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Conexão Verde Boletim do Escritório Técnico do Mosaico de Unidades de Conservação da Mata Atlântica Central Fluminense - Ano I - nº 2 - março/2010 Por que planejar? Por que investir tempo e energia em pensar o futu- ro, se já temos tantos problemas no presente? Parece complicado, mas na verdade é muito simples: sempre que paramos e refletimos um pouco so- bre nossos problemas presentes, em vez de simplesmente atacá-los afoita- mente, maiores serão as chances de compreendê-los e superá-los. É um caminho de mão-dupla: a ação práti- ca é corrigida pela reflexão e a refle- xão é corrigida pela prática. Por isso o planejamento: para não se perder nos extremos, seja da ação impensada e irracional, de um lado, seja da teoria excessiva e ineficiente, de outro. Depois de três anos de ação e consolid(ação), o conjunto de atores do Mosaico Central Fluminense entendeu que chegou a hora de um planejamento estratégico, que vá além dos planos de ações operacionais que vêm acompa- nhando as atividades práticas do Mosai- co até então. Qual a principal missão do Mosaico? Qual área geográfica, além do território específico das UCs componen- tes, que influencia e é influenciada pelo Mosaico? Qual é a relação presente e fu- tura com as atividades industriais da re- gião? Quais são as estratégias indicadas para ampliar a efetividade da conserva- ção regional? Como se propõe, enfim, que o Mosaico deva se envolver com a dinâmica ambiental, socioeconômica, política e cultural da região em que está inserido? Estas perguntas refletem o es- copo do planejamento estratégico que ora se inicia. Para tanto, ampliando o leque de parcerias do Mosaico, contaremos com assessoria da Escola Latinoamericana de Áreas Protegidas, com sede na Cos- ta Rica, e financiamento da The Nature Conservancy. A coordenação do proje- to é compartilhada entre integrantes do Mosaico e representantes da Con- servação Internacional, Associação Mico-Leão Dourado e Valor Natural. A metodologia do planejamento estra- tégico será adaptada de experiências realizadas em mosaicos em formação na Amazônia, com as devidas adequa- ções para a realidade de um mosaico já formado e em funcionamento, o que permite aprimoramento de defi- ciências já detectadas e incremento dos pontos de acerto. É o processo de melhoria contínua através do manejo adaptativo: depois de pronto, o que se pretende no segundo semestre do ano corrente, o planejamento estratégico não será arquivo morto nalguma ga- veta empoeirada, mas objeto de per- manente aprimoramento e adaptação a partir dos resultados concretos das ações executadas. Neste sentido, seguem as ações. Planejamos ao mesmo tempo que fa- zemos. Nesta edição, você encontra al- guns exemplos do que tem sido feito. A comunicação ganha grande impulso com a TV Mosaico. Pequenos vídeos abordando temas ambientais na re- gião do Mosaico trazem a realidade das UCs para o universo da divulgação ilimitada da internet. Vale a pena ler a matéria e depois conferir os progra- mas na grande rede. Ainda em relação à divulgação, há uma matéria sobre a visita do caminhão itinerante da SOS Mata Atlântica a Teresópolis, atividade realizada em parceria com o Mosai- co. No campo da produção científica, trazemos aqui a íntegra do trabalho sobre a cooperativa Manguezal Flumi- nense apresentado pela equipe da APA Guapimirim e do escritório técnico no Seminário de Áreas Protegidas e In- clusão Social – SAPIS, em Belém, em novembro passado. Demos destaque nesta edição ao funcionamento da se- cretaria-executiva do Mosaico, exerci- da pelo Instituto Bio Atlântica - IBio. A ferramenta de informação geográfica GeoAtlântica, desenvolvida pelo IBio, é apresentada enfatizando seu poten- cial para o planejamento territorial. Estão registradas as comemorações de aniversário do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (70 anos) e da APA Guapimirim (25 anos). Finalmente, apresentamos uma matéria com a re- cente aprovação do conselho do Mo- saico à entrada de novas UCs. Cresce o Mosaico e com isso sua importância para a conservação da mata atlântica fluminense. Boa leitura! Hora do planejamento estratégico Alessandro Rifan/PETP

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Boletim do Mosaico Central Fluminense, março de 2010

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Page 1: Conexão Verde 2

Conexão VerdeBoletim do Escritório Técnico do Mosaico de Unidades de Conservação da Mata Atlântica Central Fluminense - Ano I - nº 2 - março/2010

Por que planejar? Por que investir tempo e energia em pensar o futu-ro, se já temos tantos problemas no presente? Parece complicado, mas na verdade é muito simples: sempre que paramos e refletimos um pouco so-bre nossos problemas presentes, em vez de simplesmente atacá-los afoita-mente, maiores serão as chances de compreendê-los e superá-los. É um caminho de mão-dupla: a ação práti-ca é corrigida pela reflexão e a refle-xão é corrigida pela prática. Por isso o planejamento: para não se perder nos extremos, seja da ação impensada e irracional, de um lado, seja da teoria excessiva e ineficiente, de outro.

Depois de três anos de ação e consolid(ação), o conjunto de atores do Mosaico Central Fluminense entendeu que chegou a hora de um planejamento estratégico, que vá além dos planos de ações operacionais que vêm acompa-nhando as atividades práticas do Mosai-co até então. Qual a principal missão do Mosaico? Qual área geográfica, além do território específico das UCs componen-tes, que influencia e é influenciada pelo Mosaico? Qual é a relação presente e fu-tura com as atividades industriais da re-gião? Quais são as estratégias indicadas para ampliar a efetividade da conserva-ção regional? Como se propõe, enfim, que o Mosaico deva se envolver com a dinâmica ambiental, socioeconômica, política e cultural da região em que está inserido? Estas perguntas refletem o es-copo do planejamento estratégico que ora se inicia.

Para tanto, ampliando o leque de parcerias do Mosaico, contaremos com assessoria da Escola Latinoamericana de Áreas Protegidas, com sede na Cos-ta Rica, e financiamento da The Nature Conservancy. A coordenação do proje-to é compartilhada entre integrantes do Mosaico e representantes da Con-servação Internacional, Associação Mico-Leão Dourado e Valor Natural. A metodologia do planejamento estra-tégico será adaptada de experiências realizadas em mosaicos em formação na Amazônia, com as devidas adequa-ções para a realidade de um mosaico

já formado e em funcionamento, o que permite aprimoramento de defi-ciências já detectadas e incremento dos pontos de acerto. É o processo de melhoria contínua através do manejo adaptativo: depois de pronto, o que se pretende no segundo semestre do ano corrente, o planejamento estratégico não será arquivo morto nalguma ga-veta empoeirada, mas objeto de per-manente aprimoramento e adaptação a partir dos resultados concretos das ações executadas.

