comunicação empresarial n.º 38

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ANO XVI 2011 SEMESTRAL • JUL.DEZ 38 COMUNICAR EM TEMPOS DE CRISE A mudança indispensável e urgente GRANDE PRÉMIO APCE 2011 Excelência em Comunicação

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Rita Pinho Branco eleita Comunicadora do Ano; Comunicar em Tempos de Crise - A mudança indispensável e urgente; Grande Prémio APCE 2011 - Excelência em Comunicação

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ANO XVI 2011 SEMESTRAL • JUL.DEZ

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COMUNICAR EM TEMPOS DE CRISEA mudança indispensável e urgente

GRANDE PRÉMIO APCE 2011Excelência em Comunicação

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05 Editorial

FEIEAA nossa comunicação internaé uma das melhores na Europa

Tema de CapaO nome da excelência

OpiniãoComunicar a contradição

Notícia EDP lança nova marca para todo o grupo

Investigação2º congresso de comunicação ibero-americana decorrerá na Universidade do Minho em 2013

Reportagem4.ª APCE Karting Cup: fun spirit domina manhã desportiva

SustentabilidadeSiemens instala Green Building Monitor no campus de Alfragide

MemóriaTestemunhos do 1º Congresso Portuguêsde Relações Públicas (4)

Associados Colectivos

Comunicar em tempos de crisee de mudança

Gestores de comunicação renovamcompromisso com a excelência

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SUMÁRIO

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EDITORIAL

MÁRIO BRANCOPresidente da DirecçãoAPCE

papel da comunicação nas organizações está a evoluir de uma forma muito marcada, bem evidenciada, aliás, por factos e testemunhos re-gistados em diferentes regiões do mundo. Poderemos, mesmo, con-

siderar que os gestores de comunicação são hoje intérpretes de uma profunda transformação, um renascimento na comunicação, que impacta o desenvolvi-mento dos programas e dos processos da comunicação à escala mundial.

A comunicação já não pode ser encarada simplesmente como uma activida-de táctica ou de apoio – antes emerge como uma função estratégica da gestão focalizada na criação de valor.

As mudanças têm vindo a ocorrer e a alterar radicalmente a forma como as pessoas, as instituições e os negócios comunicam. Elementos estruturais, como a digitalização, as tecnologias de informação, o conhecimento e os siste-mas de comunicação, têm sido factores preponderantes dessas mudanças na nossa sociedade em rápida evolução.

Os impactes têm resultado da compressão do tempo, da complexidade e interligação das questões, do estilo de vida digital e da mobilidade, da crise financeira e da interiorização nas organizações de uma maior consciência ética – a responsabilidade social da organização tende a mover-se das franjas para o centro do negócio.

A função comunicação está, assim, a encontrar um espaço mais amplo de intervenção, feito de complexidade e contextualização. A confiança - e como restaurá-la – tornou-se uma questão crítica, e quer os próprios profissionais quer as partes interessadas reclamam transparência, verdade, proximidade, frequência e compreensão recíproca.

Uma organização comunicativa tem de colocar as suas pessoas - num con-ceito alargado de público interno - no coração das suas comunicações e de responder de modo responsável e eficaz às legítimas preocupações dos seus stakeholders externos.

Alavancar a comunicação e articulá-la como um activo das organizações – baseado no alinhamento cultural, nas relações e na reputação – compromete--nos com novos desafios estratégicos e abre-nos, ao mesmo tempo, novas (e exigentes) oportunidades, nomeadamente no sentido de…

• Mover a comunicação para o turbilhão da gestão da mudança e assim fomentar a mudança cultural (persuadindo, explicando, assegurando, …)

• Considerar o Planeta como o nosso grande stakeholder e estabelecer e documentar compromissos sérios de sustentabilidade

• Fazer mais com menos recursos e promover a criatividade e a inovação• Dominar a utilização dos media sociais e empenhar-se na interacção,

o que significará atingir novas audiências, ganhar a atenção (se o processo da mensagem for relevante e significante) e influenciar a discussão em redes.

A comunicação posiciona-se agora no eixo do business unusual, o que reclama dos profissionais elevados padrões de conhecimento e novas competências, atributos indispensáveis a um desempenho responsável e de sucesso.

O

UM RENASCIMENTONA COMUNICAÇÃO

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FEIEA

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GRAND PRIX 2011

O título deste artigo remete-nos, se o colocarmos sob a forma de interrogação, para o desafio que, anualmente, a FEIEA (Federation of European Internal Communications Associations) lança às associa-ções que a integram, com o seu Grand Prix, e em que naturalmente se inclui a APCE.

A nossa comunicação internaé uma das MELHORES na Europa

desafio é particularmente ali-ciante e, ao longo dos últimos anos, tem-se provado que os

comunicadores portugueses e os seus projectos de comunicação se posicio-nam entre o que de melhor se faz na Europa, sendo esta mais uma forma de merecer e solidificar o respeito e o reconhecimento dos seus pares!

Recuando apenas aos últimos anos, verifica-se que:

• em 2008, quatro empresas por-tuguesas (CTT, Ipsis, Manchete e

Paula Portugal Mendes, Secretária-Geral da APCE, participou num dos grupos de avaliação, juntamente com Tomas Poucha (República Checa), Henrik Vinther (Dinamarca) e Steve Doswell (Reino Unido e presidente da FEIEA)

Siemens) conquistaram cinco prémios da FEIEA, entre 148 projectos a con-curso, oriundos de 10 países;

• em 2009, novamente quatro empresas (Ativism, CTT, EDP e Sie-mens) alcançaram cinco prémios entre 166 trabalhos a concurso, com origem nos mesmos 10 países;

• em 2010, ainda quatro empre-sas portuguesas (CTT, EDP, Sie-mens e Solvay Portugal) foram reco-nhecidas com cinco prémios, entre mais de uma centena de trabalhos propostos por 11 países.

O ano de 2011 não constituiu ex-cepção e Portugal voltou a mostrar que está na linha da frente no que respeita a projectos de comunicação interna!

O convite foi lançado e os nossos associados responderam em eleva-do número ao Grand Prix FEIEA: 20 projectos foram recepcionados na sede da APCE, propostos por em-presas tão diversificadas na sua área de actuação como a Abbott Portu-gal, ANA – Aeroportos de Portugal, CTT, EDP, EMEL, Lusitania Segu-ros, Nestlé e Siemens. Seguramen-te, este terá sido um dos anos com maior participação portuguesa e, em termos de percentagem, com um

Paula Portugal Mendes

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FEIEA

forte peso no total, se comparada com os restantes países candidatos, uma vez que o número de projectos a concurso totalizou os 105, tendo origem em 12 países.

Mais uma vez, o júri deste Grand Prix esteve reunido durante três dias, em Bruxelas, nas etapas finais do concurso, ficando a representa-ção portuguesa novamente a cargo da Secretária-Geral da APCE, que, aliás, também promove e coordena o concurso a nível nacional.

Como se tornou já habitual, este júri pan-europeu foi constituído por peritos representantes das várias associações federadas na FEIEA e acolheu, ainda, um convidado externo, papel que, desta vez, foi dignamente desempenhado por Axel de Bleser, responsável pela Di-recção de Inovação e Suporte Tecno-lógico (área competente em matéria de edições e intranet) do Parlamento Europeu.

SETE PRÉMIOS PARA PORTUGAL

Na comparação com as melhores prá-ticas, Portugal arrecadou, este ano, nada menos do que dois primeiros prémios, três diplomas de segundo

lugar e dois diplomas de terceiro.A Abbott Portugal e a EDP sagra-

ram-se vencedoras, respectivamente, nas categorias Evento de comunica-ção interna (eventos múltiplos) e Co-municação Audiovisual. Os CTT (ca-tegoria Fotografia), a EDP (categoria Publicação regular multilingue) e a Siemens (categoria Cartoon ou ilus-tração) alcançaram a posição Run-ner Up, correspondente ao segundo lugar. E a EDP e a Siemens foram, ainda, distinguidas com um terceiro lugar nas categorias Intranet e Even-to de comunicação interna (eventos múltiplos), respectivamente.

Estas distinções reforçam a po-sição, tantas vezes defendida pela APCE, de que “as empresas e os ges-tores de Comunicação portugueses não devem recear comparar-se aos melho-res, num plano europeu”, e represen-tam não só um motivo acrescido de orgulho como, também, “um incen-tivo para que muitos mais, no âmbito da rede APCE, procurem evidenciar a excelência dos seus projectos no plano internacional”.

Os vencedores do FEIEA Grand Prix 2011 foram formalmente anun-ciados durante uma gala realizada em Londres, dia 17 de Novembro.

A revista “Aposta”, dos CTT, colocada ao nível do que de melhor se faz em comunicação interna na Europa

O júri pan-europeu reuniu durante três dias, em Bruxelas, e procedeu a uma avaliação atenta dos projectos seleccionados

Vesna Petkovsek (Eslovénia) e Benedicte Papeloer(Bélgica) analisam os trabalhos da categoria Fotografia

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OPINIÃO

Comunicar a CONTRADIÇÃOFalar hoje sobre o religioso é complicado. Como é complicado falar sobre economia, finanças,educação, ou até de valores absolutos como liberdade e democracia. Porquê?...

Luís Miguel Larcher

mundo de hoje é complicado, sem identidade de nada, sem consensos sobre nada, até

se tornou impossível decidir quais as razões para a crise e a sua solução. Toda a gente fala de tudo e, infeliz-mente para o mundo, poucos sabem de alguma coisa. Veja-se o paradoxo de ser a sociedade, que se afirma laica e agnóstica, a decidir o que as religi-ões devem pensar e dizer. Ou seja, o parecer, o politicamente correcto, as modas são mais importantes do que a autenticidade da religião e a própria revelação de Deus.

Só não é estranho porque vivemos num mundo de ignorantes. Ninguém sabe nada de nada, mas toda a gente fala de “cátedra” sobre tudo e, se tem imagem televisiva, a burrice passa a ser verdade e até moda. Engraçado é que quem se preocupa em ter uma vida plástica, em que o que interessa é a imagem, consegue criar modas e orientar o pensamento de muita gen-te. Esta é uma ditadura insuportável! Como os comentadores se referem a factos notícia da comunicação social, habitualmente mal sustentados e até incorrectos, da impreparação e falta de cultura e seriedade do/a jornalista leva-se uma sociedade inteira à igno-rância e até, no limite, se destroem nomes e honras de pessoas. Tudo porque, num tempo do “agora”, não

há tempo para a verdade da “vida” e do “tempo”.

A pergunta, sacrossanta, no que concerne à comunicação do religioso é esta: alguém conhece bem a sua re-ligião? A sua doutrina, o seu livro sa-grado? Alguém conhece bem qualquer outra religião? Alguém sabe distinguir se o que se diz de uma religião é ver-dadeiro ou mentira? Se não, o que é verdade, então porque é que se fala do cristianismo/catolicismo ou do islão, quando não se sabe o que diz a dou-trina mas o que dizem as pessoas que utilizam a religião para actos de pedo-filia ou de terrorismo, por exemplo. Há por aí muita gente que diz muito disparate sobre religiões e igrejas por-que são simplesmente calões. Não sa-bem nem querem saber, porque o que vende, e dá imagem, é a espectaculari-dade da notícia ou do comentário.

Comunicar o religioso, e este é um termo tão abrangente quanto a experi-ência ou a cultura religiosa de cada um de nós, confronta-se, nos dias de hoje, com dois grandes problemas: por um lado, entra no campo da intimidade da pessoa e nas expectativas que tem do religioso, por outro, confronta-se com o conhecimento de Deus e da religião em base da opinião de terceiros ou da comunicação social, em detrimento de uma experiência de Deus e da Sua Revelação.

Por outras palavras, falar do divino ou do religioso é confrontar as pesso-as com as suas próprias experiências e expectativas do divino. Muitas pes-soas têm já uma experiência de Deus, num momento marcante da sua vida e que lhes dá um conhecimento único e verdadeiro de Deus. Essas pessoas pouco se interessam com o que se diz nem dependem disso para acreditar. Outros, pelo contrário, têm uma re-lação contratual com Deus. Estabe-lecem com Ele contratos em que às orações ou às missas correspondem curas ou milagres. Essa expectati-va, sobretudo se gorada, torna estas pessoas muito sensíveis à opinião publicada e à contradição que existe sempre entre a essência da religião e a sua utilização pelos seus seguidores ou pastores.

Claro que aqui fazem todo o senti-do as técnicas de comunicação como simples técnicas, independentemente do conteúdo. Todos conhecemos casos em que o prestígio e a imagem de deter-minados pastores de igrejas ou religiões dependem do marketing, da construção de uma imagem, de um poder de in-fluenciar e aglutinar as pessoas à sua volta e não, como deveria, à volta de Deus. Uma vez mais, a abertura ao mar- keting e às técnicas de comunicação do religioso, em si sós, são sinais de fragi-lidade emocional e espiritual da pessoa.

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o pastor que queimou o Corão, a cons-trução de novos colonatos por Israel, a luta entre pessoas de religiões dife-rentes em países africanos e asiáticos, entre outras -, o que traz a debate as premissas éticas dos comportamentos das pessoas em geral e dos detentores do poder e da finança em particular, e um conceito de paraíso que deixa o campo do futuro e da perfeição, para a tangibilidade do presente e da capaci-dade das pessoas construírem socieda-des felizes e igualitárias.

O grande desafio da comunicação do religioso vai passar por uma mu-dança nos paradigmas ou das estraté-gias das religiões, para uma coisa mui-to simples. A certeza que, num tempo e mundo simultaneamente complexo e informado e tão desejoso de paz e amor, elas só atingirão o seu objectivo de comunicação quando a sua mensa-gem, a mensagem que chega às pesso-as, for sobre Deus e a Vida, e não se centrar na fulanização dos seus líde-res, em jogos de poder no seu interior ou de supremacia sobre as outras reli-giões. As pessoas são instrumentos de comunicação, que devem ser formados e cultivados e terem à sua disposição os meios tecnológicos mais evoluídos, mas não podem, nem devem, fazer re-cair sobre si o peso de serem a referên-cia ou notícia, em detrimento de Deus e da Sua Mensagem.

OPINIÃO

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O que não invalida que, saber co-municar hoje o religioso é um desafio, na forma, no conteúdo e, sobretudo, nas reacções e alterações de vida que provoca nas pessoas. O religioso faz com que as consequências das pala-vras sejam muito mais fortes que as próprias palavras, até porque muitas vezes se está situado no campo das emoções e não da razão e lógica. O que faz do discurso do comunicador uma arma de dois gumes: pode ser muito bem, e ficar por aí, ou pode ser ouvido sem grande interesse mas, em qual-quer momento, fazer um clique tardio naquela pessoa e a interpelar e levar à redescoberta de si própria. Diria que é um luxo de religioso: o discurso ir para além do comunicador e do momento em que comunica.

Estava há dias, em pleno momen-to de usufruto da paz, a passar um tempo em Alvito, pleno Alentejo que, segundo os sensos oficiais, é terra de pouca fé e prática. Quando, no meio da comunicação da natureza, en-tre os trinados dos pássaros e o odor perfumado dos inícios do Outono, ouvi uma música que soava pela povoação. Uma música simples, sinfónica, mas que, naquele momento, foi, para mim, um autêntico prelúdio à autenticidade da comunicação de Deus com os homens e da mensagem de amor comunicada en-tre os homens. O carimbo da genuidade

“O grande desafio da comunicação do religioso vai passar por uma mudança nos paradigmas ou das estratégias das religiões”, considera Luís Larcher

da comunicação é a autenticidade.Ao nível da comunicação do reli-

gioso, o mundo actual está, indubi-tavelmente, numa época de pura he-terodoxia. E que passa por uma nova linguagem, a abordagem de novos te-mas e o retorno do profano ao sacro, com a descoberta de novas dimensões do sagrado na vida da humanidade ou com uma leitura mais espiritual e sa-grada das realidades da vida.

Até agora o religioso presidia à morte, à dor e à doença, agora passou a estar associado à vida, à liberdade, ao ambiente, à felicidade e qualida-de de vida. A religião passou a ser interpeladora sobre a forma como a comunidade e a sociedade vivem. As doutrinas falam em responsabili-dade cívica e social, em responsabi-lização dos detentores do poder, da qualidade do serviço público, da igual-dade entre géneros, da consciência do valor e do uso dos bens materiais, até à centralidade da liberdade pessoal, à consciência crítica e à interpelação so-bre as motivações do nosso agir e do nosso pensar. O religioso passou a ser o inimigo fidagal do acriticismo e da ir-responsabilidade.

Isto passa pela releitura feita ao pa-pel, e à comunicação, das religiões no mundo hodierno - num momento em que as noticias são a “revolução ára-be”, a ascensão dos partidos islâmicos,

(…) Saber comunicar hoje o religioso é um desafio, na forma, no conteúdo e, sobretudo, nas reacções e alterações de vida que provoca nas pessoas

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FÓRUM

2011 APCE & GLOBAL ALLIANCE INTERNATIONAL FORUM

A responsabilidade e a ética ou o papel que os profissionais de comunicação e RP têm a desempenhar, hoje e no futuro, estiveram no centro da discussão no Fórum anual da APCE.

COMuNICAREM TEMpOS DE CRISEE DE MuDANÇA

oi em Lisboa, no passado dia 24 de Maio, que a APCE reuniu o seu Fórum anual, em parceria

com a Global Alliance, a confederação global das associações e instituições de Relações Públicas e Gestão de Comuni-cação. Consagrado ao tema Communi-cating in Times of Crisis & Change, este APCE & Global Alliance International Forum procurou responder à questão de saber como podem os gestores de comu-nicação e relações públicas definir a es-tratégia, (re)construir a confiança e con-tribuir para a recuperação económica.

Na verdade, e porque os tempos que vivemos são de profunda crise económica, o primeiro desafio lançado por Mário Branco, presidente da APCE,

foi saber como podem os comunica-dores “contribuir para a reposição da confiança”. A resposta veio pronta: co-municando com eficácia, coerência e, acima de tudo, consistência, pois, como adiantou John Paluszek, Chair da Glo-bal Alliance, assistimos hoje à “emer-gência de um novo modelo de negócio”, que passa pelos novos canais de comu-nicação, obrigando a uma mudança de paradigma, uma vez que a comunica-ção entre as organizações e os seus pú-blicos deixou de ser unilateral e é hoje bi-lateral.

COMUNICAR E INFORMAREM TEMPOS DE CRISE E MUDANÇA

João Vieira Lopes, Presidente da Confe-deração do Comércio e Serviços de Por-tugal (CCP), veio falar sobre o actual mo-mento económico, explicando que, para ultrapassar a crise da dívida e o défice, é necessária uma diminuição da despesa pública acompanhada por um aumento da receita. Uma fórmula que só será pos-sível alcançar, acrescentou, se Portugal “demonstrar capacidade de adaptação e de resposta à realidade económica actu-al, revendo a dicotomia cidade/campo, apostando num regresso ao mar e a toda a indústria e pescado a ele associado e, finalmente, apostando na exportação de serviços comercializáveis”.

Para responder à questão de “como

FJorge Conceição Silva, administrador da Lusitania, acolheu os participantes no Fórum, que decorreu no Palácio de Porto Covo, à Lapa (Lisboa)

O presidente da CCP, João Vieira Lopes, comentou o contexto económico

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FÓRUM

os líderes das empresas vêem o papel da Comunicação Empresarial na mudança organizacional em tempos de crise”, a APCE reuniu um painel de gestores de topo, contando-se entre eles Jorge Conceição Silva, Administrador da Lu-sitania, José Silva Rodrigues, Presidente da Carris, João Vieira Lopes, Presidente da CCP, e Bart Wauters, Public Affairs & CSR Manager da Grayling Espanha. No final, conforme resumiu o moderador, António Rapoula, vice-presidente da APCE, todos concordaram que, “quer a empresa fale muito, quer a empresa fale pouco, é imperioso que fale verda-de, sobretudo em tempo de crise”.

