condutas e sentimentos dos enfermeiros e acadêmicos · inesperada da atividade mecânica...

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ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ LARISSA MAYRE MONTEIRO DOS SANTOS CONDUTAS E SENTIMENTOS DOS ENFERMEIROS E ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM FRENTE À PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR) ITAJUBÁ - MG 2013

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Page 1: Condutas e sentimentos dos enfermeiros e acadêmicos · inesperada da atividade mecânica ventricular, útil e suficiente para manter o débito cardíaco. ... PCR é candidata a ressuscitação

ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ

LARISSA MAYRE MONTEIRO DOS SANTOS

CONDUTAS E SENTIMENTOS DOS ENFERMEIROS E ACADÊMICOS DE

ENFERMAGEM FRENTE À PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR)

ITAJUBÁ - MG

2013

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LARISSA MAYRE MONTEIRO DOS SANTOS

CONDUTAS E SENTIMENTOS DOS ENFERMEIROS E ACADÊMICOS DE

ENFERMAGEM FRENTE À PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, realizado com o apoio financeiro da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) como requisito parcial para obtenção do título de Enfermeira.

Orientadora: Profa. M.ª Ivandira Anselmo Ribeiro Simões.

ITAJUBÁ - MG

2013

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S237c Santos, Larissa Mayre Monteiro dos. Condutas e sentimentos dos enfermeiros ... / Larissa Mayre Monteiro dos Santos. - 2013. 122 f.

Orientadora: Profª. M.ª Ivandira Anselmo Ribeiro S. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfer- magem) com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) -Escola de Enfermagem Wenceslau Braz - EEWB, Itajubá, 2013. 1. Parada cardiorrespiratória. 2. Condutas. 3. Senti- mentos. I. Título.

NLM: WG 205

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB)

Bibliotecária - Karina Morais Parreira - CRB 6/2777

© reprodução autorizada pela autora

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos que me apoiaram. Desde os que me influenciaram a

fazer melhorias até os que se interessaram em saber sobre o seu desenvolvimento;

Meus amigos e minha família, pela paciência nos momentos difíceis durante o

desenrolar do percurso até chegar nesta etapa tão esperada, onde todo meu esforço

se encontra recompensado, pois esta pesquisa se encontra concluída.

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AGRADECIMENTOS

A Deus pelo direcionamento de minhas decisões e escolhas.

A minha orientadora Ivandira Anselmo Ribeiro Simões, pela paciência, atenção, dedicação e transmissão de conhecimentos.

A Angela Maria Monteiro pela correção gramatical de grande qualidade.

Ao Fundo de Apoio de Estudo e Pesquisa Minas Gerais pelo financiamento dessa pesquisa;

Aos Enfermeiros entrevistados que aceitaram participar da pesquisa com muita generosidade.

Aos Acadêmicos de Enfermagem entrevistados pela maravilhosa receptividade ao serem convidados a participarem da pesquisa.

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“Livre pra poder sorrir sim, Livre pra poder buscar o meu lugar

ao sol, O amor é assim, a paz de Deus que

nunca acaba.”

(CHORÃO)

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RESUMO

Trata-se de um estudo que teve como objetivos conhecer as condutas e os sentimentos dos Enfermeiros e Acadêmicos de enfermagem frente á uma situação de parada cardiorrespiratória (PCR). A pesquisa foi de abordagem qualitativa, descritiva e exploratória, constituída de 30 participantes, 15 enfermeiros do Hospital Escola com experiência mínima de 6 meses de serviço e 15 Acadêmicos de Enfermagem do 7° e 8° período da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, que já tinham vivenciado pelo menos uma situação de PCR. O método utilizado foi o Discurso Sujeito Coletivo (DSC). Utilizou-se de um roteiro de entrevista semi-estruturado contendo duas questões. Os resultados apontaram as seguintes ideias centrais (IC) sobre as condutas dos enfermeiros frente à PCR: “Atuar com conhecimento”; “Coordenar a equipe”; “Ter segurança”; “Atuar auxiliando”; “Certificar – se do fato”; “Postura de liderança”; “Dar auxilio a família”. E os mesmos apresentaram estas IC com relação aos seus sentimentos frente a uma PCR: “Sentimentos variados”; “Nervoso, tenso”; “Incapacidade”; “Tristeza” e “Sentimento de culpa”. Com relação aos acadêmicos de enfermagem apresentaram as seguintes IC frente à situação de PCR: “Ter conhecimento”; “Estar seguro” e “Controlar suas emoções”. E quanto aos seus sentimentos as IC mencionadas foram: “Impotência”; “Medo”; “Desespero”; “Ótima sensação”; “Ansiedade”; “Querer ajudar”; “Tristeza”; “Insegurança”. As conclusões permitiram constatar o que os enfermeiros e acadêmicos de enfermagem consideram ser necessário frente ao atendimento em PCR e o que eles sentem ao se depararem com tal situação.

Palavras-chave: Parada cardiorrespiratória. Condutas. Sentimentos.

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ABSTRACT

The aim of this study was to verify the behaviors and feelings of nurses and nursing students in front of a situation of cardiorespiratory arrest (CPA). The research was descriptive and exploratory qualitative approach, consisting of 30 participants, 15 nurses and 15 Academic Hospital School of Nursing, School of Nursing Wenceslau Braz. The method used was DSC. It’s an interview script containing two semi-structured questions. The results showed the following main ideas (IC) on the conduct of nurses facing a cardiorespiratory arrest (CPA): "Acting with knowledge", "Coordinate staff"; "Have security"; "Work assisting", "Check the fact ";" Posture leadership, "Aid the family". And they showed these CI with respect to their feelings towards a PCR: "Feelings varied", "nervous, tense", "Failure", "Sadness" and "Feeling of guilt." In relation to nursing students showed the following IC at the helm of the PCR situation: "Knowing"; "Be safe" and "Controlling your emotions". And about the feelings of the nursing students the IC mentioned were: "Impotence", "Fear", "Desperation", "Great feeling"; "Anxiety"; "Will to help"; "Sorrow"; "Insecurity". The conclusions showed evidence that nurses and nursing students consider necessary the threatment in PCR and what they feel when faced this kind of situation.

Keywords: Cardiorespiratoy arrest. Conducts. Feelings.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Procedimentos básicos de emergência........................................

Quadro 2 - Características pessoais e profissionais dos Enfermeiros

entrevistados......................................................................................................

Quadro 3 - Ideias centrais, sujeitos e frequências das ideias centrais das

condutas dos Enfermeiros frente à

PCR......................................................................................................................

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30

Quadro 4 - Ideias centrais, sujeitos e frequências das ideias centrais dos

sentimentos dos Enfermeiros frente à

PCR......................................................................................................................

Quadro 5 - Características pessoais e profissionais dos Acadêmicos de

Enfermagem entrevistados...............................................................................

Quadro 6 - Ideias centrais, sujeitos e frequências das ideias centrais das

condutas dos Acadêmicos de Enfermagem frente à

PCR......................................................................................................................

Quadro 7 - Ideias centrais, sujeitos e frequências das ideias centrais dos

sentimentos dos Acadêmicos de Enfermagem frente à

PCR......................................................................................................................

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LISTA DE ABREVIATURAS

AHA - American Heart Association

CNR - Conselho Nacional de Ressuscitação

DSC - Discurso Sujeito Coletivo

ECH - Expressões Chaves

EEWB - Escola de Enfermagem Wenceslau Braz

FV - Fibrilação Ventricular

IC - Ideia Central

PCR - Parada Cardiorrespiratória

RCP - Ressuscitação Cardiopulmonar

RS - Representação Social

SAV - Suporte Avançado de vida

SBC - Sociedade Brasileira de Cardiologia

SBV - Suporte Básico de Vida

SSVV - Sinais Vitais

TRS - Teoria das Representações Sociais

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SUMÁRIO

1

1.1

2

2.1

2.2

2.2.1

2.2.2

3

3.1

3.2

3.3

3.4

3.5

3.6

3.6.1

3.6.2

3.6.3

3.7

3.8

4

4.1

4.2

5

INTRODUÇÃO.........................................................................................

OBJETIVOS.............................................................................................

MARCO CONCEITUAL...........................................................................

PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA......................................................

ENFERMAGEM........................................................................................

Condutas.................................................................................................

Sentimentos............................................................................................

TRAGETÓRIA METODOLÓGICA..........................................................

DELINEAMENTO DO ESTUDO..............................................................

A PESQUISA QUALITATIVA...................................................................

A TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS (TRS)..........................

DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO (DSC).........................................

SUJEITO AMOSTRA E AMOSTRAGEM.................................................

COLETA DE DADOS...............................................................................

Instrumentos de Coleta de Dados........................................................

Procedimentos pra coleta de dados....................................................

Análise de dados....................................................................................

PRÉ-TESTE.............................................................................................

ÉTICA NA PESQUISA.............................................................................

RESULTADOS........................................................................................

CARACTERIZAÇÃO DOS ENFERMEIROS A RESPEITO DE SUAS

INFORMAÇÕES PESSOAIS E PROFISSIONAIS, TEMAS, ICS E

DSC.........................................................................................................

CARACTERIZAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM A

RESPEITO DE SUAS INFORMAÇÕES PESSOAIS E

PROFISSIONAIS, TEMAS, ICS E

DSC.........................................................................................................

DISCUSSÃO...........................................................................................

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CONCLUSÃO..........................................................................................

CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................

REFERÊNCIAS.......................................................................................

APÊNDICE A - Instrumento de Coleta de Dados.................................

APÊNDICE B - Instrumento de Coleta de Dados.................................

APÊNDICE C - Termo de consentimento livre e esclarecido para

os Enfermeiros.......................................................................................

APÊNDICE D - Termo de consentimento livre e esclarecido para

os Acadêmicos de Enfermagem...........................................................

APÊNDICE E - Solicitação para Coleta de Dados...............................

ANEXO A - Instrumento de análise de discurso (IAD – 1)..................

ANEXO B - Instrumento de análise de discurso (IAD – 1)..................

ANEXO C - Instrumento de análise de discurso 2 (IAD-2).................

ANEXO D - Parecer Consubstanciado N. 800/2012............................

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1 INTRODUÇÃO

Denomina-se parada cardiorrespiratória (PCR) a interrupção súbita e

inesperada da atividade mecânica ventricular, útil e suficiente para manter o débito

cardíaco. A situação de parada cardiorrespiratória é considerada como

intercorrência imprevisível de alto grau de complexidade e tal episódio representa a

mais grave emergência clínica com que se pode deparar (ALVES; MAIA, 2011).

Segundo Falcão, Costa e Amaral (2010) no primeiro momento toda vítima de

PCR é candidata a ressuscitação cardiopulmonar (RCP).

Alves e Maia (2011) afirmam que a ressuscitação cardiopulmonar (RCP)

consiste em um conjunto de procedimentos destinados a manter a circulação de

sangue oxigenado no cérebro e órgãos vitais.

Falcão, Costa e Amaral (2010) referem que a RCP deve ser realizada em

pacientes não portadores de doença intratável em sua fase terminal, este

procedimento tem como objetivo temporário, manter artificialmente a circulação de

sangue arterial ao cérebro e outros órgãos vitais, até o retorno da circulação

espontânea.

Graça e Valadares (2008) comentam que para que o atendimento prestado

tenha um resultado de sucesso é necessário que a equipe multiprofissional aja com

rapidez, eficiência, que tenha conhecimento científico e habilidade técnica

necessária no desempenho da ação.

É de extrema importância ressaltar que o êxito na reversão de uma PCR não

depende somente da realização das manobras de ressuscitação, existe outros

fatores como as condições clínicas do paciente antes da PCR que influenciam no

resultado final (BARRA et al, 2011).

Segundo Chiapetti (2007) o ser humano é dotado, em sua essência, de

sentimentos e emoções, o que torna sensível ao sofrimento alheio. O ser enfermeiro

sente-se desafiado, este enfrenta sentimentos e ansiedades profundos e intensos na

sua rotina de trabalho que se prende fundamentalmente em assumir os cuidados às

pessoas doentes, onde existe um amplo leque de possibilidades que vai da cura à

morte.

Enquanto profissionais e acadêmicos sabe-se que ter experiência é

vantajoso, mas, também aliada a ela temos que ter o conhecimento científico. Os

acadêmicos possuem uma pequena ou quase nula vivência com tais

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acontecimentos, logo, o sentimento, de medo e angústia são maiores, pois os

mesmos ainda estão em fase de treinamento, descobrindo como será sua postura

frente à PCR.

O interesse pelo tema surgiu primeiramente a partir de um convite feito pela

minha atual orientadora. Após disponibilizar alguns artigos para leitura despertou

me uma curiosidade em saber como os enfermeiros e futuros enfermeiros lidam com

os casos de PCR. Outro fator relevante foi a respeito dos passos para atender ao

paciente em PCR que são muito bem definidos e também devido à busca constante

pelos fatores que levaram a causa do desenvolvimento do quadro. Porém,

encontram - se poucas publicações a respeito de pesquisas feitas com enfermeiros

e acadêmicos de enfermagem sobre suas condutas e seus sentimentos em

decorrência as situações como a PCR.

A relevância Científica deste trabalho irá somar a literatura, pois é possível

constatar que há uma escassez de artigos a respeito das condutas e sentimentos

dos enfermeiros e principalmente em relação as condutas e os sentimentos dos

acadêmicos de enfermagem.

Para a enfermagem servirá como contribuição para seu crescimento

científico. Pretende-se também despertar o interesse no profissional enfermeiro e

nos acadêmicos de enfermagem a buscarem maneiras de enfrentar sentimentos que

surgem em situações estressoras, também se sabe da necessidade de atualizações

continuas para que consigam atender os pacientes em PCR de forma mais eficiente.

Para a sociedade, com o resultado desta pesquisa pretende-se prevenir

falhas que possam ocorrer durante a atuação em uma PCR, por parte dos

enfermeiros e acadêmicos de Enfermagem. Acarretando serviços de melhor

qualidade para a comunidade.

Diante do exposto, surgiram algumas inquietações: quais são os sentimentos

dos acadêmicos frente ao atendimento á PCR? Quais suas condutas? E os

enfermeiros quais suas condutas e sentimentos frente á PCR, já que possuem certa

experiência?

1.1 OBJETIVOS

Conhecer as condutas e sentimentos dos enfermeiros do Hospital

Escola, situado na cidade de Itajubá, MG, frente à PCR.

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Conhecer as condutas e sentimentos dos acadêmicos de enfermagem

do 7° e 8° período da EEWB, situada na cidade de Itajubá, MG, frente

à PCR.

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2 MARCO CONCEITUAL

Os dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e do Conselho

Nacional de Ressuscitação (CNR), apontam que em nosso país a causa de morte

devido a PCR é estimada em 160 mil pessoas vitimadas por ano (CORPO DE

BOMBEIROS, 2011).

2.1 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA

A PCR é definida por Luzia e Lucena (2009) como as interrupções das

atividades respiratórias e circulatórias efetivas.

Para Falcão, Costa e Amaral (2010) a PCR ocorre quando há a cessação

súbita da circulação sistêmica e conjuntamente a esse evento, interrompe-se a

atividade respiratória.

O mesmo autor refere que o reconhecimento da PCR baseia – se na tríade:

inconsciência, ausência de respiração e ausência de pulso central. O diagnóstico

completa-se com a identificação da modalidade ou mecanismo de parada. Deve-se

procurar fazer o diagnóstico da arritmia que a ocasionou o mais rápido possível,

para que se direcione o tratamento para cada ritmo de parada.

Segundo Alves e Maia (2011) a PCR pode - se apresentar nas seguintes

formas: atividade elétrica sem pulso, assistolia, taquicardia ventricular sem pulso e

fibrilação ventricular.

Para as técnicas de reversão do quadro de PCR são utilizados o Suporte

Básico de Vida (SBV) e o suporte avançado de vida (SAV), como serão explicados

adiante.

Falcão, Costa e Amaral (2010) definem que o Suporte Básico de Vida (Basic

Life Support - BLS) como o tratamento mais efetivo em salvar o paciente vítima da

parada cardiorrespiratória (PCR). O Suporte Básico de Vida é formado por um

conjunto de procedimentos básicos de emergência, que são eles o reconhecimento

da parada cardiorrespiratória e a aplicação das manobras de ressuscitação

cardiopulmonar (quadro 1.).

A seguir apresentamos um quadro do AHA (2010) que contém um resumo

das principais ações do SBV.

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Quadro 1 - Procedimentos básicos de emergência

RESUMO DOS PRINCIPAIS COMPONENTES DE SBV PARA ADULTOS, CRIANÇAS E BEBÊS

Componente Adulto Criança Bebês Não responsivo (para todas as idades)

Semrespiração ou com respiração anormal (isto é, apenas com gasping)

Sem respiração ou apenas com gaspingReconhecimento

(avaliação)

Sem pulso palpado em 10 segundos, para todas as idades (apenas para profissionais da saúde)

Sequência da RCP C-A-B Frequência de

compressãoNo mínimo, 100/min

Profundidade da compressão

No mínimo, 2 polegadas (5 cm)

Nomínimo 1/3 do diâmetro AP

Cerca de 2 polegadas (5 cm)

No mínimo 1/3 do diâmetro AP

Cerca de 1½ polegada (4 cm)

Retorno da parede torácica

Permitir retorno total entre as compressões Profissionais de saúde, alternar as pessoas que aplicam

as compressões a cada 2 minutos. Interrupções nas

compressõesMinimizar as interrupções nas compressões torácicas,Tentar limitar as interrupções a menos de 10 segundos.

Vias aéreas Inclinação da cabeça-elevação do queixo (profissionais de saúde que suspeitarem de trauma: anteriorização da mandíbula)

Relação compressão-ventilação(até a colocação da via

aérea avançada)

30:21 ou 2

socorristas

30:2um socorristas

15:2Dois profissionais de saúde

Ventilações: quando o socorrista não treinado ou treinado e

não proficiente Apenas compressões

Ventilações com suporte avançado

(profissionais de saúde)

1 ventilação a cada 6 a 8 segundos (8 a 10 ventilações/min)

Assíncronas com compressões torácicas Cerca de 1 segundo por ventilação Elevação visível do tórax

Desfibrilação Colocar e usar o DEA/DAE assim que ele estiver disponível. Minimizar as interrupções nas compressões torácicas

antes e após o choque; reiniciar a RCP começando com compressões imediatamente após cada choque.

Fonte: American Hearth Association, 2010.

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A RCP segundo Melo, Cruz e Simões (2013) é um procedimento que exige

dos profissionais de saúde habilidade e atenção, pois a assistência inadequada

acarreta muitas vezes, prejuízos.

Segundo Falcão, Costa e Amaral (2010) existe uma extensão do Suporte

Básico de Vida que é ressuscitação cardiopulmonar avançada (ACLS) ou também

chamada de SAV, sendo esta realizada por profissionais treinados e capacitados.

O SAV que ocorre em sequência do SBV consiste na sequência A (Vias

aéreas) B (Respiração) C (Circulação) D (desfibrilação e diagnóstico diferencial).

Neste suporte são utilizados equipamentos adequados, associados ao uso de

medicamentos (MELO, CRUZ E SIMÕES, 2013).

Segundo Falcão, Costa e Amaral (2010) neste estágio para que seja instalado

o tratamento adequado é de extrema importância à identificação do mecanismo de

PCR.

Quanto ao atendimento pré-hospitalar, sabe-se que é um atendimento que

visa o conjunto de medidas que objetivam dar suporte de vida (básico ou avançado),

restabelecendo os sinais vitais (SSVV), o mais próximo possível da normalidade. No

ambiente intra-hospitalar é necessário que os profissionais estejam capacitados e

devidamente concentrados para conseguirem atuar tomando as decisões

rapidamente (MELO; CRUZ; SIMÕES, 2013).

Falcão, Costa e Amaral (2010) afirmam que a fibrilação ventricular (FV) e a

taquicardia ventricular sem pulso são as principais causas de parada

cardiorrespiratória (PCR) extra – hospitalar, sendo responsáveis por 85 a 90% dos

casos, enquanto os registros intra – hospitalares demonstram o predomínio de

assistolia e atividade elétrica sem pulso (AESP) como mais frequentes.

Segundo Luzia e Lucena (2009) a parada cardiorrespiratória (PCR) em

pacientes hospitalizados se torna mais complexa quando comparada á do ambiente

extra-hospitalar, pois a associação de outra patologia juntamente com a gravidade

da intercorrência PCR propicia uma situação mais delicada.

2.2 ENFERMAGEM

Segundo os princípios fundamentais do Código de Ética dos profissionais de

Enfermagem (COFEN, 2007), enfermagem é uma profissão comprometida com a

saúde e qualidade de vida da pessoa, família e coletividade. O Profissional de

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Enfermagem exerce suas atividades com competência para a promoção do ser

humano na sua integralidade, de acordo com os princípios da ética e da bioética.

A competência técnica, especificamente na equipe de enfermagem, está

atrelada ao desenvolvimento e aprimoramento de habilidades cognitivas e manuais

para uma assistência de enfermagem dirigida para a obtenção de resultados claros

e visíveis (CUNHA E VALÉRIO, 2009).

Segundo Lucena e Luzia (2009, p.329) “a enfermagem tem papel fundamental

no atendimento á PCR, evento em que são imprescindíveis a organização, o

equilíbrio emocional, o conhecimento teórico – prático da equipe”.

2.2.1 Condutas

Ferreira (2004, p. 519) define conduta como “procedimento moral;

Comportamento”.

Romanzini e Bock (2010) descreve ser imprescindível a presença do

profissional enfermeiro na assistência direta às vítimas, na capacitação técnica das

equipes, na elaboração de protocolos de atendimentos e material didático e na

supervisão do pessoal.

Alves e Maia (2011) afirmam que são os profissionais de enfermagem que

geralmente identificam e iniciam as manobras de ressuscitação cardiopulmonar.

Segundo Lucena e Luzia (2011) para que haja um atendimento de qualidade

e com menores riscos aos pacientes, se faz necessário que os enfermeiros tenham

conhecimento cientifico, habilidade, segurança e atuem de forma objetiva e

sincronizada juntamente a equipe.

Alves e Maia (2011) dão ênfase à necessidade da busca constante pela

ampliação do nível de conhecimento e excelência, da prática dessas habilidades,

pois se pouco exercitadas e treinadas há redução dos conhecimentos.

Para Graça e Valadares (2008) a experiência que a pessoa adquire no

decorrer de sua formação ou carreira profissional, estando em contato direto com os

cuidados de enfermagem, modifica o (re)agir mediante a PCR.

Romanzini e Bock (2010) afirma que há lacunas na formação dos

enfermeiros, onde estes apresentam dificuldades em relação á teoria e a prática nas

situações que envolvem a fragilidade humana. Existe a necessidade de maior

exigência das escolas formadoras em relação à postura adequada dos acadêmicos

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diante dos pacientes, as mudanças em relação à formação estão surgindo, embora

com certo atraso. E segue afirmando que os enfermeiros têm buscado formas para

compensar essas lacunas e complementar sua formação.

2.2.2 Sentimentos

Ferreira (2004, p. 1830) define sentimento como o “ato ou efeito de sentir;

Capacidade para sentir; Sensibilidade”.

Batista e Bianchi (2006, p. 535) afirmam que:

Ser enfermeiro significa ter como agente de trabalho o homem, e, como sujeito de ação, o próprio homem. Há uma estreita ligação entre o trabalho e o trabalhador, com a vivência direta e ininterrupta do processo de dor, morte, sofrimento, desespero, incompreensão, irritabilidade e tantos outros sentimentos e reações desencadeadas pelo processo doença.

