completação de poços hpht

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3 CENTRO UNIVERSITARIO DO NORTE – UNINORTE TECNOLOGIA EM PETROLEO E GAS ANDRÉ JESUS SOUZA ESTELA BANANEIRA BARBOSA COSTA DA SILVA JOÃO LOURENÇO DE SOUZA LEITE NAIARA LIMA SANTOS ROBERTCLEY DO ROSARIO AMORIM WERTELLI DE OLIVEIRA SILVA POÇOS HPHT MANAUS – AM 2013

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HPHT, high pressure and high temperature, ou poços simultaneamente comaltas pressões e com altas temperaturas, com expectativa de pressões acima de10.000 psi na cabeça em caso de ocorrência de um kick, e acima de 302ºF na zonade interesse ou na profundidade final do poço.

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    CENTRO UNIVERSITARIO DO NORTE UNINORTE TECNOLOGIA EM PETROLEO E GAS

    ANDR JESUS SOUZA ESTELA BANANEIRA BARBOSA COSTA DA SILVA

    JOO LOURENO DE SOUZA LEITE NAIARA LIMA SANTOS

    ROBERTCLEY DO ROSARIO AMORIM WERTELLI DE OLIVEIRA SILVA

    POOS HPHT

    MANAUS AM 2013

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    ANDR JESUS SOUZA ESTELA BANANEIRA BARBOSA COSTA DA SILVA

    JOO LOURENO DE SOUZA LEITE NAIARA LIMA SANTOS

    ROBERTCLEY DO ROSARIO AMORIM WERTELLI DE OLIVEIRA SILVA

    POOS HPHT

    Relatrio confeccionado com base em estudos bibliogrficos para obteno de nota parcial em Completao de Poos do curso de Tecnologia em Petrleo e Gs, ministrado pelo Professor Me. William Sergio Marques Palha.

    MANAUS AM 2013

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    SUMARIO 1. INTRODUO................................................................................................... 2. OBJETIVO......................................................................................................... 3. PERFURAO................................................................................................. 4. SISTEMA DE SEGURANA DO POO........................................................... 5. COMPLETAAO............................................................................................... 6. PARA ENTENDER............................................................................................

    5.1. Tenso x Presso....................................................................................... 5.2. Presso Hidrosttica................................................................................... 5.3. Gradiente de Presso................................................................................. 5.4. Tenso de Sobrecarga................................................................................ 5.5. Presso de Poros........................................................................................ 5.6. Tenso efetiva............................................................................................. 5.7. Presso de Colapso.................................................................................... 5.8. Presso de Fratura...................................................................................... 5.9. Janela Operacional.....................................................................................

    7. BREVE HISTRICO.......................................................................................... 8. HPHT.................................................................................................................. 9. COMO SURGEM AS ALTAS PRESSES E TEMPERATURAS..................... 10. COMPLETAO DE POOS DE PETROLEO HPHT...................................... 11. CONTROLE DE KICK....................................................................................... 12. CONLUO...................................................................................................... 13. REFERENCIAS..................................................................................................

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    1. INTRODUO.

    HPHT, high pressure and high temperature, ou poos simultaneamente com altas presses e com altas temperaturas, com expectativa de presses acima de 10.000 psi na cabea em caso de ocorrncia de um kick, e acima de 302F na zona de interesse ou na profundidade final do poo.

    2. OBJETIVO.

    Por meio deste trabalho acadmico viemos apresentar a Completao de Poos HPHT, dando nfase ao Controle e Segurana do Poo.

    Nestes poos devemos ter um maior cuidado e melhor controle de todos os parmetros relacionados a presso e temperatura enquanto a broca ataca as formaes.

    3. PERFURAO.

    Segundo Thomas et al. (2004) a perfurao de um poo de petrleo realizada por uma sonda de perfurao, que uma ferramenta que possui capacidade de realizar um trabalho, composta de vrios sistemas, dependentes um do outro.

