conflito aparente de normas

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1426616244381.873 Direito Fácil http://www.direitosimplificado.com/materias/direito_penal_conflito_aparente_de_normas.htm 1/6 Direito Simplificado DIREITO PENAL – Conflito Aparente de Normas 1.733 pessoas curtiram isso. Cadastrese para ver do que seus amigos gostam. Curtir De início, insta dizer que o conflito aparente de normas ocorre quando duas ou mais normas se assemelham e, por esta razão, aparentemente são aplicáveis ao mesmo fato. E como eu resolvo isso? A doutrina nos ensina por meio de 4 princípios, a saber: 1) especialidade, 2) subsidiariedade, 3) consunção, 4) alternatividade. PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE Quer dizer que a norma especial possui todos os elementos da norma geral e mais outros elementos. O professor Capez ilustra este princípio pedindo para imaginarmos duas caixas praticamente iguais sendo que uma delas teria como detalhe um laço [1] . Este detalhe tornaria esta caixa especial em detrimento da outra caixa que nada contém. Trazendo este conceituação para o Direito Penal, podemos exemplificálo através da comparação entre os crimes de homicídio e infanticídio (artigos 121 e 123 do Código Penal). Nesta esteira, o crime de homicídio (norma geral) será considerado a caixa sem laço, enquanto que o crime de infanticídio (norma especial) será considerado a caixa com laços. Por quê? Porque, embora ambos os crimes tenham o mesmo resultado, qual seja: matar alguém. O crime de infanticídio revela outros elementos que o crime de homicídio não contém. Esses elementos são: 1) ser realizado pela mãe; 2) a genitora deve estar sob a influência do estado puerperal e; 3) o crime deve ser praticado durante o parto ou logo após. Outro exemplo é a comparação dos crimes: subtração de incapazes (norma especial) e sequestro (norma geral). Ambos os delitos têm como finalidade privar alguém de sua liberdade. No entanto, a subtração de incapazes detém uma peculiaridade, qual seja: esse alguém deve ter a qualidade de incapaz. Portanto, concluise que o elemento a mais nesse tipo é a incapacidade civil da vítima. Desse modo, para aplicar o princípio da especialidade, o operador do direito deverá comparar os tipos penais e encontrar os elementos gerais (contemplados em ambos os crimes) e os elementos especiais. Após, o hermeuta deve verificar se a conduta do agente se enquadra na norma específica. Nesse sentido, Francisco de Assis Toledo ensina que: "Se entre duas ou mais normas legais existe uma relação de especialidade, isto é, de gênero para espécie, a regra é a de que a norma especial afasta a incidência da norma geral " [2] . Importante se faz mencionar as palavras do doutrinador Fernando Capez acerca do assunto: “o princípio da especialidade possui uma característica que o distingue dos demais: a prevalência da norma especial sobre a geral se estabelece in abstracto, pela comparação das definições abstratas contidas nas normas, enquanto que os outros exigem um confronto concreto das leis que descrevem o mesmo fato”. (CAPEZ, p. 90) Por fim, vejamos um acórdão [3] . acerca do assunto: APELAÇÃO. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO E O MEIO AMBIENTE. PICHAÇÃO. PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE. INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. ABSOLVIÇÃO. Princípio da especialidade. Acaso subsistisse o juízo condenatório, incidiria, sobre a hipótese, o princípio da especialidade. Os fatos denunciados consistem em um único crime, uma vez que se trata de uma única conduta que causou apenas um resultado típico. Sobre este, incide a norma específica, que descreve

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Direito Constitucional

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  • 1426616244381.873 DireitoFcil

    http://www.direitosimplificado.com/materias/direito_penal_conflito_aparente_de_normas.htm 1/6

    DireitoSimplificado

    DIREITOPENALConflitoAparentedeNormas1.733pessoascurtiramisso.Cadastreseparaverdoqueseusamigosgostam.Curtir

    Deincio,instadizerqueoconflitoaparentedenormasocorrequandoduasoumaisnormasseassemelhame,porestarazo,aparentementesoaplicveisaomesmofato.

    Ecomoeuresolvoisso?

    Adoutrinanosensinapormeiode4princpios,asaber:1)especialidade,2)subsidiariedade,3)consuno,4)alternatividade.