Neste sentido, seguem as ações. Planejamos ao mesmo tempo que fa-zemos. Nesta edição, você encontra al-

guns exemplos do que tem sido feito. A comunicação ganha grande impulso com a TV Mosaico. Pequenos vídeos abordando temas ambientais na re-gião do Mosaico trazem a realidade das UCs para o universo da divulgação ilimitada da internet. Vale a pena ler a matéria e depois conferir os progra-mas na grande rede. Ainda em relação à divulgação, há uma matéria sobre a visita do caminhão itinerante da SOS Mata Atlântica a Teresópolis, atividade realizada em parceria com o Mosai-co. No campo da produção científica, trazemos aqui a íntegra do trabalho sobre a cooperativa Manguezal Flumi-nense apresentado pela equipe da APA Guapimirim e do escritório técnico no Seminário de Áreas Protegidas e In-clusão Social – SAPIS, em Belém, em novembro passado. Demos destaque nesta edição ao funcionamento da se-cretaria-executiva do Mosaico, exerci-da pelo Instituto Bio Atlântica - IBio. A ferramenta de informação geográfica GeoAtlântica, desenvolvida pelo IBio, é apresentada enfatizando seu poten-cial para o planejamento territorial. Estão registradas as comemorações de aniversário do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (70 anos) e da APA Guapimirim (25 anos). Finalmente, apresentamos uma matéria com a re-cente aprovação do conselho do Mo-saico à entrada de novas UCs. Cresce o Mosaico e com isso sua importância para a conservação da mata atlântica fluminense.

Boa leitura!

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2 Conexão Verde Ano I - nº 2 - mar/2010

A veterinária Gabriela Viana é a secretária executiva do MMACF desde 2007. Coorde-nadora do Programa Serra do Mar do Ins-tituto BioAtlântica (IBio), faz parte do Con-selho Consultivo do MMACF na cadeira de representante da sociedade civil da APA da Bacia do Rio Macacu, área de atuação do IBio desde 2004. Nesta entrevista ao Cone-xão Verde, a Gabriela fala sobre o trabalho do IBio e o papel da Secretaria Executiva, além de apontar as perspectivas do mosai-co para 2010.

Como é o trabalho do IBio?O IBio é uma organização conservacionista sem fins lucrativos, fundada em 2002 e lan-çada publicamente em julho de 2003. Criado a partir de uma aliança estratégica entre am-bientalistas e empresários, o IBio atua como um catalisador de parcerias e ações nas regiões onde trabalha. Nós executamos projetos em campo em quatro regiões estratégicas para a conservação da biodiversidade da Mata Atlân-tica e da zona costeiro-marinha, sempre em cooperação com instituições públicas das três esferas de administração, com empresas, gru-pos comunitários, proprietários rurais e outras organizações ambientalistas.

Como o IBio foi escolhido para sediar a Secretaria Executiva?O IBio participou ativamente da construção do MMCF, em colaboração com o grupo en-volvido. Estávamos realizando o projeto Entre Serras & Águas para elaboração da proposta de plano de manejo da APA da Bacia do Rio Macacu e compartilhávamos a mesma opinião sobre a importância dos mosaicos como ferra-menta de gestão de unidades de conservação. Desde então, acompanhamos o fortalecimento da idéia e a formação do mosaico, até sua for-malização, em dezembro de 2006. De modo

Atribuições da secretaria executiva

Segundo o regimento interno, dis-cutido e aprovado pelo Conselho do MMACF, em sua primeira reu-nião ordinária, em maio de 2007, são atribuições da Secretaria Exe-cutiva:

I – Assessorar técnica e admi-nistrativamente a presidência do CONMAC; II – Organizar e manter arquivada toda documentação re-lativa às atividades do CONMAC; III – Colher dados e informações necessárias à complementação das atividades do CONMAC; IV – Receber dos membros suges-tões de pauta das assembléias; V – Convocar as assembléias, por determinação da presidên-cia, e secretariar seus trabalhos; VI – Elaborar e disponibilizar aos membros as atas das assem-bléias.”

ENTREVISTA: Gabriela Viana, secretária executiva do MMACF

Conexão VerdeBoletim do Escritório Técnico do Mosaico de Unidades de Conser-

vação da Mata Atlântica Central Fluminense

Presidente do Conselho do Mosaico: Breno HerreraAssessoria de Comunicação e Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Mtb 18.152Articulação Política: Layse RodriguesFotografias: Equipe e cedidas pelas unidadesArte gráfica: Camilo Mota/Jornal Poiésis - (22) 9201-3349Impressão: Sumaúma Gráfica e EditoraTiragem: 2000 exemplares

Escritório Técnico: Rua Rotariana, s/n, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Teresópolis-RJ, CEP 25.960-602, Tel. (21) 2512-1119, (21) 9514-3130, (21) 9973-9045.E-mail: [email protected]

www.mosaicocentral.org.br

geral, fomos escolhidos por nossa experiência na região e por nossa capacidade administrati-va, conhecida pelos parceiros nessa e em outras iniciativas.

Qual é o papel da Secretaria Executiva?A memória do MMACF é guardada pela Secre-taria Executiva, por meio de documentos, atas e imagens. É o registro da evolução do grupo que forma o Conselho. Procuramos organizar as informações das UC, auxiliamos a Presidên-cia do mosaico, mantemos um canal de comu-nicação com os conselheiros, convocando as reuniões ordinárias e extraordinárias, além de elaborar as atas e os materiais de comunica-ção sobre o mosaico. O trabalho é importante para garantir que o trânsito de informações seja permanente entre os conselheiros e as UC, proporcionando facilidade e agilidade na troca de experiências e no desenvolvimento de inicia-tivas em diferentes áreas do mosaico. Muitas oportunidades de pesquisa, financiamento, educação ambiental e capacitações foram proporcionadas pelo trabalho de integração e comunicação realizado pela Secretaria Execu-tiva. Além disso, executamos todas demandas emanadas das reuniões do Conselho, como o envio de documentos, elaboração de ofícios e troca de informações sobre os projetos e conta-tos dos conselheiros.

Que diferença o mosaico está fazendo para as UC?O Mosaico tem como objetivo proporcionar um olhar mais horizontal sobre as UC. Enten-demos as particularidades de cada UC, mas procuramos propor e manter a visão de gestão integrada, aproveitando os ativos de cada uma das áreas, cada projeto e/ou experiência exito-sa que pode ser replicada nas demais unidades. Além disso, as câmaras técnicas (CT) são o braço executivo das ações planejadas em con-

junto nas reuniões do Conselho, em especial, a CT de Proteção, na qual se planeja e executa ações conjuntas, como grande operações de fiscalização. Outra grande oportunidade é o intercâmbio de experiências e projetos que, em um universo de mais de 20 UC e 10 municípios, talvez não acontecesse.

Quais os principais avanços alcançados até aqui?O amadurecimento institucional do mosaico fica evidente ao recordarmos a atuação do Con-selho no processo de licenciamento do Comple-xo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), nas operações conjuntas de fiscalização, na elaboração de diretrizes para a educação am-biental no âmbito do mosaico e na concepção do escritório técnico. Eu destacaria a forma como o grupo acompanhou o processo de licen-ciamento do Comperj, chamando os técnicos da empresa para esclarecer muitas dúvidas que foram surgindo, acionando instituições de pes-quisa para incrementar as análises técnicas e as deliberações e ações iniciadas pelo grupo. Neste ponto, chamo especial atenção ao indicativo para que a Petrobras restaure as matas ciliares dos rios de 5ª e 4ª ordens das bacias hidrográfi-cas do rios Macacu e Caceribu, além da área de transição do Comperj com a APA Guapimirim, somando cerca de 4.500 hectares. Também estamos alcançando conquistas importantes para a construção da identidade do mosaico, por exemplo, com a produção de materiais de comunicação, como este boletim, os programas e televisão que estão sendo preparados e o web-site que já está no ar.