    Figura 1. Poo em zona de fratura. Fonte: http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAfO40AG-2.jpg

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    4. SISTEMA DE SEGURANA DO POO.

    O sistema de segurana constitudo dos ESCP (Equipamentos de Segurana de Cabea de Poo) e de equipamentos complementares que possibilitam o fechamento e controle do poo. O mais importante deles o BOP (Blowout Preventer), que um conjunto de vlvulas que permite fechar o poo. Os preventores so acionados sempre que houver ocorrncia de um kick, fluxo indesejvel do fluido contido numa formao para dentro do poo. Se este fluxo no for controlado eficientemente poder se transformar num blowout, ou seja, poo fluindo descontroladamente, e criar srias conseqncias, tais como dano aos equipamentos da sonda, acidentes pessoais, perda parcial ou total do reservatrio, poluio e dano ao meio ambiente.

    Figura 2. Sistema de Segurana do Poo. Fonte: http://www.petroleoetc.com.br/wp-content/uploads/2010/11/BARREIRA-DE-SEGURAN%C3%87-DE-

    UM-PO%C3%87-.jpg

    5. COMPLETAAO.

    Denomina-se Completao, ao conjunto de operaes destinadas a equipar o poo para produzir leo ou gs (ou ainda injetar fluidos nos reservatrios) (THOMAS, 2004, Pag. 137). Os objetivos desta completao so:

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    Segurana: pessoal, ambiental e do poo; Preparar e equipar o poo recm perfurado para produzir ou injetar

    fluidos de forma controlada e segura; Preservao do reservatrio para se evitar absoro de fluidos pelo

    mesmo, pois indesejvel o inchamento das argilas, troca de molhabilidade da rocha, emulses, mudana de saturao e plugueamento de poros com partculas solidas;

    Maximizar a produo ou injeo; Execut-la da forma mais simples possvel; Torn-la mais permanente, de forma que, idealmente, no sejam

    necessrias intervenes por problemas mecnicos durante toda a vida produtiva do poo;

    Facilitar a reentrada no poo; Minimizar os custos.

    6. PARA ENTENDER.

    Para que entendamos melhor os Poos com Altas Presses e Altas Temperaturas, devemos antes estar familiarizados com alguns conceitos:

    6.1. Tenso x Presso.

    Uma fora, que possui magnitude, direo e sentido, atuando sobre uma rea, damos a definio de Tenso. Porm como falaremos sobre poos de petrleo, usaremos o conceito de Presso associado aos fluidos.

    6.2. Presso Hidrosttica.

    Segundo Rocha (2009), presso hidrosttica aquela exercida pelo peso da coluna hidrosttica de um fluido, sendo funo da altura da coluna e da massa especifica desse fluido.

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    6.3. Gradiente de Presso.

    Gradiente de presso a razo entre a presso e sua profundidade de atuao, geralmente referenciada mesa rotativa, podendo ser expresso em psi/ft, psi/m, lb/Gal ou ainda em g/cm, para que seja possvel uma comparao direta com a massa especifica do fluido de perfurao (ROCHA, 2009, Pag. 11).

    6.4. Tenso de Sobrecarga.

    Levando em conta um elemento rochoso em subsuperfcie, a tenso de sobrecarga aquela exercida pelo somatrio do peso de todas as camadas sobrepostas ao elemento rochoso.

    6.5. Presso de Poros.

    As rochas apresentam espaos vazios em seu interior, chamados de poros, que so ocupados por fluidos. Tambm conhecida como presso da formao ou presso esttica, pode ser definida como a presso do fluido contido dos espaos porosos da rocha. Ela ser funo da massa especifica do fluido da formao e de cargas que este esteja suportando.

    6.6. Tenso efetiva.

    Os fluidos contido nos poros das rochas, exercem presso para todos os lados, esta presso suporta parte da tenso que a rocha sofre. Para calcularmos a tenso apenas da matriz, diminumos o valor da tenso total da presso de poros.

