comunicaÇÃo ou domesticaÇÃo?

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EXTENSÃO UNIVERSITARIA: COMUNICAÇÃO OU DOMESTICAÇÃO? (Síntese da Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado de Sociologia do Desenvolvimento da Universidade Federal do Ceará). Roberto Mauro Gurgel Rocha o trabalho estuda a questão da extensão universitária perseguindo um duplo objetivo: o conhecimento das razões que levaram a extensão universitária a assumir o perfil que a ca- racterizou a partir de 1968 e, a apreciação crítica de pontos referentes ao relacionamento universidade/sociedade. Toma-se como ponto de partida a dicotomia extensão x co- municação expressa por Paulo Freire(l) em uma de suas obras e a partir dela tenta-se aprofundar o conteúdo específico aSS'J- mido pela extensão universitária brasileira, que ao que parece se coloca entre os limites da domesticação à comunicação. o estudo procurou: - conhecer a forma como a extensão universitária surgiu no país e a sua evolução no contexto das instituições de ensino superior, de modo que se possa compreender a fisionomia por ela assumida no corpo da Lei n." 5.540; 2- analisar a questão da extensão, enquanto forma de rela- cionamento universidade/sociedade, procurando conhe- cer: a) até onde a extensão pode ser um instrumento de apoio a mudanças que possam ocorrer na sociedade brasi- 1 FREIRE, Paulo. Extensão ou Comunicação? 2. ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1975. Educação em Debate, Fort. 6/7 (2/1): jul/dez. 1983 jan/jun 1984 53

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EXTENSÃO UNIVERSITARIA:COMUNICAÇÃO OU DOMESTICAÇÃO?

(Síntese da Dissertação apresentada ao Curso deMestrado de Sociologia do Desenvolvimento da

Universidade Federal do Ceará).

Roberto Mauro Gurgel Rocha

o trabalho estuda a questão da extensão universitáriaperseguindo um duplo objetivo: o conhecimento das razões quelevaram a extensão universitária a assumir o perfil que a ca-racterizou a partir de 1968 e, a apreciação crítica de pontosreferentes ao relacionamento universidade/sociedade.

Toma-se como ponto de partida a dicotomia extensão x co-municação expressa por Paulo Freire(l) em uma de suas obrase a partir dela tenta-se aprofundar o conteúdo específico aSS'J-mido pela extensão universitária brasileira, que ao que parecese coloca entre os limites da domesticação à comunicação.

o estudo procurou:

- conhecer a forma como a extensão universitária surgiuno país e a sua evolução no contexto das instituições deensino superior, de modo que se possa compreender afisionomia por ela assumida no corpo da Lei n." 5.540;

2 - analisar a questão da extensão, enquanto forma de rela-cionamento universidade/sociedade, procurando conhe-cer:

a) até onde a extensão pode ser um instrumento de apoioa mudanças que possam ocorrer na sociedade brasi-

1 FREIRE, Paulo. Extensão ou Comunicação? 2. ed. Rio de Janeiro, Paz eTerra, 1975.

Educação em Debate, Fort. 6/7 (2/1): jul/dez. 1983 jan/jun 1984 53

leira levando a universidade a colocar-se a serviço dasclasses dominadas, ou, inversamente, até onde a ex-tensão pode ser um instrumento que sirva como freioàs lutas dos movimentos populares;

b) as mudanças que ocorreram a nível interno da insti-tuição de ensino superior, pela via da extensão uni-versitária;

c) até que ponto o Estado realmente utilizou a extensãocom um instrumento de garantia da ordem vigente;

d) que interesse teve a classe dominada no sentido deuma integração com as universidades;

e) por que a extensão universitária, mesmo com apoioinstitucional do Ministério da Educação e Cultura, nãoconseguiu ser assimilada como função pelas institui-ções de ensino superior, permanecendo indefinida,sendo pouco compreendida pelos docentes, discentes,funcionários administrativos e mesmo dirigentes uni-versitários;

f) por que a extensão foi viabilizada preferentementesob forma de prestação de serviços sociais de cará-ter assistemático, sem vínculos com o ensino e a pes-quisa, serviços estes muitas vezes já prestados porinstituições governamentais específicas (federais, es-taduais ou municipais) ou por entidades privadas.

o quadro referencial da análise, considera como ponto cen-tral a proposta de Gramsci, levando em conta que aquele fi-lósofo italiano além de valorizar a instância super-estrutural,possui apreciações específicas sobre difusão cultural que faci-litam a compreensão do movimento extensionista brasileiro.

A metodologia utilizada incluiu a realização de entrevistascom elementos que participaram das ações extensionistas, oestudo de Relatórios, Planos e outros documentos oficiais, sen-do procedida uma análise de caráter histórico-estrutural a par-tir do conteúdo dos discursos e de outras informações viven-ciadas na prática. Fez-se uma tentativa de reconstituição detoda uma história dispersa no sentido de resgate da memóriada extensão universitária do país.