Quais são as perspectivas para 2010?Nossas prioridades para este ano se concentram no Planejamento Estratégico do mosaico, que conta com apoio da The Nature Conservancy, sob a coordenação da Associação Mico-Leão-

Dourado, da Valor Natural e da Conservação Internacional. Será adotada a metodologia de Planejamento Estratégico de Mosaico (PEM), que vem sendo desenvolvida e refinada em al-guns mosaicos na Amazônia. O objetivo é con-tribuir para o fortalecimento dos mosaicos do Corredor da Serra do Mar, a partir da elabora-ção do planejamento estratégico do nosso mo-saico. Além disso, as iniciativas que promovam a conexão efetiva da paisagem dentro da área de abrangência do MMACF estão recebendo es-pecial atenção e serão apoiadas e incentivadas por todas as instituições atuantes na região. Contato do Instituto BioAtlântica: www.bioa-tlantica.org.br

Page 3: Conexão Verde 2

Ano I - nº 2 - mar/2010 Conexão Verde 3Operação Serra e Mar para fortalecer a fiscalização no Mosaico

Com o objetivo de incrementar ações de fiscalização em parceria foi criada a operação “Serra e Mar”. A idéia principal é fortalecer a visão de Mosaico onde todas as Unidades de Conservação devem promover ações em conjunto com uma finalidade maior que é a preservação da Mata Atlântica. A fragmentação de nossas áreas protegidas deve ser vencida através de parcerias importantes. A operação “Serra e Mar” aconteceu dos dias 12 a 15 de novembro de 2009 e contou com a participação de fiscais e funcionários do Instituto Chico Men-des de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) da Área de Proteção Ambien-tal (APA) Guapimirim, Parque Nacional da Serra dos Órgãos e Estação Ecoló-gica da Guanabara; do Parque Estadual dos Três Picos, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renová-veis (IBAMA) da Prefeitura Municipal de Itaboraí e do Batalhão Florestal da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Trata-se, portanto, de uma ação integrada que envolveu Governo Federal, Estado e Município dentro dos princípios do Mosaico.

Da Serra ao Mangue - O nome da operação reflete a intenção que foi atingir tanto a região serrana quanto a litorânea do Mosaico Central Flu-minense. No dia 12 a operação se concentrou na apreensão de madeira de mangue nos bairros de Piedade, Roncador e Barbuda em Magé. O uso de madeira de mangue na APA Guapi-mirim para fornos de olarias e pada-rias já está extinto. No entanto, ainda existe o uso para currais de pesca, construção civil e fabricação de ferra-mentas. O objetivo é acabar totalmen-te com o uso dessa preciosa madeira que mantém o ecossistema de man-gue que, por sua vez, é essencial para a sobrevivência da própria baía de Guanabara. Essa madeira é totalmen-te imune de corte como afirma a Lei 4771/65 do Código Florestal. Dia 13 a operação atingiu as irregularidades da região do entorno imediato do Parque Nacional nos bairros de Pau Grande em Magé e Meio da Serra e Caxambu em Petrópolis. Predominou a apreen-são de pássaros silvestres em cativei-ro. Neste dia foram apreendidos 70 pássaros, sendo 63 em extinção. Em

uma só residência foram encontrados 42 chanchões. “Tudo indica que os ani-mais foram capturados na imediação do Parque para a comercialização”, de-clarou a analista ambiental do Parque Nacional, Fumi Saito, responsável pelo setor de controle do entorno. As mul-tas no dia 13 somaram R$ 282 mil. A multa para um animal ameaçado como o chanchão é de R$ 5 mil. A equipe constatou grande número de constru-ções irregulares na região do Meio da Serra e Pau Grande e defende a realiza-ção de mais fiscalização por parte de várias instituições. No local existem, por exemplo, vários monumentos his-tóricos ameaçados. No dia 14 ocorreu

uma operação em Santo Aleixo (Magé) com o objetivo de combater a captura e a manutenção em cativeiro de pássa-ros silvestres e ocupações irregulares. Dia 14 foram apreendidos 13 pássaros somando R$ 27 mil em multas. Além disso, duas construções irregulares na beira de canal fluvial foram autua-das e as obras embargadas. Dia 15 o foco foi controlar o comércio de caran-guejos e sardinhas pescados de forma irregular durante o defeso. Para isso, a equipe optou por fiscalizar comér-cio verificando as irregularidades nos quiosques na praia de Camboinhas em Niterói. Nas feiras e mercados de Ita-boraí e Alcântara foram apreendidos

caranguejos. De acordo com a Porta-ria IBAMA 52/03 a captura de caran-guejos é proibida durante todo os me-ses de outubro e novembro. A fêmea ovada nunca pode ser capturada e os animais devem ter sempre mais de 6 cm. Os 1500 caranguejos apreendidos no dia 15 foram soltos nos mangue-zais da APA Guapimirim.

Integrar é a palavra chave - O co-ordenador de fiscalização do Parque Nacional e um dos principais organi-zadores da operação “Serra e Mar”, Leandro Goulart enfatizou que a ope-ração vem ao encontro às demandas da região que ficaram claras após a operação anterior denominada de “Meio Ambiente em Dia”. “Sentimos urgência de ações em conjunto para combatermos a captura irregular do caranguejo no período do defeso e de pássaros em cativeiros que foram os focos dessa operação. Trabalhar em operações em outras áreas do país nos faz refletir mais sobre a necessidade de ações integradas na própria região do Mosaico Central Fluminense”, res-saltou Leandro. “Integrar os órgãos é essencial. Está no próprio conceito de mosaico. Nossa presença constante na região é muito importante”, dis-se o coordenador de fiscalização do Parque Estadual dos Três Picos, Mar-co Antônio Verly. O coordenador de fiscalização da APA Guapimirim Car-los Augusto Ribeiro Barbosa também salientou a questão da operação con-junta como fator essencial. “Cada vez mais temos que trabalhar em conjun-to visando um meio ambiente melhor. Esse é o espírito do Mosaico”, afirmou Augusto. Vimos na operação “Serra e Mar” mais uma ação que engrandece o conceito de Mosaico para romper-mos não só com as barreiras bioló-gicas e geográficas, mas também as provocadas pelo isolamento adminis-trativo e de fiscalização. O presidente do conselho do Mosaico e chefe da APA Guapimirim, Breno Herrera, con-cluiu que “a cada nova operação inte-grada sentimos os benefícios crescen-tes desta nova forma de gestão das unidades de conservação. Aos poucos vai sendo substituída a visão antiga de pensar as UCs como feudos isolados, por uma visão integradora e portanto, verdadeiramente ecológica”.

