e Estudos da Psicologia da Existncia desta universidade, o Instituto de Psicologia Fenomenolgico-Existencial do Rio de Janeiro (IFEN). A todos prestamos agradecimento pela magnfica organizao do evento. Os dados esto, portanto, lanados. Votos de bons trabalhos! Daniel Sousa e Andr Barata

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    Carta de Apresentao Brasileira

    A Universidade do Estado do Rio de Janeiro como um espao de constituio universal do saber vem, no ano de 2012, abrir um campo perspcuo de debates em uma perspectiva muito pouco divulgada no seio da Psicologia. No h como deixar de sermos eternamente gratos pela oportunidade que esta Universidade gratuitamente nos oferece, tornando possvel um rico e prolfero intercmbio de conhecimentos na rea por meio dos estudos e das pesquisas desenvolvidos pelos participantes. O Instituto de Psicologia Fenomenolgico-Existencial (IFEN), entidade sem fins lucrativos, fundada por psiclogos cariocas no ano de 1996, surgiu com o nico propsito de pesquisar, desenvolver e divulgar esse modo de se pensar e colocar em prtica a Psicologia. E, com entusiasmo e alegria que junto a Sociedade Portuguesa de Psicoterapia Existencial (SPPE) estamos transformando o sonho em realidade - I Congresso Luso-Brasileiro de prticas clnicas fenomenolgico-existenciais. Inauguramos assim um encontro da comunidade brasileira com a comunidade portuguesa em um tema que nos tem sido caro: a psicologia de inspirao fenomenolgico-existencial. No foi de forma fortuita que escolhemos as pedras portuguesas como smbolo deste primeiro Congresso. Mas para podermos marcar simbolicamente a unio Brasil-Portugal, presente em nosso encontro, elegemos como signo do Congresso os mosaicos portugueses. Entendemos que essas pedras so presena marcante nas caladas do Rio de Janeiro e ali eternizaram o elo entre os lusitanos e os brasileiros. A Cidade do Rio de Janeiro, cantada pelos poetas como maravilhosa e que agrega a sua paisagem natural a beleza do mosaico produzido pelo homem em suas caladas, vai sitiar esse encontro pioneiro de estudiosos portugueses e brasileiros das temticas existenciais na clnica psicolgica. Esses mosaicos encontrados em diferentes cidades brasileiras com diversas cores podem ser apreciados na cidade maravilhosa, predominante, nas cores preto e branco. Foi o brasileiro Roberto Burle Max quem projetou as nossas caladas ornamentadas pelos mosacos portugueses e foram os mestres calceteiros vindos de Portugal que no sculo XIX orquestraram a confeco do famoso calado da praia de Copacabana entre outros espaos pblicos menos famosos, porm no menos importantes. O I Congresso Luso Brasileiro vem do mesmo modo que vieram as pedras portuguesas em uma tentativa de manter o elo que une os portugueses e brasileiros, agora no mais por meio as caladas, mas por meio ao saber. Saber este que do mesmo modo que as pedras portuguesas no s embelezam a cotidianidade hodierna da existncia como tambm trazem ao existir a possibilidade de ir e vir, ou seja, de caminhar mais livremente.

  • 9

    Queremos concluir falando do nosso orgulho por iniciarmos esta parceria Brasil-Portugal nos estudos em Psicologia Fenomenolgico-Existencial, e de nossa torcida para que a este primeiro encontro venha a se somar um segundo, um terceiro, um quarto... Desejamos a todos que este evento seja profcuo em provocar inquietaes acerca do nosso modo cotidiano de fazermos clnica em Psicologia, abrindo espao para que nossos estudos e pesquisas se tornem clssicos, tal como, as pedras portuguesas tambm se tornaram clssicas em solo brasileiro.

    Rio de Janeiro, 24 de outubro de 2012. Equipe IFEN

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    Sumrio PALESTRANTES CONVIDADOS ..................................................................................................... 19

    PSICOLOGIA E PSICOPATOLOGIA FENOMENOLGICA: PRIMEIRAS LEITURAS NO BRASIL. .... 20

    EXISTNCIA, CLNICA E CONFISSO: SOBRE A SUPERAO DA MORAL NA PSICOLOGIA DE

    ORIENTAO FENOMENOLGICO-EXISTENCIAL. ................................................................... 21

    REFORMA PSIQUITRICA BRASILEIRA: APROXIMAES COM A PSICOLOGIA EXISTENCIAL E A

    PSICOLOGIA HUMANISTA ........................................................................................................ 22

    ESPECIFICIDADES DAS CRISES EXISTENCIAIS CONTEMPORNEAS E A CLNICA PSICOLGICA

    EXISTENCIAL ............................................................................................................................ 23

    FENOMENOLOGIA DOS SENTIMENTOS SOCIAIS E A TEMPORALIDADE .................................. 24

    HOMEM-SEM-KSMOS E CORPOS PS-AFETOS: DESAFIOS CONTEMPORNEOS AO

    PENSAMENTO DE CARL ROGERS ............................................................................................. 25

    A FENOMENOLOGIA DA AFETIVIDADE EM MICHEL HENRY: FUNDAMENTOS PARA A

    PSICOLOGIA CLNICA ............................................................................................................... 26

    A RELAO AFETIVA-CRIATIVA NA PERSPECTIVA EXISTENCIAL E A TEORIA EXISTENCIAL DA

    PERSONALIDADE NA OBRA DE LUIGI MARCHI ........................................................................ 27

    MUNDO COMPARTILHADO E PSICOTERAPIA DE GRUPO: APROXIMAES HEIDEGGERIANAS

    CLNICA ................................................................................................................................. 28

    SAUDADE E MELANCOLIA: NARRATIVAS DE "ESTRANHAMENTOS EMOCIONAIS" ................. 29

    A CRTICA AO PSICOLOGISMO E A CRISE DA HUMANIDADE EUROPIA NA FENOMENOLOGIA

    DE HUSSERL ............................................................................................................................. 30

    MODALIDADES DE PRTICA PSICOLOGICA: A AO CLNICA E OS PRESSUPOSTOS

    FENOMENOLGICOS EXISTENCIAIS ........................................................................................ 31

    ENTRE A DISPONIBILIDADE E A VULNERABILIDADE: REFLEXES SARTRIANAS SOBRE O AMOR

    E A INTIMIDADE ....................................................................................................................... 32

    A VIVNCIA NA PSICOTERAPIA DE GRUPO: UMA PESQUISA QUALITATIVA FENOMENOLGICA

    ................................................................................................................................................. 33

    FINITUDE E SER-COM:UMA ONTOLOGIA DAS RELAES NO CONTEMPORNEO ................. 34

    A OBRA A DOENA MORTAL DE ANTI-CLIMACUS E SUAS CONTRIBUIES PARA A

    PSICOLOGIA ............................................................................................................................. 35

  • 11

    PSICOTERAPIA EXISTENCIAL: ANLISE GENTICO-FENOMENOLGICA DA EXISTNCIA ........ 36

    FUNDAMENTOS HISTRICOS E EPISTEMOLGICOS DA CLNICA DA ATENO PSICOSSOCIAL

    A PARTIR DA FENOMENOLOGIA E DO EXISTENCIALISMO....................................................... 37

    A ABORDAGEM GESTLTICA, A CONTEMPORANEIDADE E SUAS IMPLICAES SOCIAIS ....... 38

    O PROJETO FENOMENOLGICO BANQUETE FILOSFICO; ONDE O CINEMA VAI MESA.. 39

    SARTRE: PARA UMA FENOMENOLOGIA EXISTENCIAL ............................................................ 40

    PRTICAS DA PSICOTERAPIA EXISTENCIAL EM PORTUGAL E NO BRASIL: ALGUNS DADOS

    COMPARATIVOS ...................................................................................................................... 41

    O QUE NA DOR DO OUTRO ACALMA A MINHA? A ESCOLHA DA PSICOLOGIA COMO

    PROFISSO: A POSSIBILIDADE DA ESCUTA DE SI MESMO - UMA LEITURA GESTLTICA ........ 42

    DASEINSANLISE NOS DIAS ATUAIS: REINVENTANDO A CLNICA PSICOLGICA NA ERA DA

    TCNICA ................................................................................................................................... 43

    CONCEITOS FUNDAMENTAIS PARA A TERAPIA EXISTENCIAL - VIVNCIA, DESEJO E

    COMPREENSO ....................................................................................................................... 44

    A COMPREENSO EM JEAN-PAUL SARTRE E SUAS POSSIBLIDADES ....................................... 45

    PSICANLISE EXISTENCIAL EM J-P SARTRE: ARTICULANDO AS NOES DE M-F E

    ALIENAO COMO FORMA DE COMPREENSO DO SOFRIMENTO PSQUICO ....................... 46

    CONTRIBUIES DA TEORIA DE CAMPO DE KURT LEWIN PRTICA DE GRUPOS EM

    GESTALT-TERAPIA .................................................................................................................... 47

    ALGUMAS CONSIDERAES DA FENOMENOLOGIA EXISTENCIAL PARA A AO PSICOLGICA

    NA PRTICA E NA PESQUISA EM INSTITUIES ...................................................................... 48

    O TEMPO PRESENTE. DANIEL STERN E A FENOMENOLOGIA EXISTENCIAL ............................. 49

    MUNDO DA VIDA E VIDA FINANCEIRA: A PSICOLOGIA FENOMENOLGICA FRENTE

    CULTURA DO ENDIVIDAMENTO E DO CONSUMISMO ............................................................ 50

    A CLNICA DO MORRER E DO LUTO ......................................................................................... 51

    HERMENUTICA E ANLISE DA RELAO EXISTENCIAL .......................................................... 52

    PSICOLOGIA CLNICA E INSTITUCIONAL E FENOMENOLOGIA EXISTENCIAL: SOBRE A

    FORMAO DO ALUNO DE GRADUAO ............................................................................... 53

    ALGUMAS CONSIDERAES SOBRE A EXPERINCIA RELIGIOSA EM RUDOLF OTTO E EM

    KIERKEGAARD .......................................................................................................................... 54

    EXISTNCIA E TRANSITORIEDADE: PRINCPIOS E FUNDAMENTOS DE UMA PSICOLOGIA COM

    BASES DASEINSANALTICAS ..................................................................................................... 55