    6.7. Presso de Colapso.

    A presso de colapso pode acontecer quando se usa baixo ou alto peso do fluido de perfurao, ocorrendo uma ruptura por cisalhamento.

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    Este tipo de ruptura causa uma deformao no dimetro do poo, podendo ocasionar a priso da coluna de perfurao e at mesmo o desmoronamento do poo.

    6.8. Presso de Fratura.

    a presso que leva a rocha falha por trao, ocasionada pelo uso de fluido de perfurao com baixo ou alto do peso. As conseqncias operacionais so desmoronamentos ou a perda de fluidos de perfurao para a formao, conhecida por perda de circulao.

    6.9. Janela Operacional.

    Esta janela de grande importncia para a escolha do tipo de fluido de perfurao.

    Ela limitada abaixo pelas Presses de Poros e de Colapso, e acima pelas Presses de Fratura e Sobrecarga. O fluido de perfurao deve ficar numa margem de segurana, o mais distante possvel de cada limite de presses.

    Figura 3. Janela Operacional Fonte: ROCHA, 2009, Pag. 21.

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    7. BREVE HISTRICO.

    As reservas brasileiras de leo e gs concentram a maior parte de seu potencial sob o leito marinho. A Petrobrs, principal operadora nacional, concentra 80% da sua produo em campos martimos sendo que 63% provem de guas profundas e ultra-profundas e o potencial a ser explorado nessas reas alcana 79% de todas reservas do Brasil (Salis, 2005). A jornada petrolfera brasileira no mar comeou na Bacia de Santos na mesma poca das primeiras investidas em outros pontos do litoral do pas. 57% da sua rea total possui lminas dgua entre 400 e 3 mil metros e o soterramento mdio (distncia entre o fundo do mar e o reservatrio) de 4.500 metros. A existncia de falhas cortando com certa freqncia os reservatrios tambm quase que uma caracterstica das reas analisadas at o momento. Sua estrutura geolgica mais complexa um desafio para o potencial crescimento dessa bacia. Em 2005, a Companhia bateu o recorde brasileiro de profundidade de perfurao, com um poo inclinado que chegou a 6.915 metros alm do fundo do mar. O poo foi perfurado no bloco BMS-10, na Bacia de Santos, localizado a 200 km da costa sul da cidade do Rio de Janeiro.

    Uma das dificuldades e o conseqente avano tecnolgico inerentes explorao do petrleo nessas condies esto ligada aos fluidos de perfurao, devido alta solubilidade de gs nos fluidos base leo e base sinttica, os mais comumente utilizados nesse cenrio pela indstria petrolfera. A contaminao do fluido de perfurao por gases da formao representa um grande perigo que, se no controlado, pode trazer grandes prejuzos aos equipamentos, meio ambiente e, principalmente, vida das pessoas envolvidas. O bom entendimento do comportamento PVT das misturas gs-lquido de perfurao fundamental no planejamento e execuo dos procedimentos de segurana a serem tomados para circulao desse gs para fora do poo de forma controlada. Condies HPHT (altas temperaturas e altas presses) indicam maiores riscos, pois acima da presso crtica da mistura, a solubilidade passa a ser infinita.

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    Figura 4. Poos HPHT pelo mundo. Fonte: ROCHA, 2009, Pag. 118.

    8. HPHT.

    O nmero de poos HPHT (alta presso e alta temperatura) vem crescendo em diversas partes do mundo. Esses poos apresentam elevadas concentraes de tenses produzidas pelas operaes de perfurao e fraturamento hidrulico, flutuaes da presso e temperatura, foras dinmicas geradas durante a perfurao, formaes consolidadas, entre outros aspectos, podendo resultar em diversos problemas operacionais. Um HPHT tem basicamente uma temperatura de ncleo muito superior e uma geopresso maior do que um poo de petrleo tpico. Por exemplo, por definio, a temperatura na profundidade total de um HPHT seria superior a 300 graus Fahrenheit, enquanto a presso de poros superior a 15,3 lb/gal.