Durante a operação, caranguejos — capturados de forma irregular durante o defeso — foram devolvidos ao manguezal

A equipe de fiscalização formada nas operações do Mosaico conta com profissionais federais, estaduais e municipais

Page 4: Conexão Verde 2

Conexão Verde4 Ano I - nº 2 - mar/2010

Áreas Protegidas do Mosaico da Mata Atlântica Central Fluminense

Unidade de Conservação Órgão Gestor Categoria Decreto de criação Área (ha) Municípios de abrangênciaPlano de Manejo

Conselho gestor

Área de Proteção Ambiental Guapimirim

(21) 2633-0079www.icmbio.gov.br/apaguapimirim

ICMBioChefe: Breno

HerreraUso Sustentável

Decreto nº. 90.225 de 25/09/1984

13.825Magé, Guapimirim, Itaboraí, São

GonçaloSim Sim

Área de Proteção Ambiental Petrópolis(24) 2222-1651

ICMBioChefe: Sergio

BertocheUso Sustentável

Decreto nº. 87.561 de 13/09/1982

59.872Petrópolis, Magé, Duque de Caxias e

GuapimirimSim Sim

Estação Ecológica Guanabara(21) 2633-0079

ICMBioChefe: Mauricio

Muniz

Proteção Integral

Decreto sem n.º de 15.02.2006.

1.935Guapimirim,São Gonçalo

Sim Sim

Parque Nacional da Serra dos Órgãos(21) 2152-1100

www.icmbio.gov.br/parnaso

ICMBioErnesto Viveiros de

Castro

Proteção Integral

Decreto-Lei nº. 1822, de 30.11.1939

20.030Magé, Teresópolis, Petrópolis e

GuapimirimSim Sim

Reserva Biológica Tinguá(21) 3767-7009

ICMBioChefe: Josimarcio

Campos de Azevedo

Proteção Integral

Decreto nº. 97.780, de 23.05.1989

26.136Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Miguel

Pereira e PetrópolisSim Sim

APA da Bacia do Rio dos Frades INEA-RJ Uso Sustentável Lei Estadual 1775/1990 7.500 TeresópolisVai virar

núcleo do PETP

Não

APA da Floresta do Jacarandá INEA-RJ Uso SustentávelDecreto Estadual

8250/852.700 Teresópolis

Vai virar núcleo do

PETPNão

APA da Bacia do Rio MacacuINEA-RJ

Chefe: Jaci SilvaUso Sustentável

Lei nº. 4.018, de 05/12/02

82.436 Cachoeiras de Macacu e GuapimirimVai virar

núcleo do PETP

Não

APA de Macaé de CimaINEA-RJ

Chefe: Carlos Martins

Uso SustentávelDecreto Estadual

29213/0135.037 Nova Friburgo e Silva Jardim Não Sim

Estação Ecológica do Paraíso(21) 2632-8309

INEA-RJChefe: Eduardo

Rubião

Proteção Integral

Decreto nº. 9.803, de 12/03/87

4.920 Guapimirim e Cachoeiras de MacacuVai virar

núcleo do PETP

Não

Parque Estadual Três Picos(21) 2649-6847

www.ief.rj.gov.br/unidades/parques/PETP/conteudo.htm

INEA-RJChefe: Theodoros

Panagoulias

Proteção Integral

2002 46.350Cachoeiras de Macacu, Nova Friburgo, Teresópolis, Silva Jardim e Guapimirim

sim Sim

Reserva Biológica de Araras(24) 2225-9144

INEA-RJChefe: Ricardo

Ganem

Proteção Integral

Resolução s/n da Secretaria Estadual

de Agricultura e Abastecimento/1977

4.000 PetrópolisEm

elaboraçãoNão

Área de Proteção Ambiental Maravilha(24) 2224-1986

SEMMAS. J. V. do Rio Preto

Uso SustentávelDecreto Municipal

1652/061.700 São José do Vale do Rio Preto Não Não

Parque Natural Municipal da ArapongaSEMMA

S. J. V. do Rio PretoProteção Integral

Decreto Municipal 1653/06

14.000 São José do Vale do Rio Preto Não Não

Monumento Natural Pedra das FloresSEMMA

S. J. V. do Rio PretoProteção Integral

Decreto Municipal 1651/06

346 São José do Vale do Rio Preto Não Não

Estação Ecológica Monte das FloresSEMMA

S. J. V. do Rio PretoProteção Integral

Decreto Municipal 1654/06

211 São José do Vale do Rio Preto Não NãoÁrea de Proteção Ambiental Guapi-

Guapiaçu(21) 2632-2412

SEMMAGuapimirim

Uso SustentávelDecreto Municipal

620/0415.538 Guapimirim Não Não

Parque Natural Municipal da Taquara(21) 2273-6346

SEMMADuque de Caxias

Proteção Integral

Lei Municipal de nº1157de 11 .12.1992

19.415 Duque de Caxias Sim Sim

RPPN CEC Tinguá Privada Uso Sustentável Portaria Ibama 176/02 16,5 Tinguá SimNão se aplica

RPPN El Nagual(21) 2630-2625

www.artnagual.com.brPrivada Uso Sustentável Portaria Ibama 88/99 17 Magé Sim

Não se aplica

RPPN Querência Privada Uso Sustentável Portaria Ibama 05/99 50 Magé SimNão se aplica

RPPN Graziela Maciel Barroso Privada Uso Sustentável Portaria Ibama 20/05 184 Petrópolis SimNão se aplica

Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis(21) 3641-5870

SEMMA TeresópolisProteção Integral

Decreto 3693/09 4.397 TeresópolisEm

elaboraçãoEm

formaçãoRPPPN Fazenda Suspiro

(21) 2742-6888Privada

Proteção Integral

Portaria IBAMA 03/99-n 1/2/1999

18 Teresópolis NãoNão se aplica

Parque Natural Municipal de Petrópolis

(24) 2246-8968SEMMA Petrópolis Uso Sustentável Decreto 471 15/3/2007 16,7 Petrópolis Não

Em formação

Monumento Natural Pedra do Elefante SEMMA Petrópolis Uso Sustentável Decreto 071 24/7/2009 530 Petrópolis NãoEm

formaçãoAPA Jaceruba

(21) 2667-1252SEMMA Nova

IguaçuUso Sustentável

Lei municipal 3.592 7/7/2004

2.353 Nova Iguaçu Não NãoAPA Suruí SEMMA Magé Uso Sustentável Decreto 2300/07 14.146 Magé planejado Não

Parque Natural Municipal Serra do Barbosão

(21) 3749-1111SEMMA Tanguá

Proteção Integral

Lei 0633 23/10/2007 878 Tanguá NãoNão se aplica

Page 5: Conexão Verde 2

Conexão Verde 5Ano I - nº 2 - mar/2010

Mosaico Central recebe quatro novas Unidades de ConservaçãoConselho do Mosaico aprovou a in-

clusão de quatro novas unidades de conservação. Duas de Petrópolis e duas de Teresópolis. Na reunião de 15 de dezembro realizada na RPPN El Nagual em Magé representantes das Prefeituras de Petrópolis e Teresó-polis e o proprietário de uma RPPN apresentaram suas unidades e os in-teresses e justificativas para ingressa-rem no Mosaico Central Fluminense. O conselho enxergou de forma posi-tiva para a conectividade e a amplia-ção das áreas protegidas a entrada destes quatro novos parceiros.

Monumento Natural Pedra do Ele-fante - Essa nova Unidade de Conser-vação do Mosaico e do próprio mu-nicípio possui nascentes importantes para a região do Taquaril em Petrópo-lis, além de rica fauna com destaque para as aves raras. Existe um projeto de reflorestamento em andamento e a comunidade participou de todo o processo de criação. Os 130 hectares do Monumento Natural vão ajudar a conectividade do Mosaico já que os limites são próximos da APA Petró-polis e das Unidades de Conservação de São José do Vale do Rio Preto. O monumento também está próximo do Parque Nacional da Serra dos Ór-gãos. O local já é muito freqüenta-do por montanhistas e os amantes

de caminhadas na natureza. Vista de longe (da rodovia BR 040) parece um elefante.