No entender de José Silva Rodrigues, Presidente da Carris, é mesmo “redutor pensar que podemos/devemos dizer o menos possível aos funcionários/par-ceiros”, pois, explicou, “a informação é chave, pelo que deve ser redobrada, para que as pessoas possam perceber para onde caminham as empresas”. Hoje, afirmou, “o papel das pessoas é central”, pelo que o marketing e as RP são muito importantes para fomentar uma boa comunicação, tanto interna como externa, fazendo uso das diferen-tes abordagens, ferramentas ou canais para chegar a todos os diferentes públi-cos. “A base tem que ser sempre real, óbvia e consistente”, sempre adaptada a uma realidade em plena mudança, pois, como defendeu Silva Rodrigues,

“os processos de mudança são sempre estimulantes, desafiantes. São, acima de tudo, oportunidades”.

A experiência ainda recente da fusão das seguradoras Real Seguros e Lusi-tania permitiu a Jorge Conceição Silva, Administrador da Lusitania, exemplifi-car a importância da clareza na comu-nicação da informação, recordando que foi dada especial atenção à comunicação bilateral entre empresa e colaboradores. “Isto permitiu manter sempre as pesso-as envolvidas nos processos em curso, mantendo expectativas e resultados equilibrados e, sempre que necessário,

O painel inicial pretendeu saber que papel atribuem os líderes empresariais à Comunicação na mudança organizacional em tempos de crise

O Fórum registou larga participação de profissionais e docentes de Comunicação e RP

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FÓRUM

garantiu correcções à estratégia sem desvio dos objectivos finais”, explicou o gestor. Para Conceição Silva, não é só internamente que a comunicação deve ser bilateral, pois se “internamente pro-pomos objectivos, externamente faze-mos promessas”.

Bart Wauters, representando a Grayling Espanha, reforçou a importân-cia da coerência na comunicação, uma vez que “as empresas devem ser con-sistentes na sua mensagem, seja esta comunicada interna ou externamen-te”. Aproveitou também para chamar a atenção para as redes sociais, conside-rando-as o mais recente canal de comu-nicação ao dispor das organizações.

PERSUASÃO OU MANIPULAÇÃO?

Lançadas que estavam as bases do Fó-rum, chegou o momento de acrescentar mais uma variante à discussão – a éti-ca nas Relações Públicas. Para o fazer, num módulo conduzido por Alda Tel-les, presidente do Conselho Consultivo e de Ética da APCE, a Associação con-vidou Gisela Gonçalves, professora na Universidade da Beira Interior e autora da tese de doutoramento “Relações Pú-blicas e comunicação. A tensão entre os interesses privado e público”, que pro-curou clarificar, ou desmistificar, algu-mas ideias geralmente associadas aos profissionais de Relações Públicas. A académica abriu por isso a apresentação

com duas questões: “Como encaram os agentes de RP a sua profissão? Como persuasão ou como manipulação?”.

Segundo Gisela Gonçalves, “ainda existe muito a imagem das Relações Públicas como uma forma de ludibriar a opinião pública”. Isto, apesar de “esse mesmo rótulo estar a desaparecer, mui-to por fruto da existência de cada vez mais profissionais” que trabalham de acordo com os três imperativos éticos dos códigos de identidade profissional. São eles “o respeito pela verdade”, o imperativo de “fomentar o diálogo en-tre a organização e os seus públicos” e, finalmente, a obrigação de agir com “respeito pelos interesses públicos e não apenas de acordo com os interesses das organizações”.

Baseada numa série de entrevistas a um conjunto de 29 profissionais de Comunicação e RP em Portugal, Gisela Gonçalves concluiu que estes se vêem como conselheiros estratégicos, rele-vantes em qualquer tipo de organização. Cabe-lhes, antes de mais, saber ouvir os públicos, mantendo uma visão glo-bal e integrada da organização e da sua interacção tanto a nível interno, com os diversos departamentos, como a nível externo, com os diversos players da so-ciedade. Como conselheiros estratégi-cos, devem ser capazes de propor polí-ticas destinadas a construir relações de confiança com os diferentes públicos da organização ou, pelo menos, saberem

No tocante à forma como a infor-mação é veiculada pelas empresas e pelos seus colaboradores nas redes sociais, as regras, assentes no senso comum, podem dividir-se pelos quatro pilares fundamentais que a Australian Broadcasting Corporation tão bem resumiu: não misturar as áreas pessoal e profis-sional de modo a que possam ser prejudiciais à empresa; não deixar que as redes sociais prejudiquem a produtividade; não implicar o nome da empresa na defesa de uma opinião pessoal; não divulgar informação confidencial obtida no local de trabalho.

BOAS PRÁTICASNAS REDES SOCIAIS

A APCE promoveu um fórum alternativo, através da sua página Facebook, em que o debate de ideias, em tempo real, ganhou dimensão ainda mais ampla

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FÓRUM

Ética não é só o que dizemos, mas também o que fazemos, pois estamos frequentemente a trabalhar no ‘cinzento’

John Paluszek

Estamos a experimentar um modelo que funciona transversalmente e em rede, não só no plano da comunicação, mas da relação, da organizaçãoe da participação

Nuno Morais Sarmento

As organizações, para se mobilizarem, têm de estar bem informadas, o que é ainda mais crítico na situação que vivemos

José Silva Rodrigues

Uma conduta ética facilita a confiança e essa confiança facilita a construção e manutenção dos relacionamentos com os diferentes públicos

Gisela Gonçalves

Acredito que, se hoje trabalhar os media sociais é uma profissão, no futuro será uma skill

Daniel Tisch

O ensino [da Comunicação] é fundamental, só que depois é preciso dar a possibilidade e o espaço para crescer, evoluir e continuar a aprender

Joana Garoupa

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FÓRUM

quais os caminhos a seguir para se atingirem essas relações de confiança. Finalmente, podem e devem incentivar uma comunicação responsável por par-te das organizações.

Em jeito de conclusão, Gisela Gon-çalves acentuou que “uma conduta éti-ca facilita a confiança e essa confiança facilita a construção e manutenção dos relacionamentos com os diferentes pú-blicos”. Ou seja, permite cumprir “o ob-jectivo último das RP”.

Já John Paluszek, Senior Counsel da Ketchum, optou por desenvolver seis tópicos sobre ética, começando com três aspectos mais generalistas. Foram eles: ética não é só o que dizemos, mas também o que fazemos, pois “estamos frequentemente a trabalhar no ‘cinzen-to’, pelo que há, naturalmente, inúme-ras formas de abordar a verdade, ou jus-tiça”; a ética é muitas vezes um reflexo dos valores e antecede e ultrapassa leis ou regulamentos; e, finalmente, a ética é mutável e evolui com as sociedades.

Quanto aos aspectos que se focam na ética das RP, John Paluszek adian-tou que “existe uma base para as boas práticas na profissão de um Relações

Públicas”, pois existe um código de ética que regula a profissão. É por isso necessário confiar nas associações na-cionais, que devem continuar a traba-lhar “na promoção e manutenção das boas práticas dos profissionais de RP”. Assim, se se reconhece que os códigos de conduta variam de país para país, é bom assumir que “só temos a aprender ao procurar actualizar os nossos códi-gos com o exemplo do que é feito no estrangeiro”, acrescentou.

NOVAS FERRAMENTAS, NOVAS APOSTAS

Após uma manhã rica e intensa de de-bate, procurou-se interpretar as novas expectativas da sociedade e a sua capa-cidade de interacção nas redes sociais. E foi com uma citação de Pérez-Reverte que Nuno Morais Sarmento, advogado e ex-ministro, acabou por resumir as ba-ses deste novo fenómeno que são as re-des sociais: “De todos os seres gregários da natureza, o ser humano é o único que em comunidade necessita de afirmar a sua individualidade”.

Para Morais Sarmento, nas redes

Na sua intervenção, Nuno Morais Sarmento recomendou várias obras que ajudam a compreender as novas expectativas e a crescente capacidade de intervenção dos cidadãos em sociedade:

- Wiki Government, de Beth Simone Noveck- El Futuro y Sus Enimigos, de Daniel Innerarity- The Next 100 Years, de George Friedman- Tempo de Incerteza, de António Barreto- The Net Delusion, de Evgeny Morozov- Penser la Droite, de Patrick Devedjian- The 48 Laws of Power, de Robert Greene- Uma Democracia Sustentável, de Paulo Rangel- Accelerating Out of the Great Recession, de Davis Rhodes & Daniel Stelter- Portugal que Futuro?, de Medina Carreira & Eduardo Dâmaso- The 50th Law, de 50 Cent & Robert Greene- Um Tratado sobre os nossos Descontentamentos, de Tony Judt.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA POR NUNO MORAIS SARMENTO

Nuno Morais Sarmento identificou as novasnecessidades e expectativas da sociedade e as formas como se expressam fora do quadro das instituições

John Paluszek sustentou que as relações públicas são, verdadeiramente, “uma profissão global”

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FÓRUM

sociais todos participam onde, como e quando querem, encontrando ali um es-paço onde a voz e posição de cada um não é mediada, dissolvida ou diluída numa qualquer posição colectiva. Razão que o levou a afirmar que a importância destes espaços e do que eles oferecem é ainda impossível de avaliar. “Acredito que a importância que isso vai ter nos proces-sos económicos, políticos ou no proces-so social colectivo vai ser revolucionária, disruptiva e de profunda alteração”, de-fendeu o ex-governante. Pois, na ver-dade, “comunicação global instantânea é igual a capacidade de intervenção glo-bal instantânea”, acrescentou.

Face a esta nova realidade, Morais Sarmento disse que é necessário reco-nhecer que “hoje comunicamos para mais que um colectivo, comunicamos para cada pessoa que compõe esse co-lectivo”, implicando isso que os temas deixaram de estar “presos por territó-rios”, colocando a globalização a uma nova escala. O principal risco deste novo paradigma? A amoralidade, como

ilustrou com o caso Ensitel, risco esse que “não é antecipável”.

Sobre o caso Ensitel, José Pedro Silva, autor do blogue ‘Lóbi do Chá’ - outro dos membros do painel moderado por Con-ceição Zagalo, presidente da Mesa da Assembleia Geral da APCE -, sublinhou que “a comunicação nas redes sociais deve ser pensada e ponderada, princi-palmente quando falamos de empresas ou de outras entidades colectivas”. Ele, de resto, como confessou, entrou na blo-gosfera à procura de uma voz…

Ainda sobre o mesmo caso, a direc-tora da Federação Italiana de RP (FER-PI), Letizia Pini, defendeu que “não é possível controlar tudo o que é dito nas redes sociais, pelo que cabe às empre-sas investir na transparência e no diá-logo, em lugar do habitual monólogo”. Adicionou, ainda, que “é necessário investir numa comunicação mais ho-lística, que permita combinar os meios de comunicação tradicionais com estes novos media”, tornando-se imperativo “conferir transparência e coerência à

A Profª. britânica Anne Gregory interveio activamente nos debates

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FÓRUM

informação partilhada pelas empresas”. Em última análise, é necessário “saber parar para pensar, assim como discutir ideias para além de pessoas”. Até porque, como afirmou Morais Sarmento, “as no-vas ferramentas podem ser bem ou mal utilizadas, mas as velhas também...”.

Uma perspectiva com que Jorge Mor-gado, Secretário-Geral da DECO, viria a concordar, defendendo mesmo que “a aposta deve estar no rigor da mensagem passada”, pelo que é importante que, cada vez mais, “os utilizadores sejam ensinados na melhor forma de intera-gir nas redes sociais”. Na verdade, “da mesma forma que sabemos que muito do que está disponível na internet não é verdade, ou peca por incompleto, há uma série de outras questões para as

quais devemos estar alerta, pois nunca foi tão fácil lançar um boato”, concluiu.

O RP E O COMUNICADORDO FUTURO

O último painel de convidados abordou o tema da identificação de oportunida-des nas competências de gestão a de-senvolver no futuro das Relações Públi-cas e da Comunicação organizacional. Um debate que o moderador João Du-arte, CEO da YoungNetwork, iniciou defendendo que “estratégia, mensagem e escolha de canais continuam a ser o fundamental em comunicação”.

O canadiano Daniel Tisch, presi-dente da Argyle Communications, foi mais longe e fez uma distinção entre

os vários papéis e skills que tanto o RP como o comunicador do futuro devem possuir. Para Tisch, é pos-sível identificar cinco papéis, sendo que apenas o primeiro é virado para dentro da empresa, estando os se-guintes virados para o exterior, para as audiências, para o consumidor ou para os accionistas. São eles: conse-lheiro, advogado, audiência/público, emissor/repórter e líder.

No que diz respeito ao papel de “conselheiro”, a sua audiência prin-cipal é o próprio CEO. A relação dos profissionais com os gestores execu-tivos é hoje mais madura, permitindo ao CEO delegar e confiar no papel das RP para a manutenção da relação da empresa com o seu público. Este é o papel mais importante.

Já o “advogado” deve mostrar as acções da empresa nas áreas sociais, económicas e ambientais, tendo o dever de conduzir a organização por um caminho que não atropele estes valores. A função relativa à “audiên-cia/público” permite monitorizar a realidade envolvente e detectar opor-tunidades. Já o trabalho de “emissor/repórter” passa por relatar o pro-gresso da organização junto dos seus stakeholders, incluindo o accionista. Esta comunicação deve ser clara, fi-dedigna e acessível para todos. Mos-trar não só o lado bom, mas também o mau, mantendo uma percepção real das consequências disso.

Finalmente, o papel de “líder” re-quer a capacidade de não só prever o que é necessário hoje, mas o que será necessário amanhã. Deve ser um vi-sionário, alguém capaz de antecipar tendências.

Resta dizer que, para levar estes papéis a bom-porto, é necessário pos-suir uma série de competências e es-tas, para Daniel Tisch, passam antes de mais por dominar as últimas tec-nologias de interacção com o público. “Acredito que, se hoje trabalhar os me-dia sociais é uma profissão, no futuro será uma skill”, pois implica ter a ca-pacidade de observar tanto o particu-lar quanto o geral e trabalhar qualquer uma destas partes. “É importante conseguir contextualizar, conseguir

Mafalda Eiró-Gomes e Alexandre Cordeiro foram convidados a reflectir sobre os saberes, habilidades e competências que os profissionais deverão desenvolver para o futuro

Alda Telles - aqui ladeada por José Viegas Soares, Filipa Trigo e Álvaro Esteves - moderou um dos painéis e colocou questões em discussão

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FÓRUM

observar não só o que é feito no in-terior da sua empresa, mas também o que é feito fora dela”. Mais: “é pre-ciso saber observar e contextualizar os vários ‘layers’ da sociedade”, ser portador de um espírito curioso, que-rer saber o que é feito pelos outros, tanto pela concorrência como no es-trangeiro e, por último, ter a capaci-dade de comunicar uma informação complexa de forma simples.

“A universalidade é muito impor-tante”, observou Mafalda Eiró-Go-mes, professora no Instituto Politéc-nico de Lisboa, que acrescentou que, “no limite, deveríamos preservar a ca-pacidade de voltar ao básico, ter a ca-pacidade de aprender, de estudar, ter curiosidade pelo diferente, bem como ter a capacidade de reunir uma série de competências que levam à origina-lidade e marcam pela diferença”.

Estas afirmações foram comple-mentadas por Alexandre Cordei-ro, CEO da C&C, que falou sobre os processos de aprendizagem, dizendo acreditar que, “para além das técni-cas, é preciso bom senso, o que só é possível com um bom background, e este é muitas vezes fornecido pelas universidades”. Daí que defenda a importância de uma boa relação en-tre as universidades e as empresas, “pois só assim permitimos o contínuo crescimento e rejuvenescimento da massa empresarial”.

O Secretário-Geral da DECO, Jorge Morgado, focou alguns aspectosda situação social portuguesa, em particular entre os consumidores

Mário Branco concluiu os trabalhos considerando que “a mudança, indispensável e urgente, exige uma atitude resiliente e uma forte determinação na construção de um novo futuro”

O Fórum APCE 2011, organiza-do conjuntamente com a Global Alliance, decorreu no Palácio de Porto Covo, sede da Lusitana Com-panhia de Seguros. Esta segurado-ra e o Montepio, ambos associados colectivos da APCE, foram valiosos patrocinadores do encontro. Como parceiros, figuraram os CTT, a Flúor, a Grayling, a Lisbon Project, a OKI, a Público Edit e a YoungNe-twork. A todos é devido o melhor agradecimento público.

PATROCINADORES E PARCEIROS

Joana Garoupa, directora de Co-municação da Siemens, encerrou a discussão defendendo que “o ensino é fundamental, só que depois é pre-ciso dar a possibilidade e o espaço para crescer, para evoluir e continuar a aprender”. As empresas “não podem ser um poço de estagnação, quando devem ser um canal de crescimento”, defendeu.

A MUDANÇA É INDISPENSÁVELE URGENTE

Coube a Mário Branco, presidente da APCE, encerrar o Fórum com um re-sumo das intenções e dos resultados deste debate. Sublinhou por isso, que “a mudança é indispensável e urgente,

exigindo uma atitude resiliente e forte determinação para a construção de um melhor futuro”. E concluiu: “Partilho convosco a minha opinião, sem com-prometer os restantes membros do Exe-cutivo. Fizemos um trabalho honesto, inspirado e transpirado, com a razão e o coração. Discutimos a ética, a confor-midade e a responsabilidade societária, papel que nos está apontado enquanto guardiões dos valores. Reunimos repu-tados académicos, gestores reconheci-dos, líderes de opinião e profissionais de comunicação de primeiro plano. Trou-xemos até vós um dos dirigentes da mais representativa organização mundial no campo das RP e da Comunicação Or-ganizacional. Colocámos a fasquia bem alta e, acredito, superámo-la”.

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FÓRUM

Da esqª. para a dirª. - José Silva Rodrigues, Presidente da Carris, à conversa com José Albuquerque, Mário Branco e Eduardo Guedes de Oliveira, dirigentes da APCE

Cristina Dias Neves (Santander) dialoga com a italiana Letizia Pini, directora da FERPI

Secretárias-gerais acertam pormenores - Paula Portugal Mendes (APCE) e Nina Volles (GA), baseada na Suíça

António Rapoula (APCE), na companhia de Rita Collaço e Susana Pascoal

O sempre animado networking que as pausas café proporcionam

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TEMA DE CAPA

2020

estratégico de que necessitamos para desenvolver trabalho.

Como recebeu a notícia da sua nomeação?

Com o sentimento de que a nome-ação reflectia o trabalho que a equi-pa de Comunicação Institucional do Montepio tem vindo a desenvolver e cuja adequação e qualidade vem sen-do reconhecida, nos últimos anos, pela própria APCE.

Os prémios “Excelência em Comu-nicação”, que nos foram atribuídos, mostraram-nos que estamos no bom caminho, motivaram-nos a produzir mais e a afinar ainda melhor os critérios de rigor e qualidade, pelo que entendi a nomeação, de certa forma, natural.

O facto de ser eleita pelos seus pares ganha um significado especial?

