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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE UNIVALE FACULDADE DE CIÊNCIA DA SAÚDE FACS CURSO DE NUTRIÇÃO Ana Zilda Pereira Xavier Greiskelly Dutra Goulart Vieira Layana Oliveira Matos Rodrigues Lorena de Oliveira Valverde Vanessa Silva Pereira Condições higiênico-sanitárias das feiras-livres do município de Governador Valadares Governador Valadares MG 2009

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE

FACULDADE DE CIÊNCIA DA SAÚDE – FACS

CURSO DE NUTRIÇÃO

Ana Zilda Pereira Xavier

Greiskelly Dutra Goulart Vieira

Layana Oliveira Matos Rodrigues

Lorena de Oliveira Valverde

Vanessa Silva Pereira

Condições higiênico-sanitárias das

feiras-livres do município de

Governador Valadares

Governador Valadares – MG

2009

1

Ana Zilda Pereira Xavier

Greiskelly Dutra Goulart Vieira

Layana Oliveira Matos Rodrigues

Lorena de Oliveira Valverde

Vanessa Silva Pereira

Condições higiênico-sanitárias das

feiras-livres do município de

Governador Valadares

Governador Valadares

2009

Trabalho de Conclusão de Curso da

Universidade Vale do Rio Doce para

obtenção do Grau de Bacharel em

Nutrição, apresentada à Faculdade de

Ciência da Saúde da Universidade

Vale do Rio Doce.

Orientadora: Profª. Msc. Lourimar

Viana Nascimento Franco de Sousa

2

Ana Zilda Pereira Xavier

Greiskelly Dutra Goulart Vieira

Layana Oliveira Matos Rodrigues

Lorena de Oliveira Valverde

Vanessa Silva Pereira

Condições higiênico-sanitárias das

feiras-livres do município de

Governador Valadares

Governador Valadares, 10 de Novembro de 2009

Banca Examinadora:

__________________________________________

Profª. Mscª. Lourimar Viana Nascimento Franco de Sousa - Orientadora

Universidade Vale do Rio Doce

__________________________________________

Profª. Doracy Silva Diniz

Universidade Vale do Rio Doce

__________________________________________

Adriana Gonçalves Neves

Nutricionista – Vigilância Sanitária de Governador Valadares

Trabalho de Conclusão de Curso apresentada

como requisito para obtenção do Grau de

Bacharel em Nutrição pela Faculdade de Ciências

da Saúde da Universidade Vale do Rio Doce

3

Dedicamos esta pesquisa a Deus pela sabedoria e

inteligência, aos nossos pais pelo incentivo e apoio

na realização desse trabalho, esposos, namorados a

nossa orientadora Lourimar e aos feirantes que

contribuíram na realização do nosso projeto.

4

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus pela nossa existência, fé, coragem, proteção e

integridade, por ser a nossa fortaleza e restabelecer as forças da nossa alma.

Àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou

pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a Deus toda glória. Efésios 3:20

A nossa Coordenadora de Curso Nízia Vieira Araújo pelos momentos de força e

simpatia, sempre nos estimulando a seguir em frente. Aos professores pelo cargo de

conhecimentos transmitidos a nós, pelo exemplo de vida e dedicação, que contribuíram com

a nossa vitória. A vocês a nossa gratidão.

Agradecimento especial a nossa orientadora, Profª. Msc. Lourimar Viana

Nascimento Franco de Sousa, pela dedicação durante a concretização deste trabalho, pela

sua amizade, paciência, orientação, confiança, pela oportunidade de conhecimento e

crescimento profissional. A você, mestra, nossa eterna reverência e admiração.

Aos nossos pais, avós, irmãos, esposos, filhos e filhas, namorados e familiares, que

muitos, mesmo sem conhecerem ao certo nosso trabalho deram-nos muita coragem, amor,

ternura e estímulo pra continuarmos a traçar o nosso objetivo.

Aos artistas que ficam nos bastidores do laboratório de Microbiologia que nos

ajudaram a desenvolver nosso experimento, sempre atenciosos e agradáveis. Aos ilustres

funcionários da biblioteca companheiros de muitas horas de estudos, sendo impossível citar

nomes, agradeço a todos sem distinção pelas informações valiosas passadas a nós.

Não podemos deixar de enfatizar a colaboração dos feirantes que participaram dessa

pesquisa, pela confiança em nós depositada. Sendo vocês os indivíduos motivadores e objeto

principal do nosso trabalho.

A todos participantes ou não da nossa vida acadêmica que, de alguma forma

contribuíram para o êxito do nosso trabalho. A alegria de vocês não nos deixou desanimar.

Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o

que Deus tem preparado para aqueles que o amam. I Coríntios 2:9

A todos o nosso obrigado!

5

RESUMO

As feiras-livres se destacam pela comercialização de alimentos in natura, grande variedade

de produtos e pela diversidade de preços. Um dos problemas que podem ser encontrados nas

feiras é a falta de atenção ao manipular e armazenar os alimentos. Esses hábitos irregulares

podem gerar graves problemas, como uma toxinfecção alimentar, quando partimos do

pressuposto de que as condições de higiene e manipulação destes alimentos podem estar

insatisfatórias. O objetivo desse trabalho foi avaliar as condições higiênico-sanitárias em

que se encontram as feiras-livres do município de Governador Valadares. A pesquisa foi

realizada nos meses de Abril a Novembro de 2009 no Município de Governador Valadares.

A amostra total foi de 34 feirantes. Foram feitos análises microbiológicas de oito amostras

de hortaliças minimamente processadas, manipuladas e vendidas nas feiras-livres, dentre

elas: agrião, alface, almeirão, couve, espinafre, mostarda e repolho, escolhidos

aleatoriamente uma em cada feira. Aos feirantes foi aplicado um questionário (check-list)

baseado no Decreto Municipal n. 6.456, de 12 de julho 1999, Resolução-RDC nº 216, de 15

de setembro de 2004 da ANVISA e resolução RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002 do

Ministério da Agricultura. De uma maneira geral, as feiras avaliadas no presente trabalho,

quanto as Boas Práticas de Fabricação, foram classificadas como “regular”, com nota média

de 15%. Estes dados evidenciam o critério de Boas Praticas de Fabricação ainda não é

amplamente aplicado às feiras-livres. Das 8 amostras analisadas de hortaliças minimamente

processadas 100% das amostras apresentaram-se contaminadas com coliformes totais e

fecais. Os achados obtidos para o número mais provável (NMP) variaram de 460 a >1100

NMP/g tanto para coliformes totais quanto para coliforme fecais.. A presença de coliformes

totais e fecais nas hortaliças analisadas demonstrou que: em algum momento, seja na

produção, na manipulação ou no armazenamento das hortaliças, houve contato das mesmas

com fezes humanas ou de animais e está intimamente relacionada à qualidade higiênico-

sanitária da água, dos manipuladores, instalações, utensílios e alimentos. A presença de

coliformes totais e fecais em todas as amostras corrobora a necessidade do tratamento prévio

das hortaliças antes do consumo. O uso de hipoclorito de sódio na concentração e 100 a 200

ppm por 15 minutos, para a descontaminação de hortaliças, é uma prática que precisa ser

habitual e que apresenta excelentes resultados e um baixo custo. Recomenda-se a realização

de ações educativas direcionadas aos feirantes e consumidores, além de campanhas

educativas pela mídia. Faz-se necessário, também, oferecer melhores condições de infra-

estrutura, nos locais onde são realizadas as feiras-livres, sobretudo nas condições sanitárias e

fornecimento de água potável.

Palavras – chave: Feiras – livres. Condições higiênico-sanitárias.

6

ABSTRACT

The fair-free ones if they highlight for the commercialization of victuals in natura, great

variety of products and for the diversity of prices. One of the problems that can be found at

the fairs is the lack of attention when manipulating and to store the victuals. Those irregular

habits can generate serious problems, as an alimentary toxinfecção, when we left of the

presupposition that the hygiene conditions and manipulation of these victuals can be

unsatisfactory. The objective of that work was to evaluate the hygienic-sanitary conditions

in that you/they are the fair-free from the municipal district of Governor Valadares. The

research was accomplished in the months of April to November of 2009 in the Municipal

district of Governor Valadares. The total sample belonged to 34 merchants. They were made

analyses microbiological of eight samples of vegetables processed minimally, manipulated

and sold in the fair-free ones, among them: watercress, lettuce, wild chicory, collard greens,

spinach, mustard and cabbage, chosen randomly one in each fair. To the merchants a

questionnaire was applied (check-list) based on the Municipal Ordinance n. 6,456, of 12 of

July 1999, Resolution -RDC no. 216, of September 15, 2004 of ANVISA and resolution

RDC no. 275, of October 21, 2002 of the Ministry of the Agriculture. In a general way, the

appraised fairs in the present work, as the Good Practices of Production, they were classified

as " regulating ", with medium note of 15%. These data evidence the criterion of Good

Practice of Production is not applied still thoroughly to the fair-free ones. Of the 8 analyzed

samples of vegetables processed minimally 100% of the samples came polluted with total

and fecal coliforms. The discoveries obtained for the most probable number (NMP) of total

coliforms and fecal coliforms they varied, from 460 to >1100 NMP/g. the presence of total

and fecal coliforms in the analyzed vegetables demonstrated that: in some moment, be in the

production, in the manipulation or in the storage of the vegetables, there was contact of the

same ones with human feces or of animals and it is intimately related to the hygienic-

sanitary quality of the water, of the manipulators, facilities, utensils and victuals. The

presence of total and fecal coliforms in all of the samples corroborates the need of the

previous treatment of the vegetables before the consumption. The use of hypochlorite of

sodium in the concentration and 100 to 200 ppm for 15 minutes, for the descontamination of

vegetables, is a practice that needs to be habitual and that it presents excellent results and a

low cost. The accomplishment of educational actions is recommended addressed the

merchants and consumers, besides educational campaigns for the media. It is done

necessary, also, to offer better infrastructure conditions, in the places where the fair-free

ones are accomplished, above all in the sanitary conditions and supply of drinking water.

Key – words: Fairs - free. Hygienic-sanitary conditions.

7

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Legenda de classificação das feiras-livres de acordo com o percentual de

atendimento............................................................................................................................32

Figura 2: Esquema da Técnica do NMP (número mais provável).........................................85

Figuras 3 e 4 - Pesagem da hortaliça 25g da amostra............................................................86

Figuras 5 e 6: Maceração da hortaliça....................................................................................86

Figuras 7 e 8: Distribuição da hortaliça já macerada no erlemeyer.......................................87

Figuras 9 e 10: Separação dos tubos de caldo LST................................................................87

Figura 11: Tubos com caldo LST armazenados em estufa a 35ºC.........................................88

Figura 12: Tubos com caldo LST positivos das feiras A; B e C;...........................................88

Figura 13: Tubos com caldo LST com presença de gás das feiras D e E;.............................89

Figura 14: Tubos com caldo LST com presença de gás da feira F;.......................................89

Figuras 15 e 16: Tubos com caldo LST com presença de gás das feiras G e H.....................90

Figuras 17 e 18: Tubos com caldo EC das feiras A e B.........................................................90

Figuras 19 e 20: Tubos com caldo EC das feiras C e D.........................................................91

Figuras 21 e 22: Tubos com caldo EC das feiras E e F..........................................................91

Figuras 23 e 24: Tubos com caldo EC das feiras G e H.......................................................92

Figuras 25 e 26: Tubos com caldo VB das feiras A e B........................................................92

Figuras 27 e 28: Tubos com caldo VB das feiras C e D........................................................93

Figuras 29 e 30: Tubos com caldo VB das feiras E e F........................................................93

Figuras 31 e 32: Tubos com caldo VB das feiras G e H......................................................94

8

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição dos quesitos da lista de verificação das Boas Práticas de

Fabricação...............................................................................................................................33

Tabela 2 - Percentual de atendimento no quesito de instalações – Etapa 1............................35

Tabela 3 - Percentual de atendimento no quesito de hábitos higiênicos e vestuário dos

manipuladores – Etapa 2.........................................................................................................36

Tabela 4 - Percentual de atendimento no quesito de água – Etapa 3......................................37

Tabela 5 - Percentual de atendimento no quesito de higiene dos alimentos – Etapa 4..........38

Tabela 6 – Percentual de atendimento no quesito de utensílios – Etapa 5.............................38

Tabela 7 – Classificação geral das feiras - livre em relação ao percentual de atendimento

de todos os quesitos................................................................................................................39

Tabela 8 – Produtos recomendados para desinfecção de alimentos.......................................42

Tabela 9 - Teste do número mais provável – Caldo LST.......................................................45

Tabela 10- Teste para coliformes totais – Caldo verde brilhante...........................................45

Tabela 11 – Teste para coliformes fecais – Caldo Escherichia colli......................................46

Tabela 12- Representação dos resultados das análises microbiológicas em amostras de

hortaliças minimamente processadas no município de Governador Valadares – MG, entre

agosto e setembro de 2009.....................................................................................................46

Tabela 13 - Composição para Caldo Lauril Sulfato Triptose- LST.......................................75

Tabela 14 - Composição para Caldo para EC........................................................................76

Tabela 15 - Composição para Caldo Verde Brilhante Lactose Bile a 2% (Caldo Brila)........77

9

SUMÁRIO

1-Introdução------------------------------------------------------------------------------------------11

2-Revisão da Literatura-----------------------------------------------------------------------------14

2.1-Segurança Alimentar ----------------------------------------------------------------------------14

2.2- Controle Higiênico-Sanitário dos Alimentos ----------------------------------------------16

2.3- Higiene dos Manipuladores de Alimentos -------------------------------------------------18

2.4-Vegetais Minimamente Processados---------------------------------------------------------20

2.5-Doenças de Origem Alimentar----------------------------------------------------------------23

2.6-Parasitoses Intestinais---------------------------------------------------------------------------24

2.7-Escherichia coli ---------------------------------------------------------------------------------26

2.8-Água-----------------------------------------------------------------------------------------------28

2.9-Deterioração de Alimentos---------------------------------------------------------------------29

3-Metodologia----------------------------------------------------------------------------------------31

3.1-Tipo de Pesquisa---------------------------------------------------------------------------------31

3.2-Amostra-------------------------------------------------------------------------------------------31

3.3-Instrumentos-------------------------------------------------------------------------------------32

3.4- Procedimentos para aplicação do chek-list -------------------------------------------------32

3.5- Análises microbiológicas ---------------------------------------------------------------------33

4- Resultados e Discussão--------------------------------------------------------------------------35

4.1- Classificações das feiras-livres segundo as boas práticas de fabricação ---------------36

4.2- Reclamações dos feirantes --------------------------------------------------------------------42

10

4.3- Plano de ação corretiva das inadequações e reclamações dos feirantes ----------------42

4.4- Classificações das feiras-livres segundo análises microbiológicas ---------------------43

5-Conclusão-------------------------------------------------------------------------------------------48

6- Referências Bibliográficas-----------------------------------------------------------------------49

7-Anexos----------------------------------------------------------------------------------------------64

11

1. INTRODUÇÃO

De acordo com a Lei do Estado de Minas Gerais nº 16.680 de dez de Janeiro de dois mil

e sete (CASTRO, 2007) que dispõe sobre o apoio a iniciativas de comercialização direta

entre agricultores, familiares e consumidores, tem como objetivo encorajar a implantação de

feiras-livres no município e destacar vários aspectos, dentre eles, ampliarem as alternativas

de trabalho para moradores de áreas rurais, fortalecer a economia local por meio da geração

de postos de trabalhos e da comercialização de alimentos, produtos e insumos provenientes

do município, estimular a oferta regular de alimentos e produtos saudáveis a baixo custo.