Parque Natural Municipal de Petró-polis - O parque fica localizado no Centro Histórico dessa importante cidade. Trata-se de área verde em es-tado avançado de regeneração que vai garantir melhor qualidade de vida e ar puro para uma área intensamente urbanizada. O parque possui mais de 16 hectares e será mais um atrativo

turístico de Petrópolis bem perto da Catedral, do Palácio de Cristal e do Museu Imperial.

Parque Natural Montanhas de Te-resópolis - Essa unidade foi criada no início de 2009 na hora certa para barrar o crescimento desordenado nas encostas do município. Garante, antes de tudo, a belíssima paisagem formada por montanhas cobertas de florestas e com rochas exuberantes como a famosa pedra da Tartaruga.

Em torno desse parque temos áreas rurais e urbanas bem próximas. Na parte agrícola temos a maior concen-tração de produção orgânica do Es-tado. As comunidades participaram intensamente da criação do parque e ajudaram a aumentar a área preser-vada. Vão ser quase 5 mil hectares que incrementarão a conectividade, aproximando unidades de Teresópo-lis, Petrópolis e São José do Vale do Rio Preto que já fazem parte do Mo-saico Central Fluminense. Além dis-so, Teresópolis vai contar com mais um potencial enorme para o turismo ecológico e de aventura.

RPPN Fazenda Suspiro - O Mosai-co Central ganhou mais uma Reser-va Particular do Patrimônio Natural localizada na rodovia Teresópolis-Friburgo e colada no Parque Estadu-al dos Três Picos. Essa RPPN garante área protegida e verde em local onde a especulação imobiliária avança.

A ampliação e o aumento da conec-tividade do Mosaico são de extrema importância. No entanto, a inclusão de novas unidades de conservação deve ser realizada com critérios cuida-dosos. “Nosso princípio é de amplia-ção de parceiros, mas o processo deve ser feito com muita cautela para man-termos e aperfeiçoarmos a qualidade da gestão”, concluiu o presidente do Conselho do Mosaico Breno Herrera.

TV Mosaico já está no arProgramas também podem ser assistidos pela internet

O mosaico prevê que a conexão natural existente entre as várias Uni-dades de Conservação seja levada para o âmbito da gestão, interligando ações, promovendo decisões cole-tivas e integrando a sociedade civil. Para tanto, além de estratégias admi-nistrativas que alinhem os objetivos e mantenham os elos das conexões uni-dos, a comunicação também aparece como ferramenta fundamental para a construção desta gestão inovadora. E agora, junto com o site e o boletim in-formativo, o Mosaico Central também conta com produções audiovisuais próprias: a TV Mosaico.

Por meio de repor-tagens mensais, a TV Mosaico tem o obje-tivo de levar, tanto para as várias unida-des de conservação quanto para a socie-dade, os principais temas socioambien-tais da região, fomentando a discussão e a reflexão em busca de soluções para as questões levantadas. A característi-ca do audiovisual, que une imagem e som, tem forte apelo sensorial, o que facilita o entendimento e desperta o interesse da sociedade para o trabalho

que vem sendo realiza-do no Mosaico.

Com cerca de 20 mi-nutos, as reportagens procuram mostrar as iniciativas do conselho gestor, a biodiversida-de local e assuntos re-levantes para a região,

trazendo informações e entrevistas com representantes de instituições, do poder público e da sociedade civil. Em-bora a linha da TV Mosaico esteja es-treitamente ligada com o fomento da sustentabilidade ambiental, as maté-rias não excluem os problemas sociais

presentes na região, já que, a constru-ção de um ambiente mais sustentável só é possível considerando-se todos os aspectos da sociedade.

A equipe de produção é formada pelo jornalista e geógrafo, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, pelo jor-nalista Roberto Oto, e pelo cinegrafis-ta e editor de imagens Breno Sadock. Para assistir aos programas acesse o site do Mosaico (www.mosaicocen-tral.org.br). A TV Mosaico também está sendo distribuída para escolas e instituições interessadas em veicular o programa, assim como para TVs lo-cais da região.

O monumento natural Pedra do Elefante já é um ponto tradicional de montanhismo. Essa unidade agora pertence ao Mosaico Central Fluminense.

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Conexão Verde6 Ano I - nº 2 - mar/2010

Aniversário de 70 anos do PARNASO ressalta parceria entre Meio Ambiente e Turismo

Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO) é considerado hoje referência nacional. Comemorou 70 anos no dia 30 de novembro de 2009 e representa suces-so da parceria entre meio ambiente e uso público sustentável com destaque para o ecoturismo, o turismo de aventura, o montanhismo e as atividades de pesquisa. Durante a cerimônia de comemoração o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Rômulo Mello, destacou a inauguração da sede de Petrópolis e a criação do Grupo de Esportes da Natureza como ganhos muito importantes para o PARNASO. Tudo está inserido no projeto de parceria promovido pelo governo federal entre os ministérios de Turismo e Meio Ambiente. Trata-se do Programa Turismo nos Parques que tem como lema “Preserve um tempo em seu roteiro para curtir a natureza”. O Programa destinou R$ 4 milhões para o PARNASO. Os parques nacionais podem se tornar im-portante fonte de geração de renda com a chamada economia verde, onde o turismo pode se tornar canal principal. Os parques nacionais norte-americanos, por exemplo, recebem cerca de 200 milhões de visitantes por ano enquanto que os nossos recebem apenas pouco mais de 4 milhões. É um se-tor da economia muito pouco explorado. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, definiu os parques como “fábricas sem cha-minés” e defende o uso público das unida-des de conservação como fonte de renda, mas também como aliado da preservação. Minc ressaltou a importância dos Mosaicos para a recuperação da Mata Atlântica e dis-

GeoAtlântica abrigará base de dados do MMACFSistema desenvolvido pelo IBio facilitará a gestão e o planejamento estratégico do mosaico.

O MMACF já possui a sua base de dados gerreferenciados. Por decisão do Conselho, todas as informações so-bre o mosaico e as mais de 20 unidades de conservação que o compõem serão centralizadas no Sistema GeoAtlântica, ferramenta de gestão ambiental dispo-nível gratuitamente pela Internet.

Lançado em julho do ano passado, o GeoAtlântica é a mais completa base de dados sobre a Mata Atlântica e seus ecossistemas associados disponível na Internet. O sistema reúne dados de mais de 50 fontes de informação públi-cas e privadas que, integradas de for-ma simples e ágil, permitem a gestores

públicos, pesquisadores, empresários, ambientalistas e à população em geral o acesso a informação de qualidade, georreferenciada e padronizada se-gundo critérios técnicos.

Entre as bases já dispníveis no Geo-Atlântica, para o estado do Rio de Ja-neiro, destacam-se os dados sobre áre-as potenciais para restauração florestal da Mata Atlântica, informações sobre áreas protegidas municipais, sobre infra-estrutura de óleo e gás e as in-formações das cartas de sensibilidade ao óleo na zona costeiro-marinha. O sistema também é o único a disponi-bilizar em formato digital os índices

ambientais, por microbacias ou muni-cípios, do estudo Ações e Estratégias para a Conservação da Biodiversidade no Estado do Rio de Janeiro.