Na análise histórica da extensão pode-se constatar a exis-tência de três momentos bem definidos: o período das expe-

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rrencias pioneiras; o período das experrencias isoladas e dadisseminação de idéias e desenvolvimento de ações a partirdos movimentos sociais; e o período de maior institucionaliza-ção da extensão universitária.

O primeiro momento, cobre o período entre 1912 e 1930,sendo marcado, principalmente, pela criação da UniversidadePopular que existiu na Universidade Livre de São Paulo e pelafundação da Escola Superior de Agricultura e Veterinária deViçosa nos moldes dos "Land Grant Colleges dos Estados Uni-dos". A partir destas duas experiências surgem as idéias dos"cursos de extensão" e da extensão universitária como formade prestação de serviços.

O período caracterizado pelo desenvolvimento de experi-ências isoladas por iniciativa de segmentos variados da insti-tuição de ensino superior, vai de 1930 a 1968, coincidindo coma época do nacional-desenvolvimento populista e com o mo-mento crítico entre 1964/68, quando a nível nacional se procuraconcretizar a hegemonia de um outro grupo de poder, que, ten-ta redefinir o papel da universidade em consonância com asexigências do capitalismo internacional. Apesar da existênciade Projetos extensionistas de iniciativa dos docentes, a maisimportante contribuição em relação às experiências de exten-são, deve-se ao movimento estudantil, que, em suas bandeirasde luta em prol da reforma universitária, sempre a incluíamcomo ponto preponderante. Neste período, afirmam-se as idéiasreferentes a extensão artística e cultural; a relação entre uni-versidade e povo - mormente populações carentes; e à con-cepção da extensão como uma função eminentemente política.Iniciam-se tentativas nacionais no sentido de institucionalizaçãoda extensão, sendo expressivo o conteúdo do Estatuto das Uni-versidades, de 1931. Os documentos legais de constituição daUniversidade de São Paulo e da Universidade do Distrito Fe-deral, as duas grandes experiências do ensino superior surgi-das na década de 1930, que dão a extensão uma dimensão es-pecial. O período é ainda o momento em que se afirmam nasdécadas seguintes o Centro Popular de Cultura; a extensão daUniversidade de Brasília; o Serviço de Extensão Cultural daUniversidade de Pernambuco; a Universidade Volante do Pa-raná; e aparece o primeiro Centro Rural Universitário de Trei-namento e Ação Comunitária - CRUTAC e o Projeto Rondon.

A época de maior institucionalização nacional da extensãouniversitária, entre 1968 e 1976, tem como pontos básicos: oadvento da Lei n.? 5.540; a disseminação das idéias extensio-nistas pelo Conselho de Reitores; o aparecimento dos CampiAvançados - como propostas estratégicas de extensão -; e

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o surgimento da Coordenação Nacional dos CRUTACs - CIN-CRUTAL. E igualmente o momento em que surge a Coorde-nação de Atividades de Extensão - CODAE - do Ministériode Educação e Cultura - MEC -, quando passa-se a contartambém_ com estruturas administrativas de planejamento, co-ordenaçao e execução das atividades de extensão, a nível dasuniversidades. Avança-se muito a nível do discurso oficial, in-corporando-se inclusive o conceito de comunicação à propostageral de extensão, concepção esta que passou a ser ampla-mente difundida, certamente, em função da presença de anti-gos militantes dos movimentos estudantis - especialmentedos estudantes, vinculados à Igreja -, que aceitaram ocuparum espaço no plano institucional. Esta pode ser uma das ra-zões que explica o conteúdo humanista dos documentos ofi-ciais de então. De outro ângulo, pode-se apelar também para ocomportamento hábil e inteligente dos grupos do poder, emsua atuação no sentido de criar mecanismos propiciadores damissão educativa do Estado. O governo brasileiro do pós-1964,procurou destruir ou desarticular os movimentos sociais, des-caracterizando as suas propostas, despolitizando-as e incorpo-rando-as aos Instrumentos legais e planos surgidos após 1968.Veja-se por exemplo, o caso da Lei n.? 5.540 em relação à "De-claração da Bahia", e suas inúmeras semelhanças. Estabeleceu--se muitos limites, mas, a própria contradição existente a níveldo Estado permitiu a abertura de novos espaços, que foramocupados por elementos que pleiteiam a mudança social ...

Em relação à análise crítica da ligação universidade/socie-dade é imprescindível que se tenha uma plena consciência daslimitações da extensão, sem com isso minimizar a sua influên-cia em alguns momentos. Somente dessa maneira pode-se iden-tificar as possibilidades da participação da universidade emações transformadoras no sentido de uma nova estrutura so-cial.