    PRINCPIODAESPECIALIDADEQuer dizer que a norma especial possui todos os elementos da norma geral emais outros elementos. OprofessorCapezilustraesteprincpiopedindoparaimaginarmosduascaixaspraticamenteiguaissendoqueumadelasteriacomodetalheumlao[1].Estedetalhetornariaestacaixaespecialemdetrimentodaoutracaixaquenadacontm.

    TrazendoesteconceituaoparaoDireitoPenal,podemosexemplificloatravsdacomparaoentreoscrimesdehomicdioeinfanticdio(artigos121e123doCdigoPenal).Nestaesteira,ocrimedehomicdio(normageral)serconsideradoacaixasemlao,enquantoqueocrimedeinfanticdio(normaespecial)serconsideradoacaixacomlaos.

    Porqu?

    Porque, embora ambos os crimes tenham o mesmo resultado, qual seja: matar algum. O crime deinfanticdio revela outros elementos que o crime de homicdio no contm.Esses elementos so: 1) serrealizadopelame2) agenitoradeve estar sob a influnciado estadopuerperal e 3) o crimedeve serpraticadoduranteopartooulogoaps.

    Outro exemplo a comparaodos crimes: subtraode incapazes (normaespecial) e sequestro (normageral).Ambososdelitostmcomofinalidadeprivaralgumdesualiberdade.Noentanto,asubtraodeincapazes detm uma peculiaridade, qual seja: esse algum deve ter a qualidade de incapaz. Portanto,concluisequeoelementoamaisnessetipoaincapacidadecivildavtima.

    Dessemodo, para aplicar o princpio da especialidade, o operador do direito dever comparar os tipospenaiseencontraroselementosgerais(contempladosemambososcrimes)eoselementosespeciais.Aps,ohermeutadeveverificarseacondutadoagenteseenquadrananormaespecfica.Nessesentido,FranciscodeAssisToledoensinaque:"Seentreduasoumaisnormaslegaisexisteumarelaodeespecialidade,isto,degneroparaespcie,aregraadequeanormaespecialafastaaincidnciadanormageral"[2].

    ImportantesefazmencionaraspalavrasdodoutrinadorFernandoCapezacercadoassunto:

    oprincpiodaespecialidadepossuiumacaractersticaqueodistinguedosdemais:aprevalnciadanormaespecial sobre a geral se estabelece in abstracto, pela comparao das definies abstratas contidas nasnormas, enquanto que os outros exigem um confronto concreto das leis que descrevem omesmo fato.(CAPEZ,p.90)

    Porfim,vejamosumacrdo[3].acercadoassunto:

    APELAO.CRIMESCONTRAOPATRIMNIOEOMEIOAMBIENTE.PICHAO.PRINCPIODAESPECIALIDADE.INSUFICINCIAPROBATRIA.ABSOLVIO.Princpiodaespecialidade.Acasosubsistisseojuzocondenatrio, incidiria,sobreahiptese,oprincpiodaespecialidade.Osfatosdenunciadosconsistememumnicocrime,umavezquesetratadeumanicaconduta que causou apenas um resultado tpico. Sobre este, incide a norma especfica, que descreve

  • 1426616244548.056 DireitoFcil

    http://www.direitosimplificado.com/materias/direito_penal_conflito_aparente_de_normas.htm 2/6

    exatamente a ao praticada, afastandose a norma genrica, que conglobaria a conduta dentre outraspossveisnocasoconcreto,tratasedepichaoempatrimniopblico,incorrendooagentenassanesdoart. 65, caput, daLein9.605/98, afastandoseo crimededanoqualificado (art. 163, III, doCdigoPenal).

    PRINCPIODASUBSIDIARIEDADEQuerdizerqueh,noordenamento,doisoumaisdelitosautnomosquedescrevemomesmofatodemodoque o operador de direito dever interpretlos e concluir que um delito ser subsidirio (normamenosabrangente) enquanto que o outro ser primrio (norma mais abrangente). Por conseguinte, a normaprimriaabsorveranormasubsidiria.Nessesentido,FernandoCapezsintetizaque:

    Anormaquedescreveotodo,isto,ofatomaisabrangente,conhecidocomoprimriae,porforadoprincpio da subsidiaridade, absorver amenos ampla, que norma subsidiria, justamente porque estaltimacabedentrodela.Anormaprimrianoespecial,maisampla[4].