Tem todo o significado, sendo, ali-ás, o aspecto que mais valorizo, já que traduz o reconhecimento por profis-sionais de comunicação experientes e conhecedores da necessidade da comunicação ser estratégica, intima-mente ligada aos objectivos das orga-nizações, mas também humana, ino-vadora e criativa.

Que responsabilidade lhe traz esta distinção?

Traz, sobretudo, níveis de exi-gência ainda mais elevados, seja em termos individuais, enquanto profis-sional, seja enquanto líder de uma

O nome da

EXCELÊNCIARita Pinho Branco foi eleita Comunicadora do Ano, através de votação realizada entre pares, em Junho, por ocasião da última Gala do Grande Prémio APCE - Excelência em Comunicação. Orgulho e dever de elevar os padrões de exigência são sentimentos vividos por esta profissional que, desde 2006, lidera a Comunicação Institucional do Montepio. Tem percorrido com a sua equipa os caminhos do sucesso e com ela partilha o reconhecimento traduzido nos sucessivos prémios APCE que, ano após ano, vem somando à galeria de troféus da instituição que serve. Rita Branco não pára de se acrescentar conhecimento e ganhar mundo, as chaves do futuro que persegue num presente apostado em fazer das suas duas vidas – a profissional e a académica – o puzzle perfeito.

que significa para si ter sido eleita Comunicadora do Ano e que importância

atribui à iniciativa da APCE?A distinção assume, em termos

pessoais, uma enorme importância e constitui, naturalmente, um motivo de orgulho. Ainda assim, traduz algo mais significante: o trabalho de uma equipa motivada e identificada com a missão que lhe compete e a impor-tância que o Montepio atribui à co-municação organizacional, o que nos assegura os meios e o alinhamento

A APCE tem vindo a assumir--se como o único fórum de comunicação organizacional e institucional do nosso País e a imprimir uma dinâmica de formação, partilha de boas práticas e contacto entre os profissionais de comunicação

Rita Branco (Montepio) sucede a Luísa Pestana (Vodafone), premiada em 2010, que lhe transmitiu o testemunho de excelência

Teresa Correia

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TEMA DE CAPA

equipa que deseja novos projectos, novos desafios e novas formas de as-segurar a veiculação das mensagens, dos valores… Se a determinação, a emoção e o gosto com que desem-penho as minhas funções puderem servir de exemplo, então tenho uma responsabilidade acrescida.

Que mais valia traz à profissão e aos profissionais da Comunicação uma instituição como a APCE?

A APCE tem vindo a assumir-se como o único fórum de comunicação organizacional e institucional do nos-so País e a imprimir uma dinâmica de formação, partilha de boas práticas e contacto entre os profissionais de co-municação que se releva cada vez mais incontornável para um networking que sabemos imprescindível à proximida-de, à partilha de experiências e até à exploração de sinergias.

Que apreciação faz da actividade da APCE?

Se constatarmos que, até há bem pouco tempo, o profissional de comu-nicação organizacional era um “des-conhecido” na esfera comunicacional, que a função de relações públicas era associada a festas e cocktails e que as mensagens suportadas nos valo-res tendiam a ser desvalorizadas face à comunicação de produto orientada para o consumidor, a actividade da APCE merece nota muito positiva,

seja pelo modo como se dedicou à afirmação desta área de comunica-ção, seja pela determinação com que tem empreendido esforços no sentido da valorização dos profissionais, seja ainda pela aprovação de um Código de Conduta, que se assume como garan-te da ética e das melhores práticas.

O número de empresas, sócios individuais e estudantes, que se têm associado à APCE é bem revelador da apreciação positiva que fazemos da ac-tividade que vem sendo desenvolvida.

Enquanto responsável pela Co-municação Institucional do Mon-tepio, quais as áreas abrangidas pela sua esfera de acção?

O facto de o Montepio ser uma associação mutualista – a maior do País e uma das maiores da Europa – confere-nos uma área de actuação relativamente singular, que é a da Comunicação Associativa. Contudo, a esfera de acção estende-se pela comunicação interna, a comunica-ção electrónica – a gestão de toda a rede Intranet -, a comunicação ins-titucional e de responsabilidade so-cial, os eventos internos e externos, a relação com a comunicação social/assessoria de imprensa, a assesso-ria ao Conselho de Administração e a comunicação de algumas áreas de actividade e empresas do grupo Montepio.

Não entendo a comunicação organizacional ou institucional sem uma inspiração sociológica e cultural, sem a observação e a análise das tendências sociais, políticas, económicas… sem uma visão e uma percepção global que deve ser transposta para a instituição

Alguma delas sobressai ou se sobrepõe em relação às outras?

Nenhuma se sobrepõe, sobretu-do porque as várias técnicas, supor-tes e ferramentas de comunicação se complementam e articulam a cada momento, garantindo-nos o cum-primento dos objectivos estratégicos. Ainda assim, quando constatamos que o universo de associados do Mon-tepio ascende a 500 mil portugueses, a Comunicação Associativa assume uma singularidade que não deixa de ser incontornável.

A APCE já distinguiu cinco comunicadores com o título “profissional do ano”, sendo três do género feminino

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TEMA DE CAPA

Descreva-nos um dos seus dias típicos de trabalho?

É, sobretudo, um dia sem hora para terminar… Um dia que começa com a leitura da imprensa, a avaliação do que foi noticiado a respeito da instituição e do sector e que segue com a gestão dos processos – a comunicação interna, a gestão de eventos, publicações internas e externas, o diálogo com jornalistas, a resposta às solicitações internas. E, cla-ro, algum tempo tem de ser reservado à definição e ao planeamento estratégicos. O dia típico é recheado de compromis-sos, mas também da boa disposição que caracteriza a equipa com a qual trabalho.

Qual é a composição da equipa que lidera?

A equipa é constituída por mais cinco pessoas com formações diversas, desde a gestão às ciências da comunicação ou às relações internacionais. A licenciatura impera e, neste momento, os desafios académicos centram-se nas dissertações de mestrado.

Que características valoriza nas pessoas que trabalham consigo?

Valorizo muito o espírito de equipa, a criatividade, o envolvimento e a mo-tivação transmitida em cada projecto, o orgulho sentido quando atingimos mais uma meta. A isto acresce algo de fundamental, o gosto pelo que se faz,

A função de Comunicador(a) Organizacional começa a ver reconhecido o seu real papel e a sua importância estratégica (…).O estatuto menor que tantas vezes vimos ser atribuído à função que desempenhamos é coisa que, não tenho dúvidas, pertence ao passado

a solidariedade, o espírito de entreajuda e um notável humor.

Que exigências a função impõe ao seu quotidiano?

Não diria que impõe, antes que de-safia à interiorização de que a fronteira entre o que é e o que não é trabalho é muito ténue. Isto, porque tudo o que se apreende fora do local e horário de traba-lho, tudo o que se vê, lê, escuta são ferra-mentas e mais-valias para as competên-cias e o desempenho profissional. Não entendo a comunicação organizacional ou institucional sem uma inspiração so-ciológica e cultural, sem a observação e a análise das tendências sociais, políti-cas, económicas… sem uma visão e uma percepção global que deve (diria, tem), naturalmente, que ser transposta para a instituição.

Quais as competências funda-mentais para exercer este cargo?

Além do natural conhecimento técnico e científico e do conhecimento do plano estratégico que inspira a actuação da Instituição e do seu grupo de empre-sas, são fundamentais a organização, o rigor, a noção clara do valor e da força da palavra (escrita ou não) e, acima de tudo, a associação da sensibilidade ao bom senso e a capacidade de olhar os outros, procurando lê-los nas suas expectativas, motivações, desejos e vontades.

Neste momento está a prosse-guir a sua formação académica. Como concilia o trabalho com esta actividade?

Concluí a dissertação em Comu-nicação Associativa e Democracia Or-ganizacional e admito não ser tarefa fácil, sobretudo quando desejamos associar os melhores desempenhos profissionais a iguais níveis de suces-so académico. Para tal, as 24 horas do dia são curtas. Trabalhar, planear, criar e, complementarmente, ler e investigar são tarefas que exigem uma boa gestão do tempo, algum “sacrifício” pessoal e muita compreensão por parte daqueles que nos rodeiam.

Que valor atribui à Formação enquanto ferramenta susceptível de influenciar o sucesso de um per-curso profissional?

A formação, formal e/ou informal, é uma questão crítica, porque traduz co-nhecimento e “mundo”. Sou de opinião que abandonar ou recusar o que se pen-sa, defende e afirma pelo mundo fora apenas nos reservará um lugar de isola-mento, que tenderá a empobrecer-nos e a impedir-nos de fazer mais, criar mais, viver mais.

Que mensagem deixaria aos profissionais da comunicação?

Partilho com todos a satisfação que sinto por constatar que, na APCE e fora dela, a função de Comunicador(a) Orga-nizacional começa a ver reconhecido o seu real papel e a sua importância es-tratégica. A afirmação do que se cria, de como se comunica com as pessoas, sejam ou não clientes, da importância de uma diferenciação que, para além do produto, se suporta nos valores da organização, nas causas que defende, nas suas políticas de sustentabilidade… e a constatação de que, quando compa-rados a nível internacional, os projectos de comunicação que vimos desenvol-vendo se destacam e, não raras vezes, são merecedores de prémios e distin-ções, não pode deixar de nos orgulhar e de confirmar que estamos no bom caminho.

O estatuto menor que tantas vezes vimos ser atribuído à função que de-sempenhamos é coisa que, não tenho dúvidas, pertence ao passado.

Rita Pinho Branco agradeceu a distinção – “um motivo de orgulho”, confessou, mas também um forte incentivo – e fez questão de partilhar a sua satisfação com a equipa de comunicação do Montepio

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com o passar do tempo, tal como a própria EDP.

Numa altura em que a “eléctrica” se internacionalizou mais, em que a EDP cresceu e passou fronteiras – está hoje presente em 13 países –, teve por necessário criar uma identidade tam-bém ela mais global, mais internacio-nal e inovadora. Assim, nasceu uma marca que cria uma imagem global para todas as geografias onde a em-presa está presente e que acompanha a estratégia de evolução e internacio-nalização do grupo.

Esta nova marca passou a ser úni-ca para todas as empresas do grupo. A marca é edp e o símbolo que está por detrás da marca pretende represen-tar o dinamismo e a inovação de uma empresa que já é uma multinacional – uma marca global, com um símbolo único e igual em todo o mundo.

Para que todos os clientes conhe-çam a nova identidade do grupo, foi lançada uma campanha, que tem es-tado presente em vários meios, como televisão, rádio, imprensa, internet e cinema. Esta campanha, além da di-nâmica da nova marca, tem por ob-jectivo comunicar factos importantes, como a elevada percentagem de ener-gia renovável que já é produzida pelo grupo em todo o mundo.

NOTÍCIA

Associação Portuguesa de Comunicação de EmpresaSede ExecutivaRua Pinheiro Chagas, 41 – 2º Dtº S5 1050-175 LisboaNIF: 502 359 501Tel: (+351) 919 566 160Mail: [email protected] Web: www.apce.ptFacebook: apce

DirecçãoMário Branco (Presidente)José AlbuquerqueAntónio RapoulaMiguel Salema GarçãoEduardo Guedes de OliveiraPaulo Campos CostaMiguel Silva Rodrigues

DirectorMário Branco

Conselho EditorialAlda TellesÁlvaro EstevesAna Rita BrancoConceição ZagaloCristina Dias NevesJoão DuarteJosé Gabriel Andrade JúniorLuís Vale do Couto Maria Teresa CorreiaPaula Portugal MendesSofia Gomes

Conselho Técnico-CientíficoJosé Viegas SoaresMafalda Eiró-GomesRegina Campos MoreiraSandra PereiraSteve DoswellZita Romero

Parcerias EstratégicasFEIEA – Federation of European Internal Communication AssociationsGA – Global Alliance for Public Relations and Communication ManagementACELP – Associação de Comunicação Empresarial de Língua Portuguesa

Edição e PropriedadeAssociação Portuguesa de Comunicação de Empresa Registada na DGCS com o nº 215443Registo Ministério da Justiça nº 119185Depósito Legal: 88245/97ISSN: 0873-1632Tiragem: 1000 exemplares

Paginação e Publicidade:Bleed – Sociedade Editorial e Organização de Eventos, Lda.Campo Grande, 30 – 9ºC 1700-093 LisboaTel: (+351) 217 957 045 | (+351) 217 957 [email protected]: Susana Martins

Pré-Impressão e ImpressãoLoures Gráfica, Lda.Rua João Camilo Alves, 6-A2670-661 Bucelas

Os conteúdos dos artigos publicados são da responsabilidade exclusiva dos seus autores.

EDP lançou uma nova marca, mais flexível e ino-vadora. A nova identidade

da empresa foi construída a partir de quatro formas geométricas: o cír-culo, o meio círculo, o quadrado e o triângulo. São quatro formas, que podem desdobrar-se em sete símbo-los principais, o que a torna a marca inovadora, porquanto poderá evoluir

EDP lançaNOVA MARCApara todo o grupoNovo logótipo é mais dinâmico e global e transmite os valores da EDP – humana, inovadora e sustentável.

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Gestores de comunicação renovamcompromisso com a EXCELÊNCIAA Gala do Grande Prémio APCE 2011, realizada dia 29 de Junho, no auditório do Millennium bcp, em Lisboa, voltou a ser uma grande festa dos profissionais e constituiu mais uma oportunidade para os gestores de comunicação renovarem o seu compromisso com a excelência.

Uma das marcas distintivas do Grande Prémio APCE reside no facto de o júri de avaliação ser independente, reconhecidamente idóneo e não integrar qualquer dirigente da Associação. O Prof. J. Viegas Soares voltou a presidir ao colectivo e contou com a colaboração de um numeroso e prestigiado grupo de docentes da Escola Superior de Comunicação Social, do Instituto Politécnico de Lisboa, como segue: Ana Raposo, Ana Varela, António Marques Mendes, Carla Medeiros, Fátima Morais, Fernando Otero, Helena Pina, João Abreu, José Luís Cavalheiro, Mafalda Eiró Gomes, Maria Emília Sousa, Maria João Centeno, Marques Melo, Orlando Gomes, Paula Nobre, Pedro Figueira, Ricardo Nogueira, Ricardo Rodrigues, Sandra Miranda, Sandra Pereira, Susana Araújo e Tiago Ramos.

JÚRI INDEPENDENTE

á mais vida para além da crise e os profissionais da comunica-ção organizacional e RP pro-

varam-no através da alegria e do brilho que conferiram à Gala anual da APCE. Num quadro económico e social parti-cularmente exigente para os gestores e técnicos de comunicação, a distinção das melhores práticas e o reconhecimen-to de desempenhos de excelência procu-raram, acima de tudo, valorizar o papel estratégico de uma função crítica para as organizações.

“Temos direito a isso, como grupo profissional que evidencia padrões de qualidade ao nível do benchmark inter-nacional e nada reclama para si, além do justo reconhecimento da sua competên-cia, de um tempo e um lugar para fazer ouvir o seu conselho, e do direito à equi-dade na valorização do seu estatuto”, acentuou Mário Branco, presidente da APCE, numa mensagem inicial.

A Associação congratulou-se por registar, mesmo numa conjuntura re-cessiva, a apresentação a concurso de um volume notável de 176 trabalhos, propostos por 45 organizações, em 20 categorias, motivo para Mário Branco sublinhar que “quem se candidata e vence ou vê reconhecido o seu mérito, perante tamanha concorrência, pode ter a certeza do retorno do seu compromisso com a excelência”. E acrescentou: “Po-dem as organizações concorrentes a este Grande Prémio e os seus profissionais orgulhar-se da orientação estratégica, das competências, das realizações e dos resultados de que dão prova, ao serviço da reputação, de um relacionamento de confiança com as partes interessadas e do alinhamento com a cultura, valioso activo que assim constroem”.

Um animado cocktail, facilitando

reencontros e rodas de conversa, ante-cedeu a proclamação dos vencedores. O ambiente musical seleccionado pelo DJ Filipe Bonjour e a voz quente de Ca-rolina acolheram os convidados, que esgotaram a lotação do auditório do Millennium. António Rapoula conduziu a sessão, com a colaboração de outros dirigentes e gestores premiados pela Associação.

A finalizar, Luísa Pestana (Vodafone), distinguida em 2010, passou o teste-munho de “Comunicadora do Ano” a Rita Pinho Branco, responsável pela

Comunicação Institucional do Mon-tepio. Esta colheu a preferência dos pares, num escrutínio auditado pela Sybase, que colocou igualmente em evidência os desempenhos de Joana Garoupa, Corporate and Marketing Communications director da Siemens Portugal, e Luís Vale, secretário-geral e director de Marketing da Carris.

Descubra a excelência dos saberes e das realizações, ao serviço da comuni-cação, da reputação das organizações e das pessoas, no dossiê que publicamos nas páginas seguintes.

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CAMPANhA DE COMUNICAçÃOINSTITUCIONALConjunto de acções e respectivos suportes, integrados de forma coerente com o objectivo estratégico de agregar valor à imagem institucional da organização nos públicos externos e/ou motivar, desenvolver ou potenciar o espírito de pertença dos públicos internos.

A campanha vencedora resultou da necessidade sentida pela Abbott Portugal de recordar aos colabora-dores os seus quatro valores estru-turantes e de inspirar a sua prática, a tal ponto que quase fosse possível materializá-los.

“Inspirar as nossas pessoas reve-lou-se, no entanto, um desafio”, re-conhecem os responsáveis pelo pro-jecto. “Teríamos que sair das nossas vivências diárias e surpreender com perspectivas diferentes, impactan-tes, de pessoas cujos méritos reco-nhecemos; pessoas com experiên-cias diversas, não necessariamente

José Machado e Sandra Leonardo, orgulhosos com o prémio alcançado

Carris Andamos a Pensar em SiEDP VidaPorter Novelli Ano Europeu doCombate à Pobreza e ExclusãoSocial

relacionadas com o sector Saúde, bons oradores e com conhecimento e histórias para partilhar”, explicam.

Assim nasceu o ciclo Inspiring Sessions, que constou de quatro con-ferências consubstanciando os Va-lores Abbott, traduzidos em temas e na voz de convidados impactantes: Achieving Excellence, por Vítor Bento; Pioneering for Life, António Câmara; Truthfully Caring, Isabel Jonet; e En-during Performance, Salvador Men-des de Almeida.

A Intranet, veículo privilegiado, divulgou todos os detalhes informa-tivos, mas era crucial “inflamar o

interesse dos colaboradores”, para que se sentissem impelidos a partici-par. Por isso, foram lançadas acções conexas (ex.: Recolha de alimentos para o Banco Alimentar) e produzida uma edição em DVD com as quatro sessões, para memória futura.

Através de inquérito, apurou-se que as pessoas se “impressionaram”, “comoveram” e “enriqueceram”. Eis as conclusões-chave da avaliação:

• Distribuição equivalente das preferências pelos quatro oradores;

• Adjectivos que melhor descre-vem as sessões, segundo os cola-boradores: enriquecedoras (94,2%), inspiradoras (82,7%), emocionantes (42,3%); • 78,8% afirmam que a sua moti-vação saiu “Muito reforçada”;

• 94,2% desejam uma nova série das Inspiring Sessions.

INSPIRING Sessions’10

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CAMPANhA DE COMUNICAçÃODE RESPONSABILIDADE SOCIALConjunto de acções e respectivos suportes, integrados de forma coerente com o objectivo de associar a organização a valores e comportamentos sociais ou ambientais, como a coesão, a sustentabilidade ou a diversidade.