Monteiro, Freitas e Ribeiro (2007) afirmam que frequentemente os

acadêmicos de enfermagem desenvolvem sentimentos de incapacidade frente às

atividades exigidas durante sua formação profissional.

A situação PCR apresenta grande ameaça à vida do paciente e causa grande

temor, esta é uma situação dramática, que é inesperada e apresenta morbidade e

mortalidade elevada (KAWAKAME, 2011). Por outro lado o mesmo autor (p.25)

segue a afirmar que:

A habilitação ao atendimento á vitima de PCR exerce um grande fascínio nos profissionais de saúde que, educadores e pesquisadores da área de emergência, provavelmente porque a aplicação da técnica de RCP permite a reversão da situação de morte clínica. Assim, o reestabelecimento das funções vitais de uma vítima proporciona uma sensação de bem – estar pela solidariedade prestada ao próximo, aos que executam a RCP com sucesso.

Segundo Graça e Valadares (2008) a vivência com o imprevisível, gera

tensões e angustias, sendo que as situações de emergências exigem respostas em

tempo hábil.

Quando o atendimento á vitima não é o suficiente os profissionais de

enfermagem ficam expostos a situações de enfrentamento a morte (KUHN, LAZZARI

E JUNG, 2011).

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A morte é real, é um assunto silencioso, proibido diante de algumas

pessoas/familiares. A morte é nossa única certeza. Ela é traiçoeira, destrói, apaga

lembranças e sonhos, rompe vínculos, desestrutura as pessoas. E pensar nela

remete à reflexão quanto ao seu poder maior relacionada à vida (PINHO E

BARBOSA, 2010).

Segundo Pinho e Barbosa (2010) os profissionais da equipe de enfermagem

expressam diferentes reações ao assistirem o paciente durante o processo de

morrer, semelhante aos acadêmicos que reagem cada qual a sua maneira, sendo

que em alguns casos eles nem ao menos querem olhar para o corpo.

Na enfermagem são utilizados variados mecanismos de defesa no

enfrentamento das situações de morte, estas são em prol da minimização do seu

sofrimento. Estes tentam utilizar do distanciamento e evitam o contado com o

paciente que acabou de falecer e seus familiares (KUHN, LAZZARI E JUNG, 2011).

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3 TRAGETÓRIA METODOLÓGICA

Este estudo é de caráter descritivo, exploratório e transversal e possui

abordagem qualitativa.

3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO

A pesquisa foi realizada, no Hospital Escola da Faculdade de Medicina de

Itajubá, Minas Gerais.

O Hospital Escola é um Hospital de Ensino, Filantrópico, constituído por 137

leitos ativos de internação, nas especialidades de Clinica Médica, Cirurgia Geral,

Ginecologia, Obstetrícia, Ortopedia/ Traumatologia, Pediatria e Unidade de Terapia

Intensiva, dos quais 102 leitos são destinados ao SUS.

Oferece seis Unidades de Internação que são: Clinica Médica; Clinica

cirúrgica; Maternidade; Pediatria; Unidade de Terapia Intensiva; Apartamentos.

Possuem em seu quadro de funcionários 189 profissionais da equipe de

enfermagem, sendo 26 enfermeiras, 115 técnicos de Enfermagem, 48 Auxiliares de

Enfermagem e recebe estagiários da graduação da Enfermagem e do curso técnico

de enfermagem (Secretaria do Hospital, 2011).

A pesquisa também foi realizada na Escola de Enfermagem Wenceslau Braz

(EEWB), situada em Itajubá, Minas Gerais. A EEWB é uma instituição filantrópica

que não visa lucros, que oferece o curso de graduação em enfermagem.

Atualmente a EEWB conta com um total de 242 alunos, sendo 58 alunos do

primeiro, 51 do segundo, 71 do terceiro e 62 alunos do quarto ano.

além da graduação, a EEWB tem o curso em pós graduação de Urgência e

emergência e enfermagem Obstétrica (Secretaria da EEWB, 2011).

3.2 A PESQUISA QUALITATIVA

Na pesquisa qualitativa não existem critérios estabelecimentos ou regras para

o tamanho da amostra, em grande parte o tamanho da amostra é definido em função

da finalidade da pesquisa, da qualidade dos informantes e do tipo de estratégia de

amostragem usada. As amostras propositais devem ser julgadas com base na

finalidade, na justificativa de cada estudo e na estratégia de amostragem usada para

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atingir o objetivo do estudo. A pesquisa qualitativa possibilita descrever as

qualidades de determinados fenômenos por meio de um processo indutivo, o

pesquisador adquire informações que esclarecem múltiplas dimensões de um

fenômeno complexo, os resultados da pesquisa qualitativa são baseados em

experiências da vida real de pessoas com conhecimento de um determinado fato.

São capturadas neste método as realidades cotidianas e descritas de acordo com a

percepção dos significados dos próprios respondentes (POLIT, BECK E HUNGLER,

2004).

Segundo Brevidelli e Domenico (2006) as pesquisas qualitativas:

Tem o ambiente natural como fonte direta dos dados e o pesquisador como

instrumento chave.

É descritiva, isto é, os resultados são expressos em narrativas, descrições,

figuras, declarações de pessoas, quadros esquemáticos.

Os pesquisadores qualitativos estão preocupadas com o processo, e não

simplesmente com os resultados, e o produto, ou seja, o fenômeno é avaliado

em suas relações, no conhecimento dos seus aspectos evolutivos, forças que

interagem, entre outros aspectos de natureza subjetiva.

O significado é a preocupação essencial da abordagem qualitativa: os

pesquisadores buscam detectar os significados que as pessoas dão aos

fenômenos.]

Este ainda afirma que as etapas para a construção de um estudo dessa

natureza requer que:

Haja a escolha de um assunto problema;

O pesquisador formula questões de pesquisa e perguntas norteadoras;

A partir da natureza da pergunta qualitativa, o pesquisador estabelece a

referência teórica-metodológica a ser empregada;

Não se determina o tamanho da amostra antes do começo de estudo, pois

busca-se “representativa” do grupo tendo em mente o esclarecimento do

assunto;

Os dados obtidos podem ser expostos e analisados conjuntamente;

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As considerações finais devem conter conceitos básicos atingidos pelo

pesquisador e suas percepções sobre o processo transcorrido.

Quando existe a intenção de buscar significados e interpretá-los a partir de

um contexto próprio, natural, delineia-se a abordagem qualitativa do estudo. O

interesse da pesquisa exploratória é conhecer um fenômeno. Por isso, tal pesquisa é

um levantamento das características conhecidas, como comportamento de fato/

fenômeno/ problema. É normalmente desenvolvida na forma de levantamento e

observações sistemáticas do objeto escolhido para estudo (BREVIDELLI E

DOMENICO, 2006).

A abordagem qualitativa do presente estudo tem como suporte teórico a

Teoria de Representação Social (TRS) e como apoio metodológico o Discurso do

Sujeito Coletivo (DSC).

3.3 A TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS (TRS)

A enfermagem vem utilizando a TRS desde a década de 80, buscando

compreender os aspectos psicossociais dos quais emergem vários objetos de

investigação. Segundo Moscovici (1978 apud SIMÕES, 2006) os processos de

formação das representações sociais (RS) articulam três funções básicas da

representação: a função cognitiva da integração da novidade, a função de

interpretação da realidade e a função de orientação das condutas e relações sociais.

Segundo Silva (2003), as RS são manifestadas por meio de gestos, condutas

e imagens chegando a ser institucionalizadas e podendo ser analisadas a partir da

compreensão dos comportamentos e estruturas sociais. São frutos das contradições

e vivências que circundam o dia-a-dia da sociedade e sua expressão marca o

entendimento delas pelos indivíduos e instituições gerando um senso comum sobre

determinado objeto focalizado e é a partir daí que os indivíduos estabelecem

relações, constituem suas vidas e as explicam embasadas nos seus esquemas de

conhecimentos.

Em síntese as RS têm por finalidade, estabelecer uma ordem, permitindo aos

indivíduos se orientarem em seu mundo dominando e possibilitando a comunicação

entre os membros de um determinado grupo (SPINK, 1989 apud SIMÕES, 2006).

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3.4 DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO (DSC)

Leféevre e Leféevre (2005) define DSC como uma estratégia metodológica

com a finalidade de tornar mais clara uma determinada RS e o conjunto das

representações que constituem um dado imaginário. Por meio desse modo

discursivo é possível visualizar a RS, na medida em que ela aparece não sob a

forma (artificial) de quadros, tabelas ou categorias, mais sob a forma mais viva e

direta de um discurso, que é o modo como os indivíduos reais e concretos pensam.

Os precursores desse método, esclarecem ainda que o Discurso DSC é uma

proposta de organização e tabulação de dados qualitativos de natureza verbal,

obtidos de depoimentos, artigos de jornal, materiais e cartas, entre outros

O pensamento coletivo é como se fosse um segundo idioma, uma segunda

língua que, ao mesmo tempo em que viabiliza e permite a troca entre indivíduos

distintos de uma mesma cultura é, como o primeiro idioma, uma condição

imprescindível para a vida humana em sociedade. O DSC é um construto, elaborado

por abstração, a partir de um conjunto de falas individuais de sentido reputado

semelhante ou complementar, com a finalidade precípua de expressar um

pensamento coletivo (LEFÉEVRE E LEFÉEVRE, 2005).

3.5 SUJEITO AMOSTRA E AMOSTRAGEM

A amostragem foi do tipo intencional ou proposital.

Os participantes desta pesquisa foram 15 enfermeiros que trabalhavam no

Hospital Escola, que tinham experiência profissional de no mínimo 6 meses, pois

segundo Mamedi (2005) é necessário um tempo de no mínimo 6 meses para que a

pessoa tenha conhecimento da realidade, ajustamento pessoal e consequentemente

emissão de ideias. E estudantes da graduação de enfermagem, que estavam

cursando o 7° e 8° período da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz que já

tiveram experiência com a situação de PCR, assim possuindo conteúdo suficiente

para expressar suas condutas e seus sentimentos.

Foram excluídos, todos que não estiveram de acordo com o critério de

elegibilidade e que ainda não tinham assistido pelo menos um paciente em PCR.

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3.6 COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada no período de junho a setembro de 2012.

3.6.1 Instrumentos de Coleta de Dados

Foi utilizado para a coleta de dados um roteiro com as características

pessoais e profissionais dos enfermeiros e acadêmicos de enfermagem e um roteiro

de entrevista semi-estruturada, formado por um questionário contendo duas

questões que implicaram nas Condutas e Sentimentos dos enfermeiros e dos

acadêmicos de enfermagem frente à PCR (APÊNCICE II).

3.6.2 Procedimentos pra coleta de dados

A técnica de entrevista semi-estruturada privilegia a obtenção de dados por

meio da fala, que releva condições estruturais de sistemas de valores, normas e

símbolos e ao mesmo tempo transmite por meio de uma porta-voz as

representações sociais de determinados grupos, em condições históricas da sua

vida diária enfrentando situações comuns ou gerais (do dia-a-dia) ou especificadas

(MINAYO, 1993 apud SIMÕES, 2006).

A coleta de dados foi feita por meio de gravação. Após a assinatura do Termo

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e retirada de todas as dúvidas que o

participante poderia apresentar.

3.6.3 Análise de dados

Para conhecer melhor as condutas e os sentimentos dos enfermeiros e dos

acadêmicos de Enfermagem frente à PCR, o DSC constitui o método escolhido. A

técnica do DSC adquire a forma de um painel de discursos, que segundo Lefréve e

Lefréve (2005) reflete o que se pode pensar, numa dada formação sociocultural,

num dado grupo, ou numa dada coletividade, sobre um determinado assunto,

permitindo uma aproximação do sujeito em estudo e do significado real do seu

discurso. O DSC é um discurso-síntese redigido na primeira pessoa do singular e

composto por ECH que tem a mesma ideia central ou ancoragem. O DSC tem como

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proposta a redução da variabilidade discursiva empírica, buscando um radical

rompimento com lógica quantitativa classificatória e assim resgatando o discurso

como significado dos próprios discursos.

O mesmo autor segue a afirmar a respeito de algumas figuras metodológicas

utilizadas. As expressões-chave (ECH) são pedaços, trechos ou transições literais

do discurso, que devem ser destacadas pelo pesquisador e revelam a essência do

depoimento ou do conteúdo do seu discurso buscando a literalidade do depoimento.

A ideia Central (IC) que é um nome ou expressão linguística, que revela a essência

do depoimento ou do conteúdo do seu discurso, e cada conjunto homogêneo de

ECH que vai dar nascimento ao DSC. Ancoragem que é a manifestação linguística

explicita de uma dada ideologia, teoria ou crença que o autor do discurso professa e

que, e que na qualidade de afirmação genérica, esta sendo usada pelo enunciador

para enquadrar uma situação especifica. Nesta pesquisa não foi utilizado à

ancoragem, pois limitou-se nas três figuras metodológicas: Ideia central, Expressão

chave e Discurso do Sujeito Coletivo, que foram suficientes para alcançar os

objetivos propostos.

Os instrumentos escolhidos para análise foram: o instrumento de análise do

discurso 1 (IAD-1) e o instrumento de análise do discurso 2 (IAD-2). (Anexo I e II).

Para análise das ECH foram seguidas as seguintes etapas:

1° Etapa: todas as respostas após gravadas e transcritas, foram lidas várias

vezes para que se obtivesse uma ideia geral e sua melhor compreensão;

2° Etapa: Identificou-se as IC a partir das ECH;

3° Etapa: Identificou-se e agruparam-se as IC de mesmo sentido ou de

sentido equivalente;

4° Etapa: foram denominados agrupamentos, onde se criou uma ideia central,

que expressou da melhor maneira, todas as ECH.

3.7 PRÉ TESTE

O Pré Teste foi realizado com três acadêmicos de enfermagem da EEWB e

três enfermeiros do Hospital escola, ambos situado na cidade de Itajubá, Minas

Gerais. Todos os que participaram do pré-teste estavam de acordo com os critérios

de elegibilidade

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Estes não fizeram parte da pesquisa, devido à necessidade de se fazer

alterações nos questionamentos feitos aos participantes. As sugestões feitas foram

a respeito da necessidade de se deixar explicito que os entrevistados já possuíam

conhecimento a respeito dos procedimentos necessários na PCR, a reversão do

quadro de PCR e também a respeito do direcionamento da pergunta aos

acadêmicos de Enfermagem, que se apresentava voltada somente aos enfermeiros.

Assim, foram feitas as correções necessárias no roteiro de entrevista.

3.8 ÉTICA NA PESQUISA

A privacidade dos enfermeiros e dos acadêmicos de Enfermagem foram

respeitadas através da decisão em participar ou não da pesquisa, e após explicada

todas as informações e orientações para realização, estes decidiram por responder

ou não responder aos questionamentos.

Foram respeitados os valores éticos, culturais, sociais, morais e religiosos e

seguido da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que

foi destinado ao Enfermeiro e Acadêmico de Enfermagem entrevistado. Foi por meio

deste que o participante oficializou sua vontade expressa, podendo quando quisesse

vir a desistir de suas respostas (APÊNDICE I).

Todos os dados referentes aos participantes foram exclusivos para o estudo

em questão e sua guarda de inteira responsabilidade da pesquisadora, que garantiu

o anonimato e total sigilo, assegurando privacidade das informações fornecidas, ou

seja, não seriam identificados, pois os dados seriam analisados de forma global.

Este estudo seguiu os preceitos estabelecidos pela resolução 196/96 de

16/10/1996 versão 2012, do Ministério da Saúde, foi aprovado pelo Comitê de Ética

em Pesquisa (CEP) da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, com parecer

consubstanciado n° 800/2012. E nas instituições EEWB E HE foi pedido autorização

para a coleta de dados (ANEXO VI).

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4 RESULTADOS

Neste capítulo os resultados foram apresentados em duas partes distintas: na

primeira foram expostos os dados referentes às características pessoais e

profissionais dos enfermeiros participantes, em seguida o tema, as ICs, os números

dos participantes, a frequência das ICs e o DSC referente às respectivas IC mais

frequentes dos enfermeiros. No segundo momento foram expostos os dados

referentes às características pessoais e profissionais dos acadêmicos de

enfermagem participantes, na sequência estão disponíveis o tema, as ICs, os

números dos participantes, a frequência das ICs e o DSC referente às respectivas IC

mais frequentes dos Acadêmicos de Enfermagem.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ENFERMEIROS A RESPEITO DE SUAS INFORMAÇÕES PESSOAIS E PROFISSIONAIS; TEMAS, ICS E DSC

Encontrou-se que a média de idade dos enfermeiros era 33,33 anos; o gênero

predominante foi o feminino com a porcentagem de 100%; a quantidade de atuações

em uma PCR mais de 10. Dos entrevistados 6,66 % possuíam pós graduação,

sendo 5 em urgência e emergência, 1 em Segurança do trabalho e um em

Obstetrícia . Dentre todos os entrevistados houve a seguinte porcentagem

encontrada entre o tempo de exercício da profissão: 13,3% tinha 6 meses; 26,66%

tinha 1 a 4 anos; 26,66% 4 a 7 anos e 33,33%; mais de 7 anos de profissão. Como é

mostrado no quadro a seguir:

Quadro 2 - Características pessoais e profissionais dos enfermeiros entrevistados

Características Frequência (n) Porcentagem (%)

Idade (em anos)

33,33... (média)

(= 8,54desvio padrão)

Gênero:

Feminino

Masculino

15

0

100%

Quantidade de atuações em

uma PCR:

( ) 1-5 vezes

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(...) 5-10 vezes

(...) + 10 vezes 15 100%

Pós Graduação:

Especialização área

Mestrado

Doutorado

Outro

7

0

0

6,66

Tempo de exercício da

profissão:

6 meses

1 a 4 anos

4 a 7 anos

Mais de 7 anos

2

4

4

5

13,3

26,66...

26,66...

33,33...

Fonte: Da autora

Serão apresentados os temas estudados, há um quadro representativo de

cada Ideia Central, seus respondentes, assim como a sua frequência.

Tema: Condutas dos enfermeiros frente a uma PCR.

Questão 1:

Você como enfermeiro, possuindo o conhecimento a respeito dos procedimentos

necessários ao atendimento a uma parada cardiorrespiratória (PCR). Fale-me, como

deve ser em sua opinião a conduta do enfermeiro frente a esta situação?

Quadro 3 - Ideias centrais, sujeitos e frequências das ideias centrais das condutas dos enfermeiros frente à PCR

N° IC SUJEITOS FREQUÊNCIA DAS IC

1 Atuar com conhecimento 4, 6, 7, 9, 11, 14,

15

7

2 Coordenar a equipe 2, 8, 9, 10, 14, 15 6

3 Manter-se calmo 4, 10, 11, 15 4

4 Ter segurança 2, 4, 13, 14 4

5 Atuar auxiliando 1, 2, 3 3

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6 Certificar – se do fato 5, 12 2

7 Postura de liderança 8, 9 2

8 Dar auxilio a família 3 1

9 Organizar materiais 8 1

Fonte: Da autora

1° IDEIA CENTRAL: ATUAR COM CONHECIMENTO

DSC

O enfermeiro deve estar preparado para atuar a qualquer hora, ele deve sempre estar se atualizando para que consiga prestar um atendimento adequado ao paciente que se encontra nesse estado. Eu acredito que a conduta médica, o médico vai falando o que ele quer e o enfermeiro ele não tem que repetir tudo o que o médico fala a conduta do enfermeiro na assistência é uma assistência mais ativa não deixar tanto que o médico assuma porque a enfermagem também tem todo o conhecimento para estar atuando e muitas vezes esses médicos, residentes ou acadêmicos acabam por não fazer um atendimento adequado, muitas vezes nas manobras que não são adequadas naquela situação por isso que eu acho que deve ser muito mais atuante a enfermagem nessa ação. O enfermeiro precisa primeiro ter calma, porque o paciente já parou, o paciente esta ali então agora ver o que pode ser feito, pois ele tem toda a sua atuação perante a parada, não é só o médico ali estar fazendo, então agora a gente é também preparado pra realizar a ação ali frente, então ele tem que ir, tem que fazer porque não vai deixar só para os técnicos estarem fazendo isso, sendo que é de responsabilidade médica e do enfermeiro, então é importante eles estarem atuando com o seu conhecimento, principalmente conhecimentos em vias aéreas, massagem, entre outros, e domínio da técnica para poder estar ajudando e facilitando a recuperação do paciente.

2° IDEIA CENTRAL: COORDENAR A EQUIPE

DSC

Acho que ele deve direcionar a equipe e atuar também, para estar ali contribuindo para salvar vidas. O enfermeiro é o profissional que vai nortear à parada, ele que vai agir e coordenar a equipe, ele tem que conduzir a parada lógico que juntamente com a equipe, é um trabalho em equipe, mas ele tem um papel fundamental de conduzir pois se ele não conduzir os técnicos, a equipe, a coisa desanda, então fica aquela bagunça, ele tem que conduzir, aqui eu conduzo então é um massagem, é outro acesso, é outro medicação, é outro oxigênio, cada um tem um papel fundamental aqui. Quando tem situações de parada eu entro juntamente com o médico com mais um ou dois técnicos no máximo na sala de emergência, a gente dá conta! Nós vamos revezando. O enfermeiro, ele tem que ter essa noção do todo, porque o médico ele vai entubar, o médico geralmente não está atendo a tudo que esta acontecendo, mesmo porque o médico não lidera, ele entra e faz o que ele tem que fazer,

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mas ele não conduz, portanto, quem vai fazendo tudo, quem vai coordenando é o profissional enfermeiro. Ele tem que liderar, além de atuar, ele não deve ficar somente mandando, ordenando para os técnicos o que eles tem que vir a fazer, a gente tem que coordenar, então é dois acessos calibrosos e manter a organização mesmo. Ele tem que direcionar a sua equipe para o que deve ser feito porque já é um momento de stress e se não tiver essa sistematização acaba que não é efetivo o cuidado e atuação. Então se a gente na hora não tiver uma consciência disso não tiver até uma coordenação boa da equipe, não souber dividir as tarefas, nessa hora que é muito importante, que cada um tem que executar uma coisa e executar de uma forma objetiva ai já não vai dar certo. Então tem que ter jogo de cintura mesmo, para poder coordenar a equipe e os médicos que vão estar junto também. Durante uma parada eu vejo o enfermeiro como o condutor, ele direciona o que deve ser feito pela equipe, especificamente o enfermeiro coordena a equipe de enfermagem, ele orienta, organiza a equipe para estar atuando e coordena a equipe que estão ali dando apoio.

3° IDEIA CENTRAL: TER SEGURANÇA

DSC

Este deve estar seguro de todos os passos que devem ser tomados durante esta situação, que é um tanto quanto estressante e inesperada. Ele tem que ter muita segurança, nessa hora o que é fundamental, acho que a conduta do enfermeiro deve passar segurança porque, por exemplo, o médico ele vai falando de eletro, ele vai falando das medicações. Então, tem que ter muita segurança e norteando mesmo à equipe. Um vai ficar só na medicação, outro vai ficar só nos sintomas, outro só nos sinais vitais então isso é muito importante, As vezes o enfermeiro fica muito aquém do médico, ai só vou lá ficar fazendo medicação e pegando veia, acho que o enfermeiro tem que dar valor na participação que ele têm e não só ficar obedecendo ordem de médico. Então o enfermeiro tem que agir com segurança com domínio daquilo que é seu dever.