  • 12

    FENOMENOLOGIA, ARTE E CLNICA NA COMUNIDADE .......................................................... 56

    O UNIVERSAL E O SINGULAR NA PSICOLOGIA KIERKEGAARDIANA ........................................ 57

    DIVERSAS POSSIBILIDADES DA CLNICA AMPLIADA EM UM ENFOQUE FENOMENOLGICO . 58

    HERMENUTICA E PSICOTERAPIA: DA NARRAO AO NARRADOR ....................................... 59

    A ANGSTIA ENTRE A TONALIDADE AFETIVA FUNDAMENTAL E O TRANSTORNO PSQUICO:

    HEIDEGGER E BOSS.................................................................................................................. 60

    AS DISPOSIES AFETIVAS FUNDAMENTAIS E A SINGULARIZAO DA EXISTNCIA:

    CONTRIBUIES HEIDEGGERIANAS PARA A PSICOTERAPIA ................................................... 61

    SARTRE E O PAPEL DA RAZO NA CONVERSO DO HOMEM AUTNTICO ............................. 62

    A CONSTITUIO DA PSICOLOGIA FENOMENOLGICA NA FENOMENOLOGIA DE EDMUND

    HUSSERL .................................................................................................................................. 63

    O TRAJECTO DE IMPLEMENTAO DA PSICOTERAPIA EXISTENCIAL NO CONTEXTO CULTURAL

    PORTUGUS ............................................................................................................................ 64

    A RELAO DE IMPLICAO (E NO DE APLICAO) ENTRE AS FENOMENOLOGIAS

    FILOSFICA E CLNICA: O OLHAR DE ARTHUR TATOSSIAN ..................................................... 65

    PERSPECTIVA FENOMENOLGICA-EXISTENCIAL DA GESTALT-TERAPIA: PSICOTERAPIA DO

    TEMPO VIVIDO ........................................................................................................................ 66

    QUANDO O TERAPEUTA ADOECE EXISTENCIALMENTE .......................................................... 67

    RESUMO DAS APRESENTAES EM MESA REDONDA ................................................................ 68

    ANGSTIA EM HEIDEGGER E NA CLNICA ............................................................................... 69

    SARTRE E PIRANDELLO: A FENOMENOLOGIA DO ESPAO E DAS RELAES INTERSUBJETIVAS

    A PARTIR DO TEATRO .............................................................................................................. 70

    O ESPECIALISMO PSI CONTEMPORNEO E A BUSCA POR UM CIENTIFICISMO

    (DES)NAUSEANTE: UMA ANLISE SARTREANA ....................................................................... 71

    SANIDADE E ADOECIMENTO PSQUICO: COMPREENSES INSPIRADAS NOS PENSAMENTOS

    DE MARTIN HEIDEGGER .......................................................................................................... 72

    UMA INTERPRETAO FENOMENOLGICO-HERMENUTICA DAS COMPULSES NA ERA DA

    TCNICA ................................................................................................................................... 73

    DEPENDNCIA QUMICA E NEGAO DA LIBERDADE: UM ESTUDO DE CASO SOB A TICA

    KIERKGAARDIANA.................................................................................................................... 74

    A FENOMENOLOGIA DA VIDA EM MICHEL HENRY NO SUL DO BRASIL: FECUNDOS CAMINHOS

    INTERDISCIPLINARES ............................................................................................................... 75

  • 13

    A FENOMENOLGIA DA VIDA DE MICHEL HENRY NO INSTITUTO DE PSICOLOGIA DA

    UNIVERSIDADE DE SO PAULO ............................................................................................... 76

    POR UMA FENOMENOLOGIA DA CRISE PSQUICA GRAVE ...................................................... 77

    OS DESAFIOS DA CLNICA DA ATENO PSICOSSOCIAL E AS CONTRIBUIES DA

    FENOMENOLOGIA ................................................................................................................... 78

    CUIDAR DE QUEM CUIDA: TRABALHO DE GRUPO COM AGENTES REDUTORES DE DANOS ... 79

    COMENTRIOS DE MEDARD BOSS SOBRE TERAPIA DE GRUPO: PSICANLISE E

    DASEINSANALYSE DE GRUPOS ................................................................................................ 80

    FRIDA E O AMOR: ANLISE EXISTENCIAL DE SUA BIOGRAFIA DE ACORDO COM JEAN-PAUL

    SARTRE .................................................................................................................................... 81

    AS ESPECIFICIDADES DA COMUNIDADE RELIGIOSA NA OBRA DE EDITH STEIN ...................... 82

    MEMRIA E FUNDAMENTOS DA POSSIBILIDADE DE REPARAO DE DANOS ....................... 83

    EXPERINCIA PSICOTERAPUTICA DE ELABORAO DA DEPENDNCIA E DEFICINCIA ........ 84

    O SOFRIMENTO PSQUICO GRAVE NO CONTEXTO DA RELIGIO PENTECOSTAL E

    NEOPENTECOSTAL - REPERCUSSES DA RELIGIO NA FORMAO DO TIPO PSICTICA ..... 85

    A PRTICA CLNICA NA UNIVERSIDADE: ENTRE DESVIOS E DESAFIOS DA EXPERINCIA DE

    ENSINAR GESTALT-TERAPIA .................................................................................................... 86

    SUPERVISO EM GESTALT TERAPIA NA UNIVERSIDADE: DA F()RMA BOA FORMA .......... 87

    PSICOTERAPIA FENOMENOLGICA E A GUARDA DO ESPAO DE ALTERIDADE:

    SEDIMENTAO E TENSO NO CONTEXTO CLNICO .............................................................. 88

    SARTRE: O ENREDO EMOCIONAL ............................................................................................ 90

    DO CONTRIBUTO DA FILOSOFIA DAS FORMAS SIMBLICAS PARA UMA LEITURA

    FENOMENOLGICO-EXISTENCIAL DAS PSICOTERAPIAS ......................................................... 91

    ATENO CLNICA E PENSAMENTO MEDITANTE: CONTRIBUIES PARA A FORMAO DO

    PSICLOGO CLNICO FENOMENOLGICO-EXISTENCIAL ......................................................... 92

    TODA A VIDA NO CORPO: O SENTIDO DO PROCESSO EXPERIENCIAL ................................. 93

    UMA ABORDAGEM FENOMENOLGICO-EXISTENCIAL DA INTERVENO DE RUA ................ 94

    PSICOTERAPIA EXISTENCIAL COM CRIANAS E JOVENS DESCOBRINDO EM CONJUNTO

    ESCOLHA, LIBERDADE E RESPONSABILIDADE .......................................................................... 95

    SESSO COORDENADA ................................................................................................................ 96

    O ADOECIMENTO PSQUICO NA CONTEMPORANEIDADE E O MITO DA PRODUTIVIDADE .... 97

  • 14

    PRTICA PSICOLGICA EM SADE: ATENO E CUIDADO ..................................................... 98

    A FORA DOS ENCONTROS AFETIVOS NA CLNICA PARA A EXPERINCIA PESSOAL DO

    PSICLOGO .............................................................................................................................. 99

    CLNICA E CONTEMPORANEIDADE: A CONSTITUIO DA SUBJETIVIDADE NO CONTEXTO DO

    MULTICULTURALISMO .......................................................................................................... 100

    HEIDEGGER E GADAMER: REFLEXES FENOMENOLGICO-HERMENUTICAS NA CLNICA

    PSICOLGICA ......................................................................................................................... 101

    CONSIDERAES TERICAS ACERCA DAS CONTRIBUIES DO PENSAMENTO SARTREANO

    CLNICA GESTLTICA ............................................................................................................. 102

    SUPERVISO DE ESTGIO E ATITUDE PSICOTERAPUTICA NUMA PERSPECTIVA EXISTENCIAL

    ............................................................................................................................................... 103

    PSICODIAGNSTICO COLABORATIVO: CONTRIBUIES DA PERSPECTIVA FENOMENOLGICA

    EXISTENCIAL .......................................................................................................................... 104

    INTERVENO PSICOLGICA NAS DELEGACIAS DA MULHER: H ESPAO? ......................... 105

    PSICODIAGNSTICO INTERVENTIVO: MODALIDADE DE ATENO E CUIDADO ................... 106

    IDEAIS SIMMELERIANAS SOBRE AS INFLUNCIAS DO DINHEIRO NA SUBJETIVIDADE:

    CONTRIBUIES PARA A PSICOLOGIA CLNICA ..................................................................... 107

    CORPO E BELEZA: UMA ANLISE SOBRE A EXPERINCIA DO CORPO NA

    CONTEMPORANEIDADE ........................................................................................................ 108

    A FINITUDE NA CONTEMPORANEIDADE LUZ DE JOS SARAMGO: AS INTERMITNCIAS DA

    MORTE ................................................................................................................................. 109

    UMA DISCUSSO SOBRE A FELICIDADE NA ERA DA TCNICA ............................................... 110

    ATENDIMENTO EM GRUPO FENOMENOLGICO PARA VTIMAS DE VIOLAO DOS DIREITOS

    HUMANOS ............................................................................................................................. 111

    DA INSEPARABILIDADE ENTRE SOCIAL-CLNICA: A EXPERINCIA DE VOLUNTARIADO E A

    PSICOLOGIA FENOMENOLGICA .......................................................................................... 112

    FERIDA QUE NO FECHA: TRATANDO ADULTOS VTIMAS DE VIOLNCIA SEXUAL INFANTIL NA

    PERSPECTIVA FENOMENOLGICA ........................................................................................ 113

    DIFERENTES CONCEPES DE EMPATIA: CONTRIBUIES DA FENOMENOLOGIA DE MICHEL

    HENRY .................................................................................................................................... 114

    EMPATIA E ESTRUTURA DA PESSOA HUMANA NA FENOMENOLOGIA DE EDITH STEIN E NA

    PSICOTERAPIA ....................................................................................................................... 115

  • 15

    FENOMENOLOGIA E GRUPOS: EXPERINCIA DE UM GRUPO TERAPUTICO COM

    ADOLESCENTES EM INSTITUIO DE SADE ........................................................................ 116

    RELATO DE UM ATENDIMENTO HBRIDO: ENTRE O CONSULTRIO E O ACOMPANHAMENTO

    TERAPUTICO ........................................................................................................................ 117

    O EXISTIR ESQUIZOFRENICO NA PERSPECTIVA DASEINSANALTICA DE MEDARD BOSS ....... 118

    A PRTICA DO PSICLOGO E O CUIDADO: A EXPERINCIA VIVIDA NUMA CLNICA-ESCOLA DE

    FORTALEZA ............................................................................................................................ 119