A Portugal Telecom estabeleceu como objectivo ser uma empresa de refe-rência na área da sustentabilidade, em Portugal e nos países onde actua. Este objectivo tem sido consubstan-ciado em reconhecimento externo, mas é menos evidente entre o pú-blico interno. Foi, por isso, lançada, em 2010, uma campanha interna de sensibilização para a adopção de comportamentos sustentáveis.

A primeira acção, intitulada “Mo-mentos Verdes e Saudáveis” e execu-tada a partir de Junho, incentivou os colaboradores a utilizarem regular-mente as escadas, em vez do eleva-dor, em prol da redução do consu-mo energético e da prática de uma actividade saudável. “Copo só há

Satisfação visível nos representantes da PT, com Teresa Salema ostentando o diploma relativo ao prémio nesta categoria

Simtejo Ama a ÁguaGalp Energia Missão UP - Unidos pelo PlanetaSMAS de Oeiras e Amadora Clubeda Água

um e mais nenhum” foi o slogan da acção lançada em Agosto, apelando ao consumo individual de apenas um copo plástico por dia. Em Dezembro, principiou a iniciativa “Os animais protegem o planeta”, procurando sensibilizar os colaboradores para a utilização regrada dos toalhetes de papel disponibilizados nas instala-ções sanitárias.

Estas acções abrangeram quase todo o universo PT (mais de 7500 pes-soas) e a maioria dos seus edifícios. A mensagem utilizada caracterizou--se por ser leve, na forma, e de tom humorístico; a imagem pretendeu ser impactante, de modo a captar uma adesão espontânea e massiva.

Uma redução em 30% dos consumos

energéticos decorrentes da utilização dos elevadores reflecte bem a moti-vação e o envolvimento na adopção de comportamentos ambientalmente responsáveis. Outra conquista impor-tante é a redução de 40% nos consu-mos de copos. Estes resultados têm sido reportados através de notícias nos canais internos, por forma a dar visibilidade ao comportamento dos colaboradores, reconhecer o seu es-forço e continuar a incentivar os há-bitos sustentáveis.

No âmbito desta campanha, mais acções têm sido postas em prática, em 2011, sendo exemplos o incentivo à utilização dos transportes públicos, a promoção das viagens partilhadas e do uso de bicicletas nos pequenos tra-jectos quotidianos, e a recolha de equi-pamentos eléctricos e electrónicos.

Campanha interna de SUSTENTABILIDADE

Centro Corporativo

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ACçÃO DE FORMAçÃOAcção ou conjunto de acções de formação, incluindo team building, e respectivos suportes, dirigidas ao público interno da organização.

O conceito da Academia nasceu de reflexões realizadas por uma equipa interna, emergiu em 2010 e veio a ganhar maior expressão formal ao ser inserido na própria estrutura or-ganizativa do Grupo, em concreto na Direcção de Assuntos Institucionais.

A Academia Galp Energia resulta, portanto, da determinação e empe-nho em potenciar as capacidades dos quadros do Grupo e em fazer emer-gir novos líderes capazes de assumir responsabilidades crescentes ao nível dos negócios e funções corporativas.

A missão formativa estende-se a distintas áreas do conhecimento, principalmente às entendidas como indispensáveis ao desenvolvimento do know-how dos colaboradores da Galp Energia, e abrange cursos ou

Rita Macedo, responsável pela Comunicação Interna e Responsabilidade Social da Galp Energia, agradeceu o prémio

Simtejo Acção de Team Building

acções de formação especificamente desenhados. São exemplos o Curso de Formação Avançada em Gestão, que esteve associado à génese da Academia, e o EngIQ, Programa de Doutoramento em Engenharia da Re-finação, Petroquímica e Química, em meio empresarial.

A Academia é um projecto estru-tural de formação avançada e tem como parceiras instituições de re-ferência no meio universitário por-tuguês: a Universidade Católica, a Escola de Gestão do Porto, as Uni-versidades do Porto, de Aveiro e de Coimbra, a Universidade Técnica de Lisboa e a Universidade Nova de Lis-boa, que têm contribuído significati-vamente para a qualidade dos cursos e para que a Academia Galp Energia

se constitua como um efectivo Trai-ning & Assessment Center.

Funcionam ainda duas vertentes adicionais: a organização de semi-nários, workshops e conferências de nível avançado; e o estudo de casos da Galp Energia, recorrendo aos me-lhores alunos dos diversos cursos. Em paralelo estão a ser desenvolvidos dois novos cursos, um no âmbito da actividade da Galp Energia na Ex-ploração & Produção, versando con-teúdos como geofísica, petrofísica e engenharia de reservatórios, e outro das ciências comerciais.

Tendo como apoio a intranet mygalp – Portal do Colaborador, foi criado um canal privilegiado para toda a envolvente, onde os forman-dos encontram a documentação rele-vante associada aos cursos e podem consultar a gestão dos trabalhos e sua entrega, gerir a comunicação en-tre turmas e com a Academia, encon-trar notícias relevantes e consultar a publicação das avaliações.

ACADEMIA Galp Energia

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EvENTO ESPECIALAcção previamente planeada, em tempo e local definidos, e respectivos suportes, com objectivos institucionais oupromocionais, como celebrações, concursos, lançamentos, inaugurações, convenções, workshops e acontecimentos culturais ou desportivos.

A tristeza da humanidade está guarda-da nos glaciares dos pólos e 200 mil anos de mágoa em estado puro amea-çam libertar-se de uma só vez!

Esta foi a ideia criativa de um espectáculo único, que constituiu o ponto de partida para uma Instala-ção/Exposição sobre um novo mito da “criação”. Mais de cinco tonela-das de material cénico foram des-carregadas no Reservatório da Mãe d’Água, no propósito de recrear o berço da civilização.

Um músico (flautista), dois baila-rinos e uma cantora lírica interpreta-ram, durante dois dias, as relações nem sempre fáceis entre o Sol e a Lua, numa interacção permanente

Pedro Inácio (Museu da Água) exibe o troféu, acompanhado por Luísa Pestana e António Rapoula

Millennium bcp Rock in Rio Lisboa 2010Millennium bcp Encontros MillenniumTMN Festival Sudoeste TMN 2010

com o público, convidado no final do espectáculo a exprimir os seus dese-jos num papel branco, a introduzi-lo numa garrafa (fornecida à entrada) e a atirá-la à água.

As garrafas ficaram a flutuar no Reservatório até ao encerramento da exposição, para que, “teoricamente”, a Água pudesse dar resposta a todos os pedidos!

O espectáculo inaugural contou com a presença do Embaixador da Holanda em Lisboa, tendo-se segui-do mais sete sessões, que totaliza-ram cerca de 630 espectadores.

A exposição “A Memória da Água”, de Teun Anders, foi visitada por mais de 8000 pessoas.

Exposição “A MEMÓRIA DA ÁGUA”

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RELAçÃO COM A COMUNICAçÃOSOCIAL E COMUNICAçÃO DE CRISEAcção ou conjunto de acções contínuas e respectivos suportes, desenvolvidas e aplicadas quer na construção, ampliação ou manutenção do relacionamento com a comunicação social,quer na prevenção ou defesa da imagem da organizaçãoem situações de crise.

O desafio de comunicação que o projecto “7 Maravilhas Naturais de Portugal®” colocou foi o de constituir--se numa referência na área da sus-tentabilidade, dando a conhecer o património e a diversidade natural do País.

A estratégia consistiu em reforçar o sucesso dos projectos anteriores N7W Portugal, evidenciando o seu impacto na actividade turística; apos-tar em acções de cariz ambiental, sendo a preservação e sustentabili-dade bandeira do projecto; alavan-car cada momento de comunica-ção em acções mediáticas, gerando

João Duarte, CEO do grupo YoungNetwork, festejou o prémio na companhia de alguns elementos da sua equipa

Siemens Lisbon Mummy ProjectEMEL + YoungNetwork EMEL, Comunicação PositivaYoungNetwork UNIBETEDP Media Day EDP

uma ligação directa do público com o projecto; e promover entrevistas e reportagens nos meios nacionais e envolver as regiões com maravilhas a concurso, apelando ao voto.

O plano arrancou com a realiza-ção de um evento de apresentação na Ilha das Flores e teve como prin-cipais momentos de comunicação posteriores:

• Definição, coordenação e divul-gação de parceiros e media partners.

• Promoção das maravilhas e in-centivo à votação, através da organi-zação de eventos, da atribuição de pa-drinhos/madrinhas às 21 maravilhas

finalistas, de um roadshow televisivo a nível nacional, de um bloco infor-mativo diário na RTP, da divulgação do ponto de situação das votações, de entrevistas institucionais com os responsáveis N7W e das autarquias das maravilhas a concurso, e ainda do lançamento de um concurso es-colar com eixo nos ‘7 Mandamentos para Preservar a Natureza’.

• Gala final de anúncio das MNP vencedoras, com transmissão televisi-va em directo.

Foram publicadas 2624 notícias na imprensa e difundidas 294 peças em televisão (mais de 140 horas) e 139 em rádio, tendo sido recolhidos mais de meio milhão de votos.

7 MARAVILHAS NATURAIS de Portugal

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RESPONSABILIDADE hISTÓRICAE MEMÓRIA EMPRESARIALAcção ou conjunto de acções, e respectivos suportes, integradas de forma coerente com o objectivo único de valorizar, preservare divulgar a história e a memória colectiva da organizaçãoe/ou da comunidade, como museus, exposições, mecenatoe reconstituições ou reedições históricas.

O ouro amoedado da Lusitania, Companhia de Seguros – espólio avaliado em cerca de 4,5 milhões de euros - constitui uma das mais belas colecções de numária de ouro portu-guesa. A apresentação em sede pró-pria, no Auditório António da Costa Leal, em Lisboa, culmina um ciclo de realizações da Lusitania, que a iden-tificam com a cultura e as tradições portuguesas.

A organização, execução e cons-trução do Museu de Numária de Ouro teve por finalidade desenvolver um cariz pedagógico e institucional junto da sociedade, sendo por isso alvos prioritários, a nível interno,

José Arez Romão, Administrador-Delegado da Lusitania, recebeu o prémio das mãos de Paulo Santos Silva

EPAL + Museu da Água Abertura da Galeria do LoretoMontepio O Monte Pio + Em Directo

os colaboradores, mediadores e cor-retores de seguros; e a nível externo, os clientes, estudantes e instituições culturais, além, naturalmente, do pú-blico em geral.

Este espaço museológico pretende associar a imagem da Lusitania à res-ponsabilidade histórica e ao reconhe-cimento da Companhia na sua missão cultural, pautada pela preservação e divulgação do património histórico-cul-tural. Procura, por outro lado, divulgar o património nacional consubstancia-do na colecção de moedas de ouro e, ainda, incentivar os públicos jovens a conhecer melhor Portugal, através da sua História Económica.

O Museu preserva um património disperso, tendo em conta que muitas pe-ças foram recuperadas no estrangeiro.

A memória descritiva deste pro-jecto sublinha que “poucas nações se podem orgulhar de ter cunhado moedas de ouro durante oito séculos, algumas com curso universal e de ter levantado Casas de Moeda em qua-tro continentes e em locais sob sobe-rania nacional, soberania de que a nossa moeda foi sempre expressão”.

As moedas de ouro portuguesas tiveram curso entre 1185 e 1889 e constituem, em si mesmas, páginas de uma história multissecular revela-dora da soberania nacional nos cinco cantos do mundo, mas também, dos ciclos económicos depressivos e dos períodos de maior prosperidade da nação.

Ao longo dos últimos 24 anos, a Lusitania tem efectuado pesquisas exaustivas e seguido de perto colec-cionadores, antiquários de numismá-tica e leilões, em território nacional e no estrangeiro, com vista à aqui-sição de exemplares de amoedado de ouro, alguns considerados exem-plares únicos, cunhados em território português ao longo dos séculos.

Para este museu foi produzido um filme, que enquadra o espólio exibi-do e a sua contextualização histórica, e uma brochura, em que se destacam os exemplares mais relevantes e raros da colecção.

Museu de NUMÁRIA DE OURO

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RELATÓRIO DE GESTÃOPublicação impressa editada pela organização e assinadapela administração, referindo-se à sua actividade e aos seus resultados anuais.

Falar em suportes de comunicação numa grande empresa e, em espe-cial, numa empresa cotada, é um exercício incompleto se não se tiver em conta o Relatório e Contas.

Esta é uma publicação corporativa por excelência e materializa uma oportunidade única de contacto com múltiplos públicos: accionistas, clien-tes, colaboradores, investidores, ana-listas e todos os demais stakeholders, incluindo o público em geral.

Por este motivo, em cada edição do Relatório e Contas anual, o Millennium bcp procura que este instrumento de reporte financeiro e de apoio à toma-da de decisões de investimento seja um completo cartão de visita da empresa, cuidadosamente editado, e cuja con-sulta seja tão útil quanto agradável.

Paulo Santos Silva visivelmente satisfeito com o troféu entregue por António Rapoula e Miguel Salema Garção

Galp Energia Relatório & Contas 2009EPAL Relatório e Contas 2009Grupo Portucel Soporcel Relatórioe Contas 2009

A estratégia seguida, o enquadra-mento macro-económico e competi-tivo, a análise financeira e por áreas de negócio, a gestão de riscos e o desempenho do título BCP ao longo do ano, são alguns dos temas abor-dados num documento que, acima de tudo, visa espelhar a excelência da instituição.

A edição de 2009 incluiu um capí-tulo dedicado à “Marca Millennium”, que detalhou a estratégia de comu-nicação delineada para alcançar a maximização do valor da marca. Este novo capítulo foi ilustrado com ima-gens das principais campanhas pu-blicitárias e institucionais realizadas ao longo do ano.

Tal como nas edições anteriores, o Relatório e Contas 2009 integrou

o Relatório sobre o Governo da So-ciedade e o Relatório de Sustentabili-dade (este último tendo sido apenas disponibilizado no site do banco).

Além da versão em papel, o Re-latório e Contas do Millennium bcp também foi disponibilizado em for-mato digital, podendo ser facilmente consultado em:www.millenniumbcp.pt (http://www.millenniumbcp.pt/pubs/pt/investidores/informacaofinanceira/relatorioecontas/rc2009anual/)

RELATÓRIO E CONTAS 2009

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RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADEPublicação impressa editada pela organização referindo-seà sua actividade, valores e comportamentos sociais ouambientais, como a coesão, a sustentabilidade ou a diversidade.

A Portugal Telecom é uma empresa multinacional portuguesa com pre-sença nas bolsas de Lisboa, Londres e Nova Iorque.

Com mais de 75 milhões de clien-tes a nível mundial, dispõe de um portfólio de negócios diversificado, em que a qualidade e a inovação constituem aspectos determinantes para se posicionar ao nível das mais avançadas empresas internacionais do sector.

Cada vez mais os seus stakehol-ders, em particular os investidores e analistas de mercado, requerem informação que vai para além dos resultados financeiros do ano: políti-cas e estratégia adoptadas, modelo de governo, desempenho ambiental, social e económico.

Teresa Salema, Directora de Comunicação e Imagem Corporativa da PT, com o prémio entregue por Conceição Zagalo

EPAL Relatório de Sustentabilidade 2009Nestlé Relatório de Sustentabilidade 09Grupo Portucel Soporcel Relatório de Sustentabilidade 08/09

A partir de 2009, a PT decidiu agregar no seu Relatório Anual a to-talidade das informações da empre-sa, relacionadas não só com os seus resultados financeiros e estrutura de gestão, como também com os res-pectivos impactes da sua actividade a nível económico, ambiental e social, nas comunidades onde está inserida. Por isso, o Relatório Anual de 2009 integrou o Relatório e Contas Con-solidadas, o Relatório de Governo da Sociedade e o Relatório de Sustenta-bilidade.

Tendo em consideração as in-formações requeridas pelos vários stakeholders, a PT optou por apre-sentar publicamente o conjunto dos seus relatórios, designando-o por Relatório Anual. Ao Grande Prémio

APCE 2011, a Portugal Telecom con-correu com o seu Relatório de Susten-tabilidade 2009.

A par das metas estratégicas adoptadas, a PT criou uma nova marca e adaptou a identidade gráfi-ca da empresa. Este relatório eviden-ciou uma nova abordagem gráfica e destacou o principal desígnio do ano para a empresa – a fibra óptica.

Relatório de SUSTENTABILIDADE 2009

Centro Corporativo

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EDIçÃO ESPECIALSuporte pontual, impresso ou não, editado pela organização sobre tema específico sem carácter comercial, como livro, brochura, guia, folheto, CD, DVD ou outros produtos de promoção institucional.

A publicação “EDP Life” é da inteira responsabilidade da Direcção de Marca e Comunicação do Grupo EDP e retrata a actividade desenvolvida por esta área nas diversas geografias onde a empresa está presente.

Com um formato tipo tablóide e impresso em papel Renova Print de 80g, este suporte destina-se a todos os interlocutores internos da empre-sa, bem como a alguns interlocutores externos, como sejam jornalistas e estudantes universitários.

O índice é de fácil consulta, os textos são curtos e a fotografia é uti-lizada como principal veículo de co-municação. O “EDP Life” convida os seus leitores a percorrerem um ano de Comunicação Corporativa do Grupo.

Margarida Glória (ao centro), com Sara José e Lisa Ferreira, receberam o prémio conquistado pela EDP

Montepio Kit de acolhimentoGrupo Portucel Soporcel Código de Boas Práticas FlorestaisEPAL EPAL e a Biodiversidade – Ecossistemas Aquáticos

A Direcção de Marca e Comuni-cação do grupo EDP tem estado pre-sente nas mais variadas formas de comunicação e nos mais diferentes eventos, e tem procurado conquis-tar um lugar cada vez mais pioneiro na forma de interagir com os seus stakeholders.

Em cada edição, são relatados os mais importantes acontecimentos, no período de um ano, que a EDP viveu nas áreas da comunicação in-terna, da comunicação institucional, comunicação financeira, de marca e publicidade, de meios e suportes de comunicação, de sustentabilidade, inovação, negócio, responsabilidade social, mecenato e patrocínios e, ain-da, relacionamento com os media.

Esta publicação é acompanhada

de um DVD com uma compilação dos melhores momentos de emissão da TV Corporativa da EDP.

O “EDP Life” será publicado todos os anos, de uma forma constante, pois acaba por representar um bom instrumento de trabalho para o uni-verso EDP.

EDP LIFE

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PUBLICAçÃO ExTERNASuporte impresso em formato revista ou jornal de periodicidade regular e sem carácter comercial, de diversidade temática com conteúdos de informação, de opinião ou de entretenimento, dirigido a um ou mais públicos externos.

A revista Códice - espelho de uma ideia, de um conceito e de uma ati-tude – pretende ser uma das marcas da Fundação Portuguesa das Comu-nicações. Esta, enquanto instituição, garante a preservação de uma me-mória e, ao mesmo tempo, promove a difusão de uma visão do futuro.

A revista procura estabelecer-se como charneira entre um e outro mo-mento nesta temática das comunica-ções: revisitar o passado e espreitar o futuro.

“O essencial é valorizado e o su-pérfluo é omitido”, pode ser a ideia basilar que está presente na concep-ção de cada número, portador de uma cor “mãe” diferente impressa em pantone metalizado, sendo o lo-gótipo da Fundação sempre destaca-do na contracapa.