    At o passado mais recente, poos HPHT eram considerados impraticveis por causa dos desafios e os riscos apresentados por eles. Com as novas tecnologias em perfurao de poos HPHT, a extrao de hidrocarbonetos destes poos foi possvel.

    Estes poos so conhecidos por ter reservatrios que contm mais hidrocarbonetos. Se a anlise inicial indica que este o caso, a criao do poo HPHT visto como economicamente vivel e possivelmente extremamente rentvel para as empresas petrolferas.

    Devido sua natureza muito imprevisvel, o planejamento destes poos exige um nvel significativo de especializao de tcnicas, equipamentos, pesquisa com

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    nfase crescente na deteco e anlise de geopresses de rea identificada.

    9. COMO SURGEM AS ALTAS PRESSES E TEMPERATURAS.

    A origem das presses anormais variada, estando associadas a permeabilidade da formao, tipo de fluido, temperatura, existncia de um ambiente selado ou semisselado, gua liberada por transformao mineral, gerao de hidrocarbonetos, diferena de densidades, transferncia lateral de presso, migrao de fluidos, efeito de sobrecarga e tectonismo. O conhecimento do tempo geolgico a que certa litologia pertence de fundamental importncia na estimativa dos gradientes de presso de poros, uma vez que a forma de compactao pode ter sido totalmente diferente de um tempo geolgico para outro. As eras cenozica, mesozica e paleozica, contem formaes sobrepressurizadas em bacias localizadas em varias partes do mundo. Estatisticamente, as presses anormalmente altas so mais freqentes em sedimentos da era cenozica, entretanto os da era mesozica so tidos como os mais severos, necessitando de pesos de fluido superiores a 18,0 lb/Gal para controle do poo (ROCHA, 2009, Pag. 118)

    Figura 5. Diprio de Sal pressionando camadas e gases rasos, possvel tectonismo na ascenso do sal, transferncia de presso lateral num sistema totalmente selado.

    Fonte: ROCHA, 2009, Pag. 500.

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    10. COMPLETAO DE POOS DE PETROLEO HPHT.

    No poderamos falar da completao de poos de petrleo sem falar sobre o projeto de poos. Teoricamente a completao acontece aps a perfurao de um poo, porem na verdade estas fases acontecem simultaneamente. medida que a perfurao vai avanando, temos que colocar em pratica a completao, para dar um solido suporte aos equipamentos de perfurao acima e equipamentos de completao abaixo, tornando o poo o mais seguro possvel. Como este trabalho esta relacionado aos poos com Altas Presses e Altas Temperaturas, nosso projeto de perfurao e completao ser direcionado ao controle e segurana nos poos HPHT.

    O planejamento adequado para um poo HPHT traz consigo todos os cuidados tomados no planejamento convencional e o excede em complexidade. necessrio desenvolver uma estratgia e um sistema de processamento que assegure que cada assunto tenha sido abordado e que os assuntos crticos (principalmente os relacionados segurana) tenham sido considerados de maneira exaustiva. semelhana do convencional, especialistas de diversas reas devem participar do projeto. Alguns requerimentos de engenharia avanados so necessrios como clculos complexos para o projeto de revestimentos, determinao da janela operacional considerando condies diversas de compactao, efeito centride e presses altas em regies limitadas, perfil de temperatura, estudos da estabilidade das paredes do poo, clculos hidrulicos termodinmicos, simulaes de controle de poo para diversos cenrios previstos, etc.

    Segundo Falco (2007), na comparao de poos HPHT com os convencionais observado o seguinte:

    Tempo de Perfurao 30% maior; Tempo perdido trs vezes maior; Freqncia maior de kicks (dois por poo ao invs de um a cada 10 poos); Freqncia de priso de coluna 30% maior.

    Aps j termos alguns detalhes da subsuperficie por meio dos estudos de rea e dados da locao. Poderemos prever os desafios que temos pela frente.