Hoje em dia as feiras-livres oferecem uma grande variedade de produtos alimentícios

e diversidade de preços, tornando-se um local de encontros e socialização. Sendo

freqüentada pela grande parcela da população, tem como principal público alvo as donas-de-

casa, empregadas domésticas e idosos, um ambiente que oferece aos consumidores a

possibilidade de comparar preços e produtos entre diferentes comerciantes, tendo destaque

quando equiparado aos supermercados. As feiras-livres também proporcionam através do

pequeno produtor um aumento de sua renda e a participação de programas como agricultura

familiar que vem estimular comercialização de produtos obtidos mediante práticas de

manejo e cultivo de plantas e acrescentar conhecimento ao feirante de modo a assegurar

diversificação da produção, conservação e a utilização sustentável dos recursos naturais e

materiais.

Em Governador Valadares as feiras se ampliaram com o passar dos anos, e veio

aumentar o número de empregos informais na cidade isso fez com que os pequenos

produtores das cidades e regiões vizinhas venham expor seus produtos. No entanto, não há

um controle rígido sobre o preparo e comercialização desses alimentos Para Soto (2008) este

quadro proporciona condições favoráveis para o aumento do risco de intoxicações

alimentares, quando partimos do pressuposto de que as condições de higiene e manipulação

destes alimentos podem estar insatisfatórias.

Hábitos irregulares como: a falta de atenção ao manipular e armazenar os alimentos

pode gerar graves problemas como uma intoxicação alimentar, o que traz grandes

preocupações e envolve questões de segurança alimentar. Um produto exposto nas feiras

deve possuir adequadas características sensoriais e valor nutricional, além de boas condições

de higiene, para que ele satisfaça as necessidades e desejos de seu cliente. É preciso uma

constante vigilância em torno da qualidade do ambiente e da manipulação onde estão sendo

12

expostos os alimentos, pois estes devem conter diversas exigências até chegar ao

consumidor final.

A qualidade higiênico-sanitária é apresentada como fator de segurança alimentar que

tem sido amplamente estudada e discutida, uma vez que as Doenças Transmissíveis por

Alimentos são a principais causas que contribuem para os índices de morbidade nos países

da América Latina e do Caribe. Por isso, tem-se a necessidade de verificar a qualidade

higiênico-sanitária dos manipuladores de alimentos, para que as doenças possam ser

evitadas (AKUTSU, 2005).

Com o crescimento do mercado alimentício, torna-se imprescindível criar um

diferencial competitivo nas empresas por meio da melhoria da qualidade dos produtos e

serviços oferecidos, para que essa disputa determine as que permanecerão no comércio. Nos

serviços de alimentação, a qualidade do alimento está associada a aspectos intrínsecos do

alimento, à segurança relacionada à possibilidade de perigos que podem ser veiculados no

momento da compra e consumo. Desta forma, é essencial o controle higiênico-sanitário

adequado em todo o processo de manipulação e produção de alimentos para evitar qualquer

proliferação de contaminantes (FIGUEIREDO e NETO, 2001; COSTA, 2002; AKUTSU,

2005).

As feiras-livres são locais com características específicas que possuem em seu

ambiente situações favoráveis para o crescimento e proliferação de microrganismos. Sabe-se

que as principais fontes de contaminação de alimentos são: matéria-prima, (incluindo a

água), ambiente (ar, equipamentos, embalagens e materiais diversos), e pessoal (manuseio

dos alimentos). Os problemas encontrados nas feiras estão muitas vezes relacionados com as

más condições higiênico-sanitárias das bancas (mofadas, quebradas, úmidas, sujas,

rachadas), dos produtores (desde a vestimenta inadequada à manipulação de alimentos) e

dos produtos comercializados (higienização incorreta).

É deficiente o controle sanitário adequado diante do número de feiras-livres

existentes e a quantidade insuficiente de funcionários para fiscalizar todas essas feiras. Por

não serem submetidos às fiscalizações eficazes, não se tem certeza se o produto adquirido

possui qualidade e segurança sanitária pertinente. Desta forma este trabalho teve como

objetivo avaliar as condições higiênico-sanitárias das feiras-livres do município de

Governador Valadares. Dentre estas condições especifica-se: Avaliar as condições de

higiene que envolve os manipuladores (vestimenta e asseio pessoal); avaliar a

comercialização (qualidade do produto, condições da banca e ambiente, instalações físicas,

forma de armazenamento e estocagem); avaliar a manipulação dos produtos alimentícios

13

(preparo de alimentos processados, uso de equipamentos e utensílios) nas feiras-livres e

realizar uma análise microbiológica para detectar a presença de coliformes totais e fecais

dos produtos vendidos nas feiras-livres.

A identificação dos problemas encontrados nas feiras-livres já foi antes

diagnosticada pela Vigilância Sanitária no município de Governador Valadares, porém não

houve publicação por parte da mesma. Desta forma, esta pesquisa se faz necessária para

verificar as normas de Boas Práticas de Manipulação de Alimentos e realizar o diagnóstico

da situação higiênico-sanitária encontrada nas feiras-livres.

Considerando que as frutas, legumes, verduras e outros produtos expostos nas feiras-

livres ficam em contato com o ar durante várias horas, sofrem ações do tempo,

armazenamento inadequado, exposição à saliva por parte do feirante e consumidor, presença

de insetos e toque das mãos do manipulador e dos fregueses; é imprescindível uma

investigação e controle das feiras. Observa-se também o crescente número de vendedores

ambulantes e feiras-livres. Este tipo de comércio pode constituir uma importante fonte de

contaminação, pois as condições de infra- estrutura são precárias e facilitam ocorrências

freqüentes de surtos alimentares.

Por fim, essa pesquisa proporciona a população de Governador Valadares conhecer

as condições higiênico-sanitárias em que se encontram as feiras-livres e a qualidade dos

produtos manipulados e oferecidos nas mesmas. A Vigilância Sanitária também foi

informada da situação encontrada nas mesmas, já que este é um órgão de fiscalização. Para

o feirante esse trabalho vem trazer benefícios, bem como um curso de capacitação sobre

boas práticas de fabricação, onde se agregará conhecimento e aprendizagem, o que irá

permitir melhorias na qualidade, manuseio e preparo do seu produto.

Através da análise dos resultados obtidos, o mesmo possibilitará a verificação da

adequação de funcionamento estabelecido às normas higiênico-sanitárias por meio de um

questionário (check-list) baseado no decreto nº 6.456, de 12 de julho 1999 (ANEXO – A),

Resolução RDC nº216/04 e Resolução RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002 da Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

14

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 - SEGURANÇA ALIMENTAR

Segurança alimentar é um conjunto de normas de produção, transporte e

armazenamento de alimentos que visa determinar características físico-químicas,

microbiológicas e sensoriais padronizadas, segundo as quais os alimentos seriam adequados

ao consumo. Estas regras são, até certo ponto, internacionalizadas, de modo que as relações

entre os povos possam atender as necessidades comerciais e sanitárias (GOMES, 2007).

Ao longo das últimas décadas o conceito de Segurança Alimentar e Nutricional

(SAN) passou a incorporar requisitos fundamentais que fomentam o princípio lógico da

atual política de governo. Nos documentos de referência que tratam da política nacional de

SAN além do abastecimento em quantidades apropriadas e o acesso universal dos alimentos,

o aspecto nutricional foi incorporado e conseqüentemente, as questões relativas à qualidade,

à composição e ao aproveitamento biológico. Dessa forma, as ações da SAN devem garantir

a qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica dos alimentos, o seu

aproveitamento e orientar sobre as práticas alimentares e estilo de vida saudável (CONSEA,

2004).

Para Valente (2002) a SAN trata-se de uma sociedade organizada, por meio de

políticas públicas, de responsabilidade do estado e da sociedade como um todo, pode e deve

garantir o direito à alimentação a todos os cidadãos. Assim, alimentação é um direito do

cidadão, e a SAN para todos é um dever do estado e responsabilidade da sociedade.

Segundo Gomes (2007), alimento seguro é aquele que não causa nenhum dano ao

corpo humano. No entanto, garantir a sua segurança envolve um grande conhecimento

científico ou empírico ou histórico desse alimento. Assegurar que um alimento é confiável é

uma tarefa muito complexa, pois o que se considera seguro na atualidade pode, com o futuro

desenvolvimento científico, chegar a novas conclusões de que o mesmo não é tão seguro

assim.

De acordo com a Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica

(Ministério da Saúde - BR, 2003), as políticas de abastecimento alimentar devem promover

a produção e a distribuição dos alimentos por meio de pequenos e médios empreendimentos

rurais e urbanos dedicados ao cultivo, transformação e comercialização de produtos

agroalimentares. Esse caminho possibilita ampliar a disponibilidade de fornecer alimentos

15

de menor custo e qualidade, valorizando a diversidade dos hábitos de consumo, ao mesmo

tempo em que estimula as atividades econômicas geradoras de trabalho e renda.

De uma maneira geral, as políticas públicas referem-se ao abastecimento alimentar,

no sentido de promover a Segurança Alimentar e Nutricional e busca reduzir os preços dos

alimentos ao consumidor, aumentar sua qualidade, quantidade e diversidade, além de

encontrar maneiras de tornar o mercado de produtos alimentares mais acessíveis aos

pequenos e médios empreendedores, no ambiente rural e urbano (CONSEA, 2004).

Os órgãos internacionais de saúde liderados pela Organização Mundial da Saúde têm

se mostrado, ao longo das últimas décadas, uma maior preocupação com a qualidade dos

alimentos e suas possíveis repercussões para a saúde dos consumidores, como também com

o comércio mundial de produtos alimentícios, sejam in natura ou industrializados. A partir

desse pressuposto, em 1963 foi criado pela Food and Agriculture Organization (FAO) e

pela OMS o Codex Alimentarius Commission (CAC), a comissão internacional de máxima

importância para a segurança alimentar, que veio possibilitar a coordenação de esforços no

âmbito mundial para garantir a inocuidade dos alimentos e, conseqüentemente, a proteção à

saúde dos consumidores. O CAC tem como objetivo desenvolver padrões para alimentos,

guias e textos relacionados, tais como códigos de práticas, sob a gestão da Joint FAO/WHO

Food Standards Programme, que visa proteger a saúde do consumidor e assegurar práticas

justas no comércio de alimentos, entre outras (GERMANO, 2008).

A comissão do Codex Alimentarius editou inicialmente em 1969 e revisou em 2003 a

abordagem baseada em Análise de Riscos e Controle de Pontos Críticos, que é recomendada

a adoção por órgãos governamentais, responsáveis pela segurança alimentar, indústrias,

comércio, produtores, serviços de alimentação, enfim, todos que participam do sistema de

alimentos. A legislação brasileira adota tal princípio sob a denominação de Análise de

Pontos Críticos de Controle (APPCC), sendo uma metodologia sistemática que identifica,

avalia e controla os perigos que envolvem a contaminação de alimentos. O levantamento do

APPCC consiste em avaliar as matérias primas e ingredientes para assim, determinar os

riscos microbiológicos, químicos e físicos (GOMES, 2007).

16

2. 2 - CONTROLE HIGIÊNICO-SANITÁRIO DOS ALIMENTOS

A higiene dos alimentos é dada como uma ciência que tem como função a produção

de alimentos seguros para os consumidores, garantindo a qualidade microbiológica das

refeições. Portanto, é fundamental que haja um controle dos procedimentos e técnicas para

verificar alimentos armazenados, produzidos e distribuídos (HOBBS e ROBERTS, 1998).

A busca pela qualidade e melhoria contínua, o aumento das preocupações com os

consumidores e da competitividade entre as organizações, fez com que o comércio

desenvolvesse procedimentos para aumentar a qualidade sanitária dos produtos que por eles

são comercializados. Assim surgiram as Boas Práticas de Fabricação (BPF), que são

procedimentos necessários para garantir a qualidade sanitária dos alimentos. Tais

procedimentos abordam a estrutura física da organização, a disposição de equipamentos e

utensílios, higiene e comportamento dos manipuladores de alimentos, higienização e

sanitização de superfícies e fluxos dos processos desenvolvidos (SOUZA, 2006).

Ao fazer o controle e inspeção sanitária de alimentos é importante ter como base a

Portaria nº. 1.428, de 26 de Novembro de 1993, que trata do Regulamento Técnico para

Inspeção Sanitária de Alimentos. A mesma tem como objetivo estabelecer orientações

necessárias que permite executar as atividades de inspeção sanitária, de forma a avaliar as

Boas Práticas de Fabricação, para a obtenção de padrões de identidade e qualidade de

produtos e serviços na área de alimentos voltados para proteger a saúde da população

(GOMES, 2007). Segundo Akutsu (2009), há muitos fatores que limitam a implantação das

BPF na maioria dos serviços de alimentação, entre eles, incluem a falta de conscientização e

capacitação de manipuladores; ausência de investimentos em instalações; indisponibilidade

de recursos financeiros para a implantação; falta de comprometimento dos proprietários e

deficiência de apoio e conhecimento para uma adequada implantação.

A cada ano, é crescente o emprego informal nos municípios brasileiros. Dentro deste

contexto, observa-se o aumento no número de vendedores ambulantes e feiras-livres nas

cidades comercializando ou preparando alimentos. Contraponto, esse tipo de comércio pode

constituir um risco à saúde da população, pois proporciona condições favoráveis para o

aumento do risco de intoxicações alimentares, onde os alimentos podem ser facilmente

contaminados com microrganismos patogênicos, devido às condições inadequadas do local

de preparo e a falta de conhecimento técnico dos comerciantes para realizar uma

manipulação higiênico-sanitária adequada (SOTO, 2008).

17

Segundo Mendonça (2002), no Brasil, as condições de infra-estrutura e educação

sanitária são precárias e facilitam ocorrências freqüentes de surtos alimentares. Para

Capistrano (2004) os mercados e feiras-livres ocupam lugares de destaque no setor de

alimentação. Nesses locais é comum que barracas convivam lado a lado, fazendo com que as

condições higiênico-sanitárias inadequadas de uma tornem-se perigosa para as outras. Deste

modo, verifica-se a falta de homogeneidade entre as mesmas.

No Brasil, a maioria dos trabalhos que avaliam a contaminação das hortaliças por

formas parasitárias exploram pouco a atividade parasiticida de produtos como o ácido

acético, o hipoclorito de sódio e o permanganato de potássio nas verduras e legumes

(WEISSINGER e BEUCHAT, 2000; ZANINI e GRAEFF-TEIXEIRA, 2001). Apesar da

relevância do tema em questão são poucos os trabalhos publicados na área da saúde que

estabelecem graus de contaminação de hortaliças por parasitas intestinais e sobre a

qualidade higiênico-sanitária desses alimentos. É importante a adoção de medidas que

propiciem uma melhoria da qualidade desses produtos. Entre os procedimentos de

higienização mais conhecidos ressalta-se a lavagem doméstica de hortaliças e a desinfecção

das mesmas. O uso de desinfetantes, antes do consumo de verduras, tem sido recomendado

por alguns autores (ZANINI e GRAEFF-TEIXEIRA, 1995; SHERMAN e HASH, 2001).