    PLANTO PSICOLGICO EM DELEGACIAS ESPECIALIZADAS DE ATENDIMENTO A MULHER:

    UMA COMPREENSO FENOMENOLGICA EXISTENCIAL ...................................................... 120

    A ANALTICA DO SENTIDO ENQUANTO MTODO NA PESQUISA EM CLNICA

    FENOMENOLGICA EXISTENCIAL.......................................................................................... 121

    QUANDO A CEGONHA VEM? REFLEXES ACERCA DE HOMENS QUE VIVENCIAM A

    INFERTILIDADE ...................................................................................................................... 122

    NARRATIVA COMO RESGATE DO VIVIDO .............................................................................. 123

    CASO LUANA: UMA COMPREENSO DA EXPERINCIA VIVIDA DE DEPRESSO NA

    PERSPECTIVA DE ARTHUR TATOSSIAN .................................................................................. 124

    REVISANDO OS PRESSUPOSTOS BSICOS DA TEORIA DE LUDWIG BINSWANGER APLICADOS

    PSICOPATOLOGIA ............................................................................................................... 125

    O INCONSCIENTE NAS FENOMENOLOGIAS FILOSFICA E CLNICA: UM OLHAR A PARTIR DE

    ARTHUR TATOSSIAN .............................................................................................................. 126

    A PRTICA PSICOLGICA COM ADOLESCENTES AUTORES DE ATOS INFRACIONAIS, LUZ DA

    ONTOLOGIA HEIDEGGERIANA ............................................................................................... 127

    A PSICOTERAPIA DA CRIANA, POR UM FIO ......................................................................... 128

    PLANTO PSICOLGICO E A CLNICA-ESCOLA: UM OLHAR FENOMENOLGICO SOBRE A

    EXPERINCIA CLNICA ............................................................................................................ 129

    A CONSTRUO ARTESANAL DO FAZER CLNICO SOB O ENFOQUE DA GESTALT TERAPIA .. 130

    SARTRE E A PSICOTERAPIA EXISTENCIAL ............................................................................... 131

    A RESISTNCIA SILENCIOSA DO TRABALHO DA PSICOTERAPIA COM O ENFOQUE

    DASEINSANALTICO ............................................................................................................... 132

    SARTRE E A PSICOLOGIA: UM DILOGO A PARTIR DA TRAJETRIA EXISTENCIAL DE LUCIEN

    FLEURIER ............................................................................................................................... 133

  • 16

    A RELAO DIALGICA COMO RECURSO DE APRENDIZAGEM: O ENCONTRO NA FORMAO

    ACADMICA ........................................................................................................................... 134

    USO DE DROGAS NA TICA DO EXISTENCIALISMO SARTRIANO ........................................... 135

    ANALISE DA ESCOLHA PROFISSIONAL (AEP) ......................................................................... 136

    CONSIDERAES DE HUSSERL SOBRE A CRISE EUROPEIA DO PERODO ENTRE GUERRAS .. 137

    O SER E A POSSIBILIDADE DA PRPRIA MORTE:OS ASPECTOS EXISTENCIAIS DO FENMENO

    SUICDIO ................................................................................................................................ 138

    O PLANTO PSICOLGICO COMO UMA PRTICA DO CUIDADO EM SADE: REFLEXES

    FENOMENOLGICAS ............................................................................................................. 139

    EFEITOS DA DESCRIO FENOMENOLGICA EM UM GRUPO DE TERAPIA .......................... 140

    EM BUSCA DO SENTIDO DA VIDA:......................................................................................... 141

    ESTUDO DE CASO EMBASEADO NA LOGOTERAPIA DE VIKTOR FRANKL ............................... 141

    EXPERINCIAS DA PERDA DE UM FILHO COM CNCER INFANTIL: REFLEXES SOBRE VIDA E

    MORTE. .................................................................................................................................. 142

    ALMA, CORPO E CONSCINCIA: CONVERSAS ENTRE MERLEAU-PONTY E A PSICOLOGIA .... 143

    O SER CRIANA NO CENRIO DA INFNCIA PS-MODERNA HIPER-REALIZADA .................. 144

    INDUO E INTUIO DE ESSNCIAS: SOBRE A RELAO ENTRE FENOMENOLOGIA E

    EDUCAO ............................................................................................................................ 145

    FENOMENOLOGIA E MUSICOTERAPIA: CONTRIBUIES PARA A DESCONSTRUO DE UM

    PSICODIAGNSTICO EM TDAH .............................................................................................. 146

    A VIVNCIA DO LUTO NA ADOLESCNCIA ............................................................................. 147

    UM ESTUDO FENOMENOLGICO SOBRE OS DIVERSOS OLHARES DA INCLUSO ESCOLAR NO

    MUNICPIO DE FRANCA. ........................................................................................................ 148

    UM ESTUDO DE CASO: A FENOMENOLOGIA EXISTENCIAL NO ATENDIMENTO LUDOTERPICO

    ............................................................................................................................................... 149

    SENTIDOS INDESCRITVEIS: ANLISE DE CASOS LUZ DA FENOMENOLOGIA EXISTENCIAL EM

    ACONSELHAMENTO .............................................................................................................. 150

    REFLEXES FENOMENOLGICO-EXISTENCIAIS DO SUICDIO DE IDOSOS NO RN ................. 151

    PSICOTERAPIA EXISTENCIAL COM CRIANAS:UMA POSSIBILIDADE DE ATUAO ............... 152

    ENTRE A RESISTNCIA DO CLIENTE E A ANGSTIA DO PSICOTERAPEUTA: CAMINHOS E

    DESCAMINHOS ...................................................................................................................... 153

  • 17

    EDUCAR COM CUIDADO: REFLEXES FENOMENOLGICAS SOBRE AS DITAS DIFICULDADES

    DE APRENDIZAGEM ............................................................................................................... 154

    PSICOTERAPIA FENOMENOLGICO-EXISTENCIAL: ALGUMAS REFLEXES INICIAIS A PARTIR

    DE FRAGMENTOS DE UM DISCURSO CLNICO....................................................................... 155

    DILOGOS E DESAFIOS ENTRE HOMEM E ROBS-HUMANOIDES: UMA PERSPECTIVA SOCIAL

    DA ABORDAGEM EXISTENCIAL .............................................................................................. 156

    DEIXOU O CORPO EM CASA E FOI PARA A TERAPIA: O CORPO SEGUNDO PSICLOGOS ..... 157

    PLANTO PSICOLGICO E AO POLTICA ........................................................................... 158

    GRUPO DE ATENO PSICOLGICA NA ATENO SECUNDRIA SADE .......................... 159

    SUPERVISO DE SUPERVISO COMO METODOLOGIA INVESTIGATIVA, CLNICA,

    INVESTIGATIVA, EDUCACIONAL E TICO-POLTICA ............................................................... 160

    PLANTO PSICOLGICO NA COMUNIDADE: ATENO PSICOLGICA NA PLURALIDADE DO

    CONTEXTO SOCIAL ................................................................................................................ 161

    EMOES EM CONTEXTO DA PSICOTERAPIA FENOMENOLOGICA EXISTENCIAL ................. 162

    PSYCHOTHERAPY PROCESS Q-SET (PQS): UMA PERSPECTIVA FENOMENOLGICO-

    EXISTENCIAL .......................................................................................................................... 163

    FENOMENOLOGIA DA VIDA EM MICHAEL HENRY NA PSICOTERAPIA E NO ATELI DE PINTURA

    ............................................................................................................................................... 164

    UMA ANALISE EXISTENCIAL SOBRE AS REDES SOCIAIS E AS RELAES HUMANAS NA

    CONTEMPORANEIDADE ........................................................................................................ 165

    O MEDO SEM RAZO ............................................................................................................ 166

    PSICOLOGIA, CINCIA E PENSAMENTO DO SER: UMA REFLEXO SOBRE O SER DA

    PSICOLOGIA A PARTIR DO HEIDEGGER II .............................................................................. 167

    PLANTO PSICOLGICO COMO MODALIDADE DE PRTICA CLNICA A INSTITUIES JURDICA

    E HOSPITALAR ....................................................................................................................... 168

    POSTER ...................................................................................................................................... 169

    O CORPO EM MERLEAU-PONTY: O CASO CLNICO DE MARIA .............................................. 170

    A PRTICA CLNICA FENOMENOLGICA-EXISTENCIAL NA CENTRAL DE APOIO S MEDIDAS E

    PENAS ALTERNATIVAS (CEAPA) ............................................................................................. 171

    KUNG FU PANDA II: UM ESTUDO DE CASO ATRAVS DA FILOSOFIA FENOMENOLGICO-

    EXISTENCIAL .......................................................................................................................... 172

  • 18

    ANLISE DA FBULA O CAVALEIRO PRESO NA ARMADURA LUZ DA PSICOTERAPIA

    FENOMENOLGICA-EXISTENCIAL ......................................................................................... 173

    A PSICO(PATO)LOGIA SOB O OLHAR DA FENOMENOLOGIA EXISTENCIAL ......................... 174

    UM OLHAR FENOMENOLGICO SOBRE O SENTIDO DA FINITUDE PARA PROFISSIONAIS DE

    SADE .................................................................................................................................... 175

    A EXPERINCIA DE PACIENTES EM UMA UNIDADE HOSPITALAR PARA QUEIMADOS:

    NARRATIVAS COMPREENSIVAS ............................................................................................. 176

    EU SEM TU: UMA ABORDAGEM FENOMENOLGICA DO LUTO ........................................... 177

    TEMAS FUNDAMENTAIS DA FENOMENOLOGIA APLICADOS AO CONTEXTO DO PLANTO . 178

    DO CONTATO ADESO AO TRATAMENTO DA EPILEPSIA: UM ESTUDO FENOMENOLGICO

    ............................................................................................................................................... 179

    CONSTRUO DE UM INSTRUMENTO DE AUTOAVALIAO SOBRE A RELAO

    PROFISSIONAL DE SADE-PACIENTE ..................................................................................... 180

    PSICOPATOLOGIA E FENOMENOLOGIA: UM MODO DE COMPREENSO ............................. 181

    PODEMOS (NO) FALAR SOBRE SUICDIO? ........................................................................... 182

    RELATO DE EXPERINCIA DE PLANTO PSICOLGICO COM ESTUDANTES DE MEDICINA DA

    UFRN ...................................................................................................................................... 183

    A POSTURA FENOMENOLGICA NA CONTEMPLAO DO OUTRO: UMA PERSPECTIVA DA

    GESTALT-TERAPIA .................................................................................................................. 184

    A PSICOLOGIA CLNICA SOB O OLHAR FENOMENOLGICO-EXISTENCIAL ............................ 185

    A LUTA PARA PODER SER AS SUAS POSSIBILIDADES EXISTENCIAIS ...................................... 186

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    PALESTRANTES CONVIDADOS

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    PSICOLOGIA E PSICOPATOLOGIA FENOMENOLGICA: PRIMEIRAS LEITURAS NO BRASIL.