Certamente, na realidade, o grande momento de engaja-mento de segmentos universitários em tentativas de mudan-ça social, foi o período entre 1961 a 1964 quando o movimentoestudantil, dizia atuar em direção ao povo, ou em função de umnovo Projeto de Sociedade, que nunca foi definido. " E a tãopropalada comunicação, que implicaria num relacionamento emque as partes se colocariam como iguais, restringiu-se basica-mente ao plano dos discursos ou a tentativas individuais ...Predominantemente, se teve o desenvolvimento de ações apartir do interesse da universidade, que, muitas vezes refle-tiam um puro processo de domesticação. E com isso, em algunsmomentos, sem dúvida alguma, se reduziu a intensidade dos

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movimentos populares, cumprindo consciente ou inconsciente-mente, uma determinação do Estado no sentido de sustentaçãodo status quo ... Todavia, acredita-se, a universidade pode serum mecanismo de apoio ao processo de mudança social. Comose teve chance de analisar anteriormente, os grupos da unl-versidade que pretendem trabalhar com o povo, devem parti-lhar com ele, de um processo de troca ou confronto de sabe-res, onde se faça o desvendamento das limitações instituclo-nais, instrumentalizando-o para tirar o maior proveito não so-mente das ações possibilitadas pela ação da Instituição de En-sino Superior, mas, das organizações do Estado de um modogeral. Devem igualmente buscar um conhecimento concreto dascondições de vida da classe subalterna, das suas formas deprodução do saber, de seus valores, descobrindo, assim, ondeestá a ciência no senso comum. Devem assessorar as popula-ções, no sentido de que estas se tornem mais capazes de umesforço crítico, para poder interpretar e compreender a reali-dade presente e sistematizar suas propostas de direcionamentoda sociedade, auxiliando concretamente o surgimento dos inte-lectuais orgânicos da classe dominada·

Em relação às mudanças ocorridas a nível interno das ins-tituições de ensino superior, pela via da extensão universitária,há poucos registros que permitam uma identificação mais obje-tiva. Há referências em alguns documentos à mudança de m n-tal idades de docentes e discentes - especialmente os partl-cipantes de programações na linha da ação comunitária oudesenvolvimento de comunidades, nos CRUTACs e Campi Avan-çados -; à reestruturação administrativa da universidadcom criação de novos mecanismos facilitadores da ação ext n-sionista -; da articulação dos Programas de Pós-Graduaçi o,com ações de extensão; da reestruturação de algumas dlr tri-zes acadêmicas; e, fala-se de pequenas experiências no ub I -temas de ensino, surgidas em função da extensão, relacion dascom estágios, grupos de reflexão - o caso do Labor tórloRogers, mas, tudo isso aparece muito vagamente.

As razões da dificuldade de compreensão da extenso comofunção própria da universidade, tem sua origem na próprio Im-precisão com que a Lei n.O 5.540 trata o assunto. O r I tórlosobre a "Avaliação da Implantação da Reforma Unlv r It ria",preparado pela UFBA-ISP, mostra muito bem a respon bllldadedesta legislação neste sentido. Além do mais, como podesentir, não há uma única maneira de encarar a xt n 50 uni-versidade, existe, isto sim, extensões da unlvcrsldado. m di-reção a comunidades, instituições, organizações, em r loção aclasse dominante ou a dominada, de acordo com proposta

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política dos grupos que participam da ação extensionista. Comonão há uma proposta unitária, uma única formulação ou umaúnica maneira de encarar o processo de extensão, torna-se di-fícil para alguns, considerar como extensão universitária a atua-ção de grupos que praticam ações completamente diversas dassuas ...