    Noobstante,odoutrinadorexemplificaaconceituaosupramencionadadizendo:"Umfato(subsidirio)est dentro do outro (primrio). como se tivssemos duas caixas de tamanhos diferentes, uma (asubsidiria)cabendonaoutra(primria)"[5].

    Porfim,commaestriaoreferidoautordistingueosprincpiosdaespecialidadeesubsidiariedade:

    [...]naespecialidade comose tivssemosduascaixas, cujadiferena seria algumdetalheexistente emumaenoconstantenaoutra,talcomoumlaovermelhoouumpapeldeembrulhonasubsidiariedadehduascaixasidnticas,squeumamenor,cabenaoutra[6].

    Vejamososeguinteexemplo:Doistipospenais,oartigo15dalei10.826/2003(disparodearmadefogo)eo artigo 121 cumulado com o art. 14, II doCdigo Penal (tentativa de homicdio).Nesse sentido, peloprincpiodasubsidiariedade,ocrimedetentativadehomicdiopraticadopelousodaarmadefogoabsorveocrimepraticadopelodisparodaarmade fogo,assim,anormamenosgrave ficaabsorvidapelanormamaisgrave.

    Apardisso,Fragoso[7]ensinaque:

    "A norma principal exclui a aplicao da subsidiria. Lex primaria derogat legi subsidiariae. Hsubsidiariedadequandoumanormaquedefinecrimemenosgraveestabrangidapelanormaquedefinecrimemais grave, nas circunstncias concretas emque o fato ocorreu.A relao de subsidiariedade sedetermina com critrios de valorao jurdica. Cumpre identificar na violao da norma principal umaofensaqueesgotaodesvalorjurdicodofato."

    VejamosoutroexemplodoprincpiodasubsidiariedadeexercidopeloSTFaojulgaroHC108138[8]:

    A jurisprudncia destaCorte firme no sentido de que a utilizao de documento falso para ocultar acondio de foragido no descaracteriza o delito de uso de documento falso (art. 304 do CP) e no seconfunde como crime de falsa identidade (art. 307 doCP), uma vez que neste no h apresentao dequalquer documento falsificado ou alterado,mas apenas a atribuio, a simesmo ou a outrem, de falsaidentidade.

    Maisumexemplo,noqualretratapartedeumacrdo[9]acercadoassunto:

    DeacordocomasliesdeDamsiodeJesus[10],oconflitoaparentedenormas,noqual,emprincpio,haveria duas normas incriminadoras descrevendo o mesmo fato, se resolve, no presente caso, com aaplicaodoprincpiodasubsidiariedade,quepodeserexpressaou tcita.Verificandosequeasnormasdescrevem graus de violao domesmo bem jurdico (na hiptese, a incolumidade fsica da pessoa), ainfraodemenorgravidadeabsorvidapelaprincipal.Comefeito,anormadoartigo21,doDecretoLein3.688/41subsidiriaemrelaoaoartigo129,doCdigoPenal,porquantoasubsidiariedadeexpressa,nos termosdopreceitosancionadordoart.21,daLCP,queassimreza:Art.21.Praticarviasdefatocontraalguem:Penaprisosimples,dequinzediasatrsmeses,oumulta,decemmilrisaumcontoderis,seofatonoconstituecrime(grifonosso).Defato,oru,naquestoemcomento,puxouocabelodaofendida,aplicoulhegolpesnacabea, tendoderrubadoavtimanocho,causandolhelesocorporal,comumcortenacabea,consoanteconclusodo

  • 1426616244599.298 DireitoFcil

    http://www.direitosimplificado.com/materias/direito_penal_conflito_aparente_de_normas.htm 3/6

    LaudodeExamedeCorpodeDelitoindiretodefls.42/44.Assim,seoagentepraticaviolnciafsicacontraalgum(viasdefato),semlhecausarleso,respondepeloartigo21,daLeideContravenesPenais.Sevieralesionlo,respondepelassanesdoartigo129,doCdigoPenal,incidindo,nopresentecaso,porsetratardeviolnciadomstica,o9damesmadisposiolegal.Dessaforma,mereceparcialreformaasentenacondenatria,paraexcluiracontravenopenalinsertanoart.21daLCP,quefoiabsorvidapelotipopenaldoartigo129,9,doEstatutoRepressivo.