4° IDEIA CENTRAL: MANTER - SE CALMO

DSC

O enfermeiro deve se manter calmo, deve ser ágil e manter grande atenção nos procedimentos corretos para tentar salvar a vida do paciente com parada. Eu acredito que o enfermeiro é a uma peça essencial para o atendimento de uma parada, por isso ele tem que ter controle emocional, ser organizado. Portanto, em uma situação de parada o enfermeiro tem que se manter calmo e se concentrar na situação, assim ele consegue executar todos os procedimentos. Eu acho que o enfermeiro tem que ter calma primeiramente e tem que ter jogo de cintura para saber conduzir a equipe, porque na hora é uma tensão muito grande, então, a gente tem que ter calma para poder conduzir a equipe, ver o que cada um vai fazer e ainda verificar a sua parte também, dar o apoio total ao paciente, porque na hora, às vezes, a gente acaba

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esquecendo e faz as coisas um pouco na pressa, naquela correria para poder salvar.

5° IDEIA CENTRAL: ATUAR AUXILIANDO

DSC

Eu acho que a conduta do enfermeiro deve ser a de estar atuando, estar ali prestando assistência para o médico, eu acho que é importante o enfermeiro atuar na parada, a conduta do enfermeiro nessa hora é ter essa postura mesmo de atuar também não só querer mandar, delegar tarefas, assim o enfermeiro tem que estar ali junto, ficar ali vendo o que está acontecendo, auxiliando, ver o que pode ser feito, a enfermeira tem que ver como o paciente esta naquele momento, ficar próximo ajudá - ló no que puder no que for necessário. Tem que estar auxiliando, atuar junto, estar presente na parada é obrigação dela.

6° IDEIA CENTRAL: CERTIFICAR - SE DO FATO

DSC

A primeira conduta do enfermeiro quando ele acha que o paciente está entrando em uma parada é se certificar pra ver se ele está certo. Deve prestar o socorro a vítima, deve avaliar os sinais e sintomas para ter certeza de que este está realmente com o quadro de uma parada cardiorrespiratória, então ele vai verificar se o paciente apresenta respiração agônica, verificar se está sem pulso central, então o enfermeiro tem que verificar essas coisas para depois acionar toda a equipe e darem inicio aos procedimentos necessários, chamar o médico, para começar a administrar as drogas ou então até mesmo o choque e massagem, e é isso até ele ver que o paciente estabilizou, ou então tentar, tentar, tentar até ver que não dá mais.

7° IDEIA CENTRAL: POSTURA DE LIDERANÇA

DSC

Em relação à equipe de enfermagem o enfermeiro não só na parada, mas em todas as situações ele é o líder da equipe e na parada ele tem que ser o líder também, então primeiro ele tem que ter postura de liderar, ele tem que ter aquela capacidade de olhar para o técnico ele já saber o que está faltando.

8° IDEIA CENTRAL: DAR AUXILIO A FAMÍLIA

DSC

Não podemos esquecer a família de lado, geralmente a parada tem alguém tem um acompanhante na hora eles só o retiram da sala, sendo que depois de ter prestado o auxílio, deve estar comunicando tudo que aconteceu, dar auxilio a família.

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9° IDEIA CENTRAL: ORGANIZAR MATÉRIAS

DSC

Sempre deixar o material revisado e sempre a mão para não ter problema de depois procurando laringo que não está funcionando essas coisas que acontecem às vezes. Então, isso tem que ser reavaliado pelo enfermeiro em toda passagem de plantão tem que ver o material de urgência, disponibilidade de tudo para quando o paciente entrar em uma parada ta tudo sempre a mão.

Tema: Sentimentos dos enfermeiros frente a uma PCR.

Questão 2 :

Quando você se depara com uma parada cardiorrespiratória, quais são seus

sentimentos?

Quadro 4 - Ideias centrais, sujeitos e frequências das ideias centrais dos sentimentos dos enfermeiros frente à PCR

N° IC SUJEITOS FREQUÊNCIA DAS IC

1° Sentimentos

ambíguos

2, 5, 5, 8, 9, 11, 12,

14, 15

9

2° Nervoso, tenso 3, 7, 8, 13 4

3° Incapacidade 6, 10 2

4° Tristeza 1, 7 2

5° Sentimento de culpa 4 1

Fonte: Da autora

1° IDEIA CENTRAL: SENTIMENTOS AMBÍGUOS

DSC

No momento mesmo da parada nem consigo sentir nada, não consigo pensar em nada, só tento me controlar para conseguir realizar os procedimentos com o máximo de perfeição, só penso mesmo em executar os procedimentos para salvar o paciente. Meu instinto é salvar o paciente, mas na hora bate um medo, uma insegurança mesmo de às vezes não conseguir ajudar, de tudo que é feito não ser o suficiente. Depois com o término da situação é que vem o sentimento de alegria ou de tristeza ao ver o que ocorreu com o paciente, quando tudo acontece dentro dos sonhados, conformes, nossa! É uma sensação de dever cumprido, uma satisfação imensa mesmo. Quando consegui salvar me senti bem, mas quando não me senti impotente por aquela pessoa ter morrido em minhas mãos. Então meus sentimentos frente a uma parada cardiorrespiratória são divergentes, porque têm situações

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e situações. Tem aquelas situações em que o paciente já chega em quadro de parada, então é uma situação e tem aquele paciente que está no leito consciente, orientado e que de repente ele evolui para uma parada então assim vou ti falar que são sentimentos diferentes. São sentimentos, variados, pois já atuei tanto com pessoas que já tinham contato comigo anteriormente quanto com pessoas que eu nunca havia visto. É claro que lutei pela vida de todas essas pessoas da mesma forma, porém o sentimento de não conseguir salvar aquela pessoa que você já tem um vinculo fica muito mais acentuado. Esse paciente que já chega em quadro de parada pra gente aqui na urgência eu tenho um tipo de sentimento, um tipo de abordagem e aquele sentimento do paciente que ta no leito que de repente evolui para uma parada é diferente, então são ambíguos, são coisas meia ambíguos, se o paciente evolui pra óbito o sentimento é ruim, mas é um uma coisa meio que você já espera a pessoa já chega você já recebe ele com parada, você já sabe que aquilo pode estar acontecendo que aquilo pode evoluir para um óbito então, avisar a família, é corpo, então, tudo isso envolve um monte de coisa que resolve. Tudo aqui e que é desgastante pra gente, é muito desgastante! Quando o paciente volta, o sentimento é de nossa! que bom! Ele voltou, a gente conseguiu restabelecer pelo menos os últimos caminhos possíveis que nem então vamos continuar é muito bom! Agora aquele paciente que ta sentado, na cadeira ou no leito, aquele que evolui para uma parada ele assusta a gente então é um sentimento pior do que aquele que já chega parado, porque entendeu ele tava aqui de baixo de nossos olhos, de baixo dos nossos cuidados e de repente para evolui para uma parada é pior, eu me sinto pior do que aquele que já chega parado é estranho mas é assim. Eu me já sinto meio angustiada. Mas de maneira geral, quando você faz de tudo e não consegue fazer com que a pessoa volte, da uma sensação de incapacidade, mas quando a pessoa volta da um alivio, uma felicidade imensa. Tem casos também que tem sucesso é uma coisa assim que a gente se gratifica a equipe inteira fica feliz, trabalhando em conjunto com a equipe multidisciplinar é sempre uma satisfação tanto pessoalmente quanto profissionalmente é uma vida ali e eu prezo muito pela vida. Meus sentimentos, bom, eu me sinto totalmente responsabilizada pela situação, então quando o resultado é positivo, quando dá para salvar, eu me sinto muito bem, porém, quando o resultado é negativo eu me sinto frustrada, descontente mesmo com essa situação. Quando dá para salvar o sentimento é de alivio, de dever cumprido. Mas quando a pessoa não consegue sobreviver você muitas vezes fica se perguntando se talvez você tivesse feito algo diferente será que a pessoa conseguiria sobreviver?

2° IDEIA CENTRAL: MEDO

DSC

Bom, o primeiro sentimento é de tensão, é a pressão de tudo ter que ser feito rápido e com perfeição, bate o estresse do momento porque você já tem que pensar em tudo que você tem que fazer, tem que chamar o pessoal pra ta ali ajudando, mas sempre bate aquele sentimento de salvar essa vida, tenho que fazer isso, a gente fica um pouco nervoso, tenso, porque não é uma situação muito agradável para ninguém, é bem complicado você ter consciência que aquela vida depende do que for feito ali naquele momento.

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Nessa hora passa muita coisa na cabeça, a gente se cobra bastante, sempre quer que a pessoa consiga sobreviver e quando não dá certo é bem frustrante. Então às vezes dá até medo mesmo de não ter recurso suficiente, porque às vezes falta alguma coisa com medo de perder o paciente, tensão, tem que estar de olho na equipe de olho no paciente. Então os sentimentos são esses, medo, angustia e da uma aflição muito grande também devido a situação toda que está acontecendo acho que esse são os sentimentos.

3° IDEIA CENTRAL: INCAPACIDADE

DSC

Quando é um paciente que eu já tenho o conhecimento, que quadro já não é favorável eu já me preparo para aceitar aquela situação, mas quando acontece a parada e a pessoa tem um quadro que é favorável para que consiga voltar e que acaba não voltando da uma sensação de incapacidade, de maneira geral quando você faz de tudo e não consegue fazer com que a pessoa volte da uma sensação de incapacidade. Então, quando é um paciente com uma doença terminal fora de possibilidade terapêutica e que entra em uma parada e que se investe a gente fica ate com sentimento de dó mesmo, nossa eu investi tudo e ele não saiu dessa, agora quando o paciente é jovem e a gente vê que faz de tudo e a gente perde é um sentimento de impotência porque a gente fez tudo e ele não saiu daquela parada.

4° IDEIA CENTRAL: TRISTEZA

DSC

Quando a gente vê a pessoa ali necessitando de ajuda não tem como não sentir uma vontade desesperada de ajudar aquela pessoa, mas quando você percebe que não tem mais solução o sentimento é de tristeza mesmo, quando não dá a gente fica muito triste, principalmente quando a gente já se apego ha pessoa eu fico abalada, pois eu gostaria realmente de salvar todas as pessoas.

5° IDEIA CENTRAL: SENTIMENTO DE CULPA

DSC

Em todas as vezes que atuei fiquei com sentimento de culpa, pelas pessoas que faleceram em minhas mãos, um sentimento que poderia ter feito mais. Me colocava no lugar dos familiares, pois toda perda é muito triste. Na maior parte do tempo me perguntava, onde eu errei? O que deixei de fazer? Minha profissão é de cuidar e boa parte inclui salvar vidas, então quando não ocorre é normal se sentir deprimida.

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4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM A RESPEITO DE

SUAS INFORMAÇÕES PESSOAIS E PROFISSIONAIS; TEMAS, ICS E DSC

Encontrou-se a média de idade de 21,93 anos entre os acadêmicos de

enfermagem; o gênero predominante foi o feminino com 86,66% e do gênero

masculino houve 13,33%; a quantidade total de atuações dos acadêmicos de

enfermagem frente a uma situação de PCR foi de 1 a 5 vezes. Como é mostrado no

quadro a seguir:

Quadro 5 - Características pessoais e profissionais dos acadêmicos de enfermagem entrevistados

Características Frequência (n) Porcentagem (%)

Idade (em anos) 21,93...(em anos)

(= 1,91 desvio

padrão)

Gênero:

Feminino

Masculino

13

2

86,66...

13,33...

Quantidade de atuações em

uma PCR:

( ) 1-5 vezes (...) 5-10 vezes (...) + 10 vezes

15 100%

Fonte: Da autora

Serão apresentados os temas estudados, há um quadro representativo de

cada Ideia Central, seus respondentes, assim como a sua frequência.

Tema: Condutas dos acadêmicos de enfermagem frente a uma PCR.

Questão 1:

Você como acadêmico de enfermagem, possuindo o conhecimento a respeito dos

procedimentos necessários ao atendimento a uma parada cardiorrespiratória (PCR).

Fale-me, como deve ser em sua opinião a conduta do acadêmico de enfermagem

frente a esta situação?

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Quadro 6 - Ideias centrais, sujeitos e frequências das ideias centrais das condutas dos acadêmicos de enfermagem frente à PCR

N° IC SUJEITO FREQUÊNCIA DAS IC

1° Ter conhecimento 3, 4, 6, 8, 10, 11, 12, 13,

15

9

2° Estar seguro 2, 3, 4, 7, 8, 14, 15 7

3° Controlar suas

emoções

1, 3, 5, 9, 13 4

Fonte: Da autora

1° IDEIA CENTRAL: TER CONHECIMENTO

DSC

O acadêmico deve ter conhecimento porque nenhuma clínica supera a clínica parada cardiorrespiratória, o acadêmico tem que ter o conhecimento para estar ajudando na parada em tudo que for possível, ele tem que possuir o conhecimento teórico da situação, tem que saber o que está fazendo e porque está executando aquilo, ele não pode simplesmente ficar seguindo ordens, ele, dentro da cabeça dele, tem que identificar o que desencadeou a parada, o que pode ser feito. Ele como estudante tem que unir a teoria com a prática, tem que entender o sentido de tudo que está sendo feito. Ele definitivamente tem que ter calma e ter os conhecimentos necessários, porque assim, o paciente esta ali já parado, agora tem que tentar fazer ele voltar tem massagear, tem que dar as medicações, monitorar. Quando se tem conhecimento, você sabe como sistematizar bem a sua assistência, consequentemente você consegue atuar de forma efetiva na parada cardiorrespiratória, só que pra isso você precisa ta embasado no conhecimento teórico e prática também. O aluno tem que treinar e estudar muito para que quando ele se depare com uma situação dessa ele não fique desesperado, ele tem que já ir preparando o psicológico porque essa é uma situação que acontece com frequência em hospital então ele tem que ta preparado para enfrentar essa situação. Então ele tem que saber executar os procedimentos, tem que ajudar na massagem, tem que monitorar, tem que ser ágil porque nesta hora não dá para ficar pensando no que deve fazer tem que saber tudo, tem que ter tudo na cabeça porque nesta hora não dá para ficar perguntando ;muito menos ficar procurando em livro. Controle em relação aos conhecimentos, porque não adianta ele saber só a teoria ,ele tem que também saber aplicar ali na hora, colocar em prática Mesmo assim, ele tem que aprender a observar toda a situação para que depois quando ele for profissional enfermeiro consiga ser o elo da equipe de enfermagem. O acadêmico tem que dar a sua contribuição de acordo com a sua possibilidade, ajudar nos procedimentos ,ali junto com o professor, que nesta hora ali ,é um bom aliado pra te orientar, juntamente com o restante da equipe.

2° IDEIA CENTRAL: ESTAR SEGURO

DSC

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O acadêmico tem que estar seguro para estar ali, ter segurança para estar atuando, de forma rápida efetiva porque o que prioriza na PCR é tempo. O acadêmico tem que estar seguro para estar atuando na parada, ele tem que ir se aprimorando cada vez mais, pois irá ser o profissional que vai nortear a parada, ele que vai agir e ter que coordenar a equipe. Então , o acadêmico tem que ter segurança, porque se ele não estiver seguro é melhor nem faça nada, porque muitas vezes ele pode atrapalhar ao invés de ajudar. O acadêmico tem que estar seguro do que está fazendo ,apesar de muitas vezes aquela ser uma experiência nova para ele. ,Ele tem que ter segurança do que vai fazer para atuar da maneira que ele sinta segurança, fazer aquilo que ele tem a capacidade de fazer, ele não pode querer ser o herói do momento e salvar a pessoa, Mas ele tem que fazer aquilo que ele sabe e que ele tem segurança, mas se ele não tem segurança e se ele não sabe é preferível que ele se afaste e deixe os profissionais mesmo atuarem, porque assim ,querendo ou não a gente está em um momento crítico da vida ou da morte de um paciente, então é preciso segurança para poder atuar.Esta deve ser a função do acadêmico neste momento. Como acadêmico ele acaba tendo o apoio do professor que vai estar ali ajudando, assim ele se sentirá mais seguro.

3° IDEIA CENTRAL: CONTROLAR SUAS EMOÇÕES

DSC

Então, a conduta do acadêmico de enfermagem deve ser de controle emocional, ele deve refletir primeiramente se ele esta preparado tanto emocionalmente, como em relação ao estar seguro para estar ali executando os procedimentos, porque não adianta nada ele estar ali de corpo, sendo que na hora que ele precisa atuar ele não dar conta. O acadêmico tem que tentar controlar ao máximo suas emoções, não deixar que o seu medo e inexperiência o atrapalhem a estar ali fazendo o que for necessário no momento, porque se ele ficar nervoso ou inseguro pode acabar por não conseguir prestar atendimento eficiente. O acadêmico tem que fazer aquilo que está ao seu alcance. Eu acho que o acadêmico deve se manter calmo para conseguir fazer tudo que for necessário. Apesar de muitas vezes o acadêmico não ter experiência nenhuma, só ter treinado no laboratório, ali na hora, ele tem que ter coragem e cabeça fria para conseguir estar atuando.

Tema: Sentimentos dos acadêmicos de enfermagem frente a uma PCR.

Questão 2 :

Quando você se depara com uma parada cardiorrespiratória, quais são seus

sentimentos?

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Quadro 7 - Ideias centrais, sujeitos e frequências das ideias centrais dos sentimentos dos acadêmicos de enfermagem frente à PCR

N° IC SUJEITO FREQUÊNCIA DAS IC

1 Impotência 2, 3, 4, 5, 7, 10, 12, 15 8

2 Medo 1, 3, 4, 11, 13 5

3 Desespero 1, 5, 10, 14 4

4 Ótima sensação 1, 9, 14, 15 4

5 Ansiedade 2, 6, 9 3

6 Querer ajudar 3, 7, 8 3

7 Tristeza 1, 10, 13 3

8 Insegurança 8, 15 2

Fonte: Da autora

1° IDEIA CENTRAL: IMPOTÊNCIA

DSC

Quando acontece do paciente não resistir, dá uma sensação de incompetência. Me sinto até mesmo impotente quando vejo aquela situação. Todo mundo agindo. Eu me senti impotente na hora porque a gente sabe muita coisa na teoria, por exemplo, parada a gente sabe tudo sobre a teoria, mas chega na hora de você fazer a massagem, fazer a medicação, monitorizar o paciente, eu senti tanta dificuldade, parecia que eu tinha travado e que eu não ia conseguir fazer mais nada na primeira. Ai na primeira, vez que eu fui fazer a massagem, parecia que não estava sendo efetivo e tudo que eu aprendi parecia que na prática não era nada, me senti muito impotente me senti muito mal, o paciente foi a óbito. Então dá impressão assim que tudo que você fez não foi suficiente. É muito difícil paciente que está em parada retornar, isso gera sentimento de impotência para gente principalmente acadêmico. Quando a pessoa não retorna da parada , você fica com um sentimento de impotência, que você fala nossa será que se eu tivesse ficado mais 5 minutos massageando será que o paciente ia voltar? Mas, será que se eu tivesse feito à medicação X o paciente ia voltar? Então são esses sentimentos que aparecem quando se depara quando você vê uma parada. Você quer que o paciente volte, você pensa na família, você pensa nas pessoas que amavam essa pessoa, nossa dá uma tristeza, uma sensação mesmo de impotência você pensa em tudo. A que eu atuei o paciente não voltou, então assim pra mim deu uma sensação de incompetência, uma sensação de que não soube fazer ou não agi corretamente e é muito estranho quando o paciente vem a óbito depois que você atuou naquela parada. Então meu maior sentimento infelizmente é de impotência, você sabe muita coisa na teoria, mas na pratica. A gente com o tempo vai acostumando, porque é uma situação que acontece com frequência. Mas quando não dá para salvar bate uma sensação de impotência por não ter dado certo.

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2° IDEIA CENTRAL: MEDO

DSC

Bom, o sentimento que eu tenho quando me deparo com uma parada é um sentimento de muito medo e de insegurança, porque eu acho que é um dos momentos onde a vida do paciente esta mais na sua mão, dá medo de falhar, de você fazer alguma coisa que possa prejudicar o paciente e se tudo que você fizer não der certo, sinto-me muito responsável pela situação, eu fico com medo de não conseguir salvar aquela vida. Na primeira vez, deu medo, porque pois eu já sabia como que era na teoria, já tinha feito no laboratório, mas na hora mesmo, dá um desespero, você acha que não vai dar conta. Depois, parece que aquele medo some e você percebe que você tem que estar ali, porque o paciente está precisando de você. Agente sente uma pressão imensa, dá uma confusão na nossa cabeça, agente fica com medo de não conseguir fazer nada, fica com medo da pessoa morrer, fica aflita com essa situação. Ainda bem que no meu caso a pessoa voltou e me senti feliz, pois todo o procedimento foi benéfico ao paciente e eu me senti bem por estar ajudando, mas no primeiro momento é de medo, é muito triste.

3° IDEIA CENTRAL: DESESPERO

DSC

Num primeiro momento assim o sentimento que eu tive foi de desespero, assim você sabe só que você não está esperando, eu fiquei muito assustada, meio desesperada sabe por que eu só tinha visto na teoria, dá uma sensação desespero, a perna começa a tremer, dá um branco na mente, parece que você não sabe nada sobre aquilo que tá acontecendo por mais que você tenha o conhecimento todo ali na sua cabeça, mas depois respirei fundo, me concentrei e tentei executar tudo da melhor maneira possível. Então quando eu me deparo com uma parada cardiorrespiratória ao mesmo tempo em que dá um desespero, da uma sensação muito estranha que eu não sei explicar, porque assim na hora vem assim e você não sabe o que você faz, mas você sabe o que fazer, mas na hora que você está lá atuando você quer muito que o paciente fique bem, que ele volte, eu não atuei, mas em uma das paradas que eu vi o paciente voltou.

4° IDEIA CENTRAL: ÓTIMA SENSAÇÃO

DSC

O professor estando ali do seu lado ele vai te orientando e você sente segurança ai chega um momento ali que sua parte está toda feita e você fica feliz e já cria a primeira experiência a partir desse contato, assim quando o paciente volta é outro sentimento, dá um sentimento de alivio. Você quer fazer de tudo possível para que o paciente fique bem e foi exatamente isso que aconteceu na parada, em que eu atuei, o paciente voltou e depois que terminou tudo deu uma sensação de paz, de dever cumprido, foi muito satisfatório.

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Quando ele consegue voltar você fica muito alegre por ter ajudado aquela pessoa, nossa é uma ótima sensação.