A fragilidade do ensino e a incipiência das pesquisas reali-zadas pelas universidades, parecem ter sido as causas princi-pais da operacionalização da extensão universitária em formade prestação de serviços sociais de caráter assistemático, mui-tas vezes, substitutivos da ação governamental. Ainda hoje, oensino é visto como a função básica da universidade, numatradição de transmissão de conhecimentos, muitas vezes já su-perados ou alienados da realidade; é maior a preocupação coma memorização dos conhecimentos e com a verificação deaprendizagem - as provas -, do que com a problematizaçãode situações que poderiam levar a um efetivo aprendizado. Vê--se o ensino somente como o momento de relação entre pro-fessor e aluno na sala de aula, onde o primeiro, na maioriadas vezes, em sua condição de autoridade, transmite e submeteo aluno a sua visão, avalia em função da fidelidade aos con-teúdos transmitidos, através de critérios que estimulam multomais a concorrência do que a solidariedade grupal ... E a pes-quisa, por seu lado, prevista como função indissociável do en-sino na lei n." 5.540, onde é apresentada como forma de umatransmissão criativa do saber, ainda é ineficaz no quadro geralda universidade brasileira, sendo ainda hoje a grosso modo,muito mais uma resultante de esforços individuais, que, deuma ação institucional. E dentro do quadro apresentado, consi-derando-se que as posições favoráveis à transformações sãominoritárias, o que pode ser a extensão, função de relação des-tinada a levar à sociedade os frutos do saber universitário? Lo-gicamente, considerando-se a situação do ensino e da pesquisa,a extensão ter-se-ia de contentar de aparecer sob forma de umensino como o que se ministra a nível acadêmico, ampliado àspopulações de um modo geral e de difusão dos resultados daspesquisas que mesmo incipientemente a universidade executa.Mas, que proveito a sociedade global tiraria disso tudo, já quesuas exigências são muitas vezes de caráter pragmático e ime-diatista? Certamente, ter-se-ia que partir para um tipo de pres-tação de serviços que não se restringisse somente à extensãodo ensino e dos resultados da pesquisa; e a oportunidade seafigurou, na ocupação de espaços nos quais o poder qoverna-mental não tinha condições de atuar ou então firmar-se noapoio às ações desenvolvidas pelo governo. A nível do dis-

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curso procurou-se também ampliar as possibilidades da exten-são e vê-Ia como elemento que poderia trazer um "feedback"renovador e dinamizador às universidades... Pode-se, com aidéia da extensão atingir os interesses de modernização dauniversidade, porém, não se conseguiu conquistar os mais tra-dicionalistas. Estes, além de alegar o perigo de perda de quali-dade do ensino, viam a extensão como função que poderia re-presentar novas exigências de trabalho. .. E muitos dos maiscomprometidos com o processo de mudança social, apesar dereconhecerem a validade do discurso, perceberam criticamen-te a ambigüidade que muitas vezes acontecia com o nível daprática concreta ...

Na realidade, se considerada no plano estritamente lnstl-tucional e na perspectiva dominante nas universidades brasi-leiras, a extensão tem sido até hoje uma função exercida assis-tematicamente, esporadicamente, sem vinculação com o ensi-no e a pesquisa, não sendo considerada de fato como função,apesar das inúmeras instâncias burocráticas existentes parasua operacionalização ou coordenação. O que é chocante, é oalegado compromisso que a universidade declara criar com ascomunidades pobres, pela via da extensão gerando grandes ex-pectativas ...

É inadmissível que se continue com discursos refinadoscomo justificativa para práticas incompetentes. A extensão nãopode mais continuar a ser a função unlversltárla "que, consistegeralmente em levar conhecimentos supérfluos ou preciosis-tas, a uma minoria de beneficiários interessados" como salien-ta Bordenave.tã) E o que é pior, muitas vezes nem se sabe seos beneficiários estão interessados.

A extensão deve ser vista como um espaço possibilitadorde estabelecimento de uma ligação com a classe trabalhadora,que permita um intercâmbio de conhecimentos, no qual a uni-versidade aprenda a partir do saber popular e assessore aspopulações no sentido de sua emancipação crítica. .. De acor-do com posição expressa por Gadotto, em análise sobre a re-visão crítica do papel do pedagogo na atual sociedade brasilei-ra, deseja-se reiterar que: "é falsa a afirmação de que nadaé possível fazer na educação enquanto não houver uma trans-formação da sociedade, porque a educação é dependente dasociedade. A educação não é, certamente, a alavanca da trans-formação social. Porém, se ela não pode fazer sozinha a trans-formação, essa transformação não se efetivará, não se conso-

2 BORDENAVE, [uan Diaz. Pode a Universidade ser Motor de Desenvolvi-mento. São Luís, UFMa, 1978, 20 p. mimeo.

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lidará, sem ela. Se ela não é a alavanca, isso significa, ainda,que a sua luta deve estender-se além dos muros da escola,não deve limitar-se ao seu campus, o que a ideologia dominan-te entendeu há muito tempo, querendo limitar o conflito aosmuros dos campi ... (3)

A extensão universitária em uma dimensão de mudançasocial na direção de uma sociedade mais justa e igualitária, temportanto, obrigatoriamente, de ser uma função de comunicaçãoda universidade com o seu meio, possibilitando, assim, a suarealimentação face à problemática da sociedade, propiciandouma reflexão crítica e revisão permanente de suas funções deensino e pesquisa. Deve representar, igualmente, um serviçoàs populações, com as quais os segmentos mais conscientesda universidade estabelecem uma relação de troca ou confron-tos de saberes.

3 GADOTTI, Moacir. Educação e Poder; introdução à pedagogia do con-flito. São Paulo, Cortez, Autores Associados, 1980.

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