Para desinfecção de verduras, frutas e hortaliças aconselha-se lavar estes alimentos com

água corrente e depois mergulhá-los em uma vasilha com uma solução de hipoclorito de

sódio (0.025 mg/ml) ou vinagre (0,54%) por 15 a 20 minutos. Após este período, os

alimentos devem ser lavados novamente em água corrente para eliminar o excesso das

respectivas soluções (BEHRSING, 2000; WEISSINGER e BEUCHAT, 2000).

O homem pode evitar que os alimentos se contaminem por diversas formas utilizadas

conjuntamente e manter um eficiente controle higiênico-sanitário. É preciso conscientização

para evitar a contaminação e obedecer a uma série de medidas preventivas, que incluem

evitar falar, cantar, tossir e espirrar em cima dos alimentos, usar uniformes limpos com rede

ou gorro para cobrir todos os cabelos, proteger os alimentos durante o armazenamento,

preparo, cozimento e distribuição (SILVA JÚNIOR, 2001).

18

2.3 - HIGIENE DOS MANIPULADORES DE ALIMENTOS

Um controle higiênico dos manipuladores de alimentos eficiente é fundamental para

evitar as conseqüências negativas dos males causados por alimentos que não foram

adequadamente manuseados. Tal ação deve envolver produtores rurais, fabricantes,

fracionadores, embaladores, processadores, manuseadores de alimentos e, finalmente, os

consumidores (GOMES, 2007).

A higiene dos manipuladores de alimentos é um fator que deve ser gerenciado e

controlado para não comprometer a segurança dos alimentos, de tal modo evitar

contaminações e toxinfecções. Assim a produção, preparação, distribuição, armazenamento

e comercialização de alimentos, com segurança, são atividades que exigem cuidados

especiais que envolvem o ambiente de trabalho, equipamentos e utensílios, manipuladores

de alimentos, instalações sanitárias, controle de pragas e com os alimentos propriamente

ditos, entre outros (SOUZA, 2006).

A microbiota de um alimento é formada por microrganismos associados à matéria

prima e por contaminantes, que foram adquiridos durante o manuseio e processamento

(pelos manipuladores de alimentos) e aqueles que tiveram condições de sobreviver aos

processos aplicados durante o preparo e acondicionamento do alimento (LIMA e SOUSA,

2002).

São muitos os microrganismos que podem ser transmitidos via alimentos através de

uma manipulação irregular podendo esses causar sérios problemas se não forem

corretamente processados ou preparados. O aparecimento de DTA‟s causa danos de difícil

reversão ao comércio, levando grandes perdas sociais e econômicas, afetando seriamente a

confiança do consumidor. As internações hospitalares, a recuperação da saúde do

consumidor e a perda de confiança causam grande prejuízo do sistema de saúde em um país

e sua economia (GOMES, 2007).

Microrganismos presentes em alimentos crus podem disseminar-se para outros

produtos durante a fase de preparação. A contaminação ocorre preferencialmente pelas mãos

dos manipuladores e dos utensílios de cozinha. Assim, tábuas para cortes, facas, cortadores,

moedores, recipientes e panos de limpeza constituem veículos comuns para a transmissão de

agentes de toxinfecções alimentares. A limpeza e a desinfecção de utensílios, equipamentos

e superfícies de cozinha entram em contato com os alimentos in natura e constitui ponto

importante para a veiculação de microrganismos patogênicos (GERMANO, 2008).

19

O homem constitui para o seu semelhante e para os alimentos, importante veículo

dos microrganismos. Ele pode ser contaminante quando apresenta processos infecciosos, em

períodos de convalescença ou como portador assintomático. Assim, o nariz, a garganta, as

mãos, o intestino e as lesões inflamatórias cutâneas, a falta de asseio do manipulador e

ambiente, longa exposição do alimento ao ar próximo a presença de sujidades e lixos e

presença de animais, entre outros, são, geralmente causas influentes e potenciais para

contaminação dos alimentos (EVANGELISTA, 2003).

Uma pesquisa realizada em hospitais na Inglaterra constatou grande disseminação de

enteroparasitas, em indivíduos manipuladores de alimentos. Foi verificado que apenas

28,6% desses indivíduos lavavam as mãos antes da preparação dos mesmos (OTERI e

EKANEM, 1989). Na Itália houve um maior índice de contaminação por protozooses em

novos imigrantes do que italianos que atuavam na área de alimentos (ROSSO e MIOTTI,

1991). Em Uberlândia-MG, os manipuladores da merenda escolar estavam parasitados em

85% das escolas estudadas (COSTA-CRUZ, 1995). Em Florianópolis (NOLLA e CANTOS,

2002; NOLLA, 2005), demonstraram alta prevalência de enteroparasitoses em

manipuladores de alimentos que atuavam em restaurantes do tipo „„ fast-food ‟‟.

Visto que o termo „„Manipulador de Alimentos‟‟ é utilizado para classificar todas as

pessoas que podem entrar em contato parcial ou totalmente com o alimento no momento de

sua produção (Comissão Internacional de Especificações Microbiológicas dos Alimentos –

ICMFS, 1997), percebe-se a importância do treinamento destes indivíduos com base em

educação sanitária, objetivando uma diminuição das doenças de origem alimentar (GÓES,

2001).

A intervenção na educação para manipulação adequada de alimentos pode contribuir

para aumentar a segurança do manipulador no manuseio de alimentos, ampliarem as

perspectivas educacionais deste e proporcionar à população um alimento seguro, do ponto

de vista microbiológico (LEVINGER, 2005).

Uma maneira de se educar o manipulador é fazê-lo conhecer como os

microrganismos potencialmente veiculadores de DTA‟s atuam no hospedeiro humano e o

que deve ser feito para oferecer ao consumidor alimentos seguros, do ponto de vista

microbiológico (FINLAY e FALKOW, 1997).

Por fim, os microrganismos podem contaminar alimentos em qualquer um dos

estágios de produção, manuseio, processamento, acondicionamento, distribuição e/ou

preparo para o consumo. A maior parte dos alimentos está sujeito a diversas fontes

potenciais de microrganismos, porém podem-se controlar os níveis de contaminação e

20

manter a microbiota em um número aceitável pela legislação vigente, através de manuseio

adequado, conhecimento e emprego de fatores que influenciam o crescimento destes agentes

nos alimentos, dentre outras ações (LIMA e SOUSA, 2002).

2.4 - VEGETAIS MINIMAMENTE PROCESSADOS

O termo minimamente processado é designado a produtos semelhantes aos in natura,

obtidos pelos processamentos simples, como seleção, limpeza, lavagem, descascamento e

corte, sanitização, centrifugação e embalagem, não alterando suas qualidades organolépticas

e garantindo uma vida útil satisfatória para o que se pretende com valor agregado, pois

requer menor tempo de preparo e menos desperdício, atendendo às exigências da vida

moderna (DAMASCENO, 2001; SANTANA, 2002).

A partir da década de 1990 no Brasil em particular começou a serem comercializadas

frutas, legumes e verduras previamente lavadas, cortadas, embaladas e processadas na sua

grande maioria, identificadas como vegetais minimamente processados. Devido à economia

de tempo, necessidade em incorporar hábitos saudáveis, aumento do poder aquisitivo,

redução no tamanho das famílias e em função das conveniências da vida moderna, são

fatores a que vem justificar o crescente consumo e significativa aceitação dos vegetais

minimamente processados que traz variada oferta de opções no varejo e facilidade de

escolha para o consumo direto (GERMANO, 2008).

Hoje também é possível encontrar produtos minimamente processados nas feiras,

como saladas prontas, hortaliças e vegetais, estando lavados, cortados e embalados. Durante

esse processo deve se levar em consideração a qualidade da água utilizada, a lavagem dos

alimentos e a desinfecção feita, o que na maioria das vezes não ocorre, bem como os

utensílios ou equipamentos utilizados pelos manipuladores. Esses detalhes quando somados

representam pontos críticos para a higiene dos alimentos consumidos (GERMANO, 2008).

As hortaliças, em geral, merecem uma atenção especial ao serem consumidas em

forma de saladas cruas, pois pode conter larvas e ovos de helmintos bem como cistos de

protozoários, provenientes de águas contaminadas por dejetos fecais de animais e/ou homem

(COELHO, 2001). Em sua pesquisa Jay (2002), mostrou que 20% das hortaliças destinadas ao

consumo humano sofrem alterações microbianas, por organismos deterioradores e/ou

potencialmente patogênicos.

21

Microrganismos patogênicos juntamente com os deterioradores, podem contaminar os

produtos de origem vegetal por fontes diversas, e essa contaminação tem início na fase de

produção, nos campos, quando há o contato com solo, água, fezes de animais, insetos,

manipuladores e perdurando durante as etapas de colheita, manuseio, transporte da matéria

prima até a indústria e durante o seu processamento e finalizando no preparo do produto pelo

consumidor. Medidas preventivas precisam ser adotadas para minimizar a contaminação dos

produtos em toda a cadeia produtiva, a implantação das Boas Práticas Agrícolas (BPA), Boas

Práticas de Produção (BPP) e o programa de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle

(APPCC) são fundamentais para o conhecimento, previnem a contaminação e o crescimento

microbiano em produtos minimamente processados (BEAN, 1997).

A principal forma de contaminação de organismos patogênicos em hortaliças dá-se,

principalmente, por meio de água contaminada e por material fecal de origem humana,

utilizada na irrigação de hortas ou ainda por contaminação do solo por uso de adubo orgânico

com dejetos fecais (SLIFKO, 2000; ROBERTSON e GJERDE, 2001; SIMÕES, 2001). O

controle sanitário das águas utilizadas na irrigação de hortaliças (que são muitas vezes

utilizadas pela população) é de grande importância em Saúde Pública, uma vez que podem

servir de veículo de contaminação desses alimentos (GALLEGOS, 1999; CARVALHO,

2003).

„„Os vegetais apresentam grande potencial de risco na transmissão de agentes

patogênicos, sendo relacionados a surtos de toxinfecções alimentares.‟‟ (NASCIMENTO,

2003). As técnicas de cultivo, armazenamento, transporte e distribuição, a prática do uso de

adubo orgânico (animal e vegetal), uso de águas contaminadas na irrigação, a embalagem

em engradados abertos e situações deficientes de higiene no manuseio e preparo, são

condições que favorecem os pontos de perigo para os vegetais minimamente processados.

Esse risco aumenta principalmente quando o produto é consumido na forma crua

(PACHECO, 2002).

O mesmo é reforçado por Berbari, Paschoalino e Silveira (2001), com a tendência ao

consumo das hortaliças minimamente processadas, a preocupação com o risco de natureza

microbiológica torna-se acentuada, pois muitas operações como corte, lavagem e embalagem

que são feitas de forma manual, vem aumentar ainda mais o risco de contaminação dos

produtos.

Uma pesquisa realizada por Moretti (2007) com o apoio do Instituto de Defesa do

Consumidor (Idec) em 2004 avaliou 162 amostras minimamente processados incluindo

alface lisa, agrião e cenoura provenientes de doze fabricantes do estado de São Paulo e

22

adquiridas no comercio varejista, feiras-livres, supermercados, hipermercados e sacolões. O

resultado das amostras recolhidas revelou que nove marcas estavam contaminadas com

coliformes fecais, sendo esta situação inadmissível pelo Idec, pois o consumidor além de

adquirir um vegetal teoricamente pronto para consumo ele acredita que os mesmos sejam

mais seguros.

A contaminação destes alimentos pode ocorrer durante seu cultivo, através da

irrigação do solo ou durante seu processamento por meio de manipuladores, equipamentos e

utensílios não devidamente higienizados. Os coliformes são microrganismos indicadores de

condições sanitárias indesejáveis. A presença destes não indica necessariamente

contaminação fecal, por que a maioria dos coliformes é encontrado no ambiente. Este tipo

de contaminação só é confirmado com a presença de Escherichia coli, que está presente no

intestino do homem e é resistente fora dele. A presença de E. coli indica contaminação fecal

recente (TORTORA, 2005).

Além dos aspectos sanitários, os produtos minimamente processados apresentam

diversos problemas técnicos e de preservação, o que os tornam consideravelmente mais

perecíveis que os frutos in natura (não processados). As superfícies expostas desencadeiam

uma série de reações fisiológicas, tornam-se inevitavelmente suscetíveis à ação do ar,

acelerando a oxidação e subseqüente escurecimento e principalmente facilitando a

contaminação por microrganismos (SOLIVA e MARTIN, 2003).

Devido ás técnicas inadequadas de manuseio do vegetal após a colheita,

especialmente durante as operações de transporte e armazenamento, as perdas são enormes,

o que acarreta grandes prejuízos aos produtores e varejistas e também aos consumidores,

que devem ser cautelosos ao adquirir um produto de qualidade duvidosa (RODRIGUES,

2002).

23

2.5 - DOENÇAS DE ORIGEM ALIMENTAR

De acordo com registros da Organização Mundial de Saúde (OMS), são detectados

anualmente nos países em desenvolvimento mais de um bilhão de casos de diarréia aguda

em crianças menores de cinco anos, das quais 5 milhões chegam a óbito. A contaminação

bacteriana dos alimentos é uma das causas representativas desses casos. Ainda de acordo

com a OMS, a higiene dos alimentos compreende em "todas as medidas necessárias para

garantir a inocuidade sanitária dos alimentos, mantendo as qualidades que lhes são próprias

e com especial atenção para o conteúdo nutricional" (WHO, 2006). Em 1989, este órgão

informou que 60% das doenças de origem alimentar são toxinfecções alimentares, ou seja,

os agentes etiológicos como as bactérias, vírus, fungos e parasitas, são provenientes

principalmente de práticas inadequadas de manipulação, matérias-primas contaminadas,

falta de higiene durante a preparação, além de equipamentos e estrutura operacional

deficiente (SILVA JÚNIOR, 2001).

O Comitê da World Health Organization/Food and Agriculture Organization

(WHO/FAO) admite que doenças oriundas de alimentos contaminados sejam,

provavelmente, o maior problema de saúde no mundo contemporâneo (WHO, 2006). Em

virtude dessas necessidades, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

publicou a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 216, de 15 de setembro de 2004, que

está em vigor desde 15 de março de 2005, na qual aprova o Regulamento Técnico de Boas

Práticas para Serviços de Alimentação a fim de garantir as condições higiênico-sanitárias do

alimento preparado, sendo um dos sistemas mais reconhecido e de boa resposta para obter

um alimento seguro.

Os alimentos vendidos nas feiras-livres estão expostos ao ar livre tendo maiores

possibilidades de sofrer alterações biológicas, devido às ações dos diferentes organismos

atuando sobre eles. Isto se deve ao fato de receber pouco controle bromatológico ou devido

à manipulação inadequada podendo não somente veicular microrganismos patogênicos

como também propiciar o desenvolvimento e a sobrevivência desses patógenos favorecendo

a ocorrência de DTA‟s. Além de estarem em contato com a poluição urbana, longe da

proteção de um estabelecimento coberto, costumam estar mais expostos à contaminação por

microrganismo e insetos (GERMANO, 2008).