    PRINCPIODACONSUNOBitencourtensinaqueoprincpiodaconsunoouabsoroocorrequandoanormadefinidoradeumcrimeconstituimeionecessriooufasenormaldepreparaoouexecuodeoutrocrime,como,porexemplo,aslesescorporaisquesoabsorvidaspelatipificaododelitodehomicdio[11].Nessesentido,FernandoCapezfazrefernciaaexpresso"opeixo(fatomaisabrangente)engoleospeixinhos(fatosqueintegramaquelecomosuaparte)"[12].

    Apardisso,oleitorpodeseperguntar:Eujlialgonotextoacima!Tenhocerteza!!Esteprincpionoamesmacoisaqueoprincpiodasubsidiariedade???

    Poisbem,pensandonisso,FernandoCapezassimreferiuquehumalinhamuitotnueacercadoprincpioda subsidiariedade e o da consuno. Ele explica que a distino entre ambos est no enfoque dado naincidnciadoprincpio.Noprimeiro,comparamseasnormasparasaberqualaplicvel,enquantoquenosegundo,comparamseosfatos,semserecorrerasnormas,verificandoqueomaisgraveabsorvetodososdemais.Assim,noanormaqueabsorveaoutra,masosfatosqueconsomemosdemais,fazendocomquesresteumanorma[13].

    Nestaesteira,tragoabailaoprimeiroexemplovistonotpicoprincpiodasubsidiariedade,porm,comoutroenfoque,justamenteparaaplicaroprincpiodaconsuno.

    Vejamos:Seoagente,depossedeumaarmadefogo,efetuadisparos,podemosdestacaraprticadedoistipospenais,oartigo15dalei10.826/2003(disparodearmadefogo)eoartigo121cumuladocomoartigo14, II doCdigoPenal (tentativa de homicdio).Nesse sentido, se o agente, ao efetuar disparos tinha aintenodemataralgum,peloprincpiodaconsunoatentativadehomicdiopraticadopelousodaarmadefogoabsorveocrimepraticadopelodisparodaarmadefogo.

    Importanteanotarqueaconsunoseverificaem3hipteses,asaber:

    1)Crimeprogressivo Neste tipohums crime,desdeo inciodevehaverumanicavontade, compluralidadedeatosdemodoqueaviolaoaobemjurdicoseintensifiqueaolongodaconsumaodestesatos.Nocrimeprogressivo,existeafiguradocrimemeioedocrimefim,peloqualumdosdelitosdasrieomeioparaseatingirumfim.ocasodoagentequetemaintenodemataralgume,depossedeumaarmadefogo,efetuadisparoscontravtima.Assim,ohomicdio(normamaisgrave)absorve,engole,consomeodisparodearmadefogo(normamenosgrave).

    2)Crime complexo Neste tipo, o fato complexo absorve os delitos autnomos que o integram comoelementaresoucircunstncias,ouseja,ocrimecomplexoafusodeduascondutasparaformarumtipopenal novo. o caso do crime de latrocnio cujo tipo constitudo pelo roubo + homicdio. Noutroexemplo,GuilhermedeSouzaNuccilecionaque:

    "tratasedecrimecomplexoemsentidoamplo,constitudo,emregra,dacalniaedacondutalcitadelevarao conhecimentoda autoridadepblica delegado, juiz oupromotor a prtica deumcrime e sua autoria.Portanto,seoagenteimputafalsamenteaalgumaprticadefatodefinidocomocrime,cometeocrimedecalnia. Se transmite autoridade o conhecimento de fato criminoso e do seu autor, pratica condutapermitida expressamente pelo Cdigo de Processo Penal (art. 5., 3.). Entretanto, a juno das duassituaes(calnia+comunicaoautoridade)faznascerodelitodedenunciaocaluniosa,deaopblicaincondicionada,porqueestemjogoointeressedoEstadonaadministraodajustia."(inCdigoPenalComentado,11Ed.,fls.1230)

    3)ProgressocriminosaNestetipo,oagente,inicialmente,desejapraticarumcrimeeapscometlo,pratica outro crime demaior gravidade, configurando, assim, a pluralidade de desgnios (vontade). Porexemplo,agentepraticalesocorporalcontraavtimademodoadeixladesacordada.Nosatisfeito,pegaumafacaeapunhalanopeitodavtimacausandolheamorte.