    Adriano Furtado Holanda (Laboratrio de Fenomenologia e Subjetividade, UFPR).

    A proposta deste trabalho apresentar o projeto de pesquisa sobre as razes do pensamento fenomenolgico no Brasil, e busca traar o panorama da chegada, desenvolvimento e ramificaes da Fenomenologia em solo brasileiro, a partir do destaque aos temas, obras e nomes dos primeiros leitores e difusores do pensamento fenomenolgico no pas. A Fenomenologia somente ganha destaque no Brasil, a partir da dcada de 1940, com o que se chama de iderio existencialista, em duas vertentes: uma, de reflexo filosfica, e outra; de reflexo psicolgica, com significativas repercusses na psiquiatria. Nesta segunda vertente surgem seus primeiros leitores: Nilton Campos e Elso Arruda. Nilton Campos formou-se em Medicina na Faculdade Nacional de Medicina da antiga Universidade do Brasil, voltando-se para a neurologia e a psiquiatria. Aps sua especializao integra a equipe da Colnia de Psicopatas do Engenho de Dentro, onde atua entre 1925 e 1937. A partir de 1944 passa a exercer a ctedra de Psicologia Geral, na Faculdade Nacional de Filosofia, graas a concurso cuja tese foi O Mtodo Fenomenolgico na Psicologia, onde antecipa a potencialidade desse mtodo para a pesquisa psicolgica. Prof. Elso Arruda, em 1933, ingressa na Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, se doutorando em 1941. No ano de 1953, fez Concurso para a Ctedra de Clnica Psiquitrica da Faculdade Nacional de Medicina da Bahia com a Tese Ensaio de Psicologia e Psicopatologia Husserlianas obtendo assim, o Ttulo de Livre Docente de Psiquiatria. Lecionou Psicologia na Escola de Enfermagem Alfredo Pinto e na Faculdade de Educao da Universidade Federal do Rio de Janeiro, bem como foi Professor Titular de Psicologia da Personalidade do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. De sua extensa bibliografia, vale destacar no apenas seus estudos clnicos e psicolgicos, mas alm de uma leitura fenomenolgica a presena de temas atuais para o debate contemporneo em Sade Mental. Em 1975, publica Modelo Mdico e Valores Humanos em Psicoterapia, onde destaca um conjunto de autores fenomenolgicos. Publica ainda A Angstia e o Nada. Estudo ontolgico-fenomenolgico, em 1978; e Patografia de Friedrich Wilhelm Nietzsche (Estudo Ontolgico-Fenomenolgico), de 1985. Palavras-chave: Fenomenologia. Existencialismo. Histria da Psicologia.

  • 21

    EXISTNCIA, CLNICA E CONFISSO: SOBRE A SUPERAO DA MORAL NA PSICOLOGIA DE ORIENTAO FENOMENOLGICO-EXISTENCIAL.

    Alexandre Marques Cabral UERJ/IFEN O presente trabalho tem como intuito primordial assinalar a incompatibilidade essencial entre o carter existencial da condio humana e o carter confessional das prticas clnicas legitimadas por dispositivos tericos de matriz metafsica. Trata-se, portanto, de ensaiar, dentro dos limites temporais de uma exposio oral, uma desconstruo do elemento moral que condiciona tradicionalmente a prtica clnica. Para a consecuo de tal objetivo, lanaremos mo, em um primeiro momento, da anlise foucaultiana acerca da relao de entre verdade e confisso na compreenso hegemnica ocidental da sexualidade (cientia sexualis), elaborada sobretudo em Histria da sexualidade I (Vontade de saber) e em Ditos e escritos V. Com estas consideraes, esclareceremos o que entendemos por carter moral da clnica e assinalaremos como tal elemento se manifesta correntemente na prtica clnica. A partir disto, conquistaremos o solo adequado para empreender uma critica desconstrutiva da relao entre moralidade, clnica e confisso. O princpio norteador deste empreendimento ser o conceito heideggeriano de existncia como presente em Ser e tempo. Como o conceito de existncia retira do ser-a a presena de qualquer elemento ontolgico hispostasiado, como os supsitos metafsicos em geral, tudo o que o ser-a e pode ser decide-se performaticamente no desdobramento temporal da existncia do ser-a. Isto inviabiliza qualquer ideia de retificao existencial do ser-a sustentada por verdades nticas que almejam dar conta aprioristicamente da condio humana. Porquanto toda confessionalidade clnica baseia-se, como assinala Foucault, em verdades de pretenso cientfica (leia-se: absoluta) e como tais verdades condicionam moralmente a existncia humana, com o conceito fenomenolgico de existncia, h a suspenso do poder normatizador (moralizador) da clnica psicolgica. Isto, entretanto, abre espao para se pensar em prticas clnicas no morais (supra-morais) e no normatizadoras, como buscaremos assinalar no final da exposio, com a meno obra A existncia para alm do sujeito, de Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo. Palavras-chave: Confisso, existncia, moralidade; clnica.

  • 22

    REFORMA PSIQUITRICA BRASILEIRA: APROXIMAES COM A PSICOLOGIA EXISTENCIAL E A PSICOLOGIA HUMANISTA

    Alexandre Trzan vila (Mestrando PPGPS/UERJ) As transformaes da assistncia psiquitrica no Brasil encontram-se imersas em contextos scio-histricos precisos, e, portanto, datadas e matizadas por jogos de interesse, relaes entre saberes, poderes, prticas e subjetividades. Entre as reflexes das questes que envolvem a reforma psiquitrica no Brasil temos: o saber mdico, as prticas de excluso social, os interesses das classes dominantes, e tambm temos as contribuies da Psicologia Humanista e da Psicologia Existencial. A Psicologia Humanista defende um modelo de homem, que enfatiza o desenvolvimento das melhores capacidades e potencialidades do ser humano, valorizando o pleno e o saudvel em detrimento assim de modelos deterministas oriundo de generalizaes baseadas em indivduos psicologicamente perturbados. As teorias associadas ao humanismo, como fenomenologia e existencialismo, aparecem sob a denominao de psicologias compreensivas por estarem interessadas no estudo da expressividade e da comunicao. A Psicologia Existencial possui aproximaes com a Humanista porem diferem-se ao analisar a relao entre essncia e existncia, pois para a Psicologia Existencial o homem nada mais do que aquilo que ele faz de si mesmo, ele se projeta no futuro e tem conscincia de estar se projetando. Dentre as diversas aes e tentativas de transformao do espao do hospital psiquitrico sero abordadas e questionadas aquelas com possvel influncia e/ou proximidades com as perspectivas existenciais e humanistas. Entre elas: adoo de medidas participativas e coletivas no hospital psiquitrico, trabalho com grupos, doentes e funcionrios desempenhando tarefas para a instituio, espao de resistncia durante a Segunda Guerra, crtica a segregao e o isolamento do paciente, importncia das relaes familiares e sociais para o paciente psiquitrico, foco em preveno, ou seja, sade mental no lugar de teraputicas de doena mental, declnio de teorias organicistas no lugar da sociologia e da psicologia, percepo do individuo como um sujeito biopsicossocial (um todo indivisvel), critica aos dispositivos de controle e disciplinamento social embutidos nas prticas psiquitricas, influncia da contracultura (movimento hippie, pacifismo, psicodelismo), questionamento sobre o que a doena mental, loucura passando a ser vista como atividade libertria e forte crtica a produo da doena mental enquanto objeto mdico e toda a prtica relacionada (diagnostico, medicalizao e classificao) Palavras-chave: Reforma Psiquiatrica Brasileira, Psicologia Existencial, Psicologia Humanista..

  • 23

    ESPECIFICIDADES DAS CRISES EXISTENCIAIS CONTEMPORNEAS E A CLNICA PSICOLGICA EXISTENCIAL

    Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo ( UERJ/IFEN)

    Na tentativa de encontrarmos outra possibilidade de pensarmos a clnica psicolgica por meio a elementos que escapem as determinaes das cincias naturais, buscamos nos escritos de Heidegger esclarecimentos acerca de como podemos trilhar essa procura. Primeiramente, em Ser e tempo encontramos subsdios para pensar a existncia prescindindo da noo de psiquismo substancializado e assim passaremos a considerar a existncia como se constituindo em fluxo constante em meio ao horizonte histrico em que ela se encontra. Nos escritos de Heidegger a partir de 1929, encontramos as bases para compreender as determinaes presentes em nosso horizonte histrico. Em uma tentativa de corresponder s solicitaes do mundo, abafamos as tonalidades afetivas fundamentais, que nesse mesmo horizonte emergem, surgindo da s crises existenciais prprias ao nosso tempo. Em sntese, pretendemos aproximar-nos da fenomenologia hermenutica para, ento, alcanar elementos que nos permitam pensar as bases de uma clnica psicolgica que parte da ideia de Dasein tal como desenvolvida por Heidegger. Por fim, com esse trabalho, pretendemos abrir espao para uma nova possibilidade de realizao da clnica psicolgica. Palavras-chave: Clnica psicolgica; Heidegger; Dasein; tonalidades afetivas; crises existenciais.