Existe uma relação direta entre as condições higiênicas dos manipuladores de

alimentos e doenças bacterianas de origem alimentar. Manipuladores doentes, portadores

assintomáticos, que apresentam hábitos de higiene pessoal inadequados, ou ainda que usem

24

métodos anti-higiênicos na preparação de alimentos, podem contaminá-los (CARDOSO,

1993). Mesmo manipuladores sadios abrigam microrganismos que podem contaminar os

alimentos como os localizados na boca, nariz, garganta e trato intestinal. Equipamentos e

utensílios com higienização deficiente têm sido incriminados, isoladamente ou associados

com outros fatores, em surtos de doenças de origem alimentar ou em alterações de alimentos

processados (SIQUEIRA, 2005).

A contaminação dos alimentos e seus produtos alimentícios podem ocorrer através

de microrganismos, agentes químicos, metais pesados, infestação parasitária e pesticida.

Esse quadro pode ser propício para transmitir enfermidades de origem microbiana devido ao

deficiente processo de armazenagem, preparo ou manuseio dos alimentos (EVANGELISTA,

2003). Para Souza e colaboradores (2004) os principais fatores que envolvem a ocorrência

de DTA‟s são a qualidade da matéria-prima, características dos equipamentos e utensílios

usados na preparação dos mesmos, as condições ambientais precárias e técnicas de

higienização e principalmente as do manipulador.

As principais DTA‟s possuem como características comuns um curto período de

incubação e um quadro clínico gastrointestinal manifestado por diarréia, náuseas, vômitos e

dor abdominal, acompanhado ou não de febre. Normalmente, possuem curta duração, que

após o tratamento ocorre recuperação total do paciente (GERMANO, 2008).

2.6 - PARASITOSES INTESTINAIS

As parasitoses intestinais possuem elevada prevalência e diferentes manifestações

clínicas. Além disso, elas representam um problema de grande relevância em Saúde Pública,

uma vez que aproximadamente um terço da população brasileira vive em condições

ambientais propícias à disseminação das infecções parasitárias (MUNIZ, 2002; FERREIRA,

2003). O Brasil, como um país tropical em desenvolvimento, possui clima e situação

socioeconômica que favorece a ocorrência de doenças parasitárias. Tanto nas áreas rurais

quanto nas urbanas, nos países em desenvolvimento, as parasitoses intestinais são

amplamente distribuídas devido às más condições sanitárias, e as hortaliças servem como

um dos principais veículos de transmissão destas enfermidades intestinais (BRANCO e

RODRIGUES, 1999; SIMÕES e PISANI, 2001).

Trabalhos apontam uma menor incidência de enteroparasitoses nas regiões onde o

processo de desenvolvimento melhorou, dentre eles as condições de saneamento básico e

25

abastecimento de água potável (ALVES, 1998; TAVARES e GRANDINI, 1999; GRILLO,

2000; COULTER, 2002). As condições de higiene ambiental refletem as condições

sanitárias nas quais o homem vive e estas, por sua vez, parecem exercer profunda influência

na cadeia de transmissão das enteroparasitoses. O indivíduo infectado contamina seu próprio

ambiente com ovos, cistos e larvas de parasitas intestinais, e a água pode acumulá-los e

transportá-los a grandes distâncias. Assim as fezes representam o veículo e a fonte de

contaminação de todos os parasitas intestinais (PUPULIM, 1996; MESQUITA, 1999;

WANDERLEY, 2000).

Outro elemento que contribui ativamente na transmissão das parasitoses são as mãos

sendo elas um dos principais elementos da cadeia. O hábito de não lavar as mãos antes das

refeições, presença de unhas sujas, costumes como levar as mesmas e objetos à boca tornam

o hospedeiro suscetível a infecções parasitárias (SOBRINHO, 1995).

Estudos realizados não só no Brasil (GUILHERME, 1999), mas também no México

(TSUJI; BARBAROSA; ZAVALA, 1997) e na Noruega (ROBERTSON; GJERDE, 2001),

mostraram elevados índices de contaminação parasitária em hortaliças. Já Guilherme (1999)

registrou nas hortaliças comercializadas na Feira do Produtor, em Maringá-PR, 16,6% de

enteroparasitas, e Silva (1995) encontrou um índice de 21,4% em amostras coletadas da

Zona Sul e Norte da cidade do Rio de Janeiro, que apresentou um percentual de

contaminação parasitária superior quando comparada com outros estudos já concluídos.

A qualidade sanitária das hortaliças consumidas pela população tem sido avaliada

por alguns autores, e o risco de contaminação depende, entre outros fatores, da freqüência

com que os cistos de protozoários e ovos de helmintos aparecem nesses alimentos

(COELHO, 2001; TAKAYANAGUI; OLIVEIRA; BERGAMINI, 2001).

26

2.7 - Escherichia coli

Atualmente, dentre os agentes de doenças transmitidas por alimentos, a Escherichia

coli passou a merecer especial atenção da indústria de produtos alimentícios, das autoridades

de saúde e, também, da própria sociedade, todos preocupados com suas graves

conseqüências. As diarréias causadas pela E. coli apresentam distribuição mundial. A

incidência de infecções é maior nas regiões tropicais, onde prevalecem grandes

aglomerações populacionais, condições sanitárias precárias e onde a contaminação dos

abastecimentos de água é uma constante. As principais vias de transmissão são os alimentos

de origem animal e vegetal, principalmente quando consumidos crus ou insuficientemente

cozidos, além da água fornecida de abastecimento não tratado (GERMANO, 2008).

A Escherichia coli é membro da família Enterobacteriaceae, gênero bacteriano com

aproximadamente mil tipos antigênicos, encontrada normalmente nos intestinos dos animais

e do homem. É um comensal do intestino, suprime bactérias nocivas e participa da síntese

de numerosas vitaminas. Representa 80% da flora intestinal aeróbia, sendo eliminado nas

fezes, o que propicia a contaminação do solo e águas (GERMANO, 2008).

A E. coli pode ser classificada por seus mecanismos de patogenicidade (toxinas,

adesinas, invasibilidade), pelos danos a animais de laboratório e padrões de adesão a células

eucarióticas em cultura. Seus patógenos incluem: I) E. coli enteropatogênica (EPEC)

acomete recém nascidos e lactentes. II) E. coli enteropatogênica atípica (A-EPEC). III) E.

coli enterotoxigênica (ETEC) provoca as diarréias infantil e dos viajantes. IV) E. coli

enterohemorrágica (EHEC) ataca com bastante gravidade, preferencialmente, crianças e

idosos. V) E. coli enteroinvasiva (EIEC) acomete jovens e adultos. VI) E. coli de adesão

difusa (DAEC) e por último VII) E. coli enteroagregativa (EAEC) (GERMANO, 2008).

Os coliformes representados pelos gêneros Escherichia, Enterobacter, Klebsiela,

Serratia e Citrobacter, fermentadores de lactose, apresentam em comuns características de

serem bastonetes curtos, Gram negativos, não formadores de esporos, anaeróbios

facultativos pertencentes da família Enterobacteriaceae. São freqüentemente utilizados como

indicadores higiênico-sanitários em controle de qualidade dos alimentos (ROBERTSON,

2002; SALVATORI, 2003). Os coliformes de origem fecal desenvolvem-se em matérias-

primas e alimentos obtidos de diferentes tecnologias, a sua presença pode ser utilizada como

identificador de contaminação indesejável (TAKAYAYANAGUI, 2001; EVANS, 2004). O

índice de coliformes totais é utilizado para avaliar as condições higiênicas, sendo que estas

27

significam contaminação pós – processamento, limpezas e sanificações deficientes,

tratamentos térmicos ineficientes ou multiplicação durante o processamento ou estocagem

(SIQUEIRA, 1995).

Para se determinar o número mais provável de bactérias do grupo coliforme realiza-

se a diferenciação entre os coliformes de origem fecal e não fecal. Algumas bactérias do

grupo coliforme são encontradas no solo e em vegetais e têm a capacidade de se multiplicar

na água com relativa facilidade. Entre os coliformes há bactérias que são comprovadamente

de origem fecal, não se multiplicam com facilidade no ambiente externo e têm sobrevivência

similar à das bactérias patogênicas (CANALE, 1993; SPERLING e CHERNICHARO,

2002). Estas bactérias são diferenciadas dos demais coliformes, pois podem se multiplicar e

produzir gás a partir da lactose, quando incubadas a temperaturas entre 43ºC a 46ºC. Devido

a sua origem foram nomeadas de coliformes fecais, com isso passaram a constituir um

parâmetro de confiabilidade superior em relação aos coliformes totais (JËMMER, 1999;

CROWTHER, 2002).

A enumeração de coliformes fecais é indicação sumária de Escherichia coli e,

conseqüentemente, de contaminação fecal em alimentos, compõe preceito normativo

estabelecido pela portaria 01/87 (BRASIL, 1987). No Brasil, a partir de janeiro de 2001,

passou a vigorar nova resolução que alterou os padrões microbiológicos previstos

anteriormente, como forma de compatibilizar a legislação nacional com princípios

harmonizados no MERCOSUL (ANVISA, 2001). Os processos analíticos de enumeração de

coliformes fecais seguidos pela legislação em vigor ANVISA (2001) basearam-se na

capacidade que tem a Escherichia coli de desenvolver-se após ensaio presuntivo em caldo

Lauril Sulfato Triptose, em condições de temperatura elevada, o que privilegia o

crescimento desta bactéria, em detrimento de outras bactérias enterais como Enterobacter e

Citrobacter (PHILIPPI e MORETO, 1995; PEREIRA, 1999a; PEREIRA, 1999b).

28

2.8 - ÁGUA

A água também é considerada um dos fatores de risco para contaminar alimentos,

pois contendo agentes nocivos podem infectar diretamente o homem e animais. As

hortaliças, em especial as consumidas em saladas, podem conter larvas e ovos de helmintos

e cistos de protozoários, provenientes de águas contaminadas por dejetos fecais de animais

e/ou de homem (CANTOS, 2004). Os microrganismos são capazes de se multiplicar

amplamente, quando encontram, no alimento, substrato de sua preferência. Alguns feirantes

possuem hábitos de regar e lavar as hortaliças, verduras ou frutas em tanques onde a água

não circula e cada vez mais estes recipientes vão se tornando mais sujos deixando então os

alimentos sujeitos a contaminação, quando regados nesta mesma água (EVANGELISTA,

2003).

A presença de água em quantidades adequadas e com localização definida é

imprescindível nos alimentos para que tenham qualidade aceitável para o consumidor.

Entretanto, esta água nos alimentos faz com que eles sejam altamente perecíveis por isso,

são requeridos métodos eficazes de conservação quando se pretende armazená-los por

longos períodos. Sabe-se que a extração da água por desidratação e a transformação ao

estado sólido (congelamento) são métodos muito eficazes para a conservação dos alimentos,

mas alteram suas propriedades nutricionais (ORDÓÑEZ, 2005).

A água é, provavelmente, o fator individual que mais influi na alteração dos

alimentos. Por outro lado, está perfeitamente demonstrado que alimentos com o mesmo

conteúdo em água alteram-se de forma distinta, do que se deduz claramente que a

quantidade de água por si só não é um indício fiel da deterioração dos alimentos. Como

conseqüência desse fato, surgiu o conceito de atividade de água (Aw), que foi muito

apreciado em estudos sobre alterações de alimentos, por estar diretamente voltado para o

crescimento e a atividade metabólica dos microrganismos e com as reações hidrolíticas. A

utilidade da Aw foi desapreciada, algumas vezes, porque nem sempre se pode prever

totalmente o crescimento microbiano, já que a resposta dos microrganismos é diferente,

dependendo do soluto responsável pelo valor de Aw. Contudo, em termos gerais, pode-se

dizer que, graças a esse conceito, é possível calcular a estabilidade de muitos alimentos,

aprimorarem o processo de conservação e desidratação e projetar novos produtos mais

estáveis (ORDÓÑEZ, 2005).

As doenças transmitidas por alimentos são resultados predominantemente do ciclo de

29

contaminação fecal/oral. A utilização de águas na irrigação ou lavagem das verduras, que

estão altamente contaminados por esgoto não tratado ou que sofrerão contaminação cruzada

por matéria fecal de animais domésticos ou silvestres, que vivem e se alimentam próximo a

fonte de água, constitui um importante fator que interfere nas condições higiênico-sanitárias

das verduras (BERBARI, 2001). Outros fatores que contribuem para a produção de

alimentos de alto risco são as más condições higiênicas dos ambientes de preparo,

manipulação e distribuição do alimento ao consumidor, acesso a água não tratada no local

de exposição do alimento ou para lavagem das mãos, qualidade inadequada para manter a

temperatura de conservação, o que leva a produção de alimentos de alto risco.

Segundo Marzochi (1997), através da água contaminada por material fecal de origem

humana, utilizada na irrigação de hortaliças, ou ainda, por contaminação do solo por uso de

adubo orgânico com dejetos fecais são fatores propícios para a contaminação das hortaliças

que acarreta diversas enfermidades entéricas.

2.9 - DETERIORAÇÃO DE ALIMENTOS

Alimentos deteriorados são aqueles danificados por agentes microbiológicos,

químicos ou físicos de modo que seja inaceitável para o consumo humano. Quando a taxa de

microrganismos atinge certos níveis, eles provocam profundas modificações sensoriais

(liberação de odores anômalos, aparecimento de limosidade, acúmulo de ácidos, etc.) ou

físico-químicas (precipitação das proteínas, etc.), que torna o alimento inadequado para o

consumidor. Diz-se, então, que o alimento está alterado. Além disso, os metabólitos

produzidos acumulam-se nos alimentos, convertendo-os, freqüentemente, em produtos de

natureza tóxica para o homem. Certos microrganismos (ou suas toxinas), ao serem ingeridos

com alimentos, podem causar doenças. O organismo vivo é capaz de neutralizar esses

processos, mas, estando morto, é impossível evitar que, no material abandonado à própria

sorte, desencadeiem-se reações entre os componentes dos alimentos ou com substâncias de

origem extrínseca, como o oxigênio atmosférico, dando lugar ao acúmulo de substâncias (às

vezes prejudiciais) que induzem à recusa do alimento pelo consumidor. Essas reações

constituem por diversos fatores de origem física ou química (ORDÓÑEZ, 2005).

A contaminação destes alimentos por fungos e bactérias, ocorre inicialmente no

ambiente natural como o solo. A manipulação destes favorece uma contaminação cruzada,

ocorrendo por meio dos manipuladores dos alimentos ou dos utensílios utilizados em seu

30

processamento. Os danos físicos ocasionados pelo processamento do alimento, como corte e

descascamento ou por injúrias, causam a liberação de nutrientes e enzimas intracelulares que

favorecem a atividade enzimática e a proliferação microbiana, prejudicando a aparência e

acelerando a deterioração (FANTUZZI, 2004).

Entre as reações de natureza física, vale destacar a luz solar, que facilita a auto-

oxidação das gorduras e provoca a manifestação de certos aromas anômalos e de

descolorações na superfície dos alimentos. As temperaturas excessivamente elevadas

favorecem reações prejudiciais para a qualidade dos alimentos, como as de escurecimento

não enzimático ou a desnaturação das proteínas. Os agentes químicos capazes de causar

modificações nos alimentos são diversos, mas pode citar, entre eles, os ácidos e os álcalis,

poderosos agentes desnaturantes das proteínas, os metais pesados, que facilitam as reações

de auto-oxidação, além de serem tóxicos em concentrações elevadas, e o oxigênio

atmosférico, que participa de todas as reações oxidativas que ocorrem entre os componentes

dos alimentos. Há, finalmente, outros agentes que ao mesmo tempo podem causar alterações

nos alimentos e que procede de descuidos dos manipuladores ou de acidentes que são os

agentes mecânicos (golpes, amassamentos, etc.), que também favorecem a atuação de outros

agentes (ORDÓÑEZ, 2005).