5° IDEIA CENTRAL: ANSIEDADE

DSC

O sentimento ali na hora da parada cardiorrespiratória é o estresse mesmo porque quando eu fui ver apesar de ter todo o conhecimento cientifico teórico de como agir/ interagir na PCR na hora que você vai fazer é totalmente diferente, você nunca viu agora você ta vendo um humano ali, a equipe multiprofissional ta ali tudo em volta esperando você tomar uma atitude o meu no caso foi à massagem e gera stress. Então primeiro a gente fica muito nervoso, ainda mais quando é a primeira vez que a gente ta atuando, então é um nervosismo assim de talvez você não saber atuar frente a ela, bate uma insegurança danada, dá uma ansiedade de estar vendo até mesmo aquela angustia de ver o paciente naquela situação mas logo em seguida você se recompõe e tentar dar o seu melhor ali pra tentar conseguir salvar aquela vida, acredito que na segunda, na terceira já vai ser mais tranquilo por você já ter vivenciado consequentemente acaba diminuindo o desespero. Quando somos nós como acadêmicas ficamos mais ansiosos do que qualquer profissional que está lá pra retornar, porque a gente não tem muita experiência com relação a parada. Ai na segunda parada que já atuei senti que teve uma melhora, porque com a pratica você vai treinando, ai já consegui monitorizar, fazer eletro, já senti que foi mais certo.

6° IDEIA CENTRAL: QUERER AJUDAR

DSC

Quando me deparo com uma parada cardiorrespiratória os meus sentimentos são de querer ajudar, ajudar de maneira correta, porque eu acho que lá no momento tem que dar tudo certo tem que funcionar tudo como tem que ser, como as normas porque é um paciente que está lá é a vida dele que está em jogo. Então, o primeiro que eu tenho é querer ajudar. Quando tive minha segunda experiência fiquei com mais vontade de ajudar, e quando atuei no quarto ano já foi diferente, eu já conhecia, eu já tinha participado, então para mim, assim, foi quase que automático porque eu fiz a massagem eu ajudei a entubar.

7° IDEIA CENTRAL: TRISTEZA

DSC

Quando não dá para salvar, eu fico muito triste, eu fico muito abalada, fico pensando se não poderia ter feito algo diferente e assim pudesse salvar. Quando a pessoa não volta dá um sentimento de tristeza, de você ver como que ela ficou, é muito difícil, quando você vê a pessoa ali morta na sua frente, ai você imagina se fosse alguém da sua família, passa um turbilhão de

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pensamentos na sua mente, eu realmente fiquei bem abalada. Infelizmente a senhora não voltou ai já deu uma sensação de incapacidade, dá uma tristeza porque você fez tudo que estava ao seu alcance e mesmo assim, nada disso foi o suficiente.

8° IDEIA CENTRAL: INSEGURANÇA

DSC

Então primeiro a gente fica muito nervoso, bate uma insegurança danada, em seguida você se recompõe e tentar dar o seu melhor. Meus sentimentos quando eu participei, eu participei de duas, então, na primeira em que eu participei eu fiquei meio receoso porque eu estava no 3° ano e estava no começo então, eu fiquei assim meio receoso de atuar porque eu não tinha tanta segurança. Eu acho que o sentimento mesmo na primeira vez foi de insegurança.

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5 DISCUSSÃO

Após os enfermeiros serem questionados a respeito do tema “Condutas frente

á uma PCR” elencou - se as seguintes ideias centrais: “Atuar com conhecimento”,

“Coordenar a equipe”, “Manter - se calmo”, “Ter segurança”, “Atuar auxiliando”,

“Certificar – se do fato”, “Postura de liderança”, “Dar auxílio a família” e “Organizar

materiais”.

Os relatos a respeito da ideia central (IC) “Atuar com conhecimento” que

foram frequentes por 6 deles, enfatizavam a necessidade do enfermeiro possuir os

conhecimentos científicos para estar atuando durante uma situação de uma PCR.

Sendo confirmada pelo seguinte DSC: “...a enfermagem também tem todo o

conhecimento para estar atuando... Eu acredito que o enfermeiro é a uma peça

essencial para o atendimento de uma parada, por isso ele tem que ter controle

emocional, ser organizado e possuir os conhecimentos necessários...”.

O enfermeiro não só deve atuar com o seu conhecimento como é seu dever,

assim como é citado na LEP de 1987 em seu Art 8° D ao enfermeiro incube

privativamente “cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de

vida” e ainda é incumbência do mesmo “prestar cuidados de enfermagem de maior

complexidade técnica e que exijam conhecimentos científicos adequados e

capacidade de tomar decisões imediatas” (BRASIL, 2010, p.40).

Pode-se afirmar que devido à prestação de serviço direto ao cliente no

hospital, frequentemente são os profissionais de enfermagem que identificam os

primeiros sinais de PCR e acionam a equipe de atendimento. Completando tal ideia

Melo, Cruz e Simões (2013) descrevem que o sucesso em reverter uma PCR é

determinado pelo reconhecimento precoce dos sinais de parada cardíaca, da rápida

ativação do sistema de atendimento de emergência, da pronta instituição do suporte

básico e avançado de vida, incluindo a desfibrilação elétrica e o uso precoce de

agentes farmacológicos. Expressam ainda a necessidade da equipe

multiprofissional, e principalmente o enfermeiro, deve possuir conhecimento técnico

atualizado e as habilidades práticas desenvolvidas, para contribuírem de forma

efetiva nas manobras de RCP.

Barra (2011), afirma que o enfermeiro é o profissional adequado para

estabelecer as decisões a serem tomadas, pois ele possui em seu ambiente de

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trabalho autonomia e capacitação para estar atuando em uma situação de PCR,

vindo de acordo com os DSC.

Quanto a IC “Coordenar a equipe”, foi possível perceber a relevância do

enfermeiro designar funções aos profissionais, para que durante uma intercorrência

como a PCR estes sejam capazes de enfrentar a situação de maneira sistematizada,

aumentando assim a eficiência, no atendimento conforme podemos ver nas

expressões chaves que concordam com essa ideia: “...Durante uma parada, eu

vejo o enfermeiro como o condutor, ele direciona o que deve ser feito pela

equipe, especificamente o enfermeiro coordena a equipe de enfermagem, ele

orienta, organiza a equipe para estar atuando e coordena a equipe que estão

ali dando apoio.”

Para Santoro e Oliveira (2007) o enfermeiro é considerado o elo que integra a

equipe multidisciplinar, e é sua função coordenar as atividades e intervenções

imediatas. É de extrema importância que cada membro da equipe desenvolva seu

papel na PCR. Sendo necessário que os enfermeiros deleguem previamente as

funções aos seus respectivos executores e proporcione treinamentos, e que as

funções sejam bem planejadas, esclarecidas e treinadas a fim de que durante a

ocorrência da PCR não seja necessário o enfermeiro dizer o que cada um deverá

fazer, assim corroboram com o DSC.

Concordamos com Canova (2012), ao afirmar que a sistematização das

ações de enfermagem frente ao atendimento PCR/ RCP é relevante para a

minimização de erros e perda de tempo diante dessa emergência, responsável por

alto índice de mortalidade no mundo.

Em relação à IC “Manter - se calmo” uma característica elencada como

necessário ao atendimento a uma PCR temos o seguinte DSC: “O enfermeiro deve

se manter calmo, deve ser ágil e manter grande atenção nos procedimentos

corretos para tentar salvar a vida do paciente com parada. Eu acredito que o

enfermeiro é a uma peça essencial para o atendimento de uma parada, por isso

ele tem que ter controle emocional, ser organizado. Portanto, em uma situação

de parada o enfermeiro tem que se manter calmo e se concentrar na situação,

assim ele consegue executar todos os procedimentos...”

“O enfermeiro necessita ser uma pessoa tranquila, ágil, de raciocínio rápido,

de forma a adaptar-se a cada situação que se apresente a sua frente; deve estar

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preparado para o enfrentamento de intercorrências emergentes,” (ANDRADE;

CAETANO; SOARES, 2000, apud SILVA, 2006, p. 28).

Sendo a PCR um evento inesperado é imprescindível o profissional “Ter

segurança”, para que ele seja capaz de realizar todos os procedimentos necessários

com firmeza. Conforme o DSC apresenta: “O enfermeiro deve estar preparado

para atuar a qualquer hora, ele deve sempre estar se atualizando para que

consiga prestar um atendimento adequado ao paciente que se encontra nesse

estado. Este deve estar seguro de todos os passos que devem ser tomados

durante esta situação, que é um tanto quanto estressante e inesperada...”.

Barra (2011) em sua pesquisa bibliográfica, procurou identificar o papel do

enfermeiro diante de uma parada cardiorrespiratória, afirma que é importante o

enfermeiro saber o quanto a PCR é grave. E para tal, faz-se necessário que ele

tenha capacidade para atender o paciente, sendo a PCR uma das situações clínicas

mais difíceis de dominar. É indispensável que o profissional esteja atualizado e que

o mesmo busque aperfeiçoamento contínuo, além de promover treinamento a toda

equipe, para que todos estejam aptos a prestarem atendimento com segurança e

qualidade.

Faz-se necessário possuir conhecimento científico, habilidade e transmitir

segurança a equipe, atuar de forma objetiva e sincronizada. Para que seja possível

o desenvolvimento e aperfeiçoamento de tais qualificações, o enfermeiro precisa de

estudos e educação permanente, o que proporcionará um atendimento de qualidade

com maior possibilidade de benefícios ao paciente (LUZIA; LUCENA, 2009)

Canova (2012), diz que quando não há a capacitação dos profissionais ou

estes encontram – se desatualizados, eles podem vir a realizar manobras inseguras

que podem acarretar erros e lesões para o paciente atendido.

O enfermeiro, como foi mencionado pelas ideias centrais expostas

anteriormente, deve possuir conhecimento científico, coordenar a equipe, ter

segurança, e, além disto, foi mencionado a necessidade do profissional enfermeiro,

“Atuar auxiliando”, como mostra o seguinte relato: “Eu acho que a conduta do

enfermeiro deve ser a de estar atuando, estar ali prestando assistência para o

médico, eu acho que é importante o enfermeiro atuar na parada...a enfermeira

tem que ver como o paciente esta naquele momento, ficar próximo ajudá - ló

no que puder no que for necessário...”.

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Segundo Santoro e Oliveira (2007), é esperado que o enfermeiro possua

liderança, que seja capaz de atuar de maneira segura e eficaz diante da situação de

PCR, que conduza o atendimento de forma organizada aumentando as chances de

sucesso nas intervenções em prol do paciente.

Graça e Valdares (2008) afirma que o procedimento na PCR é complexo e

para que ocorra uma efetiva RCP deve haver uma equipe multidisciplinar

comprometida e focada no seu dever de prestar um atendimento de qualidade.

Porém, em seu estudo, Barra (2011), diz que é perceptível à dificuldade que

alguns profissionais possuem ao realizar uma reanimação cardiorrespiratória, devido

à falta de conhecimento e treinamento. Torna-se visível à necessidade do

enfermeiro e todos os demais profissionais envolvidos, estarem sempre se

atualizando, para que assim, consigam prestar um atendimento que supra as

necessidades do cliente, no momento em que a vida do paciente depende dos

procedimentos que serão realizados naquele determinado momento.

Um fato que merece destaque, ao questionar as condutas dos enfermeiros

frente á PCR foi a Ideia central “Certificar – se do fato”, esta citada por duas

pessoas, onde houve o seguinte DSC: “A primeira conduta do enfermeiro quando

ele acha que o paciente está entrando em uma parada é se certificar pra ver se

ele está certo. Deve prestar o socorro à vítima, deve avaliar os sinais e

sintomas para ter certeza de que este está realmente com o quadro de uma

parada cardiorrespiratória,...”.

Para Barra (2011), o diagnóstico de PCR é dado através de uma avaliação

sistematizada, mundialmente reconhecida, sendo indicada por três aspectos

principais: responsividade, respiração e pulso.

Falcão, Costa e Amaral (2010) reafirmam tal colocação e acrescentam que a

avaliação do pulso (carotídeo ou femoral) não deve consumir mais que 5 a 10

segundos.

De acordo com as diretrizes da American Hearth Association (2010) a partir

da constatação da perda da consciência deve-se iniciar o suporte básico de vida que

é constituído pelo reconhecimento da PCR e aplicação das manobras de

ressuscitação que é feita através da sequência C A B.

No caso de suporte avançado, deve-se solicitar a presença da equipe

multiprofissional para que se iniciem as manobras de ressuscitação cardiopulmonar

que incluem em suas ações recursos como monitorização cardíaca, uso de

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medicamentos, desfibriladores, equipamentos especiais para ventilação e cuidados

após reanimação (FALCÃO; COSTA; AMARAL, 2010).

Sabe-se, que em muitos casos, o enfermeiro é o membro da equipe de saúde

que primeiro depara com o paciente/cliente em situação de PCR, este deve estar

apto para atuar nos acontecimentos que precedem o evento da PCR (SILVA, 2006).

Vindo ao encontro do trecho acima, Barra (2011), diz que o retardo no

diagnóstico e o consequente atraso no tratamento da PCR são os maiores

responsáveis pela grande porção de enfermos que não apresentam condições de

sobrevida. Portanto, a identificação e o início das manobras para reversão da PCR

devem ser feitos com rapidez e precisão.

Aceita-se que para o atendimento eficiente a uma PCR faz se necessário que

o enfermeiro tenha “Postura de liderança” é o que temos no DSC:“Em relação à

equipe de enfermagem o enfermeiro não só na parada, mas em todas as

situações ele é o líder da equipe e na parada ele tem que ser o líder também...”.

Para Alves e Maia (2011) a tomada de decisão do enfermeiro será

fundamental para a reversão do quadro, este deve adotar um perfil de líder e tomar

decisões imediatas junto a sua equipe.

Segundo Barra (2011), o enfermeiro desenvolve relevantes funções tais como

organização, elaboração, habilidade e correta distribuição de medidas a serem

realizadas no momento do atendimento da PCR. Para ser possível trabalhar de

forma sincronizada e objetiva é imprescindível que o enfermeiro possua

conhecimento técnico atualizado, espírito de liderança, organização e também

apresente habilidades para que possa agir com segurança, transmitindo segurança

a sua equipe durante os procedimentos de PCR.

“Os enfermeiros que atuam no serviço de emergência devem ser

especializados, organizados e ter alto poder de liderança para que possam atuar

com a equipe” (CANOVA; 2012, p. 31). Lembrando que a PCR é uma intercorrência

inesperada e possível tanto à área extra-hospitalar quanto a intra-hospitalar, espera-

se que todos os enfermeiros possuam as características mencionadas acima.

Os DSC apontam a necessidade de uma boa comunicação e esclarecimentos

dos fatos para os familiares/acompanhantes que estiverem presentes no local, como

encontrado na Ideia central: “Dar auxílio a família”, com o seguinte discurso: “Não

podemos esquecer a família de lado, geralmente a parada tem alguém, tem um

acompanhante, e na hora eles só os retiram da sala, sendo que depois de ter

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prestado o auxílio, deve estar comunicando tudo que aconteceu, dar auxilio a

família...”.

O DSC vai de encontro com o que diz Silva (2006), que o apoio aos familiares

é imprescindível na assistência de enfermagem tanto nos casos de reversão da

PCR, como em caso de óbito, este deve atuar esclarecendo as eventuais dúvidas e

prestando solidariedade aos sentimentos dos mesmos.

Há situações onde é possível reverter a PCR, acarretando a sobrevida do

paciente. Barra (2011), relata que em sua pesquisa, os entrevistados consideram de

suma importância a capacitação dos enfermeiros para que possam lidar com este

momento, tornando a assistência de enfermagem verdadeiramente integral ao

paciente, a família e á própria equipe de enfermagem.

Porém, em sua explanação Pozebom (2009, p. 6), afirma “que durante sua

atuação profissional percebeu o quanto a equipe de enfermagem negligencia a

comunicação entre eles e o acompanhante do paciente hospitalizado”.

Enfatizando a importância desta comunicação Silva (2003), comenta sobre a

necessidade de um diálogo multidisciplinar e um cuidado mais humano com a

família. Se os profissionais de saúde compreendessem o fim da vida, estes seriam

capazes de ajudar outras pessoas no processo de morte e morrer.

Para que seja possível a efetiva realização dos procedimentos de RCP os

entrevistados relatam a IC “Organizar materiais” com o seguinte DSC: “Sempre

deixar o material revisado e sempre a mão para não ter problema de depois

procurando laringo que não está funcionando essas coisas que acontecem às

vezes. Então, isso tem que ser reavaliado pelo enfermeiro em toda passagem

de plantão tem que ver o material de urgência, disponibilidade de tudo para

quando o paciente entrar em uma parada ta tudo sempre a mão.”

Segundo Graça e Valadares (2008) com o material estando preparado a

equipe não enfrentará problemas organizacionais. Nos setores de emergência a

equipe já se organiza cotidianamente, para uma possível intercorrência de PCR

enquanto em uma outra unidade de internação não se espera, necessariamente,

que advenha uma situação de parada, haja vista a questão da imprevisibilidade,

podendo desestruturar todo o planejamento pensado pela equipe.

Percebe-se mediante as ideias centrais apresentadas, que para a atuação do

enfermeiro durante a PCR, seja produtiva e ocorra com o máximo de qualidade faz -

se necessário, que estes profissionais desenvolvam habilidades e conhecimentos,

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para que, consigam realizar os procedimentos com sucesso. Para isso enxerga-se a

importância do mesmo em investir na educação permanente e treinamentos

contínuos. Lembrando que a assistência a uma PCR não acontece de forma isolada,

no entanto a equipe multiprofissional deve estar constantemente atualizando - se e

passando por treinamentos contínuos, para garantir o melhor atendimento aos

pacientes que apresentem uma PCR.

Quanto ao tema “sentimentos dos Enfermeiros frente a uma PCR” foram

elencadas as ideias centrais: “Sentimentos ambíguos”, “medo”, “Incapacidade”,

“Tristeza” e “Sentimento de culpa”.

Em uma situação onde não é esperado uma PCR ou, em uma situação onde

o cliente já se apresenta em PCR, repercutem “Sentimentos ambíguos” nos

profissionais que atendem esta intercorrência, como confirmado pela fala dos

entrevistados: “...Então, meus sentimentos frente a uma parada

cardiorrespiratória são divergentes, porque têm situações e situações. Tem

aquelas situações em que o paciente já chega em quadro de parada, então é

uma situação e tem aquele paciente que está no leito consciente, orientado e

que de repente ele evolui para uma parada...”.

Enfocando a parte do relato a respeito das situações em que o cliente já

chega a instituição com o caso clínico de PCR, Cristina, et. al (2008, p. 103) afirma

em sua pesquisa sobre PCR, que faz parte da natureza humana certos sentimentos

determinados pelo perigo, pela ameaça, pelo desconhecido e pela perspectiva do

sofrimento e esses sentimentos emergem e refletem a realidade encontrada naquele

exato momento em que ocorre o atendimento.

Ao analisar o acontecimento em um ambiente hospitalar, Graça e Valadares

(2008) afirmam que os enfermeiros vivem próximos de sentimentos e reações

desencadeadas pelo processo de doença como a dor, morte, sofrimento, desespero,

incompreensão, irritabilidade e outros tantos sentimentos. Estes fatos apontam para

um processo adaptativo marcado por fragilidades, posturas apreensivas, busca de

ânimo interior e até mesmo comportamentos surpreendentes.

A convivência do profissional enfermeiro com os diversos sentimentos que se

emergem, podem acarretar sofrimento a si próprio. Murofuse, Abranches e Napoleão

(2005, p. 256) dizem que “o sofrimento do indivíduo traz consequências sobre seu

estado de saúde e igualmente sobre seu desempenho”.

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Alguns profissionais mencionaram que ao se depararem com a situação de

PCR estes se apresentam com sentimentos: “Nervoso, tenso”, como neste DSC:

“Bom, o primeiro sentimento é de tensão, é a pressão de tudo ter que ser feito

rápido e com perfeição, bate o estresse do momento porque você já tem que

pensar em tudo que você tem que fazer, tem que chamar o pessoal pra ta ali

ajudando, mas sempre bate aquele sentimento de salvar essa vida, tenho que

fazer isso, a gente fica um pouco nervoso, tenso, porque não é uma situação

muito agradável para ninguém, é bem complicado você ter consciência que

aquela vida depende do que for feito ali naquele momento...”.

Camelo e Angerami (2008) descrevem em sua pesquisa sobre os riscos no

trabalho que podem levar ao estresse, que o mesmo nada mais é do que um estado

geral de tensão fisiológica e que têm relação direta com as demandas do ambiente.

Alkmin, et al. (2009, p.15) comentam que

A parada cardiorrespiratória (PCR) é um evento muito frequente nas instituições hospitalares, que consiste numa adversidade devido aos desajustes emocionais, estresse e situações de tensão, que provocam nos profissionais de saúde que participam de sua ocorrência. Para tanto, necessita ser enfrentada, adaptada positivamente e consequentemente superada.

Segundo Silva (2006), a ocorrência de uma PCR gera um grande estresse

nos enfermeiros e na equipe, pois espera-se a sobrevida do cliente e que não ocorra

sequelas ao paciente que depende da atuação do profissional.

Sobre isto, Batista e Bianchini (2006) afirmam que o enfermeiro presta

assistência em setores desgastantes que apresentam especificidade de tarefas.

Como uma tarefa que apresenta grande especificidade temos a PCR/ RCP

que é caracterizada para muitos profissionais de enfermagem como um momento de

grande estresse, e este mesmo sentimento é apresentado até mesmo por aqueles

profissionais adaptados a prestarem atendimentos a pacientes críticos (CANOVA,

2012).

Muitos profissionais sentem “Incapacidade” diante da situação, que não

apresenta resultados positivos e estes podem ser observados através do relato a

seguir: “...quando acontece a parada e a pessoa tem um quadro que é favorável

para que consiga voltar e que acaba não voltando da uma sensação de

incapacidade, de maneira geral quando você faz de tudo e não consegue fazer

com que a pessoa volte da uma sensação de incapacidade.”

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Primeiramente será definido o significado de capacidade, para depois

mencionarmos o significado de incapacidade. Capacidade é a “qualidade que uma

pessoa ou coisa tem de possuir um determinado fim”. E incapacidade é “falta de

capacidade. Inaptidade”. (FERREIRA, 2004, p. 391, 1086).

É perceptível o desejo desses profissionais de enfermagem possuírem a

capacidade de realizarem o salvamento de todos os clientes e quando incapazes de

conseguir, sentem - se extremamente desconfortáveis.

Segundo Kuhn, Lazzari e Jung (2011) quando há a perda, existe o sentimento

de frustação, que por vezes é sentida como uma derrota profissional, pois, como

bons profissionais, há o desejo de que aquele procedimento acarrete no salvamento

do cliente.

No serviço em que se encontra a equipe de enfermagem segundo Silva

(2006), existem dois mundos distintos: “a glória e o mundo da decepção”. A glória

porque é possível salvar vidas e a decepção por não conseguir alcançar esta meta.

Frente à perda da pessoa a quem são direcionados os cuidados prestados,

muitos apresentaram o sentimento de “Tristeza”, como podemos ver no seguinte

depoimento: “...mas quando você percebe que não tem mais solução, o

sentimento é de tristeza mesmo, quando não dá, a gente fica muito triste,

principalmente quando a gente já se apegou a pessoa, eu fico abalada, pois, eu

gostaria realmente de salvar todas as pessoas.”

“Tristeza” é definido por Ferreira (2004, p. 1996) como “qualidade ou estado

de triste. Falta de alegria, pena, desalento, consternação. Aspecto revelador de

mágoa ou aflição.”

Para Kuhn, Lazzari e Jung (2011) “A tristeza é um sentimento presente em

função do envolvimento emocional.” E nós, providos de sensibilidade, podemos

constatar que a partir do contato com outras pessoas acabamos por nos envolver

emocionalmente com ele

Segundo Silva e Simões (2008), é comum deparar-se com certos

despreparos por parte daqueles que estão lidando com pacientes no final de suas

vidas. A situação em que se encontra o doente não é discutida nem comentada, as

questões de reflexão sobre morte e morrer não ocorrem.