Fundação Portuguesa das Comunicações, representada por Isabel Santiago (à dirª.), e Câmara Municipal de Oeiras, com vários elementos da equipa de comunicação, venceram ex-aequo na categoria Publicação Externa

GS1 Portugal GS1 MagazineMillennium bcp M magazineCâmara Municipal de Oeiras Oeiras Actual

A página divide-se em duas zo-nas: uma de leitura, onde fica o texto principal, e outra gráfica, em cima, onde se integram imagens e toda a informação complementar (desta-ques, notas, legendas, títulos,…). Há imagens que são inseridas como su-porte ao texto principal, podendo in-teragir directamente com ele e como forma de ilustração do conteúdo. A clareza de leitura das imagens é um factor essencial e o texto do miolo é bem visível, com um corpo de leitura generoso.

Revista CÓDICE

Ex-aequoFundação Portuguesa das ComunicaçõesCâmara Municipal de Oeiras O projecto gráfico da ‘Oeiras em

Revista’ – vencedora ex-aequo na categoria - foi concebido de modo a funcionar como um elo de ligação às restantes publicações da autarquia.

A capa procura ‘rasgar’ a norma-lidade: vive de uma única fotografia, que preenche também a contra-ca-pa, e projecta um título de cariz emo-cional (ex: Somos do tamanho daqui-lo que sentimos) a convidar para o interior.

A publicação possui separadores, que obrigam a fazer uma pausa na leitura, e prevê a inserção de artigos especiais, que lhe conferem persona-lidade e hábito para fidelizar leitores. Os artigos são pensados de forma a abordarem o maior número possível de assuntos e de pessoas.

Observa-se uma clara preocupa-ção de alcançar, em cada edição, a conjugação perfeita entre design e conteúdos. Uma revista não ‘marca’ se não encerrar estes dois mundos de forma harmoniosa e apelativa – defendem os responsáveis pela pu-blicação. E acrescentam: “Este será, talvez, o maior desafio de toda a equipa. E por outro lado, a Oeiras em Revista é o rosto de uma autarquia. Uma autarquia que se pretende ino-vadora, vanguardista e futurista”.

OEIRAS EM REVISTA

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PUBLICAçÃO INTERNASuporte impresso em formato revista ou jornal de periodicidade regular, de diversidade temática com conteúdos de informação, de opinião ou de entretenimento, dirigido ao público interno.

“Nem sempre é fácil a função de quem dirige um jornal de empresa e o ‘Águas Livres’, que nasceu há qua-se 50 anos, é a prova de que, apesar das adversidades, continua a existir e a exercer a sua principal função: infor-mar com rigor e levar as notícias a to-dos os cantos da empresa” – escreveu Mónica Rosa na memória descritiva do projecto que, mais uma vez, propôs a concurso e que, como em edições an-teriores, voltou a ser distinguido.

A EPAL, cujo edifício sede funciona em Lisboa, tem muitos outros recin-tos, que se encontram em pontos dis-tantes (nomeadamente, Vila Franca de Xira e Asseiceira). A informação que chega a esses locais é, natural-mente, menos directa e até tardia.

À semelhança de outras edições do Grande Prémio, a EPAL voltou a vencer com o jornal “Águas Livres”, dirigido por Mónica Rosa

CTT ApostaNestlé Nestlé NotíciasGalp Energia mygalp magazine

É nestas circunstâncias que o ‘Águas Livres’ sente a sua missão cumprida, visto que é através do jornal que as pessoas, que ali trabalham, recebem notícias de tudo o que se passa na EPAL, independentemente das distân-cias geográficas.

Outro ponto sublinhado a respeito do jornal “é a sua abertura e inclusão totais”. Com efeito, o corpo de cor-respondentes é composto por traba-lhadores oriundos de cada uma das áreas da EPAL, só assim se tornando possível o envolvimento de todos.

Aliás, trata-se de “um produto 100% EPAL”: os trabalhadores são correspondentes, a direcção é forma-da por trabalhadores, os responsáveis gráficos e criativos são trabalhadores,

as fotografias que o compõem são tiradas por trabalhadores, enfim, um trabalho de todos, que a todos serve.

Entre as preocupações do “Águas Livres” figuram, também, as questões ambientais. Por isso, é impresso em papel reciclado e a sua tiragem não equaciona sobras, para que não haja desperdícios.

Jornal ÁGUAS LIVRES

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BOLETIM E NEwSLETTERSuporte impresso ou digital concebido para impressão até oito páginas, com periodicidade regular ou não e com conteúdos breves e maioritariamente informativos, dirigido a um público específico externo ou interno.

A Newsletter do Programa de Res-ponsabilidade Social das seguradoras do Grupo Caixa Geral de Depósitos, ‘Gente com Ideias em 60 segundos’, foi criada com o intuito de ser uma presença constante e relevante no dia--a-dia dos colaboradores.

Este suporte de comunicação lan-ça teasers mensais aos colaborado-res, para que visitem o site Gente com Ideias, por ocasião da actuali-zação principal, que traz novas no-tícias e novos passatempos. É uma forma de relembrar aos colaborado-res a existência do site, destacando novos conteúdos e iniciativas em que podem participar, no início do mês, relacionadas com temáticas do De-senvolvimento Sustentável.

‘Gente com Ideias em 60 segun-dos’ foi lançada em Maio de 2009 e,

Ana Fontoura foi surpreendida com a vitória, tendo o prémio sido entregue por António Rapoula e Paulo Santos Silva

EMEL Liga EMELGalp Energia A nossa Energia

desde então, já soma 22 publica-ções. Além das edições mensais, existem as especiais de Natal, que comunicam exclusivamente inicia-tivas do Programa de Responsabili-dade Social daquelas empresas. A newsletter actua, assim, como um veículo de comunicação interna, através da actualização e destaque mensal, mas também como uma ferramenta de envolvimento e parti-cipação dos colaboradores no pro-grama de Responsabilidade Social do Grupo.

Uma das iniciativas que integra as edições da newsletter é a acção “Quem é quem?”: procura aproxi-mar o universo das pessoas das sete empresas do Grupo Caixa Seguros e Saúde, que muitas vezes trabalham no mesmo edifício ou têm gostos

GENTE COM IDEIAS em 60 segundos

Caixa Seguros e Saúde

em comum e simplesmente não se conhecem. Todos os meses são fei-tas entrevistas a dois colaboradores, tendo já sido envolvidos nesta rubri-ca cerca de vinte.

A newsletter tem um impacto as-sinalável a nível interno, porquanto, não apenas actua como reminder do site Intranet, mas também como fon-te dinamizadora de algumas acções, apoiando a sua concretização e o sucesso dos resultados.

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CAPAImagem ou composição gráfica publicada como capanum dos suportes descritos nas categorias definidas(g., h., i., j., k., e l.), não sendo analisados os conteúdosescritos, enquanto textos significantes, mas apenas sua interacção estética na própria capa.

Duas capas, a mesma revista. A ‘Oeiras em Revista’ tem no seu

ADN uma característica que lhe con-fere dinamismo: todas as edições possuem um especial, ou seja, um dos temas é sempre abordado de uma forma mais profunda, mais abrangente. E os especiais vêm sem-pre beber à capa a sua existência.

No número 104, o especial foi consagrado ao programa da autar-quia Oeiras Solidária, programa, este, que conta com a parceria de inúmeras empresas sedeadas no concelho. Por isso, a capa teria/de-veria delas dar conta.

A equipa da Câmara Municipal de Oeiras exibe o segundo troféu alcançado, que foi entregue por Luísa Pestana

Ipsis + Tabaqueira TabNews n.º44EDP Relatório e Contas 2009CTT Aposta n.º84

E como fazê-lo de forma subliminar, bela, poética mas firme? – interrogam--se os responsáveis pela publicação premiada.

Eis a sua resposta:Criando um papel de fundo,

como se de um papel de parede se tratasse, onde o recorte do símbo-lo do Oeiras Solidária funcionasse como uma janela aberta para den-tro, assim revelando quais são essas empresas.

A capa ficou “limpa e funcional”, consideram. O recorte vive na perfei-ção a sua função de ‘abertura’ e, por detrás, as empresas têm visibilidade.

OEIRAS EM REVISTA nº104

Câmara Municipal de Oeiras

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wEBLETTERSuporte específico de formato digital, com periodicidade regular ou não, e com conteúdos breves e maioritariamente informativos, dirigido a um público específico externo ou interno e distribuídopor canais digitais.

O Montepio acredita que as esco-lhas esclarecidas de cidadãos e con-sumidores dependem da informação de que dispõem, que a sociedade civil dará o seu apoio às organiza-ções que demonstrem preocupação com a satisfação e o bem-estar da comunidade e que a sustentabilida-de e a transparência são vantagens competitivas.

Porque as boas práticas, quando bem comunicadas, propiciam retor-no social, fortalecem a relação com os stakeholders, potenciam a marca, fomentam a lealdade de associados e clientes, o reconhecimento público, a auto-estima e a motivação, o Mon-tepio assinalou os seus 170 anos com o lançamento de um novo supor-te de comunicação - a e-newsletter Montepio.

A equipa do Montepio subiu ao palco para ser distinguida na categoria Webletter. A partir da esqª., Pedro Simão, Maria Ângela Gomes, Carlos Pires, Rita Pinho Branco e Sofia Faria

EPAL + Museu da Água As Viagens da GotinhaLusitania Breves InstantesGalp Energia mygalp – energia da semana

Dirigido à caixa de correio elec-trónico de mais de 120 mil associa-dos e clientes, este media dá corpo a uma estratégia de comunicação electrónica que, mensalmente, com-plementa a comunicação junto de associados e clientes, potencia o co-nhecimento da actividade da institui-ção, mas também da diversidade de soluções, benefícios e iniciativas que inspiram o Grupo.

A e-newsletter Montepio procura: • Responder de forma agregada

e on time às necessidades de comu-nicação, como sejam a revelação de novos parceiros ou projectos…

• Reduzir os intervalos temporais de comunicação, complementando a periodicidade trimestral da Revista Montepio com a periodicidade men-sal da e-newsletter;

e-newsletter MONTEPIO

• Incrementar o fluxo de comuni-cação e dar voz aos destinatários da mensagem, através de uma caixa de correio electrónico que, fomentando o diálogo, permite apurar o grau de sa-tisfação, as sugestões de melhoria…

• Potenciar a comunicação de carácter institucional - integra espa-ços (área editorial, soluções, activi-dades ou descontos) que permitem a veiculação de informação institu-cional e associativa, e o reforço de campanhas desenvolvidas pelas em-presas do Grupo, mas também a co-municação de iniciativas dirigidas a associados, por exemplo, de dinami-zação associativa, responsabilidade social, voluntariado associativo…

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wEBSITE E hOTSITESuporte digital para internet, com conteúdos integrados de forma coerente, com o objectivo estratégico de comunicar com os públicos da organização, de carácter permanente no caso dos websites ou, no caso dos hotsites, temporários até à conclusão do objectivo de comunicação, como evento, lançamento, questionário ou votação.

O novo site da Lusitania Companhia de Seguros, lançado em Dezembro de 2010, procura comunicar e partilhar online temas relevantes para os clientes e para o desenvolvimento da activida-de da empresa. Apostando numa ima-gem apelativa, comunicação simples e fácil navegabilidade, a plataforma orienta-se ao negócio e à prestação de serviços.

Estruturalmente, assume uma es-tratégia de “portas abertas”, para os clientes e restantes stakeholders se re-lacionarem com a Companhia. Os si-muladores com comunicação on-line a um mediador à escolha, para dúvidas ou intenção de subscrição, são um dos vários exemplos. A presença destacada dos mediadores no site, diferenciada em função da sua segmentação orgâ-nica, reflecte um modelo colaborativo.

Susana Pascoal exibiu, orgulhosa, o troféu conquistado pelo website da Lusitania, prémio entregue por Miguel Salema Garção

EDP A Tua EnergiaGalp Energia www.missaoup.comEDP www.edp.pt

O site foi desenvolvido para dar resposta end-to-end aos clientes: em caso de sinistro, de forma simples e transparente, o cliente pode efectu-ar a sua participação, procurar uma oficina recomendada ou uma clíni-ca, tendo igualmente disponíveis todos os contactos das Assistências; em caso de dúvida, pode logo con-sultar a documentação do produto; pode ainda aceder à sua página de home-insurance (clientes particula-res) e consultar a situação do sinistro (marcação de peritagem, autoriza-ção para reparação, …).

O site lusitania.pt pretende faci-litar acesso rápido, objectivo e intui-tivo na informação online de segu-ros; optimizar a comunicação com o cliente apostando em funcionali-dades inovadoras, que potenciam

WWW.LUSITANIA.PT

o negócio facilitando a simulação e contratação neste tipo de serviço; reforçar a estratégia colaborativa com os principais parceiros de negócio - os mediadores; e promover a aproxi-mação ao cliente nos momentos de verdade associados ao sector - simu-lação, emissão e gestão de sinistros.

A linguagem do site é positiva, associada sempre à “alegria” e à noção de utilidade e prevenção, o posicionamento da Lusitania no mercado.

Uma área de acesso reservado aos cientes particulares, cumprindo as melhores práticas de mercado no tocante à confidencialidade e segu-rança, permite ao cliente consultar os seus dados pessoais, apólices, sinistros, declarações de prémios li-quidados e recibos à cobrança.

A divulgação foi apoiada numa campanha de meios, que teve por base um jogo interactivo: subjacen-te ao tema “Lusitania Estrada Segu-ra”, testou de forma positiva e com humor a capacidade de condução do utilizador, permitindo-lhe ainda, através da atribuição de pontos, aceder a descontos na subscrição de um seguro automóvel.

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INTRANETSuporte digital para rede interna, com conteúdos integradosde forma coerente, com o objectivo estratégico principalde informar o público interno da organização, podendo permitir a gestão de informação pessoal.

“Um acto de correspondência e de identificação”: é assim que a comunica-ção é entendida num grupo que marca presença em diferentes continentes e países. A intranet é o primeiro passo na direcção de uma cultura EDP e o meio de comunicação por excelência.

Um clique no browser é o mesmo que entrar, sem atalhos, no mundo EDP. Uma homepage comum garante o acesso à intranet de cada empresa e um olhar rápido pelas notícias mais importantes.

Companhia de Seguros ImpérioBonança + Caixa Seguros e Saúde Gente com IdeiasSMAS de Oeiras e Amadora Intranet SMAS

A estratégia é envolver, com in-formação actualizada e com uma linguagem clara e próxima; com tex-tos, fotografias e vídeos, que dão a conhecer acontecimentos e projectos que vão do Negócio à Sustentabili-dade, dos Recursos Humanos à Re-lação com o Cliente ou Investidores.

Para tornar a vida mais fácil aos colaboradores, o “Markponto” (pica-gem de ponto electrónica), o “Quem é Quem” (base de dados de todos os colaboradores) ou o “Quiosque EDP” (plataforma de Recursos Humanos para marcação de férias, justificação de ausências, consulta de saldos e ordenado) constituem-se como ferra-mentas acessíveis e práticas.

A interactividade é uma marca forte do portal. Enviar mensagens ao presidente do Conselho Executivo é só o primeiro passo. A wikiEDP (uma enciclopédia de todos os colabora-dores), o Power Trade (jogo de pla-neamento energético), o Boleias EDP (partilha de boleias) ou o Click Idea (concurso de ideias) são ferramentas com dinamismo e interesse.

Numa vertente mais lúdica, o portal convida à participação em passatempos para ganhar bilhetes

para o futebol, espectáculos ou con-certos. A empresa partilha assim as contrapartidas dos patrocínios con-cedidos.

A área dos Classificados permite a cada um fazer os seus anúncios e, na área “Imóveis”, conhecer os imó-veis da EDP disponíveis para venda.

Com o projecto “moveON”, a EDP caminha já para uma intranet em que a personalização e a inte-ractividade serão palavras-chave. “E se a intranet fosse uma página em branco à espera de ser escrita?”: esta pergunta, concretizada num inquérito online feito a todos os co-laboradores, foi o ponto de partida deste projecto, de que nascerá uma nova intranet para o grupo.

Margarida Glória levou para a EDP mais um prémio pela sua intranet

Portal ‘SOU EDP’

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BLOGUE DE COMUNICAçÃOBlogue institucional ou de autor, de conteúdos maioritariamentena área da comunicação organizacional, com actualizações regulares.

A Siemens pretendeu suscitar deba-te a respeito da sustentabilidade em Lisboa e com esse objectivo criou o blogue LX Sustentável (www.lxsus-tentavel.com), como ponto central de discussão e apresentação de so-luções para os desafios da sustenta-bilidade na cidade.

Tempo passado sobre a imple-mentação desta estratégia de co-municação, a ferramenta entrou em declínio, devido à ausência de con-teúdos interessantes para os utiliza-dores, facto agravado pela falta de interacção com as redes sociais em que o blogue está presente.

Foram, então, definidos novos objectivos, que passaram por uma activação digital contínua centrada

João Delgado representou a Siemens, recebendo o troféu das mãos de António Rapoula e Paulo Santos Silva

YoungNetwork Do fundoda ComunicaçãoTMN tmn.blogs.sapo.pt

no blogue, tendo por base o conteú-do existente no blogue e o incentivo aos utilizadores para a colocação de novos conteúdos com poten-cial de gerar debate e procura de soluções.

Esta activação foi dinamizada através da adaptação visando uma forte presença em redes sociais. Para atingir este propósito, foram criadas as seguintes aplicações:

• Código Verde(http://www.lxsustentavel.com/category/codigo-verde/)Espaço onde personalidades de vá-rias áreas (política, economia, artes, publicidade, empresas, desporto, etc...) expressam os seus pontos de vista sobre sustentabilidade.

II Fase LX SUSTENTÁVEL

• Green Blogger (http://www.lxsustentavel.com/category/green-blogger-awards/)Iniciativa patrocinada pela Siemens, com o intuito de reconhecer o que de melhor se escreve em Portugal na temática da sustentabilidade (os Green Blogger Awards têm pe-riodicidade mensal).

• Ferramentas “Sustentáveis” (http://www.lxsustentavel.com/links)Conjunto de ferramentas que per-mitem ao utilizador/visitante do LX Sustentável pôr em prática os seus conhecimentos na área da susten-tabilidade, aprender mais sobre o tema ou recolher dicas e conselhos sobre comportamentos sustentáveis.

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vÍDEO E wEBCASTSuporte audiovisual, distribuído em formato físico ou por internet, com objectivos de comunicação organizacional, dirigido a públicos específicos externos ou internos e de possível actualização automática, não incluindo mensagens explicitamente publicitárias.

Com o propósito de complemen-tar a informação divulgada a res-peito da actividade realizada em 2009, o Montepio produziu um filme institucional destinado a revelar os principais indicadores financeiros do Grupo, mas tam-bém a estratégia que orientou os desempenhos.

O Montepio arrecadou mais um prémio, com a equipa de Comunicação Institucional visivelmente contente

Lusitania ActualidadesLusitania LusitaniaMarMillennium bcp Microcrédito

Síntese deACTIVIDADES 2009

O documentário foi apresentado por ocasião das assembleias-gerais de Março de 2010 e assentou no objectivo estratégico de comunicar a missão e os valores da Instituição, dar nota dos projectos inovadores desenvolvidos e da estratégia segui-da para cumprimento das Linhas de Orientação Estratégica.

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TELEvISÃO CORPORATIvACanal audiovisual produzido pela organização, com grelhade programação e conteúdos próprios, difundidos em suportes televisivos para comunicar com públicos internos e/ou externos, sem carácter comercial.

Se são as pessoas que fazem as em-presas, é do seu envolvimento em pro-jectos sentidos como pertença de todos que a comunicação interna da EDP quer tratar. Mais do que informar, a estratégia é integrar, dinamizar a troca de ideias e tornar comum a visão de um grupo feito de várias empresas, em vários continentes e países.