“Esperamos que as informações estejam consolidadas em uma única base de dados, facilitando as ações de conselheiros e colaboradores das unidades de conservação”, comenta Gabriela Viana, secretária executiva do MMACF e coordenadora do Programa Serra do Mar do Instituto BioAtlântica (IBio).

Com a consolidação da base de da-dos MMACF, será possível identificar lacunas de informação, equalizar a dis-

ponibilidade de dados, levantar opor-tunidades e potencialidades de siner-gia entre as unidades de conservação do mosaico. A base georreferenciada também facilitará a priorização de in-tervenções e ações para a efetiva cone-xão de fragmentos florestais, o trânsi-to de biodiversidade, e ganhos de área protegida, além de contribuir facilitar planejamento estratégico do mosaico, previsto para 2010.

Administrado pelo IBio, o Sistema GeoAtlântica possui o apoio da Con-servação Internacional, da Petrobras e da The Nature Conservancy.

Acesse www.geoatlantica.org.br

se que a meta é dobrar a área preservada em 20 anos.

O ministro destacou o papel da cultura e é a favor de atividades culturais nas unidades de conservação. “O meio ambiente tem que estar presente na vida das pessoas”, afirmou. O ministro do Turismo, Luiz Barreto, chamou a aliança entre os dois ministérios de “casa-mento prefeito”. Destacou a necessidade de incrementar em todo o país o desenvolvimen-to com a preservação através do crescimento do ecoturismo e do turismo de aventura e dis-se que o PARNASO é vanguarda desse proces-

so. O chefe do PARNASO, Ernesto Viveiros de Castro, relatou as novidades do PARNASO, es-senciais para concretizar essa política, como a inauguração do centro de visitantes com uma exposição permanente, do novo abrigo do Açu a 2100 metros de altitude com capacida-de para atender 30 pessoas e a recuperação do museu Von Martius na sede de Guapimi-rim. Ernesto apontou para o futuro e deseja ainda realizar muito mais para a Unidade. Es-pera um aumento de visitantes no futuro pró-ximo com a copa do mundo e as olimpíadas. Chamou a atenção para as novas placas de si-

nalização em português e inglês para a orien-tação e informação dos visitantes e da nova trilha suspensa que foi ampliada e reformada. O prefeito de Teresópolis, Jorge Mario Sedla-cek apontou o PARNASO como destaque para o turismo na região e homenageou a equipe da unidade de conservação. As autoridades e os convidados foram conhecer a trilha sus-pensa que agora tem 1300 metros de exten-são e que pode ser visitada por deficientes físicos já que não possui degraus e pode ser percorrida com cadeira de rodas. O visitante fica bem próximo da copa das árvores. O arte-são ambiental e importante ambientalista de Teresópolis, Zé Waitz, presenteou o ministro Minc com um de seus trabalhos chamado “Coração da Mata Atlântica”. Aproveitou a oportunidade para apresentar a necessidade urgente de saneamento para as comunida-des do entorno do PARNASO. Proposta que foi aprovada no orçamento participativo do município. Zé defende a ampliação da área atendida, que deve incluir toda a parte mais alta da bacia, com pequenas estações de tra-tamento de resíduos. O ministro, por sua vez, afirmou que a próxima prioridade será justa-mente a despoluição da bacia do Paquequer e falou da possibilidade da implantação de um parque fluvial no local.

Novo Guia do PARNASO - Junto com o aniversário de 70 anos do parque foi lan-çado o livro “Parque Nacional da Serra dos Órgãos: guia do visitante, do caminhante e do montanhista” de autoria de Waldyr Neto e Ernesto Viveiros de Castro. A publicação possui mais de 40 roteiros com caminhadas, escaladas e cachoeiras, além de informações geográficas e biológicas.

Rômulo Melo, Luiz Barreto e Carlos Minc

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Conexão Verde 7Ano I - nº 2 - mar/2010

EXPERIÊNCIA DA COOPERATIVA MANGUEZAL FLUMINENSE NA APA GUAPIMIRIMBreno Herrera, Layse Rodriguese Francisco Pontes de Miranda Ferreira

INTRODUÇÃO - Localizada no recôncavo da baía de Guanabara a Área de Proteção Ambiental (APA) Guapimirim é componente da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Protege os remanescentes de manguezal que ocupam a faixa costeira dos municípios de São Gonçalo, Itaboraí, Guapimirim e Magé. A APA Guapimirim é continuamente ameaçada pelo crescimento urbano e por poluição orgânica e industrial. Assegura a resistência da vida na baía de Guanabara, assim como a sobrevivência de uma popu-lação humana que mantém relações tradi-cionais com o ambiente, vivendo de seus recursos naturais, principalmente a pesca e a coleta de caranguejos. É necessário com-prometer a população residente e do entor-no com a recuperação e conservação dos bens naturais e culturais da região, através de um projeto que as integre efetivamente em um contexto produtivo ecologicamente correto, permitindo a ela melhores condi-ções sócio-econômicas e ao manguezal, a sua conservação e a garantia de pescado. Neste contexto, foi implementada a Coo-perativa Manguezal Fluminense, composta por pescadores, caranguejeiros e seus fami-liares que vivem na APA e seu entorno.

OBJETIVO - O presente trabalho objetiva registrar e analisar criticamente o proces-so de formação da Cooperativa Manguezal Fluminense, bem como apontar os desafios e perspectivas futuras para sua consolida-ção.

METODOLOGIA - A formação da Coope-rativa Manguezal Fluminense pautou-se em três fases: mobilização comunitária, cursos de capacitação profissional e discussão so-bre o modelo de organização. O projeto foi desenvolvido entre março de 2006 e maio de 2009, com recursos do Programa PDA Mata Atlântica, do Ministério do Meio Ambiente. Foi executado pela OSCIP INNA-TUS (Instituto Nacional de Tecnologia e Uso Sustentável), em parceria com a APA Gua-pimirim. O projeto surgiu como demanda e foi acompanhado em todas suas fases pelo Conselho Gestor da APA Guapimirim/ CONAPAGUAPI (HERRERA, no prelo). Além da formação da cooperativa, o projeto tam-bém resultou na elaboração do Circuito de Ecoturismo da APA Guapimirim.