    Dependendo da profundidade do poo e das camadas que teremos que

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    perfurar, poderemos efetuar os clculos de geopresses, extremamente importantes para se prever zonas de presses e temperaturas anormais. Com base nestes dados, estaremos aptos a determinar o tipo de fluido que ser usado no poo. Em poos com presses anormais costuma-se utilizar fluidos a base de leo (FBO), devido s suas caractersticas de estabilidade trmica e lubrificao. Devido preocupao ambiental, os FBOs evoluram dos leos convencionais, como o diesel, para os leos sintticos. A n-parafina o principal leo sinttico utilizado em perfuraes no Brasil e um dos mais difundidos no mundo (Monteiro,2007). Este tipo de fluido desempenhando funes importantes durante a perfurao, como de sustentao mecnica das paredes do poo, conteno da produo indesejvel de fluidos presentes na formao, lubrificao e resfriamento da broca e, principalmente, transporte dos detritos perfurados at a superfcie.

    Os fluidos de perfurao base leo foram desenvolvidos para perfuraes de formaes constitudas de rochas ativas, bem como em perfuraes sob condies de altas temperaturas e presses, em poos profundos e direcionais, muito freqentes em explorao offshore (NETO, 2009, Pag. 814). Porem ele apresenta algumas caractersticas que dificultam a deteco de um Kick:

    Solubilidade do gs: De acordo com Thomas el al. (1982), a solubilidade de hidrocarbonetos na fase gasosa em um fluido de perfurao de base oleosa poder ser de 10 a 100 vezes maior do que em um fluido base gua. Devido a essa maior solubilidade, os sinais indicadores do kick no so facilmente percebidos, visto que o gs dissolvido no leo passa a se comportar como liquido, Caso o influxo no seja detectado, a circulao do mesmo a poo aberto resultar numa constante reduo da presso no fundo do poo, enquanto o gs migra em direo a superfcie.

    Compressibilidade do fluido: Os fluidos de base oleosa apresentam maior compressibilidade quando comparados com fluidos a base aquosa. Isso afeta o controle de poo em trs reas principais:

    1. Estabilizao da presso: necessrio um maior volume de influxo e maior tempo para acumulo de presso a fim de gerar um

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    fechamento estvel do poo. Para minimizar esse efeito deve ser feito um monitoramento, atravs de uma planilha de presso em funo do tempo, para estimar a presso estabilizada;

    2. Resposta da presso no drillpipe para ajuste no choke. Quando comparado a fluido de base aquosa, a resposta da presso no drillpipe para ajuste no choke, utilizando fluidos de base oleosa, demora um tempo consideravelmente longe. aconselhvel fazer teste no choke para estimar o tempo de resposta;

    3. Fluxo aps as bombas serem paradas: Aps a parada das bombas, o poo continuar fluindo devido descompresso do fluido de perfurao. Nas operaes normais de perfurao isso sempre observado. Assim, necessrio medir o volume que retorna com o desligamento das bombas para poder estabelecer critrios que serviro como indicadores de kick.

    Quando se perfura com fluido de base oleosa, a unidade de perfurao deve ter um sistema de deteco de kick confivel e calibrado com preciso, visto que o aumento da vazo de retorno e do nvel de fluidos nos tanques no so to evidentes como nos fluidos base gua. Dessa forma, o rpido fechamento do poo durante um kick de gs de grande importncia para que os procedimentos de controle e segurana sejam adotados o mais rpido possvel.

    Ressaltamos tambm a importncia do uso de resfriadores do fluido de perfurao, tambm conhecidos como mud coolers, para assegurar que as temperaturas do fluido nas linhas de superfcie da sonda no ficassem altas. Os mud coolers produzem, tipicamente, uma reduo de temperatura de 10C no fluido de perfurao.

    O prximo passo o assentamento de sapatas, que est diretamente ligado ao numero de revestimentos que sero descidos no poo, pois a sapata tem a finalidade de centralizar e apoiar o revestimento a certa profundidade. Como nosso posso possui zonas de altas presses, necessrio que na transio para esta zona seja descido um revestimento, aumentando assim o numero de sapatas. Dependendo da variao da presso no poo poderemos ter vrios dimetros de revestimento, assim varias sapatas.