Com estes objectivos, a EDP es-treou, a 20 de Dezembro de 2007, a televisão corporativa – edpOn, pre-sente já em Portugal, Espanha, Brasil, EUA, Polónia, Roménia, Bélgica, Fran-ça e Escócia.

A edpON cedo deu o salto dos plasmas para o ecrã do computador. Acessível através da intranet, a emis-são permite deixar comentários, assistir

Margarida Glória, junto de Conceição Zagalo, exibe o terceiro prémio arrecadado pela EDP

Millennium bcp Millennium TVTabaqueira + BA Vision TV tabTVV

a eventos importantes em directo ou consultar a grelha de programação. Rever reportagens, que já não inte-grem a emissão, é possível através de um arquivo de vídeos, que utiliza um motor de busca por palavras-chave ou que os agrupa por temáticas, países de origem ou infra-estruturas.

A emissão toca temas importantes, como a energia, os recursos humanos e a formação, a sustentabilidade, o ambiente, a responsabilidade social, a cultura e os negócios do Grupo, respei-tando sempre as especificidades locais. O canal funciona em complementari-dade com os restantes suportes de co-municação do Grupo, nomeadamente o site, a revista e, claro, a própria in-tranet. Os dossiers temáticos reúnem,

na intranet, todos os vídeos sobre um tema específico e sistematizam a infor-mação.

Em 2010, foram transmitidos even-tos em directo, que contaram com a participação online dos colaborado-res, através do chat. Nas sessões de esclarecimento sobre o “Power Trade” (jogo de gestão online) e no Dia da Inovação, os colaboradores puderam colocar perguntas e lançar questões, respondidas e discutidas em directo. O directo mais visto na edpON online, no Encontro da EDP Produção, teve mais de 5600 acessos.

Com um repórter em cada canto do mundo, a edpON deu já os primeiros passos na produção de reportagens globais, que reúnem imagens de Portu-gal, Brasil, Espanha e EUA. Uma mes-ma história é contada, em conjunto, pelas empresas e geografias do Grupo e enriquecida pelas diferenças e espe-cificidades de cada uma.

edpON Televisão Corporativa do grupo EDP

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IDENTIDADE CORPORATIvALogótipo/marca da organização ou de um seu sector, com respectivos fundamentos e regras de uso, não incluindo branding nem imagem de produtos comerciais.

A maior tecnológica portuguesa é uma empresa de sucesso, mas mais invisível e desconhecida do que mui-tas outras tecnológicas mais peque-nas e circunscritas. Como mudar isso? Como aumentar a percepção de valor? Como dotar a empresa de uma marca que responda e impulsio-ne a internacionalização em curso? Este foi o desafio que a Design Hou-se se colocou quando, seleccionada pela Novabase, recebeu como enco-menda o rebranding desta empresa.

Qual a solução? A aplicação do método Designing Business juntou a Albuquerque numa equipa com stakeholders da Novabase (colabo-radores, clientes, jornalistas, parcei-ros, decisores). O resultado levou a redesenhar a visão, a marca, o modelo de negócio (juntando novas

Cristina Aragão Teixeira, responsável de Marketing e Comunicação da Novabase, agradeceu, algo emocionada, a distinção conferida à nova imagem da empresa

Metropolitano de Lisboa Marca 50 AnosLusitania LusitaniaMar

competências) e a comunicação (fo-cada nos benefícios sentidos pelas pessoas, pelos clientes dos clientes).

A nova marca tem uma lingua-gem centrada nas pessoas e usa có-digos expressivos, que unem ciência e arte, engenharia e consultoria, ri-gor e empatia. É um universo de sín-tese que, consoante o contexto, tanto compreende gráficos e precisão nu-mérica como ilustrações e imagens de valor artístico.

A logomarca também representa essa síntese (o N é o lado rigoroso e matemático; a forma orgânica e cir-cular o lado empático, apaixonado e visionário tão presente no ADN da empresa.) Uma marca que sabe que a tecnologia é apenas um instrumento para “tornar a vida das pessoas e das empresas mais simples e mais feliz”.

NOVA MARCA

O espírito da nova Novabase é também expresso na assinatura like life. Som e sentido comunicam o carácter vibrante e voluntarista da marca e a importância da autentici-dade. Nos bons e maus momentos, a vida não desiste, encontra sempre caminho.

As orientações de comunicação vão no sentido de tornar a mensa-gem simples e feliz, de contar his-tórias a partir do ponto de vista das pessoas, que beneficiam com a tec-nologia. Toda a viagem de rebran-ding é e continua a ser o percurso da tecnologia às pessoas, a começar pelos colaboradores que, nos car-tões de visita, entregam agora não só o seu nome, função e contactos mas também a digitalização da sua versão do logo (a marca é sua).

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ESTUDANTESCategoria Campanha de Comunicação Institucional

A Cooperativa Agrícola dos Oliviculto-res de Murça opera no mercado oleí-cola e tem por core business a produ-ção do Azeite Porca de Murça. A sua missão passa por produzir azeite de elevada qualidade, garantindo apoio técnico aos agricultores associados.

Neste sentido, a jovem equipa ven-cedora propôs-se formular uma estra-tégia global para a CAOM, na qual integrou um Plano de Acção e Comu-nicação para a marca Azeite Porca de Murça, tendo por objectivo final confe-rir-lhe uma imagem mais moderna e actual, mantendo a tradição de quali-dade que lhe é reconhecida.

O plano surgiu, assim, como uma oportunidade de reforçar a notorieda-de e a reputação da marca, propondo um reposicionamento do Azeite Porca de Murça, no sentido de definir uma posição forte e consolidada no merca-do português (Zona Norte) e no estran-geiro (Luxemburgo e Bélgica).

De acordo com as características

As jovens alunas da Escola Superior de Comunicação Social provaram que, mesmo em regime de aprendizagem, se podem desenhar bons projectos de comunicação

Diogo André, Diogo Moreira e Marta de Castro NaturaPura

fundamentais do Azeite, apenas três foram consideradas para o desen-volvimento de todo o plano: o sabor, a qualidade e a pureza. Intimamente ligadas, suscitam um novo posiciona-mento para o produto, materializado em assinaturas com uma linha orienta-dora de analogia com o ouro.

A aplicação prática da estratégia reflecte uma clara preocupação em atingir todos os públicos-alvo, sendo definidos objectivos específicos que respondem às necessidades de cada segmento e delineadas acções que au-xiliam o seu cumprimento.

Um passo não menos importante, se-gundo as autoras do projecto, e conside-rado ao longo de todo o processo, con-siste na avaliação – “é fundamental para aferir a viabilidade e sucesso do Plano, bem como para identificar possíveis er-ros ou salientar aspectos positivos”.

A proposta comunicacional apon-tou como orçamento um valor a ron-dar os 100 mil euros.

Azeite Porca de Murça

Ana Costa, Andreia Bento, Dina de Deus, Flávia Gomes e Sara Santos (ESCS)

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RECONhECIMENTO

A Direcção da APCE decidiu, no âm-bito da Gala do seu Grande Prémio anual, distinguir a carreira brilhante de uma gestora de Comunicação de re-conhecido mérito. Este gesto público, que aconteceu apenas pela terceira vez na história da Associação, consistiu na atribuição de um diploma de reconhe-cimento a Maria da Conceição Zagalo.

Ao homenagear esta comunicado-ra, a APCE pretendeu não só enaltecer a sua vida profissional como também destacar uma cidadã exemplar, que, entre outras honrosas atribuições, vem prestigiando a Associação através do exercício da presidência da Mesa da Assembleia Geral.

Conceição Zagalo – 59 anos, na-tural de Riachos (Ribatejo), casada e mãe de duas filhas - quase dispensa

O deputado José Manuel Canavarro e Mário Branco entregaram o diploma de reconhecimento da brilhante carreira de Conceição Zagalo

“Os meus pais diziam: façam o que fizerem, façam-no bem feito, sejam os melhores, padronizem-se pela excelência. Nunca me passou pela cabeça ser sofrível”, confessa esta mulher, que só conhece uma forma de declinar o verbo fazer: “Há sempre duas hipóteses, fazer ou fazer; e uma terceira alternativa, que é fazer!”

apresentação, em resultado da sua larga actividade no meio empresarial e na sociedade portuguesa; ainda as-sim, entendemos oportuno descrever aqui o seu perfil.

UMA VIDA NA IBM

Maria da Conceição Zagalo ingres-sou na Companhia IBM Portuguesa em 1973, na Divisão Técnica, onde desempenhou funções administrati-vas até 1987. Durante os quatro anos seguintes, assumiu cargos na área de Marketing para os sectores do Go-verno, Público e Indústria. De 1991 a 1997, foi responsável pela área de Media and Public Relations e, em 1998, foi nomeada Directora da Di-visão de Comunicações e Programas

MARIA DA CONCEIÇÃO ZAGALO Externos. Em 2009, assumiu a direc-ção da Divisão de Marketing, Comu-nicações e Programas Externos, cargo que acumulou com o de membro do Conselho Directivo da IBM Portugal.

Conceição Zagalo é membro funda-dor do GRACE – Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial, a cuja direcção preside. É, igualmente, mem-bro fundador e dirigente da RSE Portu-gal – representante da CSR Europe.

Integra o American Club of Lisbon e preside à Comissão de Orientação Estratégica da AIESEC – Associação Internacional de Estudantes de Eco-nomia, Gestão e Engenharia, sendo igualmente a representante de Portu-gal no Global Council of Board Chairs da AIESEC Internacional.

A convite da Presidência do Conse-lho de Ministros e do Ministério da Edu-cação, integrou o Fórum de Discussão para a Educação e a Cidadania.

Conceição Zagalo é responsável pelo lançamento e coordenação do Portugal Women Leadership Council, um grupo de profissionais mulheres da IBM constituído em 2004, tendo por desafio criar um ambiente de trabalho equitativo no tocante a oportunidades de desenvolvimento profissional. Inte-gra, igualmente, o European Women Leadership Council, que reúne repre-sentantes de 29 países europeus.

Representou a IBM no Diálogo So-cial e Igualdade nas Empresas, projec-to co-financiado pelo EQUAL, Fundo Social Europeu e Ministério do Traba-lho e da Segurança Social, que tem como entidade interlocutora a Comis-são para a Igualdade no Trabalho e no Emprego. No âmbito desta iniciati-va, representou o grupo de empresas que integram o projecto em encontros pan-europeus.

Recebeu o Prémio Individual En-gagement 2005-2006, atribuído pela AIESEC Portugal, e, em 2007, foi dis-tinguida pela Amnistia Internacional, juntamente com outras 25 mulheres de todo o mundo, “pela sua especial dedicação às causas sociais”.

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1 - Mário Branco à conversa com José Arez Romão e Jorge Conceição Silva, administradores da Lusitania 2 - O Norte esteve representado através das Águas do Douro e Paiva 3 - Nuno Pinto de Magalhães, da Central de Cervejas, empresa recém-associada da APCE 4 - João Delgado (Siemens) e Mónica Rosa (EPAL) 5 - Tendo lugar numa instituição bancária, a Gala recorreu a uma forma inovadora de revelar os vencedores: a leitura óptica de cheque bancário 6 - Diana Boto Rosa e Teresa Alvarez, ambas dos SMAS de Oeiras e Amadora, folheiam a nossa revista, acabada de publicar 7 - A voz de Carolina e o som do DJ Filipe Bonjour animaram a Gala 8 - José Luís Cavalheiro, ao centro, membro do Júri, com José Albuquerque, da Auto-Sueco e Vice-Presidente da APCE

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9 - Conversa animada entre a Sair da Casca (Filipa Luz e Cláudia Tapadas) e a Império Bonança (Ana Fontoura) 10 - O profissionalismo das hospedeiras ajudou à condução da festa 11 - Maria Duarte Bello (à direita) acompanhada dos estudantes que concorreram pela Escola Superior de Comunicação Social 12 - José Viegas Soares, presidente do Júri e sócio honorário da APCE, com José Gabriel Andrade 13 - A Gala brilhou no Millennium bcp, com a casa completamente cheia 14 - A representação da entidade anfitriã, o Millennium bcp 15 - Luísa Braula Reis e Teresa Fialho, ambas da MyChange, com João Duarte, CEO da YoungNetwork

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2º congresso de comunicaçãoIBERO-AMERICANAdecorrerá na Universidade do Minho em 2013

CONFIBERCOM

o final dos trabalhos, in-dagámos dos objetivos, re-sultados e expetativas em

relação aos temas debatidos junto de Margarida Kunsch, professora titular da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, presiden-te da Comissão de Pós-graduação e coordenadora do curso de pós-gradu-ação lato sensu de Gestão Estratégica em Comunicação Organizacional e RP da mesma Escola, que foi a responsá-vel e coordenadora do evento.

Entre 31 de julho e 4 de agosto últimos, participámos no 1º Congresso de Comunicação Ibero-Ame-ricana, em São Paulo, promovido pela Confederação Ibero-Americana das Associações Científicas e Académicas de Comunicação (CONFIBERCOM) e pela Federação Brasileira das Associações Científi-cas e Académicas de Comunicação (SOCICOM), que reuniu 500 pesquisadores do México, Portugal, Espanha, EUA, Bolívia e Argentina, além de professores e estudantes do Brasil.

A. Mateus - Quais os objetivos do CONFIBERCOM?

M. Kunsch – Este encontro visou propiciar uma maior visibilidade à produção científica perante a comu-nidade internacional e debater os sistemas de comunicação em tempo de diversidade cultural. A intenção é pensar um doutoramento que reúna os países ibero-americanos e leve ou-tros, em melhores condições, a aten-der os países mais necessitados, que nem mestrado possuem.

AM - Já ficou decidido algum projeto?

MK - Ainda não passa de uma ideia, a criação de um doutoramento unificado, com uma linha genérica de Ciências da Comunicação, eventual-mente depois adaptado às necessida-des de cada país.

AM – A diferença de conheci-mento entre os países componen-tes é notória?

MK - A riqueza está na diversida-de. As diferentes propostas permi-tem a inovação. Em muitos países da América Latina não há infraestrutu-ras para ter mestrado, mas abertu-ra à busca de mais conhecimento. O Fórum da Pós-Graduação traduz-se numa reunião de professores em que é debatido, pela primeira vez, esse pro-jeto. As infraestruturas são diferentes de país para país; logo, o acordo terá de ser feito a nível dos ministérios da Educação.

AM - Conseguiu o que esperava do Congresso? Verificou vontade política dos seus parceiros inter-nacionais e interesse generaliza-do pelos temas?

INvESTIGAçÃO

O painel de abertura, composto por Anita Simis (UNESP-Araraquara), Bernando Diaz Nosty (Universidade de Málaga), Erick Torrico (Universidade Andina, Bolívia), Martin Becerra (Universidade de Quilmes, Argentina) e Pedro Jorge Braumann (ESCS), a representar Portugal, discutiu sistemas ibero-americanos de Comunicação

Anabela Mateus

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INvESTIGAçÃO

MK - O Congresso ultrapassou em muito as expectativas. Houve cerca de 600 inscritos, mais os convidados dos países participantes. Em relação às sessões temáticas, no âmbito do Soci-com, houve uma grande afluência. Só no GT em CO e RP houve 90 trabalhos a concurso, dos quais 40 selecionados para apresentação no Congresso. Em termos futuros, ficou decidida a rea-lização de 3 a 4 fóruns anuais, com a participação dos coordenadores e di-retores dos grupos representantes de cada país componente.

A Professora Margarida Kunsch assu-me a presidência do CONFIBERCOM no próximo ano, com uma reunião de traba-lho prevista para Kito (Equador). Entre-tanto, podemos anunciar que o próximo congresso, em 2013, será realizado em Portugal, na Universidade do Minho.

Segundo a organizadora, este foi “um marco histórico na valorização das Ciências da Comunicação em toda a Ibero-América”. Confirmamos a sua po-sição e incluímos Portugal, que ficará mais próximo do Brasil, país que “lidera a investigação neste campo”.

Não foi sem fundamento que deci-dimos iniciar um pós-doutoramento recolhendo informação junto de inves-tigadores especializados, precisamen-te em centros universitários do Bra-sil, como a USP, a PUC, a Metodista e outras. Sentimo-nos gratificadas pela participação em evento de tão alto nível,

com um trabalho de investigação na área da Comunicação Organizacional e RP, que estamos a realizar junto dos centros de investigação da ECA de São Paulo e do CEL da UTAD, patrocinado pela FCT e fundos comunitários.

Tratando-se ainda de uma fase in-termédia da nossa investigação, não deixamos, mesmo assim, de propor algumas considerações significativas da pesquisa iniciada há ano e meio. Foi nesse âmbito, aliás, que construímos o nosso contributo para o Congresso, intitulado “Comunicação Organiza-cional e Relações Públicas. O Esta-do da Arte no Brasil e em Portugal: ensino vs aprendizagem – única língua, distintas abordagens”, do qual apresentamos um apontamento.

A investigação em curso recai em comunidades académicas com tradi-ções e estádios de evolução distintos (Brasil e Portugal) e compara as linhas de investigação em Comunicação Or-ganizacional e RP. Temos por objetivo verificar o grau de uniformidade entre quadros referenciais teóricos - campo empírico intrínseco aos trabalhos rea-lizados em conjunto com a dimensão da literatura científica produzida em ambos os países.

Partindo dos resultados já obtidos, pretendemos investigar o efeito que esta mais-valia terá no desempenho diário da actividade organizacional e o seu reconhecimento pelos gestores, com vista a uma sensibilização para o enriquecimento teórico da disciplina na Academia e sua aceitação no mun-do organizacional.

No Brasil, a pesquisa encontra-se sediada na USP, no Departamento de RP, Propaganda e Turismo da ECA, onde trabalhámos 6 meses, embora nos tivéssemos deslocado a unidades de observação directa noutros cen-tros. Seguiu-se aos resultados obti-dos com o estudo exploratório que, em conjunto com os conhecimentos de campo resultantes de mais de duas décadas de actividade docente e de investigação em Portugal, nos tra-çaram o caminho da pesquisa e que aqui prosseguiu com o apoio do CEL da UTAD.

A autora em entrevista à Professora Margarida Kunsch

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INvESTIGAçÃO

A INTERPRETAÇÃO DO PROCESSO DE BOLONHA

O reconhecimento e avaliação do es-tádio do conhecimento da CO im-pele-nos de imediato para os ban-cos da escola: o que se ensina e o que se aprende, ou antes, como se aprende. Numa perspetiva dinâmi-ca da atualidade, em que a tónica do conhecimento se encontra no de-bate ativo ensinoVSaprendizagem, cabe-nos introduzir as nuances que levam às distintas opções entre os países em análise. Interessa-nos dis-tinguir se a lógica educacional dos sistemas de ensino se encontra prefe-rencialmente centrada nos docentes ou centrada nos alunos. Ou seja, se os do-centes são mais do tipo racionalista ou comportamentalista, ou, ao invés, mais do tipo cognitivista ou construtivista, ou se, por outro lado, se assumem posições eclécticas ou mesmo neutras (Figueira, A. P. C. C. F., 2001) 1

Antes de tudo, há que perceber o conceito inerente a cada sistema de ensino, a situação económica e so-cial e seu estádio de evolução. E, caso o momento implique uma mudança radical ou considerável, como acon-teceu com as adaptações ao Processo de Bolonha, há que preparar as men-talidades para a sua aceitação. Mas há, sobretudo, que preparar recursos materiais e humanos à altura da nova oferta. Uma mudança não se faz com o estalar dos dedos, principalmente quando se fala em “pessoas”.