RESULTADOS E DISCUSSÃO - a) Mobili-zação: Objetivou o reconhecimento das po-pulações alvo do projeto, sua divulgação e a identificação de pessoas comprometidas a compor a cooperativa. O CONAPAGUAPI serviu como referência para aproximação com comunidades locais e suas lideranças. Foram escolhidas as localidades de Praia da Beira (São Gonçalo), Itambi (Itaboraí),

Canal, Piedade, Roncador e Suruí (Magé), onde reuniões participativas divulgaram a idéia do projeto: agregar representantes das diferentes comunidades para compor um coletivo organizado na produção de bens e serviços relacionados à questão socioambiental. Houve dificuldade inicial, por conta de experiências frustradas com trabalhos anteriores desenvolvidos por ONGs, nos quais eram obtidas informações e colhidas contribuições das comunidades, sem o devido reconhecimento e retorno de benefícios às mesmas, ao término dos trabalhos. Tais dificuldades foram se atenu-ando à medida que se desenvolveram rela-ções de confiança entre a equipe do projeto e os comunitários. Nas reuniões também se discutiram os problemas ambientais locais (e.g., lixo e saneamento) e sua estrutura ur-bana (e.g., transporte público, creches, saú-de). Esta fase identificou 55 pessoas com potencial, interesse e perfil para participar diretamente do projeto. A composição des-te grupo era basicamente de pescadores, caranguejeiros e suas mulheres. A alta re-presentação de mulheres no grupo buscou lidar com o desequilíbrio de gênero típico destes ofícios eminentemente masculinos, onde as mulheres dedicam-se prioritaria-mente às atividades domésticas.

b) Capacitação profissional: Aos sábados (de modo a não comprometer a rotina pro-fissional de parte dos cursistas) foram rea-lizadas aulas e oficinas de capacitação em viveirismo, artesanato e condução de visi-tantes. A sede da APA Guapimirim disponi-bilizou sala de aula, escritório, banheiros e copa para a cooperativa em formação. Na área externa foi construído um viveiro de mudas e um quiosque para exposição dos produtos. A organização e limpeza do es-paço cedido ao projeto ficou sob respon-sabilidade dos cursistas ao longo de todo o período, o que contribuiu para o forta-lecimento de um espírito de grupo, cons-truindo gradativamente uma identidade da cooperativa em formação. O deslocamento e a alimentação dos cursistas foi financiado pelo projeto.

Viveirismo: Este módulo contou com car-ga de 192 horas, sendo 20 teóricas. Foi im-plementado um viveiro-escola e uma área para compostagem de resíduos orgânicos. Houve capacitação em produção de plan-tas ornamentais (visando à comercialização imediata) e em essências nativas para reflo-restamento. A venda das mudas e arranjos produzidos foi aquém da expectativa ini-cial, dado o mercado restrito e já ocupado por grandes produtores na região.

Artesanato: Com ênfase no emprego de matéria-prima local, este módulo foi volta-do à capacitação em produção de artesana-to. O conteúdo programático abordou as

temáticas: arte e elementos artísticos; co-res na formação das imagens; planejamento e artesanato em bijuterias, bambu, taboa e escamas de peixe. Os artigos produzidos foram expostos e comercializados em feiras locais. De um modo geral, as vendas foram pouco significativas, o que ensejou uma autocrítica dos cooperados quanto à quali-dade dos produtos elaborados e à dificulda-de de inserção em um mercado pequeno e extremamente saturado. Os produtos com maior potencial foram aqueles elaborados com taboa (cestaria, esteiras, pufes) e esca-ma de peixe (brincos e colares). O módulo de artesanato teve carga de 212 horas.

Condução de visitantes: Este módulo teve carga de 144 horas. Houve aulas teó-ricas sobre ecologia do manguezal; historia e arqueologia da região; interpretação de trilhas e educação ambiental. O projeto ad-quiriu duas embarcações tipo voadeiras de alumínio, cedidas à cooperativa, que servi-ram para as aulas práticas de navegação. Os cursistas obtiveram credenciamento junto à Capitania dos Portos para a condução das embarcações, além de receberem instru-ções básicas de primeiros socorros. Este módulo, associado à elaboração do Circuito de Ecoturismo da APA Guapimirim, objeti-vou a consolidação da cooperativa como principal operadora do ecoturismo local, privilegiando o elaborado conhecimento empírico dos cooperados acerca da natu-reza local e adequando-o a procedimentos necessários para a qualificação e profissio-nalização da atividade turística. A coopera-tiva vem operando esta atividade, principal-mente na condução de grupos escolares, universitários e de pesquisa.

c) Discussão sobre o modelo: Ao término da fase de capacitação, os alunos egressos dos três cursos juntaram-se a fim de discu-tir o modelo de organização daquele cole-tivo. Cerca de 25 comunitários concluíram devidamente a capacitação e compuseram a cooperativa. Com participação de asses-soria jurídica especializada, se optou pelo modelo de cooperativa, em vez de asso-ciação, dado o viés econômico e produtivo das atividades desenvolvidas. Neste módu-lo houve capacitação básica em gerencia-mento e legislação. Coletivamente foi eleita a coordenação do grupo e elaborado seu regimento interno, que prevê o mecanismo de partição dos lucros entre os cooperados. Em abril de 2009 foi formalmente criada a Cooperativa.

CONCLUSÃO - Projetos de desenvolvi-mento local baseados na sustentabilidade ambiental e nos princípios da economia solidária, como a cooperativa em análi-se, representam uma oportunidade para a formação de cidadãos competentes, parti-cipativos e conscientes da necessidade de

preservação dos recursos naturais para as gerações futuras (HARVEY, 1996). As princi-pais dificuldades encontradas pela coopera-tiva relacionam-se à inserção em um mer-cado de trabalho extremamente limitado e disputado, resultado do modelo econômi-co vigente (FOSTER, 2005 e GONÇALVES, 2004). Este fator manifestou-se principal-mente no artesanato e no viveirismo. Por outro lado, verifica-se grande potencial na operação do ecoturismo. Para melhor de-senvolver esta potencialidade, a coopera-tiva deve investir na sua divulgação, o que pode requerer ainda suporte técnico exter-no, antes de sua definitiva autonomia. Um produto ecoturístico bem elaborado pode incluir a venda de artesanato local, integran-do e potencializando as duas atividades. Há ainda boa perspectiva de trabalho para a cooperativa em projetos de reflorestamen-to, resultantes de medidas condicionantes e compensatórias de empreendimentos po-tencialmente poluidores sendo licenciados na região. Embora a cooperativa ainda não esteja suficientemente madura para asse-gurar isoladamente a sobrevivência econô-mica dos cooperados, já se vêm resultados positivos na complementação da renda familiar dos mesmos. É necessária a conti-nuidade do processo de profissionalização, bem como o aprofundamento de relações com outras experiências semelhantes no país, de modo a fortalecer uma efetiva rede de economia solidária (CASTELLS, 1996; LIANZA e ADDOR, 2005), de caráter coletivo e inclusivo, que gradualmente se estabeleça como alternativa concreta ao sistema eco-nômico vigente, eminentemente privatista e excludente (MARTINEZ-ALIER, 2007; SAN-TOS, 2000).

Referências Bibliográficas

CASTELLS, M. The Information Era: The Rise of the Network Society (Volume 1). Oxford. Blackwell. 1996.

GONÇALVES, C. W. P. O Desafio Ambien-tal. Record. RJ/SP. 2004.

HARVEY, D. Justice, Nature & the Geogra-phy of Difference. Oxford. Blackwell. 1996.

HERRERA, B. Participação das Populações Locais no Conselho Gestor da APA Guapimi-rim: empecilhos e avanços. in: MEDEIROS, R. (Org.) Experiências na Implementação e Funcionamento de Conselhos de Gestão de Unidades de Conservação no Brasil. No prelo.

LIANZA, S. e ADDOR, F. (Org). Tecnologia e Desenvolvimento Social e Solidário, Porto Alegre, UFRGS, 2005.

MARTINEZ-ALIER, J. O Ecologismo dos Pobres. Contexto. São Paulo. 2007.