  • 24

    FENOMENOLOGIA DOS SENTIMENTOS SOCIAIS E A TEMPORALIDADE

    Andr Barata (UBI e AFFEN)

    H um conjunto de sentimentos sociais que tem uma longa tradio de submisso ordem das consideraes religiosas sem que, porm, tal dependncia seja forosa, podendo, na verdade, ser tema de uma descrio fenomenolgica religiosamente neutra. Tais sentimentos acabaram por constituir parte significativa do vocabulrio de uma psicologia moral crist, passando assim como se fossem essncia fenomenolgica desta moralidade e como se, fora desta, nem sequer fizesse sentido nome-los. O meu ponto, porm, que uma tal denegao tem um preo demasiado elevado. Por um lado, a fenomenologia das vivncias do remorso, do arrependimento, do perdo abertura a uma verdade que pode ser trazida presena sem, com isso, implicar o compromisso com uma moralidade religiosa. Portanto, recus-la seria como algum fechar os olhos quando posto diante de vivncias cuja realidade , pelo menos em esboo, fenomenologicamente tratvel. Na verdade, como se, partida, nos decidssemos a nos subtrairmos parte das nossas possibilidades mais prprias de vivncia pelo fato, at certo ponto verdadeiro, de que a cultura religiosa crist uma cultura de culpa. Por outro lado, h uma verdade da moralidade religiosa que estar na sua fenomenologia ainda que essa fenomenologia no seja sua seno circunstancialmente. Foi isso que Kierkegaard ter percebido ao apostar numa certa psicologia do pecado como matriz para uma teologia do pecado. Ora, a minha pretenso ser, muito semelhana do que Sartre fez com a vergonha, a culpabilidade e o pecado, no deixar ao discurso religioso-moral o exclusivo do tratamento fenomenolgico de afectos como o arrependimento e o remorso, o perdo e o auto-perdo. Naturalmente, este resgate no se faz a no ser praticando-se fenomenologia, ou seja, indo s coisas elas mesmas. O que proponho ento abordar, numa sequncia de seces, primeiramente os fenmenos do arrependimento e do remorso, vinculando-os intersubjectividade; em segundo lugar, os fenmenos do perdo e do auto-perdo, estendendo aquela primeira vinculao temporalidade; em terceiro lugar, a contraposio entre o remorso e a impenitncia na relao que um e a outra mantm com a temporalidade. Palavras-chave: Sentimentos sociais, remorso, arrependimento, perdo, temporalidade

  • 25

    HOMEM-SEM-KSMOS E CORPOS PS-AFETOS: DESAFIOS CONTEMPORNEOS AO PENSAMENTO DE CARL ROGERS

    Andr Feitosa de Sousa (FANOR/DeVry Brasil) Yuri de Nbrega Sales (FChristus e FANOR/DeVry Brasil)

    Conscincia, Self (Si-Mesmo), Congruncia, Crescimento, Sabedoria Organsmica, Inteireza, Serendipidade, Atualizao, Formatividade, Vida Boa, Realizao etc, exemplificam algumas das rubricas conceituais que a Psicologia Humanista de Carl Rogers (1902-1987) ofereceu no lastro das promessas de desenvolvimento e ulterior resgate da dignidade criativa do humano, no espectro entre a transio inicial para o sculo XX e o momento que se apresentam nas dcadas do ps-Guerra. Embora Contempornea sob facetas pontuais, as descries gerais de Rogers coincidem histria de um pensamento Moderno e Antropocntrico, que ratifica a premissa de um subjetivismo que se afirma enquanto singularidade, ao ser capaz de manobrar seus interesses sobre o cotidiano experiencialmente indiferenciado. Mais particularmente, implcita sua proposta ampla de Relaes Humanas Centradas na Pessoa subjaz uma viso de sociedade e de cultura, de lugar para o homem no universo e na vida, notoriamente confiante no xito que perscruta, desde a fundao do Novo Mundo das Antigas Colnias, sua Poltica Liberal e a Filosofia Americana do Pragmatismo, com suas experimentaes estsicas e reflexos institucionais, do Jazz Contra-Cultura do Rock. Essa plataforma de aparentemente infinitos e inesgotveis desdobramentos refratou as tenses, os rudos e as colises que se avolumam e intensificam suas crticas, desde os anos de 1980/90, e que, gradualmente, se encorpam em torno de novas metforas, uma delas, novos psiquismos emergentes, tomados como Ps-Modernos. Em uma formulao terica onde se distingue como gide norteadora que a experincia a suprema autoridade, observa-se que a prevalncia na Abertura ao Contato, a insistncia ao lao como aproximao necessria pela via do Afeto, refugou uma srie de novas configuraes que no sugerem a estratgia do Vnculo como elemento de suas transaes. Nesse trabalho, os autores discutem trajetrias ambguas que se desprendem de uma visada Ps-ros/Ps-Vnculos, a partir das metforas das Instalaes e das Curadorias Experienciais, das categorias de Vertigo e Flutuao, e suas questes para esse Homem.Sem.Ksmos (h.$.) e seu Humanismo Ps-Afeto. Palavras-chave: Humanismo; Carl Rogers; Ps-Afeto.

  • 26

    A FENOMENOLOGIA DA AFETIVIDADE EM MICHEL HENRY: FUNDAMENTOS PARA A PSICOLOGIA CLNICA

    Andrs Eduardo Aguirre Antnez (USP)

    Jacqueline Santoantonio (UNIFESP)

    A fenomenologia da Vida foi criada pelo filsofo francs Michel Henry (1922-2002) e mostra uma amplitude crtica que afetou as cincias da sade, especificamente a medicina e a psicoterapia. Em 2001 a Universidade do Porto organizou um conjunto de debates em torno das prticas clnicas, seus pressupostos e problemas. Os textos publicados nesse evento contam com tema o estranho terrvel outro. neste grupo que apresentaram trabalhos Christophe Djours, Antonio Damsio, Andr Green e Michel Henry, entre outros. Florinda Martins colaborou neste evento apresentando Michel Henry e a sua obra, uma vez que j trabalhava com Henry havia mais de duas dcadas. Nos encontros com Florinda Martins tomamos conhecimento de que foi no mbito da filosofia da medicina que os trabalhos dela sobre Henry comearam a ser reconhecidos em Portugal. O primeiro encontro de Henry com a medicina deu-se numa Universidade de Vero, Arrbida, na qual tambm ela participara. A partir da notaram-se algumas inflexes no pensamento de Henry, nas relaes entre filosofia e medicina. Se a Genealogia da psicanlise, obra que rene um conjunto de seminrios realizados no Japo faz crticas contundentes metapsicologia freudiana, acusando-a dos mesmos embaraos em que mergulham as correntes epistemolgicas do seu tempo, embora deles querendo libertar-se, j na Encarnao, a Fenomenologia da Vida abre o dilogo com a clnica e a investigao mdica, o que se torna explcito no final do artigo Souffrance et vie. Isto permite-nos no s rever as teorias sobre psicoterapias anteriores, nomeadamente as do romance O filho do rei como abre todo um filo de investigaes na linha do afeto. Michel Henry contribui para a psicologia colocando a afetividade como central na Vida dos seres humanos, que so afetos na Vida, afetados por ela desde o nascimento. O papel do terapeuta auxiliar o outro a transformar seu sofrer em fruir, sentimentos vividos num corpo subjetivo e na dialtica dos afetos, como desenvolve Florinda Martins na coordenao cientfica do projeto internacional de investigao em rede: o que pode um corpo? - O olhar clnico um olhar transcendental e se experencia no corao da realidade humana. Palavras-chave: Fenomenologia da vida, afetividade, psicologia clnica

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    A RELAO AFETIVA-CRIATIVA NA PERSPECTIVA EXISTENCIAL E A TEORIA EXISTENCIAL DA PERSONALIDADE NA OBRA DE LUIGI

    MARCHI

    Dra. Antonella Stefania Filastro Na viso existencial de Luigi De Marchi, a personalidade se forma, por um lado, atravs de uma interao contnua entre fatores genticos e ambientais e, por outro, pelas dinmicas intrapsquicas inerentes ao choque existencial e as dimenses consciente e inconsciente, pessoais e participativas, com as quais a angstia da morte foi e experimentada pelo indivduo. A hiptese tanto de Otto Rank como de Luigi De Marchi a de que o ser humano uma criatura intrinsecamente angustiada, dada sua relao especfica da percepo mais ou menos traumtica da dimenso morte. Pretende-se, na presente comunicao, apresentar a noo de angstia, a partir da comparao da viso dos dois autores citados, evidenciando, sobretudo, a distino quanto origem da angstia, que para Rank devida ao trauma de nascimento enquanto que para De Marchi, consequente do choque existencial, conceito que ser fundamental para a obra de tal autor. Em seguida, o trabalho abordar como, segundo De Marchi, se d a influncia, sobre a formao da personalidade do indivduo, das duas modalidades de reao ao choque existencial, a saber, a patolgico-destrutiva e a afetivo-criativa, discutindo suas caractersticas e relaes. A comunicao pretende ainda mostrar como o processo de maturao interior, de transcendncia do eu, pode ser desenvolvimento atravs da afetividade (amor) e da criatividade (ato de criar), apresentando, por fim, trs possibilidades existenciais fundamentais derivantes da.

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    MUNDO COMPARTILHADO E PSICOTERAPIA DE GRUPO: APROXIMAES HEIDEGGERIANAS CLNICA

    Ana Tereza Camasmie (UFF - IFEN)

    A aproximao entre filosofia e clnica algo que requer cuidado para que a clnica no se torne exemplo da teoria, portanto esse ponto de contato entre elas no pode ser tomado enquanto explicao causal. Mantendo-nos nessa ateno, entendemos que a filosofia da existncia guarda uma relao especial com a clnica por oferecer reflexes fundamentais sobre o modo de ser do homem. Desse modo, a filosofia inspira caminhos para os modos de cuidar, que prprio da clnica. No que diz respeito clnica em grupo, aproximamo-nos do pensamento do filsofo Martin Heidegger, especificamente quanto ao seu entendimento sobre mundo compartilhado. Essa escolha se deu em funo do fato da psicoterapia de grupo ser marcada principalmente pela experincia da convivncia. pela presena dessa caracterstica constitutiva que os modos de ser-com-outro tendem a se tornar visveis mais rapidamente do que em outras modalidades psicoterpicas. Se por um lado isso possa parecer positivo pela oportunidade que oferece de trabalho teraputico, por outro, justamente por essa condio de exposio dos modos de ser-com, que se d com menos controle, que pode afastar a escolha imediata por esse tipo de psicoterapia. Se essa condio de convivncia justamente o ponto de tenso dessa modalidade teraputica, refletir sobre ela torna-se essencial para quem se interessa por grupos. Pensando nessa direo que esse trabalho tem como proposta apresentar faces do cotidiano psicoterpico em grupo, enfatizando os fenmenos prprios experiencia de convivncia que s possvel aos entes cujo modo de ser ser-no-mundo compartilhado. Palavras-chave: Mundo compartilhado; Clinica; Grupo; Martin Heidegger.