Não se devem adquirir produtos alimentícios em más condições de conservação

como amassados, cortados ou com sinais de picadas de insetos, a não ser que sejam

destinadas para uso imediato, pois essas lesões na superfície dos vegetais criam aberturas

que permitem aos microrganismos e enzimas anteciparem o processo de deterioração. Como

os procedimentos de cortar e descascar vegetais pode provocar o aumento de

microrganismos de deterioração ou patogênicos, é aconselhável mantê-los refrigerados até o

momento da preparação ou de servir (GERMANO, 2008).

31

3. METODOLOGIA

3.1 - TIPO DE PESQUISA

O tipo da pesquisa é de delineamento transversal. A pesquisa foi realizada nos meses

de Abril a Novembro de 2009, no município de Governador Valadares (MG).

3.2 – AMOSTRA

Os autores e orientador comprometeram-se em não divulgar a identidade dos

feirantes, que participaram da pesquisa e forneceram os produtos minimamente processados.

Foi apresentado e explicado a cada feirante participante da pesquisa, de forma individual, o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido onde cada um assinou por livre e espontânea

vontade aceitando participar da pesquisa. As entrevistas foram realizadas nos próprios locais

de trabalho dos feirantes, em suas bancas.

A amostra foi composta por 34 feirantes, tendo como método de inclusão aqueles

que estiveram de acordo com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), como

segue o (ANEXO – B) e os que se dispuseram a responder a todas as perguntas que lhes

foram propostas por meio de um questionário. Quanto ao método de exclusão, foi dado

àqueles que se mostraram contrários aos critérios estabelecidos anteriormente ou que foram

novamente sorteados em outra feira-livre para aplicação do check-list, já que os mesmos

praticam uma rotação. Foram listados todos os feirantes participantes das oito feiras-livres

cadastradas no SEMOV – Serviço Municipal de Obras e Viação, e dentre os que se

propuseram participar, foram escolhidos 60% dos feirantes em cada uma de forma aleatória

tirados por sorteio. O número total de feirantes é 56, portanto 60 % dos feirantes

correspondem a 34. As feiras se realizam nos seguintes bairros: Centro (Rua José Luiz

Nogueira, Rua São João e Rua Oswaldo Cruz), Jardim Pérola, Nossa Senhora das Graças,

São Paulo, Lourdes e Vila Isa.

A escolha por 60% da amostra se deve ao fato de que, quanto maior a amostragem

selecionada maior a precisão da pesquisa, segundo Rodrigues (1993). Levando em

consideração que as feiras-livres de Governador Valadares exercem uma rotatividade de

feirantes, onde os mesmos expõem suas bancas em diferentes bairros, desta forma seria

32

impossível atingir 100% da população estudada, uma vez que há a repetição dos feirantes.

Um número inferior a 60 % representaria uma amostra muito pequena, diante do problema

exposto. Além disso, 60% é o número significativo sendo esse acima da média.

Foram realizadas análises microbiológicas dos produtos vendidos nas feiras-livres

sendo considerados pelos feirantes como minimamente processados. A escolha foi definida

por sorteio de forma aleatória, sendo uma amostra de cada feira-livre participante da

pesquisa.

As feiras foram nomeadas A, B, C, D, E, F, G e H, não sendo assim citados seus

nomes, garantindo sigilo e privacidade para as demais.

Para facilitar a visualização do atendimento alcançado pelas feiras-livres os gráficos

foram criados com o fundo seguindo cores que identificam a classificação do

estabelecimento (Figura 1).

Figura 1 – Legenda de classificação das feiras–livres de acordo com o percentual de atendimento.

3.3 – INSTRUMENTOS

O instrumento necessário para a realização desta pesquisa foi um check-list

(ANEXO – C) baseado no Decreto Municipal n. 6.456, de 12 de julho 1999, Resolução-

RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004 da ANVISA e a resolução RDC nº 275, de 21 de

outubro de 2002 do Ministério da Agricultura.

3.4 - PROCEDIMENTOS PARA APLICAÇÃO DO CHECK-LIST

Foi aplicado um questionário (check-list) contendo 31 perguntas sobre as condições

sanitárias da feira, onde se avaliou aspectos gerais de instalações, hábitos higiênicos e

vestuário dos manipuladores, água, higiene dos alimentos e utensílios. O questionário

33

baseou-se no decreto nº. 6.456, de 12 de julho 1999, na Resolução – RDC nº 216, de 15 de

setembro de 2004 e na Resolução RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002.

As observações foram dividas em 5 etapas:

Tabela 1 - Distribuição dos quesitos da lista de verificação das Boas Práticas de Fabricação.

A avaliação da Etapa 1 constitui-se por seis itens que abordam sobre a situação física

das barracas, higiene da área, presença de insetos e roedores e sobre o lixo.

A Etapa 2 foi elaborada com nove itens sobre o asseio pessoal, higiene de

manipuladores e condições de assepsia.

A Etapa 3 contou com três itens onde foi possível avaliar o controle da qualidade da

água.

A Etapa 4 foi composta de nove itens sobre qualidade sanitária dos alimentos,

processo de armazenagem, estocagem e embalagem.

A Etapa 5 formou-se por quatro itens avaliando a forma de higienização,

armazenamento e utensílios utilizados.

Para classificação das feiras-livres, serão utilizados 3 intervalos: feira considerada

em patamar BOM: de 75 a 100% de atendimento dos quesitos; REGULAR: de 50 a 74,9 %

de atendimento dos quesitos e RUIM: de 0 a 49,9% de atendimento dos quesitos, adaptado

do que é empregado pela ANVISA (2002).

3.5 – ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS

Foi avaliada a presença de coliformes totais e de coliformes de origem fecal em 8

amostras de hortaliças sendo estas 3 de couve, 1 de agrião, alface, almeirão, espinafre e

repolho, todas sendo consideradas minimamente processadas. A escolha por mais de uma

Etapas Nº de

quesitos

Etapa 1: Aspectos Gerais de Instalações 6

Etapa 2: Aspectos Gerais sobre hábitos higiênicos e vestuário dos

manipuladores 9

Etapa 3: Aspectos Gerais de Água 3

Etapa 4: Aspectos Gerais de higiene dos alimentos 9

Etapa 5: Utensílios 4

34

amostra de couve é devido ao fato de a mesma ser encontrada em maiores quantidades

nestas feiras. As mesmas foram colocadas em sacos plásticos e acondicionadas em caixa de

isopor, com gelo, que em seguida foram encaminhadas ao laboratório de Microbiologia da

Universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE, para verificação da contaminação microbiana.

Para a análise microbiológica foi utilizado a metodologia proposta por Regina Silva de

Siqueira, através do Manual de Microbiologia de Alimentos de 1995, conforme mostra a

Figura 2.

A partir da maceração da hortaliça os procedimentos foram realizados em capela

previamente esterilizada, onde todos os membros do grupo estavam devidamente

paramentados obedecendo todos os critérios de segurança para a realização do mesmo. Os

caldos juntamente com os tubos, erlemeyer e todo o material utilizado foram submetidos à

esterilização em autoclave por 15mim a 121ºC.

Para a realização das análises utilizou-se o esquema da Técnica do NMP (número

mais provável), sendo possivel visualizar no (ANEXO – D). O cálculo do NMP de

coliformes fecais foi resolvido com auxílio da Tabela do NMP - série de três tubos

(SIQUEIRA, 1995). No laboratório de Microbiologia da Universidade, foram utilizadas

luvas de borracha para manipular as amostras, em seguida pesadas em balança previamente

tarada (Figuras 3 e 4), que após a separação de 25 gramas da amostra as mesmas foram

submetidas à maceração em graal previamente autoclavado (Figuras 5 e 6). A hortaliça já

macerada foi distribuída no erlemeyer com H₂O Peptonada seguido de homogeneizer

(Figuras 7 e 8), depois da completa homogeneização com o auxilio de uma pipeta graduada

ocorreu inoculação em todos os tubos contendo Caldo Lauril Sulfato Triptose - LST

(ANEXO – E) sendo 1 ml de cada diluição para a concretização do Teste Presuntivo

(Figuras 9 e 10). Para finalização dessa etapa os tubos foram armazenados em estufa a

35ºC/24h (Figura 11). Para todas as amostras os testes foram realizados em triplicata.

É possível verificar nas Figuras 12, 13, 14, 15 e 16 que após o período de incubação

houve presença de gás no interior dos tubinhos de Durham. Subseqüente houve a retirada

nos tubos com caldo LST uma alçada bacteriológica e adicionados nos tubos contendo 7 ml

de Caldo Escherichia coli - EC (ANEXO – F) e Caldo Verde Brilhante Lactose Bile a 2% -

VB (ANEXO – G), que após inoculação foram incubados em estufa a 45,5 ºC/ 24 horas e

35ºC/ 24 horas respectivamente (Figuras 17 a 32).

35

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 - CLASSIFICAÇÕES DAS FEIRAS-LIVRES SEGUNDO AS BOAS

PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO (BPF)

Para análise das condições higiênico-sanitárias das feiras-livres foram aplicados os

check-list as mesmas com o objetivo de avaliá-las quanto a vários parâmetros (ANEXO -

C). Além disto, foram levantados os principais fatores que poderiam contribuir com a

contaminação das hortaliças, como instalações, hábitos higiênicos e vestuário dos

manipuladores, água, higiene dos alimentos e utensílios.

Na Tabela 2 mostra o percentual de atendimento no quesito instalações. Todas as

feiras obtiveram o resultado ruim, ou seja, abaixo de 40% de atendimento ao check-list.

Como resultado geral, as feiras obtiveram 15% de atendimento nos quesitos contidos na

etapa, o que classifica- as em ruim. Com relação às instalações verificaram-se como

inadequações a presença de animais e lixos nas imediações das feiras, o que favorece a

contaminação dos produtos vendidos nas mesmas. As bancadas são de madeiras, muitas

vezes estão quebradas, úmidas, rachadas e sujas e ainda possuem contato direto com as

hortaliças. A madeira é um material que propicia a contaminação por bolores e leveduras, o

que promove o crescimento destes microrganismos. Além disso, as bancadas são lavadas

quinzenalmente, sendo esse intervalo considerado muito longo, o que favorece também o

desenvolvimento de organismos. Não existe uma área adequada para a estocagem do lixo.

Os feirantes depositam o lixo nas ruas e não em cestas de lixo acionadas com pedal.

Tabela 2 – Percentual de atendimento no quesito de instalações – Etapa 1

36

Quanto ao quesito de hábitos higiênicos e vestuário dos manipuladores, as feiras

também obtiveram um percentual regular visto a maior nota ser de 49% na feira A e a nota

geral 23%; um valor considerado muito baixo, conforme a Tabela 3. Na análise desse

quesito, verificou-se que os manipuladores não seguem as boas práticas de fabricação.

Todos os feirantes possuem mãos e unhas sujas, usam adornos como anéis, pulseiras,

brincos e relógios, apresentam barba e cabelos desprotegidos. Não realiza a higiene e anti-

sepsia das mãos ao manusear as hortaliças, o que contribui para o processo de contaminação

das mesmas. Nota-se também a ausência de uma pessoa destinada somente para manusear

dinheiro a fim de evitar a contaminação cruzada. Para Souza, (2006) a higiene dos

manipuladores de alimentos é um fator que deve ser gerenciado e controlado para não

comprometer a segurança dos alimentos e evitarem contaminações e toxinfecções. Os

feirantes não possuem uniformes de cor clara ou jalecos. As vestimentas se apresentam sujas

e em más condições. Os banheiros químicos não possuem pias para higienização das mãos e

se localizam bem próximos as instalações das feiras. Os manipuladores praticam atos que

contribuem para a contaminação dos alimentos tais como fumar e manipular as hortaliças

com mãos sujas.

Tabela 3 – Percentual de atendimento no quesito de hábitos higiênicos e vestuário dos manipuladores – Etapa 2

Nos resultados obtidos na avaliação do quesito água, houve uma discrepância nos

valores encontrados, o que pode ser verificado na Tabela 4. A feira A obteve 66 % de

atendimento classificando-se como regular, enquanto a feira B e C 0% em ambas. Quanto à

média obtida o valor foi de 25 %, classificado como ruim. Para o item água, nota-se a

ausência do abastecimento de água pela rede pública. A falta de água é considerada um

quesito gravíssimo, pois impossibilita os manipuladores a realizarem a higienização correta.

37

Tabela 4 – Percentual de atendimento no quesito de água – Etapa 3

Como mostra na Tabela 5, a maior nota obtida quanto ao quesito higiene dos

alimentos, foi de 50% sendo a nota geral de 31%. Ambas se classificam como regular,

segundo a pontuação estabelecida. Na higiene dos alimentos observa-se que os feirantes não

separam adequadamente cada tipo de produto. Os alimentos entram em contato uns com os

outros propiciando a contaminação cruzada. Os produtos sofrem a incidência direta de

insetos, poeiras, chuvas e raios solares, o que favorece a modificação na composição

nutricional, textura e cor dos alimentos. É importante ressaltar que os alimentos são

armazenados em caixotes de madeira, sendo este uma ambiente ideal para proliferação de

microrganismos e que já foi proibido pela Vigilância Sanitária. Outro agravante é o fato dos

alimentos serem enrolados em jornais como forma de proteção. O jornal por sua vez,

constitui um material sujo e de grande manipulação. Os hortifrutigranjeiros não são

vendidos em sacos plásticos transparentes apropriados para este fim e as sacolas não são

armazenadas em locais adequados de forma a evitar a contaminação microbiana.

38

Tabela 5 - Percentual de atendimento no quesito de higiene dos alimentos – Etapa 4

Na etapa constituída de itens de utensílios todas as feiras possuíram resultados

ruins, sendo a menor nota 0% e a maior de 50%. A nota geral foi de 23%, conforme a

Tabela 6. Ao verificar o item utensílios, nota-se a ausência da higienização dos mesmos

e o inadequado estado de conservação e armazenamento.

Tabela 6 - Percentual de atendimento no quesito de utensílios – Etapa 5

As notas obtidas pelas feiras-livres avaliadas e sua classificação são mostradas

na Tabela 7. De uma maneira geral, as feiras avaliadas no presente trabalho, quanto as

Boas Práticas de Fabricação, foram classificadas como “ruim”, com nota média de 15%.

Estes dados evidenciam que o critério de BPF ainda não é amplamente aplicado às

feiras-livres.

39

Tabela 7 - Classificação geral das feiras-livres em relação ao percentual de atendimento de todos os

quesitos

É consenso que o consumo de frutas e verduras proporciona importantes

benefícios à saúde, com implicações diretas na qualidade de vida. Nesse sentido, há um

estímulo para que esses alimentos sejam consumidos, sobretudo na forma in natura.

Contudo, são muitos os fatores que concorrem para a ocorrência de doenças parasitárias

por meio da ingestão desses alimentos cultivados em áreas contaminadas com dejetos

fecais ou irrigadas com águas poluídas (MARZOCHI, 1997).

O mesmo pode ser observado por Palu (1999) que detectou a presença de

coliformes fecais em 92,3 % das amostras de hortaliças servidas em dois

estabelecimentos comerciais. Estudos realizados por Nascimento (2003) mostraram que

100% das amostras de saladas cruas estavam fora do padrão para coliformes fecais, e

elevada presença de coliformes totais.