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    Nosso revestimento tambm ser influenciado pelas zonas de temperaturas e presses anormais. Pois ter que ser superdimensionado e/ou utilizar matrias mais resistentes. O mais seguro considerar o critrio de assentamento baseado no conceito de Tolerncia ao Kick, onde considerada a ocorrncia de certo volume de kick e a geometria do poo so levados em considerao. Segundo a prpria definio, tolerncia ao kick a mxima presso de poros, expressa em densidade equivalente, de modo que, ocorrendo um kick de certo volume, a certa profundidade, o poo poder ser fechado sem fraturar a sapata (Falco, 2007). Assim, os critrios de segurana de poo ficam atrelados ao projeto de revestimentos, tornando a perfurao de poos de HPHT menos arriscada. Aps a descida dos revestimentos dimensionados especialmente para estes tipos de poos. Procederemos com a cimentao, que segundo Thomas a cimentao principal, realizada logo aps a descida de cada coluna de revestimento no poo. A qualidade da cimentao primaria geralmente avaliada atravs de perfis acsticos corridos por dentro do revestimento, apos a pega do cimento. Porm no so usados quaisquer tipos de cimentos. Os mais provveis so:

    Classe D para poos de at 3050m, sob condies de temperatura moderadamente elevadas e altas presses e apresenta alta resistncia aos sulfatos;

    Classe E para profundidades de at 4270m, sob condies de presso e temperatura elevadas, tambm apresentando alta resistncia aos sulfatos;

    Classe F para profundidades at 4880m, sob condies extremamente altas de presso e temperatura. Apresenta alta resistncia aos sulfatos;

    Classes G e H podem ser utilizados em praticamente todas as condies previstas para os cimentos das classe A at E por possurem composio compatvel com aditivos acelerados de pega, ideal para poos HPHT que precisam ser cimentados rapidamente;

    Classe J usado como produzido, em profundidades de 3660m at 4880m, sob condies de extrema presso e temperatura.

    A coluna de perfurao em poos com Altas Presses e Temperaturas

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    tambm tem que ser especificas e ganha uma nova tarefa. Nela acoplada uma ferramenta LWD, que faz registros ao perfurar. Estes registros so de grande valia para a segurana do poo visto que monitoram continuamente as presses do anular e do interior da coluna nas proximidades da broca, tanto em condies dinmicas (bombas ligadas) quanto estticas e envia as informaes em tempo real para a superfcie. Nestes poos, quando chegamos as zonas com presses anormais, usaremos brocas mais resistentes, pois a grande presso faz com que as rochas ganhem uma maior coeso. Alem de serem rochas mais duras, tambm estamos num ambiente com altas temperaturas, e as brocar precisando ser construdas com ligas mais resistentes e diamantes que suportam perfeitamente altas temperaturas. Agora vamos dimensionar uma das ferramentas que tem grande importncia na perfurao dos poos HPHT, o BOP. Apesar de comentarmos apenas agora esta ferramenta, ela j deve estar instalada desde o inicio das operaes de perfurao. Visto que algumas vezes podemos ter sobrepresses em profundidades rasas. O BOP o equipamento de segurana usado para controlar as presses no interior do poo durante a operao de perfurao e circular o kick quando houver ocorrncia.. Para poos HPHT usaremos BOP com capacidade para conter fluidos com presses superiores a 10000 psi. Para ajudar na segurana tambm podemos usar um diverter, que tem a funo de possibilitar o retorno de fluido de perfurao do riser para a peneira do sistema de tratamento de fluido de perfurao, alm disso, em caso de emergncia, pode desviar um kick.