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    SAUDADE E MELANCOLIA: NARRATIVAS DE "ESTRANHAMENTOS EMOCIONAIS"

    Ariane P. Ewald (UERJ) Como podemos pensar a relao entre noes do domnio da subjetividade que se apresentam como irrefutavelmente constitudas cientificamente e as suas verses em um outro campo, de constituio diversa, que chamamos de literrio? Tendo este questionamento como princpio norteador dos meus trabalhos nos ltimos anos, este texto tem como pano de fundo a noo de estranhamento emocional. Ele visa investigar narrativas da melancolia e da saudade na correspondncia entre Mario de S Carneiro e Fernando Pessoa, pois o estudo da saudade e da melancolia atravs de narrativas, coloca em cena o campo literrio como cenrio das lutas ntimas que so travadas em torno dos sentimentos, fundamentais na Psicologia e que ganham forma e estatuto diverso no campo da cincia, em particular no da Psiquiatria. A correspondncia entre Mario de S Carneiro e Fernando Pessoa ganha sentido para desvelar esta dupla relao, pois evidencia o paradoxo do sentimento numa poca em que expor-se, mesmo intimamente, no era parte das pretenses autorais como o so na atualidade. Palavras-chave: saudade; literatura; estranhamento emocional; sofrimento psquico

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    A CRTICA AO PSICOLOGISMO E A CRISE DA HUMANIDADE EUROPIA NA FENOMENOLOGIA DE HUSSERL

    Carlos Digenes C. Tourinho (PFI/UFF) O projeto de naturalizao do esprito ganha contornos mais ntidos com o advento da psicologia experimental do sc. XIX. Husserl afirma-nos que tal projeto incorre, na sua origem, em problemas de fundamentos, ao confundir as leis do pensamento com as leis causais da natureza, conexes ideais com conexes naturais, o ato de julgar com o contedo lgico de um juzo e, por fim, o sujeito do conhecimento com o sujeito psicolgico. Com a consolidao e hegemonia da doutrina naturalista, onde sequer o esprito (enquanto esfera do pensamento) escaparia de ser concebido como um fato natural, o lugar reservado filosofia estaria ameaado. Por mais importante que fosse, no pensamento, o valor de uma dada proposio enquanto uma generalizao emprica ela seria uma proposio de cunho probabilstico e, portanto, no afastaria jamais o seu carter circunstancial. Tal projeto de uma fsica do pensar esvairia a filosofia em um naturalismo, destinando-a, na primeira metade do sculo XX, ao seu desaparecimento. Abrir-se-iam, com isso, as portas para um ceticismo radical, pois, se trataria de um modo de considerao acerca do mundo onde nada poderia, em ltima instncia, aparecer ou evidenciar-se plenamente aos homens. Em tal modo de considerao naturalista, restaria humanidade contentar-se com generalizaes empricas. Tal fato repercutiria na prpria mentalidade da humanidade europia que, absorvida por este naturalismo, viveria uma crise sem precedentes na primeira metade do sc. XX. Para Husserl, o projeto de naturalizao do esprito representaria um perigo crescente para a cultura. O desafio de Husserl seria, inicialmente, o de denunciar os equvocos do psicologismo com o intuito de conter o fortalecimento do referido projeto, pois tal projeto conduziria, uma vez consolidado, a um ceticismo radical, o que implicaria, por sua vez, no fim da filosofia entendida como cincia primeira.

    Palavras-chave: Psicologismo; Naturalismo; Crise da humanidade; Edmund Husserl; Fenomenologia

  • 31

    MODALIDADES DE PRTICA PSICOLOGICA: A AO CLNICA E OS PRESSUPOSTOS FENOMENOLGICOS EXISTENCIAIS

    Carmem Lcia Brito Tavares Barreto (Universidade Catlica de Pernambuco LACLIFE)

    A prtica psicolgica mostra uma diversidade de atuaes, compreenses e concepes tericas. Nos ltimos anos, os estudos referentes s prticas psicolgicas tm despertado interesse e investigao de forma mais sistemtica, principalmente no que concerne s diversas modalidades da prtica e a concepo de clnica que as norteiam. Prtica psicolgica, no presente contexto, est vinculada produo do conhecimento, sustentada no tensionamento terico-prtico. Privilegia o sentido originrio de prtica enquanto prxis do grego prassein (passar atravs), significando ao voluntria com decises ticas, afastando-se da perspectiva da Psicologia cindida entre cincia bsica e cincia aplicada. Compromete-se, assim, em manter contato estreito com a experincia do cliente, renunciando s posturas de controle e de previso do processo clnico. Clinica compreendida como solicitude, ao modo de Heidegger, como compartilhar com o Outro de modo envolvente e significativo. Encontrar os outros no significa que aquele outro que encontro seja, de imediato, presena simples e objetivada e depois seja apreendido. Como tambm no significa um polo distintivo do si mesmo. referindo-se a ele atravs da solicitude. Partindo de tal contexto, o objetivo do presente estudo apontar possibilidades dos pressupostos fenomenolgicos existenciais, ao modo de Heidegger, poderem fecundar outra possibilidade de compreenso da ao clnica e seus desdobramentos em modalidades de prtica psicolgica. Busca, assim, refletir a ao clnica aberta/atravessada constituio ontolgica da existncia humana, assumindo, na prtica, a atitude fenomenolgica de aderncia e abertura ao fenmeno na sua singularidade e a atitude hermenutica, enquanto possibilidade de criao de outros modos de compreenso do sofrimento, projetadas pela compreenso. Desse modo, as modalidades de prtica psicolgica e a ao clnica do psiclogo so configuradas pelos modos cotidianos de coexistncia e remetidas s dimenses estruturais originrias do modo de existir do ser humano. Da a importncia dos pressupostos ontolgicos existenciais, ao modo de Heidegger, para clnica psicolgica: eles evidenciam a perda do ser e a possibilidade de resgat-lo; constituem um esforo compreensivo para retirar do encobrimento aquilo que j est a, cotidianizado e encoberto pela familiaridade; enfim, convocam-nos para um esforo de pensar que, ao desvelar a existncia, a deixa em liberdade para apropriar-se. Palavras-chave: prtica psicolgica; ao clnica; fenomenologia existencial; pressupostos ontolgicos

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    ENTRE A DISPONIBILIDADE E A VULNERABILIDADE: REFLEXES SARTRIANAS SOBRE O AMOR E A INTIMIDADE

    Carolina Mendes Campos (PUC-Rio e IFEN-RJ) Pretendo neste trabalho refletir por uma perspectiva sartriana sobre um dos temas mais frequentes em nossos consultrios, a saber, o amor. Nosso mundo atual desfruta de todas as conquistas e mudanas ocorridas ao longo do sculo XX, considerado por Giddens como o sculo da transformao da intimidade. Tais transformaes no sanaram, contudo, as complexas demandas envolvidas no jogo de amar. Sofremos por amor: sofremos por amar demais, sofremos por no amar e sofremos por no sermos amados. Mas, para Sartre, na verdade, sofremos, justamente, porque pretendemos atravs do amor alcanar o inatingvel, ou seja, desejamos que no amor nossa existncia seja justificada. Buscamos nessa relao um fundamento para nossa vaga inconsistncia, um fundamento que lhe garanta um sentido, de preferncia, para sempre. Alm disso, o amor tambm implica no exerccio da intimidade, pois preciso constantemente equilibrar a tnue linha entre a abertura e o limite, a atrao e a repulsa, entre a disponibilidade para o Outro e a vulnerabilidade derivada de estar diante deste Outro que me olha to de perto. Acredito que Sartre pode trazer importantes contribuies para refletirmos sobre esses temas to significativos para todos ns, na medida em que ele nos inspira a pensar nessa complexa condio de existirmos diante deste Outro que nos seduz, que nos repele, mas que, sobretudo, nos to necessrio.

    Palavras-chave: Sartre; amor; intimidade; Outro.

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    A VIVNCIA NA PSICOTERAPIA DE GRUPO: UMA PESQUISA QUALITATIVA FENOMENOLGICA

    Celana Cardoso Andrade (UFG/ITGT) A psicoterapia em grupo tornou uma realidade nos consultrios dos psiclogos. Frente a essa nova demanda tem-se discutido a respeito, tanto de sua importncia enquanto um processo restaurador das relaes de inter-humanas, intra-pessoais e transpessoais, quanto de seus benefcios sociais, econmicos e culturais. A fora desse tipo de trabalho incide no fato do grupo psicoteraputico: a) ser a sntese de uma realidade maior, na medida em que considerado uma micro-representao social; b) trabalhar as relaes no aqui-e-agora e; c) facilitar o face a face, onde a presena de uma pessoa altera a outra. O objetivo dessa apresentao discutir a influncia do contexto grupal nas mudanas vivenciadas pelo cliente. A compreenso dos resultados foi alcanada a partir de uma investigao qualitativa fenomenolgica de relatos dos membros do grupo no fechamento do grupo. O grupo era composto por dez participantes, todas mulheres e psiclogas; coordenado por duas Gestalt-terapeutas; com a frequncia semanal; durao de duas horas; por um perodo de um ano. Na pesquisa observou-se que o grupo um ambiente psicossocial potente que afeta profundamente os sentimentos, atitudes e os comportamentos das pessoas em tal sistema, e, convergentemente, profundamente afetado pelos os sentimentos, atitudes e os comportamentos do indivduo, neste sistema. Enfim, notou-se uma ressignificao de temticas individuais na medida em que eram confirmadas em um contexto grupal. Palavras-chave: Grupo psicoteraputico; vivncia, fora grupal; pesquisa qualitativa fenomenolgica.

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    FINITUDE E SER-COM:UMA ONTOLOGIA DAS RELAES NO

    CONTEMPORNEO

    Crisstomo Lima do Nascimento (IFEN) A finitude do ser-a manifesta-se na dinmica velamento-desvelamento e se instaura como aletheia. Na aletheia reside a relao co-originaria entre ser-a e finitude. O filsofo alemo Martin Heidegger nomeia de Dasein (existncia ou ser-no-mundo) o modo de ser deste ente que somos. Sua diferena fundamental com relao aos demais entes co-mundanos a ele que enquanto o seu ser, est sempre em jogo no seu existir, o modo de ser dos entes no humanos denominado como ser simplesmente dado porque o que eles so, o seu sentido, nunca est em jogo em seu devir temporal. Heidegger nos sinaliza em sua primeira e principal obra Ser e tempo, que a marca da finitude do ser-a se revela no fato de o homem somente poder conhecer os entes atravs da compreenso do ser. Lanando mo de uma apreciao da ontologia fenomenolgica apresentada por Heidegger, este trabalho se prope a incidir um olhar sobre a compreenso mediana das relaes no mbito da Fursorge, atentando para uma eventual entificao deste outro ancorada numa inautntica relao com a temporalidade. Em relao s contribuies psicoterapia, entendemos que a fenomenologia heideggereana muito pode contribuir para uma compreenso de que o fenmeno que vem luz no dilogo clnico deve ser discutido a partir do contexto factual concreto em que surge e nunca reduzido genericamente a uma conexo lgica de sentidos ou a uma estrutura existencial invariante. Palavras-chave: Finitude; ser-com; temporalidade.