SANTOS, M. Por uma Outra Globaliza-ção, Record RJ/SP, 2000

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Conexão Verde8 Ano I - nº 2 - mar/2010

APA Guapimirim comemora aumento dos manguezaisHistória - Iniciou nos anos 70 a luta pela

preservação dos últimos manguezais rema-nescentes do recôncavo da baía de Guana-bara que já sofria muito com problemas de poluição e depredação. Esgoto, poluição industrial, aterros, retirada de madeira de mangue eram ações comuns. Em 1978, cien-tistas fizeram um pedido formal para a cria-ção de uma Unidade de Conservação. De ou-tro lado, o Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS) insistia em grandes projetos de drenagem, aterro de mangues e retificação de canais fluviais. Finalmente, em 25 de setembro de 1984, foi criada a primei-ra Unidade de Conservação de manguezais do Brasil. Apesar de importantes passos na preservação, a baía de Guanabara continua poluída e recebendo projetos industriais de grande porte, além da expansão urbana de-sordenada em quase toda sua zona costeira. A região também é marcada por acidentes como o derramamento de 1,3 milhões de li-tros de óleo da refinaria Duque de Caxias da Petrobras em janeiro de 2000 e o derrama-mento de 60 mil litros de óleo no rio Cace-ribu causado por um acidente com um trem da Ferrovia Centro-Atlântica da Companhia Vale do Rio Doce.

Aspectos positivos e negativos - A cons-tatação do aumento da área de mangue-zais anunciada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) é o aspecto mais positivo a ser comemorado nos 25 anos da APA. Mais de 400 hectares de manguezais foram recuperados. A região, no entanto, ainda sofre com os mesmos problemas do passado como a poluição das águas e a expansão urbana e industrial. “Notícia da ampliação da cobertura vegetal dos man-guezais é muito importante. Enquanto a expansão da Mata Atlântica como um todo está estagnada, conseguimos aumentar a

área de manguezais. Outro aspecto muito positivo a comemorarmos é o aumento da participação popular na gestão. A criação da Cooperativa Manguezal Fluminense é um marco muito positivo. Celebramos também a parceria com a Fundação SOS Mata Atlân-tica para melhoramos a estrutura da APA Guapimirim e da Estação Ecológica (ESEC) Guanabara. Nossas maiores dificuldades são o crescimento urbano desordenado e a expansão industrial na região que afetam a qualidade ambiental dos manguezais e au-mentam o assoreamento da baía”, ressaltou o chefe da APA Guapimirim Breno Herrera. Opinião semelhante tem o chefe da ESEC Guanabara Maurício Muniz enfatizando que “um dos aspectos mais positivos nesses 25 anos da APA é o envolvimento social. Pes-cadores e caranguejeiros hoje são parte importante do processo. No entanto, ainda temos problemas graves como a poluição dos rios. A falta de saneamento básico está

presente em toda a região. Outro problema grave é a expansão urbana e industrial”. A Fundação SOS Mata Atlântica vem auxi-liando nos trabalhos de preservação dos manguezais e de melhorias estruturais das instalações da APA e da ESEC. Trata-se do Fundo Guanabara que visa complementar os recursos federais. “A partir de 2006 de-cidimos privilegiar a zona costeira da Mata Atlântica com atenção aos manguezais. Defendemos o olhar para o mar e o olhar no contexto do Mosaico. Os mangues são muito importantes para a Mata Atlântica como um todo. Iniciamos projetos de apoio à zona costeira no Atol das Rocas e a segun-da área privilegiada é a APA Guapimirim e a ESEC Guanabara” destacou a diretora de gestão de conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica, Marcia Makiko Hirota.

Homenagens - Adilson Fernandes (conhe-cido como Russo) é antigo morador e já foi caçador na região e hoje é contratado da

APA como piloto de barcos e defensor do ambiente. Ele recebeu uma especial ho-menagem durante a festa e lembrou que os mangues preservados representam “a vida da baía de Guanabara”. Ele está muito contente com o “aumento do número de jacarés, capivaras e peixes”. Também rece-beu homenagem especial o mais antigo ser-vidor da APA, Sebastião Monteiro da Silva, que muito emocionado também defendeu a importância do aumento da área de man-gues preservados. Os pescadores Manuel Santos e Alexandre Souza também recebe-ram homenagens. Alexandre faz parte do grupo “Homens do Mar da baía de Guana-bara” e lembrou que os pescadores são os melhores indicadores da qualidade da água. Quando a pesca está ruim é sinal de queda da qualidade ambiental. Ele criticou muito a poluição provocada pelos empreendimen-tos Off Shore como os diversos gasodutos sendo instalados na baía.

Cientista critica desenvolvimentismo não sustentável - Um dos mais importantes cientistas que lutou pela criação das Unida-des de Conservação para salvar a baía de Guanabara é o professor Elmo Amador. Ele afirmou que a vida da baía de Guanabara só é possível graças a APA e a ESEC. “Es-tou muito contente com o aumento da área de manguezais. Antigamente o mangue era considerado podre e insalubre e a menta-lidade era de aterrar. Hoje quase ninguém tem visão negativa do mangue”, explicou. Entretanto, professor Elmo está muito pre-ocupado com a instalação do Complexo Pe-troquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ) na região. “A localização do empreendimento é criminosa e o próprio COMPERJ vai na contramão da preocupação ambiental es-sencial hoje. O potencial poluidor é assus-tador”, apontou Elmo.

Mosaico Central Fluminense participa do Projeto “A Mata Atlântica é Aqui”O projeto “A Mata Atlântica é Aqui – exposição itinerante do cidadão atuante” é promovido pela Funda-ção SOS Mata Atlântica e tem como objetivo levar informações sobre esse importante e ameaçado bioma. Tem a intenção de conscientizar as pessoas sobre a influência da Mata Atlântica em suas vidas. O projeto consiste em um caminhão equipa-do com multimídia, palco, livraria e toda uma estrutura para atividades artísticas, lúdicas, didáticas e in-formativas sobre a Mata Atlântica. Conta também com uma equipe especializada e muito dedicada. A

idéia é percorrer cerca de 40 municí-pios em 2010. Em janeiro o caminhão estacionou nas praças principais de Teresópolis e Nova Friburgo e o Mo-saico Central Fluminense instalou um estande para divulgar para a popula-

ção o conceito de mosaico, a compo-sição do Mosaico Central Fluminense e as diversas atividades que estamos realizando. Mais de 90% dos visitan-tes ainda não conheciam o Mosaico Central Fluminense e esse novo con-ceito de gestão de áreas protegidas. Muitos também não tinham contato com as Unidades de Conservação tão próximas e essenciais para a qua-lidade de vida da região. O dia 14 de janeiro contou com debate sobre o Mosaico Central Fluminense. Filme e mapa do Mosaico estarão circulando com o caminhão por vários cantos do Brasil. Atividades como essas são de

extrema relevância. Obrigado SOS Mata Atlântica por mais essa par-ceria.A Fundação SOS Mata Atlântica é uma ONG criada em 1986 e tem como objetivo valorizar e preservar os remanescentes desse bioma com destaque também para fato-res históricos e culturais. Visite o site da instituição: www.sosma.org.br e o Blog com imagens das atividades do caminhão. A SOS Mata Atlântica vem participando de várias atividades de fortalecimento das Unidades de Conservação de nossa região.