    Figura 6. BOP dimensionado para suportar 10.000 psi Fonte:

    http://www.quipbase.com/quipbase/edir.nsf/docid/C30DD30CD982E992C1257AED00395702/$FILE/IMG_1093.jpg

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    11. CONTROLE DE KICK

    Aps anormalidades nas leituras de presso no fundo do poo indicando indcios de kick. Tm-se alguns procedimentos a seguir. O responsvel pelo controle de kick deve manter a calma, pois tem algum tempo antes de tomar as devidas providencias para evitar o blowout. As principais informaes do kick so as presses lidas nos manmetros quando o poo fechado, e o volume ganho nos tanques. Estando o poo fechado, o engenheiro prepara um plano para restabelecer o controle do poo, que consiste na circulao do fluido invasor para fora do poo e, quando necessrio, na elevao do peso da lama para conter a presso da formao e evitar novo kick. Em ultimo caso usado o BOP, que o nico equipamento dimensionado para realmente fechar um poo com grande presso. Porem deve ser usado com cuidado, pois dependendo do comando usado no mesmo pode ser impossvel a reabertura do poo.

    12. CONCLUSO

    Como vimos, este trabalho resultado de pesquisas bibliogrficas para o entendimento sobre Poos com Altas Presses e Altas Temperaturas, de maneira geral, os desafios encontrados na perfurao de poos HPHT, sobretudo nos aspectos relacionados ao controle de poo. ressaltado a importncia do fluido de perfurao e as vantagens e desafios atrelados ao uso do fluido de base leo (FBO).

    A alta freqncia de kicks em poos HPHT associada com as altas presses esperadas na superfcie exige que a equipe seja especialmente treinada para situaes de controle de poo, ou seja, que ela esteja familiarizada com os principais desafios apresentados neste cenrio. No entanto, mesmo com o devido treinamento, as operaes nesse ambiente continuaro complexas e arriscadas devido s dificuldades encontradas para a deteco rpida dos kicks de gs em FBO, sem falar nas vrias circunstncias que podem levar a equipe a fechar desnecessariamente o poo em situaes de falsos kicks.

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    13. REFERENCIAS

    FALCO, J. L., Curso de Perfurao de Poos HPHT, Universidade Petrobras, Salvador, outubro de 2007.

    MONTEIRO, Eduardo Nascimento. Estudo do Comportamento PVT de Misturas de Metano e Fluidos de Perfurao Base N-Parafina. Campinas: Faculdade de Engenharia Mecnica, Universidade Estadual de Campinas, 2007. 112p. Dissertao (Mestrado)

    (ROCHA, L. A. S. AZEVEDO, C. T. Projetos de Poos de Petrleo 2 Ed. 2009.

    THOMAS, J. E. 2004. Fundamentos de Engenharia de Petrleo 2 Ed.

    GEOTERMIA. Disponvel em: http://www.iag.usp.br/siae98/geotermia/geotermia.htm Acesso em 20 abril. 2012.

    COMPORTAMENTO DE MISTURAS GS-LQUIDO A ALTAS TEMPERATURAS E ALTAS PRESSES: UMA REVISO DIRECIONADA ENGENHARIA DE PERFURAO . Disponvel em: http://www.portalabpg.org.br/PDPetro/4/resumos/4PDPETRO_2_2_0482-1.pdf Acesso em 20 abril. 2012.

    ESTUDO DA RETROGRESSO DE PASTAS CIMENTANTES COMPSITAS CIMENTO/SLICA/POLIURETANA. Disponvel em: http://www.portalabpg.org.br/PDPetro/5/publicacoes/repositorio/trabalhos/31602009.9.2.2.pdf Acesso em 20 abril. 2012.

    NETO et al, 2009, Pag. 814. Disponvel em: http://www.scielo.br/pdf/qn/v32n3/a23v23n3.pdf Acesso em 20 abril. 2012.

    Por que surgiu a necessidade do Riser HPHT. Disponvel em: http://yoo-ports.appspot.com/article/why-the-need-for-the-hpht-riser-has-arisen Acesso em 20 abril. 2012.