Silva (2003), afirma que o profissional de saúde que cuida de pacientes

hospitalizados deve aprender a lidar com a questão da morte e esse processo exige

do profissional, sensibilidade, visão e conhecimento para agir eficazmente.

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Temos consciência de que não são todos os casos que há possibilidade de

reversão da PCR e a partir disto, ouvimos no DSC: “Sentimento de culpa” que

apresentou depois de se deparar com tal acontecimento: “Em todas as vezes que

atuei, fiquei com sentimento de culpa, pelas pessoas que faleceram em minhas

mãos, um sentimento que poderia ter feito mais...”

Pinho e Barbosa (2010) afirma que os profissionais de saúde que lidam com o

ser humano e, especialmente com a pessoa em iminência de morte, deve refletir

sobre a sua pretensa onipotência e sua equivocada obrigação de curar sempre.

Segundo Rodrigues (2011), atuar em uma PCR é uma tarefa desafiadora, que

exige variadas ações, dentre elas, as necessidade de compreender a subjetividade

de interações humanas, condição intrínseca a todos os contextos de trabalho.

Viver a glória, faz parte de sensações maravilhosas, principalmente quando

está relacionado com a sobrevivência de um cliente em PCR; mas viver a perda,

também faz parte da profissão (SILVA, 2006). Assim, faz - se necessário que o

profissional reflita sobre os acontecimentos e procure ajuda especializada para

conseguir aprender a lidar com a situação, quando julgar que precise.

Após analisarmos as ideias centrais, foi possível constatar que durante a PCR

são despertadas as mais diversas sensações nos profissionais. Estas sensações

são influenciadas diretamente pelo resultado encontrado ao término da ocorrência.

Pode-se observar em todos os casos, o almejo pela reversão do quadro clínico, e

que os sentimentos insatisfatórios se dão quando não se obtém a ressuscitação da

pessoa.

Os enfermeiros devem atentar a regularidade e a intensidade dos sentimentos

emergidos, pois os mesmos podem apontar para o desenvolvimento da síndrome de

Burnout. Segundo Carlotto e Câmara (2008, p. 154) esta síndrome é considerada

uma reação à tensão emocional crônica por lidar excessivamente com pessoas,

constituída por exaustão emocional - há falta ou carência de energia e entusiasmo e

sentimento de esgotamento de recursos. -, há Despersonalização - o profissional

passa a tratar os clientes, colegas e a organização de forma distante e impessoal - e

a Baixa Realização no Trabalho - a tendência do trabalhador em se auto - avaliar de

forma negativa.

Ao analisar os resultados dos acadêmicos de enfermagem ao serem

questionados a respeito do tema “condutas frente a uma PCR” elencou - se as

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seguintes ideias centrais: “Ter conhecimento”, “Estar seguro” e “Controlar suas

emoções”.

Em uma situação de PCR onde os acadêmicos desenvolvem suas primeiras

experiências eles relatam ser essencial “Ter conhecimento” para que seja possível

atuar nessa situação, que é marcada pela imprevisão. Esta ideia central é

confirmada com as seguintes ECH: “...Quando se tem conhecimento, você sabe

como sistematizar bem a sua assistência, consequentemente você consegue

atuar de forma efetiva na parada cardiorrespiratória, só que pra isso você

precisa estar embasado no conhecimento teórico...”.

Silva (2006, p.147), afirma que “a ênfase na capacitação dos profissionais

para atuarem no atendimento a PCR deve se iniciar na formação acadêmica

constando de um processo que exigirá treinamento e reciclagem contínuos”.

Na situação de PCR as condutas devem ser realizadas imediatamente, a fim

de restaurar as atividades cardíacas e pulmonares do paciente, onde se faz

extremamente necessário o enfermeiro conhecer os procedimentos adequados da

RCP a serem realizados (BARRA; 2011).

Para que o resultado seja o melhor possível, os acadêmicos de enfermagem

expressam a necessidade de “Estar seguro”, como constatado pelo DSC: “O

acadêmico tem que estar seguro para estar ali, ter segurança para estar

atuando ali de forma rápida efetiva porque o que prioriza na PCR é tempo. O

acadêmico tem que estar seguro para estar atuando na parada, ele tem que ir

se aprimorando cada vez mais, pois ele irá ser o profissional que vai nortear a

parada, ele que vai agir e coordenar a equipe...”.

Segundo Rodrigues, Engler e Cunha (2011), a enfermagem deve estar

preparada para a atuação, pois em muitos casos, devido à proximidade com o

paciente, são os profissionais de enfermagem que identificam os sinais de PCR e

assim, iniciam as manobras de RCP, estas que são determinantes para a sobrevida

e redução das sequelas da vítima.

Concordamos com Canova (2012), quando afirma ser necessário que ao

longo da formação, na graduação, se desenvolvam profissionais competentes, com

conhecimento na área, com habilidades e atitudes para julgamento e tomada de

decisões.

Dando continuidade a tal colocação Graça e Valadares (2008, p. 414) dizem

que “dependendo da experiência que a pessoa tenha adquirido no decorrer de sua

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formação ou carreira profissional, essa terá maior preparo para o enfrentamento da

situação.”

Continuando a apresentar as condutas necessárias frente à situação de PCR,

os acadêmicos afirmam que necessitam “Controlar suas emoções” perante o

atendimento: “... O acadêmico tem que tentar controlar ao máximo suas

emoções, não deixar que o seu medo e inexperiência o atrapalhem a estar ali

fazendo o que for necessário no momento, porque se ele ficar nervoso ou

inseguro pode acabar por não conseguir prestar atendimento eficiente...”

Melo, Cruz e Simões (2013), ao término de sua pesquisa afirmam que “todos

os profissionais de saúde, deverão estar centrados na importância e

responsabilidade ao atendimento que eles têm, pois através desse atendimento

pode-se diminuir o número de óbitos e minimizar as sequelas decorrentes da má

assistência prestada. ”

Para Rodrigues, Engler e Cunha (2011), existem alguns problemas que

limitam a atuação da enfermagem durante a atuação em uma PCR a falta de

equilíbrio emocional para enfrenta-lá é um deles.

Segundo Graça e Valadares (2008), o profissional tem que avançar não

somente na área tecnológica, mas também no controle de si mesmo, tem que

amadurecer e desenvolver a chamada inteligência emocional para conseguir lidar

com pacientes em PCR.

O profissional atuante deve ser observado em sua totalidade, pois as

instabilidades e fragilidades vivenciadas por estes também podem repercutir

negativamente na eficácia do atendimento (RODRIGUES; ENGLER; CUNHA, 2011).

Percebe-se através das Ideias centrais e dos DSC que os acadêmicos

reconhecem e relatam o valor do conhecimento, compreendem a importância do

mesmo para desenvolverem as manobras necessárias, enfatizam a necessidade do

domínio teórico, pois sem o mesmo não haveria possibilidade de auxiliar a realizar o

salvamento. Esta observação nos leva a perceber que parte da preocupação do

acadêmico está voltada as técnicas de reversão do quadro, o que faz que o mesmo

apresente oscilações de suas emoções, assim eles se veem na obrigação de

controlar - se e se apresentarem seguros para conseguirem realizar as tarefas que

são designadas a eles.

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Quanto ao tema “sentimentos dos acadêmicos de enfermagem frente a uma

PCR” foram encontrados ás Ideias Centrais: “Impotência”, “Medo”, “Desespero”,

“Ótima sensação”, “Ansiedade”, “Querer ajudar”, “Tristeza” e, “Insegurança”.

Foi citado o sentimento de “Impotência” por 8 acadêmicos entrevistados

quando estes se deparam com a morte do paciente e os mesmos não encontram

mais alternativas para reverter a situação. Como mostra seguinte discurso:

“...Quando a pessoa não retorna da parada ai você fica com um sentimento de

impotência, você fala, “nossa”! Será que se eu tivesse ficado mais 5 minutos

massageando? será que o paciente ia voltar?...”

Kuhn, Lazzari e Jung (2011), relata que o sentimento de impotência surge,

pois, não foi possível evitar ou adiar aquela morte e, devido a tal, podem ocorrer

crises existenciais e profissionais, pois, os limites da profissão e da vida humana são

constantemente desafiados. É comum ocorrer um dilema entre impotência e

onipotência em relação á situação de morte do paciente, bem como culpa e

frustração por não conseguirem alcançar ou mesmo evitar sua morte.

Segundo Silva (2006), nós lidamos com dois extremos: a vida e a morte, e a

morte foge a nossa real função; viver a morte, a perda, significa não ter a

capacidade de poder salvar estas vidas.

Dentre os demais sentimentos citados, o “Medo” foi mencionado por 5

respondentes: Tal ideia central pode ser identificada através das seguintes

expressões chaves: “...é um sentimento de muito medo e de insegurança,

porque eu acho que é um dos momentos onde a vida do paciente esta mais na

sua mão, dá medo de falhar, de você fazer alguma coisa que possa prejudicar

o paciente e se tudo que você fizer não der certo, sinto-me muito responsável

pela situação, eu fico com medo de não conseguir salvar aquela vida...”

Silva e Simões (2008), afirmam que existe o medo do sofrimento, pois o

sofrimento alheio incomoda, é desagradável e provoca desequilíbrio entre os

profissionais.

“Faz parte da natureza humana certos sentimentos determinados pelo perigo,

pela ameaça, pelo desconhecido e pela perspectiva de sofrimento” (CRISTINA et al.,

2008, p. 103).

Outra Ideia Central citado no resultado foi: “Desespero” o sentimento que 4

acadêmicos relataram ter apresentado ao se depararem com a PCR. Como mostram

os DSC: “Num primeiro momento, o sentimento que eu tive foi de desespero,

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você sabe, só que você não está esperando, eu fiquei muito assustada, meio

desesperada sabe por que eu só tinha visto na teoria, dá uma sensação

desespero, a perna começa a tremer, dá um branco na mente, parece que você

não sabe nada sobre aquilo que tá acontecendo por mais que você tenha o

conhecimento todo ali na sua cabeça,...”

Para Graça e Valadares (2008, p. 412) “a vivencia dentro do que já se

conhece reforça um agir independente, enquanto a vivência do desconhecido gera

tensões e angústias, exigindo respostas em tempo hábil.”

Sabe-se que os acadêmicos apresentam suas primeiras experiências com

PCR durante o ensino clínico e Valadares e Viana (2009), afirmam que o

desconhecido pode se tornar mais familiar à medida que o a pessoa vai

acrescentando significado à situação e assim permitindo avançar e enfrentar o

acontecimento.

Já Cristina et al., (2006), refere que para que ocorra esse enfrentamento do

novo faz-se necessário uma preparação tanto das habilidades cognitivas como

motoras e comportamentais e refere que devem ser valorizados as vivências e

sentimentos apresentados durante o evento em RCP.

Em casos onde a reversão ocorre, o sentimento despertado pelos

respondentes foi “Ótima sensação” como ouvimos no DSC: “...quando o paciente

volta é outro sentimento, dá um sentimento de alivio. Você quer fazer de tudo

possível para que o paciente fique bem e foi exatamente isso que aconteceu na

parada, em que eu atuei, o paciente voltou e depois que terminou tudo deu

uma sensação de paz, de dever cumprido, foi muito satisfatório. Quando ele

consegue voltar você fica muito alegre por ter ajudado aquela pessoa, nossa é

uma ótima sensação.”

Canova (2012), diz que: o momento onde se consegue reestabelecer os

sinais vitais do paciente é um momento aguardado pela equipe de enfermagem com

muito anseio e que este acontecimento evidencia o sucesso frente esta

intercorrência.

Complementando tal fala, Kawakame (2011, p. 25), afirma que: “...O

restabelecimento das funções vitais de uma vítima proporciona uma sensação de

bem – estar pela solidariedade prestada ao próximo...”

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Segundo Batista e Bianchi (2006), as situações emergenciais que auxiliam na

manutenção da vida humana, exercem uma grande fonte de satisfação no trabalho

do enfermeiro.

A PCR como já citado anteriormente, é algo inesperado e muitos acadêmicos

afirmam “Ansiedade” frente à situação. No DSC temos: “...dá uma ansiedade de

estar vendo até mesmo aquela angustia de ver o paciente naquela situação

mas logo em seguida você se recompõe e tentar dar o seu melhor ali pra tentar

conseguir salvar aquela vida...”

Graça e Valadares (2008), afirmam que o estudante deve possuir

conhecimento para atuar em situações de emergência e isto faz com que os

mesmos fiquem apreensivos devido ao fato de que suas habilidades contribuirão ou

não para a reversão da PCR.

Segundo Antunes et al., (2009): “É conhecido que, na área da saúde, a

ansiedade tende a ser comum, visto que os profissionais lidam com o sofrimento

humano, com a doença e a morte, que são situações geradoras de ansiedade.”

Silva (2006) corrobora com tal fato quando refere que há necessidade de ter

espaços para que os sentimentos que aparecem nas situações estressantes, dentre

eles a ansiedade e o medo sejam expressados.

Frente à PCR que apresenta alto grau de maleficência ao cliente, muitos

acadêmicos demonstram vontade de “Querer ajudar”, como pode ser comprovado

pelo relato a seguir: “Quando me deparo com uma parada cardiorrespiratória os

meus sentimentos são de querer ajudar, ajudar de maneira correta, porque eu

acho que lá no momento tem que dar tudo certo tem que funcionar tudo como

tem que ser, como as normas porque é um paciente que está lá é a vida dele

que está em jogo...”

Segundo Jorge, Monaco e Mendes (2008) é constante entre o serviço de

enfermagem o almejo pela qualidade no atendimento para suprir a necessidade das

pessoas.

Santoro e Oliveira (2007) afirmam que durante a ressuscitação a meta

existente é a preservação da vida, o alivio do sofrimento, a restauração da saúde e a

limitação das capacidades. Sobre este assunto, Romanzini; Bock (2010) explicam

que é necessário que a enfermagem possua empatia pelas pessoas, atendendo – as

de maneira integral, independente de qual seja a situação. Sendo essencial que este

pensamento também se encontre nas situações de emergências.

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Corroborando esta última afirmação, Silva (2006), relata que o atendimento

ao paciente/ cliente em PCR deve ter o máximo de qualidade na assistência

prestada visando, principalmente a segurança do mesmo.

Frente à perda do cliente, o sentimento apresentado pelos respondentes foi

de “Tristeza” como se analisa nos seguintes DSC: “Quando não dá para salvar, eu

fico muito triste, eu fico muito abalada, fico pensando se não poderia ter feito

algo diferente e assim pudesse salvar. Quando a pessoa não volta dá um

sentimento de tristeza, de você ver como que ela ficou, é muito difícil, quando

você vê a pessoa ali morta na sua frente, ai você imagina se fosse alguém da

sua família, passa um turbilhão de pensamentos na sua mente, eu realmente

fiquei bem abalada...”.

Pinho e Barbosa (2010) referem que os acadêmicos de enfermagem

expressam tristeza por terem cuidado de um paciente e tê-lo visto morrer.

Com a não possibilidade de reversão de uma PCR, o óbito ocorre e esta

situação se apresenta a muitos alunos como uma nova experiência e Takahashi et

al. (2008) diz que durante a graduação, os acadêmicos devem ser orientados sobre

a morte e que estes aprendam a entender que este também é um momento

integrante da vida. Faz-se necessário que os acadêmicos aprendam a enfrentar esta

situação indesejada, porém, existente.

“Cada acadêmico reage diferentemente diante da morte do paciente que

estava cuidando ou ajudando a cuidar“ (PINHO; BARBOSA, 2010). Concordamos

com Silva; Simões (2010), quando afirmam que é necessário a preparação dos

futuros profissionais para o tema morte digna, pois a morte parece simples, porém,

exige condições e qualidades especiais dos profissionais para se prepararem e

ajudar paciente assim como sua família na dimensão psicossocioespiritual.

A ressuscitação cardiopulmonar (RCP) quando adequadamente indicada, é

presumido e universalmente aceito, porém, o paciente sem perspectiva de

recuperação, tal procedimento pode ser fútil e cruel, as decisões de interromper as

manobras são baseadas no conceito de tratamento fútil e desnecessário (FALCÃO;

COSTA; AMARAL, 2010).

Completando a ideia citada anteriormente, quando não há perspectiva de

restauração das funções vitais e ainda é continuo os procedimentos para a

recuperação, o mesmo é nomeado como distanásia. Barchifontaine e Pessini (2005)

define-a como o prolongamento da vida biológica do paciente através de tratamento,

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não apresentando qualidade a sobrevida do cliente. Corroborando com o parágrafo

anterior é de extrema relevância a análise da necessidade de continuar os

procedimentos, pois há casos onde o que ocorre é o prolongamento do processo da

morte.

Os depoimentos apontaram também o sentimento de “Insegurança” que foi

mencionado no DSC por dois entrevistados: “Então primeiro a gente fica muito

nervoso, bate uma insegurança danada, em seguida você se recompõe e tentar

dar o seu melhor. Meus sentimentos quando eu participei, eu participei de

duas, então, na primeira em que eu participei eu fiquei meio receoso porque eu

estava no 3° ano e estava no começo então, eu fiquei assim meio receoso de

atuar porque eu não tinha tanta segurança. Eu acho que o sentimento mesmo

na primeira vez foi de insegurança.”

Ferreira (2004, p. 1821), conceitua segurança como “estado, qualidade ou

condição de seguro; Condição daquele ou aquilo em que se pode confiar. Confiança

em si mesmo; Autoconfiança. E insegurança como a falta de segurança” (p. 1110).

Enquanto Valadares e Viana (2009, p. 380), “A aprendizagem na prática é

dotada de peculiar complexidade, abrangendo múltiplos aspectos da realidade,

sendo necessária uma visão ampliada sobre as coisas, em que pese á busca pelo

equilíbrio emocional e a valorização da convivência humana.”

Através dos resultados obtidos, torna-se perceptível a importância da reflexão

sobre as situações em que se vivem os futuros profissionais. Observa-se que os

acadêmicos de enfermagem ao vivenciarem uma experiência de PCR, começam a

construir uma nova concepção a respeito do tema, pois a antiga concepção estava

somente voltada à parte teórica. Ao se depararem com a situação, são despertados

diversos sentimentos, muitos podendo ser agradáveis, outros um tanto quanto

desconfortantes. Percebe-se que os sentimentos apresentados influenciam na

maneira como o acadêmico enfrenta a PCR. O que ele sente, influencia no reagir

frente á situação, fazendo-se necessário que estes futuros profissionais de sintam

confiantes, para que juntamente com sua bagagem teórica sejam competentes para

o enfrentamento da PCR.

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6 CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo proporcionaram as seguintes conclusões:

As condutas dos enfermeiros frente à parada cardiorrespiratória foram: “Atuar

com conhecimento”; “Coordenar a equipe”; “Manter-se calmo”; “Ter segurança”;

“Atuar auxiliando”; “Certificar-se do fato”; “Postura de liderança”; “Dar auxilio a

família”; “Organizar materiais”. E os sentimentos apresentados frente à parada

cardiorrespiratória foram “Sentimentos variados”; “Nervoso, tenso”; “Incapacidade”;

“Tristeza” e “Sentimento de culpa”. As condutas dos acadêmicos de enfermagem

frente à parada cardiorrespiratória foram: “Ter conhecimento”; “Estar seguro” e

“Controlar suas emoções”. E os sentimentos apresentados frente à parada

cardiorrespiratória foram “Impotência”; “Medo”; “Desespero”; “Ótima sensação”;

“Ansiedade ”; “Querer ajudar”; “Tristeza”; “Insegurança”.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na atualidade, com os avanços tecno - científicos cada vez mais, desenvolve-

se nos profissionais de saúde o dever/desejo de prolongar a vida do paciente. Esta

atitude podemos encontrar em situação de PCR, onde a vida do paciente se

encontra e risco iminente de morte. Sabe-se que independente da área de atuação o

conhecimento cientifico é uma prioridade (SILVA, 2006).

É relevante a pesquisa a respeito das condutas e sentimentos dos

enfermeiros frente a uma situação de PCR, pois o direcionamento das pesquisas em

sua maioria se volta aos passos preconizados para reversão de uma PCR ou então

para as causas que levaram ao desenvolvimento do quadro e ainda relacionam - se

dos procedimentos técnicos. Há necessidade de constantes atualizações por parte

dos enfermeiros e preparo dos futuros profissionais, para que estes se apresentem

competentes e seguros para encarar uma PCR, tanto cientificamente quanto

emocionalmente.

Para a reversão do quadro de PCR faz - se necessário que o profissional

enfermeiro e o acadêmico de enfermagem realizem os procedimentos que são de

sua competência e que estes sejam realizados de forma efetiva, sendo para tal

exigido uma postura acertiva e segura, assim apresentando a conduta ansiada pela

situação.

O que observa - se ao analisar os DSC são que muitos enfermeiros e

acadêmicos de enfermagem ao serem questionados a respeito de suas condutas

direcionaram suas respostas para as competências profissionais e também para a

postura frente a esta situação. A conduta (comportamento) que se questiona

engloba as colocações feitas pelos participantes a respeito de competência

profissional e postura, pois o enfermeiro e o acadêmico de Enfermagem devem

saber quais são suas funções na reversão do quadro PCR, assim fazendo - se

necessário uma postura coerente com essa situação.

Sabe-se que a PCR é um evento inesperado, exigindo condutas rápidas e

convictas dos profissionais de enfermagem e toda equipe multiprofissional. Nesse

contexto, em especial, o profissional enfermeiro, encontra-se sobre pressão com

anseio de garantir a sobrevida do paciente, contudo faz-se necessário que o

enfermeiro mantenha - se seguro e equilibrado.

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Em uma visão mais imatura, temos o acadêmico de enfermagem que está

tendo suas primeiras experiências, está aprendendo qual é a sua postura frente à

intercorrência PCR e os sentimentos que emergem durante este momento, que

exige respostas em tempo hábil para que seja possível a reversão do quadro.

Melo, Cruz e Simões (2013, p. 49) referem “que ainda há algo para fazer e

aprender, a ideia é que com a proposta da educação permanente em saúde, haja

ênfase na educação dos profissionais, quanto a PCR de forma a melhorar a

aprendizagem e também a qualidade do atendimento ao consumidor dos serviços de

saúde.”

Existe necessidade de constante atualização e treinamento do profissional

enfermeiro para que consiga atuar de forma segura e efetiva, acarretando no

enfrentamento positivo frente às experiências.

Em um momento delicado como a PCR, onde a recompensa do sucesso é a

sobrevida do cliente, faz-se extremamente necessário um preparo especial dos

estudantes de enfermagem, para o enfrentamento dessa situação. Cabe aos

docentes promoverem situações em aulas práticas, além de propiciarem condições

similares (situações clínicas) que envolvam urgência no atendimento, para que os

alunos possam sentir-se mais seguros. Esta preparação do acadêmico de

enfermagem deve ser efetiva, com relação aos conhecimentos teóricos práticos,

para que estes consigam enfrentar este acontecimento e sejam capazes de

prestarem um atendimento eficiente ao cliente. Também proporcionando momentos

de discussão sobre seus medos e ansiedades.