  • 1426616244649.184 DireitoFcil

    http://www.direitosimplificado.com/materias/direito_penal_conflito_aparente_de_normas.htm 4/6

    Porfim,oportunoanotaradistinoapontadaporCapezentreprogressocriminosaecrimeprogressivo,asaber:"distinguesedocrimeprogressivo,porque,enquantonestehunidadededesgnios(desdelogooagentejqueroresultadomaisgrave),naprogressocriminosaocorrepluralidadedeelementosubjetivo,ouseja,pluralidadedevontades(inicialmentequerumresultadoe,apsatingilo,mudadeideiaeresolveprovocaroutrodemaiorgravidade)"[14].

    PRINCPIODAALTERNATIVIDADEEsteprincpiotambmchamadodetipomistoalternativo.Nessesentido,esteprincpioaplicadoquandoanormadispuserdevriasformasderealizaododelitodemodoqueseoagentepraticarumoumaisatosdodelitoedesdequeexistaonexocausalentreascondutas,configuraraincidnciadeumnicocrime.ocasodoartigo28e33daleideDrogas(lei11.343/2006),vejamos:

    Art.28.Quemadquirir,guardar,tiveremdepsito,transportaroutrouxerconsigo,paraconsumopessoal,drogas sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ou regulamentar ser submetido sseguintespenas[...]

    Nesteexemplo,seoindivduoabordadoporpoliciaismilitareseconfessaquefoiatabocadefumo,adquiriuumgramademaconhae,emseguida,trouxeconsigoatumavielaparaenrolaroseubaseadoefumlo.Esseindivduoserprocessadopelaprticadeumnicocrime,qualseja:artigo28.Portanto,ofato deste indivduo ter praticado duas condutas: adquirido e trazido consigo a droga, no implica naincidnciadupladocrimedoartigo28daleideDrogas.

    Art.33.Importar,exportar,remeter,preparar,produzir,fabricar,adquirir,vender,exporvenda,oferecer,teremdepsito,transportar,trazerconsigo,guardar,prescrever,ministrar,entregaraconsumooufornecerdrogas, ainda que gratuitamente, sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ouregulamentar[...]

    Omesmoocorrecomotraficantequeimportamaconha,mantmemdepsitoevendeparaterceiros.Nesteexemplo,essetraficanteserprocessadopelaincidncianicadoartigo33.Issoocorredevidoonexodecausalidadedeterminadonoexemplo.Apardissovejamosumajurisprudnciaacercadotrficodedrogas[15]:

    [...] de aomltipla ou de contedo variado, j que apresenta vrias formas de violao damesmaproibiocontidananormapenal, demaneiraquea realizaodequalquerdosverbosdescritosno tipopenal possui independncia para, por si s, caracterizar o delito de trfico. o chamado princpio daalternatividade.Emoutraspalavras,noscrimesmistosalternativosdeaomltiplacomoocasodotrficodedrogas,osdiferentescomportamentosinsertosnanormapenalsofasesdeumamesmaconduta,visandoaumsobjetivo,queatraficncia,deformaque,diantedeumcontextofticonico,seoagenterealizamaisdeum verbo como na hiptese dos autos, em que houve a aquisio, transporte e revenda de substnciaentorpecente,deveoagenteresponderporumscrime,aindaquetenhacometidomaisdeumacondutaentreaquelasdescritasnotipopenal.Tratasedecrimenico.[...]

    Ataprxima!!

    [1]CAPEZ,Fernando.CursodeDireitoPenal.1vol.16ed.SoPaulo:Saraiva,2012.p.90.

    [2]TOLEDO,FranciscodeAssis.Princpiosbsicosdedireitopenal.SoPaulo:Saraiva,1994,p.51.