O controle de doenças veiculadas por alimentos, que são resultantes do ciclo de

contaminação fecal-oral tem recebido atenção maior em todo o mundo (BLASER, 1996;

KÄFERSTEIN e ABDUSSALAM, 1999). Em Florianópolis-SC, apesar da Secretaria

Sanitária exigir um rigoroso sistema de vigilância em estabelecimentos que trabalham

com alimentos, recentemente foi verificado em indivíduos que atuavam em uma

empresa de alimentos e trabalhadores de Feiras-livres e “Sacolões” apresentavam um

elevado grau de parasitismo, sendo que os fatores socioeconômicos como distribuição

de renda, escolaridade e categorias ocupacionais são pontos importantes dentro deste

contexto (NOLLA, 2002).

De acordo com os resultados obtidos, observaram-se elevados níveis de

contaminação, podendo os mesmo ser atribuídos pelas más condições de higiene de

diversos fatores como a manipuladores, instalações, água, utensílios e alimentos,

conforme verificado no check-list.

Vários são os fatores de contaminação e cabe a cada responsável exercer o

controle microbiológico dos equipamentos, manipuladores, produto inicial e final,

evitando-se uma grande contaminação, que possa colocar em risco a saúde pública.

Uma pesquisa feita por Silva, 1995; Robertson e Gjerde, (2002) observou-se que

as condições higiênico-sanitárias durante a produção, coleta, transporte e

armazenamento das hortaliças fornecidas aos pontos de venda “Diretos do Campo”

foram inferiores aos dos produtores dos Supermercados. Notou-se ainda que os

40

primeiros não usavam luvas durante a coleta, nem todas as verduras eram embaladas em

sacos plásticos e o transporte das mesmas, na sua maioria, era feito em caminhão aberto.

Tanto o acondicionamento, como o transporte podem influir na taxa de contaminação

das hortaliças

Embora a legislação estabeleça um valor, a E. coli é indicativo de condições

higiênicas insatisfatórias, resultantes de manipulação inadequada, contaminação

cruzada, deficiência no processo de higienização dos equipamentos ou utensílios e até

mesmo do vegetal (SILVA, 2001).

A E. coli é uma bactéria cujo habitat natural é no trato intestinal de homens e

animas. A contaminação do alimento por este microrganismo indica geralmente uma

contaminação que pode ser direta ou indireta (JAY, 2002).

A implantação de um sistema efetivo de controle, por meio de um programa de

Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), é de fundamental

importância para o conhecimento e prevenção da contaminação e do crescimento

microbiano em produtos minimamente processados (VANETTI, 2000).

A presença de coliformes fecais e estruturas parasitárias nas hortaliças

analisadas no presente estudo demonstraram que em algum momento, seja na produção,

na manipulação ou no armazenamento das mesmas, houve contato destas com fezes do

homem e/ou animais. Considerando a relevância da transmissão de parasitas pela

ingestão dessas verduras é de se supor que em uma alimentação do tipo vegetariana há

uma maior possibilidade de contaminação por agentes patogênicos em indivíduos

adeptos deste estilo alimentar. Os resultados encontrados, ainda que preliminares, são

indicativos da contaminação fecal de origem humana e/ou animal, evidenciando desta

forma a má condição higiênico-sanitária na produção e manipulação de hortaliças,

ressaltando a importância da transmissão de enteroparasitoses por esta via. Por outro

lado, a constatação desses patógenos indicou a necessidade de adoção de medidas, por

parte dos órgãos de Vigilância Sanitária para melhoria da qualidade higiênica destes

tipos de alimentos tão consumidos pela população.

As Boas Práticas de Fabricação, como a lavagem em água clorada, uma

automática e bem projetada máquina de corte, treinamento dos operadores, entre outras,

podem contribuir para a redução inicial e subseqüente carga microbiológica. Apenas

uma estratégica combinação desses procedimentos pode conduzir a efetiva melhoria da

segurança e qualidade de produtos minimamente processados (BONNAS, 2005).

41

O hábito alimentar de consumir hortaliças in natura possibilita a exposição de

uma grande parcela da população às formas transmissíveis de parasitas (COELHO;

OLIVEIRA; MILMAN, 2001). É de se esperar que as hortaliças processadas

diretamente para o consumo sejam totalmente isentas de contaminação parasitária

(RODRIGUES, 2002; GIMENEZ, 2003).

Porém o contrário foi mostrado nessa pesquisa realizada nas feiras-livres no

município de Governador Valadares, onde 100% das hortaliças processadas diretas para

o consumo apresentaram coliformes totais e fecais conforme Tabela 12. A

contaminação pode ocorrer por falta de condições adequadas nos locais de preparo, falta

de conhecimento de técnicas de manipulação higiênica por parte dos comerciantes, ou

ainda pela falta de limpeza dos utensílios, superfícies e equipamentos utilizados durante

o processamento.

Seja qual for o motivo, esse dado é bastante preocupante, pois os consumidores

normalmente compram essas hortaliças e não utilizam o processo de lavagem das

mesmas, pois acreditam que estejam comprando um produto de qualidade garantida,

pronto para ser consumido. Assim, é importante que ações de Saúde pública focalizem

estas questões, a fim de que se possa reduzir a contaminação durante todo processo. É

importante que se promova também a educação dos consumidores, no sentido de

cozinhar os alimentos ou garantir a descontaminação dos vegetais consumidos crus.

Portanto, é de extrema importância a higienização correta das hortaliças antes do

consumo. Uma higienização correta é capaz de eliminar os microrganismos presentes

nas hortaliças, e em especial, nos minimamente processados. Segundo o Manual da

ABERC (2003), os produtos recomendados para desinfecção dos alimentos estão

representados na Tabela 8.

PRINCÍPIO ATIVO CONCENTRAÇÃO

Hipoclorito de sódio a 2 % - 2,5 % 100 a 250 ppm

Hipoclorito de sódio a 1% 100 a 250 ppm

Cloro orgânico 100 a 250 ppm

Tabela 8 - Produtos recomendados para desinfecção de alimentos

O tempo de contato da solução clorada 200 ppm com os alimentos deve ser de no

mínimo 15 minutos. A concentração da solução clorada pode variar entre 100 a 200 ppm,

podendo estender até 250 ppm. Entretanto, não é recomendado utilizar soluções com

42

menos de 100 ppm ou com mais de 250 ppm. Após a desinfecção com qualquer um dos

produtos recomendados o enxágüe é obrigatório. Para a solução clorada de 200 a 250 ppm

utiliza-se a seguinte diluição:

* 10 ml (1 colher de sopa) de água sanitária para uso geral a 2% - 2,5% em 1 litro de água

* 20 ml (2 colheres de sopa rasas) de hipoclorito de sódio a 1 % em 1 litro de água

4.2 - RECLAMAÇÕES DOS FEIRANTES

Durante a aplicação do check-list, os feirantes manifestaram-se ao fazer várias

reclamações. Todas elas foram listadas em seguida traçado o plano de ação corretiva.

Nas feiras A, C e G têm-se as seguintes reclamações: Ausência de pia nos

banheiros, falta de policiamento na feira-livre e ausência de abastecimento de água potável

pela rede pública. Estas queixas foram relatadas por 100% dos feirantes. Já banheiros

químicos com defeito, apenas 80% dos feirantes manifestaram-se.

Segundo os feirantes das feiras B e F é preciso um equipamento adequado para

acondicionar as caixas com mercadorias e as ruas encontram-se com muitos buracos

dificultando a instalação de suas barracas e a locomoção do consumidor. Ainda segundo

eles, quando chove a rua se alaga, dificultando a comercialização. Essas reivindicações

foram feitas por 100% dos feirantes das respectivas feiras citadas.

Já na feira D, 100 % dos feirantes indagaram a ausência de lixeiras ou contêniers

para o descarte do lixo.

Nas feiras E e H, têm-se as seguintes reclamações: ausência de bebedouros para os

feirantes, escassez de pias nos banheiros e insuficiência de espaço adequado para circular

com as mercadorias para 100% dos feirantes, e 80% dos entrevistados questionaram a falta

de banheiros químicos em vésperas de feriados.

4.3 - PLANO DE AÇÃO CORRETIVA DAS INADEQUAÇÕES E

RECLAMAÇÕES DOS FEIRANTES

Diante do exposto acima, é necessário que se façam várias ações quanto às feiras no

intuito de melhorá-las tanto no aspecto econômico quanto no aspecto higiênico. Essas

melhorias irão contribuir para que os feirantes tenham boas condições de trabalho e para

43

aumentar o fluxo dos consumidores. Tais ações serão listadas a seguir, com base nas

reclamações dos feirantes e inadequações observadas nas feiras.

É imprescindível a instalação nos banheiros de pias, sabonetes líquidos e álcool em

gel 70 %, para que os feirantes façam a adequada higienização das mãos a fim de evitar a

contaminação dos produtos comercializados. Além disso, realizar a manutenção dos

banheiros sempre que preciso. Faz-se necessário também o policiamento nos locais das

feiras para garantir a segurança dos feirantes e consumidores e a concessão do poder

público de bancas de material inoxidável ou metalon aos feirantes.

Preconiza-se também uma maior fiscalização pela Vigilância Sanitária, para evitar

a intercorrência de várias inadequações como comercialização de produtos em caixas de

madeira. É indispensável que haja uma maior conscientização dos feirantes, através de

palestras, cursos e panfletos sobre Boas Práticas de Fabricação.

É preciso que se disponibilize em todas as feiras, um suporte para as caixas para

que as mesmas não fiquem no chão e evite o contato direto com o solo. As ruas precisam

ser pavimentadas, sem buracos e ondulações. Na feira B precisa melhorar a rede sanitária

com instalação de mais bocas-de-lobo para a adequada evacuação da água.

Em relação à vestimenta dos manipuladores, é preciso padronizar a roupa com

uniformes específicos de cor clara e/ou o uso de jalecos, haja vista uma boa apresentação

de asseio pessoal. Quanto às instalações verifica-se a urgência em equipar o local das feiras

com várias lixeiras acionadas com pedal.

Para a melhoria das condições de trabalho dos feirantes, devem-se instalar

bebedouros nas feiras, assegurar os banheiros químicos todos os dias e propiciar um local

adequado e espaçoso para a realização das feiras-livres.

4.4 - CLASSIFICAÇÕES DAS FEIRAS-LIVRES SEGUNDO ANÁLISES

MICROBIOLÓGICAS

Foram realizados oito testes representativos das oito feiras-livres cadastradas no

SEMOV do município de Governador Valadares. As amostras foram identificadas

primeiramente quanto à cor, odor e aparência. Em seguida, foram feitos os testes

microbiológicos para verificar a contaminação. O primeiro teste realizado foi a análise do

Número Mais Provável (NMP) utilizando-se o Caldo Lauril Sulfato (LST). Do total de 72

tubos analisados, foram obtidos 70 tubos positivos como mostra a Tabela 10.

44

Diluições Feira

A

Feira

B

Feira

C

Feira

D

Feira

E

Feira

F

Feira

G

Feira

H

Tubo 1 (10 -¹) + + + + + + + +

Tubo 2 (10 -¹) + + + + + + + +

Tubo 3 (10 -¹) + + + + + + + +

Tubo 1 (10-²) + + + + + + + +

Tubo 2 (10-²) + + + + + + + +

Tubo 3 (10-²) + + + + + + + +

Tubo 1 (10-³) + + + + + + + +

Tubo 2 (10-³) + + + + + - + +

Tubo 3 (10-³) + + + + + - + +

Tabela 9 - Teste do número mais provável – Caldo LST

Legenda: + Presença de gás no tubo de Durham

- Ausência de gás no tubo de Durham

Para os ensaios realizados com a finalidade de se verificar a presença de coliformes

totais (CT) foi utilizado o caldo verde brilhante que dos 72 tubos, 70 se mostraram

positivos neste meio como está representado na Tabela 11.

Tabela 10 - Teste para coliformes totais – Caldo verde brilhante

Legenda: + Presença de gás no tubo de Durham

- Ausência de gás no tubo de Durham

Já para verificação da presença de coliformes fecais foi utilizado o meio

Escherichia coli (EC) onde dos 72 tubos inoculados foram observados 68 tubos positivos

como mostra a Tabela 12.

Diluições Feira

A

Feira

B

Feira

C

Feira

D

Feira

E

Feira

F

Feira

G

Feira

H

Tubo 1 (10 -¹) + + + + + + + +

Tubo 2 (10 -¹) + + + + + + + +

Tubo 3 (10 -¹) + + + + + + + +

Tubo 1 (10-²) + + + + + + + +

Tubo 2 (10-²) + + + + + + + +

Tubo 3 (10-²) + + + + + + + +

Tubo 1 (10-³) + + + + + + + +

Tubo 2 (10-³) + + + + + - + +

Tubo 3 (10-³) + + + + + - + +

45

Diluições Feira

A

Feira

B

Feira

C

Feira

D

Feira

E

Feira

F

Feira

G

Feira

H

Tubo 1 (10 -¹) + + + + + + + +

Tubo 2 (10 -¹) + + + + + + + +

Tubo 3 (10 -¹) + + + + + + + +

Tubo 1 (10-²) + + + + + + + +

Tubo 2 (10-²) + + + + + + + +

Tubo 3 (10-²) + + + + + + + +

Tubo 1 (10-³) + + + + + + + +

Tubo 2 (10-³) + + + + + - + -

Tubo 3 (10-³) + + + + + - + -

Tabela 11 - Teste para coliformes fecais – Caldo Escherichia coli

Legenda: + Presença de gás no tubo de Durham

- Ausência de gás no tubo de Durham

Os resultados das análises microbiológicas das 8 amostras estão expressos na

Tabela 13. Das 8 amostras de hortaliças minimamente processadas analisadas (agrião,

repolho, espinafre, couve (em triplicata), alface e almeirão), 100% das amostras

apresentaram-se contaminadas com coliformes totais e fecais. Os achados obtidos para o

número mais provável (NMP) variaram de 460 a >1100 NMP/g tanto para coliformes

totais quanto para coliforme fecais.

Amostra Coliformes totais

(NMP/g)

Coliformes a 45ºC

(NMP/g)

Feira A > 1100 > 1100

Feira B > 1100 > 1100

Feira C > 1100 > 1100

Feira D > 1100 > 1100

Feira E > 1100 > 1100

Feira F 460 460

Feira G > 1100 > 1100

Feira H > 1100 460

Tabela 12 - Representação dos resultados das análises microbiológicas em amostras de hortaliças

minimamente processadas no município de Governador Valadares – MG, entre agosto e setembro de 2009.

Vários autores têm realizado estudos da ocorrência de coliformes em hortaliças,

mostrando que as mesmas estão inadequadas para o consumo (TAKAYANAGUI, 2001;

ROBERTSON, 2002; PAULA, 2003). Sabem-se os que coliformes totais correspondem ao

46

total de microrganismos gram-negativos encontrados em uma amostra, sendo estes

patogênicos ou não. A sua enumeração é muito utilizada em indústrias alimentícias,

indicando poluição pré-sanitização, contaminação pós-sanitização ou pós-processo,

evidenciando práticas de higiene e sanitização aquém dos padrões requeridos para o

processamento de alimentos (CROWTHER, 2002).