Percebe-se que manter-se atualizado, buscar maneiras diferentes de

enfrentar os momentos de ansiedade e tensão, ter conhecimento teórico-prático é

imprescindível para atuar em PCR. Quanto à segurança, frente às situações de

emergência, principalmente mencionada como essencial aos acadêmicos de

enfermagem, vai-se adquirindo ao longo da prática do exercício profissional. O

espírito de liderança e um bom planejamento, recursos materiais e humanos

também auxiliam muito na atuação do enfermeiro e equipe de saúde principalmente

nas situações de urgências e emergências.

É dever dos profissionais de saúde e também dos futuros profissionais de

enfermagem atuarem confiantes e estarem motivados a continuarem sempre

especializando - se, a fim de prestarem um serviço de qualidade e obterem bons

resultados nos atendimentos.

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Sugere-se que novos estudos sejam feitos, com números maiores de

participantes para verificar se os resultados são compatíveis ou divergentes aos

encontrados nesta pesquisa. Também sugere - se que sejam feitos estudos a

respeito da percepção dos acadêmicos de enfermagem com relação à presença do

professor enfermeiro no momento de uma intercorrência como a PCR.

Verificou-se que a colaboração da instituição e a disponibilidade dos

profissionais enfermeiros e acadêmicos de enfermagem em relatarem suas

experiências, foram válidas, a fim de ser possível constatar os fatos e familiarizar

com relação às condutas e sentimentos frente á PCR, propiciando subsídios para

que os mesmos consigam desenvolver estratégias para melhoria do atendimento e

enfrentamento frente à situação.

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APÊNDICE A - Instrumento de coleta de dados

Características pessoais do enfermeiro.

1- Idade________anos

2 - Gênero: Feminino ( ) Masculino ( )

3 - Quantas vezes você já atuou em uma PCR: ( )

( ) 1-5 vezes (...) 5-10 vezes (...) + 10 vezes

4 - Pós graduação:

( ) Especialização área______________________ ( ) Mestrado ( ) Doutorado ( ) Outro

5 - Tempo de exercício da profissão

( ) 6 meses ( ) 1 a 4 anos ( ) 4 a 7 anos ( ) Mais de 7 anos

Roteiro de Entrevista Semi-Estruturado

1 – Você como enfermeiro, possuindo o conhecimento a respeito dos procedimentos necessários ao atendimento a uma parada cardiorrespiratória (PCR). Fale-me, como deve ser em sua opinião a conduta do enfermeiro frente á esta situação?

2 – Quando você se depara com uma parada cardiorrespiratória, quais são seus sentimentos?

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APÊNDICE B - Instrumento de coleta de dados

Características pessoais do acadêmico de enfermagem.

1 - Idade________anos

2 - Gênero: Feminino ( ) Masculino ( )

3 - Quantas vezes você já atuou em uma PCR: ( )

( ) 1-5 vezes (...) 5-10 vezes (...) + 10 vezes

Roteiro de Entrevista Semi-Estruturado

1 – Você como Acadêmico de enfermagem, possuindo o conhecimento a respeito dos procedimentos necessários ao atendimento a uma parada cardiorrespiratória (PCR). Fale-me, como deve ser em sua opinião a conduta do Acadêmico de enfermagem frente á esta situação?

2 – Quando você se depara com uma parada cardiorrespiratória, quais são seus sentimentos?

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APÊNDICE C - Termo de consentimento livre e esclarecido para os enfermeiros

Prezados senhores (as):

Eu, Larissa Mayre Monteiro dos Santos, estudante de Enfermagem da Escola

de Enfermagem Wenceslau Braz estou realizando uma pesquisa tendo como

orientadora a Mestre Professora Ivandira Anselmo Ribeiro Simões. A pesquisa tem

como titulo: “Condutas e Sentimentos dos Enfermeiros e Acadêmicos de

Enfermagem Frente á Parada Cardiorrespiratória”, para qual você está sendo

convidado a participar. Sua participação nesta pesquisa é de livre e espontânea

vontade e a qualquer momento, poderá interrompê-la, recusar-se a submeter-se a

qualquer procedimento, como também dela desistir a tempo e modo, como assim

desejar, sem qualquer penalidade ou juízo a sua pessoa.

A pesquisa terá como objetivos: Conhecer as condutas e sentimentos dos

enfermeiros do Hospital Escola, situada na cidade de Itajubá, MG, frente á parada

cardiorrespiratória (PCR) - Conhecer as condutas e sentimentos dos acadêmicos do

7° e 8° período EEWB, situada na cidade de Itajubá, MG, frente á parada

cardiorrespiratória (PCR).

Este estudo tem como propósito dar ênfase ao ser humano enfermeiro que

passa por situações de tensões e buscar também incentivar os profissionais de

enfermagem a buscarem assistência, para que assim consigam conciliar seus

sentimentos com o ambiente , onde executam suas funções.

Todos os dados referentes à sua pessoa serão exclusivos para o estudo em

questão .E sua guarda de inteira responsabilidade da pesquisadora, que garante o

anonimato e total sigilo, assegurando privacidade das informações fornecidas, ou

seja, você não será identificado; pois os dados serão analisados de forma global.

Por estar total orientado e em perfeito acordo com este termo de

consentimento, eu, como sujeito da pesquisa, assino.

Itajubá,____de_______ de 2012

Assinatura:______________________________

Contato: Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB)

Contato: 35 3622 0930 (ramal: 323)

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APÊNDICE D - Termo de consentimento livre e esclarecido para os acadêmicos

de enfermagem

Prezados senhores (as):

Eu Larissa Mayre Monteiro dos Santos, estudante de Enfermagem, da Escola

de Enfermagem Wenceslau Braz estou realizando uma pesquisa tendo como

orientadora a Mestre Professora Ivandira Anselmo Ribeiro Simões. A pesquisa tem

como titulo: “Condutas e Sentimentos dos Enfermeiros e Acadêmicos de

Enfermagem Frente á Parada Cardiorrespiratória”, para qual você está sendo

convidado a participar. Sua participação nesta pesquisa é de livre e espontânea

vontade e a qualquer momento, poderá interrompê-la, recusar-se a submeter-se a

qualquer procedimento, como também dela desistir a tempo e modo, como assim

desejar, sem qualquer penalidade ou juízo a sua pessoa.

A pesquisa terá como objetivos: Conhecer as condutas e sentimentos dos

acadêmicos do 7° e 8° período EEWB, situada na cidade de Itajubá, MG, frente á

PCR; Conhecer as condutas e sentimentos dos enfermeiros do Hospital Escola,

situada na cidade de Itajubá, MG, frente a PCR.

Este estudo procura incentivar os acadêmicos a buscarem assistência, para

que assim consigam conciliar seus sentimentos com o ambiente onde executam

suas funções.

Todos os dados referentes à sua pessoa serão exclusivos para o estudo em

questão e sua guarda de inteira responsabilidade da pesquisadora, que garantem o

anonimato e total sigilo, assegurando privacidade das informações fornecidas, ou

seja, você não será identificado, pois os dados serão analisados de forma global.

Por estar total orientado e em perfeito acordo com este termo de

consentimento, eu, como sujeito da pesquisa, assino.

Itajubá,____de_______ de 2012

Assinatura:______________________________

Contato: Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB)

Contato: 35 3622 0930 (ramal: 323)

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APÊNDICE E – Solicitação para coleta de dados

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ANEXO A - Instrumento de análise de discurso (IAD – 1)

1-Você como enfermeiro, já possuindo o conhecimento a respeito dos

procedimentos necessários ao atendimento a uma parada cardiorrespiratória

(PCR). Fale-me, como deve ser em sua opinião a conduta do enfermeiro

frente á esta situação?

Número Expressões – chaves ECH Ideia central - IC

1

Para mim o enfermeiro tem

que ta ali junto, tem que

atuar, ficar ali vendo o que ta

acontecendo, auxiliando o

técnico de enfermagem

auxiliando o médico ver o

que ele pode fazer, ver como

o paciente esta naquele

momento, ficar próximo do

paciente ajuda-lo no que

puder no que for necessário.

A enfermeira tem que estar ali perto, tem que estar auxiliando na parada é obrigação dela.

1° IC Atuar auxiliando.

2

O enfermeiro ele é o profissional que vai nortear a parada ele que vai agir e coordenar a equipe. Ele tem que ter muita segurança, nessa hora o que é fundamental, porque, por exemplo, o médico ele vai falando de eletro, ele vai falando das medicações, mas quem vai fazendo tudo quem vai coordenando é o profissional enfermeiro,então se a gente na hora não tiver uma consciência disso não tiver até uma coordenação boa da

1° IC Coordenar a equipe;2° IC Ter segurança,3° IC Atuar auxiliando.

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equipe, não souber dividir as tarefas nesta hora que é muito importante, que cada um tem que executar uma coisa e executar de uma forma objetiva ai já não vai dar certo, então, por exemplo, tem que ter muita segurança e norteandomesmo à equipe um vai ficar só na medicação outro vai ficar só nos sintomas, outro só nos sinais vitais então isso é muito importante, eu acho que a conduta do enfermeiro nessa hora é de ter essa postura mesmo de enfermeiro e de atuar também não só querer mandar, delegar tarefas, mas ir atuar junto estar presente e passar segurança a toda á equipe.

3

Eu acho que a conduta do

enfermeiro deve ser é estar

atuando, ta ali prestando

assistência para o médico,

e não podendo esquecer a

família de lado, geralmente a

parada tem alguém tem um

acompanhante na hora eles

só o retiram da sala, eu acho

que é importante o

enfermeiro atuar na parada,

mas ele também depois estar

auxiliando, estar

comunicando tudo que

aconteceu dar auxilio a

família.

1° IC Atuar

auxiliando;

2° IC Dar auxilio a

família.

O enfermeiro precisa 1° IC Manter-se calmo;

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77

4 primeiro ter calma, porque

o paciente já parou o

paciente está ali então

agora ver o que pode ser

feito e depois disso ter

domínio da técnica. Então

eu acho que a conduta do

enfermeiro deve passar

segurança. Às vezes o

enfermeiro fica muito aquém

do médico, ai só vou lá ficar

fazendo medicação e

pegando veia, acho que o

enfermeiro tem que dar valor

na participação que ele têm e

não só ficar obedecendo à

ordem de médico.

2° IC Ter segurança.

5

Então acho que a primeira conduta do enfermeiro quando ele acha que o paciente está entrando em uma parada é se certificar pra ver se ele está certo,então ele vai verificar se o paciente ta com respiração agônica, verificar se está sem pulso central, então o enfermeiro tem que verificar essas coisas pra poder começar a atuar ai sim chamar o medico, para o medico começar a administrar as drogas ou então até mesmo o choque e massagem, massagem, massagem e é isso até ele ver que o paciente estabilizou, ou então tentar, tentar, tentar até ver que não dá mais.

1° IC Certificar-se do fato.

Ele tem toda a sua atuação perante a parada, não é só o

1° IC Atuar com conhecimento.

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78

6 médico ali ta fazendo então agora a gente é também preparado pra realizar a ação ali frente, então ele tem que ir tem que fazer porque não vai deixar só para os técnicos ta fazendo isso sendo que é de responsabilidade médica e do enfermeiro, então é importante eles estarem atuando com o seu conhecimento para poder estar ajudando e facilitando a recuperação do paciente.

7

Em minha opinião a conduta do enfermeiro na assistência é uma assistência mais ativa não deixar tanto que o medico assuma porque aenfermagem também tem todo o conhecimento para estar atuando e muitas das vezes esses médicos, residentes ou acadêmicos acabam por não fazer um atendimento adequado, muitas vezes nas manobras que não são adequadas naquela situação por isso que eu acho que deve ser muito mais atuante a enfermagem nessa ação.

1° IC Atuar com conhecimento.

8

O enfermeiro tem que

conduzir á parada e lógico

juntamente com a equipe, é

um trabalho em equipe,

mas ele tem que ter um

papel fundamental de

conduzir. Se ele não

conduzir os técnicos, a

equipe, a coisa desanda,

então fica aquela bagunça,

ele tem que conduzir. Aqui eu

conduzo então é um

1° IC Coordenar a equipe;2° IC Postura de liderança. 3° IC Organizar materiais

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massagem, é outro acesso, é

outro medicação, é outro

oxigênio, então cada um

tem um papel fundamental,

então aqui assim quando tem

situações de parada eu entro

juntamente com o médico

com mais um ou dois

técnicos no máximo na sala

de emergência com dois

técnicos, a gente dá conta!

Assim vamos revezando,

enquanto o médico vai

entubando, então o

enfermeiro tem que ter essa

noção do todo porque o

médico ele vai fazer o que,

ele vai entubar, geralmente

ele não esta atendo a tudo

que esta acontecendo então

primeiro tem que ter a

postura mesmo de liderar na

parada então ele tem que ter

aquela capacidade de olhar

para cara do técnico e ele já

saber o que esta faltando,

sempre deixar o material

revisado e sempre a mão

para não ter problema de

depois ficar procurando

laringo e ele não estar

funcionando essas coisas

que acontecem às vezes.

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80

Então isso tem que ser

reavaliado pelo enfermeiro

em toda passagem de

plantão então tem que ver o

material de urgência,

disponibilidade de tudo para

quando o paciente entrar em

uma parada estar tudo

sempre a mão. E ele tem que

liderar, mesmo porque o

médico não lidera, o médico

entra e faz o que ele tem que

fazer, mas ele não conduz

ele não fica mandando,

ordenando pros técnicos o

que eles tem que vir a fazer a

gente que tem que

coordenar, então é dois

acessos calibrosos e manter

a organização mesmo. Então

assim a gente procura agir

dessa forma.

9

Em relação à equipe de enfermagem o enfermeiro não só na parada, mas em todas as situações ele é o líder da equipe e na parada ele tem que ser o líder também. Eu acredito que a conduta médica, o médico vai falando o que ele quer e o enfermeiro ele não tem que repetir tudo o que o médico fala, além de atuar ele temque direcionar a sua equipe para o que deve ser feito porque já é um momento de stress e se não tiver essa sistematização acaba que

1° IC Coordenar a equipe;2° IC Postura de liderança;3° IC Atuar com conhecimento.

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não é efetivo o cuidado e atuação aquela parada então eu vejo o enfermeiro é o condutor do que deve ser feito pela equipe, mas ele também deve atuar com os seus conhecimentos principalmente em vias aéreas, através de massagem, acho que ele deve direcionar a equipe e atuar também.

10

Eu acho que o enfermeiro tem que ter calma primeiramente e tem que ter jogo de cintura para saber conduzir a equipe,porque na hora é uma tensão muito grande então a gente tem que ter calma para poder conduzir a equipe, ver o que cada um vai fazer e a sua parte também e dar o apoio total ao paciente porque na hora às vezes a gente acaba esquecendo e faz as coisas um pouco na pressa naquela correria para poder salvar então tem que ter mais jogo de cintura mesmo para poder coordenar a equipe e os médicos que vão estar junto também.

1° IC Manter-se calmo;2° IC Coordenar a equipe.

11

O enfermeiro deve se manter calmo, deve ser ágil e manter grande atenção nos procedimentos corretos para tentar salvar a vida do paciente com parada.

1° IC Manter-se calmo.

12

Deve prestar o socorro à vítima, deve avaliar os sinais e sintomas para ter certeza de que este esta realmente com o quadro de uma parada cardiorrespiratória, para depois acionar toda a equipe

1° IC Certificar-se do fato.

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82

e darem inicio aos procedimentos necessários.

13

Este deve estar seguro de todos os passos que devem ser tomados durante esta situação, que é um tanto quanto estressante e inesperada.

1° IC Ter segurança.

14

O enfermeiro deve estar preparado para atuar a qualquer hora, ele deve sempre estar se atualizando para que consiga prestar um atendimento adequado ao paciente que se encontra nesse estado. O enfermeiro que coordena a equipe de enfermagem, ele orienta, organiza a equipe de enfermagem para estar atuando então o enfermeiro tem que agir com segurançacom domínio daquilo que é seu dever.

1° IC Coordenar a equipe;2° IC Ter segurança.

15

Em uma situação de parada o enfermeiro tem que se manter calmo e se concentrar na situação, assim ele consegue executar todos os procedimentos e ainda coordenar o restante da equipe que também vão estar ali dando apoio. Eu acredito que o enfermeiro é a uma peça essencial para o atendimento de uma parada, por isso ele tem que ter controle emocional, ser organizado e possuir os conhecimentos necessários para estar ali contribuindo para salvar vidas.

1° IC Coordenar a equipe;2° IC Manter-se calmo.

2 – Quando você se depara com uma parada cardiorrespiratória, quais são

seus sentimentos?

Número Expressões-chave – ECH Ideia central – IC

Quando a gente vê a 1° IC Tristeza

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83

1

pessoa ali necessitando de ajuda não tem como não sentir uma vontade desesperada de ajudar aquela pessoa, mas quando você percebe que não tem mais solução o sentimento é de tristeza mesmo, eu fico abalada, pois eu gostaria realmente de salvar todas as pessoas.

2

Então quando é um paciente com uma doença terminal fora de possibilidade terapêutica e que entra em uma parada e que se investe agente fica até com sentimento de dó mesmo,nossa eu investi tudo e ele não saiu dessa, agoraquando o paciente é jovem e a gente vê que faz de tudo e a gente perde é um sentimento de impotênciaporque a gente fez tudo e ele não saiu daquela parada, mas tem casos também que tem sucesso é uma coisa assim que a gente se gratifica a equipe inteira fica feliz,trabalhando em conjunto com a equipe multidisciplinar é sempre uma satisfação tanto pessoalmente quanto profissionalmente é uma vida ali e eu prezo muito pela vida.

1° IC Nervoso, tenso.

3A gente fica um pouco

nervoso, tenso, porque

não é uma situação muito

agradável para ninguém

então da muito assim às

vezes até medo mesmo de

1° IC Nervoso, tenso.

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na hora não ter recurso

suficiente, porque às vezes

falta alguma coisa com

medo de perder o paciente,

a tensão, tem que estar de

olho na equipe de olho no

paciente. Então os

sentimentos são esses,

medo, angustia e da uma

aflição muito grande

também hora devido à

situação toda que está

acontecendo acho que

esse são os sentimentos.

4

Em todas as vezes que

atuei fiquei com

sentimento de culpa,

pelas pessoas que

faleceram em minhas

mãos, um sentimento que

poderia ter feito mais. Me

colocava no lugar dos

familiares, pois toda perda

é muito triste. Na maior

parte do tempo me

perguntava, onde eu errei?

O que deixei de fazer?

Minha profissão é de cuidar e boa parte inclui salvar vidas, então quando não ocorre é normal se sentir deprimida.

1° IC Sentimento de culpa.

No momento da parada meu instinto é salvar o paciente. Não consigo pensar em nada, só tento me controlar para

1° IC Sentimentos variados.

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85

5

conseguir realizar os procedimentos com o máximo de perfeição.Depois com o término da situação é que vem o sentimento de alegria ou de tristeza ao ver o que ocorreu com o paciente. Quando consegui salvar me senti bem, mas quando não me senti impotente por aquela pessoa não ter morrido em minhas mãos.

6

Bom meus sentimentos,

eles são variados, pois já

atuei tanto com pessoas

que já tinham contato

comigo anteriormente

quanto com pessoas que

eu nunca havia visto. É

claro que lutei pela vida de

todas essas pessoas da

mesma forma, porém o

sentimento de não

conseguir salvar aquela

pessoa que você já tem um

vinculo fica muito mais

acentuado.

Mas de maneira geral quando você faz de tudo e não consegue fazer com que a pessoa volte da uma sensação de incapacidade, mas quando a pessoa volta da um alivio, uma felicidade imensa.

1° IC Sentimentos variados;2° IC Incapacidade.

7 Bom primeiramente bate o estresse do momentoporque você já tem que pensar em tudo que você tem que fazer, tem que chamar o pessoal pra ta ali ajudando, mas sempre

1° IC Nervoso, tenso;2° IC Tristeza.

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86

bate aquele sentimento de eu devo salvar essa vida, tenho que fazer isso. E quando não dá a gente fica muito triste, principalmente quando a gente já se apego a pessoa.

8

Então meus sentimentos

frente a uma parada

cardiorrespiratória são

divergentes, porque têm

situações e situações.

Tem aquelas situações

em que o paciente já

chega em quadro de

parada, então é uma

situação e tem aquele

paciente que está no leito

consciente, orientado e

que de repente ele evolui

para uma parada então

assim vou ti falar que são

sentimentos diferentes.

Esse paciente que já chega

em quadro de parada pra

gente aqui na urgência eu

tenho um tipo de

sentimento, um tipo de

abordagem e aquele

sentimento do paciente que

esta no leito ,que de

repente evolui para uma

parada é diferente, então

são ambíguos, são coisas

meia ambíguos, se o

paciente evolui pra óbito o

1° IC Sentimentos variados;2° IC Nervoso, tenso.

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87

sentimento é ruim, mas é

um uma coisa meio que

você já espera que aquilo

possa a pessoa já chega

você já recebe ele com

parada você já sabe que

aquilo pode estar

acontecendo que aquilo

pode evoluir para um óbito

então, avisar a família, é

corpo então tudo isso

envolve um monte de coisa

que resolve tudo aqui e que

é desgastante pra gente, é

muito desgastante! Quando

o paciente volta o

sentimento é de nossa que

bom! Ele voltou, a gente

conseguiu restabelecer

pelo menos os últimos

caminhos possíveis que

nem então vamos continuar

é muito bom! Agora

aquele paciente que esta

sentado, na cadeira ou no

leito, aquele que evolui

para uma parada ele

assusta a gente então é

um sentimento é pior do

que aquele que já chega

parado, porque entendeu

ele tava aqui de baixo de

nossos olhos, de baixo dos

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88

nossos cuidados e de

repente para evolui para

uma parada é pior, eu me

sinto pior do que aquele

que já chega parado é

estranho mas é assim, eu

me já sinto meio

angustiada, mas também é

assim parece que a gente

fica mais tensa sabe com

aquele que estava aqui

com a gente e fala nossa

parou de repente, e que

acontece todo mundo ta

sujeito a isso então esse

sentimento é pior porque é

um sentimento de angustia,

poxa estava aqui tava de

baixo dos nossos olhos e

de repente parou e a gente

não conseguiu reanimar e

ele foi a óbito e esse é

mais tenso, sabe essa

situação de esta aqui e

evoluir para parada.

9

A então ali na hora bate um medo, uma insegurança mesmo de às vezes não conseguir ajudar, de tudo que é feito não ser o suficiente. Mas quando tudo acontece dentro dos sonhados conformes nossa é uma sensação de dever cumprido, uma satisfação imensa mesmo.

1° IC Sentimentos variados.

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89

10

Quando é um paciente que eu já tenho o conhecimento que quadro já não é favorável eu já me preparo para aceitar aquela situação, mas quandoacontece à parada e a pessoa tem um quadro que é favorável para que consiga voltar e que acaba não voltando da uma sensação de incapacidade.

1° IC Incapacidade.

11

Meus sentimentos nossa que pergunta difícil, bom eu me sinto totalmente responsabilizada pela situação, então quando o resultado é positivo quando dá para salvar eu me sinto muito bem,porém quando o resultado é negativo eu me sinto frustrada, descontente mesmo com essa situação.

1° IC Sentimentos variados.

12

Fico sensibilizada com a situação, fico com vontade de ajudar a pessoa a se recuperar, bate um medo de que tudo que for feito não seja o suficiente.

1° IC Sentimentos variados.