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    A OBRA A DOENA MORTAL DE ANTI-CLIMACUS E SUAS CONTRIBUIES PARA A PSICOLOGIA

    Cristine Monteiro Mattar (UFF)

    O presente artigo apresenta uma das obras psicolgicas do filsofo dinamarqus Sren Kierkegaard, que viveu na primeira metade do sculo XIX. Assinada pelo personagem Anti-Climacus, tal obra tem como ttulo no original A Doena Mortal, que o desespero que se prope a descrever. O autor inicia com uma crtica especulao dos saberes cientficos afastados da realidade concreta e sem implicao com a vida. Descreve em seguida a doena que d ttulo obra, o desespero, bem como suas personificaes e sua relao com o fenmeno do pecado. Ao longo do livro, publicado em 1849, deparamo-nos com descries de modos de ser e agir muito familiares a todos ns, habitantes do tempo presente. Ao psiclogo, segundo Anti-Climacus, caberia detectar o desespero, assim como o mdico detecta a presena de uma doena orgnica mesmo no paciente que afirma estar muito bem. Podemos afirmar, usando uma expresso de Michel Foucault, que se encontram descritos na obra modos de subjetivao, seja na conscincia ou inconscincia de se ter um eu, no aprisionamento ao temporal em detrimento do eterno, no esquecimento dos necessrios em favor dos possveis ou vice-versa. Explicitando o sentido dado psicologia pelo autor na poca, pretende-se mostrar a atualidade do estudo da obra tanto para o psiclogo clnico quanto para qualquer leitor interessado pela prpria existncia. Palavras-chave: Kierkegaard; desespero; psicologia

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    PSICOTERAPIA EXISTENCIAL: ANLISE GENTICO-FENOMENOLGICA DA EXISTNCIA

    Daniel Sousa (ISPA SPPE) Esta conferncia tem como objectivo apresentar um novo enquadramento terico-prtico para a psicoterapia existencial, tendo por base os mtodos fenomenolgicos esttico e gentico. Parte-se da Psicologia Fenomenolgica, procurando-se desenvolver uma articulao entre uma psicologia eidtica, que tem como objecto de estudo a experincia intencional, e a anlise gentica como metodologia de compreenso da Identidade. Com a introduo da problemtica da conscincia temporal, o mtodo fenomenolgico torna-se esttico por no considerar a histria pessoal, o processo em permanente devir da existncia humana. O mtodo gentico introduzido quando se procura desvelar as dimenses passivas e activas da histria pessoal do self que em grande medida esto mergulhadas em sedimentaes que se encontram a um nvel pr-reflectido, no temtico, mas que contudo influenciam a vivncia da subjectividade. Entre o mtodo esttico e o mtodo gentico h uma permanente dialctica articulada atravs de leading clues. A nossa proposta de enquadramento da psicoterapia existencial, para alm de metodologicamente estruturada na anlise gentica-fenomenolgica, sustenta-se em trs pilares fundamentais: a teoria da conscincia interna do tempo; o self experiencial e a teoria das gneses passivas. Palavras-chave: psicoterapia existencial; mtodo fenomenolgico; anlise gentica; gneses passivas, teoria conscincia interna tempo

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    FUNDAMENTOS HISTRICOS E EPISTEMOLGICOS DA CLNICA DA ATENO PSICOSSOCIAL A PARTIR DA FENOMENOLOGIA E DO

    EXISTENCIALISMO

    Daniela Ribeiro Schneider (UFSC) Bianca Sporh (USP).

    O movimento antipsiquitrico, iniciado em torno dos anos 1950, foi responsvel por ampla crtica ao modelo psiquitrico de compreenso e ateno loucura at ento hegemnicos. Da anlise do conceito de doena mental at os questionamentos dos modelos de tratamento centrados nos hospitais psiquitricos, por serem considerados produtores de violncia e excluso, o movimento est na base das transformaes na chamada assistncia psiquitrica e da criao de novos modelos de ateno em sade mental. O presente trabalho discute a importncia da fenomenologia e do existencialismo para a fundamentao da antipsiquiatria e dos novos modelos em sade mental. Estas filosofias forneceram subsdios para a compreenso da psicopatologia como um processo que ocorre nas relaes do sujeito em seu contexto scio-histrico, com nfase nas relaes familiares; opondo-se noo de entidade mrbida, de cunho organicista, que imperava na tese psiquitrica. Implicou, portanto, na exigncia de uma compreenso dialtica do processo de enlouquecimento, do estabelecimento de novas formas de relao entre profissionais e usurios, e na necessidade de formulao de uma nova clnica, de carter psicossocial. Retomar as razes epistemolgicas do movimento antipsiquitrico um importante meio para se realizar a indispensvel discusso em torno das contradies terico-prticas atuais no campo da sade mental, bem como da fundamentao da clnica da ateno psicossocial. Palavras-chave: Antipsiquiatria; Fenomenologia, Existencialismo, Histria da Loucura; Epistemologia.

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    A ABORDAGEM GESTLTICA, A CONTEMPORANEIDADE E SUAS IMPLICAES SOCIAIS

    Danilo Suassuna (ITGT) Os padres sociodemogrficos mundiais vm se alterando seja devido reduo da taxa de crescimento populacional, seja pela modificao na distribuio populacional por faixa etria culminando com o aumento da populao idosa no planeta. A estimativa para o futuro segue a continuidade dessas transformaes. Sendo prevista pela Organizao Mundial de Sade (OMS,2002) uma populao de 2 bilhes de pessoas acima de 60 , um aumento de 233% em relao ao ano de 2000 .A populao com mais de 80 anos representa 1,1% da populao brasileira (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE, 2010). Camarano (2002) tambm afirma que as propores dessa populao esto aumentando num ritmo acelerado, embora represente um contingente percentual pequeno, elevando-se de 166 mil em 1940, para 1,9 milhes em 2000. Diante dessa realidade, o vertiginoso envelhecimento populacional, cabe refletir no mbito da academia, como a sociedade tem se mobilizado para a construo de polticas pblicas que visem proporcionar a reduo das desigualdades sociais experimentadas por esse segmento populacional. Desde muito, como prope Alvim (2007) a Abordagem gestltica, tem um ideal social e comunitrio, desenvolvido tanto por influncia dos ares bauhausianos quanto por influncia de Paul Goodman (p. 19). Neste sentido o presente trabalho pretende apontar para a realidade desta abordagem em mbito nacional, bem como as implicaes sociais evidenciadas no municpio de Goinia a cerca da temtica do envelhecimento, tendo em vista ser esta a prtica efetiva do pesquisador. Palavras-chave: Abordagem Gestltica; Envelhecimento; Psicoterapia

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    O PROJETO FENOMENOLGICO BANQUETE FILOSFICO; ONDE O

    CINEMA VAI MESA

    Danuta Dawidowicz Pokladek (Instituto PsicoEthos) O presente trabalho tem a inteno de descrever a vivncia de uma pesquisadora e analista-existencial que atua no segmento da psicologia e considera em sua prtica psicoterpica, os pressupostos filosficos, que se, diz do mtodo de investigao fenomenolgica. Tendo como iniciativa de propagar a fenomenologia no cotidiano das pessoas, criou o projeto Banquete Filosfico; onde o cinema vai mesa.O ponto de partida deste projeto concebe que o ser humano imagina suas idias, no como mera reproduo e sim como criao. Tendo o cinema como criao que reatualiza a vida pela imaginao provocando implicaes importantes para o comportamento humano, tanto no mbito cultural, como no pedaggico e psicoteraputico. O ser humano assume personagens enquanto assiste ao filme, uma vez, que o cinema nos convida a entrar em outros mundos, possibilitando todos ns encarnarmos os personagens e suas mscaras. A atitude de se reconhecer, durante o enredo do filme, promove reflexes existenciais importantes para o ser humano, na medida em que ele atualiza a vida pela imaginao produzindo implicaes muito intensas para o comportamento humano. O projeto possibilita uma articulao de alguns princpios filosficos da fenomenologia de Husserl e Merleau - Ponty com cotidiano das pessoas e o ato teraputico de cuidar. Viver no mundo e o conhecimento vivido, ou seja, as experincias vividas no mundo em que habitamos so o primado do conhecimento que vai sendo produzido e, ento, passvel de ser refletido; Compreender que a via de acesso para conhecer o mundo, se d por meio da percepo enquanto vivncia qualitativa a qual carrega as experincias vividas em carne e osso; Reaprender a enxergar o mundo; Provocar no expectador um encontro dialgico; Despertar nas pessoas a converso de sua existncia, promovendo aes comunitrias solidrias. Palavras-chave: fenomenologia; cotidiano; cinema; filosfico; psicologia clnico social.

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    SARTRE: PARA UMA FENOMENOLOGIA EXISTENCIAL

    Deise Quintiliano Pereira (UERJ) Em contraposio existncia puramente natural, se considerarmos que a descrio fenomenolgica da existncia-emprica humana apoia-se na trade individualidade, liberdade e historicidade, compreenderemos de que modo um ser s pode anunciar-se verdadeiramente individual (e no apenas particular) se for tambm histrico. Ao mesmo tempo, ele s ser histrico se for realmente livre. E vice-versa: um ser realmente livre necessariamente histrico. A solidariedade dessas trs categorias fundamentais apresenta o homem, isto , a "realidade humana" como um ser dialtico, definido na feliz expresso proposta por Sartre o "singular-universal". Esse conceito conglomera a fenomenologia existencial que o filsofo utiliza no estudo das biografias de escritores e artistas, constituindo um componente significativo e sui generis, no projeto (auto) biogrfico sartriano. Palavras-chave: Fenomenologia, Sartre, Singular-universal.