São as particularidades daí decor-rentes que nos impelem ao debate, ainda que sumário, dos modelos em que se concretizam as estruturas de ensino superior, sujeitos a recentes transformações na maioria dos países da UE, e que afectaram o ensino supe-rior em Portugal. Comparando com a opção tomada pela Academia brasileira, encontramo-nos perante distinta oferta em termos de estruturas, como tentativa de resposta mais flexível e imediata a uma sociedade mais versátil, mais tra-dicional mas consistente, que revela uma concepção e filosofia de caráter mais clássico do ensino superior.

O ensino superior encontra-se es-truturado, em Portugal, no âmbito do acordo firmado na Declaração de Bo-lonha entre os países da UE e definido na Lei de Bases do Sistema Educativo - lei nº 49/2005 de 30 de Agosto. Em Março de 20102, o Processo de Bolo-nha encontrava-se implementado, de modo generalizado, num contexto de profunda reforma do sistema de ensi-no superior português.

Uma das mais-valias, talvez a maior, que o novo modelo trouxe consigo foi a implementação da in-vestigação e a estruturação dos pro-gramas de pós-graduação. A nova estrutura vem permitir, em alterna-tiva à realização de um estágio labo-ral para conclusão do 1º ciclo, a con-cretização de uma pesquisa mais ou menos profunda, mas nos moldes da preparação de uma dissertação para conclusão desse ciclo de estudos. Em teoria, quem pretende aprofundar-se academicamente, e não exercer di-retamente uma profissão, adquirirá logo aí preparação e experiência para a realização da tese, que fará parte do seu projeto a longo prazo, quando ter-minar o 2º ciclo de estudos.

O que tem ocorrido em Portugal, independentemente dos objetivos te-óricos da filosofia inerente a Bolonha e do próprio conceito do projeto - e só daqui podemos extrair as nossas observações -, é que a generalidade dos estudantes acaba por concluir os dois ciclos sem interrupção, in-dependentemente dos seus objeti-vos serem a carreira académica ou profissional: observam os dois ciclos como um continuum, à semelhan-ça da tradicional licenciatura, mais longa. O mestrado tomou o lugar da antiga licenciatura, quase a 100%. Ganha a grande produção científica, nomeadamente em número de dis-sertações de mestrado.

O ENSINO DA COMUNICAÇÃOEM PORTUGAL A NíVEL SUPERIOR

Até há poucos anos, o campo cientí-fico da Comunicação não se encon-trava delimitado em programas de

pós-graduação. Era no âmbito de mes-trados e doutoramentos em Sociologia, Economia, Antropologia, e eventual-mente outros, que qualquer proble-mática respeitante à Comunicação era trabalhada.

Uma palavra particular é devida ao INP – hoje, Instituto Superior de No-vas Profissões: criado em 1964, foi o primeiro no país a oferecer um curso de Relações Públicas, então ligado ao Turismo. Pioneiro na área, só veria re-conhecido o seu estatuto de nível supe-rior, pelo então Ministro da Educação Nacional, a 28 de Junho de 1971.

No panorama da CO e RP, após a entrada em vigor do modelo de Bolo-nha, que segue as definições da lei Ba-ses do Sistema Educativo de 2005, o aspeto que ressalta é o grande aumento de cursos e estabelecimentos de ensi-no. Desse vasto número fazem parte dois tipos de estabelecimentos, com vocações distintas: Universidades e Ins-titutos Politécnicos originários de dois sectores – público e privado, onde se incluem as cooperativas se ensino - não muito distintos nas suas estruturas.

Nessas unidades encontramos li-cenciaturas e mestrados, nalguns casos também doutoramentos – estes apenas nas Universidades e públicas (excepção para a Fernando Pessoa, a única privada autorizada a ministrar o 3º ciclo desta área) - em convívio direto. É de ressaltar o grande aumento e diversificação dos Institutos Politécnicos.

O ENSINO DA COMUNICAÇÃO NO BRASIL A NíVEL SUPERIOR

A educação superior no Brasil abarca um sistema complexo e diversificado de instituições públicas e privadas com diferentes tipos de cursos e programas, incluindo vários níveis de ensino, desde a graduação à pós-graduação.3 Apenas entendemos referir a lei base da sua cria-ção, a LDBN/96, que também é regula-mentada por legislação complementar.

A Escola de Comunicação e Artes da Universidade de S. Paulo foi a primeira a criar um curso superior de RP, em 1967 (Kunsch)4. Em 1968, com a Reforma Universitária, são implantados cursos

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INvESTIGAçÃO

de pós-graduação e com eles a pesquisa científica passa a ter lugar destacado no meio académico (Kunsch)5.

Surge a CAPES, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, entidade ligada ao Ministério da Educação, que faz avaliação perma-nente dos programas dos cursos e susci-ta uma competição saudável em ordem a um aumento da qualidade contínua dos mesmos. A CAPES apresenta indi-cadores de avaliação anual e trianual dos programas.6

Suscitou-nos interesse a dicotomia ensino público/não-público a nível da gestão das Universidades, pelo que re-corremos a informadores qualificados7 a fim de melhor entender a relação com os estabelecimentos de ensino e o próprio ensino superior.

Falamos de investigação, uma das responsabilidades a nível da pós-gra-duação e, no Brasil, segundo apurámos, pelo menos na área da Comunicação Organizacional e RP, o ensino superior público universitário dispõe de melhor qualidade pelas exigências em pesquisa, precisamente por ser público. O Ministé-rio da Educação tem exigido e fiscalizado com rigor a aplicação de recursos e o re-conhecimento das habilitações do corpo docente nos cursos das instituições de ensino superior privadas. Em princípio isso irá obrigá-las a investir em pesqui-sa e a elevarem os padrões de qualida-de, pois têm-se limitado a beneficiar do apoio concedido pelo Governo Federal para ampliarem o acesso ao ensino su-perior e potenciarem o lucro.

EM JEITO DE CONCLUSÃO…

Em Portugal, o Processo de Bolonha levou a um grande aumento da pes-quisa e à realização sobretudo de dis-sertações de mestrado. Também a um incentivo aos doutoramentos até por parte do corpo docente ativo, com os financiamentos que se geraram. Mas não podemos deixar de observar: essa grande produção, que se adivi-nha cada vez mais desordenada por falta de coordenação entre os centros de investigação, levará num futuro

Anabela Mateus apresentou o seu trabalho no GT em RP e CO, coordenado por Ivone de Lurdes Oliveira, Presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e Relações Públicas. Devido à elevada participação na área, realizaram-se, em simultâneo, outros dois GT - um sob a coordenação de Maria Aparecida Ferrari, Presidente de Relações Públicas da mesma Associação, e outro coordenado por Óscar Curros, colaborador pesquisador da USP

próximo à criação de Ciência com re-sultados conseguidos pela pesquisa, mas não suprirá as necessidades reais por falta de planeamento aquando da sua realização.

O papel da FCT tem-se revelado fundamental enquanto agente finan-ciador, mas não seria menos impor-tante a coexistência de um órgão pa-ralelo ou função interna à mesma, que tivesse a missão de analisar e definir as necessidades do país em termos de investigação, de modo a rentabilizar os recursos distribuídos, a vocação e objetivos dos centros de investigação e os projetos individuais.

Sentimos uma necessidade efetiva de um planeamento das necessidades de investigação, no caso em Comuni-cação, com vista à conciliação de inte-resses numa perspetiva de otimização de recursos.

Não nos pronunciaremos mui-to sobre o Brasil, pois ainda teremos de aprofundar. Verificámos, desde que surgiu a CAPES, que a produção científica a nível de pós-graduação em Comunicação Organizacional e RP é vasta e diversificada. Além do mais, encontra-se sistematizada e acessível on line na biblioteca virtual Dedalus, com informação das várias unidades e centros de investigação.

Curioso é que o conceito de pós--graduação esteja a alterar-se no Brasil. Mesmo não tendo aderido ao Processo de Bolonha, apesar de dis-cussões nesse sentido, encontra-se grande produção científica no final do mestrado traduzida em dissertações, quando tal não estava previsto na es-trutura clássica. Para assim concluir-mos, ouçamos o Reitor da Universi-dade Federal da Bahía, ainda pouco habituado a esta nova realidade: “As-sim, poderemos integrar graduação e mestrado, diferenciando-os do douto-rado. Mestrado é educação em métodos, conhecimentos e práticas enquanto dou-torado implica formação em pesquisa e criação”.8

Anabela Mateus escreve segundo o novo acordo ortográfico

NOTAS:

1 FIGUEIRA, A. P. C. C. F. (2001). Das episte-

mologias pessoais à das práticas educativas

- estudo numa amostra de professores dos 3º

ciclo e do ensino secundário, das disciplinas de

Português, Matemática e Língua Estrangeira,

do C. de Coimbra. Tese de doutoramento, não

publicada, apresentada à Faculdade de Psicolo-

gia e de Ciências da Educação, da Universidade

de Coimbra. On Line

2 Bolonha em Portugal e a reforma do ensino

superior 2010 www.mctes.pt

3 NEVES, Clarissa Eckert Baeta - A estrutura

e o funcionamento do ensino superior no Brasil –

www.cfa.org.br

4 MARGARIDA, Maria Krohling K., org. – Re-

lações Públicas e Comunicação Organizacional:

campos académicos e aplicados de múltiplas pers-

petivas. Prólogo, Difusão editora, 2009

5 idem

6 idem

7 OSHIRO, Ana Lúcia - Docente Universitária,

investigadora e consultora em Comunicação, S.

Paulo, Br

8 Naomar de Almeida Filho - Entrevista on line

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REPORTAGEM

FUN SPIRITdomina manhã desportivaA APCE Karting Cup, já na sua quarta edição consecutiva, voltou a pontuar a rentrée das actividades da Associação. Elevada participação de empresas associadas, ao melhor nível de sempre, numa jornada desportiva marcada pela boa disposição e pelo fun spirit de uma modalidade motorizada que exige colaboração e companheirismo.

4.ª APCE KARTING CUP

anhã cinzenta de sábado, 24 de Setembro, com chu-va miudinha sobre a zona

do Carregado. O kartódromo Campera acolheu os mais de 70 pilotos partici-pantes na 4.ª APCE Karting Cup com promessa de emoções fortes…

Na realidade, após o registo das equipas e o habitual briefing, as pri-meiras voltas dos treinos cronome-trados confirmaram as expectativas: com a pista bastante húmida, sucede-ram-se as escorregadelas e os piões, mesmo a baixa velocidade, nos tra-çados em curva. Uma dificuldade adicional a “apimentar” a competi-ção e a exigir espírito de entreajuda, algo que os pilotos estrangeiros (in-tegrados em formações da Solvay 3S)muito apreciaram.

O Sol não tardou, porém, a sorrir e foi já com a pista praticamente seca que a espirituosa equipa Os Gordos, no último minuto, alcançou o melhor tempo dos treinos. Os segundo e ter-ceiro lugares da grelha de partida fo-ram obtidos pela APL Karting Team 1 e pela EMEL 1, respectivamente.

Mário Branco, presidente da APCE, deu o sinal de partida com as duas equipas da EMEL a tomarem a liderança durante as primeiras voltas. Após as primeiras trocas de pilotos, a equipa principal da Administração do Porto de Lisboa assumiu a liderança,

A escolha do capacete, pormenor importante para a equipa “Solvay & Sons”

Pelotão compacto na primeira curva após a partida

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REPORTAGEM

ganhando tempo aos perseguidores. No meio do pelotão, a alternância de posições era uma constante, sinal evidente do equilíbrio e do empenho dos pilotos e das equipas, e motivo acrescido para a excitação nas boxes, onde o registo dos tempos por volta era acompanhado por numeroso gru-po formado diante do monitor.

A partir do meio da prova, a Mun-dipinta assumiu a liderança, conse-guindo conservá-la até final e ganhan-do uma vantagem de 14 segundos ao cabo das duas horas de corrida. Vitó-ria justa, após excelente recuperação desde o sétimo lugar da grelha, de uma equipa mista, pois contou com uma senhora entre a sua formação.

No final, o saudável desportivis-mo que pautou toda a prova esteve bem patente na entrega de prémios, com todas as equipas aplaudidas, e a boa disposição presidiu ao saboroso “almoço”, gentilmente patrocinado pelo associado Canto Moniz RP Even-tos e servido pelos competentes Hot Dog Lovers.

Mais uma vez, os colaboradores do kartódromo são credores de elogio, não devendo esquecer-se a colaboração da Print House by CoresPB, que forne-ceu todos os suportes de promoção do evento, e da Monster, marca de bebidas energéticas, que ajudou a retemperar forças após a desgastante condução.

A APCE não brinca em serviço: com ela, é sempre prego a fundo!

Nas boxes, entusiasmo e incentivo aos colegas de equipa em prova

Demonstração do fun spirit em pista

Os “Hot Dog Lovers” voltaram ao Carregado. Já são indispensáveis…

O briefing, essencial ao bom desenvolvimento da competição, capta sempre a melhor atenção dos pilotos

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REPORTAGEM

Alinhamento e nervosismo nas boxes, antes dos treinos cronometrados

A 4ª edição da Karting Cup consagrou a Mundipinta, a EMEL 1 e a APL Karting Team 1

1º Mundipinta - 142 voltas2º EMEL 1 - a 14 segundos3º APL Karting Team 1 - a 1 volta4º Os Gordos - a 1 volta5º EMEL 2 - a 4 voltas6º GVC’s - a 5 voltas7º 3 Starolas - a 6 voltas8º APL Karting Team 2 - a 6 voltas9º Solvay & Sons - a 7 voltas10º 3S Rápidos - a 8 voltas11º ESE João de Deus - a 9 voltas12º YoungNetwork - a 10 voltas13º Canto Moniz RP Eventos - a 10 voltas14º 3S MO Northern Europe - a 11 voltas15º 3S MO Southern Europe - a 12 voltas16º Sykart 2011 - a 16 voltas17º 3 Seconds to Win - a 31 voltas

CLASSIFICAÇÃO FINAL

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SUSTENTABILIDADE

APLICAÇÃO DISPONIBILIZA (EM TEMPO REAL) CONSUMOS DE ÁGUA, ENERGIA E EMISSÕES DE CO2 DOS EDIFÍCIOS

A Siemens aplicou nas suas instalações, em Alfragide, um Green Building Monitor™, instalado pela divisão Building Technologies do sector Industry da empresa, que reúne informação sobre os consumos de água, energia, temperatura, e emissões de CO2 do campus da empresa e os disponibiliza em tempo real.

Siemens instala GREEN BuILDINGMONITOR no campus de Alfragide

stes dados permitem aos uti-lizadores dos edifícios acom-panhar o desempenho dos

mesmos e receber informações impor-tantes, que os sensibilizarão para um uso responsável e eficiente dos diferen-tes recursos.

Este sistema de monitorização permite, também, estabelecer com-parações entre os dados actuais dos edifícios e os padrões definidos para o mesmo tipo de construção, ou com os valores de desempenho obtidos an-teriormente, mostrando qual a classi-ficação do edifício em termos de efi-ciência energética e qual o progresso

alcançado durante um determinado período de tempo.

Com o Green Building Monitor™ (GBM), as empresas poderão divulgar, publicamente, os seus sucessos na protecção ambiental e os esforços de eficiência energética que desenvolvam nos seus edifícios. O sistema mostra, regularmente e com precisão, o desem-penho energético dos edifícios, incluin-do os consumos de electricidade, aque-cimento, ar condicionado e água, bem como as reduções alcançadas nas emis-sões de gases com efeitos de estufa.

Além destas informações, podem ser exibidas mensagens de carácter

educativo, incluindo, por exemplo, su-gestões para a poupança de energia, o compromisso da empresa para com o ambiente, factos relacionados com o clima e a previsão do tempo.

A Siemens já tem o GBM em funcio-namento nas suas instalações de Mu-nique, Erlangen, Frankfurt e Berlim, na Alemanha, bem como em Den Haag, na Holanda, e em Zug, na Suíça.

O GBM, bem como o Advantage Operations Center e todos os sistemas e soluções da Building Technologies para o aumento da eficiência nos edifícios integram o portefólio ambiental da Sie-mens. No ano fiscal de 2010, as receitas deste portefólio cifraram-se em 28 mil milhões de euros, tornando a Siemens no maior fornecedor do mundo de tec-nologias amigas do ambiente. Durante o mesmo período, os produtos e solu-ções da empresa permitiram aos seus clientes uma redução das suas emis-sões de CO2 em 270 milhões de tone-ladas. Este volume é igual ao total das emissões anuais de CO2 de megacida-des como Hong Kong, Londres, Nova Iorque, Tóquio, Deli e Singapura.

A Siemens, membro colectivo da APCE, está em Portugal há 105 anos, emprega 1340 pessoas e é líder nos seus domínios de actividade, nos sectores da indústria, energia e saúde.

Além do desempenho ambiental, o GBM pode divulgar outras mensagens ou, por exemplo, a previsão meteorológica

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O 1º Congresso Português de Relações Públicas, organizado em Maio de 1988, pela (extinta) Asso-ciação Portuguesa de Relações Públicas – APREP, promoveu o debate em redor de perspectivas muito diferenciadas da disciplina, que, à época, procurava um posicionamento mais definido no campo da comunicação. Maria Helena Samouco, docente universitária, contribuiu com um enquadramento de largo espectro, digamos assim, que seleccionamos para esta série de testemunhos.