13

Bom o primeiro sentimento é de tensão, é a pressão de tudo ter que ser feito rápido e com perfeição. É bem complicado você ter consciência que aquela vida depende do que for feito ali naquele momento. Nessa hora passa muita coisa na cabeça, a gente se cobra bastante, sempre quer que a pessoa consigasobreviver e quando não dá certo é bem frustrante.

1° IC Nervoso, tenso.

Quando dá para salvar o sentimento é de alivio, de

1° IC Sentimentos variados.

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90

14

dever cumprido. Mas quando a pessoa não consegue sobreviver você muitas vezes fica se perguntando se talvez você tivesse feito algo diferente será que a pessoa conseguiria sobreviver?

15

No momento mesmo da

parada nem consigo sentir

nada, só penso mesmo em

executar todos os

procedimentos para salvar

o paciente. Depois que

acaba tudo é que bate os

sentimentos ou de alegria

ou de tristeza.

1° IC Sentimentos variados.

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91

ANEXO B - Instrumento de análise de discurso (IAD–1)

1 – Você como acadêmico de enfermagem, já possuindo o conhecimento a

respeito dos procedimentos necessários ao atendimento a uma parada

cardiorrespiratória (PCR). Fale-me, como deve ser em sua opinião a conduta

do acadêmico de enfermagem frente a esta situação?

Número Expressões-chave – ECH Ideia central – IC

1

O acadêmico tem que tentar controlar ao máximo suas emoções não deixar que o seu medo e inexperiência o atrapalhem a ta ali fazendo o que for necessário no momento, porque se ele ficar nervoso ou inseguro pode acabar por não conseguir prestar atendimento eficiente.

1° IC Controlar suas

emoções.

2

O acadêmico tem que estar seguro para estar atuando na parada, ele tem que ir se aprimorando cada vez mais, pois ele irá ser o profissional que vai nortear a parada ele que vai agir e ter que coordenar a equipe.

1° IC Estar seguro.

3

Como acadêmico ele acaba tendo o apoio do professor que vai ta ali ajudando, assim ele se senti mais seguro, eu acho que o acadêmico deve se manter calmo para conseguir fazer tudo que for necessário e acho que ele tem que aprender a observar toda a situação para que depois quando ele for profissional enfermeiro ele consiga ser o elo da equipe de

1° IC Estar seguro; 2° IC Ter conhecimento;3° IC Controlar suas

emoções.

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92

enfermagem.

4

Tem que ter calma e ter os conhecimentos necessários. Assim, o paciente ta ali já parado, agora tem que tentar fazer ele voltar tem massagear, tem que dar as medicações, monitorar. O acadêmico tem que estar seguro do que esta fazendo apesar de muitas vezes aquela ser uma experiência nova para ele.

1° IC Ter conhecimento; 2° IC Estar seguro.

5

Ele deve refletir

primeiramente se ele esta

preparado tanto

emocionalmente quanto

como que eu vou falar,

como em relação ao estar

seguro para estar ali

executando os

procedimentos, porque

não adianta nada ele ta

ali de corpo sendo que na

hora que ele precisa

atuar ele não dar conta.

1° IC Controlar suas

emoções.

6

O acadêmico tem que ter

o conhecimento para

estar ajudando na parada

em tudo que for possível.

Ele tem que saber o que

esta fazendo e porque esta

executando aquilo, ele não

pode simplesmente ficar

seguindo ordens ele dentro

da cabeça dele tem que

1° IC Ter

conhecimento.

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93

identificar o que

desencadeou a parada, o

que pode ser feito, ele

como estudante tem que

unir a teoria com a pratica

tem que entender o sentido

de tudo que esta sendo

feito.

7

O acadêmico quando ele tem segurança sobre o procedimento, quando ele conhece ele tem segurança do que ele vai fazer ele tem que atuar da maneira que ele se sente seguro, fazer aquilo que ele tem a capacidade de fazer, ele não pode querer ser o herói do momento e salvar a pessoa mas ele tem que fazer aquilo que ele sabe e que ele tem segurança, mas se ele não tem segurança e se ele não sabe é preferível que ele se afaste e deixe os profissionais mesmo atuarem, porque assim querendo ou não a gente ta em um momento critico da vida ou da morte de um paciente, então é preciso segurança pra poder atuar acho que essa deve ser a função do acadêmico nesse momento.

1° IC Estar seguro.

8

O acadêmico deve ter

conhecimento porque

nenhuma clinica supera a

clinica parada

cardiorrespiratória, ou

seja, você precisa ter

1° IC Ter conhecimento; 2° IC Estar seguro.

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conhecimento e segurança

para ta atuando ali de

forma rápida efetiva porque

o que prioriza na PCR é

tempo, se você tem

conhecimento, sabe

como sistematizar bem a

sua assistência

consequentemente você

consegue atuar de forma

efetiva na parada

cardiorrespiratória só

que pra isso você precisa

ta embasado no

conhecimento teórico e

pratica também, que na

hora ali acredito seria bom

ter um aliado no caso o

professor ali pra te orientar.

9

Apesar de muitas vezes o

acadêmico não ter

experiência nenhuma, só

ter treinado no laboratório

ali na hora ele tem que ter

coragem e cabeça fria pra

conseguir ta atuando ali

na hora.

1° IC Controlar suas

emoções.

10

O acadêmico tem que dar

a sua contribuição de

acordo com a sua

possibilidade, ele ajuda

nos procedimentos ali

junto com o professor,

1° IC Ter

conhecimento.

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95

com o restante da equipe.

O acadêmico tem que

fazer aquilo que esta ao

seu alcance.

11

Ele tem que saber executar

os procedimentos, tem que

ajudar na massagem, tem

que monitorar, tem que ser

ágil porque nessa hora não

dá pra ficar pensando no

que deve fazer tem que

saber tudo, tem que ta

tudo na cabeça porque

nessa hora não dá para

ficar perguntando muito

menos ficar procurando

em livro.

1° IC Ter

conhecimento.

12

O aluno tem que treinar e

estudar muito para que

quando ele se deparar

com uma situação dessa

ele não fique

desesperado, ele tem que

já ir preparando o

psicológico porque esta é

uma situação que acontece

com frequência em hospital

então ele tem que ta

preparado para enfrentar

essa situação.

1° IC ter

conhecimento.

13 Então a conduta do

acadêmico de

enfermagem deve ser de

1° IC Controlar suas emoções; 2° IC Ter conhecimento.

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96

controle emocional e

controle em relação aos

conhecimentos, porque não

adianta ele saber só a

teoria ele tem que também

saber aplicar ali na hora,

colocar em pratica mesmo.

14

Então o acadêmico tem que ter segurança, porque se ele não estiver seguro é melhor ele nem fazer nada porque se não muitas vezes ele pode atrapalhar ao invés de ajudar.

1° IC Estar seguro.

15

O acadêmico tem que

estar seguro para estar ali

e ele tem que possuir o

conhecimento teórico da

situação.

1° IC Estar seguro2° IC Ter

conhecimento.

2 – Quando você se depara com uma parada cardiorrespiratória, quais são

seus sentimentos?

Número Expressões-chave – ECH Ideia central – IC

Num primeiro momento

assim o sentimento que eu

tive foi de desespero, deu

medo porque

principalmente a primeira

vez eu já sabia como que

era na teoria já tinha feito

no laboratório, mas na hora

mesmo é assim dá um

desespero você acha que

não vai dar conta. Depois

1° IC Desespero; 2° IC Medo; 3° IC Tristeza.

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97

1

parece que aquele medo

assim some e você

percebe que você tem que

estar ali porque o paciente

ta precisando de você,

quando a pessoa não

volta dá um sentimento

de tristeza assim de você

ver como que ela ficou,

de ver a família. Também

dá um desespero assim

se sabe assim só que

assim você não está

esperando, mas, quando

volta é outro sentimento

dá um sentimento de

alivio, mas no primeiro

momento é de medo é

muito triste.

Quando agente ta numa

parada eu sinto assim que

a gente como acadêmica a

gente fica muito, a gente

fica mais ansioso que

qualquer profissional que

está lá pra retornar, porque

a gente não tem muita

experiência com relação à

parada. Então a gente, eu

me senti impotente na hora

porque a gente sabe muita

coisa na teoria, por

exemplo, parada a gente

1° IC Impotente.

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98

2

sabe tudo sobre a teoria,

mas chega na hora, na

hora de você fazer a

massagem, na hora de

você fazer a medicação, na

hora de você monitorizar o

paciente, eu senti tanta

dificuldade parecia que eu

tinha travado e que eu não

ia conseguir fazer mais

nada na primeira. Ai na

primeira, na hora que eu fui

fazer a massagem, parecia

que não tava sendo efetivo

e tudo que eu aprendi

parecia que na pratica não

era nada, me senti muito

impotente me senti muito

mal, o paciente foi a óbito.

Então da impressão assim

que tudo que você fez não

foi suficiente. Ai na

segunda parada que a

gente teve senti que teve

uma melhora, porque com

a pratica você vai

treinando, ai eu já consegui

monitorizar, fazer eletro, já

senti que foi mais certo,

mas é muito difícil paciente

que está em parada

retornar, isso gera

sentimento de impotência

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99

pra gente principalmente

da gente acadêmico,

porque você quer que o

paciente volte você pensa

na família, você pensa em

tudo. Então meu maior

sentimento infelizmente é

de impotência, você sabe

muita coisa na teoria, mas

na prática.

3

Então quando eu me

deparo com uma parada o

meu sentimento

primeiramente é de

querer ajudar de maneira

correta, porque eu acho

que lá no momento tem

que dar tudo certo tem

que funcionar tudo como

tem que ser, como as

normas porque é um

paciente que está lá é a

vida dele que está em

jogo. Então , primeiro

assim que eu tenho assim

é de querer ajudar, depois

dá medo de falhar, de você

fazer alguma coisa que

possa prejudicar o paciente

e se tudo que você fizer

não der certo, depois você

tem um sentimento de

impotência, por não ter

1° IC Querer ajudar; 2° IC Medo; 3° Impotência.

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100

dado certo. Acho que então

os três principais quando a

gente está atuando são

esses.

4

Bom o sentimento que eu

tenho quando mi deparo

com uma parada é um

sentimento de muito

medo e de insegurança,

porque eu acho que é um

dos momentos onde a vida

do paciente ta mais na sua

mão e quando a pessoa

não retorna da parada ai

você fica com um

sentimento de impotência,

que você fala nossa será

que se eu tivesse ficado

mais 5 minutos

massageando será que o

paciente ia voltar, mas será

que se eu tivesse feito à

medicação X o paciente ia

voltar, então são esses

sentimentos que aparecem

quando se depara quando

você vê uma parada.

1° IC Medo; 2°IC Insegurança;3° IC Impotência.

Então quando eu me

deparo com uma parada

cardiorrespiratória ao

mesmo tempo em que dá

um desespero, dá uma

sensação muito estranha

1° IC Desespero; 2° IC Impotência.

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101

5

que eu não sei explicar,

porque assim na hora vem

assim e você não sabe o

que você faz, mas você

sabe o que fazer, mas na

hora que você está lá

atuando você quer muito

que o paciente fique bem,

que ele volte, eu não atuei,

mas em uma das paradas

que eu vi o paciente voltou,

mas a que eu atuei o

paciente não voltou, então

assim pra mim deu uma

sensação de

incompetência, uma

sensação de ai não soube

fazer ou não agiu

corretamente e é muito

estranho quando o

paciente vem a óbito

depois que você atuou

naquela parada.

6

Bom primeiro assim a

gente fica muito nervoso,

ainda mais quando é a

primeira vez que a gente

está atuando, então é um

nervosismo assim de talvez

você não saber atuar frente

a ela. Então dá uma

ansiedade de vendo até

mesmo aquela angustia de

1° IC Ansiedade.

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ver o paciente naquela

situação.

7

Então quando eu me

deparo com uma parada

cardiorrespiratória os meus

sentimentos são de querer

ajudar, me sinto até

mesmo impotente quando

vejo aquela situação todo

mundo agindo, mas na

verdade não é a melhor

forma então meu

sentimento é de ajuda, é de

querer ajudar.

1° IC Querer ajudar,

2° IC Impotência.

8

Em relação aos meus

sentimentos quando eu

participei, eu participei de

duas então na primeira em

que eu participei, eu fiquei

meio receoso porque eu

estava no 3° ano e estava

no começo ainda.Então eu

fiquei assim ,meio receoso

de atuar ,porque eu não

tinha tanta segurança, No

quarto ano, quando eu

atuei já foi diferente, eu já

conhecia , já tinha

participado então para mim

assim foi quase que

automático porque eu fiz a

massagem ,eu ajudei a

entubar. Então. acho que o

1° IC Insegurança;2° IC Querer ajudar.

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103

sentimento mesmo na

primeira vez foi de

insegurança na segunda

eu já fiquei com mais

vontade de ajudar.

9

O sentimento ali na hora

da parada

cardiorrespiratória é o

estresse mesmo porque

quando eu fui ver apesar

de ter todo o

conhecimento científico

teórico de como agir/

interagir na PCR na hora

que você vai fazer é

totalmente diferente, você

nunca viu agora você está

vendo um humano ali, a

equipe multiprofissional

está ali tudo em volta

esperando você tomar uma

atitude.O meu no caso foi a

massagem e gerou stress,

Mas quando o professor

está ali do seu lado ,ele vai

te orientando e você sente

segurança Chega um

momento ali,que sua parte

está toda feita e você fica

feliz e já cria a primeira

experiência, a partir desse

primeiro contato Acredito

que ,na segunda, na

1° IC Ansiedade; 2° IC Ótima

sensação.

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104

terceira já vai ser mais

tranquilo porque você já

vivenciou

consequentemente acaba

diminuindo o desespero.

10

Primeiro eu fiquei muito assustada,meiodesesperada sabe por que eu só tinha visto na teoria, mas depois respirei fundo, me concentrei e tentei executar tudo da melhor maneira possível Só que infelizmente a senhora não voltou ai já deu uma sensação de incapacidade, dá uma tristeza porque você fez tudo que estava ao seu alcance e mesmo assim nada disso foi o suficiente, - Você pensa nas pessoas que amavam esta pessoa, nossa dá uma tristeza,uma sensação mesmo de impotência.

1° IC Desespero;2° IC Tristeza;3° IC Impotência.

11 A gente sente uma pressão imensa, dá uma confusão na nossa cabeça, a gente fica com medo de não conseguir fazer nada, fica com medo da pessoa morrer, fica aflita com essa situação. Ainda bem que no meu caso a pessoa voltou e me senti feliz, pois todo o procedimento foi benéfico ao paciente e eu me senti bem por estar ajudando.

1° IC Medo.

12

A gente com o tempo vai

acostumando, porque é

uma situação que acontece

com frequência. Mas

quando não dá para salvar

1° IC Impotência.

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105

bate uma sensação de

impotência.

13

Sinto-me muito responsável pela situação, eu fico com medo de não conseguir salvar aquela vida, quando não dá para salvar como aconteceu eu fico muito triste, eu fico muito abalada fico pensando se não poderia ter feito algo diferente e assim pudesse salvar é muito difícil quando você vê a pessoa ali morta na sua frente, ai você imagina se fosse alguém da sua família passa um turbilhão de pensamentos na sua mente, eu realmente fiquei bem abalada.

1° IC Medo; 2° IC Tristeza.

14

Ai dá uma sensação

desespero, a perna

começa a tremer, dá um

branco na mente, parece

que você não sabe nada

sobre aquilo que está

acontecendo, por mais

que você tenha o

conhecimento todo ali na

sua cabeça. Mas, logo em

seguida tudo isso passa

porque você já quer fazer

de tudo possível para que o

paciente fique bem .E foi

exatamente isso que

aconteceu,na parada em

que eu atuei o paciente

voltou e depois que

terminou tudo deu uma

1° IC Desespero; 2° IC Ótima

sensação.

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106

sensação de paz, de dever

cumprido, foi muito

satisfatório.

15

Então primeiro a gente

fica muito nervoso, bate

uma insegurança danada,

em seguida você se

recompõe e tentar dar o

seu melhor ali para tentar

conseguir salvar aquela

vida. Quando acontece do

paciente não resistir dá

uma sensação de

incompetência, mas

quando ele consegue

voltar você fica muito

alegre por ter ajudado

aquela pessoa, nossa é

uma ótima sensação.

1° IC Insegurança;3° IC Impotência;4° IC Ótima

sensação.

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ANEXO C - Instrumento de análise de discurso 2 (IAD-2)

TEMA: Condutas dos enfermeiros frente a uma PCR.

Ideias centrais com suas expressões chaves correspondentes

1.1 atuar com conhecimento

4 O enfermeiro precisa primeiro ter calma, porque o paciente já

parou o paciente está ali, então agora ver o que pode ser feito

e depois disso ter domínio da técnica.

6 Ele tem toda a sua atuação perante a parada, não é só o que o médico ali está fazendo .Então agora, a gente também é preparado para realizar a ação, ali frente, então ele tem que ir, tem o que fazer porque não vai deixar só para os técnicos estarem fazendo isso , que é de responsabilidade médica e do enfermeiro...Então, é importante eles estarem atuando com o seus conhecimentos para poder estar ajudando e facilitando a recuperação do paciente.

7 Em minha opinião, a conduta do enfermeiro na assistência é uma assistência mais ativa ,não deixar tanto que o médico assuma porque a enfermagem também tem todo o conhecimento para estar atuando e muitas das vezes esses médicos, residentes ou acadêmicos acabam por não fazer um atendimento adequado, muitas vezes nas manobras que não são adequadas aquela situação por isso que eu acho que deve ser muito mais atuante a enfermagem nessa ação.

9 ...Eu acredito que a conduta médica, o médico vai falando o que ele quer e o enfermeiro ele não tem que ser repetir tudo o que o medico fala,... mas ele também deve atuar com os seus conhecimentos principalmente em vias aéreas, através de massagem, acho que ele deve direcionar a equipe e atuar também.

11 O enfermeiro deve se manter calmo, deve ser ágil e manter grande atenção nos procedimentos corretos para tentar salvar a vida do paciente com parada.

15 Em uma situação de parada o enfermeiro tem que se manter calmo e se concentrar na situação, assim ele consegue executar todos os procedimentos... Eu acredito que o enfermeiro é a uma peça essencial para o atendimento de uma parada, Por isso ele tem que ter controle emocional, ser organizado e possuir os conhecimentos necessários para estar ali contribuindo para salvar vidas.

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1.2 Coordenar a equipe

2 O enfermeiro ele é o profissional que vai nortear a parada, ele vai agir e ter que coordenar a equipe... Mas quem vai fazendo tudo ,quem vai coordenando é o profissional enfermeiro.Se a gente na hora não tiver uma consciência disso, não tiver até uma coordenação,uma boa da equipe, não souber dividir as tarefas, nessa hora que é muito importante, que cada um tem que executar uma coisa e executar de uma forma objetiva , já não vai dar certo,...

8 O enfermeiro tem que conduzir a parada e lógico juntamente com a equipe, é um trabalho em equipe,.Mas ele tem que ter um papel fundamental de conduzir. Se ele não conduzir os técnicos, a equipe, a coisa desanda, então fica aquela bagunça, ele tem que conduzir. Aqui eu conduzo, então é um na massagem, é outro acesso, é outro na medicação, é outro no oxigênio, é outro ...entende., Então cada um tem um papel fundamental, então aqui assim quando tem situações de parada, eu entro juntamente com o médico com mais um ou dois técnicos no máximo, na sala de emergência com dois técnicos, a gente dá conta! Assim vamos revezando, enquanto o médico vai entubando, então o enfermeiro tem que ter essa noção do todo porque o médico ele vai fazer o quê?ele vai entubar, geralmente ele não está atendo a tudo que esta acontecendo... E ele tem que liderar, mesmo porque o médico não lidera, o médico entra e faz o que tem que fazer, mas ele não conduz ele não fica mandando, ordenando para os técnicos o que eles têm que vir a fazer a gente que tem que coordenar, então é dois acessos calibrosos e manter a organização mesmo. Então assim a gente procura agir dessa forma.

9 ...além de atuar ele tem que direcionar a sua equipe para o que deve ser feito porque já é um momento de stress e se não tiver essa sistematização acaba que não é efetivo o cuidado e atuação... aquela parada então eu vejo o enfermeiro é o condutor do que deve ser feito pela equipe,...

10 Eu acho que o enfermeiro tem que ter calma primeiramente e tem que ter jogo de cintura para saber conduzir a equipe., Porque na hora é uma tensão muito grande então a gente tem que ter calma para poder conduzir a equipe, ver o que cada um vai fazer e a sua parte também e dar o apoio total ao paciente .Ás vezes, a gente acaba esquecendo e faz as coisas um pouco ás pressas , naquela correria para poder salvar Então tem que ter mais jogo de cintura mesmo para poder coordenar a equipe e os médicos que vão estar junto também.

14 ...O enfermeiro que coordena a equipe de enfermagem, ele orienta, organiza a equipe de enfermagem para estar atuando...

15 ...e ainda coordenar o restante da equipe que também vão estar ali dando apoio...

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1.3 Manter-se calmo

4O enfermeiro precisa primeiro ter calma, porque o paciente já

parou o paciente tá ali então agora ver o que pode ser feito e

depois disso ter domínio da técnica...

10

Eu acho que o enfermeiro tem que ter calma primeiramente e tem que ter jogo de cintura para saber conduzir a equipe,porque na hora é uma tensão muito grande então a gente tem que ter calma para poder conduzir a equipe, ver o que cada um vai fazer e a sua parte também e dar o apoio total ao paciente porque na hora as vezes a gente acaba esquecendo e faz as coisas um pouco na pressa naquela correria para poder salvar...

11O enfermeiro deve se manter calmo, deve ser ágil e manter grande atenção nos procedimentos corretos para tentar salvar a vida do paciente com parada.

15Em uma situação de parada o enfermeiro tem que se manter calmo e se concentrar na situação, assim ele consegue executar todos os procedimentos...

1.4 Ter segurança

2 ...Ele tem que ter muita segurança, nessa hora o que é fundamental, porque, por exemplo, o médico vai falando de eletro, ele vai falando das medicações,... então, por exemplo, tem que ter muita segurança e norteando mesmo à equipe um vai ficar só na medicação outro vai ficar só nos sintomas, outro só nos sinais vitais então isso é muito importante,...

4 ...Então eu acho que a conduta do enfermeiro deve passar segurança. As vezes o enfermeiro fica muito aquém do médico, ai só vou lá ficar fazendo medicação e pegando veia, acho que o enfermeiro tem que dar valor na participação que ele tem e não só ficar obedecendo ordem de médico.

13 Este deve estar seguro de todos os passos que devem ser tomados durante esta situação, que é um tanto quanto estressante e inesperada.

14 O enfermeiro deve estar preparado para atuar a qualquer hora., Ele deve sempre estar se atualizando para que consiga prestar um atendimento adequado ao paciente, que se encontra nesse estado... Então o enfermeiro tem que agir com segurança com domínio daquilo que é seu dever.

1.5 Atuar auxiliando

1 Para mim o enfermeiro tem que estar ali junto, tem que atuar, ficar ali vendo o que esta acontecendo, auxiliando o técnico de enfermagem, auxiliando o médico, ver o que ele pode ser feito, ver como o paciente está naquele momento, ficar próximo do

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110

paciente ajudá - ló no que puder, no que for necessário...A enfermeira tem que estar ali perto, tem que estar auxiliando na parada,é obrigação dela.