    [3]Processo: ACR70049552201RS

    [4]CAPEZ,Fernando.CursodeDireitoPenal.1vol.16ed.SoPaulo:Saraiva,2012.p.92.

    [5]CAPEZ,Fernando.CursodeDireitoPenal.1vol.16ed.SoPaulo:Saraiva,2012.p.93.

    [6]CAPEZ,Fernando.CursodeDireitoPenal.1vol.16ed.SoPaulo:Saraiva,2012.p.94.

    [7]FRAGOSO,HelenoCludio.Liesdedireitopenal:partegeral.RiodeJaneiro:forense,2003,p.452.

  • 1426616244697.041 DireitoFcil

    http://www.direitosimplificado.com/materias/direito_penal_conflito_aparente_de_normas.htm 5/6

    [8]STF,HC108138,Relator(a):Min.JOAQUIMBARBOSA,SegundaTurma,julgadoem29/11/2011,PROCESSOELETRNICODJe236DIVULG13122011PUBLIC14122011

    [9]ApelaoCriminal 20090810066589APR 3TurmaCriminalDesembargador JESUINORISSATOAcrdon577.628

    [10]JESUS,DamsioE.de.DireitoPenal.ParteGeral.SoPaulo:Saraiva,1999,pgs.111/112.

    [11]BITENCOURT,CezarRoberto.Tratadodedireito penal: parte geral, volume1. 11. ed.Atual.SoPaulo:Saraiva,2007,pg.201.

    [12]CAPEZ,Fernando.CursodeDireitoPenal.1vol.16ed.SoPaulo:Saraiva,2012.p.95.

    [13]CAPEZ,Fernando.CursodeDireitoPenal.1vol.16ed.SoPaulo:Saraiva,2012.p.95.

    [14]CAPEZ,Fernando.CursodeDireitoPenal.1vol.16ed.SoPaulo:Saraiva,2012.p.97.

    [15]HABEASCORPUSN115.902RJ(2008/02066180)RELATORA:MINISTRAAURITAVAZ

    Palavrasprocuradas:conflitoaparentedenormasexemplosconflitoaparentedenormasconceitoconflitoaparentedenormasdefinicaooqueconflitoaparentedenormasconflitoaparentedenormasespecialidadeconflitoaparentedenormasespecialidadeconceitoconflitoaparentedenormasespecialidadeexemploconflitoaparentedenormassubsidiariedadeconflitoaparentedenormassubsidiariedadeconceitoconflitoaparentedenormassubsidiariedadeexemploconflitoaparentedenormasconsunoconflitoaparentedenormasconsunoconceitoconflitoaparentedenormasconsunoexemploconflitoaparentedenormasalternatividadeconflitoaparentedenormasalternatividadeconceitoconflitoaparentedenormasalternatividadeexemplodiferencaentresubsidiariedadeeconsuno

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  • 1426616244756.142 DireitoFcil

    http://www.direitosimplificado.com/materias/direito_penal_conflito_aparente_de_normas.htm 6/6

    JooBatistaRosa,email:[email protected]|09/03/201515:37:33|Denunciarabuso

    Umagrandematria,bemfundamentada,explicativa,contedodefcilentendimento,comexemplosimportantes,principalmenteparaquemestaestudandoepodersanardvidas.Parabns,vouestarsempreacompanhandosuasmatrias.Obrigado.

    raimundo|14/11/201412:50:10|Denunciarabuso

    NOMERaimundo******************************MENSAGEM******************************Quantomaismeenvolvocomassuntoscomoesse,maismeapaixonopeloDireito!

    joovitor|31/10/201410:00:23|Denunciarabuso

    [email protected]******************************MENSAGEM******************************nopudedeixardecomentar.muitoesclarecedorstenhoagradecerpeloconhecimentoadquirido.obrigado!

    Renata|14/10/201423:28:34|Denunciarabuso

    [email protected]******************************MENSAGEM******************************Ol,Adoreiosartigos,vocsestodeparabns!Depoisdefazeralgumaspesquisasencontreiaqui,aformamaissimplesdeentenderalgumasquestesdoDireito.

    Thais|20/08/201422:33:21|Denunciarabuso

    [email protected]******************************MENSAGEM******************************Muitobomeesclarecedor,obrigada!:)