TESTEMuNHOS do 1º Congresso Português de Relações Públicas (4)

MEMÓRIA

RELAÇÕES PÚBLICASNAS SOCIEDADES EM MUDANÇA

Repensar o papel das Relações Pú-blicas na época contemporânea e numa perspectiva antropológica da evolução e mudança socio-cultural das sociedades exigiria demorada re-flexão diacrónica sobre a importância e consequências da Revolução Indus-trial nos diferentes sectores de activi-dade do Homem. Torna-se limitada tal abordagem, em profundidade, numa comunicação em Congresso, pelo que nos 1imitaremos a invocar referências temporais desde então até aos nossos dias e com particular interesse para as Relações Públicas.Até finais do século passado (XIX), a conhecida Revolução Industrial pro-vocou, especialmente nos Estados Unidos e em Inglaterra, por efeito da concentração em grandes unida-des fabris, de máquinas e capital que

aria Helena Correia Samouco, que leccionava no Instituto Superior de

Ciências Sociais e Políticas e na Uni-versidade Internacional, abordou o papel das Relações Públicas nas so-ciedades em mudança centrando-se na dignidade da pessoa humana e nas relações de trabalho.Intervindo num painel composto, também, por Luís Filipe de Oliveira e Castro e Domingos de Avellar Soei-ro, e que integrou o programa do se-gundo dia de sessões, Maria Helena Samouco, num estilo marcadamente académico, não se poupou a referên-cias a autores, que deixou anotadas na cópia disponibilizada pelo Secre-tariado aos numerosos congressistas reunidos no Fórum Picoas (Lisboa).Passamos a transcrever a sua alocu-ção omitindo, por razões práticas, as duas páginas finais de Notas, mas mantendo os sublinhados:

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A dignidade da pessoa humana foi um dos valores em que Maria Helena Samouco centrou a sua comunicação

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MEMÓRIA

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operavam em larga produção, profun-das mudanças ao nível do tecido social das famílias e de pequenas unidades de artes e ofícios, que laboravam em domicilio próprio e com consumido-res vizinhos.Os complexos industriais provocaram, por força do liberalismo económico, o abandono de tradições e costumes do Homem de então, gerando a luta entre o capital e o trabalho traduzida no en-deusamento da máquina, em salários baixos e com jornadas de trabalho que chegaram a atingir as 18 horas.A expansão industrial teve efeitos tais, que as duas grandes máximas das Re-lações Públicas, que se ficaram a dever a Yvi Lee e Newton Wail valorizando a importância da informação com ver-dade e do respeito pelo interesse do público, passaram a merecer a atenção dos grandes senhores da Indústria.Em 1879, ainda não tinham sido divul-gados esses dois grandes princípios, a imagem do director de uma grande companhia americana de Caminhos de Ferro era abalada com a divulgação no jornal “Times” de uma impensada declaração sua.As sucessivas consequências pelo desinteresse dos direitos públi-cos, por parte da classe dos grandes

industriais, chegou a envolver movi-mentações operárias de vulto e greves, às quais a colaboração de intelectuais da época foi indiscutível, através da adesão à batalha da informação orien-tada no propósito de denunciar injus-tiças sociais, causadas pelo impacto da industrialização, em sectores diver-sificados da sociedade americana.Das duas grandes guerras mundiais, na perspectiva da Comunicação, colheu a Europa o ensinamento de que a infor-mação psicológica é uma arma a utilizar com a cautela e limitação que os princí-pios das Relações Públicas impõem, de dever informar com verdade.Só na segunda metade deste século (XX) emergem na Europa, incluindo Portugal, movimentos de pioneiros que fundam clubes, sociedades, asso-ciações e centros de Relações Públi-cas, que aprovam estatutos e códigos de ética dos profissionais desta área. Deram-se conta da importância desta actividade quando, no Novo Continen-te, na mesma época, os problemas das Relações Públicas eram já analisados numa perspectiva científica em mais de três universidades.Um estudo de Alfred McClung Lee re-velava existirem, em 1945, cursos de Relações Públicas em 21 universida-des americanas e que, três anos depois (1948), o total de universidades, que ministravam estes cursos, se elevava para 62.Em Portugal, actualmente, no Ins-tituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, na Universidade Internacional e no Instituto de Novas Profissões, as Relações Públicas integram os currí-culos de alguns cursos superiores.Mas podemos considerar como pri-meiro pioneiro europeu, de finais do Século XIX, o Papa Leão XIII, que, sem se referir a aspectos específicos da ac-tividade das RP, transmite com ante-cedência as preocupações da Igreja sobre os graves problemas sociais que afectariam o Homem nas relações de trabalho.A Encíclica “Rerum Novarum”, de 1891, expressa a apreensão do Papa

relativamente aos problemas sociais geradores de conflitos e tensões, inevi-tavelmente existentes nas sociedades em mudança e que atormentariam o Homem, nas suas relações com outros homens ou com grupos institucionali-zados, na era pós-industrial.O Professor Jorge Dias, ao referir-se às cidades como “macro-comunidades”, analisa a mudança de relações verifi-cada quando se passa de grupo local, cujas normas de convívio têm carácter pessoal e de intimidade, para relações impessoais, que caracterizam o quoti-diano da vida urbana.Igualmente os conceitos de comuni-dades (gemeischaft) e sociedade (ge-sell schaft) analisados por Ferdinand Tonnies, em 1887, numa época carac-terizada pela transição do feudalismo para a sociedade industrial, põem em evidência o contraste de relações exis-tentes em ambas, bem como a desper-sonalização de relações na sociedade urbana, que contribui para a desca-racterização das heranças culturais comunitárias.Os fenómenos provocados pela mu-dança, com consequentes alterações na estrutura do comportamento de elites e de outras classes sociais, constituem objecto de estudo e inter-pretação por parte de sociólogos. É de salientar o desenvolvimento dado pelo Professor Oscar Soares Barata aos problemas da diferenciação social, onde o autor apresenta indicadores sociais, de várias épocas, e através dos quais ressaltam os conflitos e agitação em comunidades camponesas ou em outras ocupações e ofícios, sempre que a máquina inova e liberta o Ho-mem de tarefas pesadas.Indubitavelmente a mudança social, causas e consequências, devem cons-tituir, no âmbito das Relações Públi-cas, motivo de atenção, pois que ao especialista desta área cabe a tarefa de estimular o diálogo, facilitar a co-municação no seio das grandes orga-nizações, evitar os conflitos, conciliar os muitos e por vezes desencontrados interesses dos vários públicos.A mudança social tem várias causas

Um caminho de melhoria nas condições de trabalho foi percorrido pela maioria das indústrias, sobretudo nas economias desenvolvidas

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MEMÓRIA

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- a elas também se refere o Professor José Júlio Gonçalves. Poderíamos afir-mar que todas as causas, que se situ-am desde o contacto de culturas, às descobertas científicas, às alterações ambientais ou às modificações da es-trutura económica das sociedades, para referir algumas, têm implicações, ainda que não imediatas, no contexto das relações entre os vários públicos.Vivemos novamente uma época de mudança, com consequências idên-ticas às da revolução industrial. Esta antevisão foi já expressa pelo Pontífice do nosso tempo, João Paulo II, quando duas décadas antes de dobrar o sécu-lo, em 1981, divulgava a Carta Encícli-ca “Laborem Exercens” advertindo o mundo para a necessidade de conciliar as mudanças estruturais a uma justa distribuição do trabalho em ordem a evitar que milhões de trabalhadores qua1ificados sejam condenados ao desemprego. Eram estas algumas das palavras do Santo Padre: “… em véspe-ras de novos progressos nas condições tecnológicas, económicas e políticas, o que - na opinião de muitos peritos - irá influir no mundo do trabalho e da produção, em não menor escala do que fez a revolução industrial no sécu-lo passado”.Não pretendendo o Papa que seja da competência da Igreja analisar cienti-ficamente as consequências das mu-danças socio-culturais, não deixa de afirmar que elas “encerram um desa-fio contínuo a instituições, ..., Estados, ..., governos, ... organismos interna-cionais e constituem também um de-safio para a Igreja”.A Igreja, sensível às palavras bíblicas “submetei a terra”, não deixa de acom-panhar com apreensão as “tensões de carácter ético-social” que inquietam o Homem de hoje e que pesarão nas re-lações de trabalho futuras, face ao ace-lerado desenvolvimento das modernas tecnologias electrónicas.O computador combina não só os números como símbolos. Se por um lado constitui um precioso auxiliar do Homem, contribui para lhe subtrair a criatividade, em algumas tarefas,

reduzindo-o à condição de escravo. Até os estudiosos das ciências exactas, como o Prof. Marceau Felden, da Es-cola Superior de Electricidade de Pa-ris, não deixam de reconhecer que se “o desenvolvimento tecnológico cons-titui o motor do progresso, ele consti-tui por outro lado uma fonte de novas dificuldades e conflitos”.O sociólogo norte-americano Alvin Toffler adianta com esperança que “o choque do futuro - a doença da mu-dança - pode ser evitado, mas para isso será precisa uma drástica acção social e, até, política”.Como vemos, continua pertinente e cada vez mais necessária a actividade das Relações Públicas numa época ca-racterizada pelo “conflito entre grupos da segunda e terceira vaga”, para uti1i-zar uma expressão de Toffler, que en-tende, também, ser a “tensão política” a tónica da sociedade presente.Este autor, na obra “A Terceira Vaga”, que espera, como diz, inquiete com novas perguntas os leitores, adianta poderem “as empresas começar a re-construir os laços humanos”, facilita-da a tarefa pela produção da terceira vaga que permite a descentralização e redução das unidades de trabalho em mini-companhias ou cooperativas onde o sentimento de “pertença” es-timule os trabalhadores e os grupos. Também Toffler antevê o sucesso da electrónica na civilização da Terceira Vaga, na medida em que os computa-dores e as comunicações electrónicas poderão faci1itar a telecomunidade, a desenvolver, através da participação activa dos sujeitos colocados de um e outro lado do ecrã, ao contrário do que sucede hoje com a televisão, que obri-ga à passividade o receptor.Neste campo da futurologia, a espe-rança dos estudiosos das Ciências Sociais é que o progresso tecnológico e o avanço da Inteligência Artificial, que Elaine Rich desenvolve, contri-buam para um melhor entendimento do universo futuro do conhecimento, prevenindo-se a Humanidade de erros e conflitos previamente calculados se não enveredar por caminhos eficazes.

0s progressos tecnológicos até agora conseguidos não dispensam o traba-lho e a investigação de sociólogos e antropólogos. À quantificação dos da-dos científicos terão necessariamente as Relações Públicas e as Relações Humanas de procurar o importante contributo dos antropólogos que, com base na observação e experimentação científica, fornecem os indicadores se-guros do comportamento do Homem e dos grupos, com o auxílio da Psico-logia Social. 0s alunos das universida-des a que estamos vinculados têm a preparação adequada para a pesquisa em RP, no âmbito das Ciências So-ciais.Um dos muitos problemas que vão preocupando as organizações é o da imagem que reflectem na opinião pú-blica. Embora não seja tarefa única do especialista de Relações Públicas, a análise científica dos dados, sobre grandes problemas, fornece aos ser-viços, estruturas do poder ou outras organizações, indicadores sociais que permitem a melhoria da imagem e fa-cilitam o sucesso da planificação.Frank Jefkins, um dos mais conhe-cidos autores britânicos com vários trabalhos sobre Relações Públicas, reconhece a importância do estudo

(…) a mudança social, causas e consequências, devem constituir, no âmbito das Relações Públicas, motivo de atenção, pois que ao especialista desta área cabe a tarefa de estimular o diálogo, facilitar a comunicação no seio das grandes organizações, evitar os conflitos, conciliar os muitos e por vezes desencontrados interesses dos vários públicos

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MEMÓRIA

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e aná1ise da imagem das organizações para a melhoria da sua reputação. Je-fkins não deixa também de salientar que os problemas da cultura organi-zacional, a cujo estudo hoje os antro-pólogos se vão dedicando, permitem definir a identidade própria de cada organização.Vamos constatando a ampla e apaixo-nante tarefa que, no presente e a longo prazo, está reservada às Relações Pú-blicas, muito em especial a quem te-nha formação humanista.Nos últimos tempos, a Comunicação Social tem divulgado notícias revela-doras de uma certa crise generaliza-da, em todo o mundo, especialmente no que toca às relações de trabalho, evidenciando falta de diálogo, incom-preensões e difícil conci1iação de inte-resses entre vários públicos e as enti-dades pagadoras. Refira-se a título de exemplo as greves operárias, por ra-zões salariais, na Polónia; os conflitos, também motivados pela política sala-rial do Presidente Sarney, que levaram à greve, no passado dia 13 de Abril, os funcionários dos serviços públicos de Brasília, a par de outras movimen-tações de trabalhadores reclamando justiça socia1 e exigindo diálogo.Portugal não tem, também, passado desapercebido aos olhos da opinião pública com ondas de protesto idên-ticas. Uma greve geral desencadeada pelas principais centrais sindicais, no dia 28 de Março, ameaçou paralisar o país, como forma de protesto pelo chamado “Pacote Laboral” preparado pelo Governo. A classe médica vem

igualmente mantendo greves pontu-ais, invocando a falta de diálogo por parte das estruturas do poder.Estes vão sendo alguns dos sintomas da “Mudança”, que a nossa sensibili-dade antropológica regista e observa, porque tanto nas empresas como em outras organizações, inclusivé esta-tais, os Serviços de Pessoal parecem não cultivar a defesa dos justos inte-resses do público interno. Esta é igual-mente uma das áreas onde aos técni-cos de Relações Públicas se poderá passar a exigir trabalho proficuamente humano.Esta ingente tarefa a que o nosso País terá de se dedicar, com afinco, no de-curso que medeia 1992 - data limite do desafio da integração europeia - e com igua1 persistência, nas décadas poste-riores, que nos projectarão no Século XXI, exige o concreto conhecimento da sociedade portuguesa. A base cien-tífica subjacente a qualquer planifica-ção no âmbito da mudança sócio-cul-tural está contida em vários estudos do catedrático João Pereira Neto. Este Professor vem de longa data dedican-do especial atenção a esta pesquisa na área de convergência da Antropologia Cultural e da Sociologia.A sociedade portuguesa e em particular a classe média foram, nesta perspecti-va, analisadas segundo critérios de in-vestigação que abarcam os rendimen-tos e o poder de compra, apontados por Weber, o dos conflitos, cujas funções Coser desenvolve, para além de outros critérios clássicos que o autor enumera no capítulo introdutório do estudo so-bre “A Classe Média Portuguesa num contexto de Mudança”.Com base numa sondagem realizada a nível nacional, em Abril de 1983, a to-dos os cidadãos eleitores, a sociedade portuguesa apresenta-se, através da-quele estudo, caracterizada por sexo, idade, habilitações literárias, religião, habitação e também por motivações económicas e políticas que incluem, entre outros, o grau de simpatia pelos programas económicos de cada partido.Ciente, no entanto, de possíveis mudanças ou alterações no quadro

ideológico de referência dos entrevis-tados e até de habilitações literárias, a análise dos dados permite-nos visua-lizar a sociedade portuguesa dividida em classe alta, com cerca de 0,8%; classe média (sub-dividida em média alta, média média e média baixa), cujo sub-total se situa em 76,4%; e em classe baixa, com 22,8% da população com idade a partir dos 18 anos.Segundo o autor, “independentemen-te da falta de homogeneidade que a ca-racteriza em alguns aspectos, a Classe Média Portuguesa é a verdadeira de-tentora do poder, não só pelo seu peso em relação ao eleitorado mas, tam-bém, no que diz respeito ao exercício do poder político a nível da direcção dos partidos, dos órgãos de soberania, dos sindicatos e autarquias”.Para a actividade das Relações Públi-cas, os dados sociológicos referidos constituem, para além de outros con-templados no estudo citado, elemen-tos a ponderar a nível nacional, nas estruturas do Estado, autarquias, ou em organizações de indústria, comér-cio e serviços, bem como em todas as outras actividades que não visem ape-nas o lucro mas tão somente desejam enveredar pela promoção, melhoria ou manutenção de uma saudável comu-nicação satisfatória aos interesses co-muns dos diferentes públicos com os quais estão em contacto.O futuro das Relações Públicas está garantido no âmbito das Ciências So-ciais. Denis Huisman confirma dizen-do que quem trabalha no domínio das RP são antropólogos, psico-sociólogos e investigadores sociais. Teremos um vasto campo de trabalho, uma aliciante obra a realizar, porque estou certa de que políticos, empresários e responsá-veis de muitas instituições desejarão perpetuar uma obra humanizada.Se, nas palavras do grande Doutor da Igreja - S. Tomás de Aquino - o tra-balho é um “bem árduo”, com a ac-tividade das RP poder-se-á contribuir para uma mais perfeita dignidade da pessoa humana ajudando a multipli-car, numa perspectiva ética, correctas políticas de trabalho.

Se, nas palavras do grande Doutor da Igreja, S. Tomás de Aquino, o trabalho é um “bem árduo”, com a actividade das RP poder-se-á contribuir para uma mais perfeita dignidade da pessoa humana ajudando a multiplicar, numa perspectiva ética, correctas políticas de trabalho

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ASSOCIADOS COLECTIvOS

Alexandre Cordeiro210307800www.cec-online.pt

António Jorge Pedrosa233955600www.celbi.pt

Susana Faria252499328www.continental-corporation.com

Mafalda Correia213118100www.cimpor.pt

Miguel Salema Garção210471000www.ctt.pt

Elsa Luz212469500www.adp.pt

João Belo214727100www.abbott.pt

Luís Mateus214419405www.ciglobalmedia.com

Vanda Cruz808297777www.allianz.pt

José Albuquerque226150300www.auto-sueco.pt

Sónia Mouta214164900www.airliquide.pt

Octávia Carrilho218413500www.ana.pt

Inês Santos213506100www.axa.pt

Filipe do Canto Moniz213430240www.cantomoniz.pt

Sofia Gomes/Nathalia Pessoa253306131/380www.boschcarmultimedia.pt

Sofia Novais de Paula214343780www.directimedia.pt

Luís Vale213613000www.carris.pt

Nuno Pinto de Magalhães219528600www.centralcervejas.pt

João Guedes Barbosa213510930www.dynargie.pt

Paulo Campos Costa210012680www.edp.pt

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SUMÁRIO

Lénia Silveira213942040www.fluordesign.com

Rita Macedo217242500www.galpenergia.com

José Manuel Santos218418990www.gocreate.pt

Jorge Azevedo218446391www.guesswhatpr.pt

Pedro Roque Pimentel218869321www.i-am.pt

Ana Nery265709000www.portucelsoporcel.com/pt

Alda Telles213929990www.fontecomunicacao.pt

Marta Mello Breyner214129500www.gsk.pt

Teresa Figueira214136200www.hillandknowlton.com.pt

Diogo Fernandes Homem217813600www.emel.pt

Luís Penha e Costa213804010www.entusiasmomedia.pt

José Manuel Zenha213251151www.epal.pt

Maria Paula Pimentel213968154www.ese-jdeus.edu.pt

Lara Campos Tropa218927000www.ibm.com/pt/pt

Maria Ana Fontoura213402284www.imperiobonanca.pt

ASSOCIADOS COLECTIvOS

Sara Miranda217532000www.jeronimomartins.pt

Filipa Trigo213923020www.ipsis.pt

Maria do Mar Carvalho214540023www.leaseplan.pt

Soledade Rodrigues218812911www.portaldasfinancas.gov.pt

Rodrigo Esteves213183557www.libertyseguros.pt

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ASSOCIADOS COLECTIvOS

Filipa Amaro217613220www.mcorporate.pt

João Parreira214410448www.mercadodacultura.pt

José Lopes de Araújo217947000www.rtp.pt

Miguel Rodrigues217980600www.metrolisboa.pt

Rita Pinho Branco213248000www.montepio.pt

Miguel Magalhães Duarte213211742www.millenniumbcp.pt

Gonçalo Granado214148500www.nestle.pt

Cristina Aragão Teixeira213836300www.novabase.pt

João Morão219269200www.panrico.com

Mário Ferreira234759300www.opinionmaker.pt

Elisabete Barbosa253202550www.lkcomunicacao.pt

Ricardo de Carvalho213161244www.lisbonproject.com

Rita Collaço213926900www.lusitania.pt

Mariana Victorino213136100www.porternovelli.com

Maria Margarida Pedrosa226161909www.mba.pt

Teresa Salema215000983www.telecom.pt

Alda Benamor218488372www.posicionandum.com

João Melo Gouveia218440700www.projectosespeciais.pt

Sofia Galvão210111318www.publico.pt

Fernanda Pereira da Silva213611000www.porto-de-lisboa.pt

Page 66: Comunicação Empresarial N.º 38

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SUMÁRIO

João Gonçalves Pereira213107900www.simtejo.pt

Pedro Castaño214259819www.solucoesqualidade.com

Joana Garoupa214178225www.siemens.pt

Teresa Alvarez214400600www.smas-oeiras-amadora.pt

Rosalina Tanganho219157700www.tabaqueira.pt

Mário Pinho Branco219534000www.solvay.pt

Ana Pinto Coelho213815891www.unica.com.pt

Luísa Pestana210915000www.vodafone.pt

Luís Palmeirim213715410www.spirituc.com

Maria Silveira213127300www.yr.com

Ivo Vaz219844447

João Duarte217506050www.youngnetwork.net

ASSOCIADOS COLECTIvOS

Nathalie Ballan213558296www.sairdacasca.com

Jorge Gomes214462100www.sanest.pt

Cristina Dias Neves213705790www.santandertotta.pt

Lígia Várzea286689000

Eduardo Taborda214246710www.sybase.pt

Luísa Silva213589400www.sanofi-aventis.pt

Carla Guedes217941246www.reputation.pt

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