2 ...eu acho que a conduta do enfermeiro nessa hora é de ter esta postura mesmo de enfermeiro e de atuar também ,não só querer mandar, delegar tarefas, mas ir atuar junto estar presente...

3 Eu acho que a conduta do enfermeiro deve ser é estar atuando, estar ali prestando assistência para o médico,... eu acho que é importante o enfermeiro atuar na parada,...

1.6 Certificar – se do fato

5 Então acho que ,a primeira conduta do enfermeiro quando ele acha que o paciente está entrando em uma parada é certificar, ver se ele está certo. Então ele vai verificar ,se o paciente está com respiração agônica, verificar se está sem pulso central, então o enfermeiro tem que verificar essas coisas para poder começar a atuar .Depois, sim chamar o médico, para ele começar a administrar as drogas ou então até mesmo o choque e massagem, massagem, massagem e é isso até ele ver que o paciente estabilizou, ou então tentar, tentar, tentar até ver que não dá mais.

12 Deve prestar o socorro a vítima, deve avaliar os sinais e sintomas para ter certeza de que este está realmente com o quadro de uma parada cardiorrespiratória, para depois acionar toda a equipe e darem início aos procedimentos necessários.

1.7 Postura de liderança

8 ... primeiro tem que ter postura mesmo de liderar na parada. Ele tem que ter aquela capacidade de olhar para o técnico e o técnico já saber o que esta faltando.

9 Em relação a equipe de enfermagem o enfermeiro não só na parada, mas em todas as situações, ele é o líder da equipe e na parada ele tem que ser o líder também...

1.8 Dar auxilio a família

3...e não podendo esquecer a família de lado, geralmente o paciente tem alguém ,tem um acompanhante na hora eles só o retiram da sala,... mas ele também ,depois estar auxiliando,de estar comunicando tudo que aconteceu ,dar auxilio a família.

1.9 Organizar materiais

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111

8

Sempre deixar o material revisado ,ter sempre á mão para não ter problema de depois procurar ...e ver que não está funcionando ;essas coisas que acontecem, às vezes. Então isso, tem que ser reavaliado pelo enfermeiro em toda passagem de plantão, tem que ver o material de urgência, disponibilidade de tudo para quando o paciente entrar em uma parada estar tudo sempre á mão...

TEMA : Sentimentos dos enfermeiros frente a uma PCR.

Ideias centrais com suas expressões chaves correspondentes

2.1 Sentimentos variados

2 Então, quando é um paciente com uma doença terminal fora de possibilidade terapêutica e que entra em uma parada e que se investe a gente fica até com sentimento de dó mesmo, - nossa eu investi tudo e ele não saiu dessa. Agora ,quando o paciente é jovem e a gente vê que fez de tudo e a gente perde é um sentimento de impotência porque a gente fez tudo e ele não saiu daquela parada. Mas tem casos também que tem sucesso é uma coisa assim que a gente se gratifica a equipe inteira fica feliz, trabalhando em conjunto com a equipe multidisciplinar é sempre uma satisfação tanto pessoalmente quanto profissionalmente é uma vida ali e eu prezo muito pela vida.

5 No momento da parada meu instinto é salvar o paciente. Não consigo pensar em nada, só tento me controlar para conseguir realizar os procedimentos com o máximo de perfeição. Depois com o término da situação é que vem o sentimento de alegria ou de tristeza ao ver o que ocorreu com o paciente. Quando consegui salvar me sinto bem, mas quando não, me sinto impotente por aquela pessoa ter morrido em minhas mãos.

6 Bom, meus sentimentos, eles são variados, pois já atuei tanto

com pessoas que já tinham contato comigo anteriormente

quanto com pessoas que eu nunca havia visto. É claro ,que

lutei pela vida de todas essas pessoas da mesma forma,

porém o sentimento de não conseguir salvar aquela pessoa

que você já tem um vínculo fica muito mais acentuado.Mas de

maneira geral, quando você faz de tudo e não consegue fazer

com que a pessoa volte dá uma sensação de incapacidade,

mas quando a pessoa volta dá um alivio, uma felicidade

imensa.

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112

8 Meus sentimentos frente a uma parada cardiorrespiratória são

divergentes, porque têm situações e situações. Tem aquelas

situações em que o paciente já chega em quadro de parada.

Então é uma situação e, tem aquele paciente que está no leito

consciente, orientado e que de repente ele evolui para uma

parada. Então, assim...são sentimentos diferentes. Esse

paciente que já chega em quadro de parada para gente ,aqui

na urgência, eu tenho um tipo de sentimento, um tipo de

abordagem e aquele sentimento do paciente que está no leito

e que de repente evolui para uma parada, é diferente, Então

são ambíguos, são coisas meia ambíguas; se o paciente evolui

para óbito o sentimento é ruim, mas se é uma coisa que você

já espera que aquilo possa acontecer,a pessoa já chega, você

já recebe ele com parada ,você já sabe que aquilo pode estar

acontecendo ,que aquilo pode evoluir para um óbito .Então,

avisa a família. Então tudo isso envolve um monte de coisa,

que resolve tudo aqui e que é desgastante para gente, é muito

desgastante! Quando o paciente volta o sentimento é : nossa

que bom! Ele voltou, a gente conseguiu restabelecer pelo

menos os últimos caminhos possíveis que nem então vamos

continuar é muito bom! Agora aquele paciente, que estava

sentado, na cadeira ou no leito, aquele que evolui para uma

parada, ele assusta a gente então é um sentimento pior do

que aquele que já chega parado, porque entendeu ele estava

aqui debaixo de nossos olhos, debaixo dos nossos cuidados e

de repente para ,evolui para uma parada ,é pior, eu me sinto

pior do que aquele que já chega com parada, é estranho ,mas

é assim, eu me já sinto meio angustiada...

9 A então ali na hora bate um medo, uma insegurança mesmo de às vezes não conseguir ajudar, de tudo que é feito não ser o suficiente. Mas quando tudo acontece dentro dos sonhados conformes nossa é uma sensação de dever cumprido, uma satisfação imensa mesmo.

11 Meus sentimentos nossa que pergunta difícil, bom eu me sinto totalmente responsabilizada pela situação, então quando o resultado é positivo quando dá para salvar eu me sinto muito

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113

bem, porém quando o resultado é negativo eu me sinto frustrada, descontente mesmo com essa situação.

12 Fico sensibilizada com a situação, fico com vontade de ajudar a pessoa a se recuperar, bate um medo de que tudo que for feito não seja o suficiente.

14 Quando dá para salvar o sentimento é de alivio, de dever cumprido. Mas quando a pessoa não consegue sobreviver você muitas vezes fica se perguntando se talvez você tivesse feito algo diferente será que a pessoa conseguiria sobreviver?

15 No momento mesmo da parada nem consigo sentir nada, só penso mesmo em executar todos os procedimentos para salvar o paciente. Depois que acabo tudo é que bate os sentimentos ou de alegria ou de tristeza.

2.2 Nervoso, tenso

3 A gente fica um pouco nervoso, tenso, porque não é uma

situação muito agradável para ninguém,.Então dá , às vezes,

até medo mesmo de na hora não ter recurso suficiente; se

faltar alguma coisa , o medo de perder o paciente, a tensão,

tem que estar de olho na equipe, de olho no paciente. Então os

sentimentos são esses :medo, angústia .E dá uma aflição

muito grande também na hora, devido a situação toda que está

acontecendo . Acho que esse são os sentimentos.

7 Bom primeiramente bate o estresse do momento ,porque você já tem que pensar em tudo que você tem que fazer, tem que chamar o pessoal para estar ali ajudando, mas sempre bate aquele sentimento de que eu devo salvar esta vida, tenho que fazer isso...

8 ...mas também é assim :parece que a gente fica mais tensa em saber que aquele que estava com a gente ... nossa parou de repente. É o que acontece ,todo mundo está sujeito a isso Então esse sentimento é pior porque é um sentimento de angustia, poxa estava aqui estava debaixo dos nossos olhos e de repente parou e a gente não conseguiu reanimar e ele foi a óbito e isso deixa mais tenso, saber dessa situação de estar aqui e evoluir para parada.

13 Bom o primeiro sentimento é de tensão, é a pressão de tudo ter que ser feito rápido e com perfeição. É bem complicado você ter consciência que aquela vida depende do que for feito ali naquele momento. Nessa hora passa muita coisa na cabeça, a gente se cobra bastante, sempre quer que a pessoa consiga sobreviver e quando não dá certo é bem frustrante.

2.3 Incapacidade

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114

6 ...Mas de maneira geral quando você se faz de tudo e não consegue fazer com que a pessoa volte,dá uma sensação de incapacidade,...

10 Quando é um paciente, que eu já tenho o conhecimento que quadro já não é favorável, eu já me preparo para aceitar aquela situação.Mas ,quando acontece a parada e a pessoa tem um quadro que é favorável para que consiga voltar e que acaba não voltando dá uma sensação de incapacidade.

2.4 Tristeza

1 Quando a gente vê a pessoa ali necessitando de ajuda ,não tem como não sentir uma vontade desesperada de ajudar aquela pessoa.Mas quando você percebe ,que não tem mais solução, o sentimento é de tristeza mesmo. Eu fico abalada;pois eu gostaria realmente de salvar todas as pessoas.

7 ...E quando não dá a gente fica muito triste, principalmente quando a gente já se apegou a pessoa.

2.5 Sentimento de culpa

4

Em todas ás vezes que atuei,fiquei com sentimento de

culpa,em relação as pessoas que faleceram em minhas

mãos.Um sentimento que poderia ter feito mais. Me colocava

no lugar dos familiares ; pois toda perda é muito triste. Na

maior parte do tempo me perguntava, onde eu errei? O que

deixei de fazer? Minha profissão é de cuidar e boa parte inclui

salvar vidas, então quando não ocorre é normal se sentir

deprimida.

TEMA: Condutas dos acadêmicos de enfermagem frente a uma PCR.

Ideias centrais com suas expressões chaves correspondentes

3.1 Ter conhecimento

3 ...acho que ele tem que aprender a observar toda a situação para que depois quando ele for profissional enfermeiro ele consiga ser o elo da equipe de enfermagem.

4 Tem que ter calma e ter os conhecimentos necessários. Assim, o paciente está ali, já parado, agora tem que tentar fazer ele voltar tem que massagear, tem que dar as medicações, monitorar...

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115

6 O acadêmico tem que ter o conhecimento para estar ajudando na parada

em tudo que for possível. Ele tem que saber o que esta fazendo e porque

está executando aquilo. Ele não pode simplesmente ficar seguindo

ordens , dentro da cabeça dele tem que identificar o que desencadeou a

parada, o que pode ser feito, ele como estudante tem que unir a teoria

com a prática , tem que entender o sentido de tudo que está sendo feito.

8

O acadêmico deve ter conhecimento porque nenhuma clínica supera a clinica parada cardiorrespiratória... Se você tem conhecimento, sabe como sistematizar bem a sua assistência, consequentemente você consegue atuar de forma efetiva na parada cardiorrespiratória, só que pra isso ,você precisa estar embasado no conhecimento teórico e pratico, também, que na hora ali, acredito que seria bom ter um aliado, no caso o professor para te orientar.

10 O acadêmico tem que dar a sua contribuição de acordo com a sua possibilidade. Ele ajuda nos procedimentos ali junto ao professor, com o restante da equipe. O acadêmico tem que fazer aquilo que esta ao seu alcance.

11 Ele tem que saber executar os procedimentos,: tem que ajudar na massagem, tem que monitorar, tem que ser ágil ;porque nessa hora não dá para ficar pensando no que deve fazer .Tem que saber tudo. Tem que estar com tudo na cabeça, porque nesta hora não dá para ficar perguntando ,muito menos ficar procurando em livro.

12 O aluno tem que treinar e estudar muito para que ,quando ele se deparar com uma situação ,dessa não ficar desesperado. Ele tem que já ir preparando o psicológico porque essa é uma situação que acontece com frequência em hospital .Então ele tem que estar preparado para enfrentar essa situação.

13 ...Ter.controle em relação aos conhecimentos, porque não adianta ele saber só a teoria ele tem que também saber aplicar ali na hora,e colocar em pratica mesmo.

15 ...ele tem que possuir o conhecimento teórico da situação.

3.2 Estar seguro

2 O acadêmico tem que estar seguro para estar atuando na parada. Ele tem que ir se aprimorando cada vez mais, pois ele irá ser o profissional que vai nortear a parada, é ele que vai agir e ter que coordenar a equipe.

3 Como acadêmico ,ele acaba tendo o apoio do professor que vai estar ali ajudando, assim ele se sente mais seguro.Eu acho que o acadêmico deve se manter calmo para conseguir fazer tudo que for necessário...

4 ...O acadêmico tem que estar seguro do que está fazendo ,apesar de muitas vezes aquela ser uma experiência nova para ele.

7 O acadêmico tem segurança sobre o procedimento, quando ele conhece .Ele tem segurança do que ele vai fazer e atuar da maneira que ele se sente seguro; fazer aquilo que ele tem capacidade de fazer. Ele não pode querer ser o herói do momento para salvar a pessoa .Mas ele tem que fazer aquilo que ele sabe e que ele tem segurança, mas se ele não tem segurança e se ele

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116

não sabe ,é preferível que ele se afaste e deixe os profissionais mesmo atuarem.Porque assim querendo ou não a gente está em um momento crítico de vida ou de morte de um paciente. Então é preciso segurança para poder atuar. Acho que, esta deve ser a função do acadêmico neste momento.

8 ...segurança para estar atuando ali de forma rápida efetiva porque o que prioriza na PCR é tempo...

14 Então, o acadêmico tem que ter segurança, porque se ele não estiver seguro é melhor ele não fazer nada; porque se não muitas vezes ele pode mais atrapalhar ,ao invés de ajudar.

15 O acadêmico tem que estar seguro para estar ali...

3.3 Controlar suas emoções

1 O acadêmico tem que tentar controlar ao máximo suas emoções, não deixar que o seu medo e inexperiência o atrapalhem .Estar ali fazendo o que for necessário no momento, porque se ele ficar nervoso ou inseguro pode acabar por não conseguir prestar atendimento eficiente.

3 ...eu acho que o acadêmico deve se manter calmo para conseguir fazer tudo o que for necessário...

5 Ele deve refletir : primeiramente se ele está preparado, tanto

emocionalmente quanto o como que eu vou falar,o como em relação ao

estar seguro para estar ali executando os procedimentos. Porque não

adianta nada ele estar ali de corpo sendo que na hora que ele precisa

atuar ele não dar conta.

9 Apesar de muitas vezes o acadêmico não ter experiência nenhuma, só ter treinado no laboratório,ali na hora ele tem que ter coragem e cabeça fria para conseguir estar atuando naquela hora.

13 Então, a conduta do acadêmico de enfermagem deve ser de controle emocional...

TEMA: Sentimentos dos acadêmicos de enfermagem frente a uma PCR.

Ideias centrais com suas expressões chaves correspondentes

4.1 Impotência

2 Então gente, eu me senti impotente na hora ,porque a gente sabe muita coisa na teoria, por exemplo, parada a gente sabe tudo sobre a teoria, mas chega na hora, a hora de você fazer a massagem, a hora de você fazer a medicação, a hora de você monitorizar o paciente ...Eu senti tanta dificuldade, parecia que eu tinha travado e que eu não ia conseguir fazer mais nada na primeira. ... na primeira, a hora que eu fui fazer a massagem, parecia que não estava sendo efetivo e tudo que eu aprendi parecia que na prática não era nada.Me senti muito impotente e muito mal, o paciente foi a óbito. Então dá impressão assim,que

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tudo que você fez não foi suficiente... mas é muito difícil o paciente que está em parada retornar. Isso gera sentimento de impotência para gente ,principalmente da gente acadêmico; porque você quer que o paciente volte ,você pensa na família, você pensa em tudo. Então ,meu maior sentimento infelizmente, é de impotência...você sabe muita coisa na teoria, mas na prática...

3 ...depois você tem um sentimento de impotência, por não ter dado certo. Acho que então os três principais quando a gente tá atuando são esses.

4 ...e quando a pessoa não retorna da parada ai você fica com um

sentimento de impotência, que você fala nossa será que se eu

tivesse ficado mais 5 minutos massageando será que o paciente ia

voltar, mas será que se eu tivesse feito à medicação X o paciente

ia voltar, então são esses sentimentos que aparecem quando se

depara quando você vê uma parada.

5 ...mas a que eu atuei o paciente não voltou, então assim pra mim deu uma sensação de incompetência, uma sensação de que não soube fazer ou não agiu corretamente e é muito estranho quando o paciente vem a óbito depois que você atuou naquela parada.

7 ...me sinto até mesmo impotente quando vejo aquela situação... todo mundo agindo, mas na verdade não é a melhor forma...

10 ... você pensa nas pessoas que amavam essa pessoa, nossa dá uma tristeza, uma sensação mesmo de impotência.

12 A gente com o tempo vai acostumando, porque é uma situação que acontece com frequência. Mas quando não dá para salvar bate uma sensação de impotência.

15 ... Quando acontece do paciente não resistir ,dá uma sensação de incompetência,...

4.2 Medo

1 ...deu medo,porque principalmente a primeira vez eu já sabia como que era na teoria.Já tinha feito no laboratório, mas na hora mesmo é assim : dá um desespero, você acha que não vai dar conta.Depois parece que, aquele medo some e você percebe que você tem que estar ali,porque o paciente está precisando de você,... Mas, no primeiro momento, é de medo .É muito triste.

3 ...depois dá medo de falhar, de você fazer alguma coisa que possa prejudicar o paciente e se tudo que você fizer não der certo,...

4 Bom ,o sentimento que eu tenho ,quando me deparo com uma parada é um sentimento de muito medo e de insegurança, porque eu acho que é um dos momentos onde a vida do paciente está mais na sua mão...

11 ... a gente sente uma pressão imensa, dá uma confusão na nossa cabeça, a gente fica com medo de não conseguir fazer nada, fica com medo da pessoa morrer, fica aflita com essa situação. Ainda

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bem que no meu caso a pessoa voltou e me senti feliz, pois todo oprocedimento foi benéfico ao paciente e eu me senti bem por estar ajudando.

13 Sinto-me muito responsável pela situação, eu fico com medo de não conseguir salvar aquela vida,...

4.3 Desespero

1 Num primeiro momento , o sentimento que eu tive foi de

desespero... Também dá um desespero assim, se você sabe que é

assim ,só que você não está esperando,...

5 Então quando eu me deparo com uma parada cardiorrespiratória

ao mesmo tempo em que dá um desespero, dá uma sensação

muito estranha, que eu não sei explicar, porque assim na hora vem

assim e você não sabe o que você faz, mas você sabe o que fazer.

Mas, na hora que você está lá atuando ,você quer muito que o

paciente fique bem, que ele volte.E eu ainda não atuei, mas em

uma das paradas que eu vi ,o paciente voltou,...

10 Primeiro ,eu fiquei muito assustada, meio desesperada sabe por

que eu só tinha visto na teoria, mas depois respirei fundo, me

concentrei e tentei executar tudo da melhor maneira possível...

14 ... dá uma sensação desespero, a perna começa a tremer, dá um branco na mente, parece que você não sabe nada sobre aquilo que está acontecendo, por mais que você tenha o conhecimento todo ali na sua cabeça...

4.4 Ótima sensação

1 ...mas, quando volta é outro sentimento , dá um sentimento de alivio,...

9 ...mas quando o professor está ali ,ao seu lado ele vai te orientando,

você sente segurança ,mas chega um momento ali que sua parte está

toda feita e você fica feliz e já cria a primeira experiência a partir desse

primeiro contato,...

14 Mas, logo em seguida, tudo isso passa, porque você já quer fazer de

tudo possível para que o paciente fique bem.E foi exatamente isso que

aconteceu na parada em que eu atuei : o paciente voltou e depois que

terminou tudo,deu uma sensação de paz, de dever cumprido. Foi muito

satisfatório.

15 ... mas quando ele consegue voltar você fica muito alegre por ter ajudado aquela pessoa, nossa é uma ótima sensação.

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4.5 Ansiedade

2 Quando a gente está numa parada, eu sinto assim ,que : como acadêmica, a gente fica mais ansioso que qualquer profissional que está lá para retornar, porque a gente não tem muita experiência em relação a parada. Na segunda parada , senti que teve uma melhora, porque com a prática , você vai treinando, eu já consegui monitorizar, fazer eletro, já senti que foi mais certo...

6 Bom primeiro é assim , a gente fica muito nervoso, ainda mais

quando é a primeira vez que a gente está atuando. Então é um

nervosismo assim, de talvez você não saber atuar frente a ela.

Então ,dá uma ansiedade de estar vendo até mesmo aquela

angustia de ver o paciente naquela situação.

9 O sentimento ali na hora da parada cardiorrespiratória é o estresse, mesmo porque ,quando eu fui ver apesar de ter todo o conhecimento cientifico teórico de como agir/ interagir na PCR, na hora que você vai fazer é totalmente diferente, você nunca viu, agora você está vendo um ser humano ali, a equipe multiprofissional está ali, tudo em volta esperando você tomar uma atitude.O meu no caso foi a massagem e gera stress,... Acredito que, na segunda, na terceira já vai ser mais tranquilo porque você já vivenciou , consequentemente acaba diminuindo o desespero.

4.6 Querer ajudar

3 Então,quando me deparo com uma parada,,o meu sentimento primeiramente é de querer ajudar de maneira correta, porque eu acho que lá no momento tem que dar tudo certo .Tem que funcionar tudo como tem que ser, como as normas.Porque é um paciente que está lá ; é a vida dele que está em jogo. Então o primeiro é assim : é de querer ajudar,...

7 Então, quando eu me deparo com uma parada cardiorrespiratória os meus sentimentos são de querer ajudar,... então meu sentimento é de ajuda, é de querer ajudar...

8 ...no quarto ano quando eu atuei já foi diferente, eu já conhecia, eu já tinha participado então para mim assim foi ,quase que automático porque eu fiz a massagem, eu ajudei a entubar... Na segunda vez ,eu já fiquei com mais assim vontade de ajudar.

4.7 Tristeza

1 ...quando a pessoa não volta dá um sentimento de tristeza assim de você ver como que ela ficou, de ver a família...

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10 ...só que infelizmente a senhora não voltou ... já deu uma sensação de incapacidade. Dá uma tristeza porque você fez tudo que estava ao seu alcance e mesmo assim nada disso foi o suficiente...

13 ...quando não dá para salvar como aconteceu eu fico muito triste. Eu fico muito abalada, fico pensando: se não poderia ter feito algo diferente e assim pudesse salvar .É muito difícil quando você vê a pessoa ali morta a sua frente, você imagina se fosse alguém de sua família, passa um turbilhão de pensamentos na sua mente. Eu realmente fico bem abalada.

4.8 Insegurança

8 Em relação aos meus sentimentos ,quando eu participei, eu participei de duas. Então, na primeira em que eu participei ,eu fiquei meio receoso porque eu estava no 3° ano e estava no começo ainda ,então eu fiquei assim meio receoso de atuar porque eu não tinha tanta segurança,... Então, acho que o sentimento mesmo na primeira vez foi de insegurança...

15 Então primeiro a gente fica muito nervoso, bate uma insegurança danada, em seguida você se recompõe e tenta dar o seu melhor...

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Anexo D – Parecer Consubstanciado N° 800/2012

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