Mesquita, Serra e Bastos (1999) avaliaram a contaminação por enteroparasitas em

hortaliças consumidas cruas, comercializadas nas cidades de Niterói e Rio de Janeiro.

Foram estudadas 128 amostras de hortaliças: alface e agrião, provenientes 22 do comércio

(supermercados, feiras-livres e quitandas) e de restaurante tipo self-service. Estes autores

verificaram que apenas 6,2% das amostras apresentaram presença de estruturas parasitárias

com morfologia semelhante às de espécies parasitas de animais. Além disso, foi encontrada

a presença de ácaros, insetos, larvas de nematóides e protozoários ciliados em quase todas

as amostras. Os autores consideraram que este alto percentual de contaminantes sugeria a

presença de um elevado risco de infecção, pois associados a esses agentes poderiam existir

estruturas parasitárias para o homem.

Em um trabalho realizado por Guilherme (1999) avaliou a contaminação de

hortaliças nos locais de produção de abril de 1996 a dezembro de 1997, e as condições

sanitárias de hortaliças consumidas cruas, vendidas na Feira de Produtos de Maringá. Neste

trabalho os autores verificaram que 16,6% das 144 amostras de cinco diferentes hortaliças

(alface, variedade crespa, escarola, agrião, cebolinha e almeirão) estavam contaminadas

por enteroparasitas. De 163 indivíduos examinados, 43 (26%) apresentavam um ou mais

parasitas nos exames coprológicos e de 49 indivíduos 3 apresentaram depósitos

subüngueais positivos para enteroparasitas. O resultado da análise das amostras de água

utilizadas na irrigação das hortaliças não satisfez os padrões bacteriológicos de

potabilidade. Os autores concluíram que, na região investigada, a contaminação de

hortaliças se deu na fase de produção, e que é necessária uma campanha de esclarecimento

aos produtores. Em comparação com o presente trabalho, verificou-se semelhança na

contaminação por enteroparasitas, onde 100% das amostras analisadas estavam

contaminadas.

Um estudo piloto realizado em Florianópolis mostrou também que todas as

amostras de alface e agrião analisadas provenientes de um “sacolão” continham um ou

mais tipos de enteroparasitas, sendo que o parasita mais prevalente foi G. lamblia, seguido

de Entamoeba coli e E. nana (CANTOS, 2003).

47

Paula em 2003 fez uma análise com 30 amostras de alfaces de restaurantes self-

service de Niterói quanto à presença de bactérias e parasitas. Dezesseis amostras

apresentaram coliformes fecais e três cistos de E. coli foram encontrados. Estes dados

indicaram a necessidade da orientação dos manipuladores quanto à higienização no

preparo das hortaliças.

A RDC N°12 de 02 janeiro de 2001 estabelece o limite máximo de 102 NMP/g para

coliformes a 45ºC em amostras indicativas de hortaliças frescas, portanto 100 % das

amostras analisadas apresentaram-se fora dos padrões estabelecidos para estes

microrganismos. Não foram realizados testes isolados para Escherichia coli nas amostras

analisadas, pois a RDC supracitada da ANVISA não determina a análise microbiológica da

Escherichia coli para o grupo de hortaliças, legumes e similares frescas, "in natura",

preparadas (descascadas ou selecionadas ou fracionadas) sanificadas, refrigeradas ou

congeladas, para consumo direto, com exceção de cogumelos.

48

5. CONCLUSÃO

Os exames microbiológicos dos gêneros alimentícios são de grande importância sob

vários aspectos, entre eles está a averiguação das condições higiênicas que envolvem a

produção, manuseio pós-colheita, transporte, armazenamento e principalmente durante o

processamento.

A partir dos dados obtidos após a análise das 8 amostras de hortaliças consideradas

minimamente processadas, pode-se concluir que houve uma contaminação elevada por

bactérias do grupo coliforme e isso foi visualizado por meio da técnica do número mais

provável (NMP/g). Através da aplicação do check-list também foi possível comprovar que

as condições higiênico-sanitárias para obtenção dos produtos são inadequadas.

Pode-se inferir ainda que a presença de contaminantes microbianos nas hortaliças

está intimamente relacionada à qualidade higiênico-sanitária da água, dos manipuladores,

instalações, utensílios e alimentos. A presença de coliformes totais e fecais em todas as

amostras confirma a necessidade de um tratamento prévio das hortaliças antes do consumo.

O uso de hipoclorito de sódio na concentração de 100 a 250 ppm por 15 minutos, para a

descontaminação de hortaliças, é uma prática que precisa se tornar habitual pois esta

apresenta excelentes resultados e um baixo custo.

Por serem as feiras-livres um intenso local de consumo da sociedade, esse trabalho

pôde oferecer como benefício à população o diagnóstico sanitário das mesmas, que através

da mídia, será apresentado uma entrevista gravada e divulgada na TV UNIVALE. A

Vigilância Sanitária também foi informada sobre a situação sanitária em que se encontram

estas, sendo este um órgão responsável pela fiscalização das feiras.

Portanto medidas como a implantação de Boas Práticas de Fabricação desde o

campo até a comercialização poderiam minimizar os riscos de contaminação devendo ser

implantadas tanto nos estabelecimentos beneficiadores, quanto pelos produtores de

hortaliças.

Por fim, recomenda-se a realização de ações educativas direcionadas aos feirantes e

consumidores, além de campanhas educativas pela mídia. Sabe-se que esse trabalho requer

persistência e dedicação por parte dos órgãos públicos, além de apoio e interesse dos

feirantes e uma maior exigência dos consumidores. Faz-se necessário, oferecer melhores

condições de infra-estrutura, para os profissionais que ali estão nos locais onde são

realizadas as feiras-livres, sobretudo nas condições sanitárias e fornecimento de água

potável.

49

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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64

ANEXOS

65

ANEXO A – DECRETO MUNICIPAL DA CIDADE DE GOVERNADOR

VALADRES

66

67

68

69

70

71

ANEXO B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

1 – Identificação do Responsável pela execução da pesquisa:

Título: Condições higiênico-sanitárias das feiras-livres do município de Governador Valadares

Pesquisadores Responsáveis: Lourimar Viana Nascimento Franco de Sousa – Telefone: (33) 3272-

3823

Comitê de Ética em Pesquisa

Rua Israel Pinheiro, 2000 – Campus Universitário – Tel.: 3279 5575

2 – Informações ao participante ou responsável:

1) Você está sendo convidado a participar de um trabalho de conclusão do curso de Nutrição da

Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE), uma pesquisa intitulada CONDIÇÕES HIGIÊNICO-

SANITÁRIAS DAS FEIRAS-LIVRES DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES. A

pesquisa terá como objetivo geral: Realizar um diagnóstico dos aspectos higiênico-sanitários que

envolvem os manipuladores a comercialização e a manipulação dos produtos alimentícios nas feiras-

livres identificando possíveis riscos a saúde pública local.

2) Antes de aceitar participar da pesquisa, leia atentamente as explicações que informam sobre o

procedimento.

2.1) Você feirante será entrevistado com um questionário contendo 31 perguntas relativo às práticas de

higiene baseado no Decreto Municipal n. 6,456, de 12 de julho 1999, Resolução RDC nº 216, de 15 de

setembro de 2004 da ANVISA e a Resolução RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002 do Ministério da

Agricultura.

Serão avaliadas as condições de higiene que envolve os manipuladores (vestimenta e asseio

pessoal), a comercialização (qualidade do produto, condições da banca e ambiente, instalações

físicas, forma de armazenamento e estocagem) e a manipulação dos produtos alimentícios (preparo

de alimentos processados, uso de equipamentos e utensílios) nas feiras-livres. Será feito também

uma análise microbiológica dos produtos vendidos nas feiras-livres prontos para o consumo.

2.2) A coleta de dados será realizada no período de Julho a Setembro de 2009. As informações serão

coletadas nos locais

onde geralmente ocorrem as feiras-livres no município de Governador Valadares.

3) Durante a pesquisa, você feirante poderá recusar a responder a qualquer pergunta ou participar de

procedimento(s) que por ventura lhe causar algum constrangimento ou receio no momento das

72

respostas. Você poderá se recusar a contribuir com a pesquisa ou poderá abandonar o procedimento

em qualquer momento, sem nenhuma penalização ou prejuízo.

4) A sua participação nesta pesquisa será como voluntário, não recebendo nenhum privilégio, seja ele de

caráter financeiro ou de qualquer natureza. Entretanto, lhe serão garantidos todos os cuidados

necessários à participação de acordo com os direitos individuais e respeito ao bem-estar físico e

psicológico.

5) Prevêem-se como benefícios da realização dessa pesquisa: A informação da situação higiênico-

sanitária que se encontram as feiras-livres para o devido responsável, assim como orientações e

recomendações educativas em forma de palestras para promover a melhoria do mesmo. Esta pesquisa

não oferece perigos ou riscos ao participante.

6) Serão garantidos o sigilo e privacidade aos participantes no momento da publicação da pesquisa,

assegurando-lhes o direito de omissão de sua identificação ou de dados que possam comprometê-lo.

Na apresentação dos resultados não serão citados os nomes dos participantes.

Confirmo ter sido informado e esclarecido sobre o conteúdo deste termo. A minha assinatura abaixo

indica que concordo com a participação nesta pesquisa e por isso dou meu livre consentimento.

Governador Valadares, _____de _____de____________.

Nome do participante:_________________________________________________________

Assinatura do responsável:_____________________________________________________

Assinatura do pesquisador responsável:___________________________________________

73

ANEXO C – CHECK-LIST

LISTA DE VERIFICAÇÃO

Endereço da feira-livre:.............................................................................................................................

Data da pesquisa:........./............./2009

RESULTADO OBTIDO

( ) BOM: De 75 a 100% de atendimento.

( ) REGULAR: De 50 a 74,9 % de atendimento.

( ) RUIM: De 0 a 49,9 % de atendimento.

ETAPA 1. INSTALAÇÕES Sim Não N.A

1.A área é livre de animais e acúmulo de lixo nas imediações.

2. O piso é de material fácil e apropriado para higienização.

3.O piso se encontra em adequado estado de higienização (livre de defeitos, rachaduras, buracos).

4.As bancadas estão em bom estado de conservação.

5.As bancadas onde estão os alimentos expostos, são laváveis, isentas de rugosidades, frestas e outras imperfeições.

6.Existe uma área adequada para estocagem do lixo?

ETAPA 2. HÁBITOS HIGIÊNICOS E VESTUÁRIO DOS MANIPULADORES

1.Asseio pessoal:boa apresentação, mãos limpas, unhas curtas e sem esmalte, sem adornos(anéis, pulseiras e brincos);manipuladores barbeados, com os cabelos protegidos.

2.Os feirantes que manipulam vegetais e hortaliças realizam a lavagem e a anti-sepsia das mãos antes de manusear.

3.A pessoa que manipula os alimentos é diferente da que tem contato com o dinheiro.

4.Utilização de uniforme de trabalho de cor clara, adequado à atividade.

5.Uniformes limpos e em bom estado de conservação.

6.O local da feira possui banheiros químicos.

7.Os banheiros são separados por sexo.

8.Os manipuladores espirram, tossem, fumam ou praticam algum ato que possam contaminar os alimentos.

9.Os manipuladores apresentam feridas ou sintomas de enfermidades que possam comprometer a qualidade higiênico-sanitária dos vegetais e hortaliças.

ETAPA 3. ÁGUA

1.Se a fonte potável não estiver disponível, utiliza-se então a fonte não potável.

2.O abastecimento de água é feito pela rede pública.

3.A água utilizada para lavar as hortaliças é a mesma para regá-las.

ETAPA 4.HIGIENE DOS ALIMENTOS

1.Os feirantes separam adequadamente cada tipo de produto.

2.Os alimentos estão agrupados de acordo com a sua natureza e protegidos da ação dos raios solares, chuvas e outros.

3.Os alimentos estão em perfeitas condições de higiene.

4.Os alimentos estragados entram em contato com os alimentos de boa qualidade.

5.Os alimentos são armazenados em local adequado, organizado e limpo.

6.Os alimentos são embalados somente com sacolas plásticas brancas, transparentes, próprias para alimentos.

7.Os feirantes enrolam alimentos em jornais.

8.Os alimentos são protegidos contra insetos e poeira.

9.As embalagens são armazenadas em local limpo, de forma a garantir proteção contra contaminantes.

ETAPA 5. UTENSÍLIOS

1.São de materiais não contaminantes e em adequado estado de conservação.

2.São de materiais que permitem fácil higienização.

3.São armazenados em local apropriado, de forma organizada e protegidos contra a contaminação.

4.São de materiais que não transmitam odores ou sabores aos alimentos.

74

ANEXO D - TÉCNICA DO NÚMERO MAIS PROVÁVEL (NMP)

Por esta técnica, pode–se obter informações sobre a população presuntiva de

coliformes, (teste presuntivo); sobre a população real de coliformes (teste confirmativo)

e sobre a população de coliformes de origem fecal (coliformes fecais).

Ela é indicada quando se deseja detectar baixos números de coliformes na

amostra, por ser mais sensível do que os métodos de plaqueamento.

a) Teste presuntivo: visa detectar a presença de microrganismos fermentadores de

lactose, especialmente os grupos coliformes. Células estressadas por tratamentos

térmicos, pelo congelamento ou outro motivo, podem ser recuperadas nessa fase.

Princípio: o teste baseia – se na utilização de um meio de cultura rico em

nutrientes, facilitando o rápido crescimento dos microrganismos. Oferece como

fonte de carbono apenas lactose, a qual é fermentada pelos coliformes com

produção de ácidos e gás, que é evidenciado no tubo de Durham. O meio contém

ainda o Lauril Sulfato que inibe consideravelmente o crescimento da flora

acompanhante.

b) Teste confirmativo (coliformes totais):

Princípio: O meio utilizado, o “Caldo Verde Brilhante Lactose Bile 2%”,

contém dois inibidores (Bile e Verde Brilhante) do crescimento da microflora

acompanhante, especialmente bactérias gram positivas, e a lactose, como único

carboidrato. Assim, a produção de gás no interior dos tubos nas condições do

teste, indicam que houve desenvolvimento de bactérias gram negativas que

fermentaram lactose, características do grupo coliforme.

c) Coliformes fecais: o teste baseia – se na utilização de um meio de cultura

seletivo “Caldo E. C.” a incubação é realizada a temperaturas superiores às

normais (44,0- 45,5ºC). A positividade do teste é observada na produção de gás

no interior dos tubos de fermentação (tubos de Durham).

75

ANEXO E – PROCEDIMENTOS PARA CALDO LAURIL SULFATO

TRIPTOSE – LST

Caldo Lauril Sulfato Triptose – LST = 500grams

Para detecção de bactéria coliforme em água.

Dissolver 35,6 gramas em 1 litro de água purificada;

Prepare o dobro e evolua 10 ml;

Distribuir cerca de 10 ml por tubo (16 x 150 mm), contendo tubo de Durham

invertido;

Esterilizar em autoclave a 121 º C/ 15 min.

O ph final deste meio deve ser 6,8 ± 0,2 a 25ºC.

Características do Crescimento: são considerados positivos os tubos que tem a

presença de gás nos tubos de Durham.