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    PRTICAS DA PSICOTERAPIA EXISTENCIAL EM PORTUGAL E NO BRASIL: ALGUNS DADOS COMPARATIVOS

    Edgar Correia (SPPE) Mick Cooper (University of Strathclyde)

    Lucia Berdondini (University of Strathclyde) As Psicoterapias Existenciais assentam a sua prtica em quase cem anos de reflexo e interveno clnica. sem dvida um dos grandes modelos psicoteraputicos (Cooper, 2003), cujas bases da sua prtica parecem apontar para uma interveno eficaz em diversas situaes clnicas (Cooper, 2004; Sousa, 2006). Todavia, por razes que se sustentam no prprio cerne da sua prtica caracterizada pelo encontro genuno (no tecnicista) entre terapeuta e cliente (Teixeira, 1993) os psicoterapeutas existenciais tm sido avessos a explicitar as suas tcnicas e a sistematizar o seu modelo de interveno (Spinelli, 2007), dificultando e protelando a investigao sobre a eficcia das suas prticas (Sousa, 2004). Dados alguns indicadores gerais que apontam para os bons resultados clnicos das Psicoterapias Existenciais (Cooper, 2004; Sousa, 2006), importa operacionalizar e sistematizar as suas prticas e verificar quais destas demonstram resultados realmente benficos para a promoo do bem-estar. O presente trabalho sustenta-se em dados parciais de um estudo preliminar que, atravs de um questionrio electrnico, procurou indagar psiclogos e psicoterapeutas existenciais de todo o mundo, no sentido de obter uma perspectiva sobre os autores e textos da psicoterapia existencial que mais influenciaram as suas prticas e que prticas teraputicas consideram mais importantes e caractersticas desta abordagem. Entre Portugal e Brasil participaram neste primeiro estudo 251 pessoas. Os resultados permitem uma viso geral sobre as caractersticas profissionais, associativas e formativas dos participantes, bem como uma comparao destas caractersticas entre os dois pases envolvidos no presente congresso. Mas, acima de tudo, estes dados apontam caminhos para as principais influncias e prticas teraputicas utilizadas pelos psicoterapeutas existenciais Luso-Brasileiros. Estes dados sero o suporte para a segunda e terceira fase do nosso estudo, onde se pretende comparar as prticas referidas neste inqurito com aquelas que constam na literatura apontada e, posteriormente, aps sistematizao dessas prticas, verificar a utilizao e eficcia em contexto psicoteraputico efectivo. Palavras-chave: Psicoterapias Existenciais; prticas psicoteraputicas; influncias sobre a prtica; dados comparativos; Portugal-Brasil.

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    O QUE NA DOR DO OUTRO ACALMA A MINHA? A ESCOLHA DA PSICOLOGIA COMO PROFISSO: A POSSIBILIDADE DA ESCUTA DE SI

    MESMO - UMA LEITURA GESTLTICA

    Eleonra Torres Prestrelo (UERJ) Esse trabalho desenvolve uma reflexo acerca da escolha da Psicologia como profisso nos dias atuais, pontuando alguns aspectos que tem se tornado figura no exerccio dessa profisso por parte da autora. curioso notar o poder dos mitos, os que em pleno sculo XXI ainda persistem. Sua analogia com pajs, curandeiros, figuras com poder de cura, enfim, a mtica do especialista em cuidar se faz presente em leigos e profissionais (PORCHAT e BARROS, 1985; XISTO, 2006). Alguns tericos sociais identificam a modernidade como um perodo de referenciais mais facilmente norteadores do comportamento humano (BAUMAN, 1998; HALL, 2005; FENSTERSEIFER e WERLANG, 2006). Numa perspectiva ps-moderna essa clareza se perde, expondo mais freqente e claramente as nossas fragilidades e incertezas (BAUMAN, 1998; PRESTRELO, 2008). A melhor expresso de cuidado, bem claro na perspectiva gestltica, a confirmao do outro enquanto ser legitimo em sua alteridade. (MILLER, 1986; RIBEIRO, 1998). Trazemos para a reflexo Luiz Claudio Figueiredo (2009) com a proposta da construo de mutualidade nas relaes de cuidado, uma perspectiva que desconstri a representao social do psiclogo como um ser superior isento de problemas, que sabe sempre qual a melhor escolha a fazer. Nesse sentido, o autor nos convida a reflexo sobre a construo social que estamos desenvolvendo, retomando a questo da confirmao como elemento central. Retomando a pergunta que orienta esse trabalho indagamos: em que reside o encantamento desse ofcio nos dias de hoje? A possibilidade de superao? Alguns autores j nos falam disso, o exerccio da psicologia clnica como espao de elaborao de seu prprio sofrimento (MILLER, 1986; RIBEIRO, 1998), a necessidade de cuidar daquele que deveria ser seu cuidador, satisfazendo suas necessidades de ateno e afeto. No acompanhamento cotidiano de alunos e no convvio com psicoterapeutas presenciamos seus sofrimentos, feridas profundas nunca ou muito pouco tratadas, estariam eles reproduzindo essa perspectiva? O que na dor do outro acalma a minha? Palavras-chave: psicologia como profisso; leitura gestltica; relaes de cuidado.

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    DASEINSANLISE NOS DIAS ATUAIS: REINVENTANDO A CLNICA

    PSICOLGICA NA ERA DA TCNICA

    Elza Dutra (UFRN) Tradicionalmente fundada no paradigma tecno-cientfico, a psicologia clnica, nos dias atuais, encontra respaldo para as suas prticas num contexto de mundo j nomeado, pelo filsofo Martin Heidegger, como era da tcnica. Inicialmente proposta pelo psiquiatra Ludwig Binswanger, a Daseinsanalyse anuncia uma direo para se pensar o sofrimento humano sob a tica da existncia, implicando, assim, questionamentos acerca das prticas clnicas atuais. Partindo de tais ideias, este trabalho reflete sobre a clnica fenomenolgico-existencial numa sociedade que valoriza o consumo, a medicalizao, a eficincia e brevidade das psicoterapias. Tal pensamento conduz a uma padronizao do sofrimento, patologizao da angstia, esta considerada como sintoma a ser tratado e eliminado. Finaliza propondo o desafio de se reinventar a clnica, sob a inspirao da Daseinsanalyse, numa direo que interroga os sentidos que os sofrimentos contemporneos des-velam, e privilegiando a atitude fenomenolgica diante do poder-ser do Dasein. Espera-se contribuir com o campo das prticas clnicas fenomenolgico-existenciais e acrescentar reflexes sobre o fazer-saber do psiclogo clnico identificado com essa perspectiva. Palavras-chave: Daseinsanalyse; clnica fenomenolgico-existencial; prticas clnicas fenomenolgico-existenciais; daseinsanlise na atualidade.

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    CONCEITOS FUNDAMENTAIS PARA A TERAPIA EXISTENCIAL - VIVNCIA, DESEJO E COMPREENSO

    Fabio Caprio (PUCRS e Uniritter) A terapia existencial norteada por uma concepo da existncia que a base para a construo do dilogo entre paciente e terapeuta. No sentido original da palavra terapia, o que se busca nas sesses uma forma de ateno, o cuidado, concretizado pela escuta analtica. Precisamente, esta relao pode ser considerada em termos fenomenolgicos. A chave de toda terapia est na posio assumida pelo terapeuta, na qual ele far juntamente com o paciente um esforo de anlise da vivncia, do reconhecimento do desejo concreto nela manifesto e do prprio exerccio de compreenso realizado. Pretendemos demonstrar a importncia da hermenutica na formao do terapeuta, com base em anlises motivadas pela psicanlise existencial sartriana, pela hermenutica filosfica de Gadamer e pela filosofia da diferena de Lvinas. Palavras-chave: terapia existencial, vivncia, desejo e compreenso.

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    A COMPREENSO EM JEAN-PAUL SARTRE E SUAS POSSIBLIDADES

    Fernanda Alt (UERJ/IFEN) O presente trabalho tem como objetivo destacar a noo de compreenso como chave metodolgica no interior do pensamento sartriano a partir de sua concepo de homem como projeto de ser. Pensamos que tal investigao deve ser parte integrante da ideia de se pensar uma clnica de inspirao sartriana. Situado no interior de uma tradio fenomenolgico-hermenutica que privilegia a compreenso, embora de diferentes maneiras, como nos pensamentos de M. Heidegger e W. Dilthey, Sartre prope sua contribuio um tanto diferente, posto que dentro do quadro da filosofia marxista. No intuito de levantar as possibilidades originais decorrentes desta contribuio, faz-se necessrio, de incio, delinear brevemente o desenvolvimento da noo de homem como projeto em O ser e o Nada e assim destacar o papel dos pressupostos ontolgicos para uma formulao metodolgica denominada psicanlise existencial. Diante destas bases , buscaremos apresentar a ideia de uma atitude compreensiva progressiva-regressiva em Questes de mtodo, pensada como um elemento de enriquecimento da psicanlise existencial e como uma possibilidade metodolgica original para se compreender um ser que se constitui pela temporalidade, como projeto de ser. Neste percurso, ao destacar as caractersticas principais da atitude compreensiva no interior da proposta metodolgica sartriana, pretendemos, do mesmo modo, vislumbrar as possibilidades decorrentes de tal investigao para se pensar a relao clnica enquanto espao de compreenso da singularidade Palavras-chave: compreenso; projeto de ser; clnica; psicanlise existencial.

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    PSICANLISE EXISTENCIAL EM J-P SARTRE: ARTICULANDO AS NOES DE M-F E ALIENAO COMO FORMA DE COMPREENSO

    DO SOFRIMENTO PSQUICO

    Fernando Gastal de Castro (UFRJ) Uma preocupao na obra de Sartre desde o A transcendncia do Ego (1934\1992) at O idiota da famlia (1971) o esclarecimento do ser humano como ontologicamente livre e sujeito da histria. Um ser que existe projetando-se para um fim transcendente que ainda no existe, uma vez que a essncia para a realidade humana posterior a existncia, quer dizer define-se pela eleio de seus fins (Sartre, 1943\1989). Isso significa que no h nada dado a priori na realidade humana e que esta faz seu prprio ser. Neste sentido que ganha corpo a proposta de uma psicanlise existencial, como mtodo que visa elucidao projeto de ser do sujeito. No entanto, esse mtodo precisa ser compreendido a partir de um suporte terico novo que articula as dimenses ontolgico-existencial, psquica e social. Passaremos assim a direcionar esta exposio esclarecendo primeiramente : 1. a dimenso ontolgico-existencial, 2. a dimenso psquica e 3. a dimenso psquica alterada pela prxis social. Em seguida, refletiremos sobre a noo de totalizao em curso, para a qual cada uma das trs dimenses referidas existem como momentos de um processo nico de realizao histrica singular. Seguindo uma inspirao dialtica, buscaremos mostrar co