Meios de Cultura

Composição Quantidade (g)

Enzima digestiva de caseína 20,0g

Lactose 5,0g

Cloreto de sódio 5,0g

Monopotássio fosfato 2,75g

Fosfato de sódio 2,75g

Lauril sulfato de sódio 0,1g

Tabela 13 - Composição para Caldo Lauril Sulfato Triptose – LST

76

ANEXO F – PROCEDIMENTOS PARA CALDO Escherichia coli – EC

Dissolver os componentes em água destilada.

Submeter a um leve aquecimento para dissolução dos componentes do meio.

Distribuir cerca de 10 ml por tubo (13 x 150 mm), contendo tubo de Durham

invertido.

Esterilizar a 121 º C/ 15 min.

O ph final deste meio deve ser 6,9 ± 0,2.

Observações: Na forma desidratada, proceder conforme instruções do fabricante.

Características do Crescimento: são considerados positivos os tubos que tem a

presença de gás nos tubos de Durham.

Meios de Cultura

Composição Quantidade (g)

Triptona ou tripticase 20,0g

Sais biliares 1,5g

Lactose 5,0g

Hidrogenofosfato de potássio 4,0g

Dihidrogenação de potássio 1,5g

Cloreto de sódio 5,0g

Água destilada 1000ml

Tabela 14 - Composição para Caldo para EC

Coliformes fecais

De cada tubo contendo caldo LST positivo, transferir uma alçada para um tubo de

caldo EC previamente identificado (diluição correspondente).

Incubar em estufa a 35 º C ± 0,1 por 24 horas

Considerar positivos os tubos pelos quais houver a produção de gás nos tubos de

Durham;

Verificar na Tabela de NMP (SIQUEIRA, 1995) o número correspondente e

expressar o resultado em NMP de coliformes fecais/g ou ml.

77

ANEXO G – PROCEDIMENTOS PARA CALDO VERDE BRILHANTE

LACTOSE

BILE A 2% (CALDO BRILA) – VB

Dissolver os componentes em água destilada e submeter a um leve aquecimento para

dissolução.

Distribuir cerca de 10 ml por tubo (13 x 150 mm) contendo tubos de Durham

invertido.

Esterilizar, em autoclave a 121 ºC ∕ 15 min.

O pH final do meio deve 7,1 ± 0,1.

Observação: Na forma desidratada, proceder conforme instrução do fabricante.

Meios de Cultura

Composição Quantidade (g)

Peptona 10,0 g

Lactose 10,0 g

Bile de boi desidratada 20,00 g

Verde Brilhante 0,0133 g

Água destilada 1000 ml

Tabela 15- Composição para Caldo Verde Brilhante Lactose Bile a 2% (Caldo Brila)

78

ANEXO H – CONVITE PARA OS FEIRANTES SOBRE A PALESTRA DE BPF

Venho através desta, convidar o Senhor(a) para participar de uma palestra sobre Boas

Práticas de Fabricação (BPF) e Manuseio dos Alimentos, sendo de muita importância no dia-a-

dia para melhorar a qualidade do trabalho e dos alimentos nas feiras-livres.

Promoção: Estudantes do 8ºP. Nutrição - UNIVALE

Local: Policlínica (ao lado do hospital Regional)

Hora: 14:00 hs

Data: 27/10/09 A sua participação é indispensável (com entrega de certificado)

Venho através desta, convidar o Senhor(a) para participar de uma palestra sobre Boas

Práticas de Fabricação (BPF) e Manuseio dos Alimentos, sendo de muita importância no dia-a-

dia para melhorar a qualidade do trabalho e dos alimentos nas feiras-livres.

Promoção: Estudantes do 8ºP. Nutrição - UNIVALE

Local: Policlínica (ao lado do hospital Regional)

Hora: 14:00 hs

Data: 27/10/09 A sua participação é indispensável (com entrega de certificado)

Venho através desta, convidar o Senhor(a) para participar de uma palestra sobre Boas

Práticas de Fabricação (BPF) e Manuseio dos Alimentos, sendo de muita importância no dia-a-

dia para melhorar a qualidade do trabalho e dos alimentos nas feiras-livres.

Promoção: Estudantes do 8ºP. Nutrição - UNIVALE

Local: Policlínica (ao lado do hospital Regional)

Hora: 14:00 hs

Data: 27/10/09 A sua participação é indispensável (com entrega de certificado)

Venho através desta, convidar o Senhor(a) para participar de uma palestra sobre Boas

Práticas de Fabricação (BPF) e Manuseio dos Alimentos, sendo de muita importância no dia-a-

dia para melhorar a qualidade do trabalho e dos alimentos nas feiras-livres.

Promoção: Estudantes do 8ºP. Nutrição - UNIVALE

Local: Policlínica (ao lado do hospital Regional)

Hora: 14:00 hs

Data: 27/10/09 A sua participação é indispensável (com entrega de certificado)

Venho através desta, convidar o Senhor(a) para participar de uma palestra sobre Boas

Práticas de Fabricação (BPF) e Manuseio dos Alimentos, sendo de muita importância no dia-a-

dia para melhorar a qualidade do trabalho e dos alimentos nas feiras-livres.

Promoção: Estudantes do 8ºP. Nutrição - UNIVALE

Local: Policlínica (ao lado do hospital Regional)

Hora: 14:00 hs

Data: 27/10/09 A sua participação é indispensável (com entrega de certificado)

79

ANEXO I – CARTA PARA VIGILÂNCIA SANITÁRIA

80

ANEXO J - CARTA PARA SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE

AGRICULTURA E ABASTECIMENTO

81

O que são Boas Práticas?

São práticas de higiene que devem ser

obedecidas pelos manipuladores desde a escolha

e compra dos produtos a serem utilizados no

preparo do alimento até a venda para o

consumidor. O objetivo das Boas Práticas é

evitar que ocorram doenças provocadas pelo

consumo de alimentos contaminados.

Quem é o manipulador de alimentos?

É a pessoa que lava, descasca, corta, rala,

cozinha, ou seja, prepara os alimentos.

O quê os funcionários devem fazer para

manter a higiene pessoal?

1) Tomar banho e fazer a barba diariamente

(bigodes devem ser aparados);

2) Lavar a cabeça com freqüência e escovar

bem os cabelos;

3) Escovar os dentes após cada refeição;

4) Conservar as unhas curtas, limpas e sem

esmaltes ou bases;

5) Não se deve enxugar o suor com as mãos,

panos de prato, panos de copa, guardanapos,

aventais ou qualquer outra peça da vestimenta.

Quando as mãos devem ser lavadas?

- Quando for iniciar ou trocar de atividade;

- Quando utilizar o sanitário;

- Quando tossir, espirrar ou assuar o nariz;

- Ao remover lixo e outros resíduos;

- Ao tocar em caixas, sacarias e garrafas;

- Sempre que pegar em dinheiro;

- Após manipular alimentos não higienizados ou

crus;

-antes de tocar em utensílios higienizados;

- antes de colocar, e após retirar, as luvas

descartáveis;

- Assim que tocar os cabelos, o rosto ou o

corpo;

-Após fumar ou mascar chiclete;

- Quando tocar na roupa, avental ou nos sapatos;

ANEXO L – FOLFER DISTRIBUÍDO NA PALESTRA DE BPF

82

Lavagem de mãos

Os manipuladores de alimentos devem manter

as mãos limpas, lisas e sem fissuras onde os

microrganismos possam alojar e desenvolver.

A lavagem das mãos deve ser freqüente e de

forma correta. Deve ser realizada num

lavatório de uso exclusivo para esse fim. Junto

a este deverá estar disponível um sabonete

líquido bactericida (ou um sabonete líquido e

um desinfetante), assim como toalhas de papel

descartáveis.

Como lavar as mãos:

- Molhar muito bem as mãos e antebraços com

água corrente, potável;

- Ensaboar bem as mãos com o sabão líquido,

lavando bem os espaços entre os dedos, as

palmas das mãos, os polegares e os antebraços;

- Passar por água corrente e potável para

remover todo o sabão;

- Colocar o líquido desinfetante nas mãos e

espalhar bem e pelos antebraços (esta operação

deverá demorar entre 20 a 30 segundos);

- Deixar a água escorrer pelas mãos;

- Secar as mãos com toalhas de papel

descartável ou toalha limpa.

O que é contaminação?

É a presença de qualquer material estranho que

não é do alimento.

Exemplos de contaminação:

FÍSICA

. Gilete no pão;

. Cabelo;

. Pedra no feijão;

. Caco de Vidro;

. Grampos de caixa de papelão.

QUÍMICA

. Produtos de limpeza;

. Inseticida;

. Conservantes em quantidades acima do

recomendado.

BIOLÓGICA

. Fungos;

. Bactérias;

. Protozoários;

. Vírus;

. Vermes.

O que significa contaminação cruzada?

É a contaminação que acontece quando

microrganismos são transferidos de um alimento

ou superfície para outro alimento através de

utensílios, equipamentos ou do próprio

manipulador.

Exemplo: cortar com a mesma faca e na mesma

tábua carne crua e cozida sem antes higienizar.

Todos os microorganismos causam

doença?

Não. Existem vários tipos:

Os úteis: utilizados na produção de queijos,

iogurtes, cervejas, vinhos, etc;

Os deteriorantes: são os que estragam/

deterioram os alimentos, mudando o aspecto,

odor (cheiro) e sabor, o que impede o consumo

do produto, podendo ou não causar doenças;

Os patogênicos: são os que causam doença sem

alterar aspecto, cheiro ou sabor do alimento.

Conduta pessoal: O comportamento de um

manipulador de alimentos é essencial para não

ocorrer a contaminação cruzada.

O manipulador de alimentos deve estar

conscientizado para as seguintes situações e

respeitá-las no seu local de trabalho:

83

- Deve evitar o máximo comer, beber, mascar

chiclete, fumar e cuspir nos locais de produção e

armazenamento;

- Não espirrar, tossir, falar ou soprar sobre as

matérias-primas, produtos ou material utilizado;

- Não tomar nem guardar medicamentos no

local de produção;

- Não mexer na cabeça, nariz, orelhas ou boca

enquanto se manipulam alimentos;

- Utilizar calçado próprio e que permita ter os

pés secos;

- Nas pausas de trabalho não deixar as superfícies

e instrumentos de trabalho sujos, devendo-os

lavar com produto próprio e deixar as facas

mergulhadas numa solução desinfetante

adequada;

- Os locais de trabalho devem manter-se sempre

limpos e arrumados;

- Deve-se pegar sempre os talheres pelo cabo;

- Não pegar nos copos pelas bordas e muito

menos colocar os dedos no seu interior;

- Não limpar as mãos no avental;

- Não molhar os dedos com saliva para qualquer

tarefa;

- Não soprar ou colocar as mãos dentro dos sacos

de lixo;

- Não mexer em dinheiro;

- Não deve roer as unhas;

- Manter as unhas curtas, limpas e sem esmalte;

- Não usar no local de trabalho brincos, pulseiras

e outros;

Feridas e doenças

Os manipuladores com feridas e doenças não

podem manipular diretamente os alimentos.

As feridas, mesmo quando tampadas, são

grandes fontes de contaminação.

Devem-se usar luvas, para impedir a

contaminação dos alimentos.

O fato de utilizar luvas não dispensa a lavagem

cuidadosa das mãos.

Roupas, proteções do cabelo e sapatos:

Durante o período de trabalho apenas pode-se

usar o uniforme apropriado, não devendo usar

roupas por cima da uniforme (como casacos e

blusas) que não sejam de uso exclusivo no

trabalho.

O uniforme a utilizar deve obedecer às

seguintes características:

- Deve ser constituído por touca, blusa, calças,

calçado apropriado e avental;

- Deve ser de cor clara, confortável e adequado

à tarefa a desempenhar;

- Deve ser de uso exclusivo ao local de trabalho;

- Deve ser de material resistente a lavagens

freqüentes;

84

O que os microrganismos precisam para

se multiplicar?

Água: quanto mais água livre um alimento tiver,

maior é a multiplicação dos microrganismos.

Carne bovina, suína, aves e pescados são

alimentos ricos em água.

Alimentos secos como pão, bolacha e goiabada,

duram mais que outros porque a água foi

retirada.

Nutrientes: Os microrganismos necessitam de

nutrientes como proteínas e carboidratos.

Alimentos como peixes, carnes, ovos, leite e

seus derivados são os que mais favorecem a

multiplicação das bactérias porque são ricos em

proteínas.

Ar: Os microrganismos, diferentemente de

outros seres vivos, podem ou não precisar de ar

para se multiplicar.

Acidez: Os alimentos pouco ácidos como o

palmito, milho, manga, melão, melancia,

mamão, queijos, carnes, entre outros, favorecem

a multiplicação de microrganismos. Os

alimentos muito ácidos, como a maioria das

frutas e extratos de tomate, dificultam a

multiplicação de bactérias.

Tempo: Os microrganismos precisam de tempo

suficiente para crescer. As bactérias, por

exemplo, podem se multiplicar de 20 em 20

minutos.

Temperatura: Temperaturas entre 5 e 60ºC

favorecem a multiplicação de microrganismos.

Temperaturas muito altas ou muito baixas

dificultam a multiplicação dos microrganismos.

Trabalho de conclusão de curso (TCC)

Orientadora: Prof. Msc. Lourimar Viana

Nascimento Franco de Sousa

Alunas: Ana Zilda Pereira Xavier

Greiskelly D. G. Vieira

Layana O. M. Rodrigues

Lorena O. Valverde

Vanessa Silva Pereira

8º Período de Nutrição

Universidade Vale do Rio Doce

85

Figura 2: Esquema da Técnica do NMP (número mais provável)

86

Figuras 3 e 4: Pesagem da hortaliça 25g da amostra

Figuras 5 e 6: Maceração da hortaliça em graal autoclavado dentro da capela

previamente esterilizada

87

Figuras 7 e 8: Distribuição da hortaliça já macerada no erlemeyer com H₂ O

Peptonada seguido de homogeneizer

Figuras 9 e 10: Separação dos tubos de caldo LST - teste presuntivo e distribuição de 1

ml do preparado para os mesmos

88

Figura 11: Tubos com caldo LST armazenados em estufa a 35ºC

Figura 12: Tubos com caldo LST positivos já retirados da estufa com presença de gás

das feiras A, B e C

89

Figura 13: Tubos com caldo LST já retirados da estufa com presença de gás das feiras

D e E

Figura 14: Tubos com caldo LST já retirados da estufa com presença de gás da feira F

90

Figuras 15 e 16: Tubos com caldo LST já retirados da estufa com presença de gás das

feiras G e H, que após foram redistribuídos em 1 ml para tubos de caldo EC e VB

Figuras 17 e 18: Tubos com caldo EC das feiras A e B após ficarem na estufa a

45,5 ºC

91

Figuras 19 e 20: Tubos com caldo EC das feiras C e D após ficarem na estufa a

45,5 ºC

Figuras 21 e 22: Tubos com caldo EC das feiras E e F após ficarem na estufa a 45,5 ºC

92

Figuras 23 e 24: Tubos com caldo EC das feiras G e H após ficarem na estufa a

45,5 ºC

Figuras 25 e 26: Tubos com caldo VB das feiras A e B após ficarem em estufa a 35ºC

93

Figuras 27 e 28: Tubos com caldo VB das feiras C e D após ficarem em estufa a 35ºC

Figuras 29 e 30: Tubos com caldo VB das feiras E e F após ficarem em estufa a 35ºC

94

Figuras 31 e 32: Tubos com caldo VB das feiras G e H após ficarem em estufa a 35ºC